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Nova Vida

Vitória Paiva

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Copyright © 2015 – Vitória PaivaRevisão: Maria Miguel Gonzalez

Capa: Mathias Gonzalez

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sejam quais forem os meios empregados sem a

permissão expressa por escrito do Autor ou Editora. Aos infratores aplicam-se as sanções

previstas nos artigos 102, 104, 106 e 107 da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Contato com o autor: e-mail: [email protected]

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Agradecimentos:

Primeiro gostaria de agradecer a todos. Eu sei que é só minha primeira obra e pode não ser uma das melhores, mas é bom a gente ter consciência

e poder falar " eu fiz um livro, eu consegui". É maravilhoso. Então só tenho que agradecer a

todos. Principalmente a Deus!!

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PREFÁCIO

O dia era 10 de setembro de 2015. Eu estava sentado na poltrona I-415 do fantástico estádio Centre Bell em Montreal no Canadá para assistir o show de Madonna. Havia mais de 20 mil pessoas esperando o momento em que a grande diva do pop subisse ao palco. Ao meu lado havia uma cadeira vaga. Provavelmente a pessoa estaria a caminho e de fato um rapaz de cor branca, alto, com barba e bigode, falando em inglês pediu licença e sentou-se ao meu lado. Como todos os demais logo ele pegou o celular e começou a tirar fotos do fantástico palco com mais de 200 metros de comprimento onde Madonna iria se apresentar com seus dançarinos.

- It's your first time on a Madonna concert? (É a sua primeira vez em um show de Madonna?) - perguntou em inglês o rapaz recém-chegado.

- Sim. É o primeiro. Respondi tentando adivinhar qual a origem dele.

- Eu não sou um grande fãn da Madonna, mas é uma chance de assistir um espetáculo tão grandioso. Disse ele dando início a uma conversa casual.

Eu tenho mania de tentar adivinhar a nacionalidade, origem e até profissões das pessoas durante os primeiros

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momentos de uma conversa. Não consegui captar qualquer sotaque em especial que ajudasse a identificar a nacionalidade do rapaz. Pelos traços fisionômicos ele bem poderia ser canadense, americano ou de algum país da Europa. Depois de dez minutos de papo decidi perguntar:

- Você é daqui mesmo de Montreal?

- Não, eu sou brasileiro. Respondeu ele com um sorriso.

Fiquei surpreso! No meio de 20 mil pessoas, dois brasileiros haviam comprado ingressos em dias e horas diferentes e coincidentemente estavam um ao lado do outro. Improvável mas possível.

- Eu também sou brasileiro! Respondi.

- Hãm... what?! Are you a Brazilian? Continuou ele ainda falando em inglês, inseguro da minha afirmação.

- Sim, eu sou brasileiro. De onde você é?

Sorrimos. Após dez minutos de conversa o rapaz que identificou como Bruno, falou dele, da decisão de imigrar para o Canadá e falou sobretudo sobre uma menina... na verdade a menina-dos-seus-olhos, chamada Vitória. Ao falar dela, os olhos de Bruno brilhou no meio da noite penumbrosa do ginásio.

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− Minha filha Vitória, tem 12 anos e um sonho: o de ser escritora. Ela escreve muito bem. Disse ele com excitação.

− Pois diga a ela para continuar escrevendo e se precisar de ajuda para publicar o primeiro livro, ela poderá contar comigo. Disse eu.

− Como assim? Você é editor? Trabalha com livros?

− Não sou editor mas sim escritor...

− Nossa! Escritor? Mas tem livros publicados? Perguntou Bruno com visível alegria.

Expliquei que escrevo livros há muitos anos e teria o maior prazer em ajudar à filha a publicar seu primeiro livro. Compromisso feito, compromisso cumprido. Este é o meu prefácio: apresentar essa menina talentosa que já em tão precoce idade demonstra uma grande maturidade literária. Tenho certeza esse “debut” é apenas o primeiro de uma prolífica carreira de Vitória Paiva. Sucessos à mais nova escritora brasileira.

Montreal, 16 de dezembro de 2015.

Mathias Gonzalez

https://www.clubedeautores.com.br/authors/42814

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Capítulo 1

-Já não aguento mais essas discussões, não aguento! É todo dia assim!

Minha mãe disse isso la da cozinha! Como sempre, ela e meu pai estavam discutindo! Isso é muito chato!

Depois de tudo, minha mãe veio me dar boa noite e dizer : isso nao foi nada!

-Ok mãe! Boa noite! – respondi.

-Filha.. Tenho que te contar uma coisa! – ela me olhou com um olhar triste.

-Pode falar mãe! – disse-lhe, meio preocupada.

-Nós vamos voltar pra Los Angeles!

-Que bom mãe!Eba..!-falei fazendo uma dança. Ela me encarou de novo e me disse :

Filha, só nós vamos voltar!

-Como assim, mãe?-perguntei, mais preocupada do que antes!-Não sei como te dizer… Vamos amanhã.. Eu e seu pai… Bom, nós….

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Eu a interrompi.

-Vão se separar?

Ela me encarou, acho que pensou como ela sabe disso? e também tinha uma expressão de preocupada, de tristeza!

-S-sim!-finalmente respondeu.

Comecei a chorar. Não sabia o que fazer, não queria deixa-la mais triste do que já estava, mais não aguentava, tinha que me desabafar.

-E… O-onde vamos ficar?-disse, quase não conseguindo falar. A encarei. Demorou pra ela responder, acho que estava tentando segurar o choro e devia estar jutando as palavras certas.

-Na ca-casa da vó Cecília! V-vai dar tudo certo! Agora dorme, filha! Sinto muito ter te dado essa notícia! Mas… Boa noite, durma com Deus ! Eu te amo pra sempre e sempre.

Ela fez (como sempre faz ) um sinal da cruz na minha testa, me deu um beijo na bochecha e foi dormir!Era três da manhã e ainda eu não tinha conseguido dormir, não conseguia tirar da minha cabeça várias perguntas como : como serão as coisas? Por que eles vão se separar? Não era isso que eu queria, ir pra Los

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Angeles, poder rever a família, era tudo que eu queria, não era? E as minhas amizades ? Depois de um tempo, o sono me dominou, dormi feito uma pedra. Acordei com minha mãe me chamando.

- Vamos filha, junte algumas roupas e se arrume!

- Que horas são? – eu disse, com voz de sono.

- São 7 da manhã.

-7?

- Sim ! Vá tomar banho, anda! O avião é às 13hs.

Levantei-me, tomei banho, peguei minhas melhores roupas, tomei café da manhã.

- Tchau filha! - disse meu pai, triste.

- Tchau papai! Logo, logo nós veremos!

Ele deu uma risadinha.

- O que foi? - perguntei curiosa.- Liz… Saiba que não é por causa de você que esta acontencendo tudo isso, você não tem culpa!

- Ok papai… Mais porque a risada?

- Porque estou orgulho de você?

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- Orgulhoso de quê?

- Com tudo isso acontecendo, você esta pensando positivo! Gosto disso, filha! Te amo!

- Também pai! Até logo! - disse, dei um abraço bem apertado nele e fui em direção ao carro.

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Capítulo 2

Quando chegamos em los Angeles, vovó Cecília estava nos esperando com o vô Alberto.

- Liz… Que saudades meu bem! - disse a vovó e meu deu um abraço e um beijo.

- Oi vovó! Tudo bem com você? – disse-lhe virando-me pra cumprimentar o vovó. Ele pegou as malas e colocou-as no porta malas, todos nós entramos no carro a caminho da casa da vovó.

- Então minha filha, esta bem?-disse minha avó pra mim.

A olhei e pensei no que responder.

- Irei superar vó! – Falei, tentando segurar as lágrimas. Pude perceber que minha mãe estava chorando, meu avô (como sempre) falando sozinho, é engraçado mais é como ele pensa da vida. Minha avó estava no banco detrás comigo e olhava as coisas pela janela. Fiquei triste pela minha mãe, por que será que eles escolheram se separar? Mais uma vez me deu vontade de chorrar, mais tentei segurar o máximo.

- Então mãe, como vão os fuchicos?-minha mãe pergutou a vovó.

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Minha avó deu um suspiro e falou:

- Bem.. Nem tempo tenho! Cuidando de casa - disse minha avó meio decepcionada.

- E a tia Catarina? Esta bem? – falei, tentando dar uma animada na conversa.

- Ela ja está noiva, vai se casar! Espero tão feliz, a minha caçula! - vovó deu uma risadinha e deixou a lágrima escorrer.

Logo em seguida, chegamos na casa da vovó. Que saudades que eu estava da casa dela, a última vez que fomos pra Los Angeles fazia 2 semanas, pode parecer pouco tempo, mais pra mim não era! A casa da vovó é toda germinada, alguns moveis em estilo dos anos 60, eu amo essa casa! minha mãe e eu fomos para os fundos, onde iremos dormir!

- Minha flor, minha flor de Liz… - minha mãe disse, tentando dar uma animada no momento.

- Sim, mãe.

- Acho que você deve ter umas perguntas. Pode perguntar.

Sentei-me.- Por que você e papai irão se separar?

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- Imaginei que essa seria a primeira pergunta a ser feita - ela também se sentou e deu um suspiro, estava olhando para o chão – eu e seu pai estávamos cansados de tudo isso, já não nos divertiamos mais, já não havia aquele amor e também por outras coisas de adulto.

- Mãe, ja tenho 15 anos! Podia pelo menos dizer que tipo de assunto é?

- Posso sim – depois de um tempinho, ela deu outro suspiro, me encarou e falou - dinheiro, gastos, muito trabalho, falta de tempo para a família.

- Nossa! - falei impressionada. - Mas…, filha, nós vamos construir uma nova vida! Ok?

- Sim.

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Capítulo 3

Plena segunda-feira, escola! Coloquei uma saia rodada, uma camiseta e uma sapatilha, não sabia se ia me dar bem na escola nova.

Chegando lá, todos me olhavam, comecei a ficar com vergonha!

- Olá, sou Shopia! - disse uma menina de cabelo loiro ondulado, estava com a mão estendida para mim, para que eu a cumprimentasse.

- Olá, sou Liz! - falei cumprimentando-a. Ela olhou para mim e foi se reunir com algumas garotas e alguns garatos. Ela parecia ser legal.

Chegou à diretora e começou a dizer em voz alta:

- Bom dia a todos! Todos os alunos novos irão serão conduzidos às suas salas, depois passarei em cada uma! Os alunos do ensino médio: primeiro ano, sala 12, segundo ano, sala 13…..

Fui atrás da sala 12, sentei-me em uma carteira no final da sala. De repente, umas garotas vieram ao meu o encontro.

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- Oi! - disse uma menina de cabelo castanho e bem curto, ela era muito linda.

- Oi – respondi, um pouco nervosa – Bom.. sou a Liz! E você é a… ?

- Sou a Diana, ela é a Rafaela, Nanda, Tais e Sophia.

Abri a boca para falar, mas a diretora chegou e as meninas foram se sentar perto de mim. A diretora não falou uma coisa, mais explicou como será o nosso cotidiano e como iremos organizar os horários das aulas.

Quando a aula acabou, fiquei esperando minha mãe chegar para irmos para casa. De repente, apareceu um menino na minha frente.

- Oi!

- Oi! - respondi.

- Prazer, sou Harry! - ele deu uma risadinha.

- Sou Liz! – respondi, séria.

Deu um tempo, ele deu um suspiro e falou:

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- Meu aniversário é daqui a 2 dias, você gostaria de ir? – ele disse, olhando para o chão.

- Sim, eu só…

- Claro, te darei o endereço! Amanhã vou trazer o cartão e lá tem o endereço certinho!

- OK!

- Combinado!

Quando estava me arrumando, coloquei um vestido e uma sapatilha nude.

Mamãe me levou à casa dele., Ele tem uma casa linda que só!

- se cuida, filha! Você me liga quando for a hora para te buscar!

Já tinha saído do carro, dei um aceno de tchau pra ela e toquei a campainha.

- Que bom que você veio! – virei-me e vi que era o Harry.

- Feliz aniversário! – disse-lhe, entregando a ele o presente.

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- Obrigado! Pode entrar, fique a vontade! - ele disse, abrindo caminho para eu entrar.

Havia muitos convidados, tinha pista de dança e também DJ. De longe, avistei a Sophia, ela veio na minha direção e meu deu um abraço.

- Tudo bem com você, Liz? - ela falou, praticamente gritando no meu ouvido.

- Maravilha!

- você sabe sabe onde se pega bebida?

- Sei sim! é pra lá !- ela apontou para um canto com o dedo.

- Obrigada!

Fui na direção do “bar” e pedi uma coca-cola. Quando me virei, vi que tinha uma pessoa do meu lado.

- Harry!

- Gostando da festa?- ele perguntou, gritando no meu ouvido.

Assenti com a cabeça. Bem nesso momento, levei um banho, uma menina derrubou refrigerante em mim.

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Fiquei boquiaberta.

- Me desculpe, não foi por querer! - disse a menina. Harry já não estava mais lá.

Dei um suspiro.

-Tudo bem!

Nesse instante, Harry apareceu com uma toalha.

- Toma! – disse-me, entregrando a toalha.

- Me desculpe! você é a aluna nova, não é? – perguntou-me a menina.

Assenti com a cabeça.

- Prazer, sou a Melissa!

Ela disse e foi para a pista de dança.

- você precisa de algo? - dessa vez, disse Harry.

- Não, acho que vou embora!

- Não, fica pelo menos até os parabéns. Seu vestido vai secar rapidinho! Do jeito que está calor! - ele soltou uma risada.

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Oh meu Deus! - Sophia estava vindo na minha direção – o que aconteceu?

- Melissa derrubou refrigerante em mim!

- Sou um minuto, Harry! - Sophia falou e me puxou até o banheiro, pelo menos lá o som não estava tão alto.

- Você estava falando com o Harry, não era? – perguntou Sophia.

- Sim.

- A Melissa não fez sem querer! Ela fez de propósito! Eles já namoraram por um tempo, mais ela ainda tem uma queda por ele!

- E ele tem uma queda por ela? - perguntei, curiosa.

- Não! Oh não! - Sophia colocou a mão na boca!

- O que foi Sophia?- perguntei, surpresa com aquela reação. Ela me encarou.

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Capítulo 4

- Liz... Acho que Harry, bom, ele pode estar... A interrompi. - Claro que não Sophia! Eu cheguei na escola faz dois dias! - Sorte tua que eu trouxe uma roupa reserva! - falou Sophia, mudando de assunto. - Por que você tem uma roupa reserva? - Por que aqui tem piscina e, caso eu entrasse, teria uma outra peça - ela pegou a sua mochila e tirou um vestido lindo, todo florido e me entregou. Depois que me troquei, voltamos para a festa. - Sorte que meu vestido serviu em você! - Verdade! - e dei uma risadinha. O final da festa foi muito legal, cantaram os parabéns por volta das 23h. À meia noite, minha mãe veio me buscar!*** Na escolar, percebi que o Harry estava usando o presente que eu levei. Eu dei a ele uma camiseta azul com o símbolo do Capitão América - sinceramente, o Capitão

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América é lindo. Naquele exato momento, o sinal tocou, fui diretamente para a sala de ciências, com a professora Jaqueline. - Bom dia professora! - cumprimentei a professora que estava com uma expressão séria. Ela percebeu que falei com ela. - Ahm... Bom dia Srta. Merone! Me sentei na última carteira, não havia quase ninguém na sala e, aos poucos, foram chegando os demais alunos. - Liz. Me virei para ver quem me chamava. Era Melissa. - Oi! – respondi, fingindo que nada tinha acontecido na noite passada. Ela deu uma risada. Percebi que ela estava gozando da minha cara, então, me virei para frente. - Liga não - falou uma menina de cabelo vermelho e bem branquinha, que estava sentada do meu lado - me chamo Laís, e você? - Sou a Liz! ***

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Quando cheguei em casa, não estava muito a fim de comer, fui direto para meu quarto. Me deu vontade de chorar, estava morrendo de saudades de meu pai, deitei-me e fiquei alí, chorando. A vovó Cecília apareceu e me deu um abraço. Ela trouxe comida e deixou perto da minha cama. Depois da choradeira, me deu fome. Comi. A aula no dia seguinte foi normal, convidei a Laís e a Sophia para irem lá em casa mais tarde. Quando cheguei em casa, eu escutei minha mãe falando ao celular: - Ah não, não! Ela não pode saber que fui eu! Não, de jeito nenhum, imagine se ela descobrir que fui eu que pedi o divórcio, ela irá ficar muito chateada comigo... Eu não acreditei no que minha mãe tinha acabado de dizer. Fiquei boquiaberta. Eu estava sentada encostada na parede, me levantei e fui ao banheiro. Comecei a chorar, não sabia por que, ela não deveria estar feliz, por que eu a julgaria? - Filha.. está tudo bem? - perguntou minha mãe.

