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Visita de Estudo ao Geoparque de Arouca Relatório Disciplina: Biologia e Geologia Professor: Dinis Silva Ano/Turma: 11ºC Realizado por: Maria João Dias Data de entrega: 21 de Abril de 2015

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Visita de Estudo ao Geoparque de Arouca

Visita de Estudo ao Geoparque de AroucaRelatrioDisciplina: Biologia e Geologia Professor: Dinis Silva Ano/Turma: 11CRealizado por: Maria Joo DiasData de entrega: 21 de Abril de 2015

Introduo

No dia 7 de Abril de 2015 foi realizada uma visita de estudo ao Geoparque de Arouca juntamente as turmas A, D, DO 11ano. Com esta visita ficamos a conhecer, na parte da manh, o Centro de Interpretao Geolgica de Canelas (CIGC), conhecido mundialmente por ser o museu com as maiores trilobites do Mundo e, j na parte da tarde fomos visitar a Casa das Pedras Parideiras, outro ponto bastante conhecido e procurado, pois o nico local com uma rocha um pouco diferente daquelas que ns j conhecemos. A realizao deste trabalho, visa a tentar cumprir um pequeno nmero de objetivos, entre os quais: conhecer a geomorfologia do geoparque; conhecer os vrios tipos de fossilizao, e tentar compreender o processo de formao de diferentes rochas, em particular, das pedras Parideiras.O trabalho est organizado por tpicos, sendo os principais: a localizao do Geoparque de Arouca; o que um geoparque?; centro de Interpretao Geolgica de Canelas, e as Pedras Parideiras.

Localizao do Geoparque de AroucaO Geoparque de Arouca, tal como o nome indica localiza-se em Arouca. Arouca situa-se no norte do distrito de Aveiro, a cerca de 80 km de Esposende. Esta aldeia tem aproximadamente 380 km de rea e nela residem cerca de 24000 habitantes. O concelho de Arouca constitudo por um planalto (Serra da Freita), plancies agrcolas e encostas abruptas.

Fig.1- Geoparque de Arouca

O que um Geoparque?Um geoparque uma rea com um vasto territrio e limites bem definidos, que possui um Patrimnio Geolgico, associado ao desenvolvimento sustentvel; e tambm um nmero significativo de locais com interesse geolgico (geosstios). O geoparque de Arouca possui 328 km.Assim os geoparques tm trs objetivos principais:1. A educao para um desenvolvimento sustentvel;2. O turismo, bastante importante, j que cabe a um Geoparque estimular a atividade socioeconmica. Sendo assim o turismo tem o papel de incentivar, promovendo visitas e rotas tursticas;3. A geoconservao. (so aplicadas medidas para que os geosstios sejam preservados).

Centro de Interpretao Geolgica de CanelasA Pedreira do Valrio fica localizada na freguesia de Canelas, concelho de Arouca, pertencente ao distrito de Aveiro. Est integrada na sub-regio de Entre Douro e Vouga, da regio Norte de Portugal.

