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Dental Press International ISSN 2176-9451 Volume 16, Number 6, November / December 2011 Versão em português

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Revista Dental Press Journal Of Ortodontics - PT

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Dental Press Journal of O

rthodonticsVolum

e 16, Num

ber 6, Novem

ber / Decem

ber 2011Versão em

português Dental Press International

ISSN 2176-9451

Volume 16, Number 6, November / December 2011

Versão em português

O lançamento mais esperado do mercado

Considerando as preferências e sugestões dos clientes em relação ao que seria mais importante em um aparelho de baixo atrito, a 3M desenvolveu um novo produto, fácil de utilizar, acessível a todos os ortodontistas e que oferece todos os benefícios de um bracket autoligado passivo.

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ISSN 2176-9451Dental Press J Orthod. 2011 November/December;16(6):1-160

v. 16, no. 6 November/December 2011

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EDITOR CHEFE

Jorge Faber UnB - DF - Brasil

EDITORA ASSOCIADA

Telma Martins de Araújo UFBA - BA - Brasil

EDITORES ADJUNTOS

(artigos online)

Daniela Gamba Garib HRAC/FOB-USP - SP - Brasil

Fernanda Angelieri USP - SP - Brasil

Matheus Melo Pithon UESB - BA - Brasil

EDITOR ADJUNTO

(Odontologia baseada em evidências)

David Normando UFPA - PA - Brasil

EDITORA ADJUNTA

(revisão língua inglesa)

Flávia Artese UERJ - RJ - Brasil

PUBLISHER

Laurindo Z. Furquim UEM - PR - Brasil

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO

Adilson Luiz Ramos UEM - PR - Brasil

Danilo Furquim Siqueira UNICID - SP - Brasil

Maria F. Martins-Ortiz ACOPEM - SP - Brasil

CONSULTORES EDITORIAIS

Ortodontia

Adriana C. da Silveira Univ. de Illinois - Chicago - EUA

Adriana de Alcântara Cury-Saramago UFF - RJ - Brasil

Adriano de Castro UCB - DF - Brasil

Aldrieli Regina Ambrósio SOEPAR - PR - Brasil

Alexandre Trindade Motta UFF - RJ - Brasil

Ana Carla R. Nahás Scocate UNICID - SP - Brasil

Ana Maria Bolognese UFRJ - RJ - Brasil

Andre Wilson Machado UFBA - BA - Brasil

Antônio C. O. Ruellas UFRJ - RJ - Brasil

Armando Yukio Saga ABO - PR - Brasil

Arno Locks UFSC - SC - Brasil

Ary dos Santos-Pinto FOAR/UNESP - SP - Brasil

Björn U. Zachrisson Univ. de Oslo - Noruega

Bruno D'Aurea Furquim Clín. Partic. - PR - Brasil

Camila Alessandra Pazzini UFMG - MG - Brasil

Camilo Aquino Melgaço UFMG - MG - Brasil

Carla D'Agostini Derech UFSC - SC - Brasil

Carla Karina S. Carvalho ABO - DF - Brasil

Carlos A. Estevanel Tavares ABO - RS - Brasil

Carlos Martins Coelho UFMA - MA - Brasil

Cauby Maia Chaves Junior UFC - CE - Brasil

Célia Regina Maio Pinzan Vercelino FOB-USP - SP - Brasil

Christian Viezzer UFRGS - RS - Brasil

Clarice Nishio Univ. de Montreal - Canadá

Cristiane Canavarro UERJ - RJ - Brasil

Eduardo C. Almada Santos FOA/UNESP - SP - Brasil

Eduardo Franzotti Sant'Anna UFRJ - RJ - Brasil

Eduardo Lenza Clín. Partic. - GO - Brasil

Eduardo Silveira Ferreira UFRGS - RS - Brasil

Enio Tonani Mazzieiro PUC-MG - MG - Brasil

Eustáquio Araújo Univ. de Saint Louis - EUA

Fabrício Pinelli Valarelli UNINGÁ - PR - Brasil

Fernando César Torres UMESP - SP - Brasil

Giovana Rembowski Casaccia Clín. Partic. - RS - Brasil

Gisele Moraes Abrahão UERJ - RJ - Brasil

Glaucio Serra Guimarães UFF - RJ - Brasil

Guilherme Janson FOB-USP - SP - Brasil

Guilherme Pessôa Cerveira ULBRA-Torres - RS - Brasil

Gustavo Hauber Gameiro UFRGS - RS - Brasil

Haroldo R. Albuquerque Jr. UNIFOR - CE - Brasil

Helio Scavone Júnior UNICID - SP - Brasil

Henri Menezes Kobayashi UNICID - SP - Brasil

Hiroshi Maruo PUC-PR - PR - Brasil

Hugo Cesar P. M. Caracas UNB - DF - Brasil

Jesús Fernández Sánchez Univ. de Madrid - Madrid - Espanha

Jonas Capelli Junior UERJ - RJ - Brasil

José Antônio Bósio Univ. de Marquette - Milwaukee - EUA

José Augusto Mendes Miguel UERJ - RJ - Brasil

José Fernando Castanha Henriques FOB-USP - SP - Brasil

José Nelson Mucha UFF - RJ - Brasil

José Renato Prietsch UFRGS - RS - Brasil

José Vinicius B. Maciel PUC-PR - PR - Brasil

Julia Cristina de Andrade Vitral Clín. Partic. - SP - Brasil

Júlia Harfin Univ. de Maimonides - Buenos Aires - Argentina

Júlio de Araújo Gurgel FOB-USP - SP - Brasil

Julio Pedra e Cal Neto UFF - RJ - Brasil

Karina Maria S. de Freitas UNINGÁ - PR - Brasil

Larry White AAO - Dallas - EUA

Leandro Silva Marques UNINCOR - MG - Brasil

Leniana Santos Neves UFVJM - MG - Brasil

Leopoldino Capelozza Filho HRAC/USP - SP - Brasil

Liliana Ávila Maltagliati USC - SP - Brasil

Lívia Barbosa Loriato PUC-MG - MG - Brasil

Luciana Abrão Malta Clín. Partic. - SP - Brasil

Luciana Baptista Pereira Abi-Ramia UERJ - RJ - Brasil

Luciana Rougemont Squeff UFRJ - RJ - Brasil

Luciane M. de Menezes PUC-RS - RS - Brasil

Luís Antônio de Arruda Aidar UNISANTA - SP - Brasil

Luiz Filiphe Canuto FOB-USP - SP - Brasil

Luiz G. Gandini Jr. FOAR-UNESP - SP - Brasil

Luiz Sérgio Carreiro UEL - PR - Brasil

Marcelo Bichat P. de Arruda UFMS - MS - Brasil

Marcelo Reis Fraga UFJF - MG - Brasil

Márcio Rodrigues de Almeida UNIMEP - SP - Brasil

Marco Antônio de O. Almeida UERJ - RJ - Brasil

Marcos Alan V. Bittencourt UFBA - BA - Brasil

Marcos Augusto Lenza UFG-GO - Brasil

Maria C. Thomé Pacheco UFES - ES - Brasil

Maria Carolina Bandeira Macena FOP-UPE - PB - Brasil

Maria Perpétua Mota Freitas ULBRA - RS - Brasil

Marília Teixeira Costa UFG - GO - Brasil

Marinho Del Santo Jr. Clín. Partic. - SP - Brasil

Maristela S. Inoue Arai Univ. Médica e Odontológica de Tokyo - Japão

Mônica T. de Souza Araújo UFRJ - RJ - Brasil

Orlando M. Tanaka PUC-PR - PR - Brasil

Oswaldo V. Vilella UFF - RJ - Brasil

Patrícia Medeiros Berto Clín. Partic. - DF - Brasil

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O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é uma publicação bimestral da Dental Press International. Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / PR - Fone/Fax: (0xx44) 3031-9818 - www.dentalpress.com.br - [email protected].

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é continuação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (ISSN 1415-5419).

Diretora: Teresa R. D'Aurea Furquim - Diretor eDitorial: Bruno D’Aurea Furquim - Diretor De marketing: Fernando Marson - analista Da in-formação: Carlos Alexandre Venancio - ProDUtor eDitorial: Júnior Bianco - Diagramação: Fernando Truculo Evangelista - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Tatia-ne Comochena - revisão/CoPYDesk: Ronis Furquim Siqueira - tratamento De imagens: Andrés Se-bastián - BiBlioteCa/normaliZação: Simone Lima Lopes Rafael - BanCo De DaDos: Adriana Azevedo Vasconcelos - sUBmissão De artigos: Simone Lima Lopes Rafael - CUrsos e eventos: Ana Claudia da Silva - Rachel Furquim Scattolin - finanCeiro: Roseli Martins - ComerCial: Roseneide Martins Garcia - eXPe-Dição: Diego Moraes - seCretaria: Rosane Aparecida Albino. Jornalismo: Beatriz Lemes.

Patricia Valeria Milanezi Alves Clín. Partic. - RS - Brasil

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Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin CORA - SP - Brasil

Ricardo Machado Cruz UNIP - DF - Brasil

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Roberto Justus Univ. Tecn. do México - México

Roberto Rocha UFSC - SC - Brasil

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Rodrigo Hermont Cançado UNINGÁ - PR - Brasil

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Sérgio Estelita FOB-USP - SP - Brasil

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Biologia e Patologia Bucal

Alberto Consolaro FOB-USP - SP - Brasil

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Bioquímica e Cariologia

Marília Afonso Rabelo Buzalaf FOB-USP - SP - Brasil

Cirurgia Ortognática

Eduardo Sant’Ana FOB/USP - SP - Brasil

Laudimar Alves de Oliveira UNIP - DF - Brasil

Liogi Iwaki Filho UEM - PR - Brasil

Rogério Zambonato Clín. Partic. - DF - Brasil

Waldemar Daudt Polido Clín. Partic. - RS - Brasil

Dentística

Maria Fidela L. Navarro FOB-USP - SP - Brasil

Disfunção da ATM

José Luiz Villaça Avoglio CTA - SP - Brasil

Paulo César Conti FOB-USP - SP - Brasil

Fonoaudiologia

Esther M. G. Bianchini CEFAC-FCMSC - SP - Brasil

Implantologia

Carlos E. Francischone FOB-USP - SP - Brasil

Ortopedia Dentofacial

Dayse Urias Clín. Partic. - PR - Brasil

Kurt Faltin Jr. UNIP - SP - Brasil

Periodontia

Maurício G. Araújo UEM - PR - Brasil

Prótese

Marco Antonio Bottino UNESP-SJC - SP - Brasil

Sidney Kina Clín. Partic. - PR - Brasil

Radiologia

Rejane Faria Ribeiro-Rotta UFG - GO - Brasil

COLABORADORES CIENTÍFICOS

Adriana C. P. Sant’Ana FOB-USP - SP - Brasil

Ana Carla J. Pereira UNICOR - MG - Brasil

Luiz Roberto Capella CRO - SP - Brasil

Mário Taba Jr. FORP - USP - Brasil

Dental Press Journal of Orthodontics v. 1, n. 1 (set./out. 1996) - . -- Maringá : Dental Press International, 1996 - Bimestral ISSN 2176-9451

1. Ortodontia - Periódico. I. Dental Press International. CDD 617.643005

Indexação:

desde 1998 desde 2005

BBOdesde 1998

desde 2002 desde 2008 desde 2009

desde 1999

desde 2008

desde 1998

desde 2008

desde 2011

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6 Editorial

15 O que há de novo na Odontologia / What’s new in Dentistry

22 Insight Ortodôntico / Orthodontic Insight

28 Entrevista com Lysle E. Johnston Jr. / Interview

S u m á r i o

Artigos Online / Online Articles

33 Análise do emprego do cálculo amostral e do erro do método em pesquisas científicas publicadas na literatura ortodôntica nacional e internacional

The use of sample size calculation and error of method in researches published in Brazilian and international orthodontic journals

David Normando, Marco Antonio de Oliveira Almeida, Cátia Cardoso Abdo Quintão

36 Avaliação in vitro da força liberada por elásticos em cadeia

In vitro evaluation of force delivered by elastic chains

Andréa Fonseca Jardim da Motta, Adriana de Alcantara Cury-Saramago, Lincoln Issamu Nojima

38 Estudo cefalométrico prospectivo dos efeitos da terapia de tração reversa da maxila associada à mecânica intermaxilar

Prospective cephalometric study of the effects of maxillary protraction therapy associated with intermaxillary mechanics

Juliana de Oliveira da Luz Fontes, Guilherme Thiesen

Artigos Inéditos / Original Articles

41 Estudo cefalométrico do posicionamento dentário em jovens brasileiros feodermas com “oclusão normal”

Cephalometric study of tooth positioning in young Brazilian Afro-Caucasian individuals with “normal occlusion” Eduardo Jacomino Franco, Arnaldo Pinzan, Guilherme Janson, José Fernando Castanha Henriques, Célia Regina Maio Pinzan-Vercelino

52 Avaliação cefalométrica dos resultados do aparelho de protração mandibular (APM) associado ao aparelho fixo em relação às estruturas dentoalveolares e tegumentares em pacientes portadores de má oclusão de Classe II, 1ª divisão

Cephalometric evaluation of the effects of the joint use of a mandibular protraction appliance (MPA) and a fixed orthodontic appliance on the dentoalveolar and soft tissue structures of patients with Angle Class II, division 1 malocclusion

Alexandre Magno de Negreiros Diógenes, Rildo Medeiros Matoso, Emmanuelle Medeiros de Araújo, Kenio Costa Lima, Raniere Luiz dos Santos Sousa

63 Resistência ao cisalhamento da colagem dos compósitos Concise e Transbond XT com e sem agente de união

Shear bond strength of composites Concise and Transbond XT with and without bonding agent

Alexandre Maêda Neves, Fábio Lourenço Romano, Américo Bortolazzo Correr

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69 Análise de Bolton: uma proposta alternativa para a simplificação de seu uso

Bolton analysis: An alternative proposal for simplification of its use

Karina Eiras Dela Coleta Pizzol, João Roberto Gonçalves, Ary dos Santos-Pinto, Adriano Porto Peixoto

78 Modificações no pogônio e no nariz de acordo com o modo respiratório

Changes in pogonion and nose according to breathing patterns

Orlando Tanaka, Suelem Tisiane Fabianski, Lílian Mary Karakida, Luégya Amorin Henriques Knop, Luciana Borges Retamoso

84 Respiração bucal no contexto multidisciplinar: percepção de ortodontistas da cidade do Recife

Mouth breathing within a multidisciplinary approach: Perception of orthodontists in the city of Recife, Brazil

Valdenice Aparecida de Menezes, Luiza Laranjeira Cavalcanti, Tâmara Cavalcanti de Albuquerque, Ana Flávia Granville Garcia, Rossana Barbosa Leal

93 Avaliação das tensões liberadas por elásticos ortodônticos em cadeia: estudo in vitro

Assessment of force decay in orthodontic elastomeric chains: An in vitro study

Claudia Kochenborger, Dayanne Lopes da Silva, Ernani Menezes Marchioro, Diogo Antunes Vargas, Luciane Hahn

100 Tratamento ortodôntico-cirúrgico da assimetria facial esquelética: relato de caso

Orthodontic-surgical treatment of skeletal facial asymmetry: Case report

Susiane Allgayer, Fernanda Santos Mezzomo, Waldemar Daudt Polido, Gabriella Rosenbach, Carlos Alberto Estevanell Tavares

