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VI Congresso Latino-Americano de Inclusão Financeira Data: 18 e 19 de agosto de 2.014. Local: São Paulo, Brasil – Hotel Intercontinental. Realização: FELABAN e FEBRABAN. Patrocínio Diamante: CIP e TOTUS. Patrocínio Prata: CAF- Banco de Desarrollo de América Latina. Apoio: ABBC/ACREFI/ANEPS/CNseg/OCB. Presentes: Lista anexa. Programa: anexo. 1) Abertura: Murilo Portugal, Presidente da FEBRABAN, Brasil. Sr. Murilo saudou a presença de todos, destacando ser muito construtiva a rodada de discussões sobre as melhores práticas da inclusão financeira e que os números de inclusão financeira no Brasil e na América Latina contam uma estória de sucesso de políticas sociais, sendo que todos os países registraram avanços. Entretanto, apontou o importante caminho ainda a trilhar para se chegar a países com alta taxa de bancarização. Ao se referir aos números do sistema bancário brasileiro, indicou que o crédito no Brasil nos últimos 10 anos vem crescendo mais rápido que o PIB, embora com crescimento menor nos anos recentes. Crédito concedido com prudência é importante instrumento para melhorar a vida das pessoas. O sistema bancário brasileiro tem indicadores excelentes de capitalização e segurança. Internet banking responde quase pela metade das operações realizadas no Brasil. Canais tradicionais, como agências, ATMs e correspondentes, têm tido constante crescimento no Brasil. Temos 23 mil agências e 370 mil correspondentes. O desafio maior é integrar a população na economia monetária. Microcrédito e microfinanças ganharam maior relevância. A taxa de bancarização no Brasil de 56% da população economicamente ativa é ainda baixa quando comparada à taxa dos Estados Unidos de 96%, o que indica grande potencial para os bancos brasileiros no

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VI Congresso Latino-Americano de Inclusão Financeira

Data: 18 e 19 de agosto de 2.014.

Local: São Paulo, Brasil – Hotel Intercontinental. Realização: FELABAN e FEBRABAN.

Patrocínio Diamante: CIP e TOTUS.Patrocínio Prata: CAF- Banco de Desarrollo de América Latina.

Apoio: ABBC/ACREFI/ANEPS/CNseg/OCB.

Presentes: Lista anexa.

Programa: anexo.

1) Abertura:

Murilo Portugal, Presidente da FEBRABAN, Brasil.

Sr. Murilo saudou a presença de todos, destacando ser muito construtiva a rodada de discussões sobre as melhores práticas da inclusão financeira e que os números de inclusão financeira no Brasil e na América Latina contam uma estória de sucesso de políticas sociais, sendo que todos os países registraram avanços. Entretanto, apontou o importante caminho ainda a trilhar para se chegar a países com alta taxa de bancarização.

Ao se referir aos números do sistema bancário brasileiro, indicou que o crédito no Brasil nos últimos 10 anos vem crescendo mais rápido que o PIB, embora com crescimento menor nos anos recentes. Crédito concedido com prudência é importante instrumento para melhorar a vida das pessoas. O sistema bancário brasileiro tem indicadores excelentes de capitalização e segurança. Internet banking responde quase pela metade das operações realizadas no Brasil. Canais tradicionais, como agências, ATMs e correspondentes, têm tido constante crescimento no Brasil. Temos 23 mil agências e 370 mil correspondentes.

O desafio maior é integrar a população na economia monetária. Microcrédito e microfinanças ganharam maior relevância.

A taxa de bancarização no Brasil de 56% da população economicamente ativa é ainda baixa quando comparada à taxa dos Estados Unidos de 96%, o que indica grande potencial para os bancos brasileiros no desenvolvimento de produtos voltados para essa população que não ingressou no sistema bancário. Acréscimo na bancarização passa por (i) fortalecimento dos canais de acesso; (ii) produtos adequados para a população de baixa renda; e (iii) educação financeira para contribuir no uso responsável do crédito.

Serviços bancários hoje no Brasil é quase uma expressão de cidadania, foram realizadas 56 bilhões de transações bancárias em 2013. População bancarizada vem crescendo 8% ao ano nos últimos 10 anos. 6 a cada 10 brasileiros têm conta corrente.

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Por fim, destacou o portal da FEBRABAN de educação financeira que vem ajudando a facilitar a vida financeira da população. Pesquisas mostraram que os usuários tiverem um decréscimo na inadimplência desde que começaram a usar o portal.

Giorgio Trettenero, Secretário Geral da FELABAN, Colômbia.

Sr. Giorgio agradeceu a presença de todos em nome da FELABAN. Destacou que a inclusão financeira é importante agenda de trabalho na política pública, tendo a política de inclusão financeira caráter mundial.

Inclusão financeira é objetivo estratégico para os países da América Latina, pois fortalece o crescimento econômico dos países. Destacou a necessidade de incluir inclusão financeira nos currículos escolares.

Apontou a importância da tecnologia para a inclusão financeira, comentando que o Brasil fez excelente trabalho na tecnologia financeira. Crianças no futuro não irão fisicamente para as agências, tudo será feito digitalmente. É necessário ter cautela no processo de bancarização por meio de celular sem bancos.

Críticas ao processo de inclusão financeira passa por excessiva intervenção dos governos, já que tem o potencial de gerar distorções, citando, por exemplo, limites para taxas de juros.

Segundo o Banco Mundial, o pior inimigo da inclusão financeira é a pobreza. Os Estados Unidos podem ter taxa de bancarização de 96%, mas não possuem o mesmo grau de pobreza dos demais países desbancarizados.

Setor bancário precisa ter cuidados com os perfis das pessoas com dívidas, daí a importância do bureau de crédito. Pessoas endividadas precisam de educação financeira. O setor financeiro também tem interesse que os créditos sejam pagos de forma confortável pela população.

Beltrán Macchi, Presidente do Comitê Latino-Americano de Inclusão Financeira (CLIF) e Diretor do Vision Banco, Paraguai.

Sr. Beltran destacou que o amplo acesso aos serviços financeiros contribuiu para o desenvolvimento, inclusive das pessoas de baixa renda.

O programa do VI Congresso Latino Americano de Inclusão Financeira oferece discussões sobre microcrédito, novos canais (como correspondentes e meios de pagamento), big data, facilitadores da inclusão financeira, novos conceitos de marketing, cooperativa de crédito, legislação, terminando, assim, sobre os temas das palestras que dali se iniciaram.

2) Visão do Banco Central do Brasil sobre Inclusão Financeira: Elvira Cruvinel Ferreira do Departamento de Educação Financeira do BACEN (Banco Central do Brasil), Brasil.

A Sra. Elvira iniciou pedindo desculpas pela ausência do Sr. Luiz Edson Feltrin (Diretor de Relacionamento Institucional). Para o BACEN, é um prazer falar sobre inclusão financeira, que tem trabalhado para que esse processo seja no Brasil de qualidade.

Comentou sobre a Parceria Nacional de Inclusão Financeira e que a missão do BACEN nesse projeto é assegurar um sistema financeiro sólido, eficiente e inclusivo.

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A adequada inclusão financeira passa por um ciclo virtuoso que o BACEN trabalha para que aconteça. Do lado da demanda, o fato de a população ter acesso ao sistema financeiro, melhora a qualidade de vida das famílias e da economia. Do lado da oferta, o desenvolvido da indústria financeira traduz na importância do sistema financeiro inclusivo. Desta forma, o sistema financeiro está cumprindo seu papel na intermediação.

Mostrando uma foto de um aeroporto brasileiro cheio, destacou que a renda aumentou, a distribuição da renda também aumentou, assim como o consumo.

Sob a mobilidade social, destacou o aumento expressivo de 30/40 milhões de pessoas que deixaram a classe E/D e passagem para a classe C, que traduziu na nova classe média. Trata de novo perfil de consumidor do serviço financeiro, trazendo responsabilidade para quem vende e para quem regula produtos financeiros para essa nova classe.

A relação crédito/PIB mais do que dobrou desde 2001. Atualmente a relação é 56%. Aumento bem expressivo, já que há 10 anos ninguém tinha acesso a crédito e hoje ele está acessível a todos.

Sobre o histórico do Banco Central no tema inclusão financeira, desde a década de 90 vem aprimorando o marco regulatório, com os temas correspondentes, cooperativas de crédito, microcrédito e sociedades de crédito ao microempreendedor (SCM). No que tange aos correspondentes, o marco regulatório foi fortalecido no ano de 2000, e em 2002 todos os municípios brasileiros passaram a contar com presença financeira. 82% dos municípios tinham menos de 5 pontos por 10.000 adultos em 2000 e, em 2010, 94% estavam acima desse nível. Para as cooperativas de crédito, regulamentação que permitiu fusões e aquisições e hoje elas estão mais robustas.

Ainda no histórico de atuação do BACEN, houve ampliação da inserção na agenda internacional. Entre 2002 e 2008, foram realizados 9 seminários nacionais e 2 internacionais. Entre 2009 e 2014, 6 fóruns nacionais. Em 2010, foi publicado o primeiro relatório de inclusão financeira e, em 2011, o 2º relatório.

Há nova pauta a partir de 2015. O desafio internacional é atribuir qualidade à inclusão financeira. No Brasil, a década de 2000 a 2010 foi de aumento da inclusão financeira e agora o desafio é qualidade.

Em 2011, houve o lançamento do Plano Nacional de Inclusão Financeira (PNIF). É uma rede de atores com agenda comum de políticas e programas destinados à adequada inclusão financeira da população e a meta é promover a adequada inclusão financeira no Brasil.

