ykesaky terson dantas fernandes
TRANSCRIPT
YKESAKY TERSON DANTAS FERNANDES
VIABILIDADE AGROECONÔMICA DO CONSÓRCIO DE CENOURA E COENTRO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES QUANTIDADES DE JITIRANA E ARRANJOS ESPACIAIS
MOSSORÓ-RN 2012
YKESAKY TERSON DANTAS FERNANDES
VIABILIDADE AGROECONÔMICA DO CONSÓRCIO DE CENOURA E COENTRO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES QUANTIDADES DE
JITIRANA E ARRANJOS ESPACIAIS
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do grau de Mestre em Ciências: Fitotecnia.
ORIENTADORA: JAILMA SUERDA SILVA DE LIMA, D. Sc. CO-ORIENTADOR: FRANCISCO BEZERRA NETO, Ph. D.
MOSSORÓ-RN 2012
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA
F363v Fernandes, Ykesaky Terson Dantas. Viabilidade agroeconômica do cultivo consorciado de cenoura e coentro em função de quantidades de jitirana e arranjos espaciais. / Ykesaky Terson Dantas Fernandes. -- Mossoró, 2012.
86 f.: il.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Área de Concentração: Agricultura Tropical – Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
Orientador: Profª. D.Sc. Jailma Suerda S. de Lima Co-orientador: Prof. Ph.D. Francisco Bezerra Neto.
Daucus carota L. 2. Coriandrum sativum. 3. Adubação verde. I. Título.
CDD:635.13
Bibliotecária: Vanessa de Oliveira Pessoa
CRB15/453
YKESAKY TERSON DANTAS FERNANDES
VIABILIDADE AGROECONÔMICA DO CONSÓRCIO DE CENOURA E COENTRO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES QUANTIDADES DE
JITIRANA E ARRANJOS ESPACIAIS
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do grau de Mestre em Ciências: Fitotecnia.
APROVADA EM: 01/03/2012
“Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Cada manhã traz uma benção escondida; uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar. Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder. Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos. Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança”.
(Paulo Coelho)
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por iluminar meus caminhos e me dar forças para seguir em frente
nos momentos difíceis da minha vida.
A minha mãe, Marlene Dantas, e ao meu pai, Francisco Dourimar, pela ajuda,
incentivo e pelo carinho que me deram durante toda a vida de por terem me amado
sempre.
Ao meu irmão, Yally Ayaky, pelo incentivo no decorrer do curso.
A todos os meus familiares pelo amor, carinho e conselhos nos momentos em
que precisei.
A minha orientadora, Jailma Suerda, pela paciência, apoio e orientação ao
longo desse trabalho.
Ao meu co-orientador, Francisco Bezerra Neto, pelas sugestões e colaboração
durante a elaboração deste trabalho.
Aos servidores da Fazenda Experimental Rafael Fernandes, da UFERSA, em
especial aos funcionários da horta, Josimar, Josivan e Cosmildo, pela ajuda na
condução do experimento, coleta dos dados e também pela amizade.
Aos amigos José Roberto, Verícia, Maria Isabel, Allysson, Anne Katherine,
Paulo Linhares, Maiele, Mickael, Aridênia, Sidene, Arthur, Maria Luiza e Valéria
Ingrith, pelas sugestões e pela ajuda desde a coleta de material até a coleta de dados do
experimento.
Ao amigo Joserlan, pelas sugestões e ajuda considerável na condução dos
meus experimentos.
Ao corpo docente da UFERSA, pelos conhecimentos repassados no decorrer
do curso, em especial no programa de Pós-Graduação em Fitotecnia. Aos membros
da banca examinadora, Lindomar Maria da Silveira, Karidja Kalliany e Carlos Freitas
de Moura, pelas correções e valiosas contribuições para o aperfeiçoamento deste
trabalho.
A Lívia Ester, pelo carinho, amor, atenção, apoio e conselhos que me fizeram
compreender melhor as situações nesta fase de minha vida.
Aos amigos, pela amizade e convivência durante minha permanência no curso
de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFERSA, aqui representados por Vianney, Dinara
Aires, Jorge Luiz, Ewerton Marinho, Ana Paula, Alinne Menezes, Django, Paula
Gracielly, Odaci Fernandes, Carina Loiola, Laíse, Leonardo Tavella, Rodrigo, Marcos
Batista, Edevaldo Galdino, Reinaldo Paes, Thaíza Mabelle e Ítalo Nunes.
As professoras Elizangela e Lindomar, que deram uma contribuição valiosa
para que eu alcançasse meus objetivos.
Aos Funcionários Maria do Socorro, Neto, Mickael, e em especial a dona
Lúcia, pelo profissionalismo e amizade que construímos durante o curso.
Aos amigos de moradia, Jefferson Dantas e Hebert Pergentino (Queijo), pelo
convívio.
Agradeço, enfim, a todos que somaram para essa grande conquista da minha
vida, seja de forma direta ou indiretamente.
DADOS BIOGRÁFICOS DO AUTOR
YKESAKY TERSON DANTAS FERNANDES, filho de Marlene Dantas Fernandes e
Francisco Dourimar Fernandes, nasceu em Caicó-RN, no dia 10 de maio de 1983.
Concluiu o ensino fundamental menor no Externato Santa Clara (ESC), em Caicó-RN
no ano de 1993, e o fundamental maior no Colégio Diocesano Seridoense (CDS), em
Caicó-RN, no ano de 1998. Em 1999, ingressou no ensino médio na Escola Estadual
Professor Antônio Aladim de Araújo (EEAA), em Caicó-RN, concluindo no ano de
2001. Em 2005, iniciou o curso de Engenharia Agronômica na Universidade Federal
Rural do Semi-Árido (UFERSA), obtendo o título de engenheiro agrônomo em janeiro
de 2010. Em março de 2010, iniciou o curso de Mestrado em Agronomia: Fitotecnia,
pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), recebendo o título de
Mestre em Ciências, em março de 2012, na cidade de Mossoró-RN.
RESUMO
FERNANDES, Ykesaky Terson Dantas. Viabilidade agroeconômica do cultivo consorciado de cenoura e coentro em função de quantidades de jitirana e arranjos espaciais. 2012. 79f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2012.
Com o objetivo de estudar a viabilidade agroeconômica do consorcio de cenoura e coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas e de arranjos espaciais entre as culturas componentes, foi conduzido um experimento na fazenda Rafael Fernandes (Alagoinha), Mossoró-RN, no período de novembro de 2010 a fevereiro de 2011. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados completos com os tratamentos arranjados em esquema fatorial 4 x 3, com quatro repetições. Os tratamentos consistiram da combinação de quatro quantidades de jitirana incorporadas ao solo (7,5; 15; 22,5 e 30 t ha-1 em base seca) com três arranjos espaciais entre as fileiras de plantio das culturas componentes (2:2, 3:3, 4:4). As características avaliadas na cenoura foram: altura de plantas, número de hastes por plantas, produtividade comercial e classificada de raízes, e massa seca da parte aérea. No coentro as características avaliadas foram: altura de plantas, número de hastes por planta, rendimento de massa verde e de massa seca da parte aérea. Alguns índices de competição e eficiência agronômica/biológica do sistema foram utilizados, tais como: índice de uso eficiente da terra; perda ou ganho real de rendimento do sistema, índice de vantagem do consórcio, coeficiente relativo populacional do consórcio, taxa competitiva do consórcio, índice de superação da cenoura e índice de superação do coentro. Os indicadores econômicos de renda bruta, renda líquida, taxa de retorno e índice de lucratividade foram quantificados. A maior performance produtiva da cenoura e coentro foi registrado quando se utilizou a quantidade de 15,0 t ha-¹ de jitirana incorporadas ao solo no arranjo 4:4. Palavras-chave: Daucus carota L . Coriandrum sativum. Adubação verde
ABSTRACT
FERNANDES, Ykesaky Terson Dantas. Agroeconomic viability of intercropping system of carrot and coriander as a function of scarlet starglory amounts and spatial arrangements. 2012. 79f. Thesis (MS in Plant Science) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2012.
In order to study the agroeconomic viability of the intercropping of carrot and coriander as a function of amounts of scarlet starglory incorporated into the soil and spatial arrangements between the components crops, an experiment was conducted on the farm Rafael Fernandes (Alagoinha), Mossley, RN, from November 2010 to February 2011. The experimental design was a randomized complete block with treatments arranged in a 4 x 3 factorial scheme with four replications. The treatments consisted of the combinations of four amounts of scarlet starglory incorporated into the soil (7.5, 15, 22.5 and 30 t ha-1 on a dry basis) with three spatial arrangements between the rows of components crops planting (2:2, 3:3, 4:4). The characteristics evaluated in carrot were: plant height, number of stems per plant, marketable and classified productivity of roots and shoot dry mass. In coriander, the characteristics evaluated were: plant height, number of stems per plant, yield of green mass and dry mass of shoots. Some indices of competition and agronomic/biological of the systems used were: land equivalent ratio, loss or gain of actual yield, intercropping advantage, relative crowding coefficient, competitive ratio and carrot and coriander aggressivity. Economic indicators of gross income, net income, rate of return and margin profit were quantified. The high productive performance of the carrot and coriander were recorded when was used the amount of 15.0 t ha-1 of scarlet starglory incorporated into the soil in the spatial arrangement of 4:4.
Keywords: Daucus carota. Coriandrum sativum. Green manuring.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Valores médios de altura de plantas (AP) de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012...................................... 41
Tabela 2 - Valores médios de número de hastes (NH) e massa seca da parte aérea (MSPA) de cenoura em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012....................................................... 44
Tabela 3 - Valores médios de produtividade comercial (PROD), percentual de raízes longas e médias (LONG+MED), percentual de raízes curtas (RC), percentual de raízes refugo (REF) de cenoura em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012......... 46
Tabela 4 - Valores médios de altura de plantas (AP), número de hastes por planta (NH), rendimento de massa verde (RMV) e de massa seca da parte aérea (RMS) de coentro em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012....................................... 51
Tabela 5 - Valores médios do índice de uso eficiente da terra (UET), índice de perda real do rendimento (PRR) e índice de vantagem do consórcio (IVC) em função dos arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.............................................................................................. 56
Tabela 6 - Valores médios do coeficiente relativo populacional do consórcio (K), taxa competitiva do consórcio (TC), índice de superação das culturas (ISc e ISco), em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012............................................................................... 61
Tabela 7 - Valores médios da renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de retorno (TR) e índice de lucratividade (IL) em função arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012...................................................... 63
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo consorciado de cenoura (B) e coentro (C) no arranjo 2:2. Mossoró-RN, UFERSA, 2012...................................................... 28
Figura 2 - Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo consorciado de cenoura (B) e coentro (C) no arranjo espacial 3:3. Mossoró-RN, UFERSA, 2012................................. 29
Figura 3 - Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo consorciado de cenoura (B) e coentro (C) no arranjo espacial 4:4. Mossoró-RN, UFERSA, 2012................................. 30
Figura 4 - Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo solteiro da cenoura (B). Mossoró-RN, UFERSA, 2012............................................................................................... 31
Figura 5 - Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo solteiro de coentro (C). Mossoró-RN, UFERSA, 2012............................................................................................... 32
Figura 6 - Altura de plantas de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012............................................................................. 40
Figura 7 - Número de hastes de plantas de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012............................................................................. 42
Figura 8 - Massa seca da parte aérea de plantas de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012............................................................................. 43
Figura 9 - Produtividade comercial de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012...................................................................... 44
Figura 10 - Percentual de raízes longas e médias, percentual de raízes curtas e percentual de raízes refugo de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012............................................................................. 47
Figura 11 - Altura de plantas de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012....... 49
Figura 12 - Número de hastes por planta de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012............................................................................. 49
Figura 13 - Rendimento de massa verde da parte aérea de plantas de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012...................................................... 50
Figura 14 - Massa seca da parte aérea de plantas de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012............................................................................. 50
Figura 15 - Índice de uso eficiente de terra do consórcio em função de arranjos espaciais e de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.............................................. 53
Figura 16 - Índice de perda real de rendimento (PRR) em função de arranjos espaciais e de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.............................................. 54
Figura 17 - Índice de vantagem do consórcio (IVC) em função de arranjos espaciais e de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012...................................................... 55
Figura 18 - Coeficiente relativo populacional do consórcio (K) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.............................................. 57
Figura 19 - Taxa de competição do consórcio (TC) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012...................................................... 58
Figura 20 - Índice de superação da cenoura (ISce) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA................................................ 59
Figura 21 - Índice de superação do coentro (ISco) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012...................................................... 60
LISTA DE TABELAS DO APÊNDICE
Tabela 1A - Valores de “F” de altura (AP), número de folhas (NF), rendimento de massa verde (RMV) e de massa seca (RMS) de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012............. 76
Tabela 2A - Valores de “F” de altura (AP), número de hastes por planta (NH), produtividade comercial (PROD), percentagem de raízes de cenouras longas e médias (PCLM), curtas (PCC) e de refugo (PCR) e massa seca da parte aérea (MSPA) de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012....................... 77
Tabela 3A - Valores de “F” do índice de uso eficiente da terra do consórcio (UET), perda real de rendimento do consórcio (PRR), índice de vantagem do consórcio (IVC), taxa competitiva do consórcio (TC), coeficiente relativo populacional do consórcio (K), índice de superação das culturas (ISce e ISco), em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012..................................... 78
Tabela 4A - Custos variáveis de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 7,5 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012.............................................................................................. 79
Tabela 5A - Custos fixos e totais de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 7,5 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012............................................................................ 80
Tabela 6A - Custos variáveis de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 15,0 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012.............................................................................................. 81
Tabela 7A - Custos fixos e totais de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 15,0 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012............................................................................ 82
Tabela 8A - Custos variáveis de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 22,5 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012.............................................................................................. 83
Tabela 9A - Custos fixos e totais de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 22,5 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012............................................................................
84
Tabela 10 A - Custos variáveis de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 30,0 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012..............................................................................................