111 Coleta e cultura de células-tronco obtidas da polpa de dentes decíduos: técnica e relato de caso clínico

Collection and culture of stem cells derived from dental pulp of deciduous teeth: Technique and clinical case report

Alan Araujo de Jesus, Milena Botelho Pereira Soares, Ana Prates Soares, Renata Campos Nogueira, Elisalva Teixeira Guimarães, Telma Martins de Araujo, Ricardo Ribeiro dos Santos

119 Caso Clínico BBO / BBO Case Report

Má oclusão de Classe I com biprotrusão e ausência dos primeiros molares inferiores

Angle’s Class I malocclusion with bimaxillary dental protrusion and missing mandibular first molars

Aldino Puppin Filho

130 Tópico Especial / Special Article

Extrações de molares na Ortodontia

Molars extraction in orthodontics

Marco Antônio Schroeder, Daniela Kimaid Schroeder, Diego Júnior Silva Santos, Michelle Machado Leser

158 Normas para publicação / Information for authors

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Dental Press J Orthod 6 2011 Nov-Dec;16(6):6-8

Precisamos de propostas – e concretas – para melhorar a qualidade do atendimento

odontológico no Brasil

E d i t o r i a l

“Vende-se o sonho, entrega-se o pesadelo”. Com essa frase o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, resumiu o seu voto pela constitucionalidade do exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Ele definiu, de certa forma, o processo acerca da formação do bacharel em direito no Brasil. O questio-namento da constitucionalidade da prova foi apresentado na forma de um recurso, por um bacharel na área. Mais cedo, no mesmo dia da manifestação do ministro, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, havia afirma-do: “O exame de Ordem constitui, portanto, medida claramente adequada para garantir a qualificação do profissional e proteger os di-reitos de terceiro”.1

Esse importante fato, forçosamente, nos faz refletir sobre a possibilidade de uma prova para a Odontologia (e também outras áreas da saú-de, como a Medicina): o Exame do Conselho Federal de Odontologia. Muitos países, como Inglaterra e EUA, veem na obrigatoriedade desses exames para a nossa profissão a única forma de garantir a qualificação do profissio-nal e proteger a saúde de sua população. No Japão, os graduados em Odontologia prestam uma prova de habilitação após um curso de graduação de seis anos. É muito importante alertar que um profissional da saúde precisa ter certo conhecimento mínimo para poder ser um profissional da saúde, caso contrário, ele se torna um profissional da doença.

Obviamente, essa não é a única medida necessária para melhorar a qualidade do aten-dimento ao nosso povo. A obrigatoriedade da educação continuada também é uma delas. Na Itália, essa apreensão é tão intensa que um dentista por lá precisa se ausentar do atendi-mento por quase duas semanas, todos os anos, para obter o número de créditos de educação continuada que o habilite a manter sua licença de trabalho válida. Talvez esse seja um número de horas exagerado. Alguns estados america-nos, como o de Illinois, exigem 48 horas de educação continuada a cada três anos para renovar sua licença de trabalho.2 Os créditos de educação continuada podem ser obtidos tanto com aulas presenciais quanto com res-postas a questionários elaborados a partir de artigos, como os presentes no DPJO. No Brasil, não há exigência legal de nenhuma natureza e é lugar-comum que muitos profissionais se formem e jamais busquem atualização.

Entretanto, essa discussão não poderia eclipsar o principal astro desse tema, que é a educação superior na área odontológica. Muito se discute sobre a qualidade dessa educação. Seguramente ela não é perfeita, todavia, se julgarmos essa qualidade do ponto de vista objetivo da produ-ção de conhecimento, ela está entre as melhores do mundo. Agora, é claro que as boas escolas dividem espaço com as fracas, sem contar o fato — de conhecimento de quase todos aqueles que são professores no Brasil — de que várias escolas

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Dental Press J Orthod 7 2011 Nov-Dec;16(6):6-8

Editorial

1. PGR e Marco Aurélio se manifestam pela constitucionalidade do exame da OAB. 2011. [Acesso em: 2011 Jul 10]. Disponível em: http://extra.globo.com/noticias/brasil/pgr-marco-aurelio-se-manifestam-pela-constitucionalidade-do-exame-da-oab-2885992.html.

2. Illinois State Dental Society. Continuing education: Q & A. [2011]. [Cited 2011 Oct 10]. Available from: http://www.isds.org/ContEd/QandA.asp.

RefeRências

de nível superior pressionam os professores a aprovar alunos que não atingiram as notas ne-cessárias para aprovação. E a controvérsia não termina por aí. Se no momento há tanta evasão da profissão, significa que muitas escolas são simplesmente desnecessárias. O aluno compra um canudo vazio, pois não exercerá a profissão.

Assim, temos um problema calcado, prin-cipalmente, em um tripé. Temos várias escolas fracas — e que a população brasileira não pre-cisa —, formando profissionais sem qualificação verificada e, para piorar, muitos deles não man-têm uma educação continuada. Esse cenário se contrapõe à realidade de termos uma das melhores Odontologias do mundo e significa que uma parcela da população brasileira é aten-dida com excelência e outra, possivelmente, é atendida por profissionais da doença.

Qual é o modelo ideal? Ações efetivas para fechar as desnecessárias faculdades fracas? A instituição de programas obrigatórios de educação continuada? A seleção daqueles comprovadamente aptos a serem profissionais da saúde, por meio de uma prova realizada pelo CFO e aplicada aos bacharéis? Ou adotar simultaneamente mais de uma dessas medidas? Qualquer nova proposição, desde que concreta e factível, é bem-vinda.

Estou aberto a críticas, sugestões e discussões.*

Boa leitura.

Jorge [email protected]

* Obviamente, tornar o tratamento acessível é uma das frentes necessárias, e isso tem sido feito pelo Governo Federal por meio do programa Brasil Sorridente. Possivelmente, essa é a única ação de impacto real que vimos surgir nas últimas décadas.

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Dental Press J Orthod 8 2011 Nov-Dec;16(6):6-8

Com a palavra, o Prof. Dr. David normando

Ao longo dos últimos cinco anos, servi como editor-chefe da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial que, em 2010, passou a ser editada em inglês e a se chamar Dental Press Journal of Orthodontics. Li, então, milhares de artigos e escrevi 30 editoriais. Esse é o 31º e último deles.

O encerramento de todo ciclo nos move, na-turalmente, à reflexão e elencamos fatos e pessoas importantes. Infelizmente, não conseguiria, no espaço desse editorial e com justiça, mencionar todas as pessoas que foram muito importantes para o jornal e para mim como seu editor. Para representar todo esse corpo de mentes fabulosas, comentarei brevemente sobre cinco pessoas. Cada uma representa um setor do jornal.

A primeira delas é o Sr. Ronis Furquim, da equipe da Editora Dental Press. Ele é um indivíduo de conhecimento desniveladamente acima da média, possui português invejável e capacidade de leitura crítica tão aguçada que redefiniu meus padrões de qualidade para esse atributo. Ronis, você personifica os funcionários dessa empresa na busca da excelência e seu trabalho permeia cada artigo aqui publicado.

Doutores Teresa e Laurindo Furquim, a sua paixão pela nossa profissão se materializou numa empresa que é símbolo de qualidade em Odontologia. A Odontologia brasileira tem uma dívida com vocês. Sou grato pela confiança que depositaram em minhas mãos ao me con-vidar para ser editor desse jornal.

A Dra. Telma Martins de Araujo, uma profis-sional e uma pessoa sublime. A sua inexcedível perfeição está presente em tudo que edita nesse jornal, no Curso de Especialização do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Professor José Édimo Soares Martins, bem como em suas outras atividades como importante liderança em nossa especialidade. Tenho orgulho de ser seu amigo e profunda admiração por você.

Por fim, Dr. David Normando, quero dividir a minha alegria em vê-lo como o novo editor desse jornal. Você é, sem dúvida, um exemplo para a Odontologia brasileira. Somente uma palavra pode definir como um menino que estu-dou em diversas escolas públicas no interior da Região Norte do Brasil se torna o editor-chefe de uma das principais publicações da Ortodontia mundial: meritocracia. Diante da competência que demostrou como editor adjunto, nada mais justo do que o convidarmos para assumir o cargo do qual me despeço com essas palavras. Finalizo meu último editorial desejando-lhe não sorte, porque sua competência lhe alforria dessa necessidade, mas, sim, trabalho. Só esse pode dignificar ainda mais o ser humano.

Com a palavra, o Prof. Dr. David Norman-do, editor-chefe do Dental Press Journal of Orthodontics.

Jorge [email protected]

E d i t o r i a l E S p E c i a l

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Dental Press J Orthod 15 2011 Nov-Dec;16(6):15-21

andré luciano Pasinato da Costa*, alcion alves silva**, Cléber Bidegain Pereira***

o q u E h á d E n o v o n a o d o n t o l o g i a

teleortodontia: ferramenta de auxílio à prática clínica e à educação continuada

introdução: a Tecnologia da Informação (TI) está revolucionando os relacionamentos in-terpessoais. Esse novo contexto tornou possível exercer à distância as profissões da área da saúde, um conceito denominado telessaúde. A essência dessa área é a oferta, à distância, de serviços e informação sobre saúde. Nesse contexto, a Ortodontia como especialidade não pode ficar alheia a esses avanços. Objetivo: esse artigo se propôs a investigar — através de revisão não sistemática da literatura — quais dentre as tecnologias disponíveis são passíveis de ser utilizadas no desenvolvimento de serviços de teleortodontia, como ferramentas de auxílio à prática clínica e à educação continuada. O uso de tecnologias já acessíveis no mer-cado pode viabilizar os serviços de teleortodontia no país. Apesar desse artigo ter analisado as condições técnicas e as tecnologias relacionadas ao objeto de estudo, concentra-se no campo das questões éticas/morais, legais e econômicas do processo.

Resumo

Palavras-chave: Telemedicina. Ortodontia. Computadores. Informática. Tecnologia. Sistemas de informação.

* Mestre em Biologia Celular e Molecular pela PUCRS. Especialista em Ortodontia pela Universidade Cruzeiro do Sul. ** Doutor em Odontologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em Ortodontia pela Universidade Camilo Castelo Branco. *** Especialista em Ortodontia pelo Conselho Federal de Odontologia.

inTRODUÇÃOA Tecnologia da Informação (TI) tem provo-

cado mudanças nas relações interpessoais. Numa sociedade globalizada, interconectada eletronica-mente e sem fronteiras, o exercício à distância das profissões está entre as novas experiências.

O desenvolvimento de programas de comu-nicação, associado à construção de computado-res mais avançados, tem permitido a transmissão de informações de modo rápido e eficiente. Esse

novo contexto tornou possível exercer à distância as profissões da área da saúde1,2,3, um conceito de-nominado telessaúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), telessaúde (telemedicina, teleodontolo-gia, etc.) é a provisão de serviços associados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distân-cia é um fator crítico. Tais serviços podem ser pro-vidos por meio do uso de tecnologias de comuni-cação, com os objetivos de educação continuada

Como citar este artigo: Costa ALP, Silva AA, Pereira CB. Teleortodontia: ferramenta de auxílio à prática clínica e à educação continuada. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):15-21.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 20 2011 Nov-Dec;16(6):15-21

Teleortodontia: ferramenta de auxílio à prática clínica e à educação continuada

Validação da teleortodontiaExperiências realizadas por várias institui-

ções demonstram as oportunidades para o cam-po da teleortodontia2,3,5,6,7,11-14,23. Os resultados do estudo comparativo desenvolvido entre as clínicas Yakima Valley Farm Workers Clinic e Odessa Brown Children’s Clinic (Washington) não demonstraram diferenças significativas entre os grupos após o tratamento clínico e o uso da teleortodontia2. Segundo esse estudo, os desfechos dos casos tratados à distância suge-rem a validade clínica da técnica.

O atual nível das tecnologias existentes viabili-za o desenvolvimento da teleortodontia, pois essas são acessíveis e de baixo custo. Do ponto de vista científico, identificar as limitações desses serviços, além das implicações legais e o impacto na relação profissional/paciente, representa o primeiro passo

para o aproveitamento das possibilidades geradas por esse novo conceito6,7,9,23.

O desenvolvimento de ferramentas que pos-sibilitem agendar, diagnosticar, planejar, transferir dados, fazer teleconferências e facilitar o processo de educação continuada é a ação para tornar reali-dade esses serviços. Entretanto, a digitalização dos dados clínicos e sua transmissão por meio da rede mundial de computadores ainda geram discussões com relação à segurança. Por esse motivo, ênfase tem sido dada à investigação dos recursos de certi-ficação e assinatura digital.

Por fim, cabe observar que não é somente o de-senvolvimento da tecnologia computacional (har-dware e software) que fará a consolidação da teleor-todontia. Essa nova realidade também altera o con-texto das relações sociais, abrindo um vasto campo de questões éticas, morais, legais e econômicas.

teleorthodontics: auxiliary tool for the clinical practice and continuing education

abstract

Introduction: The Information Technology (IT) is revolutionizing the interpersonal relationships. This new context has made it possible to exercise the health professions at distance, a concept called telehealth. The essence of this area is to provide services and health information for individuals in their own communities. In this context, the orthodontics, a dentistry specialty, can not remain oblivious to the progress. Objective: This non systematic review aims to investigate which of the technologies are likely to be utilized to develop the teleorthodontics like a tool for helping the clinical practice and the continuing education. The use of the technologies that exist on the market, associated with the use of freeware computer programs and the internet can facilitate the services of teleorthodontics. Although this review had analyzed the available technologies, it should be noted that other questions are important to be stressed, like: Ethical, moral, legal and economics.

Keywords: Telemedicine. Orthodontics. Software. Computer. Informatics. Technology. Information systems.

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Costa ALP, Silva AA, Pereira CB

Dental Press J Orthod 21 2011 Nov-Dec;16(6):15-21

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Enviado em: 19 de agosto de 2011Revisado e aceito: 11 de outubro de 2011

Page 19: v16n6-pt

Dental Press J Orthod 22 2011 Nov-Dec;16(6):22-7

alberto Consolaro*, renata B. Consolaro**

i n S i g h t o r t o d ô n t i c o

o movimento ortodôntico não induz reabsorção cervical externa

oU O movimento ortodôntico não altera cor, volume e nem induz inflamação gengival

cOMO se esTRUTURa e se ORganiza a RegiÃO ceRVicaL DOs DenTes

Na superfície da região cervical dos dentes, o tér-mino do esmalte e o início do cemento criam uma linha reconhecida como junção amelocementária (Fig. 1). Na circunferência do colo de todos os den-tes humanos, essa linha alterna três tipos de relação

entre o esmalte e o cemento3,7. Em algumas áreas da junção amelocementária, o cemento recobre o esmalte (Fig. 4); em outras, o esmalte e o cemento se encontram topo a topo; mas em outras regiões, o esmalte e o cemento ficam distantes e promovem microexposições de dentina, em gaps ou janelas voltadas para o tecido conjuntivo gengival.

* Professor Titular de Patologia da FOB-USP e da Pós-graduação da FORP-USP. ** Professora Doutora Substituta da FOA-Unesp e da Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI).

