viagem ao fado

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Viagem ao Fado

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Trabalho realizado em contexto de sala de aula e biblioteca e de acordo com a temática a estudar durante este ano letivo.

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Page 1: Viagem ao Fado

Viagem ao Fado

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O Comité Internacional da UNESCO, constituído por 24 países, anunciou, em Bali, na Indonésia, o Fado como Património Imaterial da Humanidade, em novembro de 2011.

“As nossas tradições, usos e costumes, são o nosso maior legado”.

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História do fado

A palavra fado vem do latim fartum, ou seja, «destino», é a mesma palavra que deu

origem às palavras fada, fadário, e «correr o fado».

Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete aos cânticos dos

Mouros, que permaneceram no bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa após a

reconquista Cristã. A dolência e a melancolia, tão comuns no fado, teriam sido herdadas

daqueles cantos.

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O fado só passou a ser conhecido em 1840, nas ruas de Lisboa. O fado mais antigo é o fado marinheiro e é este fado que se vai tornar o modelo de todos os géneros de

fado que mais tarde surgiram com, o fado corrido e depois o fado da cotovia. Muito

ligado às tradições académicas da respetiva Universidade, o Fado de Coimbra tem as

suas origens nos estudantes de todo o país.

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Com o fado surgiram os fadistas, com os seus modos característicos de se vestirem,

as atitudes não convencionais, desafiadoras por vezes, que se viam em frequentes contendas com grupos rivais.

Um fadista, ou faia, de 1840 seria reconhecido pela sua maneira de trajar.

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O fado, ao passar da década de 1880, tornou-se assíduo nos pianos dos salões aristocráticos, que até ali só investia nas

modinhas. O fado moderno iniciou-se e teve o seu apogeu com Amália Rodrigues. Foi ela quem popularizou fados com letras de

grandes poetas, como Luís de Camões e outros.

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O fado dito "típico" é hoje em dia cantado principalmente para turistas, nas "casas de

fado" e com o acompanhamento tradicional.

Atualmente, muitos jovens juntaram o seu nome aos dos consagrados e ainda vivos e

estão dando um fôlego incrível a esta canção urbana.

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O Fado e a Arte

Pintura da fadista Severa

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Fado e

Instrumentos

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Guitarra portuguesa Nas suas origens remotas e mais incertas, esta família de instrumentos remonta provavelmente á Khytara grega e aos primeiros instrumentos de corda com braço, dos quais os vestígios mais antigos foram encontrados na presente Turquia Este instrumento esteve fortemente presente na música da corte de toda a Europa, mas especialmente na Itália, França e Alemanha desde meados do século XVI até finais do século XVIII.

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Divulgou-se a partir do inicio do século XVIII como um instrumento também bastante usado pela Burguesia para interpretar música mais ao seu gosto, em dado momento, nalgumas regiões também usado pelas camadas mais populares para interpretar música popular. Guitarra Portuguesa e Fado estão sempre ligados.

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Fados e

Fadistas

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Maria Severa

A Severa nasceu em Lisboa, no bairro da mouraria, em 1820. Era filha de Severo Manuel e Ana Gertrudes, morreu de tuberculose a 30 de Novembro de1846 na rua do capelão. A sua mãe era proprietária de uma taberna e tinha por alcunha “A Barbuda”. Foi uma cantora portuguesa de fado, considerada a mítica fundadora do fado, caraterizada pelos seus fados lisboetas.

http://www.youtube.com/watch?v=i59PQUnXvhs

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Caía a noite na vielaQuando o olhar delaDeixou de olharPartiu p'ra sempre, vencidaCantando a vidaQue a fez chorarDeixa um filho idolatradoQue outro afeto igual não temChama-se ele o triste fadoQue vai ser desse enjeitado?Se perdeu o maior bem:O amor de mãeBem longe o luar

Maria Severa(Fernanda Maria)Num beco da mouraria,Onde a alegriaDo sol não vemMorreu maria severaSabem quem eraTalvez ninguémUma voz sentida e quenteQue hoje à terra disse adeusVoz sentida, mas ardenteMas que vive eternamenteDentro em nós e junto a deusAlém nos céusBem longe o luarNo azul tem mais luzEu vejo-a rezarAos pés de uma cruzGuitarras trinaiViradas ao céuFadistas choraiPorque ela morreu