85
Tabela 11 A - Custos fixos e totais de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 30,0 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012............................................................................ 86
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 16
2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 18
2.1 A CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS....................................................... 18
2.2 ADUBAÇÃO EM HORTALIÇAS............................................................... 21
3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 39
4.1 CULTURA DA CENOURA......................................................................... 39
4.2 CULTURA DO COENTRO.......................................................................... 48
4.3 ÍNDICES AGROECONÔMICOS................................................................ 52
4.3.1 ÍNDICES DE EFICIÊNCIA AGRONÔMICA/BIOLÓGICA................... 52
4.3.2 ÍNDICES ECONÔMICOS........................................................................ 62
6. CONCLUSÕES............................................................................................. 64
REFERÊNCIAS................................................................................................ 65
APÊNDICE........................................................................................................ 75
16
1 - INTRODUÇÃO
A produção de hortaliças é uma atividade quase sempre presente em pequenas
propriedades familiares, seja como atividade de subsistência ou com a finalidade da
comercialização do excedente agrícola em pequena escala. A pequena propriedade
rural possui uma produção agrícola diversificada, caracterizada pela limitação de área e
baixa fertilidade dos solos, porém, o agricultor está a cada dia se conscientizando e
leva cada vez mais em consideração a preservação dos recursos naturais e a qualidade
de vida, além disso, o consumo de hortaliças tem aumentado devido à maior
conscientização da população em busca de uma dieta alimentar mais rica e saudável.
Deste modo, o plantio de hortaliças em sistemas consorciados, com vistas ao aumento
da produtividade, tem sido uma das estratégias usadas pelos agricultores no sentido de
reduzir ou até mesmo eliminar as deficiências do setor produtivo.
O cultivo consorciado é um dos sistemas mais utilizados, sendo caracterizado
pelo crescimento simultâneo de duas ou mais culturas em uma mesma área,
estabelecidas não necessariamente ao mesmo tempo (KOLMANS; VÁSQUEZ, 1999).
Este sistema é empregado, sobretudo, por pequenos agricultores, que, dessa forma,
procuram aproveitar ao máximo as áreas limitadas de que dispõem dos insumos e da
mão de obra utilizada em capinas, adubações, aplicações de defensivos e outros tratos
culturais (CAETANO et al., 1999), além de possibilitar maior diversificação da dieta e
aumento da rentabilidade por unidade de área cultivada (COELHO et al., 2000). De
modo geral, este sistema não está associado com o uso de alta tecnologia, nem com a
obtenção de altas produtividades (VIEIRA, 1989).
Pesquisas sobre a consorciação de folhosas com tuberosas têm sido
conduzidas com boa resposta na complementaridade dessas hortaliças. Nestes estudos,
vários aspectos do processo produtivo têm sido abordados, entre eles a escolha de
cultivares adequadas ao consórcio (OLIVEIRA et al. 2005), espaçamento (BEZERRA
17
NETO et al. 2005), densidade (BEZERRA NETO et al. 2005), adubação (VIEIRA et
al. 2003), época de plantio (GRANGEIRO et al. 2007), entre outros.
Uma nova abordagem tem surgido, é a utilização de insumos alternativos,
como os adubos verdes, que podem proporcionar uma diminuição de doses de esterco
atualmente aplicadas no cultivo de hortaliças e contribuir para repor as reservas de N
do solo, retirado do sistema com a colheita. Adubação verde é a incorporação ao solo
de plantas de elevada produção de biomassa, rica em nutrientes, para melhorá-lo,
física, química e biologicamente visando à conservação ou aumento da fertilidade
(BATISTA, 2010). Esta prática agrícola tem se afirmado como alternativa na
substituição de adubos químicos.
Várias espécies apresentam qualidades para serem utilizadas como adubo
verde, e entre elas as espécies espontâneas também têm se destacado, entre as quais
está a jitirana (Merremia aegyptia L.), por ser uma convolvulácea de fácil adaptação ao
clima tropical e por atingir produtividade de fitomassa verde em torno de 36 Mg ha-1
com teores de macronutrientes da ordem de 2,62% de N; 0,17% de P; 1,20% de C;
1,2% de K; e 1,08% de Mg, apresenta-se como importante alternativa para o uso como
adubo verde (LINHARES et al., 2008).
Em cultivo solteiro, vários trabalhos têm evidenciado efeito positivo da
utilização da jitirana como adubo verde, obtendo resultados promissores na aplicação
em folhosas, como aumento de rendimento de massa verde de rúcula (LINHARES et
al., 2007), de alface (GÓES et al., 2011 ; BEZERRA NETO et al., 2011) e de coentro
(LINHARES, 2009) com a incorporação de jitirana (Merremia aegyptia L.). Outros
autores, trabalhando com as tuberosas cenoura, beterraba e rabanete, também
obtiveram aumentos na produtividade de raízes comerciáveis de cenoura (OLIVEIRA
et al., 2011), beterraba (SILVA et al., 2011) e de rabanete (BATISTA, 2011) em
consequência da incorporação de jitirana. Em sistema consorciado de cenoura e rúcula,
Paula (2011) obteve aumento da vantagem do consórcio com a incorporação de
jitirana.
18
Porém, ainda há carência de informações científicas com essas espécies
espontâneas com outras hortaliças em sistemas de cultivo consorciados. Diante do
exposto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade agroeconômica
de consórcios de cenoura e coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas
ao solo e de arranjos espaciais entre as culturas componentes.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A consorciação de culturas
Associação de culturas é o cultivo de uma ou mais espécies em uma mesma
área, não sendo necessário que sejam semeadas simultaneamente, porém que
coexistam durante certo período de seus ciclos vegetativos (CHAGAS; VIEIRA,
1984). Segundo Rezende (2006), o cultivo consorciado consiste em um sistema
intermediário entre o monocultivo e as condições vegetais naturais, onde duas ou mais
culturas em uma mesma área desenvolvem-se por certo período de tempo.
A consorciação entre mais de duas culturas é uma prática comum na
agricultura tradicional, principalmente nas regiões tropicais em países em
desenvolvimento como os da Ásia, África e América Latina. A importância
fundamental dessa prática agrícola está no acúmulo de biomassa, que promove tanto a
manutenção da fertilidade do solo como a regulação de problemas fitossanitários do
sistema, mantém o solo coberto o maior tempo possível e aumenta a diversidade das
espécies, favorecendo um maior equilíbrio do sistema (KHATOUNIAN, 2001). Os
consórcios podem envolver combinações de espécies anuais com outras anuais, anuais
com perenes, ou perenes com perenes.
19
Dentre as vantagens do sistema consorciado, podemos destacar o melhor uso
do solo, da água e da área cultivada; problemas de pragas e doenças são minimizados,
o controle de plantas invasoras é mais eficiente; além do que algumas espécies se
beneficiam mutuamente e a produtividade por unidade de área é, na maioria das vezes,
superior ao monocultivo (KOLMANS; VÁSQUEZ, 1999). Além disso, há melhor
aproveitamento da luz solar, diminuição dos riscos de perdas das culturas consorciadas
em função do clima e aumento da diversificação da renda do produtor (MULLER et
al., 2000).
As culturas que crescem juntas podem complementar-se mutuamente e fazer
melhor uso combinado dos recursos, mais do que quando elas crescem separadamente.
Essa complementaridade pode ser considerada temporal, quando as culturas têm suas
principais demandas por recursos em épocas diferentes, ou espacial, quando as
diferenças pelo uso de recursos originam-se da parte aérea ou raiz.
A prática da consorciação com hortaliças, atualmente, está causando o aumento
de interesse em regiões tropicais, principalmente pela afirmação de que ela pode
proporcionar aumento de rendimentos e eficiência do sistema de maneira
ecologicamente sustentável (BEZERRA NETO et al., 2007).
A eficiência e as vantagens de um sistema consorciado fundamentam-se,
principalmente, na complementaridade entre as culturas envolvidas, sendo que esta
será tanto maior à medida que se consegue minimizar os efeitos negativos
estabelecidos de uma cultura sobre a outra (CERETTA, 1986). A escolha criteriosa das
culturas componentes, da época de seu respectivo estabelecimento é de fundamental
importância para que se possa propiciar uma exploração máxima das vantagens do
sistema consorciado (TRENBATH, 1975).
A eficiência do consórcio depende diretamente do manejo e das culturas
envolvidas, havendo a necessidade da complementação entre essas culturas
componentes (BEZERRA NETO et al., 2003). Por isso, para o estabelecimento de
consórcios, vários aspectos devem ser considerados, entre eles: a combinação de
20
culturas, arranjos espaciais das culturas envolvidas e a adubação do sistema (BARROS
JÚNIOR et al., 2005; BEZERRA NETO et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2004;
OLIVEIRA et al., 2005).
Várias pesquisas têm registrado eficiência do cultivo consorciado entre as
hortaliças. Oliveira et al. (2005), estudando cinco cultivares de coentro consorciadas
com duas cultivares de alface, observaram eficiências agronômicas em todos os
sistemas consorciados, porém, as maiores foram registradas nos consórcios entre as
cultivares Tainá e Asteca, e Babá de Verão e Português.
Lima et al. (2007), estudando o consórcio de cenoura e rúcula em duas épocas,
verificaram diferença significativa entre as cultivares de rúcula apenas no segundo
cultivo, com o maior desempenho produtivo da rúcula quando consorciada com a
cenoura Esplanada. Os mesmos autores, avaliando duas cultivares de cenoura (Brasília
e Esplanada) em consorciação com duas cultivares de rúcula (Cultivada e Folha
Larga), observaram que o consórcio de maior desempenho produtivo foi o de rúcula
com a cultivar de cenoura Esplanada, demonstrando que esta cultivar é menos
competitiva em consórcio do que a cultivar de cenoura Brasília.
Os consórcios de cenoura ’Brasília’ e alfaces ‘Tainá’ e ‘Laurel’, em faixas de
quatro fileiras foram os de maior viabilidade agroeconômica, com índices de uso
eficiente da terra de 2,05 e 2,13, taxas de retorno de 5,15 e 4,78, e índices de
lucratividade de 80,57% e 79,09%, respectivamente (OLIVEIRA et al., 2003).
A consorciação de culturas é uma das práticas de cultivo disponíveis no auxílio
para a minimização do impacto ambiental gerado pelo monocultivo (MELLO, 2000).
Este sistema apresenta vantagens quando comparado com o cultivo solteiro, dentre as
quais o melhor aproveitamento da área e da mão de obra utilizada (CAETANO et al.,
1999); maior diversificação da dieta alimentar e de lucro por unidade de área cultivada
(COELHO et al., 2000); maior estabilidade do rendimento (WILLEY, 1979); maior
cobertura do solo, com consequente redução da germinação de plantas espontâneas e
erosão (ALTIERI, 1992).
21
As vantagens que o cultivo consorciado oferece podem ser muito bem
aproveitadas no cultivo de hortaliças, setor agrícola caracterizado por intenso manejo e
exposição do solo, dificuldade de controle de plantas daninhas, uso intensivo de
defensivos agrícolas, fertilizantes e irrigação, entre outras práticas culturais, bem como
o manejo da cultura que proporciona considerável impacto ambiental (CECÍLIO
FILHO; TAVEIRA, 2001).
Ainda há várias pesquisas a ser realizadas, associadas à consorciação de
culturas e dentre elas está a utilização da adubação verde na produção de hortaliças.
2.2 Adubação verde em hortaliças
As hortaliças são altamente exigentes em fertilizantes nitrogenados
prontamente solúveis. Altas produtividades dependem da aplicação de elevadas doses
de fertilizantes minerais, os quais são derivados de processos industriais de intenso uso
energético, pois os solos de regiões tropicais são, originalmente, pobres em matéria
orgânica. Alternativamente, práticas biológicas como a adubação verde, aplicação de
composto, rotação de culturas e consórcios são adotadas em vários programas de
manejo e conservação do solo em diversos países, a fim de recuperar a fertilidade e
reduzir o uso de fertilizantes minerais (URQUIAGA; ZAPATA, 2000).
A utilização de fertilizantes, entretanto, é um dos fatores que podem alterar a
composição química dos vegetais e, consequentemente, sua qualidade biológica. A
incorporação de adubos orgânicos ao solo, assim como adubos naturais de baixa
solubilidade, promove uma lenta absorção de nutrientes, na medida das necessidades
das plantas, enquanto os fertilizantes solúveis podem promover desequilíbrio na
proporção dos nutrientes dos produtos agrícolas, inclusive de substâncias danosas à
saúde humana, como os nitratos (BONILLA, 1992; ZAGO et al., 1999).
22
Nos adubos orgânicos encontram-se os principais macronutrientes, embora
normalmente o maior interesse seja pelo fornecimento de nitrogênio. No entanto, os
processos biológicos controlam a retenção ou liberação de nitrogênio, fósforo e
enxofre, por fazerem parte de unidades estruturais da matéria orgânica (MENDONÇA;
LOURES, 1995). As plantas necessitam em sua nutrição de grande variedade de
elementos químicos, os quais são provenientes dos minerais ou do processo de
mineralização dos adubos orgânicos (LARCHER, 2000).
O adubo orgânico, ao ser decomposto, além de fornecer nutrientes após o
processo de mineralização (que estimula do crescimento radicular), aumenta sua
absorção, e ao atingir sua estabilidade na forma de húmus, através do processo de
humificação, torna-se importante fonte de cargas negativas nos solos tropicais,
aumentando a retenção de cátions disponíveis no solo, possibilitando maior absorção
dos nutrientes pelas plantas (MENDONÇA; LOURES, 1995). Além disso, possui
também elevado poder de tamponamento do solo, isto é, quanto maior o teor de
matéria orgânica humificada no solo, maior será sua resistência à mudança brusca de
pH do meio (KIEHL, 1985).
Quando empregada em quantidade adequada, a matéria orgânica reduz
imediatamente a densidade aparente da camada adubada e promove a agregação de
partículas, conferindo ao solo condições favoráveis de arejamento e friabilidade,
aumentando também sua capacidade de retenção de água (MIYASAKA et al., 1984). O
aumento da retenção de água pode estar relacionado ao decréscimo da densidade,
aumento da porosidade total e mudança na distribuição do tamanho dos agregados, que
podem mudar a distribuição do tamanho dos poros (FAGERIA et al., 1999).
Com a crescente preocupação pelo uso indiscriminado de fertilizantes
nitrogenados sobre o ambiente, tem sido observado aumento de interesse pela
utilização de adubos verdes como fonte alternativa de nitrogênio (N) às culturas. O
emprego de adubos verdes capazes de realizar a fixação biológica de nitrogênio (FBN)
eficientemente pode representar contribuições consideráveis à viabilidade econômica e
23
sustentabilidade dos agroecossistemas (BODDEY et al., 1997), devido ao aporte de
quantidades expressivas de N ao sistema solo-planta (PERIN et al., 2003), reduzindo,
portanto, a necessidade de N sintético. Além do aporte de N, os adubos verdes atenuam
a erosão e desempenham papel fundamental na ciclagem de nutrientes, tanto dos
aplicados através dos fertilizantes minerais e não aproveitados pelas culturas quanto
daqueles provenientes da mineralização da matéria orgânica do solo e do próprio
material vegetal.