Em 2012, foi lançado Plano de Ação para Fortalecimento do Ambiente Institucional, com 8 ações (2012 a 2014), envolvendo atores do governo, fomentadores e IBGE, e alinhados aos princípios do G-20 de Cooperação e Liderança, assim descritas:

Ação 1. Microcrédito e microfinanças;Ação 2. Diversificação e melhoria dos serviços financeiros;Ação 3. Mobile payment;Ação 4. Canais de acesso;Ação 5. Educação Financeira;Ação 6. Direitos do consumidor;Ação 7. Metodologia de inclusão financeira;Ação 8. Pesquisas.

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Concluiu que os fatores chaves da inclusão financeira no Brasil foram haver: (i) uma instituição líder (o BACEN); (ii) alto nível de comprometimento político (Presidente do Banco Central e autoridades máximas da instituição); (iii) equipe técnica especializada e motivada; e (iv) plano de ação pragmático: detalhado, concreto, objetivo, atualizado com metas de possíveis de curto e médio prazo.

3) Microcrédito:

Moderador: Bétran Macchi, Presidente do Comitê Latino-Americano de Inclusão Financeira (CLIF) e Diretor do Vision Banco, Paraguai.

Jeronimo Rafael Ramos, Superintendente de Microcrédito do Banco Santander, Brasil.

O Sr. Jeronimo apresentou a atuação do Banco Santander no Microcrédito Orientado e Produtivo, que tem o efeito de gerar renda e empregos. O Microcrédito não é concedido para consumo. Destacou a Resolução do Conselho Monetário Nacional nº 4000 de 25/08/2011, que altera e consolida as normas que dispõem sobre a realização de operações de microcrédito destinadas à população de baixa renda e microempreendedores.

O valor do empréstimo varia de R$500 a R$15mil com público alvo que se caracteriza pela baixa renda. Direcionada a empreendedores que normalmente não tem acesso às formas convencionais de crédito.

Sobre a forma de servir esse público, a população de baixa renda quer se sentir respeitada. O agente de crédito leva o Banco até os pequenos empreendedores.

Sobre os números da operação, 80% do microcrédito é destinado a mulheres, R$2,5 bilhões de desembolso acumulado, e 300 mil clientes atendidos desde 2002. Quanto à estrutura de funding, a regulamentação determina aplicação de, no mínimo, 2% do compulsório no microcrédito.

Os 4 pilares sólidos são orientação financeira, política de crédito, agente de crédito e metodologia de proximidade. Sobre a proximidade, destacou que o agente de crédito é o que traz a informação como o Banco pode trazer melhorias ao microcrédito. É a forma de levar o Banco até o empreendedor.

Concluiu que, ao promover o microcrédito, promove-se o primeiro passo para a inclusão financeira, pois requer abertura de conta corrente.

Eduardo Carlos Ferreira, Responsável pela Agenda de Negócios Inclusivos do Itaú-Unibanco, Brasil.

Sr. Eduardo fez apresentação sobre o Itaú Microcrédito, comentando que o Itaú escolheu alguns setores para atuar, buscando o empreendedorismo de maior impacto. O microcrédito, produtivo e orientado, como um modelo de negócio.

Como o Brasil é um país muito grande, com diferenças significativas de Regiões e entre o rural e o urbano, o Itaú-Unibanco optou por trabalhar com os informais urbanos na Região Sul e Sudeste, sendo que nas demais Regiões trabalha via parcerias com ONGs.

Observou que hoje os microempreendedores se formalizaram, ou seja, têm CNPJs, mas continuam com as mesmas necessidades quando informais (segmento denominado de “semi-formalizado”).

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O modelo do microcrédito do Itaú-Unibanco é o qual o Banco vai até o cliente. O microcrédito é a porta de entrada para esse cliente. Usam ferramentas como o tablete e celular como uma forma de apresentar conceitos. Usam também vídeos para forma de comunicação com esses microempreendedores que ajudam a reduzir o custo da transação (desafio).

Também apresentou como desafio a assimetria da informação. Como conhecer melhor esse cliente? Combinar o trabalho de campo (agente de crédito) para formar banco de dados, juntamente com modelos estatísticos (score).

Destacou a importância da educação financeira, comentando sobre o caderno do empreendedor que é disponibilizado, e contém uma contabilidade mínima como forma de organização da atividade.

O agende de crédito do Itaú-Unibanco que vai até o microempreendedor acaba sendo o consultor para assuntos financeiros e pessoais.

“Agente não quer só dinheiro, a gente quer microcrédito”. Com esse mote, o maior desafio é a questão da orientação e colocação do produto adequado para esse cliente.

Por fim, comentou o programa Itaú Mulher Empreendedora, já que 60/70% do microempreendedor é a mulher, mas ainda não tem condições plenas de atuação. 1 a cada 3 empresas pequenas são lideradas por mulheres. O objeto é migrar mulheres de micro para pequenas empresas a partir do crédito.

Ivandré Montiel da Silva, Gerente Executivo da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil, Brasil.

O Sr. Ivandré apresentou o PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar, que foi criado em 1995 pelo Governo Federal com o objetivo de atender, de forma diferenciada, os mini e pequenos agricultores, de forma a possibilitar a elevação da sua capacidade produtiva, gerar emprego e renda e, consequentemente, contribuir para a redução das desigualdades sociais.

O PRONAF é tanto para o custeio (financiamento das despesas normais de custeio) como para o investimento (financiamento de infraestrutura de produção). Encargos entre 0,5% a.a. até 3,5% a.a. e prazo de 15 anos com até 5 anos de carência. Sobre a evolução do saldo em carteira nos últimos anos, houve aumento de 962%, saindo R$3 bilhões em 2004 para chegar a R$31,9 bilhões em 2014.

O ambiente das agências, com o uso de processos automatizados, permite a consulta eletrônica da Declaração de Aptidão do Pronaf junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário; análise da capacidade de pagamento do agricultor familiar; análise dos projetos de custeio; contratação e condução das operações (contratos simplificados e padronizados); vinculação ao Proagro Mais; e vinculação e concessão do PGPAF – Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar.

O ambiente dos correspondentes, com o uso de processos automatizados, permite a inclusão e a atualização de cadastro, abertura de conta corrente governamental e acolhimento e contratação de operações de Pronaf Custeio, de forma online, nas bases dos sistemas corporativos.

Finalizou, comentando sobre o prêmio que o projeto BB-Pronaf na Web ganhou no XIII Prêmio E-finance 2014 na categoria Internet Banking.

4) Modelo de Correspondentes Transacionais:

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Carlos Eduardo Arlotta de Ocariz, Gerente Executivo do Programa Parceira Banco Postal – Banco do Brasil, Brasil.

Sr. Carlos iniciou apresentando o Banco do Brasil, com os seguintes dados estruturais de julho de 2014: (i) base de clientes de 61,6 milhões; (ii) 38,7 milhões de contas correntes; (iii) 5.490 agências; (iv) 18.992 pontos de atendimento; e (v) 111.547 funcionários.

Destacou, como resultado em produtividade, o lucro líquido 1S14 de R$5,5 bilhões, eficiência 2T14 de 41,9% e Índice de Basiléia 2T14 de 14,2%.

É o maior banco, em ativos totais, da América Latina, sendo líder em crédito, depósitos, agronegócio e administração de recursos e atuante em 24 países. Há uma diversificação dos negócios, que engloba seguridade, administração de recursos de terceiros, cartões de crédito e mercado de capitais.

O Banco do Brasil foca na manutenção do crescimento da carteira de crédito com estabilidade na qualidade dos ativos, apontando alguns números: R$ 31,8 bilhões em PRONAF; R$ 27,5 bilhões em FIES com mais de 700 mil futuros profissionais; e R$ 3,1 bilhões em desembolsos no MPO com 1,4 milhões beneficiários.

As soluções financeiras do Banco do Brasil, com as unidades do Banco Postal (parceira com os Correios), estão presentes em 99,2% dos municípios brasileiros, sendo que 3.393 municípios contam com agências do Banco do Brasil.

A parceria do Banco do Brasil com os Correios (sob a marca Banco Postal no serviço de correspondente no País) é estratégica, pois permite capilaridade, rede única, expansão do acesso, soluções transacionais, soluções financeiras, ampliação da atuação do varejo e eficiência operacional.

Virgílio Brilhante Sirimarco, Coordenador do Banco Postal, Brasil.

Sr. Virgílio iniciou apresentando os números dos Correios com 120 mil funcionários (sendo 61 mil carteiros); 15,9 mil pontos de atendimento que contam com 26 mil atendentes; 1,5 milhões de quilômetros rodados por dia; e 35 milhões de objetos entregues por dia.

É maior rede logística do País, sendo que sua cobertura é de forma aérea, terrestre e fluvial e integra todos os 5.570 municípios brasileiros em ótimo tempo.

É também a maior rede de varejo, com 11.927 agências (sendo 6.458 próprias e 5.469 terceirizadas), 1 loja virtual (Correios on line), 3.763 pontos de venda de produtos, 18.427 caixas de coleta e 50.137 pontos totalizam a rede.

O Banco Postal é a marca dos Correios que designa sua atuação como correspondente no País na prestação de serviços bancários básicos em todo o território nacional. O objetivo é levar serviços financeiros à população sem atendimento bancário e proporcionar a inclusão financeira. Os serviços oferecidos são abertura de conta, saque, deposito, saldos e extratos de contas, empréstimos, cartões de crédito, pagamento de contas, taxas e convênios, e pagamento de benefícios sociais.

