viver as palavras de cristo - portal faje · diagramação e edição de imagens handerson silva...
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Os jOvens que desejam tOrnar-se amigOs dO senhOr na COmpanhia de jesus reCebem sólida fOrmaçãO
especial pág. 12
JESUÍTAS BRASIL
Em edição 17ANO 2AgOstO 2015
InformatIvo dosJesuítas do BrasIl
FrANciscO visitA àAméricA LAtiNA
pág. 10
JesuítA é premiAdO NA grã-BretANhA
pág. 19
presideNte dA cpAL visitAprOJetO pAN-AmAzôNicO
pág. 21
ViVeR AS PALAVRAS de CRiSTo
Os jOvens que desejam tOrnar-se amigOs dO senhOr na COmpanhia de jesus reCebem sólida fOrmaçãO
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SumáRio edição 17 | ANO 2 | AgOstO 2015
edItorIal• Servidores da Missão
CalendárIo lItúrgICo
entrevIsta †PeregrInos em mIssão• À disposição para ajudar
o mInIstérIo de unIdadena IgreJa † santa sé• Visita do Papa à América Latina
esPeCIal• O seguimento de Jesus
mundo † CúrIa geral• Ano Jubilar
• Documentos sobre jesuítas são publicados
• Grã-Bretanha: Prêmio a um linguista jesuíta
• América Latina: Caminhada Espiritual pela Paz
e União dos Povos
amérICa latIna † CPal• Inácio de Loyola e a Colaboração
• Visitas ao projeto pan-amazônico da Cpal
• Religiosos de Leticia participam de encontro
servIço da fé• Paróquia Nossa Senhora de Fátima realiza
curso de Música Litúrgica
• Monumento em homenagem a São José de
Anchietano
• Paulo de Tarso é tema de palestra no Ri0
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12 anos, esse é o tempo médio de formação dos jesuítas
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Promoção da JustIça e eCologIa• CEPAT celebra 25 anos de atividades
• Encontro do Apostolado Social da Companhia de Jesus
eduCação• Campanha Inacianos pelo Haiti entra na 2ª fase
• Curso de Formação Inaciana reúne alunos na Colômbia
• ETE FMC participa de feira de inovação
Juventude e voCações• Jovens brasileiros participam do ENJUVI no México
formação e CuIdado da saúde• Residência Ir. Luciano Brandão promove eventos
na Paz do senhor
JuBIleus e agenda
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InformatIvo dosJesuítas do BrasIl
expedieNte
EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos
Jesuítas do Brasil, produzida pelo Núcleo de Co-
municação Integrada (NCI)
ConTATo [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
diReToR ediToRiALIr. Eudson Ramos
ediToRA e joRnALiSTA ReSPonSáVeLSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
RedAçãoJuliana Dias
diAgRAmAção e edição de imAgenSHanderson Silva
CoLAboRAdoReS dA 17ª ediçãoPe. Agnaldo Barbosa Duarte, Ana Claudia Klein,
Esc. Antônio Costa, Evenice Neta, Pe. Itamar
Carlos Gremon, Pe. Jair Barbosa Carneiro, Jime-
na Castro, Jonas Jorge da Silva, Pe. José Ivo Foll-
mann, Juliana Najan, Luiz Antonio, Pedro Risa-
ffi, Pe. Valério Sartor, Vanessa Correia, Vanessa
Garcia e Ana Ziccardi (revisão). Um agradeci-
mento especial a todos que colaboraram com a
matéria especial dessa edição.
FoToSBanco de imagens / Divulgação
TRAdução dAS noTíCiAS dA CúRiAPe. José Luis Fuentes Rodriguez
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Neste mês em que recordamos as vocações, somos chamados a refletir sobre
como estamos vivendo nosso próprio chamado, que é sempre um chama-
do para a vida e vida em plenitude. Temos que agradecer pelas diferentes
vocações na Igreja, que se complementam mutuamente. Todas elas têm papel espe-
cial no plano da Criação. Somos todos criados por amor e para o amor, que deve se
concretizar no surgimento de um mundo mais fraterno e justo.
Nas páginas deste informativo, você terá a oportunidade de conhecer um pouco
mais sobre a descoberta da vocação para a Companhia de Jesus e sobre a formação,
atualmente, dos jesuítas do Brasil.
Como acontece com todas as demais ordens e congregações religiosas, a vocação
dos jesuítas está diretamente vinculada à experiência do nosso fundador e de seus
primeiros companheiros. Inácio viveu uma experiência singular de Deus, que mar-
caria para sempre a sua existência. Mas como Inácio via a sua vocação e a dos outros?
Por meio dos documentos historiográficos sobre a Societatis Iesu, vemos que
Inácio, desde o início, sentiu-se chamado a uma vocação apostólica, isto é, a cola-
borar com a missão de Cristo no serviço aos demais. Ele nunca concebeu a sua con-
versão pessoal como caminho exclusivo de santificação e salvação pessoal. Outros
haveriam de se beneficiar disso! E isso seria para ele um critério de seleção voca-
cional, como narra o Pe. Gonçalves da Câmara: “Lembro-me que dizia N. P., muitas
vezes, que não queria na Companhia ninguém para salvar somente a si, senão que
todos haviam de ser tais que, além disso, ajudassem outros a se salvar”. [MHSI,
Fontes Narrativi, I – Mon. 13 – Memoriale L. González (1555), p. 625].
Inácio esperava encontrar jovens que se identificassem com esse projeto de vida.
Juan de Polanco, movido a mudar de vida aos 24 anos de idade, quando faz os exercí-
cios, escreve que esse desejo era presente desde Barcelona: “Começou desde ali a ter
desejos de juntar algumas pessoas à sua companhia(...)” E esse mesmo desejo o
acompanha em Paris: “Depois da prisão e da sentença (na Espanha) decidiu ir a Paris,
se bem que a isso era movido também para poder dedicar-se mais aos estudos, (...)
tendo também como principal intenção conseguir gente naquela universidade,
se Deus nosso Senhor fosse servido em mover alguns em cuja companhia ele
insistisse no serviço divino(...)” [MHSI, Fontes Narrativi, I – Mon. 7 – Summ. Hisp.
Polanci, p. 170.177].
Além de Inácio, todos os demais componentes daquele primeiro grupo, ainda
que não tivessem clareza de que estavam fundando uma ordem, acreditavam que
ali estava um projeto de vida pelo qual valia a pena deixar tudo e abraçar. Por isso,
queriam partilhá-lo com outros. Diego Laínez lembra esse desejo comum quando
escreve: “Feitos depois todos sacerdotes, e ditas as primeiras missas, exceto o Pe.
Mestre Inácio, que disse a sua muito depois, reunindo-nos em Vicenza, delibera-
mos de repartir-nos (ainda esperando a passagem a Jerusalém) por diversas univer-
sidades da Itália, para ver se nosso Senhor se dignasse chamar algum estudante
ao nosso instituto. [MHSI, Fontes Narrativi, I – Mon. 6 – Epistola P. Laini, p. 120].
Esse desejo continua presente no corpo apostólico da Companhia de hoje, que
espera atrair, com seu testemunho de vida e missão, novos servidores da missão de
Cristo, nesta mínima Companhia!
Boa leitura!
ediToRiAL
SeRVidoReS dA miSSão
Pe. Adelson Araújo, SJDelegado para a Formação
vemos que InácIo, desde o InícIo, sentIu-se chamado a uma vocação apostólIca, Isto é, a colaborar com a mIssão de crIsto
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CALendáRio LiTúRgiCo
São Pedro Fabro, presbítero
Santo Alberto Hurtado, presbítero
calendário litúrgicoPróprio da Companhia de Jesus AgoSTo
DIA 2
DIA 18
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enTReViSTA † peregriNOs em missãO
Quais as principais responsabilidades e alegrias des-
sas funções?
Destaco algumas das atividades, dentre outras, que realizo
como Sócio:
Como está sendo o trabalho do se-
nhor como Sócio? E como Admonitor
do Provincial?
Apesar de todo o desafio que a mis-
são de ser Sócio de uma província nas
dimensões, particularidades e volume
de atividades que o Brasil traz consigo,
sinto-me muito bem adaptado e iden-
tificado com todo o trabalho realizado.
É uma oportunidade de colaborar com a
missão da Companhia de Jesus de outra
forma, pois, embora não esteja ligado di-
retamente a uma obra da província, o tra-
balho na Cúria torna-se o elo de relação
e comunicação com todas as obras e pes-
soas. A função de Admonitor dá-se numa
esfera mais próxima e reservada com a
pessoa do Provincial, e pela proximidade
que possuímos, tenho tido facilidade em
manter um diálogo sempre aberto e que
possa ser sinal de ajuda para a missão que
o Provincial realiza.
À diSPoSição PARA AjudAR
ir. eudson Ramos, Sj
Em entrevista especial para o informativo
Em Companhia, o Ir. Eudson Ramos
conta como está sendo se dividir entre
duas funções, a de Sócio e a de Admonitor
do Provincial. São muitos os desafios,
sem dúvida, mas o jesuíta destaca
principalmente a alegria de poder estar à
disposição para ajudar os companheiros
naquilo que for possível.
• Acompanhar e interagir com o Provincial nas suas fun-
ções e atribuições, conforme constam no Estatuto da BRA;
• Participar das reuniões dos fóruns de Superiores e de
Gestão Apostólica, bem como da Consulta Canônica;
• Responsabilizar-me por toda a comunicação na Pro-
víncia e isso envolve a publicação dos informativos Em
Companhia e Breves BRA, bem como colaborar com a re-
vista Jesuítas Brasil, além de toda a correspondência que
parte da Cúria Provincial para jesuítas e colaboradores,
obras, dioceses, Conferência (CPAL) e Cúria Geral;
• Ajudar no trabalho dos arquivos pessoais da Província;
• Organizar a agenda do Provincial, com suas viagens e
seus compromissos.
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Os sentimentos de consolação desta missão estão sempre rela-
cionados ao bom andamento das atividades, processos pesso-
ais e institucionais. É gratificante ter a oportunidade de ajudar
companheiros jesuítas e nossas obras quando sou solicitado.
Seria como um constante estado de disponibilidade para agi-
lizar e facilitar situações! Costumo dizer que estou sempre à
disposição para ajudar naquilo que for possível, pois imagino
que todos os pedidos que me chegam diariamente esperam por
uma resposta, por um encaminhamento, e, de minha parte,
sinto-me feliz em poder dar um pronto retorno às demandas
enviadas. É bom saber que esse tipo de suporte, mesmo que
discreto, torna-se relevante para quem dele precisa!
O Sócio auxilia o Provincial nas atividades e processos in-
ternos da Província BRA. Dessa forma, podemos dizer que
essa é uma função estratégica? Por quê?
Sim. O Sócio faz parte do staff de governo da Província e sua
função é de ajudar o Provincial a melhor desempenhar a sua
missão. O contato com pessoas e situações faz com que o Sócio
tenha conhecimento de várias realidades e assim possa cola-
borar nos processos e encaminhamentos propostos pelo Pro-
vincial. Não cabe ao Sócio a gestão de decisões, mas a partir das
informações e dos conhecimentos, ele pode ajudar o Provincial
e demais membros do staff do governo provincial na constru-
ção da consciência comum do corpo apostólico da Província.
Como Admonitor, o senhor zela para que o Provincial
realize sua missão e cuide da saúde. Como é administrar
esse ‘cuidado’ em meio a tantos compromissos dele?
A função de Admonitor serve como um “fiel” de uma balan-
ça, pois trata não apenas de verificar como a missão do Provin-
cial está sendo realizada, como, também, cuidar para que ele a
realize da melhor forma possível.
Surge aqui um desafio para o Sócio, pois, em muitos mo-
mentos, ele não está fisicamente perto do Provincial, e como
atentar para que o cumprimento dos compromissos, a alimen-
tação, o repouso, os exercícios físicos, o lazer também estejam
sendo harmoniosamente observados? Reforço novamente a
importância do diálogo, da abertura e da corresponsabilidade
que busco desempenhar junto ao Provincial.
Para o senhor, como é administrar duas funções distintas?
