v fórum de jovens investigadores do instituto de educação

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Lisboa, 1 e 2 de julho de 2014

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1 e 2 de julho de 2014 Livro de resumos

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Page 1: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

Lisboa, 1 e 2 de julho de 2014

Page 2: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

2

1 e 2 de julho de 2014

Instituto de Educação, Universidade de Lisboa

Promover a reflexão e discussão dos projetos de investigação em curso no âmbito do

Doutoramento, nas diversas áreas de especialidade.

Page 3: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

Ana Bruno

Ana Luísa Rodrigues

Ana Naia

Ana Nascimento

Ana Sofia Pinho

Carla Matoso

Carla Menitra

Carlos Henriques

Cília Silva

Cláudia Gonçalves

Dulce Martins

Elisabete Cruz

Elvira Tristão

Inês Félix

Joana Marques

Joana Viana

João Pedro da Ponte

Marcelo Marques

Marisa Quaresma

Marta Tagarro

Mónica Baptista

Paula Guimarães

Renata Carvalho

Sofia Viseu

Vanessa de Andrade

Ana Henriques

Ana Naia

Ana Paula Caetano

Ana Sofia Pinho

Benedita Portugal e Melo

Carmen Cavaco

Carolina Carvalho

Cecília Galvão

Domingos Fernandes

Feliciano Veiga

Fernando Albuquerque Costa

Guilhermina Lobato Miranda

Isabel Chagas

Isabel Freire

João Pedro da Ponte

Joaquim Pintassilgo

Jorge Ramos do Ó

Leonor Santos

Luísa Cerdeira

Luís Miguel Carvalho

Maria João Mogarro

Mónica Baptista

Natália Alves

Paula Guimarães

Pedro Reis

Sofia Viseu

Ana Bruno

Ana Gama

Ana Luísa Rodrigues

Ana Nascimento

António Quaresma

Carla Matoso

Carla Menitra

Carlos Henriques

Cília Silva

Dulce Martins

Elisabete Cruz

Elvira Tristão

Inês Felix

Irene Santos

Isabel Figueira

Joana Viana

Laura Marrocos

Letícia Carvalho

Luísa Lourenço

Lina Brunheira

Marcelo Marques

Maria Tagarro

Mariana Feio

Marisa Quaresma

Renata Carvalho

Tatiana Sanches

Ana Garcia

Ana Raquel Simões

Andreia Alves

Andreia Roupeta

Andreia Santos

Rute Alves

Sérgio Fernandes

Susana Orfão

Vanessa Antão

Page 4: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

1 de julho de 2014 (terça-feira)

09h30 – 12h30 [sala 9]

A Entrevista na Investigação Qualitativa | HÉLIA OLIVEIRA

[sala 8]

Potencialidades do NVIVO na análise de dados qualitativos | JOANA MATA-PEREIRA, MARISA QUARESMA, RENATA CARVALHO E SOFIA FREIRE

[sala Tecnologias 2]

Publicação em revistas científicas | PEDRO REIS

[sala Universia]

Questionários e Escalas: como construir e adaptar? | GUILHERMINA LOBATO MIRANDA E PEDRO BRÁS

14h00 – 17h00 [sala 9]

Construção de teoria a partir do estudo de caso | ANA NAIA

[sala 10]

Análise de políticas educativas públicas a partir dos níveis macro, meso e micro | PAULA GUIMARÃES E ANA BRUNO

2 de julho de 2014 (quarta-feira))

08h30 – 09h00 Receção [átrio do IE]

09h00 – 09h30 Sessão de Abertura [anfiteatro]

JOÃO PEDRO DA PONTE |

ROGÉRIO GASPAR |

09h30 – 10h30 Comunicação Plenária [anfiteatro]

Um Percurso Especial na Construção do Conhecimento em Educação | TERESA S. LEITE

10h30 – 11h00 Intervalo

11h00 – 13h00 Sessões paralelas I

13h00 – 14h30 Intervalo para almoço

14h30 – 16h30 Sessões paralelas II

16h30 – 17h00 Sessão de Encerramento [anfiteatro]

Nova licenciatura em Educação e Formação

Prémios aos Melhores Alunos

Page 5: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

Apresentação ....................................................................................................................... 1

Comunicação Plenária ....................................................................................................... 3

Resumos ............................................................................................................................... 4

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA EDUCACIONAL ...................................................................... 5

AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO ............................................................................................... 18

DIDÁTICA DA MATEMÁTICA .............................................................................................. 20

DIDÁTICA DAS CIÊNCIAS ................................................................................................... 37

FORMAÇÃO DE ADULTOS .................................................................................................. 47

FORMAÇÃO DE PROFESSORES ............................................................................................ 53

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO .................................................................................................. 66

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO .............................................................................................. 72

SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO .............................................................................................. 80

SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ................................................. 83

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO ................................... 86

TEORIA E DESENVOLVIMENTO CURRICULAR ...................................................................... 99

Workshops ....................................................................................................................... 103

Page 6: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

1

Apresentação O V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação, a decorrer nos

dias 1 e 2 de julho de 2014, tem como objetivo promover a reflexão e

discussão dos projetos de investigação em curso no âmbito do Doutoramento,

nas diversas áreas de especialidade. A participação, neste evento, assume três

modalidades:

Apresentação do trabalho: modalidade de participação destinada

exclusivamente aos doutorandos do IE.

Assistência aos trabalhos: modalidade de participação destinada a todos

os interessados em conhecer e discutir os projetos de doutoramento em

curso.

Participação em de investigação: modalidade destinada

exclusivamente aos doutorandos e mestrandos do IE.

O presente volume recolhe os resumos das comunicações apresentadas no Fórum para promover uma reflexão, o mais alargada possível, em torno das problemáticas nele tratadas, oferecendo ao leitor mais um momento para aprofundar o espaço de partilha que se pretende proporcionar, neste caso, a partir de leituras mais rigorosas, sobre a complexidade dos desafios que os projetos de investigação em curso colocam à área da Educação.

Além dos resumos das comunicações, integra os resumos da comunicação

plenária, a proferir na abertura do evento, e dos , a realizar no dia 1

de julho.

Esperamos, pois, que a leitura dos resumos aqui reunidos venha a suscitar um

novo espaço e um novo tempo de reflexão e, por essa via, contribuir para a

partilha de conhecimentos.

Lisboa, 2 de julho de 2014

Page 7: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação
Page 8: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

3

Comunicao Plenária

Comunicação Plenári

TERESA S. LEITE

Professora Coordenador: ESELX— Instituto

Politécnico de Lisboa

Investigadora: UIDEF— Instituto de Educação

da Universidade de Lisboa

Resumo: O conhecimento em Educação

tem vindo a ser construído a partir de

diferentes disciplinas, diferentes

perspetivas científicas, diferentes

abordagens investigativas, diferentes

posições ideológicas. O caráter

multirreferencial deste conhecimento é

uma condição sine qua non para a

legibilidade das situações educativas,

que não podem ser compreendidas à

luz de visões disciplinares

fragmentadas.

Para a construção do conhecimento em

educação tem concorrido (e em

algumas épocas de forma

determinante) a investigação em

educação especial. Com efeito, o estudo

da diferença, do desvio, do

disfuncionamento foi percursor e

impulsionador de muito do que hoje

sabemos sobre processos de

desenvolvimento e sobre processos de

aprendizagem e, consequentemente, do

conhecimento que fomos construindo

sobre ensino, currículo e pedagogia.

Da pedagogia experimental na

abordagem de casos excecionais ao

estudo de situações problemáticas na

vivência escolar e à individualização e

diferenciação pedagógica, a

investigação em educação especial foi

criando âncoras que contribuíram não

apenas para o seu desenvolvimento

enquanto campo conceptual e prático,

mas também para a produção e

evolução do conhecimento educacional

em geral e, simultaneamente, para a

construção de processos e dispositivos

de investigação que conseguiram captar

a especificidade dos fenómenos em

estudo, sem perder o rigor e as

condições de validade.

A referenciação de estudos recentes

levados a efeito ou em curso nesta área

ilustrará algumas das afirmações

anteriores.

Page 9: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

Resumos

Page 10: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

5

Administração e Política Educacional

RUTE AMADEU

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

Esta proposta de trabalho faz

parte do processo de elaboração de um

projeto de investigação que será

submetido a discussão em outubro de

2014, no quadro de um programa

doutoral que equaciona as relações

entre conhecimento, política e ação

pública.

Esta investigação visa estudar a

regulação institucional da carreira

docente (RICD), do ensino não superior,

no período compreendido entre a

década de 90, do século XX, e o

presente.

A RICD é tomada como um indicador

da reconfiguração dos processos de

regulação das políticas públicas em

Portugal, de modo a ilustrar as tensões

e efeitos de hibridismo que resultam da

coexistência de modos de regulação

burocráticos e pós-burocráticos.

O estudo conceptualiza as políticas

numa perspetiva de ação pública, pelo

que as entende como processo e

resultado da interação de uma série de

atores, estatais e não estatais, que se

encontram em múltiplos contextos.

Atendendo à complexidade destes

processos, o estudo da RICD será

desenvolvido em três planos analíticos.

O primeiro centra-se numa análise dos

paradigmas de regulação da educação e

paradigmas da profissão docente

presentes nas orientações imanadas

das autoridades públicas. Este plano

analítico é suportado num quadro

conceptual de análise cognitiva das

políticas públicas, no qual a noção de

paradigma tem sido mobilizada para

conhecer as principais crenças e valores

que fundamentam as escolhas políticas,

bem como as metodologias e

dispositivos utilizados.

O segundo centra-se numa análise dos

atores estatais e não estatais

envolvidos na definição das orientações

sobre a RICD. Para esse efeito, recorre-

se às contribuições teóricas das redes

políticas para a compreensão das

ligações entre os atores e das suas

interdependências.

Estes dois planos analíticos são

cruzados por um terceiro que se refere

aos conhecimentos mobilizados,

produzidos e difundidos no âmbito dos

processos de regulação da carreira

docente.

Na primeira parte do trabalho empírico

perspetiva-se a realização de um

mapeamento das principais

intervenções estatais relativas à

carreira docente, no período

considerado. Este mapeamento será

determinado por uma definição

‘jurídico-administrativa’ da carreira

docente e permitirá identificar as

principais medidas, instrumentos e

atores envolvidos nos processos de

RICD.

Na segunda fase do trabalho empírico

perspetiva-se um estudo intensivo

centrado em áreas que se antecipam

como nucleares na RICD (e.g., no

âmbito da avaliação dos professores,

do recrutamento, da formação dos

professores,...). Este estudo, guiado

pelos conceitos de paradigma e redes

Page 11: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

6

políticas, concretizará a tripla análise

da RICD (ideias, atores, conhecimentos).

Regulação, carreira

docente, paradigma, rede política.

MARIA DE FÁTIMA MAGALHÃES

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

Esta proposta de trabalho faz

parte do processo de elaboração de um

projeto de investigação que será

submetido a discussão em Outubro de

2014, no quadro de um programa

doutoral que equaciona as relações

entre conhecimento, política e ação

pública.

O debate público em torno da educação

e da escola surge em meados dos anos

80, do século XX, como consequência

de um debate mais alargado sobre a

reforma e reestruturação do Estado.

O tema da escolha da escola tem estado

presente, no debate público sobre a

educação, desde o início do século XXI,

devido à implementação de medidas

políticas e administrativas que

alteraram os modos de regulação

estatal no sistema escolar, no sentido

de substituírem os poderes públicos

por entidades privadas, naquele que

anteriormente era um campo de

intervenção privilegiada do Estado.

O objetivo do estudo é compreender

como é que o debate em torno da

escolha de escola emerge na agenda

política, durante a última década, quais

os atores participantes neste debate e

que crenças e conhecimentos são

mobilizados e difundidos em

momentos de problematização e de

proposição.

O debate público em torno da escolha

de escola é tomado como analisador de

um processo mais amplo relativo à

mudança nos modos de regulação da

escola pública, no qual a questão da

escolha da escola surge associado à

emergência de uma lógica mercantil e

de modos de regulação de quase-

mercado.

Assim, a construção do objeto de

estudo faz-se problematizando o papel

do conhecimento num debate, mais

amplo, sobre os modos legítimos de

regulação da escola pública e sobre a

sua missão e função.

O quadro teórico da pesquisa inscreve-

se na abordagem das políticas sob o

prisma da acção pública, dando por

isso atenção aos atores, aos contextos

de ação e às ideias.

Assim, pretende-se fazer uma entrada

analítica pelos atores, fazendo a sua

caracterização, identificando o modo

como participam no debate bem como

as consequências dessa participação.

O estudo pretende identificar espaços

comunicacionais da política, nos quais

se problematizam e preconizam lógicas

interpretativas e orientações para a

ação pública em matéria de escolha de

escola.

Finalmente pretende-se também olhar

para o problema através da dinâmica

das ideias, analisando crenças e

conhecimentos mobilizados nos

debates, mormente acerca do papel da

escola e sobre os modos apropriados

de regular os sistemas educativos.

Antevê-se um estudo centrado na

análise de documentos produzidos em

múltiplas arenas da política e da acção

pública: média, blogosfera, debates na

Assembleia da República, e

documentação oficial. A análise do

discurso presente nos diversos

contextos permitirá olhar para o debate

público em torno desta questão como

expressão da mobilização (ou não) do

conhecimento por diferentes atores,

deixando de lado a ideia de que as

Page 12: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

7

políticas são da responsabilidade do

Estado, sendo assim perspetivadas

como ação pública.

Regulação, escolha de

escola, conhecimento, ação pública.

FÁTIMA GASPARINHO

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

Esta proposta de trabalho faz

parte do processo de elaboração de um

projeto de investigação que será

submetido a discussão em outubro de

2014, no quadro de um programa

doutoral que equaciona as relações

entre conhecimento, política e ação

pública.

Seguindo os institucionalistas de

Standford, a educação moderna tende a

ser um empreendimento mundial e

universal. É uma parte central e causal

do modelo cultural da sociedade

moderna, ou Estado-nação.

A adopção mundial da regra da

escolaridade obrigatória (EO) e a

expansão progressiva da sua duração,

são frequentemente usadas como

indicadores seguros daquela visão. Isto

faz da EO e das medidas associadas ao

seu alargamento um lugar privilegiado

para a análise das mudanças nas

políticas educativas.

O nosso projeto centra-se no

alargamento ocorrido em Portugal

(2009), o qual emerge do objectivo de

referência da política educativa do XVIII

Governo constitucional - elevar as

competências básicas e os níveis de

formação e qualificação dos

portugueses, mas também surge em

linha com alguns princípios e metas

definidas no Quadro Estratégico

EF2020 da UE e no Projeto Metas

Educativas 2021 da OEI.

Como referido, o alargamento da EO

pode, pois, ser tomado como um

analisador das mudanças nas políticas

e dos processos de difusão e

apropriação de modelos educativos. De

igual modo, os debates que se travam

em torno do alargamento da EO são um

lugar privilegiado para a observação

das mudanças e continuidades relativas

aos sentidos e às missões atribuídas à

Escola. É nestes dois planos de análise

que pretendemos desenvolver o nosso

trabalho.

O quadro teórico da pesquisa mobiliza

a abordagem cognitiva das políticas

públicas dando relevo à noção de

referencial, nomeadamente no plano de

interpretação global de uma sociedade,

o referencial global, e no plano da

atuação dos diferentes atores, o

referencial sectorial. Pretende-se

estudar as relações que se estabelecem

entre os dois planos e analisar em que

espaços sociais - fóruns – e que

mediadores participam na construção

de esquemas interpretativos e de regras

que conduziram ao alargamento da EO.

No quadro das abordagens cognitivas

dá-se destaque ao conhecimento como

componente central das políticas

públicas. Assim, iremos investigar o

conhecimento que foi produzido, como

circulou e a sua relação com o processo

decisional.

A política educativa nacional não reside

exclusivamente no «aparelho do

Estado», fazendo parte de modalidades

de governação que envolvem uma

multiplicidade de atores situados a

diferentes níveis, e estando sujeita a

processos de regulação transnacional.

Pretende-se analisar os discursos que

ocorrem nos vários pontos de produção

e ancoragem do debate político, de

forma a apreender as representações

dos diferentes atores sobre a

problemática em estudo. As

representações destes atores estão

relacionadas com os fundamentos da

Page 13: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

8

política em análise, i.e., as suas

finalidades e o que motiva a sua

existência.

Conhecer os fundamentos cognitivos

do alargamento da escolaridade é o

objetivo deste trabalho.

Alargamento da

escolaridade obrigatória, referencial,

regulação transnacional.

ALBERTINA PEREIRA CAVACO DA

PALMA

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

O objetivo do estudo é

compreender os processos de

reestruturação do ensino superior

português (ESP) durante a primeira

década do século XXI, no decurso do

designado «Processo de Bolonha» (PB) e

no contexto marcado também pelos

processos de construção de um

«Espaço Europeu de Ensino Superior»

(EEES).

O quadro teórico da pesquisa, inscrito

na perspetiva de análise da ação

pública, mobiliza uma abordagem

cognitiva na análise de políticas

públicas e em particular a noção de

procurando assim captar os

sistemas de valores, conhecimentos e

teorias de ação que vêm sendo

mobilizados para dar sentido às

transformações a operar no setor do

Ensino Superior (ES). Ademais, esta

abordagem não se fixa apenas na

dimensão das “ideias” e permite,

também, analisar em que espaços

sociais - – e que

participam na construção de esquemas

interpretativos e de regras para a

reestruturação do ES.

O estudo trabalha a hipótese segundo a

qual a criação do EEES concorre para o

estabelecimento de uma instância de

governação supranacional e para a

emergência de um setor de ES que

estabelece uma nova relação do

, em

que quer o global quer o setorial se

situam para além do Estado. Isto

significa que também os e os

, que constroem e veiculam

uma nova visão do mundo, atuam

através de estruturas supranacionais,

recorrendo a novos instrumentos de

regulação do tipo . A natureza

transnacional desta política evidencia a

importância dos nacionais,

ou seja, os atores que interpretaram e

este novo referencial para a

situação portuguesa. O estudo pretende

pois identificar os fóruns e os atores

que de 2000 a 2010 foram,

respetivamente, palco e geraram

esquemas interpretativos e orientações

para a ação pública em matéria de

«reorganização do ESP». Paralelamente,

visa descrever e analisar os referenciais

cognitivos para o ES, em presença ao

longo destes anos, e os modos como

coexistiram (seja pela confrontação seja

pela consensualização) na ação pública.

Trata-se de um estudo naturalista de

base predominantemente documental.

O vasto corpus documental em análise

permitiu, em primeiro lugar, fazer o

mapeamento das iniciativas legislativas

nacionais, os registos de intervenções e

debates em fóruns políticos, científicos,

profissionais, e as publicações de

atores individuais ou coletivos sobre a

matéria em análise. Numa segunda

fase, o conteúdo das várias

intervenções será analisado com vista a

estabelecer os respetivos esquemas

interpretativos do ES e os objetivos de

mudança do ESP associados à

implementação do PB.

Pela análise até agora realizada foi

possível identificar um conjunto de

atores chave e de em que se

desenvolveram interpretações do ES e

do significado do PB no espaço

português. Alguns desses atores

Page 14: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

9

tiveram em vários momentos relações

muito próximas com os centros de

decisão política, por via da

multiplicidade de cargos e funções que

desempenharam ao longo do processo,

o que poderá explicar a sua influência e

legitimação enquanto .

Espaço Europeu de

Ensino Superior, Ensino Superior,

Processo de Bolonha, referencial.

MARIA DULCE CAMPOS NISA PEREIRA

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

Esta proposta de trabalho faz

parte do processo de elaboração de um

projeto de investigação que será

submetido a discussão em Outubro de

2014, no quadro do programa doutoral

que equaciona as relações entre

conhecimento, política e ação pública.

Neste quadro, o projeto tem como

objeto os processos de

recontextualização da Avaliação

Externa de Escolas (AEE) na sua

condição de instrumento de regulação

nacional e local, baseado e gerador de

conhecimento (IRBC). Enquanto IRBC, a

AEE constitui-se como uma tecnologia

do governo, que se baseia e se orienta

para o conhecimento moldando o

comportamento dos atores num

determinado domínio político.

Pretendemos perceber qual é o papel

que o conhecimento desempenha na

receção, tradução e adaptação do

instrumento no contexto de regulação

local. Perfilhando a perspetiva

sociológica da ação pública o estudo

centra-se no conceito referencial como

um dispositivo de cognições e normas

da ação na escola. Recorre, também, à

tipologia de conhecimento de Freeman

e Sturdy: o

( ), presente nos atores, o

( ),

presente nos objetos e, o

( ),

interpretado ou representado para

ganhar significado.

Antecipamos desenvolver a pesquisa

segundo dois eixos de análise. O

primeiro centrado na dimensão

normativa e cognitiva do instrumento

atendendo a duas subcategorias: as

normas e cognições que estão

presentes no modelo da AEE e, as

normas e cognições que estão

presentes no contexto que faz o seu

acolhimento e interpretação. O segundo

eixo de análise pretende descrever,

analisar e conhecer a rede de atores

que participam nos processos de

receção e tradução do instrumento aos

quais o conhecimento é um constructo

transversal.

Constituindo-se como um estudo de

caso múltiplo de cariz interpretativo,

pretende realizar-se num conjunto de

escolas/agrupamento de escolas objeto

de avaliação externa pela Inspeção

Geral de Educação e Ciência (IGEC)

durante o segundo ciclo de AEE. A

investigação basear-se-á na análise

documental e em entrevistas formais

e/ou informais, coletivas e/ou

individuais aos diferentes atores

envolvidos ao nível micro e meso.

Ação Pública,

conhecimento, instrumento de

regulação baseado no conhecimento,

avaliação externa de escolas.

FILOMENA SOUSA

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

Page 15: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

10

Esta proposta de trabalho faz

parte do processo de elaboração de um

projeto de investigação que será

submetido a discussão em outubro de

2014, no quadro do programa doutoral

que equaciona as relações entre

conhecimento, política e ação pública.

Desde os finais do século XX têm-se

assistido a algumas iniciativas políticas

TIC, na expetativa de modernizar o

sistema educativo em Portugal através

da utilização das TIC nas escolas, que

estão associadas à influência de um

conjunto de ideias, crenças e valores

sobre novas formas de “pensar, falar e

agir” em educação e que foram

disseminadas no espaço global por

organizações mundiais de referência.

Estas influências transmitem conceções

de problemas educacionais e de

princípios de ação e estabelecem a

ligação da educação ao emprego, à

inovação, à produtividade, à

competitividade e ao desenvolvimento

de uma economia baseada em

conhecimento.

Este fenómeno verificou-se também na

União Europeia (UE) através dos

diversos documentos elaboradas com o

propósito de desenvolver as TIC nos

países do espaço europeu. Em Portugal,

a solução política concebida em 2007, o

Plano Tecnológico da Educação (PTE),

inscreve-se nesta linha de orientação. O

PTE estrutura-se em quatro eixos-

tecnologia, conteúdos, formação e

investimento e financiamento e, o

objeto de estudo do trabalho empírico

insere-se num dos eixos, a formação e

certificação de professores em

competências TIC, por nós estudado

enquanto instrumento de regulação e

abordado na perspetiva sociológica de

ação pública.

Pretende-se investigar a conceção,

produção e a trajetória do instrumento

orientada em torno de quatro ideias

fundamentais: (1) a inclusão de

políticas baseadas em conhecimento no

Espaço Europeu de Educação, como

pilar das políticas da UE, diligenciou a

disseminação de políticas

transnacionais e alinhou a política do

sistema educativo nacional com os

padrões internacionais; (2) a orientação

supranacional da UE na política

nacional indiciou a influência de

quadros cognitivos de outros lugares,

modelos de boas-práticas e modelos

baseados na experiência que

hibridaram com experiências nacionais

de iniciativas TIC anteriores ao PTE, o

que poderá mostrar o carácter

complexo do processo e de

“bricolagem” da política nacional; (3) a

tensão entre a convergência política e a

recontextualização local acarretou

possíveis efeitos nos atores;

resistências, disputas sociais e

reformulação de significados sobre o

que significa “aprender e educar” e, (4)

os formadores e os professores são,

localmente, atores mediadores da

mudança no processo político com a

capacidade de estabelecer a “ponte”

entre campos de ação e de produção de

sentidos diferentes.

O estudo deste processo político

multinível socorre-se também de outras

ferramentas conceptuais utilizadas (1)

na análise cognitiva das políticas

públicas (referenciais, fóruns e

mediadores) e (2) na análise dos

processos de difusão, circulação e

apropriação de conhecimento (policy

transfer e policy learning). No plano

metodológico antecipa-se um estudo

multinível adequado ao instrumento

formação e certificação de

competências TIC como analisador dos

processos de transnacionalização e de

hibridação (nacional e local) da

regulação da educação.

Formação e

certificação de professores em

competências TIC, instrumento de

regulação, conhecimento e ação

pública.

Page 16: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

11

ELVIRA TRISTÃO

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

Objectivos: O presente estudo tem

como objetivo compreender de que

forma a autoavaliação institucional tem

contribuído para a alteração dos modos

de regulação da escola.

Neste sentido, propomo-nos descrever,

em múltiplos níveis, o modo como se

produzem e reproduzem

conhecimentos que influenciam o

trabalho dos gestores escolares e dos

professores no processo de

implementação de dispositivos de

autoavaliação das escolas. Procurando

contextualizar a autoavaliação das

escolas enquanto processo plural que

constrói e reconstrói mutuamente

conhecimento e política, pretendemos

estudar os processos de implementação

desta política pública a partir das

atividades desenvolvidas pelos gestores

escolares e pelos professores, nas

escolas. Assim, é nosso objetivo

compreender e interpretar essa ação

pública que, através de “dispositivos

sociotécnicos”, participa na alteração

dos modos de regulação da escola.

Desenho metodológico: Desenvolvemos

um estudo naturalista, de teor

descritivo e interpretativo, composto

por duas partes. Numa primeira parte,

recorremos a uma abordagem

extensiva, fazendo a caracterização dos

dispositivos de autoavaliação das

escolas e agrupamentos de escolas da

região de Lisboa e Vale do Tejo a partir

dos relatórios de avaliação externa

produzidos entre 2006/2007 e

2010/2011. Complementamos esta

abordagem extensiva, com recurso à

análise documental, aplicando um

inquérito por questionário a um

conjunto restrito de gestores escolares.

A razão desta inquirição deveu-se à

constatação da existência de um padrão

que nos interessou: a utilização do

modelo de autoavaliação CAF (Common

Assessment Framework).

Na segunda parte da investigação,

desenvolvemos um estudo de caso

múltiplo, nas escolas e agrupamentos

de dois concelhos do Médio Tejo, tendo

como fontes os professores que – em

funções de gestão de topo ou de

coordenação de equipas – foram

responsáveis pelos processos de

autoavaliação institucional. Utilizamos

a entrevista semiestruturada,

procurando reconstituir historicamente

os processos de autoavaliação

institucional, saber que sentidos lhes

atribuem os seus promotores e que

perceções têm sobre os seus efeitos.

Eixos de análise: No primeiro eixo de

análise, procuramos conhecer as

circunstâncias que motivaram o início

dos processos de autoavaliação

institucional; quais os atores

envolvidos e qual o seu papel; que

estratégias desenvolveram para

mobilizar conhecimentos para a tarefa;

que modelos utilizaram; que aspetos

valorizaram; como planearam e

executaram as tarefas; que

constrangimentos sentiram e a que

alterações foram sensíveis. No segundo

eixo de análise, quisemos saber que

sentidos atribuem à autoavaliação

institucional; como concebem esta

atividade no âmbito das suas funções

profissionais; e que importância lhe

atribuem. Finalmente, no terceiro eixo,

pretendemos conhecer os efeitos que,

decorrentes dos processos, são

percecionados por estes atores.

Resultados (provisórios): Uma análise

provisória dos dados sugere-nos

algumas regularidades: a pressão pelos

resultados escolares como motor de

mudança das práticas educativas; a

ressignificação de lógicas burocráticas

com recurso à estatística; a

Page 17: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

12

subordinação da autoavaliação à

avaliação externa; a prevalência de

lógicas gerencialistas e de controlo em

detrimento do seu potencial de

aprendizagem; a adoção de modelos

estruturados de autoavaliação e as

atividades de bricolagem por parte dos

docentes que os transformam em

práticas de avaliação interna híbridas e

justapostas. Todavia, nem todas as

organizações escolares acumulam estas

tendências. A ausência de algumas ou a

valorização de outras poderão deixar

pistas para outras leituras possíveis.

Autoavaliação,

regulação, dispositivo, conhecimento.

ANA CRISTINA B. BERNARDO GAMA

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

A investigação que está a ser

desenvolvida tem como objetivos

descrever, analisar e discutir a ação dos

“peritos” e do conhecimento pericial –

- nas «Políticas de Educação

Prioritária» postas em marcha em

Portugal, no período compreendido

entre 1995 e 2012.

Nos últimos anos, no âmbito de

processos associáveis à recomposição

do papel do Estado, têm-se observado

alterações nos modos de intervenção

governativa, resultantes da necessidade

que o Estado tem de assegurar o seu

papel na definição, pilotagem e

execução das políticas e de,

paralelamente, ter de partilhar este

papel com outros atores e entidades.

É perante estes desafios que tem sido

evidenciada, pelos trabalhos

desenvolvidos no campo da análise das

políticas públicas, a crescente

utilização de instrumentos de

regulação baseados no conhecimento,

sendo o recurso aos “peritos” e ao

conhecimento pericial exemplo disso.

Na nossa pesquisa recorremos à

perspetiva da análise de ação pública

para estudar este fenómeno. A partir

desse referencial, focamos a

intervenção dos ‘peritos’ na trajectória

de políticas de educação que

identificamos como de intervenção

prioritária, interessando-nos descrever

e analisar, quer a dimensão estratégica,

quer a dimensão institucional (crenças,

valores) das interações múltiplas e

multidirecionais, que os ‘peritos’

mantêm com outros participantes

nesses processos (e.g., atores do

Ministério, das escolas,…).

Seguindo uma metodologia com

carácter qualitativo, combinamos neste

estudo duas aproximações que se

complementam: uma natureza

extensiva e histórica; outra de natureza

intensiva.

A primeira assenta, essencialmente, na

análise dos principais textos

legislativos que suportaram as medidas

políticas de educação identificadas

como de ‘educação prioritária’ (entre

1995-2012). Esta aproximação permitiu-

nos, entre outras funções, mapear os

vários atores (convocados

individualmente ou integrando

comissões/grupos de trabalho) que

foram envolvidos nas políticas públicas

em causa.

A segunda aproximação centra-se no

cenário do Programa Territórios

Educativos de Intervenção Prioritária de

“segunda geração” (TEIP2). Com uma

primeira geração iniciada em 1996, o

TEIP é retomado em 2006 para escolas

e agrupamentos de escolas da área

metropolitana de Lisboa e do Porto e

alargado, a todo o território

Page 18: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

13

continental, com a publicação do

despacho normativo nº55/2008, de 23

de outubro. Para assegurar a

coordenação do projeto nas

escolas/agrupamentos de escolas

foram criadas equipas

multidisciplinares. Estas equipas, para

além de professores, deveriam integrar

técnicos, representantes da

comunidade e “peritos externos”. No

âmbito do nosso estudo e após o

mapeamento destes “peritos” foi

constituída uma amostra de 12

“peritos” a quem foram realizadas

entrevistas semiestruturadas.

Esta comunicação visa apresentar e

discutir alguns dados preliminares da

análise que foi realizada a quatro

entrevistas, considerando as seguintes

dimensões de análise: formas de

recrutamento, modelos prescritivos,

perceções descritivas da sua ação e as

interações com os outros “peritos”.

“Perito externo”,

, ação pública, regulação

(novos modos de).

CARLOS SANT’OVAIA

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

A presente proposta de

trabalho faz parte de um processo de

elaboração de um projeto de

investigação que será submetido a

discussão em Outubro de 2014, no

quadro de um programa doutoral que

equaciona as relações entre

conhecimento, política e ação pública.

A crescente importância conferida aos

testes estandardizados como

instrumentos privilegiados de avaliação

no campo educativo num alargado

número de países, tem mobilizado a

atenção de numerosos investigadores e

atores da educação, para quem a

centralidade que tem sido conferida a

tais instrumentos apresenta

consequências não negligenciáveis a

vários níveis no processo educativo.

Com efeito, para numerosos autores, o

designação adotada para tal

fenómeno - tem revelado impactos ao

nível das políticas educativas nacionais,

das práticas docentes, da redefinição

dos da organização e gestão

das escolas e dos próprios objetivos da

educação.

Outros estudos têm referido os exames

– expressão mais notória do no

contexto nacional – como instrumentos

de uma nova forma de regulação do

Estado, firmada nos resultados em

detrimento dos processos.

Uma vez objeto de divulgação

descontextualizada, tais resultados

acabam por endossar às escolas a

quase exclusiva responsabilidade pelo

sucesso/insucesso dos seus alunos,

induzindo mecanismos de e

de no quadro da livre

escolha parental, ao mesmo tempo que

desoneram o Estado das suas

responsabilidades pelas condições de

contexto.

Do que fica dito, pode concluir-se que

os exames constituem uma poderosa

tecnologia política de mudança

(Antunes, F., & Sá, V., 2010) uma meta-

política (Bob Lingard, Wayne Martino &

Goli Rezai-Rashti, 2013), no quadro da

política de avaliação, com repercussões

demonstradas a diversos níveis no

campo educativo.

Não obstante, permanece um

insuficiente esclarecimento acerca

deste instrumento de regulação e ação

pública no campo educativo, dotado de

inusitada autonomia e portador de um

invulgar potencial catalisador de

apropriações diversas que o tornam um

pluripotente no contexto das

políticas de educação.

Page 19: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

14

É objetivo deste trabalho compreender

o poder e a dimensão organizadora que

os exames adquiriram no campo da

educação.

Para o efeito procurar-se-á desconstruir

e analisar este instrumento,

evidenciando a sua génese e percurso;

as representações que encerra; o

conhecimento que mobiliza e produz;

os atores e ideias que lhe dão forma e

através dele agem; e as ferramentas que

o suportam e operacionalizam.

