vantagens e desvantagens do operador logístico
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Tese sobre as Vantagens e Desvantagens do Operador LogísticoTRANSCRIPT
CENTRO PAULA SOUZACENTRO TECNOLOGICO DA ZONA LESTE
FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE
FERNANDA AUGUSTA FERREIRA
0 OPERADOR LOGiSTlCO E A TERCEIRIZAQAOnos SERVIQOS LOGiST|COS.
S550 Paulo2006
CENTRO PAULA SOUzACENTRO TECNOLOGICO DA ZONA LESTE
FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE
FERNANDA AUGUSTA FERREIRA
I §0 OPERADOR LOGISTICO E A TERCEIRIZAQAODOS SERVIQOS LOGiST|COS.
Monografia apresentada no curso deTecnologia em Logistica com énfase emtransporte na FATEC ZL como requeridoparcial para obter 0 Titulo de Tecnélogoem Logistica com énfase em Transporte
Orientador: Prof. Msc. Célio Daroncho
Séo Paulo2006
CENTRO PAULA SOUzACENTRO TECNOLOGICO DA ZONA LESTE
FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE
FERNANDA AUGUSTA FERREIRA
I i0 OPERADOR LOGISTICO E A TERCEIRIZAQAODOS SERVIQOS LOGiSTlCOS
Monografia apresentada no curso deTecnologia em Logistica com énfase emtransporte na FATEC ZL como requeridoparcial para obter 0 Titulo de Tecnélogoem Logistica com énfase em Transporte.
COMISSAO EXAMINADORA
Prof. Msc. Célio Daroncho.Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.
Prof. Joel Valentino CandidoFaculdade de Tecnologia da Zona Leste.
Prof. Msc. Carlos Roberto CarneiroUniversidade Anhembi Morumbi
Sao Paulo, 20 de junho de 2006.
A Deus, a minha familia e meus amigos,
por exisfirem no minha vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus.IQ IQA minha mae, meu padrasto e meus irmaos pela confianga depositada.
Ao Professor Orientador Célio porter aoreditado na realizagao desse trabalhoIYAs amigas Gisele e Sarah pela amizade e oolaboragao.
Ao Marcio pelo companheirismo nos momentos difioeis.
A todos os outros amigos e oolegas por estarem ao meu lado.
Ao Professor Claudio pela oonfianga e motivagao.
Ao Professor Joel pela colaboragao na realizagao deste trabalho.
\\ O que jd fiz nfiio me inferessa,
s6 penso no que ainda n'c‘io fiz".
Pablo Picasso
FERREIRA, Fernanda Augusta. 0 Operador Logistico e a Terceirizagao dosSen/igos Logisticos. 2006. Monografia (Teonologia em Logistioa Enfase:Transportes) — Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.
RESUMO
Em um cenario altamente competitivo, empresas busoam constantemente aloangar emanterem-se na lideranga. Entretanto, nem sempre as mesmas possuemconhecimento tecnico e especifico para desempenhar algumas atividades,principalmente aquela que nao fazem parte do seu fooo de negocio. Neste oontexto,que a terceirizagao de atividades logistioas tornou-se uma vantagem competitivaabrindo espago para uma nova tendénoia: o operador loglstico, espeoializado emdesempenhar atividades loglsticas agregando valor as mesmas e possibilitando queas empresas possam cada vez mais dedicar-se especifioamente ao seu fooo denegocio. Porém, a decisao para assumir tais fungoes deve ser muito oriteriosa, poisse feita erroneamente, pode acabar fazendo com que a empresa oontratante percanegocios e espago no mercado.
Palavras-chave: operador logistico, teroeirizaoao de servigos, competitividade.
FERREIRA, Fernanda Augusta. The Third Part Logistics and the outsourcing ofLogistics Sen/ices. 2006. Monografia (Tecnologia em Logistica Enfase:Transportes) — Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.
ABSTRACT
In a high competition time, companies look after achieving and keeping themselveson the leadership. Actually, sometimes they do not have enough technical andspecific knowledge to develop some activities, specially those ones that are not theircore business. In this context, in that the outsourcing activity have become acompetitive advantage, opening ways for a new tendency: the third part logistics,specialized in developing logistics activities adding them values and givingcompanies alternatives to more and more devote themselves specifically to their corebusiness. However, the decision of outsourcing their logistics activities and use athird part logistics to take such functions on it, must have lots of criteria, because if itis erroneously made, it can consequently make the company lose its business andplace in the market.
Key-words: third part logisitcs, outsourcing service, competitivity.
LISTA DE FIGURAS
gura 1 — A integracao logistica ....................................... ..gura 2 — Tipica cadeia de suprimentos .......................... ..gura 3 — Evolucao da terceirizacao logistica ................... ..gura 4 — Evolucao dos prestadores de servicos logisticosgura 5 — Centro de D'str'bu'<;ao em Anhanguera ........... ..gura 6 — Centro de D'str'bu'cao de Barueri .................... ..gura 7 — Centro de D'str'bu'cao de Barueri ll ................. ..
IY
igura 8 Centro de D'str'bu'cao de Canoas .................... ..gura 9 — Centro de D'str'bu'cao de Curitiba .................... ..gura 10 —Equipamentos da Mesquita Solucoes ............. ..gura 11 —Area destinada as operacoes da Dow ____________ __
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 — Motivos para terceirizar ............................................... ..Quadro 2 — Comparacao entre prestadores de servicos tradicionais
e operadores logisticos ................................................ ..
SUMARIO
’lNTRODUQAO ............................................................................... A’ .1 Objetivo ....................................................................................... ..’ .2 Justificativa .................................................................................. .. ’’ .3 Metodologia ................................................................................ .. ’
2 LOGlSTlCA................................................................................... ..2.1 Evolucao da logistica ................................................................. ..2.2.1 Primeira Fase — Periodo antes de 1950 .................................. ..2.2.2 Segunda Fase — Periodo de 1950 — 1970 ............................... ..2.2.1 Terceira Fase — Periodo de 1970 - 1990 ................................. ..2.2.2 Quarta Fase — Periodo apos 1990 .......................................... ..2.2 Logistica lntegrada ..................................................................... ..2.3 Cadeia de Suprimentos .............................................................. ..
3 TERCEIRIZAQAO ........................................................................ ..
3.1 Terceirizacao de servicos logisticos ........................................... ..3.2 Dificuldades e beneficios no processo de terceirizacao ............. ..
l\I3.3 Motivacao para terceirizar .......................................................... ..4 OPERADOR LOGlSTlCO .............................................................. ..4.1 Definicao .................................................................................... ..4.2 Evolucao dos operadores logisticos ........................................... ..4.3 Atividades basicas do operador logistico ................................... ..4.4 Classificacao do operador logistico ............................................ ..4.5 Processo de Selecao do operador logistico ............................... ..4.6 O contrato logistico .................................................................... ..4.7 Vantagens e desvantagens na contratacao do operador logistico4.8 Problemas enfrentados pelo setor .............................................. ..5 ESTUDO DE CASO ...................................................................... ..5.’ Mclane do Brasil ......................................................................... ..5.’ .1 Historico da empresa .............................................................. ..5.’ .2 Clientes .................................................................................. ..5.’ .3 Colaboradores ........................................................................ ..
5.1.4 Estrategia de negocios ............................................................ ..
5.’ .5 Estrutura da ernpresa ........................................................ ..5.’ .5.1 Centro de D'str'bu'cao Anhanguera (SP) ........................ ..5.’ .5.2 Centro de D'str'bu'cao Barueri (SP) ................................ ..5.’ .5.3 Centro de D'str'bu'cao Barueri ll (SP) ............................. ..5.’ .5.4 Centro de D'str'bu'cao Canoas (RS) ............................... ..5.’ .5.5 Centro de D'str'bu'cao Curitiba (PR) ............................... ..5.’ .6 Estudo Final ...................................................................... ..5.2 Mesquita Solucoes Logisticas .............................................. ..5.2.1 Historico ............................................................................ ..5.2.2 Estrutura ............................................................................ ..5.2.2.1 Centro de Distribuicao .................................................... ..5.2.2.2 Portos Secos e lnstalacoes Portuarias Alfandegada (IPA)5.2.3 Estudo Final ...................................................................... ..CONSIDERAQOES FINAIS ....................................................... ..REFERENCIAS .......................................................................... ..
12
1 INTRODUQAO
No atual contexto socio-politico-economico mundial globalizado, a
competitividade em busca da lideranca faz com que as empresas concentrem
esforcos em seu foco de negocio a fim de manter e conseguir novos clientes.
Desta forma, empresas que nao possuem conhecimento técnico ou
especifico em atividades logisticas, podem contar com a experiéncia de um
operador especializado, que ao mesmo tempo em que pode ajudar a empresa a
melhorar sua participacao em um mercado altamente competitivo possibilita a
mesma dedicar-se especificamente ao seu foco de negocio que no caso da
industria e a producao, como cita Novaes (2001, p.320):
“A terceirizacao de servicos logisticos constitui, principalmente paraas sociedades comerciais, uma forma de atingir novos mercados eoferecer um melhor nivel de servico aos clientes. Nesse ambiente,as empresas buscam identificar as melhores formas de satisfazerseus clientes e sustentar ou ampliar seu mercado”.
Contudo, e neste cenario que as empresas devem conhecer a real
importancia das atividades logisticas percebendo que e um dos fatores chave para
a competitividade e que para a empresa e muito vantajoso transferir essas funcoes,
principalmente, quando a mesma nao possui competéncia ou estrutura para
desempenha-las.
Para Ballou (1993, p. 23) “vencer tempo e distancia na0&7movimentacao de bens ou na entrega de servico de forma eficaz e eficiente e a
tarefa do profissional de logistica”.
Portanto, em uma empresa cujo foco é a producao, nem sempre a
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13
mesma consegue desempenhar tais atividades com eficacia e eficiencia, desta
forma utilizar um operador logistico e segundo Novaes (2001, p. 318) contratar
“pacotes” que incluem, cada vez mais, servicos de maior valor agregado, com forte
conteudo informacional.
Obviamente a decisao de terceirizar atividades e contratar um
operador logistico devem ser tomadas com muita cautela pela empresa, pois se a
mesma tomar a decisao errada pode fazer com que perca negocios e espaco em
um mercado tao competitivo.
