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VESPA DA GALHA DO CASTANHEIRO
Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu
DSDARLDivisão Apoio Agricultura e Pescas
São Pedro do Sul | 21 junho 2018
Vanda Batista
Itália: 2002França, Eslovénia, Hungria, Croácia, Espanha, Suíça, Republica Checa, Alemanha, PORTUGAL EM 2014
Vespa das galhas do castanheiroDryocosmus kuriphilus Yasumatsu
Meios de disseminação
Dispersão natural do inseto
Circulação de plantas ou partes de plantas
Vespa das galhas do castanheiroDryocosmus kuriphilus Yasumatsu
Inimigo da lista A2 – EPPO - Quarentena
Portugal foi zona protegida
É uma AMEAÇA para os soutos
Ataca os gomos foliares
Forma galhas
Reduz o crescimento dos ramos
Reduz a frutificação
Diminui drasticamente a produção
Diminui a qualidade da castanha
Conduz ao declínio dos castanheiro
Vespa das galhas do castanheiroDryocosmus kuriphilus Yasumatsu
Postura
• junho e julho;
• as fêmeas adultas fazem as posturas no interior dos gomos foliares, podendo cada fêmea perfazer um total de 100 ovos.
Eclosão
• 30-40 dias após a postura;
•desenvolvem-se lentamente durante outono e inverno.
Larvas
• Entre abril e julho;
• tornam-se ativas durante a primavera levando à produção de galhas.Nova geração
• Entre maio e julho emerge a nova geração fêmeas 2,5 a 3mm cor preta, escapo, antenas e mandibulas cor amarelo acastanhado
Vespa das galhas do castanheiroDryocosmus kuriphilus Yasumatsu
Dezembro a Fevereiro
Sintomas nos castanheiros
Candal, 6 fevereiro 2018
Candal, 6 fevereiro 2018
Antes da rebentação
todos os gomos são
iguais (infetados e
não infetados)
NO ENTANTO,
alguns podem ter
ovos no seu interior.
Fevereiro a Março
Sintomas nos castanheiros
Nesta fase
ainda não se
conseguem
perceber
quais são os
gomos
infetados.
Março
Sintomas nos castanheiros
Nos gomos,
em vez de
raminhos,
aparecem
galhas.
Abril
Sintomas nos castanheiros
Em lugar de ramos bem
formados, aparecem galhas.
Abril/Maio
Sintomas nos castanheiros
No interior das galhas
aparecem 1-3 galerias com as
larvas.
Abril/Maio
Sintomas nos castanheiros
Os insetos
adultos saem
das galhas,
abrindo um furo,
deixando estas
vazias.
Cada vespa vive cerca de 10 dias, o suficiente para
depositar cerca de 100 ovos noutros gomos.
Junho/Julho
Sintomas nos castanheiros
• Cada gomo origina duas a três vespas
• Cada vespa põe 100 ovos – origina 100 vespas, logo
1 gomo pode originar 200-300 novas vespas
A produção:
No 1º ano - quase normal
No 2º ano - pode reduzir a cerca de 50%
No 3º ano - pode reduzir mais de 70%
No 4º ano - quebras quase totais da produção
Quebras de Produção
Distribuição da vespa da galha do castanheiro
Plano de Ação Nacional
Entidades envolvidas
Principais objetivos:
• Desenvolver ações de sensibilização; formação e informação sobre a
praga;
• Conhecer a distribuição da praga no território nacional;
• Assegurar a monitorização e controlo do inseto nas áreas infestadas, no
sentido de diminuir a população e minimizar a dispersão para áreas isentas
da praga;
• Promover a realização de estudos sobre a bioecologia da praga;
• Promover a realização de estudos sobre a bioecologia do parasitoide
Torymus sinensis e parasitóides autóctones;
• Estudar novos meios de luta adequados para o controlo da praga;
• Estudar a sensibilidade das variedades autóctones do género Castanea ao
ataque de Dryocosmus kuriphilus.
MINIMIZAR DANOS ECONÓMICOS E AMBIENTAIS
Plano de Ação Nacional
Dryocosmus kuriphilus (Vespa das galhas do castanheiro)
Prevenção
• Prospeção
• Delimitação da zona infestada
• Aplicação de meios de luta
Comissões Locais (CL)
Plano de Ação Nacional
Dryocosmus kuriphilus (Vespa das galhas do castanheiro)
Controlo
• Inspeção - viveiros/fornecedores –
Verificação de passaporte fitossanitário
• Inspeção à importação e circulação de
plantas e partes de plantas
Sensibilização• Informação
• Divulgação
• Formação
Investigação• Estudo da bioecologia e comportamento do
D. kuriphilus
• Avaliação da eficácia do parasitóide T. sinensis
• Avaliação de parasitismo de espécies autóctones
• Avaliação da susceptibilidade/tolerância das
variedades autóctones
• Estudo sobre a utilização de meios de luta
MEIOS DE LUTA
• Luta cultural
• Luta biotécnica
• Luta genética
• Luta biológica
• Luta química
Luta cultural
A luta cultural compreende medidas de combate diretas (podas) e
indiretas (remoção de sobrantes em áreas infestadas), no sentido de
manter as pragas com baixos níveis populacionais ou reduzir o seu
impacto.
