viver · 2014. 9. 3. · tempo de viver cada dia com jesus e ao jeito de jesus. este segundo tempo...

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viver em aliança Vinde e vereis. Foram e viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Jo 1,39 Itinerário para o Ano da Fé DIOCESE DO PORTO

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    S E C R E T A R I A D O D I O C E S A N O D A E D U C A Ç Ã O C R I S T Ã - C A T E Q U E S E D O P O R T O

    Tel. 226056037 – E-mail: [email protected] - [email protected] (Secretaria) Site: www.catequesedoporto.com

    viver

    em aliança

    “Vinde e vereis.

    Foram e viram onde morava

    e ficaram com Ele nesse dia. Jo 1,39

    I t i n e r á r i o p a r a o A n o d a F é D I O C E S E D O P O R T O

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    __________FICHA TÉCNICA DO ITINERÁRIO PARA O ANIMADOR ___________

    “Viver em aliança” é um itinerário de Fé (de conhecimento, de relação, de experiências…)

    elaborado a partir da Carta dos Bispos do Porto para o Ano da Fé e inspirado nos percursos de

    Catequese de Adultos.

    A sua dinâmica “ternária”, Ir-Permanecer-Ver, é uma tentativa de proporcionar a pequenos

    grupos de “discípulos de Cristo” um ambiente, uma abordagem dos conteúdos da fé, um

    espaço de “dizer a fé”, um percurso… que favoreça o encontro ou o re-encontro com o Mestre

    e os Irmãos em Comunidade. Um face a face, no Espírito, com Jesus Cristo que leva ao Pai.

    Este itinerário é apenas uma proposta, um ponto de partida que deverá ser recriada e

    adaptada a cada realidade. A dinâmica sugerida exige ter-se em conta o perfil dos

    animadores e dos destinatários!

    Objetivos a partir da “Porta Fidei” e da Carta dos Bispos aos Diocesanos do

    Porto

    “Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só nele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro” (Porta Fidei, nº 15).

    Redescobrir a fé como uma relação e um dom a cuidar em toda a vida;

    Reler os conteúdos essenciais da fé a partir dum percurso sistemático e orgânico;

    Redescobrir a dimensão cristocêntrica da fé;

    Viver em grupo/comunidade um itinerário de fé;

    Celebrar a fé em comunidade;

    Intensificar os laços comunitários, estreitar as relações fraternas;

    Oferecer aos catequistas um espaço de experiências e partilha de vida na fé…

    Fontes/ Bibliografia

    Sagrada Escritura

    Catecismo da Igreja Católica

    Youcat

    Documentos do Concílio Vaticano II

    Carta Apostólica, Porta Fidei de Bento XVI

    Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto para o Ano da Fé

    Conteúdos

    Os conteúdos são os propostos na Carta dos Bispos do Porto. Apenas se acrescenta uma introdução retirada da

    Porta Fidei.

    Atravessar a porta da fé

    Recapitulando tudo em Cristo

    O mistério pascal

    O corpo eclesial de Cristo

    A vida em Cristo

    Conhecendo a Deus no amor fraterno

    Rezar cristãmente

    EU SOU a porta.

    Se alguém entrar por mim estará salvo

    Jo 10,9

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    Destinatários

    Educadores na fé: Catequistas e outros agentes de pastoral …

    Grupo de pais dos catequizandos (implicados na catequese intergeracional, outros …)

    Grupos de adultos

    Sempre que possível, seria importante que o número de pessoas por grupo não ultrapasse as 15. Só é possível uma

    verdadeira partilha de vida em grupos pequenos. Nas comunidades poderão reunir-se simultaneamente vários

    grupos (inclusive tendo em conta as características dos membros : disponibilidade, …) todavia, ao longo do

    percurso, nas diferentes etapas todos os grupos deverão encontrar-se para partilhar e celebrar. Será necessário

    assegurar a unidade e comunhão da comunidade.

    Fundamentação catequética do itinerário

    A partir dos documentos do Concílio Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica, da Porta Fidei e da Carta dos

    Bispos aos diocesanos do Porto, o “processo formativo” proposto oferece elementos para criar, ao longo de um

    ano, uma “escola de fé” (Cf. DGC nº90 – 91).

    O percurso “viver em aliança” é de “inspiração catecumenal”, procurando proporcionar uma experiência forte

    de fé a partir dum itinerário, enquadrada numa “catequese de adultos ocasional” (Cf. DGC nºs 172, 176).

    Assim sendo procurar-se-á ter em conta:

    -a finalidade última da catequese

    «A finalidade última da catequese é pôr as pessoas não apenas em contacto, mas em comunhão, em intimidade,

    com Jesus Cristo». Toda a ação evangelizadora tem como objetivo favorecer a comunhão com Jesus Cristo. A

    partir da conversão «inicial» de uma pessoa ao Senhor, suscitada pelo Espírito Santo, mediante o primeiro

    anúncio, a catequese propõe-se dar um fundamento e fazer amadurecer esta primeira adesão. Trata-se, então,

    de ajudar aquele que acaba de se converter a «...melhor conhecer o mesmo Jesus Cristo ao qual se entregou:

    conhecer o Seu mistério, o Reino de Deus que Ele anunciou, as exigências e as promessas contidas na Sua

    mensagem evangélica e os caminhos que Ele traçou para todos aqueles que O querem seguir». (DGC 80 – CT5 - CIC 426)

    -a meta da catequese

    A finalidade da catequese exprime-se através da sua meta: a profissão de fé no Deus único: Pai, Filho e Espírito

    Santo. A catequese é a forma específica do ministério da Palavra que faz amadurecer a conversão inicial, até

    fazer dela uma confissão de fé viva, explícita e operante: «A catequese tem a sua origem na confissão de fé e

    leva à confissão de fé». (DGC 82)

    -as tarefas da catequese

    A finalidade da catequese realiza-se através de diversas tarefas, mutuamente relacionadas para as levar a

    cabo, a catequese deverá inspirar-se no método seguido por Jesus para formar os Seus discípulos: dava-lhes a

    conhecer as diversas dimensões do Reino de Deus “A vós é dado compreender os mistérios do Reino de Deus” (Mt

    13, 11); ensinava-os a rezar “Quando orardes, dizei: Pai...” (Lc 11, 2); incutia-lhes atitudes evangélicas “Aprendei de

    mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29); e iniciava-os na missão “E enviou-os dois a dois...” (Lc 10, 1).

    As tarefas da catequese correspondem à educação nas diversas dimensões da fé, uma vez que a catequese é

    uma formação cristã integral, «aberta a todas as outras componentes da vida cristã». Em virtude da sua própria

    dinâmica interna, a fé implica ser conhecida, celebrada, vivida e feita oração. A catequese deve cultivar cada

    uma destas dimensões. Mas a fé vive-se na comunidade cristã e anuncia-se na missão: é uma fé partilhada e

    anunciada. A catequese deve promover também estas dimensões. (DGC 84)

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    O itinerário

    a-----Um jeito de percorrer o caminho

    Em comunidade percorrer o caminho procurando: Conhecer Celebrar

    Viver Orar

    Partilhar …

    b-----Viver um ritmo ternário/trinitário - uma viagem simbólica

    Cada conteúdo será trabalhado ao longo de dois meses com um ritmo ternário a partir do texto de S. João: ”Vinde

    e vereis” (Jo 1, 39)

    1º passo: Tempo de IR – ao encontro do Mestre

    Lugar simbólico- Betânia: estar aos pés do Mestre

    lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

    2ºpasso: Tempo de PERMANECER dia a dia com o Mestre

    Tempo para a vida quotidiana e leitura evangélica da vida:

    Lugar simbólico- Galileia: andar nos caminhos do Mestre

    lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos

    pela presença do Mestre nas nervuras do viver

    3ºpasso: Tempo de VER com e como o Mestre

    Lugar simbólico- Jerusalém: entrar no mistério Pascal do Mestre – coração da fé

    Lugar para: adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – para ouvir –

    ver – compreender –aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

    Indicações práticas- significado e objetivos de cada passo

    1º passo:

    Tempo para IR ao encontro do Mestre – acreditar é deixar-se encontrar e tocar por Jesus Cristo

    Percurso comunitário de encontro com o Mestre

    Em Betânia, na casa de Marta e Maria

    Ir, deixar a sua casa, afazeres e comodidade, deixar-se a si mesmo e partir ao encontro de Jesus,

    sentar-se aos seus pés como Marta e Maria para escutar o Mestre. Eis o desafio do primeiro tempo de

    contacto com o conteúdo da fé proposto, na planificação do ano, será um encontro celebrativo/orante.