O quadro teórico da pesquisa inscreve-

se na abordagem das políticas sob o

prisma da ação pública e da regulação

como multirregulação, elegendo a

instrumentação como dimensão

primeira da problemática.

Exames nacionais,

instrumentos de ação pública,

regulação da educação, política de

avaliação na educação.

JÚLIO GONZAGA VAZ DE MEDEIROS

ANDRADE

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

Esta apresentação visa dar

conta das diferenças de constituição, de

mandato e das ideias (que se

plasmaram em textos) elaboradas por

dois fóruns de produção de ideias

constituídos no âmbito das políticas de

educação para a cidadania: o “Relatório

da Comissão Executiva do Grupo

Coordenador para o Estudo da

Formação Pessoal e Social” (de 1990) e

o “Fórum Educação para a Cidadania”

(de 2008).

A comunicação faz parte de um projeto

de investigação que, da perspetiva da

análise cognitiva das políticas públicas,

procura estudar as políticas da

educação para a cidadania para os

ensinos básico e secundário

desenvolvidas entre 1986 e 2011. O

estudo limita-se ao nível da preparação

dessas políticas uma vez que a sua

implementação ocorreu de uma forma

muito incompleta e recorre

fundamentalmente aos textos

produzidos nos fóruns de produção de

ideias já que é impossível reconstituir

as interações verbais dos intervenientes

nesse processo.

Neste contexto, as noções de fóruns e

de arenas parecem ser os recursos

adequados para essa análise na medida

em que permitem articular as ideias, os

atores e as instituições, facilitando

assim a captação das ideias produzidas

e a sua circulação no processo de

fabricação das políticas. Com efeito a

noção de fórum como “espaço”

interativo, mais ou menos

institucionalizado de discussão, de

debate e de negociação permite à

abordagem cognitiva das políticas

públicas recuperar o papel dos atores e

a função das instituições.

De momento trabalha-se com a

hipótese da existência de quatro

principais tipos ideais de fóruns que,

articulando os contributos do

neoinstitucionalismo discursivo com a

teoria do discurso, podem ser

caracterizados como: 1) os “fóruns

políticos” onde predomina a retórica e

visam a conquista, a legitimação ou a

manutenção do poder; 2) os “fóruns

das políticas públicas” (que podem ter

a configuração de arena) onde

prevalece a negociação dirigida à

procura de equilíbrios entre os vários

fóruns e à tomada de decisão; 3) os

“fóruns científicos/especializados”, que

são fóruns de produção de ideias onde

impera a argumentação e a

correspondente fundamentação e 4) a

“crítica”, isto é, os “espaços” de

reflexão e análise das ideias

sistematizadas nos fóruns

Page 20: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

15

científicos/especializados (de produção

de ideias) e nos fóruns de políticas

públicas. Nos dois primeiros fóruns

prevalece a racionalidade estratégica

que visa o sucesso, e nos seguintes, a

racionalidade comunicativa que visa o

entendimento.

A atual apresentação situa-se no âmbito

do terceiro tipo de fóruns.

Educação para a

cidadania, políticas públicas, análise

cognitiva, fóruns

CARLA MENITRA

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

A presente proposta de

investigação centra-se na análise das

relações entre conhecimento e política

educativa, a partir do olhar sobre um

conjunto heterogéneo de atores cuja

atividade parece adquirir cada vez mais

centralidade e relevância na fabricação

das políticas públicas. Trata-se de

atores oriundos de mundos cognitivos

e sociais distintos – académicos, altos

funcionários da administração,

profissionais da educação –, que são

portadores de trajetórias profissionais,

crenças, ideias e motivações distintas, e

cujos repertórios de ação resultam da

sua interação com outros atores e

instâncias envolvidos na confeção das

políticas públicas. Na literatura sobre o

tema, eles vêm sendo categorizados

diferenciadamente, de acordo com os

papéis e práticas que desempenham –

‘experts’, ‘mediators’, ‘brokers’, ‘policy

entrepreuneurs’, ‘policy advisors’,

‘boundary persons’, …

No contexto das políticas de educação

em Portugal, a presença e relevância

deste tipo de atores tem vindo a

aumentar desde a integração do país na

União Europeia (1986), com a contínua

reestruturação dos serviços do

aparelho do Estado e sofisticação dos

meios de controlo. O recurso a

especialistas e académicos, a criação de

grupos de trabalho e comissões de

especialistas, são alguns elementos que

sinalizam a presença destes atores nas

políticas públicas. O tema tem sido

pouco estudado entre nós, contudo, os

trabalhos existentes fazem alusão ao

incremento dos peritos (Barroso, 1997,

Canário & Alves, 2002, Lima, 2011), à

grande diversidade de atores que

participa na fabricação das políticas

públicas e a intensificação das

atividades entre espaços e níveis da

ação pública (Afonso & Costa, 2010;

Barroso et al 2008; Barroso & Menitra,

2009; Carvalho, 2007; Figueiredo,

Barroso & Carvalho 2010; Carvalho &

Menitra, 2011).

A investigação apoia-se na análise

cognitiva das políticas, subjacente à

Sociologia da Ação Pública, que valoriza

o papel dos atores na sua dimensão

estratégica e cognitiva (Haussentaufel,

2008; Surel, 2004). Nesta perspetiva, o

conhecimento resulta da interação dos

diferentes atores, em diferentes

espaços e níveis de ação, e as políticas

públicas são vistas como uma atividade

multiregulada por dispositivos, normas,

discursos e instrumentos que são

gerados, apropriados e transformados

pelos atores (Barroso, 2005).

Trata-se de um estudo qualitativo e

interpretativo, que cruza a análise

documental com a de narrativas de

atores identificados. A investigação

sustenta-se com base em dois estudos,

presentemente em curso: 1)

identificação e análise dos grupos de

trabalho criados no âmbito da atividade

do Ministério da Educação (2005-2013);

Page 21: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

16

2) entrevistas a ‘peritos’ que integraram

alguns desses grupos de trabalho.

Na minha apresentação darei conta de

alguns resultados preliminares sobre o

trabalho em curso.

Políticas de educação;

grupos de trabalho; , regulação,

conhecimento.

ANTÓNIO QUARESMA COELHO

Área de Especialidade:

ADMINISTRAÇÃO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

O final século XX é marcado

pelo desenvolvimento de novos modos

de regulação (NMR) das políticas

públicas, com influência também na

área educativa. Trata-se de um

fenómeno iniciado em países do norte

da Europa e com a sua expressão

também em Portugal, principalmente a

partir dos anos 90 do século XIX. Na

gestão escolar, a expressão o de NMR é

visível no “quadro legal” desenvolvido

pelo Estado (regulação institucional) em

quatro áreas essenciais: (1) natureza

colegial ou unipessoal do cargo de

gestão; (2) constituição de um órgão de

direção da Escola; (3) acesso ao cargo

de gestão; (4) promoção da autonomia

da Escola. Estas modificações têm

provocado uma alteração não só nas

funções e nas competências que do

Diretor, como também no modo como

ele exerce o seu cargo.

De acordo com este “pano de fundo” a

constituição do Conselho das Escolas

(CE), definido como um órgão

consultivo do Ministério da Educação,

formado por 60 diretores de Escolas é

considerado um bom analisador da

expressão de NMR na Educação. Assim,

os diretores que integraram o 1.º

mandato do órgão (2007-2010) são

considerados como interlocutores

privilegiados para se perceber o modo

como (1) exercem o seu cargo; (2)

analisam as políticas de gestão escolar

desenvolvidas desde o 25 de abril de

1974; (3) percecionam o seu papel na

Escola e (4) como analisam o papel e o

funcionamento do CE, assim como o

impacto que ele tem sobre o modo

como olham para a função que exercem

e o impacto que todo o

desenvolvimento de todo este processo

regulatório tem sobre a sua identidade

profissional.

A usou o

estudo naturalista, tendo a estratégia

de investigação um estudo extensivo

desenvolvido através de entrevistas em

profundidade a cada um dos 60

diretores do CE, seguidas da respetiva

análise de conteúdo (uso do software

NVivo). Previamente a cada entrevista

foi realizado um pequeno questionário.

O Diretor de

Escola é um ator que atua na interface

entre dois modos de regulação: uma

externa, de controlo, e outra interna,

autónoma e com caraterísticas novas. O

Conselho das Escolas é um exemplo

deste campo de interface, funcionando

como um revelador institucional de um

papel que os diretores hoje assumem:

serem atores de equilíbrio entre esses

dois modos de regulação e, ao mesmo

tempo, consumidores e promotores

dessas novas formas de coordenação

da ação pública. Esta realidade torna

bastante mais exigente a função de

Diretor de Escola (anteriormente o jogo

era essencialmente entre o

interpares e o representante da

administração), fazendo dele uma

figura complexa, híbrida e plástica, que

se tenta moldar e adaptar às várias

circunstâncias que se lhe deparam.

Não é possível afirmar, como aliás seria

de prever, que existe uma identidade

do Diretor de Escola em Portugal

(apesar do discurso oficial colocar

muito a tónica na imagem da liderança

Page 22: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

17

e do líder da Escola), mas sim um jogo

identitário que mostra uma espécie de

caleidoscópio de identidades com

colorações diferentes à medida dos

contextos, das histórias e do modo de

receção e integração das políticas

educativas.

Políticas públicas,

novos modos de regulação, gestão

escolar, identidade profissional.

Page 23: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

18

Avaliação em Educação

ISABEL MARIA ROSA AFONSO

Área de Especialidade: AVALIAÇÃO EM

EDUCAÇÃO

O desenvolvimento da

educação científica em sala de aula e a

sua avaliação, baseados num processo

de ação e reflexão, de pesquisa e

experimentação sistemática, são dois

vetores que aparecem claramente

enfatizados no Programa de Física e

Química A, os quais visam contribuir

para a melhoria das aprendizagens.

Neste contexto, delineou-se o presente

estudo com os seguintes objetivos:

identificar o entendimento que os

professores de Física e Química A têm

acerca do currículo e a forma como o

implementam; conhecer as suas

conceções e práticas avaliativas e a

relação que existe entre estas e as

atividades de aprendizagem; e perceber

de que modo os instrumentos de

avaliação externa, exames e testes

intermédios, estão a ser utilizados

como indicadores de desempenho e

autorregulação das aprendizagens.

Na busca de conhecimento de

configurações contextuais em tempos

de mudança, que potenciam ou inibem

a atuação do professor na avaliação das

aprendizagens, inscreveu-se este

estudo nas práticas do professor,

perspectivadas do seu ponto de vista,

integrando pensamento e ação. Trata-se

de um estudo de natureza

interpretativa, concretizado através da

realização de estudos de caso de dois

professores. A combinação da

entrevista com a observação de aulas

permitiu ver e ouvir o professor, e a

análise documental confirmou a sua

ação. A análise e interpretação dos

dados obtidos permitem-nos afirmar

que os dois professores têm um

conhecimento profundo do programa

instituído, refletido quer nas

planificações que elaboram, quer nas

suas respetivas operacionalizações.

Ambos manifestam empenho em

cumprir o programa e as tarefas que

selecionam e implementam vão, no

geral, ao encontro das sugeridas nas

atuais tendências nacionais e

internacionais para o ensino das

ciências. A interpretação dos

professores, relativamente à avaliação,

parece ir ao encontro do paradigma

atual e sugerido pelo Ministério da

Educação e Ciência. Apesar de a

reconhecerem como uma tarefa

didática de gestão, registam-se

dificuldades na sua operacionalização,

relacionadas com a atitude passiva dos

alunos, o excessivo número de alunos

em sala de aula ou a extensão dos

programas, impelindo os professores

para uma avaliação tradicional, baseada

essencialmente nos testes e relatórios

dos trabalhos. Apesar de estarem

constantemente a questionar, observar

e comparar situações/exemplos,

demonstrando um esforço no sentido

de ajudar o aluno a fazer previsões e a

justificar a tomada de decisões, a

avaliação das competências processuais

tem pouco impacto na classificação

final, sendo referenciada como fator de

erro na avaliação do alunos e

conduzindo a desvios entre a

classificação interna e a externa. A

avaliação externa parece ter

importância na construção do processo

Page 24: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

19

de ensino. Estando implícita a sua

influência nas práticas de ensino e de

avaliação em sala de aula, pode

assumir-se formativa na medida em

que está a ser utilizada para orientar

professores e alunos, desempenhando

um papel fundamental na

autorregulação das aprendizagens.

Currículo, ensino das ciencias, prática avaliava das aprendizagens, avaliação externa.

Page 25: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

20

Didática da Matemática

CÍLIA CARDOSO R. DA SILVA

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

A palavra flexibilidade

associada ao cálculo mental é usada

com vários significados – pode estar

relacionada com os números

envolvidos, com as características

individuais ou com variáveis de

contexto (a variável mais referida é o

meio sociocultural) – e envolve o uso de

estratégias que pressupõem o

conhecimento dos números e das

operações aritméticas (Threlfall, 2009).

O desenvolvimento da flexibilidade no

cálculo mental não está em ensinar

estratégias flexíveis, mas considera as

condições que devem ser

proporcionadas, na sala de aula, para o

seu crescimento em contexto real

de cálculo. A flexibilidade do

cálculo mental relaciona-se a

pensar com os números para

construir uma teia de relações que

envolve números e operações.

Desta forma os objetivos para esta

investigação são: i) compreender o

modo como alunos dos anos iniciais,

em atividade matemática, evoluem a

flexibilidade do cálculo mental no

desenvolvimento do sentido de número

a partir da resolução de tarefas que

envolvem as operações de

multiplicação e divisão e ii) identificar

as características das tarefas que

contribuam para que os alunos

desenvolvam a flexibilidade do cálculo

mental nas operações de multiplicação

e divisão.

Para o primeiro objetivo apresento as

questões: Quais estratégias de cálculo

mental os alunos, em atividade

matemática, utilizam para resolver

tarefas de multiplicação e divisão?

Como evolui a flexibilidade do cálculo

mental dos alunos, em atividade

matemática, a partir da resolução de

tarefas que envolvem as operações de

multiplicação e divisão? E para o

segundo: Quais características podem-

se identificar nas tarefas que

proporcionam o desenvolvimento da

flexibilidade do cálculo mental.

O estudo será baseado na perspectiva

de educação matemática em que se

aprende e ensina com compreensão e

significado a partir da resolução de

problemas. A investigação será a partir

de uma experiência de ensino numa

escola pública de Brasília, Distrito

Federal, no Brasil. Para construir e

desenhar a trajetória de aprendizagem

utilizarei os pressupostos teóricos

baseados no cujo

caminho metodológico se dá pelo fato

de apresentar características que

permitam compreender e melhorar a

realidade educativa através da

consideração de contextos naturais em

toda sua complexidade e do

desenvolvimento e análise de um

desenho instrucional específico.

Neste percurso pretendo desenvolver

uma teoria acerca do processo de

aprendizagem da multiplicação e

divisão a fim de perceber em que

medida a flexibilidade do cálculo

mental, que suporta esse processo,

evolui.

Page 26: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

21

O cenário será numa sala de aula, em

que os estudantes serão os

protagonistas junto com a professora e

investigadora. Os dados serão

recolhidos a partir de julho quando

retorno à Brasília para selecionar a

escola, o ano de escolaridade e a

professora a partir dos critérios:

número de alunos em sala, tempo de

serviço da professora e participação em

formação continuada.

Flexibilidade do

cálculo mental, sentido de número,

multiplicação e divisão.

MARISA QUARESMA

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

O estudo de aula é um

processo de desenvolvimento

profissional de professores de cunho

colaborativo e centrado na prática

letiva. Nesta atividade formativa, os

professores trabalham em conjunto

identificando dificuldades dos alunos,

documentando-se sobre alternativas

curriculares e preparando o que

esperam vir a ser uma aula bem-

sucedida. Observam, depois, essa aula e

analisam em que medida atinge os

objetivos pretendidos e as dificuldades

que se manifestam. Trata-se, portanto,

de um processo muito próximo de uma

pequena investigação sobre a própria

prática profissional. Um estudo de aula

pode proporcionar oportunidades para

os professores refletirem sobre as

possibilidades de uma abordagem

exploratória no ensino da Matemática.

Nesta abordagem, os alunos são

chamados a desempenhar um papel

ativo na interpretação das questões

propostas, na representação da

informação dada e na conceção e

concretização de estratégias de

resolução que devem depois saber

apresentar e justificar.

A investigação que pretendo

desenvolver tem como objetivo saber,

em que medida um estudo de aula

focado na preparação da aula

observada; na análise de tarefas e

resoluções de alunos; nos processos de

raciocínio; no diagnóstico dos

conhecimentos dos alunos e que

valoriza a comunicação/discussão

coletiva (tanto na sala de aula como nas

sessões de trabalho do estudo de aula)

e o trabalho colaborativo e reflexivo, é

promotor de desenvolvimento

profissional, nomeadamente no campo

do conhecimento didático, no que

respeita à seleção de tarefas, uso de

diversas representações, processos de

raciocínio dos alunos e comunicação

em sala de aula. Deste modo, o quadro

teórico apresenta o estudo de aula com

as suas características gerais e

particulares. As suas potencialidades

enquanto processo de desenvolvimento

profissional dos professores. Discute

também o que se entende por

desenvolvimento profissional,

particularmente no que respeita ao

conhecimento didático do professor de

Matemática. Dentro do conhecimento

didático discute-se a abordagem

exploratória no ensino da Matemática

com enfoque na natureza das tarefas,

nos processos de raciocínio dos alunos

e na comunicação na sala de aula.

A metodologia de investigação é

qualitativa, com dados recolhidos

através de um diário de bordo,

gravação áudio e vídeo das sessões,

reflexões escritas dos participantes e

entrevistas. Os participantes do estudo

piloto são 5 professoras do 2.º ciclo

que participaram num estudo de aula

Os resultados preliminares mostram

que os professores desenvolveram a

sua capacidade de analisar dificuldades

dos alunos e começaram a valorizar

aspetos interessantes do trabalho

Page 27: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

22

destes. Os professores mostraram

também começar a compreender como

se pode analisar e promover o

raciocínio dos alunos, nomeadamente

durante as discussões coletivas. Estes

resultados sugerem que este processo

de desenvolvimento profissional pode

promover a aprendizagem dos

professores em vários campos, em

especial sobre os processos de

pensamento dos seus alunos.

Desenvolvimento

profissional, formação de professores,

estudo de aula, números racionais

RENATA CARVALHO

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

Este estudo pretende

valorizar o desenvolvimento do cálculo

mental com números racionais no 2.º

ciclo do ensino básico. O seu objetivo é

criar uma experiência de ensino para o

6.º ano centrada em tarefas de cálculo

mental (exercícios e problemas) com

números racionais e as quatro

operações e discussão coletiva na sala

de aula, que permita compreender as

estratégias, erros e dificuldades dos

alunos de modo a promover a

desenvolvimento desta capacidade.

O quadro concetual centra-se no uso

de: (i) factos numéricos, regras

memorizadas e relações numéricas e (ii)

modelos mentais como suporte ao uso

destes factos, regras e relações no

desenvolvimento do cálculo mental. As

tarefas foram construídas segundo

diversos princípios relativos ao

contexto, representações dos números

racionais e números de referência,

estratégias e erros dos alunos e nível

cognitivo das tarefas. A comunicação

na sala de aula, nomeadamente as

discussões coletivas, desempenham um

papel essencial neste processo.

No âmbito do cálculo mental com

números racionais a investigação realça

a importância de perceber a relação

entre várias representações de um

número racional e considera que os

alunos podem usar estratégias

instrumentais (aplicando factos e

regras) ou conceptuais (usando

estratégias que envolvem conhecimento

sobre números e operações). Realça

ainda que a aprendizagem dos números

racionais deve contemplar diversos

contextos, representações e números

de referência antes dos alunos

desenvolverem estratégias formais e de

manipularem os números

simbolicamente. Esta abordagem

permite desenvolver nos alunos o

sentido de número contribuindo para

minimizar os seus erros. É com base

nestes resultados e num estudo

preliminar realizado em 2010, que foi

planeada a experiência de ensino.

Este é um estudo qualitativo e

interpretativo com design research

como abordagem metodológica. A

recolha de dados foi realizada em 2012

e 2013, com recurso a observação

direta e gravações áudio e vídeo de

episódios de aula, gravações áudio das

reuniões de preparação e reflexão sobre

a realização da experiência de ensino,

recolha documental, notas de campo e

entrevistas. A análise de dados é

realizada tendo em conta diversas

categorias para estratégias (factos

numéricos, regras memorizadas,

relações numéricas e modelos mentais)

e erros (processuais ou concetuais).

Uma análise preliminar dos dados

permite perceber que existe uma

relação entre as estratégias de cálculo

mental dos alunos e a representação do

número racional, embora estas

estratégias evoluam ao longo da

experiência de ensino. Na

representação facionária os alunos

recorrem essencialmente a factos

Page 28: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

23

numéricos e a regras memorizadas, na

representação decimal a relações

numéricas, incluindo a conversão entre

representações e as propriedades das

operações e, na representação em

percentagem, a relações numéricas,

apoiando-se no uso de factos

numéricos. Os erros dos alunos têm

subjacentes aspetos conceptuais de

compreensão dos números e das

operações ou a aplicação inadequada

de regras e pequenos lapsos de cálculo.

Cálculo mental,

números racionais, estratégias dos

alunos, erros dos alunos.

CRISTINA MORAIS

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

O ensino e aprendizagem dos

números racionais envolvem várias

dificuldades resultantes da

complexidade que os caracteriza como

as suas diferentes representações, os

vários significados, a natureza das

grandezas envolvidas, o

reconhecimento da unidade, e a

densidade deste conjunto numérico.

O presente estudo tem por objetivo

conhecer de que modo os alunos do 3.º

ano, desenvolvem a compreensão de

número racional e que de que modo o

conhecimento dos números racionais

na representação decimal contribui

para essa compreensão.

Compreender como ocorre este

desenvolvimento, significa

compreender como é que os alunos

desenvolvem as suas ideias

matemáticas partindo de um contexto

para o mundo simbólico e como é que

estas se tornam progressivamente mais

complexas. Neste processo, designado

por matematização, os modelos

assumem grande importância. Para que

esta evolução ocorra, é necessário

promover um ambiente de

aprendizagem que valorize a partilha e

discussão de ideias matemáticas e onde

os alunos têm um papel ativo na

aprendizagem.

No 1.º ciclo, as dificuldades na

aprendizagem dos números racionais

são notórias, pois os alunos

confrontam-se com um domínio

numérico com características diferentes

do conjunto dos números naturais que

ainda procuram dominar. Assim, é

natural que transponham para este

novo domínio os seus conhecimentos

dos números naturais, bem como o

conhecimento construído por si

próprios, resultante das experiências

dentro e fora da sala de aula, designado

por conhecimento informal.

Apesar de os números racionais serem

abordados nos primeiros anos,

nomeadamente na sua representação

em fração, é no 3.º ano que são

aprofundados e é abordada a sua

representação decimal. A sua

compreensão levanta grandes

dificuldades aos alunos, por vezes

entendidas pelos professores como

inevitáveis.

Como preparação deste estudo, realizei

um estudo diagnóstico com os

objetivos de: a) identificar que

conhecimentos de números racionais,

em diferentes representações,

revelavam os alunos (quando

frequentavam o 2.º ano); e b)

compreender quais os conhecimentos

dos alunos relativamente ao sistema de

numeração decimal, envolvendo

números naturais (realizado no 3.º ano,

no ano letivo de 2013/2014).

O estudo mais amplo segue uma

metodologia de design research, na

modalidade de experiência de ensino.

Os participantes são os 24 alunos de

uma turma de 3.º ano, tendo sido

selecionados quatro alunos para a

realização de um estudo mais

aprofundado, e a professora titular.

Page 29: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

24

A experiência de ensino será

constituída por dois ciclos de tarefas, o

primeiro focado na passagem dos

números naturais para os números

racionais, especificamente na sua

representação decimal (já realizado), e

o segundo com ênfase na relação entre

a representação decimal e outras (a ser

realizado no início do 4.º ano). As

gravações vídeo e áudio das aulas, os

registos realizados pelos alunos e as

minhas notas de campo são as

principais fontes de dados.

Números naturais,

números racionais, representações.

NADIA FERREIRA

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

O conhecimento matemático e

didático a desenvolver pelos futuros

professores, de modo a realizar um

ensino de qualidade para todos, é um

campo de muitas dúvidas e

controvérsias. O ensino e aprendizagem

dos números racionais é um tema

matemático que levanta dificuldades na

aprendizagem dos seus conceitos

fundamentais e desafia os professores

a constituírem uma prática de cariz

exploratório promovendo uma

aprendizagem significativa e de

natureza conceptual. Assim, esta

investigação pretende compreender o

conhecimento que futuros professores

de 2.º ciclo mobilizam e desenvolvem

quando ensinam os números racionais

no âmbito da sua prática

supervisionada.

O conhecimento matemático e didático

do professor estão relacionados.

Quando parte para a prática letiva,

gerindo a aprendizagem, interage com

os alunos, ouvindo e questionando,

procurando explorar as tarefas

anteriormente selecionadas, apoiando

os alunos na construção de ideias

matemáticas. Durante a prática,

enquanto age, vai “observando” e

refletindo. Depois da prática avalia as

aprendizagens dos alunos e a forma

como geriu o processo de ensino-

aprendizagem, refletindo e

reestruturando criticamente o trabalho

realizado acrescentando explicações ao

seu reportório. Assim, num quadro

onde se considera a prática letiva como

um contexto onde se pode desenvolver

o conhecimento para ensinar

Matemática, o professor pode criar uma

nova compreensão dos propósitos de

ensino, do conteúdo, dos alunos, e do

ensino e aprendizagem.

Na investigação são estudados três

casos de futuros professores de duas

escolas superiores de educação. No

cenário da formação inicial

consideramos os diversos

intervenientes e os contextos e

experiências proporcionadas. Para a

recolha de dados utilizo entrevistas,

observação de três aulas (que

posteriormente são alvo de reflexão) e

analiso documentos produzidos pelos

futuros professores. Os dados são

analisados através de análise de

conteúdo depois de definidas as

categorias que emergiram da literatura

e dos dados recolhidos. Antes de se

iniciar a recolha de dados do estudo,

decorreu um estudo piloto tendo em

vista testar os instrumentos de recolha

de dados. Os dados a apresentar são do

estudo piloto. Maria teve 9 anos de

aprendizagem de Matemática. Reflete

com facilidade, sem receio de explicitar

as suas dificuldades que pretende

ultrapassar lendo sobre o ensino e

aprendizagem dos números racionais.

Refere que as experiências vividas na

formação inicial contribuíram para o

seu conhecimento da Matemática e da

sua didática. Acredita num ensino-

aprendizagem por compreensão. Os

resultados evidenciam que a futura

professora mobilizou conhecimento do

conteúdo (nem sempre de natureza

Page 30: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

25

concetual) e conhecimento didático,

nomeadamente sobre os alunos

(dificuldades e estratégias possíveis na

resolução de tarefas), as tarefas a

propor e as questões a colocar.

Também, reconhece que melhorou a

gestão da dinâmica pretendida nas

aulas, em função do visionamento dos

vídeos das suas aulas e pelo apoio

prestado pelos seus docentes.

formação inicial;

conhecimento; prática; Números

racionais

LUCIANO JOSÉ DOURADO VEIA

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

Este estudo tem como

objetivo analisar as práticas

profissionais de professores

relativamente ao ensino da organização

e tratamento de dados no 1.º ciclo.

A investigação desenvolve-se num

contexto de trabalho de natureza

colaborativa envolvendo três

professores que lecionam o 3.º e 4.º

anos. As questões definidas para a

realização da investigação integram

aspetos relacionados com a seleção,

preparação e condução de tarefas assim

como a reflexão sobre as práticas e o

contributo do trabalho de natureza

colaborativa na seleção, preparação,

condução e reflexão sobre as práticas.

O enquadramento teórico integra duas

grandes componentes. A primeira,

, analisa o modo como evoluiu

esta área de conhecimento. Como

alternativa às abordagens tradicionais

do ensino da estatística que valorizam

essencialmente os procedimentos

ligados ao cálculo e os aspetos técnicos,

aponta-se hoje para um ensino da

estatística «orientado para os dados»,

seguindo o ciclo investigativo a partir

de situações do quotidiano dos alunos.

A segunda componente engloba

aspetos que vão desde o conhecimento

profissional às práticas do professor.

Discutem-se várias perspetivas de

conhecimento profissional, aborda-se a

importância da reflexão e da

colaboração nas práticas dos

professores e confere-se particular

atenção à seleção, preparação e

condução de tarefas.

O estudo segue uma metodologia de

investigação qualitativa de natureza

interpretativa que se concretiza através

da realização de três estudos de caso. A

recolha de dados recorre a entrevistas

semiestruturadas, observação de aulas

e sessões de trabalho, a registos e notas

de campo e recolha documental.

Os dados são analisados a partir de

categorias previamente estabelecidas,

de acordo com o enquadramento

teórico e o objetivo e questões de

investigação. Uma primeira análise do

caso de Ana Maria aponta para a

exploração de tarefas de acordo com as

fases do ciclo investigativo estatístico

em situações do quotidiano dos alunos.

Na seleção de tarefas a professora

valoriza a adequação às vivências dos

alunos, a diversidade e o grau de

complexidade com que foram

apresentadas. Nas práticas de

preparação das tarefas refere o

trabalho desenvolvido no seio do grupo

colaborativo salientando a antecipação

de possíveis estratégias dos alunos

como importante recurso para prever

possíveis dificuldades. Na condução

das tarefas é visível a sua intenção em

«dar voz» aos alunos para tomadas de

decisão sobre os procedimentos a

seguir, revelando particular atenção

com a participação nos vários

momentos de discussão. Nas suas

reflexões, identifica os principais

momentos de cada aula e valoriza as

decisões tomadas quando teve que

enfrentar situações inesperadas. A

Page 31: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

26

realização de tarefas, seguindo o ciclo

investigativo, é apontada como uma

evolução importante relativamente às

suas práticas anteriores destacando a

fase da recolha de dados como aspeto

mais significativo e inovador da sua

prática.

Práticas profissionais,

organização e tratamento de dados,

tarefas, comunicação.

RAQUEL SANTOS

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

A partir do momento em que

a Estatística foi incorporada no

currículo matemático dos primeiros

anos (ME, 2007), torna-se necessário

compreender de que forma podemos

ensinar futuros professores e

educadores acerca deste tópico, de

modo a que eles sejam capazes de

educar alunos a tornarem-se cidadãos

críticos sobre a informação que os

rodeia. Assim, este estudo procura

compreender o conhecimento e as

capacidades que os futuros professores

do 1.º e 2.º ciclos e educadores de

infância possuem sobre Estatística e a

sua didática no final da sua formação

inicial.

Esta investigação é baseada numa

perspetiva sobre o ensino da Estatística

e sobre o conhecimento didático de

futuros professores neste domínio, que

assume que o ensino da Estatística não

deve ser só visto como uma coleção de

ferramentas mas também como um

processo de pensar acerca do mundo

(Scheaffer, 2000). Esta perspetiva

assume que os procedimentos técnicos

são úteis como ponto de partida, mas é

necessário ir além da rotina de modo a

refletir sobre problemas que emergem

durante projetos e investigações

estatísticos.

Neste estudo sigo uma perspetiva de

ensino da Estatística através de

investigações estatísticas e do

desenvolvimento de conceitos em

contexto e de literacia estatística a

partir dessas investigações. Também

assumo que para ensinar um tópico é

fundamental que o professor, para

além de conhecer o conteúdo, também

precisa de saber como ensiná-lo

(conhecimento didático), o que inclui o

conhecimento dos alunos e dos

processos de aprendizagem (Ponte,

Oliveira, Cunha & Segurado, 1998;

Shulman, 1986).

Utilizo uma metodologia mista, usando

estudos de caso. Os principais

instrumentos de recolha de dados são

um relatório escrito de uma

investigação estatística de todos os

alunos quando estes estavam no 2.º

ano do seu curso de formação inicial,

um questionário do seu 3.º e último

ano do curso e entrevistas e observação

de aulas, gravadas em vídeo, de três

desses alunos quando estavam no seu

primeiro ano do mestrado que habilita

para a docência. A análise dos dados é

maioritariamente descritiva e

interpretativa tendo por base o

discurso e a prática dos futuros

professores.

A análise de dados de dois estudos de

caso, relativamente ao ensino e

aprendizagem de investigações

estatísticas, revela que estes

participantes demonstram uma

perspetiva vinculada à experiência que

tiveram na formação inicial. Para além

disso, possivelmente devido à sua

insegurança e inexperiência, estes

participantes, na condução de uma

investigação estatística em sala de aula,

dão ênfase à recolha de dados e

construção de representações como

técnicas obrigatórias, assumindo o

controlo do trabalho dos alunos em

Page 32: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

27

praticamente todas as fases da

investigação.

Formação inicial de

professores, estatística, didática da

estatística

ELVIRA SANTOS

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

Este estudo em curso tem por

objetivo compreender como, num

contexto de trabalho colaborativo, os

professores do 2.º ciclo desenvolvem

práticas avaliativas reguladoras e as

usam no aperfeiçoamento do processo

de ensino com as TIC.

Para a concretização deste objetivo,

definiram-se as seguintes questões:

• Como se caracteriza a planificação de

uma prática avaliativa reguladora? Em

particular, como professores de

Matemática do 2.º ciclo selecionam,

adaptam e/ou constroem tarefas com

as TIC e concebem estratégias

avaliativas?

• Como esses professores concretizam

essa prática avaliativa na sala de aula?

Em particular como recolhem

informação sobre a aprendizagem dos

alunos em aulas com as TIC?

• De que modo esses professores

procuram integrar essa prática na

regulação do seu processo de ensino?

Em particular, como interpretam,

refletem e usam a informação

recolhida ainda na sala de aula e na

planificação consequente?

Com a evolução do conceito de

avaliação formativa deixa-se de lado

uma abordagem comportamental, que

serve de suporte à pedagogia por

objetivos, para se adotar uma

abordagem construtivista onde o aluno

passa a ter um papel central e em que o

professor assume, sobretudo, a

responsabilidade de construir e propor

contextos favoráveis e adequados de

aprendizagem e de gerir e orientar o

aluno no desenvolvimento de tais

contextos. A avaliação reguladora passa

a englobar todas as atividades

realizadas pelos professores e/ou pelos

alunos, que fornecem informações a

serem usadas como para

modificar a atividade de ensino e de

aprendizagem em que estão envolvidos.

