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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC BRUNA PIVA RELATÓRIO DE ESTÁGIO E TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: Tromboembolismo – Revisão de Literatura

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC

BRUNA PIVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO E TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:

Tromboembolismo – Revisão de Literatura

Curitibanos

2017

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BRUNA PIVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO E TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:

Tromboembolismo – Revisão de Literatura

Relatório de estágio e Trabalho de Conclusão de Curso apresentados ao Curso de Medicina Veterinária, Departamento de Ciências Biológicas e Veterinárias, Centro de Ciências Rurais, como requisito à obtenção de grau de Bacharel e título de Médico Veterinário.

Orientador: Professora Dra. Marcy Lancia Pereira.

Curitibanos

2017

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BRUNA PIVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO E TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:

Tromboembolismo – Revisão de Literatura

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de Médica Veterinária, e aprovado em sua forma final pelo programa de Graduação do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Catarina.

Aprovada em 04 de julho de 2017.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________

Prof. Dr. Alexandre de Oliveira Tavela

Universidade Federal de Santa Catarina

___________________________________________________________________

Profª. Marcy Lancia Pereira

Universidade Federal de Santa Catarina

___________________________________________________________________

Profª. Marina Perissinotto Dal Pont

Universidade Federal de Santa Catarina

___________________________________________________________________

Prof. Luiz Caian Stolf

Universidade Federal de Santa Catarina

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Dedico este trabalho à minha família e aos meus

amigos, que foram a minha fonte de saúde mental

durante todas as etapas até a chegada da conclusão

deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que, em sua grandiosidade, me deu a vocação desta

profissão e me abençoou com força e capacidade para concluir as etapas que me

trouxeram até aqui.

À minha família que foi a base das minhas realizações me fornecendo não

apenas o apoio financeiro, como também o psicológico e emocional.

Aos meus amigos, de todos os lugares do mundo, que viveram comigo este

projeto e entenderam todas as vezes em que estive longe nas comemorações e

datas importantes. Sem eles nada seria possível.

À minha orientadora Professora Dra. Marcy Lancia Pereira que, com calma e

compreensão, me ajudou a seguir firme e com foco para que este trabalho fosse

concluído com o máximo de perfeição.

Ao professor Dr. Marcos da Silva Azevedo que, mesmo sendo de outra área,

não mediu horários e nem esforços para fornecer apoio e ajuda durante esta

jornada. Com apoio acadêmico e psicológico que transcendeu a barreira de

educador, sendo não apenas exemplo de profissional, mas também de ser humano,

tornando-se um grande amigo.

Às minhas cachorras Lunna, Amélia e Dolores que me mostram todos os dias

lições de amor e gratidão, me ensinando a ser um ser humano e profissional melhor.

A todos os animais deste mundo, pacientes que forneceram seus corpos

físicos a nosso aprendizado, ou não, e que com seus sentimentos puros tornam a

grandiosidade do nosso trabalho possível e nos moldam em seres humanos

melhores uns para os outros.

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Nós, seres-humanos, estamos na natureza para

auxiliar o progresso dos animais, na mesma

proporção que os anjos estão para nos auxiliar.

(Chico Xavier)

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RESUMO

O seguinte trabalho revisa a literatura médica veterinária a respeito do

tromboembolismo em animais de companhia, e a literatura médica humana em

questões relevantes aos pacientes veterinários. O tromboembolismo se trata de uma

obstrução macrovascular da circulação sanguínea por um trombo que se desenvolve

localmente, que quando se desloca para um local distante é chamado de

embolismo. Considerado como uma forma patológica do processo hemodinâmico

da hemostasia, seu processo fisiopatológico de formação é dependente de três

fatores descritos e propostos por Rudolf Virchow em 1856. Vários fatores podem ser

predisponentes a formação de um trombo, tal qual diversas situações clínicas ou

cirúrgicas. O tromboembolismo ocorre em aproximadamente 20-50% dos gatos com

cardiomiopatia, sendo que nos cães a doença tromboembólica é considerada rara e

está associada a uma variedade de condições predisponentes.

Palavras-chave: Trombo. Êmbolo. Trombose.

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ABSTRACT

The following paper reviews the veterinary medical literature regarding

thromboembolism in companion animals, and the human medical literature on issues

relevant to veterinary patients. Thromboembolism is a macrovascular obstruction of

the bloodstream by a thrombus that develops locally, which when it moves to a

distant place is called embolism. Considered as a pathological form of the

hemodynamic process of hemostasis, its physiopathological process of formation is

dependent on three factors described and proposed by Rudolf Virchow in 1856.

Several factors may be predisposing to the formation of a thrombus, such as several

clinical or surgical situations. Thromboembolism occurs in approximately 20-50% of

cats with cardiomyopathy, and in dogs thromboembolic disease is considered rare

and is associated with a variety of predisposing conditions.

Key words: Thrombus. Plunger. Thrombosis.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Diagrama 1 – Tríade de Virchow...............................................................................16

Figura 1 – Sala de recepção e de espera..................................................................55

Figura 2 – Consultório e sala de atendimentos 1......................................................55

Figura 3 – Sala de Hidroterapia.................................................................................55

Figura 4 – Sala de Magnetoterapia............................................................................56

Figura 5 – Sala de atendimentos 3............................................................................56

Figura 6 – Sala de secagem......................................................................................56

Figura 7 – Consultório e sala de atendimentos 2......................................................57

Quadro 1 – Relação de diagnósticos por Sistemas acometidos, acompanhados

durante o estágio curricular. Instituto de Reabilitação Animal. Curitiba – PR, 2017..58

Figura 8 – Paciente em prática de hidroterapia.........................................................59

Figura 9 – Paciente em magnetoterapia....................................................................60

Figura 10 – Paciente praticando cinesioterapia.........................................................61

Figura 11 – Paciente sob eletroterapia......................................................................62

Figura 12 – Hospital veterinário central, visão frontal................................................64

Figura 13 – Recepção................................................................................................65

Figura 14 – Internamento cirúrgico............................................................................65

Figura 15 – Unidade de cuidados intensivos.............................................................66

Figura 16 – Unidade de cuidados intensivos e recepção de urgências.....................66

Figura 17 – Centro cirúrgico......................................................................................67

Figura 18 – Sala da radiografia..................................................................................67

Figura 19 – Sala de consulta.....................................................................................68

Figura 20 – Sala de fisioterapia.................................................................................68

Quadro 2 – Animais exóticos foram contados apenas no número total.....................70

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

TEP Tromboembolismo Pulmonar

TEA Tromboembolismo Aórtico

AHIM Anemia hemolítica imuno mediada

HNF Heparina não fracionada

DDIV Doença do disco intervertebral

HBPM Heparina de baixo peso molecular

IRA Instituto de reabilitação animal

HVC Hospital veterinário central

U.C.I. Unidade de cuidados intensivos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................13

1.1 MECANISMOS FISIOLÓGICOS DA HOMEOSTASE......................................13

1.1.1 Fisiopatologia do trombo, êmbolo e tromboembolismo.........................15

1.1.1.1 Trombo......................................................................................................15

1.1.1.2 Embolia.....................................................................................................17

1.1.1.3 Tromboembolismo.....................................................................................18

1.2 DOENÇAS E FATORES RELACIONADOS AO TROMBOEMBOLISMO........18

1.2.1 Componentes da coagulação....................................................................19

1.2.2 Fatores ligados ao internamento..............................................................19

1.2.3 Viagens aéreas............................................................................................20

1.2.4 Sistema cardíaco........................................................................................20

1.2.5 Influência hormonal....................................................................................20

1.2.6 Pacientes oncológicos...............................................................................21

1.2.7 Anemia hemolitica imuno mediada (ahim)...............................................22

1.2.8 Estados inflamatórios graves e sepses....................................................23

1.2.9 Estados de perda de proteína...................................................................24

1.2.10 Hiperadrenocorticismo..........................................................................24

2 ESPÉCIES MAIS ACOMETIDAS PELO TROMBOEMBOLISMO......................25

2.1 FELINOS..........................................................................................................25

2.2 CANINOS.........................................................................................................25

2.3 EQUINOS........................................................................................................26

2.4 TIPOS DE TROMBOEMBOLISMO..................................................................27

2.4.1 Arterial (TEA)...............................................................................................27

2.4.2 Pulmonar.....................................................................................................28

2.4.3 Outras localizações....................................................................................29

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2.5 SINAIS E ASPECTOS CLÍNICOS DOS PECIENTES ACOMETIDOS............30

2.5.1 Sinais clínicos no TEP...............................................................................30

2.5.2 Sinais clínicos no TEA...............................................................................31

2.6 DIAGNÓSTICO DO TROMBOEMBOLISMO...................................................32

2.6.1 Métodos de diagnóstico.............................................................................33

2.6.1.1 Exames laboratoriais.................................................................................33

2.6.1.2 Tromboelastografia...................................................................................33

2.6.1.3 D-Dímero...................................................................................................34

2.6.1.4 Gasometria arterial....................................................................................35

2.6.1.5 Eletrocardiograma (ECG)..........................................................................36

2.6.1.7 Angiografia................................................................................................36

2.6.1.8 Radiografia................................................................................................37

2.6.1.9 Ultrassonografia........................................................................................38

2.7 TRATAMENTOS..............................................................................................39

2.7.1 Analgesia.....................................................................................................39

2.7.2 Tratamento de suporte...............................................................................40

2.7.3 Tratamento cirúrgico..................................................................................40

2.7.4 Anticoagulantes..........................................................................................41

2.7.4.1 Heparina....................................................................................................41

2.7.4.2 Warfarina...................................................................................................44

2.7.4.3 Inibidores diretos de pequenas moléculas................................................44

2.7.4.4 Terapia antiplaquetária..............................................................................45

2.7.4.5 Antagonistas do receptor de adenosina difosfato.....................................46

2.7.5 Terapia a longo prazo.................................................................................47

2.7.6 Monitorização da terapia............................................................................47

2.7.7 Fisioterapia..................................................................................................48

2.8 PROGNÓSTICO..............................................................................................51

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2.9 PROFILAXIA....................................................................................................52

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................53

4 RELATÓRIO DE ESTÁGIO................................................................................54

4.1 INSTITUTO DE REABILITAÇÃO ANIMAL.......................................................54

4.2 ATIVIDADES REALIZADAS............................................................................57

4.3 CASUISTICA...................................................................................................58

4.4 CONTROLE DE PESO....................................................................................58

4.5 SISTEMA ORTOPÉDICO................................................................................59

4.6 SISTEMA NERVOSO......................................................................................62

4.7 DISCUSSÃO....................................................................................................63

4.8 HOSPITAL VETERINÁRIO CENTRAL............................................................63

4.9 PROCEDIMENTOS REALIZADOS..................................................................68

4.10 CASUÍSTICA................................................................................................70

4.11 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA...............................................................................70

4.12 EMERGÊNCIAS...........................................................................................72

4.13 SISTEMA GASTROINTESTINAL.................................................................72

4.14 SISTEMA CARDÍACO..................................................................................73

4.15 SISTEMA RESPIRATÓRIO..........................................................................74

4.16 SISTEMA ENDÓCRINO...............................................................................74

4.17 SISTEMA LOCOMOTOR.............................................................................75

4.18 SISTEMA URINÁRIO...................................................................................75

4.19 SISTEMA REPRODUTOR...........................................................................76

4.20 SISTEMA TEGUMENTAR............................................................................76

4.21 SISTEMA NERVOSO...................................................................................77

4.22 OUTROS SISTEMAS...................................................................................78

REFERÊNCIAS.........................................................................................................79

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1 INTRODUÇÃO

O tromboembolismo se inicia por uma forma patológica da hemostasia.

Acomete diversas espécies, porém é mais comum na clínica de pequenos animais e

humanos. Seu mecanismo de formação envolve a tríade de Virschow, sendo esta

caraterizada pela existência de três pré-disposições que levariam a um estado

trombótico: estase venosa, lesão da parede vascular e alterações da coagulabilidade

sanguínea. A partir daí esta tríade se tornou a base para a avaliação dos fatores de

risco para tromboembolismo, cuja causa, na maioria das vezes, é multifatorial

(BATES et al., 2004).

Muito mais evidente em felinos, esta patologia clínica está relacionada a altas

taxas de mortalidade, sendo muitas vezes descoberta apenas na necropsia, tirando

a chance de tratamento do paciente quando não for devidamente diagnosticada em

tempo hábil.

O tromboembolismo será abordado em suas diversas áreas de exploração

dentro do presente trabalho de conclusão de curso, apresentando uma revisão sobre

o que existe na literatura sobre a doença, muitas vezes sendo necessário

transcender a barreira veterinária para total elucidação dos pontos, indo até as

diretrizes da medicina de pacientes humanos.

1.1 MECANISMOS FISIOLÓGICOS DA HOMEOSTASE

Quando o vaso sofre algum tipo de lesão é iniciado o processo de

homeostase, para reparação deste endotélio. Para a formação do coágulo de fibrina

no sítio de lesão endotelial é necessário que os mecanismos envolvidos nesse

processo, constituintes do sistema hemostático, estejam em sincronia para que a

perda sanguínea possa ser controlada através do equilíbrio entre componentes

endoteliais, plaquetas e proteínas plasmáticas (PICCINATO, 2008), evitando a

formação de trombos intravasculares, decorrentes de formação excessiva de fibrina

(FRANCO, 2001).

O processo de coagulação é descrito como uma sequência de reações onde

o produto de uma reação fornece o substrato necessário para que a próxima reação

ocorra, daí surgiu o termo “cascata da coagulação” (FISCHBACH, 2009). A

sequência de reações enzimáticas que se iniciam quando o sangue entra em

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contato com a superfície lesada, refere-se ao mecanismo intrínseco. Já a sequência

de reações que ocorrem quando há lesão de um vaso sanguíneo resulta na

liberação de extratos teciduais refere-se ao mecanismo extrínseco. (SWENSON,

1996). Estas duas vias convergem para a ativação do fator X na via comum, o que

leva à formação de fibrina (BANKS, 1991). Uma das diferenças importantes entre as

duas vias é a sua rapidez, enquanto que a via extrínseca é rápida, limitada apenas

pela quantidade de fator tecidual liberada pelos tecidos traumatizados e fatores X,

VII e V no sangue, a via intrínseca é mais lenta e necessita de mais tempo para

causar a coagulação (GUYTON; HALL, 2006).

Embora didaticamente seja mais fácil a compreensão do mecanismo de

homeostase através da cascata de coagulação, dividido em via intrínseca e

extrínseca, tal separação é atualmente entendida como inadequada do ponto de

vista fisiológico, tendo em vista que a divisão não ocorre in vivo (FRANCO, 2001).

De forma geral a coagulação ocorre em três etapas: resposta à ruptura do

vaso, ativação da protrombina que transforma protrombina em trombina e a

conversão do fibrinogênio em fibras de fibrina pela ação da trombina, formando um

emaranhado de plaquetas, células sanguíneas e plasma, com consequente

formação do coágulo (GUYTON; HALL, 2006). O mecanismo de maior importância

para o tromboembolismo é referente a formação do coagulo sanguíneo, que se inicia

quando ocorre a lesão vascular, onde as plaquetas encontram constituintes da

matriz extracelular (o colágeno, a fibronectina, as proteoglicanas e outras

glicoproteínas consideradas aderentes) que normalmente estão retidas sob o

endotélio intacto (COTRAN, 2000) e mudam suas características, começando a se

dilatar e assumindo formas irregulares com pseudópodes para que possam se

projetar de suas superfícies, as proteínas contráteis das plaquetas se contraem

fortemente, provocando liberação de grânulos com fatores ativos que se tornam

pegajosos e aderem ao colágeno dos tecidos e ao fator de von Willebrand (uma

proteína). O fator de von Willebrand secreta adenosina difosfato (ADP) (PEREIRA et

al., 2016), e as suas enzimas vão formar o tromboxano que atuam nas plaquetas

próximas ativando-as, a adesividade das plaquetas recém ativadas prende a elas as

plaquetas originalmente ativadas (GUYTON; HALL, 2006), sendo formado então o

tampão plaquetário.

O coágulo é formado através das substâncias ativadoras que são produzidas

pela parede dos vasos traumatizados, plaquetas e proteínas sanguíneas que se

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aderem à parede vascular que foi traumatizada iniciando o processo de coagulação.

Quando o coágulo se forma ele pode ser invadido por fibroblastos e formar tecido

conjuntivo por todo o coágulo ou se dissolver. Normalmente o coágulo é invadido por

fibroblastos que continua até a completa organização do coágulo em tecido fibroso.

Quando uma quantidade excessiva de sangue foi perdida e coágulos teciduais

ocorreram então são ativadas substâncias do próprio coágulo para sua dissolução

(GUYTON; HALL, 2006).

A próxima etapa é a retração do coágulo para o interior do vaso, devido a

ação da actina, miosina e ADP das plaquetas logo sofre contração; finalmente

ocorre a remoção do coágulo e a restauração da parede do vaso pela formação de

tecido novo e o coágulo é removido pelas enzimas liberadas pelos lisossomos das

plaquetas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999).

1.1.1 Fisiopatologia do trombo, êmbolo e tromboembolismo

As alterações circulatórias são comuns na clínica médica, podendo muitas

vezes ser causa de morte. Quando algum fator entra em desequilibro surgem

alterações que geram os distúrbios circulatórios. Dentre as alterações por obstrução

intravascular encontram-se a embolia, a trombose, e o tromboembolismo

(GUIDUGLI-NETO, 1997).