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Alfredo Marceneiro

Alfredo Marceneiro nasceu em Lisboa em 1888 a 29 de Fevereiro e morreu a 26 de Junho de 1982, contava 91 anos. Foi um excelente interprete do fado, foi uma grande estrela do povo português dos anos 50. Foi uma peça importante para a música do fado da sua geração. Tem a autoria de mais de 20 obras e a maior parte das músicas são, das mais bonitas do fado. http://www.youtube.com/watch?v=7tbZf2jz4aY

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Há festa na Mouraria

Há festa na Mouraria,É dia da procissãoDa Senhora da Saúde.Até a Rosa Maria,Da Rua do Capelão,Parece que tem virtude.Colchas ricas nas janelas,Pétalas soltas no chão,Almas crentes, povo rude.Anda a fé pelas vielas,É dia da procissãoDa Senhora da Saúde.Após um curto rumor,Profundo silêncio pesa,Por sobre o Largo da Guia.Passa a Virgem no andor,Tudo se ajoelha e reza,Até a Rosa Maria.Como que petrificada,Em fervorosa oração,É tal a sua atitude,Que a rosa já desfolhada,Da Rua do Capelão,Parece que tem virtude.

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Max O Max nasceu no Funchal, Madeira a 20 de Janeiro de 1918 e morreu a 29 de Maio de 1980. Foi um dos mais populares cantores e fadistas português.A ele se devem êxitos como “Noites da Madeira”, “Bailinho da Madeira” ou “A Mula da Cooperativa”. Nada faria prever que este jovem madeirense, que sonhava ser barbeiro e foi alfaiate, viria a ser um dos mais populares artistas portugueses.

http://www.youtube.com/watch?v=Do6Bl6nG5H8

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Depois mais tarde ao perder-mePor ruas de outras cidadesCantei meu amor ao ventoPorque sentia saudadesSaudades do meu lugarDo primeiro amor da vidaDesse instante a aproximarDos campos, do meu lugarÀ chegada e à partida

Pomba branca, pomba brancaJá perdi o teu voarNaquela terra distanteToda coberta p'lo mar... ... ...

Composição: Maximiano de Sousa (Max)

Pomba Branca

Pomba branca, pomba brancaJá perdi o teu voarNaquela terra distanteToda coberta p'lo marPomba branca, pomba brancaJá perdi o teu voarNaquela terra distanteToda coberta p'lo mar

Fui criança e andei descalçoPorque a terra me aqueciaE eram longos os meus olhosQuando a noite adormeciaVinham barcos dos paísesE eu sorria a deus, sonheiTraziam roupas, felizesAs crianças dos paísesNesses barcos a chegar

Pomba branca, pomba branca.. ...

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Hermínia Silva nasceu em 1913. Tornou-se uma presença notada nos retiros de Lisboa e não hesitaram contrata-la, pela originalidade com que cantava o fado. A fadista cantou quase até falecer, em 13 de Junho de 1993. Morria assim uma das maiores vedetas do fado e do teatro de revista Português. http://www.youtube.com/watch?v=-jvtOiLoemk

Hermínia Silva

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Já tiraram os caixilhos às voltinhasE as janelas já estão todas catitinhasE p’ra afastar os temores dos enguiços dos penhoresDefumou a casa toda com ervinhas;Pôs incenso das igrejasE p’ra acabar c’oas invejasPôs um chifre atrás da porta... às voltinhasE na cama, uma colcha feita á mão, debruada com bolinhas

Ai... a Mariquinhas é muito prendadaEstava a fazer uma colcha toda em crochetJé ma ofereceu!... diz que é para eu estrear no NatalA colcha pesa 50 kilosJá me estou a ver pela porta fora com a colcha ás costas