1.1 Objetivo
O presente trabalho busca analisar a importancia do Operador
Logistico em assumir processos aos quais as industrias nao possuem
conhecimentos tecnico e especifico, possibilitando as mesmas concentrarem
esforcos em seu foco de negocio, ou seja, sua producao. Mostrando as vantagens e
desvantagens de transferir tais funcoes visando a competitividade.
1.2 Justificativa
Em um mercado cada vez mais competitivo é necessario, muitas
vezes, que industrias utilizem ferramentas que possibilitem o aumento da
competitividade visando manter-se ou alcancar a lideranca. Desta forma, uma
consideravel alternativa e a utilizacao do Operador Logistico como elo facilitador
13
14
assumindo tarefas e fazendo com que as empresas se comprometam mais em seu
foco de atividade.
1.3 Metodologia
Ii!Para o desenvolvimento do trabalho serao realizadas pesquisas
bibliograficas, pesquisas em revistas especializadas, artigos cientificos e um estudo
de caso com os Operadores Logisticos Mclane e Mesquita Solucoes.
14
15
2 |_oeisT|cA
Desde a origem de seu conceito ate os dias atuais a logistica, cada
vez mais, vem se tornando para as empresas um elemento de suma importancia.
Segundo Novaes (2001, p.31) “na sua origem, o conceito de
logistica estava essencialmente ligado as operacoes militares”, pois durante a
guerra havia necessidade de agilizar a reposicao e o deslocamento dos
suprimentos.
Com o passar dos anos o conceito foi tornando-se mais amplo e
uma nova concepcao entrou em vigor, e passou a existir integracao das diversas
areas envolvidas na producao, dimensionamento e layout de armazens, alocacao
de produtos em deposito, transportes, distribuicao, selecao de fornecedores e
clientes externos [...] (CHING, 2001, p. 16).
A partir dessa nova concepcao percebe-se que a logistica esta
alcancando grande importancia estratégica nas empresas e assim aumentando sual\Iatuacao em diversos setores.
Para Ballou (1993, p.24), a logistica trata de todas as atividades de
movimentacao e armazenagem que facilitam o fluxo de produto desde o ponto de
aquisicao de materia-prima ate o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de
informacao que colocam os produtos em movimento, com o proposito de
providenciar niveis de servico adequados aos clientes a um custo razoavel.
Entretanto, em um conceito mais atual, Ballou (2001, p.21) refere-
se a logistica como:
“O processo de planejamento, implementacao e controle do fluxo
15
16
eficiente e economicamente eficaz de materias-primas, estoque emacprocesso, produtos acabados e informacoes relativas desde o ponto
de origem ate o ponto de consumo, com o proposito de atender asexigéncias dos clientes”.
Ja de acordo com o Council of Logistics Management apud Novaes
(2001, p.36) a logistica:
“E o processo de planejar, programar e controlar de maneiraeficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como servicose informacoes associados, cobrindo desde o ponto de origem ate oponto de consumo, com o objetivo de atender os requisitos doconsumidor”.
i2.1 Evolucao da Logistica
A logistica evoluiu de forma gradativa nos ultimos anos tornando-
se uma ferramenta essencial para as empresas que buscam novos mercados e
querem manter-se em destaque em um cenario altamente competitivo.
Entretanto, quando se trata do periodo de evolucao da logistica ha
uma divergéncia entre os autores, pois para cada um deles a evolucao discorre em
periodos distintos.
Conforme Ballou (1993, p.28) o desenvolvimento historico da
logistica desmembra-se em trés eras: antes de 1950, 1950-1970 e apos 1970. Ja
para Ching (2001, p.20) esse mesmo processo de desenvolvimento se da em
quatro fases: antes de 1950, 1950-1970, 1970-1990 e apos 1990.
Todavia, segundo Novaes (2001, p. 41) a evolucao da logistica
divide-se em quatro fases, sendo a primeira definida como atuacao segmentada, a
segunda como integracao rigida, a terceira como integracao flexivel e finalmente a
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quarta fase correspondente ao Gerenciamento da Cadeia de Suprimento (SCM).
2.1.1 Primeira Fase — Periodo antes de 1950
Nesse periodo nao havia uma filosofia que conduzisse a logistica.
Dessa maneira, algumas atividades logisticas eram desempenhadas por outros
setores da empresa como cita Ballou (1993, p. 28):
“O transporte era encontrado freqiientemente sob o comandogerencial da producao; os estoques eram responsabilidade demarketing, financas ou producao; e o processamento de pedidosera controlado por financas ou vendas”.
Durante a Segunda Guerra Mundial surgiu a atividade logistica
militar o que para muitos foi o inicio dos conceitos logisticos utilizados ate hoje, e
devido a esse fato foi que em 1945, algumas empresas ja haviam realocado
algumas atividades logisticas sob a responsabilidade de uma unica geréncia.
2.1.2 Segunda Fase — Periodo de 1950-1970
O periodo de 1950 ate 1970 foi marcado pela epoca de decolagem
para a teoria e a pratica da logistica (BALLOU, 1993, p. 29).
Contudo, somente nos anos seguintes na realizacao de um estudo
para a verificacao de desempenho do transporte aereo na distribuicao fisica, que se~ I Lpercebeu que o importante e a avaliacao do menor custo tota considerando nao
somente o custo do transporte, mas o frete, estoque e a movimentacao em si.
17
18
“Esta compensacao de um tipo de custo por outro ficou conhecidacomo o conceito do custo total. Ele tornou-se importante argumentopara o reagrupamento logico de atividades dentro das empresas etambem auxiliou a explicar a reorganizacao em torno das atividadesde distribuicao que estava ocorrendo em algumas poucasempresas pioneiras”. (BALLOU, 1993, p. 30).
2.1.3 Terceira Fase - Periodo de 1970-1990
No inicio da decada de 1970 ate 1990, a logistica passou por um
processo de amadurecimento de forma muito lenta.
Entretanto, algumas mudancas na economia, influenciaram esse
processo fazendo com que empresas passassem a se preocupar mais com a
gestao de suprimentos.
Apos os anos 80, a logistica iniciou um processo de
desenvolvimento mais acelerado, como cita Ching (2001, p. 25):
“O desenvolvimento da logistica tornou-se revolucionario em virtudede fatores, como explosao da tecnologia da informacao, alteracoesestruturais surgidas nos negocios e na economia dos paisesemergentes, formacao de blocos economicos e no fenomeno daglobalizacao”.
2.1.4 Quarta Fase — Periodo apos 1990
Na decada de 1990 ate os dias atuais, as empresas da cadeia de
suprimento passam a tratar a questao logistica de forma estrategica (NOVAES,
2001,P.48)
Desta forma, a logistica passou a ser utilizada como um fator
diferencial em um mercado de alta competicao, onde as empresas necessitam se
18
19
manterem na lideranca.
Nesta ultima fase surgem novos elementos como postponement
(postergacao), empresas virtuais, o grande interesse pela Logistica Reversa e o
surgimento de uma nova concepcao no tratamento dos problemas logisticos, o SCM
— Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos)(NOVAES, 2001, p.49).
2.2 Logistica lntegrada
Em um mercado competitivo e estrategico, se faz necessaria a
integracao dentre os elementos da cadeia de suprimentos, pois desta maneira a
empresa podera garantir o alcance de suas metas e seu nivel de servico.
De acordo com Fleury (2003, p. 35) para que a Logistica possa ser
trabalhada de forma integrada deve ser considerada como um sistema, ou seja, um
conjunto de componentes interligados, trabalhando de forma coordenada, com a
finalidade de atingir um objetivo comum.
O conceito de logistica integrada esta vinculado ao fluxo de
informacoes e de materials, como ilustrado na figura 1.
19
20
I Fluxo de materiais |
Clientes E Distribuicao Apoioamanufatura Suprimento : Fornecedor
I Fluxo de lnformacoes |
Figura 1: A lntegracao logistica (Bowersox e Closs, 2001).
A logistica deve integrar a empresa a seus clientes e fornecedores,
esse processo se da desde as informacoes fornecidas pelo cliente ate o momento
em que o produto esta finalizado e pronto para ser entregue, como descreve
Bowersox (2001, p. 43):
“As informacoes sao recebidas de clientes e sobre eles fluem pelaempresa na forma de atividades de vendas, previsoes e pedidos.As informacoes sao filtradas em planos especificos de compras ede producao. No momento do suprimento de produtos e materiais,e iniciado um fluxo de bens e de valor agregado que resulta, porfim, na transferencia de propriedade de produtos acabados aosclientes”.
2.3 Cadeia de Suprimentos
A cadeia de suprimentos inicia-se a partir do ponto em que o
cliente tem a necessidade de obter um determinado produto e finaliza-se quando o
mesmo adquire e paga por ele.
O termo cadeia de suprimento representa produtos ou suprimentos
que se deslocam ao longo da seguinte cadeia: fornecedores, fabricantes,
distribuidores, lojistas e clientes (CHOPRA, MEINDL, 2003, p. 4).
Segundo Harrison (2003, p.27) uma cadeia de suprimento como
20
21
um todo vai desde produtos primarios ate a venda do produto final para o
consumidor final.
Ja para Novaes (2001, p.38):
“O longo caminho que se estende desde as fontes de materia-prima, passando pelas fabricas dos componentes, pela manufaturado produto, pelos distribuidores, e chegando finalmente aoconsumidor atraves do varejista, constitui a cadeia de suprimento”.
Pode-se analisar uma tipica cadeia de suprimento (figura 2) como
uma serie de processos vinculados, onde fornecedores de matéria-prima entregam
insumos diretamente para a industria e ao mesmo tempo para fabricantes de
componentes que podem ou nao fabricar produtos em paralelo com a industria, em
sequencia a industria passa o produto ja acabado para os varejistas e em paralelo
para atacadistas e distribuidores que vendem em quantidades maiores que o varejo
ate chegar ao consumidor final.
Na atualidade, algumas empresas visando a lideranca buscam
novas estrategias para manterem-se em um mercado competitivo. Desta forma,
como cita Novaes (2001, p. 40) “concentram suas atividades naquilo que a empresa
consegue fazer bem, diferenciando-a positivamente dos concorrentes, e adquirindo
externamente componentes e servicos ligados a tudo que nao estiver dentro de sua
competéncia central”.