Nesse trabalho, procurou-se explicar — anatômica e funcionalmente — como se estrutura e se organiza a região cervical dos dentes, para fundamentar os seguintes questionamentos: 1) Por que ocorre Reabsorção Cervical Externa na dentição humana?; 2) Por que na gengivite e na periodontite não se tem Reabsorção Cervical Externa?; 3) Por que depois do traumatismo dentário e da clareação interna pode ocorrer a Reabsorção Cervical Externa?; 4) Por que o mo-vimento ortodôntico não altera a cor e o volume gengival durante o tratamento?; 5) Por que o movimento ortodôntico não induz Reabsorção Cervical Externa, mesmo sabendo-se que a região cervical pode ser muito exigida? A existência de antígenos sequestrados na dentina, a presença de janelas de dentina na região cervical de todos os dentes, a reação do epitélio juncional e a distribui-ção dos vasos sanguíneos gengivais podem justificar por que a Reabsorção Cervical Externa não ocorre e nem a cor e o volume gengival são alterados no movimento ortodôntico.

Resumo

Palavras-chave: Reabsorção dentária. Reabsorção cervical externa. Movimento ortodôntico. Gengiva.

Como citar este artigo: Consolaro A, Consolaro RB. O movimento ortodôn-tico não induz reabsorção cervical externa. Dental Press J Orthod. 2011 Nov--Dec;16(6):22-7.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Consolaro A, Consolaro rB

Dental Press J Orthod 27 2011 Nov-Dec;16(6):22-7

cOnsiDeRaÇões finais1) A dentina tem proteínas consideradas antí-

genos sequestrados e, quando exposta aos tecidos conjuntivos, tende a ser reabsorvida, como uma forma de eliminação por parte do organismo.

2) Na junção amelocementária, as janelas de dentina presentes em todos os dentes permanen-tes podem expô-la quando ocorrer uma inflama-ção induzida na inserção conjuntiva.

3) Antes que ocorra a exposição de dentina na junção, a gengivite e a periodontite revelam uma hiperplasia do epitélio juncional que recobre as janelas e coloca a dentina no meio bucal.

4) No traumatismo dentário e na clareação interna, a inflamação do conjuntivo gengival não

promove hiperplasia epitelial juncional e a expo-sição direta da dentina permite o reconhecimento antigênico por parte dos macrófagos.

5) A gengiva recebe vasos de origem periodon-tal, óssea, periosteal e mucosa, de tal forma que sua nutrição e drenagem não são afetadas, mesmo quando os vasos do ligamento periodontal ficam comprimidos durante o movimento ortodôntico.

Por tudo isso, não ocorre inflamação na inser-ção conjuntiva e nem morte celular na gengiva durante o movimento ortodôntico, não se alte-rando a cor nem o volume, nem se expondo a dentina nas janelas da junção amelocementária, o que seria necessário para se iniciar uma rea-bsorção cervical externa.

the orthodontic movement does not induce external cervical resorptionor

the orthodontic movement does not change the color, the volume neither induce gingival inflammation

abstract

In this paper we tried to anatomically and functionally explain how it is structured and organized the cervical region of the teeth to substantiate the following questions: 1) Why External Cervical Resorption occurs in human denti-tion?; 2) Why in gingivitis and periodontitis there is no external cervical resorption?; 3) Why External Cervical Resorp-tion can occur after the dental trauma and internal bleaching?; 4) Why orthodontic movement does not change the color and the gingival volume during treatment?; 5) Why orthodontic movement does not induce external cervical resorption, even being known that the cervical region can be much required? The existence of sequestered antigens in the dentin, the presence of windows of dentin in the cervical region of all teeth, the reaction of the junctional epi-thelium and the distribution of gingival blood vessels may explain why the external cervical resorption does not occur and neither the color and gingival volume are changed in the orthodontic movement.

Keywords: Tooth resorption. External cervical resorption. Orthodontic movement. Gingiva.

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RefeRências

endereço para correspondênciaalberto Consolaroe-mail: [email protected]

Enviado em: 7 de outubro de 2011Revisado e aceito: 11 de outubro de 2011

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Dental Press J Orthod 28 2011 Nov-Dec;16(6):28-32

E n t r E v i S t a

Uma entrevista com Lysle e. Johnston Jr.

Lysle E. Johnston Jr. é Professor Emérito de Odontologia na University of Michigan e de Ortodontia na Saint Louis University. Formou-se em Odontologia pela Michigan School of Dentistry, em 1961, e em Ortodontia pela Michigan’s Horace H. Rackham School of Graduate Studies, em 1964. Especializou-se em Anatomia na Queen’s University de Belfast (Irlanda do Norte, 1961-62) e recebeu seu PhD também em Anatomia na Case Western Reserve University, em 1970. Antes de retornar à University of Michigan, onde foi chefe do Department of Orthodontics and Pediatric Dentistry, dirigiu os Departamentos de Ortodontia da Case Western Reserve University (1971-76) e da Saint Louis University (1976-91). Atualmente, leciona Estatística, Cefalometria, Crescimento Facial, Desenvolvimento Oclusal e História da Ortodontia nessas três escolas. Ao longo de sua carreira acadêmica, Dr. Johnston orientou mais de 100 teses de mestrado e participou da formação de mais de 500 especialistas em Ortodontia. Tem feito inúmeras palestras e recebido diversos prêmios e títulos, entre os quais o prêmio Albert H. Ketcham do American Board of Orthodontics, o prêmio Jarabak da American Association of Orthodontists Foundation, o prêmio Dewey da American Association of Orthodontics e o 5º Prêmio Internacional da Sociedade Italiana. Proferiu diversas palestras magnas: a Mershon e a Salzmann, da American Association of Orthodontics, a Angle Memorial Lecture, da E.H. Angle Society of Orthodon-tists (por duas vezes), a Northcroft, da British Society for the Study of Orthodontics e a Arthur Taylor Memorial, da Australian Society of Orthodontics. Membro do American e do International College of Dentistry e membro-eleito da Royal College of Surgeons (Inglaterra), Dr. Johnston foi Diretor da Edward H. Angle of Orthodontists e integrou o quadro editorial de vários periódicos, incluindo o American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics e The (British) Journal of Orthodontics. Atualmente, reside em Torch Lake, uma pequena cidade no norte do Michigan.

Cristiana (Kika) Vieira de Araújo

• Graduado em Odontologia pela Michigan School of Dentistry e em Ortodontia pela Michigan’s Horace H. Rackham School of Graduate Studies.

• EspecialistaemAnatomiapelaQueen’sUniversity,Belfast.• DoutoremAnatomiapelaCaseWesternReserveUniversity.• Ex-chefedoDepartamentofOrthodonticsandPediatricDentistrydaUniversityofMichigan.• DiretordosprogramasdeOrtodontiadaCaseWesternReserveUniversity(1971-76)eda

Saint Louis University (1976-91).• ProfessordaUniversityofMichigan,SaintLouisUniversityeCaseWesternReserveUni-

versity.• MembrodoAmericanCollegeofDentistry,doInternationalCollegeofDentistryedoRoyal

College of Surgeons, Inglaterra.• Ex-diretordaEdwardH.AngleSocietyofOrthodontists.• Editordeváriosperiódicos,entreelesoAmericanJournalofOrthodonticsandDentofacial

Orthopedics e o Journal of Orthodontics (britânico).

Como citar esta seção: Johnston Jr. LE. Entrevista. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):28-32.

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Dental Press J Orthod 32 2011 Nov-Dec;16(6):28-32

Entrevista

era muito dinheiro. Para um jovem de uma numa zona rural isolada, aquilo pareceu uma coisa assustadoramente rentável. Com o passar dos anos, meus objetivos foram se distanciando do fator dinheiro, mas bem que começaram muito semelhantes aos de 99% dos que buscam a especialidade. Como nunca tirei uma nota B no colégio nem na universidade, tinha a opção de seguir a carreira que quisesse. A parte menos complicada foi entrar na Odontologia e, depois, na Ortodontia. Com o passar do tempo, comecei

a interagir com Robert Moyers e Jimmy (James) Scott (Belfast) e, talvez por osmose, me interessei pela academia. Daí, quase que completamente por acidente, tornei-me diretor do programa da Case Western Reserve apenas seis meses após terminar meu PhD. Desde então, minha carreira transcorreu de maneira ordenada.

Se minha versão de Ortodontia ainda tem apelo para mim? Visto ter tido uma carreira bem--sucedida, a resposta seria “sim” — porque, afinal, ainda é uma “especialidade do homem pensante”.

cristiana (Kika) Vieira de araújo

» mestre e especialista em ortodontia pela saint louis Universty.

» Professora da especialização em ortodontia e Diretora do Programa de fellowship em ortodontia e Pesquisa Clínica da Jacksonville University school of orthodontics.

Endereço para correspondêncialysle e. Johnston Jr.e-mail: [email protected]

Enviado em: 19 de setembro de 2011Revisado e aceito: 26 de outubro de 2011

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Dental Press J Orthod 33 2011 Nov-Dec;16(6):33-5

David normando**, marco antonio de oliveira almeida***, Cátia Cardoso abdo Quintão****

a r t i g o o n l i n E *

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

análise do emprego do cálculo amostral e do erro do método em pesquisas científicas publicadas na literatura ortodôntica nacional e internacional

introdução: o dimensionamento adequado da amostra estudada e a análise apropriada do erro do método são passos importantes na validação dos dados obtidos em determinado estudo científico, além das questões éticas e econômicas. Objetivo: esta investigação tem o objetivo de avaliar, quantitativamente, com que frequência os pesquisadores da ciência ortodôntica têm empregado o cálculo amostral e a análise do erro do método em pesquisas publicadas no Brasil e nos Estados Unidos. Métodos: dois importantes periódicos, de acordo com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), foram analisados, a Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (Dental Press) e o American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics (AJO-DO). Apenas artigos publicados entre os anos de 2005 e 2008 foram analisados. Resultados: a maioria das pesquisas publicadas em ambas as revistas emprega alguma forma de análise do erro do método, quando essa metodologia pode ser aplicada. Porém, apenas um número muito pequeno dos artigos publicados nesses periódicos apresenta qualquer descrição de como foram dimensionadas as amostras estudadas. Essa proporção, já pequena (21,1%) na revista editada nos Estados Unidos (AJO-DO), é significativamente menor (p=0,008) na revista editada no Brasil (Dental Press) (3,9%). conclusão: os pesquisadores e o corpo editorial, de ambas as revistas, deveriam dedicar uma maior atenção ao exame dos erros inerentes à ausência de tais análises na pesquisa científica, em especial aos erros inerentes a um dimensionamento inadequado das amostras.

Resumo

Palavras-chave: Bioestatística. Cálculo amostral. Erro do método.

** Professor da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da UFPA. Doutor em Ortodontia pela UERJ. Mestre em Clínica Inte-grada pela FOUSP. Especialista em Ortodontia pela PROFIS-USP.

*** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professor Titular de Ortodontia, UERJ. **** Mestra e Doutora em Ortodontia pela UFRJ. Professor Adjunto da Disciplina de Ortodontia, UERJ.

Como citar este artigo: Normando D, Almeida MAO, Quintão CCA. Análise do emprego do cálculo amostral e do erro do método em pesquisas científi-cas publicadas na literatura ortodôntica nacional e internacional. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):33-5.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 34 2011 Nov-Dec;16(6):33-5

Análise do emprego do cálculo amostral e do erro do método em pesquisas científicas publicadas na literatura ortodôntica nacional e internacional

Journal of Orthodontics and Dentofacial Or-thopedics (AJO-DO). Foram avaliados 92 artigos originais publicados na Dental Press (2005-2007) e 94 artigos originais publicados no AJO-DO (2007-2008). Os resultados demonstraram que, no período avaliado, o cálculo amostral foi utili-zado em somente 3,9% dos artigos publicados na Dental Press, ao passo que foi utilizado em pouco mais de 21% dos artigos publicados no AJO-DO, com diferença estatisticamente significativa entre os periódicos. Já o estudo do erro do método foi reportado em 60,9% dos artigos da Dental Press e em 76,6% dos artigos do AJO-DO. Os autores da presente pesquisa concluíram que, apesar do estudo do erro ser comumente empregado, houve um número bastante restrito de artigos em que foi realizado o cálculo amostral em ambos os pe-riódicos, com uma redução ainda mais acentuada, de forma estatisticamente significativa, na Den-tal Press. Devido a isso, maior atenção deveria ser dispensada — por revisores, pesquisadores e editores — ao dimensionamento adequado das amostras em estudos ortodônticos, com vistas a obter resultados científicos mais confiáveis.

Resumo do editor A evolução da ciência depende, de modo fun-

damental, de estudos metodologicamente bem delineados. Recentemente, dois aspectos metodo-lógicos têm ganhado destaque: o erro do método e o cálculo do tamanho da amostra. O erro do mé-todo, em geral, é obtido por meio da duplicação de parte das mensurações realizadas em um intervalo de tempo, de forma a determinar se os dados ana-lisados são reproduzíveis, o que atestará a confiabi-lidade da metodologia empregada na pesquisa. Por outro lado, as amostras analisadas devem possuir um tamanho adequado para que possam demons-trar diferenças clínicas importantes em termos es-tatísticos, quando essas existirem. Em decorrência da importância científica desses cálculos, o presen-te estudo objetivou analisar a frequência de uso, na literatura ortodôntica nacional e internacional, do dimensionamento amostral e do erro do método. Foram selecionados dois periódicos científicos da literatura ortodôntica com o maior fator de impac-to no Brasil e no exterior, segundo a Capes: respec-tivamente, a Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (Dental Press) e o American

Questões aos autores

1) Quais aspectos devem ser considerados, em um estudo clínico prospectivo, para a definição do tamanho da amostra?

O dimensionamento adequado da amostra a ser estudada, assim como a análise apropriada do erro do método, são passos importantes na valida-ção dos dados obtidos em um determinado estudo científico, além das questões éticas e econômicas. Um estudo utilizando amostra pequena pode não produzir resultados úteis, expondo os seus partici-pantes (amostra) a riscos desnecessários, enquanto uma amostra de tamanho excessivo usa mais recur-sos do que o necessário, além de expor um excessivo número de indivíduos aos riscos que possam existir.

Para entendermos a importância do cálculo amos-

tral, precisamos compreender o que significa “po-der” em estatística. O poder expressa a probabili-dade de detectar um efeito verdadeiro. Amostras pequenas reduzem o poder de um estudo, con-tudo, amostras demasiadamente grandes propor-cionam, geralmente, significância estatística entre os grupos3 estudados, mesmo quando a diferença é muito pequena e considerada clinicamente sem importância. Além do nível de certeza desejado, expresso pelo valor p e pelo poder, outros fato-res fazem parte da receita que define o tamanho amostral1,2,4, sendo eles:

a) O efeito clínico mínimo que o pesquisador deseja constatar na variável principal (primá-ria) do estudo desenvolvido.

Page 25: v16n6-pt

Normando D, Almeida MAO, Quintão CCA

Dental Press J Orthod 35 2011 Nov-Dec;16(6):33-5

Endereço para correspondênciaDavid normandorua Boaventura da silva, 567-1201CeP: 66.055-090 – Belém/Pae-mail: [email protected]

b) Como os dados obtidos vão ser mensurados (escala contínua, ordinal ou nominal).

c) O tipo de teste estatístico a ser usado e se é unicaudal ou bicaudal.

d) A variabilidade dos dados obtidos.

2) Qual a importância da realização de estudos como o presente?