Os benefícios do Banco Postal, para os municípios, são desenvolvimento da economia local, aumento da arrecadação, fomento a novos empreendedores e geração de empregos. Já para a população, atendimento no próprio município, difusão do hábito de poupança e oferta de crédito em instituição regulamentada. Os benefícios para o País são apoiar as políticas públicas de cunho social, promover a inclusão financeira e social, fortalecer o comércio local, difundir o microcrédito,

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estimular micro-empreendimentos e a criação de empregos, alavancar o desenvolvimento de regiões e pequenas localidades.

Sobre a evolução do Banco Postal, destacou que a primeira agência dos Correios que prestou os serviços de correspondentes foi na cidade de São Francisco de Paula, Estado de Minas Gerais, em março de 2002. E, em maio de 2014, já são 6.158 agências que prestam esse serviço. Nos últimos 12 anos, foram 14 milhões de pessoas bancarizadas.

Em termos de quantidade de transações mensais, são atualmente 13,5 milhões, sendo que, em 2012, eram 7 milhões, o que representou um aumento de 92% nos últimos 2 anos.

Finalizou comentando sobre o sistema do Banco Postal, como um aplicativo que integra serviços postais e bancários em uma mesma plataforma. Gerencia a execução dos serviços financeiros com retorno imediato e seguro de confirmação ou não da transação solicitada pelo cliente.

5) Modelo de Correspondentes de Crédito:

Moderador: Leandro Vilain, Diretor de Políticas de Negócios e Operações da FEBRABAN, Brasil.

Crédito Direto ao Consumidor : Hilgo Gonçalves, CEO Losango, Brasil.

O Sr. Hilgo iniciou apresentando a Losango institucionalmente, como uma empresa com 43 anos no mercado e sede no Rio de Janeiro. Desde 2003, a Losango é do grupo HSBC. É uma empresa especializada em soluções integradas para o varejo, oferecendo os produtos de crédito direto ao consumidor – CDC, cartões, empréstimo pessoal e seguros prestamistas. Segundo dados do BACEN de julho de 2014, a Losango possui 18% de market share no CDC.

Ainda, do ponto de vista institucional, comentou que a Losango está presente em mais de 2 mil municípios, com mais de 20 mil lojas parceiras. A base de dados conta com 38 milhões de CPFs com comportamento de crédito, mais de 2 milhões de cartões de crédito, 13 milhões de propostas/ano e decisão de crédito em até 10 segundos.

Entre os vários prêmios já recebido, destacou o prêmio “Os mais Importantes do Varejo Grupo Padrão / Accenture - Capacitação do pequeno e médio varejo – 2012 e 2014”.

A missão da Losango é “oferecer soluções financeiras integradas para o varejo que agreguem valor para toda a sociedade – colaboradores, consumidores, varejistas e acionistas, proporcionando crescimento com qualidade e resultados sustentáveis.” Apoiada em 4 pilares: (i) crédito sustentável - crédito adequado ao perfil do cliente; (ii) transparência e integridade - atuar em conformidade com leis e regulações de mercado; (iii) consumidor consciente - orientação ao cliente garantindo segurança e satisfação; e (iv) respeito ao consumidor - canais disponíveis para ouvir e solucionar.

Entre os compromissos da Losango estão (i) crédito sustentável, tornando o crédito um aliado nas conquistas e realização dos sonhos do consumidor, contribuindo para a construção de um varejo ainda mais sustentável; (ii) orientação financeira, levando informações para que o consumidor decida sua compra de forma consciente, evitando assim o superendividamento; e (iii) consumo consciente, disseminando a cultura dentro e fora da empresa.

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Finalizou, afirmando que resultado sustentável deriva de um ciclo virtuoso de empresários conscientes, colaborados conscientes e consumidores conscientes, processo esse que requer informação, compra consciente, boa experiência, fidelidade e fortalecimento da marca.

Crédito para Aquisição de Veículos : Ilídio Gonçalves dos Santos, Presidente da FENAUTO (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, Brasil.

Sr. Ilídio iniciou apresentando a Fenauto - Federação Nacional dos Revendedores de Veículos Automotores, cuja missão é promover o desenvolvimento do mercado de veículos usados no Brasil, por meio do aparelhamento estratégico, estrutural e comportamental de seus dealers.

O panorama é: 48.000 lojas revendedoras de multimarcas; 67 Auto-shoppings (usados); 1 Cidade do Automóvel (Brasília-DF) e 24 Associações.

O modelo de correspondente crédito é adotado por todas as 48.000 lojas revendedoras.

Apontou para um necessário alinhamento entre a FEBRABAN e a FENAUTO e seus associados (hoje contratados como correspondente no País das instituições financeiras), visando um melhor atendimento ao consumidor. Ademais, que há complementaridade entre as Federações, pois mais do que sinergia, é complementariedade de objetivos.

Finalizou indicando que a FENAUTO espera reconhecimento, interlocução, diálogo e parceria.

Crédito Consignado : Renato Oliva, Conselheiro da ABBC (Associação Brasileira de Bancos) e Presidente do Banco Cacique, Brasil.

O Sr. Renato iniciou destacando que o empréstimo consignado é o melhor produto financeiro do País e que seu desenvolvimento só foi possível por conta de existência de uma ampla rede de correspondentes em todos os municípios brasileiros. Apresentou a evolução do produto desde a sua criação em 1990 até os dias de hoje, dividindo-a em 5 fases:

- Fase 0 de 1990 a 2004, que a chamou de “nascimento” – marcada pelo início do desconto em folha para servidores do servidor público e pela Lei 10.820/2003;- 1ª fase de 2005 a 2007, que a chamou de “crescimento expressivo” (aumento de 59%) – marcada pela ampliação da oferta para INSS e privado;- 2ª fase de 2008 a 2009, que a chamou de “desenvolvimento” (aumento de 25%) – marcada pela forte expansão nos bancos públicos;- 3ª fase de 2010 a 2011, que a chamou de “concorrência” (aumento de 22%) – marcada pelos bancos privados maiores entrando no mercado;- 4ª fase de 2012 a 2013, que a chamou de “concentração” (aumento de 18%) – marcada pela saída de alguns players em maior atenção dos grandes bancos; e- 5ª fase de 2014, que a chamou de “maturidade” (aumento previsto de 15%) – marcada pela estabilização do mercado, portabilidade eletrônica, regulamentação dos correspondentes e endividamento familiar.

É a maior carteira de crédito na pessoa física: em 2014 representa 31% do mercado, contra 13% do crédito pessoal, 25% do crédito automotivo, 5% do cartão de crédito e 24% de outros tipos de crédito.

As taxas de juros hoje praticadas são de, ao ano, 171,5% no cheque especial; 77,8% na aquisição de bens; 45,5% de crédito pessoal; 25,6% no consignado; e 23% no

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crédito automotivo. Portanto, exemplos de substituição do consignado estão na quitação de dívidas mais onerosas, substituição do uso do cartão de crédito, e crescente aplicação na aquisição de bens.

A taxa média dos juros do consignado caiu de forma significativa, mantendo-se no patamar de 27% ao ano desde 2010, a despeito da subida da taxa SELIC nos últimos anos.

Bancos médios dominam a originação por meio dos correspondentes, enquanto os grandes bancos buscam alavancar a sua rede de distribuição, sendo a dinâmica competitiva nos principais segmentos do mercado de consignado (público, privado e INSS) bastante distinta, com modelos de atuação específicos.

Há grande oportunidade na revisão do modelo de gestão de canais terceirizados, ganhando controle e eficiência sobre a distribuição e relacionamento com clientes. Os principais desafios para o uso do canal terceirizados em crédito consignado são:

1) Fragmentação: a qualificação do canal é o objetivo para torná-lo mais produtivo; 2) Heterogeneidade: obriga a uma atuação diferenciada e modelos de atendimento mais complexos;3) Ausência de fidelidade: a dificuldade de conseguir o estabelecimento de parceria duradouras leva a uma competição predatória.4) Custo elevado: num cenário de redução de spreads, as comissões elevadas criam pressões adicionais para viabilizar esse canal.5) Menor visibilidade do cliente: os clientes possuem menos ligação com o banco, dificultando ações específicas de retenção e venda cruzada.

Nesse contexto, é crítico desenvolver uma proposta de valor e um modelo de relacionamento específico para cada segmento de correspondentes, extraindo o maior valor possível para o banco, passando por: (i) remuneração – novo modelo de remuneração orientado ao crescimento de carteira segmentado por valor atual; (ii) modelo operacional – funções que são assumidas pelos correspondentes e respectivas ferramentas de apoio, e funções que são assumidas pelo banco; (iii) nível de serviço – nível de serviço diferenciado para todos os segmentos estratégicos dos correspondentes; e (iv) ações comerciais – principais ações comerciais a desenvolver sobre os diferentes segmentos de correspondentes de acordo com o seu valor potencial.

O regulador tem importante papel na evolução do mercado, destacando a Resolução 4.292/13, sobre portabilidade de operações de crédito com pessoas naturais, e Resolução 4.294/13, sobre a contratação de correspondentes no País, em especial seu Artigo 11º (pagamento da remuneração).

Finalizou apontando as 4 principais tendências para o mercado consignado:

1 – Crescimento mais lento do mercado;2 – Acirramento da competição, com crescente avanço dos grandes bancos;3 – Aumento no controle e eficiência na distribuição por meio de canais terceirizados; e4 – Crescente demanda por crédito com destinação.

6) Meios de Pagamento na Inclusão Financeira:

Moderador: Ilnort Rueda Saldivar, Sócio da A.T. Kearney, Brasil.

O futuro dos Meios de Pagamento : Ilnort Rueda Saldivar, Sócio da A.T. Kearney, Brasil.