A adubação verde é uma técnica que consiste na utilização de espécies nativas
ou introduzidas. Estas espécies podem ser de ciclo anual, semiperene ou perene e,
portanto, cobrem o terreno em determinado período de tempo ou durante todo o ano,
podendo, após serem roçadas, ser incorporadas ou mantidas em cobertura sobre a
superfície do solo (ESPÍNDOLA et al., 1997; EHLERS, 1999).
A utilização da adubação verde pode permitir uma diminuição das doses de
esterco atualmente aplicadas e contribuir para repor as reservas de N do solo, retirado
do sistema com a colheita. Ela tem um caráter multifuncional, além da adição de N ao
sistema, promove efeitos benéficos sobre as características químicas, físicas e
biológicas dos solos assim como contribui para o aumento da diversidade biológica da
unidade de produção (ESPÍNDOLA et al., 2004).
Vários estudos com adubação verde em hortaliças têm sido realizados com
resultados satisfatórios para diferentes culturas e tipos de adubos. Negrini (2007),
analisando a influência de adubos verdes no desempenho da alface em duas épocas de
colheita, verificou que dentre os adubos verdes utilizados (aveia preta, tremoço-branco
e caupi), o tremoço-branco proporcionou melhor desempenho da cultura da alface.
Alves et al. (2004), ao avaliar os efeitos de faixas de guandu e da incorporação
da biomassa proveniente de sua poda na fertilidade do solo e na produtividade de três
hortaliças sob cultivo orgânico, verificaram que os tratamentos não influenciaram na
produtividade dessas hortaliças. Os mesmos autores, ao avaliarem o balanço do
nitrogênio e fósforo em solo com cultivo orgânico de hortaliças após a incorporação de
24
biomassa de guandu, observaram que nas parcelas onde não houve incorporação da
biomassa de guandu, o balanço de nitrogênio no sistema foi negativo, ao passo que,
com a incorporação, esse balanço foi positivo. Segundo os autores, embora tenha
ocorrido balanço positivo para o fósforo nas parcelas sem a incorporação de biomassa
de guandu, foi observado aumento significativo na absorção desse elemento pelas
hortaliças quando o material foi incorporado.
Oliveira et al. (2005), ao avaliarem o desempenho do consórcio entre repolho e
rabanete com pré-cultivo de crotalária, sob manejo orgânico, obtiveram menor
rendimento do rabanete no cultivo consorciado, cuja resposta está provavelmente
associada à competição natural em cultivos nos quais associam-se diferentes espécies.
Porém, os autores observaram que o índice Uso Eficiente da Terra (UET) atingiu 1,59,
o que indicou a viabilidade do consórcio, otimizando práticas culturais, incluindo
adubação, capina e irrigação, considerando-se que o cultivo consorciado do repolho
com rabanete foi adequado do ponto de vista agronômico, pois a presença do rabanete
não prejudicou a produção do repolho, além de se apresentar como possibilidade
concreta de gerar renda extra para o agricultor em uma mesma área física. De acordo
com o "princípio da exclusão competitiva", descrito por Vandermeer (1990), quando
duas espécies têm requerimentos distintos, competem entre si fracamente,
sobrevivendo indefinidamente no mesmo ecossistema; porém, quando os
requerimentos são similares, competem entre si fortemente, com uma delas tendendo a
se extinguir em dado período de tempo.
A escolha do adubo verde e os critérios de seu manejo dependem do sistema de
produção nos quais estão inseridos, sendo importante que a decomposição e a liberação
de nutrientes ocorram de forma sincronizada com a demanda das plantas que receberão
adubação (CALEGARI et al., 2000). Assim, o conhecimento sobre a decomposição de
adubos verdes e a dinâmica de liberação de nutrientes é muito importante, tendo em
vista que o plantio será realizado em função dessas informações.
25
Os materiais utilizados como adubos verdes podem ser leguminosas,
gramíneas ou espécies espontâneas. As espécies espontâneas podem promover os
mesmos efeitos de cobertura do solo, produção de biomassa e ciclagem de nutrientes
promovidos pelas espécies introduzidas ou cultivadas para adubação verde (FAVERO
et al., 2000). Para Klein e Amaral (1988), a alternativa do aproveitamento econômico
de espécies espontâneas está assentada principalmente na facilidade de sua reprodução
e também nas suas mínimas exigências para um cultivo racional. Fávero et al. (2000)
verificaram que, de uma forma geral, as plantas espontâneas apresentam teores de P, K
e Mg similares ou superiores às leguminosas utilizadas para adubação verde,
evidenciando o potencial para ciclagem destes nutrientes.
Vários trabalhos têm evidenciado efeito positivo de espécies espontâneas do
bioma caatinga, como adubo verde no aumento de rendimento de massa verde de
rúcula (LINHARES et al., 2007), de alface (GÓES et al., 2011; BEZERRA NETO et
al., 2011) e de coentro (LINHARES, 2009), através da incorporação de jitirana
(Merremia aegyptia L.) ao solo, aumento no rendimento de massa verde de rúcula
através da incorporação de mata pasto (Senna uniflora L.) (LINHARES et al., 2009) e
aumento na massa verde de coentro com a incorporação de flor-de-seda (Calotropis
procera L.) (BARROS JÚNIOR, et al., 2009).
Silva et al. (2011), ao avaliarem a produção de beterraba fertilizada com
jitirana em diferentes doses e tempos de incorporação ao solo, observaram aumento na
produtividade da beterraba nas doses de jitirana incorporadas ao solo. Linhares et al.
(2008), estudando a influência da adição de jitirana sobre o desempenho agronômico
da rúcula, observaram aumento positivo da adubação para a produtividade. Linhares et
al. (2009), avaliando a velocidade de decomposição da flor-de-seda no desempenho da
rúcula, observaram um aumento significativo na produtividade.
Outros autores, trabalhando com as tuberosas cenoura, beterraba e rabanete,
também obtiveram aumentos na produtividade de raízes comerciáveis de cenoura
(OLIVEIRA et al., 2011), beterraba (SILVA et al., 2011) e de rabanete (BATISTA,
26
2011), através da incorporação de jitirana. Paula (2011), estudando sistema
consorciado de cenoura e rúcula, observou o aumento da vantagem do consórcio com a
incorporação de jitirana. Porém, no sistema consorciado de cenoura e coentro não
existem informação sobre o manejo de adubação verde com jitirana e nem sobre a
influência dos arranjos espaciais entre as culturas componentes.
3. MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido na área de pesquisa da Fazenda Experimental Rafael
Fernandes, pertencente à Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), em
Mossoró-RN, no período de novembro de 2010 a fevereiro de 2011. Nesta área, foram
coletadas amostras de solo a uma camada de 0-20 cm e posteriormente enviadas para o
Laboratório de Análises de Água, Solos e Plantas do Departamento de Ciências
Ambientais da UFERSA para análise, obtendo-se os seguintes resultados: pH= 7,8; P=
13,8 mg dm-3; K= 56,6 cmolc dm-3; Ca= 2,00 cmolc dm-3; Mg= 1,30 cmolc dm-3 e Na=
27,4 cmolc dm-3.
Antes da instalação do experimento em campo, foi realizada uma solarização
dos canteiros de plantio, com a finalidade de reduzir a população de fitopatógenos do
solo que viessem a prejudicar a produtividade das culturas da cenoura e do coentro.
A coleta da jitirana foi realizada em diversas áreas de Mossoró. Em seguida, o
material foi triturado em uma picotadeira e deixado para secar até atingir ponto de feno
(com 10% de umidade) por aproximadamente cinco dias, e posteriormente
armazenado.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados completos
em esquema fatorial 4 x 3 com quatro repetições. O primeiro fator foi constituído pelas
quantidades de jitirana incorporadas ao solo (7,5; 15; 22,5 e 30 t ha-1 em base seca) e o
27
segundo fator pelos arranjos especiais entre as fileiras de plantio das culturas
componentes (2:2, 3:3, 4:4), que correspondem às fileiras de cenouras (B) alternadas
com as fileiras de coentro (C).
O cultivo consorciado foi estabelecido em fileiras alternadas conforme o
arranjo espacial entre a cenoura (B) e coentro (C). A área total da parcela no arranjo 2:2
foi de 1,92 m2, formada por fileiras duplas alternadas B:B:C:C, ladeadas por duas
fileiras-bordadura de cenoura - B:B e duas de coentro - C:C, com área útil de 0,80 m2,
contendo 40 plantas de cenoura no espaçamento de 0,20 m x 0,05 m e 80 plantas de
coentro no espaçamento de 0,20 m x 0,05 m (com duas plantas por cova) (FIGURA 1).
No arranjo 3:3, constituído por fileiras triplas alternadas B:B:B:C:C:C ladeadas pelas
mesmas fileiras-bordadura do arranjo 2:2, a área total da parcela foi de 2,40 m2 e a área
útil de 1,20 m2, contendo 60 plantas de cenoura no espaçamento de 0,20 m x 0,05 m e
120 plantas de coentro no espaçamento de 0,20 m x 0,05 m (com duas plantas por
cova) (FIGURA 2) e no arranjo 4:4, constituído de fileiras quádruplas alternadas
C:C:C:C:B:B:B:B ladeadas pelas mesmas fileiras-bordadura do arranjo 2:2, a área total
da parcela foi de 2,88 m2 e a área útil de 1,60 m2, contendo 80 plantas de cenoura no
espaçamento de 0,20 m x 0,05 m e 160 plantas de coentro no espaçamento de 0,20 m x
0,05 m (com duas plantas por cova) (FIGURA 3).
O cultivo solteiro de cada hortaliça foi estabelecido através do plantio de seis
linhas por parcela com uma área total de 1,44 m2 e área útil de 0,80 m2, contendo 40
plantas de cenoura no espaçamento 0,20 m x 0,10 m (FIGURA 4) e 80 plantas de
coentro no espaçamento de 0,20 m x 0,05 m (com uma planta por cova) (FIGURA 5).
28
Figura 1 – Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo consorciado de cenoura (B) e coentro (C) no arranjo 2:2. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.
29
Figura 2 – Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo consorciado de cenoura (B) e coentro (C) no arranjo 3:3. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.
30
Figura 3 – Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo consorciado da cenoura (B) e coentro (C) no arranjo 4:4. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.
31
Figura 4 – Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo solteiro da cenoura (B). Mossoró-RN, UFERSA, 2011.
32
Figura 5 – Representação gráfica da parcela experimental no sistema de cultivo solteiro de coentro (C). Mossoró-RN, UFERSA, 2011.
A população de plantas recomendada para o cultivo solteiro na região é de
500.000 plantas ha-1 de cenoura (SIQUEIRA, 1995) e de 1000.000 plantas ha-1 de
coentro (FREITAS et al, 2009).
A cultivar de cenoura plantada foi a Brasília, recomendada para as condições
semiáridas do Nordeste brasileiro, por apresentar elevada produtividade (LOPES et al.,
2008). Esta cultivar apresenta folhagem verde escura, raízes cilíndricas com coloração
laranja-clara e baixa incidência de ombro verde ou roxo, resistência ao calor, à
requeima por alternaria e ao pendoamento prematuro. A cultivar de coentro utilizada
foi a Verdão, que possui folhas com coloração verde escuro brilhante, tolerância a
doenças de folhagem e apresenta ciclo longo quando comparada com outras cultivares
(MOURA NETO, 1993)
As parcelas consorciadas foram adubadas com as respectivas quantidades de
jitirana estudadas, sendo que 50% das quantidades referentes a cada parcela foram
33
incorporadas no dia do plantio das culturas no cultivo consorciado, os 50% restantes
foram incorporados 40 dias após a semeadura, isso para que no final do ciclo da
cenoura houvesse uma quantidade de nutrientes para o seu completo desenvolvimento.
As parcelas no cultivo solteiro de cenoura foram adubadas com 25 t ha-¹, com 50%
incorporada 15 dias antes do plantio e os 50% restantes forma incorporados 40 dias
após a semeadura (CARVALHO, 2011). As parcelas do cultivo solteiro do coentro
foram adubadas com 14 t ha-¹, incorporadas aos 15 dias antes do plantio (LINHARES,
2009).
A cenoura e o coentro foram semeados no dia 19 de novembro de 2010 em
cultivo simultâneo, com 3 a 5 sementes por cova. Os desbastes dessas culturas foram
realizados respectivamente aos 20 e 12 dias após o plantio, deixando-se uma planta por
cova para a cultura da cenoura e duas plantas por cova para a cultura do coentro nas
parcelas dos consórcios e uma planta por cova nas parcelas solteiras.
Durante a condução do experimento, foram realizadas cinco capinas
manualmente e irrigações diárias pelo sistema de microaspersão.
A colheita do coentro foi realizada no dia 28 de dezembro de 2010 aos 39 dias
após o plantio e a da cenoura em 19 de fevereiro de 2011 aos 90 dias da sua
semeadura.
Para a cultura da cenoura, foram avaliadas as seguintes características: altura
de plantas (determinada em uma amostra de doze plantas, retiradas aleatoriamente da
área útil através de uma régua a partir do nível do solo até a extremidade da folha mais
alta, expressa em centímetros); número de hastes por planta (determinado na mesma
amostra); massa seca da parte aérea (tomada na mesma amostra e determinada em
estufa com circulação forçada de ar sob temperatura de 65 °C, até atingir peso
constante, e expressa em t ha-¹); produtividade de raízes comerciais (obtida através da
massa fresca das raízes das plantas da área útil, expressa em t ha-1) e produtividade
classificada de raízes (avaliada de acordo com o comprimento e maior diâmetro em:
longas, com comprimento de 17 a 25 cm e diâmetro menor do que 5 cm; médias, com
34
comprimento de 12 a 17 cm e diâmetro maior do que 2,5 cm; curtas, com comprimento
de 5 a 12 cm e diâmetro maior do que 1 cm e refugo, raízes que não se enquadram nas
medidas anteriores), conforme Vieira et al. (1997). Esta produtividade foi expressa em
percentagem.
