yoga etica

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cadernos digitais a ética do yoga © Lloyd Weir - FOTOLIA

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Este é o primeiro dos Cadernos de Yoga que a Companhia da Palavra está a produzir para o Tao Desenvolvimento Pessoal (http://taocentro.blogspot.com). Começamos por uma questão central: A ética do Yoga. A forma como o Yoga nos torna pessoas, cidadãos, mais éticos e humanos face à sociedade e ao mundo que nos rodeia.Este pequeno livro em pdf e os que se seguirem pretendem ser uma introdução à filosofia e à prática do Yoga.

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Page 1: Yoga Etica

c a d e r n o s

d i g i t a i s

a é t i c a d o y o g a

© Lloyd Weir - FOTOLIA

Page 2: Yoga Etica

2 © ikophotos - FOTOLIA

a é t i c a d o y o g a

Page 3: Yoga Etica

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a é t i c a d o y o g a

Yoga é a cessação ou domínio das flutuações da mente

Patanjali

Page 4: Yoga Etica

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A evolução do ser

humano, pretendida pelo

yoga, passa pela ética, pela

disciplina, pelo controlo, pela

compaixão e pela consciên-

cia. Sem isso, somos apenas

atletas, e esse não é o objecti-

vo.

A ética yogi é universal e

foi dividida em duas partes

por Patañjali, compilador dos

Yoga Sutras, sendo elas Yama

( con t ro lo ) e N iyama

(observância). Cada uma des-

sas partes é subdividida em

cinco conceitos éticos, que

servem para nortear as nos-

sas decisões diárias, facilitar a

nossa convivência em socie-

dade e levar-nos aos cami-

nhos da evolução e do auto-

conhecimento.

Viver de forma ética

pode parecer complicado a

princípio, mas por princípio é

a melhor maneira de viver, e

a única que garante estarmos

sempre em equilíbrio connos-

co, com os outros e com a

natureza.

a é t i c a d o y o g a

Yogi com os seis chakras. India, Punjab Hills, Kangra, finais do século XVIII (fonte Wikimédia Commons)

Texto de Ana Borella

Page 5: Yoga Etica

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O Ahimsá (subdivisão do Yama

que significa a não-violência) é um exce-

lente exemplo. Quantas vezes espera-

mos que as pessoas tenham compaixão

quando erramos? Mas quantas foram às

vezes em que VOCÊ demonstrou com-

paixão com os erros alheios? É verda-

deira a premissa de que se fizéssemos

aos outros o que gostaríamos que fizes-

sem connosco, a vida seria mais simples.

Imagine um mundo onde Ahimsá

fosse o primeiro princípio ético, onde a

violência fosse reconhecida, mas trans-

formada em compaixão, assim como o

Budha transformou as setas dos demó-

nios em flores que caíram aos seus pés,

em uma alegoria de que violência só

gera mais violência, e afirma que se

você retribuir a violência com amor e

compaixão, ela cessa por falta de estí-

mulo.

Seria muito bom se fosse suficiente

apenas beijar a face de quem nos ofende

e isso acabasse com a violência, mas

sabemos que o ser humano sabe ser

muito criativo na hora de expressar a

sua agressividade.

Para sermos pacíficos precisamos

pensar em saídas alternativas, e isso exi-

ge muito da nossa capacidade de criar

novas situações e enfrentar os desafios

com serenidade. Mas como em tudo na

vida, comece pela base, sendo gentil

com seus amigos e familiares e vá esten-

dendo essa atitude ao seu redor. Isso se

reverterá em benefícios para si e toda a

humanidade.

a é t i c a d o y o g a

Ahimsá: a compaixão

Page 6: Yoga Etica

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Os Yamas são: Ahimsá – a compaixão ou não-violência: Satya – a verdade, ou veracidade: Asteya – não-roubo: Brahmácharya – a castidade Aparigraha – não possessividade Os Niyamas são: Sauchan – a pureza: Santosha – o contentamento: Tapas – esforço sobre si mesmo: Swádhyáya – o estudo, inclusive o auto-estudo e Íshwara Pranidhána – devoção ao Senhor, entendida também como uma prática de auto-entrega.

a é t i c a d o y o g a

Page 7: Yoga Etica

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Satya: a verdade

Falar a verdade não é uma das virtudes mais

cultivadas na nossa sociedade, apesar de ninguém

gostar de ouvir uma mentira, todos nós aceitamos

as chamadas mentiras brancas ou sociais. Dentro

do conceito do yoga não basta apenas não mentir,

quando omitimos a verdade estamos também

ferindo o princípio da veracidade, estamos a des-

perdiçar a força da palavra.