Assim, o objetivo é compreender o

funcionamento cognitivo do aluno

perante uma situação proposta para se

intervir de forma adequada com

enfoque tanto nos resultados como nos

processos, e desenvolver uma postura

reflexiva a partir dos dados recolhidos

de modo a que todos compreendam

não só o que estão a fazer mas também

como alterar em direção ao sucesso.

O interesse neste estudo pela utilização

da tecnologia vem do facto dela ser

vista, pela investigação, como uma

mais-valia para a avaliação, pois

possibilita que os professores analisem

os processos que os alunos utilizam

durante as suas investigações

matemáticas, bem como os resultados

obtidos, aumentando a quantidade de

informação disponível para que os

professores tomem decisões

respeitantes ao ensino.

O estudo é de natureza interpretativa,

qualitativo, e a modalidade é de estudo

de caso. Num contexto de trabalho

colaborativo entre a investigadora e

dois professores de Matemática a

lecionar o 5.º ano de escolaridade. Irão

ser selecionadas, adaptadas e/ou

construídas tarefas, cuja realização

compreende o uso de tecnologias, e

concebidas estratégias de avaliação.

Depois da sua concretização em sala de

aula, na planificação seguinte, procurar-

se-á integrar informação recolhida nas

aulas com tecnologia. A recolha de

dados irá recorrer à observação das

reuniões de trabalho colaborativo e de

aulas, entrevistas às professoras e

recolha documental.

Page 33: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

28

Ensino da Matemática,

práticas reguladoras, avaliação

reguladora, Tecnologias de Informação

e Comunicação (TIC).

CÁTIA SOFIA NUNES RODRIGUES

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

A aprendizagem da

Matemática com compreensão

pressupõe a participação ativa dos

alunos na construção do seu

conhecimento, através do trabalho com

tarefas matematicamente significativas

e da apresentação e discussão das suas

estratégias de resolução.

As discussões matemáticas contribuem

fortemente para a aprendizagem ao

colocarem em jogo interações sociais e

negociação de significados

matemáticos. Os alunos quando são

incentivados a partilhar as suas ideias,

a justificá-las e a argumentar sobre as

ideias dos seus colegas, constroem

novo conhecimento ou ampliam o

conhecimento matemático existente,

estabelecendo conexões entre as ideias

partilhadas e as suas ideias iniciais. No

trabalho com a Álgebra, as discussões

matemáticas contribuem para o

desenvolvimento da simbolização e da

generalização, através da negociação de

significados algébricos e de formas de

representação adequadas para as ideias

algébricas.

Na condução de uma discussão

coletiva, o professor é chamado a

desempenhar diversas ações que são

influenciadas e influenciam o seu

conhecimento didático. Este

conhecimento revela-se, também, na

forma como o professor prepara o

momento da discussão, como

acompanha o trabalho dos alunos,

como explora e relaciona as distintas

resoluções apresentadas pelos alunos e

como envolve os alunos no processo de

negociação de significados

matemáticos.

Este estudo procura, assim,

compreender como um grupo de

professores de Matemática do 3.º ciclo

do ensino básico, implicados num

trabalho colaborativo, mobiliza e

desenvolve o seu conhecimento relativo

à preparação, dinamização e reflexão

de discussões matemáticas no ensino

da Álgebra, tendo em vista o

desenvolvimento do pensamento

algébrico dos seus alunos.

A metodologia é qualitativa e

interpretativa, com estudos de caso de

três professores do 3.º ciclo do ensino

básico. O estudo decorre num contexto

de trabalho colaborativo porque este

propicia o estudo das práticas e

conhecimento do professor na

condução de discussões, com vista à

promoção da aprendizagem dos alunos,

favorecendo igualmente a reflexão

sobre essas práticas e conhecimentos.

Os dados são recolhidos através de

entrevista, de observação e gravação de

aulas e sessões de trabalho

colaborativo e de análise documental. A

análise de dados assenta na análise de

conteúdo.

Os resultados preliminares, de um caso,

mostram que o professor mobiliza

diversos aspetos do seu conhecimento

didático na preparação e condução de

discussões coletivas, em particular, da

prática letiva, e que é influenciado pelo

seu conhecimento da Matemática, do

currículo, dos seus alunos e de como

eles aprendem. Evidenciam, também,

que o professor privilegia as ações de

apoio e de ampliação na condução de

discussões coletivas.

Discussão Matemática,

práticas e conhecimento didático,

colaboração, Álgebra.

Page 34: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

29

ELSA INÁCIO DE OLIVEIRA

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

A formação inicial de

professores constitui uma base

fundamental para o desenvolvimento

do conhecimento para ensinar do

futuro professor (NCTM, 2000). No

domínio da Álgebra, o trabalho que

anteriormente se encontrava focado no

cálculo algébrico, assenta agora numa

perspetiva alargada que promove o

trabalho com a generalização, com

relações e com símbolos, preparando

os alunos para posterior formalização.

Os futuros professores deverão, por

isso, ter a oportunidade de conhecer os

aspetos fundamentais respeitantes ao

ensino desta temática, para que os

possam mobilizar na sua prática futura

com vista ao desenvolvimento do

pensamento algébrico dos seus alunos.

No entanto, o futuro da aprendizagem

não se centra apenas nos conteúdos,

mas principalmente nos contextos, ou

seja, na utilização de ambientes sociais

ricos em oportunidades de

participação, promovendo atividade

significativa imersa na cultura dos

participantes (Figueiredo & Afonso,

2005).As potencialidades do contexto

de ensino a distância estão

relacionadas com a flexibilidade do

tempo e do espaço, a acessibilidade, a

centralidade do estudante, a

interatividade e o ritmo personalizado

de aprendizagem (Paiva, 2004).

O meu interesse profissional por esta

modalidade de ensino e a preocupação

em reformular aspetos particulares da

minha prática, adaptando-a às novas

realidades e dificuldades com que me

deparo, e de refletir sobre o impacto de

uma experiência de ensino, que

concretizo, na aprendizagem dos

futuros professores, na temática da

Álgebra, conduziu à realização desta

investigação.

O seu objetivo é analisar como é que os

futuros educadores e professores do 1.º

e 2.º ciclos do ensino básico

desenvolvem o seu conhecimento

matemático em Álgebra e o

conhecimento didático adequado ao

ensino desta temática nos primeiros

anos, ao longo de uma experiência de

ensino, em regime de ensino a distância

(EaD), na modalidade b-Learning.

A metodologia de estudo é qualitativa e

interpretativa (Bogdan & Biklen, 1994),

integrando uma vertente de experiência

de ensino. Os participantes são os

alunos que frequentam a unidade

curricular Tópicos de Álgebra e

Funções, do 1.º ano, 2.º semestre do

curso de licenciatura em Educação

Básica, em regime EaD, de uma Escola

Superior de Educação da região centro,

no ano letivo 2013-14. A experiência de

ensino, que constitui o ponto de

referência central deste

estudo,contempla atividades , a

decorrer num ambiente virtual de

aprendizagem, seguindo uma

abordagem exploratória com base na

realização de tarefas que abordam os

tópicos programáticos previstos para a

UC e que visam fomentar a discussão

em torno do ensino e aprendizagem da

Álgebra nos primeiros anos de

escolaridade. É privilegiada a

comunicação assíncrona com recurso

ao fórum de discussão, havendo ainda

momentos síncronos para discussão e

reflexão em pequeno grupo. Inclui

também duas sessões presenciais, de

caráter obrigatório.

A recolha de dados inclui as resoluções

dos alunos das tarefas propostas, os

registos das sessões síncronas e

entrevistas a alguns alunos.

Álgebra, pensamento

algébrico, formação inicial, ensino à

distância.

Page 35: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

30

LINA BRUNHEIRA

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

O presente estudo tem por

objetivo investigar a forma como os

futuros professores que frequentam a

Licenciatura em Educação Básica

desenvolvem o seu raciocínio

geométrico, a visualização espacial e o

seu conhecimento didático, no contexto

de um currículo assente numa

abordagem exploratória.

O quadro conceptual assenta em dois

eixos fundamentais: o raciocínio

geométrico e a visualização e os

processos de aprendizagem na

formação inicial. Assim, identifico as

especificidades do raciocínio

geométrico através do seu objeto de

estudo – as figuras geométricas – e de

processos matemáticos que assumem

particular destaque neste tipo de

raciocínio – definição, classificação,

generalização e justificação. Sendo os

objetos geométricos inerentemente

visuais, encaro a visualização espacial

como uma componente fundamental do

raciocínio geométrico e analiso-a

enquanto capacidade de “criação,

interpretação, uso e reflexão sobre

desenhos, imagens, diagramas, na

nossa mente, no papel ou com

ferramentas tecnológicas”, (Arcavi,

2003, p. 217). Recorro ainda às

categorias de perceção de relações

espaciais e discriminação visual, para

estudar os futuros professores.

Relativamente à formação inicial,

assumo a existência de uma estreita

ligação entre o conhecimento

matemático e didático, procurando

interligar estas duas dimensões,

usando os mesmos métodos que se

preconiza que os futuros professores

utilizem nas suas práticas, valorizando

o ensino exploratório, e dando relevo a

uma componente reflexiva.

Trata-se de um estudo de natureza

qualitativa, seguindo a metodologia

na modalidade

de experiência de formação em que a

investigadora assume o papel de

professora. Já neste ano letivo realizei

um estudo piloto cujos dados já foram

parcialmente analisados. Os resultados

preliminares mostram que os futuros

professores iniciaram a unidade com

um conhecimento sobre as figuras

geométricas muito limitado e assente

em imagens protótipo que constituem

um obstáculo ao raciocínio e à

visualização. No entanto, registou-se

uma evolução muito positiva para a

qual foram determinantes as tarefas

que os envolveram na análise de

propriedades invariantes e na produção

de generalizações em ambientes de

geometria dinâmica que, pelas suas

características, promovem a análise de

figuras que não se fixam nos seus

protótipos, quer no que respeita à

posição no espaço, quer nas relações

entre os seus elementos. A atividade de

definir parece ser potenciadora da

construção do conhecimento sobre

figuras, a investigação sobre os seus

elementos e relações, implicando a

mobilização do raciocínio e da

capacidade de visualização. O processo

de justificar constitui um desafio para a

maioria dos alunos que é potenciado

pela necessidade de construir um

discurso com um encadeamento lógico

e com recurso a linguagem matemática.

Identificam-se, ainda fatores que

podem aumentar o grau de dificuldade

deste processo, nomeadamente a

natureza dos dados das tarefas e as

representações que lhe estão

associadas.

Raciocínio geométrico,

visualização, conhecimento didático,

formação inicial.

Page 36: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

31

MARIA SOLANGE DA SILVA

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

O estudo baseia-se em uma

análise aprofundada das concepções,

das expectativas e das ações

observáveis dos professores ao

participarem de um programa de

formação. O foco são os processos de

de

documentos de ensino de Matemática,

no quadro de um programa de

formação continuada. O objetivo é

compreender como os professores

envolvidos no programa adquirem e

como desenvolvem as habilidades

necessárias para a construção destes

documentos. Estabeleci as seguintes

questões: (i) Que aprendizagens o

professor desenvolve, a partir dos

recursos proporcionados pelo

programa de formação em ambiente de

trabalho de documentação coletiva,

para a elaboração de documentos de

ensino? (ii) Como se caracterizam as

“orquestrações instrumentais”

desenvolvidas pelo professor, no que se

refere às habilidades envolvidas, tendo

em vista a elaboração de um

documento de ensino? (iii) Como se

caracterizam as estratégias que o

professor utiliza no processo de

elaboração de um documento de

ensino?

A Teoria da Gênese Documental (TGD)

de Trouche é a base principal do

estudo. Esta teoria fornecerá elementos

que permita serem analisados os

“ ” para a

elaboração de um documento de ensino

e a forma como os professores

interpretam e usam os recursos

disponibilizados pelo programa. Em

TGD uma “ ” é

definida como a forma intencional e

sistemática do professor em organizar

e utilizar os vários artefactos

disponíveis em um ambiente de

aprendizagem (Trouche, 2008). Uma

pode ser

entendida como um processo que pode

levar o professor ao desenvolvimento

de um documento de ensino,

caracterizando uma

(Trouche, 2004). Para entender e

explicar o conceito de

no âmbito

de um programa de formação

continuada, a aprendizagem do

professor também será vista como um

processo que está relacionado: (i) ao

engajamento do professor no programa

de formação, (ii) às suas ações relativas

aos objetivos do programa, (iii) às

reflexões referentes às suas ações, e (iv)

à concepção do professor gerindo seu

próprio conhecimento.

O estudo é de natureza empírica, não

experimental e segue uma perspectiva

interpretativa, tendo como design um

estudo de caso, onde a coleta dos

dados e a análise dos dados serão

decorrentes de observações diretas com

registros em um diário, entrevistas

(informais e semiestruturadas) e vídeo

gravações. O ambiente natural do

estudo é um Programa de formação de

professores desenvolvido pelo

Ministério de Educação da Holanda,

onde será estabelecido um acordo com

três professores (voluntários) de

Matemática, com o propósito de: (i)

acompanhar o trabalho dos professores

fora das sessões de treinamento, (ii)

acompanhar o trabalho dos professores

durante as sessões de treinamento (iii)

acompanhar o trabalho dos professores

após as sessões de treinamento.

: Orquestração

instrumental, gênese documental,

documentos de ensino, formação de

professores de Matemática.

Page 37: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

32

HELENA GIL MONTEIRO GUERREIRO

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

Segundo a investigação, é

esperado que os alunos interajam na

construção da aprendizagem

matemática. É desejado que pensem em

conjunto e que coconstruam o

conhecimento. É proposto que o

professor promova o diálogo e a

negociação de significados. Numa

perspetiva do desenvolvimento do

sentido de número, as orientações

curriculares apontam os números

racionais, como um tópico crítico do

currículo. O alerta surge no sentido de

investir na compreensão dos conceitos,

contrariando a tendência de

sobrevalorizar o ensino de

procedimentos e de regras.

Diferentes correntes de investigação

determinam diferentes caminhos no

trabalho com os números racionais, nos

primeiros anos. Um desses caminhos

privilegiou a percentagem, atribuindo-

lhe o papel principal na fase inicial.

Resultou um desenho curricular

experimental, baseado em contextos

quotidianos e nos conhecimentos que

os alunos já possuíam. Os pressupostos

deste modelo curricular foram

inspiradores do trabalho que decidi

desenvolver com a turma em torno da

construção dos conceitos relativos aos

números racionais. É este trabalho que,

constitui o centro da investigação que

estou a desenvolver.

O estudo exploratório que realizei na

turma, pareceu revelar alguma intuição

relativa à percentagem. Esta surge, de

algum modo, associada às vivências

dos alunos, dentro e fora da escola. A

análise dos dados veio apontar no

sentido de partir dessas vivências, para

desencadear a construção da rede de

conhecimentos que se pretendia criar.

A parte empírica desta investigação

centrou-se no desenvolvimento de um

percurso conjunto, construído com a

turma, enquanto comunidade em

permanente interação. Este percurso,

desenvolvido ao longo do 3º e 4º anos

de escolaridade, apoiou-se numa

sequência progressiva de tarefas, que

definiu o seu caminho de

aprendizagem, através da construção

compartilhada das aprendizagens,

relativas aos números racionais. Foi

possível arrumar esse percurso em três

fases distintas: iniciou-se com a

exploração da percentagem; seguiu-se o

estudo da representação decimal, na

sua relação com a percentagem. E, por

fim, o trabalho em torno do estudo das

frações, em articulação com as

restantes representações.

Enquanto professora investigadora da

minha prática, pretendo descrever e

compreender, por um lado, o

desenvolvimento do sentido de número

racional dos alunos, segundo o modelo

curricular proposto e, por outro, a

evolução da aprendizagem deste

tópico, observando a utilização que

fazem das suas diferentes

representações simbólicas. Esta análise

dos acontecimentos, tendo por base as

interações e produções dos alunos, vai

permitir-me uma maior compreensão

da minha prática de sala,

nomeadamente da relação entre a

dimensão do conteúdo matemático e a

dimensão pedagógica da prática. Estes

procedimentos metodológicos

encontram entendimento na

modalidade de tendo

por base uma experiência de ensino

orientada por uma conjetura.

ensino, aprendizagem,

interação, números racionais, sentido

de número

Page 38: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

33

STEFAN SCHUMACHER

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

In the case of the presented

project, learning protocols are defined

as explications of a learning process

and its outcome by using multiple

external representations. Generating

learning protocols is often considered

to have positive effects on the learning

success in inquiry based learning-

environments.

Since students are not likely to generate

learning protocols spontaneously

prompts can be implemented in the

learning environment. In the presented

project prompts are defined as short

hints that ask the students to report

results or the way they got to the

results externally.

The aim of the presented project is to

get deeper inside of the positive effects

of prompting students to generate

learning protocols as well as new inside

of how prompts should be designed.

To investigate this topic a multi-

representational learning environment

on fractions got developed. The

learning environment combines various

static and dynamic representations as

well as enactive representations.

The theory of “representational

competence” builds the overall

theoretical background from a

cognition psychology point of view.

Representational competence can be

defined by two aspects that are one

side of the same coin. One aspect is the

ability to interpret given external

representations. The other aspect is the

ability to generate or construct external

representations.

With this theory the fraction-learning

from the multirepresentational learning

environment as well as the generation

of learning protocols can be described.

In a first intervention study with three

conditions in a pre, post, follow-up-test

design with 200 6th grade students, the

effects of different instruction levels of

prompts on the learning outcome as

well as the development of the ability

to generate learning protocols got

investigated. To measure the learning

success on fractions a questionnaire on

fractions was used. To measure the

ability to generate learning protocols a

new instrument, so called video-items,

got developed. The idea behind video-

items is to present a short video in

which a content related to fractions

gets explained. The task for the

students after seeing the video is to

represent the video-content externally

in form of a learning protocol. These

learning protocols got rated with a

coding scheme.

In the study two groups of students

learned using the designed learning

environment and a control-group got

taught the same content over the same

amount of time in school.

First results show no significant

differences between the both prompt

conditions and the control group. But

all groups show a significant increase

on the knowledge of fractions as well

as on the ability to generate learning

protocols between the pre and the post-

test. These results indicate that

students can learn successfully in an

inquiry based learning environment. To

proof that the positive effects on

learning success and the ability to

generate learning protocols is caused

by prompting students to generate

learning protocols a new study is

planned in which a group of students

with prompts on a medium

instructional level is compared to a

group of students with no prompts.

Fraction concepts,

representational competence, prompts,

learning protocols.

Page 39: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

34

RENATA VIVIANE RAFFA RODRIGUES

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

O projeto de pesquisa tem por

objetivo investigar como os alunos de

Prática e Laboratório de Ensino de

Matemática no Ensino Fundamental da

Universidade Federal da Grande

Dourados, no Brasil, desenvolvem

conhecimentos acerca do ensino da

matemática na perspectiva do ensino

exploratório, especialmente

relacionados com as características das

tarefas matemáticas e com a

comunicação, no contexto de

exploração de um caso multimídia.

O interesse por essa investigação no

campo de uma componente curricular

da formação inicial de professores de

Matemática a partir da exploração de

um caso multimídia decorre da

confluência de resultados de pesquisas

da área. O contato com teorias

desarticuladas da prática profissional

não tem garantido os conhecimentos

profissionais necessários aos futuros

professores de matemática (Oliveira &

Hannula, 2008; Ponte & Oliveira, 2002).

Diversas pesquisas têm salientado o

uso do vídeo como um recurso

potencialmente relevante para prática

ou aproximação com a prática no

desenvolvimento de conhecimentos

profissionais. Contudo, no Brasil, não

foram encontradas pesquisas com essa

intencionalidade para o uso do vídeo

no campo da Educação Matemática

(Rodrigues, Rodrigues, Cyrino &

Oliveira, 2014). Dessa forma,

conjecturamos que o recurso

multimídia construído no Brasil pelo

Grupo de Estudo e Pesquisa sobre

Formação de Professores que Ensinam

Matemática ao reunir vídeos de aulas

na perspectiva do ensino exploratório,

tarefas matemáticas, resoluções dos

alunos, vídeos de entrevistas às

professoras, textos de enquadramento

teórico pode contribuir para o

desenvolvimento de conhecimentos

acerca do ensino exploratório na aula

de matemática. Tal perspectiva exige

formas de ensino centradas no trabalho

autônomo do aluno em tarefas

cognitivamente exigentes (Smith &

Stein, 1998). Além disso, investigações

acerca do ensino exploratório indicam a

importância de práticas comunicativas

em sala de aula (Menezes et al., 2013)

ao desenvolvimento de interações

dialógicas à aprendizagem Matemática

por meio da dinamização de discussões

coletivas e sistematização das

aprendizagens. (Oliveira, Menezes &

Canavarro, 2013).

Esta é uma investigação qualitativa com

orientação interpretativa em que a

pesquisadora assume também o papel

de formadora. Para organização e

encaminhamento das ações de

formação seguimos a espiral que

combina quatro momentos do processo

de construção do conhecimento em

uma perspectiva sociocultural que

perpassam experiência pessoal;

informações; construção de

conhecimento e compreensão (Wells,

2002). Nesse contexto metodológico

pretendemos recolher os dados

referentes às respostas às questões do

caso multimídia, às interações

dialógicas dos sujeitos na discussão

coletiva, à reflexão individual escrita, à

planificação de uma aula de ensino

exploratório e à entrevista

semiestruturada a cada participante no

encerramento da formação.

Ensino exploratório,

caso multimídia, formação inicial de

professores de matemática,

Page 40: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

35

conhecimentos sobre ensino de

matemática.

SANDRA NOBRE

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

Esta investigação desenvolve-

se num quadro de experiência de

ensino com alunos do 9.º ano, no

estudo de tópicos algébricos (sistemas

de duas equações do 1.º grau a duas

incógnitas, proporcionalidade inversa e

equações do 2.º grau). O principal

objectivo deste estudo é analisar o

contributo da realização da experiência

de ensino no desenvolvimento do

pensamento algébrico dos alunos. Em

particular, pretendo analisar (i) a

evolução nas representações

matemáticas e (ii) a aprendizagem de

métodos formais.

O enquadramento teórico envolve o

estudo do desenvolvimento do

pensamento algébrico, em particular a

aprendizagem de métodos formais e as

representações matemáticas.

Na experiência de ensino, a resolução

de problemas é a atividade privilegiada

e alguns dos problemas são propostos

para resolver na folha de cálculo, uma

ferramenta que pode ajudar os alunos

na transição para a Álgebra. No início

do estudo de cada tópico foi realizada

uma ficha de diagnóstico. Em cada

tarefa foram criados momentos de

discussão e de síntese, procurando

promover a construção de uma ponte

entre o trabalho realizado na folha de

cálculo e o trabalho com lápis e papel,

recorrendo ao simbolismo algébrico.

A metodologia de investigação é

qualitativa, seguindo o paradigma

interpretativo. A investigação segue um

na modalidade de

experiência de ensino, com recurso a

estudos de caso. Neste trabalho assumo

o papel de professora e investigadora.

Os participantes são 22 alunos de uma

turma do 9.º ano; destes foram

selecionadas duas alunas, com

diferentes desempenhos, que se

constituem como casos.

A recolha e análise de dados tiveram

por base a observação participante.

Procedi à recolha das produções das

alunas, à captura dos ecrãs dos

computadores, à gravação áudio dos

diálogos e realizei entrevistas no final

do estudo de cada um dos tópicos. A

análise de dados envolve

essencialmente análise de conteúdo das

produções escritas das alunas, das

transcrições das gravações áudio de

episódios das aulas, da sequência de

na folha de cálculo e das

entrevistas realizadas.

Apresento alguns resultados relativos

aos dois casos, Ana e Carolina,

destacando semelhanças e contrastes

no que respeita à evolução das alunas

na utilização de representações

matemáticas e na aprendizagem dos

métodos formais. As tarefas propostas,

em particular a resolução de

problemas, incentivaram o

estabelecimento de conexões e a

conversão entre diferentes

representações, em particular para a

simbologia algébrica, sustentando o

desenvolvimento do pensamento

algébrico das alunas. Este aspeto foi

importante para a aprendizagem

formal, evitando a aplicação de

procedimentos sem compreensão. No

final da experiência de ensino, ambas

as alunas sabem utilizar os diferentes

métodos formais, no entanto Carolina

por vezes usa ainda a folha de cálculo

por ser uma ferramenta inspiradora e

que lhe permite libertar-se dos cálculos.

Page 41: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

36

Pensamento algébrico,

representações matemáticas, resolução

de problemas, folha de cálculo.

MIGUEL FIGUEIREDO

Área de Especialidade: DIDÁTICA DA

MATEMÁTICA

Esta comunicação apresenta

um projeto de investigação em

desenvolvimento no âmbito do

doutoramento em Educação, na

especialidade da Didática da

Matemática, com os elementos

principais do seu quadro teórico, a

metodologia e os resultados

preliminares de um estudo piloto já

efectuado. O objetivo do estudo

consiste na identificação das

componentes que formam os estilos de

aprendizagem da Matemática numa

amostra de estudantes portugueses do

10.º ano e a sua relação com o

desempenho escolar nesta disciplina.

As componentes a considerar na

composição de cada estilo de

aprendizagem são definidas por quatro

variáveis: estratégias de

processamento, estratégias de

regulação da aprendizagem,

orientações motivacionais e crenças

sobre a aprendizagem, de acordo com o

modelo de regulação dos processos de

aprendizagem proposto por Vermunt e

Van Rijswijk (1988). Estas variáveis, de

acordo com o modelo, combinam entre

si de forma a definirem quatro tipos de

estilos de aprendizagem: orientação da

aprendizagem para o significado, para

a reprodução, para a aplicação e não

orientado. O estudo, de natureza

quantitativa, incidirá sobre uma

amostra de alunos do 10.º ano, aos

quais será submetido um questionário

fechado, baseado no ILS (Inventory of

Learning Styles) de Vermunt (1998),

mas adaptado pelo investigador para

ser respondido por alunos do ensino

secundário, no contexto específico da

aprendizagem da Matemática. Os dados

serão tratados através de análise

correlacional, nomeadamente análise

fatorial. Os resultados preliminares no

estudo piloto realizado revelaram uma

boa fiabilidade do questionário e

apontam para a confirmação dos estilos

de aprendizagem definidos por

Vermunt e para a pertinência da sua

caracterização em função das quatro

componentes do modelo de regulação

dos processos de aprendizagem,

conforme referido. O estilo de

aprendizagem orientado para o

significado, com uma forte associação

ao gosto pela Matemática, é o que surge

melhor definido em termos das quatro

componentes do modelo de regulação

da aprendizagem e o que mais

transparece da variabilidade dos dados

obtidos no estudo piloto. Dos referidos

resultados ressalta ainda um papel

central da autoestima dos alunos na

aprendizagem da Matemática. Quanto à

distribuição dos estilos de

aprendizagem pela amostra, da análise

de efetuada, resulta que 20%

da amostra se tende a enquadrar no

estilo não-orientado. Os restantes 80%

dividem-se equitativamente pelos

estilos orientado para o significado e

orientado para a reprodução.

Estilos de

aprendizagem, Matemática, 10.º ano.

Page 42: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

37

Didática das Ciências

CARLA MATOSO

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

O professor é um profissional

que mobiliza conhecimentos múltiplos

ao fazer juízos de valor sobre o que e

como ensina, a quem ensina e com que

finalidades, condições e recursos. Dos

vários domínios que integram o

conhecimento profissional do

professor, destaca-se o conhecimento

pedagógico de conteúdo como o

conhecimento que o professor possui

acerca de como ensinar um

determinado tópico da sua disciplina,

de forma a ser apreendido pelos seus

alunos. Este tipo de conhecimento

depende do conteúdo e do contexto em

que é ensinado e do modo como o

professor reflete sobre a sua

experiência. Na verdade, a reflexão, em

conjunção com o ato de ensinar e a

colaboração, contribuem para

transformar o conhecimento do

professor e desenvolver o seu

conhecimento pedagógico de conteúdo.

No Mestrado em Ensino da Física e da

Química do Instituto de Educação da

Universidade de Lisboa, incentiva-se

uma aprendizagem colaborativa, entre

os futuros professores, presente nos

ciclos de planeamento, lecionação de

aula e reflexão pós-aula. Para isso, é

necessário que recolham evidências

sobre as aprendizagens e as

dificuldades dos seus alunos, tornando

a sua reflexão fundamentada, de modo

a construir conhecimento a partir da

sua prática. Assim, este estudo

pretende dar resposta ao problema:

como é que a reflexão sobre a prática, o

trabalho colaborativo e a investigação

sobre a prática contribuem para o

desenvolvimento do conhecimento

pedagógico de conteúdo de cinco

futuros professores?

Trata-se de uma investigação

qualitativa, com orientação

interpretativa. Participam cinco futuros

professores de Física e Química.

Utilizam-se vários instrumentos de

recolha de dados: gravação, em registo

vídeo, das sessões de preparação e de

reflexão pós-aulas; notas de campo da

investigadora; documentos escritos; e

entrevistas semiestruturadas a cada um

dos professores participantes.

Os resultados obtidos evidenciam que a

reflexão sobre a prática e o trabalho

colaborativo contribuem para o

desenvolvimento do conhecimento

pedagógico de conteúdo dos futuros

professores, nomeadamente no que se

refere ao planeamento das aulas e ao

conhecimento das dificuldades dos

alunos.

Conhecimento

pedagógico de conteúdo, formação

inicial de professores, colaboração,

reflexão sobre a prática.

Page 43: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

38

CARLA MANUELA DE PACÍFICO DIAS

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

No atual contexto científico,

tecnológico e social, marcado por

controvérsias sócio-científicas e sócio-

ambientais, uma educação em ciências

que se restrinja à transmissão de

conhecimento científico substantivo

revela-se insuficiente para a

capacitação dos alunos como cidadãos

ativos.

A metodologia de ensino-aprendizagem

“Inquiry-Based Science Education”

(IBSE) pretende envolver os alunos em

atividades de natureza investigativa

sobre problemas socialmente

relevantes de forma a desenvolverem

competências de identificação de

problemas, de planeamento e

realização de investigações, de recolha

e análise de dados e de resolução de

problemas. Estas competências,

associadas ao conhecimento da

natureza do empreendimento científico

e das suas interações com a tecnologia,

a sociedade e o ambiente, são decisivas

à construção de uma literacia científica

indispensável ao exercício de uma

cidadania crítica. Cabe ao professor

conceber situações de aprendizagem

que envolvam os alunos em atividades

investigativas que capacitem os alunos

como construtores críticos de

conhecimento e como parceiros

responsáveis em processos de

investigação e inovação.

Com o presente estudo pretende-se

construir conhecimento sobre como

conceber e realizar estratégias

educativas de natureza investigativa (de

tipo IBSE) sobre investigação e inovação

responsáveis em áreas científicas de

ponta (atuais e controversas),

adequadas ao programa de Ciências

Naturais do 3.º CEB e que integrem

aplicações da Web 2.0. Propõem-se as

seguintes questões de investigação: 1)

Que competências do Currículo

Nacional do Ensino Básico das ciências

podem ser atingidas com a

implementação da abordagem IBSE?; 2)

Como se poderá conjugar a reflexão

sobre a investigação e inovação

responsáveis com a abordagem IBSE?;

3) Que aplicações da Web 2.0 poderão

auxiliar na concretização das diferentes

fases desta abordagem?; 4) Que

possibilidades e dificuldades

experimentam alunos e professores

durante a realização destas

estratégias?; 5) Qual o impacte destas

estratégias no desenvolvimento de

conhecimentos e competências

necessários ao exercício de uma

cidadania ativa, fundamentada e crítica

no âmbito da investigação e inovação

responsáveis em áreas científicas de

ponta?

De forma a operacionalizar este estudo,

opta-se pela metodologia “Design-Based

Research” (DBR), por se tratar de uma

abordagem: (1) intervencionista,

procurando atuar num contexto real;

(2) iterativa, integrando ciclos de

análise, desenvolvimento, avaliação e

reformulação/melhoramento; (3)

inclusiva, permitindo o envolvimento e

a contribuição ativa na investigação dos

alunos e de especialistas das áreas

educativa e científica em várias fases da

sua implementação; (4) orientada para

os processos; (5) orientada para a

utilidade, desenvolvimento de

estratégias adequadas a contextos

reais; e (6) orientada para e pela teoria,

conceção de protótipos cuja aplicação e

avaliação sucessiva também contribui

para a (re) construção de teoria.

Educação em ciências,

IBSE, investigação e inovação

responsáveis, Web 2.0.

Page 44: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

39

ANA MARGARIDA VICÊNCIO

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

O aparente

entre os currículos escolares, os

resultados escolares obtidos em

disciplinas de ciências e tecnologia; e os

resultados alcançados em estudos

acerca da cultura científica das

populações bem como a consolidação

de um paradigma de Educação que

coloca a Aprendizagem ao Longo da

Vida no seu cerne, tem feito emergir a

pertinência de abordagens de Educação

em Ciência que não se restrinjam à

Escola. De facto, o início do nosso

século tem sido marcado pelo crescente

interesse no aprofundamento do

conhecimento acerca dos espaços e

dinâmicas de Educação não-formal em

Ciência. Contemporaneamente, na

Museologia Internacional, vem

emergindo a ideia de que os Museus se

devem assumir como instituições

educativas de referência. Estudos

levados a cabo em museus, centros de

ciência, jardins botânicos, aquários,

planetários mostram que as visitas a

estes locais se podem assumir como

experiências de envolvimento e

participação na Ciência, mesmo que

esta não seja apresentada, nesses

locais, de uma forma linear e didática.