Os resultados da presente investigação revela-ram que apenas 3,9% dos artigos publicados na Re-vista Dental Press nos anos de 2006-2007 apresen-tavam dados sobre o cálculo amostral, percentual significativamente menor (P=0,008) em compara-ção ao American Journal of Orthodontics and Den-tofacial Orthopedics (AJO-DO), que apresentava pouco mais de 21% dos seus artigos com a descri-ção dos métodos utilizados para o cálculo amos-tral (Tab. 1). Esses dados refletem uma desatenção preocupante dos pesquisadores e revisores quanto a esse importante fator de introdução de erros na avaliação estatística dos dados obtidos em publica-ções nesses dois importantes periódicos.

3) como os autores veem a pesquisa científica ortodôntica brasileira no cenário mundial?

A Ortodontia como ciência tem evoluído cons-tantemente, o que inclui o emprego de métodos estatísticos em nossa especialidade. No Brasil, esse crescimento é visivelmente mais rápido. Nas déca-das anteriores, conseguíamos publicar estudos que hoje provavelmente não seriam aceitos, devido a questões metodológicas. Isso inclui o emprego do cálculo amostral e do erro do método. A competi-tividade exige padrões mais acurados e, portanto,

quem se preocupar com essa questão ganhará pontos na avaliação dos revisores e editores. Em uma entrevista recente publicada nesse periódi-co5, o então editor do AJO-DO, David Turpin, enfatizou que fica “...espantado com a quantida-de de autores que conduzem estudos bastante criativos, mas submetem um manuscrito sem ter mesmo se dado ao trabalho de calcular o número de sujeitos necessários para que as conclusões se-jam estatisticamente significativas...”.

A Ortodontia brasileira já é a que mais publica no mundo. E conseguirá lograr maior êxito aquele pesquisador que dedicar maior atenção ao planeja-mento e execução dos métodos estatísticos. Em ou-tras palavras, a inspiração ainda é importante, mas a expiração tornou-se o diferencial.

TABELA 1 - Frequência absoluta e relativa (%), diferença relativa, valor p e poder para os artigos com análise estatística (A) e com descrição do cálculo amostral (B), publicados na revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial e no American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics.

**p<0,01.

Descrição Dental Press2006-2007

AJO-DO2007-2008 Diferença (%) Valor p Poder

Artigos originais com análise estatística (A) 51 (100%) 57 (100%) ----

Artigos com descrição do cálculo amostral (B) 2 (3,9%) 12 (21,1%) -17,2 0,008** 0,78

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RefeRências

Enviado em: 7 de agosto de 2008Revisado e aceito: 31 de agosto de 2008

Page 26: v16n6-pt

Dental Press J Orthod 36 2011 Nov-Dec;16(6):36-7

andréa fonseca Jardim da motta**, adriana de alcantara Cury-saramago**, lincoln issamu nojima***

a r t i g o o n l i n E *

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Resumo do editor A utilização dos elásticos em cadeia na Orto-

dontia data dos idos de 1960 e cresce com o passar do tempo devido às muitas vantagens que apre-sentam, como: economia, conforto, facilidade em sua inserção e remoção, além de não requererem cooperação do paciente. Apesar dessas vantagens, os elásticos em cadeia apresentam como desvanta-gem a incapacidade de manter, ao longo do tempo, a intensidade de força contínua. Suas propriedades

avaliação in vitro da força liberada por elásticos em cadeia

Objetivo: avaliar in vitro e comparar a redução de intensidade das forças liberadas por três grupos de elásticos em cadeia, com diferentes configurações, de um mesmo fabricante, medidas em intervalos de tempo preestabelecidos. Métodos: os segmentos de elásticos em cadeia foram alongados e man-tidos ativados durante o experimento com o auxílio de um dispositivo desenvolvido especialmente para esse fim e para possibilitar a leitura das forças. A avaliação da degradação da força foi realizada medindo-se a intensidade da força ao longo do tempo, e calculando-se o percentual de força perdida em relação à força inicial, em cada intervalo de tempo e para cada amostra testada. Resultados e con-clusões: os dados coletados foram submetidos a análises estatísticas e os resultados demonstraram que, nos momentos seguintes ao inicial, a intensidade da força variou, dentro dos grupos e entre os grupos, nos diferentes momentos. A leitura dos valores das forças remanescentes em cada momento, comparada à referência da força inicial, resultou em valores diferentes, com significância estatística, em todas as comparações efetuadas dentro de cada grupo de elásticos (curto, médio, longo). Após a análise dos resultados das comparações entre os grupos de elásticos em cadeia, conclui-se que, apesar de verificados alguns resultados estatisticamente significativos para a comparação das magnitudes das forças liberadas em cada momento, essas diferenças parecem não ter expressão clínica, demonstran-do que, aparentemente, o espaçamento entre os elos não representa uma característica clinicamente significativa na degradação da força ao longo do tempo.

Resumo

Palavras-chave: Aparelhos ortodônticos. Materiais dentários. Elastômeros.

** Doutora em Ortodontia pela UFRJ. Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense. *** Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

mecânicas modificam-se com o tempo, pois sofrem alteração em função da quantidade de distensão a que são submetidos, absorvem água e saliva, sofrem deformação permanente e, ainda, são sensíveis ao pH salivar e à variação de temperatura no meio bu-cal. A dimensão das cadeias elásticas, assim como a sua configuração, descritas como curta, média ou longa, também parecem influenciar em seu com-portamento. Dessa forma, a proposta dos autores do presente trabalho foi avaliar in vitro e comparar

Como citar este artigo: Motta AFJ, Cury-Saramago AA, Nojima LI. Avalia-ção in vitro da força liberada por elásticos em cadeia. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):36-7.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Motta AFJ, Cury-Saramago AA, Nojima Li

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Questões aos autores

1) De acordo com a afirmação dos autores de que a força dissipada inicialmente nos elás-ticos testados é de aproximadamente 20%, questiona-se: seria clinicamente aceitável adi-cionar 20% a mais de força no momento da instalação dos elásticos em cadeia?

A aplicação de forças superiores à considerada ótima para uma determinada movimentação orto-dôntica parece não influenciar significativamente no resultado clínico final do movimento dentário espera-do. Além disso, a força de maior intensidade poderia causar complicações, como o desconforto ao paciente e a reabsorção óssea solapante. Outra questão a ser discutida envolve a observação de que forças maio-res levam a perdas também maiores nas primeiras 24 horas. Assim, não se justificaria o acréscimo de força além da indicada como força ótima em Ortodontia.

2) Os autores vislumbram evoluções tecnoló-gicas na área de materiais dentários, para os elásticos ortodônticos?

Apesar de utilizados há um tempo relativamente

Os resultados obtidos demonstraram que, nos períodos inicial, 1h e 24h, os elásticos com espaça-mento curto apresentaram valores estatisticamente maiores que os grupos médio e longo (p<0,05). Os grupos médio e longo, por sua vez, não apresentaram diferenças entre si (p>0,05). Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de elásticos quanto à força remanescente, na primeira e segunda semanas após o início do processo (p>0,05). Na terceira semana, os elásticos curtos apresentaram valores estatisticamente menores que os demais. Na quarta semana, todos os grupos foram diferentes en-tre si, com o grupo longo apresentando maiores mé-dias, seguido dos grupos curto e médio. Concluiu-se que o espaçamento entre os elos não parece repre-sentar uma característica clinicamente significativa na degradação da força ao longo do tempo.

a redução da força inicialmente liberada por três grupos de elásticos em cadeia, com diferentes espa-çamentos entre os elos.

Para a realização dessa pesquisa, foram selecio-nados elásticos em cadeia da cor cinza, marca Mo-relli, com três diferentes espaçamentos entre os elos: curto, médio e longo (n=20). No intuito de simular a situação clínica, confeccionou-se um dispositivo com uma base fixa e outra móvel, com ganchos nas extremidades, que serviu para manter os elásticos ativados durante o experimento e permitir a leitura da magnitude das forças liberadas. Os segmentos de elástico em cadeia foram colocados no dispositivo e alongados buscando-se uma liberação de força inicial com magnitude aproximada de 200gf. Foram reali-zadas mensurações nos seguintes intervalos de tem-po: inicial; 1h; 24h; 1, 2, 3 e 4 semanas.

longo, os elásticos ortodônticos ainda são objeto de pesquisas com resultados algumas vezes divergentes. A contínua realização de trabalhos clínicos e labora-toriais, com metodologias bem delineadas e aborda-gens que incluam biocompatibilidade, características cromáticas e morfológicas, além das propriedades mecânicas do material, é fundamental para a evolu-ção tecnológica dos elásticos ortodônticos.

3) as cadeias elásticas nacionais e importadas apresentam eficiência semelhante?

A eficiência do material em questão indepen-de da nacionalidade. Existem vários fatores que influenciam nas propriedades mecânicas dos elásti-cos, como a composição do material, o fabricante e métodos de esterilização. Além disso, existem tam-bém variáveis ambientais, como saliva, dieta, tem-peratura e pH, capazes de influenciar na eficiência clínica das cadeias elásticas.

Endereço para correspondênciaandréa fonseca Jardim da motta (ortodontia/Uff)rua mario santos Braga, nº 30, 2º andar, Campus valonguinhoCeP: 24.020-140 – Centro, niterói/rJe-mail: [email protected]

Enviado em: 22 de agosto de 2008 Revisado e aceito: 26 de novembro de 2008

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Dental Press J Orthod 38 2011 Nov-Dec;16(6):38-40

Juliana de oliveira da luz fontes**, guilherme thiesen***

a r t i g o o n l i n E *

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Resumo do editor Apesar da baixa prevalência da má oclusão de

Classe III quando comparada às demais más oclu-sões, suas marcantes características faciais condu-zem à necessidade de abordagens terapêuticas

precoces. O tratamento dessa má oclusão represen-ta um dos principais desafios para o ortodontista na sua prática clínica, devido ao seu complexo contro-le e dificuldade de predição do padrão morfogené-tico de crescimento do paciente até a fase adulta.

estudo cefalométrico prospectivo dos efeitos da terapia de tração reversa da maxila associada à mecânica intermaxilar

Objetivo: o diagnóstico e o tratamento precoce do Padrão III são temas ainda muito discutidos na literatura ortodôntica. A tração reversa associada à expansão rápida da maxila constitui a abordagem mais popular e estudada, produzindo os melhores resultados no menor período de tempo. O foco deste estudo foi avaliar as mudanças gradativas ocorridas no complexo dentofa-cial em crianças com Padrão III de crescimento tratadas com tração reversa da maxila associada à mecânica intermaxilar. Métodos: a amostra foi constituída por 10 pacientes Padrão III, com mé-dia de idade de 8 anos e 2 meses ao início do tratamento, tratados consecutivamente com apare-lho expansor de Haas modificado, arco lingual modificado, elásticos intermaxilares e máscara de Petit para tração reversa da maxila por 9 meses. Foram realizadas 4 telerradiografias em norma lateral de cada paciente, uma correspondente ao início do tratamento e as demais em intervalos regulares de 3 meses (T1, T2, T3 e T4). As grandezas cefalométricas foram comparadas entre os tempos através de Análise de Variância de Medidas Repetidas, complementada pelo Teste de Comparações Múltiplas de Tukey. Resultados: pôde-se observar que as alterações esqueléticas mais significativas ocorreram nos primeiros 3 meses de tratamento, sendo que, após esse período, elas se mantiveram constantes até o final do tratamento. Ocorreram poucas compensações den-tárias e as alterações verticais ocorridas apresentaram significado clínico reduzido. conclusão: a terapia empregada obteve não só uma correção do trespasse horizontal entre as arcadas, mas também uma melhora no relacionamento sagital entre as bases ósseas e na estética tegumentar.

Resumo

Palavras-chave: Prognatismo. Técnica de expansão palatina. Aparelhos de tração extrabucal. Má oclusão.

** Especialista em Ortodontia pela UNISUL. *** Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial PUC/RS. Professor de Ortodontia da UNISUL.

Como citar este artigo: Fontes JOL, Thiesen G. Estudo cefalométrico prospectivo dos efeitos da terapia de tração reversa da maxila associada à mecânica intermaxilar. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):38-40.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Fontes JOL, Thiesen g

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Questões aos autores

1) Quais foram os ganhos reais ao adicionar os elásticos com orientação de classe iii à te-rapêutica com máscara facial?

Nossa ideia era avaliar os efeitos de forças in-termaxilares incorporadas à terapia de protração maxilar por meio da ERM e máscara facial de Petit, visto que alguns autores relataram na lite-ratura o uso de dispositivos intermaxilares visan-do potencializar os efeitos esqueléticos da tração reversa da maxila1-4. Tais autores alegam que, ao aumentar a força aplicada na protração maxilar,

telerradiografias em norma lateral obtidas em qua-tro tempos distintos: T1, início do tratamento, antes da instalação dos aparelhos; T2, após 3 meses de tratamento; T3, após 6 meses de tratamento; e T4, após 9 meses de tratamento, imediatamente antes da remoção dos aparelhos. Após a coleta dos dados, realizou-se a aplicação de testes estatísticos. Os re-sultados demonstraram que as alterações esquelé-ticas mais significativas ocorreram nos primeiros 3 meses de tratamento, sendo que, após esse período, elas se mantiveram constantes até o final do trata-mento. Ocorreram poucas compensações dentárias e as alterações verticais ocorridas apresentaram sig-nificado clínico reduzido. Dessa forma, os autores concluem que a terapia empregada obteve não só uma correção do trespasse horizontal, mas também uma melhora no relacionamento sagital entre as bases ósseas e na estética facial.

Dentre as modalidades de tratamento precoce da má oclusão de Classe III, a tração reversa da maxi-la constitui o protocolo mais difundido e estudado na literatura ortodôntica. A proposta dos autores do presente trabalho foi avaliar o efeito da tração reversa da maxila associada ao uso de mecânica intermaxilar mediante elásticos sagitais de Classe III. Para isso, realizou-se um estudo cefalométrico com uma amostra de 10 pacientes, sendo 6 do sexo feminino e 4 do sexo masculino, tratados consecu-tivamente com o aparelho expansor de Haas mo-dificado, seguido do uso da máscara facial de Pe-tit para tração reversa da maxila por um período de 9 meses. Ao uso da máscara foram associados elásticos com orientação de Classe III ancorados no aparelho expansor e em um arco lingual de Nance modificado (Fig. 1). As alterações dentárias, esque-léticas e tegumentares foram avaliadas por meio de

aumenta-se o deslocamento anterior da maxila. Assim, buscamos, em pacientes em crescimento, tentar potencializar esse efeito ortopédico sem a necessidade de recursos de ancoragem esqueléti-ca ou anquilose de caninos decíduos. Usamos para isso um arco lingual reforçado com ganchos por vestibular, além de ganchos na distal do disjuntor de Haas, para utilização de elásticos com orienta-ção de Classe III, que aplicavam de 200 a 350 gra-mas, 24 horas por dia. Entretanto, pela comparação dos nossos achados com os resultados descritos na

FigurA 1 - Dispositivos ortodônticos utilizados no presente trabalho.

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Estudo cefalométrico prospectivo dos efeitos da terapia de tração reversa da maxila associada à mecânica intermaxilar

literatura, observa-se que essa terapia empregada não conseguiu aumentar drasticamente o efeito ortopédico almejado no tratamento interceptati-vo do Padrão III. Entretanto, em alguns pacientes bastante colaboradores, essa potencialização dos efeitos esqueléticos foi obtida5. Isso comprova que a colaboração do paciente é essencial para a obtenção de bons resultados com a protração ma-xilar6 e que o uso de maiores níveis de força para esses pacientes pode ser bastante benéfico.

