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0 MEQUETREFE 28 de Fevereiro, 1887

9 B\ ? ¥ CARNAVAL

Rio, 28 de Fevereiro de 1887

Redacção,; rua da Quitanda n. 56O nosso escriptorio acha-se aberto das

7 horas da manhã ás 6 da tarde.

¦iflIllHIMUf

Recebemos :On. 3, anno I, da Minerva Fluminense, revista mensal,

orgam do Grêmio Polymathico Bittencourt da Silva, redigidopelos Srs. J. Borges Carneiro, Rangel de S. Paio e JeronymoSimões.

Está variadissimo e interessante,Prospecto da Companhia Rio de Janeiro, de empréstimos

sob penhores.O n. 3, anno XVI, da Estação, excellente jornal de modas

parisienses dedicado às senhoras brazileiras.' —- O Estandarte, anno II, n. 6. Duas pnginas de variedades

politicas e litterarias e duas de annunçios, E'caso de ihe darmosos parabéns, porque relativamente' ao seu pequeno formato, éesta a folha em que maior numero de annuncios se publica. Bemse vê que é orgam do partido liberal e da lavoura;

Agradecemos.

O. IAJ15E Pk REGADAS

O retrato que hoje adorna e honra a nossa pri-meira pagina é o de uma gentjl e bôa moça que asociedade fluminense conheceu muito de vel-a figu-.rar nas matinées abolicionistas e trabalhar com todasas suas forças de alma e corpo pela saneta causa doscaptivos, e que muito prezava pelos raros dotes doseu espirito e do seu coração.

Succumbiu muito moça ainda, sentindo a ge-lidez do túmulo invadir-lhe traiçoeiramente o seufrágil peito, em que, por um phenomeno sem expli-cação, palpitava e cabia um coração enorme ; sue-cumbiu quando o amor lhe estendi» a mão paraconduzil-a ao matrimônio e a sua familia e as suasamigas e os seus admiradores lhe alcatifavam deflores o caminho da vida.

Modesta, tão modesta quanto piedosa, ella nãoqueria em vida auréolas sobre o seu nome e fugiados elogios brilhantes como as violetas do sol.

Assim, não diremos d'ella, hoje que é morta,senão que a saudade que a sua partida deixou emtodas as almas é o. maior elogio da sua.

E demais, que melhor, quê mais rica e formosagrinalda que a das lagrimas dos muitos infelizescujos gargalheiros ella quebrou, sorrindo entre la-gr imãs ?

O carnaval das ruas limitou-se este anno á des-lumbrante passeiata das sociedades carnavalescas, noultimo dia. Não foi muito, mas, em compensação,foi magnifieo. Se o deus Momo não está satisfeito comas homenagens que lhe foram n'esse dia publica eestrondosamente prestadas, então é que é muito dif-fícil de contentar.

Os bailes â fantasia estiveram no theatro D. Pe-dro II verdadeiramente soberbos. Houve sempreenorme concurrencia, e muito boa gente, o que éainda melhor ; alguns mascaras de espirito derammagníficas sortes, e vem a propósito dizer que foi tal-vez esse o único theatro em que semelhante cousa seobservou.

Os esplendidos salões da grande opera fluminenseestavam adornados e illuminados com principescoesplendor. O Sr. Bartholomeu Correia da Silva pro-vou mais uma vez que era taes assumptos a sua com-petencia e o seu gosto são deveras indiscutíveis. Pornossa parte, estamos-lhe penhoradissimos pela genti-leza do seu convite. Obrigados. *

Nos bailes do Recreio houve sempre a maior con-currencia e o mais estrepitoso enthusiasmo. No deterça-feira era tao avultado o numero de foliões, queestes não se podiam mover. E' de crer que se diver-tissem bastante, a julgar pelo baralho infernal quefizeram a noite inteira. Parece que n'estas oceasiões,quanto maior é a algazarra, tanto mais vivo é o con-tentamento.

A policia da cidade foi feita de ura modo irre-prehensivel.*Não se deu a rainiraa desordem, a maisinsignificante altercação, nem mesmo nas ruas ondeera maior a aggloraeração de pessoas. O entrudo mor.reu definitivamente, victima das acertadas medidaspostas em execução, com energia louvável pelo Sr.desembargador Coelho Bastos, que é digno de felici-tacões e louvores.

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DEMOCRÁTICOSA estes denodados e espirituosos campeões da fo-

lia e da satyra, deve-se em grande parte o brilhan-tismo das festas carnavalescas. A sua passeiata foiuma das mais luxuosas e divertidas que aquellessympathicos foliões têm até hoje apresentado ao em-basbacamento do publico. Esplendida 1

Os bailes de sabbado e .terça-feira estiveram ani-madissimos, .deslumbrantes. Os salões do' Castelloachavam-se completamente cheios, e era extraordi-

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28 de Fevereiro, 1887. O MEQUETREFE

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nario o numero de lindíssimas e custosas fantasias,cujas cores variegadas, entre aquella profusão de coi-sas adoráveis, luzes, flores e mulheres, produziam áentrada um effeito positivamente indescriptivel.

