vinhos tintos surani costarossa primitivo di manduria...
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Vinhos Tintos
Surani Costarossa Primitivo di Manduria 2011
Eu havia provado este vinho em uma degustação promovida na Excelência Vinhos pela
importadoraVínica. Fiquei encantado. Não era o que eu esperava de um Primitivo di
Manduria, mas era muito redondo e saboroso; porém elegante, e não com a potência que
se esperaria. Tinha que levar pra casa, ao menos uma garrafa.
Desde então, ela estava lá na adega, havia uns (poucos) meses. Dentre os vinhos tintos,
ele estava entre as minhas prioridades, isto é, aqueles que eu queria tomar logo. Neste fim
de semana, o momento adequado se apresentou. Thais estava doente, e queria comer
um gnocchi. Mas fazer gnocchi é a especialidade dela, então eu liguei no restaurante, e
pedi pra entregar. Casa italiana, especializada em massas. O escolhido era com molhos
branco e sugo, com bacon e filé mignon picado à estrogonofe, coberto com queijo e,
finalmente, gratinado. Um prato desses merecia um vinho à altura. Então, o abri.
Só que, infelizmente, o prato estava maaaomeno. Deu pra matar a fome. O que salvou foi
o vinho. Demonstrou cor rubi de intensidade média, com algum reflexo violáceo. A paleta
aromática é composta de frutas vermelhas maduras, frutas ressecadas (como tâmara e
figos), especiarias - um toque de anis - e um tostado agradável, tendendo a chocolate. Ele
tem taninos muito macios, doces, e o corpo chega a parecer leve, mas tem 14,5% de
álcool, portanto, é a acidez que esconde o peso.
O vinho foi produzido pela vinícola Surani, na região da Puglia, no 'calcanhar da bota', na
Itália. Numa pequena área do 'calcanhar', se localiza a denominação de origem Primitivo di
Manduria, a única especializada na uva Primitivo. Os vinhos da D.O.C., normalmente, têm
cor intensa, muita carga tânica, e nível alcoólico alto.
A propósito, o nome da uva não quer dizer que ela seja uma uva 'menos evoluída', e sim
que ela atinge a maturação mais cedo que as outras. Só que no caso deste vinho, o
produtor diz que deixa as uvas sobre-madurarem no pé, para resultar em um vinho mais
alcoólico. Ele passa por maceração por 20 dias, comremontages diárias (veja Da
vinificação), e termina a fermentação malolática em tanques de inox. Em seguida, passou
12 meses em barris e tonéis. Com uvas sobre-maduras, e fermentação malolática
completa, é impressionante que este vinho ainda tenha tamanha acidez.
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Terras do Demo Cinquentenário
Este vinho é produzido pela Cooperativa Agrícola do Távora, da região do Távora-Varosa. Já comentei sobre um de seus espumantes, o Terras do Demo Brut Rosé.
Em 2005, a cooperativa fez 50 anos, e para marcar a data, lançou este vinho de edição limitada: Terras do Demo Cinquentenário. Ele foi feito com uvas colhidas em 2003, de vinhas velhas, com idade média de 40 anos, cultivadas sem fertilizantes ou pesticidas industriais, e colhidas à mão. Após vinificado, passou 12 meses estagiando em barricas novas, e mais 6 meses em garrafa, antes de ser lançado.
O vinho já tem 10 anos, e está bem evoluído. Mas isso não quer dizer que deva ser tomado rápido. Pelo contrário, deve ser apreciado vagarosamente. Deve ser colocado em um decanter para aerar - eu deixei uma hora, mas acho que caberia mais.
Na taça, demonstrou cor granada, e o halo aquoso já se mostrava visível. No início, os aromas ainda remetiam a couro, engaço e bacon. Provei, e vi que pela estrutura, ele tem um perfil elegante, com corpo médio, acidez intensa e taninos macios, porém intensos. Na boca, os aromas já descritos se somavam a notas fumadas, balsâmicas, e especiadas. O tempo passou, o vinho respirou mais e evoluiu na taça, deixando as notas de couro menos intensas, permitindo transparecer ameixas secas. À medida que o tempo passava, o vinho foi se tornando cada vez melhor. O final foi se tornando mais longo e agradável, com as especiarias, a ameixa e um toque de chocolate.
