profis
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ReitorFernando Ferreira Costa
Coordenador Geral da UniversidadeEdgar Salvadori de Decca
Pró-Reitor de GraduaçãoMarcelo Knobel
Pró-Reitor de Pós-GraduaçãoEuclides de Mesquita Neto
Pró-Reitor de PesquisaRonaldo Aloise Pilli
Pró-Reitor de Desenvolvimento UniversitárioPaulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva
Pró-Reitor de Extensão e Assuntos ComunitáriosJoão Frederico da Costa Azevedo Meyer
Chefe de GabineteJosé Ranali
Universidade Estadual de Campinas
Um retrato do primeiro ano do programa deformação geral da UNICAMP
ProFIS
.
Kulyguin, personagem da peça
, de Anton Tchekov.
Esse é um relatório parcial de acompanhamento do Programa de
Formação Interdisciplinar Superior, ProFIS, durante o período de sua
implantação na UNICAMP.
Com a proximidade do fim de meu mandato como coordenador, decidi
escrever um texto que apresentasse o programa e suas características
peculiares, como o processo de seleção, a promoção da formação geral, as
disciplinas inovadoras e a iniciação científica, a heterogeneidade dos alunos
e o processo de migração dos concluintes para os cursos de graduação da
UNICAMP.
Aproveitei para incluir no texto meu agradecimento a alguns de nossos
muitos colaboradores, aos quais devemos o sucesso do curso.
Francisco Magalhães Gomes
Apresentação4
ÍndiceA nova cara da UNICAMP.Um perfil dos candidatos e ingressantes.
Um curso de formação geral.Uma apresentação do ProFIS.
29 O desempenho dos estudantes.Uma análise do desempenho da turma de 2011.
As opiniões sobre o curso.O que alunos e professores pensam sobre o ProFIS.
47 O que fazer após o ProFIS?As opções para os concluintes do programa.
177
39
O ProFIS começou a ser desenhado no segundosemestre de 2008, quando foi formado um grupo detrabalho, coordenado pelo professor Lício Velloso,
com o objetivo de propor um curso que representasseum avanço em inclusão social e inovação pedagógica.
Entre setembro de 2009 e agosto de 2010, o grupo sereuniu várias vezes para definir o projeto pedagógico
do novo curso, seu método de seleção e o modelo demigração para outros cursos da UNICAMP.
Durante esse período, o ProFIS também foi discutidonos institutos e faculdades da universidade, recebendo
contribuições e correções que enriqueceram o projetooriginal. Finalmente, o curso foi aprovado pelo
Conselho Universitário da Unicamp no dia 9 desetembro de 2010.
Para receber seus primeiros alunos já no início de2011, o ProFIS precisou contar com um esforço
extraordinário de professores e funcionários de váriosinstitutos e faculdades da universidade, bem como daDiretoria Acadêmica (DAC), do Serviço de Apoio aoEstudante (SAE), da Comissão Permanente para os
Vestibulares (COMVEST), do Núcleo de Estudos emPolíticas Públicas (NEPP) e da Pró-Reitoria de Graduação (PRG). Em
menos de cinco meses, esse enorme grupo de pessoas definiu e aprovouos programas detalhados das disciplinas, incluiu o ProFIS no catálogo decursos da universidade, promoveu visitas a dezenas de escolas para
divulgar o novo curso, criou um sistema peculiar de matrícula, implantoumecanismos para apoiar financeiramente os alunos, e estabeleceu as bases
da avaliação do curso, dentre outras ações.
Desde então, com o incentivo e a abnegação desses e de outroscolaboradores, o ProFIS vem sendo administrado por uma modesta
equipe própria, instalada em uma sala do Ciclo Básico 2, sob a supervisãode sua comissão de graduação, formada pelos professores Auteliano dosSantos (FEM), Elaine Prodócimo (FEF), Néri Almeida (IFCH) e Pascoal
Pagliuso (IFGW).
Um pouco de história6
Fizeram parte do grupo de trabalho que
elaborou o projeto pedagógico do ProFIS os
professores Alcir Pécora, Elisabete Monteiro
Pereira, Francisco Magalhães Gomes, Iara Lis
Schiavinatto, Julio César Hadler Neto, Leandro
Palermo Junior, Leandro Silva Medrano,
Pascoal Pagliuso, Paulo Mazzaffera e Renato
Hyuda Pedrosa, os alunos Ferananda Cruz e
Tiago Coelho de Campos, e o Diretor
Acadêmico Antônio Fagiani.
O professor Lício Velloso, coordenador
do grupo de trabalho do ProFIS.
está mudando a cara da UNICAMP. O processo adotado na
seleção dos ingressantes atendeu às expectativas, permitindo que o
programa atingisse sua meta de promoção da inclusão social.
Longe de terem o perfil elitista usualmente associado ao corpo discente
das universidades públicas brasileiras, os alunos do ProFIS são uma
amostra equilibrada da população paulista entre 18 e 24 anos.
Joice Silva,Cíntia Santos,
Ana Paula Santose André Mendes,alunos da turma
que ingressou noProFIS em 2011.
7
A nova carada UNICAMP
As 120 vagas do ProFIS são reservadas para alunos oriundos de escolas
públicas da cidade de Campinas. De cada escola, são selecionados entre
um e dois alunos, de acordo com as notas por eles obtidas no ENEM.
Em 2011, Campinas contava com 92 escolas públicas (estaduais) com
alunos no terceiro ano do ensino médio. O número estimado de
concluintes atingiu a marca de 7800 jovens. Desses, 967 se inscreveram no
ProFIS, o que corresponde a cerca de 12,4% do total.
Com esse número de inscritos, o ProFIS se tornou o 15º curso com mais
candidatos da UNICAMP. Além disso, com uma taxa de
, ele é o 38º curso mais concorrido da universidade.
Apenas três escolas da cidade não tiveram inscritos no programa.
Excluindo-se, também, outras sete cujos inscritos foram convocados mas
não compareceram à matrícula, chegamos a um total de
no ProFIS em 2012, das quais 38 com dois alunos. Esse
número é 8% maior do que aquele observado em 2011, quando 76
escolas tiveram alunos matriculados.
Uma nova oportunidade paraos alunos da escola pública
O cálculo aproximado do número de
concluintes do ensino médio foi feito com base
em:
● o número de alunos matriculados em cada
escola em 2011, segundo a Secretaria de
Educação do Estado de São Paulo;
● a taxa de aprovação das escolas públicas
(cerca de 80%, segundo dados dos SEADE
2008-2010); e
● o percentual de formandos do COTUCA
em 2010, que serviu para estimar o
número de concluintes das demais escolas
técnicas.
O município de Campinas, suas regiões,
seus bairros e suas escolas públicas de
ensino médio.
8
Escola de origemPerfil dos candidatos e ingressantes 9
Os dados do ensino médio em Campinas e no
estado de São Paulo foram extraídos do sítio do
SEADE. Os dados do vestibular da UNICAMP
foram fornecidos pela COMVEST.
Joyce Silva Cruz, da Escola Jornalista
Roberto Marinho, e Érica Rodrigues
Soares, da Escola Técnica Bento Quirino.
Concluintes doensino médioem São Paulo
Alunos daUNICAMP
Público Privado
Público Privado
O vestibular da UNICAMP possui um programa de ação afirmativa einclusão social (PAAIS), que fornece pontos adicionais aos alunos oriundosde escolas públicas (além daqueles que se declaram pretos, pardos eindígenas). Esse programa é uma alternativa eficaz à política de cotas,tendo permitido que cerca de 31% dos ingressantes na universidade entre2008 e 2011 fossem provenientes do ensino médio público, apesar de onúmero de inscritos da mesma categoria não ter passado de 27% do total.
Entretanto, os resultados do PAAIS parecem modestos quandoconsideramos o conjunto de formandos do ensino médio.
. No mesmo período, em Campinas, o valorfoi ligeiramente menor: 75%.
Essa discrepância acerca da escola de origem dos concluintes do ensinomédio e dos matriculados na UNICAMP mostra a importância do ProFIS.Apesar de ser apenas um projeto piloto, com 120 vagas e restrito aCampinas, o curso tem potencial para se expandir a outros municípios doestado, bem como para servir de ponto de partida a novas iniciativas quepromovam a inclusão social em universidades públicas.
Os dados dos domicílios de Campinas, do
estado de São Paulo e do Brasil foram
extraídos do Censo Demográfico 2010, do
IBGE. Os dados do vestibular da UNICAMP
foram coletados no sítio da COMVEST, e
referem-se ao período 2008-2010. Os dados do
ProFIS são uma média dos valores dos
processos seletivos de 2011 e 2012.
Renda familiarPerfil dos candidatos e ingressantes
O gráfico abaixo mostra a distribuição
percentual, segundo a faixa de renda
familiar, dos domicílios de Campinas,
dos candidatos e matriculados no
ProFIS, e dos candidatos e ingressantes
na UNICAMP via vestibular. Os dados do
vestibular estão divididos em dois
grupos: os beneficiados pelo PAAIS e os
candidatos em geral .
Outro grupo pouco representado na UNICAMP é o de famílias com renda
mensal até cinco salários mínimos (s.m.). Dos ingressantes através do
vestibular, somente 25,5% encontram-se nessa faixa de renda. Se
considerarmos apenas os alunos beneficiados pelo PAAIS, esse percentual
sobe para 47,3%, mas permanece inferior, por exemplo, ao número de
domicílios de Campinas na mesma faixa de renda, que chega a 59,0%.
Expandindo o universo de domicílios a todo o estado de São Paulo, o
percentual de domicílios nessa faixa atinge 69,5%, valor ainda mais
distante daquele observado para os alunos da UNICAMP.
, número quase idêntico ao de domicílios de todo o Brasil
que estão nessa faixa, que somam 78,7%.
