versos da juventude 15

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“Versos da juventude” é um pedacinho na história de Felipe e Beatriz, dois jovens que no esplendor das suas vidas, caminham enlaçados numa deliciosa bandeja de aprendizado, onde cada passo está nos fatos e verdades da época que lhes tocou viver. As experiências de Felipe e sua própria inocência fazem de sua história uma atrativa e intrigante sucessão de relatos e personagens que o levam ao feliz encontro com Beatriz, navegando sobre um fundo de fortes acontecimentos, e um país reprimido pelas suas forças militares e desgastado com a Guerra das Malvinas.

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Versos dajuVentude

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São Paulo - 2015

Juan Miguel Ochoa Tejeda

Versos dajuVentude

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Copyright © 2015 by Editora Baraúna SE Ltda.

Capa Jacilene Moraes

Diagramação Felippe Scagion

Revisão Natália Silveira

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________

T271v

Tejeda, Juan Miguel Ochoa Versos da juventude / Juan Miguel Ochoa Tejeda. - 1. ed. - São Paulo : Baraúna, 2015.

ISBN 978-85-437-0425-8

1. Novela brasileira. I. Título.

15-25798 CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3

________________________________________________________________21/08/2015 21/08/2015

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo – SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br

Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.

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A história de um jovem estudante, que ainda adoles-cente, descobre os caminhos do amadurecimento nas du-ras experiências vividas na Argentina sob o regime militar de 1976. Uma história baseada em fatos reais

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DEDICATÓRIA

O mundo dos observadoresÉ o mundo da coerência e da verdade,Que iluminada pela sabedoria,Pode criar a fantasia daquele que a procura.

E que se inicia de uma palpitante realidade.A esses diversificados observadoresDa simplicidade da vida,Dedico minha própria fantasia.

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Versos da juventude

Toda época tem suas próprias variantes e uma incessante maré de acontecimentos que marcam a vida das pessoas no seu normal desenvolvimento, na continuidade dos seus afa-zeres, na lembrança das suas vivências, naquele conturbado fluxo das suas emoções, onde o certo e o errado caminham como enlaçadas numa deliciosa bandeja de aprendizado, que nos permitirá reconhecer nosso próprio delírio existencial corroborando que cada passo intentado tem sua verdadeira inspiração, nos fatos e verdades da época que nos tocou viver.

A juventude tem a herança da sua própria adolescên-cia, perturbadora ou não, levantando as bases desse novo ciclo da vida que nos leva à procura de novos horizontes, os medos e as incertezas. Há um carisma especial para cada pessoa, para que ao final de sua decisão desenhar o futuro de suas realizações. O conjunto dessas emoções carrega seu pas-sado e seu presente para projetá-los naquela época que terá que encarar, onde não existem tréguas e sim animosidade para desenvolver nosso projeto. Porque vamos entendendo simultaneamente que não temos escolha; que a vida segue seu curso inexoravelmente, e acompanhar seu ritmo depen-de exclusivamente do indivíduo.

Mas nem tudo é apreensão, pois caracteriza uma etapa gostosa de descobrimentos e afirmações que mar-carão o resto dos nossos dias, e provavelmente, guardare-mos com orgulho, com tantas histórias que poderemos contar para os nossos filhos, como se fossem os “Versos da nossa juventude”.

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AGRADECIMENTOS

Para minha família e amigos, verdadeiras fontes de inspiração dos mais profundos sentimentos que derru-bam barreiras e alavancam o contexto dos meus ideais.

À minha esposa, Cristina, por sua paciência e cré-dito daquele tempo dispensado para elaborar “Versos da Juventude”.

Aos meus filhos, por seu estímulo e amor incondicio-nal e especialmente para meu “Sonhador Acordado”, Rodri-go Martin, que com seu legado abriu o caminho da reflexão transformada em palavras que definem histórias.

Agradecimento e reconhecimento muito especial para Jadete Andrade, minha consultora e orientadora literária.

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O ano de 1974 não poderia ser indiferente ao con-texto da juventude, de delírios, acontecimentos, insa-nidades, desilusões, exageros, conquistas e até derrotas. Neste marco de novidades de uma época conturbada, como tantas outras, é que começa a história de Felipe, jovem do interior entusiasmado na nobre ideia de estudar Medicina em uma grande cidade.