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TENENTES DO DTABO

Por entre ovações enthusiasticas do povo que en-chia as principaes ruas da cidade, realisou esta dis-tincta sociedade a sua passeiata carnavalesca, paracuja descripção não temos qualificativos que bastem,nem arrojos poéticos que satisfaçam. Diremos ape-nas que no brilhantíssimo prestito dos Tenentes, nãosoubemos ó que mais admirar ; se a graça delicada efiníssima das idéas, a satyra espirituosae inoffensivadas criticas, ou a.sumptuosidade e magnificência dasallegorias. O prestito dos Tenentes era verdadeira-mente maravilhoso.

Tão maravilhoso, pelo menos, como os dois gran-des bailes á fantasia de domingo e terça-feira, comque na Caverna tradicional foi brilhantemente encer-rada a serie dos festejos carnavalescos.

POLÍTICOS

! Não ha nada mais a accrescentar ao que já setem dito por tantas vezes sobre o inexcedivel bri-lhantismo com que os amáveis e intelligentes Politi-cos. costumam*realisar as festas carnavalescas nosseus magníficos salões.

Os bailes de sabbado e segunda-feira estiverambrilhantíssimos. Parabéns aos Políticos.

E mil agradecimentos a todas essas distinctas. so-ciedades pela amabilidade do convite..

mTem havido estes dias bastante enthusiasmo á

porta das Novidades. O povo entra alli aos magotes,,para votar, com o mesmo ardor com que costumavainvadir as igrejas nas eleições do outro tempo.

Como é geralmente sabido, trata-se de um escru-tinio originalíssimo, promovido pelo hábil gerentedaquella folha, para que saiba o universo qual asociedade carnavalesca que mais se distinguiu esteanno nos folguedos de terça-feira. O Sr. Santos offe-rece um rico álbum, que seacha exposto em uma mtrine da Notre Dame, á sociedade que tiver a fortunade alcançar mais numerosa votação. .

Em breve, pois, teremos oceasião de saber qual éa opinião publica n'este importantíssimo caso.

A minha opinião é que foi muito feliz... a idéado Sr. Santos.

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Varias Rfotieias

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Não serei eu que me intrometta na tal questão lft-teraria e poética de graves e agudos , travada entreEloy o Herôe, no Diário, e o espirituoso folhetinistaHo Jornal Carlos de Laet.

E não me intrometto por duas razões : 1...a, por-que ainda sou menos poeta que o auctor dos CaroçosMétricos ; 2.a, porque estou a vêr que a inevitávelintervenção de alguns bardos que por ahi temos vai

produzir alguma estralada de seiscentos.Devo confessar, entretanto, que nVeste assumpto,

que é grave e tem sido tratado com muita agudeza,a razão me parece estar do lado do Heróe.

Vâ isto com licença do meu amigo Ernesto Sen-na, que também faz versos, um dia sim e outro não,na pittoresca secção das Varias.

Não houve entrudo este anno. Até que finalmenteo nosso povo se convenceu de que era preciso acabarde uma vez com esse pernicioso brinquedo, estúpidoe grosseiro, que origina sempre oceurrencias desagra-daveis.

Commovido até os seios d'alma, dou parabéns ao

povo e ao chefe de policia, que tão bem soube man-ter a ordem durante os tres dias de Carnaval.

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O governo, ao que parece, não tinha muita con-fiança nas medidas postas em pratica pela policiacom o fim de assegurar a paz e harmonia indispensa-veis por oceasião das festas carnavalescas..

Exercito e marinha estiveram dc promptidão,. es-

perando o primeiro signal de alarma, para se porema campo na defeza dos bons princípios.. Felizmentenão foi necessária a intervenção militar ;: tudo correuserenamente, e consta que alguns: capoeiras, que nãotinham sido detidos, vão receber valioso prêmio deanimação pela cordura e placidez de que derampro-vas irrecusáveis. »" ,

Falla-se no apparecimento de um novo jornal : o^Diário Mercantil, de que será director ValentimMagalhães. ; - *

Venha breve, é o que lhe desejo sinceramente.Castro Velho.

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O MEQUETREFE 28 de Fevereiro, 1887.