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Capítulo 5

- Estou sim, mãe! - tentei fingir o máximo possível, mas eu não estava bem! - Que bom, querida! Eu vou ter que voltar para o trabalho, já almocei! Beijo grande, até! - Até mamãe! Joguei água no rosto, e sai do banheiro, tinha que dar uma volta. Fui ao parque, meu pai sempre me levava lá! Que saudade dele!*** Era perto das 15h, quando a Laís chegou - eba... hora da festa - depois de uns 20 minutos, a Sophia chegou, fomos lá para o fundo. - A Sophia me disse que o Harry pode ter uma... - Ah não, óbvio que não, Laís! – falei, negando. - E você, tem uma paquera? - perguntei, com uma voz aguda e fazendo cosquinha na barriga dela. Ela ficou vermelha. - Mais ou menos.

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- Como assim, mais ou menos? - agora foi a Sophia quem perguntou, toda curiosa. - Assim eu tô ficando… - Laís respondeu toda vermelha. - E você Sophia? - perguntei. - O que? Eu, gostando de alguém? Só se for em sonho. - Admita, você gosta do Harry! - disse Laís. Sophia ficou vermelha e isso a entregou. Eu e a Laís caímos na gargalhada. Ficamos assim a noite toda, assunto aleatório, as vezes era sobre moda, flor, as meninas chatas e tal! A 20h elas foram embora. *** No dia seguinte, percebi que tinha aluno novo na sala, ele tem cabelos castanhos e olhos cor de mel, e com porte mais mais forte que os demais. - Tá de olho no Rafael? – perguntou-me Sophia, tirando-me de meus pensamentos. - Nada a ver, Sophia! Mas, cá entre nós, ele não é feio não! - olho para ele e nos duas caímos na gargalhada. Harry estava vindo na nossa direção, Laís sai de cena - ela me paga - tentei fingir que não percebi que ele estava vindo.

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- Oi, tô atrapalhando? (pensei… ele é tão fofo, mais não posso, a Sophia tem uma queda por ele, mais ele não tem por ela). - Tá não! - respondi, olhando nos seus olhos verdes. - É... Bem, você estaria a fim de ir ao parque de diversões hoje a noite? - deu para perceber que ele estava nervoso. - Claro, faz tempo que não vou lá! - Ótimo, a gente se encontra lá? Pode ser as 18h? - Pode sim! - ele assentiu com a cabeça e voltou a falar com os meninos que o zoaram! - O que aconteceu amiga? - Que susto Sophia! - Desculpa - ela deu uma risadinha - Então o que ele queira saber? - Bom... Ele só me convidou para ir ao parque de diversões. - péssima idéia, não devia ter falado para ela. Sophia ficou com uma cara meio triste. - Se você quiser eu desmarco. - Não, não. Não será por causa de mim que você vai perder a chance de sair com Harry Romano! - ela tentou colocar ânimo na fala!

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- Você tem certeza? - perguntei, não queria deixa-la triste. - Absoluta, até porque ele só chamou você para ir ao parque e não para te dar um beijo. - Quem vai beijar quem? - perguntou Melissa, super alto e toda curiosa. Ficamos quietas e vimos que todos estavam nos olhando. Olhei para o Harry e percebi que ele também me olhava. - Ninguém – respondi, toda confiante. - Não é o que parece. Você demorou para responder. - Bom dia classe! (nunca estive tão feliz de a aula de matemática começar, professora Sônia, eu te devia essa)*** Chagando no parque, estava a procura de Harry. O avistei perto da roda gigante e fui até ele. - Oi, tudo bem? - cumprimentei-o, dando um beijo na bochecha dele. - Tudo sim! (Percebi que ele me observou dos pés à cabeça. Eu estava usando um short jeans, uma camiseta com estampa do Tom & Jerry e tênis). - Aonde vamos? - perguntei animada. - Roda gigante?

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- Ah não! - Por que não? - Morro de medo de altura! - Vamos, vai ser legal e não vai muito rápido! - Ok! Mas essa roda gigante era bem diferente, não tinha cabines, era uns bancos, nós nos sentamos. - Olha que visão linda! Acabei grudando em seu braço. Ele se virou, levantou minha cabeça e - não acredito que ele fez isso - ele me beijou!

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Capítulo 6

Ele beija bem.

- Me desculpe, ele disse!

- Ah!... Por que fez isso? - falei levando a mão à boca, naquele momento até me esqueci da altura.

- Não sei... Acho que estou afim de você! Olha, me desculpe! - ele estava envergonhado como eu.

Ficamos quietos. Eu estava analisando o que acabara de acontecer.

Saímos do brinquedo.

- Vamos no carrinho bate-bate? - tentei dar uma animada.

- Vamos sim! - ele falou, meio desanimado.

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Logo em seguida, pegamos algodão - doce e depois fomos no trem fantasma e no barco viking.

Me despedi de Harry e liguei para minha mãe vir me buscar.

***

No dia seguinte, cheguei correndo na escola, estava atrasada, já separando meu material até que me esbarrei em alguém.

- Oh, me desculpe! - falei (esse "alguém" era o Rafael).

- Tome mais cuidado por onde anda! (seus olhos cor de mel são lindos, pensei)

- Tomarei sim!

- Também está atrasada para a aula de história?

- Sim... Preciso ir!

Ele colocou o braço na minha frente, impedindo-me de continuar.

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- Também cheguei atrasado! E advinha, não me deixaram entrar e acho que ela fará o mesmo com você, o jeito é esperar!

- Bom, se você está dizendo…

Virei-me e me sentei em um banco que tinha ali perto, ele se sentou do meu lado.

- Como se chama?

- Liz!

- Seu nome inteiro?!

- Por que?

- Gosto de saber o sobrenome das pessoas! (dei uma risada e ele também).

- Merone!

- Srta. Merone, gostei!

- E você?37

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- Rafael Vasconcelos!

- Legal! - dei uma risadinha!

A professora de espanhol apareceu.

- Venham! Minha aula está começando!

Foi um tédio a aula. Até que - aleluia - tocou o sinal.

Depois da aula, fui passar para ver se tinha novidades no mural da escola, quando vi que tinha um painel informando que haverá um baile da primavera - maravilha, um baile!

Em seguinda, fui esperar minha mãe na saída da escola.

- Oi! - alguém falou por trás de mim e me deu um susto.

- Oi, Rafael ! Tudo bem? – respondi, me virando.

- Tudo sim! E você?

- Bem!38

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- O que é isso? - perguntou ele, apontando para uma revista que estava entre meus cadernos.

- Ah... É um livro para exercícios de matemática! É a única matéria em que me dou bem!

- Sério? - ele fez uma pausa e me encarou- Eu fui péssimo na última prova, você poderia me ajudar?

- Claro, amanhã na biblioteca depois da aula?

- Pode ser!

Minha mãe chegou buzinando, dei tchau para Sophia e Laís que me viram de longe e dei tchau para o Rafael.

- Já com paquera, filha?

- Nada a ver mãe! É que ele tava me pedindo ajuda em matemática e topei de ajudá-lo amanhã depois da aula, então amanhã vou para casa sozinha, ok.

- Ok mocinha! Outra coisa, achei melhor te colocar em uma psicóloga, o que acha?

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- É... Acho que vai ser bem útil!

Ela me deixou em casa, me despedi dela e entrei em casa para almoçar. Nesse momento me deu saudades do meu pai, mas segurei as lágrimas, não estava a fim de chorar na frente da vovó e do vovô.

***

Depois da aula, estava a caminho para biblioteca e sabe quem eu peguei dando uns beijos em alguém no caminho? Laís - que safada! - até que ele era bonitinho, não acreditei que ela estava beijando o Taylor. Pensei: tá podendo, amiga - jogador de basquete! e fiquei sabendo que o Harry e o Rafael também eram jogador.

Quando cheguei na biblioteca já vi o Rafael sentado em uma mesa, parecia estar conversando com alguém, fui me aproximando e advinha quem era?

Diana. Até que fazia tempo que não a via.

- Desculpe atrapalhar, mas marquei uma aula de matemática com o Rafael – falei, tentando parecer o mais gentil possível.

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- Ah sim! Desculpe, eu já vou indo! Até mais tarde, Rafael! - falou Diana.

Depois de levar um tempo explicando pra ele umas contas, demos um tempinho.

- Eu ja sabia! - disse ele.

- Não entendi!

- Não sou ruim em matemática!

- Então por que me chamou para te explicar?

- Para te perguntar uma coisa!

Obs: Pessoal me desculpem, no capítulo 5 eu errei com a parte que a Liz falava com a Sophia, na verdade ela conversava com a Laís!

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Capítulo 7

- Pode perguntar! - falei toda curiosa.

- Então... Eu gostaria que você fosse comigo ao baile da primavera, o que acha?

- Vou adorar!

- Que bom! - ele disse, limpando a testa como se estivesse com suor - Te pego na sua casa às 19h, o baile vai ser dia 29, próxima sexta! Ok?

- Ok!

Depois fui embora de ônibus, Rafael não pode me levar por que ainda tem 15 anos - tranquilo, só uma curiosidade, como ele vai me buscar no dia do baile, isso já é ele que vai resolver - mais eu tinha que saber com que roupa iria para o baile. Cheguei em casa e fui almoçar. Quando terminei, fui para o meu quarto e, mais uma vez, senti saudades do meu pai, saudades dele brincando comigo.

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Minha mãe me ligou dizendo que as 16h iria sair do trabalho para a gente ir à psicóloga e já eram 15h30m, então me levantei e fui me arrumar. Coloquei um short e uma blusa que tinha uma estampa de um abacaxi usando óculos (amo aquela blusa), calcei um all-star azul marinho e fiz um rabo de cavalo nos cabelos.

Fui pra frente da casa para esperar minha mãe. Ela chegou, entrei no carro e fomos a caminho da psicóloga.

Foi legal conversar com a psicóloga, ela me disse para eu me divertir e deixar isso na mão dos meus pais e que eu não tenho culpa, e também que, se minha mãe pediu o divórcio, não foi culpa dela, ela poderia estar infeliz.

***

No dia seguinte, na escola, percebi que todos olhavam para mim e cochichavam com quem estava por perto.

- Oi Liz!

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- Oi Laís! Deixa eu te fazer um pergunta! - ela assentiu com a cabeça - Por que todos estão me olhando?

- Foi sobre isso que vim falar com você, pensei que já soubesse. - ela me olhou com uma olhar como se eu já devesse saber. - Emfim, a Melissa está dizendo que você está namorando o Harry mas, que também esta "ficando " com o Rafael, isso é verdade, Liz?

Fiquei em estado de choque com o que a Laís acabara de me dizer.

- Primeiro de tudo, eu nem namorando o Harry estou. E outra, foi o Rafael que me pediu para "ajuda-lo" com matemática. E mais, A VIDA É MINHA, ELA NÃO TEM QUE SE INTROMETER! - acho que essa parte falei um "pouco" alto, porque todos que estavam por perto me olharam.

- Calma! Vai lá e explica a ela!

- Laís, eu não tenho que dar satisfações a ninguém! - ela assentiu com a cabeça.

- Vamos para a aula!- disse Laís.45

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Quando chegamos lá, estavam quase todos os alunos, mas a professora ainda não havia chegado.

- E ai, Liz? Estava dando uns beijinhos? - disse Melissa, e ela e suas amigas riram.

Eu a ignorei e me sentei na carteira.

- Tá com vergonha de responder só por que o Harry esta aqui?

- Não seja tonta, Melissa! Por que você acha que eu já namoraria o Harry? – falei, tentando dar uma provocada, mais acho que não sou muito boa nisso.

- Eu não sei! - disse ela com uma voz de "brincadeira". - talvez por que vocês já tenham se... Beijado?!

Olhei para o resto da sala e todos me olhavam, até o Harry, deu para perceber que ele também estava envergonhado.

- Ah, então vocês já se beijaram? - Melissa disse.

Fiquei quieta, agora olhando para ela.46

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- Anda! Responda! Você beijou ele não foi? – nesse momento, ela estava na minha frente me encarando.

Eu já estava ficando irritada.

- E se beijei, tem algum problema?

- Não... Mais o Harry não vai gostar de saber que você também está dando em cima no Rafael!

- Eu? Eu não! - falei segurando minhas lágrimas.

- Então o que significa aquilo, na biblioteca? Geralmente, as pessoas e encontram lá para dar uns... Beijinhos!

Dei um tapa na cara dela, como ela ousava me julgar?

- Não sou que nem você, que fica dando em cima de qualquer um! – falei, sussurrando em seu ouvido. Todos ficaram boquiabertos.

- Como ousa, menina? - ela falou e deu para perceber a raiva que tinha em sua voz. Acabo que ela também me deu um tapa e começou a guerra de tapas. O Theó pegou

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a Melissa e a segurou, eu fui me levantar para ir atrás dela mais alguém me segurou. Harry.

- Me solta, quero acabar com a raça dela! - dizia Melissa, que se esperneava. Sorte que Theó era forte. Eu me acalmei, percebi que Harry não iria me soltar tão cedo.

- Bom dia clas... O que está havendo aqui? – era a professora de português que chegava na sala e mandou a Melissa e eu para a sala do diretor - ótimo - levamos uma detenção (Melissa e eu) e ganharíamos sempre um dever a mais da professora de português por uma semana.

Voltamos para a sala de aula que foi um tédio. Até que enfim o sinal tocou, juntei minhas coisas e fui esperar minha mãe. Eu acho a Melissa bonita, cabelos cor caramelo e olhos verdes e eu tenho cabelos pretos e olhos transparentes - acinzentado. Mais como ela ousa dizer que ando dando em cima de qualquer um?

- Oi!

- Aí que susto! - era Harry, me tirando dos meus pensamentos, me virei para poder conversar - Tudo bem?

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- Tudo sim e você?

- Mais ou menos!

- Por que: mais ou menos?

- Aquela Melissa, que raiva, como ela ousa falar que fico dando em cima de qualquer um!

- É… mas, só por curiosidade: o que o Rafael queria com você na biblioteca?

- Ele queria que eu o ajudasse em matemática, disse a ele que essa é a única matéria que consigo tirar dez fácil.

- Que legal! Mais é só isso, mesmo?

- Harry!

- Desculpe! - ele disse colocando as mãos para o alto - Então... gostaria de saber se você não está afim de ir ao baile comigo?

- Ah Harry! Desculpe, mas já tenho companhia! (falei triste, gostaria muito de ir com ele) - Gostaria muito de ir

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com você, mas já me convidaram e seu eu for desmarcar não é legal!

- Não... Você está certa! Com quem você vai?

- Rafael!

- Humm! Então na biblioteca ele aproveitou e te convidou?

- Isso! Mais eu sei de uma pessoa que eu acho que ainda não tem par!

- Quem? - ele falou meio desanimado.

- Minha amiga Sophia! Poderíamos ir nós quatro para o baile, o que acha?

- Boa idéia!

- Ela está vindo, aproveita e a convida!

- Oi gente! - apareceu Sophia (te amo por aparecer essa hora).

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- Oi Sophia! - minha mãe chegou (obrigada mãe!) - Gente, beijos, até amanhã!

- Tchau Liz! - disse os dois juntos.

Espero que ele a convide.

Falei com minha mãe e quando ela voltar do trabalho vamos comprar o meu vestido para o baile - eba - me despedi dela e fui almoçar.

Já estava pronta para irmos comprar o vestido, só estava esperando minha mãe chegar.