    Nele, pretende-se oferecer um espaço de conhecimento e de experiência orante da fé.

    É um tempo de escuta, aprofundamento e assimilação dos conteúdos através da arte. Um encontro na fé

    em que a “beleza se torna orante”. Será proposto, sempre que possível, um ícone para ser contemplado

    ou uma obra de arte.

    2º passo:

    Tempo para PERMANECER – acreditar é deixar-se transformar por Jesus Cristo

    Percurso pessoal de conversão- no dia-a-dia

    Na galileia, nos caminhos do Mestre - n quotidiano

    «Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na

    videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos.» Jo 15, 4-5

    Este tempo é um convite a permanecer em Cristo e a identificar-se com Ele no ser, pensar e agir. É o

    tempo de viver cada dia com Jesus e ao jeito de Jesus.

    Este segundo tempo é o tempo da vida, entre o 1º e 2º encontro de cada um tema, em que o grupo é

    convidado a ver, viver, refletir e orar os conteúdos partilhados no 1º encontro para permanecer unido à

    videira e dela receber a seiva, em todas as horas do dia.

    Este é um tempo de conversão. Um desafio a entrar no ritmo e na ação do Reino: Deixar-se olhar por

    Deus, por Jesus Cristo e pôr-se a caminho segundo o coração do Pai vivendo a vida ao jeito do Evangelho.

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    Este é o tempo para ler a vida: o ser, as opções, os acontecimentos, as relações interpessoais, a

    sociedade… a fim de descobrir a presença e a ação de Deus no quotidiano e a Sua vontade, através de

    Jesus Cristo, pelo Espírito. É um treino para O reconhecer nas entrelinhas da vida e contemplar o seu

    Projeto para a humanidade: “Um Reino de irmãos reunidos no coração do Pai”.

    Os participantes do grupo são convidados a registar, ao longo deste tempo, num “Diário de fé” as suas

    experiências, descobertas, questões, dúvidas e a cantar as maravilhas de Deus… Para que o “dia a dia

    na fé” possa ser ao jeito do apelo de Paulo: “Vivei alegres, orai sem cessar, em tudo dai graças. Esta é a

    vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo” (1Ts 5,16-18).

    Leitura diária da Palavra – do Evangelho de cada dia

    Sugere-se que se leiam as leituras de cada dia. Uma das formas de o fazer, para quem tem acesso à

    Internet será de subscrever-se no site: www.evangelho.cotidiano-orgue. Receberá assim diariamente os

    textos bíblicos da liturgia do dia.

    Comprometer-se a realizar uma ação concreta junto dos que mais sofrem

    “Amai-vos”: a fé é um jeito de “SER PESSOA EM RELAÇÃO COM DEUS E COM OS IRMÃOS”. Ser discípulo de

    Jesus Cristo implica fazer da vida uma dádiva em favor dos marginalizados, desprotegidos, dos pobres,

    sobre tudo dos que vivem situações de dor e ou sofrimento. Por isso, convida-se, individualmente e em

    grupo, a analisar a situação da comunidade a fim de partilhar a amizade, os bens e o tempo com os que

    necessitam. Seria importantes os catequistas (ou outros educadores) implicarem os mais novos no

    dinamismo solidário.

    3º passo:

    Tempo para VER – acreditar é SER filho por Jesus Cristo e nELE

    Percurso pessoal e comunitário de descoberta do Mestre e da vida da Igreja

    Em Jerusalém, convidados a conhecer e a compreender a fé a partir do mistério Pascal

    O tempo de Ver é o tempo da escuta, da assimilação, do aprofundamento dos conteúdos da fé da Igreja.

    Será o tempo de entrar na compreensão do mistério Pascal, no coração da fé;

    Será o tempo de dizer em comunidade: Sei em quem “pus a minha confiança”.

    Será o tempo de aprofundar, de compreender a carta dos Bispos do Porto assim como os documentos do

    Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica na mão;

    Será o tempo de partilhar algumas páginas do “Diário de fé”, de narrar as experiências e dar sentido à

    vida. Dizer a fé e dizer-se para dar razões da fé;

    Será o espaço para solicitar a presença de um formador que ajude a conhecer e a compreender os

    conteúdos essenciais da fé cristã.

    Partilha do diário de fé

    Neste encontro, os participantes serão convidados a partilharem algo do “Diário de Fé” escrito ao longo do

    tempo “Permanecer”.

    A partilha da vida na fé, em comunidade, permite ao adulto exercitar a capacidade de exprimir a sua fé,

    de dar nome à sua “relação” de amizade com Jesus Cristo e torna-o capaz de dar as razões do seu

    acreditar. Nesse espaço, o duplo movimento de ouvir e exprimir-se, de acolher testemunhos e de

    testemunhar oferece ao adulto ferramentas que facilitam a comunicação da fé aos mais novos, e torna-os

    mais capazes de dar a ver” a “Boa Notícia do Reino”, o Evangelho.

    O “dizer experiências de fé” favorece a passagem do “conteúdo à relação”, do “saber à comunhão”. A

    construção da relação humana, em comunidade, abre para a descoberta da fé como relação, para a

    experiência de ser filho de Deus, em Jesus Cristo pelo Espírito e irmão de toda a humanidade.

    Partilha do diário para frequentadores das redes sociais

    Poderão através do face-book divulgar, em jeito de testemunho, excertos do diário.

    Este “ritmo ternário/trinitário” é um desafio a experienciar, em comunidade, em grupos de “educadores na

    fé” uma fé “conhecida, celebrada, vivida e feita oração” (Cf. DGC 84-85).

    http://www.evangelho.cotidiano-orgue/

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    c----- Esquema do itinerário temático/conteúdos, simbólico e metodológico

    Calendarização

    Passos da dinâmica

    Itinerário

    1ª etapa

    A Porta Fidei

    Novembro 2012 Data do encontro:

    1º passo

    Betânia -Tempo de IR

    Celebração/Oração

    Celebração dominical

    Entrega: Diário da fé

    Tempo de experiência pessoal

    2º passo

    Galileia- Tempo de PERMANECER

    Diário de Fé

    Dezembro 2012 Data do encontro:

    3º passo

    Jerusalém -Tempo de VER

    Conteúdos/partilha de fé

    2ª etapa

    Recapitulando tudo

    em Cristo

    Janeiro 2013 Data do encontro:

    1º passo

    Betânia -Tempo de IR

    Celebração/Oração

    fé e arte: Ícone de S. Damião

    Tempo de experiência pessoal

    2º passo Galileia- Tempo de PERMANECER

    Diário de Fé

    Fevereiro 2013

    Data do encontro:

    3º passo

    Jerusalém -Tempo de VER

    Conteúdos/ partilha de fé

    Celebração dominical Entrega da Luz

    3ª etapa

    O Mistério Pascal

    Março 2013 Data do encontro:

    1º passo

    Betânia -Tempo de IR

    Celebração/Oração

    fé e arte: Ícone da descida aos infernos

    Tempo de experiência pessoal

    2º passo

    Galileia- Tempo de PERMANECER

    Diário de Fé

    Abril 2013

    Data do encontro:

    3º passo

    Jerusalém -Tempo de VER

    Conteúdos/ partilha de fé

    Celebração dominical Entrega da cruz

    4ª etapa

    O Corpo Eclesial de Cristo

    Maio 2013 Data do encontro:

    1º passo Betânia -Tempo de IR

    Celebração/Oração fé e arte: Ícone do Pentecostes

    Tempo de experiência pessoal

    2º passo Galileia- Tempo de PERMANECER

    Diário de Fé

    Junho 2013 Data do encontro:

    3º passo

    Jerusalém –Tempo de VER

    Conteúdos/ partilha de fé

    Celebração dominical Entrega da água –concha do batismo*

    5ª etapa

    A vida em Cristo

    Julho 2013 Data do encontro:

    1º passo Betânia –Tempo de IR

    Celebração/Oração fé e arte: Ícone da dormissão

    Tempo de experiência pessoal

    2º passo

    Galileia- Tempo de PERMANECER

    Diário de Fé

    Agosto 2013 Data do encontro:

    3º passo

    Jerusalém -Tempo de VER

    Conteúdos/ partilha de fé

    Celebração dominical Entrega do credo/símbolo*

    6ª etapa

    Conhecendo a Deus no amor

    fraterno

    Setembro 2013 Data do encontro:

    1º passo Betânia -Tempo de IR

    Celebração/Oração fé e arte: Ícone …

    Tempo de experiência pessoal

    2º passo Galileia- Tempo de PERMANECER

    Diário de Fé

    Outubro 2013

    Data do encontro:

