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VOZOFF NEWSLETTER INFORMATIVA N 10 JULHO/AGOSTO

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Newsletter informativa do Cluster da Mobilidade

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VOZOFFNEWSLETTER INFORMATIVA N 10 JULHO/AGOSTO

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EDITORIAL EDIÇÃO07-08. 2011

O mês de Agosto, que tradicionalmente é o mês em que a maior parte das pessoas está de férias, e por isso é um mês tranquilo sob vários aspectos, não cumpriu essa tradição este ano. As bolsas de valores um pouco por todo o mundo estiveram em grande turbulência. A economia da Europa está constantemente a ser posta em causa. Os Estados Unidos conseguiram ultrapassar, pelo menos provisoriamente uma crise de défice. E globalmente os grandes bancos e analistas apontam para uma desaceleração da economia mundial, que a concretizar-se poderá ter um forte impacto nas indústrias da mobilidade.É neste ambiente de turbulência que se prepara o grande evento do mês de Setembro. Este ano é a vez de Frankfurt receber o mais importante Salão Automóvel da Europa em 2011. Recorde-se que foi no último salão de Frankfurt, em 2009, que surgiram pela primeira vez, e em grande quantidade, os modelos de veículos eléctricos provenientes de quase todas as marcas de construtores. Ficaremos a aguardar as surpresas que a edição deste ano vai revelar, quer ao nível da indústria automóvel convencional, quer ao nível da mobilidade eléctrica. Vários anúncios e teasers têm sido revelados pelos construtores criando uma expectativa em relação ao Salão, desde o monolugar citadino da Volkswagen, a híbridos Diesel da Peugeot e versões alargadas do Toyota Prius.Do lado da aeronáutica, as notícias de entregas e de novas encomendas são “abundantes”, dando a impressão que esta indústria está em ciclo ascendente. A contribuir mais ainda

para esta tendência para o posicionamento em terreno positivo, estão os anúncios do aumento dos lucros da EMBRAER, da AIRBUS e da BOEING no primeiro semestre de 2011.Com todas estas oscilações de mercado e perspectivas de novos períodos de crise, apesar de alguns sinais positivos recentes, pode ser uma estratégia útil para ambas as indústrias da mobilidade, automóvel e aeronáutica, a criação de condições para a partilha de recursos, sobretudo recursos humanos ao nível da engenharia, permitindo assim fazer face a eventuais quebras num dos sectores, compensando com o excesso no outro sector. É certo que cada uma destas indústrias tem as suas especificidades, mas existe muito em comum e existe também muito que pode ser transferido de um sector para o outro com potenciais ganhos para ambos. Este mês a equipa da VOZ OFF debruçou-se sobre esta possibilidade, analisando as ferramentas e metodologias utilizadas pela indústria automóvel e que podem constituir uma mais-valia, se adoptadas pela indústria aeronáutica. O objectivo final é sempre um aumento da eficiência do processo de concepção e desenvolvimento, optimizando os métodos de execução, obtendo soluções com custos mais racionalizados e em tempos mais curtos.Se no domínio do automóvel, Portugal tem uma dimensão pequena, no domínio da aeronáutica a noção de pequena dimensão adquire ainda uma representação mais expressiva. No entanto, esta dimensão pode ser uma vantagem. Assim como a mobilidade eléctrica, devido ao seu carácter inovador, tem permitido a Portugal uma projecção internacional pelo desenvolvimento tecnológico atingido internamente, que tirou partido da pequena dimensão do país para construir uma rede de carregamento de escala nacional, também esta transferência de metodologias entre o sector automóvel e o sector aeronáutico, pela flexibilidade da indústria nacional, pode constituir-se como uma oportunidade para um posicionamento de vanguarda, apresentando-se a indústria da mobilidade nacional como ambiente de demonstração perante a indústria internacional.

A equipa da VOZOFF

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Automóvel & Aeronáutica - Oportunidades de Sinergia

Futuro de mãos dadas?

Ao longo do último século pode constatar-se que a indústria aeronáutica e automóvel evoluíram em diferentes caminhos. A natureza dos seus produtos, requisitos e clientes finais, diferenças na dimensão dos componentes (volume de produção e custos por unidade), regulamentação, ciclo de vida e outros factoresditaram sem dúvidaa criação de uma barreira metodológicaque hoje em dia separa estes dois mundos.

Por outro lado, a necessidade de oferecer um produto forte num mundo cada vez mais competitivo tem vindo a empurrar a indústria para a partilha e aceitação crescente de uma metodologia transversal às duas indústrias. Esta uniformização de método sem muito as pode beneficiar, na direcção da obtenção de melhores soluções de design, métodos mais dinâmicos, práticas de concepção e melhoria de produto, ou mesmo a adaptação para processos de desenvolvimento mais rápidos.

No passado já foram registados casos de sucesso na implementação de conceitos de uma indústria para a outra, como foi o caso da introdução da dinâmica de componentes. A indústria automóvel cada vez mais exige produtos com mais dinâmica, componentes “offtheshelf” como microprocessadores, processadores de sinal digital e dispositivos lógicos programáveis, que foram criados por processos standard para garantir a qualidade dos produtos, de acordo com a criticidade das funções executadas por eles. Hoje em dia estamos a observar o processo inverso de difusão de tecnologia desenvolvida pela indústria automóvel para a aeronáutica, como é exemplo os componentes referidos anteriormente, que gerou redução de custos e ciclos de desenvolvimento mais curtos, frente a soluções robustas de engenharia.

Unindo o melhor dos dois mundos, juntandopor exemplo elevados parâmetros de qualidade comfuncionalidade, as indústrias podem e devem beneficiar da união, havendo no entanto muito que calibrar para que as semelhanças sejam identificadas e aceites, especialmente pela indústria aeronáutica.