Lá está tudo, tudo, tudo, até o xaileE a guitarra enfeitada com fitinhasE sob a cama, reparo... um peniquinho de barroQu é bonito e pintadinho com florinhas;E eu fiquei tão contente, que ficamos calmamenteA beber até de manhã, umas pinguinhasPois agora volta tudo ao tempo antigoNa casa da Mariquinhas

Vou dar de beber á alegria Passei ontem pela rua onde moravaA cantada e recantada MariquinhasE qual não é o meu espanto, olho e vejo por encantoOutra vez lá nas janelas, tabuínhas;Corri e bati á porta, e até fiquei quase mortaQuando ela se abriu pelas alminhasPois quem veio a porta abrir e a sorrirEra mesmo a Mariquinhas

Ai a Mariquinhas está tão linda!...Está mais gordinha!... pesa 100 kilosMas como gordura é formusuraEla não se importa nada com issoEstava a comer jaquinzinhos

Eu entrei e abracei a MariquinhasQue me contou que um senhor de falas finasLhe deu a casa que é sua, pôs o prego na ruaE correu com o tal senhor que era lingrinhas;Mandou caiar as paredesPôs cortinados de chita nas janelas tão bonitas, ás bolinhasE por fora, p’ra chatear as vizinhasJanelas com tabuínhas

Bem feito!... lá na rua ficaram todas danadasAgora já não podem deitar para lá os mirones... é claroDe que é que ela se foi lembrar!É uma grande camarada, a Mariquinhas

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Amália nasceu em Lisboa a 23 de Julho de 1920, morreu em Lisboa, a 6 de Outubro de 1999. Foi uma fadista, cantora e atriz portuguesa. Foi um exemplo do fado e foi aclamada de “a voz de Portugal “. É uma das mais brilhantes cantoras do século XX.Tornou-se conhecida mundialmente como a “Rainha do fado”. Fez vários programas de televisão, cantou músicas de tradição popular portuguesa e ainda canções contemporâneas iniciando o chamado Fado-Canção.http://www.youtube.com/watch?v=xqac-VfmflE

Amália

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Aromas de urze e de lamaDormi com eles na camaTive a mesma condição.Povo, povo, eu te pertençoDeste-me alturas de incenso,Mas a tua vida não.Povo que lavas no rioQue talhas com o teu machadoAs tábuas do meu caixão.Pode haver quem te defendaQuem compre o teu chão sagradoMas a tua vida não

Povo Que Lavas No Rio

Amália RodriguesPovo que lavas no rioQue talhas com o teu machadoAs tábuas do meu caixão.Pode haver quem te defendaQuem compre o teu chão sagradoMas a tua vida não.Fui ter à mesa redondaBebi em malga que me escondeUm beijo de mão em mão.Era o vinho que me desteÁgua pura, fruto agresteMas a tua vida não.

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JovensFadistas

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Dulce Pontes

Dulce José Silva Pontes nasceu no Montijo a 8 de Abril de 1969, é uma das cantoras portuguesas mais populares e reconhecidas internacionalmente. Canta canções pop, música tradicional portuguesa (fado e folclore incluído), bem como música clássica. Dulce distingue-se principalmente pela sua voz, que é versátil, dramática e com uma capacidade invulgar de transmitir emoções. É uma soprano com uma voz potente e penetrante. É considerada uma das melhores artistas dentro do panorama musical português.

http://www.youtube.com/watch?v=MSIGWEcR5Dc

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Canção Do Mar

Dulce PontesFui bailar no meu batel

Além do mar cruelE o mar bramindo

Diz que eu fui roubarA luz sem par

Do teu olhar tão lindoVem saber se o mar terá razãoVem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batelNão vou ao mar cruel

E nem lhe digo aonde eu fui cantarSorrir, bailar, viver, sonhar contigo

Vem saber se o mar terá razãoVem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batelNão vou ao mar cruel

E nem lhe digo aonde eu fui cantarSorrir, bailar, viver, sonhar contigo

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Mariza Mariza nasceu em 16 de dezembro de 1976 em Moçambique, cresceu com a música e dedicou-se principalmente ao fado tradicional português. Direciona a sua vida a cantar. Ela cantava em clubes na capital, passou pela televisão e lançou o seu primeiro álbum “fado em mim”, em 2001. Desde então, Mariza percorre o mundo partilhando a música. http://www.youtube.com/watch?v=OzrUs08-SWs