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O Sr. Ilnort iniciou comentado que o Brasil possui uma matriz de meios de pagamento madura e bem diversificada. Atual matriz de pagamento envolve os seguintes instrumentos: numerário (cédulas e moedas) com os atores chave do Banco Central e os bancos; cheque com os atores chave os bancos; cartões (crédito, débito, cartões de lojas, pré-pagos) com os atores chave os emissores e as credenciadoras; transferências (interbancária, DOC, TED, boletos, débito automático) com os atores chave os bancos; e emergentes (e-wallet e moedas virtuais) com os atores chave os emissores.

A competitividade do mercado, novas tecnologias e mudanças na regulamentação mantêm essa matriz em uma constante dinâmica.

As vantagens do dinheiro mascaram seus pontos negativos e o consolidam como o principal meio de pagamento no Brasil. Sob a perspectiva do usuário, o numerário é amplamente aceito, simples, confiável, sem custo ao usuário final, anônimo e prático. O Brasil tem 43% das suas transações em dinheiro, enquanto o Reino Unido 11% e os Estados Unidos 20%. Outros países adotam diferentes iniciativas para inibir o uso de numerário, como a não aceitação de dinheiro na Suécia e a obrigatoriedade de pagamento eletrônico de salário nos Estados Unidos.

No que tange ao cheque, o Brasil ainda tem um baixo valor médio considerando que é o terceiro maior mercado em termos de volume.

Quanto ao uso de cartões de crédito, o principal impulso no crescimento crescente do faturamento no cartão no crédito vem do aumento da frequência de uso. Os destaques são o incremento modesto de cartões, mas forte crescimento no valor faturado e gasto por portador acompanho aumento da frequência de uso.

Ao mesmo tempo, o cartão de débito cresce na mesma velocidade capturando pagamentos frequentes de menor valor. Os destaques são aumento de cartões e portadores, e pagamentos mais recorrentes e de menor valor foram direcionados para o cartão de débito.

No uso de cartões de uma forma geral, existe aparentemente uma alta penetração de POS, mas o País ainda precisa evoluir muito na utilização de cartões.

Quanto aos serviços de pagamento alternativos no mundo, os players emergentes não bancários desafiam os modelos tradicionais, focando na necessidade dos usuários. Exemplos: e-wallet (Paypal, Amazon); m-prepaid (Google wallet); cartões não bancários (iTunes) e moeda digital (bitcom).

Os principais desafios para o futuro giram em torno de uma diminuição substancial no uso de numerário, focando em (i) maior utilização dos meios existentes; (ii) modelo rentável de inclusão financeira; (iii) adoção de soluções para pagamento de baixo valor; e (iv) nova alocação de papeis no setor.

Os meios de pagamento estão hoje no centro de uma importante transformação dos serviços financeiros no País.

Finalizou, comentando que, em alguns países emergentes, começam a se configurar modelos de negócios viáveis para inclusão financeira, sendo que o desenho da oferta parte de necessidades confirmadas do cliente e considera interdependências entre serviços e também sendo igualmente importante a velocidade e sequência que os serviços são lançados.

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Meios de Pagamento : Raul Francisco Moreira, Vice-Presidente da ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços) e Diretor de Cartões do Banco do Brasil, Brasil.

Sr. Raul iniciou comentando sobre a estrutura de mercados dos cartões no Brasil, dividido em: (i) emissores (bancos); (ii) bandeiras (Visa, Mastercard); e (iii) credenciadoras (Cielo, Rede, Elavon). Estes criam os sistemas de pagamento voltados para a segurança e formalização das relações comerciais entre consumidores e estabelecimentos comerciais.

Os benefícios pelo uso dos cartões criam uma visão ampla para a sociedade com a formalização da economia, segurança de quem vende e de quem compra, menor custo transacional, acesso facilitado e consciente do crédito, e inclusão financeira.

Com relação ao valor transacionado projetado para 2014 é de R$1 trilhão, representando um aumento de 16 a 17% ao ano anterior.

As inovações, o consumo e a entrada de novos usuários continuarão a ser os grandes alicerces do crescimento no mercado de cartões. Os principais desafios do mercado de cartões são novas tecnologias e tendências, substituição de meios de pagamento (principalmente do papel moeda) e classes emergentes.

Ainda falando em desafios, destacou o aumento do volume financeiro de saque em terminais ATMs, havendo, por outro lado, uma diminuição nas operações de saque em conta corrente.

A regulamentação de meios de pagamento promove um ciclo virtuoso entre o instituidor do arranjo de pagamentos, contas de pagamento, instituição de pagamentos (emissora) e instituição de pagamento (credenciadoras).

Finalizou, concluindo o conceito de conta de pagamento pode se tornar uma das grandes alternativas para a ampliação do processo de inclusão financeira.

Papel do Meio Eletrônico de Pagamento como Inclusão Financeira : José Coronel, Diretor Executivo de Produtos pré-pagos para a América-Latina e Caribe da Visa-Estados Unidos.

O Sr. José Coronel iniciou apresentando a seguinte definição de inclusão financeira: “é o estágio no qual todas as pessoas economicamente ativas possuem acesso a serviços financeiros básicos de qualidade a preço razoáveis, de uma maneira digna e conveniente.”

Há um grande desafio mundial de bancarização, já que metade da população do mundo não está bancarizada. Alguns números de desbancarização mundial (porcentagem de adultos sem conta corrente e sem relacionamento com entidades financeiras formais): América Latina e Caribe (61%), Estados Unidos (12%) e Europa e Ásia Central (51%).

A vida sem acesso a serviços financeiros contribui com a perpetuação da pobreza. O uso de dinheiro em espécie é caro, inseguro e inconveniente. O não bancarizado caracteriza-se por: recursos limitados e imprevisíveis; ausência de ferramentas financeiras apropriadas; pagarem mais (juros mais altos, comissões, custos adicionais) e uso intensivo de dinheiro em espécie, que é um meio de pagamento inseguro e inconveniente.

Uma das razões porque é muito caro oferecer serviços financeiros formais é porque a maioria das famílias mais pobres conduz a maioria de suas transações financeiras

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em dinheiro. A maneira mais eficaz para expandir significativamente o acesso aos serviços financeiros formais é por meio de meios digitais.

Inclusão financeira é prioridade global, envolvendo compromisso de governos, empresas privadas, órgãos multilaterais e instituições financeiras. Alguns exemplos mundiais: México, com o uso dos correspondentes bancários, Brasil com novas regulamentações, Gana com o compromisso de bancarizar 70% da população até 2017 e Bangladesh com novas regulamentações para promoção do mobile banking.

Sobre como a Visa apoia a inclusão financeira, dando, por meio dos seus produtos e serviços, acesso a mais pessoas em mais lugares (cartão de crédito, débito, pré-pago e pagamentos por celular). Destacou também as parcerias realizadas pela Visa no mundo todo com programas de inclusão financeira, citando como exemplos, na América Latina o Visa Giro, que possui 19 programas; Filipinas, 500 mil pessoas de baixa-renda possuem financiamento imobiliário por meio da Visa e Pag-IBIG, e na China onde um ônibus será a sala de aula para a disseminação da educação financeira por meio de mobilefinance, que rodará todo o país.

Sobre os produtos e serviços, citou os cartões pré-pagos que distribuem subsídios do governo, benefícios humanitários, pagamento de salários e uso geral recarregável. Exemplos: Programa Solidaridad na República Dominicana, e Programa Saldazo no México.

Comentou também sobre os pagamentos pessoais P2P e explicando como os clientes não bancarizados utilizam pagamentos pessoais: (i) pagamento para uma conta cartão VISA em tempo real; (ii) enviar dinheiro por meio de um cartão pré-pago VISA; (iii) enviar dinheiro para uma conta cartão VISA utilizando a solução Original Credit Transaction (OCT). Exemplos de programa estão no México e Índia.

Concluiu, comentando sobre os programas de inclusão financeira, tendo como objetivos, (i) atingir 20 milhões de pessoas globalmente até maio de 2013, sendo que a Visa ultrapassou esse objetivo em 2009 e atingiu 26 milhões de pessoas; (ii) a educação financeira gratuita, acessível e inovadora para indivíduos e comunidades; e (iii) facilitar a inclusão financeira da população não bancarizada. Como exemplo de programas de educação financeira, citou “Programa Finanças Práticas na América Latina” e “Curso sobre Administração Financeira nos EUA”.

Promovendo Inclusão Financeira e o Papel dos Meios Eletrônicos de Pagamento: Ed Brandt, Vice-Presidente Global para o Setor Público da Mastercard, Estados Unidos.

O Sr. Ed iniciou sua apresentação, comentando que a inclusão financeira é um dos principais objetivos da Mastercard. O dinheiro (numerário) é o inimigo dos pobres e o meio digital de pagamento está sendo disseminado a todos os lugares. Instituições públicas e privadas estão trabalhando conjuntamente para permitir a inclusão financeira.

Apresentou um vídeo, denominado “A world beyond cash”.

Mostrou o impacto da dependência do dinheiro para a classe baixa, destacando que modernizar os meios de pagamento impacta positivamente. Apontou os seguintes desafios: tesouraria, transporte/segurança, roubo e falta de controle e de gastos.

Redes de pagamento eletrônico podem facilmente capturar e gerenciar os segmentos carentes. A Mastercard possui soluções para os governos em mais de 50 países, tais como pagamento de benefícios sociais, folha de pagamento, subsídios e seguros.

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A Mastercard possui diversos programas no Brasil, tais como, distribuição de benefícios sociais por meio do cartão para pagamento do Bolsa Família, Minha Casa Melhor e INSS. Citou ainda a parceira da Mastercard com a Vivo chamada ZUUM.

Destacou, ainda, o uso de cartão de múltiplos serviços englobando título de eleitor, benefícios sociais e remessas P2P.

O que a Mastercard apreendeu foi que os fundamentos da inclusão financeira passam pelo pagamento eletrônico, condições de acesso e uso, parceria público-privada e educação do consumidor.

