www.paulomargotto.com.br brasília, 4 de junho de 2010
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www.paulomargotto.com.brBrasília, 4 de junho de 2010
Identificação:› J.S.S., 7 anos e 5 meses ( 09/11/2002), F,
natural e procedente de Campina Grande- PB, no DF há 01 dia.
› Informante: o pai› Admissão: 03/05/2010
Queixa principal:› “Falta de ar há um dia”
HDA:› Paciente cardiopata, veio à Brasília para
tratamento cirúrgico no INCOR. Apresentou dispnéia durante a viagem de avião, sendo encaminhada ao HRAS para avaliação. Nega dor torácica, palpitações, edemas ou outras queixas.
› Pai refere que ao nascimento foi diagnosticado cianose e sopro cardíaco. Relata dispnéia aos médios esforços.
Antecedentes pessoais fisiológicos:› Realizado pré-natal, gestação sem
intercorrências› Nascida de parto normal, a termo, sem
intercorrências.› Peso: 2630 g Est: 48 cm PC: 33 cm Apgar:
7/8› Aleitamento materno por 5 meses› Desenvolvimento neuropsicomotor
adequado› Vacinação em dia
Antecedentes patológicos› Refere 08 internações anteriores devido a
descompensação do quadro cardíaco, pai não soube informar os quadros apresentados.
› Relata 03 transfusões sanguíneas
Antecedentes familiares› Mãe, 41 anos, tabagista, sem comorbidades› Pai, 34 anos, saudável› Quatro irmãos, um falecido por cardiopatia› Avó falecida por cardiopatia
BEG, ativa, emagrecida, mucosas hipercoradas, cianóticas +++/ 4+, anictérica, hidratada, eupneica, afebril. Presença de baqueteamento digital e unhas em vidro de relógio
FC: 80 bpm, PA: 98x68 mm Hg, Sat O₂: 83%
Peso: 15 kg ( < p3)
AR: MVF sem RA ACV: Tórax abaulado, presença de frêmito
sistólico palpável em 3º e 4º EIC em bordo esternal esquerdo. RCR 2T, B2 única e hiperfonética. Sopro holossistolico +++++/ 6+, em 3º e 4º EIC em bordo esternal esquerdo, irradiando para bordo esternal direito, dorso e fúrcula. Pulsos palpáveis e simétricos nas quatro extremidades.
Abdome: plano, RHA +, flácido, sem VMG, indolor à palpação.
Extremidades: bem perfundidas, sem edemas.
Hemograma (02/05): › Hb: 22.4 g/dl, Ht superior a 60, VCM 84.9
fL› Leucócitos: 5820 ( neu 22, bast 02, linf 56,
mono 11, eos 09, baso 00)› Plaquetas: 203 000
Bioquímica:› Na 143, K 4.0, Cl 112, Ur 23, Cr 0.4, TGO
43, TGP 15
Raio x:› Índice
cardiotorácico aumentado
› Contorno cardíaco: aumento de VD e arco pulmonar retraído
› Fluxo pulmonar aumentado
Situs solitus em levocardia Conexões venosas sistêmicas
concordantes Conexões venosas pulmonares
concordantes Conexão atrioventricular concordante Conexão ventriculo-arterial:
discordante
Valvas AV sem disfunção. Comunicação interatrial por ostium secundum
medindo 11 mm com fluxo bidirecional Comunicação interventricular medindo 10 mm com
fluxo bidirecional Septo atrioventricular integro AD com dilatação moderada. AE normal VD com hipertrofia moderada e dilatação
acentuada.Função sistólica deprimida em grau moderado. VE normal.
Valva pulmonar com estenose moderada. Regurgitação de grau discreto. PMAP: 35 mm Hg
Fração de ejeção: 94% Ausência de hipertensão pulmonar
Conclusão:› TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES ARTERIAS› COMUNICAÇÃO INTERATRIAL› COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR› ESTENOSE PULMONAR VALVAR› Ausência de hipertensão pulmonar
Diminuído: possuem tanto obstrução ao fluxo sanguíneo pulmonar quanto shunt D- E. A cianose depende do grau de obstrução ao fluxo pulmonar› Fallot, atresia pulmonar com septo integro, atresia
tricúspide. Aumentado: cianose causada por conexões
ventrículo arteriais anormais ou pela mistura total de sangue venoso sistêmico e pulmonar› TGA, ventrículo único, truncus arteriosus
Cardiopatias congênitas que cursam com cianose em repouso.