    3º passo

    Jerusalém -Tempo de VER

    Conteúdos/ partilha de fé

    Celebração dominical Entrega do pão/ espigas*

    7ª etapa Rezar

    cristãmente

    Novembro 2013 Data do encontro:

    Entrega do “Pai Nosso”

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    *Celebração dominical

    Sugere-se, que após cada etapa , se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a

    comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho dos diferentes grupos.

    d-----Um itinerário de interioridade/espiritualidade - em que a “beleza nos faz orantes”

    «Falar da vida espiritual é sempre sondar as zonas mais profundas (e por isso também mais reais, mais imperfeitas, mais inacabadas) do nosso coração. A espiritualidade não é uma busca epidérmica e apressada de satisfação. Na maior parte do percurso a pergunta que vale não é “o que me sacia?”, mas “qual é a minha sede?”. Gosto da maneira como os autores clássicos da vida espiritual falam dela como de uma luta. O próprio Jesus lembra que não veio trazer a paz das aparências, mas a espada que penetra as camadas mais íntimas. A vida espiritual é isso: por vezes uma luta, por vezes uma luminosa dança. Podemos fazer muitos atos ligados ao espiritual ou ao devocional e não estar a construir uma verdadeira experiência de vida espiritual. De facto, esta só cresce quando no centro está uma relação. Não basta crer, nem pertencer. É necessário mergulhar, habitar (ou melhor, saber-se habitado). E tudo o resto: descobrir-se buscado, querido, bem-amado. A vida espiritual não é da ordem do fazer, mas do ser.»

    Tolentino Mendonça in Ecclesia | 2012-07-10

    Se a “ fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo

    tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida” (CIC 26) um

    itinerário de fé só poderá acontecer na medida em que proporcione o desenvolvimento da interioridade.

    Tentar-se-á que a compreensão, aprofundamento e assimilação dos conteúdos se faça em parte através da arte,

    do encontro na fé em que a “beleza se presenteia e faz o ser humano orante” em que a beleza “dá a ver e a

    encontrar-se com a beleza do mistério de Deus em Jesus Cristo”. Em cada etapa será proposto, sempre que

    possível, um ícone para ser contemplado ou uma outra obra de arte.

    A arte sacra, introduzida no percurso, proporciona ao adulto instrumentos de desenvolvimento das atitudes e

    competências espirituais, essencialmente competências humanas que fazem ver no ser humano a “imagem e

    semelhança de Deus”, tais como:

    Escuta

    Silêncio interior

    Contemplação

    Concentração

    Espanto

    Des-Centração/Centração

    Humildade

    Disponibilidade

    Mansidão

    Louvor

    Força

    Esforço

    Sensibilidade

    Delicadeza

    Serenidade

    Paz

    Liberdade…

    Deixar-se habitar…

    …Postura de bicos de pés no átrio do mistério

    Todas elas fruto do Espírito e capazes de tornar o “ser humano de fé/amor” disponível ao Dom de Deus, como

    esponja no coração do oceano, e o fazem “testemunha do encontro com Jesus Cristo”!

    Cabe ao animador proporcionar os conteúdos, o ambiente (humano e físico) e pedagogia favoráveis!

    e-----Um itinerário comunitário - em que o “testemunho mútuo nos confirma como irmãos”

    O itinerário proposto pretende ser um caminho a percorrer em grupo, para que, este se torne uma «comunidade

    de fé viva». Através da oração, do estudo, da contemplação do belo e da partilha do “Diário de fé”, o grupo

    poderá viver uma experiência de comunidade em que o testemunho proporcionará será mútuo e garantirá o

    crescimento dos seus membros.

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    Para estreitar os laços e testemunhar a comunhão sugere-se que se criem tempos de festa, de partilha do pão e

    de alegria…

    f-----Registo do itinerário - “Diário de fé”

    “Vivei alegres, orai sem cessar, em tudo dai graças.

    Esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo” (1Ts 5,16-18).

    Sugere-se que se convidem os participantes a comprarem (ou poderá ser entregue no primeiro encontro) um

    pequeno caderno que lhes servirá de “Diário de fé”, ao longo de todo o ano.

    Nele poderão registar as experiências significativas de fé, descobertas, questões, dúvidas, orações... Esta

    dinâmica permite

    ao próprio:

    - clarificar, refletir, reler, descobrir o percurso feito;

    - orar, contemplar, alegrar-se;

    - viver em atitude de sentinela e de conversão…

    ao grupo:

    - acolher testemunhos;

    - experienciar uma partilha de fé breve, meditada;

    - evitar divagações…

    O registo pode tornar-se um treino de vida na fé. Uma escola de contemplação, de transformação do olhar e de

    compromisso que abre ao “encontro com Jesus Cristo” e com os “irmãos”.

    Sugestões para o estilo de animação

    a-----Alguns desafios para o animador (sempre que possível deverão ser pelo menos 2 animadores)

    - O Animador vive com o grupo o itinerário:

    O itinerário proposto pretende ser um caminho a percorrer em grupo, de forma a que, este se torne uma

    «comunidade de fé viva». Para isso, a metodologia utilizada não será expositiva mas sim uma metodologia

    de “atelier” onde o “saber, celebrar e viver” sejam dialogados, assimilados e experienciados.

    A escolha desta metodologia fundamenta-se:

    do ponto de vista teológico na “natureza da fé”, atendendo a que acreditar não é apenas

    da ordem dos conteúdos mas uma “resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e

    Se oferece, resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao

    homem que busca o sentido último da sua vida (CIC 26) ;

    do ponto de vista catequético no modelo “catecumenal”;

    do ponto de vista pedagógico na “formação de adultos”.

    - O Animador assume atitudes que proporcionam a interação e criação de laços no grupo:

    Acolhimento

    Abertura

    Delicadeza

    Disponibilidade

    Humildade

    Entusiasmo

    Dinamismo

    Compreensão

    Serenidade

    Empatia

    Confiança

    Alegria

    Fé no outro…

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    - O Animador tem em conta o perfil do adulto:

    A formação de adultos tem em conta o perfil do adulto:

    Os seus saberes, competências, experiências, motivações…;

    O seu desejo de conhecimento em vista à satisfação das suas necessidades;

    A capacidade de apreender, ajuizar, questionar…;

    A aspiração de ser respeitado na sua dignidade, liberdade, na sua adultez…

    - O Animador acompanha o grupo de forma a favorecer o diálogo e o testemunho. Para isso:

    Estimula um clima de confiança e respeito;

    Favorece um ambiente de escuta e compaixão;

    Incentiva, sem forçar, a partilha;

    Gere as diferenças sem permitir julgamentos;

    Não permite comentários aos testemunhos de fé;

    Promove a compreensão das atitudes e linguagem de cada um;

    Parte dos saberes do grupo;

    Trabalha as representações de forma ativa e respeitadora;

    Proporciona o aprofundamento dos laços fraternos na comunidade…

    - O Animador reza o percurso pois tem consciência que é o ESPÍRITO É O AUTOR E O MESTRE!

    A coordenação/animação do itinerário conta com o testemunho do animador: “Se alguém me tem amor,

    há de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14,23)

    b-----Um jeito de acompanhar e ser grupo/comunidade (adaptado do percurso “Vivre en Aliance”)

    O Animador é convidado a oferecer ao grupo as condições para que seja possível a cada um:

    -- Escutar, narrar, redizer, sentir

    para: descobrir, aprofundar, conhecer, partilhar, criar memória, descrever.

    --Questionar, admirar-se, analisar

    para: ir mais longe que o sentido literal, compreender, procurar sentido, ouvir, ouvir-se, ouvir os

    outros.

    -- Aproximar, comparar, pôr em diálogo, classificar

    para: criar laços entre as narrativas da fé, a liturgia, os sacramentos, a eucaristia, a experiência

    de vida, a experiência espiritual e a experiência eclesial.

    --Simbolizar, exprimir um sentido

    para: interpretar, iniciar à linguagem poética, abrir pistas de reflexão, dar sentido, “ver” Deus na

    vida.

    --Orar, comtemplar, espantar-se, admirar, louvar, suplicar, abençoar

    para: dialogar com Jesus Cristo, no Espírito em direção ao Pai.

    --Partilhar implicando-se, exprimindo-se na primeira pessoa (eu…)

    para: dar sentido à vida, dizer uma palavra que faz viver e que compromete, descobrir o “eu” dos

    outros/comunidade e permitir a cada um encontrar o seu lugar na igreja.