Concluiu que o acelerador da inclusão financeira é um sistema de pagamento aberto (interoperabilidade), observando que no Brasil é mandatório; ecossistemas inclusivos e fluxos financeiros consistentes.

7) Estratégias para Promover a Inclusão Financeira:

Moderador: Alberto Morisaki, Vice-Presidente do Comitê Latino Americano de Inclusão Financeira (CLIF) e Subgerente de Estudos Econômicos e Estatística da ASBANC – Associação de Bancos do Peru.

Estudos de Casos de Plano de Fidelização:

Jota Erre, Gerente Executivo da Diretoria de Clientes do Banco do Brasil, Brasil.

O Sr. Jota fez apresentação sobre estratégias que promovem a inclusão bancária - Programa de Coalização.

Perfil do público para bancarização no Brasil é parcelamento de compras, contato face a face, gosto pela fartura, consumo inclusivo, preferências por lojas na vizinhança, fidelidade a marcas, insegurança para transacionar na Internet, imediatismo nas decisões de compra e cultura do pré-pago (celular).

As oportunidades estão nos 40% da população adulta que não possui conta corrente, ou seja, 55 milhões de brasileiros. Os principais motivos alegados para não se ter conta são: ter pouco dinheiro, não precisa, tarifas e taxas altas, recebe salário em dinheiro e não sobra, não entende a linguagem, já teve problemas e produtos/serviços incompatíveis.

A comparação entre fidelização e coalização são:

(i) programas de fidelização: proprietário; clientes de maior renda; acúmulo: única empresa, cartões de crédito; resgate: concentração em milhas aéreas; inteligência gerada: base no comportamento de compra (visão de única empresa); baixa diferenciação.

(ii) programas de coalizão: terceirizado; clientes de diferentes perfis; acúmulo: diversidade empresas; diversos produtos; resgate diversificado; inteligência gerada na base no comportamento de compra e de troca (visão de mercado), e maior diferenciação.

Apresentou um projeto piloto de programa de coalização, cujo objetivo foi identificar o público frequentador do correspondente, realizado na cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará. As funcionalidades foram distribuição de pontos dotz e realização de cadastro no Programa. As restrições impostas foram aos CPFs dos atendentes que não podiam ganhar dotz por cadastro.

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Os resultados em 30 dias de piloto foram crescimento no fluxo dos correspondentes em 46,7%, 1,3 mil clientes/usuários beneficiados, com redução de 22% do fluxo nas agências do Banco do Brasil e 210 novas contas correntes abertas.

Suas considerações finais foram:

Consumidores de menor renda sentem-se distantes dos Bancos; Correspondentes geram proximidade e engajamento com os consumidores

de menor renda; No Brasil, é grande o mercado potencial para inclusão bancária; Consumidores de menor renda são sensíveis aos programas de benefícios; Programas de Coalizão criam oportunidades de inclusão em geram benefícios

para consumidores de menor renda; O uso de estratégia de Programa de Coalizão requer simplicidade para

adesão, acúmulo e resgate; e Clientes engajados ampliam consumo de produtos e geram maior margem de

resultados.

Ariane Di Iorio, Senior Investment Officer do IFC (Financial Institutions Group), Brasil.

Sra. Ariane iniciou apresentando os objetivos do IFC que é (i) promover mercados abertos e competitivos nos países em desenvolvimento; (ii) ajudar a gerar empregos produtivos e entregar serviços essenciais para os não servidos; (iii) dar suporte a empresas e outros setores privados onde há falta; (iv) catalisar e mobilizar outras fontes de finanças para o desenvolvimento do setor privado. Explicou que o IFC faz parte do grupo do Banco Mundial (citando ainda o IBRD/IDA/MIGA/ICSID), identificado como soluções para o desenvolvimento do setor privado.

As 3 frentes de atuação do IFC (com o slogan: “soluções integradas, impacto aumentado”) são serviços de investimento (entre eles, o empréstimo); serviços de consultoria (entre eles, o acesso a financiamento); e empresa de asset management que é uma subsidiária integral do IFC.

Apresentou um estudo do mercado da mulher para os bancos, apontados os seguintes fatores e respectivas discrições:

Crescimento do mercado: provê fonte de diferenciação de mercado em mercados competitivos de pequenas e médias empresas; estabelece reputação como uma inovação; entrada e diferenciação em setores específicos onde há concentração, por exemplo, no varejo, celular e saúde; aumenta responsabilidade social corporativa.

Alta venda cruzada e lealdade: uma vez que um maior status bancário é alcançado, maior o índice de venda cruzada é observado; responde bem a modelos baseados em gerenciamento de relacionamentos; demonstrou taxas mais fortes de retenção em muitos clientes.

Alta propensão de poupança: consumidores mulheres têm mais alta propensão a economizar tanto como cliente corporativo como pessoal; depósito de clientes mulheres tipicamente crescem em uma taxa mais alta e ficam no banco por mais tempo.

Comportamento de risco positivo: clientes mulheres têm tolerância mais baixa para risco tanto como cliente corporativo como pessoal; negócios liderados por mulheres superam os liderados por homens, incluindo start-ups; planos de negócios mais forte podem criar taxas mais altas de aceitação e reduzir custos de processamento.

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Vínculo com o orçamento familiar: se administrar o negócio, maior probabilidade de administrar o orçamento familiar; até 85% das decisões familiares são decididas pelas mulheres mundialmente.

Listou as seguintes melhores práticas dos modelos de negócio:

1) Alinhamento organizacional: foco no mercado da mulher é incorporado em vários segmentos existentes, modelos de entrega, produtos e estruturas organizacional. Criação de um ambiente interno onde todos os empregados possam destravar seu potencial;

2) Vendas e marketing: gerentes treinados para entender as motivações e comportamento das mulheres;

3) Serviços Financeiros: prover e facilitar capacidade de construção e oportunidade de redes de relacionamento;

4) Administração do cliente: enfatizado por meio do modelo de administração do relacionamento com o banco e demonstrado por meio da linha do mercado da mulher;

5) Customização do produto: sem produto específico para mulher, mas tenta ver tudo através das lentes femininas;

6) Marca Distinta: percepção pelo mercado e seus empregados como um forte defensor para o avança e liderança feminina;

7) Comunicação focada: uso ativo do media social para promover troca de experiências entre as mulheres clientes.

Finalizou comentando sobre um empréstimo feito pelo IFC ao Banco Itaú-Unibanco com o objetivo de expandir o financiamento a pequenas e médias empresas de mulheres e desenvolver produtos e modelos de negócios para esse segmento. Apontou os seguintes benefícios para o banco: diferenciação de mercado; aumento da participação no mercado; aumento de conhecimento sobre seus clientes; aprender mais sobre o comportamento do mercado de mulheres; e ajustar produtos financeiros para atender necessidade de mulheres empreendedoras.

O Big Data em Microfinanças: Como os bancos de dados ajudam na tomada de decisões e uma melhor compreensão do comportamento dos clientes: Elias Sfeir, Presidente da Equifax e Vice-Presidente Sênior de Marketing Internacional e Analítico, Brasil.

Sr. Elias iniciou apresentando os números da Equifax no Brasil. A Equifax (NYSE:EFX) é uma empresa global de soluções de informação de $2.2 bilhões e é uma das integrantes das 500 maiores empresas da S&P, com um histórico de 114 anos. Mantém dados de mais de 600 milhões de consumidores, 81 milhões de empresas espalhadas pelo mundo e 220 milhões de arquivos de empregados. Indicou em mapa a presença mundial da Equifax como a 1ª ou a 2ª do mercado.

Explicou que o Big Data é uma área emergente, onde existem diferentes definições, porém o mercado está se apegando aos conceitos dos 3Vs: (i) volume: digitalização, mídia social, dados maquinados, dados de descarga; (ii) variedade: texto, voz, vídeo, imagem, baseado no local, padrões climáticos; e (iii) velocidade: com que os dados são produzidos e necessitam ser processados. O valor criado pelo Big Data é o aumento da produtividade e eficiência operacional, melhor segmentação de

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clientes e prospects, melhor desenvolvimento de produtos e respostas proativas e preditivas.

Ao comentar sobre como o Big Data está afetando nosso negócio, da perspectiva das tendências, digitação de tudo, criando na maior parte dados não estruturados ou complexos; custo muitas vezes reduzido com maior velocidade para identificar e fornecer percepções (insight); armazenamento barato; computação em clouds; novas ofertas de “fonte aberta” a custos baixos. Sobre potenciais implicações, maiores (e mais baratas) oportunidades para a inovação, Barreiras de entrada reduzidas/mais ingressantes, Aumento na oferta de substitutos, falta de talento de Big Data e analítico, alteração da base para a criação de vantagens competitivas e mudança na criação de valor.

Algumas reflexões sobre como veremos dados e tomada de decisões no futuro. Os próximos 100 anos serão parecidos com os últimos 100 anos? Seremos capazes de quebrar nossa dependência em dados estruturados e adaptar nosso modelo de negócios para nos manter atualizados com a paisagem de dados e informação em mudança? As leis e os regulamentos governamentais para privacidade de dados estão mantendo o passo com a evolução das novas tecnologias e nossos estilos de vida digitais?

Finalizou comentado sobre o escore das mídias sociais ajuda a classe média emergente a usar suas conexões sociais para construir uma sólida reputação creditícia e a acessar serviços financeiros locais. Um conceito de comunidade onde os membros podem utilizar suas reputações em redes sociais tais como Facebook, Linkedin, Twitter e Yahoo! para obter empréstimos de melhora de vida, os empregando na educação, na saúde, em melhorias no lar ou em pequenos negócios. A comunidade possui dezenas de milhares de membros em mais de 35 países e o crescimento da quantidade de membros continua a dobrar a cada 60-90 dias. Sendo utilizado por emprestadores com capital próprio e o dos seus investidores e sócios.