1.1.1.1 Trombo

Como definição a trombose é o distúrbio vascular que é causado por um

coágulo de sangue no interior do sistema circulatório, chamado de trombo,

comprometendo o fluxo de sangue (CARAMELI et al., 2004). Considerado como

uma forma patológica do processo hemodinâmico da hemostasia, seu processo

fisiopatológico de formação é dependente de três fatores descritos e propostos por

Rudolf Virchow em 1856.

A ideia de que o sangue poderia coagular dentro das veias de um ser vivo foi

descrito pela primeira vez por Ambroise Pare em 1576, corroborada por Johnson em

1678 com referência às veias superficiais através da citação: "Elas [as veias] muitas

vezes incham com sangue congelado e seco, causando dor que é aumentada pela

compressão”.

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Porém a ideia de trombose só veio com o estudo de Virchow em 1863, que

concluiu que sua ideia inicial, de que a inflamação que originava o trombo, estava

equivocada e na verdade a inflamação é consequência do processo de trombose,

sendo melhor compreendido através da citação: “Se deixarmos, portanto, a

inflamação de lado e mantermos nossa atenção apenas à formação do coágulo

(trombo), parece mais conveniente compreender o todo desse processo sob o termo

trombose" (VIRCHOW, 1863).

A chamada Tríade de Virchow é o esqueleto do processo de trombogênese,

caracterizado por três pontos que podem levar ao trombo, sendo eles: trauma

venoso, estase venosa e hipercoagulabilidade, como demonstrado na figura 1. O

desequilíbrio da hemostasia normal é dado pelos fatores pró-coagulantes e

anticoagulantes naturais, sendo que estes fatores podem atuar de formas

independentes ou interdependentes, exercendo diferentes graus sobre o processo

de trombogênese (BRANDÃO et al., 2013).

Figura 1 – Triade de Virchow

Fonte: VIRCHOW, 1863.

A lesão endotelial pode se formar devido a dois fatores: lesão física do

endotélio e endotélio disfuncional. A lesão endotelial inibe as vias inibidoras da

coagulação em alguns segmentos, consequentemente reduz a atividade

antitrombótica de forma significativa, produzindo cofatores da protrombina e da

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trombomodulina e inibindo o ativador de plasminogênio tissular (CINES et. al., 1998;

FRANCO, 2001; BLANN, 2004; MEISSNER et. al., 2007).

Conforme citado por Barbosa et al. (2009) a estase sanguínea contribui para

o desenvolvimento da trombose venosa, enquanto que a turbulência sanguínea

contribui para a trombose cardíaca e arterial, e inclui a diminuição da velocidade e

do volume de fluxo sanguíneo, essa diminuição pode ocorrer pela queda do débito

cardíaco e relaxamento muscular durante o repouso (MAFFEI et al., 2002;

MEISSNER et al., 2007).

A alteração dos constituintes sanguíneos é originada pelo desequilíbrio entre

as vias de coagulação e a via fibrinolítica, levando o nome de hipercoagulabilidade

(CHUNG; LIP, 2003). Na medicina humana o estado de hipercoagulabilidade

sanguínea está relacionado a alterações congênitas como nas deficiências de

proteínas C e S, homocisteína, cofator II da heparina, plasminogênio e antitrobina,

além das anormalidades do fibrinogênio (BARBOSA et. al., 2009 apud DARIEN et

al., 1991), enquanto que as principais causas adquiridas da hipercoagulabilidade são

variadas e mudam em decorrência da espécie analisada.

Os trombos podem ocorrer em qualquer lugar do sistema cardiovascular

variando de forma e tamanho, ditados pelo local de origem e circunstâncias que

levaram ao seu desenvolvimento (BARBOSA et al., 2009 apud KUMAR; FAUSTO;

ABBAS, 2005). Em humanos a ocorrência de trombos ocorre principalmente no

sistema venoso profundo (81%) (MORRELL,1973), veias proximais dos membros

inferiores (ilíacas e femorais), seguidas pelas cavidades cardíacas direitas com

cerca de 19% dos êmbolos, aonde se relaciona principalmente, com as cardiopatias

dilatadas e isquêmicas e com as arritmias (DORFMAN et al., 1987).

Quando ocorre a ineficiência do sistema fibrinolítico, o trombo formado

fisiologicamente poderá continuar seu desenvolvimento se tornando patológico e

ocluir o vaso em que foi formado levando ao infarto ou poderá se fragmentar dando

origem a um êmbolo que pode obstruir um outro vaso distante da sua origem.

(MONTENEGRO; MAFFEI et al., 2002; MEISSNER et al., 2007).

1.1.1.2 Embolia

Embolia é o termo usado para descrever a oclusão de uma veia ou artéria

através do desprendimento de um trombo, formado na corrente sanguínea e

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ocorrência consequente de uma oclusão parcial ou total de uma veia ou artérias

(CARAMELI et al., 2004).

Segundo Reef (2014) o embolismo é causado por um material estranho

carreado no sistema sanguíneo. Pode ser originado por um trombo, porém pode ser

causado por um corpo estranho introduzido no sistema circulatório. Em grandes

animais os embolos acontecem mais comumente em endocardite bacteriana,

tromboflebites, onfaloflebites e arterites.

1.1.1.3 Tromboembolismo

Tromboembolismo é a obstrução macrovascular da circulação sanguínea por

um trombo que se desenvolve localmente, que quando se desloca para um local

distante é chamado de embolismo (KITTREL; BERWITT, 2012). Além de haver

obstrução mecânica, ocorre ainda liberação de fatores humorais que causam

alterações hemodinâmicas no paciente (DIAMANTE et al., 2016).

O tromboembolismo ainda pode ser classificado como arterial ou venoso

sendo que o tromboembolismo arterial afeta comumente a aorta e seus ramos,

seguido das artérias cerebrais, sendo o infarto do miocárdio mais raro (HACKNER;

WHITE, 2012). No caso do tromboembolismo aórtico, a obstrução da trifurcação

aórtica gera como consequência a neuromiopatia isquêmica, causando dor e

disfunção locomotora (GONÇALVES et al., 2008).

1.2 DOENÇAS E FATORES RELACIONADOS AO TROMBOEMBOLISMO

Segundo Carameli et al. (2004), vários fatores podem ser predisponentes a

formação de um trombo, tal qual diversas situações clínicas ou cirúrgicas. Os fatores

predisponentes de tromboembolismo são mais bem elucidados na medicina

humana, porém várias patologias humanas possuem caráter fisiológico semelhante

as apresentadas na veterinária, tornando possível extrapolar a barreira de espécies

e importar alguns conceitos, mesmo sem as comprovações científicas que

concretizem todas as tendências clínicas apresentados pela literatura humana.

Desta forma é justificada a apresentação também das principais pré-disposições

humanas para que médicos veterinários se atentem a tal.

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1.2.1 Componentes da coagulação

Onde prevalece um ou mais componentes da tríade de Virchow (estase

venosa, lesão endotelial e estado de hipercoagulabilidade) é considerado propício

ao desenvolvimento da trombose (LEE; SHAH, 2001) e consequente risco de

tromboembolismo. A alteração endotelial provocada pelo episódio inicial predispõe à

formação de novos trombos, principalmente na presença de outros fatores de risco

persistentes (PRANDONI et. al., 1996).

Deficiência de antitrombina; deficiência de proteínas C e S; resistência à

proteína C (fator V Leiden); desfibrinogenemia; anticorpo

antifosfolipídio/antiocardiolipina; mutação da protrombina; desordens do

plasminogênio (CARAMELI et. al., 2004) são algumas das alterações de caráter

hemostáticos ligadas as tromboses e tromboembolismos pois levam alterações na

homeostase normal.

1.2.2 Fatores ligados ao internamento

Conforme já elucidado por Salzman e Hirsh (1993) a associação entre a

imobilização prolongada e o tromboembolismo venoso é bem definida. Algumas

situações ligadas a hospitalização dos pacientes levam a tendências

troboembólicas, como animais com restrição a movimentação. Estes pacientes

apresentam perda da bomba muscular e consequente estase venosa nos membros

inferiores (CARAMELI et. al., 2004), levando novamente ao fator de risco que se

encaixa na tríade de Virchow.

Estados hipovolêmicos que levam ao aumento da hemoconcentração devido

à desidratação ou hemorragias intensas também são citados por Carameli et. al.

(2004) como pré-disposições dentro do ambiente hospitalar. É bem elucidada a

relação entre o uso prolongado de cateteres e a formação de trombos,

principalmente com o uso de cateteres venosos centrais. Franceschi e Cunha (2010)

citam que entre os eventos adversos, relacionados ao uso de cateteres venosos

centrais está o risco de trombose. A turbulência do fluxo que pode ocorrer na

presença de cateter traumatiza o endotélio vascular e coloca as plaquetas em

contato com o endotélio com maior frequência (MEISSNER et al., 2007). A

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trombose pode ser resultado de uma reação inflamatória ao material que o cateter

foi feito ou a um trauma endotelial (SECOLI 2008).

Em cirurgias pouco invasivas, como as realizadas em âmbito ambulatorial o

risco para eventos tromboembólicos é baixo, e mais elevado em cirurgias mais

invasivas de âmbito hospitalar (FUZINATTO, 2011).

1.2.3 Viagens aéreas

As viagens aéreas também estão associadas a um maior risco de embolia

pulmonar, com maior prevalência em casos de maiores distâncias percorridas

(LAPOSTOLLE et al., 2001). Com o aumento da humanização dos animais

domésticos nas últimas décadas, este fator predisponente começa a surgir como

uma preocupação, sendo que o transporte aéreo tem sido muito mais utilizado, tanto

em animais domésticos quanto em animais selvagens e silvestres.

1.2.4 Sistema cardíaco

A insuficiência cardíaca congestiva e a doença pulmonar obstrutiva crônica

são situações clínicas predisponentes ao tromboembolismo venoso (KASPER et

al.,1997). A estase venosa proporcionada pela hipertensão pulmonar e a liberação

de substâncias trombóticas, presentes nessas situações, aumentam o risco de

embolia pulmonar (YAMAMOTO et al., 1995).

A patogenia da formação de trombos atriais provavelmente está relacionada à

vários fatores de risco como dilatação atrial, fluxo sanguíneo estagnado, redução da

contratilidade atrial, exposição das plaquetas ao colágeno subendocárdico.

(BONAGURA; LEHMKUHL, 2006). A perda do tônus muscular também é um fator

de risco nas cardiopatias, pois reduz o retorno venoso, gerando estase no segmento

acometido. Warlow e Cols (1972) através da técnica do fibrinogênio marcado,

demonstraram significativa diferença da incidência de trombose venosa profunda

entre o membro paralisado e o normal.

O dano endotelial secundário à dilatação do átrio expõe o colágeno endotelial,

que então induz à agregação plaquetária e ativação intrínseca da cascata de

coagulação formando um coágulo no átrio. (MOORE et al., 2000).

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1.2.5 Influência hormonal

O emprego de estrogênios como método de anticoncepção ou como terapia

de reposição hormonal é correlacionado com maior incidência de tromboembolismo

venoso em humanos, (KOSTER et. al. 1995), mesmo sem comprovação dentro da

área veterinária é de conhecimento que existiam métodos contraceptivos utilizados

em pequenos animais que possuiam estrógenos como princípio ativo, justificando a

apresentação desta área como pré-disposição.

Em humanos o uso de clomifeno, modelador seletivo de receptor de

estrógeno, por até seis meses de duração não provoca efeitos colaterais, mas um

período maior está relacionado a complicações tromboembólicas (NUNES et. al.,

2010). Ainda não existem estudos semelhantes na área da veterinária.

1.2.6 Pacientes oncológicos

Os distúrbios de coagulação são comuns para pacientes oncológicos

humanos e veterinários (CHILDRESS, 2012), embora em humanos o

tromboembolismo associado a hipercoagubilidade seja mais comum (DESANCHO;

RAND, 2010).

O tromboembolismo venoso é uma complicação frequente dos pacientes com

neoplasia dentro da medicina humana e veterinária sendo a trombose detectável em

aproximadamente metade dos pacientes com câncer em autópsia e associada

geralmente a malignidade oncológica (CHILDRESS, 2012). Desde os relatos feitos

por Trousseau, em 1888, sobre a associação entre câncer e trombose quando

descreveu uma síndrome de tromboembolismo venoso em pacientes com carcinoma

gástrico considera-se confirmada esta correlação.

Dentre as neoplasias, as de pâncreas, pulmão e trato gastrointestinal são

aquelas em que a associação é mais evidente segundo Sproul (1938). Segundo

Aderka et al. em 1986, a trombose venosa pode surgir como sinal premonitório,

semanas ou meses antes da detecção da neoplasia, sendo considerada, nesta

situação, como síndrome paraneoplásica.

A incidência do tromboembolismo em pacientes com câncer na veterinária

ainda é considerada desconhecida, porém foram identificadas neoplasias por Van

Winkle e Bruce (1993) em 3 (27%) de 11 cães com trombose venosa porta e por

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Laurenson et al. em 2010 com identificação de câncer em 43 (54%) de 80 cães com

trombose venosa esplênica e 14 (30%) de 47 cães com PE em três relatórios

separados (CHILDRESS, 2012).

Os componentes da hemostasia, como plaquetas, proteínas de coagulação e

fibrinólise apresentam um papel importante no crescimento e progressão do tumor

conforme elucidado por Boungenrieder e Herlyn (2003). Sendo assim existe uma

forte relação entre o tromboembolismo e metástase, assim como a gravidade da

coagulopatia pode estar associada com o tipo do tumor (ANDREASEN et al., 2012).

1.2.7 Anemia hemolitica imuno mediada (AHIM

A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) é considerada um dos tipos mais

comuns de anemia em animais de companhia, envolvendo mecanismos

imunomediados contra os antígenos que estão na superfície dos eritrócitos,

causando a sua destruição, resultado de uma reação de hipersensibilidade de tipo II

(WEINKLE et al., 2005).

A hemólise causada pode ser intravascular, onde ocorre envolvimento das

IgM e do sistema de complemento, ou extravascular, relacionada às IgG e ao

sistema reticuloendotelial (fígado, baço, medula óssea e gânglios linfáticos), sendo

esta última a forma mais comum nos cães (JAIN, 1986).

As causas da AHIM podem ser de origem primária/auto-imune/idiopática (60%

a 75% dos casos em cães com AHIM (GIGER, 2000), ou de origem secundária

(KLAG; GIGER; SHOFER., 1993). Exposição a fármacos, intoxicações, vacinação

recente e quadros infeciosos, inflamatórios ou neoplásicos são relacionados origem

do desenvolvimento desta doença. Pode ocorrer como um evento idiopático ou ser

secundária a uma variedade de desordens infecciosas, neoplásicas entre outras

(JAIN, 1986).

As raças Springer Spaniel e Cocker Spaniel apresentam uma predisposição

genética para o desenvolvimento da patologia, sendo mais comum em cães de meia

idade (entre 1 e 13 anos), fêmeas e animais castrados (BALCH; MACKIN, 2007).

Em 70% dos casos de AHIM a anemia é regenerativa e nos casos restantes,

a resposta regenerativa pode ocorrer mais tardiamente, entre 3 e 5 dias, ou nunca

chegar a acontecer, em casos em que há a produção de anticorpos contra os

percussores medulares (BURGESS et al., 2000).

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O tromboembolismo pulmonar tem sido identificado com frequência em cães

com AHIM, e trombos também podem ser encontrados em outros órgãos. A etiologia

do tromboembolismo na ainda não está bem elucidada quando associada a AHIM

(CARR; PANCIERA; KIDD, 2002).

Em um estudo com 12 cães feito por Klag, Giger e Shofer (1993) evidenciou

que o tromboembolismo é a complicação mais comum nas AHIM e

aproximadamente 50% dos cães apresentaram trombos em múltiplos órgãos,

evidenciando como uma complicação importante na AHIM canina. Este mesmo

resultado foi obtido por Carr, Panciera e Kidd (2002) cerca de 10 anos depois, onde

o tromboembolismo pulmonar foi atribuído como causa mais frequente de óbito em

cães com AHIM, sendo encontrado em 80% dos casos em avaliação de necropsia e

posteriormente por Weinkle et al. (2005), onde encontrou evidências de

tromboembolismo em todas as necropsias realizadas em cães com AHIM.

Apesar da frequência com que ocorrem os distúrbios hemostáticos em cães

com AHIM e do fato de os eventos tromboembólicos serem frequentes causas de

letalidade, o mecanismo para esta condição é desconhecido (MORAES et. al.,

2016). Algumas hipóteses são levantadas para este estado de hipercoagulabilidade

como o aumento da concentração de fatores pró-coagulantes, a diminuição da

concentração de fatores anticoagulantes e fibrinolíticos, a presença de coagulação

intravascular disseminada (CID), aumento da atividade plaquetária e a presença de

anticorpos anti-fosfolipídeos (MORAES et. al., 2016 apud SCOTT-MONCRIEF et al.,

2001; WEINCKLE et al., 2005; BALCH; MACKIN, 2007).