O projeto que temos vindo a

desenvolver tem por objetivos

caraterizar a

proporcionada por ambientes não-

formais de Educação em Ciência na

cidade de Lisboa (espaços, temáticas,

perspetivas educativas e atores

envolvidos nos processos e dinâmicas);

e identificar os seus e os

aspetos a transformar por forma a

ampliar o seu potencial educativo. De

facto, procuramos compreender de que

forma a Educação não-formal pode

contribuir não só para a aprendizagem

de conteúdos científicos mas,

sobretudo, para a compreensão da

natureza e funcionamento da Ciência

numa perspetiva de Aprendizagem ao

Longo da Vida.

A natureza das questões e objetivos de

investigação convidam-nos a privilegiar

um olhar compreensivo para perscrutar

a realidade, em condições de podermos

obter informações diversificadas mas

fiáveis, pertinentes e credíveis,

emergindo pertinência duma

abordagem metodológica de caráter

hermenêutico/dialético. A escolha da

melhor metodologia requer,

igualmente, a escolha de técnicas e

instrumentos de recolha de dados que

se mostrem adequados a reunir os

dados necessários e pertinentes para a

compreensão e interpretação da

complexidade do contexto em que a

investigação se desenvolve. Assim, os

métodos devem ser coerentes e

complementar-se. A opção pela

realização de um Estudo de Caso

Múltiplo e a advinda seleção de entre

quatro a cinco contextos de Educação

Não Formal em Ciência na Cidade de

Lisboa tem-se mostrado

verdadeiramente desafiante. É, pois,

sobre este percurso que pretendemos

desenvolver a nossa apresentação.

Aprendizagem ao

Longo da Vida, Educação Não Formal

em Ciência, Estudo de Caso Múltiplo.

VANESSA DE ANDRADE

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

Page 45: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

40

Atualmente é reconhecida a

importância de uma educação em

ciência que promova possibilidades

para que aconteça o diálogo sustentado

entre a sala de aula, a escola, a ciência,

a tecnologia e a sociedade civil. Neste

sentido, tem vindo a ser salientada a

exploração de questões sociocientíficas

controversas (QSC) com o objetivo de

melhor preparar os alunos para a

participação ativa e fundamentada na

sociedade. As QSC diferem de outros

assuntos da ciência pelo facto de serem

abertas e por constituírem problemas

discutíveis, sujeitos a múltiplas

perspetivas e soluções. O envolvimento

na exploração destas problemáticas

requer que os alunos adquiram um

conhecimento científico; capacidade de

raciocinar sobre as ligações entre

evidências, inferências e conclusões de

modo a serem capazes de explicar e

avaliar os resultados da ciência; e

competências para usar o

conhecimento científico na avaliação de

alternativas, argumentando as opções

tomadas. O desenvolvimento de tais

competências possibilita que os alunos

compreendam os fenómenos naturais

numa perspetiva de análise crítica e de

valores em relação ao mundo que os

rodeia, promove o interesse dos alunos

e o sentido de capacidade para ação. No

entanto, é também evidenciado que os

alunos perspetivam os conceitos da

ciência como difíceis e que

predominantemente recorrem às ideias

do senso comum para explicarem os

fenómenos naturais e elaborarem

argumentos.

As representações visuais têm vindo a

tomar relevância, nomeadamente pelo

seu potencial em promover a

compreensão de conceitos científicos.

Neste sentido, com este estudo

pretende-se conhecer o impacte das

representações visuais no

desenvolvimento de conhecimento

científico e competências de

argumentação que permitam capacitar

os alunos para uma ação

fundamentada, tendo em vista a

resolução de questões sociocientíficas

controversas. O estudo desenvolve-se

no âmbito do projeto europeu

IRRESISTEBLE-ALL que visa o

envolvimento de professores e alunos,

do ensino básico e secundário, na

promoção da investigação e inovação

responsáveis.

Participam neste estudo várias turmas

do 8.º ano. A sequência de tarefas a

realizar nestas turmas é perspetivada

em três eixos: (i) o envolvimento dos

alunos em QSC; (ii) o recurso a

representações visuais (i.e. animações,

simulações, gráficos, desenhos, etc.)

para promover a compreensão dos

conceitos científicos relevantes e a sua

utilização nos processos

argumentativos que permitam a

exploração de problemas; e (iii) por fim

a construção de uma exposição

interativa, sobre as problemáticas

investigadas e o envolvimento dos

alunos em ações coletivas.

Neste trabalho opta-se por uma

metodologia de investigação mista.

Usam-se vários instrumentos de recolha

de dados como: a) pré e pós teste; b)

entrevistas em grupo focado, c)

documentos escritos pelos alunos; e d)

observação naturalista em sala de aula.

Representações

visuais, questões sociocientíficas,

conceitos científicos, argumentação e

ação coletiva.

LETÍCIA CARVALHO

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

Page 46: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

41

Na atual conjuntura de

mudanças tecnológicas, de globalização

da economia e da reestruturação social,

estudos voltados para a formação

docente têm crescido e recebido

destaque como um dos eixos centrais

no campo educacional.

Considerando-se a importância da

iniciação à prática para os futuros

professores se implicarem na cultura

profissional, assumimos que esse

processo necessita ser ancorado pela

reflexão e pela colaboração. Essas são

características basilares do

desenvolvimento profissional que

possibilitam o diálogo reflexivo, o

trabalho conjunto, a discussão de

ideias e a reestruturação do

pensamento. Contudo, as investigações

indicam que as experiências em sala de

aula na formação inicial não alteram o

modelo de ensino transmissivo.

Estudos evidenciam que essa forma de

atuação docente ocorre devido à

ausência da reflexão, a partir de um

trabalho colaborativo, sobre essas

práticas. Tais dimensões do

desenvolvimento profissional têm sido

inviabilizadas por uma cultura

profissional dos professores,

fortemente marcada pelo isolamento.

Essa problemática suscita-nos o

problema de investigação: Como os

contextos formativos centrados na

escola contribuem para o

desenvolvimento profissional de

futuros professores? Esse problema

será desenvolvido a partir da resposta

às questões: i) Que características dos

contextos formativos centrados na

escola contribuem para o

desenvolvimento profissional de

professores em formação inicial? ii)

Quais as potencialidades que os

professores atribuem aos contextos

formativos para a sua prática

profissional? iii) Que dificuldades

sentem os professores quando estão

envolvidos em contextos formativos

centrados na escola?

Na procura de respostas às questões de

investigação, direciona-se a análise para

dois contextos formativos centrados na

escola. Um deles é o Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à

Docência (PIBID) e o outro é o Mestrado

em Ensino de Física e Química, mais

especificamente as unidades

curriculares Iniciação à Prática

Profissional III e IV. Ambos os

contextos formativos procuram

promover a colaboração, a reflexão

centrada na prática e um trabalho de

cariz investigativo.

Os participantes são 22 alunos do

curso de Física e dezanove alunos do

curso de Química da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, todos

integrantes do PIBID no ano de 2013 e

cinco alunos do Mestrado em Ensino de

Física e Química que frequentam as

unidades curriculares IPP III e IV, na

Universidade de Lisboa. A metodologia

usada tem as suas raízes na

investigação qualitativa com orientação

interpretativa. Para a recolha de dados,

optamos pelos seguintes instrumentos:

observação, questionário entrevista

semiestruturada em grupo focado e

documentos escritos. Os dados serão

analisados de forma indutiva,

recorrendo ao método do

questionamento e comparação

constantes.

Desenvolvimento

profissional, formação inicial, iniciação

à prática profissional, ensino de

Ciências.

LUÍSA MARIA GERALDES LOURENÇO

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

Page 47: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

42

Numa época em que a

sociedade procura incessantemente

novos conhecimentos são exigidas

mudanças na educação ao nível do

trabalho dos professores, o que leva a

reconhecer a necessidade de se

promover o seu desenvolvimento

profissional, permitindo-lhes

acompanhar a mudança, rever e

renovar os seus conhecimentos e

conceções. Desta forma, o grande

desafio que se coloca aos professores é

o desenvolvimento da capacidade de se

organizarem e de enfrentarem os

problemas que vão surgindo, no

contexto de uma escola, catalisadores

do desenvolvimento profissional dos

professores e de um processo de

ensino-aprendizagem com qualidade. O

trabalho colaborativo desenvolvido de

forma reflexiva, segundo o ritmo,

necessidades e interesses dos

professores no contexto natural do

trabalho da escola permite a aquisição

de novas aprendizagens e a resolução

de problemas com que os professores

se confrontam todos os dias. A

concretização desta perspetiva implica

que os professores introduzam

inovações na sua prática, como a

investigação sobre a sua própria

prática, o trabalho colaborativo, a

reflexão centrada na prática e a

formação centrada na escola. Neste

quadro, pretende-se criar um grupo

colaborativo, dentro da própria escola,

com um projeto de intervenção que

assente nos eixos atrás referidos. Neste

grupo pretende-se que, os professores

que lecionam a disciplina de Ciências

Físico Químicas, numa escola da área

da Grande Lisboa, construam e

realizem tarefas de investigação, para o

7.º ano, e que promovam a reflexão

sobre as mudanças introduzidas na

sala de aula e sobre a qualidade do

processo de ensino-aprendizagem dos

seus alunos. Neste sentido, este estudo

pretende conhecer qual é o contributo

do trabalho desenvolvido pelos

professores de Física e Química neste

grupo colaborativo para o seu

desenvolvimento profissional e para a

qualidade do processo de ensino-

aprendizagem dos seus alunos. A

investigação deste estudo insere-se no

paradigma qualitativo de cunho

interpretativo, assumindo o design de

investigação-ação que constitui uma

forma de questionamento colaborativo,

critico e autocritico da parte dos

professores relativamente a um

problema ou a uma questão relevante

da sua própria prática. Como

instrumentos de recolha de dados

recorreu-se a notas de campo, registos

vídeos das sessões de trabalho em

grupo e entrevistas semiestruturadas

realizadas aos professores de Física e

Química em estudo. Os resultados

mostram que os professores

consideram que o trabalho colaborativo

assente no ensino por investigação, na

investigação sobre a própria prática e

na reflexão centrada na prática

promoveu a realização de

aprendizagens relacionadas com a

aplicabilidade da teoria à prática, a

reflexão sobre os processos de

raciocínio utilizados pelos alunos ao

realizarem tarefas de investigação e o

aprofundamento do conhecimento

didático da Química, contribuindo para

o seu desenvolvimento profissional e

para a qualidade do processo de

ensino-aprendizagem.

Desenvolvimento

profissional, trabalho colaborativo,

reflexão centrada na prática e

investigação sobre a própria prática.

JOSÉ FANICA

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

Page 48: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

43

A utilização das redes sociais

(RS) no ensino secundário (ES) permite

tirar partido das suas múltiplas

potencialidades enquanto espaço de

interação e de partilha, ir ao encontro

dos interesses dos alunos e construir

conhecimento. A análise das

potencialidades das RS para a melhoria

de processos de intervenção social e

ativismo nas aulas de ciências do ES,

bem como a sua utilização nos

processos de educação e formação

constitui o objeto do presente estudo.

Esta investigação pretende construir

conhecimento sobre o recurso às redes

sociais na realização de iniciativas de

ativismo coletivo tendo em vista a

resolução democrática de problemas

socais de base científica e tecnológica.

As controvérsias sociocientíficas (CSC)

e sócio-ambientais (CSA) que afetam a

nossa sociedade exigem uma cidadania

informada e capacitada para agir sobre

essas questões. A ação comunitária

fundamentada é considerada uma das

principais dimensões da literacia

científica e uma forma de capacitar os

alunos como críticos e produtores de

conhecimento.

O estudo envolve 3 aspetos distintos: a

discussão de QSC (a promoção de uma

aprendizagem ativa baseada na

investigação de situações reais); a

estimulação da participação dos alunos

em ações coletivas de resolução

democrática de problemas; a

estimulação dos 2 aspectos anteriores

através de iniciativas envolvendo as

redes sociais. O objetivo principal deste

estudo é a construção de conhecimento

sobre: as potencialidades e as

limitações da realização de iniciativas

de ativismo fundamentado sobre CSC e

CSA, de caráter interdisciplinar, através

das redes sociais; e como apoiar

professores e alunos na realização

deste tipo de iniciativas.

Dadas as características e os objetivos

do estudo, optou-se por uma

metodologia de investigação-acção que

pretende, entre outros aspectos:

estimular a vontade de agir, inovar e

mudar; resolver problemas em

contextos escolares.

Um desafio deste estudo será a

promoção de processos de intervenção

social e ativismo no âmbito das

atividades de diferentes disciplinas do

ES e de diferentes escolas. Assim, a

equipa desta investigação integra

participantes unidos pelo interesse

comum em QSC e QSA e partilhando

uma concepção de escola como espaço

de transformação da sociedade. Todos

eles serão participantes ativos do

estudo e pretende-se que consigam:

incrementar nos alunos a capacidade

de agir de modo a resolver problemas

sociais e ambientais que afetam a

sociedade; partilhar entre si as suas

experiências, metodologias e materiais

implementados; promover a

aprendizagem com base em ações

fundamentadas de forma a combater as

ações baseadas exclusivamente no

conhecimento de senso comum.

Esta investigação, de caráter misto, irá

envolver cerca de 300 alunos do ES.

Como procedimentos qualitativos de

recolha de dados serão efectuadas

entrevistas semiestruturadas e

analisados os materiais produzidos

pelos participantes. Os dados

quantitativos serão recolhidos através

da análise estatística de respostas dos

alunos a pré e pós-testes e da análise

das interações nas redes sociais através

da utilização de software específico.

Controvérsias

sociocientíficas; ação sociopolítica;

cidadania; educação em Ciências.

Page 49: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

44

SUSANA DIOGO MEIRINHO

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

A educação em ciências tem

sido reconhecida internacionalmente

como promotora de aprendizagens

essenciais para o sucesso educacional,

e também numa preparação enquanto

cidadãos e participação cívica ao longo

da vida.

Esta é uma visão que permite uma

imagem de criança possuidora e

construtora de conhecimento, capaz de

desenvolver práticas científicas e

consequentemente construir

significados acerca do que vai

observando e pensando. Acreditar

nestas capacidades e conhecimentos

permite criar oportunidades para

desenvolver pensamento crítico e

habilidades de comunicação desses

saberes. No entanto, esses

conhecimentos surgem de forma pouco

clara nas orientações curriculares para

a educação pré-escolar (ME/DEB, 1997).

Deste modo irei complementar com as

normas propostas pelo documento

Next Generation Science Standards-

NGSS (2013), visto ajudarem a clarificar

o documento normativo português.

Assim, fará sentido reconhecer o

jardim-de-infância como um contexto

com propósito educacional e com

elevado potencial no desenvolvimento

do pensamento e conhecimento em

ciência.

Neste resumo de intenções proponho

como objetivo de investigação escutar

as crianças de cinco e seis anos, em

contexto de jardim-de-infância, no que

respeita a ideias da ciência, valorizando

a linguagem como forma de expressar

esses saberes, bem como compreender

a progressão dessas ideias científicas,

as relações com outros assuntos e a

relação com contextos pessoais, locais,

nacionais e até globais. Este trabalho

sustentar-se-á nas ideias fundamentais

disciplinares propostas pelo NGSS

(2013) para a faixa etária do pré-escolar

nos três tópicos definidos: ciências da

vida; ciências da terra e do espaço e

ciência física; numa perspetiva de

desenvolvimento sequencial e

articulado de conceitos e habilidades.

Para isso, serão criadas situações de

aprendizagem em ciências, de modo a

levantar questões, e desta forma

estimular as aprendizagens de ciências,

e fazer emergir e progredir os saberes.

Com este trabalho pretende-se

responder à seguinte questão geral de

investigação: Que saberes de ciências

revelam as crianças de cinco e seis anos

no seu discurso, quando envolvidas em

atividades de ciências Físicas e

Naturais? Nesta questão considera-se,

também, uma perspetiva de progressão

desses saberes. Na escuta destas ideias

centrais da ciência, o foco será na

explicação científica que as crianças

fazem, sendo uma das competências

essenciais para a literacia científica.

Assim como subquestões: 1) Que

explicações científicas fazem as

crianças? 2) Que saberes acerca de

ciências Físicas e Naturais as crianças

revelam no seu discurso? 3) Que

progressão dessas ideias disciplinares

são evidenciadas no discurso das

crianças?

De modo ao tentar responder a estas

questões proponho um estudo de cariz

qualitativo/descritivo. Os instrumentos

de recolha de dados são a observação

com notas de campo e registo áudio;

entrevistas às crianças; produções

variadas das crianças (desenhos e

outros), bem como a construção de

documentos de avaliação (progressão

dos saberes).

Educação em ciências,

jardim-de-infância, discurso,

progressão de aprendizagem.

Page 50: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

45

ÂNGELA MARIA CLEMENTE PARRO

VALÉRIO

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

Este projeto pretende estudar

as potencialidades da integração de

ferramentas da Web 2.0 no apoio à

realização e divulgação de

investigações (segundo uma abordagem

“IBSE – Inquiry-based science

education”) centradas em possíveis

soluções para problemas sociais de

base científica e tecnológica.

Integra três fases: uma primeira, de

conceção de atividades “IBSE” centradas

em problemas sociais de base científica

e tecnológica adequados ao programa

de CFQ do 9.º ano e que os alunos

considerem interessantes e socialmente

relevantes; uma segunda, de

identificação das ferramentas Web 2.0

mais adequadas ao apoio às diferentes

fases deste tipo de abordagem; uma

terceira, de investigação das mais-valias

resultantes da integração destas

ferramentas nas atividades.

A utilização de ferramentas da Web 2.0

tem tido importância crescente no

processo de ensino e aprendizagem,

permitindo ao aluno um papel não

passivo no uso de competências, com o

objetivo de produzir conhecimento

próprio e passível de ser partilhado

com os outros. A aprendizagem através

de atividades de investigação ou

“Inquiry” também envolve uma

abordagem centrada no aluno,

pretendendo que o mesmo se envolva

nas investigações de questões ou

problemáticas do mundo real. Logo, o

enriquecimento da abordagem “IBSE”

com ferramentas Web 2.0 constitui uma

associação lógica que merece

investigação.

Os objetivos deste estudo são

investigar: a) as ferramentas da Web 2.0

mais adequadas ao apoio a cada uma

das fases das investigações “IBSE”; b) as

mais-valias educativas resultantes da

integração destas ferramentas na

realização e divulgação das

investigações.

A investigação terá uma abordagem

construtivista, utilizando uma

metodologia de investigação qualitativa

com orientação interpretativa, onde o

investigador investiga a própria prática

através da aplicação de experiências de

aprendizagem em contexto de sala de

aula.

Está prevista a participação, na

investigação, de quatro turmas do 9.º

ano do 3.º ciclo do ensino básico. Está

prevista a utilização de diferentes

técnicas de recolha de dados:

observação naturalista de aulas,

aplicação de questionários, análise de

documentos e entrevista em grupo

focal.

, ,

ferramentas Web 2.0, ensino da

química, ensino da física,

literacia científica.

RICARDO PIRES

Área de Especialidade: DIDÁTICA DAS

CIÊNCIAS

O sucesso escolar é algo que

preocupa toda a comunidade educativa

e o seu estudo é, e sempre foi, parte

essencial da investigação em educação.

Na realidade existem diversos modelos

Page 51: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

46

educativos/pedagógicos ditos “não

tradicionais” que tentam de algum

modo ultrapassar as dificuldades

relativas ao insucesso escolar. Neste

contexto apresenta-se aqui um modelo

educativo que pretende ser inovador na

perspetiva dos seus proponentes,

olhando-se em especial a aplicação

deste modelo ao nível das Ciências

Naturais. Trata-se de um modelo

diferente do ponto de vista

organizacional que assenta no aumento

da autonomia dos alunos através do

cumprimento de guiões nas diferentes

disciplinas.

A génese desta ideia parte de um caso

concreto de uma escola TEIP que, à

semelhança de tantas outras,

apresentou dificuldades crescentes ao

nível do seu sucesso educativo. Foi esta

autoanálise crítica e necessidade de

mudança que levou a repensar todo o

processo pedagógico existente e

potenciou o aparecimento de um novo

modelo, construído especificamente a

partir dessa mesma realidade.

A temática, a aprendizagem em

Ciências Naturais, pretende ser o mote

para levar a cabo o estudo profundo de

um modelo educativo e as suas

implicações no processo ensino

aprendizagem ao nível das ciências.

Neste contexto o presente estudo

apresenta como principal questão de

investigação: Quais as Implicações na

Aprendizagem das Ciências do Modelo

Inovador de Atividades Educativas?

Através desta questão principal de

investigação definiram-se outras

subquestões: (1) Que condições existem

nesta escola que permitem concretizar

o modelo em análise?; (2) Quais as

potencialidades e dificuldades

associadas à implementação do modelo

educativo?; e (3) Que impacto teve o

novo modelo educativo no rendimento

académico dos alunos em Ciências

Naturais?.

Para desenvolver este estudo a

metodologia de investigação insere-se

sobretudo numa abordagem qualitativa

e face ao problema formulado adequa-

se a adoção de uma estratégia de

estudo de caso.

Este estudo pretende representar um

passo no sentido da fundamentação

empírica, metodológica e conceptual

sobre o impacto que o novo modelo

educativo tem na aprendizagem das

ciências e consequentemente no

rendimento académico dos alunos.

Compreender deste modo o que está na

base desta relação entre o novo modelo

educativo e a aprendizagem das

ciências, os seus pontos fortes e fracos,

bem como a sua verdadeira

importância no processo ensino-

aprendizagem. Pretende-se desta forma

proporcionar um contributo global e

fundamentado no sentido de

consciencializar os professores e toda a

comunidade educativa da importância

no surgimento de novos modelos

educativos válidos como uma possível

resposta ao insucesso escolar.

Modelo educativo,

Ciências naturais, aprendizagem,

rendimento académico.

Page 52: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

47

Formação de Adultos

LAURA MARROCOS

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

ADULTOS

Pretendemos com esta

comunicação apresentar uma

investigação que está a ser

desenvolvida no âmbito do

doutoramento em educação, na

especialidade Formação de Adultos. A

nossa investigação centra-se em

identificar, analisar e compreender as

relações entre educação não formal

(entendida na senda da conceção de

educação permanente promovida pela

UNESCO) e de desenvolvimento local,

no âmbito de ações levadas a cabo por

organizações da sociedade civil

(nomeadamente associações de

desenvolvimento local sedeadas em

dois países – Portugal e Brasil). Por

entendermos que a educação assumida

como uma dimensão social deverá

facultar às pessoas os instrumentos

cognitivos e as capacidades necessárias

para que possam mudar a realidade e

melhorar as suas condições de vida,

torna-se cada vez mais indispensável

pensar e repensar em novas formas e

novos contextos de educação que não

estejam necessariamente confinadas à

escola tradicional.

A partir desta compreensão teórica,

pretendemos com este estudo, para

além do objetivo global referido

anteriormente, procurar identificar e

compreender a adesão e o

envolvimento dos adultos e as

mudanças intrínsecas (aqui assumidas

como ‘dinâmicas endógenas’)

observadas por estes atores educativos,

nomeadamente os adultos envolvidos,

bem como analisar como outros atores

educativos (diretor executivo,

psicólogo, técnico de intervenção, etc.)

e perceber como interpretam e os

significados que atribuem às práticas

de educação não escolar de adultos no

contexto do desenvolvimento local.

Tendo em vista desenvolver uma

investigação empírica realista e

concretizável, a metodologia será

exclusivamente de natureza qualitativa.

Por ser um estudo de caso, na sua

variante multicasos, e entre as técnicas

de recolhas de dados que este método

possibilita-nos utilizar, escolhemos a

análise documental: que será realizada

em documentos primários, onde

buscaremos informações que sirvam de

base para a caracterização das

associações, dando ênfase a sua

natureza jurídica, as suas

especificidades, diversidades e

multifuncionalidades; também

utilizaremos o inquérito por entrevistas

semiestruturadas, que serão realizadas

aos diversos atores envolvidos –

adultos e responsáveis – nas duas

associações.

Educação de adultos:

educação não formal; práticas

educativas; desenvolvimento local.

Page 53: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

48

CATARINA PAULOS

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

ADULTOS

A investigação visa analisar o

percurso e a atividade profissional de

educadores de adultos que intervêm no

processo de reconhecimento e

validação de adquiridos experienciais.

A última década, em Portugal, foi

caraterizada pela reconfiguração do

campo profissional da educação de

adultos, devido à alteração de funções

de profissionais de educação e à

emergência de novas atividades

profissionais. Na tentativa de

compreender a dinâmica subjacente a

este processo de reconfiguração do

campo profissional da educação de

adultos, a investigação centra-se em

torno de quatro eixos: o primeiro diz

respeito à análise dos percursos escolar

e profissional (Pais, 2005; Dominicé,

2006) de educadores de adultos que

intervêm no processo de

reconhecimento e validação de

adquiridos experienciais; o segundo é

referente à identificação da

especificidade da atividade destes

educadores, em termos de tarefas,

responsabilidades, saberes e

competências que mobilizam (Cavaco,

2007); o terceiro centra-se na formação

e nos saberes que possuem, no sentido

de compreender o modo como estes

educadores de adultos aprendem a

desempenhar a sua atividade

profissional, e como ocorre o seu

processo de formação (Pineau, 1991;

Josso, 1991); por último, o quarto eixo,

centra-se nas formas identitárias,

procura-se analisar as formas

identitárias construídas por estes

educadores de adultos (Dubar, 1994,

1997; Alves, 2009), a forma como vivem

o trabalho e concebem a vida

profissional no tempo biográfico

(Dubar, 2003).

A problemática em estudo enquadra-se

nos contributos teóricos dos campos da

educação e formação de adultos, da

sociologia da educação e da sociologia

das profissões.

A investigação pretende responder às

questões seguintes: Como se carateriza

o percurso escolar e profissional de

educadores de adultos que intervêm no

processo de reconhecimento e

validação de adquiridos experienciais?

Que funções desempenham neste

processo? Como aprenderam a

desempenhar as suas funções? Que

saberes mobilizaram no desempenho

da sua atividade profissional? Que

formas identitárias construíram ao

longo do desempenho da sua atividade

profissional?

Do ponto de vista epistemológico, a

investigação fundamenta-se numa

perspetiva compreensiva, que visa a

descrição, interpretação e análise crítica

(Gonçalves, 2010) do percurso e da

atividade profissional de educadores de

adultos responsáveis pelo processo de

reconhecimento de adquiridos

experienciais, optando-se, do ponto de

vista metodológico, pela abordagem

qualitativa. A técnica de recolha de

dados utilizada é a entrevista biográfica

(Pineau & Le Grand, 2002), uma vez que

este tipo de entrevista permite

“perceber a relação singular que o

indivíduo mantém com sua atividade

biográfica e com o mundo histórico e

social, e estudar as formas que ele dá à

sua experiência” (Delory-Momberger,

2012: 524). Os dados empíricos desta

investigação consistem em trinta e duas

entrevistas biográficas a Profissionais

de RVC. A análise de conteúdo temática

(Bardin, 1995; Vala, 2003) é a técnica

privilegiada no tratamento da

informação proveniente das

entrevistas.

Com a presente investigação espera-se

contribuir para o aprofundamento do

Page 54: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

49

conhecimento científico sobre os

educadores de adultos, especialmente

os que intervêm no processo de

reconhecimento e validação de

adquiridos experienciais Nesse sentido,

poderá ser um contributo para o apoio

de tomadas de decisão relacionadas

com estas práticas, nomeadamente no

que respeita à sua formação e

condições de trabalho.

Educadores de

adultos, formação, percurso

profissional, formas identitárias

ANA MARGARIDA DA SILVA DO

NASCIMENTO

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

ADULTOS

Este estudo pretende

identificar os modelos de

financiamento das instituições públicas

de ensino superior (IES) português e

analisar a estrutura das respectivas

fontes de financiamento, baseando-se

na teoria da partilha de custos

desenvolvida por Johnstone (2004).

Pretende também analisar a dicotomia

educação bem público – bem privado e

a tendência mundial crescente de

mercantilização do ensino superior.

Acompanhando uma tendência

mundial, descrita por autores como

Johnstone, Easterman e Pruvot e no

EURYDICE (2011), as questões do

financiamento do ensino superior

começaram a ser cruciais em Portugal a

partir de 1980, tendo o debate

emergido a partir dos estudos de

Cabrito (2002) e Cerdeira (2009). As

políticas de acesso ao ensino superior

assumidas conduziram ao aumento do

número de estudantes, provocando

uma pressão orçamental sobre o

Estado. Perante este aumento,

sucessivos governos procuraram

introduzir novas formas de

financiamento e, simultaneamente,

solicitaram, em crescendo, a

participação dos estudantes nesse

financiamento desde 1992, com a

introdução de propinas no ensino

superior público (Lei n.º 20 de 92, de

14/8, com alterações e nova legislação

posteriores) e que fundamenta a actual

a participação directa dos estudantes

no financiamento das instituições

públicas de ensino superior, ao

pagarem uma propina que ascende a

cerca de 1000 euros/ano. Até meados

da década de 1990, as IES eram

financiadas pelo Estado em cerca de

97%, numa situação de quase

exclusividade de fundos estatais.

Actualmente, o financiamento privado

corresponde a cerca de 38%, a maior

parte oriunda das propinas dos

estudantes. Comparativamente às

médias da União Europeia e da OCDE,

esta situação é reveladora do processo

de privatização do ensino superior em

Portugal: em cerca de 15 anos, a

participação pública no financiamento

das IES decresceu cerca de 7% na UE e

de 8% na OCDE e de 35% em Portugal.

Face a esta situação, as IES têm vindo a

desenvolver processos de captação de

receitas ligados ao que se costuma

designar de terceiro sector e que

Jonhstone (2002, 2004) intitula de

Fundraising e que abrange: mecenato,

investigação a pedido empresarial,

venda de produtos e aluguer de

espaços. Tendo estes factores em conta,

a investigação que agora se apresenta

partiu da seguinte questão de partida:

Qual o papel que a diversificação das

fontes de financiamento poderá

desempenhar no futuro do ensino

superior português? A partir desta

pergunta, traçaram-se os seguintes

Page 55: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

50

objectivos: a) identificar as políticas de

financiamento do ensino superior

público português nas últimas décadas;

b) Analisar o contributo de cada fonte

de financiamento no orçamento total

das instituições; c) analisar a

distribuição do financiamento pelas

actividades de formação e de ensino; d)

identificar as condições propostas

pelos patrocinadores às instituições e e)

analisar como gerem as instituições a

sua autonomia num quadro de

“abertura” ao financiamento externo.

A metodologia utilizada é o estudo de

caso múltiplo (Yin, 1994), onde cada IES

é um caso. Na pesquisa são utilizadas

diversas fontes nomeadamente

documentos das IES e entrevistas que

estão a ser realizadas a todos os

directores, reitores e presidentes das

IES da área de Lisboa, num total de 53

entrevistados e ainda a alguns

patrocinadores das IES públicas

portuguesas (6). Após análise de

conteúdo das entrevistas e análise

documental a informação recolhida

será objecto de triangulação. Nesta

comunicação serão apresentados

alguns resultados das entrevistas

realizadas.

Ensino superior,

financiamento, partilha de custos,

fundraising.

IRENE SANTOS

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

ADULTOS

A Associação Cultural Moinho

da Juventude foi criada pelos

moradores nos anos 80 enquanto

edificavam, em regime de

autoconstrução, o bairro da Cova da

Moura (Amadora). As pessoas

organizaram-se, então, para estabelecer

os arruamentos, obter o saneamento

básico, promover actividades para as

crianças e apoiar no acesso ao mercado

de trabalho. A Associação cresceu,

consolidou o seu trabalho e conta

atualmente com quase cem pessoas

remuneradas, uma multiplicidade de

trabalhos desenvolvidos, e o carácter

inovador de diversos. Várias pessoas

que frequentaram, enquanto crianças,

aquele espaço, hoje ocupam ali cargos

profissionais e associativos.

O trabalho centra-se no carácter

formativo do Moinho da Juventude

através de um estudo de caso,

naturalista e descritivo. Procurei

conhecer a formação que acontece no

contexto da sua actividade e as

articulações entre modalidades de

formação, bem como as dimensões

individuais e colectivas. A recolha

empírica recorreu a: inquérito,

observação e análise documental.

A pesquisa permite concluir que: – o

período longo de tempo de existência

da Associação, que atravessa já mais do

que uma geração, a realização em

grupos marcados pela diversidade dos

integrantes, e o lugar à iniciativa,

tornam o Moinho um espaço de

oportunidade e um dos principais

processos formativos pauta-se pela

disponibilização das pessoas (de si

mesmo) para novos/outros ‘poder-ser

no mundo’; – evidenciou-se a

introdução de lógicas de

funcionamento comunitário, mesmo

que frequentemente sujeitas a pressões

por parte de outras organizações. Nota-

se uma significativa relação da

Associação com entidades estatais, que

ocupam um lugar determinante no seu

desenvolvimento em termos de

enquadramento financeiro e

institucional, mas igualmente de

legitimação. No entanto, o seu caráter

inovador e de autonomia encontram-se

Page 56: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

51

na afirmação e na legitimação da lógica

comunitária (endógena) em todo o

trabalho que ali se efetua; – uma

gramática própria parece constituir-se

como matriz instituinte daquela que as

pessoas que fazem a Associação

nomearam como a ‘maneira de

trabalhar do Moinho’, que passa pelo

estabelecimento de uma relação: com o

tempo, com o outro, com o fazer, com a

linguagem e com o saber.

Formação, associação,

bairro, imigrantes.

ANA BRUNO

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

ADULTOS

O projecto de investigação no

domínio da educação de adultos

consiste numa pesquisa qualitativa de

cariz etnográfico. A investigação

pretende contribuir para a

compreensão das dinâmicas de

educação não formal e informal e

educação popular que se estabelecem

entre práticas, contextos e actores no

bairro da Mouraria em Lisboa.

A trajectória da pesquisa segue uma

linha de compreensão do fenómeno

global das dinâmicas de educação não

formal e informal de adultos, com

enfoque nos níveis meso (organizações)

e micro (práticas e actores). A partir da

análise destes processos educativos e

da observação das relações que se

estabelecem, conexões que se criam e

redes que surgem entre práticas,

actores e contextos do bairro, poderá

ser possível identificar práticas

resistentes, resilientes ou emergentes

de educação de adultos, associadas à

educação popular.