Pouco tempo depois, ela buzinou e eu sai, fomos numa loja que vende vestidos lindos, experimentei vários, mas escolhi um cor da pele e tomara que caia (espero que não caia de verdade) e vou colocar um sapato de salto e umas jóias mais simples.

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Capítulo 8

Cheguei na escola. E fui em direção ao Harry. - Então... Você a convidou? – perguntei ao Harry, que estava conversando com seus amigos.

- A Sophia?

- assenti com a cabeça.

- Sim, a convidei e ela aceitou.

- Eba! - falei fazendo uma "dancinha". - Vai nós quatro! Vou convidar a Laís também, tem problema?

- Não, pergunta ao Rafael como ele vai te buscar, por que eu estava pensando de todos alugarmos uma limosine e o motorista passa na casa de cada um!

- Boa idéia! Vou falar com ele e já pego o endereço, você vê a limosine?

- Vejo! Pode deixar!

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- Ok! - dei um beijo na bochecha dele e fui atrás de Rafael - Até mais!

Encontrei Rafael, conversado com alguns amigos.

- Oi Rafael! Preciso falar contigo!

Os amigos dele fizeram uma cara como: "óbvio que ela vai desmarcar o baile".

- Fala!

- Eu estava falando com o Harry e ele vai com a Sophia, estamos pensando em ir todos nós no mesmo carro, daí alugamos uma limosine e dividimos o preço, também vou falar com a Laís, pra ir junto. O que acha?

- Pode ser! Me passa seu endereço e eu falo com o Harry, vai lá falar com a Laís!

- Ok! - peguei um papel na minha mochila e anotei meu endereço, dei um beijo na sua bochecha e fui atrás da Laís - Até já!

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Encontrei ela! O sinal tocou, mas fui atrás dela mesmo assim.

- Laís! – gritei, para que ela pudesse me escutar. Ela se virou para trás para me esperar, fui contando tudo a ela no caminho da sala e ela topou.

- eba, vou ao baile com meus amigos!

***

Coloquei meu vestido, minhas jóias e meu salto (look na capa), fiz uma maguiagem simples e enrolei meu cabelo.

Fui para a frente de casa esperar a limosine. Escutei uma buzina e fui ver se era a limosine e era - eba - me despedi de todos e saí.

- Oi gente! - na limosine já estava a Sophia, Harry, Rafael, Laís e só faltava o acompanhante dela.

Pegamos o acompanhante da Laís e fomos a caminho do baile.

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O baile estava realmente sensacional. No ambiente, tinha várias luzes, no meio do salão tinha um palco e, em frente ao palco, uma pista de dança enorme, tinha DJ e um "bar".

- Aceita ir dançar? - Rafael me perguntou e eu assenti com a cabeça. Ele realmente estava bonito, usava camisa branca, calça jeans e uma gravata azul.

- Vou pregar um refrigerante, você quer? - perguntei.

- Pode deixar, eu vou lá pegar pra você!

- Ok! Vou me sentar ali! - apontei para uma mesa vazia, ele assentiu com a cabeça e sumiu de vista.

- Oi!

- Oi Harry! Tá se divertindo com a Sophia?

- Tô! E você?

- Também! Só parei para dar uma descansada, dancei muito! - dei uma risadinha.

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- Tá aqui, Liz! - chegou Rafael com meu refrigerante.

- Obrigada! – falei, pegando o refrigerante.

Terminei de tomar e fique observando as pessoas.

- Aceita ir dançar? - perguntou Harry.

Pensei… Harry é só meu amigo.

- Pode ser!

Quando fomos dançar, estava tocando aquelas músicas de dança de casal.

- Você está muito linda, Liz!

- dei um sorriso, meio envergonhada.

- Obrigada Harry! Você também! - ele retribuiu o sorriso.

- Obrigado.

Ficamos nos encarando, nossos rostos estavam tão perto quando...

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Capítulo 9

- Liz... - era Sophia, que quando viu a nossa cena ficou boquiaberta. Afastei Harry e olhei para Sophia. - Oi. - V-vamos comer, colocaram uns doces bem gostosos ali na mesa! - Vamos, sim! Pegamos alguns doces e fomos nos sentar. - O que foi aquilo, Liz? - perguntou Sophia. - Aquilo o que? - respondi, aqueles doces realmente estavam uma delícia. - Você é o Harry? Estavam quase se beijando! Se não fosse por mim, acho que vocês iria se beijar! - falou Sophia, ela parecia chateada ou algo do tipo. - Não foi nada! A gente só estava se olhando! Só isso!- Pensa que eu sou boba? Sorte sua que eu não vou falar para o Rafael! Por que eu tenho quase certeza de que ele também gosta de você!

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- Não penso que você é boba! Só que... Eu não sei! Não sei o que deu! Parecia que não tinha ninguém além de nós. - Já conheço essa história! - falou Sophia, como se tivesse ouvindo de tudo. Dei uma risada e ela também. - Olha, Sophia, eu sei que você gosta dele! E... Ela me interrompeu. - Eu acho ele bonito e tal, mais se ele não gosta de mim e sim de outra garota o que eu vou fazer?! - Entendi. - Liz! - procurei ao redor para ver quem me chamava. Era Rafael. - Liz... Vem aqui, quero te mostrar uma coisa. Ele pegou minha mão e me levou para fora do salão. A gente foi para um jardim, o jardim estava todo decorado com flores, uma mais linda que a outra, no meio, tinha um gazebo. Ele me levou até o gazebo, - que fofo, ele até colocou música para a gente dançar e começou a me conduzir para dançar.- Você sabia que está muito linda! - fiquei vermelha.

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- Sim! E você também está muito bonito! - estava olhando fixo em seus olhos cor de mel e ele nos meus. Ficamos dançando um bom tempo. Nossos rostos foram se aproximando até nossos lábios se encontrarem.***O final de semana foi muito tranquilo, sábado, minha mãe e eu fomos ao parque de diversões e domingo fui ao cinema assistir Uma noite no museu 3 com a Laís e a Sophia.Cheguei na escola e fui ao encontro de Laís. - Laís, você está namorando? - perguntei Ela me olhou com uma cara, como: "tu não sabe?" não só ela fez essa cara como a Sophia também fez. - Eu estou! Você não viu no Facebook? - Vi, mais não acreditei! Meu pai! Você está namorando! - fiz até uma dancinha. - Shiu! Eu e Taylor queremos manter segredo! - Porque? - Achamos melhor assim! Os outros não precisam ficar sabendo, ainda! A gente ainda não sabe se é oficial! - Ah … tá…

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O sinal tocou, hora da aula. - Então vamos para a aula! Na hora do recreio, fui à lachonete, peguei um sanduíche de mortadela e um refrigerante. Em seguida, encontrei as meninas.- Oi, Liz e meninas! - Oi, Rafael! - Eu vou dar uma festa na piscina, gostaria de saber se vocês não querem ir – disse Rafael.- Claro que queremos! - nós quatro respondemos juntas. - Ótimo! Laís, sei que você está "namorando", se quer saber, ele vai estar lá! - Mais como você... - falou Laís, toda preocupada. Rafael a interrompeu. - Tudo mundo viu vocês juntos no baile! - Hummm! - A festa vai ser dia 6, às 13h!Todas nós assentimos com a cabeça. O sinal tocou. - Tenho aula de matemática e não peguei meu material. Vou lá, já volto! - Vou com você! - disse Rafael, vindo atrás de mim.

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Estava pegando meu material, quando Rafael decide quebrar o silêncio.- Você gosta do Harry? - ele perguntou, olhando para o chão.

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Capítulo 10

- Como assim? - estava em choque com sua pergunta.

- Mais do que um amigo? - ele continuava olhando para o chão.

Pensei em uma resposta. - Eu acho o Harry um boa amigo, mais não tenho certeza se gosto dele. Não sei! Ele é legal e tal! Bom, tenho que ir para aula de matemática!

Quando fui dar um beijo em sua bochecha ele virou o rosto e acabei dando em sua boca. Fiquei envergonhada. Dei tchau pra ele e fui para aula.

***

Depois da aula, Rafael veio ao meu encontro.

- Liz...Você gostaria de sair comigo? - ele parecia nervoso.

- Sim! Aonde você gostaria de ir? - também estava nervosa, mais não queria demostrar isso.

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- Gostaria de te levar a um restaurante! Quinta te pego na sua casa às 19h!

- Ok! - respondi confiante – agora tenho que fazer um negócio, já volto.

Fui atrás de Laís e Sophia. As encontrei saindo do banheiro.

- Gente! Tenho uma novidade! - disse a elas com emoção.

- Fala logo! - disse Sophia.

- Vamos ao banheiro, lá é mais "privado"! - disse Laís. Todas nós demos uma risadinha e entramos no banheiro.

- Agora fala! - dessa vez foi Laís.

- Bom... O Rafael me chamou para sair!

- Oh meu Deus! - disse Sophia. As duas estavam boquiaberta.

- Ele te chamou para um encontro! - disse Laís.66

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Assenti com a cabeça toda feliz.

- Meninas, eu também tenho uma novidade! - disse Sophia.

Eu e a Laís olhamos para ela na expectativa do que ela iria nos dizer.

- O Harry me chamou para sair, também! - ela disse com tanta animação. Eu senti um negócio estranho, como se eu não tivesse gostado.

- Que legal, Sophia! - por fim falei, tentando parecer animada. Mas por que estava sentindo aquilo? Será que eu gostava do Harry?

Hoje, na psicóloga, foi tranquilo, conversamos numa boa. Quando terminou a sessão, percebi que meu celular estava tocando.

- Alô! - falei. Era meu pai.

- Oi, filha! Tudo bem?

- Tudo sim, pai, e você?67

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- Muito bem! Tenho uma coisa para te contar.

- Pode falar.

- Estou indo para Los Angeles.

- Que bom pai. Não vejo a hora de te ver! - eu estava bem feliz, tinha uma saudade enorme dentro de mim, queria tanto brincar com ele.

- É filha, também não vejo a hora de te vê! Eu vou essa quinta, já falei com sua mãe e quando chegar vou te buscar!

Vish... Quinta eu tenho o encontro.

- Pai... Quinta eu tenho compromisso, você não pode me pegar sexta?

- Pode ser! Filha, eu só queria saber se você está bem, agora tenho que voltar a trabalhar! Fica com Deus! Te amo!

- Também te amo, pai! - respondi. Nessa hora me deu uma saudade dele...

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***

Quinta chegou e já era 17h30m. Fui tomar banho.

Coloquei um vestido branco e um cinto azul. Calcei uma sapatilha também azul. Fiz uma maquiagem bem simples e coloquei um colar e uns brincos simples, deixei meus cabelos soltos. Fui para frente de casa esperar Rafael. Escutei uma buzina e percebi que era ele, me despedi de todos e sair.

- Oi!

- Oi! - respondi de volta. - Tirou carta?

- Sim e meu pai emprestou o carro.

- Que legal! Pra onde vamos? - falei animada.

- Surpresa.

A gente foi para um restaurante bem chique, com mesas ao ar livre. Não me lembro o nome do restaurante, era nome esquisito.

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- Bom... Esse é o restaurante da minha família! Meus parentes são italianos, então quis te trazer aqui.

- Ah não! Sem problema! Que lindo que é esse restaurante. - estava impressionada.

Fui seguindo ele até uma mesa. Ele puxou a cadeira para eu sentar e se sentou na minha frente.

- Então, o que vai querer beber?

- Pode ser um refrigerante!

- E para comer? - ele estava olhando no cardápio. - Eu já sei e você? - me entregou o cardápio. Quanta coisa gostosa! acabei decidindo por pedir um macarrão alho e óleo.

- Me conta sobre você! - ele quebrou o silêncio.

- Bom... Eu sou Liz, uma menina de Los Angeles e bem normal. - ele deu uma risada.

- E você?

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- Sou jogador de basquete, sou de Los Angeles.

- dei uma risada.

- e bom... Acho que de mais interessante é que estou afim de uma pessoa da escola!

- dei um sorriso, meio envergonhada.

- Ah é! Bom... Me diz o nome dela, talvez eu fale com ela e posso perguntar se ela gosta de você! - claro, fiquei morrendo de vergonha mais entrei na "brincadeira". Ele também deu uma risada.

Nossa comida chegou. Estava uma delícia.

- Isso é muito bom! - falei.

- Que bom que gostou!

- dei uma risadinha.

Quando acabamos de comer, nos levantamos e ele me disse que queria me mostrar um jardim que tinha ali.

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Realmente o jardim era lindo, cheio de flores e tinha uns bancos e uma mini cachoeira com uma ponte.

- Que lindo que é aqui! - eu fiquei boquiaberta.

- Também acho! Gosto de vir aqui, é sempre calmo e fresco - nós dois demos uma risada.

- E... Liz?

- Sim! - falei olhando para ele. Percebi que ele estava se aproximando de mim. Quando fui me virar, acabei me perdendo em seus olhos, fomos nós aproximando e acabamos nos beijando.

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Capítulo 11

Olhei para ele. Estava envergonhado, como eu. Ele abriu a boca mais não falou nada.

- Tudo bem... - falei.

- Eu sei que você gosta do Harry e ele de você. Nem sei por que eu te convidei para sair.

- Não, não! Que horas eu disse que gosto dele?

- Quando eu te perguntei, você disse que não sabia, então há 50% de chance.

- Eu poderia estar até começando a gostar dele, mais te conheci - estava morrendo de vergonha.

- Vamos... Vou te levar, já tá ficando tarde.

Formos para o carro. O caminho inteiro não falamos nada, estava um silêncio desconcertante.

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- Chegamos. Está entregue.

- Obrigada, Rafael! O jantar foi muito bom, estava uma delícia!- e pensei comigo " a parte do jardim também foi boa", mais óbvio que eu não ia falar.

Dei um beijo em sua bochecha.

- Até amanhã! - eu disse, enquanto abria o portão.

***

No caminho da escola, estava vasculhando o jornal online da escola, quando vejo uma foto minha e do Rafael nos beijando, levanto para ler o texto: "Cupido da escola revela o grande amor, todas as meninas não esperavam essa resposta, mas... Ontem, Rafael e Liz foram flagrados se beijando, mas… gente... Liz não estava ficando com Harry? Essa história não está muito bem esclarecida."

Eu não estava acreditando, me flagraram com Rafael, nosso momento de "privacidade" nem sequer tivemos, mas quem será que estava lá para tirar foto nossa?

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Me despedi da minha mãe, eu tinha que fazer alguma coisa, - mais Liz, se toca, ninguém sabe quem é esse cupido da escola - enquanto eu passava pelos corredores eu escutava alguns sussurros como "Aí Liz! Tá podendo! " ou" Continua assim! "e" Você vai ficar com o Harry ou com o Rafael? Por que eles não são seus! ". Até que encontrei Sophia e Laís.

- Gente... Vocês viram o negócio no jornal online? - perguntei.

- Vimos sim! Liz, você beijou o Rafael! - falou Sophia com ânimo.

- É, beijei! Mais quem nos flagrou?

- Também me pergunto, Liz! Quem?

Percebi que alguém se aproximava, olhei para trás para saber quem era. Rafael.

- Você falou para alguém aonde vocês poderiam ir? - perguntou Laís, ela é boa em desvendar "mistérios".

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- Pelo que eu me lembre, falei para o pessoal do basquete e... A eu me lembro que a Melissa queria me convidar para uma "festa" mais eu disse que já tinha compromisso e ela perguntou aonde eu ia e eu falei.

- Será que a Melissa é o cupido da escola?

- Não sei! - respondi pensativa.

Depois de um tempo Rafael me puxa para um canto.

- Mais não tem problema ninguém saber que estamos ficando, tem?

- Vocês tão ficando? – indagou Harry.

- Harry, quanto tempo! Como você está? - falei animada, fazia tempo que eu não falava com ele.

- Estou... E você, Vejo que está! - ele olha para Rafael.

- HARRY! - essa foi Sophia que pulou nos braços dele. Harry tirou seus braços, deu um último olhar para mim e saiu. Ia sair atrás dele, mas Rafael me segurou.

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- Por que você vai atrás dele?

- Por que ele é meu amigo!