1.2.8 Estados inflamatórios graves e sepses

Já é documentado que na sepse grave existem estados de alterações na

coagulação, sistemas anticoagulantes endógenos, fibrinólise e sistemas de

complemento (MARGETIC, 2012; OIKONOMOPOULOU et al., 2012). A expressão

do fator de tecido mediado por citocinas na superfície dos leucócitos e endotélios é

um poderoso gatilho para a hemostasia secundária, associada a redução dos

anticoagulantes endógenos (AT e proteínas C e S) favorece a formação de trombos,

assim como os estados alterados de fibrinólise, além da associação entre a

diminuição persistente, a proteína C está associada a mortalidade (LAFORCADE et

al., 2003). Laforcade et al. documentaram em 2003 a diminuição da AT e da proteína

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C em cães com sepse, sendo que a sepse é descrita como uma doença coexistente

na maioria dos estudos retrospectivos de estados trombóticos.

A fibrinólise aumentada em cães com sepse é apresentada em um estudo

que documenta um amento na inibição da fibrinólise ativadora da trombina em cães

com sepsia bacteriana (JESSEN et al., 2010).

1.2.9 Estados de perda de proteína

Entre as doenças renais nos cães, as relacionadas a causas glomerulares

são as que mais acometem cães. Os tromboembolismos arteriais e venosos são

importantes complicações em cães acometidos por nefropatias com perda de

proteínas, ocorrendo em até 22% dos cães com doença glomerular (COOK, 1996). A

perda urinária de AT ganhou a maior atenção como uma causa potencial de

hipercoagulabilidade em estados de perca de proteína. O aumento da reatividade

das plaquetas e o aumento de alguns fatores de coagulação (V, VIII, VII e X) foram

documentados em cães com nefropatia com perda de proteínas. Fatores de von

Willebrand elevados e altos níveis de fibrinogénio também contribuem, assim como

a regulação negativa da fibrinólise devido a concentrações reduzidas de

plasminogénio (SINGHAL; BRINBLE, 2006; VAZIRI; BRANDON; NESS, 1980).

1.2.10 Hiperadrenocorticismo

O tromboembolismo pulmonar, trombose da veia porta e da veia esplênica, é

regularmente documentado em cães com hiperadrenocorticismo, com um estado

protrombótico atribuído a concentrações elevadas de cortisol circulante (RESPESS

et al., 2011; LAURENSON et al., 2010). Embora existam estudos a respeito desta

correlação, não existem resultados concordantes entre eles, sendo necessários mais

pesquisas para identificar e elucidar esta relação.

2 ESPÉCIES MAIS ACOMETIDAS PELO TROMBOEMBOLISMO

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2.1 FELINOS

Tromboembolismo ocorre em aproximadamente 20-50% dos gatos com

cardiomiopatia (MOORE et al., 2000). A patogenia da formação de trombos atriais é

maior em felinos, pois estes possuem fatores hemostáticos particulares

(BONAGURA; LEHMKUHL, 2006). Em gatos, o tromboembolismo aórtico está

principalmente associado a doença cardíaca subjacente, geralmente cardiomiopatia

hipertrófica, mas outras doenças como as miocardiopatias dilatadas e restritivas

também foram relatadas (LASTE; HARPSTER, 1995).

O tromboembolismo aórtico é uma condição potencialmente fatal bem

estabelecida em felinos, sendo uma síndrome grave e aguda, geralmente associada

a doença cardíaca subjacente (WINTER et al., 2012).

Em estudo Winter et al. (2012) aponta que a forma clínica do TEA nos felinos

é em sua maioria envolve a formação de trombos no átrio esquerdo, secundário a

alguma doença cardíaca, sendo que o tromboembolismo acontece de forma aguda e

geralmente na bifurcação aórtica, sendo a estase do fluxo sanguíneo é

provavelmente um mecanismo dominante na TEA felina. Além disso, as plaquetas

em gatos são mais sensíveis a serotonina induzindo agregação, tornando mais

provável a formação do trombo (MOORE et al., 2000).

2.2 CANINOS

A doença tromboembólica em cães é considerada rara (WINTER et al., 2012)

e está associada a uma variedade de condições predisponentes, além de estar

associada a diversas doenças em que as plaquetas desempenham um papel

importante na hipercoagulabilidade, incluindo doença cardíaca,

hiperadrenocorticismo, anemia hemolítica mediada por imunidade, coagulação

intravascular disseminada, sepse e nefropatia perdedora de proteínas e enteropatia

(FOX; PETRIE; HOHENHAUS, 2004).

O tromboembolismo aórtico já foi documentado em cães, porém é uma

condição clinica raramente relatada. A maioria dos cães apresenta sinais clínicos

mais crônicos ou relacionados aos membros pélvicos, variando de semanas a

meses. Além disso a maioria dos cães não possui doença cardíaca associada, e

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embora ainda não tenha sido comprovado, sugere-se que a patogenia da doença é

diferente em cães e gatos (WINTER et al., 2012).

Hipertensão é um fator de risco reconhecido em um número variado de

mecanismos do corpo, incluindo disfunções e injurias do endotélio. Já foi descrito

também na medicina veterinária relatos de cães com hipertensão associada ao

tromboembolismo, mesmo que em baixo número, desta forma podemos considerar a

possibilidade da contribuição da hipertensão na formação do trombo; correlação

entre o hipotireoidismo com a trombose em cães da raça beagle e

hipercoagulabilidade e hipofibrinólise também são fatores de risco para o TEA

(WINTER et al., 2012).

Em estudo de Winter et al. (2012) aparentemente os cães tem uma

apresentação da TEA caracterizada por envolver a formação de trombos in situ na

aorta distal com desenvolvimento crônico de isquemia nos membros pélvicos.

2.3 EQUINOS

Em cavalos, os distúrbios trombóticos, embora não estatisticamente documentados,

são mais frequentes do que as hemorragias nos tratamentos intensivos, sendo um

desafio clínico determinar a causa da trombofilia (BYARS; DAVIS; DIVERS, 2003).

Em grandes animais, em geral, o tromboembolismo é mal definido (REEF, 2014). As

doenças vasculares nos equinos são, como nas outras espécies, geralmente

causadas por distúrbios hemodinâmicos que se enquadram na tríade de Virchow,

sendo as de origem iatrogênica as mais comuns; resultantes de complicações do

uso prolongado de cateteres venosos ou injeções intravenosas que causam lesão

mecânica ou química na parede do vaso (WIEMERGRUYS; VAN; HOECK, 2005),

sem a ocorrência do tromboembolismo. A trombose é mais sutil e indetectável pela

avaliação clínica convencional e muitas vezes laboratorial até que os processos de

doença com risco de vida sejam avançados (BYARS; DAVIS; DIVERS, 2003).

Nesta espécie a tromboflebite jugular e a laminite são as doenças vasculares

de ocorrência mais frequente nos animais adultos (BAYEARS et al., 2003;

WIEMERGRUYS; VAN; HOECK, 2005). A tromboflebite em equinos acomete

geralmente a veia jugular porque é o acesso venoso mais fácil e mais usado (DIAS;

NETO, 2013), estando associada a técnica de punção venosa. Segundo Dickson et

al. (1990), o desenvolvimento de tromboflebite depende de vários fatores como:

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composição, manutenção e diâmetro do cateter, técnica de punção venosa, pH e

duração da solução infundida e presença de bactérias. A tromboflebite pode ocorrer

em todos os animais que forem submetidos ao acesso venoso, porém é

particularmente mais comum em equinos que foram acometidos por endotoxemia

(REEF, 2014). Para prevenção da tromboflebite nos equinos é essencial um

planejamento, cuidado e assepsia antes que seja feito o acesso venoso (DIAS;

NETO, 2013). Cavalos com distúrbios gastrointestinais e sepsia podem desenvolver

coagulopatias caracterizadas pela ativação excessiva da coagulação, e

comprometimento da fibrinólise e vias anticoagulante. (HOPPER; BATEMAN, 2005;

SCHAER; EPSTEIN, 2009). Graus de coagulação anormal em animais com doenças

gastrointestinais pode ser leve ou marcante, dependendo da gravidade da desordem

(DIAS; NETO, 2013).

O tromboembolismo aórtico é a síndrome mais frequentemente diagnosticada

em cavalos submetidos a exercícios físicos intensos. Embora historicamente o

parasitismo seja a enfermidade mais associada ao tromboembolismo aórtico em

equinos, sendo a aorta e as artérias mesentéricas mais frequentemente envolvidas,

outras causas podem ser associadas a esta patologia, porém não foram bem

elucidadas nesta espécie (REEF, 2014).

Durante o acompanhamento da doença é possível usar a ultrassonografia

como auxílio, caracterizando o trombo e monitorando sua extensão (KLOHNEN,

2009; GARDNER et al., 1991), este método de diagnóstico permite avaliar as

paredes dos vasos; comprometimento do fluxo sanguíneo; presença, extensão e

forma do trombo e também as características de vascularização e recanalização

(BARBOSA et al., 2009).

2.4 TIPOS DE TROMBOEMBOLISMO

2.4.1 Arterial (TEA)

O tromboembolismo arterial é a obstrução total ou parcial de uma artéria por

um coágulo sanguíneo formado distalmente (CHETBOUL; BIOURGE, 2009), resulta

na redução do fluxo sanguíneo para os tecidos distais ao trombo e vasoconstrição

secundária de vasos sanguíneos colaterais (MARTIN CABEZAS, 2016). Uma vez

formado, o trombo desloca-se e prossegue através do sistema arterial sanguíneo

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recolocando-se numa artéria dependendo do tamanho do trombo, sendo a

localização mais frequente a trifurcação da aorta (71%) e a artéria subclávia do

membro anterior direito (MCDONALD, 2010). Mais importante que a obstrução física

ao fluxo sanguíneo na artéria, o trombo libera aminas vasoativas, que causam

vasoconstrição massiva das artérias colaterais, comprometendo a perfusão

adequada do membro (MCDONALD, 2010).

Em animais, o tromboembolismo arterial afeta comumente a aorta e seus

ramos, seguido das artérias cerebrais, sendo o infarto do miocárdio mais raro

(HACKNER; WHITE, 2012). No caso do tromboembolismo aórtico, a obstrução da

trifurcação aórtica gera como consequência a neuromiopatia isquêmica, causando

dor e disfunção locomotora (GONÇALVES et al., 2008). É uma condição

potencialmente fatal bem estabelecida em felinos, porém rara em cães (WINTER et

al., 2012).

O quadro clínico dos pacientes pode ser agudo ou crônico, havendo assim

características clínicas e prognósticos diversos. O tromboembolismo aórtico é uma

condição comum em gatos (FLANDERS, 1986), sendo o quadro associado às

afecções cardíacas devido a elevada prevalência de doenças do miocárdio em

felinos. (FUENTES, 2012).

No caso de caninos, o tromboembolismo arterial é uma condição comum que

geralmente ocorre após uma outra doença (FUENTES, 2012), que comprometa o

fluxo sanguíneo, integridade vascular, coagulação e fibrinólise, tais como,

hiperadrenocorticismo, anemia hemolítica imunomediada, coagulação intravascular

disseminada, sepse, nefropatias, enteropatias, neoplasias e mais raramente

problemas cardíacos (BOSWOOD et al., 2000).

2.4.2 Pulmonar

Tromboembolismo pulmonar (TEP) consiste na obstrução aguda da

circulação arterial pulmonar pela instalação de coágulos sanguíneos, geralmente,

provenientes da circulação venosa sistêmica, com redução ou interrupção do fluxo

sanguíneo pulmonar para a área afetada (ALVARES; PÁDUA; TERRA FILHO,

2003). Observam-se alterações pulmonares e hemodinâmicas quando um êmbolo

se aloja em um ou mais ramos da artéria pulmonar (MARQUES, 1998), levando a

uma obstrução do leito vascular pulmonar (LYNELLE; JOHNSON, 2014). Pode

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ocorrer através de bloqueio com diversos materiais orgânicos, entre eles coágulos

sanguíneos, gerando a patologia conhecida como tromboembolismo pulmonar (TEP)

(LYNELLE; JOHNSON, 2014). Admite-se que mais provavelmente o TEP seja

resultado da formação do material de coágulo no lado direito do coração ou em um

local distante no sistema venoso que se libera e é alojado na circulação pulmonar

(LYNELLE; JOHNSON, 2014). A trombose in situ também pode ocorrer em

associação com hipertensão pulmonar, dirofilariose ou outros distúrbios da

vasculatura pulmonar (LYNELLE; JOHNSON, 2014).

Segundo Lynelle e Johnson (2014) a TEP é considerada subdiagnosticada

na população veterinária, tal qual em medicina humana, como explicação podemos

descrever a dificuldade de confirmação na necrópsia. Em estudo de Mosser et al.

(1973) observou-se que os trombos sofrem uma redução de 50% no volume do

coágulo nas primeiras 3 horas pós-morte devido à dissolução fibrinolítica; com

administração de heparina o volume dos coágulos reduz ainda mais como resultado

da inibição da formação de coágulos.

O reconhecimento clínico do TEP antemortem é considerado complexo por

possuir sinais clínicos e achados de exame físicos semelhantes aos encontrados em

uma variedade de patologias cardiopulmonares, sendo extremamente

desconsiderada como diagnóstico diferencial (LYNELLE; JOHNSON, 2014). Um

dos fatores críticos que determinam a história natural de um episódio

tromboembólico venoso é a taxa na qual os tromboembolos se resolvem

espontaneamente. As taxas de resolução podem exercer uma influência substancial

sobre a probabilidade de sobrevivência de um evento embólico, a resposta aparente

à terapia e o resultado em longo prazo tanto da trombose venosa como da embolia

pulmonar (MOSSER et al.,1973).

Estudos anteriores identificaram que em cães, a anemia hemolítica imuno

mediada, sepse, neoplasia, amiloidose, hiperadrenocorticismo e miocardiopatia

dilatada estão associadas a risco aumentado para TEP, enquanto neoplasia e

cardiomiopatia são encontradas mais frequentemente em gatos com TEP

(JOHNSON et al., 1999).

2.4.3 Outras localizações

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Os locais que também podem ser fontes de êmbolos são veias superficiais,

renais, uterinas, prostáticas e até mesmo das câmaras cardíacas direitas

(MARQUES, 1998). A trombose da veia porta (TVP) é definida como oclusão parcial

ou total da veia porta extra-hepática, sendo que os sinais clínicos variam de colapso

cardiovascular assintomático a agudo (RESPESS et al., 2011). Como a veia porta

pode ser difícil de ser vista através de exames de imagem em cães grandes e

profundos, geralmente é necessário um índice de suspeita para uma avaliação

consistente da presença de trombose (LAFORCADE et al., 2012). Em estudos foi

possível notar que as doenças associadas coincidem com as apresentadas em

outras formas de tromboembolismo, além da presença de outros trombos

associados (RESPESS et al., 2011). Outro fator de risco identificado em felinos foi a

doença hepatobiliar (ROGERS et al., 2008)

A veia esplênica é intimamente relacionada com a veia porta, sendo suas

causas subjacentes. Neoplasias e processos inflamatórios sistêmicos

(principalmente a pancreatite e a sepse) são as condições que mais ocorrem

associadas à trombose da veia esplênica segundo estudo de Laurenson et al., 2010.

A utilização de corticosteróides durante a apresentação do trombo também foi

comumente apresentada, com relação ainda não estudada. Ao contrário da

trombose em outros locais, a trombose da veia esplênica é tipicamente

assintomática e descoberta como um achado incidental durante a ultra-sonografia

abdominal (LAFORCADE et al., 2012).

2.5 SINAIS E ASPECTOS CLÍNICOS DOS PECIENTES ACOMETIDOS

2.5.1 Sinais clínicos no TEP

Segundo estudo de Johnson (1999) em cães e gatos, os sinais clínicos de

TEP são difíceis de diferenciar dos sinais de outras condições cardiopulmonares.

Como o TEP está associado a sinais clínicos inespecíficos como taquipnéia ou

dificuldade respiratória, respiração laboriosa, taquicardia e sons pulmonares

anormais, como crepitação ou sibilos, letargia e estado neurológico alterado, como

apatia. Outros sinais clínicos que podem ser observados incluem tosse, síncope e

hemoptise. O estado mental alterado é relatado em mais de 35% em um estudo com

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cães, pode estar relacionado a hipoxemia transitória ou isquemia cerebral

(LYNELLE; JOHNSON, 2014).

A ventilação é controlada pela interação entre os níveis de CO2 no sistema

nervoso central e os de PaO2 na periferia. O TEP está associado à taquipnéia e

hiperventilação alveolar, sendo esses associados a hipóxia. Uma hipótese sobre a

falta de ar nos pacientes seria de que a agregação plaquetária com liberação de

mediadores humorais e citocinas poderia ativar as fibras C e os receptores irritantes

para causar falta de ar. A embolização de órgãos adicionais ocorre frequentemente

com TEP e a obstrução vascular no sistema nervoso central também pode afetar o

controle ventilatório (LYNELLE; JOHNSON, 2014).

