vivendo nas nuvens

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58 | invista | novembro dezembro | 2011 TECNOLOGIA E CONSUMO ||||||||||||||||||||| [ por Tabata Pitol DIZER QUE ALGUÉM ESTÁ NAS NUVENS NÃO é mais – necessariamente - sinônimo de que essa pessoa está desatenta ou distraída. Ao contrário! Desde que o cloud computing (ou, em português, computação nas nuvens) pas- sou a ser uma realidade, dizer que alguém está nas nuvens pode significar que já desco- briu uma forma prática e eficaz de armazenar e acessar seus arquivos digitais sem precisar do seu computador pessoal. “De forma simples, é chamado de computa- ção nas nuvens o uso compartilhado de uma estrutura de processamento e armazenagem que não está no seu computador, mas em um ou mais datacenters”, explica o CEO da MIPC S.A., empresa de tecnologia voltada para o cloud computing, Leandro Fraga. Na prática, conta o consultor de tecnologia da informação Alexandre Sgobbo Gimenez, “tanto para pessoa física como para empresá- rios, estar nas nuvens significa poder acessar seus dados, por meio da internet, em qualquer lugar do mundo e em qualquer dispositivo, seja um laptop, desktop, tablet ou smartpho- ne. Além disso, em um mundo em que espaço físico é cada vez mais escasso e equipamen- tos como netbooks, tablets e smartphones não possuem espaços muito grandes de armaze- namento, contar com um HD remoto é uma ótima coisa”. CLOUD COMPUTING: TECNOLOGIA PERMITE ACESSAR DADOS EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO E RESOLVE PROBLEMAS DA FALTA DE ESPAÇO PARA ARMAZENAMENTO DE ARQUIVOS Embora muita gente ache confuso entender como funcio- nam e para que servem “as nuvens”, na prática, a maioria dos internautas já usa essa tecnologia, muitas vezes sem nem se dar conta. NO DIA A DIA “Sites de compartilhamento e armazenamento de fotos, como o flickr ou o mais antigo flog, já são uma maneira mais simples de computação nas nuvens”, esclarece Gimenez. O consultor completa ainda explicando que essa tecnologia também se caracteriza pela facilidade de usar um programa sem precisar instalá-lo na má- quina. “É comum a pessoa ter um programa de bate-papo em sua máquina, no qual ela precisa cadastrar todos os seus amigos e conhecidos. Mas hoje as redes sociais e webmails oferecem o serviço sem a necessidade de instalar pro- gramas ou cadastrar as pessoas. Basta que ela integre seus contatos para poderem conversar quando estão online. Outra forma muito usada de computação em nuvem são os webmails. Não é mais necessário baixar todas as mensa- gens recebidas para seu computador. Eles ofe- recem cada vez mais espaço e permitem que você acesse uma mensagem, recente ou antiga, de qualquer lugar que tenha web”. Para quem utiliza uma planilha de organiza- ção de orçamento, por exemplo, o Google docs VIVENDO (VIRTUALMENTE) NAS NUVENS

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58 | invista | novembro dezembro | 2011

TECNOLOGIA E CONSUMO |||||||||||||||||||||[por Tabata Pitol

DIZER QUE ALGUÉM ESTÁ NAS NUVENS NÃO é mais – necessariamente - sinônimo de que essa pessoa está desatenta ou distraída. Ao contrário! Desde que o cloud computing (ou, em português, computação nas nuvens) pas-sou a ser uma realidade, dizer que alguém está nas nuvens pode significar que já desco-briu uma forma prática e eficaz de armazenar e acessar seus arquivos digitais sem precisar do seu computador pessoal.

“De forma simples, é chamado de computa-ção nas nuvens o uso compartilhado de uma estrutura de processamento e armazenagem que não está no seu computador, mas em um ou mais datacenters”, explica o CEO da MIPC S.A., empresa de tecnologia voltada para o cloud computing, Leandro Fraga.

Na prática, conta o consultor de tecnologia da informação Alexandre Sgobbo Gimenez, “tanto para pessoa física como para empresá-rios, estar nas nuvens significa poder acessar seus dados, por meio da internet, em qualquer lugar do mundo e em qualquer dispositivo, seja um laptop, desktop, tablet ou smartpho-ne. Além disso, em um mundo em que espaço físico é cada vez mais escasso e equipamen-tos como netbooks, tablets e smartphones não possuem espaços muito grandes de armaze-namento, contar com um HD remoto é uma ótima coisa”.