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    ________________________ ITINERÁRIO________________________

    Iª etapa – novembro/dezembro

    Atravessar a “porta da fé”

    1º passo

    Tempo de IR ao encontro do Mestre em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

    Encontro a realizar no início de Novembro

    Como fazer:

    1.1 Preparação do momento

    Preparar a sala

    A preparação da sala será, para o grupo, um sinal da atenção, de acolhimento, de confiança e de aconchego, se for deviamente arranjada. Destes pormenores depende, em parte, a atmosfera do encontro. Sugere-se que se crie um ambiente de pouca luz e, eventualmente, com uma leve música de fundo (adequada), que se coloquem mantas no chão, umas almofadas e cadeiras à volta. No centro da sala dispor uma Bíblia aberta, o Catecismo da Igreja Católica e algumas velas.

    Acolher o grupo e Introduzir ao encontro – fora da sala

    Convida-se a:

    a. acolher o grupo fora da sala, um acolhimento individual e personalizado.

    b. apresentar os objetivos do encontro e o ambiente celebrativo no qual será realizado;

    c. convidar a entrar na sala em silêncio (até os saltos altos deverão entrar em bicos de pés).

    1.2- Convidar a habitar o momento, a parar e a ouvir a narrativa da nossa história de fé

    a. Convidar a relaxar, a desligar do quotidiano para viver o momento presente.

    b. Desafiar a fechar os olhos para melhor ouvir o texto que será lido (convidar a fechar os olhos, é convidar a

    entrar no fundo do ser, a deixar tudo o que possa distrair para apenas escutar)… O nosso Deus passa na brisa… e

    não no ruído!!

    c. Ler o texto, pausadamente, com breves momentos de silêncios entre cada parágrafo (se o grupo desejar poderá

    ter uma música de fundo muito suave):

    Olhemos para Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda

    a ânsia e desejo do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do

    sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto

    encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar connosco a

    fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para

    a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa

    história de salvação.

    Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência

    da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas

    maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à

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    luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu

    Esposo, levou Jesus para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a

    mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-

    27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de

    tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito

    Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4). ( Porta fidei nº 13)

    Pequena pausa

    Uma outra voz, pausada e serena poderá convidar cada pessoa a recordar, de olhos fechados, no

    silêncio do coração, o percurso de fé de Maria. Os momentos de dúvida e de fé, de alegria e de

    dor, o caminho de profunda experiência da presença de Deus e do seu amor no quotidiano do seu

    viver (não fazer discursos… propõe-se que o recordar seja feito por cada um no fundo de si

    mesmo)

    A voz, apenas lança o convite:

    Que mais me toca na entrega de Maria? No seu percurso de descoberta, de fidelidade…?

    (tempo de silêncio)

    Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com

    que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em

    comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida

    pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35).

    Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc

    16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis

    testemunhas. (Porta fidei nº 13)

    Pequena pausa

    A voz convida a recordar, de olhos fechados, no silêncio do coração, o percurso de fé dos

    apóstolos. Os entusiasmos, os medos, a desilusão de ver morrer Jesus, as dúvidas e alegrias do

    encontro com o Ressuscitado, o impulso do Espírito… Tudo mudou, o medo transformou-se em

    força, desassombro, entusiasmo… a linguagem passou a ser a do amor, fruto da morte e

    ressurreição, que todos compreendiam… e o “Evangelho” chegou aos confins da terra… porque eles

    não estavam sós… “Estarei sempre convosco até ao fim dos tempos”.

    Que mais me toca ao olhar o percurso de fé dos apóstolos? A passagem da dúvida à fé, do medo à

    ousadia do anúncio…? O salto dado da torre de Babel à linguagem do amor que todos

    compreendem?

    (tempo de silêncio)

    Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na

    oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades

    dos irmãos (cf. Act 2, 42-47).

    Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara,

    tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.

    (Porta fidei nº 13)

    Pequena pausa

    A voz convida a recordar, de olhos fechados, no silêncio do coração, o percurso das primeiras

    comunidades. Os entusiasmos do anúncio e das conversões, da partilha dos bens, das celebrações,

    do anúncio do Cristo Vivo… assim como a ousadia, a loucura de professar a fé e ao mesmo tempo a

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    dor de ver morrer o primeiro mártir Estevão, presenciado por Paulo o perseguidor, e de tantos

    outros mártires que se seguiram às mãos dos carrascos e dos leões!

    De onde lhes vem a Força? Quem era Jesus para Eles, no dia a dia?

    (tempo de silêncio)

    Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade

    evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não

    tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar

    palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos

    (cf. Lc 4, 18-19). ( Porta fidei nº 13)

    Pequena pausa

    A voz convida a recordar, de olhos fechados, no silêncio do coração, o percurso de todos os que

    deram a vida entregando-se em Cristo ao serviço dos Irmãos. Recordar tantas figuras antigas e

    recentes de leigos, presbíteros, religiosos, missionários... a multidão incontável de vidas dadas!

    Que mais me toca nesta entrega?

    (tempo de silêncio)

    Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da

    vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a

    dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e

    ministérios a que foram chamados.

    Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.

    (Porta fidei nº 13)

    Pequena pausa

    A voz convida a recordar, de olhos fechados, no silêncio do coração, a multidão de todos os

    crentes… em todos os recantos da terra… milhares homens e mulheres anónimos… de todas as

    raças e línguas. Sugerir que se recordem de rostos da comunidade que já partiram (ou não) e

    foram (são) grandes testemunhas do Cristo Vivo. Cada um recorde a sua própria família…

    E eu nesta história de fé? Quem são as figuras significativas que me marcaram e que me deram

    testemunho do Cristo Vivo? Quem as ajudou a reconhecer o dom de Deus e me ensinaram a

    responder-lhe? Quem me abriu a porta da fé?

    Como me sinto nesta história? Que lugar tem a fé na minha vida?

    (tempo de silêncio)

    2- Convidar a partilhar- momento de diálogo

    Depois deste tempo de memória, de narrativas, no silêncio. Convidar o grupo a partilhar. Perguntas possíveis:

    Como me senti ao ouvir, resumidamente, a narrativa da história de fé desde Maria até hoje?

    Que me chamou a atenção?

    Que características são comuns a todos estes homens e mulheres?

    Que significa “ter fé” para eles? Em que aspetos é possível verificar o seu ato de fé?

    Que repercussões do “acreditar” se verificam nas suas vidas?

    O que tem a ver esta história de fé com o título dos encontros: “viver na aliança” ?

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    À luz de toda esta história, o que é a fé? O que é ter fé? O que é ser uma pessoa de fé?

    O Catecismo da Igreja Católica define a fé do seguinte modo:

    … perguntemos a nós mesmos o que significa «crer». A fé é a resposta do homem

    a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo tempo, traz

    uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida. CIC 26

    Acreditar? Acreditar tem uma dimensão cognitiva (promove o conhecimento), afetiva (exige relação) e ativa (muda a vida) e celebrativa.

    (espaço de partilha de testemunhos pessoais)

    3- Convidar a orar

    Após o tempo de escuta e de partilha chegou o momento de viver em oração. Convida-se neste momento a uma

    oração de louvor pelo dom da fé e pela história de fé que nos precede.

    Como fazer:

    a. Leitura pausada da Palavra

    «Levantando os olhos ao céu, exclamou: «Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, de modo

    que o Filho manifeste a tua glória, segundo o poder que lhe deste sobre toda a Humanidade, a fim de que

    dê a vida eterna a todos os que lhe entregaste. Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus

    verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste. Eu manifestei a tua glória na Terra, levando a cabo a

    obra que me deste a realizar. E agora Tu, ó Pai, manifesta a minha glória junto de ti, aquela glória que

    Eu tinha junto de ti, antes de o mundo existir. Dei-te a conhecer aos homens que, do meio do mundo, me

    deste. Eles eram teus e Tu mos entregaste e têm guardado a tua palavra. Agora ficaram a saber que tudo

    quanto me deste vem de ti, pois as palavras que me transmitiste Eu lhas tenho transmitido. Eles

    receberam-nas e reconheceram verdadeiramente que Eu vim de ti, e creram que Tu me enviaste. É por

    eles que Eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me confiaste, porque são teus.» Jo 17, 1-9

    b. Momento de silêncio

    c. Oração de louvor (partilha espontânea)

    d. Concluir com a oração do Magnificat

    4. Convidar a viver – levar para as horas do dia a experiência de amizade com Jesus Cristo

    Propõe-se que entre este encontro e o próximo, cada um permaneça no amor e redescubra o dom da fé e o seu

    percurso de vida. Ver as indicações no “tempo para permanecer”: (abaixo indicado)

    5. Convidar a ler e meditar os conteúdos que serão trabalhados no próximo encontro: Números 1, 2 , 3 e 10 da Carta Apostólica Porta Fidei. O texto é oferecido no esquema do encontro seguinte (ver abaixo). Os trechos indicados podem ser entregues em fotocópias. A leitura prévia ao encontro possibilita o seu aprofundamento e a elaboração de perguntas pertinentes assim como uma melhor compreensão e assimilação dos conteúdos doutrinais.