2) a utilização dos elásticos intermaxilares não poderia potencializar o efeito ortodônti-co dessa terapia?

Essa era uma de nossas indagações iniciais quan-do planejamos essa pesquisa, além, é claro, de ava-liar os efeitos dentários e esqueléticos induzidos pela terapia de protração maxilar ao longo desse tratamento (com avaliações cefalométricas de 3 em 3 meses). Assim, os resultados apresentados dei-xam claro que o emprego concomitante da másca-ra facial e terapia intermaxilar, conforme proposto

no presente trabalho, não maximiza a participação dentoalveolar no tratamento; porém, também não foi possível potencializar significativamente os efeitos esqueléticos da terapia. Entretanto, nosso maior achado foi constatar que, dentre os efeitos gradativos ocorridos durante o tratamento, pratica-mente todas as alterações esqueléticas significativas ocorreram nos primeiros 3 meses de tratamento — sendo que, após esse período, elas se mantiveram praticamente constantes até o seu término.

3) Vocês pretendem continuar com essa linha de pesquisa? Quais os trabalhos futuros?

Sim, nossa intenção é continuar estudando for-mas de tratamento para o Padrão III em cresci-mento. Infelizmente, como não possuímos grupo controle longitudinal de pacientes Padrão III, te-mos a intenção de aumentar a amostra apresen-tada, além de compará-la com outros diferentes métodos de protração maxilar, como o uso de máscara facial isolada, mentoneira com ganchos (Skyhook), dentre outros.

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Endereço para correspondênciaJuliana de oliveira da luz fontesrua Hermínio millis, 66 – Bom abrigoCeP: 88.085-320 – florianópolis/sCe-mail: [email protected]

Enviado em: 18 de outubro de 2008Revisado e aceito: 14 de maio de 2009

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eduardo Jacomino franco*, arnaldo Pinzan**, guilherme Janson***, José fernando Castanha Henriques****, Célia regina maio Pinzan-vercelino*****

o r i g i n a l a r t i c l E

Cephalometric study of tooth position in young afro-Caucasian Brazilian individuals with normal occlusion

Objective: the purpose of this study was to achieve a specific cephalometric pattern for young Afro-Caucasian Brazilian individuals and verify the presence of dimorphism between genders. Methods: the sample was composed of 40 lateral cephalograms of young Afro-Caucasian Brazilian individuals (mulattos), 20 males (mean age 13.25 years) and 20 females (mean age 13.10 years), with normal occlusion and no previous orthodontic treatment. The cephalo-metric variables were determined according to the analyses of DOWNS, STEINER, RIEDEL, TWEED, McNAMARA, RICKETTS and INTERLANDI. Independent t test was applied to compare the variables between genders. Results: the maxillary and mandibular incisors were protruded and buccally tipped. There was no statistically significant difference between genders in all variables. conclusions: it was observed that young Afro-Caucasian individuals without skeletal alterations and normal occlusion showed specific tooth position and facial features in relation to the other Brazilian ethnic groups.

abstract

Keywords: Ethnic groups. Cephalometrics. Incisors.

* MSc and Specialist in Orthodontics by FOB-USP. Professor of the Specialization in Orthodontics, Rio de Janeiro and Brasilia. ** Associate Professor of Orthodontics at Bauru Dental School - USP. *** Head Professor of Orthodontics at Bauru Dental School, University of São Paulo. Coordinator of the Post Graduation Course in Orthodontics (Msc degree) at

FOB-USP. **** Head Professor of Orthodontics at Bauru Dental School, University of São Paulo. Coordinator of the Post Graduation Course in Orthodontics (PhD degree)

and Specialization at FOB-USP. ***** Ph.D. in Orthodontics, FOB/USP. Assistant Professor, Masters Program in Dentistry (Area of Concentration: Orthodontics), UNICEUMA (São Luís, MA).

Como citar este artigo: Franco EJ, Pinzan A, Janson G, Henriques JFC, Pinzan-Vercelino CRM. Cephalometric study of tooth position in young Afro-Caucasian Brazilian individuals with normal occlusion

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Cephalometric study of tooth position in young Afro-Caucasian Brazilian individuals with normal occlusion

cOncLUsiOnsThe results showed the mean values of

dental cephalometric variables in young Afro-Caucasian Brazilian individuals (Pattern I) with “normal occlusion”, which leads to the follow-ing conclusions:

» the distinct characteristic observed in cephalometric patterns of Afro-Caucasian in-dividuals differs from values of other ethnic

groups showed in the literature, indicating the need for a specific or differentiated analysis for diagnosis and orthodontic treatment planning; » there was no dimorphism between gen-

ders; » Further studies should be conducted in

Afro-Caucasian individuals with skeletal discrepancy (Pattern II, Pattern III, short face and long face).

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Franco EJ, Pinzan A, Janson g, Henriques JFC, Pinzan-Vercelino CrM

Dental Press J Orthod 51 2011 Nov-Dec;16(6):41-51

contact addresseduardo Jacomino francoav. araucárias- lote 1835-qualis odontologia- sala 412CeP: 71.936-250 - Brasília-Dfe-mail: [email protected]

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Dental Press J Orthod 52 2011 Nov-Dec;16(6):52-62

alexandre magno de negreiros Diógenes*, rildo medeiros matoso**, emmanuelle medeiros de araújo***, kenio Costa lima****, raniere luiz dos santos sousa*****

a r t i g o i n é d i t o

avaliação cefalométrica dos resultados do aparelho de protração mandibular (aPm) associado ao aparelho fixo em relação às estruturas dentoalveolares e tegumentares em pacientes portadores de má oclusão de Classe ii, 1ª divisão

Objetivo: avaliar cefalometricamente as alterações tegumentares e dentoalveolares em jovens brasileiros portadores de má oclusão de Classe II, 1ª divisão, tratados com APM associado à Ortodontia corretiva fixa. Métodos: a amostra consistiu-se de 28 pacientes (16 do sexo fe-minino e 12 do sexo masculino), com idade média de 13,06 anos, tratados por um período médio de 14,43 meses. As alterações foram medidas em 56 cefalogramas específicos, obtidos das telerradiografias laterais feitas antes e após o tratamento, por dois examinadores calibrados para identificar as alterações tegumentares e dentoalveolares, utilizando-se grandezas cefalo-métricas lineares e angulares. As variáveis independentes (sexo, idade, padrão facial, tipo de APM, arco, técnica e tempo de tratamento) foram consideradas e analisadas com as grandezas cefalométricas lineares e angulares. As respostas ao tratamento foram analisadas e comparadas pelos testes Wilcoxon Signed Ranks e Mann-Whitney para um nível de significância de 5%. Resultados: os resultados mostraram mudanças dentoalveolares de grande magnitude, provo-cando, assim, mudanças favoráveis no tecido mole. Observou-se, ainda, que as variáveis idade, tipo de APM e técnica utilizada influenciaram no tratamento. Conclusões: o APM mostrou-se uma alternativa eficaz para o tratamento da má oclusão de Classe II, 1ª divisão, propiciando alterações dentoalveolares e tegumentares com resultados clínicos satisfatórios.

Resumo

Palavras-chave: Cefalometria. Aparelho de Protração Mandibular. Má oclusão de Classe II,1ª divisão. Alterações dentoalveolares e tegumentares.

* Especialista em Ortodontia pela ABO-EAP/RN. ** Mestre em Ortodontia pela USP. Professor e Coordenador da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Odontologia da UFRN. Professor

do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO-EAP/RN. *** Especialista em Ortodontia pela ABO-EAP/RN. **** Doutor em Ciências (Microbiologia Médica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor Adjunto da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (UFRN) e do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFRN. ***** Especialista em Ortodontia pela ABO-EAP/RN.

Como citar este artigo: Diógenes AMN, Matoso RM, Araújo EM, Lima KC, Sousa RLS. Avaliação cefalométrica dos resultados do aparelho de protra-ção mandibular (APM) associado ao aparelho fixo em relação às estruturas dentoalveolares e tegumentares em pacientes portadores de má oclusão de Classe II, 1ª divisão. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):52-62.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 61 2011 Nov-Dec;16(6):52-62

Diógenes AMN, Matoso rM, Araújo EM, Lima KC, Sousa rLS

Cephalometric evaluation of the effects of the joint use of a mandibular protrac-tion appliance (mPa) and a fixed orthodontic appliance on the dentoalveolar and soft tissue structures of patients with angle Class ii, division 1 malocclusion

abstract

Objective: To evaluate soft tissues and dentoalveolar cephalometric alterations in Brazilian individuals with Class II, division 1 malocclusion treated with the mandibular protraction appliance (MPA) associated with fixed orthodontic appliance. Methods: The sample consisted of 28 patients (16 females and 12 males), with mean age of 13.06 years and mean treatment time of 14.43 months. The alterations were measured through 56 lateral cephalometric radiographs obtained at the beginning and at the end of the treatment and evaluated by two examiners trained to identify the dentoalveolar and soft tissues changes assessed by linear and angular cephalometric measure-ments. The independents variables (gender, age, facial pattern, MPA version, archwire, technique, usage time) were considered and analyzed with the linear and angular cephalometric measurements. The responses of the treatment were analyzed and compared using the Wilcoxon Signed Ranks and Mann-Whitney tests with a 5% level of significance. Results: Significant dentoalveolar changes occurred, resulting in an improvement in the soft tissue. In addition, it was observed that age, MPA model and used technique influenced on the treatment. Conclusions: The MPA was effective for Class II, division 1 treatment presenting changes in the dentoalveolar and soft tissue structures with satisfactory clinical results.

Keywords: Cephalometrics. Mandibular Protraction Appliance. Class II, division 1. Dentoalveolar and soft tis-sues changes.

As variáveis independentes estudadas que apre-sentaram-se estatisticamente significativas foram:

1. Idade: houve maior inclinação dos incisivos inferiores no grupo com idade menor que 13,06 anos.

2. Tipo de APM: constatou-se menor extrusão de incisivos e molares superiores no gru-

po com uso dos APMs 3 e 4, devido à sua maior efetividade.

3. Técnica: verificou-se maior inclina-ção vestibular dos incisivos inferiores e maior extrusão nos molares superiores no grupo que utilizou braquetes da téc-nica Edgewise.

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Dental Press J Orthod 62 2011 Nov-Dec;16(6):52-62

Avaliação cefalométrica dos resultados do aparelho de protração mandibular (APM) associado ao aparelho fixo em relação às estruturas dentoalveolares e tegumentares em pacientes portadores de má oclusão de Classe ii, 1ª divisão

Endereço para correspondênciaalexandre magno de negreiros Diógenes rua Duodécimo rosado, 322 – nova Betânia CeP: 59.607-020 – mossoró / rne-mail: [email protected]

Enviado em: 26 de agosto de 2008Revisado e aceito: 21 de abril de 2009

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Dental Press J Orthod 63 2011 Nov-Dec;16(6):63-8

alexandre maêda neves*, fábio lourenço romano**, américo Bortolazzo Correr***

a r t i g o i n é d i t o

resistência ao cisalhamento da colagem dos compósitos Concise e transbond Xt com e sem agente de união

Objetivo: avaliar a resistência ao cisalhamento da colagem de braquetes e o Índice de Rema-nescente de Adesivo (IRA) dos compósitos Concise e Transbond XT com ou sem agente de união. Métodos: a amostra consistiu de 60 incisivos bovinos divididos em 4 grupos (n=15). Em todos os corpos de prova foram realizados profilaxia com pedra-pomes e condicionamen-to do esmalte com ácido fosfórico a 37%. Nos Grupos 1 e 2, foram colados braquetes com o compósito Concise, respectivamente, com e sem aplicação da resina fluida. Nos Grupos 3 e 4, utilizou-se o Transbond XT, respectivamente, com e sem aplicação do XT Primer. Nesses dois últimos grupos, as colagens foram fotopolimerizadas por 40 segundos. O ensaio de resistência ao cisalhamento da amostra foi realizado em máquina Instron à velocidade de 0,5mm/min e, em seguida, foi avaliado o IRA. Resultados: com relação à resistência ao cisalhamento, o Grupo 4 foi estatisticamente superior aos Grupos 1 e 2 (p<0,05) e sem diferença estatística significati-va em relação ao Grupo 3 (p>0,05). Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre os Grupos 1, 2 e 3 (p>0,05). Como resultados do IRA, o Grupo 3 foi estatisticamente superior ao Grupo 2 (p<0,05), porém sem diferenças estatísticas significativas em relação ao Grupos 1 e 4 (p>0,05). Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre os grupos 1, 2 e 4 (p>0,05). conclusão: os compósitos Concise e Transbond XT obtiveram valores de resistência adesiva adequados com ou sem a utilização de seus respectivos agentes de união.

Resumo

Palavras-chave: Resistência ao cisalhamento. Colagem dentária. Ortodontia.

* Especialista em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL/MG. ** Professor Doutor do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social, área de Ortodontia da Faculdade

de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. *** Doutor em Materiais Dentários pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas.

inTRODUÇÃOInicialmente, para realização do tratamento

ortodôntico eram utilizados acessórios solda-dos a bandas cimentadas em todos os dentes, o que exigia que fossem previamente separados.

Essa montagem do aparelho comprometia a es-tética do paciente, causava infiltrações e doenças gengivais, além de ser extremamente traumática e consumir muitas horas de cadeira1,2. Com o desen-volvimento da técnica do condicionamento ácido6,

Como citar este artigo: Neves AM, Romano FL, Correr AB. Resistência ao cisalhamento da colagem dos compósitos Concise e Transbond XT com e sem agente de união. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):63-8.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Neves AM, romano FL, Correr AB

Dental Press J Orthod 67 2011 Nov-Dec;16(6):63-8

É importante avaliar o IRA após o procedimento de descolagem para verificar a quantidade de com-pósito aderido ao esmalte, sendo ideal que todo o material utilizado na colagem permaneça aderido à superfície dentária (escore 33). Nos grupos desse experimento, a maioria das fraturas ocorreu na in-terface braquete/compósito, restando alguma quan-tidade de compósito no esmalte, com predominân-cia do escore 33. Esses achados são comumente en-contrados em trabalhos que utilizaram compósitos como material de fixação de acessórios14,20,23.

cOncLUsÃO1. Os compósitos Concise e Transbond XT ob-

tiveram valores de resistência adesiva adequados com ou sem a utilização de seus respectivos agen-tes de união.

2. A ausência do agente de união não interferiu na adesão dos compósitos Concise e Transbond XT ao esmalte bovino.

3. Na avaliação do IRA, a maioria das fraturas ocorreu na interface braquete/compósito, restando material aderido ao esmalte após a descolagem.

shear bond strength of composites Concise and transbond Xt with and without bonding agent

abstract

Objective: The aim of this study was to evaluate the shear bond strength of brackets and the Adhesive Remnant Index (ARI) of composites Concise and Transbond XT with and without the use of a bonding agents. Methods: The sample consisted of 60 bovine incisors divided into four groups (n=15). All teeth were subjected to prophylaxis with pumice and enamel etching with phosphoric acid at 37%. In Groups 1 and 2 brackets were bonded with Concise composite with and without application of enamel bond resin, respectively. In Groups 3 and 4, Transbond XT was used with and without XT Primer application, respectively. In these latter two groups bonding was light-cured for 40 seconds. Specimen shear strength testing was performed on an Instron machine at 0.5 mm/min, and ARI was subsequently evaluated. Results: Shear strength in Group 4 was statistically different from Groups 1 and 2 (p<0.05) but not from Group 3 (p>0.05). There were no significant differences between Groups 1, 2 and 3 (p> 0.05). ARI in Group 3 was statistically higher than in Group 2 (p<0.05), but not significantly different from Groups 1 and 4 (p>0.05). There were no significant differences between Groups 1, 2 and 4 (p>0.05). Conclusion: The composites Concise and Transbond XT showed adequate bond strength with or without the use of their respective bonding agents.