Enfim, é um vinho evoluído, que deve ser degustado com cuidado. Não é o tipo que costumamos tomar todos os dias, e deve agradar mais a um grupo seleto de enófilos, mais acostumados a este estilo. Mas é, sem nenhuma dúvida, um vinho com personalidade.
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Os vinhos de Göttweiger Berg... e uma reflexão sobre os últimos vinhos da Sociedade
da Mesa
Nos últimos meses, me parece que as remessas da Sociedade da Mesa têm estado entre
extremos, talvez para tentar satisfazer perfis antagônicos de clientes. De um lado,
diversos Tempranillos espanhóis excessivamente amadeirados, e Malbecs da Argentina.
Incluindo as duas primeiras remessas deste ano, são 3 Tempranillos e 3 Malbecs, em 9
meses!
Do outro lado, vinhos de países exóticos - Geórgia e da Áustria - simples, leves e frutados,
sem nenhuma passagem por madeira.
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Sucos de carvalho Existe uma clara relação entre o uso de barricas, e o preço dos vinhos. A barrica por si só
já é cara, mas ocupar largos armazéns em temperatura controlada cheios de barricas,
durante longos períodos, torna o produto ainda mais caro. A partir dessa observação,
alguém no passado andou a proferir a falácia de que o vinho, quanto mais tempo passava
em barrica, melhor. E deveriam ser barricas novas, pois reusar barrica seria uma forma de
tentar economizar na produção, em detrimento da qualidade. Essa falta de compreensão
acabou resultando numa tendência a se produzir 'sucos de carvalho', e uma legião de
consumidores, que tentaram se formar seguindo maus exemplos, que enaltecem estes
vinhos.
Créditos da foto: Wine Folly
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Terroirs Originels: um por todos Do sul da Borgonha vem este exemplo de união de esforços de pequenos produtores para,
juntos, ganharem competitividade no acirrado mercado globalizado. Ele se chama Terroirs
Originels, e é formado por 22 propriedades - com média de 12ha - nas sub-regiões
de Beaujolais e de Mâconnais.
A sociedade fica a cargo dos trabalhos de comercialização, contabilidade e marketing,
dividindo os custos nessas áreas, que seriam impeditivos a cada produtor
independentemente. Com isso, os proprietários podem se dedicar exclusivamente à
produção do vinho.
Cada um dos Domaines tem produção independente, exclusivamente a partir das próprias
uvas (100%récoltants, como se diz em francês), buscando diversidade, de forma que cada
um possa buscar a expressão de seu próprio terroir.
A empresa possui representantes de todas as denominações de origem de Beaujolais,
principalmente os 10 crus, quase que na totalidade tintos (e da uva Gamay), e 7
denominações da vizinha Mâconnais, apresentando brancos da uva Chardonnay.
E por que estou falando dessa empresa? Porque tive a oportunidade de comprovar a
qualidade de 4 dos seus vinhos. Um espumante rosé fantástico, dois crus de Beaujolais de
impressionante estrutura, e um branco de Mâconnais.
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Pitars Refosco 2011
Terceiro vinho do mesmo produtor, e que havia recebido pelo clube de vinhos Winelands,
na mesma remessa, calhou de poder prová-lo na seqüência, graças a uma folga que o
verão deu. Começaram as pancadas de chuva, e a noite ficou agradável, com uma brisa
fresca. Já não era sem tempo!
E portanto, fui lá eu abrir o Pitars Refosco 2011, feito com a uva Refosco dal Pedúncolo
Rosso. Esta vem a ser a única uva tinta autenticamente italiana, dentre as utilizadas na
denominação de origem deFriuli Grave, à qual pertence o vinho. Todas as outras
variedades utilizadas são francesas.
Conforme falei, este é o terceiro vinho que provo deste produtor. Antes, provei
um Prosecco para tomar com um sanduíche, e logo em seguida, um branco que me pegou
de surpresa. Faltava provar o tinto. E foi o vinho que mais me agradou. Em primeiro lugar,
é macio, não pesa, tem apenas 12,5% de álcool, é muito fácil de beber. Em segundo lugar,
tem um aroma fora do lugar-comum: sem nada exótico, mas com algo de original. Acredito
que seja bastante gastronômico, apesar de eu tê-lo tomado sem acompanhamento, o que
também é uma ótima experiência. Recomendo fortemente.