A omnicanalidade no banco e como ela está transformando as microfinanças: David Tuesta Cárdenas, Economista-Chefe do BBVA Research Financial

Inclusion, Espanha.

Sr. David iniciou definindo a omnicanalidade a qual implica na aproximação ao cliente financeira a todo momento e em todo lugar que o cliente prefira; a possibilidade de se realizar qualquer tipo de intermediação sem se importar com o canal; significa multiplicar o valor tanto dos canais tradicionais como dos novos; forte alavancagem na tecnologia; diferentes canais (agencias, correspondentes, ATMs, Internet, transações por telefone celular, serviços bancários por telefone, smartphones, dispositivos móveis diversos e o que continua se desenvolvendo.

Sob ótica da omnicanalidade e o desenvolvimento tecnológico, comentou que o caminho para omnicanalidade está fortemente baseado nos avanços tecnológicos e nas transformações digitais, tendo em vista maior capacidade de armazenamento, velocidade, novas plataformas e novas tecnologias. Requer uma adaptação gradual das regulamentações e melhor a experiência do cliente financeiro. A mesma tecnologia que dá suporte à omnicanalidade também dá espaço para que as entidades não bancárias (players digitais) atuem como banco. Novos canais e a possibilidade de incorporar os não bancarizados.

Analisando a inclusão financeira, tecnologia e omnicanalidade, apontou que a inclusão financeira é fator importante para o crescimento sustável e continuado das famílias e empresas, com maior gestão de risco e de recursos. A exclusão financeira, especialmente preocupante nos países emergentes, resposta a questões relacionadas com o uso, acesso e as barreiras que obstaculizam a participação em um sistema financeiro formal. A tecnologia oferece a possibilidade de oferecer

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serviços financeiros com custos mais reduzidos e de maneira mais adequada ao cliente.

A omnicanalidade afeta todo o acesso ao sistema financeiro, mas não necessariamente leva a maior uso e interação com o sistema financeiro. A infraestrutura financeira-tecnológica e sua extensão envolvida na omnicanalidade é um fato necessário mas não suficiente para incrementar o uso dos serviços financeiros formais. Existem outros fatores relevantes que são necessários ter em conta num desenho de políticas voltadas para melhorar a inclusão financeira. Os instrumentos que podem potencializar uma maior inclusão financeira devem superar as barreiras que excluem a participação no sistema financeiro e que são específicas de cada país.

A construção de um índice de inclusão financeira requer definir uma medida completa da inclusão financeira dentro de uma perspectiva multidimensional (acesso, uso e barreiras). O índice de inclusão financeira deve ser harmonizado e compatível entre os países, sendo ferramenta útil que serve de guia para policy makers, governos, instituições financeiras e organismos internacionais interessados no seguimento da inclusão financeira e no desenho de políticas.

Define um sistema financeiro inclusivo como aquele que maximiza o uso e o acesso, ao mesmo tempo que minimiza a exclusão financeira voluntária. A minimização das barreiras identificadas é uma medida por meio dos obstáculos que são enfrentados pelos indivíduos que não participam do sistema financeiro formal. O grau da inclusão financeira é determinado por 3 dimensões: uso, acesso e barreiras. Essas dimensões, por sua vez, são determinadas por vários indicadores.

O índice de inclusão financeira cobre 82 países e agrega informações de um total de 11 indicadores. O Brasil encontra-se em melhor colocação entre os países da América Latina.

Terminou sua palestra concluindo que o caminho do sistema financeiro tradicional para a omnicanalidade se baseia nos avanços tecnológicos da era digital. Desenvolver um índice de inclusão financeira global para haver uma aproximação multidimensional do conceito de inclusão financeira. A inclusão financeira requer o desenvolvimento de esforços para melhorar o uso e o acesso e para reduzir barreiras que limitam a participação do sistema financeira tradicional. A omnicanalidade pode ser entendida como uma etapa do caminho do sistema financeiro tradicional para uma próxima experiência verdadeiramente digital com novos atores em cena.

Cooperativas de Crédito: Marcos Alexandre Schwingel, Gerente de Educação Cooperativa da Fundação Sicredi, Brasil.

O Sr. Marcos fez apresentação sobre o Cooperativismo, com os valores de solidariedade, democracia, equidade, igualmente, responsabilidade, honestidade e transparência. Seus princípios são adesão voluntária e livro, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação/formação/informação, inter-cooperação e interesse pela comunidade.

Apresentou números do sistema da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) que é o órgão máximo de representação das cooperativas no Brasil: 6.810 é o número de cooperativas atuantes em 13 ramos de atividades econômicas; 338 mil empregos diretos gerados pelas cooperativas; 11,5 milhões de associados ligados às cooperativas filiadas ao sistema OCB; US$6 bilhões é o total das exportações das cooperativas brasileiras em 2013.

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Os ramos das cooperativas são o agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, transporte, entre outros.

A Sicredi, como cooperativa de crédito, tem como valores a preservação irrestrita da natureza cooperativa do negócio, respeito à individualidade do associado, eficiência e transparência na gestão. Conta com 2,6 milhões de associados, 18 mil colaboradores, está presente em mais de 11 Estados, em 206 cidades é a única instituição financeira presente, tem 38,4 bilhões de ativos e 5,3 bilhões de patrimônio líquido.

Finalizou, concluindo, que inclusão financeira está no seu modelo de negócio.

8) Superendividamento:

Moderador: Frederico Queiroz Filho, Diretor Setorial da Comissão de Correspondentes da FEBRABAN e Gerente Executivo do Banco do Brasil, Brasil.

Sergio Navajas, Especialista Senior do FOMIN/BID, Estados Unidos.

O Sr. Sérgio fez palestra com o tema inclusão financeira e sobreendividamento.

Sobre as causas de fracasso do microcrédito, listou: falhas metodológicas, fraude sistêmica, crescimento descontrolado, perda de foco, falha de desenho institucional, intervenção do Estado e vulnerabilidade financeira.

Sobre o que se realmente se sabe do sobreendividamento, que um fenômeno (crise de pagamento e falhas institucionais generalizadas) que normalmente são observados em mercados saturados com crises externas. Estamos em uma fase muito precoce da compreensão. Não existe uma definição universal, nem um método de medição ou padrão indicadores. Os resultados da análise apresentam conclusões não generalizáveis. Não há normas regulamentares comumente aceitas. Algumas das contribuições foi um estudo sobre sistemas de informação de crédito. Objetivos e metodologia foram: Identificar problemas no uso de agências de crédito como uma ferramenta para reduzir o risco de sobre-endividamento, identificando as melhores práticas. Amostra de dez países latino-americanos, com a participação de atores-chave no setor de microfinanças: (i) a Bolívia, (ii) Brasil, (iii) a Colômbia, (iv) El Salvador (v) Guatemala, (vi) do México, (vii) da Nicarágua, (viii) Peru, e (ix) República Dominicana. Resultado foi publicado sob o título "Princípios Gerais de Relatórios de Empréstimo", pelo Banco Mundial em setembro de 2011.

Sobre os sistemas de informação creditícia, indicou que há: dispersão de informações em agências de crédito; falta de precisão dos dados; quadro regulamentar discriminatório para as microfinanças; dados insuficientes; preços relativamente altos; temores de conflito de interesses; violação das regras existentes em matéria de proteção de dados e direitos dos consumidores.

Finalizou indicando que os próximos passos são apoio e assistência à implementação das tabelas de diagnóstico nacionais para a previsão e identificação do problema (por exemplo, Bolívia, Peru e Guatemala); levantamento regional (2014) para entender os problemas específicos da região (estamos todos falando a mesma coisa?) e trabalhar com os reguladores para rever a atual legislação e ter uma possível resposta regulatória.

Ricardo Morishita, Diretor de Pesquisas e Projetos do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), Brasil.

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Sr. Ricardo iniciou apontando os efeitos positivos do crédito, como acesso aos bens de consumo, dignidade da pessoa e desenvolvimento. Já os ne perda do acesso, perda da dignidade e ineficiência.

Sobre a definição do superendividamento, no caso do Brasil há um Projeto de Lei do Senado da República n. 283/12 que define o superendividamento, em seu Art. 104 – A, § 1º, que “Entende-se por superendividamento o comprometimento de mais trinta por cento da renda líquida mensal do consumidor com o pagamento do conjunto de suas dívidas não profissionais, exigíveis e vincendas, excluído o financiamento para a aquisição de casa para a moradia, e desde que inexistentes bens livres e suficientes para liquidação do total do passivo.”

Sobre a origem do superendividamento, aponta mudança no mercado global de crédito e no Brasil, crescimento do mercado de crédito.

Como exemplos do que pode ser feito, apresentou o modelo liberal dos EUA/Reino Unido, pautado na (i) transparência e informação para o consumidor; (ii) Proteção contra surpresas desleais no contrato; (iii) Foco nas provisões de crédito; (iv) reconhece importância do crédito responsável; (v) monitoramento do mercado é fundamental; (vi) educação financeira é um eixo importante, mas para o futuro; e (vii) acesso ao sistema de falência civil para reinserção do consumidor.

Por outro lado, apresentou o modelo social alemão que requer (i) parâmetros para cobrança de juros; (ii) parâmetros para usura; (iii) proteção contra rescisão e liquidação com alertas e informações sobre o débito; e (iv) adaptação dos contratos por desemprego.

