xv simpósio internacional ihu - alimento e nutrição - noemia perli goldraich

PESQUISA E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM RELAÇÃO À ALIMENTAÇÃO E À NUTRIÇÃO E SUA APLICAÇÃO NUMA

PERSPECTIVA ÉTICA, SOLIDÁRIA E SUSTENTÁVEL

Profa Dra Noemia Perli GoldraichProfessora-associada – Departamento de Pediatria – FAMED –UFRGS

Nefrologista pediátrica – Hospital de Clínicas de Porto AlegreCoordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Prevenção de DoençaCrônicas na Infância

PROREXT - UFRGS

ALIMENTO E NUTRIÇÃO E OS OBJETIVOS DO MILÊNIO – UNISINOS 2014

maio de 2014

INDÚSTRIA DE ALIMENTOS X PESQUISA

• INFLUENCIA: -diretrizes nacionais -opinião de especialistas em nutrição -interpretação de resultados de pesquisas

RESULTADOS CONFLITANTES EM PESQUISAS FINANCIADAS PELA INDÚSTRIA E POR PESQUISADORES INDEPENDENTES

Nestle M.Conflicts of Interest in the Regulation of Food Safety. A Threat to Scientific Integrity. JAMA 2013:173:2006

-290 pareceristas no caso dos aditivos

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO COMUNICÁVEIS

INDÚSTRIA DE ALIMENTOSINDÚSTRIA FARMACÊUTICA

MIDIA

PESQUISA ÉTICA

CONFLITO

DE

INTERE$$E$



globalização de estilos de vida não saudáveis


envelhecimento


urbanização rápida enão planejada

D O E N Ç A S C R Ô N I C A S N Ã O C O M U N I C Á V E I SDOENÇAS CRÔNICAS

NÃOCOMUNICÁV

EIS

- são doenças de longa duração e progressão lenta -

pressão arterial, glicose, distúrbios dos lipídios, sobrepeso e obesidade


DOENÇAS CARDIOVASCULARES


• matam 36 milhões/pessoas/ano no mundo e 742 mil/ano/Brasil

• mais de 9 milhões desses óbitos ocorrem precocemente (antes dos 60 anos)

• 80% : em países em desenvolvimento

5725

144

óbitos por dcnc (%)

CardiovascularCâncerD.respiratóriasDiabetes

VIGITEL Ministério Saúde26 capitais e DF

2006-2013

OBRASIL ESTÁ

MAIS RICO,

MAS

MAIS DOENTE

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO COMUNICÁVEISe os

OBJETIVOS DO MILÊNIO

1. REDUZIR A POBREZA

• CUSTOS COM ASSISTÊNCIA DE SAÚDE• CLASSES MAIS VULNERÁVEIS SÃO: - NÃO TEM ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL - AS MAIS EXPOSTAS AO TABACO

- TEM ACESSO LIMITADO A SERVIÇOS DE SAÚDE

alimentação não saudável

sedentarismo

tabagismoconsumo

excessivo de álcool

Resultam de 4 fatores de risco:


MUITAS DOENÇAS SÃO CURÁVEIS, MAS POUCAS SÃO PREVENÍVEIS.

AVCtrombose, derrame, isquemia

OBESIDADE

Colesterolaumentado

DoençaCorona-

riana

Diabetesmelito

Câncer

Osteoar-trite

Apnéia do

sono

Litíase renal

Doenças da VB

OBESIDADE: UM CÍRCULO VICIOSO

HASpressão alta

Maior ameaça isolada à saúde pública no século 21

Modificado de Reece EA. Am J Obstetr Gynec 2008; 198:23

OBESIDADE

Condição médica

DISTÚRBIO DO ESTILO DE

VIDA

Mudançade paradigma

individual

familiar

SOCIAL

AMBIENTE OBESOGÊNICO

POLÍTICAS PÚBLICAS


Incrementar medidas propícias às escolhas

de estilo de vida saudável

Por ex: redução de sal, restringir a

propaganda de alimentos não

saudáveis a crianças

Atenção especial deve

ser dada a gravidez, infância e

adolescência


• Os governos abdicaram de sua responsabilidade de tratar da obesidade, delegando-a para:- indivíduos- setor privado - ONGs