    6. Explicar o percurso ao grupo Explicar ao grupo o percurso que será realizado, como será realizado e a sua simbologia.

    Para este efeito, o animador poderá recorrer da ficha técnica que lhe é destinada.

    Se assim o entender, será possível entregar alguns elementos da ficha técnica aos membros do grupo, como por exemplo, a planificação com as datas dos encontros.

    7. Entrega do “Diário de fé” e das indicações para o caminho (2º passo – Tempo de permanecer) Sugere-se que se entregue a cada membro do grupo/comunidade o guião (2º passo)

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    _______________________ ITINERÁRIO________________________

    Atravessar a “porta da fé” 2º passo

    Tempo de PERMANECER unidos ao Mestre na Galileia, lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela

    presença do Mestre nas nervuras do viver

    Experiência pessoal a realizar entre o início de novembro e fim de dezembro

    Entre o 1º e o 2º encontros

    Como fazer:

    Propõe-se que cada um escrever um “Diário de fé”

    Que no “dia a dia vivido “sendo pessoa de fé” os outros possam reparar e dizer:

    -Vede como “vivem alegres, oram sem cessar, em tudo dão graças.

    E fazem-no porque sentem que esta é a vontade de Deus a seu respeito em Jesus

    Cristo” (Cf. 1Ts 5,16-18).

    1. Desafio a Olhar/Viver – Permanecer unido a Jesus Cristo na ação

    Desenvolver a capacidade de contemplação. A capacidade de olhar a natureza, as pessoas, os

    acontecimentos, toda a história da salvação desde Abraão, com o olhar de Jesus Cristo.

    Desenvolver a consciência de viver cada minuto do dia em Jesus Cristo, com o Pai no Espírito. Que todos

    os gestos quotidianos possam ter o toque de quem ACREDITA ser habitado e amado por Deus. De quem se

    sente “salvo” todos os dias, porque acolhe o Dom… Que cada momento do dia seja oferecido ao Pai.

    2. Desafio a Orar- Permanecer unidos a Jesus Cristo na oração

    Sugestão de frases que se podem repetir ao longo do dia:

    “Creio, Senhor, mas aumenta a minha fé”

    “É eterno e constante o teu amor para comigo”

    “Disponibiliza, Senhor, o meu entendimento e o meu coração ao teu amor”…

    Sugere-se que semanalmente cada um marque um encontro (um pouco de tempo) com Jesus Cristo para além

    da eucaristia. Um tempo de silêncio e de diálogo. Um tempo a sós para contar a vida e escutar o Mestre.

    3. Desafio a aprofundar conteúdos - Permanecer unido a Jesus Cristo no conhecimento do Pai e da Igreja

    Sugere-se que para aprofundar os conteúdos da fé através da leitura pessoal se consulte:

    Textos propostos para o próximo encontro: Números 1, 2 , 3 e 10 da “Porta Fidei”

    Youcat : 1ª secção dos números 1 ao 24

    Catecismo da Igreja Católica dos números 27 a 184

    4. Desafio a atuar junto dos que mais sofrem – Permanecer unidos a Cristo na caridade

    Permanecer é viver para o Pai, no Espírito, com Jesus e ao jeito do Mestre. Recordo, à 2000 anos, todos

    aqueles que Jesus encontrou e tocou, na Galileia, na Judeia…

    Surge a pergunta: Quem são os coxos, cegos, os doentes, as viúvas… que encontro no meu caminho? Que

    sou/tenho para com eles viver e oferecer? A fé convida-me a concretizar atitudes e gestos para com os

    irmãos a quem a dor ou o sofrimento batem à porta. Que posso fazer ao longo do mês?

    5. Desafio a escrever no “Diário de fé” Convida-se a escrever as experiências significativas de fé, o encontro com os irmãos, descobertas,

    questões ou dúvidas num pequeno diário, que marcará este tempo forte de revitalização e de “mergulho

    na fonte da Vida”.

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    ________________________ ITINERÁRIO________________________

    Atravessar a “porta da fé” 3º passo

    Tempo de VER em Jerusalém, tempo: de adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – de ouvir –ver –

    compreender –aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

    Encontro a realizar no fim de dezembro

    Como fazer: «Assim como o Pai me tem amor, assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos,

    permanecereis no meu amor, assim como Eu, que tenho guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no seu

    amor.» (Jo 15, 9-10)

    «Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, de modo que o Filho manifeste a tua glória, segundo o poder

    que lhe deste sobre toda a Humanidade, a fim de que dê a vida eterna a todos os que lhe entregaste. Esta é a

    vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste .» (Jo 17, 1-3)

    Como fazer: Esquema e conteúdos do encontro

    1- Convidar a abrir o coração ao Espírito Santo

    Preparar um breve momento de oração. Dar um tempo de silêncio.

    2- Convidar a partilhar o diário escrito, a partir do encontro de novembro

    «O discurso de fé, com os adultos, deve ter seriamente em conta as experiências vividas e os condicionamentos e

    desafios que fazem parte da sua vida. As suas exigências e necessidades de fé são múltiplas e variadas.» (DGC172)

    «Partilhar as experiências vividas é estar disposto a reiniciar sempre … « O homem é um Ser do ‘começar’. Ele é feito

    para iniciar: esta é a sua condição de natalidade .» Annah Harendt

    O Animador convida, quem assim o desejar, a partilhar um pequeno trecho do seu “Diário de Fé”, escrito a partir

    da contemplação da realidade e das experiências de vida vividas na fé, desde o último encontro do grupo.

    O “dizer a fé” é essencial no percurso de maturação cristã. Dizer a fé clarifica-a, atesta-a e compromete. A fé é

    um caminho que se faz individualmente e em comunidade. Por isso, a fé do outro/da comunidade alimenta,

    verifica, garante a fé pessoal e abre horizontes de compreensão da mesma.

    Trata-se de contemplar O Deus que se dá como Dom, que se dá a conhecer, ama e atua no coração do irmão.

    Indicações para o animador na orientação da partilha de experiências de fé:

    Recordar que a partilha feita no grupo é sigilosa. Ninguém poderá divulgar a partilha feita em grupo;

    Convidar a um respeito profundo pela diferença e a particularidade de cada um;

    Não comentar nenhuma partilha nem dar conselhos. Trata-se apenas do “dizer” uma experiência de

    fé vivida”;

    A palavra deve ser iniciada por “ Eu” e não por “nós”. É a partilha de um “eu” comprometido na vida

    em Deus;

    Deus deve ser o centro da partilha à semelhança de Maria: “O Senhor fez em mim maravilhas”. Não

    poderá ser um encontro egocêntrico pois o grande autor da vida é Ele;

    Convidar à partilha sem obrigar ninguém a falar;

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    Sugerir que ninguém ultrapasse os 3 minutos de partilha;

    O animador é o primeiro a partilhar quando se o grupo não der o primeiro passo;

    Quando uma partilha se alongar pedir, com amabilidade e respeito que se abrevie…

    3- Convidar a VER redescobrir a fé

    a. Encontrar-se com os conteúdos da fé

    Como fazer? De acordo com o perfil do grupo, poderá optar-se por uma das três fórmulas:

    a- dividir o grupo em pequenos grupos e cada um prepara para todos a apresentação dos conteúdos dum

    pequeno trecho do texto;

    b. o texto poderá ser lido e comentado por todo o grupo;

    c. os conteúdos do texto poderão ser apresentados por um formador.

    Conteúdos para o encontro:

    «1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

    2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude». Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.

    3. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.

    (…)

    10. Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus.

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    De facto, existe uma unidade profunda entre o acto com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando escreve: «Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro acto, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e acção da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma.

    A este respeito é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (Act 16, 14). O sentido contido na expressão é importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se depois o coração – autêntico sacrário da pessoa – não for aberto pela graça, que consente ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.

    Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um acto da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.

    A própria profissão da fé é um acto simultaneamente pessoal e comunitário. De facto, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o Baptismo, sinal eficaz da entrada no povo dos crentes para obter a salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por ocasião do Baptismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”».[17]

    Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor.

    Por outro lado, não podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus. De facto, a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência «daquilo que vale e permanece sempre». Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente no coração humano, para caminhar ao encontro d’Aquele que não teríamos procurado se Ele mesmo não tivesse já vindo ao nosso encontro. É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé.»