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A poesia do matrimônio(conclusão)

-- Ouve-me. Sou obrigado a communicar-te umsegredo, que quizera guardar eternamente ; não t'oconfiei ha mais tempo receiando perturbar esta ven-tura, se revelasse a alguém o mysterio da minha vidaGonjugal, ainda mesmo que esse alguém fosse, comotu és, o meu maior amigo.

Não ha nada mais estúpido que o casamento,-dis-sestò-o ainda agora. E' verdade. Estúpido sim, masporque ? Porque é prosaico e monótono. Não podendoevital-o, porque adorava minha mulher...

te — Infelizmente ! suspirou o Prates, desconsolado.-—...procurei evitar a monotonia do lar, á pu-

Ihioe conjugai, como tu lhe chamaria?, inventandolima coisa admirável, sorprehendente, que denomineia poesia do matrimônio.

t- Começa a interessar-me o teu conto, sabes ?Acabarás por te convencer de que sou real-

mente feliz, graças á minha engenhosa invenção.Faze-me o favor de me dizer : de que provem o tédiono matrimônio ? Muito mais que do abuso, provemda legitimidade da posse.A.. .q.. .u.. ,i..., qui, meneres, quero dizer,Menezes I

Ora, não é menos certo que o frueto prohibidotem sempre maiores attracções que qualquer outro.Istoé philosophico, meu caro, e é intuitivo ; melhordo que isso : é bíblico. Lembra-te da primeira mulhere da celebre maçã...

Perfeitamente. Mas que relação..,—• Vais ver. Ora, se eu procedesse como um ma-

rido vulgar, vendo apenas na sua cara metade umacompanheira estimavel e boa, cuja afeição possagozar constantemente, sem obstáculos e sem commo-ções, oahiria decerto, na mesma imperdoável chatezados maridos vulgares. Que fiz eu, pois ? creei aven-turas, embaraços a mim mesmo, fantasiei e puz empratica as mais incríveis e extraordinárias proezas aque se poderia arriscar um namorado aventuroso IFiz de minha mulher o frueto prohibido, compre-hendes? Preparei entrevistas oceultas, em minhaprópria casa, e, entrando no seu quarto todos os diase todas as noites, sorrateiramente,^ino üm Lovelaee,precavido, eu fingia-me receioso, assustado, pare-cendo temer a cada instante a apparição brutal de ummarido importuno e feroz, de revolver na mão, quenos matasse a ambos de sorpreza e por uma justis-sima vingança.

Tornei-me, para dizer todo em poucas palavras,y amante de minha própria mulher.

Hein?l masé um conto de Catulle Mendesque estás a contar-me. Lembra-me ter lido...

— Não leste nada. Isso a que te referes não é amesma coisa... Ah I meu amigo, se soubesses comotenho sido feljz!... A miuha existência é um en-canto... Eu creio bem que se me pilhasses algumavez, escalando á noite pelo jardim a janella do meuquarto, de botas de montar, envolto n'uma capa áhespanhola, e com a cabeça coberta por um chapéu4e abas largas, havias de rir-te bastante... Seria

natural, porque só (eu e minha mulher podemossaborear o encanto d'essas aventuras...

Mas então o cansaço, o aborrecimento...?—*Não ha cansaço, e mesmo quando o.houvesse,

sempre haveria um recurso natural ; o descanso.Quanto ao aborrecimento, declaro-te sinceramenteque até agora ainda o não sentimos. Elle ha de vir,está claro,mas nós o obrigaremos a demorar-se o maistempo possivel. Emfim, o nosso meio, meu caro, fazdo casamento uma ventura real e duradoura, era-bora não seja eterna. Como a desgraça alheia, ellatambém findará, estou bem certo ; mas n'este mundo<só ha duas coisas que não findam : a parvoice doshomens e a vaidade das mulheres.

Decididamente é muito singular o que medizes.

Singular, mas verdadeiro...Não serei eu que o conteste.Então, estás convencido ?Certamente, meu caro. E se queres que te

falle com franqueza ; estou mesmo tentado a expe-rimentar esse meio, casando-me.

Como! Tu, tu, um celibatario ferrenho, se-rias capaz...?

Porque não? Uma vez que tenho uma recei-ta infallivel...

Não caias n'essa. A minha receita não te va-leria de nada. A sua efficacia, muito mais que daorganisação moral do matrimônio, depende da or-ganisação physica e moral dos consortes.

E* uma questão de temperamento e de bom gosto.Assim, por exemplo, não ha um só burguez em todaesta grande cidade que ousasse pôr á prova essemeio. Porque? Porque repugnaria ao seu tempera-mento de burguez e, ao seu máu gosto de homemprosaico, que é o mesmo que dizer homem pratico.Mas eu não sou burguez nem prosaico.Admitíamos que não sejas nem uma nem ou-tra coisa. Ainda assim, eu não creio que a minhareceita produzisse no teu caso os mesmos resultados!E são assim quasi todos os remédios particulares :inventam-se para uma vez e só fazem effeito no pro-prio auetor.