Apesar de o número de ingressantes no curso ser pequeno, esses dados
comprovam o impacto potencial do programa.
10
BrasilDomicílios
CampinasDomicílios
ProFISInscritos
ProFISMatriculados
PAAISInscritos
PAAISMatriculados
VestibularInscritos
VestibularMatriculados
mais de 10 s.m.
de 5 a 10 s.m.
de 3 a 5 s.m.
de 1 a 3 s.m.
até 1 s.m.
em branco
Renda per capita
O gráfico abaixo mostra a divisão
percentual, segundo a renda per capita,
dos domicílios brasileiros, do estado de
São Paulo e de Campinas, bem como dos
candidatos e dos alunos matriculados no
ProFIS,
Perfil dos candidatos e ingressantes
As médias citadas no texto foram convertidas
em valores de 2011 segundo o IPCA de janeiro.
Os valores brutos da renda per capita são:
R$668 (Brasil), R$ 887 (São Paulo) , R$ 1181
(Campinas), R$ 1800 (jovens paulistas de 18 a
24 anos), R$ 515 (inscritos no ProFIS 2011) e
R$ 492 (ingressantes do ProFIS 2011). Os
dados relativos aos domicílios foram extraídos
do Censo Demográfico 2010, do IBGE. Os
dados do ProFIS são uma média dos valores
dos processos seletivos de 2011 e 2012.
Comparando a renda dos alunos matriculados no ProFIS com a
renda dos domicílios brasileiros, paulistas e campineiros, nota-se que
,
um valor próximo dos 60,6% observado nos domicílios do país, mas muito
superior aos 46,2 % registrados no estado de São Paulo e dos 35,9 %
referentes ao município de Campinas. De fato, a renda mensal
média de Campinas é relativamente alta, tendo atingido R$ 1252 em 2010,
segundo os dados do censo.
Em 2010, a média nacional do rendimento domiciliar mensal foi
de R$ 708 (valor atualizado para 2011, segundo o IPCA de janeiro), valor
que sobe para R$ 940 se consideramos apenas o estado de São Paulo. Por
outro lado, segundo a PNAD, em 2009, a renda dos jovens
paulistas entre 18 e 24 anos com acesso ao ensino superior foi de R$ 1995.
A grande disparidade entre esses dados evidencia a correlação entre renda
e acesso ao ensino superior no país. Ao reservar suas vagas ao ensino
médio público, o ProFIS contribui para reduzir essa distorção,
(cerca de três
quartos da média nacional).
Brasil Domicílios SP Domicílios Campinas Domicílios ProFIS Inscritos ProFIS Matriculados
mais de 3 s.m.
de 2 a 3 s.m.
de 1 a 2 s.m.
de 1/2 a 1 s.m.
até 1/2 s.m.
sem declaração
11
CorPerfil dos candidatos e ingressantes12
A esmagadora maioria dos alunos que ingressam na UNICAMP através do
vestibular se autodeclara branca ou amarela. De fato, apenas 14,8% dos
alunos matriculados nos cursos de graduação se classificam como pretos,
pardos ou indígenas. E mesmo entre os alunos ingressantes beneficiados
pelo PAAIS, a soma dos percentuais desses três grupos de cor não passa
de 27,4%.
Por outro lado,
, um valor próximo dos 39,2% observados na
população campineira entre 15 e 19 anos, bem como dos 39,6%
referentes a todo o estado de São Paulo.
Como se observa no gráfico, não há uma diferença significativa entre os
percentuais referentes aos matriculados e inscritos no vestibular, bem
como no ProFIS. Isso sugere que a exclusão de pretos, pardos e indígenas
ocorre já na inscrição para o vestibular, e não propriamente na seleção dos
candidatos.
O gráfico abaixo mostra a distribuição
percentual, segundo a cor autodeclarada,
da população de Campinas com idade
entre 15 e 19 anos, dos candidatos e
matriculados no ProFIS, e dos
candidatos e ingressantes na UNICAMP
via vestibular. Os dados do vestibular
estão divididos em dois grupos: os
beneficiados pelo PAAIS e os candidatos
em geral (incluindo aqueles do PAAIS).
Os dados da população de Campinas foram
extraídos do Censo Demográfico 2010, do
IBGE. Os dados do vestibular da UNICAMP
foram coletados no sítio da COMVEST, e
dizem respeito ao período 2008-2011. Os
dados do ProFIS são uma média dos valores
dos processos seletivos de 2011 e 2012.
Campinas15 a 19 anos
ProFISInscritos
ProFISMatriculados
PAAISInscritos
PAAISMatriculados
VestibularInscritos
VestibularMatriculados
indígena
amarela
parda
preta
branca
não respondeu
Quando ingressam no ProFIS, praticamente todos os alunos têm entre 17
e 18 anos.
. Considerando
apenas os ingressantes beneficiados pelo PAAIS, o percentual de jovens
com até 18 anos cai para 27,8%.
A explicação para essa diferença de idade é simples: os concluintes do
ensino médio público só podem concorrer ao ProFIS no ano da formatura,
enquanto muitos alunos que ingressam na
UNICAMP via vestibular não o fazem no
ano seguinte ao da conclusão do ensino
médio, mas apenas depois de um ou mais
anos de cursinho.
Como se deduz do gráfico ao lado, a
mediana da idade dos alunos que
concluem em fase o ProFIS é igual à
mediana da idade dos ingressantes pelo
vestibular (19 anos). A diferença é que,
em lugar de esquentar os bancos dos
cursinhos, os alunos do ProFIS
frequentam um curso de formação geral,
que os auxiliará na vida profissional.
IdadeO gráfico abaixo mostra a divisão
percentual, segundo a idade, dos alunos
matriculados no ProFIS e dos alunos
ingressantes na UNICAMP via
vestibular. Os dados do vestibular estão
divididos em dois grupos: os
beneficiados pelo PAAIS e os candidatos
em geral (incluindo aqueles do PAAIS).
Perfil dos candidatos e ingressantes
Os dados do vestibular da UNICAMP foram
coletados no sítio da COMVEST, e dizem
respeito ao período 2008-2011. Os dados do
ProFIS são uma média dos valores dos
processos seletivos de 2011 e 2012.
33,921,9
ProFISMatriculados
PAAISMatriculados
VestibularMatriculados
mais de 20
20 anos
19 anos
18 anos
até 17
Você fez cursinho antes de ingressar na UNICAMP?ProFIS PAAIS Vestibular
13
Os dados do vestibular da UNICAMP foram
coletados no sítio da COMVEST, e referem-se
ao período 2008-2010. Os dados do ProFIS
são uma média dos valores dos processos
seletivos de 2011 e 2012.
Instrução dos paisPerfil dos candidatos e ingressantes
O gráfico abaixo mostra a divisão
percentual, segundo o grau de
escolaridade da mãe dos candidatos e
matriculados no ProFIS, e dos
candidatos e ingressantes na UNICAMP
via vestibular. Os dados do vestibular
estão divididos em dois grupos: os
beneficiados pelo PAAIS e os candidatos
em geral (incluindo aqueles do PAAIS).
Vale registrar que o número de mães
com ao menos o ensino médio completo
é ligeiramente superior ao de pais.
O baixo número de anos de estudo da população é um fator determinante
para que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil seja
apenas o 84º de uma lista com 187 países. Segundo dados do IDH 2010,
os brasileiros passam, em média, 7,2 anos na escola. Dessa forma, não é
de se estranhar que cerca de metade dos pais dos ingressantes na
UNICAMP via vestibular não tenham concluído o ensino superior.
Naturalmente, o número de pais que não tiveram acesso à universidade é
ainda maior entre alunos do ensino médio público, como mostra as
colunas referentes ao PAAIS do gráfico abaixo.
Um dos propósitos mais expressivos e gratificantes do ProFIS é a inclusão
de alunos que são a primeira geração familiar com acesso ao ensino
superior. Entre os alunos que ingressaram no programa,
e
88% serão os primeiros a concluir um curso superior, supondo que todos
tenham sucesso nessa empreitada. Não é difícil imaginar o efeito
multiplicador que esse acesso ao ensino superior trará não só às suas
famílias, mas também a outros alunos de escolas públicas.
ProFISInscritos
ProFISMatriculados
PAAISInscritos
PAAISMatriculados
VestibularInscritos
VestibularMatriculados
superior completo
médio completo
fundamental completo
fundamental incompleto
não respondeu
14
Se pretendemos melhorar a educação do país e, por consequência, nossoIDH, precisamos manter os jovens por mais tempo na escola, o quesignifica, em termos práticos, ampliar o acesso aos cursos superiores.
É fato que, embora tenha crescido nos últimos anos, o ensino superiorbrasileiro ainda exclui uma grande parte da população. Um relatório daOrganização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE)mostra que, em 2008,
. Esse valor não chega a um terço dos 35%de média dos 34 países da própria OCDE, e é cerca de um quinto dos
níveis alcançados por paísescomo Coréia, Rússia, Canadá eJapão.
Entretanto, sabemos que acorreção do problema nãodepende apenas do aumentodas vagas, sendo necessário,também, reduzir adesigualdade no ensinosuperior. Observamos, anoapós ano, que nossasuniversidades, principalmenteas públicas, não têmconseguido incluir boa parte
dos estudantes que concluem o ensino médio em escolas públicas. Muitosdesses alunos, mesmo apresentando grande potencial, são excluídos deboas universidades, ou nem mesmo a elas se candidatam, porque omodelo de ingresso usual, através do vestibular, favorece os jovens commelhores condições socioeconômicas.