Ao comentar do Brasil, citou que os pilares do normativo de crédito responsável a harmonia, sustentabilidade, segurança e melhoria da qualidade. Tratamento visa atender o superendividado passivo; situações de desemprego, doença grave ou morte; impossibilidade de pagamento, sem prejuízo de um mínimo existencial, e sem bens disponíveis.

Concluiu que a autorregulação é importante para construção de valores; que o superendividamento é um fato nas sociedades pós-modernas; e na necessidade de enfrentar este desafio com geração de valores e resultados para toda sociedade.

9) Legislação:

Moderador: Kátia Madeira Blaha, Consultora da FEBRABAN e Gerente Executivo do Banco do Brasil, Brasil.

David Tuesta Cárdenas, Economista-Chefe do BBVA Research Financial Inclusion, Espanha.

Sr. David iniciou dizendo que inclusão financeira ampla existe quando todas as pessoas no país têm acesso a uma ampla gama de serviços financeiros de qualidade a preços acessíveis, de forma conveniente e com dignidade e respeito. Os serviços financeiros são oferecidos por uma variedade de fornecedores, a maioria privado, e chega a todos os níveis socioeconômicos em áreas urbanas e rurais, incluindo portadores de deficiência física.

O Sr. David trouxe os seguintes pontos de reflexão sobre a inclusão financeira na América Latina: desafio para a baixa taxa de inclusão financeira; quais os fatores que podem ajudar a aumentar a inclusão financeira; quais as barreiras à inclusão financeira e qual o papel da regulação.

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Os elementos importantes para a inclusão financeira são: concorrência, educação financeira, tecnologia (impacto sobre o papel dos canais e os meios de pagamento) e defesa do consumidor (transparência e privacidade).

Sobre a competição, é preciso criar um espaço que permita ampla e apropriada oferta de serviços financeiros ao cliente e identificar as falhas de mercado.

Sobre educação financeira, apontou a necessidade de capacitar o consumidor para a tomada de decisão. Os consumidores devem se sentir confortável e ser responsável por suas finanças pessoais. Diferentes abordagens: Quando? Em que circunstâncias? São efeitos a longo prazo.

Sobre tecnologia e infraestrutura de canais, comentou o efeito multiplicador da tecnologia para a aproximação do sistema financeiro à experiência do cliente; o papel dos agentes correspondentes, o Internet banking e dinheiro eletrônico; a era digital; a omnicanalidade; e o surgimento de novos "players digitais" como provedores de serviços financeiros não-bancários.

Pontos de atenção estão na proteção ao consumidor, complexidade das finanças e dos seus produtos, falta de recursos dos clientes, transparência, privacidade e proteção de dados (problemas mais sensibilizados na era do Big Data).

Nas suas conclusões, indicou que a inclusão financeira está ganhando destaque na agenda da política mundial e, claro, na América Latina, onde há preocupação necessária considerando o baixo nível da bancarização. Os elementos-chave para o progresso sobre a regulamentação da inclusão financeira requer a consideração de (i) fatores intervenientes (concorrência, infra-estrutura e defesa do consumidor); e (ii) as barreiras de exclusão. Indagou se o papel da regulação deve ser intervencionista ou facilitador. Fez reflexões sobre os limites máximos das taxas de juros e taxas, e os aspectos que geraram a inclusão financeira.

Regulamentação nos últimos anos têm se intensificado com a presença na América Latina de leis exclusivas de inclusão financeira com forte impulso para o controle proporcional e apoio no desenvolvimento de produtos por meio de correspondentes e mobile banking.

Martin, Coordenador do Programa de Inclusão Financeira do Ministério de Economia e Finanças, Uruguai.

Sr. Martin apresentou a estratégia do Uruguai promover a inclusão financeira e modernização do sistema de pagamento.

Uruguai é caracterizado por baixa inclusão financeira em todas as suas dimensões básicas: reduzida profundidade financeira, baixa cobertura de serviços financeiros e baixa intensidade de uso de serviços financeiros. Dificuldades de acesso ocorre de forma desigual: segundo o segmento da população e tipo de negócio e de acordo com a área geográfica/regional. O funcionamento do sistema de pagamento é ineficiente: o subdesenvolvimento de instrumentos, tais como cartão de débito e transferências bancárias, e prevalência do uso de dinheiro e cheques.

Sob as medidas para promover uma maior utilização de meios eletrônicos de pagamento, apontou: (i) criação do cartão de Benefícios BPS Benefícios, no qual mais de 40 mil famílias optaram por descontar seu abono com o cartão, acessando o desconto integral do IVA; (ii) promover a expansão da rede de pontos de venda (POS) nas lojas.

Dentre as medidas citadas para facilitar o acesso aos serviços financeiros, indicou a criação dos correspondentes financeiros, permissão a novas instituições de operar

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no mercado com uma licença restrita, criação de contas de poupança básicas e programas de educação financeira.

Os objetivos do projeto são vários, passando primeiramente pela universalização de direitos, ao buscar promovendo o acesso universal a serviços financeiros, particularmente para aqueles atualmente excluídos, em um ambiente regulado e supervisionado. Para tanto, utilizando meio do acesso aos pagamentos eletrônicos, estímulo à poupança, acesso mais favorável ao crédito, redução de custos no acesso e uso de serviços financeiros, a educação financeira e proteção dos direitos dos utilizadores dos serviços financeiros.

O segundo objetivo é transformar e modernizar o sistema de pagamentos, promovendo a concorrência e a eficiência do sistema de pagamentos e a utilização de meios eletrônicos de pagamento em vez de dinheiro, com melhoria da eficiência e ganho de bem-estar, melhoria na segurança da população e das empresas, combate à evasão fiscal e o fortalecimento dos controles de lavagem de dinheiro.

Principais instrumentos para atingir os objetivos acima são os pagamentos de salários, benefícios e pensões, feitos em contas bancárias ou instrumentos de moeda eletrônica emitidos por instituições supervisionadas. As características básicas que devem atender as contas bancárias e instrumentos de moeda electrónica são regulados, tais como nenhum custo de abertura e manutenção de saldos mínimos. Não há possibilidade de discriminar por tipo de beneficiário.

Novo crédito que é descontado diretamente da folha de pagamento, para facilitar o acesso dos trabalhadores e aposentados para o financiamento em termos de taxas de juros mais favoráveis.

Sobre a fase após a aprovação da lei, concluiu que regulamentação é chave na implementação da lei, devendo ser gradual. A lei abala o status quo e cria desafios e oportunidades.

10)

Moderador: Giorgio Trettenero, Secretário Geral da FELABAN, Colômbia.

Inovações, Modelos de Sucesso e Lições sobre Canais e Produtos para Finanças Inclusivas: Nancy Barry, Presidente da Enterprise Solutions to Poverty, Estados Unidos.

Sra. Nancy iniciou informando sobre um relatório que 40 instituições financeiras e afins estão participando da pesquisa em canais e produtos para a inclusão financeira, com 20 já analisados. Do Brasil, participam Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal. As instituições de outros países são da Colômbia, México, Estados Unidos, Índia, Peru, Kenia e China.

Instituições financeiras indicam que elas são motivadas a prestar atenção a um inexplorado, grande e rentável mercado e a ajudar as pessoas de baixa renda e pequenas empresas criar rendimento e bens, e vender produtos cruzados para uma base de clientes promissores.

Entre os principais bancos, há padrões diferentes, mas para a maioria correspondentes e mobile banking estão crescendo mais rapidamente do que as agências e caixas eletrônicos. No Brasil, México, Colômbia e Peru, o crescimento em filiais e pontos de venda de ATM e operações é baixo em relação aos correspondentes e e-banking -, mas esses canais dominam maioria dos países.

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Com relação à inclusão financeira, as instituições financeiras veem comprometimento da alta direção, uma gama de produtos adaptados às necessidades dos segmentos de clientes-alvo e menor custo, e canais de distribuição alternativos para permitir custos de divulgação eficaz.

Os bancos consideram os pagamentos G2P, empréstimos corporativos, e depósitos de pequena escala como produtos de alto valor para os clientes de baixa renda. A maioria dos bancos líderes indicam que eles têm encontrado formas eficazes e rentáveis para fornecer pagamentos de empréstimos, seguro e e-wallet.

A maioria dos bancos indicam moderada a alta rentabilidade em funções de correspondente em: pagamentos P2P, pagamentos de contas, saques em dinheiro, poupança e empréstimo.

A maioria dos bancos inquiridos estão planejando expandir os correspondentes para reduzir custos e expandir sua base de clientes, com foco na baixa oferta de multi-produtos.

Instituições financeiras líderes veem os correspondentes como canais eficazes para clientes de baixa renda no fornecimento de pagamentos e serviços financeiros básicos. A maioria dos bancos se concentram em pagamentos em seu modelo de correspondente, enquanto alguns bancos conseguiram construir ofertas multi-produtos robustos por meio dos correspondentes.

Algumas instituições financeiras estão migrando com sucesso para inclusão financeira através da oferta de multi-produtos, com maior ênfase na construção de rendimento e patrimônio.

Muitos bancos construíram a rentabilidade da rede de correspondentes com base em pagamentos e, em seguida, construir outros produtos na plataforma. A maioria estabeleceu rentabilidade com base na carteira de crédito.

O Brasil possui uma extensa rede de correspondentes liderado por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Bradesco. G2P e pagamento de contas dominam, fornecendo a plataforma para a rentabilidade. No Brasil, correspondentes rurais executam menos transações, mas fornecem uma ampla gama de serviços e são mais rentáveis do que os agentes urbanos.

Bancos com sucesso em finanças inclusivas citam vários produtos líderes que diminuem barreiras, facilitam transações e utilizam canais alternativos.