Ahi está, pois, um caso em que seria falso opreceito camoneano.

Sem duvida. Eu aconselho-te a que julgues,mas não experimentes.-T- Pois é pena »

E queres saber uma coisa ? ET justamente asingularidade do effeito que nos torna esse meio maisapreciável. O que augmentá a nossa felicidade é a cer-teza de que ninguém mais poderia conquistar seme-lhante ventura por esse modo romanesco.

E' extraordinrrio, não te parece? Pois ahi tens,meu caro, uma idéa muito ligeira do que vem a sera Poesia do matrimônio.

Eo Menezes, intimamente satisfeito por ver queo outro não lhe dizia palavra, acabrunhado poraquella revelação imprevista, continuou a fazer le-trás no chão com a sua vistosa bengala de cannada índia. F. Coimbra.

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23 de Fevereiro, 1887. O MEQUETREFE

Um soneto

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De uma cliistosá publicação distribuída terçafeira na rua do Ouvidor, por occasião da passagemde uma sociedade carnavalesca, transcrevemos estesoneto, que não deixa de ser interessante :

VOLÚPIA

Conlra o teu seio... assim ! O' feiticeiroEncanto ! Assim fiquemos longamente :No meu olhar o teu olhar brcgeiro,E no meu lábio esse teu lábio ardente !

Vamos, ó Baccho ! Tu, que o galhofeiroOlympo inflam mas voluptuosamente,Deixa cair, no instante derradeiro,Sobre o meu corpo um mar de vinho quente l

Quero morrer nas expansões do goso,Captivo de uma embriaguez sem par.Da minha carne ao rubrico desejo !

Morrer... que importa ! Em meu olhar anciosoLevo a impressão do derradeiro olhar,E no lábio o sabor do ultimo beijo I

Oysne Branco,

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Os tlieatros..¦¦¦;.:¦

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Com as festas do Carnaval o movimento dos es-

pectaculos tem sidopequeno estes dias} constando-exclusivamente da reprise de peças já muito vistasdo publico, entre as quaes algumas ha que já nãodão nem mesmo para a diária.

O SanfAnna tem em últimos ensaios A Tòutíne-

gra do Templo, engraçada opereta de Humbert eBurani, musica de A. Messager, que deve subir áscena n'um dos primeiros dias da próxima se-

*

mana.

Intitula-se Ha alguma diferença*!, tem trêsactos, e vai ser desempenhada pelos principáes artis-tas da intelligente companhia de que édiréctór o es-limavel actor Galvão. J'

LçhMais uma revista : o SMercurio, de Arthur Aze-

vedo e Moreira Sampaio, vai,ser dada á scena notheatro Lucinda por uma nova companhia de quefazem parte os artistas Xisto Bahia, Peixoto, Colas,Cinira Polônio, Blanche Grau, Clelia, etc.

Venha ella e quanto antes, visto que a épocaestá decididamente favorável a esse gênero de peças.

O Zé Caipora, que tanto agradou no theatroPríncipe Imperial, vai dar agora logar á esplendidaopereta de Chivot e Duru, musica de Lecocq, LePompon, traduzida por A^zeredo Coutinho com otitulo Um Carnaval em Palermo.

E são essas as únicas, novidades que ha pelomundo dos bastidores."

.143Alexandre Dumas Filho encontrou ha tempos, na

rua, uma actriz que lhe participou que ia casar-se.—• Ora essa 1— A exclamação nãoé lisongeira.f- Admira-me que- a senhora, tão intelligente

como é, vá casar-se com um homem que a acceita

por esposa,Thome' da Silva.

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O Recreio dará hoje ou amanhã a Ia represen-taçãoida Maria Antbüietta, de Giacometti, em quea distincta actriz Ismenia tem uma das suas maisnotáveis creações.

A peça que entra em ensaios logo depois é OsMartyres, drama histórico e religioso, de grandeapparato, que o Dias Braga pretende montar çapri-chosamente.

U3iNa Phenix vamos ter em breve uma comedia-

revista, que nos dizem ser eng-raçadissima e estar

destinada a um estrondoso successo.

; AVISOSPedimos aos Srs. assignantes a quer

entregamos recibos em confiança, o obse-mio de remetterem o importe dos mesmos,

e assim também aos Srs. que se acham emitraso de suas assignaturas.

S. Paulo•T

Pedimos ao Exm. Sr. Dr. José EvaristoAlves da Cruz o obséquio de responder ásnossas cartas registradas, que S. Ex. temrecebido.

A Empreza.

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Typographia da Distracção r, d'Ajuda n. 31

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