Fig.2- Centro de Interpretao Geolgica de Canelas

O Centro de Interpretao Geolgica de Canelas, foi inaugurado a 1 de Julho de 2006, e atualmente visto como um exemplo da cooperao entre a indstria extrativa e a cincia. Tudo comeou com o sonho de um senhor que, depois de ter demonstrado uma sensibilidade para a proteo dos fsseis recolhidos na pedreira, avanou para a construo desta infraestrutura to importante. Os exemplares de fsseis expostos nesse espao so notveis pela sua raridade, espetacularidade, singularidade, pelo que estamos perante um bom exemplo de salvaguarda, proteo e promoo de um Patrimnio que pertence a todos ns, j que nos esclarece melhor a Histria da Vida na Terra. Na fase inicial da visita assistimos a uma apresentao que nos esclareceu melhor a questo das trilobites, dos fsseis, o desenvolver do Mundo No final da palestra, e no mesmo local, conseguimos observar alguns fosseis de trilobites e alguns objetos encontrados durantes as escavaes e as recolhas, como jarras, canecas, pratos, etc. A geologia da Regio-Tudo comeou acerca de 520 milhes de anos, no Perodo Cmbrico, com a deposio de sedimentos arenosos e argilosos, num mar no muito profundo, que estiveram na origem dos xistos atuais (e no s), posteriormente sujeitos a foras tectnicas, que os dobraram e submeteram ao da eroso. -A deposio desses materiais no foi contnua. -No final do Perodo Ordovcico, ocorreu uma marcante paragem na sedimentao, num perodo marcado por uma intensa glaciao, que provocou a primeira grande extino de vida na Terra. A sedimentao reiniciada com a deposio de areias, que viriam a originar quartzitos, e com a subida do mar assiste-se deposio de siltes e argilas, que originaram um diferente tipo de xisto. -Com o aprofundar do mar, assistiu-se ao depsito de sedimentos muito finos e em condies de anaerbias, formaram-se xistos negros, onde ficaram preservados alguns fsseis de seres planctnicos colonias (os graptlitos).- Depois, durante o Devnico, o nvel mdio das guas baixa. Esta idade no aflora na regio de Arouca, devido eroso e a fenmenos tectnicos;- Com o recuo do mar, que cobria os materiais devnicos, surgiu a ao tectnica que, ao provocar o dobramento dessas rochas, conduziu formao de uma cadeia montanhosa (o Anticlinal de Valongo). Esta movimentao levou formao de um lacuste (bacia de sedimentao), com posterior desenvolvimento de vegetao nas suas margens, que viria a originar mais tarde o carvo. - O choque dos Continentes culmina com a formao da Pangeia (supercontinente), h aprox. 250 milhes de anos, que teve como consequncia a extino das trilobites escala global e a instalao de massas magmticas que originaram os granitos da regio. Fsseis de CanelasO que so fsseis? So restos deseres vivosou evidncias de suas atividades biolgicas preservados em diversos materiais.Tipos de fossilizao: mumificao (todo ou quase todo o ser vivo fica conservado); moldagem (no se conservam nenhumas partes do organismo, ficando apenas um molde das suas partes duras); mineralizao (os sedimentos que envolvem o ser vivo sofrem compresso devido ao peso dos depsitos que esto por cima); marcas de atividade como pegadas de dinossauro, ovos fossilizados, fezes fossilizadas (coprlitos), entre outros.O CIGC, engloba uma variada e nica coleo de fsseis, resgatada no desenrolar dos trabalhos industriais nas ardsias, formadas h cerca de 465 milhes de anos (Ordovcico). Esta coleo paleontolgica rene uma fauna de invertebrados fsseis, onde se destacam as trilobites, bivalves, gastrpodes, cefalpodes, braquipodes, crinoides, cistoides, icnofsseis TrilobitesAs trilobites foram um dos mais bem-sucedidos grupos de organismos desde o incio da vida no nosso Planeta, tendo a sua evoluo sido marcada por vrios avanos e recuos durante o seu registo estratigrfico na histria da Terra. Apareceram no Perodo Cmbrico, e extinguiram-se no Perodo Prmico (ltimo da Era Paleozoica). Estes seres so classificados como artrpodes e os seus corpos estavam divididos em trs partes, o Cfalo, o trax e o pigdio, como podemos ver na figura abaixo:

Fig. 3- Constituio da Trilobite

As Trilobites de Canelas provvel, que o grande reconhecimento deste centro, est relacionado com o gigantismo de algumas espcies de trilobites encontradas, ao ponto de serem consideradas as maiores do mundo. Enquanto estvamos no museu encontrava vrios fosseis de trilobites e rochas onde era possvel visualizar a ondulao do mar registada na ardsia (rocha mais abundante na zona e onde so encontrados os fosseis). Podemos ver ainda fosseis de um dos maiores predadores das trilobites, que eram envoltos numa grande concha que formava um bico e estes animais podiam atingir os dois metros e meio.

Fig.4- Trilobite do CIGC

Fig.5- A maior trilobite do mundo tem 86 cm

No final da visita ao museu realizamos a Caa aos fosseis onde executamos a diclase ardosia visando a descoberta de algum fssil de trilobite. No entanto, o grupo em que eu seguia, no encontrou nada. Logo depois do almoo visitamos a fbrica da ardosia (atual empresa Ardsias Valrio & Lda.) onde observamos os trabalhadores a realizar a diclase das ardsias e onde so muitas vezes encontrados vrios fosseis de trilobites, que se estiverem partidos ou forem insignificantes so descartados. As Pedras ParideirasNeste local pudemos observar, as to conhecidas e raras pedras parideiras, e mais tarde, consolidar as informaes recebidas pela guia atravs de um vdeo acerca da formao destas pedras que parem pedras. A rocha pela qual a Pedra Parideira constituda um granito que tem um conjunto de ndulos achatados na sua matriz (devido a presses sofridas com o decorrer do tempo), cada um com diferentes dimenses, mas que se libertam da rocha pela ao dos agentes erosivos, da a designao de Pedra Parideira. O segredo que leva a este fenmeno, encontra-se no interior desses ndulos, na parte mais exterior contm o mineral biotite, depois tem uma camada de moscovite, de seguida, o feldspato, e finalmente, o seu ncleo constitudo por quartzo. Assim, esta informao contida no interior destes ndulos, permite-nos perceber como foi o processo de formao desta rocha.