Na cultura do coentro, foram avaliadas as seguintes características: altura de
plantas (determinada em uma amostra de vinte plantas, retiradas aleatoriamente da área
útil, através de uma régua, a partir do nível do solo até a extremidade da folha mais
alta, expressa em centímetro); número de hastes por planta (determinado na mesma
amostra, pela contagem direta do número de hastes); massa seca (tomada da mesma
amostra, na qual se determinou a massa seca em estufa com circulação forçada de ar
sob temperatura 65 °C, até atingir peso constante, expressa em t ha-¹) e rendimento de
massa verde, avaliado através da massa fresca da parte aérea de todas as plantas da
área útil, expresso em t ha-¹.
A eficiência agroeconômica dos sistemas consorciados foi obtida através da
estimativa dos índices de eficiência biológico/agronômica e dos indicadores
econômicos.
O índice de uso eficiente da terra (UET), definido por Willey e Osiru (1972)
como a área relativa de terra, sob condições de plantio isolado, que é requerida para
proporcionar as produtividades alcançadas no consórcio. Obtido através da seguinte
expressão: UET = UETB + UETC; UETB = (YBC/YBB) e UETC = (YCB/YCC),
onde UET é o índice de uso eficiente da terra da consorciação; UETB é o índice de uso
eficiente da terra da cenoura; UETC é o índice de uso eficiente da terra de coentro;
YBC é a produtividade da cenoura na consorciação com o coentro; YCB é a
produtividade do coentro na consorciação com a cenoura; YBB é a produtividade da
cenoura no cultivo solteiro; YCC é a produtividade do coentro no cultivo solteiro. As
UETs individuais de cada parcela foram obtidas considerando-se o valor da média das
repetições das hortaliças solteiras sobre os arranjos espaciais no denominador dos
índices de uso eficiente da terra parciais de cada cultura (UETB e UETC), conforme
35
recomendação de Bezerra Neto et al. (2011). Esta padronização foi utilizada para evitar
dificuldades com a possibilidade de se ter uma distribuição complexa da soma dos
quocientes que definem as UET e, deste modo, a análise de variância destes índices
não ter representatividade, levando a erros relacionados à validade das pressuposições
de normalidade e homogeneidade. Além disso, foi usada também para permitir a
validação dos testes de significância e intervalos de confiança e, consequentemente, as
comparações entre os diversos sistemas consorciados de cenoura e rúcula (LIMA,
2008). UET indica a eficiência do consórcio em usar recursos do ambiente quando
comparado com o monocultivo (MEAD; WILLEY, 1980). O valor unitário é o valor
crítico. Quando a UET é maior do que um, o consórcio favorece o desenvolvimento e o
rendimento das espécies. Contrariamente, quando a UET é menor do que um, o
consórcio afeta negativamente o rendimento e o desenvolvimento das culturas
consorciadas (OFORI; STERN, 1987; CABALLERO et al., 1995).
O índice de perda real de rendimento do consórcio (PRR) representa a
proporção de rendimento perdido ou ganho de cada espécie no consórcio, quando
comparado ao cultivo solteiro. Para Banik et al. (2000), este é um índice que fornece
informações mais precisas sobre a competição em relação a outros índices. No que diz
respeito ao comportamento de cada espécie no sistema consorciado, ele é baseado no
rendimento por planta. A equação para determinação da PRR está apresentada a seguir
(BANIK, 1996): PRR = PRRB+PRRC; PRRB=[{(YBC/ZBC)/(YBB/ZBB)}-1] e
PRRC=[{(YCB/ZCB)/(YCC /ZCC) }- 1 ], onde PRR é a perda real de rendimento da
consorciação; PRRB é a parda real de rendimento da cenoura; PRRC é a perda real de
rendimento do coentro; ZCC é a proporção de plantio do coentro no cultivo solteiro;
ZBB é a proporção de plantio da cenoura no cultivo solteiro; ZCB é a proporção de
plantio de coentro em consórcio com cenoura; ZBC é a proporção de plantio da
cenoura em consórcio com o coentro e YCC, YBB, YCB e YBC estão definidos na
descrição do índice de uso eficiente de terra (UET).
36
O índice de vantagem do consórcio (VC) é um indicador da viabilidade
econômica, expressando a perda real de rendimento em termos monetários e indicando
a vantagem de um sistema consorciado sobre outro (DHIMA et al., 2007). É obtida
pela expressão: VC = VCB + VCC; VCB = PRRB*PB e VCC = PRRC*PC, onde
PRRB e PRRC estão definidos na descrição da Perda Real de Rendimento (PRR), VC
é a vantagem do consórcio; VCB é a vantagem do consórcio da cenoura; VCC é a
vantagem do consórcio do coentro; PB é o preço da cenoura em R$ kg-1, referente a
fevereiro de 2011 e PC é o preço do coentro em R$ kg-1, referente a fevereiro de 2011.
O coeficiente relativo populacional (K) expressa uma medida da dominância
de uma espécie sobre outra na associação. Foi proposto por De Wit (1960) e
examinado em detalhe por Hall (1974). Quando a espécie produz mais biomassa em
consórcio do que em monocultivo, seu K é maior do que um. Para Williams e
McCarthy (2001), um maior valor de K implica na maior habilidade da cultura em
competir. É calculado pela seguinte expressão: K= KB* KC; KB =
YBC*ZCB/(YBB - YBC)*ZBC; KC = YCB*ZBC/(YCC -YCB) *ZCB, onde K é o
coeficiente relativo populacional; KB é o coeficiente relativo populacional da cenoura;
KC é o coeficiente relativo populacional do coentro; YBC, YCB, YBB, YCC, ZCB e
ZBC estão definidos na descrição do índice de uso eficiente de terra (UET) e da perda
real de rendimento (PRR); Quando os produtos dos coeficientes KB e KC forem
maiores do que um, há uma vantagem no consórcio; quando forem iguais a um, não há
qualquer benefício na consorciação, quando forem menores do que um, há uma
desvantagem na consorciação das culturas (De WIT, 1960).
As taxas de competição ou razões competitivas (TCB e TCC) foram obtidas a
partir do índice de superação proposto por Willey e Rao (1980), podendo ser
determinadas pelas expressões: TC = TCB + TCC; TCB =
[(YBC/YBB)/(YCB/YCC)]*(ZCB/ZBC) e RCC=[(YCB/YCC)/(YBC/YBB)]*
(ZBC/ZCB), onde TC é a taxa de competição do sistema consorciado; TCB é a taxa de
competição da cenoura; TCC é a taxa de competição do coentro; YCC, YBB, YCB,
37
YBC, ZCB e ZBC estão definidos na descrição do índice de uso eficiente de terra
(UET) e da perda real de rendimento (PRR). A razão de competição fornece uma
melhor mensuração da habilidade competitiva das culturas componentes, bem como
algumas vantagens com relação aos índices K e IS. Em um consórcio, a cultura de
maior TC tem maior habilidade para usar os recursos ambientais quando comparada
com a outra cultura componente (DHIMA et al., 2007).
O índice de superação (IS) também mede a dominância de uma cultura sobre
outra. Foi utilizado o método proposto por McGilchrist e Trenbath (1971). Este índice
é utilizado para indicar em que medida o acréscimo no rendimento relativo de uma
determinada cultura é maior do que outro, quando as mesmas são conduzidas sob
consórcio (McGILCHRIST, 1965). As equações utilizadas para determinação deste
índice são ISB = (YBC/YBB*ZBC) – (YCB/YCC*ZCB) e ISC = (YCB/YCC* ZCB) –
(YBC/YBB*ZBC), onde ISB é o índice de superação da cenoura; ISC é o índice de
superação do coentro; YBC, YCB, YCC, YBB, ZCB e ZBC estão definidos na
descrição do índice de uso eficiente de terra (UET) e da perda real de rendimento
(PRR). Se o valor do IS for igual a zero, ambas as culturas são igualmente
competitivas. Se o IS for positivo, então a cultura componente com este sinal será a
dominante e a cultura com sinal negativo será a dominada (BHATTI et al., 2006).
O custo de produção foi calculado e analisado ao final do processo produtivo,
em fevereiro de 2011. A modalidade de custo analisada neste trabalho corresponde aos
gastos totais (custo total) por hectare de área cultivada, que abrangem os serviços
prestados pelo capital estável, ou seja, a contribuição do capital circulante e o valor dos
custos alternativos. De modo semelhante, as receitas referem-se ao valor da produção
de um hectare.
A depreciação é o custo fixo não monetário que reflete a perda de valor de um
bem de produção em função da idade, do uso e da obsolescência. O método de cálculo
do valor da depreciação foi o linear ou cotas fixas, que determina o valor anual da
depreciação a partir do tempo de vida útil do bem durável, do seu valor inicial e de
38
sucata. Este último não foi considerado, uma vez que os bens de capital considerados
não apresentam qualquer valor residual.
O custo de oportunidade ou alternativos, para os itens de capital estável
(construções, máquinas, equipamentos, etc.), corresponde ao juro anual que reflete o
uso alternativo do capital. De acordo com Leite (1998), a taxa de juros a ser escolhida
para o cálculo do custo alternativo deve ser igual à taxa de retorno da melhor aplicação
alternativa; por ser impossível a determinação deste valor, optou-se por adotar a taxa
de 6% a.a., equivalente ao ganho em caderneta de poupança. Como os bens de capital
depreciam com o tempo, o juro incidirá sobre metade do valor atual de cada bem. Com
relação ao custo de oportunidade da terra, considerou-se o arrendamento de um hectare
na região equivalente ao custo alternativo da terra empregada na pesquisa.
A mão de obra fixa é aquela destinada ao gerenciamento das atividades
produtivas, e corresponde ao pagamento de um salário mínimo por mês durante o ciclo
produtivo, que no caso foi no valor de R$ 545,00.
O custo de aquisição foi obtido multiplicando-se o preço do insumo variável
utilizado (sementes, adubos, defensivos, mão de obra eventual, etc.) pela quantidade do
respectivo insumo referente ao ano de 2011.
Conservação e manutenção representam o custo variável relativo à manutenção
e conservação das instalações, máquinas e equipamentos diretamente relacionados à
produção. O valor estipulado para essas despesas foi de 1% a.a. do valor de custo das
construções; no caso de bomba e sistema de irrigação, o percentual foi de 7% a.a.
O prazo é o período compreendido entre a aplicação dos recursos e sua
resposta em forma de produto, ou seja, o tempo de duração do ciclo produtivo da
atividade (safra). Neste caso, foram considerados dois ciclos produtivos de 35 e 90
dias.
A renda bruta (RB) foi obtida multiplicando-se a produção por hectare de cada
tratamento pelo preço pago ao produtor na região, no mês de fevereiro de 2011. Para a
cenoura e coentro, o valor pago foi de R$ 0,80 kg-1 e R$ 1,30 kg-1, respectivamente.
39
A renda líquida (RL) foi obtida através da diferença entre a renda bruta (RB)
por hectare e os custos totais (CT) envolvidos em sua obtenção.
A taxa de retorno (TR) foi obtida por meio da relação entre a renda bruta (RB)
e o custo de produção de cada tratamento.
O índice de lucratividade (IL) foi obtido através da relação entre renda líquida
(RL) e renda bruta (RB), expresso em porcentagem.
Análises de variância para as características avaliadas foram realizadas através
do aplicativo software ESTAT (KRONKA; BANZATO, 1995). O procedimento de
ajustamento de curva de resposta no fator quantidades de jitirana foi realizado através
do software Table curve (JANDEL SCIENTIFIC, 1991). O teste Tukey foi utilizado na
comparação de médias entre os arranjos espaciais.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 CULTURA DA CENOURA
Houve interação significativa entre as quantidades de jitirana incorporadas ao
solo e os arranjos espaciais na altura de plantas de cenoura. Essa interação mostra que
as quantidades de jitirana incorporadas ao solo responderam diferentemente dentro de
cada arranjo espacial.
Desdobrando-se as quantidades dentro de cada arranjo espacial, observou-se
uma resposta crescente nas alturas de plantas de cenoura em função das quantidades de
jitirana incorporadas ao solo, com alturas máximas de 50,99, 49,98 e 55,95 cm,
alcançadas na quantidade de 30 t ha-¹, nos arranjos 2:2, 3:3 e 4:4, respectivamente
(FIGURA 6). O aumento na altura de plantas de cenoura com as quantidades de jitirana
40
foi devido a uma maior disponibilidade de nutrientes fornecida pela dinâmica da
decomposição e mineralização dos nutrientes (GÓES, 2011).
Figura 6- Altura de plantas de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Entre esses nutrientes armazenados encontra-se o nitrogênio, que, segundo
Prado (2009), é um dos responsáveis pelo desenvolvimento das plantas, pois influencia
diretamente a expansão celular e a taxa fotossintética, sendo o mais exigido pelas
hortaliças. Além disso, sabe-se que o adubo verde pode determinar maior capacidade
do solo em armazenar água e nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas.
Por outro lado, desdobrando-se a interação arranjos espaciais dentro de cada
quantidade de jitirana, diferenças significativas foram observadas entre os arranjos,
com a altura do arranjo 3:3 se sobressaindo do 2:2 e 4:4, na quantidade de 7,5 t ha-¹,
não se observando qualquer diferença significativa entre os arranjos nas quantidades de
15 t ha-¹, 22,5 t ha-¹ e 30 t ha-¹ (TABELA 1).
41
Tabela 1 - Valores médios de altura de plantas de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Arranjos Espaciais
Quantidades jitirana (t ha-¹) 7,5 15,0 22,5 30,0
2:2 40,32 ab 43,90 a 49,42 a 50,35 a 3:3 42,58 a 47,00 a 47,88 a 49,75 a 4:4 36,95 b 46,55 a 51,48 a 55,15 a
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Não houve interação significativa entre as quantidades de jitirana incorporadas
ao solo e os arranjos espaciais para número de hastes por planta, massa seca da parte
aérea, produtividade comercial de raízes e produtividade classificada de raízes de
cenoura (FIGURAS 7 a 10). Para o número de haste por planta e massa seca da parte
aérea, foram observados entre a menor e a maior quantidades de jitirana adicionadas os
valores máximos de aproximadamente 11 hastes por planta (FIGURA 7) e 2,36 t ha-¹
de massa seca (FIGURA 8) obtidos na quantidade de 30 t ha-1, um aumento de
aproximadamente uma haste e de 1,12 t ha-¹ de massa seca da parte aérea.