Para finalizar, apontou sobre o futuro:

Novas combinações de tecnologia estão surgindo. Ainda difícil de prever velocidade do desenvolvimento do banco eletrônico, mas é provável que ser a resposta final para transações financeiras lucrativas.

Correspondentes, caixas eletrônicos, celular e internet banking serão canais importantes para alguns tipos de transação.

Os bancos precisam para desafiar-se a ver potencial com clientes de baixa renda: multi-produtos, incluindo pagamentos, poupança, empréstimos, outras para aumentar o valor.

Instituições financeiras fortes e focadas em servir os empresários de baixa renda têm um importante futuro, se eles puderem construir forte gestão de risco em empréstimos, criar multi-produtos para os mutuários e não-

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mutuários, forjar parcerias eficazes com bancos, empresas, e empresas de telecomunicações.

Inclusão Financeira: David Alvarez Cisneros, Consultor Internacional Independente, Peru.

Sr. David iniciou afirmando que inclusão financeira plena existe quando todas as pessoas no país têm acesso a uma ampla gama de serviços financeiros de qualidade a preços acessíveis, de forma conveniente e com dignidade e respeito. Os serviços financeiros são oferecidos por uma variedade de fornecedores, a maioria privados, e chega a todos os níveis socioeconômicos em áreas urbanas e rurais, incluindo portadores de deficiência física.

Global Microscope on Microfinance de 2013 apontou que as principais mensagens para a América Latina são: (i) América Latina recebe a maior pontuação regional em razão de apoio institucional, práticas de regulação e estabilidade; (ii) a Região ocupa o terceiro lugar em transparência dos preços; (iii) a Região ocupa o primeiro lugar em resolução de conflitos, já que todos os países têm implementado mecanismos.

Microfinance Banana Skins 2014: The CSFI Survey of Microfinance Risk, por sua vez, apontou que o microcrédito não é apenas o microcrédito, sendo o microsseguro agora o segmento de crescimento mais rápido, e que os clientes estão mais sofisticados, mais "pronto" e estão mais próximos dos clientes de todos os serviços financeiros.

Segundo o Global Financial Inclusion (Global Findex) Database, World Bank, 50% da população mundial é bancarizada (tem uma conta corrente), 11% não tem dinheiro suficiente para ter uma conta e 39% tem outras razões para não ter conta, tais como, falta de confiança, falta de documentação, distancia ao banco, razoes religiosos e outro membro da família tem uma conta.

Há diferenças entre:

(i) Gêneros: 55% dos homens tem conta, contra 47% de mulheres;

(ii)Idade: pessoas entre 15 e 24 anos, 33% são menos prováveis de terem conta, quando comparadas com pessoas de 25-64 anos;

(iii) Educação: nos países desenvolvidos, as pessoas com educação de nível superior têm duas vezes mais chances de ter uma conta formal do que as pessoas com educação primária;

(iv) Renda: nos países desenvolvidos, as pessoas com maior renda têm 3 vezes mais chances de ter alguma aplicação numa instituição formal;

(v)Local de residência: nas economias de baixa renda, 35% das pessoas que moram nas áreas urbanas tem conta corrente contra 22% das pessoas das áreas rurais.

Global Financial Inclusion (Global Findex) Database, World Bank mostra que o mobile banking pode ajudar regiões, historicamente desbancarizadas, ganharem acesso financeiro. Como exemplo, são citados países na África, tais como a Kenia onde 68% dos adultos usam celular para transações financeiras.

As principais mensagens do Global Financial Development Report 2014: Financial Inclusion do Banco Mundial, são: (i) inclusão financeira é importante para o desenvolvimento e redução da pobreza; (ii) inclusão financeira não é o financiamento a todo e qualquer custo; (iii) as políticas públicas podem corrigir

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falhas de mercado; (iv) a tecnologia promete expandir a inclusão financeira; e (v) a diversidade e competição promovem a inclusão financeira.

Concluiu que o mapa de objetivos é, no âmbito da inclusão financeira, trazer melhorias na qualidade de vida, uso de infraestrutura básica, geração de capacidades financeiras, auto sustentabilidade econômica e desenvolvimento, segurança alimentar e diminuição da pobreza extrema. Entretanto, outras iniciativas são importantes para as populações mais vulneráveis (base da pirâmide), como (i) reduzir custos de entrega e custos de produtos e serviços; (ii) criar e diversificar produtos e serviços de acordo com as necessidades reais do consumidor; (iii) educar no uso de produtos e desenvolver capacidades financeiras; (iv) incentivar a adoção de produtos e suas funcionalidades; e (v) massificar o uso de tecnologia na base da pirâmide.

Achados Recentes do Mercado Emergente: De quem estamos falando? Luciana Aguiar, Sócia-Diretora do Plano CDE, Brasil.

Levando em consideração que o Brasil mudou nos últimos anos (avanço da classe D/E para a classe C), a Sra. Luciana iniciou sua palestra indagando quais serão os desafios e oportunidades, já que, com base os números de 2012, há 41,2 milhões de classe alta, 97,5 milhões de classe média e 48,7 milhões de pobres no Brasil.

O que denomina de “nova classe média” são 35 milhões de pessoas que acabaram de sair da pobreza e que ainda não se consolidaram como uma classe média, mesmo com o aumento da renda. Os mais pobres foram os que tiveram maior aumento de renda, já que a taxa de crescimento de renda dos 40% mais pobres foi de 6,2% ao ano considerando o período de 2001 a 2012.

No caso dessas famílias, a gestão do orçamento é complexa: administrar múltiplas fontes de renda, otimizar recursos, monitorar um fluxo de caixa irregular para garantir o básico. A composição da renda é complexa, sendo as fontes salários, bicos, vale alimentação/transporte, benefícios sociais, empréstimos informais, poupança, pensão e outros. No caso dos extremamente mais pobres, salários representam 42%, passando para 54% no caso dos pobres, 60% para os vulneráveis e 64% para a classe média. Já os benefícios sociais, representam 23% para os mais pobres, 14% para os pobres, 8% para os vulnerários e 5% para a classe média.

Tendo em vista que as necessidades são prementes, como ir além do crédito para consumo? Deve-se levar em conta que clientes de classe média e de menor renda não são iguais. Este não é um mercado homogêneo e trabalhar com a média não atinge ninguém.

Os protagonistas dessa transformação da nova classe média têm mais escolaridade (média de anos de estudo) e são mais conectados (60% dos jovens de escola pública usam smartphone).

O envelhecimento populacional nunca esteve entre as principais preocupações do Brasil que é sinônimo de juventude, porém essa situação muda a partir de 2030. Em 2050, 30% da população brasileira será de idosos.

No que tange às mulheres, estão ficando mais escolarizadas: em 2001, 39% tinha pelo menos ensino média, e essa porcentagem aumenta para 64% em 2011.

Diante desse cenário, Sra. Luciana concluiu que é necessário segmentar por produtos, canais e também por tipos de personalidades e experiências.

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Sob o perfil de gestão do orçamento familiar, 62% do público é organizado, existe uma proporção maior de organização entre as famílias pobres, sendo que a classe média tem uma maior proporção de famílias orientadas pela dívida.

No tema instrumentos financeiros, o consumo segue como um dos principais fatores por trás do vigor do mercado doméstico. Sob as dívidas já contraídas, 63% das famílias tem algum tipo de dívida, que é um conceito que difere do conceito das instituições financeiras. Dívida é tudo aquilo que a população não pode pagar.

Os brasileiros C, E e E têm um portfólio maior de instrumentos financeiros informais se comparados com outros países. Entre os instrumentos formais, a maior dificuldade está na inadequação das mecânicas de produto para o perfil do público C, D e E. O entendimento particular de produtos financeiros é: (i) conta corrente = conta salário; (ii) cartão de crédito = adiantamento salarial, emergências; (iii) poupança = conta corrente sem uso; (iv) investimento = compra de duráveis, educação dos filhos; (v) crédito informal = administrar o dia a dia, e crédito formal = quantias maiores; (vi) investimento = compra de duráveis e educação dos filhos.

Experiências negativas e baixa percepção de valor levam os clientes C, D e E a parar de usar o setor financeiro formal. O atendimento é fator decisivo no critério de escolha. Essa população espera que o produto financeiro seja de fácil acesso, simplificado, com interface fácil de usar, alinhado com as demandas pessoais e de seus negócios, transparente, tenha canais amigáveis de relacionamento, reduza o stress gerado pela dívida, tratamento justo e apoio na resolução de problemas.

O modelo do banco tradicional não se aplica. A penetração dos celulares (76%) é maior do que da conta bancária (60%) em pessoas acima de 15 anos.

O Brasil é um benchmark no uso de correspondentes no País, mas ele ainda é subutilizado e preeminentemente urbano. É uma janela de oportunidades.

Sra. Luciana termina, concluindo que um novo cenário exige novas estratégias e há espaço para crescer; não são todos iguais, já que a média simplifica e não atinge ninguém; procurar diversificar a oferta, atender melhor, ser mais preciso e segmentar. Em um cenário de baixo crescimento, construir ativos garante a ascensão e melhoria de condições de vida (portfólio de finanças) e os protagonistas das classes C, D e E são chave de sustentação de crescimento de mercado.

11) Encerramento:

Wilson Roberto Levorato, Vice-Presidente da FEBRABAN, Brasil Giorgio Trettenero, Secretário-Geral da FEBALAN, Colômbia.

Os Srs. Wilson e Giorgio fizeram um apanhado do que foi discutido nos 2 dias do Congresso, o qual foi encerrado com o agradecimento da presença de todos e, em especial, aos patrocinadores diamante, CIP e TOTUS, e prata, CAF- Banco de Desarrollo de América Latina, bem como o apoio da ABBC, ACREFI, ANEPS, CNseg e OCB.