    Carta Apostólica, sob forma de Motu Proprio: Porta Fidei Bento XVI

    b. Partilha sobre os conteúdos

    c. Resumo, sistematização dos conteúdos essenciais do encontro (feito pelo animador)

    4- Sugere-se concluir o encontro com uma breve oração

    5- Convidar para o próximo encontro

    http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina-cic_po.htmlhttp://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20111011_porta-fidei_po.html#_ftn17

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    _________________________ ITINERÁRIO_________________________

    2ª etapa – janeiro/fevereiro

    Recapitulando tudo em Cristo

    1º passo

    Tempo de IR ao encontro do Mestre em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

    Encontro a realizar no início de janeiro

    Como fazer:

    “Donde parte o nosso caminho, Irmãos? Qual é o caminho que devemos percorrer […]? E que fim, Irmãos, propor

    ao nosso itinerário? […] Estas três perguntas simplicíssimas e capitais, têm, bem o sabemos, uma só resposta, que

    neste lugar e nesta hora devemos proclamar a nós mesmos e anunciar ao mundo que nos rodeia: Cristo! Cristo

    nosso princípio; Cristo nossa vida e nosso guia; Cristo nossa esperança e nosso fim”

    (Paulo VI, Discurso inaugural da segunda sessão do Concílio Vaticano II, 29 de Setembro de 1963).

    O primeiro passo da segunda etapa pretende oferecer um espaço de encontro com Jesus Cristo, Luz do Mundo,

    “nosso princípio; nossa vida e nosso guia; nossa esperança e nosso fim”. A celebração desenvolve-se a partir

    do ícone de S. Damião.

    No meio do grupo, da comunidade, ele é apenas uma janela que convida a largar as armaduras, limpar os olhos, a

    entrar no mistério e a deixar-se encontrar pela luz de Cristo ressuscitado.

    A Beleza do ícone, da música, da atmosfera da sala (cuidadosamente preparada) será o ambiente proporcionado

    para a experiência e partilha de fé! A arte desvela o Autor da vida na alma do artista, por isso é do testemunho do

    pintor e da sua representação que acontecerá para nós o encontro.

    Como fazer:

    1º Acolher e preparar o encontro celebrativo

    Sugere-se que:

    se convide a cantar, a relaxar…;

    se convide a contar alguma “Boa Notícia da semana” , que poderá ser dos

    “diários de bordo”;

    se dê a conhecer o plano geral do encontro;

    se invoque o Espírito (para que seja ELE, a fazer a obra em cada um, ao longo

    do encontro);

    2º Convidar ao silêncio

    Sugere-se que:

    se coloque uma música de fundo significativa (sugestão: o Stabat Mater de Pergolesi, o Adágio de

    Barber…).

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    se exponha a cruz de S. Damião no chão, sobre um tecido branco, no meio do grupo (seria importante a cruz ser colocada neste momento. A sala ou a capela deveriam ser preparadas com esmero, como o são os locais em que se vivem as orações

    de Taizé).

    se coloque, à volta da cruz, uma vela apagada por cada pessoa presente (as velas serão acesas no momento

    próprio na celebração);

    se convide a olhar a cruz em silêncio, sem refletir, procurando descobrir todos os pormenores, sabendo

    que o ícone (seria importante informar o grupo da natureza e função do ícone):

    é uma imagem, uma janela aberta para os mistérios de Deus que reescreve passagens bíblicas; é uma expressão de fé, um ato de adoração do iconógrafo; é uma linguagem feita de traços simplificados e cores vivas, revelando a linguagem da fé e um jeito novo e diferente de viver em Deus. Indica uma lógica diferente da humana. Para que serve? O ícone permite ler as Boas Notícias de Deus de uma forma mais visual, ajuda a refletir e a meditar os mistérios e pessoas nele representados. Oferece um suporte para a oração. Orar diante de um ícone é orar diante daquele que é representado de modo a deixar-se olhar por ele.

    3º Convidar a situar-se no contexto da cruz

    Sugere-se: que se convide a permanecer em silêncio e a fechar os olhos; a cada um, que no silêncio interior, recorde o relato da crucifixão de Jesus transmitido pelos evangelistas.

    Só é possível contemplar a força do ícone situando-o no realismo do acontecimento que representa a fim de melhor entrar na “Boa Notícia” do Reino que se oferece ao olhar. Com serenidade, o animador recorde em voz baixa, depois de alguns minutos de silêncio, o contexto da morte de Jesus. A narrativa do acontecimento ajuda a melhor compreender a força do mistério da morte e ressurreição e a reação dos discípulos. Como fazer? Enquanto o grupo está de olhos fechados narrar:

    Aquele que veio em nome de Deus, Aquele que anunciava um Reino Novo, Aquele que falava de um Deus Pai e próximo, Aquele de quem se dizia ser um profeta libertador, Aquele que tinha levantado o pobre do chão e devolvido a vista aos cegos, Aquele que entusiasmara multidões, Aquele que denunciava o mal e anunciava o perdão, Aquele que prometia um novo projeto e um novo rosto de homem… foi condenado à morte! Condenado pelo poder, pelos fortes, pela lei à tortura da cruz… o suplício mais doloroso daquele tempo. Jesus, não fugiu, não se escondeu… podia ter salvo a sua vida… mas até ao fim viveu e anunciou as bem-aventuranças… até ao fim respondeu à desumanidade e à violência com a loucura do amor. A execução era um ato público que servia de exemplo, de dissuasão dos prevaricadores. Os condenados eram cruxificados nus à porta da cidade para chocar o povo e serem escarnecidos e humilhados. Pregados pelos pulsos morriam asfixiados quando já não conseguiam apoiar-se nas pernas para respirar. Morte lenta, atroz… assim morreu o nosso Mestre… Onde estavam os discípulos naquela hora? Doridos, envergonhados, humilhados, desapontados, traídos nas suas espetativas, com medo de terem a mesma sorte do Mestre, fugiram, desapareceram! O Homem das multidões estava só, apenas rodeado do Discípulo Amado e das mulheres!

    Eis a história do Cristo deste ícone!

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    4ºConvidar a ler e contemplar o ícone

    a. Sugere-se que se apresente o ícone em PowerPoint ou se entregue em suporte de papel (a cores, para poder ser estudado) e se apresente alguns dados para o situar. A cruz de S. Damião é um ícone bizantino, do século XII, criado em tela colada sobre madeira de nogueira e mede 1,90 m de altura e 1,20m de largura. Foi encontrado por Francisco de Assis, numa igreja em ruínas dedicada a S. Damião, daí ser chamado de Cruz de S. Damião. Pensa-se que o seu autor é um iconógrafo italiano desconhecido.

    b. Momento de descoberta e contemplação Propõe-se que o animador convide o grupo a dialogar sobre o ícone:

    ______________________________________________________________________ O que está representado no topo da cruz?

    Jesus ressuscitado, junto do Pai, aquele de quem só se vê a mão direita num semicírculo.

    O que nos diz esta mão? Ela confirma Jesus na sua vida e missão e reconhece-O como Filho, por isso, é a Mão que o levanta/suscita da morte e o põe à sua direita.

    Como está representado Jesus?

    Está num permanente movimento de subida para o Pai, em quem é acolhido, junto dos anjos em festa. Que indicações oferece esta cena?

    10 anjos – número que representa a plenitude, a perfeição, o próprio Deus. Todos estão voltados para Jesus como sinal de que o reconhecem e se alegram com a sua chegada. Os anjos personificam a ação de Deus na terra, pela sua representação o iconógrafo indica que os céus se abriram e Deus visita o seu povo! O círculo em que Jesus sobe também é símbolo de perfeição e o vermelho vivo é símbolo da vida e do amor.

    Como está vestido? Porquê? Leva as vestes sacerdotais, a túnica branca, porque ele é o Sumo-Sacerdote definitivo e eterno da Nova Aliança.

    _________________________________________

    Jesus está envolvido num outro círculo. Qual? O que significa a cor dourada? O dourado do círculo que envolve completamente a cabeça de Jesus é o símbolo do Sol que tudo ilumina.

    O que nos diz o iconógrafo com esta representação?

    Jesus é a Cabeça de toda a Humanidade e a Humanidade que é o seu Corpo é levada por Ele ao seio do Pai. Da cabeça surge uma luz resplandecente que a todos ilumina.

    ____________________________________

    Que indicação nos dá o iconógrafo quando aumenta o tamanho dos círculos de cima para baixo?

    Os círculos aumentam de tamanho de cima para baixo criando uma sequência que indica o movimento de Cristo em direção à humanidade.