Rafael me soltou, fui atrás dele, mas ele sumiu, não o vi em nenhum lugar e o sinal havia tocado pra começar a aula, fui rumo a sala.

Depois da aula Rafael veio falar comigo.

- Você está... Bom, ficando comigo, é oficial que você está ficando comigo?

Ele estava tão fofo.

- Por que não? - falei encarando ele, minha mãe chegou bem na hora. - Tenho que ir, até! - quando fui dar-lhe um beijo na bochecha ele virou o rosto fazendo com que eu beijasse sua boca.

Fiquei a tarde inteira falando com o Rafael pelo Facebook.

- Filha... Telefone para você. - minha mãe me entregou o telefone.

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- Quem é? - falei sussurrando, mais já era tarde, ela já havia saído do quarto.

- Alô! Quem fala? - perguntei.

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Capítulo 12

- Seu pai! - Haa... Oi pai! Tudo bem? - Tudo sim! Posso ir te buscar? Eu tinha me esquecido de que havia combinado pra sair com meu pai. - Pai, eu sou vou pegar umas roupas e quando eu estiver pronta te mando mensagem. - Ok! Avisei ao Rafael que já já eu voltava a falar com ele. Peguei umas roupas e alguns acessórios, mandei mensagem para meu pai e fui lá pra frente de casa esperar ele. Logo em seguida escutei uma buzina, me despedi de todos e sai. - Oi! – falei, entrando no carro. - Oi mocinha! Tudo bem? - Tudo e você? - Bem!

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Ele ligou o carro e fomos a caminho da casa da minha vó. Enquanto isso, eu continuei conversando com o Rafael. - Quem é esse aí? - Um amigo. - Tendi. Chegamos na casa da minha avó. - Oi vó! Tudo bem? - Oi sua fedida! Tudo sim e você? - ela sempre brincava de me chamar assim. - Bem. *** Sábado fui ao cinema com meu pai e assistimos Caminhos da floresta, muito legal o filme. Depois a gente foi comer pizza. Enquanto estava comendo, percebi que meu celular estava tocando. Era Rafael. - Oi! - atendi meu telefone. - Oi! Você está ocupada? - Estou! Esta tudo bem? - Está, só que queria te ver.

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- Eu estou com meu pai! Também queria sair com você! Depois de conversarmos um tempinho, eu disse: - Vou falar com meu pai pra ver se a gente não pode sair amanhã à noite, daí você já me deixa em casa! - Boa idéia! - Te dou a resposta o mais rápido possível! Beijo! Até mais! - Até! - Quem era, filha? - meu pai, curioso. - Meu amigo! - E o que ele queria? - meu pai disse isso olhando para pizza, que raiva eu tinha disso, parecia que ele estava com medo de me encarar. - Ele queria sair comigo! - falei, também, olhando para a minha pizza. - E você, o que disse? - Disse que estava com você! - dei um tempinho - Eu poderia sair com ele amanhã à noite? Daí ele já me deixa em casa! - Pode, mais quando você chegar em casa me liga! - Ok! Obrigada paizinho! - mandei um beijo para ele. Domingo fiquei em casa e já tinha avisado o Rafael de que a gente sairia.

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Chegou a hora, já estava pronta, expliquei o caminho para o Rafael e, pouco tempo depois, escutei a buzina do carro na porta. Me despedi de todos e fui. - Oi! Tudo bem? - já havia entrado no carro. - Ótimo! E você? - ele fez um sorriso, olhando para frente. Paramos em um cruzamento que "dava pra ler um livro", quando abriu o sinal, Rafael pisou fundo no acelerador. Enquanto atravessávamos o cruzamento, eu percebi uma luz cada vez mais forte vindo à nossa esquerda.

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Capítulo 13

- Cadê minha filha?! Eu quero ver minha filha! - escutei minha mãe gritando.

Olho ao redor e percebo que estou em um hospital, mais como?

- O que aconteceu? – enfim, pergunto para um enfermeiro.

- Você e seu namorado sofreram um acidente! - ele respondeu calmamente – espere ai, namorado?

- E cadê minha mãe?

Escutei ela gritando!

- Ela está um pouco desesperada! Já já vocês vão se vê!

Assenti com a cabeça, queria ver ela e saber se Rafael estava bem!

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- Filha... Você está bem? - chegou minha mãe me tirando de meus pensamentos.

- Oi mãe! Estou bem e você? - falei calma. - Mãe... e o Rafael? - ela veio até mim.

- Ele... Está bem! Só terá que ficar um pouco mais no hospital! - Ela falou baixo.

- O quê? - perguntei, desesperada.

- Filha, acalma-se! O médico disse que ele vai ficar bem, os pais deles estão aqui! E já descobriram o que levou a acontecer no acidente.

Percebi que ela queria mudar de assunto.

- Mãe... - queria ver se ela falava do Rafael, mais já tinha percebido que não, então perguntei. - E o que houve?

- O caminhão, ele perdeu o controle, sorte que quando ele viu vocês ele conseguiu dar uma freada, mais foi por pouco, senão você estaria pior.

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Não aguentava mais, quando fui tentar me levantar, não sentia a perna direita e estava doendo.

- Aí! Minha perna! - falei.

- Fliha, cuidado!

Ela me ajudou a deitar novamente.

- O que aconteceu com a minha perna? – falei, me deitando.

- Você quebrou o pé e danificou alguns ligamentos! Mas ela vai se recuperar logo!

- E o Rafael? O que houve com ele?

- Filha... Já vi que você não vai sossegar até saber! Bom... Ele está em coma!

Comecei a chorar, nem sabia o que dizer, não acreditava no que eu acabara de ouvir.

- Calma! Ele vai ficar bem! Depois você vai lá ver ele!

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- Senhora, o pai da paciente gostaria de falar com ela, a sós! - falou a enfermeira.

- A sim! Já volto! - ela me deu um beijo e se retirou. Eu ainda chorava.

- Filha? Oh não! Você está bem? Por que está chorando?

- Não estou bem, não pai! O Rafael está... - e voltei a chorar.

- Oh minha pequena! Fica assim não, ele vai ficar bem! - ele estava do meu lado e me abraçou.

Tiveram que me dar um calmante, pois já estava chegando a hora do jantar e eu ainda estava chorando. Eu não estava com muita fome e além disso a comida não estava muito saborosa, quase não comi. Depois fui dormir e nessa noite eu sonhei:

Estava em um cemitério, vestida de preto e, logo à minha frente, havia um grupo de pessoas. Aproximo deles para ver o que está acontecendo e vejo que estão enterrando uma pessoa.

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- Quem estão enterrando? - pergunto para a pessoa ao lado. - Rafael, filho do... O ignorei e fui em direção ao túmulo. - Meu amor! Não... Rafael, volta! - já estava chorando, eu gritava, tentei me jogar pra dentro, mas alguém me segurou e me afastou do lugar. Quando eu olho pra ver quem era, Harry. O encaro.

Acordei toda suada.

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Capítulo 14

Tentei voltar a dormir, mais não consegui, só pensava no sonho, será que Rafael iria morrer? Não, tinha que pensar positivo, ele vai viver, vai! Acabei dormindo. - Filha... Acorde! Acorde! - Mãe? - Sim? - Você tem visita! - Ela disse e logo em seguida apareceu a Laís, Sophia e o Harry. Mamãe se retirou. - Oiii!! Você está bem, Liz? - perguntou Sophia, como sempre exagerada nas coisas, mais eu gostava disso nela. - Estou sim, bom... fisicamente sim, mas... E você? – perguntei, tentando espantar a tristeza. - Hey - alguém tinha me cutucado - Você não se preocupa com a gente não? – disse Laís. Dei uma risada. - Claro que me preocupo, mas... Ah… deixa pra lá! - Amiga... Você não está bem psicologicamente? - perguntou Sophia meu triste. - É! - percebi que Harry estava quieto.

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- Mas por quê? - perguntou Laís curiosa, percebi que a Sophia deu uma cutuvelada nela - Aí me segurei pra não rir. - Oi pra você também, Harry! - eu falei irônica. - Oi! - ele sussurrou. - O que há com ele? - eu sussurrei para as meninas. - Ele não está muito bem! A avó dele também está internada e... Pelo visto ele não está nada contente, descobriu que sua pa... - Oi Liz! Tudo bem com você? Ah!... Vejo que você já está melhor! - disse a enfermeira interrompendo a Sophia. - É... Estou bem melhor... fisicamente. - essa última parte eu sussurrei. Eu já não sentia muita dor na perna. - Que bom! - era a enfermeira Amanda, ela era sempre alegre. Gostava disso nela. A enfermeira me entregou um remédio e logo se retirou. - Continua. - falei pra Sophia. - Bom... Ele só não está em um dia muito agradável. - Ela disse e olhou para ele que estava com os cotovelos apoiados no joelho, a cabeça apoiada nas mão, olhando para o chão. - É... Ninguém gosta de ter um dia desagradável. - falei.

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- Mais hoje não é um dia desagradável! A gente veio te ajudar! - falou a Laís toda alegre. - Me ajudar em que? - A gente queria fazer uma surpresa! Você ganhou alta! Gostaríamos de fazer uma festa, sabe?! Mais não deu, então a gente combinou com sua mãe de vir aqui te pegar e almoçar contigo. - a Laís respondeu.

- Pode ser, então! - dei uma risadinha. Eles me ajudaram arrumar as coisas. Na hora de eu ir pra cadeira de rodas, o Harry me pegou e me colocou na cadeira.

- Obrigada. - ele assentiu, realmente ele não estava em um bom dia. Já estávamos no carro. - Então... Aonde a gente vai? - perguntei curiosa. - Vamos pra sua casa! - disse a Laís que estava atrás de mim. - Só pra você se arrumar. - essa última parte ela sussurrou. Dei uma risada e ela também. Chegando na minha casa, abro a porta, estranho, está tudo... Escuro. Acendo a luz e escuto: - Surpresa!!

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Capítulo 15

Eu fiquei boquiaberta. Tinham preparado uma festa pra mim e tinha até um bolo.

- Surpresa, filha! - minha mãe me deu um beijo na testa.

- Mas por que isso mãe?

- Comemorando que você saiu sã do hospital. - ela falou como se fosse óbvio.

- Ah… tá! - e o Rafael? Não estava a fim de comemorar, mas não queria desapontar minha mãe e meus amigos que preparam tudo com carinho.

Mesmo se eu quisesse me divertir, não conseguia. Não conseguia tirar o Rafael da minha cabeça, ele vai ficar bem, não vai? Sim, ele vai! - Pense positivo.

- Você tem certeza?

- Quem é você? 93

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- Sua consciência.

- Me deixa!

-Hey, você está legal? - apareceu Harry me tirando de meus pensamentos.

- Estou sim, Harry! Obrigada pela preocupação! - falei um pouco desanimada.

- Não... Você também não está legal!

Também? Bom... Ele pelo menos "admitiu" que não está em um dia bom.

- É! Também! - falei olhando para as pessoas dançando no meio da sala que havia transformado em uma pista de dança improvisada.

- O que está te abalando? - Harry perguntou curioso.

- O Rafael.

- Hummm!

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Ele nem me ajudou... Nem me acalmou. Mas acho que ele não está querendo ser um ombro amigo.

- E você? - perguntei me virando.

- Minha avó está internada em estado grave e...

- Sinto muito. – falei, interrompendo ele.

- Obrigado.

A festa terminou lá pelas 17h. Foi até legal.

- Filha... Você gostou? - mamãe estava recolhendo os restos de prato e copo do chão.

- Claro! Aí mãe! Gostaria de poder te ajudar com a limpeza, mas estou presa nessa cadeira IDIOTA! - eu falei brincando e nos duas rimos.

- Sem problemas, filha! Você vai me ajudar se me fizer companhia.

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***

Ir pra escola foi difícil, tive que acordar um pouco mais cedo e minha mãe teve que me levar. Eu ainda não podia andar de muleta, os ligamentos da minha perna estavam um pouco "doloridos", então, era melhor eu ficar na cadeira de rodas.

Na escola, todo mundo me perguntava se eu estava bem e sobre o Rafael. Não quis deixar ninguém preocupado, então eu dizia que ele estava bem. Espero que ele esteja mesmo.

E se ele não estiver?

Você de novo? Sou sua consciência. Sempre estou aqui e só estou te alertando.

Pois pare! Não quero que me alerte ou me preocupe mais ainda!

Vish... Eu devo estar louca! Estou discutindo comigo mesma.

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O resto do dia foi tranquilo, não tinha muito o que fazer e eu não conseguia tirar Rafael da minha cabeça. Estava esperando minha mãe chegar, quando escuto alguém me chamando.

- Liz!! Tenho uma....coisa pra te contar! - Sophia vinha correndo em minha direção.

- Fala. - Ela estava retomando o fôlego.

- Bom... Sabe aquela foto que está você e o Rafael se beijando?

- No Facebook? - Aonde ela queria chegar? Ela sabia que eu estava preocupada com ele e não queria lembrar dele. Pelo menos por um tempo. - E o que tem?

- Lembra que o cupido da escola tinha postado no Facebook?

- Sim.

- Eu descobri quem é o cupido da escola! 97

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Capítulo 16

- Diga logo quem é!! - falei curiosa.

- É... A Melissa! - ela respondeu. Fique boquiaberta.

- Não acredito! Ela nos seguiu até o restaurante e... A gente nem a viu?!?!

- Eu sei amiga! E também sei que você não quer saber do Rafael, mas eu precisava te contar isso. - a Sophia falou um pouco abalada.

- Tudo bem! Agradeço por ter me dito quem é o tal "cupido da escola". Escutei uma buzina, era minha mãe. Me despedi da Sophia que ajudou minha mãe a me colocar no carro.

- Sophia... A gente vai lá visitar o Rafael, gostaria de ir? - minha mãe perguntou. Finalmente a gente vai visitar ele, nem quando eu estava no hospital a gente foi visita-lo.

- Claro, deixa eu só avisar minha mãe!99

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- A gente espera! - minha mãe respondeu.

Depois de uns minutos, ela entrou no carro.

- Minha mãe deixou!

Chegamos no hospital, minha mãe e a Sophia me ajudaram a sair.

- Obrigada. - agradeci a elas.

Minha mãe conversou um pouco com a moça da recepção e logo em seguida fomos pra a sala que Rafael estava. Eu começava a ter esperanças, talvez minha mãe tivesse me levado agora por que ele tinha acordado, ou por que ele estivesse melhor. Entro na sala, vejo uma maca, com alguns aparelhos do lado, uma mesa, em um canto, um banheiro; do lado uma janela, em frente à marca, havia uma televisão. Me aproximei da maca, Rafael estava pálido, tinha uns aparelhos no braço dele - não entendo nada desses negócios de médico - e também tinha um tubo na boca dele.

- Ele não a-acordou? – perguntei, tentando segurar o choro.

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- Infelizmente, não. - minha mãe falou com a voz desanimada e triste por ter feito a péssima escolha de ter me levado.

- Não pode ser! Ele tem... - senti lágrimas em minha bochecha.

- Fica assim não, amiga! Ele vai melhorar.

- Foi idéia minha. Por que eu fui em sair com ele? Por que? Eu devia ter ficado em casa, com meu pai. Nesse exato momento eu e ele estaríamos bem e...

- Não fale uma coisa dessas, Liz! Você não tem culpa! Foi um acidente! Ninguém iria prever isso, ninguém! Você não é a culpada, nem você e nem o Rafael. - minha mãe disse séria e com uma voz firme. Eu admiro isso nela, sempre nos momentos certos ela sabe se manter firme.

- É Liz! Nem Você, nem o Rafael tem culpa. - disse a Sophia.

Me aproximei dele, peguei sua mão que estava fria.

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Gostaria que você estivesse bem. Gostaria?

Eu quero!!Melhoro!

Ah ! me deixa. Você que sabe!

- Vamos, querida? - minha mãe colocou sua mão em meu ombro.

- Vamos - respondi, secando as lágrimas no rosto.

- Ele vai ficar bem! Se Deus quiser! Ele vai ficar bem! - disse a Sophia me ajudando a sair.