Pitars Refosco 2011: cor de intensidade média, centrada no rubi, mas que parecia oscilar
entre reflexos violáceos e granada. Apresenta aromas de frutas negras, chocolate,
especiarias, e um herbáceo, meio que balsâmico. Tem corpo médio, taninos macios,
acidez refrescante e boa persistência aromática.
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Periquita Reserva 2010
Desde a época da faculdade, quando a grana era 'curta', o vinho Periquita era uma das
minhas compras favoritas. Bom custo e satisfação garantida. Na época, custava menos de
R$20. Parei de tomá-lo com frequência por volta de 2004, quando trocou de rótulo, ganhou
meio ponto percentual de álcool, e quase duplicou de preço. Já o meu pai, mesmo com o
aumento de preço, continuou tomando, sendo para ele sempre uma opção de segurança.
Porém, ele e eu nunca havíamos saído do básico, e tomamos sempre o Periquita
tradicional.
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Retrospectiva vinhos da Bulgária A Bulgária é um país sobre o qual pouquíssimo sabemos, mas que tem uma longa tradição
vinícola, já foi o segundo maior produtor de vinhos no mundo (embora quantidade não
implica em qualidade), e hoje vem mostrando bons resultados em vinhos de qualidade.
A Winelands trouxe este ano para o mercado brasileiro uma boa diversidade de rótulos do
país, e eu tive a oportunidade de provar 8 deles, de 3 produtores diferentes. Entre eles, o
vinho mais velho que já tomei, com 22 anos. Neste texto, deixo minhas impressões sobre
cada um deles.
Breve história do vinho na Bulgária Vestígios arqueológicos acusam a produção e consumo de vinho desde 6000 anos atrás,
nas terras que hoje são a Bulgária. É possível que essas terras tenham sido a porta de
entrada das uvas viníferas na Europa. Porém registros históricos só existem do período
helenístico em diante. Desde então, até o fim do império bizantino, em 1453, o vinho era
parte intrínseca da vida social e religiosa.
O início do domínio do império otomano no século XV causou uma recessão da produção
e consumo do vinho. Mas como o domínio muçulmano tolerava os cultos e tradições dos
cristãos, sua cultura sobreviveu ao período. Porém, a independência em relação aos
otomanos, em 1878, foi seguida da infestação da filoxera, que dizimou os vinhedos por
toda a Europa.
A década de 1920 viu a formação de cooperativas, com o intuito de fortalecer o mercado.
Antes desse período, praticamente só haviam variedades autóctones, mas a partir da
década de 1930, começou-se a introdução de variedades estrangeiras.
Sob influência da União Soviética, a Bulgária virou o principal fornecedor de vinhos para os
países comunistas. A ênfase foi em produção de vinhos com variedades estrangeiras.
Chegou a ser o segundo maior produtor no mundo. Na década de 80, o excedente de
produção e a necessidade de captação de moeda forte (moedas ocidentais) levaram a um
significativo volume de exportações para países ocidentais, principalmente Reino Unido,
Estados Unidos, Canadá e Japão.
A transição da economia comunista para a capitalista representou a decadência da
indústria vinícola do país. Entre outros problemas, o processo de privatização de terras
priorizou a partilha em pequenas propriedades, e os novos donos tinham interesse em
cultivo de outros alimentos. Além disso, faltava um plano estratégico que englobasse toda
a indústria. Com viticultores querendo colher as uvas o mais rápido possível, e vinicultores
que não se importavam com a origem da matéria prima, a qualidade dos vinhos caiu
drasticamente.
Este quadro começou a mudar a partir do início do século XXI, com investimento e
conhecimento estrangeiros. Agora os vinhos búlgaros voltam a ganhar prêmios e
mercados.
A legislação atual é de 1999, e está em acordo com a legislação da União Européia.
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Le Cru de Beaujolais est arrivé!!! Hoje é dia do Beaujolais Nouveau. Todos os anos, uma célebre frase aparece em todas as
campanhas demarketing que anunciam a chegada ao mercado de cada nova safra: Le
Beaujolais Nouveau est arrivé!(O Beaujolais Nouveau chegou!). Mas eu preferi celebrar o
dia com um Cru de Beaujolais.
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Casa de Santa Eufémia Eu peço desculpas se este texto acabou por se tornar demasiado longo e repleto de dados
técnicos, mas se refere a uma degustação, para mim memorável, cheia de informações,
excelentes vinhos e valores em que acredito, de forma que eu simplesmente me senti na
obrigação de deixar tudo registrado. Esta semana, a ABS Campinas abriu espaço para
Pedro Carvalho, enólogo e proprietário da Casa de Santa Eufémia, para apresentar alguns
de seus vinhos, produzidos no Alto Douro, entre Peso da Régua e Pinhão.