As mudanças que ocorrem na mecânica pulmonar são contribuintes

importantes para a taquipnéia, o aumento da resistência associado a diminuição da

adesão dificultam a respiração. A complacência pulmonar é reduzida por conta de

edema e atelectasia. O edema pulmonar resulta em aumento da pressão

hidrostática, associada ao aumento do fluxo sanguíneo para regiões dos pulmões

que não sofreram embolização liberando fatores humorais que aumentam a

permeabilidade microvascular (LYNELLE; JOHNSON, 2014). A pressão, porém, não

se altera, pois, a circulação pulmonar é capaz de acomodar mudanças no fluxo

sanguíneo sem que ocorram alterações. Em contrapartida a obstrução dos vasos

sanguíneos libera mediadores vasoativos que levam a uma vasoconstrição reativa

em resposta. Por consequência destes eventos ocorre a redução no diâmetro do

leito circulatório pulmonar, aumento da resistência vascular e, nos casos moderados

a graves, aumentos da pressão arterial pulmonar (LYNELLE; JOHNSON, 2014).

É importante notar que distúrbios respiratórios evidentes e taquipnéia podem

estar ausentes em alguns cães ou gatos que têm embolização pulmonar

documentada na necropsia. O conhecimento das condições predisponentes é

importante para o diagnóstico e tratamento apropriados. É essencial obter

informações sobre doenças concomitantes e tratamentos que já tenham sido feitos

para determinar o risco de embolização em pacientes hospitalizados (LYNELLE;

JOHNSON, 2014).

2.5.2 Sinais clínicos no TEA

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As manifestações mais comuns incluem paresia ou paralisia aguda dos

membros posteriores, pulso femoral fraco ou inexistente, rigidez dos músculos

gastrocnêmicos, dor aguda à palpação (FUENTES, 2012) vocalização e angústia e

padrão respiratório rápido (BONAGURA; LEHMKUHL, 2006), extremidades são

geralmente frias cianóticas e pálidas (MOORE et al., 2000). Em casos extremos

pode ser observada necrose da pele e tecidos moles dos dedos dos membros

afetados (BOSWOOD et al., 2000).

A disfunção locomotora, incluindo déficits neurológicos, foi descrita como uma

consequência de TEA em cães (VAN WINKLE et al., 1993; BOSWOOD et al., 2000),

porém em estudo feito com treze cães por Gonçalves et al em 2008 foi descrito pela

primeira vez a apresentação clínica e neurológica da TEA em cães.

Diferentemente da TEP, no estudo de Gonçalves et al. (2008), a TEA parece

segregar em dois grupos principais os cães de acordo com a velocidade de início

dos sinais clínicos. Cães com um início agudo dos sinais tendem a ser mais

severamente afetados e com menor tempo de sobrevida, sendo considerados

semelhantes à apresentação de TEA em gatos, enquanto que os cães com início

crônico apresentam em sua maioria intolerância ao exercício e maior tempo de

sobrevida. Porém existe uma diferença em relação ao reflexo patelar, enquanto este

é dificilmente perdido nos gatos (FLANDERS, 1986), em cães nos casos em que os

reflexos espinhais segmentares nos membros pélvicos foram afetados, o reflexo

patelar foi mais frequente e mais severamente afetado que o reflexo flexor. Por este

motivo Gonçalves et al. (2008) apontam que a diferença no padrão de déficits

pélvicos e reflexo do membro pode ser resultado da diferenciação entre as espécies

quanto ao fornecimento de sangue arterial da região afetada, sendo os cães com um

suprimento de sangue colateral rico para os membros pélvicos (BUCHANAN et al.,

1997) e consequente qualidade e a taxa de desenvolvimento do suprimento

sanguíneo, a presença provável de uma circulação colateral mais extensa pode

explicar parcialmente por que alguns cães podem aparentemente tolerar o

desenvolvimento de AT(GONÇALVES et al., 2008).

Além das diferenças de irrigação em gatos, a causa principal provável da AT

é deslocamento de um trombo cardíaco, levando a embolização aguda. Isto é

pensado para iniciar uma cascata de eventos que levam à constrição de vasos

colaterais através da liberação de substâncias vasoativas (SMITH; TOBIAS, 2004).

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2.6 DIAGNÓSTICO DO TROMBOEMBOLISMO

Provar a presença de tromboembolismo é um desafio (LYNELLE; JOHNSON,

2014), pois os métodos de diagnóstico são pouco sensíveis e específicos. Os sinais

clínicos ou sintomas só podem sugerir o diagnóstico. Portanto, testes objetivos são

necessários para um diagnóstico definitivo (MONYÉ et al., 2001).

2.6.1 Métodos de diagnósticoVários métodos são utilizados dentro da medicina humana para diagnosticar o

tromboembolismo, alguns são usados devidamente na medicina veterinária,

enquanto que outros ainda não foram totalmente incluídos.

2.6.1.1 Exames laboratoriais

No tromboembolismo pulmonar, as alterações hemodinâmicas são as

principais respostas fisiopatológicas, tendo respostas diretas a toda a compensação

necessária para que o organismo continue estável. O aumento da resistência

vascular pulmonar, anormalidades na troca gasosa, alteração do controle ventilatório

e alterações na mecânica pulmonar são algumas das alterações (LYNELLE;

JOHNSON, 2014).

O trabalho laboratorial de rotina (contagem completa de células sanguíneas,

perfil bioquímico e urinálise) são úteis para investigar alguma doença associada ou

pré-disposições a hipercoalubilidade. A hiperbilirrubinemia e o teste de Coombs

negativo podem ser sugestivos de TEP em cães com AHIM (LYNELLE; JOHNSON,

2014), porém a investigação das causas clínicas que levaram a alteração é que

deve ser investigada. A hipoalbuminemia deve ser investigada quanto a perca

sistêmica de proteínas, que pode estar associada à perda de antitrombina III.

Concentrações de antitrombina inferiores a 50% a 75% do normal são suspeitas de

hipercoagulabilidade, consequentemente um risco de complicações embólicas. Em

animais com perda concomitante de albumina e globulina, deve ser considerada

uma enteropatia que leve a perda de proteínas. (GOODWEN et al., 2011).

Níveis baixos de vitamina B12 sérica são favoráveis à disfunção intestinal e a

hipercoagulabilidade tem sido documentada em cães com Enteropatia perdedora de

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proteína (EPP), que é uma doença grave do intestino delgado que permite a fuga de

proteínas para o lúmen intestinal. (GOODWEN et al, 2011).

2.6.1.2 Tromboelastografia

A Tromboelastografia é um método analítico que permite uma visão global do

processo da coagulação, desde a iniciação, formação, estabilização e lise do

coágulo, bem como a interação das células sanguíneas e das proteínas da

coagulação (ALVES, 2013). Este teste fornece uma avaliação dinâmica da

construção e força de um coágulo e pode identificar ambos os estados:

hipocoagulação e hipercoagulação (LYNELLE; JOHNSON, 2014). Segundo estudo

de Goodwen et al. (2011) representa um teste viscoelástico rotatório in vivo de

coagulação que produz uma representação gráfica dos processos de formação de

coágulos e fibrinólise em sangue total.

Conforme descrito no estudo de Goodwen et al. em 2001, a

tromboelastografia é feita através da análise de quatro variáveis: o tempo reação (R)

avalia a via intrínseca sendo afetado pelas concentrações dos factores VIII, IX, XI e

XII; o tempo de formação de coagulo (K), sendo influenciado pelos níveis de

fibrinógeno, trombina, fator VII, contagem de plaquetas e função e hematócrito (Hct);

o ângulo de formação de coágulos avalia a taxa de formação de coágulos sendo

afetado pelas mesmas variáveis que o tempo K e, por fim, a variável AM (máxima

amplitude) está relacionado com a resistência do coágulo final sendo afetado pelos

níveis de fibrinogênio, trombina, fator XIII, função e contagem de plaquetas e Hct.

Em comparação, testes padrão de coagulação (tempo de tromboplastina parcial

ativado [aPTT], tempo de protrombina [PT]) avaliam apenas o tempo necessário

para formar um coágulo. (LYNELLE; JOHNSON, 2014).

Em estudo de Alves (2013) evidenciou que a tromboelastografia é útil não

apenas em métodos de diagnóstico para possíveis tromboêmbolos, mas também

permite avaliar as alterações associadas ao uso de heparina (prolongamento do

tempo “r”), quantificação da ação de fármacos antiagregantes plaquetários (redução

da AM) e efeito de agentes trombolíticos (aumento da lise do coágulo). O mesmo

estudo indica que é possível detectar estados protrombóticos em pacientes

submetidos a cirurgias cardíacas.

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2.6.1.3 D-Dímero

Um teste não invasivo adequado é a medição da concentração plasmática de

D-dímero, um produto de degradação da fibrina reticulada que é liberado quando o

sistema fibrinolítico endógeno ataca a matriz de fibrina do tromboembolismo. O nível

plasmático de D-dímero é quase sempre aumentado em pacientes com embolia

pulmonar aguda ou trombose venosa profunda (TVP) (MONYÉ et al., 2001). Uma

vez que as concentrações elevadas de D-dímero podem ser encontradas em muitas

condições, um valor positivo deve ser interpretado em conjunção com testes mais

específicos. Foi sugerido que um nível normal de D-dímero medido com um ensaio

imunoenzimático ligado a enzimas (ELISA) ao menos pode excluir com precisão a

embolia pulmonar (BOUNAMEAUX et al., 1991; GOLDHABER et al., 1993). Porém

mesmo com bons resultados o teste de D-imimerizante ainda é o primeiro e único

teste diagnóstico feito rotineiramente. Um recente estudo retrospectivo realizado por

Sijens et al. (2000) em pacientes selecionados com PE comprovada, sugeriu uma

relação entre a carga do trombo e a exatidão de D-dímero.

A avaliação da concentração de d-dímero d foi recomendada como uma

forma de excluir TEP quando o teste é negativo ou para aumentar a probabilidade

de que a embolização está presente quando um título elevado é detectado

(LYNELLE; JOHNSON, 2014). D-Dímero é um produto de degradação da fibrina que

tem sofrido reticulação e um teste positivo é mais específico para a formação de

fibrina do que o teste de produto de degradação de fibrina (PDF) porque o PDF

detecta produtos de degradação de fibrina e fibrinogénio. Infelizmente, muitas

doenças na medicina veterinária resultam na elevação do dímero d, e um teste

negativo não exclui exclusivamente a tromboembolia. Um estudo em medicina

humana feito por de Monyé et al. em 2001, avaliando a acurácia do teste d-dímero

versus a localização do êmbolo, relatou que um d-dímero negativo poderia ser

usado para descartar a maioria (93%) dos grandes êmbolos pulmonares, mas

apenas metade dos êmbolos subsegmentais.

O D-Dímero (DD) é um fragmento dos produtos de degradação da fibrina

(PDF), presentes no sangue, quando o mecanismo de fibrinólise é ativado. Quando

há um fenômeno tromboembólico, há ativação do sistema fibrinolítico, elevando as

concentrações séricas dos PDF. Métodos imunológicos são utilizados para detectar

a presença de DD no sangue. O primeiro método a ser desenvolvido e

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rotineiramente utilizado é o teste de aglutinação do látex, um método qualitativo e

rápido. O teste quantitativo (ELISA) é mais acurado, porém mais demorado

(ALVARES; PADUA, 2013).

2.6.1.4 Gasometria arterial

Em pacientes humanos são descritas alterações na gasometria de pacientes

com TEP, sendo a hipoxemia e a hipocapnia as mais comuns. A hipocapnia deve-se

à hiperventilação, enquanto que a hipóxia já foi elucidada anteriormente. A diferença

alveoloarterial de oxigênio também pode estar aumentada. Embora as alterações

ocorram na maioria dos pacientes, uma gasometria normal não pode excluir o

diagnóstico de TEP, da mesma forma que as alterações encontradas não são

específicas para seu diagnóstico (STEIN et al., 1991). Outros fatores que podem

prejudicar ainda mais a análise da gasometria arterial, nesses pacientes, são: a

oferta de oxigênio antes da sua coleta e/ou a sua realização em pacientes com

cardiopatia ou pneumopatia prévias (ALVARES; PÁDUA; TERRA FILHO, 2003).

2.6.1.5 Eletrocardiograma (ECG)

O eletrocardiograma não é um exame sensível ou específico para o

diagnóstico de TEP. Contribui para sua baixa especificidade o fato de que na

medicina humana existe a presença de ECG normal em pacientes com TEP (em até

30%) (ALVARES; PÁDUA; TERRA FILHO, 2003), além da possibilidade de

desaparecimento rápido das alterações visíveis neste método diagnóstico,

dificuldades de interpretação em função de alterações secundárias a doenças

cardiopulmonares pré-existentes (STEIN et al., 1975). Em estudo realizado na

medicina humana por Stein et al., em 1991, indicou que o segmento ST inespecífico

ou a alteração da onda T foi a anormalidade eletrocardiográfica mais comum em

pacientes com tromboembolismo pulmonar. Apesar da sua baixa especificidade ao

TEP o ECG tem um papel importante durante a investigação diagnóstica de TEP em

pacientes humanos, pois auxilia na confirmação ou exclusão de importantes

diagnósticos diferenciais, como o infarto agudo do miocárdio e a pericardite

(ALVARES; PADUA, 2013). Em pacientes veterinários são necessários mais

estudos a respeito deste método de diagnóstico no tromboembolismo.

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2.6.1.7 Angiografia

Na medicina humana o diagnóstico definitivo da embolização pulmonar é

baseado na angiografia pulmonar seletiva, embora a angiografia de contraste

durante a tomografia computadorizada seja cada vez mais utilizada (KOBLIK et al.,

1989). Nenhuma das duas técnicas foi adotada em pacientes veterinários.

Os exames de ventilação-perfusão compararam favoravelmente à angiografia

para o diagnóstico de TEP em pacientes humanos e veterinários (KOBLIK et al.,

1989); aonde é usado um gás radioativo que deve chegar em todas as vias aéreas,

necessitando de anestesia.

A varredura de perfusão, usando albumina macroagregada marcada com

tecnécio, é uma ferramenta menos invasiva que pode ser realizada sem anestesia.

Este teste de diagnóstico pode revelar regiões de ausência de radioatividade devido

à perda de fornecimento de sangue pulmonar pela embolização. Na medicina

humana, uma varredura de perfusão normal praticamente exclui a embolização

pulmonar. Uma varredura de perfusão anormal, no entanto, pode refletir TEP ou

uma variedade de condições pulmonares (LYNELLE; JOHNSON, 2014).

2.6.1.8 Radiografia

A radiografia na medicina humana pode além da sua capacidade em

evidenciar imagens compatíveis com o diagnóstico de TE, muitas vezes demonstra a

presença de outras alterações, que podem levar a outros diagnósticos de doenças

subjacentes responsáveis pelo tromboembolismo, ou podem revelar anormalidades

associadas à obstrução vascular (LYNELLE; JOHNSON, 2014). Além disso, podem

elucidar outros diagnósticos alternativos, como pneumonia, pneumotórax, fratura de

arco costal, edema pulmonar grave e tamponamento pericárdico (ALVES et al.,

2013), que podem levar a sinais clínicos semelhantes.

Algumas das anormalidades radiográficas torácicas associadas com TEP em

cães incluem derrame pleural, perda de definição da artéria pulmonar, infiltrados

alveolares, cardiomegalia, regiões pulmonares hiperlucentes e aumento da artéria

pulmonar principal. Infiltrados intersticiais ou alveolares podem representar edema

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focal ou difuso associado a sobreperfusão ou atelectasia (LYNELLE; JOHNSON,

2014).

As alterações radiológicas dependem do momento em que foi realizado o

exame, pois segundo Alves et al. (2013) o tempo em que o tromboembolismo está

presente, tem interferência no desencadeamento de diversos distúrbios

fisiopatológicos, que podem resultar em alterações estruturais e anatômicas,

responsáveis pelas anormalidades radiológicas identificáveis, sendo as alterações

radiológicas mais frequentes, no TEP, atelectasias e áreas de opacidade no

parênquima pulmonar.

As radiografias torácicas normais não excluem a possibilidade de

tromboembolização, sendo necessário a analise com os sinais clínicos

apresentados, pois radiografias torácicas normais em um paciente com taquipnéia

dramática e dificuldade respiratória devem ser consideradas altamente suspeitas

para TEP por exemplo (LYNELLE; JOHNSON, 2014).

2.6.1.9 Ultrassonografia

A confirmação de trombos em equinos é comumente realizada através de

exames ultrassonográficos, que permite a diferenciação mais precisa das estruturas

envolvidas e a avaliação da extensão da lesão no vaso, comprometimento de fluxo

sanguíneo, sendo possível avaliar a presença, extensão e formato do trombo, tal

como recanalização e vascularização comprensatória (REEF, 1998). A

ecocardiografia pode ser considerada como uma modalidade diagnóstica para a

avaliação não-invasiva de vasos pulmonares maiores, e os trombos podem

ocasionalmente ser vistos nas artérias pulmonares ou no átrio direito (LYNELLE;

JOHNSON, 2014).

Em equinos a técnica de ultrasonografia é utilizada em tromboflebites, sendo

possível monitorar a evolução do trombo (DIAS; NETO, 2013). A aparência ultra-

sonografica normal de uma veia jugular é de uma estrutura circular ou tubular

anecoica com a parede do vaso mais hiperecoica (EDENS, 1999). Quando existe

alteração morfológica é sinal de alterações. Veias inflamadas aparecem com

paredes espessadas e o trombo como uma estrutura hiperecóica ocluindo parcial ou

totalmente a parede do vaso (DIAS; NETO, 2013). Em casos de obstrução parcial

vai existir fluxo sanguíneo como uma área anecóica entre a parede do vaso e o

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trombo (REEF, 1998;). Um trombo séptico aparece como uma massa em cavitação

heterogênea e hiperecóica com áreas anecóicas que são fluídos acumulado

secundário a infecção e necrose (GARDNER et al., 1991; EDENS, 1999;

BONAGURA; REEF; SCHWARZWALD, 2010). Os sinais de sobrecarga aguda do

ventrículo direito podem ser evidentes, como hipocinese ou dilatação ventricular

direita, movimento anormal do septo ou regurgitação tricúspide. (LYNELLE;

JOHNSON, 2014).