Este pode ser um dos desafios desta função, pois, ao mesmo
tempo em que o Sócio organiza para que o Provincial possa vi-
sitar pessoas, obras e lugares, realizar reuniões, também cuida
para que a saúde, a vida espiritual e demais
aspectos da vida do Provincial possam sem-
pre estar sendo bem cuidadas e atendidas.
Desde novembro de 2014, a Compa-
nhia de Jesus é constituída por uma úni-
ca província. Como o senhor avalia essa
nova configuração?
Todo o processo de criação da Província
do Brasil foi conduzido na perspectiva de não
somente unir pessoas, residências e obras,
mas, principalmente, qualificar a nossa vida
e missão em todas as regiões do país. Um
dos critérios inacianos para o discernimento
apostólico é o bem mais universal. Trata-se de
ter presente o que mais pode ajudar na reali-
zação daquela missão em vista de uma quan-
tidade maior de pessoas, da eficácia da trans-
missão da mensagem do Evangelho e seus
valores, dos frutos que poderão ser colhidos,
enfim, como a missão do Cristo, com a qual
colaboramos, possa ser melhor propagada.
Esta nova configuração no Brasil quer alargar
os horizontes, antes regionais, provinciais e
agora nacionais, além de ter presente na vida
de todo jesuíta e das missões que assumimos
que as nossas diferenças podem se tornar
nossas riquezas e assim fortalecer a missão.
O senhor tem contato constante com
jesuítas do Brasil todo? Como é esse rela-
cionamento?
Diariamente, tenho contato com os jesu-
ítas da Província por e-mail, telefone, corres-
pondências... Acredito que os jesuítas veem no
Sócio a certeza de que podem ter suas pergun-
tas respondidas, dúvidas sobre procedimen-
tos, notícias sobre outros jesuítas, informa-
ções sobre comunicações etc. Situações como
esta é que fazem com que os jesuítas busquem
contato com a Cúria Provincial. É bom rece-
ber também sugestões, ponderações, críticas
e gestos de gratidão da parte dos companhei-
ros! Sabemos a força de um “muito obrigado”
depois de determinada situação, tanto para
quem pediu a ajuda como para quem ajudou.
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o miniSTéRio de unidAde nA igRejA † sANtA sé
ViSiTA do PAPA À AméRiCA LATinA
O Papa Francisco realizou visita apostólica, pela
primeira vez, ao Equador, à Bolívia e ao Para-
guai – países latino-americanos que refletem a
essência do seu papado, ‘uma igreja pobre para os po-
bres’. Realizada entre os dias 5 e 13 de julho, a viagem
teve como tema A alegria do anúncio do Evangelho.
Essa foi a segunda visita do Pontífice à América do
Sul – a primeira aconteceu em 2013, quando ele partici-
pou da Jornada Mundial da Juventude no Brasil. Durante
a nova passagem pela região, o Papa criticou as desigual-
dades e afirmou que a Igreja latino-americana tem uma
grande riqueza: “é uma igreja jovem e é isso que nós de-
vemos aprender e corrigir, e estes povos jovens dão-nos
força nisto.”
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Fonte: Rádio Vaticana | News.va | Canção Nova | G1 | Veja.com
eQuAdoR
A viagem de Francisco começou pelo Equador. Com
mais de 80% da população católica, há 30 anos o país não
recebia a visita de um Papa, o que gerou grande expectati-
va dos equatorianos. O reflexo pôde ser visto nas ruas, re-
pletas de fiéis. “Sinto alegria e gratidão ao ver as calorosas
boas-vindas que me dão. É uma demonstração do caráter
acolhedor que tão bem define as pessoas desta nobre na-
ção”, disse o Pontífice.
Entre as mensagens deixadas pelo Papa, merece desta-
que a qual disse que, no evangelho, encontram-se as chaves
para enfrentar os atuais desafios, valorizando as diferen-
ças, promovendo o diálogo e a participação sem exclusões.
boLíViA
Segundo país visitado pelo Papa, a Bolívia parou para
acompanhá-lo. À população, Francisco recomendou unidade
para a nação, para juntos abaterem os muros da divisão e da
exclusão. Como havia dito no Equador, ele voltou a falar sobre
a cultura do descarte e da exclusão social: dois temas muito
recorrentes nessa viagem à América do Sul.
O Pontífice elogiou a Bolívia pelos importantes passos da-
dos na inclusão de amplos setores na vida econômica, social
e política do País, recordando que a Constituição reconhece
os direitos dos indivíduos, das minorias, do meio ambiente e
de instituições sensíveis a tais realidades. Além disso, adver-
tiu para os perigos de crescimento que não leva em conside-
ração o ser humano na sua condição integral.
PARAguAi
No último país da América Latina visitado, o Papa dirigiu-
-se de improviso às centenas de milhares de jovens que fo-
ram vê-lo ao longo do rio Paraguai. Depois de ouvir um jo-
vem pedir-lhe para rezar pela liberdade de todos, Francisco
ressaltou: “a liberdade é dom de Deus, mas é preciso saber
recebê-la, ter um coração livre de tantos vínculos, como a ex-
ploração, a falta de meios de sobrevivência, a dependência de
drogas, a tristeza. Tudo isso tira-nos a liberdade”.
Aplaudido entusiasmadamente pelos jovens paraguaios,
o Pontífice propôs uma oração e pediu que cada um meditas-
se no silêncio do seu coração.
Foto
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12 13
O desejo vocacional não tem
muitas explicações. Aliás, vo-
cação não se explica, se vive!”,
afirma o padre Jonas Elias Caprini, Secre-
tário para Juventude e Vocações da BRA e
Coordenador do Programa MAGIS Brasil.
Descobrir sua vocação e seu lugar no mun-
do são desafios para todos nós. A busca por
aquilo que nos preencha internamente in-
quieta muitas pessoas, principalmente os
jovens. “O vazio é algo que falta para que a
gente se realize como pessoa e como cris-
tão. Essa inquietação nós chamamos de
busca pela vocação. Deus nos criou para
amar e servir, e, enquanto não encontrar-
mos o lugar onde possamos dar nosso ma-
gis, não estaremos em paz e felizes”, res-
salta padre Jonas.
No Brasil, com o objetivo de fortalecer
a importância da vocação, a Igreja Católica
celebra o Mês Vocacional, em agosto. A data
foi estabelecida na 19ª Assembleia Geral da
CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
o SeguimenTo de jeSuS
Brasil), realizada em 1981. Durante o mês, os féis são con-
vidados a rezar e a cuidar das vocações. “Para a Igreja, esse
é o momento de pedir novas vocações e perseverança dos
vocacionados. É um tempo propício para despertar e ani-
mar os jovens a responderem ao chamado de Deus para o
serviço à Igreja”, explica padre Jonas.
O serviço à Igreja, como ressalta padre Jonas, envolve
não somente a vida religiosa, mas o seguimento de Cristo
de forma mais ampla. Segundo padre Jonas, todos somos
vocacionados à vida e a seguir Jesus. “Sem assumir essas
vocações básicas, não teremos vocação específica con-
sistente. Somente quando tivermos consciência de que a
vida e o seguimento a Cristo são um chamado de Deus,
poderemos responder com firmeza a uma vocação especí-
fica, seja na vida religiosa, sacerdotal, familiar e/ou leiga
consagrada”, afirma.
A Igreja Católica é constituída de muitos dons e minis-
térios, dessa forma, cada vocação é um chamado de Deus.
Nesse contexto, o discernimento vocacional é uma opor-
tunidade para encontrar a vontade Dele em sua vida. “O
Jovem que faz esse acompanhamento bem feito constrói
um projeto de vida consciente e consistente, e certamente
será uma pessoa realizada, feliz na opção de vida que fez”,
esclarece o jesuíta.
a igreja Católica é constituída de muitos dons e mistérios e as pessoas são chamadas a servi-la como leigas ou religiosas
“ -
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eSPeCiAL
VoCAção À ComPAnHiA de jeSuS
Os apóstolos foram chamados por Jesus
a promover a palavra de Deus. Assim como
eles, Cristo continua chamando as pessoas
para segui-lo. Algumas são chamadas a ser-
vir à Igreja como leigos e outras como reli-
giosos, nas diversas ordens e congregações.
A Companhia de Jesus é um instrumento
para se viver as vocações dentro da Igreja
Católica. Para saber se o Senhor chama al-
guém para a Ordem religiosa, é necessário
um processo de discernimento, realizado
durante o acompanhamento vocacional.
Segundo padre Jonas, atualmente, os
principais motivos que atraem os jovens
a buscar o acompanhamento vocacional
são: o modo de vida dos jesuítas e a iden-
tificação com a missão da Companhia de
Jesus. “O jovem, inquieto vocacionalmen-
te, vê na nossa missão o lugar ao qual ele
poderá dedicar sua vida. O papel da Com-
panhia de Jesus é agradecer a Deus pelos jo-
vens que a procuram, acolher, acompanhar
e cuidar, para que façam um bom discerni-
mento e encontrem seu lugar no mundo
como cristãos desejosos de responder aos
apelos do Senhor”, afirma.
Para os que se sentirem tocados pela
missão da Companhia de Jesus, o primei-
ro passo é procurar as obras jesuítas que
trabalham com juventude e vocações. Es-
sas obras o encaminharão para um jesuí-
ta, que será o seu orientador vocacional e
que irá entrevistá-lo, orientá-lo espiritual
e vocacionalmente. Nessa etapa, o voca-
cionado poderá ser convidado a participar
do GAVI (Grupo de Aprofundamento Vo-
cacional Inaciano). Nesse grupo, o jovem
percorrerá um caminho que o ajudará a
conhecer a Companhia de Jesus e a ques-
tionar suas motivações a partir da espiri-
tualidade de Santo Inácio, da convivência
e da partilha de vida.
Durante o processo de acompanhamen-
to, serão propostas algumas experiências,
como retiro inaciano, missões e convivên-
cias. “Através da participação nas atividades
propostas e pelo acompanhamento vo-
cacional, o jovem vai aprofundando a fé e
formando-se na caminhada eclesial”, explica
padre Jonas. Não há um tempo específico
para estar no grupo, porém o vocacionado
deverá ter participado o tempo suficiente
para sentir clareza quanto ao passo seguinte,
que é o Plano de Candidatos. Essa é a última
etapa do acompanhamento vocacional, esse
é o momento em que a vocação à Ordem reli-
giosa será aprofundada e amadurecida.
Atualmente, universitários, com idade
igual ou superior a 25 anos e atuantes no
mercado de trabalho, são os que mais procu-
ram a Companhia de Jesus. “Hoje, as grandes
decisões da vida não se dão no final do en-
sino médio, mas na metade do curso supe-
rior”, ressalta padre Jonas. O jesuíta acredita
também que as ações, as palavras e as atitu-
des do Papa Francisco têm inspirado cada
vez mais o seguimento a Cristo. “Francisco
fala simples e ao coração. Sua mensagem é
carregada de compaixão, acolhimento e es-
perança. Creio que muitos frutos vão vir para
a Igreja com o Papa Francisco. Seguir a Cristo
é acolher, perdoar, amar e viver com espe-
rança e isso Francisco tem insistido em seu
Pontificado”, diz.
Segundo padre Jonas, atualizar o méto-
do e a mensagem, fazendo uma aproxima-
ção com o mundo juvenil, é indispensável
para realizar um serviço junto aos jovens.
“É importante buscar na promoção voca-
cional, no acompanhamento e na forma-
ção, a atualização da mensagem cristã e do
carisma inaciano, sem perder os valores
do Evangelho e da Companhia de Jesus”.
Além disso, o fortalecimento do modo de
vida dos jesuítas é essencial nesse contexto.
“Penso que a maior promoção vocacional
é nosso modo de vida. Por isso, devemos
cuidar de nosso modo de proceder, assim
como nos orientou Inácio”, afirma o jesuíta.
Acompanhar o jovem em seu caminho
de crescimento pessoal, de discernimento
e na elaboração de seu projeto de vida é o
objetivo do serviço vocacional. Para padre
Jonas, “quando nos permitimos ser ques-
tionados e ajudados, quando entramos em
sintonia com Deus através da oração, o Se-
nhor realiza maravilhas em nossa vida”. Os
jesuítas que integram o Corpo Apostólico
da Companhia de Jesus seguiram Jesus e
descobriram o amor do Senhor (leia os de-
poimentos ao longo da matéria).