à poda:
Abrolhamento (em abril) até à fase que antecede o voo dos insetos de
D. kuriphilus (finais de maio) retirar todas as galhas que forem
encontradas, tendo o cuidado de as colocar dentro de um saco;
Todas as galhas colhidas devem ser destruídas;
Boa eficácia nos castanheiros jovens (com 1 a 2 anos após a
plantação);
No entanto pelas limitações físicas impostas pela dimensão da copa
este processo é relativamente ineficaz.
Luta biotécnica
• Ainda numa fase inicial.
• Estudos preliminares feitos em Itália - identificação de atrativos de
plantas hospedeiras que poderão contribuir para a monitorização e
controlo baseado em semioquímicos desta praga.
• O uso de armadilhas de luz negra também poderá ser uma alternativa
viável, uma vez que a vespa apresenta fototaxia positiva à luz negra. A
colocação de armadilhas de luz negra (que se acendem à noite) pode
permitir a remoção de grande parte dos adultos (Pérez & López, 2015).
Luta genética
A longo prazo, a instalação de cultivares tolerantes de Castanea sp., é
também uma opção para evitar/reduzir o impacto da praga através da
identificação de clones, híbridos ou cultivares que apresentem
resistência genética à praga ou que fenologicamente não estejam
sincronizadas com a biologia de D. kuriphilus.
• Atualmente não existe nenhum produto fitofarmacêutico conhecido
com sendo eficaz no controlo deste inseto, dado que, os ovos, larvas e
pupas se encontram protegidos pelos tecidos das plantas que formam
as galhas e, pelo facto de os adultos terem um período longo de
emergência e reduzida longevidade.
• Além disso, a sua aplicação não é considerada uma opção viável em
áreas florestais.
• Como os adultos não se alimentam das plantas de castanheiro, os
inseticidas sistémicos também não têm eficácia no controlo da praga.
• Acresce ainda que eventuais aplicações de inseticida podem
condicionar o sucesso da luta biológica, incluindo a atividade de
parasitoides autóctones.
Em Portugal não existem, até ao momento, produtos fitofarmacêuticos
homologados para utilizar no combate a esta praga, pelo que é
expressamente proibida a aplicação de quaisquer produtos
fitofarmacêuticos para controlo de D. kuriphilus.
Luta química
Luta biológica
Na luta biológica, a identificação na China do parasitoide Torymus
sinensis, fenologicamente bem sincronizado com D. kuriphilus, levou ao
estabelecimento de programas de luta biológica.
LUTA BIOLÓGICA TORYMUS SINENSIS
Critérios para as largadas de
Torymus sinensis
O objetivo é fazer uma barreira de contenção da dispersão da praga
• Análise das fichas de prospeção, realizadas no ano, com as zonas
infestadas
• Infestação entre 70 a 80% para garantir a sobrevivência do parasitóide
• Não serem plantas isoladas (pelo menos 3 a 5 castanheiros)
• Validação do nº de largadas para a próxima primavera
• Importante que o proprietário autorize a largada e seja colaborante
– Não pode mobilizar o souto e fazer o mínimo de intervenções até
ao fim da Primavera
– Não pode retirar galhas
– Não pode aplicar produtos fitofarmacêuticos
Mesopolobus tibialis
Espécies autóctones presentes…
Por ordem de importância as espécies
identificadas foram: Megastigmus dorsalis
(Fabricius), E. annulatus, Mesopolobus sp.,
Sycophila iracemae Nieves Aldrey, E. urozonus, E.
brunniventris, Eurytoma sp, O. pomaceus, e
Torymus flavipes.
Nº de Largadas de Torymus sinensis em 2016/2017
DRAPC CONCELHO 2016 2017
Trancoso 22 28
Fornos de Algodres 5 7
Gouveia 3 14
Aguiar da Beira 5 5
Tondela 2 7
Fundão 7 7
Covilhã - 9
Celorico da Beira - 1
Sabugal - 1
Seia - 2
Guarda - 4
Viseu - 1
Oliveira do hospital - 1
Vila Nova de Paiva - 1
Santa Comba Dão - 1
Penalva do Castelo - 1
Total 44 90
Estratégias• Criação das comissões locais
– Observação dos soutos
– Comunicação de forma organizada: Freguesia → Camara
Municipal → Drapcentro → Inspeção fitossanitária
– DRAPCentro - Inspetor fitossanitário
• Validação do foco – estratégia de luta
• Demarcação de zona infestada
• Mapeamento para determinação de zonas de largadas de
parasitóides na Primavera de 2018
• Continuar a promover ações de sensibilização para os
agricultores
• Divulgação de informação (Serviço de Avisos)
• Controlo dos viveiros e de material de propagação vegetativa
Mas também ….
Obrigada!