Embora seja indiscutível a importância da seleção baseada no mérito,sobre a qual foram erguidas as universidades públicas brasileiras, énecessário criar medidas que promovam a inclusão de alunos comdesempenho destacado em suas escolas, mesmo que eles não possuamrecursos que lhes assegurem uma preparação adequada para enfrentarvestibulares com um grande número de candidatos por vaga. É nessecontexto que se insere o ProFIS.
Inovar é preciso
O gráfico abaixo mostra, para o Brasil e
para os países da OCDE, o percentual de
adultos entre 25 e 34 anos, e entre 55 e
64 anos, que completaram o ensino
superior.
Perfil dos candidatos e ingressantes
O gráfico acima foi extraído de: OECD -
Education at a Glance 2010: OECD Indicators,
OECD Publishing, 2010 .
Esse relatório está disponível em
http://www.oecd-ilibrary.org/education/
education-at-a-glance-2010_eag-2010-en
15
Quem recebeas inscrições do ProFIS?
O departamento de informática da
COMVEST é responsável por algumas das
etapas mais críticas da seleção dos alunos do
ProFIS. É ele que mantém, por exemplo, o
formulário de inscrição no curso,
assim como o questionário socioeconômico
aplicado aos candidatos. É também em seu
banco de dados que são armazenados todos
os dados fornecidos na inscrição.
A COMVEST ainda coleta, junto ao INEP, as
notas que os candidatos alcançaram nas
provas do ENEM e as envia ao coordenador
do curso, para que este faça a seleção dos
alunos ingressantes. Com esses dados, o
coordenador calcula a nota final dos
candidatos e gera as listas de chamada do
curso.
Finalmente, a COMVEST mantém um
formulário no qual os candidatos que
não foram convocados antes do início das
aulas declaram que mantêm o interesse em
ocupar uma vaga do ProFIS. Essa declaração de interesse (que também é
exigida dos candidatos ao vestibular) acelera o preenchimento das vagas,
eliminando os candidatos aprovados nos processos seletivos de outras
universidades.
Essas atividades ligadas à seleção não permitem atrasos ou falhas, motivo
pelo qual foram confiadas aos colegas Renato Hirata e Augusto Ramos, e
sua eficiente equipe.
Renato Hirata, chefe da equipe de
informática da COMVEST.
16
O , curso sequencial de formação geral, é uma novidade no ensino
superior brasileiro. Seu currículo, definido por uma comissão que contou
com professores de todas as áreas do conhecimento, tenta fazer jus ao
nome do curso, formando pessoas com cultura ampla, visão crítica,
espírito científico, pensamento flexível e preparadas para o exercício da
cidadania e para o mundo do trabalho. Conheça seu projeto pedagógico,
seus professores e seus alunos.
17
Um curso deformação geral
O projeto pedagógico do ProFIS cita os seguintes pontos como objetivos
específicos do programa:
●
●
●
●
●
Ainda segundo o projeto pedagógico, o ProFIS é voltado para
.
Objetivos tão ambiciosos não são alcançados da noite para o dia,
particularmente quando não há experiência semelhante que sirva como
base para seu desenvolvimento na UNICAMP. Felizmente, o ProFIS é
construído por pessoas que se dispõem a aperfeiçoá-lo cotidianamente.
Assim, os programas das disciplinas vêm sendo ajustados para que se
adaptem melhor ao perfil desejado e às necessidades dos alunos. Também
tem-se tido a preocupação de elaborar uma material didático próprio, e de
promover a integração das disciplinas, medidas que estão em estágio inicial
de implantação.
Objetivos do curso18
O currículo e suas áreasO ProFIS é um curso sequencial composto por 117 créditos,
correspondentes a 1755 horas de aula. Sugere-se que esses créditos sejam
concluídos em 2 anos, embora seja permitido completá-los em 3 anos. A
alta carga horária (29,25 créditos por semestre, em média) respeita as
exigências do MEC para a concessão de certificado de curso sequencial.
Dos 109 créditos correspondentes às 28 disciplinas obrigatórias do ProFIS,
47 são práticos, o que representa 43% do total. Nas aulas práticas, o
conteúdo teórico apresentado pelo professor é sedimentado através de
exercícios e de atividades de laboratório. Além de terem efeito didático, as
aulas práticas atenuam os efeitos do excesso de créditos do curso.
A tabela ao lado mostra a divisão dos
créditos do curso segundo o semestre de
oferecimento e a área do conhecimento.
As colunas indicadas pela letra T
fornecem os créditos teóricos, enquanto
as colunas indicadas por P fornecem os
créditos práticos, de orientação e de
laboratório.
Currículo, bolsas e professores
Assim, todos os alunos têm a oportunidade de desenvolver um projeto de
pesquisa sob a orientação de um professor da UNICAMP e com
financiamento do CNPq. O propósito da iniciação científica, que pode
versar sobre qualquer área do conhecimento, é auxiliar os alunos a
compreender a importância da produção de conhecimento e despertar
neles o interesse pela pesquisa.
O currículo ainda possui disciplinas eletivas e uma matéria de orientação
para a escolha profissional que os alunos fazem ao final do curso.
Área1º Sem 2º Sem 3º Sem 4º Sem
TotalT P T P T P T P
Linguagens 6 3 4 3 2 1 2 1 22
C. humanas e artes 4 2 5 1 5 1 18
Matemática 4 2 4 2 2 4 18
C. exatas e tecnologia 5 3 4 2 4 2 20
C. biológicas e da saúde 4 2 3 2 2 13
Iniciação científica 8 8 16
Eletivas/Outras 4 6 10
Total por tipo 19 10 19 11 15 14 17 12117
Total 29 30 29 29
19
DisciplinasCurrículo, bolsas e professores
A tabela abaixo fornece a lista completa de disciplinas do ProFIS,
agrupadas nas grandes áreas a que pertencem. Os créditos de cada
disciplina foram divididos em teóricos (T), e práticos, de laboratório e de
orientação (P). As ementas das disciplinas obrigatórias e o cronograma do
curso estão disponíveis em http://www.prg.unicamp.br/profis.
Grande área Sigla DisciplinasCréditos
T P
Linguagens
LA091 a 4 Língua inglesa I, II, III e IV 8 4
LA081 e 2 Leitura e produção de textos acadêmicos I e II 4 4
TL106 Textos fundamentais de literatura 2 0
Ciências humanase artes
CS093 Comunicação, arte, cultura e sociedade 3 0
EP094 Juventudes, cidadania e psicologia 3 1
HH092 Introdução à história 4 2
PF096 Introdução à economia 2 0
GT001 Ciência, tecnologia e sociedade 2 1
Matemática
MA091 Matemática básica 4 2
MA092 Geometria plana e analítica 4 2
ME093 Introdução à estatística 2 4
Ciências exatas etecnologia
MC001 Tecnologias da informação 2 2
GM091 Planeta Terra 1 1 1
CV043 Engenharia do ambiente 2 0
FI092 Física 4 2
QG191 Química 4 2
Ciênciasbiológicas e dasaúde
EF091 Ativ. física, promoção da saúde e qual. de vida 2 0
MD163 Ética e bioética 2 0
BG091 Evolução 2 2
BF092 O corpo humano 1 1
EN092 Primeiros socorros 2 1
Iniciação científica PF093 e 4 Introdução à prática de ciências e artes I e II 0 16
Outras disciplinasPF095 As profissões 2 0
Disciplinas eletivas 8 0
20
As bolsas do SAEO ProFIS é um curso integral, ou seja, seus alunos têm aulas pela manhã e
à tarde, o que os impede de compatibilizar estudo e trabalho. Por outro
lado, em virtude da baixa renda familiar, muitos estudantes se sentem
constantemente pressionados a buscar autossuficiência econômica.
Para desatar esse nó górdio, o Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) criou
uma nova modalidade de bolsa de estudos, que é concedida a todos os
alunos do ProFIS. Essa bolsa tem o mesmo valor pago pelo CNPq aos
alunos que desenvolvem projetos de iniciação científica (R$ 400,00, a
partir de julho de 2012).
Além disso, o SAE também fornece aos alunos do ProFIS um auxílio
transporte, para seus deslocamentos à universidade. Atualmente, esse
auxílio corresponde a R$ 132,00. Somando esse benefício à bolsa de
estudos, , ou
86% de um salário mínimo. Esse valor é próximo dos R$ 540,00
correspondentes à renda média da turma.
Currículo, bolsas e professores
José Adailton de Oliveira e Valéria
Cristina da Silva, administradores das
bolsas e auxílios pagos mensalmente
pelo SAE aos alunos do ProFIS.
21
Jéssica Nascimento, que desenvolve um
projeto de iniciação científica sobre
extração de características faciais de
fotos.
Iniciação científicaCurrículo, bolsas e professores
No segundo ano de curso, os alunos do ProFIS devem desenvolver um
projeto de iniciação científica, sob a supervisão de um professor da
UNICAMP. Esses projetos contam com bolsas do CNPq, de modo que os
alunos passam a receber do SAE apenas o auxílio transporte.
Como a iniciação científica é obrigatória, mas os
alunos não conhecem os professores que trabalham
em suas áreas de interesse, a definição de
orientadores e orientados segue uma difícil logística,
segundo a qual os professores sugerem projetos, que
são selecionados pelos alunos.
Assim, ao final de 2011, os professores da UNICAMP
propuseram mais de uma centena de projetos
especialmente criados para o ProFIS. Em seguida,
cada aluno indicou cinco projetos, na ordem
decrescente de sua preferência. Finalmente, coube ao
coordenador do curso a tarefa de compatibilizar
interesses e disponibilidades.
, nas
mais variadas áreas do conhecimento.
O gráfico mostra a divisão dos projetosde iniciação científica dos alunos doProFIS, segundo a área de atuação doorientador. Como muitos projetos sãointerdisciplinares, a divisão entre áreasdeve ser considerada com certa cautela.