Diferenças e Semelhanças entre as Indústrias

Entender as diferenças e semelhanças entre as duas indústrias é o ponto de partida para atingir resultados positivose solidez para esta cooperação.É bem sabido que a indústria automóvel é segmentada em diferentes nichos de mercado, desde os carros utilitários produzidos em massa, passando pelos mercados exclusivos dedicados à concepção de carros de luxo e carros desportivos ate à concepção de carros para competição, onde cada segmento tem diferentes requisitos e tecnologias.

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Automóvel &Aeronáutica: Oportunidades de Sinergia

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Já no sector aeronáutico a segmentação está feita em função da tipologia do cliente final, sector militar, aviação comercial e aviação civil privada.

Cadência de Produção

Os volumes de produção de grandes empresas automóveis excedem milhares de unidades por ano, mesmo em modelos de nicho como automóveis coupéou cabrio. Pequenos volumes de produção são geralmente associados a marcas de luxo ou carros desportivos com cerca de 50 a 500 unidades/ano e um elevado nível de customização – uma realidade bastante mais próxima da cadência de produção da indústria aeronáutica que pode ir de 5 a 100 aeronaves por ano, tendo como exemplo a Airbus que planeou produzir cerca de 48 A380 por ano. A figura abaixo ilustra então o discutido.

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Figura 1. Número de unidades por ano na indústria automóvel e aeronáutica – similaridades com desportos motores.

Por outro lado, a mesma produção de 48 aeronaves implica a produção anual de centenas de milhares de assentos, colocando este fornecimento ao mesmo nível de um automóvel de série.

Na mesma linha, uma tendência crescente para a uniformização de alguns componentes na indústria aeronáutica (painéis de interiores ou fixações de assentos, por exemplo), permite uma rentabilização crescente de alguns dos custos de produção associados às grandes aeronaves.

No paralelismo com a indústria automóvel, enquantonesta o factor decisivo no custo de um componente reside no número de unidades produzidas anualmente, na indústria aeronáutica a dimensão do produto final assume, para alguns componentes específicos, um papel idêntico.

Ciclo de Desenvolvimento de Produto

Os engenheiros automóveis são encorajados a optimizar cada componente visando sempre uma solução ao menor custo e máxima qualidade. Considerando a dimensão das séries de produção nesta indústria bem como a possibilidade de partilha de componentes por vários modelos leva a que, por exemplo, a redução de peso, por pouco que seja, num determinado componente, possa ter um impacto muito significativo.Desta forma também no sector aeronáutico pode ser possível um desenvolvimento de projecto“lean”, através de uma melhor gestão de custo e concepção de produtos mais eficiente.

Dependendo da dimensão e importância(priorização) no portfólio do fabricante, o ciclo de desenvolvimento de uma aeronave pode rondar os 5 a 15 anos, contrastando claramente com a indústria automóvel que põe no mercado modelos em 4 a 8 anos (incluindo um ou dois re-stylings significativos).As maiores diferenças entre estas duas indústrias relativamente ao

ciclo de desenvolvimento podem ser analisadas na figura 2.

AERONÁUTICA

DIRIGIDO A CADA CLIENTE

DESENVOLVIMENTO EM 10-15 ANOS

DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO CONSTANTE

AUTOMÓVEL

DIRIGIDO A SEGMENTO DE MERCADO

DESENVOLVIMENTO EM 2-8 ANOS

2/3 RE-DESIGNS DURANTE O TEMPO DE VIDA

Figura 2.Ciclo de desenvolvimento nas indústrias aeronáutica e automóvel.

O Cliente e a sua Ergonomia, o Design e Requisitos de Estilo

Os componentes para a industriaautomóvelsão concebidos para ser eficientes em termos de custo, leveza e, na maioria dos casos, substituíveis. Há no entanto uma grande atenção no acabamento –e claro conforto, quando se justifica – de cada componente.Os componentes que se encontram no interior do automóvele que vão ser usados pelo cliente serão responsáveis por “vender o carro” assim como a marca no futuro, como tal um componente deve ter qualidade e acabamentosde elevado padrão. O toque e a forma com que os componentes mecânicos se comportam e interagem – a mudança de 4ª para 5ª ou o som de uma porta a fechar – são projectados para serem funcionais e agradar o cliente alvo.

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Em oposição,na indústria aeronáutica – especialmente no mercado militar – as aeronaves são desenhadas para facilitar a sua operação e o acesso para manutenção ou remoção, sendo igualmente garantir a sua durabilidade. No entanto, as aeronaves que possam oferecer conforto e luxo estão a ser procuradas cada vez mais num mercado menos alargado onde a concepção de uma aeronave VIP deve oferecer um ambiente agradável e muito conforto, onde qualquer detalhe de acabamento fará a diferença. Estes requisitos são semelhantes aos encontrados nos mercados automóveis de luxo e superdesportivos, onde o cliente exige além da performance e segurança, um conforto excepcional.

Ciclo de Vida de um Produto

A produção de automóveisem massa leva cada vez mais a que os automóveis sejam desenhados para ter um ciclo de vida cada vez mais pequeno, à volta de 10 anos. Por outro lado, a consistência tem um grande pesona aceitação do cliente, o que implica um investimento constante no desenvolvimento de tecnologias novas e mais baratas de forma a resistir às variadas condições meteorológicas, bem como à própria utilização do automóvel.

Do outro lado da balança, os materiais usados em desportos automóveis – por exemplo Fórmula 1 – são concebidos para dar resposta às condições de uso destes, sendo de frisar que estes serão necessários para apenas algumas corridas. Neste caso o compromisso é obter e desenvolver continuamente melhores propriedades mecânicas, produtos mais leves e inovadores. O processo para certificação destes materiais é normalmente muito simplificado, permitindo um desenvolvimento intensivo de novos materiais, tecnologias assim como efectuar testes a um custo razoável.