“Durante minha juventude, o Se-
nhor me envolveu em um forte
e profundo desejo de identifi-
cação com Jesus de Nazaré e com a
perspectiva do seu Reino. Esse mo-
vimento interior me apontou para a
vocação sacerdotal”.
Esc. José Célio dos Santos, 32 anos, 3º
ano de Teologia
Informações sobre o acompanhamento
vocacional podem ser obtidas através do
e-mail [email protected]
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A FoRmAção jeSuíTA
Uma das características da Com-
panhia de Jesus é a sólida formação
de seu corpo apostólico. Nesse tempo,
dividido em várias etapas, os jesuítas
são preparados para a missão. Segundo
padre Adelson Araújo dos Santos, De-
legado para a Formação da BRA, Santo
Inácio de Loyola acreditava que o co-
nhecimento era importante aliado para
ajudar as pessoas. “Inácio viu a neces-
sidade de estudar mais para poder ser-
vir mais. A profundidade espiritual e
intelectual é uma característica da for-
mação dos jesuítas. Isso tem a ver com
a experiência pessoal que ele próprio
teve ao ser tocado no mais profundo do
seu ser pelos Exercícios Espirituais.”,
afirma o jesuíta.
A formação jesuíta leva, em média,
doze anos e é dividida em Noviciado,
Juniorado, Formação do Irmão Jesuíta,
Filosofia, Magistério, Teologia e Tercei-
ra Provação. “Em todos esses momentos
e em cada uma dessas etapas, vão sendo
formados o coração e a cabeça do novo
jesuíta, ou seja, a formação se dá de for-
ma dinâmica e sempre em relação com
outros, com a realidade e com o mun-
do”, explica padre Adelson.
Durante o processo de formação, os
jesuítas são acompanhados por forma-
dores, que ajudam na preparação dos
jovens. “Aprendemos, desde o início,
que o nosso principal formador é Deus,
vindo em seguida nós mesmos, como
responsáveis por aproveitar da melhor
maneira possível os meios que nos são
oferecidos para bem nos formarmos.
Por isso, a Companhia de Jesus procura
colocar homens bem preparados para
acompanhar seus irmãos mais jovens.
Procuramos destinar os melhores re-
cursos humanos para o serviço da for-
mação das novas gerações de jesuítas”,
ressalta padre Adelson.
Para ajudar nessa missão, a Com-
panhia de Jesus conta com as Casas de
Formação, cuja função é preparar os
jesuítas que integram o Corpo Apos-
tólico da Ordem religiosa. No Brasil,
existem quatro delas: Noviciado, Ju-
niorado, Filosofado e Teologado. Fa-
vorecer a efetiva integração dos jovens
jesuítas em formação com a missão é
uma das principais tarefas dos forma-
dores de cada casa.
O padre Jair Barbosa Carneiro, Su-
perior do Noviciado, localizado em
Feira de Santana (BA), explica que a pri-
meira etapa do processo formativo de
um jesuíta é o Noviciado, cuja missão
é ajudar o noviço a fazer uma experi-
“Ao longo de minha adolescên-
cia e início da juventude, pude
participar de várias atividades
e movimentos eclesiais que fizeram
nascer, pouco a pouco, em meu cora-
ção, o desejo de doar minha vida ao
Cristo e a seu povo”.
Pe. Francys Silvestrini Adão, 36 anos,
doutorando em Teologia Fundamental
ência transformadora de Deus. “Esse é
um processo de provação. Aquele que
é acolhido é conduzido, por meio dos
diversos experimentos que compõem
essa etapa, a ‘provar’, no sentido de ser
desafiado, a mostrar que é apto ao nos-
so modo de vida”, afirma.
Durante dois anos, o jovem dedica-
-se à oração pessoal, às leituras e es-
tudos sobre Santo Inácio de Loyola e à
história da Companhia de Jesus. Para
padre Adelson, esse é um momento úni-
co e especial no processo formativo dos
jesuítas. “Nós fazemos um verdadeiro
mergulho na experiência de Deus e no
conhecimento de si mesmo, da espiritu-
alidade, do carisma inaciano e jesuítico,
por meio dos Exercícios Espirituais de
trinta dias; do experimento de serviço
aos mais pobres em hospitais; da pere-
grinação a pé pelo interior do Nordeste;
“Entrei para a Companhia de
Jesus pelo desejo de ser mis-
sionário e doar mais tempo e
serviço ao Reino do Senhor”.
Ir. Dhekson Marinho, 26 anos, estu-
dante de Psicologia
16 17
eSPeCiAL
“Desde pequeno, alimentei o de-
sejo de ser padre e missionário.
A passagem do padre jesuíta Luiz
Ribot pela minha sala de aula no co-
légio foi a gota que faltava para me
transbordar de alegria no primeiro
passo rumo à realização de meu so-
nho de ser missionário. Já faz 12 anos
que estou em Moçambique”.
Pe. Emílio Magro Moreira, 65 anos,
diretor do Centro Santo Inácio (Pro-
víncia de Zimbábue-Moçambique)
da experiência de inserção entre as co-
munidades mais pobres da Amazônia,
dentre outras experiências”, diz.
Segundo padre Jair, o jovem que
deseja tornar-se um jesuíta precisa es-
tar disposto a crescer como pessoa, a
aprender com os demais e com as di-
ferenças. “Nossa missão é universal,
por isso precisamos de pessoas que
tenham o desejo de seguir Jesus, pois
somos companheiros, amigos e cola-
boradores em sua missão”, explica.
Após o Noviciado, o jovem inicia
sua formação acadêmica na etapa do
Juniorado. O padre Walter Honorato,
Superior do Juniorado e Filosofado, ex-
plica que esse tempo de estudos con-
solida as linhas fundamentais inacia-
nas adquiridas na etapa anterior. “Esse
é um período de maior autonomia e
regramento pessoal”.
O jesuíta em formação, como irmão
ou escolástico (candidato ao sacerdó-
cio), passa um ano ou dois aprofun-
dando seu conhecimento em diversos
campos das Ciências Humanas, tais
como literatura, línguas estrangeiras
e clássicas, artes, comunicação, dentre
outros. Após o Juniorado, os irmãos
em formação continuam seus estudos
universitários, em diversos campos
das ciências, enquanto os escolásticos
fazem o curso de Filosofia, geralmente
em um período de três anos.
Concluído esse tempo, o jovem é
enviado para uma experiência maior
de missão, a ser feita em determinada
obra ou frente apostólica. Alguns são
destinados também, nesse tempo, a al-
gum estudo especial de pós-graduação.
“O marcante dessa etapa, chamada de
Magistério, é o fato de se viver fora de
uma casa de formação, já como mem-
bro de uma comunidade apostólica”,
explica padre Adelson. Em seguida, os
escolásticos retornam a uma casa de
formação, o Teologado, onde iniciam
a faculdade de Teologia, concluída, em
média, em três anos.
Os estudos teológicos preparam
o jesuíta para a ordenação presbite-
ral. Nessa etapa, a Teologia pretende
integrar as diversas dimensões ou as-
pectos formativos que configuram o
jesuíta, como vida no Espírito, ama-
durecimento humano e vida comuni-
tária, estudos e apostolado e a integra-
ção no corpo apostólico da Companhia
de Jesus. “O específico dessa etapa de
formação, como processo de integra-
ção pessoal no corpo apostólico, é o
estudo integral e contextualizado e a
apropriação da fé da Igreja, como pre-
paração próxima ao sacerdócio”, afir-
ma padre Edison de Lima, Superior do
Teologado.
Depois dos três anos de estudos de
Teologia, o jovem jesuíta é ordenado
diácono e, após seis meses de ministé-
rio, é ordenado presbítero. “Espera-se
que a formação dos jesuítas durante
a etapa da Teologia, contextualizada
por amplos horizontes, seja capaz de
mover os grandes desejos dos jesuí-
tas para o seguimento de Jesus Cristo,
em sintonia com o serviço que a Igreja
pede à Companhia de Jesus”, ressalta
padre Edison.
A formação para a etapa da Teolo-
gia faz parte do PAC (Projeto Apostó-
lico Comum) da CPAL (Conferência de
Provinciais da América Latina). Para
cuidar da formação dos jesuítas, foram
criados três CIFs (Centros Interprovin-
ciais de Formação) em Teologia: Bogo-
tá (Colômbia), Santiago (Chile) e Belo
Horizonte (Brasil). “Aqui, os jesuítas
estudam na FAJE (Faculdade Jesuíta
de Filosofia e Teologia) e também são
enviados para os outros CIFs, para os
Estados Unidos ou um algum país da
Europa”, esclarece padre Edison.
Após alguns anos exercendo o
apostolado como padre ou irmão, e
antes de ser acolhido definitivamen-
te no corpo apostólico da Companhia
de Jesus, o jesuíta deve realizar a últi-
ma etapa, conhecida como a Terceira
Provação. “Nesse momento, o jesuíta é
convidado novamente a mergulhar na
profundidade da experiência dos Exer-
cícios Espirituais de trinta dias e no
estudo da espiritualidade e do carisma
da Ordem religiosa. Ao lado disso, ele
volta a fazer alguns experimentos de
A formAção jesuítA levA, em médiA, doze Anos e é divididA em noviciAdo, juniorAdo, formAção do irmão jesuítA, filosofiA, mAgistério, teologiA e terceirA provAção
16 17
ConSTRuindo em CoLAboRAção:i FÓRum doS jeSuíTAS em FoRmAção
Entre os dias 20 e 22 de julho, a
Companhia de Jesus no Brasil realizou
o I Fórum dos Jesuítas em Formação,
em Belo Horizonte (MG). O encontro
reuniu cerca de setenta jesuítas que
estão nas mais diversas etapas de for-
mação, a partir dos primeiros votos.
Além dos jesuítas em formação, es-
tiveram presentes também um bom
grupo de jesuítas já formados, que
foram convidados a contribuir com a
temática do encontro. Apesar dos de-
safios que surgiram durante as refle-
xões do encontro, o clima era de ale-
gria. “Os depoimentos e as partilhas
falavam muito mais de novo ânimo,
de esperança e da alegria por estarmos
juntos, dando os primeiros passos na
construção do novo projeto de for-
mação dos jesuítas do Brasil”, afirma
padre Adelson Araújo dos Santos, De-
legado para a Formação da BRA.
“Fui apresentado à Companhia
de Jesus por jesuítas que faziam
missão de férias no meu bairro.
Fiquei encantado porque eram jo-
vens religiosos que seriam padres,
mas tinham algo diferente, amavam
a nós, os pobres, tinham profundida-
de de vida e uma sincera alegria”.
Pe. Franklin Alves Pereira, 38 anos,
mestrando em Teologia Bíblica
contato profundo com a realidade dos
que vivem nas fronteiras da exclusão
social, como os presidiários, portado-
res de HIV, os sem-terra, os doentes, os
refugiados, etc.”, conta padre Adelson.
A formação é muito importante
para a realização da missão da Compa-
nhia de Jesus no Brasil. Com a criação
da BRA (Província dos Jesuítas do Bra-
sil), em novembro de 2014, os desafios
aumentaram, por isso o fortalecimen-
to da integração das dimensões da vo-
cação jesuíta, desde o discernimento
vocacional até a terceira provação, são
essenciais. “Nós podemos superar as
dificuldades decorrentes da própria
complexidade de uma província terri-
torialmente tão extensa, com culturas
tão diversas e presenças apostólicas da
Companhia tão diferenciadas. Jesuítas
formados e em formação teremos que
aprender a nos olharmos como um só
corpo apostólico, tendo a liberdade su-
ficiente para rompermos com nossas
fronteiras e visões regionalistas e pro-
vincianas”, conclui padre Adelson.
i Fórum dos jesuítas em Formação reuniu 70 pessoas em belo Horizonte (mg)
18 19
A ComPAnHiA de jeSuS no mundo † cúriA gerAL
AnojubiLAR A data de 31 de julho, dia de
Santo Inácio de Loyola, mar-
cou o início do Ano Jubilar do
Caminho Inaciano, que se prolongará
até a mesma data de 2016. Os atos de
abertura foram realizados no Santuá-
rio de Loyola e na Cova de Santo Iná-
cio, em Manresa (Espanha), locais do
início e do final da peregrinação.