Fig. 6- Composio das pedras parideiras

Durante o percurso pela casa das Pedras Parideiras, conseguimos observar a abundncia de ndulos soltos nos campos podendo tambm verificar-se que a matriz das rochas est bastante alterada e arenizada. Isto acontece porque o feldspato transforma-se em argila, o que faz com que os ndulos se soltem facilmente. No entanto, esta apenas uma das razes que explicam o fenmeno das Pedras Parideiras, mas existem outros de carter morfolgico e climatrico que se fazem sentir ao longo do ano. O calor e o frio tm um efeito na libertao destes ndulos da rocha me que os alberga. Assim temos:- A crioclastia: ocorre com frequncia durante os invernos rigorosos e acontece da seguinte forma- quando a gua das chuvas penetra as fendas existentes, vai congelando medida que a temperatura exterior baixa. Ao congelar, o volume aumentado, e o processo assemelha-se ao de uma alavanca que vai ajudar a soltar o ndulo da rocha.- A termoclastia: ocorre com frequncia devido s diferenas de temperatura diurnas e noturnas. Tratando-se de um local no interior de Portugal, est vrias vezes sujeito a estas diferenas de temperatura. Deste modo, vai haver uma contrao e uma descontrao dos ndulos e da rocha, levando a que estes se soltem da rocha me.Se observarmos a estrutura destas rochas, verificamos que apresentam uma matriz clara, contrariamente aos seus ndulos que, devido presena de biotite, apresentam cor escura. Este fator faz com que haja uma grande diferena no que diz respeito absoro da energia. Nos dias com elevadas temperaturas, os ndulos (com cor escura), vo absorver uma quantidade energia superior quela que rocha me absorve, e faz com que ao longo do dia, o ndulo v dilatando ligeiramente. Agora, pelo contrrio, quando chega a noite e as temperaturas baixam, a rocha vai contraindo sem a presena do sol. Estas sucessivas contraes e dilataes levam a que o ndulo se solte da rocha envolvente. importante referir que na concavidade negra onde j se tenha alojado um ndulo, nunca mais se destacar outro.

Fig. 7- Rocha me, com buracos onde estavam alojados ndulos que se destacaram dela.

ConclusoPara concluir, aqui fica um breve resumo daquilo que aconteceu na visita, bem como, os objetivos concretizados e apreciaes finam acerca da mesma.Chegados a Arouca, dirigimo-nos para o Centro de Interpretao Geolgica de Canelas, onde ficamos aprendemos um pouco mais acerca do Mundo das Trilobites. Na parte da tarde, visitamos a fbrica das ardsias, e de seguida, dirigimo-nos casa das Pedras Parideiras, onde ficamos a compreender o processo que envolve o facto de as pedras de destacarem da rocha me. No final, consegui reter as respostas s questes que nos tinham sido propostas, e assim cumprir os meus objetivos: agora j compreendo a geomorfologia e tambm a geologia da regio; assim como os vrios processos de fossilizao, dando maior enfse moldagem e mineralizao; e finalmente, compreendi o processo de formao das rochas em que pedras parideiras estavam envolvidas, sendo de todas a questo que mais me intrigava.Em suma, jugo que a visita foi bastante til para enriquecer os meus conhecimentos face disciplina de Geologia.

Bibliografia

https://www.google.pt/search?q=trilobites+arouca&espv=2&biw=1680&bih=925&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=mGM1VeK6K-OR7Aay0YCYCw&sqi=2&ved=0CAYQ_AUoAQ http://www.cigc-arouca.com/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedra_parideira http://www.geoparquearouca.com/?p=museus&sp=parideiras http://www.publico.pt/local/noticia/pedras-parideiras-de-arouca-receberam-60000-visitas-em-dois-anos-1676684 https://www.google.pt/search?q=pedras+parideiras&espv=2&biw=1680&bih=925&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=H2Q1VaWfLtKu7AbXzYHIAw&ved=0CAYQ_AUoAQ http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=2345&op=all

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