Sangue venoso chega à circulação sistêmica sem ser oxigenado adequadamente.
Topografia anormal da aorta, anterior em relação ao tronco da pulmonar, com relação átrio ventricular normal
Duas circulações paralelas
Principal cardiopatia congênita cianótica no período neonatal.
Se o septo estiver íntegro, a cianose surge nas primeiras horas.
Há piora em 12-24 horas. (fechamento do ductus arteriosus)
Presença de ICC.
Precórdio hiperativo.
B2 desdobrada ou única sopro sistólico por hiperfluxo ou estenose
do trato de saída de VE (pulmonar).
Algum grau de cianose sempre presente Pode cursar com outras cardiopatias
associadas que são responsáveis pela sobrevida (CIA, CIV,PCA)
Transposição isolada das grandes Aa.; Transposição das grandes Aa. c/ defeito
do septo ventricular; Transposição das grandes Aa. c/ um
grande ductus arteriosus patente; Transposição das grandes Aa. c/ estenose
pulmonar; Transposição das grandes Aa. c/ atresia
tricúspide;
Logo após o nascimento há fechamento funcional do ducto arterioso
Pouca mistura sanguínea pelo forame oval
Hipoxemia grave Cianose Segunda bulha única e hiperfonética Sopro sistólico ejetivo na borda
mesoesternal esquerda
Quadro clínico dependente do grau de comunicação
É causa de insuficiência cardíaca e retardo no crescimento
Hipertensão pulmonar CIV pequena - cianose importante - sopro sistólico rude na borda esternal E inferior CIV grande
- Cianose discreta- Sopro holossistólico
Raio-X: Cardiomegalia, coração em forma de “ovo deitado”, circulação pulmonar aumentada.
ECG: Eletrocardiograma Ondas P proeminentes Hipertrofia de VD ou biventricular Ausência de defeito do septo ventricular ECG
normal
Ecocardiograma: Define conexões anormais e alterações associadas.
RN: PGE1 (0,05-0,2 mg/kg/min), c/ o intuito de manter o canal arterial pérvio ( a mistura de sangue saturado e dessaturado.
Pode-se realizar à atrioseptostomia de Rashkind por balão.
Septo ventricular íntegro: Inversão arterial de Jatene. (deve ser realizada nas primeiras 2 semanas de vida).
Inicialmente benéfico A longo prazo é danoso Fluxo da aorta para a artéria pulmonar
aumentando ainda mais o fluxo sanguíneo pulmonar
ICC Cianose pode ser discreta Pode ser necessário o fechamento do
canal após septoplastia
Mimetiza a tetralogia de Fallot Cianose um pouco mais intensa Rx:Vascularização pulmonar normal ou
diminuída ECG:desvio do eixo p direita Terapêutica:- Shunt sistêmico pulmonar
Nenhuma saída do AD VD está presente - (2)
Retorno venoso penetra no AE por forame oval ou CIA - (1)
Sangue flui do VE VD por uma CIV - (3)
60%
100%
80%
80%
80%
% Sat O2
Hiperfluxo pulmonar Taquipnéia Infecções respiratórias recorrentes Cianose leve Pobre ganho de peso SS ejetivo B2 hiperfonética e única RX: Aumento da área cardíaca ECG:Desvio do eixo para esquerda Tto: Cerclagem arterial pulmonar
Estenose pulmonar;
Comunicação interventricular (CIV);
Dextroposição da aorta cavalgando o septo;
Hipertrofia ventricular direita.
Retorno venoso ao AD e VD é normal.
Na contração de VD, sangue sem oxigenação é desviado para cavidade esquerda e aorta, gerando cianose.
Fluxo pulmonar é complementado por colaterais brônquicas e por canal arterial patente.
Exibem cianose generalizada mais perceptivel em mucosa oral e leito ungueal;
Dedos em baqueta de tambor; Hipodesenvolvimento pôndero-estatural; Dispnéia aos esforços Posição de cócoras – aumento da
resistência vascular periférica;
Pulsos e PA normais Tórax abaulado, frêmito sistólico palpável
em bordo esternal. Sopro protossistólico próximo à borda
esternal esquerda, com timbre alto e rude. A intensidade e duração do sopro é inversamente proporcional ao grau da estenose infundibular;
A segunda bulha é praticamente única.