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Há dias que marcam a almae a vida da gentee aquele em que tu me deixastenão posso esquecer A chuva molhava-me o rostoGelado e cansadoAs ruas que a cidade tinhaJá eu percorrera Ai... meu choro de moça perdidagritava à cidadeque o fogo do amor sob chuvahá instantes morrera A chuva ouviu e caloumeu segredo à cidadeE eis que ela bate no vidroTrazendo a saudade

A CHUVAMariza

As coisas vulgares que há na vidaNão deixam saudadesSó as lembranças que doemOu fazem sorrir Há gente que fica na históriada história da gentee outras de quem nem o nomelembramos ouvir São emoções que dão vidaà saudade que tragoAquelas que tive contigoe acabei por perder

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Ana Moura

Ana Moura é natural de Coruche, nasceu em 1979.Reconhecida internacionalmente, Ana Moura estreou-se com a música ”Guarda-me a Vida na Mão” em 2003. Canta, em vários locais da noite lisboeta e deu-se a conhecer na televisão ao lado de António Pinto Basto, em Fados de Portugal.Deu a conhecer ao mundo o seu fado e até conquistou os Rolling Stones e Prince, que se encantou com a sua voz. http://www.youtube.com/watch?v=Sa8Ucd96KWo

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Havia um desespero intenso na sua voz O quarto cheirava a incenso, mais uns quantos pós A velha agitava o lenço, dobrou-o, deu-lhe 2 nós E o seu padre santo falou usando-lhe a voz À espreita está um grande amor mas guarda segredo Vazio tens o teu coração na ponta do medo Vê como os búzios caíram virados p'ra norte Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte (bis) À espreita está um grande amor mas guarda segredo Vazio tens o teu coração na ponta do medo Vê como os búzios caíram virados p'ra norte Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte!

BúziosAna Moura

Havia a solidão da prece no olhar tristeComo se os seus olhos fossem as portas do prantoSinal da cruz que persiste, os dedos contra o quebrantoE os búzios que a velha lançava sobre um velho manto (Refrão) À espreita está um grande amor mas guarda segredoVazio tens o teu coração na ponta do medoVê como os búzios caíram virados p'ra nortePois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte (bis)

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Carminho

Maria do Carmo Andrade, nasceu em Lisboa a 20 de agosto de 1984, conhecida como Carminho, é uma fadista portuguesa, nasceu numa família de músicos.Apesar de ter começado a cantar desde criança, só aos 22 anos decidiu fazer carreira musical depois de uma longa viagem pelo mundo que demorou 11 meses e que a ajudou a tomar essa decisão. Diz que não precisou de coragem e explica simplesmente que é feliz a cantar o fado.Tem passado por várias casas de fado como A Taverna do Embuçado, Petisqueira de Alcântara e Mesa de Frades.

http://www.youtube.com/watch?v=iMUB0FGZ4fs

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Escrevi Teu Nome No VentoCarminho

Escrevi teu nome no ventoConvencido que o escreviaNa folha dum esquecimentoQue no vento se perdiaAo vê-lo seguir envolto / Na poeira do caminhoJulguei meu coração solto / Dos elos do teu carinhoEm vez de ir longe levá-lo / Longe, onde o tempo o desfaçaFica contente a gritá-lo / Onde passa e a quem passaPobre de mim, não pensava / Que tal e qual como euO vento se apaixonava / Por esse nome que é teuE quando o vento se agita / Agita-se o meu tormentoQuero esquecer-te, acredita / Mas cada vez há mais vento

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Bibliografia

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Fado• http://letras.mus.br• http://www.youtube.com

Page 35: Viagem ao Fado

Trabalho realizado em contexto de sala de aula e biblioteca, pelos alunos do 4ºano, da EB de Belinho, no âmbito da formação “A Biblioteca Escolar e o Currículo: Práticas colaborativas”