42
Figura 7 - Número de hastes de plantas de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
43
Figura 8 - Massa seca da parte aérea de plantas de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo, Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Esses resultados foram semelhantes aos obtidos por Silva et al. (2010), ao
avaliar a viabilidade agroeconômica de beterraba sob diferentes doses e tempos de
decomposição, quando registraram que um comportamento crescente para o
rendimento de massa seca da parte aérea da beterraba foi observado em função das
quantidades de jitirana incorporadas ao solo, com maior valor de rendimento (1,24 t
ha-¹) obtido na quantidade de jitirana de 15,6 t ha-¹.
Não foi observada diferença significativa entre os arranjos espaciais para o
número de hastes por planta e a massa seca da parte aérea (TABELA 2).
44
Tabela 2 - Valores médios de número de hastes de cenoura (NH) e massa seca da parte aérea (MSPA) em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Arranjos espaciais Características avaliadas NH MSPA (t ha-¹)
2:2 9,96 a 1,8107 a 3:3 9,54 a 1,6946 a 4:4 9,58 a 1,6805 a
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Para a produtividade comercial de raízes, foi observado um aumento de 10,15 t
ha-¹ à medida que se aumentou a quantidade de jitirana aplicada ao solo, atingindo o
máximo de 22,81 t ha-¹ na quantidade de 30 t ha-¹ de jitirana (FIGURA 9).
Figura 9- Produtividade comercial de raízes de cenoura em função das quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Silva et. al. (2010), avaliando a produtividade comercial de raízes de beterraba,
observaram um comportamento crescente em função das quantidades de jitirana
45
incorporadas ao solo, com maior produtividade comercial de 9,80 t ha-¹, obtida na
quantidade de jitirana de 15,6 t ha-¹ (maior dose estudada).
A produtividade comercial encontrada neste estudo foi 65,37% maior do que a
obtida por Oliveira et al. (2011), que obtiveram uma produtividade de 14,94 t ha-¹, na
quantidade de jitirana de 15,6 t ha-¹. Carvalho et al. (2005), que avaliaram a
produtividade de raízes com a cultivar Brasília, obtiveram produtividade comercial
também inferior (13,84 t ha-¹) à verificada nesta pesquisa.
Estes resultados devem-se provavelmente à maior disponibilidade de
nitrogênio nas maiores quantidades de jitirana. O incremento nestas características a
partir do aumento das quantidades de jitirana adicionadas ao solo é explicado pelas
condições ambientais favoráveis e a qualidade da jitirana expressa pela relação C:N de
18:1, à decomposição do material pela biomassa microbiana, favorecendo, deste modo,
o processo de mineralização e promovendo disponibilidade dos nutrientes no solo,
principalmente N, P e S, que antes se encontravam na forma orgânica e indisponíveis
às plantas. Além disso, a adubação verde é muito favorável às plantas, porque promove
melhoria nas propriedades físicas do solo, favorecendo o desenvolvimento do seu
sistema radicular e estabelecendo a presença de microrganismos benéficos no solo,
após sua decomposição.
Diferença significativa entre os arranjos espaciais foi observada na
produtividade comercial, com maior valor obtido no arranjo 2:2 (TABELA 3). Esse
melhor desempenho produtivo se deveu à menor competição entre as plantas das
culturas componentes do consórcio por água luz e nutrientes, favorecendo o arranjo de
plantio.
46
Tabela 3 - Valores médios de produtividade comercial de raízes (PROD), percentual de raízes longas e médias (LONG+MED), percentual de raízes curtas (RC) e percentual de raízes refugo (REF) de cenoura em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Arranjos espaciais
Características avaliadas PROD LONG+MED
(%) RC (%)
REF (%)
2:2 20,47 a 59,06 a 25,89 a 15,05 a 3:3 17,13 b 55,62 a 27,73 a 16,64 a 4:4 16,71 b 48,16 a 35,31 a 16,52 a
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Para o percentual de raízes longas e médias, observou-se um aumento de
13,98% com as quantidades crescentes de jitirana, alcançando o máximo de 62,20% na
quantidade de 30 t ha-¹. (FIGURA 10). Por outro lado, observou-se um decréscimo no
percentual de raízes curtas e refugo da ordem de 8,19% e 5,96%, respectivamente, à
medida que aumentaram as quantidades de jitirana, com valores máximos de 18,85% e
33,19% na quantidade de 7,5 t ha.
47
Figura 10 - Percentual de raízes longas e médias, percentual de raízes curtas e percentual de raízes refugo de cenoura em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Esses resultados da produtividade classificada de cenoura se assemelham aos
obtidos por Oliveira et al. (2011), que, avaliando a cenoura adubada com jitirana antes
de sua semeadura, encontraram percentual de raízes longas e médias próximos aos
encontrados neste trabalho.
A resposta crescente para essas características avaliadas em função do aumento
nas quantidades de jitirana pode ser atribuída aos efeitos benéficos da adubação verde,
onde se pode destacar o aumento da disponibilidade de nutrientes para as culturas, a
proteção do solo contra erosão, o favorecimento de organismos benéficos para a
agricultura e ao controle de plantas espontâneas (ESPÍNDOLA et al., 2004).
Não foram observadas diferenças significativas na produtividade classificada
de raízes entre os arranjos espaciais (TABELA 3). A produtividade classificada de
raízes foi composta de maior percentagem de raízes do tipo longas e médias variando
de 48,16% a 59,06% nos arranjos espaciais estudados. A percentagem de raízes curtas
48
variou de 25,89% a 35,31% e a percentagem de raízes refugo variou de 15,05% a
16,64% nos mesmos arranjos estudados. Este resultado enfatiza a elevada exigência
nutricional da cenoura para produzir raízes comerciais.
Em termos comerciais, observou-se que aproximadamente 81,5% das raízes de
cenoura tinham boa qualidade e estavam no padrão comercial, isso ocorreu devido à
maior disponibilidade de nutrientes fornecidos pela jitirana, bem como graças à
habilidade de competição, independentemente dos arranjos espaciais testados. Este
resultado confirmo o obtido por Caetano et al. (1999), os quais, trabalhando com
sistemas consorciados de cenoura e alface em fileiras alternadas, obtiveram cerca de
73% de cenoura no padrão comercial.
4.2 CULTURA DO COENTRO
Não houve interação entre as quantidades de jitirana e os arranjos espaciais na
altura de planta, número de hastes por planta, rendimento de massa verde e massa seca
da parte aérea do coentro (FIGURAS 11 a 14). No entanto, observou-se um aumento
nessas variáveis de 4,52cm na altura de plantas (FIGURA 11); uma haste na altura de
plantas (FIGURA 12); 1,44 t ha-¹ no rendimento de massa verde (FIGURA 13) e 0,09 t
ha-¹ na massa seca da parte aérea (FIGURA 14), com as crescentes quantidades de
jitirana incorporadas ao solo. Os valores máximos alcançados foram de 12,89 cm
(FIGURA 11); 6 hastes (FIGURA 12); 2,18 t ha-¹(FIGURA 13) e 0,15 t ha-¹ (FIGURA
14), na quantidade de 30 t ha -1. Este comportamento crescente pode ser devido às
quantidades crescentes de nutrientes disponibilizados à cultura do coentro.
49
Figura 11-Altura de plantas de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Figura 12 - Número de hastes por planta de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
50
Figura 13 - Rendimento de massa verde de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Figura 14 - Massa seca da parte aérea de plantas de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
51
Os resultados para número de hastes por planta foram inferiores aos obtidos
por Linhares et al. (2010), que, ao avaliarem a adubação verde em diferentes
proporções de jitirana com mata pasto incorporadas ao solo, verificaram acréscimo da
ordem de 14 hastes, referente ao tratamento adubado com 40g de jitirana + 13g de
mata-pasto (33,33haste. parcela-¹). Resultados semelhantes foram obtidos por Linhares
(2009), que, avaliando o desempenho do coentro em cultivo solteiro sob diferentes
quantidades e tipos de adubos verdes incorporados ao solo, observou curvas
ascendentes para altura de plantas, número de hastes por planta, rendimento de massa
verde e massa da matéria seca da parte aérea em função das quantidades crescentes de
adubos verdes incorporadas ao solo.
Resultados para o rendimento de massa verde concordam com os encontrados
por Linhares et al. (2008), que, avaliando o efeito da jitirana (Merremia aegyptia L.)
sobre o desenvolvimento de plantas de rúcula, observaram aumento nos rendimentos
de massa verde da ordem de 22,3 g vaso-¹ entre a menor (19g vaso-¹) e a maior (55g
vaso-¹) quantidades de jitirana incorporadas ao solo.
Não foram observadas diferenças significativas entre os arranjos espaciais nas
variáveis mencionadas (TABELA 4), o que indica que não houve interferência da
competição entre as plantas pelos recursos ambientais nessas variáveis.
Tabela 4 - Valores médios de altura de plantas (AP), número de hastes por planta (NHP), rendimento de massa verde (RMV) e de massa seca da parte aérea (RMS) de coentro em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Arranjos espaciais
Características avaliadas AP (cm) NHP RMV (t ha-1) RMS (t ha-1)
2:2 11,26 a 5,25 a 1,54 a 0,1213 a 3:3 10,71 a 5,38 a 1,58 a 0,1210 a 4:4 10,42 a 5,19 a 1,43 a 0,0814 a
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
52
4.3 ÍNDICES AGROECONÔMICOS
4.3.1 ÍNDICES DE EFICIÊNCIA BIOLÓGICA/AGRONÔMICA
Para os índices de eficiência do consórcio (índice de uso eficiente da terra,
índice de perda real de rendimento e índice de vantagem do consórcio), foi observada
interação significativa entre as quantidades de jitirana incorporadas ao solo e os
arranjos espaciais (FIGURAS 15 a 17). Desdobrando-se as quantidades de jitirana
dentro de cada arranjo espacial, foi observado no arranjo 2:2 e 3:3 um aumento de 0,39
e 0,46 entre a maior e a menor quantidade adicionada, com valor máximo alcançado de
1,19 e 1,41, na quantidade 30 t ha-¹. Para o arranjo 4:4, foi registrado aumento até o
valor máximo de 2,23, decrescendo até a maior quantidade de jitirana incorporada ao
solo (FIGURA 15).
53
Figura 15 - Índice de uso eficiente de terra do consórcio em função de arranjos espaciais e de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Segundo Caballero et al. (1995), quando a UET é maior do que 1, o consórcio
favorecerá o crescimento e a produção das culturas componentes. Isto indica que neste
sistema de cultivo ocorreu maior aproveitamento dos recursos ambientais. Nesta
pesquisa, observou-se que, dos consórcios estudados, 75% foram maiores do que 1,
resultado semelhante ao de Caetano et al. (1999), que, conduzindo dois experimentos
sobre o cultivo consorciado de alface e cenoura, obtiveram UET igual a 1,74 e 1,76,
sendo estas, obviamente, maiores do que 1. Isto mostra que para se obter a mesma
produção em monocultivo seria necessário acréscimo de área de 74% e 76% em cada
monocultivo.
Para a PRR, foi observado no arranjo 2:2 aumento de 0,29 entre a maior e a
menor quantidades adicionadas, com valor máximo alcançado de 0,29 na quantidade
de 30,0 t ha-¹. Para o arranjo 3:3, não houve ajustamento de uma equação resposta em
54
função das quantidades de jitirana. Para o arranjo 4:4, foi registrado aumento até o
valor máximo de 2,46 na quantidade de 12,90 t ha-¹, decrescendo até a maior
quantidade de jitirana incorporada (FIGURA 16).
Figura 16 – Índice de perda real de rendimento em função de arranjos espaciais e de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Pode-se observar que os valores de PRR foram positivos em todas as situações,
expressando ganho na produtividade. Segundo Banik e Bagchi (1996), a PRR dá a
informação mais precisa a respeito da natureza da competição e do comportamento de
cada espécie no sistema consorciado. Banik et al. (2000) e Dhilma et al. (2007)
afirmam que a PRR difere da UET pelo fato de levar em consideração a proporção das
culturas na área, mostrando este índice vantagem em relação a UET, expressando
assim a vantagem do sistema consorciado.
Para VC, foi registrado aumento com as quantidades crescentes de jitirana nos
arranjos 2:2 e 3:3, até os valores máximos de 0,36 e 2,57, na quantidade de 30,0 t ha-¹
55
de jitirana (FIGURA 17). No arranjo 4:4, a VC aumentou até o valor máximo de 12, na
quantidade de jitirana de 15,69 t ha-¹, decrescendo em seguida até a maior quantidade
de jitirana incorporada.
Figura 17 – Índice de vantagem do consórcio em função de arranjos espaciais e de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Desdobrando-se a interação arranjos espaciais dentro de cada quantidade de
jitirana, diferenças significativas no índice de eficiência da terra (UET) foram
observadas entre os arranjos, com o arranjo 4:4 se sobressaindo aos demais nas
quantidades de 7,5, 15 e 22,5 t ha-¹, não se observando diferenças entre eles, na
quantidade de 30,0 t ha-¹ (TABELA 5). Observou-se que 75% das UETs foram maiores
do que 1, indicando eficiência da maioria dos sistemas consorciados estudados.
No índice de perda real de rendimento (PRR), diferenças significativas também
foram observadas entre os arranjos, com o arranjo 4:4 se sobressaindo aos demais nas
quantidades de 7,5 e 15 t ha-¹, e o arranjo 3:3 e 4:4 se destacando do 2:2 na quantidade
56
de 22,5 t ha-¹, não se observando diferença entre os arranjos, na quantidade de 30,0 t
ha-¹ (TABELA 5).
No índice de vantagem do consórcio (VC), o arranjo 4:4 se sobressaiu aos
demais nas quantidades 7,5, 15 e 22,5 t ha-¹, enquanto na quantidade de 30,0 t ha-¹, não
se observaram diferenças significativas entre os arranjos (TABELA 5).