O exame ultrassonográfico abdominal com Doppler pode revelar a ausência

de fluxo sanguíneo na área afetada através da presença de linha hiperecóica não

formadora de sombra acústica, segundo Carvalho (2004), os trombos apresentam-

se como uma massa sólida intraluminal de ecogenicidade moderada, considerando

a avaliação ultrassonográfica em alguns casos, mais sensível que a avaliação

clínica.

2.7 TRATAMENTOS

O tratamento para este tipo de patologia depende de que doença subjacente

está causando a formação de trombos, e incluem drogas trombolíticas sistêmicas,

drogas trombolíticas locais e extração mecânica ou cirúrgica (BALCH; MACKIN,

2007). No entanto, normalmente são utilizados terapia antiplaquetária e/ou

anticoagulante (CABEZAS, 2016). Por muitas décadas o fármaco de escolha

principal na profilaxia do tromboembolismo tem sido a heparina (primeiramente não

fracionada e mais recentemente as de baixo peso molecular) e a aspirina. O uso dos

antagonistas da vitamina K, a varfarina também foi descrito, porém possui uma

janela terapêutica estreita, resultando em uma taxa elevada de efeitos adversos

(SMITH, 2012). Após a realização do diagnóstico, a terapia deve ser prontamente

iniciada e consiste na utilização de medicações que previnam a formação de

trombos (SANTOS, 2008).

2.7.1 Analgesia

A analgesia ideal deve ser feita com o uso anestesia epidural quando o

membro afetado for um dos membros pélvicos. O Butorfanol é considerado um

analgésico fraco e de pouca duração, sendo necessário o uso nas primeiras 24 a 48

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horas o uso de opioides (THOBIAS; FINE, 2009). A administração de morfina em

baixas doses como 0,1 a 0,3 mg/kg a cada 3-6 horas, por via IM ou SC (WARE,

2010), pode ser considerada como analgesia adequada também o uso de

hidromorfina e fentanil considerada (THOBIAS; FINE, 2009), mas alguns gatos

podem a apresentar euforia aos opioides, então devem ser admistrados com

cuidado. Um adesivo de fentanil 15 25µg/h, aplicado em uma área de pele livre de

pelos, pode ser usado para auxiliar no alívio da dor por até três dias, mas como seu

efeito é retardado (cerca de 12 horas para se obter efeito) outro analgésico deve ser

simultaneamente administrado durante este período inicial (WARE, 2010).

2.7.2 Tratamento de suporte

O tratamento de suporte deve ser oferecido a todos os pacientes com sinais

clínicos da doença. A oxigenioterapia deverá ser ofertada aos pacientes com

dispneia ou hipoxemia. Ventilação mecânica pode ser necessária nos casos em que

apenas a oxigenioterapia não for suficiente para resolver a hipoxemia. Como a

entrega de oxigênio aos tecidos depende do débito cardíaco e do conteúdo de

oxigênio, a perfusão deve ser otimizada para maximizar a oxigenação dos tecidos

(GOGS et al., 2009).

2.7.3 Tratamento cirúrgico

Litwak (1993) cita a excisão cirúrgica do êmbolo como tratamento para

tromboembolismo. No entanto, o procedimento tem maior taxa de sucesso quando

realizado em até seis horas após a formação do trombo. Em gatos existe certa

ressalva a respeito da intervenção cirúrgica (WARE, 2010a), pois a remoção do

coágulo usando cateter de embolectomia não é muito eficaz nesta espécie, além do

risco cirúrgico e anestésico associados a problemas cardíacos que geralmente são

as causas do tromboembolismo nesta espécie.

A trombectomia utilizando um cateter é um método simples e eficaz que pode

ser utilizado para o tratamento do tromboembolismo. Conforme técnica descrita por

Sackman (1993) é inserido um cateter com um balão não inflado distalmente que

passa pelo trombo até ficar à frente dele, o balão é então inflado com solução salina,

e o balão é usado para puxar o coagulo suavemente ao longo do vaso para fora

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através de arteriotomia. O procedimento deve ser realizado com cuidado para não

causar injuria à parede do vaso. Após a remoção é feito o exame de angiografia

para confirmar a retirada completa do trombo.

Segundo Fox (1992), a embolectomia cirúrgica é contraindicada, pelos riscos

ligados à insuficiência cardíaca descompensada, hipotermia, e coagulação

intravascular disseminada, que podem estar associadas ao tromboembolismo. Além

disso, já tem ocorrido pré-operatoriamente, na maioria dos casos, uma significativa

neuromiopatia isquêmica.

A embolectomia reolítica consiste na utilizacão de um jato salino de alta

pressão que gera um gradiente de pressão, permitindo a destruicão e remocão dos

fragmentos do trombo. Também é possível a injecão intratrombo de baixas doses

de um agente trombolítico pela técnica de power pulse, utilizando a terapêutica

combinada de fármaco-mecânica (FARIA et al., 2014) e pode ser uma intervenção

eficaz e útil nos casos agudos, mas o acesso ao aparelho e o custo podem ser um

fator limitante. O tempo entre o início dos sinais clínicos e do processo de

embolectomia parece não interferir nos bem-sucedidos resultados (JANDREY,

2012).

2.7.4 Anticoagulantes

Os anticoagulantes são medicamentos considerados indispensáveis na

prevenção de eventos tromboembólicos venosos e arteriais e nas cirurgias

cardíacas e vasculares (OLIVEIRA, 2001). Esta terapia pode ser usada em

pacientes com risco ou recorrência de desenvolvimento de tromboembolismo

(SMITH, 2012). Um anticoagulante ideal seria caracterizado por ausência de

interação com outros fármacos ou com a dieta do paciente, eficiência primária

superior, grande biodisponibilidade, opções de via de administração, não atravessar

a barreira placentária, não causar trombocitopenia, ser de origem sintética, sem

necessidade de controle laboratorial, ter baixo custo e ser de fácil obtenção

(YOSHIDA et al., 2011). A aspirina, heparina não fracionada e heparina de baixo

peso molecular são os fármacos de eleição (ATKINS, 2005; FUENTES, 2012).

2.7.4.1 Heparina

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A heparina é utilizada há cerca de 70 anos para prevenção de tromboses e

tromboembolismo. Possui várias vantagens e limitações quando comparada a outros

medicamentos. Apenas moléculas de heparina com mais de 18 unidades de

monossacarídeos são capazes de inativar a trombina (CASU et al., 1981). A

variação de protocolo da utilização da heparina vem sendo extensivamente

estudado em desordens trombóticas venosas e arteriais, sendo de eficácia

comprovada com razoável segurança em uma longa lista de condições específicas.

Em pacientes veterinários infelizmente a literatura é limitada e sabe-se pouco ainda

sobre seu uso com eficácia e segurança, além de dosagens e contraindicações

(SMITH, 2012).

As heparinas atuam através do aumento da atividade inibitória da

antitrombina (AT). Causam a libertação do inibidor da via fatorial do tecido (TFPI) a

partir da superfície das células endoteliais no fluxo sanguíneo. AT atua como

anticoagulante inativando as proteases serinas assim como fator Xa (FXa), trombina

e outros. A inibição das proteases serinas é bem lenta na ausência da heparina.

Quando a AT se liga a heparina, isso muda sua conformação se tornando muito

mais eficiente na inibição das proteases serinas. Em circunstâncias fisiológicas o

endotélio das células produz proteoglicanos heparino-sulfatados (HSPGs), uma

pequena quantidade é expressa na superfície luminal em contato com o sangue que

flui. As HSPGs ligam AT, que é então capaz de inativar a trombina que foi produzida

próxima a HSPG. A trombina é resistente a fibrina, consequentemente, uma vez

formada atua como um reservatório protetor para a trombina ativa.

A heparina é dividida em não fracionada (HNF) e heparina de baixo peso

molecular (HBPM). A heparina não fracionada: é uma mistura heterogênea entre

moléculas de heparina derivadas da mucosa intestinal de suínos. Pode ser

administrada por via subcutânea ou intravenosa. Por conta da formação de um

hematoma local não é indicada a administração via muscular. Seu início de atividade

é imediato quando administrado IV e rapidamente absorvido quando administrado

por via SC, resultando em rápida anticoagulação. As moléculas de heparina se ligam

a uma variedade de proteínas. Como resultado a biodisponibilidade da heparina

administrada em via SC pode ser curta, particularmente em doenças críticas onde as

fases agudas e os níveis de proteínas inflamatórias podem variar (SMITH, 2012).

Como consequência, as variações nos parâmetros que influenciam a

farmacocinética da heparina em pacientes doentes tornam difíceis recomendações

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de dosagem aplicável a todos os pacientes, sendo necessário o acompanhamento

para adaptar a dose de heparina ao indivíduo. O grau recomendado de

prolongamento do aPTT é 1,5-2,5 vezes os valores iniciais em cães (GREEN, 1980).

De todos os tipos de heparinas, a não fracionada é a que foi melhor

caracterizada, sendo amplamente disponível e muito barata, além de possuir uma

alta taxa de efeitos adversos não hemorrágicos, tornando-se uma opção atrativa de

tratamento. Em contrapartida possui alta variabilidade em sua dose-resposta e

consequentemente um grande potencial de ser excessivamente anticoagulante. As

doses já foram estudadas em cães e gatos, e em cães com AHIM e gatos com TEA

são necessárias doses maiores para atingir níveis plasmáticos terapêuticos.

Por sua vez a HBPM são produzidas a partir da HNF por despolimerização

química ou enzimática e foram desenvolvidos para ter efeitos biológicos e

farmacocinética mais consistentes (GOGGS et al., 2009). Os produtos derivados das

HBPM possuem maior disponibilidade e meia vida maior em relação a HNF quando

administrados por via SC pois se ligam menos a proteínas plasmáticas, células

endoteliais e macrófagos (WARE, 2010a). Por possuírem tendências de ter a meia

vida longa, sua dosagem pode ser feita menos frequentemente, tornando o

tratamento mais conveniente (SMITH, 2012).

Por essas drogas serem protegidas por patentes e possuírem

desenvolvimento mais caro, o tratamento com elas torna-se mais custoso. As

versões genéricas existem, porém, há preocupações relacionadas à equivalência

das preparações feitas por meio de diferentes métodos (SMITH, 2012).

A heparina possui um índice terapêutico estreito e complicações

hemorrágicas graves podem resultar da superação da faixa terapêutica (GOGGS et

al., 2009). Geralmente a heparina é administrada inicialmente em bolus IV na dose

de 200 a 375 UI/kg e posteriormente via SC (WARE, 2010a). Em cães normais a

dose de heparina gira em torno de 200 U/kg como dose única subcutâneo é

considerado uma terapêutica adequada de anticoagulação com uma duração de até

6 horas (SMITH, 2012). Pode também ser administrado com via SC na dose de 150

a 250 U/kg a cada 6 ou 8 horas (WARE, 2010a). Além desses protocolos, resultados

sugerem que a HNF na dose inicial de 500 U/kg seguida de doses reduzidas a cada

12 horas são um tratamento efetivo, sendo indicado repetir as doses de 150 U/kg via

SC a cada 8 horas para manter os níveis de heparina adequados (SMITH, 2012). As

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propriedades farmacocinéticas da HNF em cães podem não ser uma terapêutica

confiável em altas doses (MISCHKE, 2001).

Em gatos normais a indicação é de HNF em 250U/kg por via SC a cada 6

horas, produzindo anticoagulação terapêutica adequada, porém na dosagem de

300U/kg SC a cada 8 horas a concentração plasmática é mais consistente

associada a ótima eficácia clínica e menores complicações hemorrágica segundo

Smith (2012).

O sulfato de protamina pode ser usado para reverter os efeitos da heparina,

porém quando superdosados podem levar a hemorragia irreversível. A dosagem se

dá a partir do tempo de administração da heparina sendo 1mg/100U de heparina IV

lento se a heparina foi administrada a 30 minutos; 0,5mg/100U se tiver sido

administrada entre 30 e 60 minutos e 0,25 mg/100 U, se foi administrado a mais de

uma hora (WARE, 2010a). As HBPM tendem a ter uma menor incidência de efeitos

adversos do que a HNF (SMITH, 2012).

2.7.4.2 Varfarina

A warfarina é um antagonista de vitamina K que altera a síntese de proteínas

de coagulação dependentes de vitamina K (fatores II, VII, IX e X), e os

anticoagulantes, proteínas C e S. A atividade anticoagulante da warfarina tem efeito

retardado (cerca de 4 a 5 dias), uma vez que as proteínas de coagulação inativas

recém-sintetizadas substituem gradualmente suas contrapartes funcionais. A

inibição rápida das proteínas C e S resulta em um período transitório de

hipercoagulabilidade em seres humanos, mas esse fenômeno não foi documentado

em cães ou gatos (SMITH e TOBIAS 2003).

A dose para cães saudáveis é inicialmente de 0,22mg/ via oral a cada 12

horas e para gatos sem pré-disposições a dose inicial indicada é de 0,06 a 0,09

mg/kg/dia, embora exista variação individual e um índice terapêutico estreio. Quando

existe risco de TEA a dose inicial é de 0,5 mg/gato/dia (SMITH, 2012). A varfarina

não proporcionou nenhum benefício de sobrevivência em nenhum estudo em

relação à aspirina, estando associada a um maior risco de hemorragia fatal e requer

monitoramento frequente das variáveis de coagulação (SMITH e TOBIAS; 2003).

Pela forte ligação da varfarina às proteínas (principalmente à albumina) em gatos,

quaisquer mudanças no status de albumina ou o uso concomitante de outros

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fármacos ligados a proteínas pode levar a mudanças relevantes no grau de

anticoagulação (SMITH, 2012).

Os efeitos adversos incluem hemorragia e terarogenia. A varfarina é

relativamente barata, mas os custos associados à sua utilização podem ser

elevados devido ao requisito de reformulação do fármaco e à monitorização

frequente do rácio normalizado internacional (INR) (SMITH, 2012).

2.7.4.3 Inibidores diretos de pequenas moléculas

O entendimento da estrutura e função enzimática tem levado ao

desenvolvimento recente de muitas moléculas pequenas que inibem diretamente

enzimas de coagulação, várias das quais são aprovadas para uso em

humanos.Rivaroxabam e Apixabam são inibidores de FXa orais que tem sido usados

em experimentos com animais. A avaliação in vitro da anticoagulação através da

adição de rivaroxabano a sangue canino e felino foi descrita na literatura veterinária.

Argatroban, um inibidor da trombina que deve ser administrado via infusão IV,

também tem sido utilizado em modelos experimentais caninos.

2.7.4.4 Terapia antiplaquetária

A principal indicação da terapia antiplaquetária é para condições associadas

com trombose arterial ou tromboembolismo, em que o cisalhamento elevado

provoca a ativação das plaquetas. Os antagonistas de plaquetas não são indicados

para a prevenção de trombose venosa ou tromboembolismo pulmonar (SMITH,

2012).

A aspirina é uma droga amplamente utilizada por suas propriedades anti-

inflamatórias, antipiréticas e antiplaquetárias (SMITH, 2012). Sua ação se dá através

da inibição de ciclooxigenade (COX, COX1 e COX2) (ROTH; MAJERUS, 1975) que

são responsáveis por catalisar a conversão de ácido araquidonico em PGH2. O

PGH2 por sua vez é precursor de prostaciclina (PGI2), PGD2, PGE2, PGE2a e

tromboxano A2 (TXA2). Enquanto que o TAX2 induz agregação plaquetaria e

vasoconctrição pela sua influência no aumento da função plaquetaria, o PGI2 vai

inibir a hemostasia impedindo a agregação e induzir a vasodilatação (MAJERUS,

1983). A TAX2 é produzida por plaquetas pela ação da COX1 em resposta aos

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sinais de citocinas de curto prazo e a PGI2 vai ser produzida pelas células

endoteliais e acionada através das ações de COX1 e COX2 (CLARKE et al., 1991;

MCADAM et al., 1999). A aspirina produz um defeito permanente na síntese de

TXA2 pelas plaquetas, uma vez que as plaquetas carecem de núcleo e, portanto,

não podem produzir uma enzima COX-1 mais ativa, enquanto que a inibição da

produção de PGI2 por células endoteliais vasculares nucleadas é temporário

(SMITH, 2012).

Dosagens mais baixas de aspirina são preferíveis porque possuem efeito

prejudicial sobre a função plaquetária sem reduzir significativamente os efeitos

antitrombóticos benéficos da PGI2 (BALCH; MACKIN, 2007). A inibição seletiva

ocorre através de 2 mecanismos: o primeiro se refere as células endoteliais que

podem produzir nova ciclooxigenase, enquanto que as plaquetas anucleadas não

podem, e baixas dosagens orais expõem as plaquetas à aspirina na vasculatura

portal, mas a exposição endotelial sistêmica é mínima devido ao alto metabolismo

hepático de primeira passagem. A função plaquetária é, portanto, extremamente

sensível à inibição por aspirina, e a droga produz um estado antitrombótico em uma

ampla gama de doses (CIPOLLONE et al., 1997; PATRONO, 1994).