Com essa estratégia, as empresas podem participar de forma mais
atuante no mercado, mas certamente para haver parceria e necessario ter entre os
participantes da cadeia de suprimento harmonia e confianca.
21
Forneizeizlurescle maténa
p rima
Fabrics ntesizle
cum pi: ne ntesT
lntlilstriaprincipal- 1
I Atacaulistase
distribuidores
Uarejista,:JroL:i=..'toacabaciri
T
C1i:ins|_mii:li:irflral
‘I’
Figura 2: Tipica cadeia de suprimentos (Novaes, 2001)
23
3 TERCEIRIZACAO
Terceirizar refere-se a acao de transferir para terceiros
responsabilidades por atividades que ate entao costumavam ser desempenhadas
internamente (MALTZ e ELLRAM apud FRANCO, 2005, p. 26).
Desta forma, pode-se entender a terceirizacao como o processo de
subcontratar outras empresas para assumir funcoes que nao sao primordiais para o
andamento do negocio. Segundo Lima (2004, p. 25) a terceirizacao e um processo
de gestao pelo qual algumas atividades sao repassadas para terceiros, com os
quais se estabelece uma relacao de parceria, ficando a empresa concentrada
apenas em tarefas essencialmente ligadas ao negocio em que atua.
Durante os anos 80, muitas industrias mudaram radicalmente sua
estrutura de manufatura como uma resposta estrategica para a globalizacao de
mercados e aumento na competicao (DORNIER et al, 2000, p.261 ).
Portanto, empresas que antes desempenhavam todas as
atividades buscam atualmente, de forma estratégica, focar-se apenas em sual\I IQ l\Iatividade principal terceirizando funcoes que nao sao de sua competéncia.
De acordo com Moura et al (2004, p. 230) “esse processo mudaraow aw lainda mais, pois muitos ganhos estao a disposicao atraves da tecnoogia
aperfeicoada, eliminacao de pessoal duplicado e eliminacao de desperdicio no
processo”.
“Contudo, ha diversos fatores que levam uma empresa a terceirizarsuas atividades, que pode ser desde a reducao de custos e doinvestimento em ativos ate a aquisicao de maior flexibilidade nasoperacoes logisticas e a expansao do mercado. Ha tambémcircunstancias em que a terceirizacao das atividades logisticas e omeio para aprimorar as tecnologias de informacoes utilizadas”.(WANKE, 2004, p. 2)
23
24
3.1 Terceirizacao de servigos logisticos
A terceirizacao de servicos logisticos e um setor que com o passar
do tempo vem se desenvolvendo e se transformando de maneira a ocupar cada vez
mais espaco no mercado.
De acordo com Novaes (2001, p. 318) “o crescimento desse setor
é resultado da propensao cada vez mais intensa de as empresas terceirizarem
servicos de maneira geral, quando antes os realizavam por conta propria”.
Segundo Fleury (2003, p. 314) dados da pesquisa realizada pelo
Centro de Estudo em Logistica em 2003 indicaram que entre 1998 e 2003 o indice
de terceirizacao logistica no pais teve um crescimento de 47% em 5 anos, como se
pode observar na figura 3
Atividades Agregadas
70%HHS
60% I
'- * sow._ 50% - 56 %
—.*
zagaoogstcaempresasOJ-l>OO$$
_ 1- 47%406
20%—
tercen 10%—
Whde 0%1 1 11998 2000 2002 2003
—I— % de terceirizacao logistica nas empresas
Figura 3: Evolucao da Terceirizacao Logistica. (Fleury, 2003).
Muitos sao os fatores que contribuiram ao longo dos anos com o
crescimento dos servicos logisticos terceirizados, de acordo com Moura et al (2003,
24
25
p. 230) dentre eles pode-se destacar o numero e porte das empresas prestando
servicos, o nivel de sofisticacao e, mais notavelmente, a quantidade e tipos de
negocios que estao oferecendo.
A terceirizacao das atividades logisticas, segundo Moura et. al
(2004, p. 306) vai desde uma simples locacao de empilhadeiras ate operacoes
complexas, e entre os servicos disponiveis, pode-se citar alguns:
Ii!o Transporte rodoviario, roteirizacao, rastreamento;
o Locacao de mao-de-obra, equipamentos, armazéns inflaveis
estruturais, embalagens retornaveis;
o Armazens gerais (sem ou com filial) e alfandegado;
v Comercio exterior;
o Unitizacao de cargas, estufamento e desova de contéineres;
0 Compras;
0 Tecnologia de lnformacao (ERP, WMS e codigo de barras);
v Coleta programada (milk run), transbordo sem estocagemIQ
1(cross docking), recebimento, inspecao, estocagem,
abastecimento de linha (line feeding), sequenciamento;
~ Processamento e separacao de pedidos (picking),
embalagem, acumulacao, expedicao, entre outros.
25
26
3.2 Dificuldades e beneficios no Processo de Terceirizagao
O processo de terceirizacao vem de forma gradual tornando-se
cada vez mais uma das principais estratégias das empresas em busca de lideranca
no atual cenario competitivo. Desta maneira, a decisao de terceirizar, de acordo
com sua importancia, deve ser tomada com muita cautela sendo analisado seus
beneficios e dificuldades ao longo de todo o processo.
IQ!
1Dentre algumas dificuldades no processo de terceirizacao pode se
apontar, de acordo com Macohin (2001, p. 90): “a dificuldade de estabelecer
parcerias, a possibilidade de engendrar um novo concorrente, resisténcias internas
e a dependéncia de fornecedores”.
No momento em que a empresa terceiriza seus processos ou
servicos deve tentar estabelecer ao maximo um relacionamento de parceria com a
empresa subcontratada, pois dessa maneira conseguira perceber muito maisl\Ibeneficios com o processo de terceirizacao.
A possibilidade de criar com esses processos um novo concorrente
se da devido a integracao do prestador com o cliente, assim como devido a
transferéncia de tecnologia e de parte ou totalidade do processo de producao.
Porem, de acordo com Macohin (2001, p. 91) este problema pode ser resolvido se
as organizacoes selecionarem racionalmente os segmentos que deverao ser
terceirizados e as empresas prestadoras de servicos logisticos.
Ja as resisténcias internas, segundo o mesmo autor, ocorrem pelo
fato de empresas ao terceirizarem seus processos diminuirem seu quadro de
funcionarios ou quando nao fazem isso mexem com cargos, salarios e
26
27
planejamento de carreira dentro da organizacao, abalando a identidade de cada um
e fazendo com que essas medidas sejam consideradas extremamente sensiveis naIi!tomada de decisao.
A falta efetiva de parceria com o prestador de servico ou ate
mesmo a falta de clareza no processo de subordinacao pode trazer, como descreve
Macohin (2001, p. 91), “inseguranca quanto ao suprimento, escoamento ou
fornecimento dos processos”. Entretanto, o estabelecimento de parcerias ou mesmo
condicoes estabelecidas em comum acordo pode criar um ambiente de confianca e
seguranca entre o contratante e o prestador de servico.
Desta forma, do momento em que a empresa decide terceirizar ate
o momento da terceirizacao, deve-se analisar minuciosamente aspectos como quais
atividades realmente deve-se terceirizar e a escolha correta do prestador de
servicos, somente assim a mesma podera obter resultados positivos no processo.
No que tange os diversos beneficios gerados com a terceirizacao
de atividades logisticas, pode-se citar, de acordo com Lynch apud Franco (2005, p.
27), o retorno sobre ativos, a produtividade do pessoal, a reducao de custos e os
servicos a clientes e servicos especializados.
Quando a empresa terceiriza seus processo e conseqiientemente
passa a utilizar armazens e equipamentos do prestador de servicos, permite atingir
de acordo com Ballou (2001), um dos principais objetivos da logistica, ou seja, a
reducao de investimentos em ativos. Ja em relacao a produtividade do pessoal,
como descreve Lynch apud Franco (2005, p. 28), trata-se do fato de todos os
funcionarios estarem voltados para o foco de negocio central da empresa, desta
maneira a mesma se preocupara apenas com o treinamento e a qualificacao de
uma quantidade menor de funcionarios.
27
28
A diminuicao dos custos, por sua vez, nem sempre ocorrera como
a empresa espera, porem é um dos principais motivos levados em conta no
momento em que a empresa decide terceirizar. Ja em relacao aos servicos
prestado a clientes, a terceirizacao das atividades logisticas torna-se uma aliada na
prestacao dos mesmos, considerando o fato dos clientes estarem cada vez mais
exigentes no que diz respeito a entregas e na qualidade do produto, neste caso, os
servicos especializados, tem se tornado a regra e nao a excecao para servir
empresas de forma efetiva (FRANCO, 2005, p. 28).
3.3 Motivagao para a terceirizagao
No momento em que a empresa decide terceirizar parte ou a
totalidade de seus processos, a mesma deve levar em consideracao alguns
aspectos. A priori, como descreve Fleury (2003, p. 316), “a terceirizacao pode
apresentar uma serie de ganhos, como reducao de ativos e do custo de mao-de-l\Iobra, o aumento da flexibilidade para modificacao de capacidade, o acesso a
tecnologia de ponta, alem da possibilidade de se concentrar nas atividades-chave”.
IQPorem, antes mesmo da empresa decidir optar pela terceirizacao
de suas atividades, e necessario que identifique as suas reais necessidades, pois a
possibilidade de que essa decisao nao seja a mais adequada e muito grande e,
desta forma, os resultados podem nao ser os esperados pela organizacao.
an“O processo de terceirizacao deve ser precedido por um estudotecnico preliminar, devendo ter inicio a partir da analise da cadeiade suprimento, na qual a empresa esta inserida, desde osfornecedores de materias-primas, componentes e insumos, ate ocliente final, e o detalhamento de todas as atividades da operacaologistica passiveis de terceirizacao, inclusive seus custos, e indices
28
29
de produtividade, entre outros indicadores”. (MOURA et al, 2003,p.307).
De acordo com Moura (2003, p. 307) os motivos que levam uma
empresa a terceirizar suas atividades logisticas sao divididas em caracteristicas
mensuraveis e as nao mensuraveis. Dentre as caracteristicas mensuraveis podem
ser consideradas a reducao de custos e a substituicao dos custos fixos porIi! Iiivariaveis; ja os nao mensuraveis, por exemplo, sao os esforcos direcionados para o
proprio negocio.