Os eixos conceptuais que suportam o

quadro teórico fundam as suas bases

no campo da educação de adultos, da

educação não formal e informal e da

educação popular. O interesse pelo

aprofundamento destas questões

coloca-se na centralidade do bairro

como território-palco das dinâmicas de

educação não formal e informal, onde

acontecem e se cruzam práticas,

actores ou contextos, mais, ou menos,

visíveis. Estas dinâmicas são

inseparáveis e interdependentes das

dinâmicas e tensões geradas entre o

local e o global no território.

A metodologia de natureza qualitativa é

fortemente marcada pela observação

participante e pelo recurso a

instrumentos como as notas de campo,

as entrevistas e as conversas informais.

No entanto, será igualmente

privilegiada a recolha e análise

documental em diversos formatos. A

análise de conteúdo será utilizada na

leitura e interpretação dos dados

recolhidos e do material produzido no

decurso da investigação empírica. A

perspectiva etnográfica reforça a

presença do investigador no terreno, na

medida em que procura um

entendimento e uma compreensão

construídos numa relação e dinâmicas

permanentes com o objecto de estudo.

Educação de adultos,

educação não formal e informal,

educação popular, território.

JESSIKA MATOS PAES DE BARROS

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

ADULTOS

O presente artigo trata de

apresentar o resultado de um estudo

Page 57: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

52

sobre o perfil socioprofissional dos

alunos diplomados em PROEJA-

Programa de Integração da Educação

Profissional Integrada à Educação

Básica, na modalidade de Educação de

Jovens e Adultos da rede estadual de

um colegio no estado e Mato Grosso

(Brasil). A escolha do Proeja decorre do

fato de que este programa tem dentre

seus objetivos a qualificação

profissional para inserção ao mercado

laboral de jovens adultos

trabalhadores, sob a bandeira de uma

proposta de ensino integrado,

humanizadora e emancipadora. Embora

se reconheça a existência de um avanço

enquanto políticas públicas destinadas

a esse público a partir do ano de 2003,

há que se destacar, partindo de um

pressuposto crítico às políticas

implementadas pelo governo federal,

que o Proeja, na prática, passou a

exercer uma função tensionadora entre:

realidade e a retórica. Para este estudo

optamos por realizar entrevista

biográfica sob enfoque

etnossociológico de Bertaux

(2005;2010), com 21 alunos dos 33

diplomados numa primeira turma em

Proeja técnico em administração.

Especificamente essa turma, de 2009 a

2011, obteve um total de 114 alunos

inscritos com 33 concluintes,

equivalente a 28%. Dentre os finalistas

63% mulheres e 37% homens. Com

relação ao estado civil, 80% declaram-se

casados e apresentaram uma média de

idade entre: 18 de 39 anos (30%); 40 a

50 anos (36 %), e entre de 50 a 60 anos

(33%).Dentre os entrevistados, obteve-

se as seguintes informações: quanto a

condição laboral, 76 % se declaram

como exercentes de alguma atividade

laboral antes da realização do Proeja,

que subiu para número de 80% após o

curso, sendo destes, apenas 20% na

área de formação do curso, 40% com

negócio próprio e 20% no mesmo

emprego. Com relação ao percurso

escolar, a maioria é oriunda da zona

rural (71%), e cujos pais eram

analfabetos (80%). Dentre a profissão

dos pais, 80% declararam que estes

eram e são ainda

lavradores/aposentados. Quanto ao

percurso escolar descontínuo a maioria,

(86%) alegam a ausência de escola na

zona rural, a distância da escola da

casa, o casamento ou/e gravidez

precoce e necessidade de trabalhar.

Dentre as motivações de retorno à

escola, a maioria, (87%) declaram por

ordem de prioridade, a busca da

mobilidade socioeconômica,

emprego/função melhor, ter diploma, e

ainda a busca de uma profissão

determinada. As maiores dificuldades

em estudar apontadas foram: conciliar

estudos, trabalho e família, ademais do

cansaço e horário do curso. A maioria

declarou que uma das principais

realizações foi aprender organizar os

próprios gastos financeiros e as novas

amizades. Dentre os diplomados, 30%

seguiram os estudos técnico superior

ou universitário, 18% realizaram

concurso público, e 40% abriram

negócio próprio. Os alunos indicaram a

necessidade de mais aulas técnicas,

informática e estágio.

Entrevista biográfica,

formação de adultos, percursos

socioprofisisonais.

Page 58: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

53

Formação de Professores

ELIZABETH OROFINO LÚCIO

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

FORMADORES DE PROFESSORES

Evidenciam-se atualmente, no

cenário brasileiro, investimentos

quanto à elaboração, implementação e

acompanhamento de políticas públicas

educacionais voltadas para formação de

professores. Destaca-se, igualmente, a

ênfase em propostas e experiências

focalizadas no processo de formação

inicial e continuada de professores do

ensino fundamental, especificamente

os professores ensino inicial de leitura

e escrita. Verifica-se que, no contexto

nacional, a docência no ensino superior

é ainda território a ser desvendado,

principalmente quanto aos aspectos

relacionados aos saberes dos

formadores de professores. Situando-se

entre estudos do campo da Educação e

da Filosofia Linguístico-Discursiva

Bakhtiniana, esta tese discute os

saberes docentes (Tardif, 2007) dos

formadores de professores de ensino

inicial da leitura e escrita. O estudo

toma como pilares as contribuições da

perspectiva Bakhtiniana da linguagem,

para dialogar com os discursos

advindos de um dos desdobramentos

da pesquisa mater: “As (im)possíveis

alfabetizações de alunos de classes

populares pela visão de docentes na

escola pública”. Os Encontros de

Professores de Estudos sobre

Letramento, Leitura e Escrita (EPELLE).

Busca-se compreender, a partir de uma

metodologia qualitativa, os processos

interdiscursivos dos pesquisadores-

formadores e professores

alfabetizadores de alunos de classes

populares das redes públicas que

participam da

(Lucio, 2014). Partindo da principal

questão: “quais os saberes dos

formadores de professores de leitura e

escrita?”, apresentam-se alguns

aspectos relacionados com as

características e papéis de formadores

de professores. E procura-se, por meio

dos objetivos específicos: (a) descrever

a constituição geral do grupo

participante do EPELLE; (b) analisar os

dois primeiros anos dos eventos de

formação; (c) retratar as perspectivas

linguístico-discursivas adotadas por

professores-formadores da

universidade e por professores de

leitura e escrita inicial de uma grande

metrópole brasileira; (d) investigar

estratégias didáticas de formação de

professores de ensino inicial de leitura

e escrita; (c) expor a concepção de

formação de professores e de

formadores presentes no EPELLE; (e)

identificar os modos de articulação

entre formação inicial e continuada de

professores do ensino inicial de leitura

e escrita. Com esse arcabouço teórico, a

autora problematiza, sob uma

perspectiva dialógica constitutiva dos

sujeitos, os saberes dos formadores na

rede discursiva: universidade brasileira

contemporânea e formação continuada

de professores, apontando os saberes

que emergem entre formadores

universitários e docentes de leitura e

escrita. As conclusões iniciais do

Page 59: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

54

estudo em andamento indicam

contribuições a serem consideradas por

políticas públicas educacionais, a saber:

a) a importância de uma base de

conhecimento sólida e flexível,

implicado e imprescindível para que o

formador desempenhe suas funções,

viabilizando situações e experiências

que levem o futuro professor a ensinar

de diferentes formas para diferentes

tipos de clientelas e contextos,

principalmente as classes populares; b)

a necessidade de construção de

estratégias de desenvolvimento

profissional que não sejam invasivas e

que permitam a objetivação de crenças,

valores, teorias pessoais; c) a

importância de construção do elo

universidade e escola pública,

envolvendo professores e formadores

universitários de forma a propiciar

processos de desenvolvimento

profissional mais apropriados à

profissão docente, considerando a

perspectiva da formação de adultos; e

d) a consideração da pesquisa-

formação, como eixo da formação do

formador.

SHEYLA MARIA FONTENELE MACEDO

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

O trabalho em questão é parte

das reflexões teórico-práticas da tese

em construção intitulada “A ética

profissional na formação do pedagogo:

retratos da experiência no curso de

Pedagogia da Universidade do Estado

do Rio Grande do Norte (UERN) –

Brasil”. O trabalho é de cunho

qualitativo, assente no paradigma

interpretativo. Tem como foco levantar

subsídios teóricos preliminares e

refletir sobre três aspectos relevantes

acerca da problemática que envolve a

formação ética profissional do

pedagogo no Brasil: a) o perfil do

pedagogo, cuja construção oscilou

temporalmente entre o bacharelado e a

docência, sendo nos dias atuais

constatada a abrangência da formação

nos espaços não escolares, sendo

construídas reflexões a partir das

leituras realizadas em Libâneo

(1999,2003,2010), Frison (2004) e parte

da legislação educacional brasileira.; b)

a formação ética profissional, com base

na revisão bibliográfica dos autores:

Caetano & Silva (2009), Estrela (2010),

Estrela & Caetano (2010), Severino

(2010), Paulo Freire (2002) e Reis

Monteiro (2005) ; c) a visão de alunos

(as) egressos do curso de Pedagogia, e

que se encontram vivenciando na

prática os dilemas éticos da profissão,

configurando-se este terceiro momento

da pesquisa de campo realizada com

alunos (as) da Universidade do Estado

do Rio Grande do Norte(UERN), por

meio da técnica do questionário e

análise de dados realizada a partir dos

conteúdos. A relevância da pesquisa

assenta na discussão de que a ética

profissional nos cursos de Pedagogia

no Brasil é ainda “mata epistemológica

virgem” a ser investigada. Na

apresentação buscar-se-á apresentar a

síntese dos conteúdos “encerrados” na

trama que envolve a questão da ética

profissional do pedagogo, assim como

revelar as principais concepções de

alunos (as) egressos sobre a temática

experimentada na prática.

Ética profissional,

formação inicial, pedagogo.

Page 60: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

55

PEDRO RIBEIRO MUCHARREIRA

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

O presente programa de

trabalho propõe-se estudar o papel que

as políticas de formação de uma

organização escolar desempenham na

(re)definição de um projeto educativo e

sua relevância no desenvolvimento

profissional e pessoal docente.

O estudo situa-se numa linha de

investigação atual, em que se procura

articular o papel da formação de

professores e do professor em si

mesmo na construção de identidades,

desenvolvimento profissional e

profissionalidade docentes, bem como

os eventuais impactos, dessa

articulação, nas aprendizagens dos

alunos.

Centrado num contexto particular de

uma instituição escolar privada,

procura-se compreender a importância

dada à formação contínua institucional,

ou seja, a formação que é realizada fora

dos programas oferecidos pelos

Centros de Formação das Associações

de Escola, e a importância dessa

formação contínua institucional nas

práticas dos professores, nos diferentes

ciclos e áreas científicas e, de forma

indireta, nas aprendizagens dos alunos.

Esta investigação justifica-se pela

observação de uma realidade ainda

pouco estudada, sobre a forma como

são diagnosticadas, implementadas e

avaliadas as ações de formação de

natureza institucional. E como as

políticas internas de formação

interagem com o projeto educativo,

com as estratégias de desenvolvimento

profissional dos docentes, com os

processos de trabalho implementados

no terreno e, enfim, com os resultados

escolares dos alunos.

Em termos metodológicos, parece-nos

fazer sentido basear o estudo na

representação dos diferentes atores

educativos, de uma determinada escola,

sobre a relação existente entre a

formação contínua e o desenvolvimento

profissional docente, investigando-se

eventuais mudanças nas suas práticas.

A investigação será, pois, qualitativa na

sua essência, na linha de um paradigma

interpretativo/fenomenológico,

perspetivando-se a aplicação de

entrevistas, a par da elaboração de

narrativas por diferentes informantes-

chave, entre eles, docentes, formadores,

diretores de topo e intermédios, bem

como a análise documental de todos os

elementos produzidos na escola e que

de alguma forma estejam relacionados

com o objeto de estudo.

Em termos de resultados, espera-se

caracterizar as estratégias de formação

desenvolvidas dentro daquilo que

designámos de formação de natureza

institucional, identificando como são

diagnosticadas, planificadas,

implementadas e avaliadas as ações de

formação, sendo nossa pretensão

procurar compreender se promovem

impactos na prática escolar.

Com o presente estudo esperamos

obter, também, resultados que

evidenciem as relações que podem

estabelecer-se entre a formação

contínua de natureza institucional e as

outras dimensões em estudo - o projeto

educativo e o desenvolvimento

profissional dos professores.

Esperamos obter ainda elementos que

nos permitam compreender em que

medida a organização escolar estudada

poderá enquadrar-se na lógica do que

costuma designar-se por organizações

escolares aprendentes.

Page 61: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

56

Formação contínua,

projeto educativo, desenvolvimento

profissional docente, organizações

escolares aprendentes.

FILOMENA ALVES RODRIGUES

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

Com este estudo pretende-se

compreender, através de uma análise

comparativa, a realizar em quatro

instituições de ensino superior

europeias, de quatro países diferentes,

de que forma, na área das ciências

físicas e naturais, os currículos de

formação inicial de professores (do

terceiro ciclo do ensino básico e do

ensino secundário), em geral, e a

prática de ensino supervisionada, em

particular, influenciam as conceções de

identidade profissional dos futuros

professores.

Foram definidos quatro objetivos gerais

de investigação: 1) Caracterizar os

currículos de formação inicial das

instituições em estudo; 2) Comparar os

currículos de formação inicial das

instituições em estudo; 3) Caracterizar

as relações que se estabelecem entre o

currículo dos programas de formação

inicial em estudo e as conceções de

identidade docente dos futuros

professores; 4) Caracterizar as

perceções dos futuros professores

relativamente às relações que

estabelecem com os seus supervisores,

valorizando a compreensão da

influência destas relações na

construção da primeira identidade

profissional dos (futuros) professores.

Currículo é um termo polissémico, no

entanto, no contexto deste trabalho

assume-se que decorre de um sistema

de interações, das quais resulta um

“plano de aprendizagem” (Taba, 1962,

citado por Gaspar & Roldão, 2007,

p.22), que pressupõe um equilíbrio

entre aprendizagem teórica e prática.

Entende-se ainda que a componente

curricular prática (prática de ensino) se

baseia num conceito de ,

englobando a ideia de “aprender na

prática e a partir da prática” (Darling-

Hammond et al, 2005, p. 401).

Assume-se também que a identidade

docente resulta de um processo de

construção dinâmico e permanente, que

implica a (re)interpretação dos valores

e das experiências pessoais que

ocorrem dentro e fora do contexto

escolar, partindo das crenças e dos

valores dos indivíduos (Flores & Day,

2006). Segundo Timoštšuk e Ugaste

(2010), as conceções de identidade dos

futuros professores são importantes

alicerces para o seu futuro desempenho

profissional.

Este estudo insere-se no paradigma

interpretativo (Shwandt, 1994, 2000) e

seguirá uma metodologia qualitativa de

estudo de caso múltiplo (Yin, 2003,

2011). Será privilegiada uma

abordagem narrativa (Clandinin &

Connelly, 2000; Riessman, 2008;

Creswell, 2013), baseada na recolha de

dados a partir de narrativas escritas e

orais (sob a forma de entrevistas

semiestruturadas), produzidas pelos

futuros professores (e pela própria

investigadora – Yin, 2011). Serão ainda

entrevistados os Coordenadores dos

programas de formação inicial e os

Supervisores da prática de ensino.

Também serão recolhidos dados a

partir da observação de aulas

lecionadas pelos futuros professores, e

através da análise de documentos

oficiais internos e de comunicação

externa das instituições, e outras fontes

primárias relevantes.

Para garantir o rigor e a cientificidade

do estudo, será explicitado todo o

processo de construção e planeamento

Page 62: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

57

da investigação (Tuckman, 1994/2000;

Yin, 2003, 2011) e todos os

procedimentos de investigação serão

descritos e documentados,

privilegiando-se a linguagem própria

dos participantes e o contexto em que

ocorreu a sua expressão (Yin, 2011). As

preocupações éticas estarão presentes

em todas as fases da investigação

(Preissle em Given, 2008, p. 274).

Este estudo encontra-se em fase de

construção e planeamento, pelo que

ainda não foi elaborada qualquer

recolha de dados.

Formação inicial de

professores, currículo, prática de

ensino, identidade docente.

CARINA SEQUEIRA GÓIS

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

Este trabalho tem como

principal objetivo estudar o papel que

as experiências críticas têm nas escolas

e no desenvolvimento profissional dos

professores. Para tal, irei proceder a

uma análise de projetos de inovação

pedagógica em escolas do 2.º e 3.º

ciclos do ensino básico.

Por vezes, acontecem situações

bastante interessantes nas escolas. Há

projetos muito ambiciosos, produtivos,

radicais, catárticos, que provocam

profundas mudanças nos alunos, nos

professores, nas organizações e na

comunidade envolvente. Muitas destas

situações representam o ponto de

viragem para os vários intervenientes.

Peter Woods (2012) denominou-os de

“critical events”, ou experiências

críticas – críticas no sentido de cruciais,

chave e circunscritas no tempo, mas

não por serem problemáticas.

De acordo com Woods (1999) os

“ são formas

excecionais de atividade que ocorrem,

de vez em quando, nas escolas e que

produzem mudanças radicais nos

alunos e, por vezes, nos professores.

Alguns professores dizem que a

experiência ‘mudou as suas vidas’ e que

‘nunca mais voltarão a ser os mesmos’.

Outros sentem que as suas mais

queridas crenças e valores

encontraram, uma vez nas suas vidas,

uma combinação de circunstâncias em

que funcionaram extremamente bem”

(p.139).

É neste âmbito que se podem inserir os

projetos inovadores e alternativos, “que

tentam modificar atitudes, ideias,

culturas, conteúdos, modelos e práticas

pedagógicas e, por sua vez, introduzir,

seguindo uma linha inovadora, novos

projetos e programas, materiais

curriculares, estratégias de ensino e

aprendizagem, modelos didáticos e

uma outra forma de organizar e gerir o

currículo, a escola e a dinâmica da

aula” (Sebarroja, 2001, p.16).

Concluímos que investigar experiências

críticas de inovação pedagógica é muito

importante nos tempos atuais. Estas

podem ser, de facto, um contributo

para uma efetiva mudança nas nossas

escolas. É importante perceber como

funcionam, que consequências trazem

aos intervenientes, que mudanças e,

quem sabe, melhorias provocam

naqueles que nelas participam.

Procuramos, em primeiro lugar,

identificar projetos inovadores em

escolas do 2.º e 3.º ciclos do ensino

básico; depois, saber se esses projetos

poderão ser considerados “experiências

críticas”; posteriormente, analisaremos

as várias características dessas

experiências baseando-nos nos

indicadores propostos por Woods; e,

Page 63: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

58

por fim, aprofundá-las-emos para

compreender as suas dinâmicas e o

modo como foram vividas pelos vários

participantes.

Os objetivos do estudo passam por:

1)identificar projetos de inovação

pedagógica que tenham assumido as

características de experiências críticas;

2)estudar o papel que os ‘agentes

críticos’ e os ‘outros críticos’ tiveram

nas experiências críticas; compreender

de que forma as experiências críticas

contribuem para a aprendizagem dos

alunos; 3)perceber como as

experiências críticas integraram a vida

da comunidade escolar avaliando quais

as mudanças mais significativas

produzidas nas pessoas e nos

contextos; 4)estudar o contributo que

as experiências identificadas tiveram

para o desenvolvimento das

organizações escolares, (5)analisar se as

experiências críticas estão ligadas a

uma efetiva melhoria.

O quadro teórico que irei desenvolver

neste projeto incide no

desenvolvimento profissional dos

professores, docência e conhecimento

profissional, comunidades de

aprendizagem, formação experiencial,

experiências críticas, inovação

pedagógica e mudança.

O presente estudo irá ser inspirado na

etnografia histórica, uma metodologia

de investigação que o próprio Woods

ajudou a desenvolver dentro do âmbito

educativo (Woods, 1998) e que aplicou

no caso dos acontecimentos críticos.

experiências críticas,

inovação pedagógica, formação de

professores, mudança.

ELSA MARIA BISCAIA DA SILVEIRA

MACHADO

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

A revisão de literatura nesta

temática mostra que o contacto da

criança com a filosofia, desde tenra

idade, e a preparação de professores

neste campo, têm recebido uma

atenção crescente em vários países

espalhados por diferentes continentes.

(Rolla, 2004; Roberts, A. 2006; Unesco,

2007) Existem indícios de potenciais

efeitos benéficos tanto para as crianças

como para os professores que

trabalham com o programa criado por

Lipman.(1990)

A formação que pretendemos estudar

tem por base o programa de “treino de

professores” de Lipman e o “modelo de

questionamento” de Brenifier (2005), é

dirigida a professores de diferentes

grupos disciplinares e o desafio é o

mesmo para todos, reside

essencialmente em introduzir a

discussão, para que os professores

estejam preparados para criar

ambientes e processos de

aprendizagem que promovam a

reflexão, a capacidade de

argumentação, o diálogo e a escuta.

O modelo de formação de professores

assenta no princípio do isomorfismo,

ou seja, o professor em formação

experiencia o mesmo tipo de situações

que se pretende que venha a criar com

os seus alunos.

Neste âmbito assinalamos como

objetivos do estudo:

- Analisar o programa de formação de

professores em filosofia com crianças e

jovens à luz dos diferentes modelos e

Page 64: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

59

do perfil de profissional que se

pretende formar;

- Problematizar o trabalho desenvolvido

na formação de professores em

filosofia com crianças;

- Perceber o impacto que este tipo de

formação tem nos professores,

designadamente apreender os saberes

que estes professores transferem para

as suas práticas pedagógicas

quotidianas e o modo como o fazem;

- Caracterizar algumas práticas

pedagógicas que visem a integração do

programa na educação escolar;

- Identificar razões e motivações que

poderão estar por detrás de práticas

bem-sucedidas.

A investigação será composta por duas

etapas. Uma primeira extensiva, na qual

iremos usar o inquérito através do

questionário aplicado aos

professores que frequentaram a

formação no Centro “Diálogos -

Filosofia com crianças e outras idades”,

desde o seu início em 2006 até ao

presente, procurando recolher dados

sobre eventuais mudanças nas suas

práticas e identificar casos de

implementação do programa nas

escolas. Os resultados obtidos nesta

primeira etapa serviram de base para

planear a segunda etapa.

Na segunda etapa optámos por realizar

um estudo de caso de um grupo em

formação, onde procuraremos

compreender o “como” e os “porquês”

desta formação, evidenciando a sua

especificidade e características

próprias.

Temos como objeto de estudo a

formação em filosofia com crianças e

jovens. Iremos apoiar-nos na linha de

investigação que defende que esta

formação conduz os professores a

repensarem as suas práticas e o

sistema de ensino em geral.

Pretendemos pesquisar a formação no

Centro “Diálogos - Filosofia com

crianças e outras idades”, com vista a

contribuir para a compreensão global

da importância e pertinência do

programa de filosofia para crianças

(1977) proposto por Lipman.

Recorreremos a técnicas de carácter

qualitativo e quantitativo. Situar-nos-

emos no paradigma interpretativo e da

complexidade. Procuraremos que este

estudo tenha um alcance analítico,

interrogando os formandos e as

formadoras, triangulando as suas

perceções e conceções com outras já

conhecidas e com as teorias existentes,

acautelando as questões éticas.

Formação de

professores, filosofia com crianças e

jovens, desenvolvimento profissional.

MONIQUE MONTENEGRO

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

A migração internacional

contemporânea faz parte de um

movimento transnacional que está a

remodelar as sociedades e a política ao

redor do globo (Woodward, 2009),

sendo objeto de estudo de diferentes

áreas das Ciências Humanas.

Nas Ciências da Educação, a

problemática da imigração surge dentro

de investigações acerca do impacto da

diversidade cultural, causada também

pela imigração, no ambiente escolar

(Canen 2000).

Apesar de muitos serem os trabalhos

sobre a diversidade cultural, a nível

internacional e em Portugal, os estudos

são focados, essencialmente, nos

alunos imigrantes e descendentes de

imigrantes ou nas interações entre

sujeitos de culturas diversas no

ambiente escolar (Silva, 2009). Porém,

Page 65: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

60

ao considerar que muitos são os

sujeitos que fazem da escola um

espaço de diversidade cultural, surgem,

especialmente nos países com grande

fluxo migratório, investigações

centradas nos professores-imigrantes.

Tais investigações focam-se,

essencialmente, nos dilemas do

desenvolvimento profissional destes

professores ao ingressarem em um

novo sistema de ensino (Faez, 2010).

Em Portugal, são escassos os estudos

sobre professores-imigrantes, talvez

porque os professores são vistos, em

geral, como representantes da cultura,

responsáveis por transmiti-la e repassá-

la a uma nova geração (Bourdieu, 2004),

não se esperando que esta tarefa seja

colocada nas mãos de recém-chegados

à cultura (Elbaz-Luwisch, 2004).

Em contrapartida à esta escassez de

estudos, segundo dados do Ministério

do Trabalho e da Solidariedade Social,

em 2012, Portugal contava com 1763

trabalhadores imigrantes ligados à

educação, (cerca de 52% a mais do que

em 2004), exceptuando os

trabalhadores imigrantes que já

possuem nacionalidade portuguesa,

pré-requisito para grande parte dos

professores-imigrantes lecionarem em

Portugal. Estes dados mostram não só

a presença destes profissionais, mas

um crescimento destes no sistema de

ensino português

Assim, a investigação sugere uma

reflexão aprofundada em torno da

problemática de inserção dos

professores-imigrantes no sistema

público de ensino português

permitindo uma compreensão da

(re)construção de suas identidades

profissionais, bem como o

desenvolvimento de suas experiências

de vida, aspectos fundamentais na

dinâmica da prática profissional

(Goodson, 1995).

Para tanto, optou-se por um método de

investigação com caráter (auto)

biográfico (Josso, 2004), que tem como

marco teórico os estudos em história

oral, no qual o sujeito da pesquisa é

detentor de um conhecimento prático

que forma concepções de vida e

orientam suas ações e reconhece que o

sujeito não está limitado à experiência

do ‘aqui e agora’, mas que pode

transpor-se no tempo (Horsdal, 2012).

As narrativas permitirão explorar os

aspectos mais variados das vivências

dos agentes sociais no seu percurso

formativo-profissional, através da

realização de entrevistas com

professores-imigrantes que atuam no

1º Ciclo de Ensino Básico Português,

onde serão abordadas as suas

experiências enquanto alunos, os

episódios e os contextos da profissão, a

sua cultura profissional, seus princípios

éticos e deontológicos, sua identidade

profissional, entre outros.

O principal resultado deste estudo se

materializará na tese de doutoramento,

bem como na publicação de artigos

científicos e de comunicações em

encontros acadêmicos, podendo

contribuir tanto para o conhecimento

no campo da formação de professores,

como para a educação intercultural.

Educação

intercultural, professores-imigrantes,

identidade profissional, método

biográfico.

Nome: FLÁVIA WAGNER

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

O presente trabalho faz parte

dos estudos de doutoramento e insere-

se na temática de formação de

professores, especificamente na

pedagogia universitária. O estudo está

em processo e tem buscado identificar

Page 66: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

61

as competências pedagógicas que são

exigidas do docente universitário a

partir das transformações curriculares

da Universidade do Sul de Santa

Catarina (UNISUL) Brasil, a fim de

conhecer e compreender as

necessidades de formação contínua que

emergem nesse contexto. Os principais

objetivos que estamos alcançando são:

1) Caracterizar as principais mudanças

curriculares em curso na UNISUL, a

partir de 2009. 2) Conhecer as

competências que os gestores e

docentes julgam necessárias para

implementar os novos currículos e

desenvolver o trabalho docente. 3)

Identificar e interpretar necessidades,

expectativas e interesses de formação

continuada dos docentes, segundo eles

próprios e os gestores da instituição. A

investigação inscreve-se no paradigma

interpretativo e a metodologia foi de

natureza qualitativa, com

características de estudo de caso.

Realizamos uma pesquisa bibliográfica

e documental, bem como, o

questionário e a entrevista

semiestruturada com os docentes e

gestores que atuam nos diversos

Cursos de Graduação da área da saúde

da referida universidade. Trouxemos

como pano de fundo a discussão sobre

as reformas curriculares na pós-

modernidade e a expansão do ensino

superior (Fernandes, 2000; Pacheco,

2013) para se aproximar das

competências docentes e das

necessidades de formação contínua

(Esteves, 2009; Le Boterf, 2003, Zabalza,

2007; Rodriguez, 1999;). Entendemos

que a formação do professor

universitário requer um movimento que

respalde essas ações para que as

instituições e professores tenham

consciência de suas responsabilidades

formativas. Até o momento atingimos o

primeiro objetivo na elaboração de um

texto que caracteriza as mudanças

curriculares na Unisul; o segundo

parcialmente, tendo em vista que já

coletamos todas as entrevistas com os

gestores e 40% dos questionários junto

aos docentes. O terceiro objetivo ainda

encontra-se em aberto, o qual depende

da totalidade da coleta dos dados. Os

resultados obtidos até o momento

apontam para a constatação que as

competências são próximas entre o que

dizem os documentos, os gestores e os

professores. São dinâmicas e retratam a

construção social e os desafios

profissionais da época e do contexto

vivido. Porém, não basta reconhecer as

competências pedagógicas é preciso

poencializá-las e desenvolvê-las e uma

das formas dos docentes adquirirem

tais competências é por meio da

formação contínuada que deve ser

planejada levando em conta as

necessidades de formação do docente

universitário. Para isso, pretendemos

continuar essa pesquisa para reponder:

quais necessidades de formação

contínua emergem em associação as

competências pedagógicas apontadas

pela pesquisa (documentos, produção

científica, gestores e professores)?

Quais contribuições a pesquisa poderá

trazer os programas de formação

continuada da IES? Concluímos que a

pesquisa fornece base para um

desenvolvimento comum às Instituições

do Ensino Superior que têm

preocupações voltadas a estruturar

programas de formação contínua

atendendo as necessidades de

formação dos docentes. Reflete a

produção de conhecimento que amplia

o quadro referencial e conceitual sobre

a pedagogia universitária.

pedagogia

universitária, competências

pedagógicas, formação continuada,

necessidades de formação pedagógica.

NELSON DAVID FERREIRA SANTOS

Page 67: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

62

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

Nos dias de hoje o “caminho”

deve ser trilhado pela construção de

uma escola aberta à diversidade e

capaz de receber e responder às

necessidades de todos os alunos,

respeitando as suas características.

A Educação Inclusiva é um dos maiores

desafios enfrentados pelos sistemas

educativos, escolas, professores e por

toda a comunidade. Esta é uma questão

que continua na ordem do dia. A tónica

é colocada na equidade e na qualidade

do ensino para todos os alunos que

frequentam a escola e à qual têm

direito.

É necessário mudar os modos de agir,

os pensamentos e as práticas dos

professores e das culturas

organizacionais, assim como promover

uma maior colaboração entre todos os

intervenientes nas escolas.

Consideramos ainda ser fundamental

melhorar a qualidade da formação

inicial e contínua dos professores.

Com a presente investigação,

procuramos dar o nosso contributo na

área da formação inicial de professores,

nomeadamente na área da formação de

futuros professores para atenderem à

Inclusão de alunos com Necessidades

Educativas Especiais.

Com este trabalho, que nos propomos

realizar, pretendemos: compreender se

os cursos de formação inicial estão

estruturados tendo em conta o

paradigma supracitado (organização

dos Planos de Estudo; componentes de

formação; objetivos e conteúdos no

âmbito das UC de EI/NEE);

compreender como é encarada, pelos

futuros professores e pelos professores

(atualmente em funções) a sua

formação. Com isto ambicionamos

compreender se os mesmos são

preparados para atenderem à inclusão

dos alunos com NEE.

Em consonância com o anteriormente

descrito, começámos por trabalhar em

torno daquela que identificámos como

a nossa questão central: A formação

dos professores do 1.º e 2.º Ciclos do

Ensino Básico responde às necessidades

subjacentes à Inclusão de alunos com

NEE nas escolas?

Iniciámos a nossa investigação fazendo

uma análise documental dos Planos de

Estudo das ESE’s e das Universidades

em Portugal que têm como oferta

educativa cursos de Educação Básica e

por elaborar uma entrevista

semiestruturada junto de professores

do ensino regular, atualmente em

funções.

Depois desta análise fizemos a seleção

daqueles que considerámos mais

pertinentes, de forma a responder aos

objetivos específicos da nossa

investigação, de seguida pretendemos

analisar os planos de estudo das UC de

EI e/ou NEE.

Na próxima fase é nossa intenção

elaborar e desenvolver um conjunto de

entrevistas semiestruturadas dirigidas

aos coordenadores dos cursos e ao(s)

docentes das UC de EI/NEE. Por fim

pretendemos realizar entrevistas

semiestruturadas aos alunos do último

ano do curso, sobre a formação que

referem ter para atender à Inclusão de

alunos com NEE, as conceções que têm

sobre a EI e as práticas que dizem

desenvolver a partir delas.

Formação inicial de

professores, educação inclusiva,

necessidades educativas especiais.

MARIA HELENA PIRES RAMOS ALVES

FONTINHA

Page 68: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

63

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

A presente investigação

pretende compreender o processo de

formação de diversos

patamares/categorias de formadores de

professores, com base num Programa

de Formação Contínua de Formadores

de Professores de Português, e o seu

impacte nas práticas de formação e de

ensino dos intervenientes.

Tem como objetivos fundamentais: (1)

compreender a organização e a

dinâmica dos processos de formação de

formadores, tendo em conta o

Programa, considerando os

pressupostos e dispositivos da

formação; (2) compreender como e se

as conceções de profissionalidade e de

profissionalismo docente são

reequacionadas pela participação em

processos de formação de formadores.

O seu enfoque centra-se, assim, nas

diferentes etapas de formação de

formadores, visando especificamente:

compreender o modo como se processa

o aperfeiçoamento profissional do

formador de professores e como é que

o mesmo se apropria da sua função;

verificar se se organizaram/

desenvolveram redes de formação

mútua (entre formadores de cada etapa

e entre formadores das diferentes

etapas); analisar a importância da

formação para o desenvolvimento

profissional dos formadores;

interpretar a simultaneidade de papéis

do formador (formando, formador e

professor).