Por outro lado, a indústria aeronáutica oferece um produto que precisa de dar aos clientes garantias em termos de tempo de vida – um avião pode exceder uma vida de 30 anos. O processo de certificação de materiais e componentes na indústria aeronáutica é longo (e custoso), sendo projectados para suportar condições extremas de calor, frio e absorção de humidade por longos períodos de tempo, com uma deterioração mínima nas propriedades mecânicas.

Figura 3. Diagrama do ciclo de vida de um produto.

Processos de Automação e Fluxos de Produção

A promessa da automação por controlo remoto está finalmente a singrar na indústria, tanto a nível de manufactura como em manutenção. As décadas de trabalho manual estão no fim e o o uso de robôs está a abalar a produtividade oferecendo eficiência, qualidade e baixo custo, numa rede complementada por desenvoltos e inteligentes softwares.

A indústria automóvel é neste momento a indústria que mais usa estes processos, reduzindo o esforço sensorial e mental humano com grande impacto na qualidade final do produto. A integração de robots na produção de alguns módulos de uma aeronave já começa a acontecer, no entanto o caminho para a integração de sistemas complexos e adaptativos continua por desbravar. Com a aprendizagem na indústria automóvel, a extrapolação destes processos integrados e automatizados é um grande desafio mas com um ganho em qualidade garantido, durante e pós processamento.

A indústria automóvel é rica em fluxos de processo automatizados. Um dos mais bem sucedidos é o conceito JIT, “JustIn Time”, que fornece ao fluxo produtivo uma plataforma logística que assegurando o fluxo contínuo de stock abastecedor da produção, assegurando assim que não haja estagnação também a nível económico, potencializando assim o processo produtivo. Este conceito é muito eficiente quando aplicado a volumes de produção elevados, pelo que a sua aplicabilidade na aeronáutica poderá ser somente viável a nível de fornecedores de componentes. Por outro lado, o conceito JIT funciona com base da sequenciação prévia do componente a montar, havendo assim um fluxo produtivo sincronizado com todos os fluxos logísticos alimentadores do mesmo.

“First-runCapability”

Firstruncapability (FRC) é um conceito muito usado na monitorização da qualidade na indústria automóvel. Este parâmetro serve para aferir em cada estágio a sua capacidade de produzir “bem à primeira”. Esta ferramenta é muitíssimo valorizada ao nível da gestão visto ser o melhor indicador de produtividade e qualidade.

Este conceito tem aplicação directa na indústria aeronáutica, seja na manufactura de um componente, sistema ou a própria aeronave. Esta análise pode ser feita através de um teste específico, inspecção visual ou mesmo inspecção por meios de equipamentos especializados (por exemplo usando instrumentos não destrutivos).

Ao conhecer-se a evolução deste parâmetro é possível guiar o processo para valores de qualidade e produtividade cada vez mais próximos de 100%, definindo acções de contenção a curto prazo ou definitivas (alteração de produto) que eliminem as causas para FRC inferiores a 100%.

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Figura 4. Robot KUKA vulgarmente usado para automação industrial, a ser implementado actualmente na Indústria Aeronáutica.

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Sinergias

A indústria automóvel e aeronáutica partilham os mesmos objectivos em termos de designconceptual, as mesmas limitações e são normalmente desenvolvidas dentro da mesma janela de critérios.

Como tal, porque não partilhar recursos, aproveitar o know-how de uma indústria de forma a optimizar o conhecimento e desempenho da outra?Os tempos estão a mudar e cada vez mais as ferramentas disponíveis no mercado devem ser usadas de uma forma inteligente. Por exemplo, o ambiente computacional usado nestas áreas é baseado exactamente nas mesmas técnicas como Análise em Elementos Finitos, Dinâmica dos Fluidos Computacional, CAD ou técnicas de Optimização Interdisciplinar.

Convergência no Design e Desenvolvimento de Produto

Um grande desafio da actualidadeé a análise da complexidade dos modelos, sistemas não-lineares e estruturas para emular e simular as condições operacionais possíveis num largo cenáriode hipóteses que permitam um design mais inteligente optimizado, tendo em conta as tecnologias sofisticadas disponíveis no mercado.

Seria então interessante analisar a hipótese de integrar os diferentes ambientes descritos abaixo para melhorar os produtose processos existentes a partir dos quais os ciclos de desenvolvimento podem ser mais eficazes através de uma melhor gestão de recursos humanos. Esta convergência seria sem dúvida uma boa estratégia para tornar o mercado Português mais competitivo no mercado global, tirando partido da flexibilidade e dimensão da indústria nacional.

Optimização em conjunto de estruturas e sistemas e equipamentos para as indústriasautomóvel e aeronáutica baseada em multi-objectivos e multi-limitações para minimizar custo, peso, dimensão e melhorar a performance;

Integração do ambiente de realidade virtual no ciclo de desenvolvimento de produto de ambas as industrias de forma a melhorar o processo de design;

Modelação dinâmica, identificação e controlo de sistemas complexos para operações autónomas com input humano reduzido;

Uso de materiais compósitos avançados (poliméricos, cerâmicos, etc.) para utilização em aplicações multifuncionais;

Modelação, simulação e optimização de processos de manufactura para redução de custo e sustentabilidade, usando as mesmas ferramentas e lógica;

Desenvolvimento de métodos conjuntos de desenho através da integração de factores humanos, sustentabilidade e conhecimento de engenharia no design e desenvolvimento

dos ciclos em transportes da nova geração.

