INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATISOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATIMESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA

ANA CRISTINA DA SILVA FERREIRA

FATORES QUE INFLUENCIAM O PORTADOR DE TUBERCULOSE A ABANDONAR O TRATAMENTO

RECIFE – PE

2016

ANA CRISTINA DA SILVA FERREIRA

FATORES QUE INFLUENCIAM O PORTADOR DE TUBERCULOSE A ABANDONAR O TRATAMENTO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva.

Orientador: Prof. Penha Maria N. Pereira Donmingues

RECIFE - PE

2016

ANA CRISTINA DA SILVA FERREIRA

FATORES QUE INFLUENCIAM O PORTADOR DE TUBERCULOSE A ABANDONAR O TRATAMENTO

Dissertação apresentada ao Programa de mestrado em Terapia Intensiva, do Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva.

Aprovada em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________Prof. Dr. Douglas Ferrari Carneiro

Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATIPresidente

_______________________________________Prof.Penha Maria N .Pereira Domingues

Instituto Brasileiro em Terapia Intensiva – IBRATIOrientador

_________________________________________Examinador

___________________________________________

Examinador

SUMÁRIO

1-Resumo...................................................................................................................05

2-Introdução...............................................................................................................07

2.1 Fatores de abandono associados aos portadores...........................................09

3-Objetivos.................................................................................................................13

4-Metodologia............................................................................................................13

5-Considerações finais...............................................................................................15

6-Referencias.............................................................................................................16

7-Anexos....................................................................................................................18

5

RESUMO

A tuberculose é uma endemia que segue como grande problema da saúde

pública pela sua capacidade de atingir com maior intensidade as populações

marginalizadas. Além do que, é marcador social importante das precárias condições

de sobrevivência das pessoas em quase todas as maiores cidades do País. Este

trabalho trata-se de um estudo observacional longitudinal retrospectivo, analítico e

com abordagem qualitativa cujo objetivo é verificar o motivo que leva o portador a

abandonar o tratamento identificando assim as variáveis relacionadas ao mesmo,

sendo estas: Fatores relacionados ao portador como etilismo, crença na cura

através da fé, problemas socioeconômicos, intolerância medicamentosa, não

aceitação da doença e influencia familiar; fatores relacionados à operacionalização

dos serviços de saúde; e fatores relacionados à modalidade de tratamento. A

pesquisa foi baseada em fontes de pesquisa retirada de artigos científicos já

publicados e que a partir destas informações o enfermeiro compreenda melhor a

situação que se apresenta o portador da tuberculose, refletindo na qualidade das

intervenções por ele planejada.

Palavras chave: tuberculose, abandono, tratamento

ABASTRAT

Tuberculosis is an endemic disease that is still a major public health problem for its

ability to reach more intense marginalized populations. Besides, it is important social

marker of poor survival conditions of people in almost all major cities of the country.

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This work it is a retrospective longitudinal observational, analytical and qualitative

approach whose objective is to verify the reason that the carrier to abandon the

treatment thus identifying the variables related to the same, these being: Factors

related to the carrier as alcoholism, belief in healing through faith, socioeconomic

problems, drug intolerance, non-acceptance of the disease and influence family;

factors related to the operation of health services; and factors related to treatment

modality. The research was based on research sources taken from scientific articles

already published and from this information the nurse better understand the situation

that presents the carrier of tuberculosis, reflecting the quality of interventions planned

by him.

Key words: tuberculosis, abandonment, treatment.