Mais uma vez, precisamos de exercitar a nos-

sa imaginação e procurar contar a verdade de for-

ma a não ferir o princípio inicial, de não-violência,

devendo falar a verdade com delicadeza. Com o

tempo as pessoas acostumam-se e passam a ver

em si alguém confiável. Uma verdade pode até

magoar, mas não deixa cicatrizes, a mentira quan-

do descoberta fere muito mais e deixa marcas

profundas. Mentir para proteger alguém é um

erro, que acabamos pagando a longo prazo.

Exercite a sua coragem e passe a falar a ver-

dade, viva a verdade, encare esse como o maior

desafio da sua vida, viver plenamente, sem dissi-

mular, sem esconder, sem ferir desnecessariamen-

te.

a é t i c a d o y o g a

Page 8: Yoga Etica

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O princípio seguinte, Asteya (não-roubar) ensina-nos

que além da apropriação indevida de bens alheios, devemos

evitar também roubar a auto-estima, a dignidade e a honra

do outro.

Não é apenas não roubar objetos, não devemos roubar

ideias, nem conceitos, temos que aprender a respeitar o

outro.

Com carinho e cuidado, a vida ética vai-se inserindo

nos nossos corações e torna-se parte do nosso ser. Aceite

isso como um desafio no seu caminho da evolução.

a é t i c a d o y o g a

Asteya: não roubar

Page 9: Yoga Etica

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Brahmacharya é o quarto preceito. De acordo com o grande

mestre de Yoga, Swami Sivánanda, “Brahmacharya é a liberdade

absoluta dos pensamentos e desejos sexuais. É o controle de todos

os sentidos em pensamentos, palavras e ações.”

Os textos antigos dizem que quem consegue controlar a sexualida-

de torna-se uma divindade, não mais um simples humano.

É claro que, mesmo entre os adeptos mais fervorosos do Yoga,

ninguém pretende abandonar as práticas sexuais, e se o seu objeti-

vo é o de levar uma vida ética, não o de se iluminar, basta que leve

uma vida sexual com respeito por si e pelo próximo, sem promis-

cuidade, para que se sinta mais feliz.

É muito comum, nos dias de hoje, a banalização da sexualidade. É

um assunto que está em todos os meios de comunicação, seja dire-

cionado ao público masculino ou feminino, as pessoas passaram a

medir as suas vidas sexuais por estatísticas, não por satisfação pró-

pria. Conseguimos transformar o instinto mais básico de sobrevi-

vência e preservação da espécie numa competição.

Vamos utilizar a sexualidade como uma forma de celebrar a união

com o outro, alguém que nos complete (mesmo que temporaria-

mente), eliminando a promiscuidade, a contagem de cabeças, de

orgasmos ou de vezes por semana.

Dedique-se a transformar a sua sexualidade em algo saudável para

os SEUS padrões de satisfação. Encontre alguém com quem divi-

dir esse milagre, seja ele voltado a gerar vida ou não, vivencie sua

sexualidade sem culpas e sem medos, mas de forma a não se ferir

e não ferir o outro; não use o sexo como arma, mas como união.

A sua energia sexual pode ser utilizada para milhares de objetivos,

não apenas para o ato sexual. Basta lembrar de quando estamos

apaixonados, sentimo-nos repletos de energia, de vontade, cheios

de criatividade e benevolência.

a é t i c a d o y o g a

Brahmácharya – a castidade

Page 10: Yoga Etica

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1 - Yama ou cinco prescrições morais

1.1 -Ahimsa ou não-violência

1.2 -Satya ou não mentir

1.3 -Asteya ou não-roubar

1.4 -Brahmacharya ou não dissipar a sexualidade

1.5 -Aparigraha ou não cobiçar

2 - Niyama ou cinco prescrições éticas

2.1 -Saucha ou limpeza

higiene corporal externa, e interna pelos "Asanas" e "Pranayamas"