Chegando em casa, fui direto para meu quarto, tentei me deitar, mais não tive sucesso. Então, fiquei na cadeira de rodas, mesmo. Acabei me desabando no choro. Por que ele tinha que está em coma? Por quê? Por que ele só não quebrou uma perna? Era melhor do que ficar em coma, não era? Não sei... Só quero que ele melhore. Escutei batidas na porta, enxuguei meu rosto.

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- Pode entrar.

- Quer que eu te ajude a ir pra cama? A se arrumar? - era minha mãe.

- Eu só vou escovar os dentes e daí você me ajuda a ir pra cama.

Fui para o banheiro, escovei meus dentes, minha mãe me ajudou a ir pra cama, logo meus pensamentos se perderam em Rafael. Será mesmo que ele vai ficar bem? Vai sim... Pense positivo, Liz. E o Harry? Por que será que ele estava assim, não falava comigo, nem dava "Oi", parece que eu nem existia mais pra ele. Amanhã vou falar com ele. Acabei adormecendo com meus pensamentos.

- Filha... Acorde! Acorde! - minha mãe me balançava.

- Mãe... É sábado! Por favor!

- Você tem visita, ande, levante!

- Quem é? - eu já tinha acordado, mais estava de costas pra ela.

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- Levante e você irá descobrir.

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Capítulo 17

- Ok, mãe! Já estou..."tentando" me levantar. - falei tentando me sentar na cadeira.

- Deixa de ser boba, a pessoa virá aqui no seu quarto. Só coloque uma blusa, espere aí, vou pegar. - ela foi na minha cômoda e me deu uma camiseta simples.

- Já vou chamar a visita. - depois de uns minutos, advinha? Era só a Laís, só minha mãe mesmo, nem precisava colocar uma blusa.

- Liz... Que saudade!! Você está bem? - Laís me deu um abraço e se sentou na cadeira da minha mesa.

- Estou... E você? - falei um pouco desanimada.

- Estou sim! Quanto desanimo!

- Não é nada. Conta as suas novidades!

- Bom... Já vai fazer 7 meses que eu e o Taylor estamos namorando...

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- Sério? Que legal amiga... - ela tinha que falar em meninos, se o Rafael estivesse "acordado", nós poderíamos estar juntos, sei lá, mas …, eu não sei, só quero saber se ele está bem.

-... E daí… meus pais voltaram a se falar, mais será que eles se reconciliaram?

- Oi? - falei confusa.

- Tu escutou o que eu disse? - ela levantou uma sobrancelha.

- Hein? Ah... Não, não, desculpe estava no mundo da lua, sabe?!

- Sei... Mais que mundo da lua é esse? - ela falou levantando a sobrancelha.

Soltei uma risada e ela também.

- Não irei falar. Bom...

Ela me interrompeu.

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- Você vai me dizer, sim! Anda, fala! - ela veio até mim e me fez cócegas.

- Para... PARA! - eu gritava.

Escutei a porta abrir e logo em seguida :

- Eiii... Está tudo bem, por aqui?

- NÃO ESTÁ! - falei gritando, Laís ainda não parou de me fazer cócegas, ela fazia em tudo lugar, na barriga, em baixo dos braços, no pescoço, etc.

- Perai! - só senti a cosquinha piorar.

- Para... Eu não tenho a... Mesma... Sorte.... Que vocês!! - Eu disse.

- Como assim? - as cosquinhas pararam e percebi que Harry estava ali.

- Oras... Vocês podem sair andando, não tem um pé quebrado. - falei como se fosse óbvio.

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- Ah… tá! - disseram os dois juntos. Em seguida caímos na gargalhada.

Escutei alguém bater na porta.

- Pode entrar. - falei, praticamente eu gritei.

Minha mãe entrou com biscoitos e limonadas e um copo d'água.

- Seu remédio - ela me disse dando um comprimido e o copo d'água. - Limonada e... Bom, qualquer coisa me chamem.

- Ok Dona Isabel! – eu disse, mandando ela ir embora.

Tomei meu comprimido e depois peguei uns biscoitos.

- Já volto. - disse a Laís indo ao banheiro do meu quarto.

- Então... Olha, da última vez que nos vimos eu não estava triste só por causa da minha avó...

- Ah não, tudo bem. Não precisa dar explicações. - falei.

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- Não, eu tenho que te dizer o que eu sinto.

- Harry... Eu sei que nós precisamos conversar, mais eu não estou a fim de falar sobre isso agora. - eu gostaria até de falar, mais a Laís estava ali e também não estava muito afim. - E outra, a Laís está logo ali, assim, outro dia a gente conversa sobre isso, tudo bem? - ele assentiu com a cabeça. Laís saiu do banheiro e se sentou.

- Hey... Vamos fazer algo! Já sei, pra animar, vou colocar uma música. - ela se levantou e ligou o rádio, colocou uma música do AC-DC Back in Black.

Depois do almoço a gente foi a uma praça.

Escutamos um toque de celular, era o da Laís.

- Só um minuto. - ela se levanta e vai para um canto.

- Eu realmente preciso te dizer o que eu sinto. Liz você me...

- Harry... Olha, ainda não é o momento certo, sério, me desculpe, mais eu não estou bem no momento e você vem falar de... Sei lá, essas coisas me faz lembrar o... –

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eu o tinha interrompido, olhei para as crianças que brincavam - Rafael - essa última parte sussurrei, espero que ele não tenha escutado.

- Eu até te entendo, mas... Ah! Se eu não posso te contar, então terei que esperar o Rafael sair do hospital e.. - ele se levantou e ficou andando de um lado para o outro.

- Não necessariamente sair e sim melhorar - falei.

- Que seja, só pra eu poder te contar o que eu sinto? Acho que já te perdi.

- Eii... Você não me perdeu, estou aqui, em carne e osso.

- Não assim, Liz! Sim... Você está aqui, mas... ah!… deixa pra lá. Mas... Me diz uma coisa - assenti com a cabeça - Você... Você gosta muito do Rafael, a ponto de até ser n-namorada dele?

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Capítulo 18

Fiquei encarando seus olhos verdes e ele também ficou me encarando, quando eu ia abrir a boca pra falar…

- Então gente, minha mãe me ligou e eu vou ter que ir!! Tô atrapalhado?

Tirei o olhar dos olhos verdes de Harry.

- Não... Que pena! A gente marca outro dia? – falei, olhando para ela.

- Claro, você ultimamente está muito depré!! Sorte tua que tem essa amiga maravilhosa que te anima!! - dei uma risada e Harry e Laís também riram.

- Tenho sorte mesmo!!

- Tem... - demos uma risada, nos despedimos e ela se foi, deixando eu e Harry, ali, sozinhos, por que ela tinha que ir embora? Agora eu vou ter que responde-lo!

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- Então? Você gosta dele? - Harry estava olhando para o chão.

- Harry... Eu gosto do Rafael e muito...- ele abaixou a cabeça - Mas também gosto de você - falei, passando a mão em seu ombro. Ele levantou o rosto e abriu um sorriso.

- Vamos, já tá ficando tarde! - acho que ele ficou feliz pela minha resposta, ele foi me levando e, quando chegamos em casa, percebo que minha mãe estava, podemos dizer… estava animada.

- O que aconteceu, mãe? - perguntei curiosa. Ela me olhou com um olhar que parecia estar alegre.

- Filha... Vamos pro hospital.

- Fazer o que lá?

- O médico me ligou e disse que tem que falar com você.

Fomos em direção ao carro, Harry me ajudou a entrar e foi com a gente. Chegando lá, minha mãe fala com a

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recepção e levaram a gente até uma sala. Eu acabei entrando sozinha, mais quando eu entro, advinha quem eu vejo? Se você disse Rafael, está completa de razão. Eu não acredito, ele acordou. Fui me aproximando, ele ainda estava pálido, senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha.

- Quem é você? - ele fala, com uma voz fraca.

- Não se lembra de mim?! - estranhei.

- Seria a enfermeira?

- Rafael?! Você não se lembra de mim?! - falei colocando minha mão na boca.

- Eu deveria?

Senti meus olhos se encherem de lágrimas. Não acredito, ele esqueceu de mim!?! Sai do quarto o mais rápido possível.

- O que houve filha? - minha mãe pergunta vindo pra perto de mim.

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- Você não sabia? O Rafael... Ele não se lembra de mim. - falei, estava chorando sem parar.

- Como assim, filha? O médico disse que ele estava... - o celular da minha mãe tocou, ela foi para um canto.

- Eu sinto muito! - por fim, Harry disse.

- Eu não deveria ter combinado de sair com ele! Não devia! Foi culpa minha, culpa minha! Ele... – eu estava chorando sme parar.

- Eii... - fala Harry, ficando na minha frente e limpando as minha lágrimas. - Não foi culpa sua, isso acontece! Acidentes acontecem!

Continuei chorando. Ele me abraçou.

- A mãe do Rafael me ligou! Ela disse que o Rafael sofreu amnésia, perda de memória! - minha mãe me abraçou.

Chegamos em casa e fui direto para meu quarto, por sorte, consegui deitar na cama. O Rafael não lembra de mim! O que... Arr... Logo acabei adormecendo.

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"Chegou a hora, ja estava pronta, expliquei o caminho para o Rafael e escutei a buzina do carro. Me despedi de todos e fui.

- Oi! Tudo bem? - já havia entrado no carro.

- Ótimo! E você? - ele fez um sorriso, olhando pra frente.

Paramos em um cruzamento que "dava pra ler um livro", quando o sinal abriu, Rafael pisou fundo no acelerador, enquanto atravessavamos o cruzamento, eu percebi que havia uma luz cada vez mais forte vindo na nossa esquerda. "Acordei toda suada. Foi só um sonho. Só um sonho. Me acalmei e tentei ir dormir, mais ainda pensava em Rafael. E vários "e se?" apareciam na minha cabeça. E se ele não recuperar a memória? E se ele nunca mais se lembrar de mim?

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Capítulo 19

Quando acordei, consegui me colocar na cadeira de rodas e fui pra cozinha. E sabe quem estava lá? RAFAEL. - Mãe... O que ele está fazendo aqui? – perguntei, apontando para o Rafael e olhando para ela. - A mãe dele disse que o médico disse a ela que - minha mãe deu uma risada e foi me servindo o café - para ele recuperar as lembranças mais rápido é bom ele voltar à rotina dele e conversar com as pessoas que ele convivia e das quais não se lembra agora. - Hummm... Então tá! - falei, peguei um pão e passei manteiga. - Oi, né?! - Rafael falou, pegando a geléia para passar na bolacha. - Oi. - falei, seca. Não estava a fim de falar com ele, não estava afim de ver ele. Depois que eu comi, e estava muito bom meu café da manhã, fui para meu quarto. E logo em seguida Rafael apareceu lá. - Engraçado – disse ele me ajudando a sentar na cama. - O que é engraçado? - perguntei seca, ainda sim, não queria falar com ele.

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- Eu não consegui me lembrar de você! A gente era o que? Amigos? Namorandos? - ele se sentou na cadeira da minha escrivaninha. - Namorados? - dei uma risada - Não, você, bom... A gente estava ficando. - Por que achou estranha a minha pergunta? - Não sei... Olha, eu não sou assim! Só estou com raiva de tudo isso. - Mais não precisa ficar! Eu estava falando com sua mãe e ela disse que você estava preocupada comigo, não precisav... - Precisava sim! Para mim, você é meu amigo. E é claro que vou ficar preocupada. Você estava em coma, não tem medo de isso acontecer de novo? - o imterrompi. - Não tenho! Isso foi um acident... - A gente podia ter evitado. Evitado você de ter ficado em coma, evitado de eu ter quebrado o pé, evitando de você ter perdido a memór... - Pare - ele me interrompeu - foi um acidente, acidentes acontecem, acontecem. Isso não vai acontecer de novo e eu vou recuperar a memória e seu pé vai melhorar. Senti uma lágrima correr em meu rosto e logo sinto outras, passo a mão rapidamente.

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- Como que nos conhecemos? - Na escola. - me deitei ficando de costas para ele. - Hummm... E como foi que descobrirmos sobre eu e você? - depois de escutar essas palavras, senti várias lágrimas escorrerem pelo meu rosto. As limpei. - Então? Você está bem? - Não estou bem, não! Será que você poderia me dar licença? Eu ainda não... Arrh! Por favor, Rafael, amanhã na escola a gente conversa, ok?! - Desculpe, não queria te... Ok, a gente conversa amanhã. Vou indo, tchau. - Tchau. - sussurrei e desabei em lágrimas.

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Capítulo 20

Me arrumei, por incrível que pareça, consegui me trocar sozinha. Tomei meu café e minha mãe me levou para escola. Lá, advinha?! O Rafael estava conversando com a Melissa, Nanda, Tais, Rafaela e a Diana. Meu... Ele é rápido, não? Mais não estava só ele, tinha outros meninos da sala, como o Gabriel, Lucas, Thomas, Jace e o Miguel. Fui em direção das meninas, Laís e a Sophia. - Oi!! - disse Laís me dando um abraço. - Tudo bem? - Oi! Nem um pouco, - falei olhando para o Rafael - e vocês? - A não! Amiga minha nenhuma vai ficar sofrendo por menino! Desencana! Já já ele lembra de você! - disse Sophia, me dando um abraço de urso. - É… - solto um suspiro e olho de novo para o Rafael, que percebo que está me olhando. Fico meio sem jeito e olho para as meninas - Gente... O Rafael tá olhando, aqui? - a Sophia deu uma virada. - Tá amiga! - E tá vindo aqui! A gente vai lá no banheiro! - disse a Laís.

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- Não - falei tentando puxá-las e segurá-las alí - Não me deixem aqui...! Elas me olharam e a Laís mandou um beijinho, sua chata!! - Oi! - disse Rafael, meio tímido, estranho, não?! - Oi! - falei me endireitando. - Bom... Para eu lembrar mais fácil de você a gente podia ir fazer algo, o que acha? - Só acho que com essa cadeira de rodas vai ser um pouco mais difícil, mais pode ser na quarta a noite? - A cadeira de rodas não é um problema. Mas... Claro, te pego umas 17h30m, pode ser? - Sim. Ele me deu um beijo e foi na bochecha e voltou a falar com seus amigos. Fui atrás das meninas, mas o sinal tocou para o inicio da aula e fui para a sala. As encontrei lá.*** A aula passou rápido. Cheguei em casa e estava morrendo de fome. O almoço estava muito bom, era frango empanado, muito bom. Depois, quando fui para o meu quarto, escuto meu celular tocando. O pego e atendo.

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- Alô! Quem é? - Alô... Aqui é o seu pai, Liz! Tudo bem?-Tudo e você? Nem percebi! - dei uma risada.-Tudo bem! Bom... Eu poderia ir te pegar?, tenho que falar com você.-Ahm... Pode! Vou avisar minha mãe! Já tô esperando. -Ok! Já já tô aí. Mando mensagem no whattsap para minha mãe e vou lá pra frente de casa esperar meu pai. Ele me ajudou a entrar no carro e tal. Chegando lá na casa dele, ele começa a falar : - Bom... Não sei se você lembra, antes de eu e sua mãe nos separamos, eu tinha te dito que queria mudar de país. - Sim, lembro! - falo. Tanto que foi um dos motivos da separação. E consciência, sai de mim. Não dá, sou SUA consciência. Me dá um tempo, então. Como você quiser. - Então, eu estava resolvendo isso, assim, eu consegui o visto e tudo... O interrompi. - Então... espera aí, quer dizer que você vai para o Canadá?! – perguntei, levantando uma sobrancelha. - Sim.

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Fiquei sem palavras, ele me explicava algumas coisas, mas eu nem estava prestando atenção, olhava para o teto, para o chão. Meu pai era o que mais me entendia, ele tem seus defeitos, como todas as pessoas, mas ele e eu sempre fomos mais ligados, minha mãe e eu ficamos mais ligadas depois do divórcio, mas, ainda sim, os amo da mesma forma e muito. -...e se der certo você também poderá ir lá, o seu visto acaba sendo mais fácil e tal. - Que bom, pai! Pelo menos você vai realizar seu sonho! - falei e forcei um sorriso, no fundo estava feliz por ele, mais também estava triste em perder ainda mais a convivência que eu tinha com ele. Depois, a vó Daniela fez a janta que estava uma delícia. Após o jantar, meu pai me levou embora, me despedi dele e fui me arrumar para dormir. "Estou em um jardim, estava havendo um evento - ou já teria acontecido? - importante, pois várias pessoas estavam com roupas elegantes, estavam bem vestidas. Reparo que estou com um vestido azul marinho, simples, e bem delicado. Reparo que um garçom passa por mim e lhe peço informação. - Eii, garçom! - Pois não senhorita. - o garçom fala, simpático.