Tabela 5 – Valores médios do índice de uso eficiente da terra (UET), de perda de rendimento real (PRR) e da vantagem do consórcio (VC) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Arranjos
Quantidades de jitirana
7,5 15,0 22,5 30,0
UET
2:2 0,83 b 0,88 b 0,87 c 1,21 a
3:3 1,01 b 1,10 b 1,42 b 1,28 a
4:4 1,59 a 2,28 a 1,83 a 1,32 a
PRR
2:2 -0,45 b -0,31 b -0,42 b 0,38 a
3:3 0,29 b 0,07 b 0,84 a 0,65 a
4:4 1,29 a 2,50 a 1,44 a 0,65 a
IVC
2:2 -3,64 b -1,75 b -1,32 b 0,25 a
3:3 0,61 ab -0,50 b 2,11 ab 2,06 a
4:4 5,10 a 11,80 a 6,30 a 2,38 a
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Jagannath e Sunderaraj (1987) reportam que em qualquer comparação de
benefícios entre sistemas consorciados com áreas de ocupação de terra diferentes, a
vantagem da consorciação via UET vem de duas fontes diferentes, como por exemplo,
57
do fator terra (área ocupada por cada cultura componente) e do fator
biológico/agronômico (advindo dos fatores-tratamentos testados). Nesta pesquisa, o
fator biológico/agronômico foi o que proporcionou a vantagem dos consórcios.
Para os índices de competição (coeficiente relativo populacional do consórcio
(K), taxa competitiva do consórcio (TC) e índice de superação da cenoura (IScen) e
índice de superação do coentro (IScoen), também foi observada interação significativa
entre as quantidades de jitirana incorporadas ao solo e os arranjos espaciais foram
observados (FIGURAS 18 a 21).
Para K, observou-se um aumento de 2,08 e 29,58 nos arranjos 2:2 e 4:4, na
quantidade de 30 t ha-¹ de jitirana. No arranjo 3:3, K aumentou até o valor máximo de
8,23 na quantidade de jitirana de 22,90 t ha-¹, decrescendo em seguida, até a maior
quantidade de jitirana incorporada (FIGURA 18).
Figura 18 - Coeficiente relativo populacional do consórcio (K) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
58
Todos os valores de K dos sistemas foram maiores do que 1, indicando maior
eficiência biológica e agronômica dos sistemas consorciados sobre os cultivos solteiros
(NEDUNCHEZHIYAN et al., 2010), indicando vantagem de produção do consórcio
devido ao melhor uso da área e recursos disponíveis (BANIK et al., 2006).
Já para a TC, observou-se um decréscimo nos arranjos 2:2, 3:3 e 4:4 à medida
que aumentaram as quantidades de jitirana, com uma diminuição de 2,28, 0,41 e 0,28,
respectivamente, entre a menor e a maior quantidades de jitirana incorporadas
(FIGURA 19).
Figura 19 – Taxa de competição do consórcio (TC) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Para o arranjo 2:2, não houve ajustamento de uma equação resposta em função
das quantidades de jitirana no IScen. Para o arranjo 3:3, foi registrado aumento até o
valor máximo de 0,11 na quantidade de 22,38 t ha-¹, decrescendo até a maior
quantidade de jitirana incorporada. Foi observado, no arranjo 4:4, um valor máximo
59
alcançado de 0,31 na quantidade 30 t ha-¹ (FIGURA 20). Para o IScoen, no arranjo 2:2,
observou-se um aumento até o valor máximo de 0,34 na quantidade de 19,31 t ha-¹,
decrescendo até a última quantidade de jitirana. Um decréscimo de 1,57 e 3,67 foi
registrado nos arranjos 3:3 e 4:4 entre a menor e maior quantidades de jitirana
incorporadas ao solo (FIGURA 21).
Figura 20 - Índice de superação da cenoura (IScen) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
60
Figura 21 - Índice de superação do coentro (IScoen) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
Desdobrando-se a interação arranjos espaciais dentro de cada quantidade de
jitirana, pode-se observar que para K diferenças significativas foram registradas entre
os arranjos, com os arranjos 4:4 e 3:3 se sobressaindo ao arranjo 2:2, nas quantidades
de 15 e 22,5 t ha-¹, não se observando diferenças entre os arranjos nas quantidades de
7,5 e 30,0 t ha-¹ (TABELA 6).
61
Tabela 6 - Médias do índice do coeficiente relativo populacional do consórcio (K), taxa competitiva do consórcio (TC), índice de superação das culturas (IScen e IScoen), em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011
Arranjos
Quantidades de jitirana
7,5 15,0 22,5 30,0
K
2:2 0,37 a -23,23 b -13,6 b 2,52 a
3:3 2,20 a 0,74 a 0,46 a 3,95 a
4:4 3,49 a 1,27 a 8,41 a 4,80 a
TC
2:2 2,17 b 2,24 a 2,12 a 2,01 a
3:3 2,32 b 2,34 a 2,18 a 2,04 a
4:4 4,54 a 2,43 a 2,24 a 2,58 a
Iscen
2:2 0,94 a 0,27 a -0,16 ab 0,63 a
3:3 0,25 ab 0,39 a 0,58 a 0,07 a
4:4 -0,07 b -1,07 b -0,33 b 0,24 a
Iscoen
2:2 -0,94 b -0,27 b 0,16 ab -0,63 a
3:3 -0,25 ab -0,39 b -0,58 b -0,07 a
4:4 0,07 a 1,07 a 0,33 a -0,24 a
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Para a taxa competitiva do consórcio (TC), diferenças significativas foram
observadas entre os arranjos, com o arranjo 4:4 se sobressaindo aos demais na
quantidade de 7,5 t ha-¹, não se observando diferenças entre arranjos, nas quantidades
de 15, 22,5 e 30,0 t ha-¹ (TABELA 6).
62
Para o índice de superação da cultura da cenoura (IScen), diferenças
significativas foram observadas entre os arranjos, com o arranjo 2:2 se sobressaindo
aos demais nas quantidade de 7,5 t ha-¹, e os arranjos 2:2 e 3:3 se sobressaindo ao
arranjo 4:4, na quantidade de 15 t ha-¹ e o arranjo 3:3 se sobressaindo aos demais
arranjos na quantidade de 22,5 t ha-1. Não se observaram diferenças entre os arranjos
na quantidade de 30,0 t ha-¹ (TABELA 6).
No índice de superação da cultura do coentro (ISco), diferenças significativas
foram observadas entre os arranjos, com o arranjo 4:4 se sobressaindo aos demais nas
quantidades de 7,5, 15 e 22,5 t ha-¹, não se observando diferenças entre os arranjos, na
quantidade de 30,0 t ha-¹ (TABELA 6).
4.3.2 ÍNDICES ECONÔMICOS
As maiores rendas brutas (R$ 23013,92) e líquidas (R$ 14087,88) foram
observadas no sistema que utilizou a quantidade de 15 t h-¹ de jitirana incorporada ao
solo associada ao arranjo 4:4 (Tabela 7).
A renda líquida é um dos indicadores que expressam o valor econômico do
consórcio de forma mais eficiente do que a renda bruta, porque nela se encontram
deduzidos os custos de produção (BELTRÃO et al. 1984). Maiores taxas de retorno e
índice de lucratividade foram obtidos neste mesmo sistema consorciado, cujos valores
foram 2,58 e 61,18%, respectivamente. Estes índices indicam que a superioridade
agronômica obtida nos consórcios traduziu-se em vantagem econômica.
O arranjo 4:4 na dose 15 t ha-1 teve a melhor performance econômica, devido à
menor competição inter e intraespecífica entre as culturas componentes nos consórcios
de cenoura e coentro. Estes dados diferem dos obtidos por Paula (2011), que, avaliando
quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais no sistema
63
consorciado de cenoura e rúcula, obteve valor maior de taxa de retorno (5,41) e índice
de lucratividade de 81,51%. Moreira (2011) obteve as maiores rendas no arranjo 2:2.
Tabela 7 – Valores médios de renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de retorno (TR) e índice de lucratividade (IL) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
ARRANJOS DOSES RB CT RL TR IL
2:2 7,5 15707,90 8191,04 7516,86 1,92 47,77
2:2 15 12079,38 8926,04 3153,34 1,35 25,35
2:2 22,5 8879,53 9661,04 -781,51 0,92 -9,59
2:2 30 18314,46 10775,54 7538,92 1,70 41,04
3:3 7,5 18839,74 8191,04 10648,70 2,30 56,46
3:3 15 15178,91 8926,04 6252,87 1,70 41,05
3:3 22,5 20703,33 9661,04 11042,29 2,14 53,27
3:3 30 16966,13 10775,54 6190,59 1,57 36,47
4:4 7,5 20208,28 8191,04 12017,24 2,47 59,36
4:4 15 23013,92 8926,04 14087,88 2,58 61,18
4:4 22,5 20296,75 9661,04 10635,71 2,10 51,58
4:4 30 18573,61 10775,54 7798,07 1,72 41,25
64
5. CONCLUSÕES
A maior viabilidade agroeconômica dos consórcios de cenoura e coentro em
função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e de arranjos espaciais entre as
culturas componentes foi registrada na quantidade 15 t ha-¹ de jitirana incorporada ao
solo no arranjo espacial 4:4.
O uso de jitirana como adubo verde na consorciação de cenoura e coentro, nas
condições de Mossoró-RN, é economicamente viável para o agricultor.
65
REFERÊNCIAS
ALTIERI, M.A. Biodiversidad, Agroecologia y Manejo de Plagas. Clades. Cetal- Ediciones, 1992, 162p. ALVES, S. M. C.; ABBOUD, A. C. S.; RIBEIRO, R. L. D.; ALMEIDA, D. L. Balanço do nitrogênio e fósforo em solo com cultivo orgânico de hortaliças após a incorporação de biomassa de guandu. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, n. 11, p. 1111-1117, 2004. ANDRADE, F. V. Valor agroeconômico do consórcio alface e cenoura em dois sistemas de cultivos em faixas. 2002. 65f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), Mossoró-RN, 2002. AZEVEDO JÚNIOR, M. S. Influência da configuração de plantio e cultivo no consórcio de beterraba (Beta vulgaris L.) e alface (Lactuca sativa L.). 43f. Monografia (Especialização em Agronomia: Olericultura) – Escola Superior de BANIK, P.; BAGCHI, D. K. A proposed index for assessment of row replacemen intercropping system. Journal Agronomy and Crop Science, v. 177, n. 3, p. 161-164, 1996. BANIK, P.; MIDYA, A.; SARKAR, B. K.; GHOSE, S. S. Wheat and chickpea intercropping systems in an additive series experiement: Advantages and weed smothering. European Journal Agronomy. v. 24, n. 1, p. 325-332, 2006. BANIK, P.; SASMAL, T.; GHOSAL, P. K; BAGCHI, D. K. Evaluation of mustard (Brassica campestris var. Toria) and legume intercropping under 1:1 and 2:1 rowreplacement series system, Journal of Agronomy and Crop Science, v. 185, n. 1, p. 9-14, 2000. BARROS JÚNIOR, A. P; BEZERRA NETO, F.; OLIVEIRA, E. Z. de, OLIVEIRA, E. Q. de; SILVEIRA, L. M. da; CÂMARA, M. J. T. Desempenho agronômico de cultivares comerciais de coentro em cultivo solteiro sob condições de temperatura elevada e ampla luminosidade. Revista Caatinga, v. 17, n. 2, p. 82-86, 2004. BARROS JÚNIOR, A. P.; BEZERRA NETO, F.; NEGREIROS, M. Z; OLIVEIRA, E. Q.; SILVEIRA, L. M.; CÂMARA, M. J. T. Desempenho agronômico do bicultivo da
66
alface em sistemas consorciados com cenoura em faixa sob diferentes densidades populacionais. Horticultura brasileira, v. 23, n. 3, p. 712-717, 2005. BARROS JUNIOR, A. P.; BEZERRA NETO, F.; SILVEIRA L. M.; LINHARES, P. C. F.; MOREIRA, J. N.; SILVA, M.L.; PACHECO, I.W.L.; OLIVEIRA, M. K. T.; FERNANDES, Y.T.D. Avaliação produtiva de coentro em diferentes tipos e quantidades de adubos verdes aplicados ao solo. Horticultura Brasileira, v. 27, n 32 p. 288-293, 2009. BATISTA, C. M. F. Adubação verde no submédio são francisco. Agronline.com.br. Disponível em: http://www.agronline.com.br/artigos/artigo.php?id=40>. Acesso em: 10 de dezembro de 2010. BATISTA, M. A. V. Adubação verde na produtividade, qualidade e rentabilidade de beterraba e rabanete. 2011. 123f. Tese (Doutorado em Agronomia Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011. BELTRÃO, N. E. M.; NÓBREGA, L. B.; AZEVÊDO, D. M. P; VIEIRA, D. J. Comparação entre indicadores agroeconômicos de avaliação de agroecossistemas consorciados e solteiros envolvendo algodão upland e feijão “caupi”. Campina Grande: 1984. 21p (Boletim de Pesquisa, 15). BEZERRA NETO, F.; ANDRADE, F. V.; NEGREIROS, M. Z.; SANTOS JÚNIOR, J. J. Desempenho agroeconômico do consórcio cenoura x alface lisa em dois sistemas de cultivo em faixa. Horticultura Brasileira, v. 21, n. 4, p. 635-641, 2003. BEZERRA NETO, F.; BARROS JÚNIOR, A. P.; NEGREIROS, M. Z.; OLIVEIRA, E. Q.; SILVEIRA, L. M.; CÂMARA, M. J. T. Associação de densidades populacionais CE cenoura e alface no desempenho agronômico da cenoura em cultivo consorciado em faixa. Horticultura Brasileira, v. 23, n. 2, p. 233-237, 2005. BEZERRA NETO, F.; PORTO, V. C. N.; ALENCAR, R. D.; LIMA, J. S. S.; GÓES, S. B.; GÓES G. B.. Cultivares de rúcula consorciadas com cenoura e alface em faixas alternadas em segundo cultivo. In. CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 47, 2007, Porto Seguro. Anais. BEZERRA NETO, F.; GÓES, S. B; SÁ, J. R.; LINHARES, P. C. F.; GÓES, G. B; MOREIRA, J. N. Desempenho agronômico da alface em diferentes quantidades e tempos de decomposição de jitirana verde. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 6, n. 2, p. 236-242, 2011.
67
BHATTI, I. H.; AHMAD, R.; JABBAR, A.; NAZIR, M. S.; MAHMOOD, T. Competitive behaviour of component crops in different sesame-legume intercropping systems. International Journal of Agriculture and Biology, v. 8, n. 2, p. 165-167, 2006. BODDEY, R. M.; SÁ, J. C. M.; ALVES, B. J. R.; URQUIAGA, S. The contribution of biological nitrogen fixation for sustainable agricultural systems in the tropics. Soil Biology and Biochemistry, v. 29, n. 5/6, p. 787- 799, 1997. BONILLA, J. A. Fundamentos da agricultura ecológica: sobrevivência e qualidade de vida. São Paulo: Nobel, 1992. 260p. CABALLERO, R.; GOICOECHEA, E. L.; HERMAIZ, P. J. Forage yields and quality of common vetch and oat sown at varying seeding ratios and seeding rates of common vetch. Crops Research. v. 41, n. 1, p. 135-140,1995.