O Ano Jubilar começa no momento
em que a gruta da Cova de Santo Iná-
cio inaugura o término de suas obras
de remodelação, que foram executadas
com o objetivo de lhe devolver a auste-
ridade original, recuperando a atmos-
fera de rocha e pedra, e respeitando os
elementos que a tradição histórica e
artística foi aportando à gruta.
noS PASSoS de ináCio
O Caminho Inaciano é uma pro-
posta de peregrinação que rememora
o itinerário que Inácio de Loyola per-
correu de sua casa natal, em Loyola,
700 km itinerário que inácio de Loyola percorreu de sua casa natal, em Loyola, até manresa, em 1522
documentos sobre jesuítas são publicados
Afonso Salmerón (1515-1585) era o
mais jovem dos nove companhei-
ros conquistados por Inácio para
fundar a Companhia de Jesus. Foi também,
depois de Nicolás Bobadilla, o mais longevo
deles, morreu com quase 70 anos. Além dis-
so, o jesuíta conviveu com os cinco primei-
ros Superiores Gerais da Ordem religiosa.
O jesuíta Diego Laínez (1512-1565)
assumiu a função de Superior Geral da
Companhia de Jesus, entre os anos de
1558 e 1565, após a morte de Inácio de
Loyola, fundador da Ordem religiosa.
Espanhol, de origem judaica, Diego foi
um dos primeiros companheiros que
formaram a Companhia de Jesus.
Agora, para as pessoas que quiserem
conhecer a história desses jesuítas, há
dois documentos recém-publicados: a
biografia de Afonso Salmerón, no nº 54
da coleção MANRESA, e o livro Diego Laí-
nez (1512-1565) and his Generalate.
A biografia de Afonso Salmerón
conta com 156 cartas, quase todas repro-
duzidas integralmente, 213 parágrafos
do Crónicon de Polanco, todos aqueles
até Manresa, em 1522, com o objeti-
vo de chegar à Terra Santa. Essa rota
de 700 km impulsiona peregrinos de
nosso tempo que queiram viver uma
experiência de crescimento pessoal.
Saiba mais sobre o Caminho Inaciano
na edição especial (julho/2015) do in-
formativo Em Companhia.
onde aparece a sua figura, e 350 citações
de outros documentos publicados pela
Monumenta Historica Societatis Iesu,
que fortalecem o valor da obra.
O livro Diego Laínez (1512-1565) and
his Generalate foi editado pelo jesuíta su-
íço Paul Oberholzer, que reuniu 31 ensaios
sobre Laínez. A obra, com 1074 páginas, foi
publicada pelo Instituto Histórico da Com-
panhia de Jesus, localizado em Roma (Itá-
lia). Entre os temas tratados, encontram-se
as artes, a educação, o Concílio de Trento,
as cartas e a dimensão judaica de Laínez.
18 19
grã-Bretanha:prêmio a um linguista jesuíta
Caminhada espiritual pela Paz e união dos Povos
Nomeação
O padre Vijay D’ Souza, jesuíta
indiano residente em Oxford
(Inglaterra), foi premiado
com o financiamento de sua pós-gra-
duação pelo Hans Rausing Endan-
gered Languages Foundation (Fun-
dação Hans Rausing para as línguas
Membros da Rede Indígena da
Companhia de Jesus na Amé-
rica Latina participaram da Ca-
minhada Espiritual pela Paz e a União dos
em risco de extinção). O prêmio aju-
dará o jesuíta a realizar três anos de
pesquisa e documentação da língua
Hrusso Aka, de Arunachal Pradesh,
no nordeste da Índia.
O padre Vijay é membro da Região
de Kohima da Companhia de Jesus,
ral. O padre Kot substituirá o padre
Séverin Leitner (ASR), que desempe-
nhou esses cargos até a sua trágica
morte durante uma escalada no dia 7
de junho deste ano. O padre Kot assu-
mirá seu novo cargo dia 1º de outubro
de 2015. Atualmente, é professor de
O Padre Geral nomeou:
Padre Tomasz Kot (PMA),
assistente regional da Europa
Central e Oriental e Conselheiro Ge-
Povos, indo de El Salvador até o México,
para denunciar o dano ao meio-ambiente
na região, assim como a discriminação
que sofrem em seus países. Concluíram a
Caminhada com uma declaração na qual
convocavam os governos implicado e as
organizações civis e religiosas a defende-
rem os direitos dos indígenas.
uma área conhecida pela sua diversi-
dade linguística e cultural: estima-se
que acolha mais de 200 línguas e cul-
turas indígenas diferentes. Os jesuítas
de Kohima trabalham, principalmen-
te, em áreas extremamente remotas e
entre alguns dos povos mais abando-
nados do país, dirigindo escolas e pa-
róquias, um centro de investigação e
outro de assistência legal.
“O Hrusso Aka é uma língua de
Arunachal Pradesh, em risco de ex-
tinção, um remoto estado indiano
situado nas colinas das escarpas do
Himalaia”, explica padre Vijay. Atu-
almente, apenas 3000 pessoas falam
esse idioma, e mais e mais jovens da
tribo Hrusso Aka estão passando para
o Hindi. Se essa tendência continuar,
em duas gerações o Hrusso Aka terá
se extinguido.
Pe. Vijay (à esquerda) com um ancião e sua família em Arunachal Pradesh, índia
Sagrada Escritura na faculdade teoló-
gica da Companhia de Jesus, o Bobo-
lanum, de Varsóvia. Anteriormente,
tinha sido Secretário dessa mesma fa-
culdade, diretor da casa editorial Rhe-
tos e editor da publicação Przeglad
Powszechny.
20 21
A ComPAnHiA de jeSuS nA AméRiCA LATinA † cpAL
Sempre relacionamos Inácio de
Loyola com a Companhia de Jesus.
Contudo, Inácio viveu dois terços de
sua vida como leigo. Ainda era um leigo
quando iniciou a experiência dos Exercí-
cios Espirituais com seus companheiros e
não pensava ainda no sacerdócio nem em
nenhuma ordem religiosa.
Começamos o mês de julho com o Cur-
so de Formadores para a Colaboração na
Missão e, agora, o terminamos com a festa
de Inácio de Loyola, por isso o mês parece
unir esses dois temas.
Essa imagem de Inácio apóstolo lei-
go, sem ter em seu horizonte a perspec-
tiva de uma ordem religiosa, forman-
do outros colaboradores leigos para a
missão de Cristo, é pouco familiar para
nós. E não é somente porque ainda não
tinha chegado a ser sacerdote e religio-
so. Já mesmo como Geral da Companhia,
Inácio envia os jesuítas para formar pes-
soas “idôneas para serem apóstolos e,
geralmente, aquelas que, sendo ajuda-
das, poderão logo ajudar a outros para a
glória de Deus”. Por isso, nos diz o padre
Rambla, “tem a convicção de que o lei-
go chega a lugares e alcança resultados
não acessíveis ao sacerdote ou aos reli-
giosos. De aqui o interesse de atender es-
pecialmente aos leigos que manifestam
capacidades e disposições para serem
verdadeiros multiplicadores da ativida-
de apostólica eclesial”.
Sem dúvida alguma, assim foi na Com-
panhia antes da supressão. Pensemos como
teria sido possível o trabalho das reduções
com um sacerdote e um irmão jesuíta so-
mente em cada redução, se não houvesse
tido um exército de colaboradores na missão
educativa, organizadora, evangelizadora.
ináCio de LoyoLA e A CoLAboRAção
Pe. jorge Cela, SjPresidente da CPAL
Isso nos torna conscientes de que existe uma só história
de salvação, a história da humanidade, na qual Deus nos sal-
va. Não são duas histórias, senão, somente uma, que se cons-
trói com a colaboração de todo o povo que avança na História,
buscando sua salvação. Essa consciência ajudou aos padres
reunidos no Concílio Vaticano II a propor uma ação não es-
clesiocêntrica e, portanto, não clerical. A recuperar o valor do
sacerdócio batismal que nos torna a todos e todas colaborado-
res nessa ação salvífica na História.
Por isso, o padre Kolvenbach convida-nos a que “quan-
do rezemos juntos pelas vocações à Companhia, rezemos
especialmente para que Deus prepare e chame a este ser-
viço a jovens que formem parte da Igreja dos leigos” e não
somente da Companhia de Jesus.
Assim, ao pensar na formação para a missão da Com-
panhia, não podemos pensar somente na formação de
jesuítas, senão em toda a variedade de colaboradores na
missão de Cristo, segundo a espiritualidade e carisma de
Inácio de Loyola. Essa perspectiva deve entrar em nosso
planejamento e orçamentos.
E, quando pensamos e rezamos pelo corpo da Com-
panhia, deveríamos ampliar nossa visão e situá-lo nesse
corpo mais amplo de colaboradores na missão, segundo a
espiritualidade inaciana, que se constitui como um novo
sujeito apostólico, que não se confunde com o corpo da
Companhia, mas que é indispensável para conceber e re-
alizar nossa missão.
[...] pensar na formação para a mIssão da companhIa, não podemos pensar somente na formação de jesuítas, senão em toda a varIedade de colaboradores na mIssão de crIsto [...]
20 21
visitAs AO prOJetO pAN-AmAzôNicO dA cpAL
ReLigioSoS deLeTiCiA PARTiCiPAm de enConTRo
Nos meses de junho e julho, o Projeto Pan-amazônico da
CPAL (Conferência dos Provinciais Jesuítas da América
Latina) recebeu visitas especiais. Entre os dias 23 e 25
de junho, o padre Jorge Cela, presidente da CPAL, fez uma visita
canônica à comunidade do Projeto, em Leticia (Colômbia).
O jesuíta participou de reuniões com os integrantes do Pro-
jeto Pan-amazônico e os membros da Faculdade de Ciências
Políticas e Relações Internacionais, da Universidade Javeriana
de Bogotá. Durante sua visita, padre Jorge Cela fez a leitura da
carta do padre Adolfo Nicolás, Superior Geral da Companhia de
Jesus, que instituiu a criação da comunidade jesuíta Samuel
A cidade de Leticia, sede da comunidade jesuíta
e do Pan-amazônico da CPAL, conta com a pre-
sença de quatro Congregações religiosas: as Lau-
ritas, as Vicentinas, os Capuchinhos e os Jesuítas. Em
julho, os religiosos iniciaram um processo de reuniões,
encontros e celebrações mensais. O objetivo é socializar,
refletir e fortalecer a unidade como vida religiosa ao ser-
viço da Igreja local do Vicariato de Leticia. Também se
pretende ampliar esses momentos aos demais religiosos
da tríplice fronteira.
Fonte: Pan-Amazônia SJ Carta Mensal nº 16 (Junho) e 17
(Julho) 2015
Acesse o link (http://bit.ly/1FDU44v) do Portal Jesuítas Brasil
e faça o download de todas as edições da Pan-Amazônia SJ
Carta Mensal
miSSão nA FRonTeiRA
O padre Valério Sartor foi conhecer
a missão dos jesuítas na fronteira
entre o Brasil e a Guiana. O padre
Rui Körbes e o escolástico Tiago
Zeni, que estão em Bonfim (RR), e
os padres Horie Setsuro e Urbano
Muller, que vivem na comunida-
de indígena de Moscou, também
participaram da visita.
Fritz, em Leticia. O nome da comunidade é uma homenagem
ao padre missionário que atuou na região.
Entre os dias 13 e 18 de julho, o Projeto Pan-amazônico rece-
beu a visita do assistente da América Latina Setentrional, padre
Gabriel Rodriguez. O jesuíta foi conhecer de perto o trabalho
realizado pela iniciativa na região.