O presente estudo sustenta-se no facto

de que até à última década do século

XX, pouco se soube sobre o modo como

os formadores de professores

trabalhavam ou como deveriam

trabalhar (Wilson, 1990; Zeichner; 1999;

Cochran- Smith, 2004; Hamilton e

McWilliam, 2001). Os formadores de

professores iniciavam a sua profissão

por terem sido bons professores ou por

serem especialistas numa determinada

área, sem terem qualquer formação

formal. Contudo, a partir dos anos 90,

os formadores de professores

começaram a estudar sistematicamente

os processos que desenvolviam para

aperfeiçoar as suas práticas (Lunenberg

e Willemse, 2006), emergindo a ideia de

que ser formador de professores apela

a conhecimentos e competências

específicas (Swennen, Lunenberg e

Korthagen, 2008; Appleby, 2009; Berry,

2009; Timmerman, 2009). Também em

Portugal, a investigação, no campo da

formação de formadores de

professores e das políticas de formação

de professores, é escassa, fragmentária

e lacunar, necessitando de uma

identificação mais precisa dos objetos

que podem ser considerados e de uma

maior pluralidade metodológica

(Esteves e Rodrigues, 2002). É nossa

intenção aprofundar não só a

compreensão de situações formativas,

em diversos contextos, procurando

construir um conhecimento

conceptualizador que não se limite à

descrição de situações, mas também

estabelecer e problematizar relações

entre processos de formação e de

mudança/aprendizagem dos

formadores. Para a compreensão

pretendida confluirá, portanto, o

entrecruzar da descrição, da análise, da

interpretação e da reflexão crítica

(Caetano, 2004).

Face ao exposto, o estudo insere-se no

paradigma interpretativo e recorremos

a um desenho metodológico,

sobretudo, de natureza qualitativa,

embora contemple análise quantitativa,

de cariz descritivo. Para o efeito,

procedemos a entrevistas semi-

estruturadas, a entrevistas

à análise de dossiês de formadores e à

aplicação de questionários que

combinem questões de resposta aberta

e fechada. Neste momento, estamos a

proceder à análise de conteúdo das

entrevistas piloto semi-estruturadas.

Page 69: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

64

Formação pedagógica

de formadores de professores,

contextos colaborativos, reflexividade

docente, desenvolvimento profissional

e mudança.

SANDRA RODRIGUES PEREIRA

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

Ao longo das últimas décadas,

a escola pública tem sofrido grandes

alterações na população estudantil,

devido aos fluxos migratórios

registados por toda a parte em que

Portugal não é exceção.

Com a entrada permanente de alunos

de outras nacionalidades e

naturalmente com outras línguas

maternas, que não o português, as

escolas e os professores têm sido

confrontados com uma nova realidade.

Embora em 2001, com o Decreto-Lei

6/2001, se tivesse iniciado as primeiras

preocupações legislativas com os

alunos que não têm o português como

língua materna, só em 2006 surge o

Despacho Normativo 7/2006 que regula

o ensino do PLNM no Ensino Básico, no

qual fica estabelecido os princípios de

atuação e as normas orientadoras nesta

disciplina. Desde então, tem surgido

nova legislação com a necessidade de

redefinir normas e estratégias. Por isso,

os professores sentem a necessidade

quotidiana de atualizarem os seus

conhecimentos e competências para

dar uma resposta mais eficaz a esta

situação.

Com este estudo pretende-se dar voz

aos professores que lecionam o

Português Língua Não Materna (PLNM);

identificar as suas necessidades e

desejos de formação contínua;

compreender o modo como são

implementadas as orientações

legislativas regulamentadoras, as

micropolíticas das escolas e as ações

dos professores neste campo.

Segundo Garcia (1999), o conceito de

formação é complexo e diverso.

Contudo, apresenta uma conceção

abrangente de formação reforçando o

seu carácter contínuo e integrado a

formação de professores (...) estuda os

processos através dos quais os

professores - em formação ou em

exercício - se implicam individualmente

ou em equipa, em experiências de

aprendizagem através das quais

adquirem ou melhoram os seus

conhecimentos, competências e

disposições, e que lhes permite intervir

profissionalmente no desenvolvimento

do ensino, do currículo e da escola,

com o objectivo de melhorar a

qualidade da educação que os alunos

recebem" (1999: 26).

Uma formação contínua adequada

requer o conhecimento da realidade

profissional dos professores,

designadamente o reconhecimento das

necessidades de formação sentidas.

Recorremos ao conceito de necessidade

de formação de Rodrigues, que

segundo a qual é “(…) resultante do

confronto entre expectativas, desejos e

aspirações, por um lado e, por outro, as

dificuldades e problemas sentidos no

quotidiano profissional (…)”

(1991:476). Ao inquirirmos o público-

alvo sobre as reais necessidades

estamos a contribuir para o aumento

do conhecimento profissional eficaz

ajustado a um contexto, uma vez que

analisar as necessidades permite

também relacionar a formação com a

utilidade social.

Pretendemos realizar uma investigação

que se enquadra no paradigma

fenomenológico-interpretativo.

Seguiremos uma investigação de

Page 70: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

65

carácter qualitativo, pois é nossa

intenção compreender os “fenómenos

educativos a partir da indução dos

significados particulares e complexos

de cada contexto.” (Araújo, 2008:138).

Este estudo terá um carácter intensivo,

pois focar-se-á num agrupamento de

escolas, a fim de estudar as suas

dinâmicas, as conceções e práticas dos

professores de PLNM. Para isso,

utilizaremos uma metodologia apoiada

na realização de entrevistas semi-

diretivas a diretores de escolas e

professores e na observação naturalista

de aulas de PLNM.

Formação contínua de

professores, português língua não

materna, diversidade cultural,

necessidades de formação.

MARIA GORETE FONSECA

Área de Especialidade: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES

A presente investigação tem

como foco privilegiado o modo como

são preparados profissionalmente os

futuros professores do 1.º ciclo do

ensino básico (CEB), durante a sua

formação inicial, para integrarem as

novas tecnologias de informação e de

comunicação no processo de ensino e

de aprendizagem.

Embora considere o plano macro (o das

políticas educativas) e o plano meso (o

das instituições de formação inicial),

privilegiará o «olhar» dos atores que

intervêm diretamente na Formação

Inicial (FI), mais especificamente os que

intervêm durante o período de imersão

na prática de sala de aula, os

professores supervisores e os

cooperantes, e pretende (i) desocultar

as suas representações sobre os

saberes e competências considerados

necessários aos futuros professores

para o uso pedagógico e regular das

TIC na sua prática educativa; (ii)

evidenciar o trabalho pedagógico que é

feito pelos formadores para formar os

futuros professores neste domínio

particular, bem como (iii) conhecer os

fundamentos invocados para o

justificar.

É uma investigação qualitativa,

ancorada numa perspetiva

interpretativa, e estrutura-se em dois

estudos de caso a realizar em duas

instituições de formação inicial

designadamente as Escolas Superiores

de Educação de Santarém e de Setúbal.

Serão recolhidas e cruzadas as opiniões

de sujeitos chave, através de

entrevistas semidiretivas individuais

e/ou em grupo, em particular dos

Diretores, dos Presidentes dos

Conselhos Científicos, dos professores

que lecionam as TIC como disciplina,

de professores que (reconhecidamente)

lecionam integrando as TIC, dos

docentes que lecionam as Didáticas,

dos Supervisores, dos Cooperantes e de

alunos que se encontram no último ano

de formação, de modo a permitir

retratar a “cultura” de cada ESE

relativamente à formação para a

integração pedagógica das TIC no

processo de ensino e de aprendizagem.

Trata-se de uma competência

consensualmente reconhecida como

necessária, embora consensualmente

também se considere que estamos

longe de ter conseguido atingir. A

pesquisa pretende disponibilizar

conhecimento que possa apoiar o

desenho e a implementação de

melhores práticas de formação, capazes

de dotar os professores de meios para

uso pedagógico (e não apenas

tecnológico) das TIC.

Formação inicial de

professores, formação de professores

do 1.º Ciclo, TIC - conceções dos

Page 71: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

66

formadores3; TIC - práticas de formação

dos formadores.

História da Educação

MARIA DA GLÓRIA C.T.C.ALMEIDA

FRANCO

Área da especialidade: HISTÓRIA DA

EDUCAÇÃO

Com o terminar da guerra

civil (1834) um novo ciclo histórico,

com pretensões reformistas, mas muito

pouco eficientes, surgiu procurando

universalizar a educação/ensino e

combater o analfabetismo.

O abandono e as difíceis condições de

sobrevivência a que as crianças estavam

sujeitas, tornaram-se um problema de

ordem pública. Através de um

assistencialismo assimilacionista,

pretendeu-se responder a este flagelo,

criando microcosmos (os asilos) onde a

pobreza era camuflada e entaipada. Ao

serem retiradas das ruas, a sua

condição era escondida, não

incomodando os restantes cidadãos.

Surge (finais do século XIX) uma onda

filantrópica tentando responder, de

modo mais eficiente, à caridade até

então praticada. Sendo um par

conceptual distinto confundem-se,

frequentemente, na ação.

Em 1876 é inaugurado, o Asilo

Montemorense de Infância Desvalida

(A.M.I.D.), ocupando as instalações do

antigo Convento da Saudação, como

forma de dar resposta ao número

crescente de meninas desamparadas.

Partindo do pressuposto que o contra-

factual não é histórico, este trabalho é

suportado por evidências (acervo

histórico e periódicos locais)

fundamentando-se no estado da arte

(Deusdado, Fernandes, Fonseca,

Foucault, Goffman, Novoa, …). Dos

periódicos locais (onze no final do

século XIX) foram selecionados os

títulos com maior tiragem, maior

longevidade e que representassem

fações beligerantes da vida politica

local (Meridional, Democracia do Sul,

Montemorense, Folha do Sul e Folha de

Montemor). Procurando estudar como

era a vida intramuros, a historiografia

local torna-se indispensável.

Com o surgir de novos protagonistas

sociais (maçons e membros do Partido

Republicano), as diferentes direções da

instituição foram mudando de mãos

(1902/1918). Com estes nasce a figura

do benemérito, que, por vezes, sob uma

capa filantrópica (burguesa) fazem

fortuna ou aumentam a que já

possuíam.

Implantada a República, a educação

feminina e o assistencialismo, apesar

de tentadas algumas alterações, foram-

se mantendo estruturalmente estáveis.

Com o final da primeira Grande Guerra

a miséria aumentava junto das

populações mais pobres. Para além da

escassez cerealífera, aumento

galopante dos bens de primeira

necessidade fizeram com que a vida

dos montemorenses se tornasse um

verdadeiro inferno. O mercado negro

crescia e o contrabando com Espanha

tomava proporções inigualáveis. Em

1918 estavam internadas 17 crianças.

Page 72: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

67

Já durante o Estado Novo, com a

depressão de 1929, o desemprego, o

miserabilismo e a conflitualidade local,

agravam-se, fazendo crescer o número

de pedidos de internamento por parte

das famílias. O número de

internamentos passa, em três anos, de

23 para 54.

Se o quotidiano estava recheado de

enormes dificuldades, a 2ª Guerra veio

aumentar ainda mais a precariedade da

vida intramuros.

Em 1962, o A.M.I.D. é entregue a uma

ordem religiosa, que a dirige, até ao seu

encerramento, em 1975, por falta de

apoios financeiros.

Ao cotejar o acervo e a imprensa

periódica local, construirei uma

narrativa histórica, consubstanciada

pelo debate semântico entre caridade e

filantropia e pela literatura de

referência, procurando adquirir um

conhecimento holístico desta casa

asilar.

Asilo, arquivo,

infância desvalida.

ISABEL RODRIGUES FIGUEIRA

Área de Especialidade: HISTÓRIA DA

EDUCAÇÃO

O trabalho tem como objetivo

compreender como língua, literatura e

identidade se equacionam no período

pós-colonial, quer condicionando

discursividades subjetivadoras, quer

determinando as relações simbólicas

entre os vários países de língua oficial

portuguesa.

Ainda que privilegiando as relações

entre Portugal e Brasil, será possível,

encontrar, na história da afirmação

identitária e cultural da primeira ex-

colónia, etapas e processos com os

quais se possa entender melhor o que

está em jogo na CPLP, a atual

“comunidade transnacional da língua”.

O arco-temporal desta pesquisa vai do

final do século XIX – com os debates

sobre a necessidade de uma

“simplificação” ortográfica, que

possibilitasse o ensino de um maior

número de indivíduos -, até ao início do

século XXI, em que a questão da

ortografia e das literaturas numa língua

comum voltam a provocar reflexões

sobre soberania nacional, educação e

identidade.

A partir das fontes, prioritariamente

revistas e jornais (de Portugal, Brasil,

Galiza e Angola), serão construídas

séries documentais que ajudarão a

problematizar a subjetivação de

cidadãos em função de uma ou

da correspondente ideia de , seja

no campo ortográfico, literário ou

cultural.

O enquadramento teórico será

ancorado em Michel Foucault, Roland

Brathes, Popkewitz e Jorge do Ó. Em

última instância, esta pesquisa propõe-

se desinstalar os discursos encráticos

que fabricam cidadãos, nacionais ou

“lusófonos”. Colocar-se-á a descoberto

os estereótipos que compõem os

discursos sobre a língua e seus sujeitos,

aqueles das falas “desviadas” ou os

autores de obras consagradas, para

entender os embates identitários que,

desde lá atrás, foram dando forma a

este presente, o qual resulta mais de

contingências que de intenções claras e

determinadas.

Lusofonia, língua

portuguesa, escrita, subjetivação.

Page 73: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

68

MARIA DE FÁTIMA M. M. PINTO

Área da especialidade: HISTÓRIA DA

EDUCAÇÃO

A Modernidade alicerçou-se

sobre uma ideia de democratização da

cultura e do saber mas o seu

alargamento a um maior número de

indivíduos fez-se de forma controlada,

condicionada por razões políticas que

conduziram a uma progressiva

discriminação/segregação cultural,

patente na coexistência de bibliotecas

eruditas e populares, invocando a

dualidade entre “legitimidade

intelectual” e “legitimidade social”,

evidenciada no desencontro entre

representações e práticas da leitura

pública.

As “bibliotecas populares”, criadas em

2 de agosto de 1870, integravam o

conjunto de medidas tomadas por D.

António da Costa para desenvolver a

educação popular - um pilar que

sustentou a edificação da sociedade

liberal e republicana no séc. XIX.

A relação existente entre política e

educação tornou-se mais estreita

durante a Primeira República e é neste

período que são relançadas as

bibliotecas populares, com a criação de

bibliotecas móveis que se esperava que

viessem a constituir «…o mais fecundo

manancial de instrucção popular e do

qual poderia o nosso paiz tirar os

melhores proveitos.» (Bettencourt

Athayde, 1919).

Este trabalho visa compreender o

sentido da dicotomia popular/erudita

que marcou a existência das bibliotecas

no período em estudo, tomando como

referência um conceito mais livre de

biblioteca, desenvolvido desde meados

do século XIX nos países anglófonos,

particularmente nos EUA, e que é

apontado como modelo de biblioteca

pública.

Decorrente da problematização,

formularam-se duas hipóteses que têm

norteado o avanço da investigação:

Hipótese 1: a insistência num modelo

dualista e segregador de biblioteca,

poderá explicar-se com base na

necessidade de orientar,

condicionando, o acesso à leitura e ao

conhecimento pelas camadas

populacionais de alfabetização tardia.

Esta preocupação sobrepunha-se à

defesa da importância de “derramar”

instrução e cultura nos meios

“populares”.

Hipótese 2: a designação “bibliotecas

populares” ter-se-á naturalizado mais

pela força do discurso fundador, a

exemplo de outros países europeus, do

que pela natureza específica dos

acervos ou pela origem social dos seus

utilizadores/leitores.

Privilegia-se uma abordagem

metodológica plural, capaz de dar

conta da trilogia estruturas/ práticas /

representações. A produção científica

resulta de uma persistente interrogação

do material empírico, de proveniência

muito diversa, recolhido nos arquivos

locais/municipais e nacionais (ANTT e

AHBN). Os dados são analisados e

comparados, no sentido de conhecer

representações e práticas das

bibliotecas populares neste período,

com recurso também ao cotejo da

imprensa coeva.

Este percurso tem permitido clarificar

algumas ideias:

- A preocupação manifestada com a

orientação da leitura para as camadas

de alfabetização tardia e/ou mais

desfavorecidas (uma significativa

percentagem da população), foi

condicionada pela questão financeira,

como se percebe quer pelo fraco

investimento em fundos documentais

específicos, quer pela falta de

Page 74: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

69

preparação técnica dos profissionais

ligados às bibliotecas.

- A “missão” afeta às bibliotecas

populares foi parcialmente cumprida

por outras bibliotecas de caráter mais

erudito como a BNL, com um acesso

mais fácil do que algumas congéneres

“populares”.

- Afiguram-se pouco expressivas as

diferenças de utilização das bibliotecas:

apesar da especificidade dos seus

fundos, em ambas predomina a

preferência pela literatura.

Encontrar forma para o conceito

“popular” mantém-se ainda um desafio.

Popular/erudita,

pública/popular, representações,

práticas

CARLOS MANUEL ROMÃO HENRIQUES

Área de Especialidade: HISTÓRIA DA

EDUCAÇÃO

No decurso do estudo sobre

como as teorias contemporâneas da

educação e a obra pedagógica dos

autores de Educação Musical se

relacionaram com o processo de

ensino/aprendizagem instituído e

protagonizado em Portugal, na segunda

metade do século XX (1960-2000),

surgiu a necessidade de reflectir, por

um lado, sobre a relevância das

imagens (fotografia e ilustração) como

fonte de pesquisa na história de uma

disciplina cujo aspecto sensorial –

auditivo é determinante na sua

organização e, por outro lado, sobre a

legitimidade científica da apropriação

de ferramentas conceptuais de outras

áreas do conhecimento como, por

exemplo, a Janela de Johari, no intuito

de analisar as referidas imagens, assim

como verificar a validade dos

resultados a obter.

De forma a subsidiar o tema central da

investigação houve a necessidade, neste

particular, de formular a questão de

pesquisa: Como caracterizar/descrever

a paisagem sonora em função da

análise da imagem tendo em vista o seu

contributo para a narrativa histórica?

Ainda que o referencial teórico se

baseie na Historia cultural (Chartier,

1988) e na História do presente

(Chauveau & Tétart, 1992), e se assuma

que a história das disciplinas e do

currículo, juntamente com o conceito

de cultura escolar (Frago, 2007;

Chervel, 1998), constituam o espaço

central da investigação, no âmbito da

questão de estudo levantada, a imagem

e o som na narrativa histórica, importa

particularmente na construção da

problemática o subsídio de autores

como Leppert (1998, 1993), Marsh

(2010), Grosvenor (1999), Burke (2001),

Mietzner (2005) e Stanczak (2007).

Na intenção de esclarecer um tema de

História de Educação a pesquisa invoca

um pensamento complexo (Morin,

1990) que articula o tríptico formado

pelo escrito, pelo oral e pela imagem, e

considera que a referência à música,

que ocorre no campo da imagem, existe

sobretudo pela sua significação sócio

cultural.

No todo, o desenho metodológico

baseia-se numa abordagem qualitativa,

seguindo a perspectiva de Mcgulloch e

Richardson (2000), com base na revisão

da literatura (Hart, 2008) e na análise

de diferentes tipos de fontes, tais como

legislação, manuais, artigos de

imprensa. Também se consideram no

âmbito da recolha de dados as

entrevistas (Janesick, 2010) e as

imagens: fotos, ilustrações, vídeos

(Tinkler, 2013; Leoné, 2005; Rosa,

2013). Sendo que, neste último aspecto

metodológico, a concepção, a precisão e

a recolha de dados facultada pelo

modelo de análise de imagens

Page 75: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

70

adoptado, de forma a responder à

questão antes elaborada, é objecto de

estudo.

Neste ponto, uma vez transcrita a

ferramenta conceptual, ao serviço do

modelo de análise, para uma linguagem

e um formato que permita conduzir o

trabalho sistemático de recolha e

estudo dos dados de observação, é

possível partilhar a implementação e a

correspondência de alguns resultados

observados. Fazendo ressaltar as

primeiras evidências do estatuto, das

expectativas sócio-culturais

depositadas na disciplina e da

influência das diferentes metodologias

de educação musical.

Por fim, informa a investigação a

consciência de que na educação, a

imagética constitui uma herança

documental, com histórias para contar

que a palavra não contou.

História das

disciplinas, educação musical, som,

imagem.

RITA SANTOS AGUDO DO AMARAL

RÊGO

Área de Especialidade: HISTÓRIA DA

EDUCAÇÃO

Em 1967 é fundado o

Externato Fernão Mendes Pinto (Lisboa).

Em 1967 Portugal estava imerso no

Estado Novo. A educação salazarista

assentava numa ideologia que tinha por

base o princípio «Deus, Pátria e

Família», e mais do que «educar»,

tentava-se «modelar». Em 1968, Salazar

é afastado do poder e toma posse

Marcello Caetano na chefia do governo.

A «Primavera Marcelista» prometia

transformações que há muito se

aguardavam, mas aconteceu a

«evolução na continuidade».

O Externato Fernão Mendes Pinto,

jardim-de-infância e escola do primeiro

ciclo, ainda hoje está em

funcionamento, rejeitou a pedagogia

tradicional da escola oficial e pôs em

prática propostas educativas inspiradas

na pedagogia Freinet, seguindo o

Movimento da Escola Moderna (MEM).

Este colégio apresentou-se como uma

alternativa às escolhas educativas

oficiais e ensinar nesta escola privada

foi uma oportunidade de viver uma

experiência profissional envolvente

para os professores e os educadores de

infância que aceitaram o seu repto.

Sentiam-se pioneiros e motivados, na

medida em que o MEM valoriza os

professores e educadores atentos e

críticos ao meio que os rodeia, que

procuram respostas em grupo e,

desenvolvendo um trabalho

colaborativo evoluem como

profissionais e cidadãos. Estavam

convictos do seu contributo para a

construção de uma sociedade mais

moderna e aberta, mas conscientes dos

riscos implicados. As pesquisas

nortearam-me no sentido de narrar

memórias e experiências de antigos

professores e educadores desta escola.

As fontes serão essencialmente orais,

sendo as entrevistas o instrumento

escolhido para a recolha dos

testemunhos orais.

A questão central formulada para este

estudo foi saber de que modo esta

organização escolar implementou os

pressupostos teóricos do Movimento da

Escola Moderna no contexto educativo

vigente em Portugal nas décadas de 60

a 90 do século XX. Os objetivos

traçados foram: (1) Contar a história

desta organização escolar tendo em

conta o modo como reinterpretou os

pressupostos teóricos do Movimento da

Escola Moderna; (2) Conhecer a

Page 76: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

71

organização escolar e as suas práticas

educativas de 1967 (fundação) a 1995;

(3) Tentar recriar o ambiente escolar

nesse período através dos testemunhos

orais (de antigos fundadores, diretores,

professores, alunos e pessoal não

docente), do material escolar e didático,

dos trabalhos realizados e das

fotografias da época.

Seguindo uma metodologia qualitativa,

este estudo de caso histórico, segue um

processo indutivo e exploratório,

privilegiando o contexto da descoberta,

com base em teorias interpretativas.

Externato Fernão

Mendes Pinto, Movimento da Escola

Moderna, ensino privado em Portugal,

história oral.

Page 77: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

72

Psicologia da Educação

ANTÓNIO AUGUSTO GOMES LEITE

Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA

EDUCAC A O

O estudo das atitudes face a si

próprio (autoconceito) e face à escola

tem surgido como importante e atual

na literatura científica, sobretudo nas

teorias cognitivo-sociais, que referem a

escassez de estudos e a necessidade de

aprofundar os existentes. O

envolvimento dos alunos na escola tem

sido visto como elemento chave na

diminuição do insucesso, do abandono

escolar e da prevenção da delinquência.

Contudo, uma abordagem com

formandos do Sistema de

Aprendizagem em Alternância merece

atenção particular, dada a falta de

investigação sobre este tema específico.

Neste contexto, partindo de uma

revisão da literatura sobre os referidos

conceitos e o Sistema de

Aprendizagem, foi formulado o

seguinte problema de investigação:

Como se carateriza o envolvimento e o

autoconceito nos formandos do

sistema Aprendizagem em Alternância,

como e que estas variáveis se

relacionam, quer entre si, quer com

fatores específicos? Assim, a presente

investigação tem como objetivos:

identificar fatores que explicam a

variância do envolvimento de

formandos neste sistema de formação

profissional; estudar a influência do

autoconceito e da autoestima no

percurso de formação Aprendizagem

em Alternância; caraterizar as relações

entre o envolvimento de formandos no

centro de formação e outras variáveis

pessoais, como o autoconceito e a

idade. A metodologia de investigação e

sobretudo quantitativa, tendo como

amostra 600 formandos, distribuídos

por três distritos da zona norte do país

(Braga, Porto e Aveiro). O inquérito a

administrar e constituído por escalas

específicas, como: Exploring student

engagement in school internationally

Scale (Lam et al., 2012; Robu, no prelo);

Envolvimento dos alunos na escola:

Uma escala quadri-dimensional (Veiga,

2013); Piers-Harris Children’s Self-

Concept-Scale (Piers, 2002), incluindo,

ainda, a recolha de dados

sociodemográficos. O estudo procurara

responder a questões de estudo

específicas (naturalmente derivados do

problema de investigação formulado),

todas elas centradas em formandos do

sistema Aprendizagem em Alternância.

A análise dos resultados incluirá a sua

consideração em função de variáveis

pessoais e formativas (como o género,

ano/período de formação e a satisfação

com o curso), bem como outras

variáveis do contexto familiar. Espera-

se encontrar implicações para a prática

formativa, bem como sugestões de

novos estudos.

Atitudes face a si

mesmo, autoconceito, envolvimento na

formação, aprendizagem em

alternância.

Page 78: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

73

MARIA JOÃO PEREIRA GARCIA

Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA

EDUCAC A O

Na perspectiva histórico-

social, a aprendizagem é sempre

situada num determinado momento,

num contexto específico e pressupondo

a existência de outros, isto é, considera-

se a aprendizagem como um processo

social. Wenger (1998), pensa a

identidade como um processo

individual e colectivo. Assim, a

identidade constrói-se tendo por base

duas vertentes: por um lado atendendo

ao self, por outro atendendo aos

significados resultantes de experiências

sociais em comunidades. Segundo

Holland, Lachicotte Jr., Skinner e Cain

(2001), ao tornar-se membro de

determinada comunidade, a pessoa

entra num mundo figurado, um local

organizado socialmente e com valores

próprios. Neste mundo figurado

assumem-se certas posições e a

vivência e partilha de novas formas de

ver o mundo é consequente ao nível da

identidade dos seus membros. (Holland

et al, 2001).

Consideramos que a parentalidade se

(re)forma em comunidades de prática

(Wenger, 1998), ou seja, um grupo de

pessoas que partilham interesses

comuns e que vão aprendendo como

melhorar as suas práticas parentais,

agindo e vivenciando-as em

comunidades. Ao estarem inseridos

nessas comunidades de prática, os pais

estão, também, a conceber e

experimentar os mundos figurados que

contribuem para a (re)construção da

sua identidade parental. É nestas

comunidades e pelas vivências que lhes

proporcionam que cada um lida com as

mudanças que entram em conflito com

os seus valores, que ponderam as suas

experiências e compromissos com os

outros que lhe estão próximos e que

formam um mundo figurado.

A família tem passado por profundas

mudanças na sua estrutura nas últimas

décadas, resultando numa diversidade

de tipos de família (Williams, 2010) e

alteração de valores. Segundo os censos

de 2011, as famílias portuguesas hoje

são mais pequenas, as famílias de

“casal com filhos” perderam

importância relativa, os núcleos

familiares monoparentais aumentaram

e as famílias reconstruídas mais que

duplicaram desde 2001 (Instituto

Nacional de Estatística, 2012). Embora

tenha vindo a diminuir em Portugal, a

taxa de gravidez na adolescência é,

ainda, muito significativa. Ser mãe

numa idade precoce está associado a

diversas desvantagens no contexto

europeu (UNICEF, 2007). Quando a

grávida não tem uma rede de apoio

pode recorrer a associações que a

acolhem e procuram orientá-la durante

e após a gravidez. Como é que a

vivência da maternidade (precoce ou

não) e a participação em comunidades

de prática nessas associações pode

influenciar a (re)construção da

identidade parental? Optando por um

paradigma interpretativo de natureza

qualitativa este estudo envolve mães da

região de Lisboa que se encontram em

residências de apoio a mulheres

grávidas. Primeiro pede-se a estas mães

e futuras mães para escreverem sobre

situações onde consideram estar

envolvidos valores familiares e sobre as

suas expectativas da maternidade.

Através duma imersão na realidade

quotidiana dessas comunidades de

prática (sendo o investigador um

observador participante) serão

realizadas observações e entrevistas

procurando aprofundar a compreensão

da identidade parental que estas mães

apresentam. Concluída a análise dos

dados procura-se desenvolver um

programa parental sobre valores,

prestação de cuidados e compromissos

entre pais e crianças.

Page 79: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

74

Identidade parental,

valores, mães.

LETÍCIA FLEIG DAL FORNO

Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA

EDUCAC A O

O estudo dos

sobredotação e criatividade em crianças

tem sido destacado como importante e

atual, sobretudo pelas teorias

cognitivo-sociais, que salientam a falta

de investigações sobre o tema. Na

sobre tais

conceitos, as definições têm a ver com

as teorias em que se inserem, e disto

mesmo é feita uma sistematização,

quer teórica, quer dos estudos

empíricos. Neste enquadramento, esta

tese surge com o objetivo de serem

investigados os conceitos sobredotação

e criatividade, atendendo ao

reconhecimento de singularidades das

crianças pelos educadores de infância.

Mais especificamente, a investigação

estuda as perceções dos educadores de

infância acerca das características da

sobredotação e da criatividade nas

crianças. É definido como

: Como se caracterizam as

perceções dos educadores de infância

acerca de indicadores de sobredotação

e de criatividade, em crianças do pré-

escolar no Brasil e em Portugal; e como

se relacionam estas variáveis, quer

entre si, quer com fatores pessoais e

contextuais? No que respeita à

metodologia, a foi constituída

por 245 educadores de infância do

nível pré-escolar (crianças dos 3 aos 5

anos de idade), no sector privado e

público de ensino, com diferente

formação, tempo de experiência

profissional, e com nacionalidade

brasileira e portuguesa. Os

de avaliação utilizados

foram a

(ECS), com 50 itens, na

sua adaptação para Portugal (Veiga &

Marques, 2001; Rosa, 2009; Al-Hadabi,

2011), e a

(ECC), com 23 itens,

adaptada de Morais e Azevedo (2008) e

Pérez e Freitas (2012). Depois de se

terem retirado os questionários

inadequadamente preenchidos,

procede-se, em primeiro lugar, ao

estudo das qualidades psicométricas

dos instrumentos de avaliação

utilizados (fidelidade e validade).

Depois, serão analisados os dados

recolhidos nos 245 questionários

restantes, numa abordagem

quantitativa, com o programa

estatístico SPSS (versão 21),

determinando frequências, correlações,

análises diferenciais (t de Student e

ANOVAs), e regressão múltipla. Espera-

se que os resultados obtidos

possibilitem encontrar respostas para

questões de estudo derivadas do

problema de investigação formulado. A

interpretação dos resultados poderá

recomendar a utilização de entrevistas

complementares a sujeitos específicos,

no sentido de encontrar respostas

aprofundadas às questões de estudo.

Espera-se que as conclusões permitidas

pelos resultados contribuam para a

elaboração de aplicações úteis à

Educação, com sugestões, quer no

Brasil, quer em Portugal.

Sobredotação,

Criatividade, Educação Pré-escolar,

Perceções dos Educadores de Infância

Page 80: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

75

ANA PAULA PEREIRA SIMÃO

RODRIGUES CAEIRO

Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA

EDUCAÇÃO

o estudo das motivações

laborais dos técnicos de intervenção

precoce tem surgido como importante e

atual. A evolução ao longo do tempo

das conceções e das práticas em

intervenção precoce tem conduzido a

uma nova perspetivação psico-

educacional da criança e a um modelo

de intervenção centrado na família, o

que implicou uma mudança nos papéis

e nas responsabilidades dos

profissionais de intervenção precoce,

pondo em evidência a necessidade de

investigação e de consequente

formação nesta área.

O objetivo geral desta tese procurará

respostas para o seguinte problema de

investigação: como se caracteriza a

intervenção precoce e as motivações

laborais dos técnicos que a ela se

dedicam, como se relacionam estas

variáveis entre si, e quais os seus

fatores, quer pessoais, quer

contextuais. Especificando, procurar-se-

á saber como se posicionam os técnicos

de intervenção precoce nas suas

conceções e práticas, e quais as razões

e os objetivos de tais posicionamentos.

A produção científica, sobretudo a mais

recente, sobre os conceitos referidos,

será considerada, com especial atenção

às conceções e práticas vistas como

recomendadas e eficazes. Tais

elementos poderão dar fundamento à

interpretação dos dados recolhidos, em

que as perspetivas cognitivo-social e

ecológica poderão vir a ter especial

contribuição explicativa.

A amostra será constituída pelos

técnicos que trabalham nas 36 ELIs

(Equipas Locais de Intervenção) da sub-

região de Lisboa e Vale do Tejo, num

total estimado de 400. Proceder-se-á à

procura de atuais, fiáveis

e válidos, que avaliem os conceitos em

estudo (motivações laborais e

intervenção precoce) e realizar-se-á a

sua adaptação para Portugal; outros

instrumentos de avaliação poderão ser

construídos. O procedimento a planear

incluirá a autorização superior (SNIPI),

e procurar-se-á o preenchimento do

inquérito on–line. Análise dos

resultados recorrer-se-á a análises de

natureza quantitativa, adequada ao tipo

de dados recolhidos, com utilização de

estatística descritiva, diferencial e

correlacional, no sentido de encontrar

respostas para o problema de

investigação e para as questões de

estudo que dele venham a derivar.