Trabalho em azulejos na estação de comboios de Pinhão
Pedro divide com sua irmã Lúcia o controle da produção da vinícola. São a quarta geração
de vinicultores, porém só começaram a comercializar o próprio vinho do Porto em 1993, na
gestão de seu pai. Isso porque, conforme já comentei por essas páginas (relembre aqui),
até 1978, a legislação proibia a comercialização direta de vinho do Porto a partir das
propriedades do Douro. Por isso, a Casa de Santa Eufémia - assim como a Quinta da
Pacheca e tantos outros - eram obrigados a vender seus vinhos, ou mesmo apenas as
uvas, para os produtores que tinham armazéns em Vila Nova de Gaia.
Hoje, a quinta, de 40ha, produz vinhos do Porto, e também do Douro, isto é, vinhos não-
fortificados. E sempre a partir de vinhas velhas e misturadas, com média de 60 anos de
idade, onde diversas variedades são cultivadas lado a lado. Forma ainda tradicional no
Douro, apesar de estar perdendo força.
Cada casta tem um ciclo de maturação diferente, e no caso das variedades do Douro, se
elas fossem plantadas em lotes separados, elas atingiriam o ponto ótimo de colheita com
diferença de até três semanas. Porém, ao serem plantadas todas misturadas, os ciclos se
ajustam, e a diferença entre os pontos de maturação se reduzem a 3 dias, no máximo.
Exatamente como nos havia dito Rui Falcão, em palestra que deu na ABS Campinas
(releia aqui).
Suas vinhas possuem uma grande diversidade genética, sendo compostas de mais de 20
variedades diferentes, entre as famosas Touriga Nacional, Trincadeira e Tinta Roriz, mas
também Tinta Carvalha, Tinta Barroca, Tinto Cão, e a Touriga Fémea, também conhecida
por lá como Touriga Brasileira. Apesar de não se saber porque tem esta segunda alcunha,
tem-se apenas a certeza de que ela não é de origem brasileira.
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Vinhos Verdes tintos: exóticos, e incompreendidos
Basílica de Bom Jesus, Braga
A primeira vez que provei um Vinho Verde tinto não foi uma experiência exatamente
agradável. Foi em Braga, em um restaurante atrativo e aconchegante, próximo ao Arco da
Porta Nova. A comida estava muito boa, mas o vinho, não desceu. Eu já conhecia a fama
dele, que não é boa, mas minha curiosidade enológica me levou a arriscar. Uma jarra de
vinho da casa era barata, e a Thais tomou com gosto.
Eu me lembro que o vinho tinha uma cor púrpura intensa, um pouco de agulha, pouca
adstringência, e um aroma, que não era intenso, mas lembrava vinho de uva americana.
Pelo menos para mim, lembrou. E foi isso que me impediu de terminar a minha taça.
Seja pelo aroma, como foi no meu caso, seja pela sensação em boca (leveza, acidez,
agulha versustaninos), ele tem alta taxa de rejeição. Mesmo em Portugal, fora do Minho,
ele não faz muito sucesso. E quem gosta, diz que não é um vinho para se degustar, é pra
se tomar com comida. E comida pesada, de preferência, carnes gordurosas.
Mas, passado mais de um ano da minha primeira experiência com um Vinho Verde tinto,
depois de aprender que Vinhão é Souzão, e depois de ter provado vinhos que não eram
verdes, mas que continham Vinhão, resolvi dar uma segunda chance. Nesta sexta-feira, no
evento Mesa ao Vivo, tive a oportunidade de provar as versões de diferentes produtores.
Assim como o que tomei em Braga, todos os vinhos que provei na Semana Mesa, eram de
Vinhão. Além de ser a uva mais comum nos Vinhos Verdes tintos, ela aparece com
freqüência também entre os vinhos do Porto e do Douro, sob o nome de Souzão. Porém,
entre estes, só aparece em cortes, e em quantidades pequenas. Ela tem muita matéria
corante, muita acidez, mas não tantos taninos.
