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Visão 1/26 a 32 S/Cor 2854 132725 Nacional Informação Geral Semanal Página (s): Imagem: Dimensão: Temática: Periodicidade: Classe: Âmbito: Tiragem: 25072013 Política

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Visão

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Âmbito:Tiragem:25­07­2013

Política

ENTREVISTAAANTÓNIOJOSÉSEGUROPRECISAMOSDEPARTIDOSDEESQUERDAQUENÃOCONSIDEREMQUEGOVERNARÉPECADO

ObonitojardimdasedenacionaldoPSnoLargodoRatoemLisboaéumdoslocaisondeAntónioJoséSeguro52anosdescomprimeapósasemanamaisdifícildoseumandatocomosecretáriogeralEéesseolocalescolhidoparaestaentrevistanoprópriodia23deJulhoemqueolídersocialista comemora dois anos à frente dos destinos

do partido Informal e bemdisposto mostrase convicto de ter sabido resistir a pressõesinternas e externas duranteo processo negocial com os partidos do Governo No seubalanço do fracasso aponta os cortes de 4 7mil milhões de euros como dificuldade inul

trapassável Mas aceita o repto de Cavaco Silva para fazer frutificar algumas «sementes»de entendimento E para o futuro se o PSganhar as eleições vislumbra compromissos pós eleitorais à esquerda e ou à direitasem preconceitos e em função do conteúdodos respetivos acordos Duro com o PCP eo BE a quem acusa de só quererem «roubarvotos» ao PS admite um entendimento delongo prazo com o Governo emmatéria fiscalPrometedarlutaebateropénaEuropareconhecendoquemuitasdassuaspropostasepromessassóserãoexequíveissenesseparticularforbemsucedidoMaspergunta

«Equaléaalternativa»

VISÃO Os portugueses desejavam ou nãoo acordo que o PR pediu entre PS PSD e CDSAntónio José Seguro Sim Com o País em dificuldades qual o português que não desejariaum compromisso

Então porque não se chegou a esse acordoO problema é o conteúdo desse acordo Aolongo deste processo cada um tinha divergências profundas sobre esse conteúdo

Mas o CDS diz que já havia acordo em maisde 50 das propostasSe houvesse convergência suficiente o processo não teria sido interrompido Houveummomento de clarificação de concretizaçãoE aí o PS recusou ummau acordo A questãocentral eram os 4 7 mil milhões de euros de

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cortes no Estado E os partidos da maiorianão mostraram disponibilidade para abrirmão desses cortes

Se o senhor esteve calado durante o processo

negocial o mesmo não se pode dizer de figurasimportantes do PS que criticaram publicamentea entrada do partido num processo de diálogo como Governo Como geriu essas pressõesOuvindo todas as opiniões e decidindo deacordo comas minhas convicções Entrei noprocesso de diálogo

Mesmo sendo acusado de estar a prolongara vida de um Governo «moribundo»

e levei a esse diálogo as propostas do PSDepois houve outras pressões tambémmuito grandes para que assinasse um acordoIndependentemente do que fosse o acordoE foi claro que eu não assinaria um acordoqualquer Não passo dois anos a defenderpropostas para as deixar cair em troca de eleições daquiaumano

Mas num acordo há cedências de parte a parteEsperava impor as suas propostas sem alteraçõesOque estava em causa não era o tamanho doscortes Era se deve haver política de austeridade com mais cortes ou não Esta políticaprovoca recessão E é isso que tem de mudarComo diz The Economist a bíblia dos liberaisapolítica da austeridade falhou Porque é queo Governo não o reconhece Até o Presiden

te da República PR na sua comunicaçãode domingo fala de aspetos que estavam nonosso documento

OPRestabeleceu um guião paraoGovernoEu discordo da decisão do PR Os portugueses vão andar com o coração nas mãos com amanutenção deste Governo

Mas o PR enviou alguns recados ao Governopara que tenha outra políticaE isso muda alguma coisa Recorda se dequando o PR falou da espiral recessiva Algumacoisa se alterou