22 23
ComPAnHiA de jeSuS † serviÇO dA Fé
Paróquia nossa Senhora de Fátima realiza curso de música Litúrgica
paulo de tarso é tema de palestra no rio
monumento em homenagem a são José de Anchieta
O Centro Loyola de Fé e Cultura/PUC-Rio promoveu a
palestra Paulo de Tarso: Educação e Cultura de um lí-
der, no dia 19 de agosto. O encontro teve como foco a
formação educacional e o momento cultural vivido por São
Paulo. Foram esses elementos que o transformaram no ‘Ho-
Em 9 de junho, dia de São José de Anchieta, o Colégio
Anchieta de Nova Friburgo (RJ) inaugurou um monu-
mento em louvor ao santo jesuíta. A escultura, com
cinco metros de altura e dois centímetros de espessura, foi
esculpida em placa de metal e pesa cerca de 200 kg.
O reitor da instituição, padre Luiz Antonio de Araú-
jo Monnerat, foi o idealizador do projeto, confeccionado
pelo artista plástico Felga de Moraes. Professores, funcio-
nários e alunos participaram da cerimônia. O coral infan-
til encerrou o evento cantando uma música em homena-
gem a São José de Anchieta.
No dia 15 de junho, a escultura foi apresentada à cidade. A
cerimônia contou com a presença de autoridades religiosas,
militares e civis. Na ocasião, o diretor do Colégio Anchieta,
Carlos Eduardo Cortez, anunciou que o monumento será in-
tegrado ao programa de visitas guiadas à instituição.
A Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Pelotas (RS),
realizou a segunda etapa do Curso de Música Litúr-
gica, com o tema As Partes Fixas da Missa, nos dias
11 e 12 de julho. A anfitriã da ocasião, Comunidade Santa Rita
de Cássia, recebeu os participantes do encontro. O objetivo
do evento, ministrado pelo Ir. Fernando Benedito Vieira, SJ,
é contribuir com a formação litúrgica musical de agentes de
pastoral de paróquias confiadas à Companhia de Jesus.
O curso, baseado nas orientações fornecidas pela CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), oferece crité-
rios para que os participantes compreendam cada vez mais
seu papel na assembleia litúrgica e reflitam sobre os princí-
pios teológicos, musicais e estéticos que justificam a músi-
ca litúrgica. “O curso tem sido um aporte significativo para a
formação litúrgica de nossas paróquias”, afirma o escolástico
jesuíta Antônio Anderson Rabêlo Costa.
mem-Igreja’, criador e cultivador de assembleias de fé, nas
quais os alicerces eram a participação cotidiana e interativa.
Durante o encontro, foram feitas analogias com os dias de
hoje em relação a projeções físicas (igreja espaço) e digitais
(igreja virtual no ciberespaço).
O evento foi ministrado por Betho Ieesus, escritor, em-
presário, arquiteto, produtor musical e militante do terceiro
setor. Admirador da trajetória de Paulo de Tarso, Betho tra-
balhou durante cinco anos em uma pesquisa para elaborar a
biografia do santo.
Aulas contribuem com a formação litúrgica musical
22 23
ComPAnHiA de jeSuS † prOmOÇãO dA JustiÇA e ecOLOgiA
cepAt celebra 25 anos de atividades O Centro Jesuíta de Cidadania e Ação Social (CJCIAS),
popularmente conhecido como CEPAT, completou 25
anos de história em 2015. Fundado em 23 de junho de
1990, em Curitiba (PR), a origem da instituição está ligada à
Pastoral Operária (PO) do estado e ao grupo da Pastoral Popular
da Companhia de Jesus, no sul do Brasil. “Entre os trabalhos
desenvolvidos ao longo dos anos, destaca-se a capacitação ofe-
recida aos trabalhadores para a luta sindical, a formação ético-
-política, a espiritualidade e a administração da Casa do Tra-
balhador, prédio histórico para os grupos populares, palco de
muitos encontros de movimentos sociais e eclesiais”, explica
Jonas Jorge da Silva, coordenador geral do CJCIAS/CEPAT.
O CJCIAS/CEPAT tornou-se conhecido em todo o Paraná, entre
os anos de 1996 e 2005, pelo serviço que prestou por meio da Es-
cola de Formação Fé e Política. A partir de 2008, o CEPAT foi reco-
nhecido como Centro Jesuíta de Cidadania e Ação Social (CJCIAS),
reconfigurando-se para responder ao esforço do Apostolado So-
cial da Companhia de Jesus frente aos desafios contemporâneos.
“Nosso trabalho é investir nas pessoas, na organização
popular e na própria capacidade humana de viver em comu-
nidade, abrir-se para o outro, para a diversidade cultural e o
encontro do Apostolado Social da Companhia de jesus
aprendizado coletivo”, afirma Jonas. “Como Centro Jesuíta de
Cidadania e Ação Social, também não abrimos mão de oferecer
atividades na linha da espiritualidade, buscando, na mística e
no sentido mais profundo da vida humana, a força necessária
para enfrentar os desafios do mundo”, ressalta o coordenador.
O CJCIAS/CEPAT trabalha a dimensão política na vida huma-
na e sua importância para uma relação justa, democrática e igua-
litária entre as pessoas. Atualmente, a instituição promove seu
Programa de Formação Político-Cidadã, um conjunto de projetos
sociais que oferecem assessoramento para a formação e capaci-
tação de lideranças, da comunidade e de movimentos sociais.
Segundo Jonas, as propostas são voltadas para todas as pessoas,
sem restrições, “entendemos que o programa abrange uma série
de temáticas que são cruciais para uma cidadania plena”.
Em 25 anos de atuação, o CJCIAS/CEPAT contribuiu para a
formação de uma sociedade mais justa e igualitária. “A institui-
ção procura assumir a missão da Companhia de Jesus, quando
incentiva todo o seu corpo apostólico a trabalhar em prol do
serviço da fé e da promoção da justiça”, conclui Jonas.
Entre os dias 15 e 18 de junho, a CPAL (Conferência dos Pro-
vinciais Jesuítas da América Latina) promoveu dois even-
tos simultâneos, em Guayaquil (Equador) – o Encontro
dos Delegados Provinciais do Apostolado Social e o Encontro de
Diretores de Centros Sociais Jesuítas da América Latina e Caribe.
Cerca de 60 pessoas participaram dos encontros, que refletiram
sobre o Apostolado Social da Companhia de Jesus. “Os dois eventos
se desenvolveram simultaneamente e tiveram, em grande parte, uma
pauta comum, com alguns momentos específicos”, explica padre
José Ivo Follmann, secretário para a Justiça Social e Ecologia da BRA.
A espiritualidade da ação social, a necessidade de encontrar
caminhos de incidência pública e política na sociedade e a juven-
tude foram os temas comuns desenvolvidos nos encontros. “Há
urgência de deixar que os jovens, suas realidades, capacidades e
propostas, atravessem as portas e as janelas de nossos trabalhos
apostólicos como verdadeiros colaboradores e não só como obje-
tos de nossa missão”, afirmou o jesuíta.
Do Brasil, participaram os coordenadores de centros e obras
sociais: padre Idinei Zen, do Centro de Cidadania e Ação Social
– CCIAS/Unisinos (RS); Marilene Maia, do Instituto Humanitas
Unisinos (RS); Catarina Lopes, do Centro de Estudos e Ação Social
– CEAS (BA); Jonas Jorge da Silva, do Centro Jesuíta de Cidadania
e Ação Social – CJCIAS/CEPAT (PR); padre José Miguel Clemente,
do Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social – SARES (AM); e o
padre José Maria de Andrade Couto, do Centro Santa Fé (SP).
diretores de centros sociais e delegados provinciais participaram de eventos promovidos pela CPAL
Saiba mais sobre a instituição no site www.ihu.unisinos.br/cepat
24 25
ComPAnHiA de jeSuS † educAÇãO
CAmPAnHA inACiAnoS PeLo HAiTi enTRA nA 2ª FASePara ensinar, é preciso ter muito
amor, muita paciência. O pro-
fessor é um exemplo para as
crianças”, afirma Duverne Rossete, pro-
fessora e diretora da Escola Comunitária
Saint-Michel, que integra a rede de esco-
las da Fundação Fé e Alegria, no Haiti. O
depoimento de Duverne está disponível
em um dos vídeos que apresentam a im-
portância da educação e da Campanha
Inacianos pelo Haiti para o país. Em 2015,
a iniciativa entrou em sua segunda fase,
que perdurará até o final de 2016.
Criada pela FLACSI (Federação Latino-
-americana de Colégios da Companhia de
Jesus), em 2011, a Campanha Inacianos
pelo Haiti promove um intenso trabalho
com as escolas haitianas. “Essa iniciativa
permitiu que 14 escolas tivessem condi-
ções mínimas de infraestrutura para po-
der funcionar. Após analisar a situação do
país, ficou decidido que a melhor forma
de ajudar a população era através da edu-
cação”, afirma Jimena Castro, coordena-
dora da Campanha Inacianos pelo Haiti.
No dia 12 de janeiro de 2010, um ter-
remoto de grande magnitude atingiu o
país. Cerca de 300 mil pessoas morreram
e milhares ficaram desabrigadas. Após
cinco anos, os haitianos ainda estão re-
construindo o país. Nesse contexto, a
Companhia de Jesus, por meio da Fun-
dação Fé e Alegria, tem papel importante
junto às famílias. “Hoje, Fé e Alegria Haiti
e suas escolas beneficiam mais de 3.500
crianças”, explica Jimena.
Os colégios da Rede Jesuíta de Educa-
ção participam da iniciativa ativamente.
Atualmente, a Campanha Inacianos pelo
Haiti é promovida por 69 colégios, que in-
tegram a FLACSI, e mais as escolas da JSN
(Jesuit Schools Network), que reúne as
instituições jesuítas dos Estados Unidos
e do Canadá. No Brasil, todos os colégios
“ - apoiam a campanha. “Todos têm inte-
grado Inacianos pelo Haiti no calendário
escolar, por exemplo, em gincanas e ba-
zares, que servem como espaço de mobi-
lização para a iniciativa”, conta a coorde-
nadora. Segundo Jimena, os estudantes e
as famílias também atuam como organi-
zadores das atividades. “Eles se envolvem
em várias ações e convidam a comunida-
de educativa a se comprometer”, afirma.
Desde o início, a Campanha Inacianos
pelo Haiti já conquistou muitos colabora-
dores. “A iniciativa está presente também
no coração das pessoas, que não enviam
só dinheiro, mas também mensagens de
apoio”, ressalta a coordenadora. A mobili-
zação dos colégios da Rede Jesuíta de Edu-
cação em prol do Haiti é muita significati-
va para a população. “Hoje, eles sabem que,
no continente, pertencem a uma rede ina-
ciana que está atenta a eles. Isso dá cora-
gem e força para que continuem transfor-
mando sua própria realidade. Eles sabem
que não estão sozinhos”, conclui Jimena.
3.500
hoje, Fé e Alegria haiti e suas escolas beneficiam mais de
crianças
24 25
VAmoS PARTiCiPAR!
“Um dia, eu ouvi um questiona-
mento interessante: por que neste
mundo globalizado, onde a economia
se globaliza, a tecnologia se globaliza,
não globalizamos a solidariedade tam-
bém?”, questiona Jimena Castro. É com
esse pensamento que a Campanha Ina-
cianos pelo Haiti vem sendo trabalhada
nos meios de comunicação. “Utiliza-
mos vários veículos para comunicar e
difundir tudo o que acontece na cam-
panha”, explica. “Hoje, graças aos siste-
mas de informação, podemos conhecer
realidades que estão geograficamente
longe de nós, como é o caso do Haiti.
Poder ajudar essas pessoas é uma opor-
tunidade para agradecer o que se tem e
fazer justiça dentro das possibilidades
de cada um. A solidariedade nos leva a
refletir sobre a nossa própria realidade
e condições”, diz Jimena.
Além dos colégios, qualquer pes-
soa pode ajudar na Campanha Inacia-
nos pelo Haiti. Através do site oficial, é
possível realizar doações individuais.
Jimena conta que instituições e pes-
soas de diversos países aderiram à ini-
ciativa. “Há organizações leigas, como
América Solidária − ONG internacional
− que dá apoio através de um mode-
lo de cooperação de profissionais no
Haiti, e o Hogar de Cristo do Chile, que
assessorou o projeto no fortalecimen-
to institucional de Fé e Alegria Haiti.