Várias empresas e unidades de investigação internacionais, entre as quais a Universidade RMIT na Austrália já estão a analisar a melhor forma de estabelecer a ponte entre as duas indústrias, tendo identificado a solução apresentada na figura 5 como uma área de grande potencial para aumentar a sua competitividade. Esta união gera uma equipa multidisciplinar onde os recursos humanos são optimizados e as valências e criatividade aproveitadas, ideia que pode ser analisada na figura 6, abaixo representada.

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Figura 5. Conceitos que podem ser usados para criar uma equipa multidisciplinar para uma Indústria de Mobilidade mais eficiente.

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Esta equipa multidisciplinar em muito poderia beneficiar tanto uma organização de grandes ou pequenas dimensões. A ideia de ter uma equipa multifuncional, com competências adaptáveis aos requisitos de diferentes projectos, traria a uma pequena empresa uma equipa com valênciasoptimizada, sendo que um elemento poderia transitar de um projecto para outro, levando consigo a sua experiencia e valências, conformeo necessário. Numa organização de grandes dimensões, com departamentos fisicamente separados, seria uma mais valia criar e juntar uma equipa multidisciplinar a trabalhar no mesmo espaço físico, para o mesmo fim, integrando todos os processos e optimizando o desenvolvimento global do projecto.

Conclusão

As grandes diferenças entre as Indústrias Automóvel e Aeronáutica residem essencialmente nas fases de planeamento de produto e manufactura, sendo que no estágio de concepção e desenvolvimento do produto ambas as indústriasse comportam de uma forma idêntica, apenas ajustadas às diferentes realidades (especificações e requisitos).

Devido ao impacto mais reduzido das potenciais falhas, os requisitos legais na indústria automóvel são muito mais leves e simplificados, com muito menos limitações de redundância. Isto significa que qualquer componente automóvel é desenhado exclusivamente para uma só finalidade com uma maior liberdade de design e oportunidades de melhoria. No entanto, o mesmo não acontece na indústria aeronáutica que é então guiada por regras e processos de certificação morosos e caros, o que limita as alterações nos componentes ou materiais, exigindo sem excepção a sua certificação e requalificação.

A oportunidade de criar sinergias e partilhar métodos válidos na concepção de produto entre estas duas indústrias traz uma nova oportunidade de melhoria em ambas, sendo também bastante oportuno capacitar os recursos humanos com a flexibilidade que lhes permite abordar desafios tanto no desenvolvimento de um automóvel como de um avião.

Aindústria automóvel tem tido uma evolução exponencial a nível de automação e controlo de qualidade. Fazendo o transposição das tecnologias e metodologias mais recentes para a indústria aeronáutica, e apesar dos diferentes requisitos e dimensões do produto, existe um potencial de melhoria na automação de processos. É neste sentido que uma análisemais profundapode permitir que este gapentre ambas seja colmatado, com potenciais melhorias tantoa nível da qualidade e durabilidade do produto final como do desempenho financeiro dos sectores de desenvolvimento de produto, das cadeias de fornecimento (permitindo um alargamento da carteira de clientes) e dos fabricantes finais.

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NOTÍCIAS AUTOMÓVELJulho//Agosto

FEV. 2011

GM quer fábrica na Europa | Auto Hoje 18.08.11A General Motors quer instalar uma unidade de produção na Europa para, segundo Dan Akerson, o presidente, ter uma estratégia acertada. “Vai chegar o dia em que teremos que o fazer” disse Akerson, salientando que os Chevrolet á venda na Europa são feitos na Coreia e que “essa situação não é ideal”. Recorde-se que é objectivo do construtor norte-americano vender um milhão de automóveis na Europa em 2016.

“Se há poucos anos fechava unidades na Europa, hoje a palavra de ordem na GM é o reforço da capacidade produtiva. Esta situação deverá reflectir alguma irracionalidade que acompanha todos os processos de reestruturação de empresas (e ainda mais de grandes grupos). Ou seja, numa lógica de redução de custos, encerraram-se unidades que poucos anos mais tarde são necessárias ao grupo. Foi o caso da GM Azambuja. Naturalmente que neste e noutros casos, as unidades encerradas não voltam a ser reactivadas, mesmo tratando-se de empresas que à data do seu fecho apresentavam lucros.”

Fiat reforça produção no Brasil e estuda investimento em fábrica na Rússia | Diário Económico 19.08.11O construtor automóvel italiano Fiat prevê a abertura de uma nova fábrica da Rússia, em São Petersburgo, depois de ter anunciado a expansão do investimento no Brasil e na Índia, noticiou o jornal italiano “La Stampa”. A Fiat tem vindo a encarar os mercados emergentes como os mais promissores para o futuro do mercado automóvel, e anunciou que prevê abrir uma segunda unidade de construção no Brasil, em Pernambuco.

“ Se há OEM com frota adequada aos mercados emergentes é a Fiat. Com veículos pequenos, relativamente baratos, relativamente mais simples e fáceis de manter, a Fiat tem vantagem comparativamente a muitos outros construtores Europeus mais direccionados para os segmentos superiores. Com a produção na Europa que deverá aumentar cerca de 10% no período de 2009-2016, as principais oportunidades de crescimento da Fiat encontram-se nos mercados emergentes onde a marca tem tido bastante sucesso ao longo das últimas décadas.”

10 Novidades no Salão de Frankfurt | Jornal de Notícias 21.08.11O 64º Internationale Automobil-Ausstellung (IAA), o salão de Frankfurt, abre as portas ao público entre 15 e 25 de Setembro. Este é um dos certames mais importantes do mundo, o palco que muitas marcas reservam para as suas principais novidades.