Área da iniciação científica
22
Um dia no ciclo básico...Currículo, bolsas e professores
Alunos da turma ingressante em 2012reunidos no prédio do Ciclo Básico daUNICAMP, onde passam a maior partedo dia.
Aula de Textos fundamentais deliteratura, ministrada pelo ProfessorFrancisco Hardman, em uma sala doCiclo Básico 1.
Fotografia: Carmen Almonacid.
23
Os professoresCurrículo, bolsas e professores
Roberto (FEF), professor deAtividade física, promoção dasaúde e qualidade de vida.
Thelma e Cláudia (CEL),professoras de Línguainglesa 1 a 4.
As fotografias foram cedidas pelos professores, salvo quando indicado.
24
Sérgio e Maria Beatriz (IG),professores de Ciência,tecnologia e sociedade.
Foto
graf
ia: C
hico
.
Hélio (IA), professor deComunicação, Arte,Cultura e Sociedade, emsubstituição ao prof. IvanSanto, licenciado pormotivo de saúde.
Currículo, bolsas e professores
Os professoresChico Aoki, Flávio, Teixeira,Enídio, Douglas e Venâncio (FCM),professores da Ética e Bioética.
Fernando Paixão (IFGW),professor de Física.
Vera (IB), professorade Evolução.
Ana Raquel e Eliana(FCM), professoras dePrimeiros socorros.
Ana Lúcia (IE), professorade Introdução à economia.
Cláudia (IC), professorade Tecnologias dainformação.
As fotografias foram cedidas pelos professores, salvo quando indicado.
Fotografia: Chico.
25
Os ProfessoresCurrículo, bolsas e professores
Cajá e Nelson (IQ),professores de Química.
Inês (IEL), professora deLeitura e produção detextos acadêmicos 1 e 2.
As fotografias foram cedidas pelos professores, salvo quando indicado.Fotografia: Chico.
Foto
graf
ia: C
hico
.
26
Paulo Franchetti e Francisco Hardman (IEL),professores de Textos fundamentais deliteratura.
Fotografia: Carmen Almonacid.
Ângela (FE), professorade Juventudes,cidadania e psicologia.
Os professoresCurrículo, bolsas e professores
Da esquerda para a direita,Giorgio, Pedro (em companhiade um aluno) e Celso (IG),professores de Planeta Terra 1.
Verónica (IMECC),professora de Introduçãoà estatística.
José Roberto (FEC),professor deEngenharia doambiente.
Sidney (IFCH),professor deIntrodução àhistória.
As fotografias foram cedidas pelos professores, salvo quando indicado.
Foto
graf
ia: C
hico
.
27
A secretária do ProFIS, Sarah Fagundes
(à direita), em companhia de Neyrielen
Paiva, sua nova colega de trabalho.
Trabalhando pelo ProFISem tempo integral
A Sarah − ou melhor, Sarah Regina Cornélio Fagundes − é a secretária do
ProFIS desde a criação do curso. Já tendo trabalhado vários anos na DAC,
ela tem empregado a sua experiência em assuntos acadêmicos para gerir
uma série de atividades comuns às secretárias de cursos de graduação,
incluindo o acerto dos horários das disciplinas, o acompanhamento dos
processos de matrícula e de alteração de matrícula, o agendamento e a
reserva de ônibus para visitas técnicas, a recepção aos calouros, o
atendimento do público externo, a
redação de ofícios e a impressão de
material didático.
Mas a Sarah também tem tarefas que são
particulares ao ProFIS, como a
organização de visitas às escolas públicas
de Campinas, para divulgação do curso,
e a administração das bolsas de iniciação
científica concedidas aos alunos do
segundo ano.
Além disso, ela ainda encontra tempo
para atender todos aqueles que passam
pela secretaria. Sempre de bom humor,
ela nunca deixa de receber um aluno,
mesmo que o assunto a ser tratado seja
pessoal. Para muitos, ela é mesmo uma
segunda mãe.
Até meados de junho de 2012, a Sarah
era a única funcionária da UNICAMP que
trabalhava exclusivamente para o ProFIS.
Desde então, ela desfruta da companhia
da Neyrielen Paiva, que a tem auxiliado
nas muitas tarefas da secretaria.
28
O seleciona os melhores jovens egressos do ensino médio público
de Campinas. São estudantes que tiveram um bom desempenho no
ENEM. E apesar de a turma ser heterogênea, a enorme maioria dos
alunos se dedica aos estudos em tempo integral. Mas será que essa
bagagem e esse grande esforço são suficientes para que todos tenham um
bom desempenho nas disciplinas da UNICAMP?
Alunos da turmaque ingressou noProFIS em 2012fazem prova de
matemática.
29
O desempenhodos estudantes
Vários índices podem ser usados para avaliar o desempenho escolar dosalunos no ensino médio. O governo do estado de São Paulo, por exemplo,aplica uma prova aos alunos do 3º ano, através do Sistema de Avaliação doRendimento Escolar (SARESP). Os resultados da prova de matemática do
SARESP de 2011 mostram que. Os resultados da prova
de português são um pouco melhores, mas ainda insuficientes: somente24,1% dos estudantes têm desempenho adequado. As escolas técnicas
estaduais são exceção, em virtude dos exames que aplicam na admissão dealunos, e da qualificação de seus professores, dentre outros fatores.
Os gráficos ao lado apresentam as notas
dos alunos do 3º ano do ensino médio
público estadual na prova de matemática
do SARESP 2011, segundo o tipo de
escola.
Bom desempenho no ENEM implicaem bom desempenho na UNICAMP?
Os dados do SARESP foram extraídos do
boletins SARESP 2011 - Resultados gerais da
rede estadual e SARESP 2011 - Resultados
gerais das escolas técnicas estaduais - ETES,
disponíveis em http://saresp.fde.sp.gov.br/
2011/#.
Esses dados alarmantes não aparecem, por exemplo, nos resultados doExame Nacional do Ensino Médio (ENEM), cujas notas são normalizadas.
Para dar um exemplo, vamos supor que os estudantes de todo o paísacertem, em média, 15 das 45 questões de matemática do ENEM. Nesse
caso, um aluno que tenha acertado 15 questões ficará com nota 500 naprova, o que indica apenas que ele tem conhecimentos comparáveis àmédia nacional, mas não que esteja preparado para cursar disciplinas de
ciências exatas de uma universidade como a UNICAMP.Os resultados apresentados pelas duas primeiras turmas do ProFISindicam que, de fato, isso ocorre. Assim, é preciso que os governos
municipal e estadual tomem medidas urgentes para melhorar oaprendizado da matemática no ensino fundamental e médio.
30
Médias do ENEMOs alunos matriculados no ProFIS costumam ter um bom desempenho no
ENEM, alcançando notas acima da média nacional (que é igual a 500
pontos em cada prova).
, ou seja, superou
a média nacional em mais de um desvio padrão (que é igual a 100 pontos).
, principalmente por influência das provas de ciências da natureza e
de ciências humanas, já que as médias de linguagens e matemática
aumentaram em relação a 2011.
O gráfico abaixo mostra a média e o
desvio padrão das notas dos inscritos e
matriculados no ProFIS, segundo o ano
de ingresso. A média geral é calculada
pela média aritmética das notas nas
cinco provas do ENEM (linguagens,
matemática, ciências exatas, ciências
humanas e redação).
Desempenho dos ingressantes
Os dados do ENEM foram fornecidos à
COMVEST pelo INEP.
A tabela acima também mostra que o desvio padrão das notas dos
matriculados é alto em redação e matemática, o que ilustra a
heterogeneidade da turma.
Essa grande variação de notas tem sido um desafio para os experientes
professores do ProFIS, que têm se empenhado para desenvolver novas
formas de abordar os assuntos em sala de aula.
Além disso, apesar de as matérias do curso não terem o propósito de
revisar o conteúdo abordado no ensino médio, nas duas disciplinas de
matemática ministradas no primeiro ano, é preciso resgatar alguns tópicos
do ensino fundamental, com o objetivo de reforçar a formação dos alunos.
Inscr. Matric. Inscr. Matric. Inscr. Matric. Inscr. Matric.
561,8 605,2 71,6 40,0 529,4 585,4 65,8 50,8
622,1 682,3 126,7 110,3 573,6 658,0 128,5 115,4
546,7 586,0 72,9 38,4 518,4 567,3 64,5 49,2
549,6 582,8 66,0 38,0 548,6 590,6 58,7 44,9
553,5 597,8 106,9 66,8 548,1 612,5 105,5 85,5
511,1 547,6 76,1 51,4 482,7 526,4 73,6 56,7
572,7 615,7 83,6 52,9 494,1 539,6 66,9 51,9
31
Notas dos candidatosDesempenho dos ingressantes
Os histogramas abaixo apresentam a distribuição dos 967 candidatos ao
ProFIS segundo as notas obtidas na prova de redação do ENEM, as médias
das notas nas provas objetivas e a média geral usada na seleção do curso. A
reta vertical tracejada indica a média nacional em cada prova.Os dados do ENEM foram fornecidos à
COMVEST pelo INEP.
O aumento do número de candidatosnão se traduziu em um aumentodas notas acima de 600 pontos
Em 2012, o picodo histograma ficoumais próximo damédia nacional
32
Média nacionalem cada provado ENEM.
Notas dos selecionadosOs histogramas abaixo apresentam a distribuição dos 120 ingressantes no
ProFIS segundo as notas obtidas na prova de redação do ENEM, as médias
das notas nas provas objetivas e a média geral usada na seleção do curso. A
reta vertical tracejada indica a média nacional em cada prova.
Desempenho dos ingressantes
Os dados do ENEM foram fornecidos à
COMVEST pelo INEP.
Em 2012, o pico do histogramamudou de faixa (assim como amediana)
33
Média nacionalem cada provado ENEM.