Segundo pesquisa do Outsourcing Institute apud Dornier et al
(2000, p. 264) foram citadas pelas empresas as cinco maiores razoes estratégicas eIi!as cinco maiores razoes taticas que levam a mesma a terceirizar seus servicos.
Dentre as razoes estratégicas pode-se destacar: visar melhorar
seu foco de negocio; obter acesso a capacidade de nivel mundial; acelerar os
beneficios de reengenharia; compartilhar os riscos; e liberar recursos para outras
finalidades. E, entre as razoes taticas foram destacadas: reduzir ou controlar os
custos de operacao; tornar disponiveis os fundos de capital; gerar disponiveis os
fundos de capital; gerar a introducao de capital; compensar a falta de recursos
internos; e melhorar a gestao de funcoes dificeis ou fora de controle.
Ja uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos em Logistica
apud Fleury (2003, p. 317) dentre todos os motivos para a terceirizacao das
atividades logisticas o motivo mais freqilente e a reducao dos custos logisticos,
como pode ser analisado no quadro 1
29
30
Quadro 1: Motivos para Terceirizar
Mais citadosReduzir custos 83%Focar no core business 76%Aumentar a flexibilidade 66%Reduzir investimentos em ativos 67%lntermediériosAumentar os niveis de servico 57%Aumentar eficiencia operacional 44%Gerar novas solucoes logisticas 35%Menos citadosMelhorar tecnologia de informacao 30%Aumentar controle sobre a Logistica 29%Expandir mercados 22%
Fonte: Fleury, 2003.
A reducao de custos e na maioria das vezes um dos primeiros
fatores que a empresa leva em consideracao no momento em que decide terceirizar
suas atividades, porem quando a mesma considera os fatores nao mensuraveis ela
busca mais do que uma simples reducao de custos, neste caso a terceirizacao
passa a ser utilizada como uma ferramenta valiosa de gestao que permite as
empresas ser liberadas de certas atividades para concentrar-se em seu foco de
atividade central.
O aumento continuo da terceirizacao impulsionou o surgimento de
prestadores de servicos logisticos e principalmente, a evolucao e desenvolvimento
dos mesmos para as formas de operadores e integradores logisticos para atender
as necessidades crescentes dos clientes por melhor nivel de servico (LIMA, 2004,
p. 27).
30
31
4 OPERADOR LOGISTICO
A necessidade de busca pela competitividade aliada ao crescente
aumento das demandas exigidas pelo mercado, indica uma tendencia a
terceirizacao das atividades que nao fazem parte do foco de negocio das empresas.
Diante deste cenario, surgiu uma atividade especializada que busca agregar
competitividade as empresa inseridas ou nao dentro da cadeia de suprimento, queIi!sao denominados operadores logisticos.
Com essas terceirizacoes, a empresa produtora pode focar suaatencao nas areas de sua vocacao (comprar, produzir, transformarou vender), certa de que etapas como coleta de matéria-prima,
at atsuprimento de producao, gestao de estoques e entrega do produtoacabado ao cliente final, serao cumpridos e que o nivel de servicosera mantido (PAZ, 2004, p. 11).
Sera tratado nesse capitulo como os operadores logisticos
agregam competitividade aos seus clientes ofertando ganhos através da reducao de
custos com a economia em escala nos seus servicos e proporcionando melhores
niveis de servico as empresas atraves da crescente especializacao das atividades
que exercem.
4.1 Definigao
Com o acelerado crescimento na industria de servicos logisticos os
operadores logisticos ou também chamados de 3 PL (third — party logistics) sao
empresas de acordo com Dornier (2000, p. 316) que montam um ramo de negocio
independente e oferecem ampla gama de servicos realizados internamente.
31
32
E de suma importancia, definir o conceito de operador logistico,
para que desta maneira, o mercado seja ordenado de forma devida, considerando
que isso permitira que tanto os fornecedores de servicos logisticos, quanto aos
clientes dos mesmos servicos possam compreender, de forma adequada, alguns
fatores como descreve a ABML (1999):
0 O conjunto total das atividades logisticas que podem ocorrer
ao longo de uma cadeia de abastecimento generica e quais
podem, em principio, ser terceirizadas para fornecedores de
servicos logisticos;
1 Quais os pre-requisitos para que um fornecedor de servicos
logisticos possa ser considerado um operador logistico e,
portanto, que fornecedores de servicos logisticos do
mercado sao efetivamente operadores logisticos;
v Que, muito embora nem todos os fornecedores de servicos
logisticos possam ser considerados operadores logisticos,
ha lugar para todos aqueles que oferecem servicos
competitivos de qualidade, atendendo diretamente a clientes
ou aos proprios operadores logisticos. Esses ultimos irao
certamente terceirizar parte de suas atividades, em vista da
abrangéncia dos servicos logisticos que podem ser
prestados ao longo da cadeia de abastecimento.
Porem, diferentes autores conceituaram os chamados operadores
logisticos de acordo com seus devidos criterios mais ou menos rigorosos e
32
33
abrangentes.
A Associacao Brasileira de Movimentacao e Logistica (ABML) em
publicacao feita em fevereiro de 1999 na revista Tecnologistica, com a intencao de
definir corretamente a importancia do operador logistico de forma a evitar o uso
indevido do termo, descreve operador logistico como:
“Fornecedor de servicos logisticos, especializado em gerenciartodas as atividades logisticas ou parte delas, nas varias fases dacadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor aoproduto dos mesmos, e que tenha competéncia para, no minimo,prestar simultaneamente servicos nas trés atividades consideradasbasicas: controle de estoques, armazenagem e gestao detransportes”.
De acordo com Fleury apud Franco (2005, p. 21) operador logistico
e um fornecedor de servicos logisticos integrados, capaz de atender a todas ou
quase todas as necessidades logisticas de seus clientes de forma personalizada.
Ja para Laarhoren et al. apud Lima (2004, p. 47) operador logistico
e definido como um prestador de servico logistico que realiza atividades para um
embarcador, e que as atividades realizadas devem consistir, pelo menos noI8gerenciamento e execucao de servicos de transporte e armazenagem.
De acordo com as diversas definicoes, pode-se perceber que um
operador logistico nao e apenas um simples prestador de servico logistico, pois sua
atuacao nas atividades terceirizadas pelas empresas esta além de uma simples
prestacao de servicos.
33
34
4.2 Evolucao dos operadores logisticos
Com o reconhecimento de que a logistica e uma fonte de
vantagem competitiva, houve um rapido crescimento e diversificacao na industria de
prestacao de servicos logisticos (DORNIER et al., 2000, p. 316).
Desta forma, o gerenciamento das atividades logisticas passou a
ser um aspecto importante dentro das organizacoes, o que levou a um aumento de
complexidade no seu gerenciamento, com isso, muitas empresas passaram a
terceirizar suas atividades logisticas.
Devido a esses aspectos, houve o surgimento da industria de
prestadores de servicos para atender a essas necessidades, e com o passar do
tempo essas necessidades vem aumentando de forma gradativa, levando os
operadores logisticos, que no inicio eram apenas prestadores de servicos logisticos,
a se especializarem cada vez mais para conquistar esse mercado em crescimento,
oferecendo uma ampla variedade de servicos logisticos.
Anteriormente, as atividades logisticas eram terceirizadas por
prestadores de servicos tradicionais que executavam apenas atividades como o
transporte e armazenagem. Entretanto, de acordo com Lima (2004, p. 45), a
continua evolucao do mercado logistico tem levado ao desenvolvimento de
diferentes tipos de provedores logisticos, tais como os operadores logisticos (3 PLs)
e recentemente, os integradores logisticos1 (4 PLs), como pode ser analisado na
1. ,. , . .. ..,O integrador logistico e um novo conceito de terceirizacao, que reune e gerencia os recursos,capacidades tecnologias proprias de sua organizacao com as dos outros prestadores de servicos,para oferecer uma solucao ampla da cadeia de suprimento, combinando as capacidades dosoperadores logisticos.
34
35
figura 4.
Ainda, de acordo com o mesmo autor, no caso do operador
logistico sao envolvidas tres partes, tais como: o embarcador, o prestador de
servicos e seus transportadores, enquanto o integrador logistico a cooperacao pode
ser estendida a parceiros adicionais.
lntegradores Logisticos
Operadores Logisticos
Prestadores de ServicosLogisticos Tradicionais
Figura 4: A Evolucao dos Prestadores de Sen/icos Logisticos (Lima, 2004).
De acordo com Lima (2004, p. 47), a principal diferenca entre o
operador logistico e o simples prestador de servicos logisticos, e o fato do operador
logistico oferecer um numero maior de atividades logisticas que sao conduzidas de
forma coordenada, enquanto o prestador de servicos logisticos executa qualquer
funcao logistica, mesmo as mais convencionais, como somente o transporte e a
armazenagem.
35
36
Desta forma, pode-se perceber ao usar o termo operador logistico,
um grau de sofisticacao e avanco compativel com o observado nas modernas
cadeias de suprimento (NOVAES, 2001 ).
No quadro 2, sao apresentadas as principais diferencas entre
prestadores de servicos logisticos tradicionais e os operadores de servicos
logisticos.
Quadro 2: Comparacao entre prestadores de Servicos Tradicionais e Operadores Logisticos.
Prestadores de Servigos Logisticos Operadores Logisticos
Servigos Generico - Commodities Sob Medida - Personalizada
Quantia de
atividades
ofertadas
Tende a se concentrar numa unica atividade Oferece multiplas atividades logisticas
logistica: transporte, estoque ou de forma integrada: transporte,
HITTIHZGHGQGITI 9StOqU9 6 armazenagem
Objetivo da
empresa
contratante
Minimizacao do custo especifico Reducao dos custos totais da logistica,
da atividade contratada melhorar os servicos e aumentar
a flexibilidade
Duracao do
contrato de
servico
Curto a medio prazos Longo prazo
(6 meses a 1 ano) (5 a 10 anos)
Know-how
awLimitado e espeoializado Possui ampla capacitacao de analise e
(transporte, armazenagem, etc.) planejamento logistico, assiman
COITIO d9 OPGFGQEIO.