CLOUD COMPUTING: TECNOLOGIA PERMITE ACESSAR DADOS EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO E RESOLVE PROBLEMAS DA FALTA DE ESPAÇO PARA ARMAZENAMENTO DE ARQUIVOS

Embora muita gente ache confuso entender como funcio-nam e para que servem “as nuvens”, na prática, a maioria dos internautas já usa essa tecnologia, muitas vezes sem nem se dar conta.

NO DIA A DIA“Sites de compartilhamento e armazenamento de fotos, como o flickr ou o mais antigo flog, já são uma maneira mais simples de computação nas nuvens”, esclarece Gimenez. O consultor completa ainda explicando que essa tecnologia também se caracteriza pela facilidade de usar um programa sem precisar instalá-lo na má-quina. “É comum a pessoa ter um programa de bate-papo em sua máquina, no qual ela precisa cadastrar todos os seus amigos e conhecidos. Mas hoje as redes sociais e webmails oferecem o serviço sem a necessidade de instalar pro-gramas ou cadastrar as pessoas. Basta que ela integre seus contatos para poderem conversar quando estão online. Outra forma muito usada de computação em nuvem são os webmails. Não é mais necessário baixar todas as mensa-gens recebidas para seu computador. Eles ofe-recem cada vez mais espaço e permitem que você acesse uma mensagem, recente ou antiga, de qualquer lugar que tenha web”.

Para quem utiliza uma planilha de organiza-ção de orçamento, por exemplo, o Google docs

VIVENDO (VIRTUALMENTE) NAS NUVENS

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(outra forma popular de computação em nu-vens) pode ser uma boa opção. Ele permite o armazenamento e compartilhamento de textos e tabelas, o que facilita incluir gastos realizados de onde estiver sem precisar ficar anotando tudo em um caderninho para não perder as contas. Outra vantagem: os programas de texto e plani-lhas que as pessoas costumam instalar em suas máquinas custam caro. Na nuvem é possível uti-lizar os mesmos recursos gratuitamente.

NUVENS PAGASNo entanto, também há serviços de cloud que são pagos. “A diferença entre os gratuitos e os pagos é o espaço de armazenamento oferecido. Não há diferenças entre mais seguro ou menos seguro. Não adianta você ter um computador superpotente gratuito se não há espaço sufi-ciente para seus dados. É aí que as empresas ganham”, diz Gimenez.

A segurança, aliás, é outro ponto que deve ser bastante observado antes de armazenar seus dados em computadores remotos. No entanto, Leandro Fraga garante: o serviço é bastante se-

Benefícios também para o meio ambiente

guro. “Para a grande maioria das pessoas físi-cas e jurídicas, migrar para a nuvem aumenta muito a segurança dos dados”.

Ele explica que, “por mais que as pessoas se preocupem, as questões de segurança tendem a ser, em sua grande maioria, muito mais bem re-solvidas na nuvem do que nos ambientes priva-dos das pessoas físicas ou jurídicas. Além disso, os bons prestadores de serviços de cloud podem oferecer diversas alternativas de segurança adi-cional que atendem a qualquer nível de exigência. Para a maior parte dos usuários, a nuvem pode ser uma alternativa para estar mais seguro do que está no seu computador, e não o contrário”.

O executivo afirma ainda que o fato de uma nuvem ser paga não a torna mais segura, mas diz que é fundamental avaliar as condições ofe-recidas na hora da contratação, de nuvens gra-tuitas ou não. “É preciso saber quais são os ser-viços contratados, e se eles atendem às suas expectativas de segurança e disponibilidade. Mesmo nos serviços gratuitos, há sempre um contrato em que essas condições estão especi-ficadas e devem ser bem analisadas.”

Pesquisa conduzida pela Pike Research, intitulada “Cloud Computing Energy Efficiency”, aponta que a eficiência energética também é um dos be-nefícios do cloud computing. De acordo com os dados, a contínua adoção de soluções de computação em nuvem levará a uma redução de 31% no consu-mo de energia de data centers no prazo de dez anos (entre 2010 e 2020).“O faturamento do mercado de cloud computing ampliará exponencial-mente na próxima década, com crescimento médio anual de 29%”, disse o analista sênior da Pike Research, Eric Woods. “Mas a redução no consumo de energia será ainda mais significativa”.

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