CAETANO, L. C. S.; FERREIRA, J. M.; ARAÚJO, M. L. de. Produtividade de cenoura e alface em sistema de consorciação. Horticultura Brasileira, v. 17, n. 2, p. 143-146, 1999. CALEGARI, A. Coberturas verdes em sistemas intensivos de produção. In: WORKSHOP NITROGÊNIO NA SUSTENTABILIDADE DE SISTEMAS INTENSIVOS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, 2000, Dourados. Anais. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Embrapa Agrobiologia, 2000. p. 141-153. CARVALHO, A. M. L. Produtividade, florescimento prematuro e queima-das-folhas em cenoura cultivada em sistema orgânico e convencional. Horticultura Brasileira, v. 23, n. 2, p. 250-254, 2005. CARVALHO F. W. A. Tamanho de parcela e viabilidade agroeconômica do consórcio cenoura e rúcula. 79f. Tese (Doutorado em Agronomia Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011. CECÍLIO FILHO, A. B.; TAVEIRA, M. C. G. S. Produtividade da cultura da beterraba em função da época de estabelecimento do consórcio com rúcula. Horticultura Brasileira, Brasília, v 19, n 2, Suplemento, jul. 2001. 1 CD-ROM. (Resumo). CERETTA, C. A. Sistema de cultivo de mandioca em fileiras simples e duplas em monocultivo e consorciadas com girassol. Porto Alegre, 1986. 122p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
68
CHAGAS, J. M.; VIEIRA, C. Consórcio de culturas e razões para sua utilização. Informe Agropecuário, v. 10, n. 18, p. 10-12, 1984. COELHO, F. C.; FREITAS, S. P.; RODRIGUES, R. Manejo de plantas daninhas e sistema de consórcio na cultura do quiabeiro: produtividade e qualidade de frutos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 40, 2000, São Pedro, Resumos..., Brasília: SOB/FCAV-UNESP, 2000. v. 18, n. 2, p. 587-588. De WIT, C. T. On competition. Verslag Landbouwkundige Onderzok, v. 66, n. 8, p. 1-28, 1960. DHIMA, K. V.; LITHOURGIDIS, A. S.; VASILAKOGLOU, I. B.; DORDAS, C. A. Competition indices of common vetch and cereal intercrops in two seeding ratio. Field Crops Research, v. 100, n. 2/3, p. 249-256, 2007. EHLERS, E. Agricultura sustentável: origens e perspectivas de um novo paradigma. 2. ed. Guaíba: Agropecuária, 1999. 157p. ESPÍNDOLA, A. A. A.; ALMEIDA, D. L.; GUERRA, J. G. M. Estratégias para utilização de leguminosas para adubação verde em unidades de produção agroecológica. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2004, 24p. (Embrapa agrobiologia. Documentos, 174). ESPÍNDOLA, J. A. A.; GUERRA, J. G.; ALMEIDA, D. L. de. Adubação verde: estratégia para uma agricultura sustentável. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 1997. 20p. FAGERIA, N. K.; BALIGAR, V. C. Yield and yield components of lowland rice as influenced by timing of nitrogen fertilization. Journal of Plant Nutrition, v. 22, n. 1, p. 23-32, 1999. FÁVERO, C.; JUCKSCH, I.; COSTA, L. M.; ALVARENGA, R. C.; NEVES, J. C. L. Crescimento e acúmulo de nutrientes por plantas espontâneas e por leguminosas utilizadas para adubação verde. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 24, n. 1, p. 171-177, 2000. FREITAS, K. K. C.; BEZERRA NETO, F.; GRANGEIRO, L. C.; LIMA, J. S. S.; MOURA, K. H. S.; BARROS JÚNIOR, A. P. 2009. Desempenho agronômico de rúcula sob diferentes espaçamentos e épocas de plantio. Revista Ciência Agronômica, v. 40, n. 3, p. 449-454, 2009.
69
GÓES, S. B; BEZERRA NETO, F.; LINHARES, P. C. F; GÓES G. B; MOREIRA, J. N. Desempenho produtivo da alface em diferentes quantidades e tempos de decomposição de jitirana seca. Revista Ciência Agronômica, v. 42, n. 4, p. 1036-1042, 2011. GRANGEIRO, L. C.; BEZERRA NETO, F.; NEGREIROS, M. Z.; CECÍLIO FILHO, A. B.; CALDAS, A. V. C.; COSTA, N. L. Produtividade de beterraba e rúcula em função da época de plantio em monocultivo e consórcio. Horticultura Brasileira, v. 25, n. 4, p. 577-581, 2007. HALL, R. L. Analysis of the nature of interference between plants of different species. Concepts and extension of the de Wit analysis to examine effects. Australian Journal of Agricultural Research, v. 25, n. 3, p. 739-747, 1974. JAGANNATH, M. K; SUNDERARAJ, N. Productivity equivalent ratio and statistical testing of its advantage in intercropping. Journal of the Indian Society of Agricultural Statistics, v. 39, n. 32, p. 289-300, 1987.
JANDEL SCIENTIFIC. Table curve: curve fitting software. Corte Madera, CA: Jandel Scientific, 1991. 280p. KHATOUNIAN, C. A. A reconstrução ecológica da agricultura. Botucatu, SP: Agroecológica, 2001, 348p. KIEHL, E.J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Agronômica Ceres Ltda, 1985. 494p. KLEIN, V. L. G.; AMARAL, F. C. S. Plantas daninhas aquáticas flutuantes. Informe Agropecuário, v. 13, n. 152, p. 150, 1988. KOLMANS, E.; VÁSQUEZ, D. Manual de agricultura ecológica: una introduccion a los princípios básicos y su aplicacion. Habana, Cuba: Actaf, 1999. 150p. KRONKA, S. N.; BANZATO, D. A. ESTAT: sistema para análise estatística versão 2. 3. ed. Jaboticabal: Funep, 1995. 243p. LARCHER, W. Ecofisiologia vegetal. São Carlos: Rima Artes e Textos, 2000. 428p. LEITE, C. A. M. Planejamento da empresa rural. Brasília: 1998. 66p. (Curso de Especialização por Tutoria à Distância, v. 4).
70
LIMA, J. S. S. Viabilidade agroeconômica de consórcios em faixas de cenoura e rúcula em bicultivo. 2008. 96f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2008. LIMA, J. S. S.; BEZERRA NETO, F.; NEGREIROS, M. Z.; FREITAS, K. K. C. de; BARROS JÚNIOR, A. P. Desempenho agroeconômico de coentro em função de espaçamentos em dois cultivos. Revista Ciência Agronômica, v. 38, n. 4, p. 407-413, 2007. LINHARES, P. C. F. Vegetação espontânea como adubo verde no desempenho agroeconômico de hortaliças folhosas. 109f. Tese (Doutorado em Agronomia Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2009. LINHARES, P. C. F.; BEZERRA NETO, F.; LIMA, J. S. S. de; GÓES, S. B. de; LIMA, G. K. L. de; GOES, G. B. de; DANTAS, M. S. M. Desempenho agronômico de rúcula em função de quantidades de jitirana e do tempo de decomposição. II segundo cultivo. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 25, n. 1, Agosto. 2007. Suplemento. CD-ROM. (Trabalho apresentado no 47º CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 2007). LINHARES, P. C. F.; BEZERRA NETO, F.; MARACAJÁ, P. B.; DUDA, G. P.; SÁ, J. R. Produção de fitomassa e teores de macronutrientes da jitirana em diferentes estágios fenológicos. Revista Caatinga, v. 21, n. 4, p. 72-78, 2008. LINHARES, P. C. F.; LIMA, J. S. S. de; BEZERRA NETO, F.; MADALENA, J. A. da S.; MARACAJÁ, P. B. Produção de feijão mungo em função de diferentes tempos de decomposição de jitirana. Revista Caatinga, v. 22, n. 1, p. 212-216, 2009. LINHARES, P. C. F.; PEREIRA, M. F. S.; OLIVEIRA, B. S.; HENRIQUES, G. P. de S. A. Produtividade de rabanete em sistema orgânico de produção. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 5, n. 5, p. 94-101 (Numero Especial) 2010. LINHARES, P. C. F.; OLIVEIRA, B. S.; PEREIRA, M. F. S.; SILVA, M. L.; FERNANDES, P. L. O. Adubação verde em diferentes proporções de jitirana com mata-pasto incorporado ao solo na produtividade de coentro. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 5, n. 1, p. 91-95, 2010. LOPES, W. A. R.; NEGREIROS, M. Z.; TEÓFILO, T. M. S.; ALVES, S. S. V.; MARTINS, C. M.; NUNES, G. H. S.; GRANGEIRO, L. C. Produtividade de cultivares
71
de cenoura sob diferentes densidades de plantio. Revista Ceres, v. 55, n. 5, p. 482-487, 2008. McGILCHRIST, C. A.; TRENBATH, B. R. A revised analysis of plant competition experiments. Biometrics, v. 27, n. 2, p. 659-671, 1971. McGILCHRIST, C. A. Analysis of competition experiments. Biometrics, v. 21, n. 4, p. 975-985, 1965. MEAD, R.; WILLEY, R.W. The concept of a “Land Equivalent Ratio” and advantages in yields from intercropping. Experimental Agriculture, v. 16, n. 3, p. 217-228, 1980. MELLO, C. P. T. Desempenho produtivo das culturas de cenoura e rúcula em consórcio. 2000. 44f. Monografia (Graduação em Agronomia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias "Júlio de Mesquita Filho", Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2000. MENDONÇA, E. S.; LOURES, E. G. Matéria orgânica do solo. Brasília: ABEAS, 1995. 45p. (Curso de Fertilidade e Manejo de solo, Módulo 5). MIYASAKA, S.; CAMARGO, O. A. de; CAVALERI, P. A.; GODOY, I. J. de; WERNER, J. C.; CURI, S. M.; LOMBARDI NETO, F.; MEDINA, J. C.; CERVELLINI, G. S.; BULISANI, E. A. Adubação orgânica, adubação verde e rotação de culturas no Estado de São Paulo. In: FUNDAÇÃO CARGILL. Adubação orgânica, adubação verde e rotação de culturas no Estado de São Paulo. Campinas, 1984. Parte 1, p. 1-109. MOREIRA, J. N. Consorciação de rúcula e coentro adubada com espécie espontânea sucedida pelo cultivo de rabanete. 2011. 116f. Tese (Doutorado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011. MOURA NETO, E. L. Efeito da cobertura morta sobre a produção de outro cultivares de coentro no município de Mossoró – RN. 1993. 45p. Monografia (Graduação em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura de Mossoró, Mossoró, 1993. MULLER, A. M.; PAULUS, G.; BARCELLOS, L. A. R. Agroecologia aplicada: práticas e métodos para uma agricultura de base ecológica. Porto Alegre: EMATER/RS, 2000. 86p.
72
NEDUNCHEZHIYAN. M; RAO, K. R.; SATAPATHY, B. S. Productivity potencial, biological, efficiency and economics os sweet potato (Ipomoea batatas) –based strip intercropping systems in rainfed Alfisols. Indian Journal of Agricultural Sciences, v. 80, n. 40, p. 321-324, 2010. NEGRINI, A. C. A. Desempenho de alface (Lactuca sativa L.) consorciadas com diferentes adubos verdes. 2007. 113p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba. OFORI, F.; STERN, W. R., Cereal–legume intercropping systems. Advances in Agronomy, v. 41, p. 41-90, 1987. OLIVEIRA, E. Q.; BEZERRA NETO, F.; NEGREIROS, M. Z. Viabilidade agroeconômica de sistemas consorciados provenientes de dois grupos de quatro cultivares de alface associados com dois tipos de cenoura cultivados em faixa. Horticultura Brasileira. v. 21, n. 2, 2003. OLIVEIRA, E. Q.; BEZERRA NETO, F.; NEGREIROS, M. Z.; BARROS JÚNIOR, A. P. Desempenho agroeconômico do bicultivo de alface em sistema solteiro e consorciado com cenoura. Horticultura Brasileira, v. 23, n. 2, p. 250-254, 2004. OLIVEIRA, E. Q.; BEZERRA NETO, F.; NEGREIROS, M. Z.; BARROS JÚNIOR, A. P.; FREITAS, K. K. C.; LIMA, J. S. S. Produção e valor agroeconômico no consórcio entre cultivares de coentro e de alface. Horticultura Brasileira, v. 23, n. 2, p. 285-289, 2005. OLIVEIRA, M. K. T; BEZERRA NETO, F; BARROS JÚNIOR, A. P; LIMA, J. S. S; MOREIRA, J. N. 2011. 88f. Desempenho agronômico da cenoura adubada com jitirana antes de sua semeadura. Revista Ciência Agronômica, v. 42, n. 2, p. 364-372, 2011. PAULA, V. F. S. Viabilidade agroeconômica de consórcios de cenoura e rúcula em diferentes quantidades de jitirana e arranjos espaciais. 2011. 67f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011. PERIN, A.; GUERRA, J. G. M.; TEIXEIRA, M. G. Cobertura do solo e acumulação de nutrientes pelo amendoim forrageiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 38, n. 7, p. 791-796, 2003. PRADO, R. M. 500 Perguntas e respostas sobre nutrição de plantas. Jaboticabal: FCAV/GENPLANT, 2009. 108p.