“ Muito do que se passa e passará na Europa na indústria automóvel passa pela Alemanha. De acordo com a PricewaterhouseCoopers, em 2016 a produção na Alemanhã deverá chegar perto dos 6 milhões de unidades, um crescimento de cerca de 20% face a 2009.Do ponto de vista nacional, uma vez que o principal construtor em território nacional é de origem alemã, é importante que as empresas nacionais do sector estejam presentes neste salão por forma a ganharem mais visibilidade junto dos compradores alemães.Este evento é ainda mais importante para os fornecedores com capacidade na área da mobilidade eléctrica (veículo e infra-estrutura de carregamento) já que é uma das áreas em destaque neste salão.”

HUF recupera da crise e investe nove milhões na fábrica de Tondela | Jornal de Negócios 22.08.11Em apenas um ano, entre 2008 e 2009, a facturação da unidade de Tondela sofreu um rombo de mais de 20 milhões de euros. Uma derrapagem que “gripou” a engrenagem industrial da empresa, a qual começa agora a dar sinais de vitalidade. O primeiro passo corresponde ao investimento num vasto conjunto de máquinas, no valor de 9 milhões de euros, para responder ao reforço de grandes marcas do sector.

“ Os anos de 2008 e 2009 foram devastadores para muitas empresas da indústria automóvel. Nestes dois anos a excepção foram as empresas que mantiveram ou aumentaram a facturação. Devido à quebra vertiginosa na procura, muitas empresas tiveram necessidade de se reestruturar e memo assim algumas não sobreviveram. Em alguns casos fecharam empresas que em tempos normais continuariam a laborar. No caso das empresas inseridas em grandes grupos, como é o caso da HUF Portuguesa, existiu outra capacidade de ultrapassar a crise. “

Nissan cresce à escala mundial Vida Económica 26.08.11A Nissan Motor Co., Ltd., anunciou um lucro operacional de 150,4 mil milhões de ienes (1,28 mil milhões de euros) no primeiro trimestre do ano fiscal de 2011 (que vai terminar em 31 de Março de 2012). “A nossa rápida recuperação dos desastres naturais de Março sublinha mais uma vez a força da Nissan na resposta eficaz e decisiva perante uma crise”, afirma o presidente e CEO da Nissan, Carlos Ghosn.

“ O sucesso dos construtores nipónicos, mesmo quando confrontados com acontecimentos sobre os quais não têm qualquer controlo, espelha bem a sua grande competitividade no mercado mundial. Aliás, as elevadas taxas de exportação para todo o mundo são uma prova da produtividade nipónica, sobretudo tratando-se de um país com salários entre os mais elevados do mundo. Esta reacção ao sismo, seguido de tsunami e de acidente nuclear, é prova da vitalidade dos construtores japoneses e de que a aposta na qualidade de produtos e processos tem e terá sempre mercado. “

Autoeuropa quer aumentar uso de componentes portugueses| Sol 29.08.11O director-geral da Autoeuropa, António de Melo Pires, disse que a empresa quer “em três ou quatro anos” aumentar o uso de componentes portugueses nos automóveis para 70%. Em 2010, indicou o responsável, a taxa encontra-se nos 58 %, face aos 57 % de 2009, sendo assim o número mais elevado registado na fábrica desde 1995.

“ Com uma posição geográfica pouco favorável face aos mercados de destino, a Autoeuropa tem de procurar diminuir os custos de transporte (designadamente, reduzindo a distância) dos componentes que incorpora nos veículos. Caso contrário, com um mercado nacional a representar cerca de 1% das vendas da Autoeuropa e os componentes a serem fabricados na Europa Central e de Leste é cada vez mais difícil à unidade de Palmela competir no seio do Grupo VW devido aos maiores custos de transporte.Iniciativas por parte da Autoeuropa para a diversificação dos mercados, algumas bem sucedidas como é o caso do México e a China, entre outros, são excelentes para transformar esta aparente desvantagem associada à nossa situação periférica em relação ao resto da Europa numa centralidade face aos mercados Europeu, Americano e Asiático.”

Análise de António Monteiro,Gestor de Projecto da Área Automóvel, INTELI

150.000 é o objectivo de produção da Chery Automobile na nova fábrica em construção no Brasil.

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American Airlines fecha maior negócio da história da aviação com Airbus e Boeing Diário 22.07.11A gigante American Airlines concretizou o maior negócio da história da aviação comercial com a europeia Airbus e a norte-americana Boeing, no valor global de 27,5 mil milhões de euros, e que envolve a encomenda de 460 aviões aos dois construtores mundiais.// Marta Henriques

“A American Airlines assenta a sua decisão na redução dos custos de manutenção, no constante aumento do preço dos combustíveis e na actual oferta de aeronaves significativamente mais eficientes (35% de redução do consumo de combustível com a substituição de 200 aeronaves do modelo MD-80 com cerca de 20 anos). Este facto, aliado à obtenção de financiamentos e custos de aquisição especiais, leva a companhia a crer no avultado investimento. Para a Airbus, esta encomenda significa cimentar a sua presença nos EUA, e em particular com a American Airlines com quem não assinava contratos de venda desde os anos 80, mas poderá ainda impulsionar a venda de aeronaves às empresas concorrentes da American forçadas a responder a tal modernização.”

Embraer, Boeing e BID financiam estudo de produção de biocombustíveis para jactos | Diário Económico 27.07.11A Embraer, a Boeing, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciaram que financiarão um estudo de sustentabilidade para a produção do biocombustível para jactos desenvolvido pela Amyris, a partir da cana-de-açúcar brasileira. O estudo da Amyris é o primeiro a ser financiado pela iniciativa do BID e será coordenado pelo ICONE, uma incubadora brasileira de pesquisas com vasta experiência na agricultura e análise de biocombustíveis.// Filipe Maia

“De facto, com a mudança de consciências a nível mundial, alternativas mais ambientais e económicas são necessárias na procura de uma sustentabilidade futura. O avião é o transporte mais utilizado para percorrer grandes distâncias tornando obrigatório a utilização de novas tecnologias ao nível dos biocombustíveis como resposta na procura para reduzir o nível de emissões poluentes na atmosfera.