Keywords: Shear strength. Dental bonding. Orthodontics.

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Dental Press J Orthod 68 2011 Nov-Dec;16(6):63-8

resistência ao cisalhamento da colagem dos compósitos Concise e Transbond XT com e sem agente de união

Endereço para correspondênciafabio lourenço romanoav: engenheiro José Herbert faleiros, 600 - casa 78CeP: 14.098-780 – ribeirão Preto/sPe-mail: [email protected]

Enviado em: 18 de setembro de 2008Revisado e aceito: 26 de abril de 2009

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Dental Press J Orthod 69 2011 Nov-Dec;16(6):69-77

karina eiras Dela Coleta Pizzol*, João roberto gonçalves**, ary dos santos-Pinto**, adriano Porto Peixoto***

a r t i g o i n é d i t o

análise de Bolton: uma proposta alternativa para a simplificação de seu uso

introdução: as discrepâncias entre o tamanho mesiodistal dos dentes superiores e inferiores e seus efeitos sobre a oclusão têm sido relatados há muito tempo. O método proposto por Bolton para o diagnóstico de discrepância de tamanho dentário é, inegavelmente, um dos mais difundidos no meio ortodôntico, devido à sua relativa simplicidade. Entretanto, a apli-cação desse método requer cálculos matemáticos e o uso de tabelas que, muitas vezes, invia-bilizam a sua utilização durante a avaliação clínica. Objetivo: avaliar o método proposto por Wolford, que não requer o uso de tabelas, como alternativa ao método tradicional de Bolton. Métodos: a amostra foi composta por 90 pares de modelos dentários iniciais de pacientes adultos, com diferentes más oclusões. A proporção entre os dentes inferiores e superiores foi calculada para cada paciente, resultando na obtenção de dois índices (a razão total e a razão anterior). Os índices foram obtidos por meio do método originalmente proposto por Bolton e por um método alternativo, composto por duas fórmulas (uma simplificada e a variação da mesma), que foram analisadas separadamente. Resultados: comparadas ao método de Bol-ton, as fórmulas simplificadas mostraram uma tendência de superestimar as discrepâncias dentárias inferiores (total e anterior), embora em pequena proporção. Conclusões: ambas as fórmulas do método alternativo podem ser utilizadas em substituição ao método tradicio-nal, uma vez que mostraram diferenças médias menores que 0,58mm quando comparadas ao método de Bolton, não apresentando, portanto, significância clínica.

Resumo

Palavras-chave: Análise de Bolton. Discrepância de tamanho dentário. Diagnóstico. Tratamento ortodôntico.

inTRODUÇÃOUma oclusão normal pode ser definida como

aquela que apresenta 28 dentes corretamente ordenados na arcada e em harmonia com todas

as forças estáticas e dinâmicas que sobre eles atu-am, ou seja: a oclusão normal é estável, sã e este-ticamente atrativa19. Contudo, inúmeros fatores exercem influência no correto relacionamento

Como citar este artigo: Pizzol KEDC, Gonçalves JR, Santos-Pinto A, Peixoto AP. Análise de Bolton: uma proposta alternativa para a simplificação de seu uso. Den-tal Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):69-77.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

* Doutora em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara (UNESP). Professora da disciplina de Ortodontia dos cursos de graduação e pós-graduação do Centro Universitário de Araraquara (UNIARA).

** Professor do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara (UNESP). *** Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara (UNESP). Doutorando em Ciências Odontológicas, área de Ortodontia, Faculdade

de Odontologia de Araraquara (UNESP).

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Pizzol KEDC, gonçalves Jr, Santos-Pinto A, Peixoto AP

Dental Press J Orthod 77 2011 Nov-Dec;16(6):69-77

Bolton analysis: an alternative proposal for simplification of its use

abstract

Introduction: Mesiodistal size discrepancies between upper and lower teeth and its effects on occlusion have already been reported. The Bolton’s method for diagnosing tooth size discrepancies is, undeniably, one of the most spread out among orthodontists due to its simple usage. However, the application of this method requires mathematical calculations, which many times hinder its use during the clinical evaluation. Objective: Evaluate an alternative method (presented by Wolford) that does not require the use of tables, aiming at substituting the Bolton’s traditional method. Methods: The sample was composed by 90 pairs of initial dental models of adult patients, with different malocclu-sions. The ratio between inferior and superior teeth was calculated for each patient, resulting in the attainment of two indices: The total ratio and the anterior ratio. The indices had been obtained by Bolton’s method and an alternative method, composed by 2 formulas (one simplified and the other, the variation of this one), that had been separately analyzed. Results: Compared with Bolton’s method, the simplified formulas had shown a trend to overestimate infe-rior dental discrepancies (total and anterior), although in small proportion. Conclusion: Both formulas of the alterna-tive method can be used in substitution to the traditional method, as they had shown mean differences smaller than 0.58 mm (not clinically significant), when compared with the Bolton’s method.

Keywords: Bolton’s analysis. Tooth size discrepancy. Diagnosis. Orthodontic treatment planning.

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Endereço para correspondênciakarina eiras Dela Coleta Pizzolav. maria antonia Camargo de oliveira, 170, vila suconasaCeP: 14.807-120 – araraquara/sPe-mail: [email protected]

Enviado em: 19 de setembro de 2007Revisado e aceito: 12 de dezembro de 2009

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Dental Press J Orthod 78 2011 Nov-Dec;16(6):78-83

orlando tanaka*, suelem tisiane fabianski**, lílian mary karakida**,luégya amorin Henriques knop***, luciana Borges retamoso***

a r t i g o i n é d i t o

modificações no pogônio e no nariz de acordo com o modo respiratório

introdução: o perfil mole do indivíduo é resultado de mudanças complexas que ocorrem nos te-cidos duros e moles das estruturas faciais. O pogônio e o nariz são estruturas dominantes na face e influenciam no grau de convexidade do perfil. Assim, é fundamental a análise das estruturas do pogônio e a inclusão das estruturas nasais no plano de tratamento ortodôntico. Objetivo: avaliar longitudinalmente as modificações dimensionais no plano anteroposterior do pogônio e do nariz de indivíduos com má oclusão de Classe II, divisão 1 de Angle, em dois momentos distintos do desenvolvimento craniofacial. Métodos: foram realizados traçados cefalométricos sobre telerra-diografias em norma lateral de 40 indivíduos, sendo 23 respiradores predominantemente nasais (RN) e 17 predominantemente bucais (RB). Resultados: foram obtidas as medidas lineares e angulares LS’-Pog’, LS’-B’, B’-Pog’, Pog’-PogTeg’, Linha NB, Pog-NB, N’-Prn, Prn-NPog, N-Prn--Sn e Prn-Sn-LS. O teste ANOVA a dois critérios com medidas repetidas foi aplicado para indicar diferenças entre os valores médios dessas variáveis segundo os momentos e/ou modo respiratório. Observou-se que as variáveis LS’-B’, Pog’-PogTeg’, Linha NB e Pog-NB, N’-Prn, Prn-NPog, N-Prn--Sn e Prn-Sn-LS apresentaram diferença significativa (p≤0,05) quando comparados os momentos final e inicial, embora não houvesse diferença significativa entre os modos respiratórios. Em nenhu-ma das variáveis se observou interação entre o modo respiratório e os momentos. conclusão: há alteração estatisticamente significativa do pogônio e do nariz no plano anteroposterior no decorrer do crescimento, porém sem qualquer interferência do modo respiratório.

Resumo

Palavras-chave: Nariz. Pogônio. Respiração nasal. Respiração bucal.

* Professor Titular do Curso de Odontologia da PUCPR. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia. ** Estudante da graduação em Odontologia na PUCPR. *** Estudante do mestrado em Ortodontia na PUCPR.

inTRODUÇÃOO perfil mole do indivíduo é resultado de

mudanças que ocorrem nos tecidos esqueléticos e tegumentares das estruturas da face, e a inter--relação entre os componentes dos tecidos moles

da face — como o nariz, os lábios e o pogônio — modifica-se durante o crescimento e no decorrer do tratamento ortodôntico. Sendo assim, é im-portante compreender as tendências normais do crescimento dessas estruturas18. Ao nascimento,

Como citar este artigo: Tanaka O, Fabianski ST, Karakida LM, Knop LAH, Retamoso LB. Modificações no pogônio e no nariz de acordo com o modo respiratório. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):78-83.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Tanaka O, Fabianski ST, Karakida LM, Knop LAH, retamoso LB

Dental Press J Orthod 83 2011 Nov-Dec;16(6):78-83

Changes in pogonion and nose according to breathing patterns

abstract

Introduction: The soft profile results from complex changes in the head and facial soft tissues. The pogonion and the nose are dominant facial structures that determine the degree of profile convexity and should, therefore, be analyzed and included in orthodontic treatment planning. Objective: To conduct a longitudinal evaluation of the anteroposterior dimensional changes of the pogonion and the nose of individuals with Angle Class II, division 1 malocclusion at two time points during craniofacial development. Methods: Cephalometric tracings of lateral radiographs were obtained for 40 individuals classified according to their predominant breathing pattern; 23 were nose breathers (NB), and 17, mouth breathers (MB). Results: Linear and angular measures were obtained: Ls-Pog, Ls-B, B-Pog, Pog-soft tissue Pog, NB Line, Pog-NB, N-Prn, Prn-NPog, N-Prn-Sn and Prn-Sn-Ls. Two-way ANOVA was used to detect differences between mean values according to time points and breathing patterns. The Ls-B, Pog-soft tissue Pog, NB Line and Pog-NB, N-Prn, Prn-NPog, N-Prn-Sn and Prn-Sn-Ls variables had significant differ-ences (p≤0.05) between the two time points, but there were no significant differences between breathing patterns. No interac-tion was found between breathing patterns and time points for any variable. Conclusion: The pogonion and the nose undergo significant changes in the anteroposterior plane along growth, but breathing patterns do not affect changes significantly.

Keywords: Nose. Pogonion. Nose breathing. Mouth breathing.

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RefeRências

Endereço para correspondênciaorlando tanakarua imaculada Conceição, 1155 – CentroCeP: 80.215-901 – Curitiba / Pre-mail: [email protected]

Enviado em: 7 de novembro de 2007Revisado e aceito: 25 de fevereiro de 2009

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Dental Press J Orthod 84 2011 Nov-Dec;16(6):84-92

valdenice aparecida de menezes*, luiza laranjeira Cavalcanti**, tâmara Cavalcanti de albuquerque**,ana flávia granville garcia***, rossana Barbosa leal****

a r t i g o i n é d i t o

respiração bucal no contexto multidisciplinar: percepção de ortodontistas da cidade do recife

Objetivo: avaliar o conhecimento de cirurgiões-dentistas especialistas em Ortodontia da ci-dade de Recife/PE, Brasil, sobre respiração bucal, bem como verificar os seus protocolos de atendimento. Métodos: estudo transversal mediante entrevista individual e estruturada com 90 profissionais inscritos na Sociedade Pernambucana de Ortodontia e Ortopedia Facial. O formulário contendo 14 perguntas foi testado pelo método de validação de “face”. Resulta-dos: o sexo feminino foi prevalente (55,6%); para 78,9% dos pesquisados, a maior titulação foi a especialização; a maioria trabalhava apenas em clínica particular (67,8%) e 38,9% dos entrevistados eram docentes. Os critérios de diagnóstico mais utilizados foram: postura cor-poral (97,8), vedamento labial (96,7) e olheiras (86,7%), com percentuais semelhantes entre os grupos quanto ao tempo de graduado; o uso da placa metálica de Glatzel foi baixo (3,3%). Com relação às sequelas da respiração bucal, os maiores percentuais foram para as alterações craniofaciais 94,4% (más oclusões) e as corporais 37,8% (postura). O tempo de duração da respiração bucal (84,4%) foi o item mais citado pelos pesquisados como associado a sequelas. Para nenhum dos itens avaliados verificou-se associação significativa com o tempo de gradua-do, ao nível de significância de 5%. Para a maioria dos entrevistados, tanto do serviço público como privado, o protocolo de atendimento do respirador bucal deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar. Conclusões: a maioria dos entrevistados, independentemente da ex-periência profissional, tem conhecimento da síndrome do respirador bucal e da necessidade de um tratamento diferenciado dentro de uma visão abrangente de multidisciplinaridade.

Resumo

Palavras-chave: Respiração bucal. Ortodontia. Percepção.

* Doutora em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da FOP/UPE. Professora da Faculdade ASCES e Universidade de Pernambuco (UPE). ** Aluna de Graduação em Odontologia, Faculdade ASCES. *** Doutora em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da FOP/UPE. Professora do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual da

Paraíba (UEPB). **** Professora Assistente da Faculdade ASCES.

inTRODUÇÃOA respiração bucal é um distúrbio respiratório

comum na infância e um dos problemas mais pre-ocupantes de saúde pública5. A sua duração prolon-

gada pode ocasionar15,16,21 uma série de alterações estruturais e funcionais do sistema estomatognático, com repercussões nos contextos físico, psicológico e social. Os problemas advindos dessa síndrome e

Como citar este artigo: Menezes VA, Cavalcanti LL, Albuquerque TC, Garcia AFG, Leal RB. Respiração bucal no contexto multidisciplinar: percepção de orto-dontistas da cidade do Recife. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):84-92.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Page 45: v16n6-pt

Menezes VA, Cavalcanti LL, Albuquerque TC, garcia AFg, Leal rB

Dental Press J Orthod 91 2011 Nov-Dec;16(6):84-92

mouth breathing within a multidisciplinary approach: Perception of orthodontists in the city of recife, Brazil

abstract

Objectives: To assess the knowledge of orthodontists in the city of Recife, Brazil, about mouth breathing, and to examine their treatment protocols. Methods: In this cross-sectional study, members of the Orthodontics and Facial Orthopedics Association of Pernambuco responded individual structured interviews. A form with 14 questions, vali-dated using the face value method, was used to collect data. The level of significance was set at 5%. Results: Of the 90 participants, 55.6% were women; the highest educational level was a specialization degree for 78.9%; most worked only in private practice (67.8%), and 38.9% were also professors. The most frequent diagnostic criteria were: body posture (97.8%), lip sealing (96.7%), and dark circles under the eyes (86.7%), and these percentages were similar for groups according to years since graduation. The use of the Glatzel mirror was infrequent (3.3%). The most fre-quently mentioned mouth breathing sequelae were craniofacial (94.4%) and body posture (37.8%) changes. Accord-ing to interviewees, mouth breathing duration (84.4%) was the item most often associated with sequelae. There were no significant associations between years since graduation and any of the factors under analysis. Most respondents, whether working in private clinics or in the public healthcare system, believed that mouth breathers should be treated by a multidisciplinary team. Conclusions: Most orthodontists, regardless of experience, have knowledge of the mouth breathing syndrome and understand the need of specialized treatment within a multidisciplinary approach.