Qualquer pessoa pode ajuda, todos são
bem-vindos!”, finaliza.
poder ajudar essas pessoas é uma oportunIdade para agradecer o que se tem e fazer justIça dentro das possIbIlIdades de cada um”. jimena Castro, coordenadora da Campanha Inacianos pelo Haiti
Meios de contato da iniciativa:
www.ignacianosporhaiti.org
www.facebook.com/ignacia-
nosporhaiti.org
YouTube (Ignacianos por Haití)
Twitter @ignacianoxhaiti
26 27
ComPAnHiA de jeSuS † educAÇãO
Os alunos dos colégios Antônio Vieira (BA), Dioce-
sano (PI) e Santo Inácio (RJ) participaram do curso
de Formação Inaciana Taller Internacional Arupe
IV, na Colômbia, entre os dias 23 de maio e 7 de junho. Ao
longo de 15 dias, os estudantes compartilharam experi-
ências de autoconhecimento baseados na espiritualidade
inaciana. O encontro, que reuniu colégios jesuítas de mais
de 30 países, entre eles Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia e
Paraguai, proporcionou um aprendizado de fé aos jovens.
Os alunos Vanessa Fróes, Beatriz Carneiro, Lucas Ro-
drigues e Raul Nascimento, do Colégio Antônio Vieira, fo-
ram acompanhados pela pastoralista do Sorpa (Serviço de
Orientação Religiosa e Pastoral), Gilmara Ferreira. Ela ex-
plicou que o curso consiste na formação de lideranças ina-
cianas, voltado para alunos de colégios jesuítas que estão
nos dois últimos anos da formação. “O Taller tem a moda-
lidade oficina, com atividades de vivência que proporcio-
nam ampla reflexão, fundamentada na espiritualidade e na
pedagogia inaciana”, destacou.
Para Lucas Rodrigues, o Taller proporcionou uma mistu-
ra de sentimentos. “Nós aprendemos lições que vamos levar
para as nossas vidas. O curso fez com que tivéssemos a opor-
tunidade de refletir como pessoas e sobre a nossa espirituali-
dade”, revelou. Para Raul Nascimento, a inserção nas comuni-
dades foi o que mais marcou a experiência. “Mudou muito a
minha vida. Foi algo único, pois fomos inseridos em um con-
texto totalmente novo, passando por situações que testaram a
nossa fé e a nossa resistência”, acrescenta.
Os alunos do Colégio Diocesano - João Pedro Dias, Má-
rio Emanuel Pires e Nadilah Gabriele Vilela - foram acom-
panhados pelo padre Marcelo Costa, diretor de Pastoral.
Para os jovens, a participação no curso ajudou-os a reco-
nhecer-se como sujeitos comprometidos com uma socie-
dade mais fraterna e justa.
O Colégio Santo Inácio marca presença há quatro anos
na iniciativa, durante esse tempo mais de 20 alunos e ex-
-alunos já fizeram o curso. “A cada ano, o desejo por parti-
cipar desta iniciativa cresce e, com isso, consequentemen-
te, o número de candidatos. E você poderia se perguntar:
‘o que faz esta experiência ser tão exitosa?’. Eu diria que é
a oportunidade de aprender fazendo. De fato, esta experi-
ência é um ‘taller’, é uma oficina. Lá, os jovens são con-
duzidos por um caminho seguro de autoconhecimento e
descoberta de Deus que proporciona amadurecimento e
abertura de coração”, afirma Juliana Lima, coordenadora de
Formação Cristã da instituição.
curso de Formação inaciana reúne alunos na colômbia
26 27
A ETE FMC (Escola Técnica de Eletrônica Francisco
Moreira da Costa) foi a única escola de nível técnico
a participar da Mostra Algar Inovação, evento que
apresenta soluções que visam à economia, à sustentabilida-
de, ao desenvolvimento de novos produtos e à otimização
de processos.
A 14ª edição da mostra, realizado entre os dias 24 e 25 de
junho, em Uberlândia (MG), reuniu cerca de 70 projetos nas
áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Agrone-
eTe FmC participa de feira de inovação
Em 2015, os alunos João Marcelo Salvador, Mariana
Almeida, Sabrina Oliveira, Thomás Souza, Vinicius Va-
liante, Daniela Arreguy e Andre García participaram do
curso. Eles foram acompanhados pelo agente da Forma-
CoLégioS PARTiCiPAm de CongReSSo dA AneC
Os colégios da Rede Jesuíta de Educação participaram do
III Congresso Nacional de Educação Católica, promovido pela
ANEC (Associação Nacional da Educação Católica do Brasil),
realizado entre os dias 15 e 18 de julho, em Curitiba (PR). O
congresso reuniu, aproximadamente, mil e quinhentas pes-
soas, em um conjunto de palestras e atividades que tiveram
como foco a troca de experiências entre seus associados.
Em 2015, o tema do encontro foi Mística, conhecimento e
competências – Desafios e oportunidades para a educação ca-
tólica nas culturas contemporâneas. Segundo o Delegado de
gócio, Serviços e Turismo, com público estimado em 4 mil
pessoas. “Com o passar do tempo, as empresas vão se estru-
turando e começam a ficar muito rígidas. Essa é uma forma
de quebrar isso; não de romper com o que passou, mas de
criar o futuro”, afirma José Mauro Floriano da Silva, assessor
corporativo de Inovação da Algar.
A inovação é que aproxima a ETE FMC da empresa. Des-
de 2013, uma delegação do Grupo Algar visita a instituição
durante a ProjETE (Feira de Projetos Futuristas). “Vários dos
projetos desenvolvidos pelos alunos daqui estão à frente do
nosso tempo e nos ajudam a ver que muitas coisas são pos-
síveis. Se nós conseguirmos levar esses projetos para a so-
ciedade, será uma grande realização”, confessa João Henri-
que de Souza Pereira, ex-aluno da ETE FMC e atual consultor
executivo de Inovação e Desenvolvimento do Grupo Algar.
Além do pioneirismo em inovação, João Henrique destaca
a formação integral proporcionada pela instituição: “A forma-
ção que eu tive na ETE me marcou em dois aspectos – tanto
na formação técnica, quanto na formação humana. Hoje, eu
ouço o Luiz Alexandre Garcia (CEO do Grupo Algar) dizer que,
para um executivo conquistar uma promoção, é essencial que
ele prepare a base da sua equipe. Isso me faz lembrar o profes-
sor Navantino, que nos dizia ‘preparem-se e preparem os ou-
tros; transmitam o conhecimento. Uma vez feito isso, vocês
terão o caminho aberto para novos desafios”.
Educação da BRA (Província dos Jesuítas do Brasil), padre Má-
rio Sündermann, “eventos como este são relevantes e trazem
importantes benefícios, pois, além dos estudos, problemati-
zações, debates e construções coletivas, há também muito es-
paço para socializar boas práticas, abrir horizontes e desenhar
estratégias ousadas para uma educação de excelência”.
Para Ana Claudia Klein, coordenadora de Comunicação
e Marketing da ASAV (Associação Antônio Vieira), eventos
como esse são importantes para o fortalecimento do traba-
lho da Rede Jesuíta de Educação. “Durante o encontro, per-
cebemos concretamente o potencial que temos para com-
partilhar”, afirma.
ção Cristã, Paulo Simas, e por Juliana, que acrescenta: “Du-
rante oito dias, os jovens vivem intensamente a realidade
das comunidades empobrecidas da Colômbia. Após a expe-
riência, os alunos voltam ainda mais inacianos”.
28 29
ComPAnHiA de jeSuS † JuveNtudes e vOcAÇÕes
A cada dois anos, a Rede Inaciana de
Juventude do México promove o
ENJUVI (Encontro Nacional Juve-
nil Inaciano), com a participação de jovens
que partilham a espiritualidade inaciana.
Neste ano, as lideranças do encontro, ins-
piradas no MAGIS 2013, realizado no Brasil,
decidiram dar um passo a mais e expandi-
ram o encontro para a rede latino-ameri-
cana. Acompanhados pelo padre Agnaldo
Barbosa Duarte, oito jovens, que atuam em
obras da Companhia de Jesus no Brasil,
compareceram ao evento, que aconteceu
entre os dias 25 de junho e 7 de julho.
Em 2015, inspirado pela segunda se-
mana dos Exercícios Espirituais de Santo
Inácio, o tema do ENJUVI foi Encarnação.
O encontro foi um chamado a rezar, olhar
e atuar na realidade. Assim, houve uma
etapa preparatória, em que cada grupo de
jovens do México realizou o seu pré-EN-
JUVI, com dinâmicas próprias e acompa-
nhadas por jesuítas. A etapa de inserção
aconteceu em várias cidades e localida-
des do México, como Chalco, Oaxaca,
Querétaro, Veracruz e Cidade de Mexico.
O encontro final aconteceu na Uni-
versidade Iberoamericana de Puebla,
entre os dias 5 e 7 de julho, e reuniu cer-
ca de 500 pessoas. “Participar do ENJU-
VI foi uma experiência de compartilhar
sonhos e esperanças com tantos outros
companheiros de caminhada. Signifi-
cou, ainda, fortalecer nossa identidade
latino-americana, onde foi possível per-
ceber dificuldades e desafios comuns e,
sobretudo, identificar e animar diferen-
tes ações transformadoras desenvolvidas
pela Companhia de Jesus e pelos jovens
colaboradores na América Latina”, afirma
padre Agnaldo.
Segundo o jesuíta, o ENJUVI lançou
muitas reflexões e inquietações no tra-
balho com as juventudes do Brasil. “O
encontro nos chamou atenção para a ne-
cessidade de animarmos com mais afin-
Jovens brasileiros participam do eNJuvi no méxico
co a Rede Inaciana de Juventude no país,
promovendo uma articulação mais ampla
e eficaz entre as diferentes obras e grupos
que desenvolvem atividades para e com as
juventudes. Além disso, o encontro reno-
vou tanto nossas esperanças quanto nos-
sos anseios em relação à nossa atuação no
Brasil, onde vislumbramos o voluntariado
jovem como um dos caminhos para con-
cretizar a encarnação necessária à trans-
formação de nossa realidade”, ressalta
padre Agnaldo.
“Foi um momento lindo de celebração da juventude organizada e articula-
da. Percebi o quanto o trabalho dos jesuítas é grande e coeso”. Lidiane de
Aleluia Cristo, colaboradora da Casa Magis de Manaus (AM)
““Com o coração radiante, fomos desafiados e encorajados pelo sim amoro-
so e confiante de nossa mãe Maria”. Rosangela Andrade, colaboradora da
Casa Magis Cascavel (PR)
“Nós, os latino-americanos convidados, nos sentimos extremamente aco-
lhidos”. Camila Medina, Colaboradora da Casa Magis Rio de Janeiro (RJ)
“O ENJUVI foi como uma ‘bala de canhão’ que me fez despertar e iniciar um
entendimento sobre como melhor servir”. Assis Filho, colaborador do
Centro Magis Fortaleza (CE)
“Percebi que jovem só precisa ser jovem e ter condições de sê-lo, plenamen-
te”. João Leal, colaborador da Casa Magis Teresina (PI)
“Cada olhar, abraço e partilha, a singularidade de cada jovem que conheci foi mui-
to significativo”. Evenice Neta, colaboradora do Centro Magis Fortaleza (CE)
dePoimenToS
28 29
ComPAnHiA de jeSuS † FOrmAÇãO e cuidAdO dA sAúde
Residência ir. Luciano brandão promove eventos
Em julho, a Residência Ir. Lu-
ciano Brandão promoveu dois
eventos. No dia 8 de julho, o
coral infantil da Escola Municipal Lí-
dia Angélica, de Belo Horizonte (MG),
composto por 95 crianças e regido pelo
maestro Paulo Aguiar, apresentou-se
para os jesuítas.
Após a apresentação, as crianças e
os professores que as acompanhavam
receberam medalhinhas de santos.
Antes de saírem, todos foram abenço-
adas carinhosamente pelos irmãos e
padres jesuítas.
No dia 11 de julho, com o objetivo de
dar início ao mês inaciano e homenage-
ar Santo Inácio de Loyola, a Residência
Ir. Luciano Brandão promoveu, em con-
junto com funcionários da FAJE (Facul-
dade Jesuíta de Filosofia e Teologia), a
festa julina. Antes do evento, os jesuítas
que desejaram foram maquiados com
bigodes e barbas pintadas com lápis,
além disso, vestiram roupas típicas.