Notas das escolasDesempenho dos ingressantes
O gráfico acima relaciona, para cada escola, a nota média dos alunos que
fizeram o ENEM com as notas dos candidatos ao ProFIS e dos ingressantes
no curso. Se um ponto preenchido de verde tem 546 como coordenada
horizontal, e coordenada vertical igual a 665, então a nota média dos
alunos da escola foi 546, enquanto a nota média dos alunos da mesma
escola que ingressaram no ProFIS foi de 665.
Pontos acima da reta contínua vermelha indicam que os candidatos ao
ProFIS ou que os alunos matriculados tiveram nota melhor que a média da
escola (o que quase sempre ocorreu). Como se observa,
, . Como exemplo digno de nota, um
dos alunos selecionados obteve 575 pontos no ENEM, embora a nota
média de sua escola não tenha passado de 433 pontos, (ponto preenchido
de verde no extremo esquerdo da figura).
Os dados do ENEM apresentados no gráfico
dizem respeito apenas à prova de 2010, usada
na seleção da turma de 2011. As notas dos
inscritos e matriculados no ProFIS referem-se
às médias dos alunos de cada escola, de acordo
com as informações fornecidas à COMVEST
pelo INEP. As notas médias das escolas foram
extraídos do sítio do INEP.
Das 76 escolas com alunos matriculados na
turma de 2011, o gráfico apresenta as 52 para
as quais o INEP forneceu a média de notas.
Média da escola Xno ENEM
Média dos alunosda escola Xinscritos no ProFIS
Média dos alunosda escola Xmatriculados no ProFIS
34
Aprovação em 2011Dos 120 alunos que se matricularam no ProFIS em 2011, 98 permaneciam
no curso no início de 2012. Mesmo considerando a turma já reduzida, o
número de reprovações em algumas disciplinas do primeiro ano foi alto, o
que significa que muitos alunos terão que cursá-las novamente em 2012.
Não é de se estranhar,
portanto, que boa parte da
turma tenha um coeficiente
de progressão – CP (índice
do progresso de cada aluno
no curso) abaixo do desejado.
De fato, apenas 35% dos
alunos que ingressaram em
2011 haviam sido aprovados
em todas as disciplinas no
início de 2012. Somando, a
esses alunos, os aprovados no
vestibular 2012, conclui-se
que, no início desse ano, só
40% dos estudantes haviam
atingido o desempenho esperado.
Dentre os alunos que não estão em fase, um grupo
composto por 23% da turma está relativamente pouco
atrasado (nessa faixa, estão incluídos os alunos que
deixaram de cumprir os créditos relativos a menos de
meio semestre do curso, ou seja, aqueles com CPO
entre 0,375 e 0,5). Desse modo,
.
Outros 20 alunos (17% da turma) poderão concluir o
ProFIS em 2013, e cerca de 8 alunos (7%) têm remotas
chances de chegar ao final dentro do prazo permitido (3
anos).
Desempenho dos alunos
O gráfico abaixo mostra as faixas de CPO
às quais os 120 alunos ingressantes em
2011 pertenciam no início de 2012. O
CPO é similar ao CP, mas só inclui as
disciplinas obrigatórias do curso. Os
alunos em fase naquele momento tinham
CPO igual a 0,5413 (setor laranja).
Os dados do CPO foram fornecidos pela DAC.
O gráfico ao lado mostra o número de
alunos ativos da turma de 2011 que terão
que cursar disciplinas do primeiro ano
juntamente com a turma de 2012. Como
se observa, as disciplinas de matemática
(MA091 e MA092), física (FI092) e
leitura e produção de texto (LA081 e
LA082) são as que têm o maior número
de reprovações. A lista completa de
disciplinas é dada à Página 18.
Reprovações
CPO
35
Rendimento em 2011Desempenho dos alunos
Apesar de o coeficiente de progressão médio da turma
de 2011 ser baixo, o coeficiente de rendimento dos
alunos é razoável.
para os 98 ingressantes em 2011 que
permanecem ativos no programa. Como se observa no
gráfico ao lado, 72% desses alunos possuem um CRO
superior a 0,5.
Onserva-se, também, que há uma correlação apenas
moderada entre o coeficiente de rendimento (CR) dos
alunos e o desempenho deles no ENEM, como mostra
o gráfico abaixo. A justificativa mais plausível para essa
correlação não ser maior parece ser o fato de haver
uma certa independência entre o currículo do ProFIS e
os tópicos vistos no ensino médio.
Os dados do CRO foram cedidos pela DAC. Os
dados do ENEM foram fornecidos pelo INEP à
COMVEST.
O gráfico acima apresenta a divisão dos
alunos ativos da turma de 2011, segundo
as faixas de CRO.
O gráfico ac lado relaciona o CR dos
alunos ativos às notas médias por eles
obtida no ENEM. A linha vermelha é a
reta que melhor se ajusta a esse pontos.
Entretanto, o coeficiente de correlação
desse ajuste é de apenas 0,37.
CRO
ENEM x CR
36
Evasão em 2011Dos 120 alunos ingressantes em 2011, 22 deixaram o curso antes do início
do primeiro semestre de 2012. O motivo do desligamento desses alunos é
apresentado ao lado. Observa-se
que quase 60% deles foram
jubilados por excesso de
reprovações.
Entretanto, deve-se mencionar
que
Aparentemente, esses alunos desinteressaram-se do ProFIS — talvez por
julgarem que seriam pequenas as chanches de ingressar no curso de
graduação que almejavam —, ou não se adaptaram ao ritmo de estudos
exigido pela universidade.
Muitos alunos do ProFIS também tentaram ingressar em algum curso de
graduação da UNICAMP ao final de 2011, ou seja, antes de concluir o
programa. Apesar de parecer negativa, essa tentativa de mudança de curso
também atende ao propósito de inclusão de alunos oriundos de escolas
públicas na universidade. Dos 32 alunos da turma de 2011 que prestaram
o vestibular, seis foram aprovados, conforme indica a tabela abaixo. Cabe
notar que um aluno ingressou em Ciências Sociais, um dos poucos cursos
da universidade que não oferecem vagas para egressos do ProFIS.
A tabela ao lado indica os cursos nos
quais ingressaram os alunos da turma de
2011 do ProFIS que foram aprovados no
vestibular UNICAMP 2012.
Desempenho dos alunos
Dos 16 alunos que não permaneceram na UNICAMP, um ingressou em
um curso de graduação de outra universidade, cinco tentaram ingressar
em algum curso superior, mas não tiveram sucesso, dois não tentaram
ingressar em outro curso e oito não deram informação.
Os dados do vestibular foram fornecidos pela
COMVEST. Já o destino dos alunos que
deixaram o curso foi investigado pelo NEPP.
Estatística (I) 1Pedagogia (I) 1Tecnol. em Análise e Desenv. de Sistemas (N) 2Ciências Sociais (I) 1Fonoaudiologia (I) 1
37
Sem essa equipe,o ProFIS não funciona
Desde 2010, a DAC e a PRG têm colaborado intensamente para que o ProFISdê certo, resolvendo de forma eficiente os problemas relacionados a esseprograma tão cheio de peculiaridades. Sem a ajuda e a compreensão dessa
equipe, o curso sequer teria sido inaugurado em 2011.
Fernandy Ewerardy de Souza,
Silvio de Souza,
Magali Lopes da Silva,
Denise de Cássia Lena e
Márcia Regina de Oliveira,
da DAC.
Allan de Oliveira,
Bruno de Jorge,
Sílvia de Sousa
e Luan Bachi,
da PRG.
38
Como os alunos avaliam o ProFIS e a UNICAMP? Será que o curso
cumpre os objetivos definidos em seu projeto pedagógico? O que pensam
seus professores? Para responder essas e outras perguntas, o Núcleo de
Estudos de Políticas Públicas (NEPP) elaborou vários questionários e vem
entrevistando alunos e professores desde o início de 2011. Os resultados
iniciais dessa extensa pesquisa são apresentados a seguir.
Alunos da turmade 2011 assistem
aula deComunicação,arte, cultura e
sociedade.
39
As opiniõessobre o curso
Contribuição do programa para odesenvolvimento de habilidades
O propósito da educação geral é propiciar o desenvolvimento de algumas
habilidades que não são cultivadas usualmente nos cursos de graduação.
Para verificar se o ProFIS tem cumprido esse papel, o NEPP pediu aos
alunos da turma de 2011 que, ao final do primeiro ano do curso,
avaliassem a contribuição do programa, dando uma nota de 0 (nenhuma
contribuição) a 4 (grande contribuição) ao progresso por eles obtido em
determinados tópicos associados direta ou indiretamente à formação
geral. O resultado é apresentado no gráfico abaixo.
Como se observa, os alunos acreditam que o ProFIS tem alcançado seus
objetivos ligados à formação geral.
. Além disso, outros
objetivos indiretos também foram bem avaliados.
Os dados do gráfico acima foram tabulados
pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas
(NEPP), a partir de um questionário de
acompanhamento do curso, preenchido por
cerca de 98 alunos.
O ProFIS ajuda os alunos a…
40
A universidade é boa?Qual é a opinião dos alunos do ProFIS sobre a universidade em que
estudam? Para responder a essa pergunta, o NEPP pediu aos alunos que
dessem uma nota de 0 a 4 aos seguintes itens: infraestrutura das aulas
teóricas e práticas, acervo e condições da biblioteca, apoio financeiro
(bolsa+auxílio transporte), SAE, restaurantes, atendimento médico,
atendimento odontológico e atendimento psicológico (fornecido pelo
SAPPE). O percentual dos alunos que atribuiu nota 3 (satisfeito) ou 4
(muito satisfeito) a cada item é dado na figura abaixo.