Duracao das
negociacoes
dos contratos
Tendem a ser rapidas (semanas) e Tendem a ser longas (meses) e num alto
num nivel operacional nivel gerencial
Fonte: Fleury,1999
4.3 Atividades Basicas do Operador Logistico
Dentre todas as atividades logisticas encontradas ao longo de toda
36
37
a cadeia de suprimento, pode-se destacar algumas delas como atividades basicas
oferecidas pelos operadores logisticos, nas quais os mesmos devem ser
especializados.
De acordo com a ABML (1999) as atividades basicas
desempenhadas pelo operador logistico sao: controle de estoque, armazenagem eIi!gestao de transporte.
Ja para Colin e Fabbe-Costes apud Novaes (2001, p. 327) as
principais atividades logisticas oferecidas pelos operadores logisticos se classificamIi!em: transporte, inclusive o internacional; armazenagem de produtos; manipulacao
de produtos, incluindo embalagem e composicao de kits; operacoes industriais,IQcomo montagem final do produto, teste de qualidade; operacoes comerciais, como
pagamentos, tratamento de pedidos; servicos de cunho informacional, comoIi!rastreamento de veiculos e consultoria em engenharia e administracao logistica.
Contudo, a empresa deve avaliar dentre todas as atividades
existentes nas operacoes logisticas aquelas que sao essencialmente importantes
para a mesma e aquelas que também sao importantes, mas possuem um valorIQmenor na composicao final de seus produtos.
Diante deste cenario, de acordo com Hélvio Junior (2006), as
atividades logisticas que influenciam diretamente a imagem da empresa sao
aquelas essenciais a sua sobrevivéncia, ou seja, aquelas que trazem lucro e
credibilidade no éxito e duras penalidades no caso de falhas.
Portanto, a empresa contratante, ao terceirizar seus processos
deve analisar minuciosamente esses fatores, pois mesmo que os operadores
logisticos oferecam solucoes que reduzam custos e agreguem valor ao produto, ha
37
38
um risco de no caso de mau gerenciamento a empresa sofrer penalidades
extremas.
Neste contexto, como afirma Helvio Junior (2006), “o prestador de
servicos logisticos se foca em processos de transporte e a empresa contratante em
seu foco de atividade — incluindo as atividades logisticas de risco”.
Entretanto, as atividades consideradas também importantes para a
empresa, mas com um valor menor na composicao final do produto, como no caso
do armazenamento e distribuicao, podem ser terceirizadas pelo operador logistico,
pois se ocorrer falhas no processo nao ira trazer conseqiiéncias graves para a
empresa.
4.4 Classificagao do operador logistico
O acelerado crescimento dos operadores logisticos e o vasto
campo de atuacao em que os mesmo estao inseridos, permite identifica-los e
classifica-los, considerando varios fatores.
De uma maneira geral, pode-se afirmar que, sob o ponto de vista
operacional, existem dois tipos basicos de operadores logisticos: baseados em
ativos e baseados em informacao e gestao (FLEURY, 1999, p. 2).
Os operadores logisticos baseados em ativos sao aqueles que se
caracterizam por possuirem ou operarem ativos proprios de transporte ou
armazenagem, ou seja, sao empresas associadas com caminhoes, armazens e
companhias de navegacao que usam seus proprios ativos para fornecer servicos.
38
39
Ja os operadores baseados em informacao e gestao, nao possuem
ativos proprios. Conforme descreve Fleury (1999, p.2), “eles vendem know-how de
gerenciamento, baseado em sistemas de informacao e capacidade analitica, que
Ihes permite identificar e implementar melhores solucoes para cada cliente, com
base na utilizacao de ativos de terceiros.
De acordo com Africk apud Fleury e Ribeiro (2003, p. 298), existem
também os operadores hibridos, ou seja, os que, apesar de possuirem ativos
fisicos, também contratam ativos de terceiros, oferecendo servicos fisicos e
administrativos ao mesmo tempo.
Em principio, um tipo de operador logistico nao é melhor que o
outro, pois o que se deve, na verdade, e considerar o operador mais adequado as
necessidades de cada empresa. Por isso, a importancia de classificar os
operadores logisticos nas diversas dimensoes identificadas (MULLER apud Fleury e
Ribeiro, 2003, p. 298).
4.5 Processo de selegao de operadores logisticos
Os operadores logisticos sao considerados, por diversas
empresas, parte integrante de seus negocios e de fundamental importancia para
que as mesmas conquistem espaco em um mercado altamente competitivo.
Desta maneira, segundo Goncalves (2005, p. 16) “a escolha destes
parceiros deve ser bastante criteriosa, sob a pena de se errada, acabar fazendo
com que a empresa contratante perca negocios e espaco no mercado”.
Neste contexto, Maltz apud Novaes (2001, p. 331) descreve que,
39
40
quanto melhor a utilizacao de procedimentos adequados na selecao, maior sera a
probabilidade de escolher um operador logistico mais adaptado as necessidades da
empresa contratante.
No momento da selecao, muitos sao os fatores a serem analisados
e, cada empresa realiza a selecao do operador logistico conforme suas
necessidades e seu planejamento. Desta forma, essa selecao pode durar alguns
meses, pois para algumas empresas dentro do processo de selecao existem
algumas etapas a serem cumpridas.
De acordo com Novaes (2001, p. 331), “a primeira etapa desse
processo consiste na identificacao das caracteristicas e das competéncias que
devem satisfazer os operadores logisticos candidatos”.
Dentre os fatores a serem considerados, de acordo com o mesmo
autor, devem ser incluidos principalmente: a compatibilidade entre o sistema de
informacao disponivel no operador logistico e o da empresa contratante; a
capacidade do operador logistico atender a demanda do contratante; a flexibilidade,
permitindo que solucoes mais adequadas as necessidades da empresa contratante
sejam propostas e implementadas; referéncias de outros clientes; reputacao da
empresa a ser contratada; estabilidadel saude financeira da empresa a ser
contratada; experiencia no setor; compatibilidade de culturas; facilidade de
comunicacao entre as empresas; localizacao e escopo geografico e preco dos
servicos oferecidos.
Em entrevista cedida pela revista Logweb, Carvalho (2005, p. 16)
considera que “a principal avaliacao deve ser em relacao aos valores que serao
agregados”. O operador logistico deve estar habilitado a prever situacoes possiveis
e prover solucées para a melhoria continua em relacao a qualidade e a reducao de
40
41
custos, e ao mesmo tempo ser capaz de fornecer informacoes e analises em tempo
real a todos os envolvidos dentro da cadeia de abastecimento.
Ja de acordo com Depolito (2005) e preciso considerar a principal
regiao de atuacao e a postura etica do operador logistico, como a comprovacao de
sua transparencia, na questao documental, fiscal e tributaria, assim como a
capacidade de investimentos e referencias do mesmo no mercado quanto a| Aw \ at atacuracidade em re acao a distribuicao e a gestao de estoques.
O relacionamento entre o operador logistico e seus clientes, e um
outro fator de suma importancia, considerando que os contratos de servicos
logisticos costumam ser de medio a longo prazo, e e fundamental considerar no
momento da escolha afinidades comerciais, experiencia em relacao ao produto,Ii!considerando que o sucesso do negocio dependera dessa integracao.
Na verdade, a escolha de um operador logistico deve ser muito
criteriosa, principalmente quando a empresa decide terceirizar todas as atividades
logisticas.
Em artigo publicado na revista Logweb Passos, Pereira e Sarti
(2005), descrevem uma lista de fatores a serem considerados na escolha do
operador logistico, a saber: experiencia e tempo de mercado; robustez e solidez da
empresa; portfolio de clientes; custos competitivos aliados a qualidade e eficiéncia
operacionais; flexibilidade e agilidade operacional; qualificacao da mao-de-obra;
estrutura de atendimento e contingéncia; tecnologia existente; certificacao no
Sistema de Qualidade; Know how; conhecimento do segmentol negocio do cliente;
equipe com experiéncia em desenvolvimento de sistemas e adaptacao do software
e monitoramento de todas as etapas do processo atraves do codigo de barras e
equipe para desenvolvimento de projetos logisticos.
41
42
Considerando todos esses fatores, dentro do processo de selecao,
a empresa deve analisar qual a real importancia dos servicos oferecidos pelos
operadores logisticos para o seu negocio, com isso podera verificar todos os
criterios citados anteriormente e, de acordo com Novaes (2001, p. 332) atribuir um
peso a cada criterio analisado.
Portanto, ao longo de toda a selecao dois ou trés operadores
logisticos potenciais merecerao uma analise posterior mais acurada. Com isso,
conforme descreve o mesmo autor, podem ser desempatados por meio de
requisicao de uma proposta formal, para que confirmem sua capacidade de atender
as reais necessidades da empresa, e em seguida, uma proposta de precos a serem
cobrados pelos servicos.
Finalmente, essas propostas finais definirao o operador logistico
que seja mais adequado as necessidades da empresa contratante.
4.6 O contrato logistico
IQO contrato logistico e uma ferramenta importante para uma gestao
de parceria logistica eficiente, segundo Novaes (2001, p.333), definira como o
processo de impementacao dessa parceria devera ser conduzido, através da
identificacao das ferramentas de controle e das medidas de desempenho a serem
utilizados na avaliacao dos resultados.
A elaboracao do contrato deve ser direcionada em funcao das
atividades a serem contratadas, dos objetivos estipulados pela empresa, dos
controles realizados em parceria, enfim todas as informacoes devem ser elaboradas
42
43
de acordo com os objetivos almejados pelas empresas em comum acordo.
Outro fator a considerar, e a crescente evolucao dos variados tipos
de sen/icos logisticos realizados pelos operadores. Neste contexto, em
decorréncias desta tendéncia, de acordo com Novaes (2001, p. 333), pode haver
uma incerteza em relacao aos resultados a serem obtidos, desta forma, que os
niveis de servicos devem ser claramente identificados e registrados no contrato
logistico.
O contrato logistico nao significa, de acordo com o mesmo autor,
“uma simples transferéncia de responsabilidade a terceiros”, ao contrario, pode
significar uma verdadeira parceria entre o contratante e o contratado. Desta
maneira, se considerado uma parceria, o processo pode resultar em sucesso.