73
REZENDE, B. L. A.; GUSTAVO, H. D. C.; CECÍLIO FILHO, A. B. Viabilidade da consorciação de pimentão com repolho, rúcula, alface e rabanete. Horticultura Brasileira, v. 24, n. 1, p. 36-41, 2006. SILVA, M. L.; BEZERRA NETO, F.; LINHARES, P. C. F.; LIMA, J. S. S.; BARROS-JÚNIOR, A, P.; SÁ, J. R.; BEZERRA, A. K. H.; PEREIRA, M. F. S.; OLIVEIRA, M. K. T.; FERNANDES, Y. T. D. Produção classificada de beterraba adubada com jitirana sob diferentes quantidades e tempos de incorporação ao solo. Horticultura Brasileira, v. 28, n. 2, p. 1779-1786, 2010. SILVA, M. L; BEZERRA NETO, F.; LINHARES, P. C. F.; SÁ, J. R.; LIMA, J. S. S.; BARROS JÚNIOR, A. P. Produção de beterraba fertilizada com jitirana em diferentes doses e tempos de incorporação ao solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 15, n. 8, p. 801–809, 2011. SIQUEIRA, G. A. S. Espaçamentos de plantio na produção de cenoura ‘Brasília’, no município de Mossoró-RN. 1995. 23f. Monografia (Graduação em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), Mossoró-RN, 1995. TRENBATH, B. R. Plant interactions in mixed crop communities. In: R.I. PAPENDICK. Multiple cropping. Wiscosin, American Society of Agronomy, 1975, p. 129-169. URQUIAGA, S.; ZAPATA, F. Manejo eficiente de la fertilización nitrogenada de cultivos anuales en América Latina y el Caribe. Porto Alegre: Gênesis, 2000. 110p. VANDERMEER, J. H. Intercropping. In: GLIESSMAN, S.R. (Ed.) Agroecology: researching the ecological basis for sustainable agriculture. 1990, p. 481-516. VIEIRA, C. O feijão em cultivos consorciados. Viçosa: UFV, 1989. 134p. Agricultura de Mossoró (ESAM), Mossoró, 1990. VIEIRA, J. V.; PESSOA, H. B. S. V.; MAKSHIMA, N. Cultivo da cenoura Daucus carota L.). Brasília: Embrapa Hortaliças, 1997. 19p. (Instruções Técnicas, 13). VIEIRA, M. C.; HEREDIA ZÁRATE, N. A.; GOMES, H. E. Produção e renda bruta de mandioquinha-salsa e alface, solteiras e consorciadas, com adubação nitrogenada e cama-de-frangos em cobertura. Acta Scientiarum, Maringá, v. 25, n. 1, p. 201-208, jan – mar. 2003.
74
WILLEY, R.W. Intercropping: its importance and research needs. Part 1. Competition and yield advantages. Field Crop Abstracts, Hurley, v.32, n.1, p.1-10, 1979. WILLEY, R. W.; RAO, M. R. A competitive ratio for quantifying competition between intercrops. Experimental Agriculture, v. 16, n. 1, p. 117-125. 1980. WILLEY, R. W.; OSIRU, D. S. Studies on mixtures of maize and beans (Phaseolus vulgaris) with particular reference to plant population. Journal of Agricultural Science, v. 70, n. 2, p. 517-529, 1972. WILLIAMS, A. C.; McCARTHY, B. C. A new index of interspecific competition for replacement and additive designs. Ecological Research, v. 16, n. 1, p. 29-40, 2001. ZAGO, V. C. P.; EVANGELISTA, M. R.; ALMEIDA, D. L.; GUERRA, J. G. M.; NEVES, M. C. P.; RUMJANECK, N. G. Aplicação de esterco bovino e uréia na couve e seus reflexos nos teores de nitrato e na qualidade. Horticultura Brasileira, v. 17, n. 3, p. 207-210, 1999.
75
APÊNDICE
76
Tabela 1A - Valores de “F” para altura (AP), número de folhas por planta (NF), rendimento de massa verde (RMV) e de massa seca da parte aérea (RMS) de coentro em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
FV
gl
Características avaliadas
AP NF RMV (RMS)
Blocos 0,88ns 3,35* 0,37ns 0,023ns
Arranjo 2 0,44ns 0,31ns 0,17ns 2,87 ns
Quantidade 3 6,90* 2,87* 8,68** 0,02**
A x Q 6 0,48ns 0,31ns 1,43ns 0,76ns
CV(%) 23,90 13,01 49,27 50,29
**=P<0,01; ns=P>0,05
77
Tabela 2A - Valores de F para altura de plantas (AP), número de hastes por planta (NH), produtividade comercial (PROD), percentagem de raízes de cenouras longas e médias (PCLM), curtas (PCC) e de refugo (PCR) e rendimento de massa seca da parte aérea (RMS) de cenoura em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
FV gL Características avaliadas
AP NH PROD PCLM PCC PCR RMS
Bloco 3 0,82ns 3,09* 1,26ns 0,91ns 0,65ns 0,36ns 3,28*
Arranjo
(A) 2 1,31ns 1,26ns 7,27* 2,29ns 3,05ns 0,17ns 0,70ns
Quant (Q) 3 44,70** 6,72* 19,89** 2,16ns 1,30ns 1,24ns 25,22**
A x Q 6 3,81* 1,21ns 1,00* 0,59ns 0,44ns 0,80ns 1,11ns
CV(%) 5,73 8,49 18,18 27,13 38,56 52,90 19,76
**=P<0,01; ns=P>0,05
78
Tabela 3A - Valores de “F” para o índice de uso eficiente da terra do consórcio (UET), perda real de rendimento do consórcio (PRR), índice de vantagem do consórcio (VC), taxa competitiva do consórcio (TC), coeficiente relativo populacional do consórcio (K), índice de superação das culturas (IScen e IScoen), em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2012.
FV GL UET PRR VC TC K IScen IScoen
Blocos 3 0.341ns 0.341ns 0.377ns 0.373ns 0.563ns 0.516ns 0.516ns
Arranjos espaciais (A) 2 40.490** 40.518** 30.886** 15.182** 10.120** 2.798* 2.798*
Quantidades de jitirana (Q) 3 1.049* 1.051ns 1.621ns 10.199** 4.729** 10.047** 10.047**
A x Q 6 5.656** 5.655** 4.183** 8.998** 4.067** 3.253* 3.253*
CV (%) 20.53 42.69 148,44 17.33 -1064.99 345.64 -345.64
** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05
79
Tabela 4A - Custos variáveis de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 7,5 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012. COMPONENTES PREÇO Un Qte Un TOTAL A. CUSTOS VARIÁVEIS A.1 Insumos
Sementes de cenoura Brasília 100 g 28 8,50 238,00 Sementes de coentro Verdão 100 g 15 7,50 112,50 Adubo verde (Jitirana) T 7,5 90 675,00 A.2 Mão de obra Confecções de canteiro d/h* 40 30 1200,00 Distribuição e incorporação de jitirana d/h* 2 30 60,00 Plantio d/h* 60 30 1800,00 Desbaste d/h* 20 30 600,00 Amontoa d/h* 20 30 600,00 Capina d/h* 20 30 600,00 Colheita d/h* 10 30 300,00 Transporte d/h* 15 30 450,00 A.3 Energia elétrica Bombeamento de água Kw/h 928,8 0,19 186,73 A.4 Outras despesas 1% sobre (A1), (A2) e (A3) % 0,01 5445,73 54,46 A.5 Manutenção e conservação 1% a.a sobre construções % 0,01 10000 25,00 7% a.a sobre o valor do sistema de irrigação % 0,07 7194 125,90 d/h = dia/homem
80
Tabela 5A - Custos fixos e totais de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 7,5 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2011.
B. CUSTOS FIXOS (CF) Vida
útil/mês Valor (R$) Meses Depreci
ação Depreciação Bomba submersa 60 3430 3 171,50 Tubos 120 404 3 10,0 Poços 600 4000 3 20,0 Galpão 600 4000 3 20,0 Conexões 60 760 3 38,0 B.1 Depreciação Microaspersores 60 2400 3 120,00 B.2 Impostos e taxas Imposto Territorial Rural ha 1 10 10,00 B.3 Mão de obra fixa Aux. administração salário 1 1 545,00 C. CUSTOS OPERACIONAIS TOTAIS (COT)
C.1 (A) + (B) D. CUSTO DE OPORTUNIDADE (CO) D.1 Remuneração de terra Arrendamento ha 1 100 100,00 D.2 Remuneração do capital fixo (6% a.a) Infraestrutura, máquinas e Equipamentos % 0,06 17194 128,95 E. CUSTOS TOTAIS E1 CV+CF+CO 8191,04
81
Tabela 6A - Custos variáveis de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 15 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012.
COMPONENTES PREÇO Un Qte Un TOTAL A. CUSTOS VARIÁVEIS A.1 Insumos Sementes de cenoura Brasília 100 g 28 8,50 238,00 Sementes de coentro Verdão 100 g 15 7,50 112,50 Adubo verde (Jitirana) T 15,0 90 1350,00 A.2 Mão de obra Confecções de canteiro d/h* 40 30 1200,00 Distribuição e incorporação de jitirana d/h* 4 30 120,00 Plantio d/h* 60 30 1800,00 Desbaste d/h* 20 30 600,00 Amontoa d/h* 20 30 600,00 Capina d/h* 20 30 600,00 Colheita d/h* 10 30 300,00 Transporte d/h* 15 30 450,00 A.3 Energia elétrica Bombeamento de água Kw/h 928,8 0,19 186,73 A.4 Outras despesas 1% sobre (A1), (A2) e (A3) % 0,01 5445,73 54,46 A.5 Manutenção e conservação 1% a.a sobre construções % 0,01 10000 25,00 7% a.a sobre o valor do sistema de irrigação % 0,07 7194 125,90
d/h = dia/homem
82
Tabela 7A - Custos fixos e totais de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 15 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012.
B. CUSTOS FIXOS (CF) Vida
útil/mês Valor (R$) Meses Depreciação
Depreciação Bomba submersa 60 3430 3 171,50 Tubos 120 404 3 10,0 Poços 600 4000 3 20,0 Galpão 600 4000 3 20,0 Conexões 60 760 3 38,0 B.1 Depreciação Microaspersores 60 2400 3 120,00 B.2 Impostos e taxas Imposto Territorial Rural Há 1 10 10,00 B.3 Mão de obra fixa Aux. administração Salário 1 1 545,00 C. CUSTOS OPERACIONAIS TOTAIS (COT) C.1 (A) + (B) D. CUSTO DE OPORTUNIDADE (CO)
D.1 Remuneração de terra Arrendamento Há 1 100 100,00 D.2 Remuneração do capital fixo (6% a.a) Infraestrutura, máquinas e Equipamentos % 0,06 17194 128,95
E. CUSTOS TOTAIS E1 CV+CF+CO 8926,54
83
Tabela 8A - Custos variáveis de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 22,5 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012.
COMPONENTES PREÇO Un Qte Un TOTAL A. CUSTOS VARIÁVEIS A.1 Insumos Sementes de cenoura Brasília 100 g 28 8,50 238,00 Sementes de coentro Verdão 100 g 15 7,50 112,50 Adubo verde (Jitirana) T 22,5 90 2025,00 A.2 Mão de obra Confecções de canteiro d/h* 40 30 1200,00 Distribuição e incorporação de jitirana d/h* 6 30 180,00 Plantio d/h* 60 30 1800,00 Desbaste d/h* 20 30 600,00 Amontoa d/h* 20 30 600,00 Capina d/h* 20 30 600,00 Colheita d/h* 10 30 300,00 Transporte d/h* 15 30 450,00 A.3 Energia elétrica Bombeamento de água Kw/h 928,8 0,19 186,73 A.4 Outras despesas 1% sobre (A1), (A2) e (A3) % 0,01 5445,73 54,46 A.5 Manutenção e conservação 1% a.a sobre construções % 0,01 10000 25,00 7% a.a sobre o valor do sistema de irrigação % 0,07 7194 125,90 d/h = dia/homem
84
Tabela 9A - Custos fixos e totais de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 22,5 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012.
B. CUSTOS FIXOS (CF) Vida útil/mês Valor (R$) Meses
Depreciação Depreciação Bomba submersa 60 3430 3 171,50 Tubos 120 404 3 10,0 Poços 600 4000 3 20,0 Galpão 600 4000 3 20,0 Conexões 60 760 3 38,0 B.1 Depreciação Microaspersores 60 2400 3 120,00 B.2 Impostos e taxas Imposto Territorial Rural ha 1 10 10,00 B.3 Mão de obra fixa Aux. administração salário 1 1 545,00 C. CUSTOS OPERACIONAIS TOTAIS (COT)
C.1 (A) + (B) D. CUSTO DE OPORTUNIDADE (CO)
D.1 Remuneração de terra Arrendamento ha 1 100 100,00 D.2 Remuneração do capital fixo (6% a.a)
Infraestrutura, máquinas e Equipamentos % 0,06 17194 128,95
E. CUSTOS TOTAIS E1 CV+CF+CO 9661,04
85
Tabela 10A - Custos variáveis de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 30 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012.
COMPONENTES PREÇO Un Qte Un TOTAL A. CUSTOS VARIÁVEIS A.1 Insumos Sementes de cenoura Brasília 100 g 28 8,50 238,00
Sementes de coentro verdão 100 g 15 7,50 112,50 Adubo verde (Jitirana) T 30 90 2700,00 A.2 Mão de obra Confecções de canteiro d/h* 40 30 1200,00 Distribuição e incorporação de jitirana d/h* 8 30 240,00
Plantio d/h* 60 30 1800,00 Desbaste d/h* 20 30 600,00 Amontoa d/h* 20 30 600,00 Capina d/h* 20 30 600,00 Colheita d/h* 10 30 300,00 Transporte d/h* 15 30 450,00 A.3 Energia elétrica Bombeamento de água Kw/h 186,73 A.4 Outras despesas 1% sobre (A1), (A2) e (A3) % 54,46 A.5 Manutenção e conservação
1% a.a sobre construções % 25,00 7% a.a sobre o valor do sistema de irrigação % 125,90
d/h = dia/homem
86
Tabela 11A - Custos fixos e totais de produção por hectare de cenoura e coentro adubados com 30 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2012.
B. CUSTOS FIXOS (CF) 1054,50 Vida
útil/mês Valor (R$) Meses Depreciação
Depreciação Bomba submersa 60 3430 3 171,50 Tubos 120 404 3 10,0 Poços 600 4000 3 20,0 Galpão 600 4000 3 20,0 Conexões 60 760 3 38,0 B.1 Depreciação Microaspersores 60 2400 3 120,00 B.2 Impostos e taxas Imposto Territorial Rural ha 1 10 10,00 B.3 Mão de obra fixa Aux. administração salário 1 1 545,00 C. CUSTOS OPERACIONA TOTAIS (COT) C.1 (A) + (B) D. CUSTO DE OPORTUNIDADE (CO)
D.1 Remuneração de terra Arrendamento ha 1 100 100,00 D.2 Remuneração do capital fixo (6% a.a) Infraestrutura, máquinas e Equipamentos % 0,06 17194 128,95 E. CUSTOS TOTAIS E1 CV+CF+CO 10775,54