da mente, do intelecto, da alimentação

do lugar em que se pratica Ioga

2.2 -Santosha ou contentamento

2.3 -Tapas ou auto-superação

esforço do corpo, da fala e da mente

2.4 -Svadhyaya ou auto-estudo

2.5 -Ishvara pranidhama ou auto-entrega

3 - Asana ou posições psicofísicas

4 - Pranayama ou expansão (ayama) da força vital (prána) através de

exercícios respiratórios

5 - Pratyahara ou abstração dos sentidos externos

6 - Dharana ou concentração mental

7 - Dhyana ou meditação

8 - Samadhi ou estado de hiperconsciência, absorção

adaptado de wikipedia

a é t i c a d o y o g a

Estes dez princípios éticos do Yoga clássico

integram uma das obras mais importantes da

história desta prática, os Yoga Sutras, escritos há

cerca de 1800 anos atrás e compilados pelo gran-

de mestre Patanjali, e fazem parte das oito etapas

de progressão de um yogi:

Page 11: Yoga Etica

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A é t i c a d o y o g a

Os Yama e Niyama constituem o chamado “Código de Ética Yogi” e as bases para o sóli-do desenvolvimento do praticante. Embora codificados cerca de 1800 anos atrás, ou mais, pelo grande sábio Patanjali, no Yoga Sutras (Aforismos do Yoga) – um dos mais importan-tes tratados clássicos dessa ciência –, tais aforis-mos são considerados muito pertinentes e constituem uma enorme preciosidade de ensi-namentos e reflexões filosóficas para o mundo contemporâneo. De grande importância para a humanidade, podem ser praticados por pessoas de todos os credos. O Yoga, sobretudo, destina-se ao “aperfeiçoamento” pessoal e, a partir disso, a sociedade também se transforma, torna-se mais sábia e se desenvolve. No dia-a-dia, sem a vivência desses princípios filosóficos, o prati-cante não pode ser considerado um yogue, e sim, apenas, um ginasta.

Gilberto Coutinho

Yama (autocontrole) e Niyama (dever ou disciplina)

cada um deles é regido por cinco princípios, respetivamente:

1º) não violência

2º) veracidade

3º) não à possessividade

4º) não roubar

5º) estudo religioso;

1º) pureza e/ou purificação

2º) contentamento

3º) dever ou disciplina, auto-esforço, auto-superação e/ou disciplina

4º) auto-estudo, estudo de si mesmo e/ou autoconhecimento

5º) auto-entrega e/ou devoção

Page 12: Yoga Etica

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1. Ahimsa (não-violência) “Quando se estabelece na não-violência, toda a hostilidade cessa em sua presença.” – Yoga Sutra – Capítulo II (Versos ou Caminho da Prática), aforismo 35. É o exercício de não cometer nenhum tipo de violência. A pessoa deve apren-der a autocontrolar-se e a combater os seus próprios instintos agressivos e de violência; isso a auxiliará no desenvolvi-mento do controle mental. Deve promo-ver a paz e a compreensão e não estimu-

lar, promover ou realizar qualquer tipo de violência, seja na forma de pensa-mentos, ideias, palavras e atitudes ofensi-vas, agressivas, desrespeitosas e ameaça-doras. Como pode alguém praticar a não-violência sem o exercício diário da observação de si mesmo, da tolerância e do bom senso? É a prática da abstenção de qualquer tipo de violência. 2. Satya (veracidade) “Quando se estabelece na verdade, o fruto resul-ta imediato à ação.” – Yoga Sutra – Capítulo

II (Versos ou Caminho da Prática), aforismo 36. É o exercício ou a prática da verdade; consiste em dizê-la sempre e não distor-cer a realidade dos fatos; é ser sincero e autêntico. Existe algo de belo na veraci-dade. A verdade é mais admirável e desejável do que a mentira. O yogue deve praticar no dia-a-dia o exercício da veracidade, da sinceridade e da autentici-dade. Existe um pensamento indiano que diz: “Nada pode afetar a realidade. O irreal não existe.”

Yama (autocontrole)

São cinco as disciplinas que conferem o autocontrole. Devem como tal ser adotadas e desenvolvidas.

Page 13: Yoga Etica

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3. Aparigraha (não à possessividade)

“Quando se estabelece na não possessividade, adqui-

re-se o conhecimento do porquê do seu nascimento.”

– Yoga Sutra – Capítulo II (Versos ou Caminho

da Prática), aforismo 39.

Consiste no combate do próprio sentimento

de apego, de posse e da ambição (cobiça)

desmedida da aquisição de riquezas e bens

materiais. A ambição desenfreada traz sofri-

mento, não apenas ao homem, mas a todo

universo. O que adianta adquirir riquezas e

bens materiais à custa de tanto sofrimento?