Relacionadas ao da resistência ao fluxo de saída de VD ou a da resistência vascular sistêmica.
Sério problema nos primeiros 2 anos de vida. Caracteriza-se por hiperpnéia, agitação,
aumento da cianose, engasgos, síncope, convulsões.
Sopro sistólico diminui de intensidade e duração, devido a diminuição do fluxo de saída de VD.
Radiologia› Área cardíaca normal ou pouco aumentada;› Botão aórtico saliente;› Ponta cardíaca acima do diafragma;› Vasos pulmonares pouco desenvolvidos, hilos pouco expressivos.› Campos pulmonares limpos
ECG› Hipertrofia ventricular direita;› Onda T ascendente em V1 com onda R pura, sem onda S.
Ecocardiograma› Importante para ressaltar aspectos anatômicos do defeito
valvar;› Tamanho do CIV;› Dextroposição da aorta;› Diâmetro do tronco e ramos pulmonares.
Cateterismo› Complementa o diagnóstico, define aspectos da hemodinâmica
e oximetria
Trombose cerebral Abscesso cerebral Endocardite bacteriana Insuficiência cardíaca – Fallot róseo
Crises Hipercianóticas› Manter a criança em posição genopeitoral
visando aumentar a resistência periférica (diminuir shunt direita-esquerda);
› Uso de Morfina (O.1mg/kg IM);› Bicarbonato de sódio é empregado na
correção da acidose metabólica. Esta se encontra presente, sempre que a PaCO2 cai abaixo de 40 mmHg;
› Em casos que não melhoram com a terapia descrita, podemos empregar aminas, para aumentarmos a resistência periférica
Cirúrgico: Crianças < 6 meses de idade, em condições
graves: correção paliativa com o shunt de Blalock-Taussig modificado (shunt entre Artéria subclávia e ramo homolateral da Artéria pulmonar).
› Crianças entre os 6 meses e 1 ano de idade, hemodinamicamente estáveis e com anatomia favorável: correção total. (alívio da obstrução da saída de VD, fechamento da CIV com um patch).
Difícil distinção da Tetralogia de Fallot.
Aorta e pulmonar se originam de VD; a via de saída de VE é uma CIV.
Há um hiperfluxo pulmonar (shunt E-D).
História, exame físico e ECG são semelhantes aos da Tetralogia de Fallot.
Ecocardiograma: Ausência da continuidade entre as valvas mitro-aórtica (essencial p/ o diagnóstico).
Cateterismo : Valvas aórtica e pulmonar no mesmo plano corporal no sentido horizontal. Posição anterior anormal da aorta (origem exclusiva de VD).
Tratamento: cirurgico
Ambos os átrios se esvaziam através de uma ou duas valvas para um único ventrículo
Ocorre mistura total dos retornos venosos sistêmicos e pulmonar, podendo ter caracteristicas ou de VD ou de VE.
Se a via de saída pulmonar for obstruída, QC similar a Fallot ( cianose acentuada sem ICC)
Se a via de saída pulmonar for pérvea, achados similares à CIV ( acentuada ICC)
ECG inespecífico Ecocardiograma: determina se o
ventrículo tem características morfológicas direita ou esquerda, alem da presença de ventrículo rudimentar
Tratamento cirurgico
Pacientes com CIV ou outros tipos de comunicação aorta - artéria pulmonar.
Inicialmente a hipertensão pulmonar é resultado de fluxo pulmonar elevado, causando lesão nas arteríolas pulmonares, e então aumento na resistência vascular pulmonar.
Ocorre um shunt D-E total, como resultado de uma doença vascular pulmonar.
Inicia-se na 2ª ou 3ª década de vida, quando a resistência vascular pulmonar excede a sistêmica.
Cursa com cianose, dispneia, fadiga. Nos estágios finais, ICC.
Ao exame, há B2 com desdobramento curto, com componente pulmonar bem audível
Raio x: área cardíaca aumentada em estágios terminais
ECG: hipertrofia VD Ecografia: VD com paredes espessas
Tratamento: correção cirúrgica das cardiopatias na infância.
Consultem: Cardiopatias congênitas no recém-nascido
Distúrbios cardiológicosAutor(es): Elysio Moraes Garcia