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- Poderia me dizer onde estou? - ele dá uma risadinha. - Está no casamento da Sra. BlackBerry. - Como? – falo, fazendo uma careta. - Casamento do Rafael e da Diana. - Rafael? - como é?! - Sim - de repente começa uma música - ali estão eles! – o garcon aponta para um casal bem na porta se beijando. "

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Capítulo 21

Na aula, eu não conseguia tirar aquele sonho da minha cabeça. Por que eu sonhei aquilo? Além disso, minha mãe me disse que enfim íamos ao médico para ver se eu já podia tirar o gesso. Fiquei torcendo para que tirasse. Também estou anciosa porque amanhã eu vou sair com o Rafael, quero só ver, vou estar horrível, mas tudo bem.*** De tarde, como falei, eu e minha mãe fomos no médico. - Liz Merone. - a enfermeira me chamou e minha mãe e eu entramos na sala e depois eu tirei o gesso - aí que gostoso poder tirar aquele negócio, estava me incomodando muito, tive que fazer raio X e depois coloquei só aquela bota e eu não preciso mais da cadeira de rodas, eba!!!!!*** Estava nervosa para sair com o Rafael, a relação entre eu e ele ficou estranha, eu não sei, mais ficou estranha. Enfim, coloquei um short preto e um cropped de renda (foto no início do capítulo), coloquei uma campana laranja

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e só passei um rimel e um batom roxo e deixei meu cabelo solto. Fiquei esperando ele lá na frente de casa e escutei a velha buzina, me despedi de todos. Vi ele saindo do carro. - Oi! - ele me deu um beijo na bochecha, eu entrei no carro e ele fechou a porta. Voltou para o outro lado para entrar também. - Está bonita! E vejo que tirou o gesso - ele falou e ligou o carro. - Obrigada, você também! É, muito melhor assim. - falei tímida, ele estava com uma camisa polo azul marinho, uma calça branca e de all star preto. Eu não perguntei aonde a gente ia por educação e, de certo, ele gostaria de me fazer surpresa. - Não está curiosa para saber aonde a gente vai? - ele falou quebrando o silêncio. - Curiosa estou. – respondi, olhando para ele e dando um sorriso sem mostrar os dentes. - Você vai gostar. - ele deu um sorriso e olhou para frente. - Tá querendo me matar de curiosidade? - falei brincando.

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- Te matar não! Mais quem sabe causar um pequeno infarto? - ele me deu uma olhada de canto.Fiquei boquiaberta, mais sabia que ele estava brincando e nós dois rimos. Quando chegamos, não acreditei que ele está me levando lá. - Reconheceu o local? - ele falou. - Sem dúvidas - ele abriu a porta para que eu saisse do carro e fomos andando para dentro do restaurante. Ele me levou para o restaurante de sua família, o mesmo que me levou no nosso primeiro encontro. Ele havia falado algo com a moça e ela nos levou para uma mesa. - Espere aí, então você já se lembrou de mim? E do nosso primeiro encontro? - Tecnicamente... Não! Do nosso primeiro encontro, lembrei me de pouca coisa, como: que a gente veio aqui, você comeu macarrão alho e óleo, se eu não me engano, e lembro que a gente estava lá no gazebo, fazendo algo de que eu não lembro. - Melhor não lembrar! - falei irônica e rindo. Ele me olhou com um semblante sério. - Disse algo errado? – perguntei, séria. - O que fizemos no gazebo?

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- Ah, não, não, não! Não fizemos nada de mais, eu fui irônica, desculpe se você entendeu errado. - fiquei morrendo de vergonha. Do nada, Rafael começa a rir. - O que foi? - perguntei curiosa. - Eu estou brincando! Mais eu não me lembro do que aconteceu lá, o que foi que houve? - Bom... - fiquei com vergonha de falar aquilo. - Foi nosso primeiro beijo! - falei olhando para o chão. - Eii, precisa ficar com vergonha, não! Eu que tinha que ficar! - Você? Não, não, por que você ficaria com vergonha? - falei confusa. - Por que não me lembro de algo que era importante para nós, mas... - Ei, fica sossegado, isso é normal, você não tem culpa. E outra coisa, sobre aquele dia que você foi lá em casa, me desculpe como te tratei, eu estava com os nervos a solta - o interrompi, dei uma risadinha e o olhei. - Acho que te entendo! Tudo bem! Isso não deve ser fácil para ninguém. - ele disse.- Com certeza! - falei e meu prato e o dele chegou, como ele falou, pediu a mesma coisa que pedimos no nosso primeiro encontro.

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- Está uma delícia. – falei, saboreando. Ele me deu uma olhada e riu. - Por que está rindo? - perguntei. - Vem cá. - ele me chamou para perto, me inclinei e ele passou o guardanapo bem perto da minha boca. Ele ficou observando a minha boca e depois me olhava e vise versa. Estávamos nos reaproximando aos poucos. - Estava sujo. - ele falou, abaixando a cabeça. - Ahm, obrigada. - falei e voltei a comer. E adivinhem, depois a gente foi pro gazebo, estava como antes, cheio de flores. - É impressão minha ou você está querendo refazer o nosso primeiro encontro? - falei e o encarei, enquanto ele estava olhando ao redor. - Tecnicamente... - ele se virou e ficou me olhando, estávamos perto da entrada do gazebo onde tinham várias flores. - Sim, estou querendo refazer o primeiro encontro nosso! - ele foi se aproximando de mim. Naquele momento, eu já imaginava o que ele iria fazer. Ele me encarava e eu o encarava até que ele pegou em minha nuca e uniu nossos lábios. Foi um beijo calmo e carinhoso, como o do primeiro encontro.

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Capítulo 22

No dia seguinte, a aula foi normal. No final da tarde, eu iria à casa do Rafael. Primeira vez que eu iria lá. A casa dele é grande, vermelha e branca, tem um enorme jardim, muito bonita. - Fique à vontade. - Rafael me disse, enquanto abria a porta. - Obrigada. Fomos para a cozinha, onde sua mãe estava preparado um café da tarde. - Oi, tudo bem? - a mãe do Rafael perguntou. - Sim e a senhora? - lhe dei uma beijo na bochecha, como ela mesma fez em mim. - Muito bem! Você é a... - ela fez uma careta, me segurei para não rir. - Liz. - Ah!... sim, Liz, a menina da escola. - ela voltou a fazer o que estava fazendo. Rafael me chamou para ir na direção da escada, assim, fiz. Subimos a escada. Vi que na parede lateral havia fotos do Rafael pequeno e de sua família. Entramos em um corredor. Ele virou para a direita e de

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novo para a direita. Seu quarto era azul marinho, tinha uma cama de casal, cômoda, computador e uma sacada. - Bem vinda ao meu quarto. - ele disse abrindo os braços. - Belo quarto. - sussurei. - O que disse? - ele abriu a sacada e foi prá lá. - Nada. – falei, olhando as inúmeras fotos que havia no quarto dele. - Vem cá - ele me chamou e fui lá pra sacada, que tinha a visão do jardim de traz, ao fundo, um belo por do sol - imaginaram a cena? - Uau! Que linda a visão! - Sabia que ia gostar. - Lembrando de mim? – perguntei, arqueando uma sobrancelha. - Começando. - ele me olhou de canto e deu um sorriso. - Duvido. - Tá me desafiando? - Sim. - Então, depois do que eu fizer, não venha me dizer que eu não te conheço. - não deu tempo de perguntar o que ele iria fazer, ele já estava me beijando. Um beijo calmo. - Então?

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- Realmente, você me conhece. - e dei um sorriso de canto. Ele voltou a olhar o por do sol com um sorriso no rosto. - Rafael e Liz, venham tomar café. - sua mãe gritou lá da cozinha. - Vamos? - ele me perguntou e estendeu a mão. - Sim! - eu lhe dei a mão e descemos a escada de mãos dadas. Tinha mortadela, requeijão, panqueca, suco de laranja, muita coisa. - Sinta se à vontade, Liz! Pode se servir. - disse a mãe do Rafael. - Obrigada. - comi pão com mortadela, tomei suco de laranja e comi panqueca, que estavam muito bom. Depois assistimos a um filme. Fui para casa logo em seguida. Chegando, deitei na minha cama, estava prestes a ir escovar os dentes e meu celular toca, nem vejo quem é. - Alô! Quem fala? - Liz! Oi, é o Harry! Tudo bem? - Tudo e você? - Bem! Eu gostaria de ver se você poderia sair comigo. O que acha?

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Capítulo 23

Fiquei calada, olhei o horário, 17h47min. - Então, você vai querer sair comigo? - voltei o celular ao ouvido.

- Pode ser, Harry! Mais eu... É... Tu pode vir me buscar as 19h? Acabei de tirar a cadeira de rodas, mais ainda é difícil me arrumar e tal.

- Ah não... Sem problemas! Até mais!

- Certo! Até mais tarde, então! Desliguei o celular. O que foi que eu fiz? Eu não estava tendo nada com o Rafael, por enquanto. Enfim... Coloquei um short jeans de cintura alta, uma blusinha branca de renda e coloquei um blazer azul marinho (foto de início! Obs:essa menina não é a Liz. A Liz tem cabelos pretos.) e coloquei uma sapatilha nude, sem salto e deixei meus cabelos soltos. Escovei os meus dentes e passei rimel e um batom roxo. Fiquei esperando o Harry. Ele demora, mas aparece! Graças a Deus, ele estava atrasado 30 minutos. 30 MINUTOS. Como pode? Já estava quase desistindo.

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- Oi... Desculpe, Liz! Minha mãe não queria que eu saísse! Desculpe. - Harry disse, me ajudando a entrar e deu para ver pela sua expressão que ele estava muito chateado por ter chegado atrasado. - Tem problema, não! - para falar a verdade, tem! Mais não vou culpar ele por causa de sua mãe, vou?! Não, não vou. - Então... Aonde gostaria de ir? - ele perguntou me olhando. - Não sei! Pensei que você tivesse um lugar em mente. - falei meio desapontada. - Na verdade eu tenho! Tinha pensado nisso antes, mais achei melhor escolher com você. - ele falou, ligando o carro. - Então, para onde vamos? - perguntei curiosa. - Surpresaaa! - que saco. Por que todos sempre gostam de me deixar curiosa? Acho que o Harry percebeu minha cara e perguntou: - Eii... Você está bem? Não gostou de eu te deixar curiosa? - Não é isso. É que sempre o... - melhor não falar o nome do Rafael, né?! - É que sempre que saio com as meninas elas me deixam curiosa e tal. - Será que ele acreditou? Acho que não, mas, meu Deus tenho que te agradecer por aparecer essas palavras em minha mente!

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- Entendo. Mas faz parte! - ele disse e deu um sorriso de canto de boca. O encarei séria, não consegui entender aquele sorriso dele.

Chegamos em um restaurante bem bonito, na frente, havia uma placa com letras grandes escrito Genwa, é um dos melhores restaurantes de Los Angeles.

- Você já tinha vindo aqui? - Harry me ajudou a sair do carro e caminhávamos para o restaurante.

- Nunca. - eu cruzei meu braço no do dele e fomos. Ele falou com a moça que estava ali, sei lá como fala, ela estava meio que na frente do restaurante fazendo propaganda, entenderam? Enfim... Ele falou com a moça e ele nos levou a uma mesa com aqueles sofazinhos. Eles são tão aconchegantes. Eu sentei de um lado e o Harry do outro. - Então... A gente pode pedir para que sirvam as carnes na nossa mesa ou vamos pedir algum prato no cardápio?. O que você quer? - ele estava olhando no cardápio e depois me encarou, me fazendo rir. - Por que estás rindo? - ele perguntou sério, mais sabia que ele estava fingindo. Voltei a rir que nem uma louca e ele também riu.

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- Olha - estava retomando o ar de novo - pega o que você achar melhor! Para mim tanto faz! - Aqui tem um filé à parmegiana que é uma delícia! Quer? - ele falou em parmegiana? Aff!, é claro que quero, amo. AMO. - Você que sabe! Por mim pode ser! - é claro que eu não ia falar "Amo parmegiana, é claro que quero, CLARO!" eu tenho educação. - No que está pensando? - Harry já havia feito o pedido. - Nada não! Então... Alguma novidade?! – perguntei, tentando mudar o assunto. - Nenhuma! Esta tudo normal! E você, como está você e o Rafael? - ele fez a pergunta olhando bem nos meus olhos e falou o nome do, haa... Vocês sabem que ele não gosta do Rafael, assim eu acho, pelo jeito que ele disse, faz sentido, não?! - É... Estamos bem! Ele está começando a se lembrar de mim. Mas deixe esse assunto para lá. - Claro! Depois ficamos conversando sobre filmes, seriados, entre outras coisas, falamos de muita coisa, muito coisa. Ele me levou para casa. - Bom... É isso! Obrigado por sair comigo! - ele disse e ficou me fitando.

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- Ahm... Eu que agradeço. Vou indo! - ia lhe dar um beijo na bochecha e ele vira o rosto, fazendo com que eu lhe dê um selinho. Caramba! todos fazem isso?! Aff. Fiquei com vergonha. Então abri a porta e tentei sair. Tive um pouco de dificuldade por causa da bota. - Tchau, Liz! Fica com Deus! E desculpe por qualquer coisa! - entrei correndo. O que ele pensou? Que me levar para um restaurante legal e me fazer divertir e ainda me dar um beijo poderia me deixar confusa? Se era isso que ele queria, conseguiu!

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Capítulo 24

Ele parecia não estar gostando do beijo e logo eles se "desgrudaram".

Só aí percebi quem estava beijando ele, ninguém menos que a Melissa. Como assim?

Rafael veio correndo na minha direção e sua expressão era de aflição. - Liz... Ela veio pra cima de mim, não sei por que! Por favor, me entenda! - se bobear ele até se ajoelha e foi o que ele fez, mentiraaaaa! Ele ficou me encarando e eu também. - Ahm... - Liz? - escutei uma voz, feminina vindo na nossa direção. - Melissa? - falamos eu e o Rafael. - Por que tanta surpresa? - ela perguntou. Mas como é falsa. - Não se faça de tonta. - falei. - Ei - falou o Rafael - Por que você se jogou pra cima de mim? - perguntou ele de braço cruzado. - É... - tava na cara dela que não tinha palavras - Você

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não se lembra? Deve ser por causa do acidente. - e ele deu uma risada. - Já me lembrei de tudo! - falou Rafael de cara feia. Foi até engraçado a cara dele, mas não era hora de brincadeira. - Eu e você estamos ficando! Você não lembra? - Arrr! Que falsa!Não consegui me conter e pulei pra cima dela, logo depois de ter dado um belo tapa em seu rosto que fez um delicioso barulho hahah. Senti mãos em minha cintura me puxando. Já havia saído de cima da Melissa. - Sua... Sua... - ela fez uma cara de nojo, o que me deu mais raiva. Me debatia nos braços de Rafael, queria acabar com aquela tonta. Mas me acalmei. - Sua o que? Ande, fale! - falei, ainda estava nos braços de Rafael, mas não me debatia. - Não tenho palavras para você! Ahrr!! Divirtam-se, tenho mais o que fazer. - ela saiu rebolando e sussurrou - Idiotas. - Fui para cima dela mas Rafael me agarrou. - Se acalmou? Posso te soltar? - depois de um tempo, ele falou calmo. - Pode sim... O que deu nela? - falei ficando de frente para ele. - Não sei. Bom... Tirando isso, vamos aproveitar a água, tô morrendo de calor. - ele deu um risada e eu também.