O gráfico abaixo indica a parcela da
turma de 2001 que está satisfeita com a
infraestrutura do campus e os serviços
oferecidos pela UNICAMP.
Avaliação dos alunos
Os dados do gráfico acima foram tabulados
pelo NEPP, a partir de um questionário de
acompanhamento do curso, preenchido por
cerca de 98 alunos.
Ainda assim, vários deles apresentaram sugestões
espontâneas para a melhoria dos serviços prestados. O pedido mais
frequente foi a ampliação da concessão de bolsas, já que, àquela época,
nem todos os estudantes as recebiam. Em resposta a essa demanda dos
alunos, a UNICAMP passou a fornecer bolsas a todos, durante os dois
anos de curso.
Outras sugestões isoladas foram: a criação de uma sala de estudos para os
alunos (medida que a coordenação do curso considera necessária), e a
melhoria do atendimento do SAE e do cardápio do bandejão.
41
As aulas são boas?Avaliação dos alunos
Os professores responsáveis
pelas disciplinas do ProFIS estão
entre os mais experientes da
UNICAMP. A eles coube a tarefa
de transformar as ementas dos
cursos em aulas atraentes, ligadas
ao cotidiano dos alunos.
O curso também conta com muitas aulas práticas e de laboratório,
que costumam ser ministradas por alunos de pós-graduação ligados ao
programa de estágio docente (PED). O ProFIS ainda dispõe de alunos
de graduação participantes do programa de apoio didático (PAD) que,
dentre outras atividades, auxiliam os professores nas aulas práticas e
dão atendimento extra-classe (juntamente com os bolsistas PED).
Os gráficos dessa página mostram a opinião dos alunos da turma de
2011 sobre as aulas e o atendimento extra-classe que lhe é oferecido.
Observa-se que todas essas atividades foram bem avaliadas.
, e tiveram um índice de insatisfação que não passou
de 3%.
Os gráficos dessa página fornecem a
avaliação que os alunos da turma de 2011
fizeram das aulas ministradas pelos
professores, das aulas práticas e de
laboratório que estão a cargo de bolsistas
PED, e da disponibilidade de professores
e bolsistas (PED/PAD) para o
atendimento extra-classe .
Os dados dos gráficos acima foram tabulados
pelo NEPP, a partir de um questionário de
acompanhamento do curso, preenchido por
cerca de 98 alunos.
Aulas dos professores
Aulas dos bolsistas PED
Atendimento extra-classe
42
A carga horária é adequada?Se a avaliação dos professores e bolsistas do curso foi muito
boa, o mesmo não aconteceu com a carga horária. Como se
observa no gráfico ao lado,
. Por outro
lado 25% se declararam insatisfeitos com o excesso de
créditos.
Apesar de o número de créditos ser, de fato, alto para um
programa de dois anos, não há como atender a reivindicação
dos alunos a curto prazo, uma vez que a carga horária atual é
necessária para que se conceda aos concluintes um certificado
de curso sequencial, segundo as normas estabelecidas pelo
MEC.
Com relação à adequação do conteúdo das disciplinas à capacidade de
aprendizado da turma, 57% dos alunos se disseram satisfeitos. Ainda
assim, o número de pessoas nem tão satisfeitas (43%) é significativo. Esse
dado tem sido considerado pelos professores, não com o propósito de
que os tópicos considerados mais difíceis de seus cursos sejam eliminados,
mas para que sejam encontradas novas estratégias de abordagem desses
tópicos em sala de aula, de modo a permitir que os alunos extraiam o
máximo dos conteúdos apresentados.
Na disciplina ,
por exemplo, procura-se revisar,
no início do semestre, alguns
conteúdos do ensino
fundamental com os quais os
alunos têm pouca familiaridade
(frações, potências,
porcentagem, regra de três,
equações e inequações, etc),
antes que tópicos mais avançados
sejam apresentados.
O gráfico acima mostra o grau de
satisfação da turma de 2011 com a carga
horária e com o número de disciplinas do
ProFIS.
Avaliação dos alunos
Adequação do conteúdo
Carga horária
Os dados dos gráficos dessa página foram
tabulados pelo NEPP, a partir de um
questionário de acompanhamento do curso,
preenchido por cerca de 98 alunos.
O gráfico ao lado apresenta a satisfação
da turma de 2011 com a adequação das
disciplinas à capacidade de aprendizado
dos alunos.
43
A adaptação tem sido fácil?Avaliação dos alunos
Ao final do primeiro ano do curso, os alunos da turma 2011 responderam
a um questionário de vivências acadêmicas reduzido, elaborado pela
equipe do NEPP. O questionário continha 55 itens distribuídos em 5
categorias (pessoal, estudo, institucional, interpessoal e carreira). A cada
item, os alunos deviam atribuir um valor de 1 a 5, indicando a pouca (1)
ou muita concordância (5) com a frase apresentada.
● Na dimensão , foram investigados itens como ansiedade,
cansaço, concentração, angústia, dificuldade para tomar decisões e
adaptação ao ritmo de trabalho.
● Na dimensão entraram itens como planejamento das tarefas,
administração do tempo, pontualidade, organização da informação
apresentada em sala de aula e eficiência na preparação para as provas.
● A dimensão investigou o conhecimento e a satisfação
com a universidade e seus serviços.
● Na dimensão foram incluídos itens sobre a escolha do
curso e a realização profissional.
● Finalmente, a dimensão analisou a relação dos alunos
com os amigos e com os colegas do curso e da universidade.
As avaliações médias são apresentados no gráfico abaixo. Como
observamos, os valores são todos superiores a 3, o que sugere que os
alunos têm conseguido se adaptar à universidade e ao curso.
O gráfico ao lado fornece os valores
médios atribuídos pelos alunos às cinco
categorias (ou dimensões) nas quais o
questionário de vivências acadêmicas foi
dividido. Valores maiores representam
avaliações melhores.
Os dados do gráfico foram extraídos da
avaliação de meio termo do ProFIS, realizada
pelo NEPP. Essa avaliação fornece, em
detalhes, a opinião dos alunos acerca dos itens
que compõem cada uma das dimensões
estudadas.
44
A opinião dos professoresO maior obstáculo enfrentado pelos professores do ProFIS é a
heterogeneidade das turmas. Para lidar com esse problema, o conteúdo e
os métodos de ensino vêm sendo adaptados e aprimorados desde a
implantação do programa. Além disso, aulas de reforço de tópicos básicos
têm sido ministradas em algumas disciplinas, como as de matemática,
preservando-se o cuidado de manter o objetivo maior do curso, que é a
formação geral.
Outra medida que tem sido tomada, embora ainda de forma modesta, é a
busca por uma integração entre as matérias, para reforçar o caráter
multidisciplinar do ProFIS. Em 2011, conceitos como o de evolução, por
exemplo, perpassaram várias disciplinas, tais como Evolução, Planeta Terra
e Química. Espera-se que essa ligação se intensifique à medida em que o
conteúdo e o formato das disciplinas sejam consolidados.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelos alunos, os professores ressaltam
a grande evolução por eles apresentada ao longo do curso, fruto de um
esforço e dedicação exemplares.
Entretanto, os docentes relatam que, ao ingressarem na universidade,
alguns alunos têm uma ideia errada do ensino superior, imaginando que a
aprovação nas matérias é garantida, de modo que todos chegarão ao fim
do programa sem muito esforço. Além disso, subsistem alguns vícios,
como o excesso de conversa durante as aulas, ou o desinteresse por
matérias consideradas pouco importantes para a formação. Argumentos
como “quero fazer um curso de ciências humanas, de modo que não
preciso saber física”, ou vice-versa, ainda são comuns. Como em qualquer
curso, também há aqueles que, em lugar de traçar caminhos por conta
própria, esperam que os professores deem respostas prontas, ou
forneçam fórmulas mágicas para a solução das atividades propostas.
Avaliação dos alunos
As opiniões dos professores têm sido
colhidas sistematicamente pela equipe do
NEPP. Algumas das informações
apresentadas nesta página foram extraídas
da avaliação de meio termo do ProFIS,
realizada pelo núcleo.
45
O Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP) é uma unidade
interdisciplinar da UNICAMP que se dedica a analisar as políticas sociais,
incluindo todos os seus aspectos, desde os gastos efetuados até o impacto
social da ações públicas.
Dado o perfil de
seus membros e a
experiência
adquirida desde a
sua fundação, em
1982, não haveria
como encontrar
uma equipe
melhor preparada
que a do NEPP
para avaliar o
ProFIS.
As pesquisadoras
Ana Maria
Carneiro e Cibele
Yahn Andrade
vêm acompanhando o ProFIS desde a abertura das inscrições para a
primeira turma. Desde então, todas as atividades desenvolvidas no curso
foram monitoradas pela equipe do NEPP, que desenvolveu questionários
específicos para a obtenção de dados que permitam aperfeiçoar o ProFIS.
Têm sido avaliados, dentre outros aspectos, a contribuição para a
ampliação do acesso ao ensino superior, o desenvolvimento vocacional dos
alunos, bem como de suas habilidades acadêmicas e cognitivas, e a gestão
do programa. O NEPP também organizou um painel de especialistas (que
contou com pesquisadores da UNICAMP e de outras universidades) para
discutir como melhor avaliar o ProFIS.
Todas as informações apresentadas nesta seção foram colhidas pelo
núcleo durante o ano de 2011.
As pesquisadoras Ana Maria Carneiro da
Silva (primeira à direita) e Cibele Yahn
Andrade (segunda, a partir da esquerda),
em companhia de sua equipe, formada
pelas jovens Carla Graia Correia, Melody
Camargo e Priscila Camelo Alves (da
esquerda para a direita).