Há um momento na quinta feira em que areunião da Comissão Política do PS é adiada

em cima da hora É verdade que numa reuniãocom os presidentes das federações distritaisdo partido o acordo foi vetadoÉ completamente falso Depois das duas reuniões desse dia com os partidos do Governoachámos que havia ainda condições para chegar a acordo Por isso suspendemos a reunião daComissão Política

Então nessa altura a outra parte ainda admitiavir a desistir dos cortes

Tínhamos ainda razões para acreditar queera possível o acordo Mas houve várias pessoas que chegaramao Rato para a tal reuniãoe houve uma conversa informal com vários

dirigentes nacionais Havia uma determinação da minha parte «Meus amigos respeito avossa opinião mas eu quero um acordo e voulutar por ele

OPR fala de «sementes» que podem facilitaroutros acordos ou pontes para um diálogono futuro entre o PS e o Governo Isso temfundamento

O País precisa de mais diálogo e de menostrincheiras Há dois anos adotámos uma atitude construtiva e responsável O Governodesbaratou essa oportunidade Agora após oque se passou na última semana seria inaceitável que os pontos emque houve convergên

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cia não fossem aproveitados E o Parlamentoé a sede própria para concretizar isso

Então há novos canais de diálogocom o Governo

Esses canais estão no Parlamento

As propostas que o senhor levou para estasconversações parecem a moção de estratégiaapresentada no último congressoEssa não era uma moção qualquer Era umamoção cheia de conteúdo Não íamos agoraapresentar outras propostas

OPS também teve uma reunião comoBlocode Esquerda que correu mal Ou seja de umapenada o PS descartou se de um compromissoà direita e livrou se de outro à esquerdaA pensar na maioria absolutaO diálogo com a esquerda precisa de seraprofundado Eu quis que houvesse coligações autárquicas com o Bloco e com o PCPO BE disse que sim se o PCP alinhasse o PCPdisse que não Emjunho promovi reuniõescom os partidos e portanto com estes doisÀ saída da reunião com o PCP eu disse quehavia convergência no plano social Mas oPCP fechou a porta Com o BE identifiqueipontos convergentes em matéria social e no

plano europeu O Bloco parecia ter algumaabertura mas o que se passou na semanapassada entrou em total contradição com apossibilidade desse diálogo Nós queríamosintegrar o BE e o PCP no diálogo mas estespartidos disseram que «com esses não negociamos porque são da direita» Enquanto oPS pensa no interesse nacional PCP e BE sópensamem roubarvotos ao PS

As pontes com a esquerda estão entãoderrubadas

Esta semana demonstrou que dois partidosde esquerda no momento em que eram chamados a dar o seu contributo para reforçara esquerda no processo de diálogo demitiram se Ora o País quer uma esquerda compropostas Nós precisamos de uma esquerdaque não considere que governar é pecadoE para o PCP e para uma boa parte do BE governar é pecado

PCP e BE ficam remetidos a partidos de protestofora do arco da governaçãoSim e não digo isso com gosto Não digo issocom gosto

Perante esse quadro que tipo de acordos pode oPS promover caso ganhe eleições sem maioria

Estou convencido de que o PS tem todas ascondições paraganhar commaioria Não descarto acordos de incidência governamental etudo farei para firmar acordos de incidênciaparlamentar mesmo commaioria

Não a tendo depois se vê É mais fácilum acordo com o CDS ou o BE

Lutaremos por maioria absoluta Mas qualquer acordo tem de ser feito em função depolíticas muito concretas não em função deesquerda ou direita

Então nenhum partido está excluídoNenhum partido está excluído de dar o seucontributo para resolver os problemas doPaís Mas há divergências Como é que euposso fazer um acordo com um partido quedefenda a saída de Portugal da Zona Euro

OPCP eventualmente

Umpartido que defenda isto está excluídoEu incluo ou excluo em função de propostasconcretas Nós estamos a perder as pessoasporque se promete uma coisa e se faz outraquando se chega ao Governo

Isso é válido para todosPara todos Mas nós temos de aprender com

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os nossos erros O que temos a fazer é apresentar uma proposta clara objetiva e calendarizada e mobilizar o País

Pelo que se conhece das propostas do PSgrande parte delas depende de conversas coma troika e ou com os nossos parceiros europeusOPS rasgaoMemorando celebrado comatroika