Pode o apego nos conferir a liberdade? A

busca da compreensão do “eu espiritual”

deve ser uma prioridade da existência huma-

na. Para o yogue sábio, a aquisição de rique-

zas materiais não é mais importante do que

o conhecimento de si mesmo (do seu “eu

espiritual”) e a busca pela sua “libertação”.

4. Asteya (não roubar)

“Quando se estabelece na honestidade, todas as pre-

ciosidades lhe são oferecidas.” – Yoga Sutra –

Capítulo II (Versos ou Caminho da Prática), afo-

rismo 37.

É o exercício da abstinência da avareza e do

roubo. Certa vez, Mahatma Gandhi pregou:

“Faça a sua própria roupa, plante o seu próprio

alimento e faça a sua própria vida”

Consiste na prática da honestidade e no

combate à ambição desmedida e ao apego

excessivo ao dinheiro e aos bens materiais.

É a compreensão do “não roubar”, ou seja,

do não se apropriar indevidamente de bens

alheios, e a tomada de atitude perante essa

compreensão. Aparigraha e asteya encon-

tram-se interligados.

5. Brahmacharya

(dedicação aos estudos “religiosos” e filosóficos, os

quais proporcionam sabedoria, e uma vida espiri-

tualizada)

“Quando se estabelece no controle saudável da

sexualidade, adquire-se grande potência ou vitalida-

de.” – Yoga Sutra – Capítulo II (Versos ou Cami-

nho da Prática), aforismo 38.

Consiste também no exercício do controle

dos prazeres sensoriais. Como alguém, cujo

corpo e a mente sejam escravos do prazer e

das paixões, pode alcançar a “libertação” e a

verdadeira sabedoria? Além do controle físi-

co, emocional e mental, o yogue deve tam-

bém exercitar um controle saudável de sua

sexualidade. Seu objetivo não é, necessaria-

mente, ser casto como um monge, mas sim,

ter o controle de sua energia sexual para

aumentar o seu potencial espiritual, energé-

tico e psicofísico. No Yoga, a sexualidade

assume uma postura tântrica.

Yama (autocontrole)

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Niyama (dever ou disciplina) São cinco deveres, obrigações positivas e/ou disciplinas do yogi

1. Saucha (pureza e/ou purificação)

“A pureza favorece o cuidado pelo seu próprio corpo e

a atenção no contato com os outros.” – Yoga Sutra –

Capítulo II (Versos ou Caminho da Prática), aforis-

mo 40.

Compreende o cultivo diário da pureza dos

pensamentos, das emoções, das ações, das

palavras e, sobretudo, de hábitos saudáveis de

higiene com o corpo e alimentares. É o dever

de manter-se puro, de não se deixar contami-

nar com as impurezas da vida (evitando-se

toda influência corruptora). Numa analogia

com a flor de lótus, que nasce num lago, mui-

tas vezes, lodoso, desabrocha e mantém-se

imaculada, pois suas folhas largas e verdes

permanecem sobre as águas, o que impede as

impurezas do fundo contagiarem suas péta-

las; e o caule, onde nasce o botão, deixa-a

afastada das águas e de uma possível conta-

minação. A prática correta e regular do Yoga,

de seus Kriyas (técnicas de purificação orgâ-

nica) e da meditação (Dhyana) purifica a

mente, o corpo e as emoções.

2. Santosha (contentamento)

“Do contentamento surge a superlativa felicidade.” –

Yoga Sutra – Capítulo II (Versos ou Caminho da

Prática), aforismo 42.

O contentamento advém de uma consciência

tranquila, benevolente, justa, disciplinada,

comedida, harmônica e do cumprimento das

responsabilidades. Como pode alguém viven-

ciar o contentamento, tendo uma consciência

intranquila e pesarosa? Não sendo benevo-

lente e justo consigo mesmo e para com os

demais? Não tendo uma vida disciplinada,

equilibrada e harmônica? Não cumprindo

com as suas obrigações e responsabilidades?

É uma dádiva praticar a generosidade. A prá-

tica regular do Yoga, da meditação (Dhyana)

e de seus princípios filosóficos e terapêuticos

propicia bem-estar, equilíbrio e contentamen-

to.

3. Tapas (auto-esforço, auto-superação

e/ou disciplina)

“A auto-superação, a disciplina produz a destruição

das impurezas e, conseqüentemente, alcança-se a per-

feição.” – Yoga Sutra – Capítulo II (Versos ou

Caminho da Prática), aforismo 43.