• Para ser revertida, epidemia da obesidade requer:

- liderança governamental - regulação - investimentos em programas, - monitoração - pesquisa (ética)

OBESIDADE• Governos: fazem progressos

lentos

• Indústria $ mídia: assumem rapidamente compromissos nacionais e internacionais, que inclui auto-regulação


PROJETO DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE PORTO ALEGRE

Projeto UFRGS-SMED

2012

• Convênio UFRGS – SMED Porto Alegre

• Políticas Públicas para a Prevenção de Doenças Crônicas não Comunicáveis

• Rede escolar pública de Porto Alegre

2013

• 41 Escolas de Educação Infantil (EMEIs)• 62 integrantes da equipe de nutrição capacitados

201305 -

11

• 1 765 crianças (peso, altura, pressão arterial, cintura abdominal)• 15 EMEIs avaliadas

• 667 crianças avaliadas e 402 pais responderam questionários• 7 EMEIs

2012

Rubem Berta

PartenonSanta Tereza

Camaquã

EMEI Jardim Bento GonçalvesEMEI Padre Angelo CostaEMEI Mamãe Coruja

EMEI Max GeissEMEI Parque dos Maias IIEMEI Santa RosaEMEI Valneri AntunesEMEI Vila Tronco

EMEI Osmar Freitas

EMEI Jardim Camaquã

ESCOLAS AVALIADAS CONFORME O BAIRRODE PORTO ALEGRE


Restinga

EMEI Nova Restinga EMEI D. Luiz de Nadal

Lomba do PinheiroEMEI São Carlos

São JoséEMEI Walter Silber

Projeto UFRGS-SMED


Projeto UFRGS-SMED

• 352 CRIANÇAS (57%)

Avaliação + Questionário

• 222 CRIANÇAS (36%)Avaliação

• 47 CRIANÇAS ( 7%)Questionário

621 crianças em 7 escolas


Projeto UFRGS-SMED

0

60

120

180

3933

180

166

69

46

DISTRIBUIÇÃO DAS CRIANÇAS CONFORME IDADE E SEXO

0 – 2 2 – 5 5 - 6 anos

n

Meninos

Meninas

Total de crianças avaliadas: 543

CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA (ABEP)

50%47%

3%

B

C

D

Classe

N =230

PROJETO DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICASEDUCAÇÃO INFANTIL DE PORTO ALEGRE

Projeto UFRGS-SMED


Projeto UFRGS-SMED

0 10 20 30 40 50 60

9,5

24,5

58

4

Até 4a série do1o grau

Analfabeto/até 3a serie 1o grau

1o grau1 completo

2o grau2 completo

Superior

GRAU DE INSTRUÇÃO DA MÃE (ABEP)

(%)

n = 274(%)

4

1: fundamental2: médio


Projeto UFRGS-SMED

NORMAIS – RISCO DE SOBREPESO -SOBREPESO - OBESO

EXCESSO DE PESO

62%

38%

*risco de sobrepeso: esta classificação só é usada até os 5 anos

0

25

50

75

62 6359 60

70 68

38 3741 41

30 32

NORMAIS E EXCESSO DE PESO* CONFORME IDADE E SEXO

Normais Excesso

543 crianças estudadas (72 até 2 anos, 346 de 2-5 anos e 125 de 5-6 anos)


Projeto UFRGS-SMED

%

0-2 2-5 5-6 0-2 2-5 5-6 anos

* *RISCO + SOBREPESO + OBESIDADE

meninos

meninas

0-2 2-5 5-6 0-2 2-5 0-2 2-5 5-6 0-2 2-5 5-60

10

20

30

40

50

60

70


Projeto UFRGS-SMED

NORMAIS RISCO SOBREPESO OBESIDADE

543 crianças estudadas (72 até 2 anos, 346 de 2-5 anos e 125 de 5-6 anos)Risco de sobrepeso: classificação só é usada até os 5 anos

RISCO, SOBREPESO E OBESIDADE CONFORME FAIXA ETÁRIA

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO COMUNICÁVEIS PERCENTUAL DE HOMENS (≥18 ANOS) COM EXCESSO DE PESO (IMC ≥25

KG/M2) SEGUNDO AS CAPITAIS DOS ESTADOS BRASILEIROS E O DISTRITO FEDERAL

VIGITEL, 2012


• As crianças são um grupo vulnerável PRECISAM DE PROTEÇÃO DA SOCIEDADE: não têm conhecimentos nutricionais são incapazes de avaliar os riscos de seu

comportamento suas escolhas são facilmente influenciadas

pelo marketing

Em 2003, em relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização de Alimentos e Agricultura (FAO) destacou uma ameaça maior à saúde pública em doenças relacionadas à alimentação: a influência da propaganda.