O NEPP já avaliava o ProFISantes de o curso começar
46
Além de ser um curso superior de formação geral, que concede um
certificado de conclusão a seus alunos, o ProFIS também é uma porta de
entrada para a graduação. Os concluintes do programa podem ingressar
em diversos cursos da UNICAMP, sem passar pelo vestibular.
Nesta seção, analisamos as principais características desse processo de
transferência de curso, e investigamos a satisfação dos alunos com os
critérios de seleção e com as vagas disponíveis.
Raryane ValériaPereira da Silva,ingressante em
2011, ainda nãodecidiu o que fará,mas está propensa
a cursar História.
47
O que fazerapós o ProFIS?
Os alunos que completam os créditos do ProFIS podem ingressar, semvestibular, em vários cursos de graduação da UNICAMP. Para cada turmade 120 alunos aberta anualmente, são reservadas 120 vagas na graduação,
de forma a garantir que todos possam continuar seus estudos nauniversidade. Mas essa transição não é tão suave quanto aparenta.
O preenchimento das vagas é feitocom base no coeficiente de
rendimento das disciplinasobrigatórias (CRO), que é uma
média ponderada das notas obtidaspelos alunos nas disciplinas
obrigatórias do ProFIS. Depois decriada uma lista de alunos emordem decrescente do CRO, o
primeiro colocado escolhe o cursono qual quer ingressar, seguido do
segundo colocado, que escolheuma das 119 vagas restantes. Esseprocesso é repetido até que todos
os alunos sejam contemplados.
Apesar de ser uma forma bastante adequada para a seleção dos cursos,esse sistema de ingresso na graduação tem efeitos colaterais indesejados.Um desses efeitos é o estímulo à competição entre os alunos. Se, por um
lado, essa competição é positiva, pois leva os estudantes a obter bomdesempenho nas disciplinas, por outro lado, ela reduz a cooperaçãoentre eles desde o primeiro semestre, minando os laços de amizade
entre colegas.
Além disso, como nem todas as vagas estão disponíveis nos cursosdesejados pelos alunos, muitos acabam desestimulados a prosseguirno ProFIS quando percebem que não ingressarão no curso com que
sonharam. De fato, como mostra o gráfico ao lado,
Assim, será preciso, em um futuro breve, incentivar ações quereforcem o companherismo entre estudantes, bem como promover
um pequeno aumento de vagas nos cursos de graduação.
Há vagas para todos na graduação,mas também há concorrência
Vagas na graduação
Seleção através do CRO
O gráfico ao lado mostra o grau de
satisfação da turma de 2011 com o
processo de preenchimento das vagas de
graduação, através do CRO.
Já o gráfico abaixo apresenta a satisfação
da turma de 2011 com as vagas que os
cursos de graduação da UNICAMP
destinam aos alunos que concluem o
ProFIS.
Os dados dos gráficos dessa página foram
tabulados pelo NEPP, a partir de um
questionário de acompanhamento do curso,
preenchido por cerca de 98 alunos.
48
Depois do ProFIS, pretendo…
O que fazer depois do curso?Ao final do ProFIS, os alunos dispõem de quatro opções:
● Ingressar em um curso de graduação da UNICAMP, através de vaga
reservada para o programa.
● Ingressar em um curso de graduação da UNICAMP, pelo vestibular.
● Ingressar em curso de graduação de outra universidade ou faculdade.
● Ingressar no mundo do trabalho.
O gráfico abaixo mostra o que os alunos
da turma de 2011 pretendem fazer ao
concluir o ProFIS.
Depois do ProFIS
Os dados do gráfico foram coletados pelo
NEPP, através de questionário preenchido por
99 alunos, em dezembro de 2011.
Ao final de 2010, 79 dentre os 120 alunos da turma de 2011 do ProFIS
participaram de algum processo seletivo de curso superior. Desses, 46
prestaram o vestibular da própria UNICAMP.
Não é de se estranhar, portanto, que a enorme maioria dos alunos da
turma de 2011 pretenda permanecer na UNICAMP ao final do programa,
apesar de nem todos estarem satisfeitos com as vagas disponíveis.
Além disso, cabe notar que todos os alunos se dizem interessados em
ingressar em um curso de graduação, ainda que em outra instituição.
Dessa forma, o ProFIS tem cumprido o seu objetivo de ampliar o número
de graduados entre os jovens campineiros oriundos de escolas públicas.
49
Trabalho em outra áreaDepois do ProFIS
O sistema de ingresso namaioria dos cursos
superiores brasileiros exigeque jovens com idade entre17 e 20 anos realizem uma
escolha para a vida inteira: aprofissão que pretendem
seguir.
Na maior parte das vezes,essa decisão é pouco
fundamentada, pois quasenenhum estudante investiga
o campo de atuação dasvárias profissões, bem como
as oportunidades de trabalhoapós a graduação.
Somente quatro ou cincoanos depois do ingresso na
universidade, quando sedeparam com o mundo do
trabalho, esses jovens se dãoconta que as alternativas
disponíveis nem sempre sãoaquelas com as quais
sonharam. Há, também, muitas pessoas que, por desejo ou necessidade aolongo da vida profissional, afastam-se da área de formação.
Como mostra o gráfico acima, produzido por Nunes (2011), doObservatório Universitário,
.
O ProFIS tenta se contrapor a esses problemas, não só fornecendo umaformação geral — que desenvolve nos jovens competências gerais para o
mundo do trabalho —, mas também permitindo que eles decidam acarreira que seguirão depois de conhecer a UNICAMP e seus cursos de
graduação.
O gráfico ao lado mostra o número de
pessoas com 23 anos ou mais
trabalhando em área correspondente ao
diploma, no Brasil, no ano 2000.
O gráfico dessa página foi extraído de:
NUNES, Edson O. – As macrotendências e a
realidade do ensino superior no Brasil. Rio de
Janeiro, Observatório Universitário, 2011.
Esse artigo está disponível em:
http://www.observatoriouniversitario.org.
br/dados_e_tabelas_estatisticas.htm
Profissionais que trabalham na área de formação
50
Como o ProFIS e a UNICAMP contribuem para a escolha da profissão?
Escolha amadurecidaÉ de esperar que o ProFIS — ao permitir o convívio no ambiente
universitário por dois anos, ao propiciar uma formação geral, e ao incluir
em seu currículo créditos eletivos e disciplinas de iniciação científica,
dentre outros fatores — ajude os alunos a escolher a carreira com mais
convicção e maturidade. De fato, esse é um dos propósitos do curso
monitorados pelo NEPP através de seus questionários.
O gráfico abaixo mostra os pontos mais importantes para a seleção da
carreira, segundo a turma de 2011. O gráfico fornece o percentual da
turma que julga que um determinado item foi relevante para a definição do
campo profissional.
Depois do ProFIS
Os dados do gráfico foram coletados pelo
NEPP, através de questionário preenchido por
99 alunos, em dezembro de 2011.
Observa-se que
. Outro ponto relevante
para os estudantes foi a possibilidade de manter contato com professores
de áreas diferentes.
51
Cursos e vagasDepois do ProFIS
* Em 2012, geologia e geografia deixaram de
ter um ingresso comum, de modo que as duas
vagas para o ProFIS, foram divididas, cabendo
uma a cada curso.
Ainda resta definir o número de vagas do
recém-criado curso de Engenharia Ambiental
(Noturno), bem como o destino das vagas dos
extintos cursos de Tecnologia Ambiental
(Noturno) e de Tecnologia da Construção Civil.
Finalmente, é preciso transferir para os cursos
de Engenharia de Telecomunicações e de
Sistemas de Informação (Integral) as vagas dos
já extintos cursos de Tecnologia em Sistemas
de Telecomunicações e de Tecnologia em
Análise e Desenvolvimento de Sistemas
(Integral).
. Os únicos que não oferecem vagas são:
● três cursos de artes que aplicam provas de habilidades
específicas para seus candidatos: música, dança e artes cênicas;
● Ciências sociais (integral e noturno);
● Ciencias econômicas (integral).
Apesar de não oferecer vagas em seu curso diurno, o Instituto de
Economia abriu duas vagas do curso noturno de ciências econômicas aos
alunos do ProFIS. De fato, dos 56 cursos diferentes da universidade
(excluindo as duplicidades decorrentes do turno das aulas), só quatro não
admitem alunos do programa. A tabela abaixo mostra o número exato de
vagas destinadas ao ProFIS, por curso de graduação.
Código Curso Vagas30 Filosofia 240 Física - Licenciatura (Noturno) 258 Fonoaudiologia 255 Geografia (Noturno) 2
104 Gestão de Comércio Internacional 2105 Gestão de Empresas 2106 Gestão de Políticas Públicas 2103 Gestão do Agronegócio 219 História 257 Letras - Licenciatura (Noturno) 17 Letras (Integral) 1
56 Licenciatura Integrada Física/Química 318 Linguística 229 Matemática - Licenciatura (Noturno) 1051 Matemática/Física/Eng. Física/Mat. Aplicada e Computacional 515 Medicina 2
107 Nutrição 214 Odontologia 220 Pedagogia (Integral) 238 Pedagogia (Noturno) 25 Química 3
50 Química Tecnológica (Noturno) 285 Tecnologia Ambiental (Noturno) 282 Tecnologia da Construção Civil 560 Tecnol. em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Integral)* 236 Tecnol. em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Noturno) 173 Tecnologia em Controle Ambiental (Integral) 174 Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações* 5
Código Curso Vagas48 Arquitetura e Urbanismo 225 Artes Visuais 242 Ciência da Computação (Noturno) 146 Ciências Biológicas - Licenciatura (Noturno) 2
6 Ciências Biológicas (Integral) 253/54 Geografia/Geologia* 2
100 Ciências do Esporte 247 Ciências Econômicas (Noturno) 264 Comunicação Social - Midialogia 127 Educação Física (Integral) 145 Educação Física (Noturno) 121 Enfermagem 2
8 Engenharia Agrícola 312 Engenharia Civil 313 Engenharia de Alimentos (Integral) 143 Engenharia de Alimentos (Noturno) 134 Engenharia da Computação 149 Engenharia de Controle e Automação 1
101 Engenharia de Manufatura 2102 Engenharia de Produção 211 Engenharia Elétrica (Integral) 141 Engenharia Elétrica (Noturno) 110 Engenharia Mecânica 1
9 Engenharia Química (Integral) 139 Engenharia Química (Noturno) 2
2 Estatística 575 Estudos Literários 263 Farmácia 2
52
Área do curso desejadoJá foi dito à página 46 que a maioria dos alunos do ProFIS está insatisfeita
com as vagas a eles oferecidas pelos diversos cursos de graduação da
universidade. O gráfico abaixo traça um panorama mais claro do motivo
dessa insatisfação: há um excesso de vagas nos cursos de ciências exatas e
tecnologia, e uma demanda não satisfeita na área de ciências biológicas e
da saúde.