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FATORES QUE INFLUENCIAM OS DOENTES DE TUBERCULOSE A ABANDONAREM O TRATAMENTO

FACTORS WHICH INFLUENCE THE TUBERCULOSIS PACIENTS TO GIVE UP THE TREATMENT

ANA CRISTINA DA SILVA FERREIRA

INTRODUÇÃO

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pelo Bacilo Mycobacterium

tuberculosis, em geral os indivíduos acometidos por imunossupressão compõem a

parcela da população com maior probabilidade de desenvolvimento desta

enfermidade. No Brasil, a Tuberculose é um problema de saúde prioritário, tendo

em vista que o país ocupa a 16ª posição no ranking composto pelos 22 países com

maior carga da doença no mundo, necessitando de melhorias no controle da

doença. Foram registrados, no país em 2013, no Sistema de Informação de

Agravos de Notificação ( Sinan ), em ficha de notificação de tuberculose (Anexo a,b),

foram 88.450 casos, sendo 73.835 na forma pulmonar, 11.844 na forma

extrapulmonar, e 2.720 notificados como pulmonar e extrapulmonar (Barros,2014)

A Tuberculose é uma doença considerada um problema de saúde pública

relacionada às condições de miséria, tais como desnutrição, superpopulação,

moradia insalubre e cuidado inadequado da saúde, o agente etiológico

Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch, cuja sua

transmissão se faz por via aérea, de um indivíduo infectado para um sadio. O bacilo

aloja-se principalmente nos pulmões, resultando na forma de tuberculose mais

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comum, a pulmonar, mas pode contaminar qualquer órgão do corpo humano

(Couto,2014)

Embora venha sendo intensificada a descentralização das ações de diagnóstico e

tratamento para as unidades de atenção básica ,observa-se que fragilidades na

produção do cuidado ao doente têm contribuído para a ocorrência da interrupção

do tratamento. O abandono do tratamento e a terapia irregular repercutem na

persistência da morbidade e mortalidade, favorecem a resistência medicamentosa e

constituem fator de impacto negativo no controle da doença.

O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), que é atingir um

percentual de cura superior a 85% dos casos detectados e reduzir o de abandono a

menos de 5% dos casos. (Silva, 2014)

Quanto à utilização do Sinan como instrumento da estratégia DOTS ( Directly

Observed Treatment Short-course ) identificaram-se dificuldades relacionadas ao

preenchimento das fichas, demonstrando que a ausência de informações pode

dificultar ações eficazes para o controle da TB.

Diante desse cenário, DOTS (é um programa de tratamento supervisionado) visa

assegurar avanços essenciais para o controle dessa doença, pautando-se em

cinco pilares:

(I) compromisso político.

(II) detecção de casos por baciloscopia

(III) esquemas de tratamento padronizados e terapia diretamente observada

(TDO).

(IV) suprimento regular e ininterrupto dos medicamentos.

(V) sistemas de informação para avaliar a detecção de casos, o resultado do

tratamento de casos individuais, o desempenho do programa, o sistema

de registro e a notificação de casos. (Garcia ,2015)

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FATORES DE ABANDONO ASSOCIADOS AOS PORTADORES

Neste tópico serão abordados os principais fatores, associados ao portador de TB,

do abandono do tratamento:

O etilismo;O etilismo merece destaque, uma vez que dificulta a adesão do doente ao

tratamento e agrava o quadro clinico, elevando a possibilidade de progressão para

doença cavitária crônica.

Reações adversas à medicação; A fim de evitar dúvidas e complicações, ao ato da primeira consulta o portador da

Tb deve ser informado sobre a possibilidade de possíveis efeitos colaterais, tais

quais intolerância gástrica, manifestações cutâneas, icterícia, dores articulares,

efeitos estes encontrados mais frequentemente com o esquema de tratamento I

[pirazinamida (Z); rifampicina (R); e isoniazida (H)]. De 5 a 20% dos casos os efeitos

adversos são brandos e não requerem mudanças terapêuticas. Já os efeitos mais

graves, de 2 a 8%, implicam em alteração e/ou interrupção do tratamento, levando

assim o portador de Tb a unidades de referências da doença (Sá, 2007)

Há controvérsias quanto o abandono do tratamento por conta da intolerância

farmacológica, uma vez que estudos mostram a não desistência de indivíduos que

apresentaram efeitos adversos (Ferreira,2005).