EADS garante encomendas de mais de mil aviões | Jornal de Negócios 01.08.11A EADS, dona da Airbus, prevê crescimento dos sues resultados operacionais em 2012. Já este ano a empresa garantiu encomendas de mais de mil aviões, devido ao aumento da procura de aviões mais eficientes. Louis Gallois, CEO da Airbus, referiu que o maior problema da companhia será ajustar a produção á procura pelo novo A320neo, avião cujos motores queimam menos 15% de combustível que os modelos anteriores.// André Silva

“A recuperação positiva do mercado aeronáutico permitirá que a EADS cresça positivamente em 2012, consequência do aumento de produção previsto pela Airbus até final do próximo ano. O novo A320neo (new engine option) é uma variante 15% mais eficiente do avião mais vendido no mercado devido aos baixos custos de operação, alta fiabilidade e que permitirá uma redução na despesa de combustível das operadoras. A preocupação do CEO da Airbus, em responder a este aumento de encomendas na produção de mais aviões até ao final de 2012, não estará só relacionada com as linhas de montagem final mas também com a capacidade de produção e entrega dos componentes por parte dos diversos fornecedores.”

Crescimento leva TAP a optar por aviões Airbus maiores | Diário Económico 18.08.11A TAP deverá começar a receber em 2015 os primeiros Airbus A350, o novo avião de longo curso do fabricante europeu. Ainda que inicialmente a Companhia tenha escolhido a versão mais pequena do novo aparelho, a escolha poderá agora recair sobre o modelo capaz de transportar até 314 passageiros, contra os 275 que viajam na versão inicial, uma decisão que responde ao crescimento da companhia nos últimos anos. // António Santos

“O transporte aéreo e um factor impulsionador do desenvolvimento económico, e mesmo apesar da crise à escala global que estamos a ultrapassar, o sector da aviação prevê um grande aumento do número de passageiros nas próximas décadas. Podemos observar este factor à escala nacional com exportação de mão de obra qualificada directa e indirecta, fomentada pelas crescentes relações económicas entre Portugal e nomeadamente o Brasil e África, potenciando o aumento do volume de passageiros e contribuindo consequentemente para o crescimento do tráfego aéreo nas rotas através do Atlântico.”

Fábricas da Embraer em Évora prontas no final do ano | Renascença Online 29.08.11Com um investimento inicial de 148 milhões de euros, as duas unidades vão permitir criar cerca de 500 postos de trabalho. Se o calendário se cumprir, as obras de construção civil das duas fábricas da Embraer em Évora terminam no final deste ano, altura em que se inicia a montagem da maquinaria, estando prevista a primeira produção para o segundo semestre de 2012.// Hugo Tomé

“A instalação de duas unidades de produção aeronáuticas em Évora evidencia a tendência do mercado nacional para a expansão do sector aeronáutico português. Para o CEIIA, esta realidade constitui um estímulo e um desafio para a captação de novos projectos e o desenvolvimento de novas competências.”

Boeing anuncia entrega de 496 unidades do novo 737 | Agência EFE 30.08.11A Boeing aprovou o lançamento da nova versão do seu emblemático 737, que incluirá motores mais eficientes, e anunciou um plano de negócio que inclui acordos com 5 companhias aéreas para uma primeira entrega de 496 aviões para 2017. A nova versão do modelo terá os custos operacionais 7% menores que seu maior concorrente, o fabricante europeu Airbus.// Renato Machado

“Com o lançamento da nova versão do Boeing 737 a empresa Americana será líder na classe de “aviões de corredor único“, com um avião que se vai revelar uma referencia a nível de custos operacionais, consumo de combustível e emissão de gás carbónico. As previsões apontam para uma produção superior a 23 mil unidades nos próximos 20 anos.”

NOTÍCIAS AERONÁUTICAJulho//Agosto

FEV. 2011Análise da equipa de Asa Rotativa, CEIIA

// Os motores do novo A320neo da Airbus queimam menos 15% de combustível que os modelos anteriores.Fonte: Airbus S.A.S.

43,9% é o crescimento do lucro da Embraer no segundo trimestre de 2011

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NOTÍCIAS MOBILIDADEJulho//Agosto

FEV. 2011

MOBI.EUROPE | Veículos Eléctricos Online 01.08.11Segundo avançou o jornal Público, “Portugal vai coordenar um dos três primeiros projectos-piloto de demonstração, à escala europeia, da viabilidade da mobilidade eléctrica, após decisão da Comissão Europeia, no âmbito do seu Programa para a Competitividade e Inovação”. São exactamente 12 empresas e entidades públicas de países como Portugal, Espanha, Irlanda, França e Holanda que fazem parte do consórcio MOBI.Europe. Todas elas representativas das áreas que se cruzam na mobilidade eléctrica, desde os construtores de automóveis, fornecedores de energia, até cidades ou empresas tecnológicas.

“ O Projecto MOBI.Europe constitui uma oportunidade única para reafirmar o pioneirismo mundial de Portugal na área da mobilidade eléctrica, ao assumir a liderança de um projecto singular e com um potencial impacto inestimável na afirmação da mobilidade eléctrica em geral, e dos princípios de integração e universalidade defendidos pela abordagem MOBI.E, em particular. A Inteli assume o papel de coordenação do MOBI.Europe integrando o CEIIA e a Critical Software como parceiros tecnológicos nacionais, num consórcio que envolve ainda entidades como a Renault ou a INTEL. Pela primeira vez, procurar-se-á gerir de uma forma integrada uma rede de mobilidade eléctrica envolvendo 5 países distintos, demonstrando funcionalidades como o “roaming”.”