A farmacodinâmica da aspirina em humanos e cães é parecida, em

contrapartida a farmacocinética da aspirina em felinos é diferente por causa da

deficiência de glucuronato em gatos, a aspirina tem uma eliminação de meia vida

prolongada de aproximadamente 38 horas nos gatos comparada a 7 horas nos cães

(BALCH; MACKIN, 2007).

2.7.4.5 Antagonistas do receptor de adenosina difosfato

O Clopidogrel oferece alguma esperança como um novo tratamento

antitrombótico (GOOGS et al., 2009), sendo um derivado da tienopiridina, que atua

como antagonista específico de P2Y12 (GREENE; MERIWETHER, 1982). É um

fármaco sem atividade antiplaquetária aparente, sendo necessários vias metabólicas

que envolvem vias dependentes do citocromo P450 para gerar os metabolitos ativos.

Esta necessidade de metabolismo provoca um atraso significativo no aparecimento

dos efeitos antiplaquetários (SMITH, 2012).

Também são responsáveis pela diminuição dos níveis circulantes de

fibrinogénio, inibem a agregação de eritrócitos, estimulam a produção de oxido

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nítrico, inibe a expressão de fatores tissulares nas células endoteliais e inibem de

síntese de fibronectina (GREENE; MERIWETHER, 1982). Este fármaco faz a

inibição in vitro das plaquetas felinas e parece ser bem tolerado, embora a ulceração

ainda seja uma preocupação potencial. Sua dose é de 18 a 19 mg/ gato a cada 24

horas (GOOGS et al., 2009).

O Clopidogrel pode ser combinado com a aspirina, embora seja mais seguro

usar a dose mais baixa de aspirina e monitorar o apetite como marcador de efeitos

colaterais gastrointestinais, comuns no uso da aspirina (GOOGS et al., 2009).

O ticlopisine é rapidamente absorvido quando administrado via oral, sendo

sua biodisponibilidade aumentada pela administração com alimento e diminuída por

antiácidos, seu efeito antiplaquetário leva cerca de 2 a 3 dias para se manifestar,

sendo necessária a associação com outras drogas. Em cães a dose sugerida é de

30 a 100mg/kg/d (VALENTIN et al., 1988), enquanto que para gatos são necessárias

altas doses que geram efeitos adversos demasiados (BOUDREAUX et al., 2004).

Uma das limitações do Ticlopisine são os efeitos colaterais desconhecidos em

pacientes veterinários, sendo apenas estudados em pacientes humanos, nestes

cerca de 50% apresentaram náusea, vomito e diarreia mais comumente. Todas as

circunstâncias em que as tienopiridinas têm um benefício clínico comprovado estão

no contexto arterial (SMITH, 2012).

2.7.5 Terapia a longo prazo

As terapias a longo prazo incluem drogas antitrombóticas, sendo as mais

comumente utilizadas a aspirina e a heparina, estando ainda sob estudos a

warfarina e o clopidogrel (BALCH; MACKIN, 2007).

Estudos com a varfarina demonstraram que a dose de 0,06 a 0,09 mg/kg/dia

é apropriado no tratamento de gatos com TEA (SMITH et al., 2000; SMITH et al.,

2000b). Para cães a dose indicada de varfarina por Fox, Petrie e Hohenhaus em

2004, é de 0,1 a 0,2 mg/kg/d, porém não existem estudos que demonstrem a

superioridade sobre os outros anticoagulantes. O clopidogrel pode ser utilizado em

gatos sob as doses de 18,75 mg / d, 37,5 mg / dia e 75 mg / dia, sem efeitos

adversos a partir do estudo feito por Hogan et al. (2004), porém são necessários

mais estudos que comprovem a eficácia e superioridade na medicina veterinária sob

as drogas utilizadas usualmente no tratamento.

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A gama de dose inicial recomendada de HNF é ampla devido à

farmacocinética imprevisível e à atividade biológica da UFH subcutânea em cães,

porém a dose usual de 200 U / kg funciona para a maioria dos cães, enquanto que

500 U / kg pode estar associada a um aumento significativo do risco de sangramento

em alguns cães. Para a terapia de trombose venosa com ou sem TEP em cães, a

varfarina pode ser considerada numa dose de 0,22 mg / kg administrada a cada 12

horas inicialmente e depois ajustada para se obter um prolongamento de (tempo de

protrombina) PT de 1,25 a 1,5 vezes o valor de pré-tratamento.

2.7.6 Monitorização da terapia

Os testes de monitorização da eficiência da terapia são feitos a partir da

identificação do estado de coagulação do paciente ou quantidade circulante de

medicação. Os testes de monitoramento da coagulação envolvem a ativação in vitro

de partes da cascata de coagulação e medem o tempo até a formação do coágulo

(TSENG et al., 2001). O tempo de protrombina (TP) é usado para avaliar as vias

extrínseca (fator VII) e comum (fatores X, V, II e I), enquanto o tempo de

tromboplastina parcial ativada (TTPa) é usado para monitorar as vias intrínseca

(fatores XII, XI, IX e VIII) e comum (RAND et al., 1996). Os valores de referência

para TP e TTPa encontrados na literatura para o plasma canino sadio, utilizando

reagentes comerciais, varia significativamente. O TP tem uma variação de 5,8 a 14,9

segundos, enquanto o TTPa varia de 11 a 25 segundos. A variação nos valores

encontrados está relacionada a vários fatores como a técnica de coleta, o recipiente

de coleta, a concentração de anticoagulante, o reagente, o método, o tempo de

incubação, o tempo de armazenamento e a temperatura (NAGHIBI et al., 1988).

Além destas variações, existem aquelas relacionadas a espécie, raça, sexo, idade,

dieta, estado de nutrição entre outros que podem influenciar nas determinações

(DUNCAN et al., 1994). Em função de todos estes fatores que podem interferir em

sua determinação, é importante determinar valores de referência conforme as

condições de cada local (DUNCAN et al., 1994; TSENG et al., 2001).

Um estudo recente que avalia a utilização de um ensaio anti-fator Xa em

cães, sugere que este parâmetro pode ser mais confiável do que aPTT para a

monitorização da HNF, sendo a faixa terapêutica canina recomendada para a

atividade anti-fator Xa foi de 0,35 a 0,70 U / mL (BROOKS, 2004).

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2.7.7 Fisioterapia

No início do tratamento a manipulação dos membros afetados deve ser

mínima. Porém à medida que a reperfusão sanguínea volta aos membros após o

início do tratamento, a fisioterapia pode acelerar a recuperação completa. Não se

deve realizar nenhuma venipunção nas pernas afetadas (DEFRANCESCO, 2003).

Os recursos disponíveis na medicina veterinária são: crioterapia, eletroterapia,

termoterapia, laserterapia, hidroterapia, cinesioterapia e massoterapia (SGUARIZI,

2007). A fisioterapia pode ser associada a terapia medicamentosa nos pacientes,

fornecendo uma recuperação mais rápida.

O fisioterapeuta ou o próprio tutor podem utilizar de termoterapia, que é a

terapia com calor. Podem ser utilizadas compressas mornas para promover a

circulação do membro afetado (SANTOS, 2008), mas também pode ser feito em

âmbito profissional através de terapia aquática ou ultrassom terapêutico. BISTNER

et al. (2002), relatam que os efeitos do calor na fisioterapia incluem: hiperemia e

dilatação de vasos cutâneos; elevação no pulso, na pressão sanguínea e na

ventilação pulmonar; aumento na transferência de metabolitos pelas membranas dos

capilares e relaxamento muscular.

A hidroterapia é um método fisioterapêutico de grande valia para a

recuperação de pacientes acometidos por tromboembolismo. A água possui certas

propriedades singulares que a tornam valioso agente terapêutico (BIASOLI;

MACHADO, 2006), tornando a realização de exercícios submersos diferente dos

exercícios realizado fora da água. As diferenças estão ligadas ao empuxo, à pressão

hidrostática e ao impacto mecânico (MIKAIL; PEDRO, 2006). A pressão hidrostática

é sentida quando o animal é submerso na água, aumentando a resistência à

expansão torácica no momento da inspiração. Por isso, é preciso ter cuidado com

pacientes que possuem problemas respiratórios ou cardíacos, sendo que alta taxa

de pacientes acometidos são felinos cardiopatas. A pressão ajuda o animal com

problemas na locomoção a realizar o movimento, pois transmite uma sensação de

sustentação (MIKAIL; PEDRO, 2006).

O impacto dos exercícios submersos é reduzido. Ao contrário dos exercícios

no solo, os aquáticos são executados em baixa velocidade (BIASOLI; MACHADO,

2006). A hidroterapia pode ser associada aos efeitos de calor, em que no caso do

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TE possui melhoras quando associado a água aquecida Modificações fisiológicas

podem ocorrer durante o exercício em água aquecida como aumento do suprimento

sanguíneo para os músculos e circulação periférica, além da diminuição da pressão

sanguínea e relaxamento muscular geral (LEVINE et al., 2004).

A hidroterapia pode ser feita em algumas modalidades de tratamento, que são

duchas, botas com turbilhão, imersão total e imersão parcial. Nas duchas, a água

exerce uma ação de massagem sobre os tecidos, melhorando a circulação

sanguínea e linfática, quando a pressão é realizada, efeito que melhora a reperfusão

nos membros afetados pelo TE, associado a massagem. (MIKAIL; PEDRO, 2006;

LEVINE et al., 2008). Na imersão parcial o animal deve apoiar-se no fundo do piso

da piscina para realização desta prática (LEVINE et al., 2004), e é possível obter

melhora da coordenação, do equilíbrio e fortalecimento muscular (LEVINE et al.,

2008). Os exercícios de fortalecimento com paciente submerso utilizam o princípio

físico da hidrostática, aonde é utilizada a flutuabilidade, para sustentar, auxiliar e

causar resistência multidimensional constante aos movimentos (FUNG, 1990).

Também pode ser utilizada a eletroterapia, onde é feita estimulação elétrica

nos tecidos afetados (LESNAU, 2006). As formas mais utilizadas da eletroterapia na

Medicina Veterinária são a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) e a

estimulação elétrica funcional (FES). O TENS é o método de estimulação dos nervos

periféricos através de eletrodos acoplados a pele. E uma corrente analgésica, atua

nos sistemas modulares da dor, aumentando sua tolerância a dor e causando uma

analgesia (KIKUTI et al. 2006). A eficiência do TENS, conforme KIKUTI (2006), está

diretamente relacionada a forma de estimulo, sua intensidade, frequência e a

colocação dos eletrodos. Esses cuidados possibilitam uma resposta neuromuscular

eficiente, graças à variação ao tempo de ação de resposta.

A estimulação elétrica funcional (FES), é um tratamento que utiliza a corrente

elétrica para provocar a contração muscular em músculos paralisados ou

enfraquecidos (PINHEIRO, 2006). Essa corrente elétrica é especifica de tal forma

que possibilita a contração muscular funcional. As indicações da utilização do FES,

conforme Pinheiro (2006) são: facilitação neuromuscular, controle da espasticidade,

paraplegias, paraparesias, hipotrofia por desuso. E as contraindicações são de não

colocar sobre a área cardíaca, lesão nervosa periférica, área com sensibilidade

alterada e em pacientes refratários a estimulação eletrônica.

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A laserterapia é uma modalidade que utiliza radiação eletromagnética na

forma de fotões. A classificação dos lasers é feita em quatro classes de acordo com

sua potência e comprimento de onda. (MILLIS; LEVINE, 2014). O laser estimula as

mitocôndrias celulares, levando a um aumento na produção de ATP intracelular;

melhora a produção de ácido araquidônico e a transformação de prostaglandina em

prostaciclina, levando a consequente ação antiedematosa e antiinflamatória;

promove aumento da endorfina circulante (beta endorfina) o que proporciona ao

paciente efeito analgésico na dor não inflamatória e melhor qualidade de vida

(PETRACHY; MATZUZZI, 1984).

Outro método que pode ser aplicado a pacientes que sofrem de

tromboembolismo é a magneto-terapia. Todas as patologias em que a aceleração do

processo de recuperação celular é necessária, é possível aplicar esta técnica,

devido à rápida cinética dos processos induzidos por esse agente físico (MILLIS;

LEVINE, 2014). Teoricamente o campo magnético criado nos aparelhos de campos

eletromagnéticos pulsados de baixa frequência (CEMP-BF) vão influenciar os íons

positivos e negativos a movimentarem-se intensamente na periferia dos vasos físico

(MILLIS; LEVINE, 2014). Quando se aplica CEMP-BF, num paciente, as moléculas

de oxigénio e hidrogénio que circulam no sangue, tornam-se magneticamente

polarizadas e agregam-se com maior eficiência a outros componentes sanguíneos

(GAYNOR, 2015). A alteração do padrão e corrente iónica pode potencialmente

levar a vasodilatação, com um consequente aumento do fluxo sanguíneo. Contudo

estas forças são fisicamente menores que as do músculo cardíaco (MILLIS; LEVINE,

2014)

São consideradas uma importante ferramenta da fisioterapia humana em

diversos países, chegando a pouco tempo a clínica brasileira. Trata-se de um

método não invasivo, seguro e de fácil manejo para o tratamento de diversas

patologias que possuam como características dor, inflamação e regeneração,

causando efeitos biológicos em organismos, sistemas e órgãos (DIAZ et al., 1995).

Ao nível celular tem efeito normalizador do potencial de membrana e estimula o

metabolismo celular; no tecido, é um potente estimulador metabólico de células,

tecidos e órgãos (ZARAGOZA, 1992). Os defensores da magneto-terapia apontam

ainda para um efeito analgésico, resultante da libertação de opioides endógenos

(grupo das beta-endorfinas), que diminuem a dor e aumentam o bem-estar

( SEKINO; ENO, 2011). Porém o tratamento com a magnetoterapia é contraindicado

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em casos de suspeita ou confirmação de processos neoplásicos,

hiperfuncionalidade das glândulas tireoide e suprarrenais, miastenia grave,

hemorragias e em casos de infecções fúngicas e virais, pois o tratamento pode

acelerar o processo de proliferação celular, aumentando consequentemente o

quadro infeccioso (MEYER et al., 2010).

2.8 PROGNÓSTICO

O prognóstico do tromboembolismo geralmente é determinado pela doença

subjacente, nos casos de doenças cardíacas é considerado normalmente grave

(SMITH et al., 2003). O prognóstico também depende do dano causado por

anóxia/hipóxia nos músculos e membros posteriores e à inervação, que pode se

tornar irreversível, se não devolve a perfusão de sangue para os tecidos afetados

(GAL et al., 2005).

Gonçalves et al. (2008) corroborou com a observação de Boswood et al. em 2000 de

que TEA em cães tem melhores taxas de sobrevivência imediata do que em gatos,

apresentando em seu estudo uma estava de 53% de cães que sobreviveram para a

alta, enquanto que em gatos, a sobrevida até a alta foi relatada entre de até 39% por

Smith et al. (2003). No TEA, cães com quadro crônico apresentam melhor

prognóstico, enquanto que os cães com quadro agudo tendem a ser severamente

afetados (GOLÇALVES et al., 2008; LAKE-BAKAAR; JOHNSON; GRIFFITHS,

2012).

2.9 PROFILAXIA

A maioria das abordagens profiláticas descreve o uso de heparina e aspirina

na veterinária. A melhor abordagem descrita na literatura foi de ajuste individual da

dose de heparina para a atividade anti-FXa alvo de 0,3-0,7 U / mL. Em gatos, porém,

não foram avaliadas doses de heparina, sendo as recomendações altamente

variáveis, porém a dose usual utilizada é por via SC de 50 a 100 U/kg como dose

baixa e 200 a 300 U/kg em dose alta a cada 6 ou 8 horas. Porém existe a variação

individual, sendo que a dose pode ser extrapolada até 475U/kg para alcançar a

concentração plasmática terapêutica (SMITH, 2012).

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A descrição da profilaxia com o uso de varfarina em cães possui estudos

limitados, porém a descrição é de uma dose inicial de 0,05 a 0,2 mg/kg VO a cada

24 horas, com dose de ajuste para alcançar INR de 2.0 a 3.0. Para gatos, dada a

falta de melhorias demonstráveis na sobrevivência a longo prazo, a necessidade e o

custo de uma monitorização cuidadosa e o risco de hemorragia fatal, torna o uso de

varfarina em gatos difícil e desnecessário (SMITH, 2012).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A doença tromboembolica é conhecida há muito tempo dentro da medicina

veterinária, sendo significativo as altas taxas de mortalidade mesmo após a tentativa

de tratamento. Diante da literatura existente sobre o assunto dentro da medicina

veterinária é vasto o conhecimento sobre a doença quando associada a cardiopatias

em felinos, porém mesmo sendo comum foi possível concluir a partir deste trabalho

a grande necessidade de maiores pesquisas em todas as áreas relacionadas ao

tromboembolismo.