    1º semicírculo, o Pai confirma e ressuscita Jesus representado dentro do 2º circulo e fá- lo assim vencedor da Morte plenamente em comunhão com Ele. No 3º circulo O Filho pela Mão do Pai, é dado como DOM maior à Humanidade.

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    ___________________________________________________________

    Que olhar tem Jesus? O que significa? Jesus tem uns olhos largos, abertos, muito vivos. Não são os olhos do morto mas do olhar do ressuscitado. Todo o seu corpo parece sair do cenário, “descola-se” para vir ao nosso encontro, de braços abertos, para o abraço. Está presente diante do homem, cada vez mais próximo.

    _________________________________________________________ Que aconteceu às vestes que agora não tem?

    Acima, no círculo vermelho estava com as vestes de Sacerdote (Ex 28,12) no grande plano despojou-se delas e apenas veste um pano de linho puro debruado a ouro com um cíngulo dourado.

    Esta é também uma veste do Sumo-Sacerdote, aquela com a qual o sacerdote exerce o culto (recordamos os sacrifícios dos animais).

    O que significa dizer que Jesus é o Sumo-Sacerdote?

    - Os Sacerdotes da Antiga Aliança precisavam de se separar do povo para realizarem a sua função. Mas Jesus, o Sacerdote da Nova Aliança, não se separa do povo, pelo contrário, comunga plenamente a Humanidade, prova de tudo, experimenta tudo menos o pecado: as dores, as alegrias, a fome, a rejeição… toda a condição humana. - Os Sacerdotes da Antiga Aliança, antes de exercer as suas funções em favor do povo diante de Deus, precisavam de as exercer primeiro por si mesmos, por serem eles também pecadores. Voltavam-se para si mesmos antes de se poderem voltar para o povo. Mas na Nova Aliança inaugurada por Jesus Sumo-Sacerdote, Ele está permanentemente voltado para o povo, em nenhum momento deixa de estar voltado para nós, pois não precisa de exercer as funções por si mesmo já que não tem pecado. Jesus é uma nascente contínua de Salvação e de Vida. - Todos os Sacerdotes da Antiga Aliança eram transitórios. As suas funções terminavam. Mas a função do Sumo-Sacerdote Jesus, na Nova Aliança, não acaba e é eficaz, porque Ele está vivo, connosco, SEMPRE. A sua mediação entre Deus e os Homens é permanente.

    Na antiga aliança com que sangue o Sumo-sacerdote aspergia o povo? No livro do Êxodo encontramos o relato de David, que sendo Rei e Sumo-Sacerdote, usava o mesmo traje quando levava, em procissão com todo o povo, a arca da aliança para o Templo. Pelo caminho paravam várias vezes para fazer o ritual do sacrifício de animais degolando-os aspergindo o sangue pelo povo. Aspergir sangue era um gesto de grande bênção, era um grande dom. Como o sangue, naquela cultura, simbolizava a vida, receber o sangue aspergido era receber vida (conhecemos a aspersão pela água batismal, um gesto cuja origem poderá ser esta).

    Com que sangue é aspergido o povo no ícone? E o que significa este sangue? Neste ícone vemos Jesus a aspergir as testemunhas com o seu próprio Sangue, ou seja, da sua própria Vida Ressuscitada. Ele derrama o seu sangue sobre todos, por isso, no ícone vê-se o sangue a jorrar vivo através dos sinais visíveis da sua morte (lugar dos cravos e da lança). Jesus está representado no ícone… na sua função sacerdotal. É o Novo e definitivo David. É o Novo e definitivo Sacerdote.

    Como é representado Jesus na cruz? Em que posição estão os pés? Qual a posição das mãos? A figura de Jesus é representativa de um crucificado?

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    Ele não está pregado, avança para nós, um pé a seguir ao outro, devagar, sem nos invadir nem se impor oferecendo-nos a sua Vida/Sangue, em abundância e continuamente. Ele vem ao nosso encontro através do Abraço, fazendo lembrar o Abraço do Pai da parábola do filho pródigo.

    O que diz à nossa fé esta representação da crucifixão de Jesus?

    A Ressurreição de Jesus não apaga a sua história, nem Jesus se envergonha dos sinais da sua morte. São feridas que não estão cicatrizadas, tal como aquela ruga na testa representa o sofrimento que passou e, agora, revela a plena comunhão com todos os que sofrem. Esses sinais são, ao mesmo tempo e de maneira plena, DOM e COMUNHÃO. Dom de Cura e de Vida e Comunhão com o nosso sofrimento. (Cf. Hebreus 4,14-16)

    ________________________________________________

    Quem são as testemunhas da ressurreição?

    As testemunhas maiores, localizadas por baixo dos braços de Jesus, estão identificadas com o nome escrito por baixo de cada uma.

    Do lado direito de Jesus estão a Mãe de Jesus e o Discípulo Amado, que num gesto discreto apontam para Jesus e falam entre si de olhos nos olhos. O Discípulo Amado é aspergido com o Sangue que jorra do peito aberto de Jesus.

    _______________________________________

    Quem são as personagens do lado esquerdo, de Jesus? Do lado esquerdo de Jesus estão representadas as mulheres que, nos Evangelhos, foram presença constante no seguimento de Jesus, mesmo no momento da cruz. Aqui está Maria de Magdala e Maria mãe de Tiago que também falam entre si assim como o centurião romano, o único que não terá convivido com Jesus mas aqui faz parte das testemunhas principais.

    Porque têm a mão junto ao queixo?

    O gesto da mão junto do queixo, tanto da Mãe de Jesus como de Maria de Magdala, parecem sugerir que todos estes mistérios as deixam pensativas, a meditar no seu coração tudo que dizia respeito a Jesus.

    Como está representado o Centurião Romano? Porquê?

    Das testemunhas principais ele é o único que não apresenta auréola. Este é o responsável pela execução de Jesus, mas reconhece-O e faz uma exclamação de fé: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”

    Para onde olha?

    Olha diretamente para Jesus como quem inicia agora uma caminhada de fé de olhos postos nEle. Atrás dele vê-se uma outra figura que também olha fixamente para Jesus, e mais atrás uma multidão de pessoas que se aproxima, à espera de entrar no mistério da Vida Ressuscitada de Jesus para ver e acreditar. Atrás do Centurião romano, pagão, está toda a “descendência” de pagãos na qual estamos todos incluídos.

    _______________________________________________________ Quem são as duas testemunhas menores situadas em baixo? O que representam?

    O romano que, com a lança, terá trespassado o peito de Jesus já depois morto e que, também, tem nome segundo a tradição– Longinus. A outra personagem é misteriosa. Não tem nome, é um ancião, e apresenta uma atitude corporal desafiante, com o rosto de perfil. É a única personagem de boca aberta. Nas antigas normas iconográficas, quando um rosto era representado de perfil significava a personificação do Mal, da Divisão. Tal como nas tentações do deserto, esta personagem mostra-nos como Jesus é um de nós porque foi tentado como nós.

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    A boca aberta, segundo a tradição dos ícone, é escandalosa porque todos os ícones são silenciosos e convidam ao sossego e à meditação. Esta personagem parece cheia de ruído.

    ______________________________________________

    Onde está o galo das negações de Pedro? E o que significa a cor preta no ícone? O galo, símbolo das três negações de Pedro está representado sobre um circuito negro (quase não se vê). O negro simboliza o mal e o pecado. Está representado por um circuito que circula por todo o ícone, mas não se completa. A vitória de Jesus sobre a Morte, o Mal e o Pecado quebra os seus circuitos negros não os deixando atingir o seu fim último.

    Vemos circuitos completos, a toda à volta, a vermelho e dourado. Vermelho, mais uma vez símbolo da Vida. Dourado símbolo da Luz e da Vida de Deus. Os pés de Jesus estão acima de uma base negra também. É Jesus que caminha ao nosso encontro vitorioso sobre o Mal e não é engolido por ele. Tal como no relato em que Jesus caminha sobre as águas (que é outra simbologia do Mal).

    Texto adaptado de Susana Braguês

    5. Convidar a contemplar em silêncio a cruz a partir da janela do ícone (Sugere-se que se façam alguns minutos; se desejarem podem colocar uma música de fundo)

    Lançar a citação e a pergunta e deixar um tempo de silêncio:

    Cristo “nosso princípio; nossa vida e nosso guia; nossa esperança e nosso fim”. Como vivo este mistério?

    6. Ainda no silêncio, acender as velas colocadas à volta da cruz e ler o texto de S. Paulo

    Enquanto se acendem as velas, convidar a escutar S. Paulo, mantendo um olhar contemplativo sobre o ícone.

    (Propõe-se que o leitor esteja no meio do grupo. Apenas se levante.)