Opel e Europcar - Ampera de aluguer Auto Motor 17.08.11O Opel e a Europcar anunciaram uma parceria com vista a disponibilizar o eléctrico Opel Ampera como veículo de aluguer na Europa. O principal objectivo passa por facilitar a introdução e a expansão da mobilidade eléctrica no Velho Continente.

“ Atendendo às suas características os veículos eléctricos tornam-se particularmente atractivos para a indústria das rent-a-cars atendendo não só aos baixos custos de operação mas também à elevada atractividade e curiosidade associada a este tipo de veículos. Em particular, o Opel Ampera, não sendo um eléctrico puro (mas sim um veículo híbrido com propulsão integralmente eléctrica dispondo de um pequeno motor de combustão interna que actua como gerador de electricidade - “range extender”), proporciona uma experiência de utilização muito interessante com cerca de 60 km de autonomia em modo exclusivamente eléctrico, mitigando as limitações de autonomia para deslocações mais longas.

Esta aposta na mobilidade eléctrica estende-se a todas as grandes locadoras de referência, como a Hertz ou Avis que identificam oportunidades estratégicas nesta mudança de paradigma com profundos impactos no seu sector de actividade. No território nacional, a Europcar dispõe já na sua frota de Peugeot iOn para aluguer.”

Novo VW eléctrico de um lugar Diário Económico 23.08.11A alemã Volkswagen está a preparar a apresentação de um carro eléctrico não poluente, de um só lugar, nas próximas semanas. A revelação do modelo final a lançar no mercado será feita no Salão Automóvel de Frankfurt. A empresa planeia ainda oferecer um pacote completo de serviços para os clientes dos seus carros eléctricos, com a venda de energia a partir de fontes renováveis.

“ Ainda que no seio do grupo a aposta mais séria parece vinda da Audi, a Volkswagen tem gradualmente alargado os seus horizontes para o domínio dos veículos eléctricos com a apresentação de alguns “concept cars” como foi o caso do E-Up! em 2009 ou do novo monolugar agora anunciado. O “timeline” para a apresentação de versões de produção é ainda incerto confirmando que no caso dos construtores germânicos esta aposta não será consolidada no curto-prazo.Este modelo parece igualmente indicar a aposta da Volkswagen na redefinição das soluções de mobilidade fornecidas pelos tradicionais construtores automóveis, orientando os seus produtos para os novos requisitos de mobilidade do lifestyle urbano moderno. “

General Motors faz parceria com a LG para aumentar o negócio de carros eléctrico Diário Económico 26.08.11A fabricante norte-americana assinou um acordo com a sul-coreana LG para o desenvolvimento conjunto de engenharia para veículos eléctricos. O anúncio foi feito pela General Motors (GM) que adiantou que através desta cooperação reforçam o relacionamento que já existia. O acordo vai permitir à GM aumentar o número e tipo de carros eléctricos que fabrica e comercializa aproveitando a experiência da LG que já fornece componentes para o Opel Ampera e Chevrolet Volt em baterias e outros sistemas.

Parceria eléctrica | Auto Motor 01.09.11A Daimler e a Bosch anunciaram o estabelecimento de uma joint-venture para o desenvolvimento,

produção e venda de motores eléctricos. A nova empresa, designada EM-motive GmbH, terá a sua base na Alemanha, bem como os locais de produção, esperando-se a criação de 100 postos de trabalho até ao final deste ano, altura em que deverá arrancar a produção.

“ A cooperação entre construtores automóveis e fabricantes associados às indústrias de componentes electrónicos e sistemas de armazenamento de energia, será um factor determinante para o sucesso das soluções de mobilidade eléctrica. Em todo o sector têm-se multiplicado este tipo de parcerias numa tendência cujo expoente máximo será neste momento a “Joint-Venture” estabelecida inicialmente entre a Nissan e a NEC (consubstanciada na AESC) para o desenvolvimento e fabrico de baterias, permitindo-lhe apresentar preços mais competitivos do que a concorrência. Também na vertente dos motores eléctricos, este tipo de parcerias evidencia que os construtores automóveis reconhecem a necessidade de redefinição da cadeia de valor da nova indústria automóvel e na manutenção de uma posição de liderança tecnológica, num sector onde tradicionalmente os motores assumiam um papel absolutamente central.”

Efacec fornece “maior encomenda de carregadores da história da humanidade”Jornal de Negócios 31.08.11A Efacec vai fornecer 900 carregadores rápidos (carregam em aproximadamente 30 minutos) de veículos eléctricos à empresa norte-americana 350 Green, num contrato cujo valor global se cifra nos 25 milhões de dólares. João Bento, presidente da Efacec, considera que não “há neste momento nenhum processo estruturado de fornecimento de carregadores rápidos desta dimensão, de 900 de uma vez”.

“ Integrada no consórcio tecnológico MOBI.E que desenvolveu e se encontra a implementar a rede piloto de mobilidade eléctrica em Portugal, a EFACEC assumiu o papel de fabricante de equipamentos de carregamento para veículos eléctricos com uma oferta alargada de soluções para múltiplas aplicações. Com este contrato, a EFACEC assumirá a liderança mundial, alavancando a aposta estratégica da indústria nacional neste sector, com o aproveitamento de oportunidades de exportação de produtos de elevado teor tecnológico, com um efeito arrastador em todo o tecido económico. Ainda assim, segundo imposições associados ao contrato, grande parte dos carregadores será fabricada nas instalações da EFACEC localizadas nos EUA.”

Análise de André Dias,Gestor de Projecto da Área Mobilidade, INTELI

7’ 47,79” é o novo recorde em pista para um veículo eléctrico, conseguido pelo Toyota TMG EV P001 em Nurburgring.