4.7 Vantagens e desvantagens na contratagao do operador logistico
Em um cenario de alta competicao, crescente complexidade
operacional e sofisticacao tecnologica, contribui de forma decisiva para aumentar a
demanda de operadores logisticos (Fleury, 1999), tornando o papel dos mesmos de
vital importancia nos resultados da empresa.
A contratacao de operadores logisticos pode oferecer para as
empresas vantagens basicas em relacao aos custos e qualidade nos servicos
oferecidos, porém, de acordo com Fleury (1999, p. 6), alem dessas vantagens os
operadores logisticos tem o potencial de gerar vantagens competitivas para seusI L ..contratantes, em pe os menos trés dimensoes: reducao de investimentos em ativos,
foco na atividade central do negocio e maior flexibilidade operacional.
43
44
De acordo com o mesmo autor, no momento em que a empresa
transfere suas operacoes logisticas para um operador especializado, a mesma tem
a possibilidade de reduzir investimentos, a saber: em pessoal, em armazenagem,
frota, em tecnologia, ou seja, fatores nos quais reflete diretamente na melhoria do
retorno sobre ativos e investimentos da empresa.
Com a acirrada competicao das empresas em busca de manterem-
se e conquistarem a lideranca, a terceirizacao se tornou interessante, pelo fato das
empresas estarem delegando uma importante parte da empresa para um operador
especializado, que vai melhorar sua competitividade e, ao mesmo tempo, permitir
que a mesma se dedique ao foco de atividade central do negocio.
A flexibilidade operacional, como descreve Fleury (1999, p. 6), e a
capacidade de se adaptar rapidamente de flutuacoes de precos e demanda, e a
diferentes exigéncias do mercado. Neste contexto, no momento que as atividades
sao transferidas a um terceiro, a empresa transforma custos fixos em variaveis,
reduzindo seu ponto de equilibrio e ganhando, desta maneira, flexibilidade
operacional.
No entanto, a contratacao do operador logistico, pode gerar além
de muitas vantagens, algumas desvantagens para a empresa contratante, tais
como: perder acesso a informacées chave do mercado, a incapacidade do operador
logistico cumprir as metas combinadas e dependéncia excessiva da empresa
contratante ao operador logistico.
Q!Em relacao ao primeiro aspecto, as empresa no momento em que
terceirizam suas atividades deixam de ter o contato diario e direto com clientes e
fornecedores, desta maneira, conforme descreve Fleury (1999, p. 7), a mesma corre
o risco de perder a sensibilidade de identificar a tempo as mudancas necessarias
44
45
em relacao ao mercado.
Um segundo problema, e a incapacidade do operador logistico de
cumprir as metas combinadas com o contratante (FLEURY, 1999). Muitas vezes, o
operador logistico nao tem capacidade de desempenhar algumas funcoes, ou
mesmo nao possuem estrutura suficiente para cumprir prazos e niveis de servico,
porem, o operador promete mais do que e possivel alcancar gerando problemas
que necessitam serem administrados para evitar desconfortos ainda maiores para
ambas as empresas.
Uma outra desvantagem é a excessiva dependéncia da empresa
contratante ao operador logistico, pois no momento em que a mesma transfere suas
atividades logisticas, sua estrutura gerencial e operacional passa a ser gerenciado
pelo operador logistico, desta maneira, de acordo com Fleury (1999, p. 7),
informacoes e know-how, mudanca de fornecedores, ou mesmo o retorno a uma
operagao interna, pode resultar em custos excessivamente elevados para a
empresa contratante.
Para que o processo de terceirizacao das atividades logisticas
resulte em sucesso, a empresa deve analisar as vantagens oferecidas pelo
operador logistico e, sobretudo, avaliar que tipo de servico terceirizar e
principalmente, com quem terceirizar.
4.8 Problemas enfrentados pelo setor
Embora o setor brasileiro de operadores logisticos vem
apresentando um grande crescimento e tenha perspectivas otimistas para o futuro,
45
46
ainda enfrenta alguns entraves, que geralmente sao externos as empresas.
Em entrevista a Logweb Pimentel Filho (2005, p. 25) descreve que
“o principal entrave refere-se a infra-estrutura de transportes do pais”, que esta
atualmente, concentrado no modal rodoviario e carecendo de manutencoes, de
ampliacao da malha e, alem disso, possui uma frota circulante muito antiga.
Ja de acordo com Passos (2005) a lista de problemas e bem
ampla, destacando principalmente, as pressoes para a reducao de custos e
melhores niveis de servico, a dificuldade de repassar para o cliente aumentos em
seu custo, modais de transporte ferroviario e aquaviario ainda em desenvolvimento,
alto indice de roubo de carga, o que leva o gerenciamento de risco apresentar ate
15% dos custos de uma empresa, e ainda uma complexa estrutura tributaria.
A falta de uma politica voltada a logistica impede também que o
desempenho do setor seja ainda melhor, e como avalia Severino (2005, p.16) oIQ
1Brasil vive um paradoxo, de um lado fala se de apagao logistico, ou seja, a
evidencia de que ha uma grande carencia que o mercado nacional possui emIQrelacao aos servicos logisticos. Porem, por outro lado, ainda ha muito a ser feito
para que o mercado cresca, como por exemplo, investimentos publicos e privados eI8uma reforma na legislacao tributaria.
De acordo com Pereira (2005) os maiores problemas do setor se
resume a falta de mao-de-obra qualificada, aos impostos elevados e aos altos
custos de insumos. Segundo o mesmo autor, a solucao e investir em tecnologia eQ! Ah!estrutura, além de qualificacao profissional, que sao de fato os maiores problemas
do setor.
Depolito (2005) aponta que um outro problema no setor e a
46
47
migracao de empresas ainda imaturas, ou mesmo empresas de transporte e
armazenagem que se autodenominam “operadores Iogisticos”. Neste contexto, a
migracao destas empresas sem qualificacao gera serios problemas para os
operadores especializados, pois os mesmos passaram a se confrontar com
concorrentes que nao possuem estrutura e nem o mesmo nivel de qualificacao
oferecendo servicos mais baratos.
Ii!Ainda sao muitos os problemas, como a falta de estrutura e
incentivo do governo em relacao a legislacao tributaria, gargalos em portos, modal
ferroviario em desenvolvimento, malha rodoviaria muito precaria, entre outros.
Entretanto, para Centuriao (2005, p.17) a solucao seria um plano de incentivo do
governo voltado e viavel para o setor, pois somente desta maneira, havera um
crescimento no setor e conseqiientemente no pais.
47
48
5. ESTUDO DE CASO
O presente trabalho analisara as empresas operadoras de servicos
logisticos Mclane do Brasil e a Mesquita Solucoes, contando sua historia, seu
crescimento como operador de servicos e suas principais atividades desenvolvidas.
5.1 Mclane do Brasil
A Mclane ja esta no Brasil ha nove anos, e cada vez mais se
consolida como um integrador logistico. Trabalha no modelo de operacao nao em
ativos, mas sim em seu expertise2, com parcerias solidas que possibilitam prover a
solucoes mais adequadas para cada cliente de acordo com suas necessidades
logisticas.
De acordo com a Mclane (2006), a empresa oferece solucoes em
logistica que vao desde o inbound (logistica de suprimento) ate o outbound (entrega
ao cliente final), oferece também servicos no nivel estratégico do Supply Chain ,
como: consultorias, estudo da malha e gestao de estoques, gerenciamento de
transportes e CS — atendimento a clientes.
No ano de 1999, a mesma estava se reestruturando, desta
maneira, nao conseguia ainda atender um numero grande de clientes, porem hoje a
2 . . . II\ . , . . . LConhecimento adquirido pelo estudo, experiencia, pratica e a capacidade de sua aplicacao de
forma adequada as demandas da funcao. Pressupoe a busca constante por novas aprendizagens, oautodesenvolvimento e a divulgacao do conhecimento para outras pessoas.
48
49
Mclane esta preparada para assimilar o crescimento do mercado e de seus clientes,
ela se consolidou no Brasil e trabalha no modelo de operacao nao baseado em
ativos, mas sim em solucoes passando a ter uma capacidade praticamente infinita.
Para a Mclane (2006) é necessario possuir uma area de solucoes
que esteja sempre se atualizando e trazendo para suas operacoes as melhores
praticas do mercado e expertise em logistica aliada a tecnologia, investimento em
mao de obra qualificada, treinamento e atendimento ao cliente, este e o grande
diferencial, ou seja, uma empresa multinacional solida que conserva o atendimento
personalizado. E de acordo com a mesma, pretende para 2006, chegar a um
crescimento previsto de 25%.
5.1.1 Historico da empresa
No ano de 1984 foi fundada por Robert Mclane em Cameron,
Texas a empresa Mclane Company, Inc. hoje, sediada em Temple, Texas, a Mclane
e a maior empresa de distribuicao nos Estados Unidos para redes de lojas de
conveniéncia, supermercados de vizinhanca, varejo e fast foods.
Nos Estados Unidos, a empresa opera em 37 centros de
distribuicao com uma equipe de 15.000 colaboradores, e possui mais de 600.000 m2
de area de armazenagem, prestando servicos para 35.000 estabelecimentos
varejistas, com vendas ultrapassando ao valor de US$ 22 bilhoes ao ano.
Conforme a Mclane (2006), suas operacoes se iniciaram no Brasil
em 1997, colocando a disposicao de seus clientes toda a experiéncia acumulada
nestes anos, disponibilizando exceléncia em servicos como provedor logistico de
49
50
classe mundial e aplicando os mesmos principios e valores de seus negocios nos
Estados Unidos, aos quais pode-se destacar:
0 Continuo investimento em sistemas de tecnologia de ponta
e vantagem competitiva;
o Desenvolvimento de equipes bem treinadas, dedicadas e
focadas na exceléncia; e
v Superacao das expectativas de seus clientes através de
uma excepcional execucao de servicos, firmando
compromisso com metas e objetivos de crescimento.
Como uma empresa dinamica, a Mclane (2006) descreve, que tem
evoluido ao longo de sua historia e, um dos aspectos marcantes em sua trajetoria
de sucesso, como provedora e integradora de servicos logisticos sao os seus
principios e valores, constituindo as bases que norteiam os relacionamentos da
companhia com seus clientes e colaboradores.