A faculdade de Medicina da Universidade Nacio-nal de Rosário na República Argentina, está localizada na intersecção da Avenida Santa Fé com Bulevar França. Naquela época, esta linda cidade, a maior da província de Santa Fé estava com mais de um milhão de habitan-tes e se estendia às margens do rio Paraná, o que a faz merecedora de um importante porto pluvial, por onde era comercializada grande parte dos produtos que tinham como destino a Bolívia.

Nestas margens também está localizado o monu-mento à bandeira, imponente construção colonial de ca-racterísticas arquitetônicas ao estilo grego, com escadarias amplas e exposta a uma rica paisagem hídrica e vegetal, que na sua porção mais alta, eleva-se a uma espécie de torre, em cujo topo flameia a bandeira Argentina, içada pela primeira vez pelo seu criador General Manuel Bel-grano. O monumento à bandeira, orgulho dos Rosarinos, tem um significado ainda mais profundo se analisarmos o formato da sua arquitetura, o espaço cívico que tem a forma de um grande barco, cuja proa apontada para as margens do rio Paraná sinaliza a força de um país que procura seguir sempre adiante. Seu motor representado por uma tocha está localizado na parte posterior deste

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monumento, cujos pilares laterais sustentam duas escul-turas na forma de cavalos.

Quando Felipe atravessou as primeiras ruas dessa imponente cidade, foi descobrindo aquele ar, diferencia-do, próprio do argentino, e principalmente o toque de superioridade do Rosarino. A fascinante proposta de es-tudar Medicina nesta cidade enalteceu seus mais tímidos anseios, liberou seu espirito aventureiro adormecido no processo de transformação biológica, que leva todo ado-lescente atuar como jovem.

Felipe logo pensou que tinha que conhecer a Faculdade de Medicina e para lá se encaminhou, acedendo a uma pú-blica condução. Parecia um ônibus de luxo, onde a descon-tração das pessoas era grande sem aquele temor de sofrer o assédio de algum carteirista, ou ser simplesmente assaltado.

Quando a condução chegou ao destino, Felipe des-ceu na Avenida Santa Fé, bem em frente à Faculdade de Medicina. A faculdade era uma impactante construção colonial ao estilo francês, com amplas escadas que leva-vam à recepção principal, passando previamente, entre altas colunas que simulavam os feitos arquitetônicos do Parthenon de Atenas. Felipe ficou muito intrigado com as inúmeras propagandas de grupos políticos estudantis, que estavam penduradas em paredes e colunas, descarac-terizando um pouco aquele prédio, antro das chamadas “Lumbreras da Medicina” (aforismo concedido aos gran-des cirurgiões de Rosário em décadas passadas, e que de-fine suas habilidades iluminadas nessa área).

Por esse tempo ele descobriria que a Argentina tinha uma grande vocação e discernimento político em todas

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suas camadas sociais e, principalmente, estudantis. Não era, nem é infrequente polemizar nas ruas com pessoas simples, trabalhadores braçais capazes de identificar suas preferências ou exigências politicas. Porém, era uma épo-ca difícil para se expressar ou protestar livremente ante os abusos sociais ou governamentais, onde a tolerância sem-pre curta foi encaminhando este nobre país ao caos politico e social, que Felipe e seu entorno vivenciariam lado a lado.

O primeiro ano se converteu, para ele, em uma agradável experiência de intercâmbios culturais e sociais, onde as novas amizades foram o alicerce fundamental para a harmonia emocional daquele micromundo estu-dantil, que mesmo agredido pelos fatores próprios da si-tuação política criada pelos desacertos de Don Juan Do-mingo Peron, então Presidente da Argentina, escapavam através da sutil bruma da ingenuidade de grupos jovens com o grande ideal de estudar e se divertir aproveitando toda a gama de recursos.

Na sua grande maioria, os grupos estudantis se divi-diam naqueles que queriam forjar sua carreira e aqueles que, por circunstâncias que só a vida poderia definir, pre-feriam assumir riscos políticos, muitas vezes com utopias criadas pelos reacionários que acreditavam em mudanças radicais. E que, hoje já adultos, reconhecem que aqueles comportamentos com ideais utópicos, foram erros pró-prios do vendaval da juventude.

Apesar de suas convicções políticas, Felipe fixou seus esforços e energia para se dedicar a entender e aprender a arte de curar as pessoas, partilhando esse penoso caminho com seu esporte favorito, o futebol.