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Fomos na direção da água que estava uma delícia. Por incrível que pareça, estava morna a água, bem... deveria ser porque o sol ficava batendo bem na água, menos mal. - Esquece, ok? Só estamos nós aqui, o quer fazer? Fiquei sabendo que tem uma trilha aqui por perto e que leva a uma piscina natural. Vi umas fotos e é muito louco, sério! - ele falou todo animado. Eu ri pela expressão dele. - Ei - ele estava bem perto de mim - Ri não, menina. - ele começou a me fazer cosquinha bem no meu ponto fraco da minha barriga. - Pa... Para.... Aí... Meu.... Pa... - não conseguia terminar as frases que eu tentava dizer. Até que ele parou e estava bem perto de mim. Encarava seus olhos que também me encaravam. Dei um sorriso de canto de boca, agora é a minha vingança. Joguei água nele que se virou pro lado contrário. - Não acredito que você fez isso! - fiquei até com medo, sua voz estava grossa e ele parecia ter ficado irritado. - Meu olho tá doendo. - continuou ele. - Aí meu Deus! Me desculpe, Rafa. - fui ajudar ele. - Pegadinha do malandro! - e deu uma risada, fiquei com cara de bunda, só pode, porque quanto mais ele me olhava mais ria. Até que comecei a rir também. - Vem, vamos fazer a trilha. - ele me pegou no colo e saiu

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da água comigo. - Pode me colocar no chão, tá?! – falei, olhando pra ele. - Não, até que é bom para eu fazer um exercício. - ele olhou pra mim com um sorriso e começou a me levantar. - Aí meu pai! Para Rafael! PARA! - Me segurei em seu braço, por sorte, ele não me levantou muito alto. - Eu sei que você tem medo de altura, tá! - e me colocou no chão e soltou uma risada. - Vamos, seu chato. - falei dando um soquinho em seu braço. - Sou chato, é? - ele me puxou pra perto dele. - Muito. - e elinimou o espaço que havia entre ele e mim.Minutos depois, chegamos na piscina natural, que era linda demais! - Meu Deus! Isso é muito lindo! - fiquei maravilhada com tudo aquilo. - Também a acho muito bonita. - Rafael se virou pra mim e ficou me encarado - percebi isso porque vi pelo canto dos olhos - e o encarei também. - O que foi? - perguntei depois de um certo tempo. - É... Nada... Ahm... Quer entrar na água? - Demorou. - tirei o vestido que eu tinha colocado por cima do maio e entrei na água que estava uma delícia, uma água bem clara. Logo em seguida, Rafael entra.

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- Essa água está uma delícia. - Muito. - ficamos parados um do lado do outro e de novo ele me encara. - Rafael - falei um pouco alto - Por que está me encarando, hein? - falei já um irritada. - Está bem, vou falar. Liz você... Você - ele tá bem? - É... OK.... Você gostaria de ser minha namorada?

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Capítulo 25

- Ahm... - Não sabia o que falar! Não fazia idéia do que fazer! Assim, ele me pegou de surpresa. Gosto do Rafael, mas.. Será que é a coisa certa a se fazer? Fiquei encarando-o por um tempo, até que me dei conta de que ele iria ficar sem graça. - Se não quiser, não tem problema! Perguntei por perguntar. – falou ele, olhando a piscina natural. - Sim - ele me olhou - Sim, eu aceito. - falei com a voz trêmula. - Ahm... Sério? Assim, sério mesmo? - ele me olhou sério, meio feliz, não sei explicar sua emoção. - Ahm... É! - comecei a rir e ele também. Ele se virou e me beijou.

***

Acordei morrendo de preguiça de ter que ir mais um dia pra escola. Poderia ser assim, os alunos entravam às 8 da manhã e saiam às 9 da manhã, um horário perfeito, mas óbvio que isso não vai acontecer, né?! Mas acabei me lembrando que não haveria escola hoje, mas sim, que eu só tinha que acordar cedo. Tinha

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marcado com o Rafael de irmos a uma cidade vizinha daqui. Então, peguei meu celular e mandei uma mensagem avisando que já havia acordada. Logo ele me respondeu que também estava indo se arrumar. Tomei um banho e coloquei uma calça jeans com uma camisa simples, aquelas 3 por 4 e mais larga, preta, com um coração de paité branco. Coloquei meu all star rosa e recebo uma mensagem de Rafael.

"Quando estiver pronta me avisa que eu vou te pegar para a gente ir em uma padaria tomar café da manhã, ok?" Já lhe respondi que estava pronta e que ele poderia vir me buscar. Só peguei uma troca de roupa e coloquei em minha bolsa.

Rafael me dá um toque no celular e já vou saindo. Antes, deixo um bilhete avisando minha mãe que já estava saindo e falando que estava tudo bem e que se precisasse de algo era só me ligar.

- Oi! - entro no carro e lhe dou um selinho. - Ainda estou meio dormindo, mesmo que já tenha tomado banho. - e dei um bocejo. - Toma cuidado para não entrar mosca. - e começou a rir.

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Não vi graça na piada. - Era para rir? - encarei-o, levantando uma sobrancelha. - Não... Mais foi engraçado. - ele me olhou. Ainda fiquei encarando ele, séria. - Fica assim, não. Só estava tentando deixar o ar mais engraçado, tendeu? - tirou os olhos do trânsito e se virou, me lançando um sorriso bem amigável, retribui. Chegamos na padaria depois de uns 30 minutos, estava morrendo de fome. - Estou morrendo de fome. - falei, abraçando ele. - Também estou. - e passou seu braço por cima de meus ombros. Nos sentamos na mesa e logo peguei o cardápio. - Já decidiu? - perguntou Rafael, depois de um tempo. - Bom... Acho que quero um pão na chapa e um suco de laranja. E você? - Um misto. - me deu um sorriso e chamou a garçonete. - Me vê um misto quente e um pão na chapa e... - enquanto Rafael pedia, senti meu celular tocar. Deve ser minha mãe, pensei. Mas me enganei, era a Sophia. Avisei Rafael que iria ali e já voltava. "Sophia?" "Liz? Oi... Tudo bem?" " Sim e você?" " Bem... Então o que está fazendo de bom?"

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" Tomando café na padaria com o Rafael. Por que?" "Humm... Que legal. É que ia te chamar para sair, precisava te falar um negócio." " Pode falar." "Por aqui não dá! Mais fácil a gente falar pessoalmente, depois te falo, ou quando você puder, me avisa." "Certeza?" "Certeza, vai lá, depois a gente se fala. Fica com Deus, beijos." "Amém, beijo e você também." "Amém. "

E desligou, sem mais nem menos. Achei muito estranho. Querendo ou não, fiquei curiosa para saber o que ela queria me dizer. Mas depois falava com ela. Me dirigi para a mesa, já havia chegado o café. - Humm... Parece está muito bom. - eu disse, Rafael já estava comendo. - E está! Desculpa não ter te esperando, estava com fome. - e me lançou um sorriso de sapeca. - Tem problema, não. - me sentei e comecei a comer. Logo que terminamos de comer, já fomos pegar estrada. Era umas 9h, Rafael disse que talvez a gente chegasse lá às 10h.***

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A viagem foi rápida, ficamos escutando música e conversando sobre o que gostaríamos de ser quando crescer. Eu estou pensando seriamente em pedagogia e Rafael em medicina. Quando ele disse, eu não acreditei, parece que não combina com ele, meio estranho. Enfim, estacionamos o carro no centro da cidade. E tinha muitas lojas em volta da praça. - Vamos dar uma volta? - falou Rafael. - Vamos. Tinha várias lojas legais, umas com uns sapatos e botas bem bonitas. Lojas de todos os gostos, até aquelas lojas de celular tinha lá. - Liz, vou naquela loja, quer ir? - ele queria ir em uma loja de vídeo games. - Vai lá, vou dar uma volta aqui na praça, quando sair me liga. - Ok. Fui para o lado contrário dele, andei mais um pouco, até que esbarrei em uma pessoa e acabei caindo de bunda. - Opa... Você está....? - era uma voz familiar, mas essa certa pessoa não terminou a frase, até que lhe encarei, era o Harry. - Harry? - falei espantada. - É... - em sua voz, parecia que estava com medo. - Tudo bem?

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- Tudo e você? - Bem. - ele se virou para traz e voltou a me olhar. - Vem... Vamos para lá. - tentei falar algo mas ele foi mais rápido, colocou suas mãos em minhas costas e meio que me arrastou para longe de onde estávamos, o que deu nele? - Como foi... É, ontem você não me ligou. - falei, gostaria de ter perguntado o que é e, com quem ele estava ali, mas achei melhor não. - É que não deu, surgiu um compromisso de última hora. - Ah sim. - ele me lançou um sorriso e eu retribui. Meu celular começou a tocar e vi pelo visor que era Rafael. - Vou ali... - falei apontando para o celular, ele assentiu e fui para um canto, ficando de costas para Harry. "Liz?" - falou Rafael do outro lado da linha. "Oi? Tá tudo bem?" - pelo tom de voz dele achei que tinha algo de errado. "Não, não, cadê você?" - ele deu uma risada e ficou quieto. Logo me viro para ver onde está Harry e vejo uma ruiva se aproximando dele e lhe dando um beijo demorado. "Como assim?" - falei com a raiva subindo a cabeça.

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Capítulo 26

"Liz? O que aconteceu?" - acabei me esquecendo que estava conversando com Rafael. "Nada... Desculpe, é... Onde você está? " - fiquei de costas para o Harry, quem sabe ele quer privacidade, né?" Naquela mesma loja ,lembra onde ficá ,né?"Sim ,já estou indo" "OK!"Me virei e não avistei nenhuma mulher ruiva por perto de Harry. Acho que deve ter sido coisa da minha cabeça. Só pode. - Já vou indo, Harry! Tenho que encontrar o... - Claro, a gente se vê na escola. - me interrompeu e senti que ele foi grosso comigo, só não sei o por quê. Ele nem me deu um abraço. Enfim... Dei meia volta e fui atrás de Rafael.- Até que enfim, né? Onde você estava? - falou Rafael me puxando para perto de si, e assim ficamos, abraçados, juntos.- Estava em uma loja, só isso.- Claro. ***

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Voltamos para casa lá pelas 17h. Foi um passeio e tanto. Só fiquei curiosa. Quem Harry estaria beijando? E porque ele me tratou rudemente? Com tudo isso passando pela minha cabeça, acabei adormecendo, hoje foi um dia cansativo.*** - Filha? Anda, acorda. Vou te jogar um balde de água. - Não faça isso. - falei com a pior das vozes de quando alguém acorda. Bom... O jeito de minha mãe me acordar não é o dos melhores. - Então vá se arrumar. - Pra que? Tem escola? Mas hoje não é domingo? - me levantei toda desesperada e minha mãe começou a rir. Ué!, fiz algo de errado? - Não, não tem aula. Sua madrinha está aqui e já está na hora de comer. - Ah tá... sendo assim, vou lá tomar um banho. Já tô indo. - OK. - ela saiu, rindo da minha cara. Me levantei e tomei um banho, coloquei um short e uma blusa preta simples. Na mesa estavam minha madrinha, seu marido, minha mãe, o namorado da minha mãe, - até que ele é legal - minha avó e meu avô.

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- Oi. - falei e fui na cozinha me servir. Me sentei na mesa e a conversa começou. Se você estivesse aqui entenderia do que estou falando. Um fala alí, outro de lá. Mais eu até que gosto, apesar de não estar acostumada. Era bom passar o domingo com a família e curtir esse momento com eles.

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Capítulo 27

Chegando na escola, vou na direção da Sophia. Fiquei curiosa com o que ela queria me dizer. Até ligou. Será que tinha acontecido alguma coisa? - Ahm... Oi meninas. - Liz? Claro. Oi. - disse Sophia. - Oi! - falou Laís. - Então... Fale. - incentivei a Sophia. - Fala o que? Perdi algo? - essa garota deve ter um problema. Só pode. - Não minha querida amiga, você me ligou dizendo que queria falar comigo, lembra? - Ah é. Então. É sobre o Harry. - O que tem o Harry? Melissa. O que será que ela quer? - Nada que te interessa. - finalmente fala Laís. - E a educação manda lembranças. Deu as costas e foi aonde suas amigas estavam. - Essa garota é insuportável. - Com certeza, Sophia. Vocês acreditam que sexta-feira eu e o Rafael fomos na cachoeira... Aí… eu não disse! - O QUE?? - elas gritaram juntas e arregalaram os olhos. - Eu e o Rafa estamos... Juntos. - falei envergonhada.

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- Hein? Harry? - Harry? - falei surpresa. Seu jeito naquele dia estava muito estranho. - Oi. - Oi. OK... Liz, explica. Como assim menina? - Como sempre essa Sophia é exagerada. - Oras, ele fez o pedido e eu aceitei. Simples. - fiquei mais envergonha, pois Harry ainda estava atrás de mim. O que deu nesse garoto?

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Capítulo 28

- Meus Deus, Liz!! PARABÉNS!! - tô começando a me envergonhar de ser amiga da Sophia. OK, não tô não. Gosto dela assim. - É. Obrigada. Então... - queria que elas me falassem, mas Harry ainda estava ali. - Harry? Harry? - essa voz é da... - Oi? Melissa, tô aqui. Hein? Desde quando eles conversam. Tentei disfarçar. OK, eu virei, contudo não acreditei no que vi. Harry estava beijando a... MELISSA. Acho que ficou muito na minha cara a minha surpresa. - Desculpe não ter avisado antes. - sussurrou Sophia em meus ouvidos. - Tudo bem... É... Vou atrás do Rafa. - OK. Passei pelos pombinhos e fui na direção onde geralmente Rafael ficava com seus amigos. A galera do time de basquete. - Éi... Vocês viram o Rafael? - perguntei para os meninos que começaram a me encarar. - Foi atrás de você, Liz. - disse Taylor. - Sabe onde? Deixa, vou atrás. Obrigada.

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- Liz? - falou Taylor, vindo em minha direção. - Diga. Ele me empurrou para longe dos meninos e sussurrou. - Como está a Laís? - ele sabe da Laís, não? Estão juntos, não? - Bem... Por que a pergunta? - Ela não te disse? - ele perguntou arqueando umas das sobrancelhas. - O que? - perdi algo? - Ela terminou comigo. - ele falou tão baixo que eu quase não escutei. - O quê? Por quê? - Ela me viu beijando outro garota e.. - Mais nada. Sinto muito. Mas entendo o lado dela. – falei, interrompendo-o. - Não, Liz. Ela não me deixou explicar. Não foi exatamente isso que aconteceu. - O que aconteceu, então? - bem que eu desconfiei que a Laís estava muito quieta. Acho que estava tão preocupada comigo mesma que esqueci de minhas amigas. - Foi a Diana. Nos estamos fazendo o trabalho de português, lembra? E a gente foi fazer na biblioteca. Ela deve ter chamado, deve não, chamou a Laís e se jogou para cima de mim. - O que? A Diana?

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- Sim. - E porque veio me contar isso? - Preciso de sua ajuda. Gosto muito da Laís. - Certo. Prometo que vou falar com ela. Depois pego seu número com o Rafa, fica mais fácil de conversar. Vou atrás dele. Tchau. - Obrigado, Liz. Logo o sinal toca e vou direto para a sala. Tenho certeza que vou encontrar ele lá.Entro na sala e vejo Rafael lá no fundo, sentado em uma carteira. - Hey! - chego perto - estava te procurando. - Também. - ele ainda não tinha olhado em meus olhos. E não falou com animação. O que houve? - Rafa? - Sim? Finalmente me encara. - O que houve? - Nada, não. Pode ficar tranquila. Ele chegou mais perto e meu deu um beijo.

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Capítulo 29

Rafael estava estranho nesses últimos dias. Muito estranho. Sempre que eu falava com ele, parecia que não me escutava, que não estava ali. Eu estava estranhando suas atitudes. Para mim, ele tinha alguma coisa que não estava querendo me dizer. Infelizmente. Mas o que seria? Isso estava me atormentado desde então. Não tenho nenhuma coragem de simplesmente lhe perguntar, por que? Vai entender. - Liz? Você está aí? Menina. - O-oi? Ahm... Desculpe. Estava... Estava... - Estava no mundo da lua, isso sim. Você ao menos escutou o que eu acabei de dizer? - Não, Laís. Desculpe. O que foi que o Taylor fez? - Aí senhor... Paciência. Olha... Eu vi ele beijando outra. Certo? Outra. Não quero voltar com ele. - Porque? - Ainda pergunta, Liz? Ah!, por favor. É óbvio que é...