5.1.2 Clientes
Os principios e valores sao as bases sobre as quais a Mclane
construiu o relacionamento comercial com seus clientes. lnstalacoes,
equipamentos, tecnologia, produtos e servicos de exceléncia sao aspectos que
definem o negocio, porem sao as pessoas que imprimem a qualidade no
relacionamento de negocios.
Para a Mclane (2006), a honestidade e a clareza de suas
50
51
apresentacoes, com a transparéncia e retidao que caracterizam as parcerias com
seus clientes e no profissionalismo e seriedade em todas as nossas comunicacoes
e propostas de negocio.
Outro fator destacado pela mesma é a integridade no cumprimento
de seus compromissos, fundamentals em qualquer relacionamento, e que
representam para a empresa um diferencial de competitividade. E, alem disso, os
elevados principios sao uma clara afirmacao do sistema de valores que a empresa
adotou e pelo qual a mesma opera.
5.1.3 Colaboradores
Para a Mclane (2006), seus colaboradores representam o mais
valioso recurso. Seus principios e valores guiam este relacionamento influenciando
seu processo de valorizacao das pessoas que faz o dia a dia da empresa, tanto em
seu aprimoramento técnico e pessoal, como nos procedimentos operacionais de
qualidade e de seguranca.
IQO respeito ao individuo, demonstrando nas relacoes interpessoais,
pois para a Mclane os relacionamentos se estreitam quando se valoriza e se
preocupa com as pessoas com as quais se trabalha.
Outro fator de suma importancia para a empresa é a politica de
portas abertas, um compromisso com seus colaboradores que tem a oportunidade
de serem ouvidos e dialogar no varios niveis da organizacao, incluindo a
presidéncia. O ambiente voltado para o desenvolvimento pessoal, que e resultado
da relacao entre os seus colaboradores e as oportunidades de aprendizado e
51
52
crescimento profissional oferecidos pela empresa através de programas internos e
externos de treinamento e aproveitamento de recursos humanos.
Os colaboradores da Mclane sao pessoas especiais trabalhando
em busca da excelencia na prestacao de servicos logisticos, a partir de acoes ageis
e coordenadas, com o objetivo de agregar valor aos produtos de seus clientes.
5.1.4 Estratégia de Negécios
lnstalada no Brasil desde 1997, em pouco tempo a Mclane do
Brasil tornou-se referéncia como integrador de solucoes em logistica, tendo formado
uma equipe multifuncional de suporte que desenvolve e implementam solucoes
adequadas as mais diversas necessidades de seus clientes.
Um dos motivos para alcancar este destaque, de acordo com a
empresa, e a presenca de uma equipe experiente de engenheiros, consultores e
analistas altamente capacitados e especializados em criar solucoes na area de
logistica.
A estrategia de negocios da Mclane esta fundamentada sobre seus
principios e valores, que sao preservados integralmente, porem sua estratégia esta
em constante evolucao, a fim de manter a equipe de colaboradores da empresa
corretamente focados nas necessidades de seus clientes.
52
53
5.1.5 Estrutura da empresa
A Mclane possui atualmente, cinco Centros de Distribuicao (CD),
sendo eles: de Anhanguera, de Barueri e Barueri ll, de Canoas e de Curitiba.
5.1.5.1 Centro de Distribuicao Anhanguera (SP)
Conforme a Mcalne (2006), o CD de Anhanguera possui uma area
de armazenagem total de 85.000 m2, sendo 75.000 m2 para armazenagem seca e
os 10.000 m2 restantes destinadas a armazenagem refrigerada. O CD possui uma
equipe total de 330 pessoas e possui uma capacidade de instalacao para 64.000
posicoes de paletes, alem de 240 docas com plataformas niveladoras e uma area
de patio de 11.500 m2.
Neste CD (figura 5), a Mclane oferece os seguintes servicos:
armazenagem em multi-temperatura; servicos de transportes; infra-estrutura para
area administrativa do cliente; sistemas de seguranca; equipamentos e tecnologia
de classe mundial e solucbes integradas em logistica.
lb .
""1.--_
Figura 5: Centro de Distribuicao em Anhanguera (Mclane).
53
54
5.1.5.2 Centro de Distribuicao Barueri (SP)
O CD de Barueri, como demonstrado na figura 6, possui uma area
de armazenagem total de 15.700 m2, sendo 4.500 m2 destinada a armazenagem
seca e 19.200 m2 destinada a area refrigerada. Com capacidade de 25.200
posicoes de paletes e 52 docas com plataformas niveladoras e uma equipe de 69
pessoas.
Os servicos desempenhados sao os mesmos desempenhados
pelo CD de Anhanguera.
5 _- 1..==:*"‘-"""""'F'=""~'»'-'-—-:
-I-I-1;'5—-
Figura 6: Centro de Distribuicao de Barueri (Mclane)
5.1.5.3 Centro de Distribuicao Barueri ll (SP)
O CD de Barueri II, de acordo com a empresa, possui uma area
total de 24.000 m2 destinada totalmente a armazenagem seca. Possui uma
capacidade para instalacao de 22.000 posicées de paletes, 56 docas com
54
55
plataformas niveladoras, uma area total de 12.000 m2 de patio e uma equipe de 100
pessoas.
Neste CD (figura 7), além dos servicos oferecidos em outros CDs,
é oferecido o servico exclusivo de armazenagem secas.
Trfl-II-ll
Figura 7: Centro de Distribuicao de Barueri ll (Mclane)
5.1.5.4 Centro de Distribuigao Canoas (RS)
O CD de Canoas possui uma area total de 13.700 m2, sendo que
12.600 m2 sao destinados a armazenagem seca e os 2.100 m2 restantes a
armazenagem refrigerada.
O CD possui uma capacidade para instalacao de 11.300 posicoes
de paletes, 30 docas com plataformas niveladoras, uma area de patio de 10.000 m2
e uma equipe de 60 pessoas.
No CD de Canoas (figura 8) sao oferecidos os seguintes servicos:
3 Local destinado a armazenagem de produtos que nao dependem de controle de temperatura.
55
56
armazenagem em multi-temperatura; servicos de transportes; infra-estrutura para
area administrativa do cliente; sistemas de seguranca; equipamentos e tecnologia
de classe mundial e solucoes integradas em logistica.
i
_- - _,|-ll‘-.J 1-TH1-F-I — I‘ '
—?_¢ii1l—
_ -...-.._-=I-="".i
Figura 8: Centro de Distribuicao de Canoas (Mclane)
5.1.5.5 Centro de Distribuicao de Curitiba (PR)
Com uma area total de 28.000 m2 o CD de Curitiba destina 15.500
m2 desta area para a armazenagem seca e 12.500 m2 para armazenagem
refrigerada. O CD possui uma capacidade para 25.700 posicoes de paletes, uma
area de patio de 15.000 m2 e uma equipe de 111 pessoas.
§Os servicos desempenhados neste CD (figura 9) sao os mesmos
desempenhados pelos outros CD da Mclane, a diferenca é que este CD é o
segundo maior da empresa, ficando atras somente do CD de Anhanguera.
56
57
-. -I. .___ - 5.
-*-nr:|:___ I-
---E-I-I---: -. -_-- .|.=|-- .
_. ‘I-|'|-5:: A "-.."_' -_ . _,-up-.;|.,,.ll*Figura 9: Centro de Distribuicao de Curitiba (Mclane).
De acordo com a Mclane, a empresa tem a meta de atender 85%
do territorio nacional em ate 24 horas, o que devera acontecer quando for concluida
toda a malha logistica, incluindo os projetos dos CDs de Recife e Salvador.
5.1.6 Estudo Final
O mercado tem se mostrado cada vez mais competitivo nos mais
diversos segmentos. Com isso as empresas comecaram a olhar para a logistica
com maior atencao e ver que se houver maior eficiéncia podera diminuir custos e
aumentar vendas, como, por exemplo, ter o seu produto mais rapido no ponto final
da cadeia de suprimento implicara em aumento de suas vendas.
Neste contexto, sera analisado no presente trabalho um estudo de
caso, de uma empresa, cujo nome nao sera divulgado, que possuia problemas com
prazos e integridade nas entregas de seus produtos no ponto de venda,
terceirizando, portanto, suas atividades para a Mclane do Brasil.
De acordo com a Mclane (2006), o servico oferecido para que
houvesse melhora no servico da empresa citada foi de terceirizacao do Customer
57
58
Service Logistics, seguindo os seguintes procedimentos:
Contact Center — Centro de Atendimento através de 0800 a
transportadoras, motoristas, vendedores e logistica ao
cliente;
atendimento e registro de ocorréncias no sistema Mclane;
IYcontato com os vendedores para a solucao das ocorréncias
registradas;
IYcontato com os motoristas para solucao das ocorrencias
registradas;
atendimento a vendedores para consultas de status de nota
fiscais;
relatorios de indicadores de ocorréncia e de performance;
gerenciamento de logistica reversa; controle de
comprovantes de entregas;
monitoramento das entregas via sistema Mclane;
descrigao dos servicos de Customer Service — Clientes;
Contact Center— Centro de Atendimento através de 0800 ao
cliente final;
solucao de ocorréncias no primeiro nivel de acordo com o
roteiro pre-estabelecido e contato com area comercial do
cliente, para solucao de ocorréncia quando necessario.
Com todos esses procedimentos, destinados ao monitoramento e aIQ! lhlproatividade resultou para a empresa em questao, uma diminuicao no numero de
58
59
retornos e reentregas, melhorando, desta forma, consideravelmente o nivel de
servico da empresa.
5.2 Mesquita Solucoes Logisticas
A Mesquita Solucoes Logisticas e uma empresa especializada emIYprover solucoes logisticas em diferentes areas e segmentos da cadeia produtiva.
De acordo com a Mesquita o gerenciamento integrado da cadeia
logistica tem proporcionado um significativo diferencial competitivo para as
organizacoes, possibilitando saidas inovadoras e a viabilizacao de projetosRI icomplexos. As solucoes logisticas permitem a reducao combinada de custos,
atraves do gerenciamento de projetos e contratos, atendimento centralizado e
padronizado, integracao tecnologica e ampla gama de servicos, que se refletem na
maximizacao de resultados e performance de seus clientes.