    Damos graças a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, nas orações que continuamente fazemos por vós,

    desde que ouvimos falar da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos, por

    causa da esperança que vos está reservada nos Céus. Dela ouvistes falar outrora pela palavra da verdade,

    o Evangelho que chegou até vós. Como em todo o mundo, também entre vós ele tem produzido frutos e

    progredido, desde o dia em que o recebestes e, em verdade, tomastes conhecimento da graça de Deus.

    Assim o aprendestes de Epafras, servo como nós, ele que é um fiel servidor de Cristo ao vosso serviço e

    que nos informou do vosso amor no Espírito.

    Por isso, também nós, desde o dia em que ouvimos falar disso, não cessamos de orar por vós e de pedir a

    Deus que vos encha do conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual, a

    fim de caminhardes de modo digno do Senhor, para seu total agrado: dai frutos em toda a espécie de

    boas obras e progredi no conhecimento de Deus; deixai-vos fortalecer plenamente pelo poder da sua

    glória, para chegardes a uma constância e paciência total com alegria; dai graças ao Pai, que vos tornou

    capazes de tomar parte na herança dos santos na luz. Foi Ele que nos libertou do poder das trevas e nos

    transferiu para o Reino do seu amado Filho, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados.

    É Ele a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criatura;

    porque foi nele que todas as coisas foram criadas, no céu e na terra,

    as visíveis e as invisíveis, os Tronos e as Dominações,

    os Poderes e as Autoridades, todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele.

    Ele é anterior a todas as coisas e todas elas subsistem nele.

    É Ele a cabeça do Corpo, que é a Igreja.

    É Ele o princípio, o primogénito de entre os mortos,

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    para ser Ele o primeiro em tudo; porque foi nele que aprouve a Deus

    fazer habitar toda a plenitude e, por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas,

    pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu.

    Também a vós, que outrora andáveis afastados e éreis inimigos, com sentimentos expressos em acções

    perversas, agora Cristo reconciliou-vos no seu corpo carnal, pela sua morte, para vos apresentar santos,

    imaculados e irrepreensíveis diante dele, desde que permaneçais sólidos e firmes na fé, sem vos

    deixardes afastar da esperança do Evangelho que ouvistes; ele foi anunciado a toda a criatura que há

    debaixo do céu e foi dele que eu, Paulo, me tornei servidor. (Col 1, 3-23)

    7. Convidar a partilhar a oração

    8.Entrega da luz

    Convidar cada um a dirigir-se à cruz e a recolher uma vela.

    Para finalizar o momento propõe-se a leitura de S. João e um breve tempo de silêncio:

    O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a quantos o receberam, aos que nele creem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1, 9-14)

    9. Tempo de releitura da experiência-momento de diálogo

    Sugestão de perguntas para incentivar à partilha: Como me sinto? O que me chamou a atenção neste tempo de oração? O que descobri? Em que aspeto a contemplação, de Jesus “Luz que ilumina todo o ser humano”, enriqueceu a experiência

    de fé pessoal e do grupo?

    10. Entregar o texto a meditar para o próximo encontro e apresentar os desafios para o “Diário da fé” (2º passo):

    Cada membro do grupo é convidado a ler, meditar e refletir dos capítulos 6 ao 13 da carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé. Este será trabalhado no próximo encontro.

    Pode-se entregar o guia com as propostas para o tempo de permanecer.

    11. Oração conclusiva

    12. Lanche partilhado

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    S E C R E T A R I A D O D I O C E S A N O D A E D U C A Ç Ã O C R I S T Ã - C A T E Q U E S E D O P O R T O

    Tel. 226056037 – E-mail: [email protected] - [email protected] (Secretaria) Site: www.catequesedoporto.com

    _________________________ ITINERÁRIO_________________________

    Recapitulando tudo em Cristo 2º passo

    Tempo de PERMANECER

    na Galileia, lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela presença

    do Mestre nas nervuras do viver

    Experiência pessoal a realizar entre o início de janeiro e fim de fevereiro

    Como fazer:

    Entre o 1º e o 2º encontros

    Propõe-se que cada um escreva a experiência no “Diário de fé”

    1. Desafio a Olhar/Viver – Permanecer unido a Jesus Cristo na ação

    Proposta para viver os dias ao ritmo do Reino:

    Procurar olhar as pessoas com o olhar de Cristo - Como a olharia se estivesse no meu lugar?

    Procurar encarar os acontecimentos ao jeito de Jesus - Que faria Ele no meu lugar?

    Meditar - Como experimento, no dia a dia, a Luz de Jesus?

    Alguém um dia partilhava:

    O que me salva os dias é o “louvor e a compaixão”. Quando algo me acontece (uma situação feliz ou

    dolorosa ou, mesmo, quando nada acontece) procuro encontrar algo para agradecer a Deus, ou uma

    pessoa a quem ajudar. Um telefonema, uma visita, um gesto de partilha, e… como por encanto, o

    meu problema fica mais leve e as soluções surgem… a minha vida fica salva nesse dia!

    É assim todos os dias!! É assim quando agradeço a Deus a possibilidade de abrir os olhos pela manhã e

    de respirar o ar fresco da noite! É assim quando rezo por quem me magoou ou amou!

    2. Desafio a Orar- Permanecer unidos a Jesus Cristo na oração

    «Sendo a Luz do mundo (João 8,12; 9,5), Jesus concede o dom da vista ao cego de nascença acompanhado do dom da Luz (Iluminação) em ordem à contemplação das coisas divinas (veja-se a propósito Hebreus 6,4-5, texto batismal espantoso!). Atente-se bem que o cego de nascença recebeu o dom da vista e o dom batismal da «divinização» para ver e ouvir as coisas divinas. Perante este segundo dom, também os fariseus eram cegos de nascença, e não o sabiam! (D. António Couto - À mesa da Palavra)

    Sugestão de frases que se podem repetir ao longo do dia:

    “Minha luz e salvação é o Senhor”

    “Abre meus olhos Senhor!» …

    Convida-se a que, diária ou semanalmente, cada um marque um encontro (um pouco de tempo) com Jesus Cristo

    para além da eucaristia. Um tempo de silêncio e de diálogo. Um tempo a sós para escutar o Mestre e contar a

    vida.

    3. Desafio a aprofundar conteúdos Para aprofundar os conteúdos da fé “Recapitulando tudo em Cristo” sugere-se:

    a leitura pessoal dos capítulos 6 a 13 da Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé

    (para quem desejar aprofundar pode ler os documentos citados);

    que se elaborem perguntas, para o próximo encontro, sobre os capítulos da Carta dos Bispos, acima

    referidos.

    4. Desafio a atuar junto dos que mais sofrem – Permanecer unidos a Cristo na caridade

    “Amai-vos”: a fé é um jeito de “SER PESSOA EM RELAÇÃO”, em relação com Deus e com os irmãos, por isso

    o discípulo procura de modo especial dirigir-se aos irmãos a quem a dor ou o sofrimento batem à porta.

    Que sou/tenho para com eles viver e oferecer? Procurar-se-á realizar gestos concretos de partilha.

    5. Desafio a escrever no “Diário de fé” Convida-se a escrever as experiências significativas, descobertas, questões ou dúvidas no “Diário de fé”.

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    S E C R E T A R I A D O D I O C E S A N O D A E D U C A Ç Ã O C R I S T Ã - C A T E Q U E S E D O P O R T O

    Tel. 226056037 – E-mail: [email protected] - [email protected] (Secretaria) Site: www.catequesedoporto.com

    _________________________ ITINERÁRIO_________________________

    Recapitulando tudo em Cristo 3º passo

    Tempo de VER em Jerusalém, tempo: de adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – de ouvir –ver –

    compreender –aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

    Encontro a realizar no fim de fevereiro

    Como fazer: E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1,14)

    Como fazer - Esquema e conteúdos do encontro

    1- Convidar a abrir o coração ao Espírito Santo

    Preparar um breve momento de oração. Dar um tempo de silêncio.

    2- Convidar a partilhar o diário escrito a partir do encontro de novembro

    O Animador convida, quem assim o desejar, a partilhar um pequeno trecho do seu “Diário de Fé” escrito a partir

    da contemplação da realidade e das experiências de vida, sentidas na fé, desde o último encontro do grupo.

    A partilha terá a tónica: “O Senhor fez em mim maravilhas”… (indicações para o animador: ver o esquema do mês de dezembro)

    Se o grupo assim o desejar, e se o número de pessoas for grande, a partilha do diário poderá ser feita em

    pequenos grupos. Cada um deles terá um animador que orientará a partilha (não mais de 5 minutos por pessoa,

    sem comentários nem conselhos; apenas se é convidado a acolher na f