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Problemas socioeconômicos; O presente estudo considerou as condições de vida da sociedade Brasileira, estas

excluem as classes sociais menos abastadas na qual a Tb tem uma grande difusão.

Assim, as pessoas mais pobres estariam mais propensas a desenvolver a doença

(Mendes, 2004), já que estão inseridas em uma realidade onde habitam nas

condições mais adversas tendo assim como espaço referencial no qual a Tb tem

uma grande facilidade de desenvolver-se, são precárias habitações, falta de

saneamento básico e destino do lixo, carência de escolaridade e ausência de lazer,

desqualificação profissional e desemprego, compondo um conjunto de clivagens de

ordem econômica, social, espacial, cultural(Santos, 2007), sendo estas facetas do

estado de exclusão social em que vivem, dificultando a adesão e a adaptação ao

período de tratamento.

Dentre os problemas citados acima, um que se encontra mais inserido na

realidade de nossa sociedade é o grau de escolaridade, em um estudo realizado na

cidade de Cuiabá foi relatado que indivíduos com baixo nível de escolaridade

(analfabeto e ensino fundamental) abandonaram 79,5% mais o tratamento do que os

demais. Estes resultados são concordantes com aqueles encontrados por outros

autores, que mostraram associação entre pacientes com baixa escolaridade e

abandono somente na análise bivariada (Ferreira, 2005)

De acordo com o estudo Abandono do tratamento de tuberculose utilizando-se as

estratégias tratamento auto-administrado ou tratamento supervisionado no Brasil, o

maior contingente de pacientes situou-se na faixa etária dos 21 aos 45 anos,

considerada a mais produtiva sendo do sexo masculino e tendo baixa escolaridade.

Tais variáveis não interferiram no estudo. Embora a baixa escolaridade associada

com o trabalho do tipo informal junto à baixa remuneração e a falta de oportunidade

são variáveis demográficas que estão concomitantes ao abandono do tratamento

nos casos de estratégia de tratamento auto administrado. (Vieira, 2008).

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Motivos religiosos; Nos dias atuais, apesar de todo o avanço da ciência e da tecnologia, estudos têm

mostrado que muitas pessoas, diante de situações difíceis e traumáticas, recorrem

ao poder divino na esperança de conseguir cura. A oração alimenta a alma e é

através dela que a alma se fortalece e fica mais próxima de Deus. Na religiosidade

popular, os benzedores é quem trata o doente, mas a cura é uma obra de Deus, pois

foi “o próprio Jesus quem ensinou as orações.” Juntamente com os benzedores está

o conhecimento das plantas medicinais que originou o costume de curar doenças

por meio de recursos naturais. (Sá, 2007).

A busca a instituições religiosas representa uma fragilidade e insegurança por parte

do doente em relação à linha tênue que o separa da equipe de saúde, pois para

muitos o doente representa apenas um número.

Embora haja no saber popular que a fé representa no processo de cura, como

mostra a psiconeuroimunologia, o que é observado é que ainda há uma falta de

diálogo entre ambos os setores. Ou seja, se um paciente se admite curado pela fé

não se observa a participação dos serviços de saúde na comprovação da cura(Sá,

2007)

Ainda nos dias de hoje, a TB se constitui em um sério e grave problema de saúde

, sendo uma das principais causas de internamento de Unidade de Terapia Intensiva

(UTI) e o segunda em causa de morte por doenças infercciosas no mundo. Todas

as drogas indicadas nos esquemas de tratamento da TB (rifampicina,

isoniazida, pirazinamida, etambutol e estreptomicina) apresentam interações

com outras drogas entre si, aumentando o risco de hepatoxicidade. O tratamento

e a quimioprofilaxia da TB devem ser administrados com cautela em

pacientes com histórias de uso de álcool, pois esse grupo é considerado de

alto risco para desenvolver esse tipo de toxidade. Além disso, outros

efeitos colaterais são comumente encontrados nesses pacientes como:

manifestações neurológicas [...] manifestações psiquiátricas, caracterizadas

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Por distúrbios do comportamento, alterações do padrão de sono, redução da

memória e psicoses (Couto, 2014). Embora a taxa de incidência da tuberculose

venha caindo nos pais nas últimas décadas, ainda morrem em função da doença,

anualmente, cerca de 4.800 brasileiros, na maior parte das vezes devidos à não

conclusão do tratamento.(Barros, 2014).