Keywords: Mouth breathing. Orthodontics. Perception.

centração, agitação, ansiedade, medo, depressão, desconfiança, impulsividade6,19 e dificuldades de aprendizagem20,30. Esses dados confirmam a opi-nião dos entrevistados e de outros autores1,7, para os quais é fundamental a prevenção e o diagnóstico precoce da respiração bucal, objetivando reduzir o comprometimento do ajuste psicossocial.

A maioria dos profissionais pesquisados reco-nhece o respirador bucal como um paciente espe-cial, portador de uma série de afecções e sequelas, que necessita de um tratamento diferenciado e in-terdisciplinar, dentro de uma visão abrangente de multidisciplinaridade (Tab. 4, 5). Esse fato pode ser justificado pela ênfase dada ao problema nos últimos anos, reconhecendo-se a importância do

atendimento integrado para a melhoria da qua-lidade de vida do indivíduo16,21. Contudo, a difi-culdade de acesso aos serviços públicos e o des-conhecimento da população sobre as sequelas provocadas pela patologia em si podem interferir nesse contexto.

cOncLUsões» Um percentual elevado de profissionais tem

conhecimento da síndrome da respiração bucal e de suas sequelas para o paciente.

» O tratamento multidisciplinar é imprescin-dível para a reabilitação integral do indiví-duo de acordo com a maioria dos ortodon-tistas/ortopedistas pesquisados.

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Dental Press J Orthod 92 2011 Nov-Dec;16(6):84-92

respiração bucal no contexto multidisciplinar: percepção de ortodontistas da cidade do recife

Endereço para correspondênciavaldenice aparecida de menezesrua Carlos Pereira falcão 811/602 – Boa viagemCeP: 51.021-350 – recife/Pee-mail: [email protected]

Enviado em: 13 de novembro de 2007Revisado e aceito: 4 de dezembro de 2008

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Page 47: v16n6-pt

Dental Press J Orthod 93 2011 Nov-Dec;16(6):93-9

Claudia kochenborger*, Dayanne lopes da silva**, ernani menezes marchioro***,Diogo antunes vargas****, luciane Hahn*****

a r t i g o i n é d i t o

avaliação das tensões liberadas por elásticos ortodônticos em cadeia: estudo in vitro

introdução: os materiais elastoméricos são considerados importantes fontes de força para a mo-vimentação ortodôntica. Objetivo: avaliar a liberação de tensões de quatro marcas comerciais de elásticos ortodônticos em cadeia (Morelli, Ormco, TP e Unitek), em função do tempo, quan-do mantidas tensionadas por uma força inicial de 150g e imersas em saliva artificial a 37ºC. Métodos: os elásticos em cadeia foram tensionados entre pinos de aço, fixados em uma placa de resina acrílica à distância de 15mm (Morelli e TP) e de 16mm (Unitek e Ormco), ambas medidas correspondendo a uma força de 150g. A leitura da quantidade de tensão liberada pelos elásticos foi realizada com um dinamômetro nos intervalos 30 minutos, 7, 14 e 21 dias. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) (p≤0,05) e ao teste de Comparações Múltiplas de Tukey. Resultados: após 30 minutos de teste, verificou-se redução entre 19% e 26,67% na quantidade de tensão liberada pelos elásticos; e entre 36,67% e 57% após 21 dias de estiramento constante. Conclusões: os elásticos em cadeia que apresentaram comportamento mais estável foram os da marca TP, pois relataram menor perda de potencial elástico nos inter-valos de tempo testados. Os da marca Unitek demonstraram maior redução de tensão liberada. As marcas Ormco e Morelli obtiveram resultados semelhantes entre si.

Resumo

Palavras-chave: Elastômeros. Materiais dentários. Saliva artificial. Elasticidade.

* Aluna do curso de Especialização em Ortodontia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (FO-PUCRS). ** Mestranda em Ortodontia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (FO-UFRJ). *** Doutor em Ortodontia pela UNESP-Araraquara. Mestre em Ortodontia pela FO-UFRJ. Professor Adjunto da disciplina de Ortodontia na FO-PUCRS. **** Especialista em Ortodontia pela FO-PUCRS. Mestrando em Ortodontia na FO-PUCRS. ***** Doutora em Ortodontia pela UNESP-Araraquara. Coordenadora do curso de Especialização em Ortodontia da Sobracursos.

inTRODUÇÃO e ReVisÃO De LiTeRaTURaA biomecânica ortodôntica utiliza sistemas

de forças que têm como objetivo promover a movimentação dentária na arcada. Existem atualmente no mercado sistemas de braquetes autoligáveis7 que eliminam a necessidade da utilização de elásticos modulares durante o tra-

tamento. Entretanto, quando se fala de braque-tes convencionais, os materiais elastoméricos são considerados importantes fontes de força para a movimentação de dentes.

O termo elastômero refere-se a materiais que retornam à sua configuração inicial após sofrerem deformação5,12.

Como citar este artigo: Kochenborger C, Silva DL, Marchioro EM, Vargas DA, Hahn L. Avaliação das tensões liberadas por elásticos orto-dônticos em cadeia: estudo in vitro. Dental Press J Orthod. 2011 Nov--Dec;16(6):93-9.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Kochenborger C, Silva DL, Marchioro EM, Vargas DA, Hahn L

Dental Press J Orthod 99 2011 Nov-Dec;16(6):93-9

assessment of force decay in orthodontic elastomeric chains: an in vitro study

abstract

Introduction: Elastomeric materials are considered important sources of orthodontic forces. Objectives: To assess force degradation of four commercially available orthodontic elastomeric chains (Morelli, Ormco, TP and 3M Unitek) over time, while kept continuously stretched by a force of 150 g and placed into synthetic saliva at 37 ºC. Methods: The synthetic elastics were stretched between stainless steel pins fixed to an acrylic resin plate at a distance equivalent to a force of 150 g (15 mm - Morelli and TP; 16 mm - Unitek and Ormco). Intensity of forces delivered was read by a dynamometer at different intervals: 30 minutes, 7 days, 14 days and 21 days. The results were subjected to statistical tests (ANOVA and Tukey). Results: There were reductions between 19% and 26.67% after 30 minutes, and between 36.67% and 57% after 21 days of activation in the amount of stress generated by the elastics during the tests. Conclu-sions: TP elastomeric chains exhibited a smaller percentage of force decay and showed greater stability at all intervals tested, while the 3M Unitek brand displayed a higher percentage of force degradation, even when compared to the Ormco and Morelli brands, which achieved similar results.

Keywords: Elastomers. Dental materials. Synthetic saliva. Elasticity.

Endereço para correspondênciaCláudia kochenborgerrua felizardo furtado, 279-501CeP: 90.670-090 – Porto alegre/rse-mail: [email protected]

Enviado em: 2 de fevereiro de 2010 Revisado e aceito: 15 de agosto de 2011

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Dental Press J Orthod 100 2011 Nov-Dec;16(6):100-10

susiane allgayer*, fernanda santos mezzomo**, Waldemar Daudt Polido***, gabriella rosenbach****, Carlos alberto estevanell tavares*****

a r t i g o i n é d i t o

tratamento ortodôntico-cirúrgico da assimetria facial esquelética: relato de caso

introdução: as assimetrias faciais representam um desequilíbrio entre as estruturas esque-léticas homólogas da face. A maioria das pessoas apresenta algum grau de assimetria facial, pois é rara a condição de perfeita simetria. Todavia, somente quando é perceptível aos olhos do paciente, essa assimetria passa a ser relevante. Em tal condição, a correção ortocirúrgica ou o tratamento ortodôntico são possibilidades normalmente adotadas. Objetivo: o pre-sente trabalho, baseado em uma revisão de literatura, é ilustrado por um caso clínico cujo tratamento consistiu em cirurgia ortognática Le Fort I para avanço e rotação da maxila e, na mandíbula, o tratamento foi conservador. conclusão: o conhecimento da queixa principal e da expectativa do paciente e exames de diagnóstico bem realizados são itens importantes na decisão do plano de tratamento e no sucesso do resultado final.

Resumo

Palavras-chave: Assimetria facial. Ortodontia corretiva. Extração dentária. Estética.

inTRODUÇÃOA simetria facial se refere a um estado de equi-

líbrio em que os dois lados da face se relacionam perfeitamente bem e, portanto, apresentam o mes-mo tamanho, mesma forma e mesma posição. In-versamente, o termo assimetria é utilizado quando existe um desequilíbrio quanto às partes homólo-gas componentes do complexo dentofacial, assim afetando a proporção entre as estruturas1.

Muitas vezes, a assimetria facial se apresenta de forma subclínica. Nessa condição, a desarmo-nia esquelética existe, porém está mascarada pelos tecidos moles que a recobrem2,3. Assim, os tecidos moles que se sobrepõem às estruturas ósseas, como o músculo masseter, podem minimizar ou até mes-mo compensar uma deformidade esquelética pre-sente. Portanto, quando existe uma discrepância entre as medidas esqueléticas e a aparência facial,

* Aluna do curso de Doutorado em Ortodontia da PUCRS. Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela PUC/RS. Especialista em Orto-dontia pela ABO/RS e Especialista em Endodontia pela UPF.

** Especialista em Ortodontia pela ABO/RS. *** Doutor e Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela PUC/RS. Coordenador do curso de especialização em implantodontia ABORS. **** Mestre e Especialista em Ortodontia pela UERJ. Professora do Curso de Especialização em Ortodontia da ABORS. ***** Doutor e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da ABORS. Diplomado pelo Board

Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

Como citar este artigo: Allgayer S, Mezzomo FS, Polido WD, Rosenbach G, Tavares CAE. Tratamento ortodôntico-cirúrgico da assimetria facial esquelética: relato de caso. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):100-10.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 110 2011 Nov-Dec;16(6):100-10

Tratamento ortodôntico-cirúrgico da assimetria facial esquelética: relato de caso

Endereço para correspondênciasusiane allgayerrua furriel luiz antônio de vargas, 134 – mont’serratCeP: 90.470-130 – Porto alegre/rse-mail: [email protected]

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Enviado em: 29 de agosto de 2010Revisado e aceito: 20 de janeiro de 2011

orthodontic-surgical treatment of skeletal facial asymmetry: Case report

abstract

Introduction: Facial asymmetries consist of an imbalance between the homologous skeletal structures of the face. Most people present some degree of facial asymmetry, since a state of perfect balance is rare. The asymmetry is relevant only when it is perceivable by the patient. The orthodontic surgical correction or orthodontic treatment are normally adopted for this condition. Objective: This study, based on a literature review, has been illustrated by a case report comprising Le Fort I orthognathic surgery for maxillary advancement and rotation, with conservative treatment in the mandible. Conclusion: Knowledge on the patient’s chief complaint and expectations, as well as proper diag-nostic examinations, are important factors to decide the treatment plan and for the final treatment outcome.

Keywords: Facial asymmetry. Corrective orthodontics. Tooth extraction. Esthetics.

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Dental Press J Orthod 111 2011 Nov-Dec;16(6):111-8

alan araujo de Jesus*, milena Botelho Pereira soares**, ana Prates soares***, renata Campos nogueira****, elisalva teixeira guimarães*****, telma martins de araujo******, ricardo ribeiro dos santos*******

a r t i g o i n é d i t o

Coleta e cultura de células-tronco obtidas da polpa de dentes decíduos: técnica e relato de caso clínico

introdução: as células-tronco (CT) possuem capacidade de induzir a regeneração tecidual e, portanto, apresentam um potencial terapêutico. Assim como a medula óssea e o cordão umbilical, a polpa dentária é uma das fontes disponíveis de CT. O seu fácil acesso e o fato de os dentes decíduos não serem órgãos vitais, que normalmente são descartados após a esfo-liação, provêm um atrativo para testes de segurança e viabilidade terapêutica dessas células. Objetivos: descrever a coleta, o isolamento e o cultivo de CT obtidas da polpa de dentes decíduos, assim como a sua caracterização por meio de citometria de fluxo e da indução da diferenciação em linhagens osteogênica e adipogênica. Métodos: as CT foram obtidas de forma relativamente simples e apresentaram boa capacidade proliferativa, mesmo a partir de pouca quantidade de tecido pulpar. Resultados: a análise por citometria de fluxo confir-mou as características de CT mesenquimais, com baixos níveis de expressão dos antígenos CD34 e CD45, que são marcadores de células hematopoiéticas, e altos níveis de expressão dos antígenos CD105, CD166, CD90 e CD73, que são marcadores de CT mesenquimais. A plasticidade das células foi confirmada pela identificação de depósitos de cálcio nas cul-turas que receberam meio osteogênico, e de acúmulo lipídico intracelular nas culturas que receberam meio adipogênico. Conclusões: as CT de dentes decíduos têm um potencial promissor de aplicação em regeneração tecidual. Sendo assim, é importante difundir entre os cirurgiões-dentistas o conhecimento sobre a existência e as características dessa fonte de CT, discutindo a técnica utilizada, suas limitações e possíveis indicações.

Resumo

Palavras-chave: Células-tronco. Terapia tecidual. Técnicas de cultura de células. Dentes natais.

* Doutor em Biotecnologia pela UEFS/Fiocruz. ** Pesquisadora Titular da Fundação Oswaldo Cruz/BA. Coordenadora do Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI). *** Graduada em Odontologia pela UFB. **** Mestre em Biotecnologia pela UEFS/Fiocruz. ***** Doutora em Patologia pela Fiocruz/BA. ****** Professora Titular de Ortodontia na UFBA. Presidente do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. ******* Pesquisador Titular do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz Fiocruz/BA. Coordenador de pesquisas básicas do Hospital São Rafael (HSR) – Monte Tabor,

Centro Ítalo Brasileiro de Promoção Sanitária.

Como citar este artigo: Jesus AA, Soares MBP, Soares AP, Nogueira RC, Gui-marães ET, Araujo TM, Santos RR. Coleta e cultura de células-tronco obtidas da polpa de dentes decíduos: técnica e relato de caso clínico. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):111-8.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Page 52: v16n6-pt

Dental Press J Orthod 117 2011 Nov-Dec;16(6):111-8

Jesus AA, Soares MBP, Soares AP, Nogueira rC, guimarães ET, Araujo TM, Santos rr

Collection and culture of stem cells derived from dental pulp of deciduous teeth: technique and clinical case report

abstract

Introduction: Stem cells (SC) are cells capable of inducing tissue regeneration, and therefore present a therapeutic potential. In addition to the bone marrow and the umbilical cord, the dental pulp is one of the available sources of SC. Furthermore, the facts that deciduous teeth are easily accessed and are not vital organs, usually discarded after exfoliation, make SC from the pulp of human exfoliated deciduous teeth attractive to be used for safety and viability tests. Objectives: To describe the collection, isolation and culture of SC obtained from the pulp of decidu-ous teeth, as well as their characterization by flow cytometry and the induction of these cells into osteogenic and adipogenic lineages. Methods: The SC were easily obtained and showed a good proliferation capacity, even com-ing from a small amount of pulp tissue. Results: The flow cytometry analysis confirmed the mesenchimal SC char-acteristics of the cells, with low level of expression of CD34 and CD45 antigens, which are markers for hematopoi-etic cells, and high levels of CD105, CD166, CD90 and CD73 antigens, which are mesenchymal SC markers. The plasticity of the cells was confirmed by the identification of calcium deposits in cultures that received osteogenic medium and intracellular lipid accumulation in the cultures that received the adipogenic medium. Conclusion: The application of SC obtained from deciduous teeth for tissue regeneration is promising and should be further investigated. This highlights the importance of spreading among dentists the knowledge about the existence and characteristics of this source of SC, discussing the technique, its limitations and possible applications.