Segundo Larissa Rubia, secretária
da Residência, que ajudou na decora-
ção, a festa foi uma experiência única.
“A festa foi bem animada. Apesar da
idade e da enfermidade, alguns jesuí-
tas dançaram quadrilha junto com os
convidados presentes. Eles puderam
se deliciar com as comidas típicas. Era
visível no rosto de cada um a felicida-
de. Essas confraternizações que ocor-
rem entre os convidados e os jesuítas
servem para compartilhar os momen-
tos de alegria”, disse Larissa.
30 31
nA PAz do SenHoRpe. peter vON WerdeN, sJPor Ir. eudson ramos
Pe. Peter Von Werden nasceu em
19 de outubro de 1928, na cida-
de de Hochneukirch, Diocese de
Aachen. Pouco se sabe sobre sua vida
familiar e de estudos primários. Aos
16 anos, em 1944, foi convocado, junto
com todos os demais colegas de sala de
aula, para a Defesa Antiaérea Luftwa-
ffenhelfer. Em maio de 1945, na queda
da cidade de Berlim, Alemanha, foi fei-
to prisioneiro pelo Exército Soviético,
sendo posto em liberdade depois de
quatro meses e meio de cativeiro.
Em 1949, chegou a ser seminarista
na Diocese de Aachen, mas decidiu in-
gressar na Companhia de Jesus, inician-
do o Noviciado em 20 de abril de 1950,
na cidade de Eringerfeld. Professou os
primeiros votos em 22 de abril de 1952,
na mesma cidade alemã. Após os estu-
dos de Filosofia e Teologia, feitos em
Munique e Frankfurt, também na Ale-
manha, foi ordenado presbítero em 30
de julho de 1960, em Frankfurt. Fez a
Terceira Provação em Munique, entre
os anos de 1961 e 1962.
Em 1964, mudou-se para o Brasil e
foi destinado para realizar atividades
pastorais no Colégio Anchieta, na ci-
dade de Nova Friburgo (RJ), ao mesmo
tempo em que estudava Língua Por-
tuguesa. Estamos no ano de 1967 e Pe.
Pedro foi destinado como Diretor do
Centro de Encontros Culturais e como
professor de Língua Alemã no Sítio São
José, São Paulo e Campos de Jordão (SP).
Exerceu essa missão até o ano de 1972.
Nesse ínterim, professou os Últimos
Votos na cidade de São Paulo, em 8 de
dezembro de 1970.
Entre os anos de 1973 e 1977, esteve
encarregado de cuidar dos assuntos jurí-
dicos da Faculdade Anchieta em São Pau-
lo. Depois de colaborar em paróquias na
periferia das cidades Nova Friburgo e São
Paulo e em alguns momentos no interior
dos estados da Bahia (nas paróquias de
Barra do Mendes e Brotas de Macaúbas na
Diocese de Barra) e Piauí (Núcleo Colonial
do Gurguéia), finalmente aceitou o convi-
te para participar de um grupo de jesuítas
que atendia a vários grupos e povos indí-
genas no estado de Mato Grosso.
Sua primeira atividade nessa região
do Brasil foi em Diamantino (MT), nos
anos de 1978 a 1980, como responsável
por projetos do Setor Indígena da Prela-
zia. Em seguida, assumiu na Igreja Nossa
Senhora do Rosário, em Cuiabá (MT), o
mesmo compromisso com os projetos do
Setor Indígena, mas, dessa vez, por pouco
mais de um ano. Devido a seu engajamen-
to com essa missão em Cuiabá, tornou-se
membro da Missão Anchieta, dedicando-
-se em funções administrativas. Nesse
período, também começou a dedicar-se a
traduzir livros, artigos e ensaios para sites
sobre o Judaísmo e as relações judaico-
-cristãs. Por causa desse gesto de enviar
inúmeros textos por e-mail para os jesu-
ítas e colaboradores, passou a ser conhe-
cido como o “padre do judaísmo”. Quem
nunca recebeu um de seus e-mails?
Pe. Pedro exerceu esse apostolado
em Cuiabá, entre os anos de 1982 e 2010.
Por necessitar de tratamento de saúde,
foi transferido para a Casa de Saúde em
São Leopoldo (RS), em outubro de 2010.
Mais recentemente e, sobretudo, nos
últimos dias, sua saúde vinha piorando
visivelmente, por isso recebeu o sacra-
mento da unção.
Não conseguia mais comer ou beber,
delirando em muitos momentos. Já res-
pirava com a ajuda de aparelhos, quando
faleceu, no dia 16 de junho de 2015, por
insuficiência respiratória. Tinha 86 anos
de idade e 65 de Companhia de Jesus.
dedIcou-se a traduzIr lIvros, artIgos e ensaIos para sItes sobre o judaísmo e as relações judaIco¬-crIstãs. por causa desse gesto [...], passou a ser conhecIdo como o “padre do judaísmo”.
30 31
nA PAz do SenHoRpe. ArNO mALdANer Por Ir. eudson ramos
Pe. Arno Maldaner nasceu em Pi-
nhal Alto, município de Nova Pe-
trópolis (RS), no dia 1º de janeiro
de 1926. Fez estudos secundários no Se-
minário São José, em Gravataí (RS) e in-
gressou na Companhia de Jesus, em Pare-
ci Novo (RS), aos 28 de fevereiro de 1945.
No final do noviciado, emitiu os primei-
ros votos no dia 2 de março de 1947. Após
o noviciado, dedicou dois anos ao curso
de Letras Clássicas, Humanidades e Retó-
rica, no Colégio São José, em Pareci Novo.
Continuando sua formação, após o
Juniorado, estudou Filosofia no Colégio
Cristo Rei, em São Leopoldo (RS), de 1949
a 1951. Cursou o Magistério no Colégio
Anchieta de Porto Alegre (RS), de 1952 a
1954. Enquanto lecionava línguas portu-
guesa e latina aos ginasianos do Colégio,
além de outros compromissos, também
fez curso de Didática na Universidade Fe-
deral. Voltando ao Colégio Cristo Rei, de
São Leopoldo, estudou Teologia, de 1955
a 1958. Foi ordenado sacerdote em 12 de
dezembro de 1957.
Em 1959, foi destinado ao Colégio
da Sagrada Família, em Córdoba, Argen-
tina, para fazer a Terceira Provação. Ao
retornar, Pe. Arno desempenhou várias
atividades na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de São Leopoldo: pro-
fessor de Literatura Brasileira e Didáti-
ca, diretor do Departamento de Línguas
e Diretor da Faculdade de Filosofia.
Em 1963 e 1964, estudou Pedagogia
e Didática na Universidade de Frankfurt
am Main, na Alemanha. Retornando ao
Brasil, continuou trabalhando na Facul-
dade de Filosofia, Ciências e Letras de
São Leopoldo, como professor de Didáti-
ca e com outros encargos. Nesse período,
professou os Últimos Votos, no dia 2 de
fevereiro de 1966.
Em fevereiro de 1969, Pe. Arno recebeu
nova missão: professor, Vice-Superior da
comunidade e Vice-Diretor da Universida-
de Católica de Pernambuco, em Recife (PE).
Após alguns anos de atividades na Uni-
versidade, em fevereiro de 1973, foi nomea-
do Reitor do Colégio Nóbrega, também em
Recife. Ao retornar do Nordeste, em agosto
de 1978, passou alguns meses na paróquia
em Frederico Westphalen (RS), onde assu-
miu temporariamente o cargo de cura da
catedral, junto ao seu irmão D. Bruno Mal-
daner, bispo diocesano. Enquanto se em-
penhava nos serviços paroquiais, também
atendeu pedidos de paróquias vizinhas
para dar retiros, tríduos, palestras e ofere-
cer o contato com o povo simples.
Em início de 1979, Pe. Arno foi nome-
ado pároco da Paróquia Nossa Senhora
da Conceição, em São Leopoldo. A seguir,
de fevereiro de 1986 a fevereiro de 1987,
foi o capelão do Santuário do Sagrado Co-
ração de Jesus, também em São Leopol-
do. Seu trabalho no santuário foi muito
elogiado pelos leigos, pois conseguiu
bom entrosamento entre os responsá-
veis, qualidade de serviço e participação
cada vez melhor nas celebrações.
Em novembro de 1986, foi nomea-
do Vice-Postulador da Causa de Cano-
nização dos Mártires das Missões. Em
fevereiro de 1987, Pe. Arno foi destinado
como Reitor do Colégio Santo Inácio,
em Salvador do Sul (RS). De 1991 a 1996,
encontramos Pe. Arno em Florianópolis
(SC), onde exerceu o cargo de Vice-Dire-
tor do Colégio Catarinense, além de atuar
na pastoral do Colégio e no Sindicato dos
Estabelecimentos de Ensino.
De março de 1997 a maio de 2000, Pe.
Arno dedicou-se ao atendimento dos ido-
sos e enfermos como Superior e Diretor
da Casa de Saúde em São Leopoldo. Entre
os anos de 2000 a 2003, foi destinado ao
Santuário do Sagrado Coração de Jesus,
também em São Leopoldo, como auxiliar
do capelão e Vice-Postulador da Causa de
Beatificação do Pe. João Batista Reus.
Ao final, já com suas forças em declí-
nio e necessitando dos devidos cuidados
com a saúde, foi transferido para o Institu-
to São José, em 2003. Nos últimos anos de
vida, já não tinha mais os movimentos dos
membros e estava paralisado sobre seu lei-
to. Faleceu no dia 22 de junho de 2015, em
decorrência de uma pneumonia.
Pe. Arno sempre demonstrou ser de-
dicado, disponível, piedoso e sólido em
sua vida espiritual, além de possuir cará-
ter reflexivo, apesar de sua jovialidade e
alegria. Tinha 89 anos de idade e 70 anos
de Companhia de Jesus.
pe. arno sempre demonstrou ser dedIcado, dIsponível, pIedoso e sólIdo em sua vIda espIrItual, além de possuIr caráter reflexIvo, apesar de sua jovIalIdade e alegrIa.
32 33
nA PAz do SenHoRir. BLÁsiO BALduíNO ALLesPor Ir. eudson ramos
Ir. Blásio Balduíno Alles nasceu em
Bom Princípio (RS), no dia 2 de feve-
reiro de 1927. Ingressou na Companhia
de Jesus, em Pareci Novo (RS), no dia 19 de
março de 1946. Emitiu os primeiros votos
do biênio, dia 21 de março de 1948. Após o
Noviciado, continuou em Pareci Novo tra-
balhando na cozinha e na ferraria.
Em dezembro de 1948, Ir. Alles,
como era conhecido, foi destinado para
o Seminário São Pedro Canísio, em Sede
Capela, Itapiranga (SC), onde perma-
neceu até 2007. Foram quase 60 anos
de vida e missão no oeste catarinense.
Em 1955, esteve alguns meses no Colé-
gio Cristo Rei, em São Leopoldo (RS),
ajudando nos trabalhos da ferraria, mas
retornou logo para Sede Capela.
O Seminário São Pedro Canísio co-
meçou a funcionar em 1949, coincidindo
com a chegada do Ir. Alles. Trabalho não
faltava naquele local em que tudo tinha
que ser feito para iniciar uma casa de for-
mação para os seminaristas e o Irmão Alles
estava disposto para toda obra. Desempe-
nhava funções na cozinha, enfermaria,
ferraria, horta, criava gado leiteiro ou de
corte, porcos, construía estábulos ou chi-
queiros, fazia linguiça e assava churrasco.
Ainda realizava atividades como apicultor,
eletricista, motorista (tratorista), admi-
nistrador da propriedade, perfurador de
poços de água, além de orientar os alunos
nos trabalhos da roça. Em várias ocasiões
também teve que substituir o prefeito dos
seminaristas em suas ausências. Enfim, o
Irmão Alles era “pau para toda obra”: sem-
pre esteve presente e colaborando nos di-
versos setores da agropecuária, sobretudo.