O gráfico abaixo fornece o número de
vagas disponíveis para concluintes do
ProFIS, segundo a área do
conhecimento. O gráfico também
apresenta a demanda dos alunos da
primeira turma, medida no início e no
fim de 2011.
Depois do ProFIS
Os dados do gráfico foram coletados pelo
NEPP no momento da matrícula dos alunos,
da turma de 2011, bem como ao final do
primeiro ano letivo.
Vagas disponíveis e distribuição dos cursos desejados.
Como se observa, a demanda por cursos de ciências exatas correspondia a
apenas 50% das vagas disponíveis no início de 2011, tendo sido reduzida a
34% ao final do ano, em parte como consequência das dificuldades
enfrentadas pelos alunos nos cursos de matemática ministrados pelo
coordenador do curso (o que ficou conhecido por “efeito Chico”).
Por outro lado,
53
Simulação da seleçãoDepois do ProFIS
Ao final de 2011, em um esforço para detectar possíveis dificuldades na
seleção de cursos de graduação pelos alunos, o NEPP fez uma simulação
da escolha que a turma ingressante naquele ano fará ao término do
programa.
Em um questionário respondido por 94 alunos (a turma atual tem 98), o
NEPP pediu que cada um indicasse seus três cursos de graduação
favoritos, segundo a ordem
decrescente de preferência.
Os dados do questionário
foram, então, comparados às
vagas oferecidas atualmente
pelos cursos de graduação da
UNICAMP. O número de
alunos contemplados,
segundo a opção, é
apresentado no gráfico ao
lado.
Segundo essa simulação, com
as vagas disponíveis
atualmente, cerca de um
terço dos alunos não
ingressaria em um de seus
três cursos preferidos.
Levando em conta a previsão de que apenas 76 alunos da turma de 2011
concluirão o ProFIS dentro do prazo previsto, esses dados não são
preocupantes no momento. Entretanto, muitos alunos da primeira turma
terminarão o curso ao mesmo tempo que os ingressantes em 2012, o que
deverá gerar dificuldades ao final de 2013. Sendo assim,O gráfico acima mostra o número de
alunos da turma de 2011 que seriam
contemplados por uma de suas opções,
por ocasião da seleção do curso de
graduação, ao término do ProFIS.
Seleção do curso de graduação.
54
Além de uniformizar aoferta de vagas, essamodesta expansãopermitiria queatendêssemos a 79 alunosaté a terceira opção, comomostra o gráfico ao lado,contra os 63 que sãoatendidos pelas vagasatuais. Por outro lado, oimpacto sobre os cursos daUNICAMP seria baixo.
Entretanto, em virtude daautonomia de institutos efaculdades na definição dasvagas disponíveis em seuscursos de graduação, umaeventual expansão teriaque ser discutida eaprovada pelas unidadesenvolvidas.
Expansão das vagasCom base nas informações obtidas pelo NEPP ao final de 2011, foi feitauma nova simulação da seleção de cursos,
. Os cursos com aumento de vagas sãoapresentados na tabela abaixo. Os demais cursos da UNICAMP não
aparecem na tabela, pois jáseguem essa sugestão(com exceção de música,artes cênicas e dança, queexigem que os ingressantessejam aprovados em umaprova de aptidão).
O gráfico ao lado mostra o número de
alunos da turma de 2011 que seriam
atendidos na seleção do curso de
graduação, caso fosse adotada a
expansão de vagas sugerida acima.
Depois do ProFIS
Código Cursos de ingresso no vestibular PeríodoVagas atuais Vagas c/ expansão
Vest. ProFIS % ProFIS %
15 Medicina Integral 110 2 1,8 4 3,6
13/43 Engenharia de AlimentosIntegral 80 1
1,7 4 3,5Noturno 35 1
11/41 Engenharia ElétricaIntegral 70 1
2,0 4 4,0Noturno 30 1
27/45 Educação FísicaIntegral 50 1
2,0 4 4,0Noturno 50 1
49 Engenharia de Controle e Automação Noturno 50 1 2,0 2 4,0
10 Engenharia Mecânica Integral 140 1 0,7 5 3,6
9/39 Engenharia QuímicaIntegral 60 1
3,0 4 4,0Noturno 40 2
14 Odontologia Integral 80 2 2,5 3 3,8
73 Tecnologia em Controle Ambiental Integral 40 1 2,5 2 5,0
85 Tecnologia Ambiental* Noturno 80 2 2,5 3 3,8
42 Ciência da Computação Noturno 50 1 2,0 2 4,0
34 Engenharia de Computação Integral 90 1 1,1 3 3,3
17/47 Ciências EconômicasIntegral 70
1,9 4 3,8Noturno 35 2
16/44 Ciências SociaisIntegral 55
0 0,0 4 3,6Noturno 55
51 Física/Matemática/Matemática Aplicada e Computacional Integral 155 5 3,2 6 3,9
Total 1425 27 1,9 54 3,8
Seleção com expansão das vagas.A tabela acima mostra o impacto do
aumento de vagas proposto. Com esse
aumento, cada curso da UNICAMP
destinaria ao ProFIS ao menos 3,5% das
vagas que oferece no vestibular.
*As vagas reservadas ao curso de
Tecnologia Ambiental (Noturno) devem
ser divididas entre os cursos de
Engenharia Ambiental e de Tecnologia
em Controle Ambiental (Noturno).
55
Adriane Pelissoni (SAE), responsável
pela disciplina As profissões e pela
oficina Como estudar melhor, agora que
estou na universidade?
A parceria do SAE com o ProFIS não
se resume à concessão de bolsas de
estudo e ao auxílio-transporte. O
Serviço de Orientação Educacional
do SAE também oferece anualmente
aos alunos a oficina “Como estudar
melhor, agora que estou na
universidade?”. Desenvolvida em
colaboração com o Grupo de
Pesquisa Psicologia e Educação
Superior (PES), da Faculdade de
Educação, a oficina tem como
objetivo apoiar o estudante no
aprimoramento de seu processo de
estudar e aprender, tendo como
princípio norteador o processo de
autorregulação de aprendizagem,
que se centra na possibilidade de o
aluno gerenciar aspectos cognitivos,
motivacionais, comportamentais e
ambientais para o alcance de suas
metas acadêmicas.
O SAE ainda é responsável pela
disciplina , que está a
cargo do Projecta, o Programa de Orientação de Carreira do órgão. Essa
disciplina é oferecida no último semestre do ProFIS, e tem como objetivo
ajudar o aluno na difícil escolha do curso de graduação e da carreira que
seguirá. Essa disciplina esta a cargo da orientadora educacional Adriane
Soares Pelissoni e da psicóloga Rafaela Briss.
Orientação nos estudose na escolha da carreira
56
Passados quase dois anos de sua criação, pode-se dizer que o ProFIS estádefinitivamente implantado na universidade. De projeto piloto, o curso setornou um exemplo de iniciativa que combina inclusão social e formaçãogeral. Já não se discute se devemos mantê-lo, mas como ampliá-lo.Entretanto, seu caráter inovador trouxe-nos alguns desafios que precisamser enfrentados com firmeza e criatividade.
Apesar de os alunos serem dedicados e de os professores usarem toda asua experiência para abordar de forma inovadora o conteúdo dasdisciplinas em sala de aula, as taxas de reprovação e evasão são altas,problema que só agora começamos a atacar, com a ajuda depesquisadores da Faculdade de Educação. Em paralelo, temos tentado,com a providencial colaboração do NEPP, avaliar em que medida osalunos têm desenvolvido as habilidades que desejamos que eles adquiram.Outras iniciativas que precisam ser aprofundadas incluem o aumento daintegração entre disciplinas, e a revisão de seus programas, para que setornem cada vez mais úteis à compreensão do mundo e à participação navida em sociedade, seguindo as diretrizes traçadas no projeto pedagógico.
A criação do ProFIS foi um corajoso passo que a UNICAMP tomou nadireção de modernização curricular. Agora, para tornar completo osucesso desse projeto, temos que dar um segundo passo, e estabelecer aformação geral como um objetivo da universidade.
Já é lugar comum o comentário de que, embora possuam uma cargadidática excessiva e sejam extremamente especializados, os cursos degraduação brasileiros não preparam plenamente os alunos para a vidaprofissional. Além disso, como bem observa a professora Liz Reisberg, doBoston College,
.
Assim, precisamos livrar nossos cursos de graduação de algumas exigênciasanacrônicas das associações de classe, reduzir-lhes o número de créditos eaumentar a liberdade de escolha de disciplinas. Quando isso ocorrer,quem sabe, a formação geral deixe de ser um privilégio dos alunos doProFIS.
57Conclusões 57
58
ProFISPrograma de formação interdisciplinar superior