Keywords: Stem cells. Cell culture techniques. Deciduous teeth.

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Dental Press J Orthod 118 2011 Nov-Dec;16(6):111-8

Coleta e cultura de células-tronco obtidas da polpa de dentes decíduos: técnica e relato de caso clínico

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Endereço para correspondênciaalan araujo de Jesus av. aCm, 585, bloco a, sala 806CeP: 41.825-000 – salvador / Bae-mail: [email protected]

Enviado em: 21 de fevereiro de 2011Revisado e aceito: 30 de junho de 2011

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Dental Press J Orthod 119 2011 Nov-Dec;16(6):119-29

aldino Puppin filho**

c a S o c l í n i c o B B o

má oclusão de Classe i com biprotrusão e ausência dos primeiros molares inferiores*

O presente relato de caso descreve o tratamento ortodôntico de uma paciente de 24 anos de idade, portadora de má oclusão de Classe I de Angle, com protrusão dos incisivos superiores e inferiores, além de perda recente dos primeiros molares inferiores. O tratamento idealizado envolveu a exodontia dos primeiros pré-molares superiores, aliada ao fechamento dos espa-ços presentes na arcada inferior. O resultado obtido demonstra a necessidade de planos de tratamento individualizados e a importância dos conceitos biomecânicos para movimentar adequadamente os dentes. Esse caso clínico foi apresentado à Diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), representando a categoria livre escolha, como parte dos requisitos para obtenção do título de Diplomado pelo BBO.

Resumo

Palavras-chave: Má oclusão Classe I de Angle. Ortodontia Corretiva. Biomecânica. Fechamento de espaço ortodôntico.

** Mestre em Odontologia, área de concentração Ortodontia (UERJ). Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial (UERJ). Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

* Relato de caso clínico, categoria livre escolha, aprovado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

hisTóRia e eTiOLOgiaPaciente do sexo feminino, leucoderma, com

24 anos de idade, apresentava bom estado geral de saúde, histórico moderado de doença cárie, res-taurações satisfatórias, saúde periodontal e perda recente dos primeiros molares inferiores.

Como queixa principal, questionou sobre a possibilidade de fechar os espaços dos dentes per-didos. Quando inquirida sobre sua aparência fa-cial, relatou que se achava “dentuça”.

DiagnósTicOApós análise e avaliação dos dados obtidos no

exame clínico e por meio dos outros elementos de diagnóstico (fotografias extra e intrabucais; radio-grafias cefalométrica de perfil, panorâmica e peria-picais; e modelos de gesso) pôde-se verificar que a paciente apresentava perfil convexo, sem selamento labial passivo, com protrusão dos lábios superior e inferior (Ls-Linha S=2mm e Li-Linha S=3mm). A altura facial anteroinferior se apresentava levemente

Como citar este artigo: Puppin Filho A. Má oclusão de Classe I com bi-protrusão e ausência dos primeiros molares inferiores. Dental Press J Orthod. 2011 Nov-Dec;16(6):119-29.

» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e compa-nhias descritos nesse artigo.

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Puppin Filho A

Dental Press J Orthod 129 2011 Nov-Dec;16(6):119-29

angle’s Class i malocclusion with bimaxillary dental protrusion and missing mandibular first molars

abstract

This case report describes the orthodontic treatment of a 24-year-old woman presenting an Angle’s Class I malocclu-sion with bimaxillary dental protrusion and missing first mandibular molars. Treatment plan involved the extraction of maxillary first premolars and closing mandibular first molars spaces. Treatment outcomes demonstrate the need of cus-tomized treatment planning, and the importance of biomechanic concepts in achieving proper orthodontic tooth move-ment. This case was previously presented to the Directors of the Brazilian Board of Orthodontics and Facial Orthopedics (BBO), representing the free choice category, as part of the requirements to become a BBO Diplomate.

Keywords: Angle Class I malocclusion. Corrective orthodontics. Biomechanics. Orthodontic space closure.

1. Puppin Filho A. Avaliação quantitativa de medidas dento-faciais relacionadas à altura da linha do sorriso [dissertação]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2002.

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4. Steiner C. Cephalometrics as a clinical tool. In: Riedel RA. Vistas in orthodontics. Philadelphia: Lea & Febiger; 1962. 397 p.

RefeRências

Endereço para correspondênciaaldino Puppin filho av. américo Buaiz, 501, sala 1002 torre norte, enseada do suá CeP: 29.050-911 – vitória/es e-mail: [email protected]

Enviado em: 2 de agosto de 2011Revisado e aceito: 26 de agosto de 2011

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Dental Press J Orthod 130 2011 Nov-Dec;16(6):130-57

marco antônio schroeder*, Daniela kimaid schroeder**, Diego Júnior silva santos***, michelle machado leser****

t ó p i c o E S p E c i a l

extrações de molares na ortodontia

O tratamento ortodôntico com extração de molares em pacientes adultos é tecnicamente mais complexo, devido a inúmeros fatores. Em geral, o espaço a ser fechado é maior do que o espaço dos pré-molares e, por isso, a ancoragem é crítica e o tempo de tratamento mais longo. É comum esses casos apresentarem algum grau de comprometimento pe-riodontal por causa da idade dos pacientes e, portanto, necessitam de maior controle da mecânica ortodôntica para reduzir os efeitos colaterais do fechamento do espaço. Por isso, bons resultados de finalização são mais difíceis de ser alcançados. Sendo assim, este artigo tem como objetivo apresentar as razões para a indicação de extração de molares nos tra-tamentos ortodônticos, as contraindicações, as diferentes fases da mecânica ortodôntica, esclarecer os fatores envolvidos nesse tipo de planejamento e tratamento e apresentar casos clínicos tratados com extração de molares.

Resumo

Palavras-chave: Má oclusão Classe I de Angle. Extração dentária. Ortodontia Corretiva.

* Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor de Ortodontia da Universidade Estácio de Sá. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

** Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). *** Especialista em Ortodontia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. **** Especialista em Ortodontia pela Universidade Gama Filho.

inTRODUÇÃOO número de pacientes adultos que se sub-

metem a tratamento ortodôntico representa uma parcela significativa nos consultórios dos ortodon-tistas. É comum encontrar nesses pacientes algum grau de comprometimento, ou mesmo a ausência, de um ou mais molares.

Em casos que apresentam falta de espaço para o alinhamento dos dentes, protrusão dentária ou assimetrias intra-arcadas, nos quais a exodontia de dentes permanentes está indicada, os molares comprometidos podem se tornar a primeira opção de extração quando os pré-molares estão em me-lhores condições.

Como citar este artigo: Schroeder MA, Schroeder DK, Santos DJS, Leser MM. Extrações de molares na Ortodontia. Dental Press J Orthod. 2011 Nov--Dec;16(6):130-57.

» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e compa-nhias descritos nesse artigo.

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Schroeder MA, Schroeder DK, Santos DJS, Leser MM

Dental Press J Orthod 157 2011 Nov-Dec;16(6):130-57

molars extraction in orthodontics

abstractOrthodontic treatment with molar extractions in adult patients is technically more complex because of several fac-tors. In general, the space to be closed is larger than premolar spaces, the anchorage is critical and treatment time is longer. It is common for these cases to present some sort of periodontal involvement due to patient’s age and, therefore, need of more orthodontic anchorage control to reduce space closure side effects. Because of all these factors good finishing results are harder to be achieved. So, the purpose of this article is to show the reasons for molar extraction indications and the different phases of orthodontic mechanics, to explain the aspects involved in this kind of planning and treatment, and describe some treatments with molar extractions.

Keywords: Angle Class I malocclusion. Tooth extraction. Corrective orthodontics.

Endereço para correspondênciamarco antonio schroederrua visconde de Pirajá, 444 sobreloja 205 – ipanemaCeP: 22.410-002 – rio de Janeiro/rJe-mail: [email protected]

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Enviado em: 31 de maio de 2011Revisado e aceito: 10 de novembro de 2011

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Dental Press J Orthod 158 2011 Nov-Dec;16(6):158-60

normaS dE aprESEntação dE originaiS

— O Dental Press Journal of Orthodontics publica arti-gos de investigação científica, revisões significativas, relatos de casos clínicos e de técnicas, comunicações breves e outros materiais relacionados à Ortodontia e Ortopedia Facial.

— O Dental Press Journal of Orthodontics utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on--line de submissão e avaliação de trabalhos. Para sub-meter novos trabalhos visite o site:

www.dentalpressjournals.com.br

— Outros tipos de correspondência poderão ser envia-dos para:

Dental Press International Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: [email protected]

— As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer respon-sabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve de-terminar se deve agir conforme as informações con-tidas nesta publicação. A Revista ou as empresas pa-trocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas.

— Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante.

ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DOS MANUSCRITOS

— Os trabalhos devem, preferencialmente, ser escritos em língua inglesa.

— Apesar de ser oficialmente publicado em inglês, o Dental Press Journal of Orthodontics conta ainda com uma versão em língua portuguesa. Por isso serão aceitas, também, submissões de artigos em português.

— Nesse caso, os autores deverão também enviar a ver-são em inglês do artigo, com qualidade vernacular adequada e conteúdo idêntico ao da versão em por-tuguês, para que o trabalho possa ser considerado aprovado.

FORMATAÇÃO DOS MANUSCRITOS

— Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com.br — Organize sua apresentação como descrito a seguir:

1. Autores— o número de autores é ilimitado; entretanto, artigos

com mais de 4 autores deverão informar a participa-ção de cada autor na execução do trabalho.

2. Página de título— deve conter título em português e em inglês, resumo

e abstract, palavras-chave e keywords. — não devem ser incluídas informações relativas à

identificação dos autores (por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos). Elas de-verão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informa-ções não estarão disponíveis para os revisores.

3. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de

250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: IN-

TRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTO-DOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RE-SULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando, além das conclusões do estudo, as implicações clínicas dos resultados.

— os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 pala-vras-chave, também em português e em inglês, ade-quadas conforme orientações do DeCS (http://decs.bvs.br/) e do MeSH (www.nlm.nih.gov/mesh).

4. Texto— o texto deve ser organizado nas seguintes seções:

Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discus-são, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras.

— os textos devem ter no máximo 3.500 palavras, in-cluindo legendas das figuras e das tabelas (sem contar os dados das tabelas), resumo, abstract e referências.

— as figuras devem ser enviadas em arquivos separados (leia mais abaixo).

— insira as legendas das figuras também no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo.

5. Figuras— as imagens digitais devem ser no formato JPG ou

TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 DPIs de resolução.

— as imagens devem ser enviadas em arquivos inde-pendentes.

— se uma figura já foi publicada anteriormente, sua le-genda deve dar todo o crédito à fonte original.

— todas as figuras devem ser citadas no texto.

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Dental Press J Orthod 159 2011 Nov-Dec;16(6):158-60

normaS dE aprESEntação dE originaiS

6. Gráficosetraçadoscefalométricos— devem ser citados, no texto, como figuras.— devem ser enviados os arquivos que contêm as ver-

sões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção.

— não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável).

— os desenhos enviados podem ser melhorados ou re-desenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.

7. Tabelas— as tabelas devem ser autoexplicativas e devem com-

plementar, e não duplicar, o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na

ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada tabela. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua

uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word

ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfi-co (imagem não editável).

8. Comitês de Ética— os artigos devem, se aplicável, fazer referência ao pa-

recer do Comitê de Ética da instituição.

9. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das

seguintes declarações, a serem preenchidas no mo-mento da submissão do artigo:

— Cessão de Direitos Autorais Transferindo os direitos autorais do manuscrito para

a Dental Press, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores

para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado.

— Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das re-

comendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experi-mentação humana/animal.

— Permissão para uso de imagens protegidas por di-reitos autorais

Ilustrações ou tabelas originais, ou modificadas, de material com direitos autorais devem vir acompa-nhadas da permissão de uso pelos proprietários des-ses direitos e pelo autor original (e a legenda deve dar corretamente o crédito à fonte).

— Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve

ser violada sem um consentimento informado. Foto-grafias de pessoas identificáveis devem vir acompanha-das por uma autorização assinada pela pessoa ou pelos pais ou responsáveis, no caso de menores de idade.

Essas autorizações devem ser guardadas indefinida-mente pelo autor responsável pelo artigo. Deve ser enviada folha de rosto atestando o fato de que todas as autorizações dos pacientes foram obtidas e estão em posse do autor correspondente.

10. Referências— todos os artigos citados no texto devem constar na

lista de referências. — todas as referências devem ser citadas no texto.— para facilitar a leitura, as referências serão citadas no

texto apenas indicando a sua numeração.— as referências devem ser identificadas no texto por

números arábicos sobrescritos e numeradas na or-dem em que são citadas.

— as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”.

— a exatidão das referências é responsabilidade dos au-tores e elas devem conter todos os dados necessários para sua identificação.

— as referências devem ser apresentadas no final do tex-to obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html).

— utilize os exemplos a seguir:

Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell

CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.

Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A,

Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32.

Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina

S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.

Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy.

2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001.

Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base,

colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990.

Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de

Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

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Dental Press J Orthod 160 2011 Nov-Dec;16(6):158-60

1. O registro de ensaios clínicos

Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências

para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo pro-

jeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista

intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de

causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter

interferência sobre a saúde dos envolvidos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clí-

nicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados

e registrados antes de serem iniciados.

O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de

identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos

resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas cien-

tíficas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como

pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de

instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com

interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite

reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas,

observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas

nos assuntos.

Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revis-

tas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões inter-

nacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas

científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic

Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Ca-

ribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas

exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram in-

cluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de

registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área

da saúde.

Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Jour-

nal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que

exijam dos autores o número de registro no momento da submissão

de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos

Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos en-

dereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados,

os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios

estabelecidos pela OMS.

2. Portal para divulgação e registro dos ensaios

A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros

de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Se-

arch Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index.html), com

interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa,

nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clí-

nicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os

ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para

a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos corres-

pondente.

A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pe-

los produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede

recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical

Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores

dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e

controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros

primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical

Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (Internatio-

nal Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRC-

TN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possí-

vel, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para

os recomendados pela OMS.

A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem

ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação,

data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financia-

mento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinado-

res, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas,

título público do estudo, título científico, países de recrutamento, pro-

blemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e ex-

clusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário,

tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de

resultados primárias e secundárias.

Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três

categorias:

- Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e

contribuem para o Portal;

- Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas

enviam os dados para o Portal somente através de parceria com

um dos Registros Primários;

- Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria

do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics

O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia

as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial

da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International

Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.

org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm),

reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divul-

gação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso

aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS

para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão

aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham

recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios

Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE,

cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.

org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final

do resumo.

Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o

registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.

Atenciosamente,

Jorge Faber, CD, MS, Dr

Editor do Dental Press Journal of Orthodontics

ISSN 2176-9451

E-mail: [email protected]

comunicado aoS autorES E conSultorES - rEgiStro dE EnSaioS clínicoS