Sem uma profunda reflexão, pode-se pensar

que a disciplina seja algo chato, impositiva de

uma vida monótona e rotineira, e cerceadora.

Mas, na verdade, não é bem assim. Ela é

indispensável, para que uma pessoa possa se

auto-superar, evoluir, alcançar as suas metas e

ideais; consequentemente, a disciplina liberta.

Os bons exemplos devem ser seguidos. Os

maus, esquecidos. O Yoga e a meditação

(dhyana) conferem uma disciplina efetiva

para o corpo e a mente.

Page 15: Yoga Etica

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a é t i c a d o y o g a

4. Swadhyaya (auto-estudo, estudo de si

mesmo e/ou autoconhecimento)

“O autoconhecimento conduz á união com todas as

coisas do céu e da terra.” – Yoga Sutra – Capítulo

II (Versos ou Caminho da Prática), aforismo 44.

Swadhyaya é um termo sânscrito composto

de dois radicais: swa significa “seu”,

“próprio”; e dhyaya, “estudo”. Assim,

Swadhyaya significa o estudo de si mesmo,

seu próprio estudo e/ou seu próprio conhe-

cimento. Consiste no estudo de textos consi-

derados “sagrados”, védicos e filosóficos, tais

como o próprio “Yoga Sutra” de Patanjali, os

“Upanishads” (textos de grande beleza filo-

sófica e poética, escritos séculos atrás pelos

antigos santos e sábios da Índia, documenta-

dos nas escrituras védicas, os quais são consi-

derados a fonte do conhecimento), o “Shiva

Samhita” (de autor desconhecido, considera-

do um dos três mais importantes tratados

clássicos existentes sobre Hatha Yoga, em

sânscrito, é entendido como sendo os ensina-

mentos de Shiva a sua esposa Parvati; descre-

ve seus princípios e conceitos; nos cinco

capítulos, são discutidos a essência para a sua

prática, os métodos e os caminhos de se

alcançarem os siddhis – poderes paranormais

–, a compreensão filosófica da existência

humana, a importância do Yoga, o espírito, a

ilusão – maya –, o microcosmo, as funções

do corpo, os princípios dos exercícios respi-

ratórios – pranayamas –, as posições psicofí-

sicas – asanas – , Kundalini e seu despertar,

os vários ramos de Yoga, etc.), os Puranas

(coleções semi-religiosas de hinos e escritos

que discursam sobre cosmologia, teologia e,

especialmente, de histórias de sábios e reis)

etc., e no estudo da própria mente e do

conhecimento do próprio corpo por meio da

prática do Yoga e da meditação (dhyana). O

estudo filosófico do Yoga e a sua prática

regular, assim como a da meditação (dhyana),

conferem-nos o autoconhecimento.

5. Ishwara pranidhana (auto-entrega e/

ou devoção)

“Pela auto-entrega (ao “eu espiritual”) se alcança o

samadhi (a “iluminação” da consciência ou estado de

hiperconsciência).” – Yoga Sutra – Capítulo II

(Versos ou Caminho da Prática), aforismo 45.

Ishwara, em sânscrito, significa “senhor”, “o

Ser divino”, “o absoluto” e/ou “o Criador”;

e Pranidhana, “entrega”. Assim, “ishwara

pranidhana” significa a auto-entrega ao seu

“eu espiritual” e ao“criador”. Qual a real

importância de se conhecer a existência do

próprio “eu espiritual”? O termo “ishwara

pranidhana” também pode ser compreendido

como auto-entrega e/ou devoção aos ensina-

mentos de Shiva.

Niyama (dever ou disciplina)

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Apaixone-se pela sua vida, e utilize a sua energia de forma inteligente… E ética

A é t i c a d o y o g a

Sobretudo, como aconselha Ana Borella:

Page 17: Yoga Etica

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A é t i c a d o y o g a

a

é t i c a

d o

y o g a

A partir de textos originais de Ana Borella e de Gilberto Coutinho

com o apoio da inestimável Wikipedia

uma edição da

Companhia da Palavra

Textos e Edições

[email protected]

dapalavra.wordpress.com

Tao Desenvolvimento Pessoal Na Figueira da Foz

[email protected]

taocentro.blogspot.pt

tao.yolasite.com

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para o projeto

1ª edição: Janeiro de 2009

Revisão: Julho de 2012