O PS honra os compromissos do Estado português

Mas então muitas das suas propostasdependem de futuras negociações cujo sucessonão pode garantirO Paísjánão sebasta a si próprio Não dependemos de nós para sair desta crise

E o PS não depende de si próprio para cumprir aspromessas que anda a fazerO País não depende de si próprio E quemdisser o contrário está a iludir os portuguesesInseridos na Zona Euro também dependemos de políticas definidas pela União Europeia Temos de trabalhar no interior da UEprocurando aliados

Já identificou esses aliados

Sim A Itália aEspanha aFrançapodiam seraliados importantes de Portugal

E que démarches como primeiro ministrofaria imediatamente para conseguir concretizaresse wishfull thinkingNão é wishfull thinking É que eu conheço boaparte dos líderes europeus nomeadamentesocialistas que estão no poder poucos enas oposições

Mas Portugal ou o seu primeiro ministro teriampeso político para congregar essas vontadesSozinhos não em conjunto sim É isso quenós PS temos andado a fazer na Europa

Anossa dívida é «impagável»Aminha resposta a essa pergunta é a seguinte a dívida só tem uma solução sustentávelno seio daUE Defendoumamutualização daparte dadívida de todos os Estados acima dos60 do PIB com a criação de um fundo europeu Não quer dizer que sejam os outros apagar a nossa dívida Seremos nós a pagá la eaos respetivos juros Só que com esta mutualização os juros serão muito menores Menos juros menos défice E mesmo a dívida de60 perante a previsível subida do rating daRepública verá substancialmente reduzidosos respetivos juros

Parece uma boa ideia mas como se convenceos outros

O Partido Socialista Europeu defende essaproposta e o SPD alemão tem na no seu programa

OSPD não estánoGovernoMas qual é a solução alternativa para a dívida Quandomediz ebem quealgumas dasnossas propostas precisam da concordânciados parceiros europeus eu digo é verdademas é aúnica solução Nós nãopodemos ajoelhar nos como este Governo tem feito

E se essa solução não for aceite o PS muda assuas políticas ou desisteAdmitir isso seria duvidar da nossa capacidade como País de mobilizar todos os nossosrecursos e argumentos para convencer osnossos credores Eu não desisto

Como primeiro ministro como dialogariacom a troika no quadro da próxima avaliaçãoFalaria com os dirigentes da troika Com asenhora Lagarde com o dr Durão Barrosocom o sr Dragui Porque os técnicos que nosvisitam não têm poder de decisão É precisouma renegociação política

Com a próxima avaliação antes de finaisde setembro as eleições não iam a tempo

Mas aí haveria condições para adiar a avaliação para depois das eleições A 7ªacabouquando a 8 ªdevia começar Nemsequeros objetivos definidos para cada avaliaçãoforam alguma vez cumpridos e no entantoelas foram todas positivas Isto é uma hipocrisia comaqual temos de acabar A troika e oGoverno andaram a dizer que esta política iaresultar Não resultou E agora andam a verse passam despercebidos

Quer dar dois ou três exemplos da terapiaimediata que o PS aplicaria para melhorara economia se agora assumisse o GovernoParar com a política de cortes

E se desistisse dos cortes qual seria a reaçãoimediata dos mercados

Peço desculpa mas nós estamos a financiar nos sem a necessidade de depender demercados temos a rede do BCE e uma as

sistência financeira Portanto parar com oscortes o que não significa parar com o processo de consolidação das contas públicasPropomos uma regra para limitar a despesacorrente primária excluindo juros estabilizadores económicos e o investimento Nos

próximos anos receberemos cerca de 20milmilhões de euros de fundos comunitários

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Esse dinheiro deve ser prioritariamente encaminhado para incentivos reembolsáveisemvez de ser dinheiro a fundo perdido seriaum incentivo para ajudar a economia novosinvestimentos e criação de emprego Essesfundos seriam geridos por um Banco de Fomento que os canalizaria para a economia eemdez 15 20 anos seriam fundos reembolsáveis O dinheiro circularia na economia e ajudava ao crescimento Depois defendemosum compromisso de ajustamento do déficetendo por base a proporção do crescimentoda Economia E a componente nacional dosfundos comunitários os 5 10 15 por cento dedinheiros públicos que têm de ser colocadospassariam a não contar para o défice duranteo período de ajustamento