RESOLUÇÃO SOBRE PROPAGANDA DE ALIMENTOS DIRIGIDA A CRIANÇAS

A OMS estabelece que os governos têm a responsabilidade de assegurar que a propaganda não cause confusão, seja informativa e não contribua para a doença e a obesidade, com uma particular atenção no caso de crianças.

PUBLICIDADE DIRIGIDA À CRIANÇA

CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (CONANDA) PUBLICOU, EM 13 DE MARÇO DE 2014, NO DOU, A RESOLUÇÃO 163:

Considera abusiva a prática do direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança, com a intenção de persuadí-la para o consumo de qualquer produto ou serviço.


Projeto UFRGS-SMED

0

10

20

30

40

50

60

70

66

12 15

7

NORMAL PRÉ-HAS HAS- estágio 1 HAS- estágio 2

Avaliadas 395 crianças de 2-6 anos (3 medidas seriadas da PA)n=259 n=46 n=60 n=30

HIPERTENSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS DE 2 A 6 ANOS

(%)


Projeto UFRGS-SMED

PA Normal Pré-HAS HAS0

10

20

30

40

50

60

70

61

14

24

54

14

31

62

64

23

3

22

NORMAL 2-5ANOSEXCESSO 2-5 ANOSNORMAL 5-6 ANOS EXCESSO 5-6 ANOS

(%)

104 66 64 24 41 38 3 7

24 17 4 1

ASSOCIAÇÃO PRESSÃO ARTERIAL x EXCESSO (SOBREPESO-OBESIDADE)

AVALIADAS 393 CRIANÇAS DE 2-6 ANOS

HÁ ASSOCIAÇÃO ENTRE SOBREPESO-OBESIDADE E HIPERTENSÃO ARTERIAL

AQUISIÇÃO DO PALADAR

--

AMARGO AZEDODOCE

SALGADO

diferentes

intensidades

Estão presentes no recém-nascido

dos 4 aos 6 meses

Stein L J et al. The development of salty taste acceptance is related to dietaryexperience in human infants: a prospective study. Am J Clin Nutr, 2012;94:123.

CONSUMO DE SAL

0- 6 meses

7-12 meses

1- 3 anos

4- 8 anos

>9 anos

CRIANÇAS:

CONSUMO DE SAL - OMS

ADULTOS: MÁXIMO DE 5g/dia até

0,3g/dia

até 0,92g/dia

até 2,5g/dia

até 3,0g/dia

até 3,75g/dia

colher de chá

PERFIL NUTRICIONAL DOS ALIMENTOS PROCESSADOS. ANVISA. INFORME TÉCNICO n. 42/2010

400 mg sódio=1g sal


Projeto UFRGS-SMED

SOCIEDADE CIVIL

ACADEMIA

GOVERNO

São fundamentais para vencer o desafio das doenças crônicas não comunicáveis.

PESQUISA FORÇA POLÍTICA VONTADE

É T ICA

SOLIDÁRIA

MUITO OBRIGADA

NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS NA INFÂNCIA PRÓ- REITORIA DE EXTENSÃO – [email protected]@ufrgs.br

2-3 B

1-2 b

0 - 1 b

25 75 125 175 225 275 325 375 425 4752-3 B 1-2 b 0 - 1 b

Series1 12 53 478

ALTURA x IDADE (n=543)


Projeto UFRGS-SMED

SOCIEDADE CIVIL

ACADEMIA

GOVERNO

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO COMUNICÁVEISAção conjunta entre

São fundamentais para vencer o desafio das doenças crônicas não comunicáveis.

xv simpósio internacional ihu - alimento e nutrição - noemia perli goldraich

Education