Mesmo após esta doença ser largamente estudada em pacientes humanos

ela ainda é de certa forma negligenciada nos pacientes veterinários. É de vasto

conhecimento na medicina humana as pré-disposições aos casos de

tromboembolismo, possuindo os pacientes uma fisiologia em certos pontos muito

parecida com as dos pacientes humanos, desta forma é possível afirmar que os

veterinários negligenciam as possíveis complicações tromboembólicas dos

procedimentos que realizam e dos pacientes que estão sob seus cuidados. Os

programas de profilaxia dentro dos hospitais humanos podem ser facilmente

aplicáveis dentro dos hospitais veterinários. De certa forma é possível associar a alta

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taxa de mortalidade a falta de profilaxia, tornando muito mais difícil o tratamento e a

cura do paciente que é recebido em estados de tromboembolismo agudos,

diminuindo significativamente as chances de sobrevida e recuperação do animal.

As terapêuticas aplicadas aos pacientes veterinários são derivadas de

estudos com pacientes humanos, tornando as doses de certa forma inespecíficas

aos pequenos animais. Por se tratar de um tratamento que diminui o caráter

hemostático de recuperação de lesão endotelial, o mesmo torna-se um perigo

eminente quando não feito de forma cuidadosa. Estudos com as drogas novas no

mercado, aplicadas a pequenos animais, além da revisão das drogas antigas,

seriam de grande valia para diminuir os possíveis riscos e consequentes mortes

provenientes do tratamento.

4 RELATÓRIO DE ESTÁGIO

4.1 INSTITUTO DE REABILITAÇÃO ANIMAL

O estágio foi realizado no instituto de reabilitação animal que está localizado

na Avenida padre Germano Mayer, 1017, Bairro Alto da XV na cidade de Curitiba –

PR, durante o período do dia 14 de março até 29 de abril de 2017. O IRA possui

horário de funcionamento da 08:00 às 19:00.

Os atendimentos são realizados pelas três médicas veterinárias que

trabalham no local diariamente, sendo elas as médicas veterinárias Marianne

Zavaski, médica veterinária fisioterapeuta com pós-graduação em acupuntura;

Thaissa Nakamura, médica veterinária fisioterapeuta; e Mhayara Reusing, médica

veterinária, cirurgiã e fisioterapeuta. Além das veterinárias que atendem diariamente,

o IRA possui ainda convênio com várias especialidades veterinárias como oncologia,

acupuntura, ozonioterapia, termoterapia, procainaterapia, ShockWave,

Hemotoxicologia, dry Needing e neurologia.

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São disponibilizados atendimentos para avaliação fisioterapêutica, terapias de

eletroterapia, cinesioterapia, magneto terapia, laserterapia, ultrassom terapêutico e

hidroterapia. Primeiramente é realizada uma avaliação inicial para conhecimento do

caso e do paciente e então é feito um plano de tratamento conforme as

necessidades do paciente, após o termino das sessões programadas inicialmente é

realizada uma nova avaliação analisar o progresso do paciente e se necessário

implantar novas sessões ao tratamento, continuar com sessões de manutenção, ou

alta clínica.

O IRA conta com quatro salas de atendimentos (Figuras 4, 5, e 7), uma

recepção com sala de espera (Figura 1), uma sala de hidroterapia (Figura 3), uma

sala de magnetoterapia (Figura 4) e uma sala de secagem (Figura 6).

Figura 1 – Sala de recepção e de espera.

Fonte: o autor, 2017

Figura 2 – Consultório e sala de atendimentos 1

Fonte: o autor.

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Figura 3 – Sala de hidroterapia

Fonte: o autor, 2017.

Figura 4 – Sala de Magnetoterapia

Fonte: o autor, 2017.

Figura 5 – Sala de atendimentos 3

Fonte: o autor, 2017.

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Figura 6 – Sala de Secagem.

Fonte: o autor, 2017.

Figura 7 – Consultório e sala de atencimentos 2.

Fonte: o autor, 2017.

4.2 ATIVIDADES REALIZADAS

Durante o período de realização do estágio, cabia ao estagiário o

acompanhamento durante as avaliações, tal como auxilio ao médico veterinário

durante os exames neurológicos e ortopédicos de diagnósticos. Após o início do

tratamento eram feitos os atendimentos nos diversos aparelhos de fisioterapia, com

acompanhamento e orientação de um profissional já formado que trabalhava no

local. As dúvidas em relação aos métodos aplicados nos pacientes que surgissem

durante as sessões pelos proprietários deveriam ser sanadas pelo estagiário,

quando necessário o veterinário orientador complementava a resposta para

esclarecer completamente a questão.

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Durante todo o estágio foram atendidos apenas cães, com exceção de um

gato com suspeita de tromboembolismo que veio a óbito na 4ª sessão, sendo

excluído do relato por não ter completado o tratamento proposto e sem resultado

fisioterapêutico confiável neste caso. Os gatos são recebidos na clínica, porém o

resultado do tratamento está diretamente ligado ao comportamento do animal, pois o

estresse causado a eles durante as sessões é muitas vezes mais traumático do que

terapêuticos.

Muitos dos casos eram recebidos após a realização de intervenção cirúrgica,

para esses pacientes era necessário que o acompanhamento fosse feito também

pelo cirurgião que interviu cirurgicamente no caso do animal, para efeitos de

simplicidade de cálculos, os mesmos não foram separados na casuística.

4.3 CASUISTICA

Quadro 1 – Relação de diagnósticos por Sistemas acometidos, acompanhados

durante o estágio curricular. Instituto de Reabilitação Animal. Curitiba – PR, 2017.

Patologias Número de animais

Displasia coxo femural 17

Espondilose 1

Doença do disco vertebral 24

Displasia de cotovelo 2

Hiperextensão de articulações 1

Obesidade 5

Recuperação de fratura de metacarpo 1

Encefalite do Border Collie 1

Embolia Cartilaginosa 1

Trauma medular 3

Sequela de Cinomose 3

Fortalecimento muscular 2

Hemivertebra 1

Sindrome da Cauda equina 1

Luxação de patela 10

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Pinçamento de raiz nervosa 3

Artrose 5

TOTAL 77

Fonte: o autor, 2017

4.4 CONTROLE DE PESO

Nos animais obesos a hidroterapia (Figura 9) era o tratamento de escolha

para perda de massa gorda e manutenção de articulações, tendões e ligamentos.

Figura 8 –Paciente em hidroterapia

Fonte: o autor, 2017.

Era também utilizado em animais que possuíam sobre peso associado a

algum tipo de distúrbio endócrino como hiperadrenocorticismo. Este método é

escolhido pois permite que o animal pratique a atividade física, com maior

resistência causada pela água, porém com impacto cobre as articulações muito

diminuído em comparação com a gravidade fora da água. Como a maioria destes

pacientes eram obesos, o peso suportado pelas articulações era maior do que os de

cães com escore corporal adequado, tornando a hidroterapia um ambiente

adequado para as práticas esportivas, além dos benefícios associados à pratica de

atividades aeróbicas e melhora das condições cardiorrespiratórias dos animais, e

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evitar uma possível lesão ou agravamento no caso de pacientes com alguma

propensão racial ou problema individual.

4.5 SISTEMA ORTOPÉDICO

Em pacientes que sentiam dor e desconforto como no caso de displasia coxo

femural, displasia de cotovelo, luxação de patela, artrose, espondilose, sequelas de

cinomose, etc. o tratamento tinha como objetivo diminuir o desconforto do animal,

dar anelgesia e fortalecer a musculatura adjacente para evitar o deslocamento das

articulações envolvidas e traumas maiores para a região envolvida.

Como protocolo de analgesia era feito sempre a magnetoterapia (Figura 10),

onde se escolhe o programa adequado a patologia do paciente, sendo o tempo

sempre maior (cerca de 25 a 30 minutos) nas primeiras sessões e diminuída nas

sessões subsequentes ao mínimo de 15 minutos quando o paciente estava estável.

Figura 9 – Paciente em magnetoterapia.

Fonte: o autor, 2017.

Associada a magneto terapia era utilizada a laserterapia para diminuição de

sinais inflamatórios que geram desconforto. Porém estas duas técnicas não devem

ser aplicadas em pacientes gestantes, pediátricos, oncológicos ou que já passaram

por doença oncológica pois são contraindicados para estes pacientes. Em casos de

necessidade era utilizada a terapia com ondas eletromagnéticas e frequências de

laser diminuídas.

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O ultrassom terapêutico era utilizado em casos de animais com contratura

muscular principalmente. Quando um dos membros é afetado isoladamente o

membro oposto tende a ser sobrecarregado, levando a contratura muscular,

principalmente do músculo pectíneo, sendo este o mais comumente identificado

nesta situação durante a casuística acompanhada. O ultrassom pode ser aplicado

ainda para o tratamento de outros casos como melhora da cicatriz em um caso de

pós-operatório de um lipoma com cicatriz extensa em membro torácico, que

dificultava em partes a movimentação do paciente com o membro perto da cicatriz.

Também eram utilizados métodos que levassem o paciente a um ganho e

fortalecimento de massa muscular e consequente estabilização das articulações

acometidas. Na hidroterapia é possível trabalhar os movimentos sem o impacto, que

nestes casos é absorvido pelo poder se empuxo da água a qual o animal está

inserido, melhorando a estabilidade da articulação envolvida, fortalecimento dos

músculos adjacentes. Nestes pacientes era utilizado também o método de

cinesioterapia, com uso de bolas (Figura 10), tábuas de equilíbrio, e pranchas de

equilíbrio. Este método trabalha a força muscular, equilíbrio e propriocepção dos

pacientes. Exercícios realizados na cinesioterapia eram utilizados principalmente

para animais com um dos membros afetados, pois estes possuem tendência de

sobrecarregar o membro contralateral, sendo o membro afetado de maior dificuldade

em manter o equilíbrio, além de possuir geralmente uma atrofia muscular mais

acentuada, com esses exercícios é possível focar no membro menos utilizado com

controle total de movimento e intensidade.

Figura 10 – Paciente praticando cinesioterapia.

Fonte: o autor, 2017.

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4.6 SISTEMA NERVOSO

A maioria dos casos recebidos durante o estágio dentro das afecções de

sistema nervoso eram casos de pacientes com doença do disco intervertebral

(DDIV), com graus de acometimento variados e podendo ou não terem sido

submetidos a cirurgia para correção. Em casos de danos nervosos eram associadas

as técnicas de eletroterapia (Figura 11) FES e TENS, para analgesia quando

necessário pelo método de TENS, e para o fortalecimento muscular pelo método de

FES.

Figura 11- Paciente sob eletroterapia.

Fonte: o autor, 2017.

Quando o animal não conseguia realizar movimentos de forma consciente, ou

não possuía coordenação do mesmo a eletroterapia auxilia com estímulo da

musculatura que não era movimentada ativamente através de estímulos nervosos

próprios, evitando estados de atrofia muscular, e regressão de estados de atrofia já

existentes. Estimular as sinapses que levam a informação neurológica, melhorando

a coordenação de movimentos e o aumento dos mesmos.

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Também era utilizada a hidroterapia nestes casos para melhorar a

coordenação dos movimentos e estimular que o paciente realizasse a marcha, pois

a banheira diminui o peso sustentado quando é realizada estas atividades de

esteira, auxiliando na sustentação e movimentação. Alguns pacientes possuíam

certo receio de se movimentar fora da água por conta das várias tentativas sem

sucesso após a lesão, gerando certo trauma psicológico no animal, com a facilidade

da movimentação quando submersos é possível tratar estes receios que nada tem a

ver com a patologia física do animal.

Os animais que sofreram lesão neurológica também eram submetidos a

laserterapia em todo o segmento da coluna, que vão levar a reações bioquímicas

que alteram o metabolismo celular, levando a uma recuperação mais rápida e

quando recuperados a uma profilaxia a novas lesões.

Em todos os casos eram associadas técnicas de terapias adicionais quando

necessários adequadas ao paciente especifico. No restante dos casos eram

estudadas as necessidades individuais para a implementação de um plano de

terapia adequado e que atendesse as necessidades clinicas dos pacientes.

4.7 DISCUSSÃO

A terapia implantada é diretamente ligada a sintomatologia e diagnóstico do

paciente. Na fisioterapia os tratamentos são flexíveis e se enquadram como

adequados na recuperação de diversas patologias, sendo assim a escolha de

tratamento é feita individualmente, com análise de cada paciente e caso clínico, tal

qual sua resposta ao mesmo durante o tempo proposto.

É notório a relação entre raças e certas patologias, sendo que animais SRD

eram menos frequentes e com patologias variadas quando comparados a animais

de certas raças, com pré-disposições já conhecidas. Outra característica marcante

na recuperação dos pacientes era a cooperação em relação a seguir as

recomendações feitas aos proprietários sobre condutas que deveriam ser mudadas

na rotina do animal em casa, animais que tiveram certas atividades restritas e

mudanças de hábitos possuíam uma recuperação mais rápida e duradoura do que

os pacientes que não tiveram seus maus hábitos mudados.

4.8 HOSPITAL VETERINÁRIO CENTRAL

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O estágio foi realizado no hospital veterinário central (Figura 12), localizado

na Rua António de Andrade, 11141, Charneca de Caparica em Portugal, do dia 02

de janeiro de 2017 a 04 de março de 2017. Os horários dos estagiários eram

realizados em regime de escalas em turnos de 8 horas diárias, 5 dias semanais.

Sendo que todas as semanas eram realizadas reuniões com os médicos veterinários

residentes e estagiários, a fim de discutir os casos mais relevantes da semana e

apresentação de um pequeno seminário pelos estagiários e residentes.

Figura 12 – Hospital veterinário central

Fonte: o autor, 2017.

A estrutura física do hospital conta com recepção (Figura 13), sala cirúrgica

(Figura 17), internamento cirúrgico (Figura 14), unidade de cuidados intensivos

(Figuras 15 e 16), salas de consultas (Figura 19), sala de radiografia (Figura 18),

sala de ultrassonografia, sala de fisioterapia (Figura 20) além dos escritórios, sala de

reunião, refeitório, cozinha e locais para guardar pertences e troca de roupa dos

funcionários.

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Figura 13 – Recepção.

Fonte: o autor, 2017.

Figura 14 – Internamento cirúrgico.

Fonte: o autor, 2017.

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Figura 15 – Unidade de cuidados intensivos

Fonte: o autor, 2017

Figura 16 – Unidade de cuidados intensivos e recepção de urgências

Fonte: o autor, 2017.

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Figura 17 – Centro cirúrgico

Fonte: o autor, 2017

Figura 18 – Sala da radiografia

Fonte: o autor, 2017.

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Figura 19 – Sala de consulta

Fonte: o autor, 2017.

Figura 20 – Sala de fisioterapia

Fonte: o autor.

4.9 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Os pacientes do internamento eram classificados por uma tabela de cores

que possui as seguintes interpretações: códigos verdes são animais estáveis e

saudáveis, que estão apenas hospedados ou aguardando a alta; animais em código

azul são pacientes estáveis, que necessitam de algum tipo de tratamento e

poderiam receber alta, porém os proprietários não conseguem realizar o tratamento

em casa, então estão internados até finalizar o tratamento; códigos amarelos são

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animais que possuem necessidade de internamento e cuidados clínicos, porém não

possuem risco de morte nas próximas 24 horas; códigos vermelhos são pacientes

em estado crítico e que necessitam de cuidados intensivos.

Pacientes em código vermelho não são instalados em gaiolas ou jaulas, pois

dificulta a rápida ação se necessário, por exemplo em casos de paradas

cardiorrespiratórias. Estes pacientes críticos devem estar sempre em camas ou

incubadoras, quando necessário.

O estagiário era responsável pelas inspeções de acessos venosos;

avaliações físicas dos animais; limpeza, inspeção de feridas e trocas de curativos;

administração de medicamentos; analises de out put urinário; alimentação via sonda

e demais tratamentos instituídos a cada paciente. Também foi permitido aos

estagiários a realização de técnicas simples como acessos venosos; sondagem

uretral e nasogástrica; coleta de amostras para exames clínicos; entre outras

abordagens clinicas de emergência.

As inspeções de acessos venosos eram feitas a cada 8 horas,

indiferentemente do quadro clínico do animal, porém quando necessária a

intervenção antes do período de tempo instituído, como em casos de paciente com

sangue no equipo; na atadura que envolvia o acesso; o mesmo era feito. A inspeção

constituía de retirada total da bandagem que envolvia o acesso, e quando existia

sangue no equipo era necessária a retirada de todo o adesivo que prendia o equipo

ao acesso venoso, retirada de coágulo formado e do sangue e heparinização do

acesso. Então era fixado novamente o equipo ao membro do animal e feita nova

bandagem.

A avaliação física era dependente do estado clínico do animal, animais

estáveis era realizada a cada 6 horas, sendo que animais em código vermelho era

realizada conforme a necessidade, podendo ser com intervalos de minutos, até

poucas horas. Era necessário que fosse avaliado frequências cardíacas e

respiratórias; pressão sistólica, diastólica e média; temperatura; estado mental; nível

de dor e desconforto; e quando necessário outros parâmetros específicos para

alguns pacientes como glicemia, níveis de gases sanguíneos. Cabia aos estagiários

realizar o controle de temperatura dos animais, aquecendo-os e resfriando-os

quando necessário.