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EVENTOSJulho//Agosto//Setembro

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EVENTOS JULHO/AGOSTO

EXPO AERO BRASIL São José dos Campos, Brasil 14.07.2011A Expo Aero Brasil – Feira Internacional de Aeronáutica aconteceu entre 14 e 17 de Julho e, além de apresentar as novidades do sector aeroespacial, discutiu temas importantes para este segmento que factura, anualmente, cerca de 20 biliões de dólares e emprega, directa e indirectamente, um milhão de pessoas altamente qualificadas.

FP7 TRANSPORT INFORMATION DAYS Bruxelas, Bélgica 18/ 19.07.2011A fim de apoiar a elaboração de propostas de projectos, a Direcção-Geral da Comissão Europeia para a Investigação e Inovação organizou as “Information Days”, em Bruxelas. O objectivo do evento foi informar os investigadores sobre as oportunidades associadas à “call” para projectos de I&D na área de transportes no âmbito do programa de cooperação FP7.

PLUG-IN 2011 CONFERENCE & EXPOSITION Raleigh, NC 18/ 21.07.2011Com os veículos plug-in e eléctricos agora no mercado, os fabricantes de automóveis, fornecedores, concessionários de energéticos, órgãos governamentais, universidades e a comunidade ambiental encontraram neste evento um cenário ideal para compartilhar as melhores práticas, políticas e as últimas inovações associadas com a tecnologia plug-in de transporte e energia eléctrica.

A ACTUALIDADE DA INDÚSTRIA DA AVIAÇÃO (ASA FIXA) Artigo de Opinião CEIIA na Revista Take Off | Agosto 2011A indústria aeronáutica pode ser considerada vítima do seu próprio sucesso, uma vez que a melhoria continua efectuada em configurações convencionais apenas oferece benefícios até certo limite. Os mais recentes tipos de aeronaves são já altamente eficientes e, assim sendo, vários especialistas partilham da opinião que os referidos limites poderão ser alcançados por volta de 2030 (consideravelmente próxima no contexto desta industria).No sentido de acelerar certos avanços tecnológicos, tais como a eficiência energética (consumo de combustível), a indústria aeronáutica civil está especialmente interessada em configurações alternativas e tecnologias inovadoras.

CEIIA ON BOARD Maia, Portugal 23.08.2011A acção “CEIIA ON BOARD”, realizada no dia 23 de Agosto de 2011, teve como objectivo promover a troca de experiências, informar, motivar, incrementar o sentimento de compromisso e estimular o trabalho de equipa entre os colaboradores das duas plataformas aeronáuticas do CEIIA (asa fixa e asa rotativa) na identificação continua de novas oportunidades para o desenvolvimento do cluster aeronáutico nacional.

EVENTOS SETEMBRO

ECOVELOCITY | Londres, Reino Unido 08-11.09.11Este festival de automobilismo ao ar livre vai trazer à vida um novo mundo do automobilismo para potenciais compradores que estão interessados em experimentar o mais recente em eco-transportes.

SALÃO AUTOMÓVEL DE FRANKFURTFrankfurt, Alemanha 15-25.09.11Considerado como o mais importante salão automóvel do mundo, o salão de Frankfurt prepara-se para apresentar ao público europeu, os carros mais esperados para os próximos meses, tendo diversas marcas anunciado já quais os veículos a apresentar.

2ª CONFERÊNCIA DE MOBILIDADE URBANA:GESTÃO INTELIGENTE E COMPETITIVIDADELisboa, Portugal 15.09.11No evento serão ouvidos os grandes especialistas, decisores, técnicos e empresas que, a nível nacional e internacional, que trabalham no sector da Mobilidade Urbana desenvolvendo soluções para uma estrutura de transportes e mobilidade urbana mais forte e mais organizada nas cidades.

EV CONFERENCE & TRADESHOW 2011Toronto, Ontário 26-29.09.11Com mais de 60 oradores, o programa da Conferência oferece uma oportunidade sem precedentes de aprendizagem sobre negócios, técnicas e políticas para a mobilidade eléctrica.

EV BATTERY TECH USA: 4TH GLOBAL COSTREDUCTION INITIATIVE | Troy, EUA 27-28.09.11A 4ª edição da iniciativa junta profissionais quer da área técnica quer estratégica dos principais construtores mundiais, tendo em vista a discussão da redução de custos associados ao aumento da performance de baterias para viaturas eléctricas.

COMPOSITES EUROPE 2011Stuttgart, Alemanha 27-29.09.11Composites Europe apresenta produtos, tecnologias e serviços para materiais compostos e aplicações. Os sectores de produtos em Composites Europe incluem toda a cadeia de valores da indústria de compósitos, desde as Matérias-primas aos Serviços.

// Os motores do novo A320neo da Airbus queimam menos 15% de combustível que os modelos anteriores.Fonte: Airbus S.A.S.

// FP7 Transport Infomation Days// Evento “CEIIA ON BOARD”

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Ficha técnica

Edição: PCT da Mobilidade (CEIIA e INTELI)

Data: Julho/ Agosto, 2011

Editorial: Bernardo Sousa Ribeiro (CEIIA)

Colaboração: André Dias (INTELI), André Silva (CEIIA),

António Monteiro (INTELI), António Santos (CEIIA),

Filipe Maia (CEIIA), Hugo Tomé (CEIIA) e Marta Henriques (CEIIA)

Artigo: Bernardo Sousa Ribeiro (CEIIA), Edgar Flora (CEIIA),

Filipe Passarinho (CEIIA), Luís Pinheiro (CEIIA) e Maria Rodrigues (CEIIA)

Equipa VOZ OFF: Bernardo Sousa Ribeiro (CEIIA), Gualter Crisóstomo (INTELI)

Helena Silva (CEIIA) e Sónia Pereira (CEIIA)

Design: Inês Neves (CEIIA)

Imagem: MOBI.E