Implicações para a prática educativa

destes técnicos serão apresentadas,

bem como sugestões de novos estudos.

intervenção precoce,

motivações laborais dos técnicos de

intervenção precoce, fatores pessoais,

fatores contextuais.

MARTA TAGARRO

Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA

EDUCAC A O

A Criatividade e o

Autoconceito têm vindo a ser

investigados por diferentes áreas de

estudo e estes conceitos têm vindo a

assumir cada vez maior relevância

junto da comunidade científica. Na

literatura revista, alguns autores

definem a criatividade como o processo

de produzir algo novo através da

manipulação de elementos conhecidos,

outros como um modo de resolver

problemas, outros ainda como um meio

Page 81: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

76

de expressão de impulsos específicos.

Por seu lado, o autoconceito aparece

como a ideia que o indivíduo tem de si

próprio e na interação com o meio

envolvente. A relação entre estes dois

conceitos surge na presente tese como

tema central, dando origem ao

problema de investigação, definido nos

seguintes termos: Como se caracteriza

a criatividade e o autoconceito em

estudantes do ensino superior, e como

se relacionam, quer entre si, quer com

fatores pessoais e contextuais? Tendo

como base este problema de

investigação, definiram-se vários

objetivos, como: 1) caracterizar o

autoconceito e a criatividade; 2)

analisar a relação entre o autoconceito

e a criatividade; 2) identificar a relação

entre os estilos de pensar e criar e as

barreiras à criatividade pessoal; 3)

caracterizar a criatividade de jovens

estudantes do ensino superior; 4)

estudar as oscilações do autoconceito

de jovens do ensino superior; 5)

identificar factores específicos do

autoconceito e da criatividade.

Atendendo ao problema apresentado e

aos objectivos definidos, são

especificadas várias questões de

estudo. Para encontrar respostas a tais

questões, recorreu-se a uma

metodologia quantitativa. A amostra foi

recolhida junto de 13 faculdades ou

escolas superiores, em 34 cursos

distintos, obtendo-se um total de 588

estudantes entre os 17 e os 57 anos,

depois de eliminados 39. Os

instrumentos utilizados foram o

Inventário de Barreiras à Criatividade

Pessoal (Alencar, 1999), a Escala de

Autoestima de Rosenberg (Rosenberg,

1979), a Escala de Estilos de Pensar e

Criar (Wechsler, 1999; Garcês, 2011), a

Escala Multidimensional de

Autoconceito Forma 5 (Garcia & Musitu,

1999; Veiga & Roque, 2003) e o Teste 3

de linhas paralelas de Torrance

(Torrance, 1987). As análises realizadas

até ao momento permitiram validar os

instrumentos utilizados, que

apresentaram boas qualidades

psicométricas, nas suas várias

dimensões. Assim, os instrumentos

mostraram-se uteis no estudo da

criatividade e do autoconceito, em

estudantes do ensino superior, e

poderão ser utilizados em futuras

investigações. A análise dos dados e a

sua interpretação poderão recomendar

a utilização de entrevistas

complementares a sujeitos específicos,

no sentido de encontrar respostas

aprofundadas às questões de estudo.

Espera-se que as conclusões permitidas

pelos resultados contribuam para a

elaboração de aplicações úteis à

Educação, com sugestões para novas

investigações.

Estilos de criar e

pensar, barreiras à criatividade,

autoconceito, estudantes do ensino

superior.

CECÍLIA MARIA SARDINHA ABREU

Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA

EDUCAC A O

A ideia-chave desta tese

articula-se com duas variáveis

fundamentais: o autoconceito e o

envolvimento dos alunos na escola. Na

o significado fenomenológico

destes termos revela-se, em Psicologia da

Educação, como uma “metáfora

poderosa” capaz de se constituir como

um "estímulo heurístico" para a

compreensão de uma grande variedade

de problemas dos comportamentos,

sobretudo no modo como se medeiam

com os objetivos de aprendizagem e

desenvolvimento pessoal (Schaufeli .,

2002a e 2002b; Schaufeli & Salanova,

2007). Na revisão da literatura, o

é investigado em

Page 82: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

77

diferenciados domínios, por se constituir

como um núcleo central na compreensão

de outras dimensões da personalidade,

como sentimentos e pensamentos que o

indivíduo auto constrói sobre o valor de

si próprio, facilitando outras dimensões

da personalidade, como o

relacionamento interpessoal e a

satisfação do sujeito consigo mesmo. O

dos alunos aparece

também como importante na

investigação educacional, dado que

permite analisar e encontrar soluções

integradoras para o baixo desempenho

académico e abandono escolar (Fredrick,

Blumenfeld, & Paris, 2004; Walker,

Greene, & Mansell, 2006; Lam, &

Jimerson, 2008; Veiga ., 2009).

Considera-se neste estudo que a

experiência escolar havida pode ter

deixado marcas significativas no

autoconceito e na capacidade de o

sujeito adulto se considerar como um ser

com competências de projeção pessoal

no regresso à escola. Este

posicionamento de estudar o

autoconceito como variável mediadora

conduziu à formulação do seguinte

: Como se

caracteriza o envolvimento e o

autoconceito dos alunos adultos, que

relação existe entre tais variáveis, e quais

os seus fatores? De acordo com o

problema geral de investigação, os

objetivos da pesquisa visam encontrar

respostas para perguntas específicas daí

derivadas, em alunos adultos em

contexto educativo/formativo. No que

respeita à , este estudo está

inserido, na perspetiva diferencial da

psicologia e assenta numa análise

quantitativa, descritiva e de variância. A

amostra é constituída por alunos adultos

inseridos em cursos (EFA) de dupla-

certificação e equivalência escolar. Foram

utilizados instrumentos específicos

como a

a

de Lam & Jimerson; e a

de Dias & Fontaine. Conceberam-

se ainda duas escalas no inquérito, que

visam analisar

na fase de escolaridade

obrigatória e na atual

formação. Proceder-se-á ao estudo das

qualidades psicométricas das escalas e à

posterior .

Considera-se, por fim, que este estudo

poderá contribuir para o conhecimento

de novos elementos, ligados a fatores

específicos e à mediação do

autoconceito, a ter em conta em

programas virados para dinâmicas

propiciadoras de do aluno

adulto no seu próprio processo

educativo. A sua utilidade na formação

de professores será considerada.

Envolvimento dos

alunos, autoconceito académico, fatores

contextuais.

KÁTIA SILENE FERNANDES DE SOUZA

Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA

EDUCAC A O

O presente estudo realizar-se-

á no âmbito da cidadania democrática.

A Carta do Conselho da Europa sobre a

Educação para a Cidadania Democrática

e a Educação para os Direitos Humanos

prevê tomadas de medidas no âmbito

da disseminação de boas práticas e na

elevação dos padrões de qualidade da

educação na Europa. “Um dos objetivos

fundamentais de toda a educação para

a cidadania democrática e para os

direitos humanos não é apenas dotar os

aprendentes de conhecimentos,

competências e compreensão, mas

também reforçar a sua capacidade de

ação no seio da sociedade para

defender e promover os direitos

humanos, a democracia e o primado do

Page 83: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

78

Direito” (2010). É fundamental

“adquirir conhecimentos, aptidões

pessoais e sociais e a compreensão que

permite reduzir os conflitos, apreciar e

compreender melhor as diferenças

entre as confissões religiosas e os

grupos étnicos, estabelecer uma atitude

de respeito mútuo pela dignidade

humana e pelos valores partilhados,

encorajar o diálogo e promover a não-

violência na resolução de problemas e

conflitos.” (2010).

Este trabalho procura responder à

seguinte questão de estudo: “como é

que o 1º ciclo de escolaridade pode

contribuir na construção do cidadão

democrático e ativo?”. O referencial

teórico pautar-se-á nos autores e

pesquisadores que compreendem o

desenvolvimento infantil como

resultante das inter-relações com o

meio social, físico e humano, numa

configuração indissociável do ser e do

pertencer à cultura. Para Touraine “A

cultura democrática define-se como um

esforço de combinação entre unidade e

diversidade, liberdade e

integração”(2008)

Estudo empírico, de natureza mista,

abordagem qualitativa e quantitativa,

incidindo sobre quatro professoras e

seus respetivos alunos do 3º e 4º Ano

do 1º Ciclo do Ensino Básico. A recolha

de dados aconteceu em duas escolas

pertencentes a rede pública de ensino,

no concelho de Sintra; e duas

professoras e seus respetivos alunos do

3º e 4º Ano, em duas escolas da rede

particular de ensino no concelho de

Cascais; todas as escolas situam-se no

distrito de Lisboa. A recolha de dados

aconteceu através da observação direta

das aulas, uma vez por semana,

durante o 2º e 3º período do ano letivo

2012/2013; realizou-se um inquérito

através de entrevistas diretas, com

gravação em áudio, a oitenta e um

alunos e quatro professores, as

mesmas foram transcritas. As análises

dos dados encontram-se em processo.

Cidadania ativa,

criança do 1º ciclo, formação de

valores, desenvolvimento global.

ANA SÍLVIA BERNARDO VINHAS FRADE

Área de Especialidade: PSICOLOGIA DA

EDUCAC A O

Motivação, envolvimento e

autoconceito são constructos que têm

vindo a ganhar cada vez mais

importância e atualidade no campo da

Psicologia e da Educação. As teorias

cognitivo-sociais referem a falta de

estudos sobre estes constructos e a

necessidade de aprofundamento dos

poucos existentes. O

desta investigação foi procurar

respostas para o seguinte problema de

investigação: Como se caracteriza a

motivação, o envolvimento e o

autoconceito dos militares dos “Cursos

de Formação de Sargentos” da Marinha

portuguesa, como se relacionam estas

variáveis, quer entre si, quer com

fatores pessoais e contextuais. No

âmbito da , a amostra foi

constituída por 149 formandos que

integravam tais cursos, iniciados em

2011 e em 2012. Como instrumentos

de avaliação, foram utilizados: a

na sua

adaptação portuguesa (Porto-Martins &

Benevides-Pereira, 2008); a

, criada no

presente estudo (Frade e Veiga, no

prelo); a

(Frade e Veiga, no prelo), adaptada a

partir da Escala de Motivação para a

aprendizagem em Universitários

(Zenorini & Santos, 2008); e a

Page 84: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

79

(TSCES),

de Villa e Calvete (2001), previamente

adaptada (Veiga, Gonçalves, Caldeira e

Zuniga, 2006). Os

permitiram encontrar relações

significativas entre motivação e

envolvimento e fatores

sociodemográficos e autoconceito. A

análise dos resultados permitiu

concluir que as variáveis

sociodemográficas e o autoconceito

funcionam como preditores da

motivação e do envolvimento dos

formandos.

Motivação,

envolvimento, autoconceito, jovens

adultos em formação, militares da

Marinha.

Page 85: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

80

Sociologia da Educação

MARCELO MARQUES

Área de Especialidade: SOCIOLOGIA DA

EDUCAÇÃO

A tese de doutoramento em

curso tem como objetivo identificar e

compreender as trajetórias improváveis

nos cursos profissionais das escolas

secundárias de ensino público. A

introdução desta oferta no ensino

secundário público veio permitir, a

montante, uma maior estimulação da

procura e, a jusante, a possibilidade de

equacionar uma recomposição das

caraterísticas socioeducativas

associadas aos alunos que frequentam

os cursos profissionais,

respetivamente, a proveniência de

famílias com baixo capital cultural e

económico e os percursos educativos

marcados por trajetórias de abandono e

insucesso escolares. Através da análise

estatística aos dados da DGEEC/MEC,

OTES: Estudantes à Entrada do

Secundário 2007/2008 e Estudantes à

Entrada do Secundário 2010/2011

identificaram-se 1095 alunos

(2007/2008) e 1714 alunos (2010/2011)

com trajetórias de sucesso escolar nos

cursos profissionais, isto é, alunos que

ao longo do seu percurso escolar nunca

reprovaram e que tiveram como média

final do 9º ano, 4 ou 5 nas principais

disciplinas. Sabendo que os cursos

profissionais se apresentam como uma

das medidas mais estigmatizadas no

sistema educativo português, a tese de

doutoramento em curso tem como

questão de partida – Por que escolhem

os jovens com trajetórias de sucesso

escolar cursos profissionais e como

vivem a experiência estudantil nas

escolas secundárias de ensino público?

Para responder a esta questão

apresentamos como objetivos, i)

conhecer as escolhas vocacionais dos

jovens que apresentam trajetórias de

sucesso escolar e que escolhem cursos

profissionais nas escolas secundárias

de ensino público e, por isso, são

protagonistas de trajetórias

improváveis; ii) compreender a

experiência estudantil destes jovens,

atendendo ao seu grau de subjetividade

e racionalidade quanto às escolhas e à

forma como vivem e experienciam a

escola no seio de uma oferta

profissionalizante; iii) identificar e

compreender a pluralidade de

contextos (agentes e estruturas) e

disposições para agir e crer, que nos

permitem inferir sobre as

determinações da ação que estão na

origem da sua trajetória improvável.

Para o desenvolvimento da nossa

problemática de investigação

ancoramos o nosso objeto de estudo no

domínio da Sociologia da Educação,

recebendo contributos da sociologia

das desigualdades sociais, sociologia da

experiência escolar e sociologia

disposicionalista e contextualista.

A opção pelo método recaiu no estudo

de caso múltiplo. Recorrendo à

narrativa biográfica/entrevista semi-

estruturada pretendemos inquirir um

conjunto significativo de jovens com

trajetórias improváveis e outros

agentes educativos que se mostrem

Page 86: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

81

influentes no seu percurso, sendo o

critério de saturação da informação que

irá delimitar o número da amostra.

Como técnicas de análise de dados,

pretendemos construir retratos

sociológicos, atendendo às escolhas

vocacionais, à experiência estudantil e

aos fatores determinantes que estão na

origem das suas trajetórias.

Trajetórias

improváveis, cursos profissionais,

escolhas vocacionais, experiência

estudantil.

ISABELA GONÇALVES DE MENEZES

Área de Especialidade: SOCIOLOGIA DA

EDUCAÇÃO

Esta é uma pesquisa

qualitativa e compreensiva que tem

como objetivo geral investigar questões

relacionadas com as representações de

jovens rurais do Alto Sertão Sergipano,

estudantes do último ano do ensino

médio, sobre o papel da escola urbana

em seu processo formativo e em seus

projetos pessoais, buscando analisar

possíveis interfaces de tais questões

com identidades, políticas educativas

para a juventude rural – especialmente

os filhos de agricultores familiares e de

assentados da reforma agrária – e o

desenvolvimento local. Com base nesse

objetivo geral, foram construídas

questões norteadoras de pesquisa,

diretamente relacionadas aos seguintes

objetivos específicos: 1) Identificar qual

a representação que os jovens rurais do

Alto Sertão Sergipano têm em relação à

escola e ao meio rural do território

onde vivem, com ênfase nas

expectativas da função da

escolarização: se direcionada para sua

realidade ou se os prepara para dela se

retirarem; 2) A partir da representação

que os jovens pesquisados definirem

em um primeiro momento, investigar

sua concepção de identidade territorial

e se eles reproduzem ou não a

identidade sertaneja; 3) Analisar se há

uma relação entre modos de

escolarização, o sentimento de

identidade dos jovens rurais e a

formação para atuarem em suas

comunidades na perspectiva do

desenvolvimento destas. No Alto Sertão

Sergipano, o universo a ser pesquisado

será constituído de jovens rurais de

quatro municípios do território,

estudantes do último ano do ensino

médio regular em escolas públicas. Os

municípios selecionados para a

pesquisa de campo foram Canindé do

São Francisco, Poço Redondo, Porto da

Folha e Nossa Senhora da Glória, por

serem os mais populosos da região e

por possuírem maior número de jovens

matriculados no ensino médio. Quanto

à metodologia utilizada para a

consecução dos objetivos, far-se-á uso

de questionário para obtenção de

dados preliminares fundamentais e

entrevistas semiestruturadas para

aprofundamento das questões de

pesquisa. A coleta de dados será

realizada em quatro escolas de ensino

médio, com previsão de dois semestres

para a execução do trabalho de campo

e análise de dados. Pretende-se

combinar os instrumentos de coletas de

dados a fontes secundárias de

pesquisa, como estatísticas oficiais e

leis, com o fim de enriquecer a

pesquisa. Porém, de forma

complementar, busca-se ainda

investigar políticas públicas para

jovens agricultores em outros

contextos. Por considerar que a região

do Alentejo, em Portugal, apresenta

similitudes com o Alto Sertão Sergipano

quanto a questões geoeconômicas e

Page 87: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

82

socioculturais, pretende-se também,

através de estágio intercalar na

Universidade de Lisboa, investigar

políticas públicas nessa região voltadas

para os jovens agricultores – como por

exemplo o Programa “Impulso Jovem” -

buscando relacioná-las às identidades

territoriais e à inserção dos jovens no

empreendedorismo e no mercado de

produtos e serviços no meio rural.

Ensino médio,

identidades, juventude rural, políticas

educativas, Sertão sergipano.

Page 88: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

83

Supervisão e Orientação da Pr ática Profissional

ELISA DE FÁTIMA OLEIRINHA VALÉRIO

Área de Especialidade: SUPERVISÃO E

ORIENTAÇÃO DA PRÁTICA

PROFISSIONAL

O presente trabalho centra-se

na supervisão da prática pedagógica, na

ação do orientador/supervisor, na sua

função de mediador entre a escola,

lugar da formação prática. Centra-se,

igualmente, nos temas/assuntos da

reflexão partilhada, na identificação e

resolução de problemas com que os

supervisores se confrontam no

desempenho do seu papel.

Focalizamos a nossa abordagem na

figura do orientador para compreender

o potencial formativo e formador da

supervisão, ou seja, das potencialidades

da ação de “ensinar e aprender a

profissão” de professor. Centramo-nos

nas estratégias que integram o

processo de supervisão configuradoras

de percursos de ensino e de

aprendizagem da docência para a

construção do conhecimento e

desenvolvimento pessoal e profissional

do supervisor. Olhamos o supervisor

como docente experiente que ensina e

aprende simultaneamente, dentro da

sua própria trajetória de formação

continuada. Consideramos esta

abordagem complementar da

investigação na área da supervisão, a

qual tem estado focalizada no

formando e na sua aprendizagem, em

cenários quer de formação inicial quer

contínua.

Com o estudo, pretendemos igualmente

problematizar a importância da

reflexão partilhada sobre problemas,

desafios, exigências da sociedade atual

e dos alunos, próprios da docência,

entre outras condicionantes do real

contexto do ensino e da aprendizagem,

sempre em constante mudança.

O estudo empírico que pretendemos

levar a cabo envolve duas instituições

de ensino superior e respetivos

supervisores do Mestrado em Ensino do

Português, bem como os professores

cooperantes agregados a escolas do

ensino básico e secundário. Os

objetivos da investigação prendem-se

com a orientação da prática pedagógica

e supervisão, com a identificação,

análise de problemas, atividades e

estratégias de supervisão, colocando o

enfoque na ação do orientador junto do

formando, de modo a compreender o

potencial formativo e formador da

supervisão da prática pedagógica.

O projeto encontra-se na fase de acesso

aos dados empíricos com o

acompanhamento, no terreno, do

trabalho dos coordenadores e

supervisores, consistindo na

observação de reuniões de trabalho e

realização de entrevistas. Consiste

igualmente na recolha dos

instrumentos para análise qualitativa:

registos de aulas observadas, relatórios

de autoavaliação (formandos) e de

avaliação (supervisores) ao longo de

2013 e 2014. Gostaríamos de dar conta

das potencialidades e das dificuldades

que encontramos nesta abordagem e

partilhá-la com outros investigadores.

Page 89: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

84

Formação; reflexão;

supervisão; desenvolvimento

profissional

DORA MARQUES DOMINGUES

Área de Especialidade: SUPERVISÃO E

ORIENTAÇÃO DA PRÁTICA

PROFISSIONAL

sociedade do conhecimento,

da informação e da aprendizagem ao

longo da vida (CIALV) poderá ser

importante conceptualizar a supervisão

da educação, projetando-se a evolução

do conceito, em Portugal, e integrando,

nesse percurso, a investigação

académica portuguesa.

A construção de uma metodologia de

revisão, análise/síntese da investigação

(RASI) clara, rigorosa e replicável, que

seja compatível com a preservação da

heterogeneidade do corpus em estudo é

outro domínio a ser desenvolvido neste

projeto.

Numa sociedade CIALV os fenómenos

de aprendizagem estendem-se para

além da escola, mas a supervisão não

foi ainda conceptualizada nesse

enquadramento.

Embora a evolução do conceito de

supervisão, em Portugal, já tenha sido

analisado, não foi, no entanto, efetuado

nenhum estudo de revisão/síntese da

investigação relativamente às

publicações académicas (dissertações e

teses). Estes estudos são raros em

Portugal, principalmente no âmbito das

investigações qualitativas.

Entendendo-se que o reconhecimento

do passado e a compreensão do

presente são imprescindíveis à projeção

estratégica do futuro, pretende-se

alicerçar epistemologicamente o

conceito de supervisão da educação,

pelo que se definem como objetivos:

- Constituir um corpus sistematizado

da investigação académica portuguesa

(dissertações e teses), de 1988 a 2013,

em supervisão;

- Estabelecer alicerces epistemológicos

para a supervisão da educação;

- Contribuir para a disseminação de

estudos RASI em Portugal.

Apesar da discussão em torno das

questões ontológicas, epistemológicas e

metodológicas, os estudos de revisão,

análise/síntese da investigação

(qualitativa ou mista) têm-se revelado

importantes para académicos,

profissionais, decisores políticos e

público em geral, uma vez que

possibilitam a orientação da

investigação, a acumulação e a

disseminação de conhecimento.

Em resposta à complexidade dos

processos de revisão, análise/síntese da

investigação e por necessidade de

adequar as metodologias aos objetivos

e questões de estudo, têm sido

propostas diversas metodologias o que

torna problemática a sua escolha.

No caso concreto deste projeto

identificam-se as seguintes tensões:

- O elevado número de investigações

em causa implica uma metodologia

orientada para a homogeneidade do

corpus (metodológica, conceptual entre

outras);

- A preservação da heterogeneidade

implica metodologias que têm sido

aplicadas apenas a corpus muito

menores;

- As diferentes questões de estudo que

procuram caracterizar a investigação

em supervisão implicam a utilização de

técnicas diferenciadas, sendo que

algumas são partilhadas entre

diferentes metodologias;

- Nem todos os autores são explícitos a

definir os seus procedimentos,

coexistindo técnicas similares em

métodos diferentes.

Page 90: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

85

Procurando-se a adequação de técnicas

às características do corpus em análise,

opta-se por organizar um conjunto de

técnicas e procedimentos específicos,

que serão caracterizados e

protocolizados ao longo da

investigação.

Educação, investigação

académica, metodologias de revisão,

análise/síntese da investigação,

supervisão da educação.

Page 91: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

86

Tecnologias de Informaç ão e Comunicação em Educação

ANA LUÍSA RODRIGUES

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

O presente projeto de

investigação pretende definir e analisar

uma forma alternativa de impulsionar a

integração das tecnologias digitais

pelos professores e educadores, no

quadro da Economia da Educação e da

Formação.

Esta investigação justifica-se pela

observação da fraca integração das

tecnologias digitais no processo de

ensino-aprendizagem por professores e

educadores, assinalada em diversos

estudos e autores de referência. Apesar

do investimento que tem sido realizado

na oferta de formação neste domínio,

esta tem sido, contudo, constituída por

ações pontuais e limitadas no tempo,

sem profundo impacto em termos de

desenvolvimento curricular nem na

cultura e prática docente.

Simultaneamente reveste-se de

pertinência económica e social, na

medida em que se ambiciona contribuir

para uma forma mais eficiente de

gestão dos recursos e, em última

instância, para a plena integração de

todos os cidadãos na sociedade do

conhecimento.

Com este estudo pretende-se

especificamente: analisar os fatores

determinantes no desenho e

implementação de uma estratégia de

formação de professores e educadores

numa perspetiva transdisciplinar de

integração das tecnologias digitais;

definir uma metodologia de ensino

denominada formação ativa; observar o

processo de construção e

desenvolvimento de competências e o

nível de reflexividade docente, numa

perspetiva de desenvolvimento

profissional e humano; e verificar a

alteração de práticas dos professores e

educadores na incorporação das

tecnologias na sequência da

implementação da formação ativa,

numa determinada comunidade

educativa.

A formação ativa de professores

distingue-se por uma orientação aberta

e flexível do ensino e gestão do

processo formativo, com utilização de

estratégias de aprendizagem

cooperativa que exigem um

procedimento interativo de ação e

reflexão sobre as atividades realizadas

e em que se advoga que os estudantes

são os construtores em interação social

do seu próprio conhecimento, com base

numa abordagem socio-construtivista.

Enquanto fator decisivo para indução

da mudança e inovação nas escolas, a

integração das tecnologias digitais

pretende potenciar a construção e o

desenvolvimento de competências dos

professores e educadores, e em

simultâneo, através de um processo de

isomorfismo, a transferência de

competências para os seus alunos.

Numa perspetiva económica será

efetuado um levantamento sobre a

oferta de formação contínua de

Page 92: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

87

professores para a integração das

tecnologias e uma análise sobre a

gestão económica dos recursos do

processo formativo examinando de que

forma poderá este contribuir para um

melhor desempenho e desenvolvimento

profissional docente.

Com base numa abordagem

predominantemente qualitativa será

utilizada uma estratégia de

investigação-ação, sendo

adicionalmente realizadas entrevistas

exploratórias e inquéritos por

questionário aos professores e alunos

de uma comunidade educativa, onde se

propõe, ao longo de um ano letivo,

implementar e analisar, com enfoque

no processo, oficinas de formação

contínua de professores de várias áreas

disciplinares e ciclos de ensino,

enquadradas nos níveis do Sistema de

Formação e Certificação de

Competências TIC.

Este projeto de criação de uma escol@

digit@l para o desenvolvimento de

competências dos professores e

educadores servirá de base a uma

proposta de modelo específico de

formação – a Formação Ativa – como

metodologia própria e adaptada ao

desenvolvimento profissional,

económico e humano.

Economia da educação

e da formação, integração das

tecnologias digitais, formação de

professores, formação ativa.

ISABEL MANSO RIBEIRO

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

O estudo que aqui se

apresenta tem por objetivo analisar a

apropriação que a área científica da

educação/formação pode fazer de um

media digital. Falamos de revistas

digitais temáticas e do acolhimento que

este produto poderá exercer nos

cidadãos da sociedade em rede.

Conhecermos as práticas e motivação

da leitura digital, percecionarmos o

interesse pela leitura de revistas

digitais e identificarmos necessidades

de ligação a um media digital –

direcionado para um determinado

contexto de aprendizagem informal –

tornam-se aspetos fundamentais na

conceção de recursos educativos que

contribuam para a aprendizagem

/formação ao longo da vida. Com base

neste quadro conceptual pretendemos

saber: Como é que as revistas digitais

temáticas se podem tornar um recurso

educativo de mediação da

comunicação/aquisição de

conhecimentos e aprendizagem ao

longo da vida? Para dar resposta a esta

preocupação assume-se como objetivos

da investigação: (i) Estimar o grau de

literacia digital de uma comunidade

profissional; (ii) Averiguar a motivação

de uma determinada comunidade na

procura de conhecimento (iii)

Avaliar o interesse de

atualização/descoberta de conteúdos

técnicos em contexto de aprendizagem

informal no ecrã; (iv) Obter informação

sobre o uso de dispositivos móveis para

leitura; (v) Indagar o interesse na leitura

de revistas digitais temáticas na área de

formação académica e profissional.

No caso concreto da problemática deste

estudo, os procedimentos e técnicas

adequados à recolha de dados, não se

enquadram num só método, o que nos

leva a desenvolver o projeto numa

abordagem ao conhecimento que

considera pontos de vista e análises

múltiplas. Utilizaremos métodos

qualitativos e quantitativos de acordo

com a natureza da interrogação em

causa, optando-se pela estratégia

Page 93: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

88

exploratória sequencial que se inicia

com a recolha e análise de dados

qualitativos seguindo-se uma segunda

fase de recolha e de análise de dados

quantitativos. Por interesse e motivação

profissional decidiu-se pela procura de

respostas através de uma pesquisa a

realizar no sector bancário português.

A população a inquirir é adulta e com

um nível de escolaridade superior. Na

primeira etapa, designada de

exploratória e em processo de

conclusão, obtivemos informação com

base na aplicação de um questionário

presencial e de entrevistas

semiestruturadas, junto dos estudantes

do Instituto Superior de Gestão

Bancária. Os elementos obtidos e

analisados constituir-se-ão como um

importante auxílio à realização de um

inquérito por questionário , a

distribuir à população bancária e que se

concretizará na segunda etapa do

campo empírico do presente projeto.

Para finalizar destacamos que conhecer

o tipo de leitores em que nos estamos a

tornar é fundamental para que

possamos desenhar produtos

educativos direcionados a uma

determinada população, produtos que

possam contribuir para uma

aprendizagem em contexto informal

que vá de encontro ao desenvolvimento

das competências profissionais daquela

população.

Revistas digitais

temáticas, literacia digital,

aprendizagem no ecrã, aprendizagem

ao longo da vida

LUCIANA KORNATZKI

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

Esta pesquisa enquadra-se no

contexto da formação de professores

do 1.º Ciclo para o desenvolvimento de

competências, voltadas ao uso das

tecnologias digitais na educação sexual.

Dentre as diversas possibilidades

encontradas na 2.0, a narrativa

digital tem sido compreendida como

uma importante ferramenta para o

desenvolvimento de diversas

competências. Pesquisas no âmbito das

narrativas digitais mostram que a sua

produção permite o desenvolvimento,

por exemplo, de competências digitais

e comunicacionais e que podem ser

trabalhadas com diferentes públicos, a

partir de diferentes temáticas. A

educação sexual de crianças do 1.º

Ciclo é uma questão problemática no

contexto escolar e muitos professores

têm dificuldades em trabalhar esta

temática. Portanto, a narrativa digital

pode ser uma estratégia a ser utilizada

pelos professores neste trabalho,

promovendo o uso das tecnologias e a

participação dos alunos ao serem

produzidas em sala de aula. Para tanto,

percebe-se a necessidade de processos

de formação continuada de professores

do 1.º Ciclo, voltados ao

desenvolvimento de competências que

os capacitem à utilização de narrativas

digitais na educação sexual com seus

alunos. Sendo assim, esta pesquisa tem

como objetivo principal analisar e

identificar o desenvolvimento de

competências a partir da formação de

professores do 1.º Ciclo para a

utilização da narrativa digital na

Page 94: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

89

educação sexual. Em especial, pretende-

se: 1) conceituar e apresentar os

pressupostos teóricos para a educação

sexual do 1.º Ciclo; 2) conceituar e

definir os elementos da narrativa

digital como estratégia pedagógica para

a educação sexual; 3) levantar

historicamente experiências com a

utilização da narrativa digital,

nomeadamente em classes do 1.º Ciclo,

na formação de professores e na

temática da educação sexual; 4)

desenvolver uma proposta de formação

continuada para professores do 1.º

Ciclo para utilização da narrativa

digital na educação sexual; e 5)

descrever as mudanças nas

competências dos professores

formandos. Para a realização da

pesquisa propõe-se a utilização da

metodologia ,

por seu caráter flexível e voltado ao

encontro de soluções para problemas

práticos apoiadas na teoria. Além disso,

porque contempla, de forma cíclica, as

fases de análise, planejamento,

desenvolvimento, implementação e

avaliação, entendidas como adequadas

à proposta de investigação que aqui se

apresenta. Tem-se como público-alvo

professores do 1.º Ciclo de escolas

públicas do Município de Florianópolis,

Santa Catarina, Brasil. Os instrumentos

de recolha de dados constituem-se na

observação participante e em

questionários e entrevistas a serem

realizados ao longo do

desenvolvimento da ação de formação.

Pretende-se realizar também uma fase

de ao final do trabalho,

complementando os resultados

observados. Este estudo pode oferecer

um contributo prático e teórico aos

professores participantes na utilização

das tecnologias em sala de aula,

nomeadamente no enfrentamento da

educação sexual com seus alunos

mediada pela produção de narrativas

digitais.

Competências,

formação de professores, narrativas

digitais, educação sexual.

MARIA HELENA VIEIRA FELIZARDO

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

Este estudo tem como

propósito último contribuir para uma

redefinição do perfil de competências

dos formadores responsáveis pela

formação contínua de professores na

área das TIC.

Resulta da constatação, por um lado, de

que é uma área de ação de capital

importância para levar os professores a

utilizarem as tecnologias na sua prática

letiva e, por outro, de que as estratégias

de formação contínua realizadas neste

domínio não parecem ter tido os

resultados esperados em termos de

maiores índices de uso do potencial

que as tecnologias digitais hoje

encerram.

Na linha de diferentes estudos que

apontam para a ineficácia da formação

contínua na área das TIC e as

dificuldades dos formadores em

promover a integração das tecnologias

nas atividades curriculares, a nossa

proposta resulta também do

questionamento que recentemente

tivemos oportunidade de fazer sobre

quem são e que preparação têm aqueles

profissionais no nosso país. Esse

estudo permitiu-nos perceber que os

formadores não têm uma preparação

específica para o exercício desta

função, sendo o seu recrutamento

efetuado, na maioria dos casos, com

base nas competências informáticas

Page 95: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

90

adquiridas ao nível da licenciatura. É

por essa razão que nos propomos

identificar as dimensões chave de um

perfil de formador, que permitam

potenciar o papel preponderante destes

profissionais na construção de um

novo perfil docente.

Assim, nesta investigação, debruçar-

mo-emos sobre as competências que os

formadores deverão ter para contribuir

efetivamente para o desenvolvimento

profissional dos professores na área

das tecnologias digitais em contexto

educativo, a fim de permitir aos

professores prepararem os seus alunos

para um mundo globalizado e em

acelerado desenvolvimento tecnológico.

Tomando como base uma perspetiva

interpretativa, caracterizada pela

subjetividade inerente à sua dimensão

social, o estudo incidirá na auscultação

dos principais intervenientes do no

processo de desenvolvimento

profissional docente, de modo a

integrar os vários ângulos de análise

provenientes de diferentes pontos de

vista.