Por denotar desafios muito proprios de cada organizacao, as
operacoes logisticas merecem tratamento individualizado e customizado, que passa
pela definicao do transportador nacional e lnternacional, do modal mais adequado,IQ! I8da definicao do Seguro lnternacional e da melhor logistica de distribuicao.
Como provedor lider de logistica, descreve a Mesquita Solucoes, e
necessario manter uma equipe especializada, responsavel pelo dimensionamento de
fluxos logisticos, analise e gestao de todas as atividades envolvidas nos processos
de: transportes, armazenagem, sistemas, processos e planejamento.
59
60
A missao da Mesquita Solucoes e prestar servicos de logistica
integrada, modificando sistematicamente para melhor atender seus clientes e, ainda
seus principais valores sao: a ética nos negocios, a preocupacao com a satisfacao
dos clientes, o pioneirismo, o aperfeicoamento continuo e o comprometimento com
aspectos sociais e ambientais.
5.2.1 Historico
No ano de 1926 foi fundada por Gentil Pessoa de Mesquita a
empresa G. P. Mesquita, que a partir de 1940, com o aquecimento das importacoes,
passou a se empenhar em novos clientes, como a Brasmotor, Philco, Brastemp,
entre outras.
De acordo com a Mesquita, suas atividades iniciais foram como
despachante aduaneiro, no ano de 1950, e nesse mesmo periodo nasce a Mesquita
e Cia Ltda, onde adquiriu seus primeiros caminh6es, voltando suas atividades
também para o transporte rodoviario.
l\IEm 1960, a mesma investiu na construcao de armazens e na
movimentacao de cargas passando a se denominar MSl A Comissaria e
lmportadora. No ano de 1970, construiu o Terminal Alemoa ampliando, dessa
maneira, suas parcerias internacionais e, em 1974 passa a se chamar Mesquita S/A
Transportes e Servicos.
Em 1980, foi inaugurado o primeiro Terminal de Contéineres
Alfandegado Privado do pais e da America do Sul e, em 1996, a Mesquita foi uma
das primeiras empresas de transporte a obter autorizacao para atuar como Operador
60
61
de Transporte Multimodal, iniciando seu reposicionamento estratégico baseado na
distribuicao domestica e na reorganizacao comercial nos setores de Marketing,
Vendas e Atendimento ao Cliente. No periodo de 2000 ate 2005 investiu no
planejamento estratégico direcionado para a Logistica lntegrada, nesse periodo
nasce a Mesquita Solucoes Logisticas.
5.2.2 Estrutura
De acordo com a Mesquita, para fornecer o suporte ao
desenvolvimento e implantacao de solucoes integradas de logistica, a empresa
disponibiliza uma moderna e eficiente estrutura de apoio que integra todas as suas
operacoes, a saber: quatro Recintos Alfandegados, localizados nas duas margens
do Porto de Santos, um Centro de Distribuicao em Sao Bernardo, uma frota moderna
de veiculos, toda a experiéncia de despacho aduaneiro de importacaol exportacao,
equipes de profissionais especializados e em constante aperfeicoamento e a
tecnologia adequada para otimizar o negocio.
5.2.2.1 Centro de Distribuigao
De acordo com a Mesquita Solucoes seu CD e referéncia em
estrutura, tecnologia e seguranca. lnstalado em area total de 105.000 m2, possui
25.200 m2 de armazém para carga geral, 4.500 m2 para produtos quimicos, 1.000 m2
de escritorios e 93 docas de carregamento.
Alguns dos equipamentos podem ser verificados na figura 10, alem
disso, como descreve a Mesquita Solucoes, a empresa conta com estrutura porta-
61
62
palete, racks flexiveis, empilhadeiras eletricas, empilhadeiras retrateis eletricas,
empilhadeiras GLP e transpaleteiras eletricas.
it; '.- -,"'.tPiml.
-i
1|-
Figura 10: Equipamentos da Mesquita Solucoes (Mesquita Solucoes).
i5.2.2.2 Portos Secos e lnstalacao Portuaria Alfandegada (IPA)
Os Portos Secos, da Mesquita Solucoes, estao posicionados
estrategicamente nas duas margens do Porto de Santos, sao eles o do Alemoa e o
do Guaruja. O Alemoa possui uma area total de 64.755 m2, divididos em 10.310 m2
de armazens cobertos, 245 m2 climatizados, 7.000 m2 para carga geral, 500 m2
para produtos inflamaveis e 2.500 m2 para produtos quimicos. Ja o Guaruja, possui
uma area total de 52.900 m2, divididos em 11.700 m2 de armazens cobertos, 4.000
m2 para carga geral, 500 m2 para produtos inflamaveis e 4.200 m2 para produtos
quimicos.
62
63
As Unidades de lnstalacao Portuaria Alfandegada (IPA), estao
Iocalizadas na Zona Primaria do Porto de Santos, proporcionando agilidade as
operacoes dos clientes armadores, nos corredores de importacao e exportacao.
5.2.3 Estudo Final
A Mesquita Solucées Logisticas desenvolveu para a cliente Dow
Quimica do Brasil um projeto logistico completo, que de acordo com a empresa,
incluiu a armazenagem alfandegada, transporte de transferencia, gestao de estoque,
servicos de etiquetagem, embalagem, paletizacao, gerenciamento do transporte de
distribuicao estadual e interestatual e ainda a gestao de informacoes e
conhecimento, com integracao de sistemas. Tanto a Mesquita quanto a Dow
mantem unidades avancadas dentro das duas empresas, num processo de sinergia
e parceria, refletindo em uma eficiente performance.
Ate o desenvolvimento desse projeto, a Dow mantinha uma parte
das operacbes terceirizadas, mas nao de forma integrada, sem um gerenciamento
de todas as etapas do processo e, principalmente, da distribuicao. Desta forma, a
busca dessa integracao passou a ser uma condicao para que a empresa obtivesse
exceléncia nos sen/icos, desde o recebimento das cargas no porto ate a
armazenagem e a distribuicao, tanto no cliente como em suas unidades fabris.
De acordo com a Mesquita Solucoes, em um primeiro momento o
foco do desenvolvimento do modelo foi direcionado muito mais em qualidade dos
servicos do que propriamente na reducao de custos operacionais, embora seja um
aspecto muito considerado.
Para a Mesquita o sucesso obtido nesse periodo de atividades foi
conseqiiéncia de um projeto minuciosamente elaborado, onde se analisou a
63
64
quantidade de produtos e de contéineres, a freqiléncia de chegada de cada um, todo
o fluxo da distribuicao e um estudo detalhado sobre o perfil da carga da Dow, de
seus clientes e da sua movimentacao. Com base nesses aspectos, o projeto foi
desenhado de acordo com as necessidades da empresa.
Primeiramente, foi elaborado um contrato de servicos de logistica
integrada, onde foi detalhado todas as obrigacoes que a Mesquita tem com a Dow e
vice-versa.
De acordo com a Mesquita, para atender as necessidades da Dow
Brasil, foi necessario criar uma area exclusiva de 6.660 m2 no seu CD (figura 11),
alem disso, fez investimentos em equipamentos, pessoal, estantes porta-paletes,
empilhadeiras, paleteiras eletricas, carrinhos de separacao, entre outros
equipamentos.
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175‘-|"t:r-'-fi-) _1':'!".-:=--"_- ft: I
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Figura 11: Area destinada as operacoes da Dow (Mesquita)
64
65
O ciclo de operacoes comeca com a retirada de conteineres que
chegam nas duas margens do Porto de Santos, sendo encaminhados para um dos
dois portos secos da Mesquita, em Santos ou no Guaruja, que totalizam uma area
de 117.655 m2. Uma vez nacionalizada e Iiberada a carga, e iniciada a distribuicao
inbound, que tanto pode ser de materias-primas que seguirao diretamente para as
unidades industriais da Dow, como de produtos destinados a revenda no mercado
interno. Estes, por sua vez, seguem para o centro de distribuicao da Mesquita,
localizado em Sao Bernardo do Campo (SP), de onde sao emitidos os pedidos.
A carga, por sua vez, é retirada dos conteineres, paletizada e
carregada em caminhao, que cumpre um fluxo de tres a quatro viagens entre o porto
seco e o CD. Quando a carga chega ao CD, os paletes sao conferidos, recebem
etiquetas de codigo de barras e seguem para armazenagem, sob a orientacao do
sistema WMS — SAGA.
De acordo com a Mesquita, todo o processamento de pedido é feito
por eles, desta maneira, depois de emitida as notas fiscais correspondentes com
cada entrega, inicia-se a etapa de separacao e roteirizacao da carga, na qual utiliza-
se o sistema TMS.
O processo de separacao e consolidacao, conforme a Mesquita,
acontece sempre no periodo noturno, de maneira que, as sete horas da manha, os
veiculos ja comecam a percorrer a rota entrega. lsso garante, segundo a empresa,
um melhor nivel de servico.
Para a Mesquita, um dos principais motivos que levaram ao
sucesso dessas operacoes, foi a parceria entre ela a Dow, principalmente, emal IQ!relacao a troca de informacoes.
65
66
CONSIDERAQOES FINAIS
Pode-se concluir no presente estudo, o importante papel
desempenhado pelo operador logistico na cadeia de suprimento, principalmente em
atividades, nas quais algumas empresas nao possuem conhecimento tecnico e
especifico para desempenhar.
Entretanto, de acordo com o estudo realizado, para que as
transferéncias destas atividades resultem em sucesso, se faz necessario um estudo
rigoroso, por parte da empresa contratante, de quais servicos devem ser
terceirizados e quem sera o melhor candidato a desempenhar tais funcoes, de
acordo com as reais expectativas da empresa.
Percebe-se que o mercado dos operadores logisticos tem crescido
de forma ordenada, possibilitando que algumas empresas terceirizem suas
atividades e se dediquem ao seu foco de negocio, pois desta forma se tornarao
mais competitivas em um mercado altamente globalizado e, sobretudo elevando
niveis de servicos.
Porem, mesmo vivendo um crescimento acelerado, o setor dos
operadores logisticos ainda necessita de muitos investimentos, tanto do setor
publico quanto do privado, a fim de solucionar problemas e trazer desenvolvimento
para o setor e para a economia do pais.
66
67
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