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- Você não sente atração por ele... - a interrompo. Falo com um certo desânimo. Laís fica sem graça e começa a me encarar. - Tem, ou não tem? - Tenho. - Então... Conversa com ele. Você sabe muito bem que é cabeça dura, não gosta de escutar a opinião dos outros. Escute a dele pelo menos. Você sabe que o forçaram. Laís pensa um pouco e logo dispara. - Ah Liz... Tem certeza? Ele beijou a Diana. Você sabe... Ela é muito mais boni... - Discordo. - Para de me interromper. É sim, ela é. Meu cabelo parece... Parece... Que eu pintei. - Errado. Seu cabelo é lindo, Laís. Vai… pare de ser boba! - Está bem. - Vem... Vamos comer algo. Acho que tem pizza. – digo, me levantando da cama. *** Estava sentada em minha cama mexendo no celular, conversando com Rafael, como sempre.

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- Filha... Vem cá! - To indo. - falei me levantando sem um pingo de emoção. Se a pessoa quer falar contigo, ela que venha até você, e não você até ela. Oras. Mas é minha mãe. Respeito em primeiro lugar. Cheguei em seu quarto e dei uma leve batida. - Olha isso. Achei interessante. Ela apontou para a tela do computador em seu colo. Me aproximei e comecei a ler o que ela apontava. Levei um susto quando percebi o que ela queria. - Intercâmbio? - perguntei meio incerta. - Sim... Acho que seria ótimo para você. Vai aprender inglês e a viver sozinha. - me lançou um sorriso. - Aí Mãe... Sei não. - falei com uma cara de desgosto. - Larga a mão, vai! Várias pessoas na sua idade iriam gostar de fazer. Estou falando com seu pai já faz um tempo e talvez você vai pra onde ele está morando. - Mas… e meus estudos? Meus amigos? Minha família? Minha vida, mãe? - Digo rápido com voz de choro.

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- Ah, por favor, menina. Você pode terminar lá seus estudos e seus amigos não vão sumir, só irar ficar um tempo sem vê-los, e sua família, também. Eu acho uma ótima idéia. - Vou entender nada. Nem amizade irei ter, mãe. - Claro que vai. Só questão de tempo. Fora que você vai adorar. Vai para outro país. Se eu tivesse essa oportunidade na tua idade, filha, eu estaria muito feliz. Olha a oportunidade em baixo do teu nariz. Aproveita. - Vou pensar. Só da um tempo para eu pensar, mãe. Para calcular tudo certo - falei, saindo do quarto. - Seja rápida. Apenas continuo meu caminho. Intercâmbio? Eu sei que é uma ótima oportunidade. Põem ótima nisso. Eu adoraria ir para outro país. Conhecer pessoas. Conhecer lugares. Não sei o que fazer. Não quero deixar meus amigos e minha família, ainda mais agora, que fiz varias amizades e tenho favores a fazer. E meu namorado… Sento em minha cama e vejo várias mensagens de Rafael. Logo respondo : Eu: Desculpe, minha mãe me chamou para falar

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um negócio. Rafa: Que negócio? Eu: Ela quer que eu faça intercâmbio. Rafa:Que legal, Liz. Seria ótimo para seu estudo. Eu: Você não está triste? Terei que ficar praticamente um ano sem te ver. Não aguentaria de tanta saudades.Rafa: Claro que eu ficaria triste e com saudades. Mas é seu futuro. E é sobre isso que precisamos conversar.

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Capítulo 30

1 semana depois...Minha mãe já estava cogitando a possibilidade de eu fazer o intercâmbio.Minhas amigas já estavam informadas. Estavam tristes, mas sabiam que era uma oportunidade ótima e estavam me incentivando mais do que eu esperava.Rafael, bom, não sei exatamente o que dizer. Continua afastado e pensativo. Sempre aéreo. Já estava cansada e estimulando minha coragem de lhe perguntar. Mas porque eu temia lhe perguntar? Será que esconde algo de mim? Por que? Vou fazer o intercâmbio? Será bom? Uma boa ideia?Dúvidas e dúvidas. Apenas gostaria de uma pausa e que tudo voltasse ao normal.O final do ano está chegando. E seria bom eu fazer o segundo ano onde meu pai se encontra. Mesmo eu não sabendo nada de inglês. O que é péssimo. É vergonhoso.Cada dia passando e me dando mais medo. Um frio na barriga incomodando. Some. Porque não some?

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- Liz... Eii... Aff, cada dia mais aérea. Vai entender.

- O-oi... Diga, Sophia.- Nada.. Nada de importante, sabe?! Só seu namorando te chamando que nem um louco. Até a metade da escola já percebeu. - ela disse e apontou para o "ser" atrás dela.Eu observo e vejo Rafael. Aí Jesus!.- Porque não avisou? Aí senhor!. Calma, Rafael. - Levantei correndo, indo em sua direção. Escuto Sophia reclamar um "Mas eu avisei", simplesmente ignoro e continuo meu caminho.Chego e ele, não parece muito animado. Não entendi muito.- Oi.- Oi. - respondo.- Liz... Eu... Sei que não é uma boa hora para falar isso, porque eu enrolei, enrolei, enrolei... Mas minha mãe está me obrigando. Então é melhor já te deixar avisanda o quanto antes, ou menos tarde.Olhei preocupada. Ele iria me contar o motivo de estar tão... Fora de si?!Continuei encarando-o até ele prosseguir, quando sinto meu chão ir embora:

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- Temos que terminar. .

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Capítulo 31

Sinto meu mundo de ponta cabeça. Como assim, ele estava terminando comigo? O que eu fiz? Fico sem o que dizer e ele se adianta. - Não é sua culpa, Liz. Minha família vai se mudar. Vou para bem longe e não sei se seria a melhor escolha manter um relacionamento a ditância. Me desculpe. Acho que é o melhor a fazer. - Você vai se mudar. - falo com a voz trêmula. - Sim.- ele fala com desânimo. - Quando vai? - Essa semana. Quinta-feira. - Porque não me contou antes? - pergunto desesperada. - Porque fui burro - ele solta um riso sem graça - E porque estava com medo de sua reação. Não sabia qual seria. - E como você acha que vai ser a minha reação? - falo decepcionada. - Nenhuma das melhores?! - Rafael me responde mais em forma de pergunta do que em afirmação.

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Eu nego com a cabeça. Decepcionada. Sinto lágrimas descendo em meu rosto. Estava chorando. - Não chora, Liz. Por favor, não complique isso mais do que já esta - ele fala limpando minhas lágrimas com seu dedo. - Era por isso que você queria que eu fizesse o intecâmbio, não? -Não exatamente o que esta pensando. Bom, sim, mas pensei também em você. Será ótimo para seu futuro, Liz. Por Deus, pense bem. Quem não gostaria de fazer um intercâmbio? Todos estarão aqui quando voltar. - Menos você - abaixo a cabeça. Sinto que vou chorar feito uma criança. - Infelizmente. Mas você pode encontrar alguém melhor, quem sabe? Isso não vem ao caso. Só.. saiba que eu estava pensando em você, sim. Pense bem, Liz. É seu futuro. Assinto com a cabeça. Logo escuto o sinal tocar. Lhe encaro e vejo em seus olhos um sentimento de tristeza. Lanço um sorriso fraco, forçado e dou as costas indo em direção de minha amiga.

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- Liz? Oh meu Deus. O que houve muié? - diz Sophia. So ela para me fazer soltar um risinho em momentos como esse. - O... O Rafael, bom, ele terminou comigo. - falo e me desabo em choro. - O quê? Mas por quê? Espera ai que ele vai ver só. Mexeu com minha amiga, mexeu comigo. Diz Sophia que estava começando a caminhar, mas segurei seu braço, impedindo-a de continuar. - Não, Soph. Ele vai se mudar. E imagino que está pior que eu. Irá quinta-feira. - Cacetadas! Hoje é terça. Depois de amanhã. Ai amiga, sinto muito - diz ela e me abraça. Assinto com a cabeça e um fraco sorriso se forma em meus lábios. - Vem! Vamos perder aula. Vamos jogar água nesse rosto.

**** Os dias foram passando e a dor da saudade diminuindo. Mas ainda restava uma dúvida. E essa dúvida tem um nome: Harry. E irei tirar a limpo essa hitória amanhã mesmo.

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Também já está marcada a minha viagem. Irei ficar 1 ano longe de minha família. No Canadá. Irei aprender francês e vou ganhar um dinheiro trabalhando como professora de inglês. Achei uma ótima ideia. Irei pegar o avião no dia 01 de Janeiro de 2016.

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Capítulo 32

Harry se encontrava a centímetros de onde eu estava. A impulsividade estava começando a me tomar por inteira. E o lado sensato diminuindo.Me controlava para não ir na frente dos garotos do time e perguntar o que estava dando nele. Sério! A Melissa estava a seu lado, com a cabeça apoiada em seu ombro e o Harry estava com seu braço estava em torno da cintura dela. Umas amigas da Melissa também se encontravam ali.O que estava dando nele? Ahg! Não aguento.Meu lado impulsivo e sempre escondido toma coragem. Entro no meio do grupo e eles logo param de conversar me encarando indignados. Paro na frente do Harry e falo nervosa:

− Preciso falar com você.

De primeira, sua reação foi de pura surpresa, mas, logo em seguida, caiu na gargalhada junto com seus amigos e Melissa com suas amigas chatas.Idiota!

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Venho me perguntando o por quê de ainda insistir em saber o que deu na cabeça desse garoto. O que me deu senhor?Eu fiquei sem graça. Óbvio. Mas minha coragem foi superada dessa vez :- É sério, Harry! Por favor!Ótimo! Além de estar pagando mico, eu imploro. E dessa vez quem ri é Melissa. Continuo falando firme:- Não estou brincando. Muito pelo contrário! Pelo que eu me lembre, você não era um idiota que ficaria de papo furado com os garotos do time de basquete e ainda de rolo com a Melissa. Esse não é você, no que eu me lembro. Agora se quiser continuar fingindo que se importa com seus amigos, diga de uma vez!Eu realmente me superei. Uau!- Hãã... Pode ser! Já volto galera! - ele toma uma atitude, finalmente. Mas me respondeu sem graça. Eu exagerei?O time ficou quieto e só nos encarava. Sai do grupo e fui em direção a um lugar mais reservado e contando com que Harry estivesse me seguindo.Tive sorte de encontrá-los no Shopping e ainda estar sozinha. Muita sorte...- Diga, então!

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- Pra início de conversa: o que está acontecendo com você? Certo, eu posso não te conhecer muito bem, mas sei que você não é desse feitio. Esperava mais de você, Harry.- Uau! - ele diz surpreso e sarcástico - Você está... Diferente. Está com ciúmes? Ou está triste porque o Rafael te deixou?

- Eu realmente te estranho. Não, não é ciumes, Harry. E se você fosse meu amigo, saberia o que realmente aconteceu entre Rafael e eu. Mas isso não importa, agora! Estou diferente, sim. Muitas coisas aconteceram. Mas como eu disse: se quer continuar com fingimento pra suas amizades, é a sua escolha e não a minha. Eu realmente sinto por você, Harry. Passar bem. Espero que esteja feliz com a Melissa. - lhe dou um piscadela sarcástica e dou as costas. Deixar ele pensando, achei que era a melhor escolha.Ao menos tenho um problema resolvido. O Harry não é o mesmo, infelizmente.E minha viagem só está cadê vez mais perto.

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Epílogo

E finalmente chegou o dia. O dia da viagem. Finalmente irei conhecer Toronto. E quando chegar, estará frio. Ainda não caiu a fixa que vou conhecer a neve. É a realização de uns de meus sonhos. - Filha! Pegou tudo certinho? Já vamos colocar as coisas na mala. Assenti positivamente pra minha mãe. Vovô se aproximou e pegou minhas malas. Sim, são 2 e meia. Afinal, irei ficar 1 ano lá. E, em seguida, nos direcionamos para o aeroporto que é ao redor da cidade. Fizemos tudo que tinha que ser feito. Check-in que é o principal e fui comer. Um tempo antes de falar com Harry, mandei a ele o horário que eu ia pegar o vôo, caso ele quisesse me ver. Mas, pelo visto, não irá aparecer. As meninas, Laís e Shopia, vão chegar em breve, então, assim está tudo correndo bem, até eu escutar uma voz bem conhecida: - Hãã... Que bom te encontrei Liz!

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Todos da mesa para pra olhar a pessoa que estava atrás de mim. Eu sabia muito bem quem era e não queria ver ela. Depois de tudo, não. Não queria. - Menina, não vai cumprimentar seu amigo? Sua mãe não te deu educação não? Era de se esperar, né?! - diz minha vó. Ah, vó! Só a senhora pra me acalmar. Me viro e encontro Harry, me encarando com uma de suas sobrancelhas arqueada. - Já volto, mãe. Me levanto e indico ao Harry pra irmos para um local afastado. Sinto que ele me segue e começo a falar: - O que está fazendo aqui? - Nossa! Que comprimento. Mas, acho que está bem claro, não?! - Veio se despedir? Por que? Caiu e bateu a cabeça? Pelo que eu me lembro, até ontem você não estava assim. Ele deu uma pequena gargalhada. - Ah, Liz! Eu não estava bem antes! Isso é verdade. Mas depois do que você me disse, eu vi o quão idiota eu estava sendo. - E como! - resmungo.

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- Então, eu lembrei que você tinha me mandado o horário que iria viajar. E com isso, decidi me despedir e... Pedir desculpas por ter sido tão idiota. - Certo! Você foi um idiota! Mas também não precisa ficar se xingando! Mas... Porque você estava com a Melissa? E porque não quis me contar? Porque agiu assim? - Uau! Você ficou preocupada comigo? Enfim... Eu estava com ela porque, na realidade, queria te fazer ciúmes, mas acho que não deu certo. Ela é chata pra burro! E, antes de você descobrir, já fazia umas 2 semanas que eu estava com ela, mas tínhamos feito um trato. Ela queria me ajudar a tirar o Rafael de você. Só não entendo porque eu concordei. Ah sim! Eu sei! Não é o caso. Continuando... Não queria te contar porque eu sabia que se ela soubesse que você estava com o Rafael não iria dar certo. Então tentei esconder por um tempo e logo desistir da ideia. Acabei que me rebelando. Em casa, as coisas estavam uma pouco complicadas e você só estava com o Rafael e suas amigas. Tinham se esquecido que tinham um amigo. E depois que a gente se aproximou, você já não era mais a mesma. Quero dizer, você mudou e eu acabei... conhecendo outra pessoa. Não é o caso de

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se falar agora. Ao menos você já sabe o que realmente aconteceu! Agora foi minha vez de ficar surpresa! Uau! Que péssima amiga eu fui! - Vendo assim! Mais parece que eu sou a culpada do que você! Harry deu uma risada curta e prosseguiu: - Ééé... Acho que você só deu uma ajudinha. - Desculpas! Mas, vamos fazer assim. Deixa tudo isso pra lá e vamos ser amigos. Vamos lá comer porquê já já vou viajar. - Verdade. Vou perder minha amiga. - Engraçadinho. *** Depois de terem chamado meu vôo, me direciono a área de embarque e veio a hora da choradeira. Sentirei muito falta de todos. Ao menos será um sacrifício por algo muito bom. - Ah, filha. Sentirei tantas saudades. Vá com Deus, viu mocinha? - Sim, mãe! E começo a chorar. Ahh, vai doer mais do que eu imaginava.

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Depois de me despedir de meus avós, do Harry e das meninas que chegaram, o que também foi uma tremenda choradeira, vou em direção a área que irei embarcar. Saudade irei sentir. E muita. Mas ao menos terei uma experiência muito boa. Vou fazer amizades. Ou não. Só espero aproveitar tudo. E garanto que vou. Toronto, aí vou eu!

FIM

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