Os dados desta investigação serão

recolhidos através de um questionário

a professores do ensino básico e

secundário, de todas as áreas

curriculares, e de entrevistas a

responsáveis pela formação de

professores: uma entrevista coletiva a

formadores da formação contínua

( ) e entrevistas individuais

semiestruturadas junto de diretores de

Centros de Formação de Associação de

Escolas e de instituições responsáveis

pela formação inicial de professores.

Esperamos obter as dimensões chave

de um perfil de formador que nos

permita elaborar uma proposta de

referencial de competências do

formador da formação contínua de

professores em TIC e contribuir para

que se possam perspetivar estratégias

adequadas de formação para estes

profissionais.

Formação contínua de

professores, tecnologias digitais,

formadores, perfil de competências.

SIMÃO ELIAS LOMBA

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

Este projeto de investigação

tem como principal objetivo criar um

programa educativo de literacia da

informação (PELI). A partir de uma

proposta inicial, os professores

participantes irão criar, de forma

colaborativa, uma nova versão do PELI

com a qual se identifiquem.

Posteriormente estes professores irão

aplicar o PELI nas suas aulas com os

seus alunos. Com a aplicação do PELI

pretende-se verificar qual é a relação

entre a literacia informacional e os

resultados escolares dos estudantes do

ensino não superior em Portugal.

A literacia informacional consiste na

adoção de um comportamento

adequado perante a informação, com o

objetivo de obter a informação bem

filtrada para as necessidades de

informação, através de qualquer canal

ou meio, juntamente com o espírito

crítico do uso sábio e ético da

informação na sociedade. (Webber &

Johnson, 2003, p.336). A literacia

informacional é importante em todas as

disciplinas e níveis de ensino e é

melhor desenvolvida no contexto do

currículo (Gaunt, Morgan, Somers,

Soper & Swain, 2009, p.80), sendo que a

integração eficaz exige esforços

colaborativos dos professores e dos

bibliotecários (Derakhashan & Sing,

2010, p.225).

Page 96: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

91

A metodologia é experimental com um

design quase experimental com

descrição do processo, utilizando

multi-estratégias de investigação

(Robson, 2011) também designadas por

metodologias mistas (Creswell, 2009;

Creswell & Plano Clark 2007).

Após a adaptação e validação de

instrumentos de recolha de dados à

realidade portuguesa, os professores,

das escolas onde irá decorrer a

investigação, irão responder a um

questionário com a finalidade de criar

quatro grupos de professores. Um

destes grupos irá participar numa

formação sobre literacia informacional

(formação A), usando o

(Kuhlthau, Caspary, Maniotes, 2007,

2012); outro grupo irá participar numa

formação destinada ao desenho de uma

unidade de ensino (formação B), numa

lógica de um

terceiro grupo participará nas duas

formações e o último grupo não

participará em nenhuma formação. Os

professores que participarem nas

formações irão aplicar posteriormente

com os seus alunos o que aprenderam

na formação.

Os professores participantes irão

responder ao questionário de avaliação

de competências informacionais IL-

HUMASS (Lopes & Pinto, 2010) no início

e no final da intervenção. Os alunos

irão responder às questões de um teste

de literacia informacional adaptado do

projeto TRAILS, no início e no final da

fase de aplicação. Durante a formação

os professores irão criar documentos e

fazer reflexões escritas cujo conteúdo

será analisado. De modo análogo,

durante a aplicação os alunos também

irão criar documentos e reflexões

escritas, para além de responderem em

três momentos distintos ao

questionário

(Tood, Kuhlthau & Heinström,

2005).

Com esta investigação esperamos

melhorar as competências de literacia

informacional dos professores

participantes e dos seus alunos e testar

a eficácia do PELI criado durante a

investigação na melhoria dos

resultados escolares dos alunos.

Literacia

informacional, resultados escolares,

integração curricular, formação de

professores.

JOANA DE MATOS CALDEIRA

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

Com o desenvolvimento

contínuo e acelerado dos meios de

comunicação e informação registado

nos últimos anos, as noções de

reciclagem profissional e de formação

contínua assumem cada vez mais

importância, obrigando a que as

pessoas tenham uma atitude pró-ativa

na construção do seu conhecimento.

Neste sentido, o é, hoje em

dia, considerado um reconhecido meio

de difusão de educação e formação,

apresentando-se como uma modalidade

que pretende dar resposta aos atuais

desafios no ensino-aprendizagem,

afirmando-se progressivamente como

alternativa aos sistemas tradicionais de

ensino e formação, e procurando dar

resposta aos problemas que se colocam

na i) melhoria das competências e

qualificações académicas e

profissionais dos indivíduos, e na ii)

promoção da aprendizagem ao longo

da vida, sem que seja necessário o

afastamento temporário ou prolongado

dos seus postos de trabalho.

Deste modo, e estando conscientes da

importância da formação a distância e

do nos diferentes contextos

Page 97: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

92

profissionais, e numa perspetiva de

otimização dos custos associados à

atividade formativa dos magistrados

portugueses, optámos por efetuar um

estudo em torno desta temática,

assumindo a nossa investigação, como

propósito central, a análise, o

desenvolvimento e a implementação de

um modelo pedagógico orientado para

formações em regime de

para a classe profissional dos

magistrados. A implementação de um

modelo desta natureza reveste-se de

grande utilidade e pertinência, numa

perspetiva de inovação pedagógica e de

garantia das práticas formativas

adotadas.

Neste âmbito assume-se uma

metodologia de investigação associada

a um paradigma pragmático,

privilegiando uma abordagem de

natureza mista e optando-se em

particular pela aplicação de um

exploratório sequencial (Creswell, &

Clark, 2011). Esta estratégia consiste na

recolha e análise de dados qualitativos,

seguida de uma fase de recolha e

análise de dados quantitativos, sendo

que numa fase posterior, os dados são

integrados de forma conjunta.

Os dados referentes a esta investigação

serão obtidos através da aplicação dos

seguintes instrumentos de recolha de

dados e junto dos respetivos públicos:

entrevista individual a efetuar ao

diretor, diretores-adjuntos e

coordenador do Departamento da

Formação; entrevista colectiva a

realizar com docentes pertencentes às

várias áreas de jurisdição; entrevista

a 7 especialistas de relevo

na área da formação profissional a

distância; e questionários, que serão

aplicados a aproximadamente 100

formandos que participarão nas

diferentes ações de formação

integradas no respetivo plano de

formação.

Assim, com esta investigação pretende-

se conhecer quais são as necessidades e

interesses que estão associadas à

implementação de um modelo

pedagógico de formação a distância,

bem como é que os agentes envolvidos

(docentes e chefias diretas) neste

processo o percecionam. Por outro

lado, pretende-se perceber quais as

características que um modelo

pedagógico com estas especificidades

deverá ter, tendo em conta o contexto

da formação e os seus destinatários, de

forma a dar resposta às necessidades

identificadas. Posteriormente, e numa

perspetiva de melhoria do modelo

concebido, pretende-se avaliar, através

de uma análise efetuada por

reconhecidos especialistas na área, a

adequação do modelo ao respetivo

contexto e público-alvo, bem como

avaliar a perceção do seu impacto ao

nível dos diferentes agentes envolvidos.

Formação à distância,

e-learning, b-learning, modelo

pedagógico.

WANNISE DE SANTANA LIMA

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

Este estudo tem como propósito

a investigação da relação entre a

interação e a colaboração, possíveis a

partir do uso das Plataformas LMS como

suporte ao Ensino Superior presencial, e a

inovação pedagógica. Neste sentido,

foram eleitos como objetos de estudo os

estudantes, os professores e as interações

construídas nos Fóruns de Discussão das

Plataformas Moodle dos Cursos de

Licenciatura e Mestrados Integrados da

Universidade de Lisboa no ano letivo

2012/2013. O problema de investigação

centra-se na procura de estratégias de

Page 98: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

93

ensino pautadas na interação e

colaboração nas Plataformas LMS que

contribuam para uma melhor

aprendizagem a partir da construção da

autonomia, e para satisfação dos alunos.

Pretende-se investigar o grau de

satisfação com a aprendizagem dos

estudantes e em que medida estes

consideram que o uso do LMS contribui

para a sua melhor aprendizagem;

conhecer as estratégias de ensino dos

professores que usam as ferramentas de

interação das Plataformas LMS para

construir diferentes formas de aprender

pautadas na colaboração; e analisar as

informações providas pelas ferramentas

de monitoração de interação nos Fóruns

de Discussão das plataformas LMS para

compreender os níveis de interação. Com

uma abordagem metodológica qualitativa,

o estudo integra análise documental,

análise das redes sociais, questionários e

entrevistas com um universo de 41

professores e 3740 alunos nas 40

disciplinas que utilizaram o fórum de

discussão no ano letivo 2012/2013.

Foram analisadas 604 respostas dos

questionários aplicados aos estudantes,

que permitem conhecer o seu perfil, a

opinião dos mesmos sobre o uso do

pelos professores, o grau de

satisfação com a plataforma de

e em que medida eles

consideram que o uso do LMS contribui

para a sua melhor aprendizagem.

Foram entrevistados 15 professores das

diferentes Unidades Orgânicas da

Universidade de Lisboa, sendo possível

identificar a formação do docente para

o uso das tecnologias; conhecer a

opinião dos professores sobre a

Plataforma LMS da Universidade de

Lisboa; as estratégias de ensino

utilizadas pelos docentes e as

indicações dos mesmos sobre ensino

inovador, construção da autonomia dos

estudantes e construção de atividades

de aprendizagem colaborativa. Os

resultados preliminares do

questionário aos estudantes

evidenciaram que estes revelam elevado

grau de satisfação com a plataforma,

reconhecendo que tais ferramentas

melhoraram o seu estudo e que

aprenderam mais com as disciplinas

que utilizaram os LMS. Os resultados

deste estudo poderão ser úteis para os

responsáveis pela implementação de

Plataformas LMS no Ensino Superior e

também para professores que já fazem

uso das tecnologias para ensinar, mas

que carecem de orientações para a

construção de estratégias de ensino que

passem a ter como elemento

fundamental a interação.

Estratégias de ensino,

LMS, Ensino Superior, interacção.

ELOÍSA BRANCO

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

Esta tese tem como objetivo

compreender como é que as narrativas

transmédia podem contribuir para a

inovação das práticas pedagógicas.

As narrativas transmédia são uma

forma de criação de histórias através de

múltiplos dispositivos, plataformas e

ferramentas digitais onde existe um

envolvimento dos alunos a nível de

integração, participação e de

colaboração na construção da

experiência transmédia através da

exploração de diferentes conteúdos

curriculares.

A componente de intervenção desta

investigação tomou como referência

uma metodologia de desenvolvimento

(Design Based Research) que se

materializa no desenho, implementação

e análise de atividades escolares

intencionalmente inovadoras e

Page 99: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

94

desafiantes. Ou seja, no

desenvolvimento de soluções para

problemas práticos ancoradas num

referencial teórico específico (narrativa

transmédia).

Um primeiro estudo, exploratório, foi

desenvolvido com uma turma do 5º ano

de escolaridade e três professores das

disciplinas de Inglês, Português e

Educação Musical. O objetivo do estudo

foi o de caracterizar as representações

e práticas de um conjunto de

professores e respetivos alunos sobre a

utilização das tecnologias digitais; criar

atividades e oportunidades de

aprendizagem desafiadoras e

estimulantes com base no conceito

transmédia; caracterizar o

funcionamento e dinâmica das práticas

educativas organizadas com base no

conceito transmédia; e definir um

conjunto de princípios orientadores da

ação pedagógica que elucidem sobre: os

tipos de aprendizagem, os conteúdos

que melhor podem beneficiar da

estratégia transmédia; as competências

necessárias para a utilização desta

estratégia; quais as combinações de

transmédia mais produtivas (ex.: vídeos

e histórias ou jogos e teatro) e que tipo

de utilização pode ser feita dos

diferentes dispositivos e ferramentas

digitais.

Na prática, foi arquitetada uma

narrativa transmédia que levou os

alunos a utilizarem, em contexto de

sala de aula, tecnologias já utilizadas

pelos mesmos no seu quotidiano fora

da escola (computador, telemóvel e

) e as seguintes plataformas e

programas - Facebook, Google, Google

Maps, Youtube e Word. Durante a

implementação desta experiência

transmédia, os alunos produziram

diferentes tipos de conteúdos digitais

(gravações de vídeo e áudio, edição de

fotografia), escrita de diferentes tipos

de textos (poético, informativo,

narrativo) e partilha de diferentes

pesquisas e trabalhos curriculares num

sítio comum, o Facebook. Além de ser

uma estratégia inovadora pelo facto de

ter utilizado simultaneamente

diferentes tecnologias e disciplinas

para contar uma mesma história, teve

em consideração os vários estágios de

aprendizagem dos alunos, bem como,

as suas particularidades e interesses.

A recolha de dados foi feita através de

questionários aos professores e aos

alunos (antes e depois da

implementação das atividades);

observação das aulas e dos recursos

digitais utilizados dentro e fora das

aulas e dos materiais produzidos pelos

alunos.

A análise de dados está a ser realizada

tendo em conta as categorias de

análise: utilização das tecnologias,

atividades em sala de aula, motivação,

participação, empenho e relação

pedagógica. Uma análise preliminar dos

dados permite perceber que os alunos

nunca tinham utilizado nenhuma

destas tecnologias em sala de aula e

que o uso de ferramentas digitais, em

simultâneo, para o desenvolvimento de

um mesmo tema em diferentes

disciplinas, promovem o empenho, a

colaboração e a satisfação dos alunos.

Narrativas transmédia;

tecnologias digitais; cenários

educativos

JOÃO JOSÉ PAIVA MONTEIRO

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

O âmbito do estudo centra-se

na relevância da dimensão

organizacional e institucional, no

Page 100: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

95

desenvolvimento de projetos de

no contexto do Ensino

Superior (ES) em Portugal e tem como

propósito, identificar e sistematizar

princípios orientadores, recomendações,

boas práticas e estratégias para a

adoção do e-Learning no ES,

considerando particularmente os fatores

organizacionais (internos e externos) e

institucionais que potenciam ou inibem

o processo de adoção do no

ES.

Estabelece-se como principal questão, a

identificação dos fatores e processos

que estruturam a tomada de decisão

institucional na adoção e

desenvolvimento do no

contexto do ensino superior, advindo os

seguintes objetivos de investigação:

(i) identificar as dimensões e fatores

políticos e organizacionais que

influenciam a adoção, implementação e

utilização do no ES; (ii)

caracterizar as grandes linhas de

orientação estratégica do ES, e a

preponderância destas na

implementação de iniciativas de

g no ES; (iii) identificar a forma

como as Instituições de Ensino Superior

em Portugal (IESP) entendem o

na dimensão organizacional e

institucional; (iv) identificar os fatores

críticos de sucesso na adoção do

nas IESP (na dimensão

organizacional);

(v) determinar o contributo do

, como suporte às mudanças e

necessidades de modernização do

sistema de ensino superior português.

O campo teórico do estudo fundamenta-

se em modelos de organização e gestão

universitária e na gestão para a

mudança em processo de adoção de

metodologias e tecnologias ( )

no ES. São igualmente fundamentais na

contextualização teórica os modelos de

adoção institucional de tecnologias em

conjunção com uma compreensão de

quadros de referência para a mudança

estratégica da cultura organizacional no

ES, face à adoção do .

Como quadro teórico principal para a

abordagem metodológica, recorre-se a

modelos de e

. Com uma abordagem

metodológica mista, o campo empírico é

baseado na totalidade das instituições

de ensino superior público portuguesas,

às quais, será aplicado um processo de

recolha de informação pelo método de

, tendo como instrumentos de

recolha de dados, questionários

desenhados sobre a dimensão

organizacional de um modelo híbrido de

, em fase de

desenvolvimento, sendo aplicados

métodos de análise de conteúdo e

análise estatística descritiva para

tratamento dos dados.

Como principais resultados a obter

prevê-se, caracterizar a forma como o

é integrado nas IESP, o

reconhecimento de boas práticas de

gestão institucional do e-Learning, e o

desenvolvimento e cultura

organizacionais associados ao

nas IESP.

e-Learning, ensino

superior, cultura e mudança

organizacional, estratégia.

NUNO DOROTEA

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

A avaliação formativa

desempenha um papel fundamental no

processo de ensino e de aprendizagem

(Marzano, 2007). Boston (2002) refere

que a avaliação formativa informa

Page 101: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

96

sobre o estado dos alunos em relação à

aprendizagem, onde apresentam

problemas e como estão a progredir.

Um relevante e imediato

promove a autonomia dos alunos e a

autorregulação dos seus próprios

processos de aprendizagem, e permite

ao professor refletir e decidir sobre o

processo de ensino (Earl, 2003),

promovendo a adaptação das

estratégias e metodologias de acordo

com as necessidades dos alunos.

Para ser realmente eficaz, o

deve ser cuidadosamente desenvolvido

e individualizado; ser claro, detalhado,

orientador e tão imediato quanto

possível (Irving, 2007) permitindo uma

intervenção atempada. No entanto,

corrigir, classificar e produzir

de qualidade, em provas em formato de

papel, exige muito tempo aos

professores e, por conseguinte, não

fomenta a desejável eficiência e

impacto preventivo sobre as atividades

de aprendizagem dos alunos.

Através da utilização de sistemas de

provas , o pode tornar-

se mais rápido e eficaz, por ser

entregue instantaneamente e ao ritmo

de cada aluno, permitindo-lhe

compreender as suas fraquezas e

lacunas no seu processo de

aprendizagem e tomar medidas

imediatas para as ultrapassar (Hattie &

Timperley, 2007; Stobart, 2008). Além

disso, estes sistemas podem corrigir,

classificar e processar o de

forma totalmente automática, dando ao

professor mais tempo para analisar

cuidadosamente o progresso de cada

aluno. Entre muitas outras

possibilidades, estes sistemas

permitem a integração de elementos

multimédia e simulações interativas

(MM/SI) para enriquecer as questões e o

, a criação de provas

adaptáveis, bem como a partilha das

questões em bases de dados que

podem ser utilizadas e ampliadas por

outros professores. Estes sistemas

podem, assim, apresentar-se como uma

resposta adequada aos problemas do

formato papel e caneta.

Focando-se neste tema, o presente

estudo pretende compreender se a

utilização de provas na avaliação

com propósitos formativos contribui

para a melhoria do processo de ensino

e de aprendizagem dos alunos,

nomeadamente através da integração

de elementos MM/SI e da geração de

imediato e elaborado.

No estudo participarão 2 turmas do

ensino secundário e 1 professor. O

estudo assume um sequencial

explanatório numa abordagem

multimetodológica de recolha e análise

de dados. Esta abordagem implica a

recolha e análise de dados

quantitativos e qualitativos em duas

etapas consecutivas (Creswell & Clark,

2011). Os dados quantitativos serão

recolhidos através de questionários e

os dados qualitativos através de

entrevistas.

Numa primeira etapa, quantitativa, os

questionários irão fornecer

informações sobre os dados que

necessitam de uma explicação mais

detalhada e que questões abordarão as

entrevistas, tanto para o professor

como para os alunos, que se realizarão

na etapa seguinte. Estes questionários

vão ainda apoiar o processo de seleção

dos alunos que serão convidados a

participar numa entrevista de grupo.

O estudo integra ainda, numa fase

preliminar, a aplicação de um

questionário a professores dos

ensinos básico e secundário que

recolherá dados acerca das suas

perspetivas sobre as vantagens em

utilizarem provas na avaliação

formativa e, particularmente, sobre os

seus efeitos na melhoria dos processos

de ensino e de aprendizagem por i)

integrar elementos multimédia e

simulações interativas e ii) fornecer

imediato.

Page 102: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

97

Avaliação com

propósitos formativos, provas digitais

, , multimédia.

NUNO ALBANO

Área de Especialidade: TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA

EDUCAÇÃO

No Curso Profissional de

Técnico de Multimédia (PMUL)

lecionado na Escola Secundária

Marquês de Pombal (ESMP), procuram-

se desenvolver regularmente projetos

que aproximem os alunos do seu

contexto profissional futuro, sendo

prioritário que os trabalhos realizados

assentem em parcerias com entidades

externas, desde universidades, que

fornecem o enquadramento científico,

até organizações de carácter social, as

quais utilizam no contexto das suas

atividades os materiais multimédia e

audiovisuais produzidos pelos nossos

alunos.

Desde 2009, foram realizados diversos

materiais multimédia, audiovisuais e

gráficos, através de parcerias na área

social. Posteriormente, estes produtos

foram usados por esses parceiros,

enquadrando-se este processo no

projeto “"We Act - Promoting Collective

Activism on Socio-Scientific Issues”, da

Universidade de Lisboa.

No âmbito deste projeto, adaptaram-se

métodos de trabalho no Curso PMUL da

ESMP, de forma a desenvolver um

conjunto de ações em três aspetos

distintos: a) discussão das questões

sociais julgadas pertinentes pelos

alunos; b) estimulação da participação

destes na sua solução; e c) produção de

materiais audiovisuais em conjugação

com organizações não-governamentais

(ONG) associadas à resolução dos

problemas debatidos.

As metodologias de trabalho assentam

no debate entre alunos, na seleção de

questões sociais significativas e em

respostas envolvendo as competências

tecnológicas adquiridas nas aulas,

potenciando a componente cívica das

suas capacidades técnicas (Kellner e

Kim, 2010). O trabalho desenvolvido no

âmbito deste projeto, criou no autor

uma necessidade de conhecer melhor a

real influência da intervenção social

como potenciadora de aprendizagens

no domínio tecnológico e de até que

ponto essa capacitação técnica é

percecionada pelos estudantes como

um fator de intervenção cívica ( Bencze

e Carter, 2011; Roth e De'sautels 2002).

As questões de investigação relacionam

as motivações sociais e a aprendizagem

de tecnologias:

• Quais as potencialidades de um

ensino de multimédia baseado em

projetos de ação sociopolítica?

• A utilização das TIC em projetos

de cariz social contribui para o

aumento da consciência cívica dos

alunos? E melhora a sua competência

tecnológica?

• Os estudantes de multimédia

adquirem a perceção que as suas

capacidades tecnológicas potenciam a

sua participação social?

• Os estudantes de multimédia

desenvolvem a perceção que as suas

capacidades tecnológicas são

importantes para o exercício da

cidadania e para a resolução

democrática de problemas?

Este estudo está ser desenvolvido com

uma metodologia de estudo de casos

múltiplos, com recolha de dados

através de questionários de pré e pós-

teste, entrevistas individuais e

. A partir de um grupo alargado

de 21 alunos, pretende-se fazer uma

análise do percurso dos alunos

envolvidos, através de um estudo de

caso geral – a turma, complementada

Page 103: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

98

por uma análise particular mais

aprofundada sobre os percursos de seis

desses alunos numa metodologia de

estudo de casos múltiplos.

Adicionalmente, existirá um prólogo

relativo a dois casos de alunos de

multimédia que tenham concluído o

curso e participado em projetos de

cariz social em anos anteriores, de

modo a demonstrar a motivação inicial

do autor para o desenvolvimento da

tese.

Ativismo, multimédia,

educação, cidadania.

Page 104: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

99

Teoria e Desen volvimento Curricular

JOANA VIANA

Área de Especialidade: TEORIA E

DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

Apresenta-se o projeto de

investigação em curso no âmbito do

programa doutoral em Educação, na

área de especialidade em Teoria e

Desenvolvimento Curricular, que visa

analisar, teórica e empiricamente, o

pressuposto de um currículo que

enquadra as aprendizagens realizadas

em contextos informais e, nesse

sentido, estudar como se caracteriza e

configura esse currículo e o que o

distingue do currículo formal.

Nas suas diferentes definições e

conceções, o currículo está, na sua

esmagadora maioria, associado ao

contexto escolar, à organização das

aprendizagens que se promovem e

realizam na escola, com caráter formal

e predefinido. No entanto, é certo que o

currículo não se reduz ao contexto

escolar. Sabe-se hoje que

independentemente de passarmos

grande parte da nossa vida em

contextos e situações formais de

aprendizagem (escola, trabalho, ações

de formação contínua, entre outras), as

aprendizagens realizadas ao longo da

vida são, na sua maioria, de caráter

informal, desenvolvidas em situações

ou contextos informais. Com a

evolução da Internet, surgem práticas

de ensino paralelamente ao

modelo formal de ensino presencial em

classe. A utilização massiva das

tecnologias digitais e as experiências de

aprendizagem vividas em ambientes

colocam desafios curriculares

nas sociedades contemporâneas, uma

vez que os ambientes virtuais de

aprendizagem pressupõem alterações

significativas na forma de organizar o

trabalho pedagógico desenvolvido no

ciberespaço. Nesses ambientes de

aprendizagem, mais ou menos

estruturados, mais do que um currículo

formal e prescrito, mais do que

intenções e planos definidos

previamente, assume preponderância

um currículo aberto e flexível,

decorrente da ação.

Questionamo-nos, portanto, se ainda é

possível falar de currículo nesses

contextos e se é viável reconcetualizar

o conceito de currículo. Parte-se da

hipótese de que em contextos

informais, desprovidos de estrutura ou

orientações prévias para a

aprendizagem, cada um de nós

organiza o seu processo de

aprendizagem, de acordo com os seus

interesses, motivações, objetivos ou

intenções, tomando decisões sobre o

que aprender, como aprender, quando e

com quem aprender, através da escolha

dos recursos e das estratégias a

utilizar, realizada na sua maioria no

decorrer da ação, isto é, cada um

constrói o seu currículo.

É com base neste pressuposto, na

análise dos elementos constituintes do

currículo e do impacto e mudanças que

a massificação e uso das tecnologias

digitais têm provocado na

aprendizagem, que assenta a nossa

convicção sobre a possibilidade, teórica

e empírica, de um currículo que

Page 105: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

100

enquadra as aprendizagens em

contextos informais — currículo

informal .

Em termos metodológicos, a

investigação segue uma abordagem de

natureza qualitativa, complementada

por dados quantitativos. Estrutura-se

com base na triangulação de métodos e

de técnicas para a recolha e análise de

dados, nomeadamente do inquérito por

questionário, da entrevista, da

documentação e da análise de

episódios de aprendizagem .

Como principais resultados esperados,

este trabalho pretende obter

indicadores sobre os processos de

decisão, organização e avaliação por

parte dos

em contextos informais

e contribuir para a clarificação

da conceção de

.

Desenvolvimento

curricular, currículo, contextos

informais , currículo informal,

aprendizagem .

Page 106: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

103

Workshops

Page 107: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

104

HÉLIA OLIVEIRA

Com este workshop

pretende-se promover uma reflexão

sobre as principais potencialidades de

diferentes tipos de entrevista na

investigação qualitativa, assim como

discutir aspetos críticos do papel do

entrevistador no decurso da entrevista

e do processo de análise de dados

gerados nesse contexto.

Através deste workshop de

natureza prática pretende-se promover:

o conhecimento sobre diferentes tipos

de entrevistas e os seus objetivos; a

capacidade de condução de uma

entrevista; o conhecimento sobre o

processo de análise de dados a partir

da realização de entrevistas.

Nesta sessão, para além da

apresentação de elementos teóricos que

enquadram o trabalho a realizar, serão

disponibilizados para análise excertos

de entrevistas transcritas e em formato

digital. Nesta análise serão

contempladas entrevista de tipo clínico

(task-based interviews) e entrevistas de

natureza aberta ou semi-aberta com um

forte pendor narrativo. Através da

discussão do material analisado

procurar-se-á sistematizar um conjunto

de orientações para a utilização deste

método de recolha de dados em

estudos qualitativos.

JOANA MATA-PEREIRA, MARISA

QUARESMA, RENATA CARVALHO E

SOFIA FREIRE

Este tem por objetivos (i) introduzir o

NVivo como software com potencial

para apoiar a investigaçãoo qualitativa

na área da Educação e (ii) habilitar os

alunos para o uso NVivo em qualquer

fase da sua investigação.

• Breve introdução teórica sobre análise

qualitativa e categorias de codificação;

• Breve introdução sobre o NVivo;

• Familiarização com a estrutura geral;

• Pressupostos e ferramentas de

organização de dados;

• Potencialidades para transcrições;

• Pressupostos e ferramentas de

codificação de dados;

• Ferramentas de análise de dados.

O workshop terá uma natureza

predominantemente prática, onde a

familiarização e experimentação do

software são centrais.

NVivo: o workshop será realizado na

sala 8, que se encontra equipada com

computadores com o software.

Outros materiais de apoio: os restantes

materiais de apoio ao serão

disponibilizados no próprio dia.

Page 108: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

105

PEDRO REIS

O Workshop “Publicação em

Revistas Científicas” propõe um

conjunto de discussões e de atividades

práticas centradas na seleção de

revistas, nas diferentes fases de

planeamento e redação de um artigo

científico, em estratégias para evitar

plágio, em sugestões para a construção

de diferentes secções de um artigo

desta natureza, no processo de

submissão e avaliação de artigos

científicos e nas formas de atuar

perante as avaliações dos revisores.

• Capacitar os participantes para a

seleção estratégica de revistas

científicas para publicação;

• Promover a construção de

conhecimentos sobre os requisitos

necessários à construção de cada uma

das secções de um artigo científico;

• Esclarecer os participantes sobre as

diferentes fases inerentes à submissão

e avaliação de artigos científicos.

• Utilização de bases bibliográficas on-

line para a seleção estratégica de

revistas científicas.

• Análise e discussão de eventuais

situações de plágio a partir de

exemplos práticos.

• Análise de: a) exemplos reais de

propostas enviadas a revistas

científicas; b) comentários dos

avaliadores; e c) cartas de reposta dos

autores.

GUILHERMINA LOBATO MIRANDA E

PEDRO BRÁS

• Abordar o problema da medida em

Ciências Sociais e Humanas

• Compreender a relação entre o que é

realmente medido (as variáveis) e o que

desejamos medir, os construtos ou

variáveis latentes

• Saber responder à questão de quando

se deve optar pelo uso de um

questionário

• Perceber como se constrói um

questionário de raiz

• Saber como se adapta um

questionário já existente

• Determinar as características

psicométricas de um questionário:

sensibilidade, validade e fiabilidade

O workshop tem uma vertente

concetual e outra prática.

Depois de uma breve apresentação dos

principais conceitos, i.e., do quadro de

referência, os participantes terão

Page 109: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

106

oportunidade de levantar questões e de

trabalhar com uma base de dados em

PASW (SPSS versão 22.0) para

determinar as características

psicométricas de um questionário.

Embora o workshop se realize numa

sala de computadores, aconselham-se

os participantes a trazerem os seus

portáteis com o SPSS (versão 22.0) e o

AMOS instalados.

ANA NAIA

Como estratégia de

investigação, o estudo de caso é

utilizado em várias situações e em

várias áreas, contribuindo para o

conhecimento de fenómenos

individuais, de grupo, organizacionais,

sociais e políticos (Eisenheardt, 1989;

Yin, 2013), permitindo aos

investigadores reter as características

significativas e holísticas dos

acontecimentos da vida real. Por outro

lado Yin (2013) ainda refere que os

estudos de caso envolvem dados

quantitativos ou qualitativos, ou

ambos, e quando o estudo de caso

envolve a análise de mais do que um

caso, estamos na presença de um

estudo de caso múltiplo, aumentando a

robustez e sustentabilidade da

investigação. Cada vez mais se recorre

a esta estratégia de investigação pelo

fato de permitir uma abordagem

holística e aprofundada da realidade.

Segundo Riege (2003),existem várias

formas de ultrapassar algumas das

limitações apontadas ao estudo de

caso, no que concerne à sua validade e

fiabilidade, o que aumenta a sua

credibilidade e potencial de utilização,

nas mais diversas áreas, conjugando

metodologias quantitativas com

qualitativas, recorrendo ou não, a

softwares específicos de análise.

Este tem como

objetivo geral a reflexão crítica sobre a

construção de teoria a partir do estudo

de caso.

Introduzir o estudo de caso como

estratégia de investigação na área da

Educação, com especial enfoque nas

perspetivas de Yin (2013) e Eisenheardt

(1989);

Caracterizar os diferentes tipos de

estudos de caso;

Caracterizar o processo de

construção de teoria a partir do estudo

de caso (adaptado de Eisenheardt,

1989);

Caracterizar diferentes estratégias

para assegurar a validade e fiabilidade

dos estudos de caso;

Identificar softwares específicos que

poderão ser úteis neste âmbito;

Analisar e discutir diferentes

exemplos de estudos de caso.

O terá uma

natureza teórico-prática, onde numa

fase inicial se privilegiará a introdução

teórica de alguns conceitos e

posteriormente uma fase mais prática

de análise e discussão de diferentes

tipos de estudos de caso.

Page 110: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação

107

PAULA GUIMARÃES E ANA BRUNO

Este workshop assenta na

ideia de que as práticas estão situadas

na estrutura social, estando

condicionadas por esta, mas beneficiam

da ação dos diversos sujeitos e

organizações e por isso também

dependem das características desta

intervenção. Assim sendo, toda a ação

social envolve sempre algo de novo,

não podendo deixar de ser considerada

a continuidade com o passado que ela

inclui. A partir de contribuições que

destacam a estrutura e a agência, a

análise de objetos de estudo como as

políticas educativas públicas revela

diferentes níveis de complexidade e

ganha novos contornos no que remete,

por exemplo, para os significados que

um programa e/ou uma medida

pode/m envolver por entre atores

educativos diversos, situados em

contextos de decisão e de ação aos

níveis macro, meso ou micro.

• apresentar a análise de objetos de

estudo como as políticas educativas

públicas a partir de diferentes níveis

(macro, meso e micro);

• discutir estudos realizados a partir de

diferentes níveis de análise (macro,

mesmo e micro).

O workshop terá uma

natureza teórico-prática, no qual, numa

fase inicial, se privilegiará a introdução

teórica de alguns conceitos e,

posteriormente, numa fase mais

prática, a discussão de estudos em

desenvolvimento pelos participantes a

partir de diferentes níveis de análise

(macro, mesmo e micro).

.

Page 111: V Fórum de Jovens Investigadores do Instituto de Educação