Animais que estavam em regime de out put urinário possuíam troca de tapete

higiênico a cada 4 horas, sendo o mesmo pesado antes e após a troca. O Out put

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urinário é um método para mensuração da quantidade de urina eliminada pelo

animal e diminuir a taxa de creatinina em animais que possuem alteração neste

parametro. O paciente sempre estava sob fluidoterapia, utilizada como padrão ringer

lactato com 20 meq de KC. A quantidade administrada era a quantidade de

manutenção adicionada a taxa de 5% de desidratação. Os animais sempre estavam

hidratados para que fosse feita esta técnica. O cálculo utilizado no hospital era peso

x 10 x 5%. Sendo que a mesma quantidade administrada deveria ser a eliminada.

Quando o paciente eliminava menos do que foi recebida era readministrado bolus de

fluído terapia, ou administrado furosemida ao paciente, quando a quantidade

eliminada era menor do que a recebida, a diferença era administrada durante as

próximas 4 horas de avaliação.

Os estagiários eram orientados sobre o que fazer em cada caso clínico, cor e

situação, e como agir em casos de paradas cardiorrespiratórias. Os atendimentos

eram realizados pelos médicos veterinários clínicos e quando necessária a

internação, a mesma era repassada para os internos, sendo que os estagiários

ajudavam apenas na parte ligada ao internamento.

4.10 CASUÍSTICA

*Quadro 2 – Animais exóticos foram contados apenas no número total.

Fonte: o autor, 2017

SISTEMA CÃES GATOS TOTAL

Cardiaco 9 3 13*

Endócrino 5 9 14

Respiratório 15 8 23

Reprodutor 17 10 27

Locomotor 23 9 32

Urinário 16 30 46

Tegumentar 7 12 19

Gastrointestinal 28 4 34*

Neurológico 5 2 7

Outros 6 4 10

225 animais

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4.11 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

Em todos os animais recebidos primeiramente era feita uma avaliação

primaria, chamada de ABCD, que é uma ordem de prioridades para procedimentos

de emergência sendo as letras correspondentes a palavras em inglês, antes de

internar e instituir o tratamento. Esta avaliação iniciava com as vias aéreas (letra A

corresponde a airways) do paciente, onde eram verificadas possíveis obstruções das

vias; se possuíam fluido ou sangue nas vias; além da verificação de ruídos

respiratórios.

Secundariamente, vinha a letra B da avaliação, que se tratava da respiração

(Breathing, em inglês), onde se verificava a existência de dispneia, se fosse positiva,

se era inspiratória, expiratória ou mista; presença de ortopnéia; comissuras labiais

em esforço; cabeça estendida ou feridas torácicas e a simetria torácica. Após a

avaliação da respiração era feita a auscultação pulmonar para mensurar a

frequência respiratória e identificar possíveis sons pulmonares; a percussão do tórax

era analisada e se fossem identificados sons que não fossem fisiologicamente

dentro dos parâmetros normais era elucidado na ficha a localização, sibilos e roncos

também deveriam ser notificados juntamente com sua localização na ficha.

Na terceira parte da avaliação eram analisados parâmetros relacionados a

circulação (letra C, circulation), onde deveriam ser anotados frequência cardíaca; cor

das mucosas; pressões média, sistólica e diastólica; temperaturas; se o pulso

periférico possuía sincronia com a frequência cardíaca, qualidade do pulso e

frequência; a ausculta deveria ser feita de forma a identificar anormalidades como

sibilos e roncos. Se existisse alguma hemorragia aparente, a mesma deveria ser

descrita na ficha também.

Finalmente vem a análise neurológica (D se refere a disabilit, ou

incapacidade), que contempla o nível de consciência do paciente, com valor de

escala de coma quando couber; pupilas; presença de reflexo pupilar, tetraparesia,

paraparesia e ataxia; se o animal apresenta convulsões ou sinais de descerebelado

ou descerebrado; sinal de Schift Sherrington ou síndrome de Horner; reflexos

patelares, paniculares e peri anal e se não forem presentes reflexos, em que ponto

foram perdidos.

Posteriormente ao preenchimento da ficha é inserido o cateter para acesso

venoso. Todas as informações são anotadas na ficha, tal qual o início da

fluidoterapia com as informações sobre o tipo de fluído, taxa instituída e hora de

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término da administração. A oxigenioterapia também é registrada com o método de

oferecimento do oxigênio e a taxa. As amostras para analises sanguíneas eram

coletadas após o preenchimento da ficha, estabilização do animal e acesso venoso,

sendo que as amostras sanguíneas eram sempre coletadas da veia jugular para que

nenhum possível acesso venoso fosse danificado. De forma geral as análises dos

vasos sanguíneos, hematócrito, urinálise e níveis de glicose, ureia e creatinina eram

requisitados.

A fluidoterapia primaria era instituída conforme a necessidade do animal,

adicionados da quantidade de perdas que o paciente sofreu, sendo Ringer Lactato

adicionado de 20 Meq de KCl utilizado como fluidoterapia padrão de escolha,

alterado em casos necessários. Após as análises iniciais é que os pacientes eram

atendidos conforme o sistema ao qual pertenciam as suspeitas clínicas.

4.12 EMERGÊNCIAS

Nos casos dos animais que eram recebidos em caráter de emergência, era

priorizado a estabilização do paciente e o fornecimento da oxigenioterapia, para

então ser feita a ficha inicial do animal. Em casos específicos de pacientes que eram

recebidos com para cardiorrespiratória era então feita a passagem do traqueotubo

para fornecimento de oxigenioterapia ou ventilação mecânica se necessário.

Evitava-se a manipulação excessiva da cabeça do animal, e nunca era manipulada

de forma que a cabeça do animal fosse levantada. Juntamente com a entubação do

animal eram feitos a massagem cardíaca, compressão abdominal para garantir o

retorno venoso adequado para os órgãos principais e acesso venoso rápido para

administração de medicamentos emergênciais.

As drogas utilizadas na reanimação eram avaliadas por outro profissional que

não estivesse ajudando na reanimação. A reanimação durava o tempo necessário

para o animal voltar aos batimentos cardíacos próprios ou ao proprietário desistir da

intervenção de reanimação. Quando o animal sobrevivia a reanimação eram

administrados analgésicos potentes pela dor consequente as manobras realizadas.

O animal era cuidadosemente assistido e monitorado.

4.13 SISTEMA GASTROINTESTINAL

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Vários animais foram atendidos por doenças gastroentéricas durante o

período do estágio. A maioria deles respondia bem a terapia de suporte, sendo que

vários casos eram originados através de ingestão de corpos estranhos. Quando

existia esta suspeita os animais eram submetidos a radiografia contrastada quando

não havia suspeita de ruptura de nenhum órgão e eram administrados

medicamentos para facilitar a expulsão pelo trato gastrointestinal. Apenas em um

caso foi necessária a intervenção cirúrgica após ser constatado que o objeto era

pontiagudo e o animal corria riscos de ruptura de algum segmento do intestino. O

paciente era um cão filhote que ficou hospitalizado até completa recuperação e

recebeu alta.

Foram recebidos dois animais exóticos com problemas gastroentéricos

durante a realização do estágio. Uma galinha com suspeita de ruptura de papo, que

veio a óbito mesmo após a intervenção e também um porquinho da índia com

histórico de troca de ração e suspeita de impactação gástrica. Mesmo após a

intervenção clínica ele acabou vindo a óbito também.

Nos animais que não se alimentavam pelo período de 12 horas era sempre

introduzida uma sonda nasogástrica, por onde o animal era alimentado em horários

fixos com alimentação especial. As necessidades calóricas dos animais eram

calculadas e administradas até que o paciente demonstrasse interesse pelo alimento

novamente, a partir do momento em que o paciente se alimentasse por conta própria

a sonda era retirada e a alimentação monitorada.

4.14 SISTEMA CARDÍACO

Os pacientes recebidos com suspeitas de patologias cardíacas tinham os

parâmetros e ausculta cardíacas realizados minunciosamente e submetidos a

radiografia quando necessário para avaliar possíveis acúmulos de líquidos em

alguma cavidade e analise da silhueta e dimensões do coração. Era instituído um

tratamento inicial para a sintomatologia do paciente e quando se chegava ao

diagnóstico definitivo, eram feitas mudanças se necessário no plano de tratamento

inicial.

Pacientes com doença cardíaca previamente identificados que davam entrada

com descompensação eram de forma geral classificados como código vermelho. Os

animais eram medicados para estabilização do quadro clínico conforme suas

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necessidades e monitorados intensamente. Um dos casos atendidos se tratava de

um doente cardíaco com histórico antigo, sendo sua patologia cardíaca

diagnosticada no hospital após um episódio de descompensação grave. Este

paciente comparecia cerca de uma vez ao mês ao hospital para drenar o liquido

produzido em consequência de uma insuficiência cardíaca grave, diagnosticada e

tratada.

4.15 SISTEMA RESPIRATÓRIO

A casuística de afecções do sistema respiratório foi consideravelmente baixa

durante o período de estágio, sendo que a patologia mais comum deste sistema era

secundaria a traumas (como quedas e atropelamentos) e edemas pulmonares

ligados a descompensação de pacientes cardíacos.

Quando se suspeitava de doença do trato respiratório os pacientes eram

submetidos a cuidadosa auscultação pulmonar para identificar a localização primária

do problema, posteriormente o paciente passava por exame de radiografia para

visualização dos pulmões e diagnóstico definitivo. Após o diagnóstico definitivo eram

então instituídos os tratamentos corretos para cada paciente e o acompanhamento

da evolução clínica era feito com radiografias comparatórias. Quando a doença

respiratória era secundaria a alguma outra patologia eram realizados os tratamentos

as afecções primarias e consequentemente ocorria a melhora clínica do sistema

respiratório.

4.16 SISTEMA ENDÓCRINO

Poucos pacientes foram recebidos com problemas relacionados a este

sistema durante o período de realização do estágio, sendo a casuística ligada a

descompensação de pacientes diabéticos, alterações de níveis glicêmicos e

suspeitas de síndrome de cushing em pacientes já internados.

Os pacientes com descompensação diabética tinham seus níveis de glicose

acompanhados a cada 1 hora e administração de insulina quando necessário até os

níveis de glicose se tornarem normalizados, além e adequação da dieta para evitar

possíveis descompensações futuras.

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Um dos pacientes tratados pelos estagiários e médicos veterinários

residentes era uma gata que pertencia ao hospital, sendo que esta já era bastante

idosa e possuía diagnóstico de hipertireoidismo a um longo tempo. Ela recebia

tratamento diário com a administração de medicamentos sempre no mesmo horário,

tendo seu acompanhamento feito periodicamente pelos profissionais do próprio

hospital.

4.17 SISTEMA LOCOMOTOR

Dentro do sistema locomotor a maioria dos pacientes recebidos possuíam

fraturas derivados de vários tipos de situações. O restante da casuística deste

sistema eram lacerações, mordeduras e um caso de síndrome compartimental de

membros.

Após a avaliação inicial, padrão em todos os pacientes, quando existia

suspeita de acometimento deste sistema, todos eram sempre recebidos e

medicados com analgésicos para facilitar o manejo e diminuir o desconforto. Eram

sempre feitas radiografias pré-operatórias e após a correção cirúrgica, quando

necessária intervenção, era realizada a radiografia pós-cirúrgica com o animal ainda

sob efeito da anestesia.

Em alguns casos, os animais eram recebidos com feridas severamente

contaminadas, estes passavam por tratamento clínico para diminuição da infecção

para que então fossem submetidos à cirurgia e possuíssem melhores chances de

sucesso no pós-operatório.

Nos pacientes que não possuíam necessidade de intervenção cirúrgica era

feito o tratamento antibacteriano, analgésico e cuidados com a ferida. Em casos de

feridas contaminadas era muito utilizado o curativo com açúcar cristal, que era

trocado de 2 em 2 horas, onde era feita a lavagem minuciosa da ferida, secagem e

aplicado o açúcar cristal em abundancia em uma gase e envolto por atadura para

manter o açúcar no local e evitar que o paciente tivesse acesso.

4.18 SISTEMA URINÁRIO

Pacientes com suspeita de patologias de sistema urinário eram submetidos as

análises clínicas de urinálise e análise de função renal, além de hemograma e

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análise de gases sanguíneos. Quando os resultados obtidos demonstravam níveis

de creatinina alta o animal era submetido ao out put urinário como tentativa de

diminuição dos níveis alterados. A palpação abdominal era feita rotineiramente

nessas suspeitas para analisar a repleção da bexiga, nível de dor do paciente e

identificação de possíveis anormalidades. Pacientes com insuficiências renais eram

estimulados através da fluidoterapia e análises diárias das funções renais até que

fossem totalmente estabilizados seus quadros clínicos.

Diversos pacientes felinos foram internados com obstrução urinária durante o

período de estágio. De forma geral os gatos apresentam mais chances de cálculos e

obstruções urinárias, principalmente durante o inverno por ingerirem menos

quantidade de água e possuírem uma uretra de menor diâmetro, sendo os machos

desta espécie muito mais acometidos pela extensão maior da uretra. Inicialmente

era feita a palpação abdominal era para identificação da repleção da bexiga. Quando

a mesma encontrava-se repleta e o animal não conseguia urinar eram administrados

analgésicos que possuíam campo de ação no sistema urinário para facilitar a

desobstrução além da monitoração de produção urinária através do out put. Se

mesmo após a analgesia o paciente não conseguia expelir o cálculo que estava

obstruindo a passagem então era feita a sondagem uretral e lavagem vesical. Após

a lavagem abundante a sonda era retirada e a produção e capacidade de urinar do

paciente eram monitoradas.

4.19 SISTEMA REPRODUTOR

No sistema reprodutor os casos recebidos eram em geral fêmeas com

dificuldades no parto ou piometras. Estes pacientes recebiam atendimento clínico

primário e depois eram submetidas a intervenção cirúrgica. Após o procedimento

cirúrgico os cuidados pós-operatórios ficavam ao cargo do internamento.

Foi atendido o paciente Max, Golden Retriever, de 3 anos, com aumento de

próstata e testículos. Como suspeita inicial foi dado tumor testicular e indicada a

orquiectomia terapêutica, porém o proprietário se recusou a realizar e o animal ficou

hospitalizado. Durante a hospitalização o animal recebeu medicação analgésica e o

tumor testicular ulcerou e foi tratado como ferida aberta, até que o proprietário

autorizou a orquiectomia terapêutica. Após a cirurgia o animal ficou hospitalizado

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durante duas semanas para recuperação total e retirada dos pontos e recebeu alta

com melhora visível.

O restante dos pacientes recebidos relacionados a este sistema foram apenas

submetidos a procedimentos de esterilização, considerados procedimentos de

rotina, e os animais recebiam alta após a total recuperação da anestesia.

4.20 SISTEMA TEGUMENTAR

As origens das afecções deste sistema eram diversas, sendo as dermatites as

mais comuns. Por estar localizado em uma região endêmica da “lagarta do pinheiro”

eram recebidos pacientes com desenvolvimento de dermatites por contato, mas

destes apenas uma passou do atendimento clínico para o internamento por possuir

histórico de contato com a lagarta e o desenvolvimento clínico severo como

consequente, que incluíam edema sublingual e de glote. A paciente ficou internada

sob observação e ganhou a alta no dia seguinte ao do internamento.

Outras causas de dermatite também foram recebidas, sendo as mais graves

encaminhadas para o internamento e as mais leves tendo recomendação de

tratamento em casa pelos proprietários. Dentre as recebidas no internamento a

maioria era em decorrência de dermatite de contato ou feridas por algum acidente.

Alguns animais desenvolviam problemas cutâneos em decorrência do tempo de

repouso prolongado e decúbito, incontinência urinária, etc. os mesmos eram

tratados com medicações que acelerassem a cicatrização, limpezas frequentes e

monitoramento.

Vários animais eram hospitalizados para o tratamento de otites pelo fato dos

proprietários não conseguirem realizar o tratamento em casa. Esses pacientes

ficavam internados até a cura total do quadro clínico e recebiam alta.

4.21 SISTEMA NERVOSO

A casuística do sistema nervoso era variada, todos os animais eram

analisados segundo a ficha inicial para identificar qualquer suspeita de lesão

nervosa, se houvesse alguma suspeita de lesão nervosa então eram feitos os

exames físicos mais detalhados para descobrir qual a porção nervosa lesada.

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Nenhum caso grave foi recebido e nenhuma cirurgia neurológica foi realizada

durante o período do estágio, sendo optado sempre pelo tratamento clínico e

acupuntura nesses pacientes. Dentro dos casos recebidos haviam alguns casos de

ataxia de membros, uma paralisia de membro pélvico em um felino, que

posteriormente foi diagnosticada como tromboembolismo, um caso de neospora em

um cão com tratamento clínico e um caso de síndrome de Wobler em um cão da

raça dog alemão, de 8 anos, que possuía outros sistemas acometidos e os

proprietários optaram pela eutanásia do animal.

4.22 OUTROS SISTEMAS

Alguns pacientes eram recebidos com acometimentos de outros sistemas

como problemas oculares, entre outros. Porém a casuística destes casos era

escassa pois os atendimentos clínicos que não geravam internamentos eram

tratados pelos médicos veterinários que atendiam nos consultórios, desta forma os

estagiários tinham pouco contato com estes pacientes. Porém alguns dos pacientes

possuíam problemas oftálmicos que eram tratados secundariamente durante a

internação.

Foi atendida uma paciente fêmea, bulldog que possuía ulcera de córnea e os

proprietários não conseguiam realizar o tratamento em casa, então mesmo com a

alta autorizada o animal permaneceu no hospital até completa resolução do

problema.

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