vou me embora para pasárgada - manuel bandeira
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Vou-me embora pra Pasárgada.(Manuel Bandeira)
Matheus Lima da Silva, graduando em: Letras - Língua Inglesa e Respectivas Literaturas, na instituição de ensino: Universidade Estadual da Bahia - UNEB.
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“Vou embora para Pasárgada” or ”Vou-me embora para Pasárgada” is a poem by the brazilian’s modernist writer Manuel Bandeira.
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The poem:
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Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
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Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
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E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
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Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
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E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90
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“Vou-me embora pra Pasárgada” foi o poema de mais longa gestação em toda minha obra. Vi pela primeira vez esse nome de Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi num autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas”,suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias [...]. Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguda doença, saltou-me de súbito do subconsciente esse grito estapafúrdio: “Vou-me embora pra Pasárgada!”. (Manuel Bandeira)
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Pasárgada is a non-existent place.The poem is about the present and the imaginary.What is denied and what he really want.
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“Locus amoenus”
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• “Locus amoenus” is one that approaches the natural landscape, as opposed to city life or urban life.
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Hypertextuality:
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Canção do exílio, Gonçalves Dias
“Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores...”
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Opposition between “here” and “there”.
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The writer:
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• Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho was born on April 19, 1886, in Recife, Brazil. • He was a poet, literary and art’s critic, literature professor
and Brazilian translator.• Manuel Bandeira died on October 13 , in 1968.
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One of the characteristics of the Manuel Bandeira’s works is the manifestation of eroticism, the contrary to society's standards.
“... tem prostitutas bonitas para a gente namorar...”
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The real world does not bring happiness to the author. The whole poem is built in a conflict: here versus there.
“... aqui não sou feliz... ”
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Suffering from a serious illness, the author wishes to come back for his childhood. The same thing happens in his poem: “Profundamente”.
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The feeling of memory is always present in his works.
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Profundamente, Manuel Bandeira
Quando ontem adormeciNa noite de São JoãoHavia alegria e rumorEstrondos de bombas luzes de BengalaVozes, cantigas e risosAo pé das fogueiras acesas.
No meio da noite desperteiNão ouvi mais vozes nem risosApenas balõesPassavam, errantes
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SilenciosamenteApenas de vez em quandoO ruído de um bondeCortava o silêncioComo um túnel.Onde estavam os que há poucoDançavamCantavamE riamAo pé das fogueiras acesas?
— Estavam todos dormindoEstavam todos deitadosDormindoProfundamente.
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Quando eu tinha seis anosNão pude ver o fim da festa de São JoãoPorque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempoMinha avóMeu avôTotônio RodriguesTomásiaRosaOnde estão todos eles?
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— Estão todos dormindoEstão todos deitadosDormindoProfundamente.
Texto extraído do livro "Antologia Poética - Manuel Bandeira", Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro, 2001, pág. 81.
![Page 29: Vou me embora para Pasárgada - Manuel Bandeira](https://reader035.vdocuments.net/reader035/viewer/2022062302/58abc1cb1a28ab04618b6a8b/html5/thumbnails/29.jpg)
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
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References:
BANDEIRA, Manuel. Vou me embora para Pasargáda.BANDEIRA, Manuel. Profundamente. DIAS, Gonçalves. Canção do Exílio. Disponível em: <http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp> acesso 06 de Junho de 2016, às 08 horas e 14 minutos.