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Um vinho da Geórgia. Não, da outra Geórgia. É, me refiro ao país, encravado nas montanhas, entre o Mar Negro, a Rússia, a Turquia,
fazendo fronteira também com a Armênia e o Azerbaijão. Um país com um alfabeto próprio
e exclusivo, majoritariamente cristão ortodoxo, que tem o vinho como parte intrínseca da
sua cultura e sua fé. É provavelmente o berço da vinificação, com as evidências
arqueológicas mais antigas, datadas de 6000 A.C.[*]: ânforas de barro (qvevris) com
pigmentos de bitartarato de potássio (que indicam que houve fermentação de uvas), e
sementes fossilizadas de uva. A mesma forma de fermentação em qvevris enterrados no
chão ainda é usada no país; nos dias de hoje, majoritariamente para consumo próprio.
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Retrospectiva vinhos da Bulgária
Sucos de carvalho
Gamay também é uva nobre
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Vinhos suíços Maître de Chais Sempre que ouvi falar de vinho da Suíça, ouvi dizer junto que os vinhos são excelentes.
Que se não são conhecidos fora do país, é porque os suíços têm dinheiro, e compram o
vinho quase todo, sobrando muito pouco para exportação. Aliás, eles consomem 3 vezes
mais do que produzem, sendo grandes importadores. Apenas 2% da produção (de 100
milhões de litros) seria destinada à exportação.
Recebi estes rótulos pelo clube Winelands. São todos tintos, da Apelação de Origem
Controlada Valais. Eles foram produzidos pela Provins, uma cooperativa do Cantão
de Valais, que processa as uvas de mais de 4000 sócios e outros viticultores da região. É
um grande produtor, responsável por 10% da produção do país (segundo dados da própria
empresa).
Lamentavelmente, os rótulos enrugaram na minha adega
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Ferraton Père & Fils
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MIV 2013: Áustria, Itália e um pouquinho de França (... continuação)
Terminando meu relato da MIV 2013, faltou descrever os vinhos da Áustria; um
bom Champagne e umPinot Noir; e italianos de que mais gostei. Aliás, com respeito aos
italianos, provei vários na feira, incluindo vários rótulos da vinícola Beni di Batasiolo.
O Barolo que venceu o Top 5 da feira já tinha acabado quando cheguei a eles, mas o
restante era de vinhos insípidos, chatos e sem expressão; inclusive o Barolo D.O.C.G.
2009, que eles estavam oferecendo como consolação. E o mesmo achei de alguns outros
italianos, de outras importadoras.
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MIV 2013 e os vinhos ibéricos
Este sábado ocorreu a 8ª edição da Mostra Internacional de Vinhos, mas a primeira vez
que participo. Gostei do caderninho que dão no início, e vem com todos os vinhos, e
algumas informações técnicas mais básicas. Facilitou bastante a minha vida. Também
gostei da taça que foi dada de brinde no evento: uma taça ISO, decente, no padrão
normalmente utilizado em degustações técnicas. Em um evento em São Paulo, deram
taças que mais pareciam taça para cerveja de abadia da Bélgica!
Mas falando dos vinhos, minha curiosidade enológica me leva a procurar sempre
novidades, uvas e países/regiões diferentes. Portanto era natural que minha primeira
parada na feira fosse no Empório Sorio, que traz vinhos da Córsega, e que foram os
primeiros que descrevi sobre a feira, em meu texto anterior (clique aqui para ler).
Aproveitei a queima de estoque para levar algumas garrafas a preços muito interessantes.
Além deles, haviam vários outros produtores de nicho, como a Vinhos da Áustria,
Manzwine, Quinta da Falorca, Cultvinho, e também grandes importadores (destes que
trazem vinhos do mundo todo), e também alguns produtores nacionais (mas destes, não
tenho nada de bom a falar a respeito, sinceramente). Evitei passar em produtores que já
conhecia, dando preferência a novidades, pois nem cuspindo todos os goles seria possível
provar tudo. Faltou tempo e espaço (a certa hora da tarde, o salão ficou bem cheio).
Como a ferramenta (Blogger) me impõe um limite de marcadores, tive que quebrar o texto
em 2. Por isso, neste texto descrevo os vinhos ibéricos, e no próximo, o restante dos
vinhos que para mim foram dignos de nota.