Lá está mais uma proposta que depende não doGoverno PS mas do acordo dos nossos credores

Os italianos conseguiram

Não estão intervencionados

Mais uma razão Quem está em maioresdificuldades ainda mais precisa Os nossoscredores querem ou não querem receber odinheiro deles Eles acham que vão receber com este programa Não há olhos para

ver O rei vai nu O rei vai nu O primeiroministro anuncia a recuperação para 2012depois para 2013 e estamos nisto Um agora vice primeiro ministro com a área todada economia e da negociação com a troikadcmite se diz que a decisão é irrevogávelComo é possível acreditar Os mercados nãoolham para isto Que credibilidade têm estas pessoas Precisamos de umGoverno comumavoz forte na Europa que consiga aliadose possa mobilizar as pessoas Temos um paísem que as energias não estão mobilizadasCadaumtenta sair da crise por si Ora ou nossalvamos todos ou ninguém se salva

Alguma área em que os partidos possam assumirum compromisso a longo prazoPor exemplo em tomo da estabilidade e previsibilidade fiscal

OGoverno parece admitir um novo rumonessa área

E nós estamos disponíveis Não houve acordo mas há soluções Não queremos agravaros problemas para dizer que a culpa é do Governo Não somos esse tipo de oposição

Que política de privatizaçõesOMemorando previa a privatização de umcerto número de empresas para atingir ummontante de 5 mil milhões de euros Essemontante foi atingido com as privatizaçõesda REN e da EDP É altura de chegar juntoda troika e dizer vamos revisitar esta partedo programa Na TAP propomos em vez deuma privatização total e já que a empresaprecisa de liquidez que haja uma privatização parcial aberta a investidores de paíseslusófonos E fazer da TAP uma empresa dalusofonia de modo a preservar interesses estratégicos nacionais para continuar a voarpara países onde a diáspora portuguesa éforte E para ir buscar turismo importantepara o desenvolvimento da nossa economiaAinda para captar investimento estrangeiroe manter rotas importantes para a internacionalização das nossas empresas Eu falei

disto a Dilma Rousseff e ela achou que seriauma boa ideia

A Concertação Social deve manter secom este Governo

Claro que sim Propomos um acordo de médio prazo O País precisa de compromisso e aconcertação é indispensável à governação

Passam hoje terça feira 23 dia da entrevistadois anos sobre o dia em que tomou posse comosecretário geral do PS Qual o pior e o melhormomento do seu percursoO pior registei o em março quando concluique as propostas do PS não tinhamqualqueracolhimento da parte do Governo e apresentei a moção de censura Em fevereiromarcámos um debate de urgência Dissemosque era preciso uma renegociação políticado Memorando e um programa realista eo primeiro ministro fechou nos as portasE no dia 19 de março Dia do Pai recordo mecomo se fosse hoje o ministro das Finançasfoi ao Parlamento insistir na mesma políticaO melhor momento ocorreu no dia em queoito das nossas dezpropostas como objetivode apoiar as empresas e através delas apoiaro emprego foram aprovadas no Parlamento

E internamente no PS O pioraturbulênciaem torno da rutura com António Costa e o melhor

o ambiente de coesão saído do Congresso

Acha que perante as dificuldades por quepassam os portugueses eu devo valorizarquestões internas do PS

Quais são os objetivos para as autárquicasGanhar em número de votos é o objetivoprincipal

Há muitas candidaturas de dissidentes do PS

De quem é a culpaEu preferia que essas candidaturas não existissem São pessoas que saem do PS para secandidatarem contrao PS e isso enfraquece opartido Mas quase nunca essas candidaturassurgempelas melhores razões

Como ficam as relações com o Presidenteda RepúblicaTemos uma relação institucional perfeitamente normal com o senhor Presidente da

República Ainda agora o PR fez um apeloa um diálogo a que o PS correspondeu semhesitar

Em que factos concretos se baseou o PS para sequeixar de escutas na sua sede no Largo do RatoComo compreende não farei qualquer declaração sobre essa matéria

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