Os desafios são imensos. No Brasil, nos últimos dez anos, tem-se reduzido o

número de casos a uma média de 2% ao ano. Para que se atinja a meta proposta

pela OMS, ter-se-ia de reduzir o indicador de incidência em 10% ao ano, durante os

próximos 20 anos. O que, certamente, implica a proposição de novas estratégias.

(Maciel,2016)

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OBJETIVO

O presente visa Identificar, dentro da realidade do tratamento de Turbeculose no

Brasil, os fatores que influenciam os dos portadores a abandonarem o tratamento.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa observacional, descritiva, transversal, quantitativa do

tipo revisão de literatura. Os artigos foram selecionados a partir de resumos dos

artigos, que seguiram o critério de inclusão:

a) Veiculo de publicação: optou-se por periódicos indexados, haja vista que são órgãos de maior publicação e de fácil acesso para os pesquisadores, respeitando assim a qualidade científica e regularidade de publicação;

b) No ano de publicação: foram selecionados artigos publicados entre 2004 a 2016;

c) Modalidade de produção cientifica: foram incluídos trabalhos originais relacionados com a tuberculose, abandono e tratamento;

d) Fonte de busca: foram analisadas publicações eletrônicas.

Foram pesquisados 22 artigos científicos, sendo 10 relevantes ao tema proposto, a

consulta incluíram artigos, revistas, jornais, teses e publicações bibliográficas.

Dentro desta amostra foi realizada uma análise dos temas, com organização das

informações encontradas, compreendendo as principais ideias expostas para

contribuição da pesquisa, a exploração do material com as informações.

Convergentes e divergentes, interpretação de dados, que a partir da síntese

realizada, foram selecionados os temas mais recorrentes e relevantes associados ao

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objetivo principal da pesquisa, destacadas por categorias temáticas, buscando

contribuir significados aos principais achados.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tuberculose é uma infecção tão antiga quanto a humanidade, tendo afetado

provavelmente os primeiros hominídeos, que não disseminaram a doença pelo fato

de viverem em pequenos grupos. Posteriormente, devido à Revolução do Neolítico,

os agrupamentos humanos aumentaram, ampliando também as possibilidades de

contágio Ainda nos dias de hoje, a TB se constitui em um sério e grave problema de

saúde, sendo a segunda principal causa de morte por doenças infecciosas no

mundo. Em 2010, a incidência de TB mundial foi de 8,8 milhões de casos estimados.

No Brasil, no mesmo período, foram notificados 71 mil casos em cada 100 usuários

do sistema de saúde que iniciam o tratamento da TB, nove não o levam até o fim. O

máximo tolerável, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é quase a

metade disso: cinco em cada 100. Uma das maiores dificuldades para o controle da

doença apontada pela OMS é a resistência das cepas bacterianas causadoras da

TB às drogas antituberculose. O estudo, realizado em 2012, revelou que o abandono

do tratamento da TB tem relação com o ambiente social no qual o paciente se

encontra inserido. Além disso, os autores apontam os fatores socioeconômicos e

culturais, e o uso dos medicamentos e seus efeitos colaterais, como fatores que

contribuem para o abandono.

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REFERÊNCIAS

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GARCIA, Érica Marvila; LEAL, Marcelle Lemos. Implementação do Programa

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17

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ANEXO-A

ANEXO-B