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Empório Sorio: produtos da Córsega
Acabo de conhecer este importador de nicho - de um nicho muito raro, diga-se de
passagem - e ele já está com os dias contados para fechar as portas. O Empório Sorio vai
encerrar suas operações, e aproveitou a MIV Campinas para promover uma queima de
estoque. Conforme me disse Thierry Batistini, nativo da ilha e idealizador da importadora,
as vendas vão bem, e seus produtos têm boa aceitação, mas eles terão que desocupar o
imóvel onde hoje possuem loja e estoque, e não têm capital para investir na mudança. É
uma pena.
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Gamay também é uva nobre (Palestra da Inter Beaujolais para promoção dos
vinhosBeaujolais no Brasil)
A ABS Campinas, em parceria com a Inter Beaujolais, realizou nesta semana uma
degustação dirigida para apresentar as 12 Denominações de Origem da região
do Beaujolais. Inter Beaujolais é uma associação dos produtores e comerciantes de vinho,
responsável, de uma lado, por regulamentar e fiscalizar a produção da região, e de outro,
promover o produto em outros mercados. A apresentação foi realizada pelo senhor
Anthony Collet, diretor de marketing da associação.
Há mais do que o Beaujolais Nouveau Esta região é mais famosa pelo Beaujolais Nouveau, um vinho que, acompanhado de uma
estratégia demarketing bem sucedida, virou um sucesso de vendas em todo o mundo,
principalmente nos mercados em que o vinho é bebido como algo corriqueiro, do dia-a-dia.
Porém trouxe consigo uma má reputação, já que ele não é bem cotado pelos principais
críticos de vinho.
Uva Gamay *
Neste cenário, o foco da Inter Beaujolais é mostrar que a região não tem
apenas Beaujolais Nouveau; que eles também têm vinhos complexos, de guarda; que
a Gamay também é uma uva nobre; e que a produção de Beaujolais não é uma produção
industrial.
Para defenderem suas afirmações, eles têm fatos concretos. Estudos ampelográficos
determinaram que a Gamay é um cruzamento espontâneo (ocorreu sem interferência
humana) entre Gouais Blanc e Pinot Noir, assim como a Chardonnay. Ou seja, irmã
da Chardonnay, e filha da Pinot Noir, ela tem os genes das uvas nobres. Ela teria, portanto,
plena capacidade de desenvolver características complexas, assim como a Pinot Noir. Diz-
se que o Beaujolais, com a idade, ele 'pinota', ou seja, adquire características de Pinot.
Além disso, Mr. Collet destaca que a região possui 2500 propriedades, com área média de
9,4ha, a colheita é sempre manual, e as poucas propriedades que usam máquinas, o
fazem para tarefas como aragem, remoção de ervas (e provavelmente aplicação de
defensivos agrícolas). Ele ainda ressaltou que o uso de carros de boi para arar a terra
ainda é muito comum na região.
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Stambolovo Merlot Limited Release 1991, da Bulgária
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Arenae Ramisco 2005 - DOC Colares
Na minha última viagem a Portugal, trouxe dois vinhos raros, duas preciosidades: duas
garrafas de vinhos da D.O.C. Colares, feitos com a casta Ramisco. Na companhia do meu
pai, resolvi abrir uma delas:Arenae Ramisco 2005, produzido pela Adega Regional de
Colares, uma cooperativa que reúne 90% dos produtores da região.
Colares, nos arredores de Lisboa, acumula peculiaridades. É a região demarcada mais
ocidental da Europa continental, mas isso não é nada. O interessante é que, em Colares,
as vinhas são plantadas na areia, sem porta-enxertos, pois a filoxera não sobrevive lá. É
uma região litorânea, que sofre influência direta do clima atlântico: temperatura
relativamente amena, em comparação com o restante do país, e muito vento marítimo,
com grande umidade. As características do clima levaram a um método de viticultura muito
próprio. Em primeiro lugar, as videiras crescem sem condução, espalhando-se pelo solo.
Além disso, elas são protegidas do vento por paliçadas de cana seca. E para completar, os
cachos de uvas são protegidos por folhas secas, com o intuito de protegê-los do excesso
de sol.
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27 de julho de 2013
Wine Weekend 2013 - parte 4 Esta é a última parte do meu relato sobre o Wine Weekend 2013. Nos textos anteriores,
descrevi os melhores espumantes da feira, um rosé que me surpreendeu, meu relativo
infortúnio na escolha dos vinhos brancos, e ótimos tintos italianos, riojanos e de Ribera del
Duero. Ficaram faltando quatro grandes vinhos, cada um em seu estilo, que não se
enquadravam nas outras categorias.
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