Nunca lhe faltaram a alegria e o espírito
de humor, fruto, sem dúvida, da sua vida
interior. Era uma presença alegre na vida
comunitária.
Em 2007, o Ir. Alles deixou definitiva-
mente Sede Capela quando foi transferido
para a Casa de Saúde, em São Leopoldo,
para receber melhores cuidados com sua
saúde, já um tanto comprometida. Mas,
prestativo como sempre, também na Casa
de Saúde procurou ajudar onde podia, so-
bretudo nos serviços da cozinha.
Participou fielmente da vida co-
munitária, da eucaristia e da missão
da Companhia de Jesus. Seu amor aos
outros é fruto dessa comunhão. Nos
momentos de enfermidade e achaques
da velhice, renovou sua entrega total a
Deus e rezou pela Igreja e pela Compa-
nhia. Sempre mais debilitado devido à
angina, recebeu os Santos Óleos com
muita paz e serenidade.
Os últimos dias de vida lhe foram
de grande sofrimento e angústia. Sen-
tia muita dor no peito, mas estava con-
formado com a vontade de Deus. Sim,
foi uma vida cheia de fé e amor. Todos
reconhecem no Ir. Alles um jesuíta au-
têntico, bondoso, fiel e amigo. Sua ale-
gria, simplicidade e dedicação foram
contagiosas. Faleceu no dia 9 de julho
de 2015, com 88 anos de idade e 69 de
Companhia de Jesus.
sIm, foI uma vIda cheIa de fé e amor. todos reconhecem no Irmão alles um jesuíta autêntIco, bondoso, fIel e amIgo.
32 33
nA PAz do SenHoRir. AdOLFO NuNes de OLiveirAPor Ir. eudson ramos
Ir. Adolfo Nunes de Oliveira nasceu
em 6 de agosto de 1929, na cidade
de São Sebastião do Caí, no Rio
Grande do Sul. Ingressou no Novicia-
do da Companhia de Jesus em Pareci
Novo (RS), em 26 de outubro de 1954,
e professou os votos do biênio em 28
de outubro de 1956.
Ir. Adolfo possuía habilidades para
duas funções que exerceu em pratica-
mente toda a sua vida de jesuíta: al-
faiate e apicultor. Já no Noviciado, em
Pareci Novo, começou a desempenhar
o ofício de alfaiate e assim também
o fez nas destinações seguintes, pas-
sando pelo Colégio Cristo Rei, em São
Leopoldo (RS), de 1956 a 1960, e pelo
Seminário São José, em Santa Maria
(RS), de 1960 a 1965. Fez a Terceira Pro-
vação no ano de 1965, em Pareci Novo
(RS), e professou os Últimos Votos, em
São Leopoldo (RS), no dia 15 de agosto
de 1966. No mesmo ano de 1966, vol-
tou a exercer a função de alfaiate no
Colégio Cristo Rei por mais dois anos.
A partir de 1968, Ir. Adolfo desen-
volve um problema de circulação e os
médicos recomendam que ele viva em
lugar de clima quente e de altitude em
relação ao nível do mar. Dessa forma,
vemos que o Ir. Adolfo torna-se forte
candidato a viver em diferentes luga-
res do país no intuito de cuidar de sua
saúde e realizar as missões que lhe fo-
rem confiadas.
Em meados de 1968, parte para o
Noviciado em Itaici (SP). Ali realiza
vários ofícios, como portaria, cozinha
e onde começa o trabalho na apicul-
tura. Passados dois anos, é transferido
para Campinas (SP), onde, além das
atividades que continua exercendo,
retoma os estudos. Entre os anos de
1972 e 1980, esteve em Tapejara (PR) e
Santa Maria (RS) auxiliando os páro-
cos dos respectivos lugares em diver-
sas atividades pastorais.
Em 1980, foi destinado para a Re-
sidência Conceição em São Leopoldo
(RS), onde realizou trabalhos na ma-
nutenção e cuidado da casa. Nova-
mente por motivos de saúde, necessita
ir a um lugar de clima mais quente e
é enviado para a Escola Santo Afonso
Rodriguez em Teresina (PI), onde de-
senvolve alguns trabalhos e inicia com
a apicultura naquela região. Nos anos
seguintes, dedica-se exclusivamente
à função de apicultor nas cidades de
Itaúba e Diamantino, ambas no estado
do Mato Grosso.
No ano de 2000, esteve na Casa de
Retiros São José em Mar Grande (BA),
onde ajudou em várias atividades na
casa. Em seguida, voltou a exercer seus
trabalhos de apicultor em cidades por
onde já tinha estado antes: Teresina e
Itaúba. Esse período compreendeu os
anos de 2001 a 2004.
Foi encontrada uma poesia escri-
ta no ano de 2001 cuja autoria, após
confirmada pelo Pe. Francisco Fonse-
ca, é atribuída ao Ir. Adolfo. Chama-
-se A caminho da eternidade e um
dos seus versos diz:
“Viver esta vida para a outra vida, é
lema que poucos têm; mas ela é sempre
mais bela, vivida em prol do além. Viver
alegre e contente, não custa nada a nin-
guém, só faz o mundo mais belo, viven-
do em prol do além. Quem vive a fé com
alegria, o seu testemunho dá. No dia de
sua partida, Deus vai lhe recompensar”.
Com a diminuição das forças e a
necessidade de cuidar mais da saúde,
Ir. Adolfo foi transferido para a Casa de
Saúde em São Leopoldo (RS), em 2005.
Na casa, pôde dar a contribuição que a
saúde, as forças e a idade ainda lhe per-
mitiam. Assim, lá permaneceu até o
seu falecimento, no dia 16 de julho de
2015. Nos últimos dias de vida, a saú-
de vinha decaindo rapidamente por
problemas respiratórios e cardíacos,
vitimando-o de infarto. Tinha 85 anos
de idade e 60 de Companhia de Jesus.
vIver esta vIda para a outra vIda, é lema que poucos têm; mas ela é sempre maIs bela, vIvIda em prol do além. vIver alegre e contente, não custa nada a nInguém, só faz o mundo maIs belo, vIvendo em prol do além. quem vIve a fé com alegrIa, o seu testemunho dá. no dIa de sua partIda, deus vaI lhe recompensar.
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nA PAz do SenHoRpe. humBertO pietrOgrANdePor Ir. eudson ramos
Pe. Humberto Pietrogrande nas-
ceu no dia 1 de abril de 1930, na
cidade de Padova, Itália. De fa-
mília profundamente cristã, recebeu
os sacramentos da iniciação cristã
até os sete anos de idade. Entre os
anos de 1935 e 1948, fez seus estudos
Fundamental, Médio e Liceu. Em se-
guida, iniciou o curso de Direito na
cidade natal, concluindo-o em 1953.
Exerceu a função de presidente dio-
cesano e regional da Juventude da
Ação Católica nas cidades de Padova
e Veneto. Ocupou ainda o cargo de
Procurador da República, antes de in-
gressar no Noviciado da Companhia
de Jesus, em Lonigo (Vicenza), em
1956. Professou os votos do biênio
em 6 de janeiro de 1958.
Fez os estudos de Filosofia em
Gallarate e o magistério em Parma,
ambos ainda na Itália, entre os anos de
1957 a 1961. Respondendo ao chamado
missionário, embarcou para o Brasil,
chegando em 3 de fevereiro de 1962,
na cidade de Salvador (BA). Fez os es-
tudos de Teologia no Colégio Cristo Rei
em São Leopoldo (RS), entre os anos de
1962 a 1965. Foi ordenado sacerdote no
dia 7 de dezembro de 1964.
Sua primeira destinação foi para a
cidade de Anchieta (ES), onde iniciou
os trabalhos daquilo que, posterior-
mente, seria um incentivo pela promo-
ção integral do homem do campo. Fez a
Terceira Provação na cidade de Firenze
(Itália), entre os anos de 1966 e 1967, e,
ao retornar ao Brasil, Pe. Pietrogrande
fundou o MEPES (Movimento de Educa-
ção Promocional do Espírito Santo), em
1968, na cidade de Anchieta, além de
ter sido pioneiro na criação das Escolas
Famílias Agrícolas. Também exerceu o
ministério sacerdotal como cooperador
e Pároco nas cidades de Anchieta e Al-
fredo Chaves (ES). Dedicando-se por vá-
rios anos a esses ministérios, professou
seus Últimos Votos no dia 23 de outubro
de 1978, na cidade de Anchieta.
Após dezoito anos de trabalhos
no estado do Espírito Santo, Pe. Pie-
trogrande foi nomeado Diretor da Es-
cola Agrícola Santo Afonso Rodrigues
e Pároco da Paróquia do Divino Espí-
rito Santo no Socopo, em Teresina
(PI), em fevereiro de 1985. Novamen-
te trabalhando para o crescimento
das comunidades rurais, combateu o
êxodo rural e ampliou as atividades
do Centro de Promoção do bairro So-
copo, colocou-se ao serviço total do
campo e incentivou a formação das
Escolas Famílias Agrícolas do Piauí.
Em 12 de outubro de 1989, cons-
tituiu a FUNACI (Fundação Padre
Antônio Dante Civiero). Dentre as
atividades específicas da Fundação,
estão a proteção às famílias caren-
tes e aos seus membros, em parti-
cular mães, crianças, adolescentes
e idosos; assistência educacional e
de saúde às populações carentes e o
apoio ao pequeno produtor rural e à
sua família nos aspectos educacio-
nal (cinco Escolas Famílias e Centro
Carlos Novarese, que oferece cursos
profissionalizantes), produtivo, or-
ganizacional, sanitário (Hospital São
Carlos Borromeo, 13 creches e Posto
de Saúde) e religioso.
Novamente, passados quase vin-
te anos de seu abundante apostolado
em Teresina, em 2008, Pe. Pietro-
grande decide morar numa ermida, a
qual chamou de Gólgota, construída
no próprio bairro do Socopo, próxi-
mo à Escola e residência Santo Afon-
so Rodriguez. Dedicava-se à oração,
mas também tinha seus momentos
de atendimento e serviço a todos que
o procuravam.
Com o passar dos anos, a saúde de
Pe. Pietrogrande fragilizou-se e, por
isso, ficou internado no hospital que
ele mesmo ajudou a construir por
mais de um ano, até falecer em 5 de
agosto de 2015, vítima de insuficiên-
cia cardíaca e renal em consequência
de um AVC (Acidente Vascular Cere-
bral). Tinha 85 anos de idade e 59 de
Companhia de Jesus.
dedIcava-se à oração, mas também tInha seus momentos de atendImento e servIço a todos que o procuravam.
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jubiLeuS
AgendA
70 ANOs de cOmpANhiA Em 7 de setembro
Pe. Gino Raisa
Em 15 de setembro
Pe. Angelo Luigi Imperiali
60 ANOs de cOmpANhiA Em 23 de agosto
Ir. Pedro Sotoriva
Em 25 de setembro
Pe. Xavier Nichele
50 ANOs de sAcerdóciO Em 7 de setembro
Pe. Pedro Luiz de Azevedo
Tema | pe. Adroaldo palaoro, sJLocal | cArpA (casa de retiros pe. Anchieta)inscrições | www.casaderetiros.org.br
agosto setemBro
orientador | pe. raul paiva, sJLocal | casa de retiros itaici /vila Kostka – indaiatuba (sp) inscrições | www.itaici.org.br
orientador | pe. José ramón Fernández de la cigoña, sJLocal | casa de retiros itaici /vila Kostka – indaiatuba (sp)inscrições | www.itaici.org.br
orientador | pe. João Quirino Weber,, sJLocal | casa de retiros vila Fátima – Floria-nópolis (sc)inscrições | www.casaderetiros.com.br
21 A 23 3 A 11
14 A 22
Curso dIsCernImento InaCIanoexerCíCIos esPIrItuaIs Com ColoCações - eeCC
exerCíCIos esPIrItuaIs- retIro de 8 dIas
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exerCíCIos esPIrItuaIs
Tema | pe. Adroaldo palaoro, sJLocal | cArpA (casa de retiros pe. Anchieta)inscrições | www.casaderetiros.org.br
28 A 30
exerCíCIos esPIrItuaIs
O portal da Companhia de Jesus do Brasil