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Zootecnia IAula 6. Eqüinocultura
João Paulo V. Alves dos SantosEng° Agrônomo/ESALQ-USP
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
2-) Manejo de Eqüinos
3-) Reprodução de Eqüinos
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Domesticação de equinos: 4 a 3 milênios a.C.
Povos pastores nômades: norte de Cáucaso e Mar Cáspio
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Desenvolvimento das primeiras civilizações
Cavalo passou a ser utilizado de maneira mais intensiva
Fornecimento da pastagem como única e exclusiva forma de alimento (fonte de energia) passou a ser insuficiente
Exemplo:
Rei Salomão (Israel) – 12.000 animais de montaria e 4.000 de tração
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Desenvolvimento e melhoramento da alimentação de eqüinos
Mais evidente a partir do surgimento e desenvolvimento da agricultura
Impossível alimentar corretamente cavalos na forma de vida nômade
Exploração mais intensiva de eqüinos
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Soldados romanos – já recebiam grãos de cereais para alimentação de seus cavalos
Idade Média – conjunto: cavaleiro + armadura = + 170 kg
Para suportar carga, não bastava qualquer alimentação
Alimentos básicos como: capins, fenos, palhas, folhagens não nutriam corretamente eqüinos
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Soldados romanos – já recebiam grãos de cereais para alimentação de seus cavalos
Idade Média – conjunto: cavaleiro + armadura = + 170 kg
Para suportar carga, não bastava qualquer alimentação
Alimentos básicos como: capins, fenos, palhas, folhagens não nutriam corretamente eqüinos
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Aveia: se tornou o principal alimento para eqüinos na Europa Central
Aveia
Cevada
Centeio
Alimentos mais comumente utilizados
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Guerras de Libertação: 1815-1816
Exército Prussiano – “torrada russa”
Pão Alimentar – tentativas sem muito êxito
“Biscoitos Cavalares” – Inglaterra 1870: difusão e sucesso
Tortas em forma de rosca de 10 a 12 cm de diâmetro (aveia e cevada triturada + ervilhas e sementes de linhaça – ricas em Energia e Proteína)
Levadas na sela
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Primeira Guerra Mundial:
Estimulou fabricação de alimento prensado (blocos de aproximadamente: 9 a 10 kg)
Aveia, bagaço de cervejaria, gergelim, farelo de soja, amendoim, gérmen de malte e melaço
“Ração” de reserva
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos Segunda Guerra Mundial:
Blocos mais práticos
Além de aveia, feno + palha + batata em flocos + levedura
Após Segunda Guerra = surgiu o conceito de:
Ração Comercial
Ração Peletizada
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Bases Anatômicas e Fisiológicas
Ruminantes – basicamente se alimentam de material fibroso (habilidade em digerir fibra)
Cavalo:
Estômago e Duodeno – enzimas digestivas
Digerem o alimento até o máximo limite possível
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos Bases Anatômicas e Fisiológicas
Porção não digerida: Estômago e Intestino Delgado (duodeno)
Atacada por microorganismos: CECO (Intestino Grosso)
Eqüino:
Facilidade em ingerir concentrado
Ex.: 10 minutos – 1 kg ração peletizada
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Bases Anatômicas e Fisiológicas
40 a 50 minutos para ingerir 1 kg de palha
Boca: lábios + dentes = capacidade de seleção e corte
Alimentos concentrados = lentamente digeridos
Alimentos volumosos = passam rapidamente por trato digestivo
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Bases Anatômicas e Fisiológicas
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Bases Anatômicas e Fisiológicas
Eqüinos: estômagos relativamente pequenos
Herbívoros – digestão da fração fibra:
Fermentação microbiana intestinal (Intestino Grosso)
Assim como ruminantes, são formados ácidos graxo voláteis (AGV´s)
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Bases Anatômicas e Fisiológicas
Principais AGV´s (ác. graxos de cadeia curta):
Acético
Propiônico (precursor da glicose)
Butírico
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Bases Anatômicas e Fisiológicas
Saliva – 40 a 90 mL por minuto
Não contém enzimas digestivas
Rica em minerais e bicarbonato
Importante para neutralização de ácidos formados na porção inicial do estômago
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Bases Anatômicas e Fisiológicas
Anomalias dentárias = alimento mal mastigado
Pouca produção de saliva = risco de problemas digestivos
Alimentos Volumosos: transportados rapidamente para intestino grosso
Tamanho de partícula: importante!
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Bases Anatômicas e Fisiológicas
Estômago: enzimas alimentares + suco gástrico + microorganismos
Microorganismos: porção inicial do estômago
Intestino Delgado:
Duodeno, jejuno e íleo
Cerca de 20 m de comprimento
Conteúdo muito aquoso
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Bases Anatômicas e Fisiológicas
Intestino Delgado:
Desembocam ductos (no duodeno) de suco pancreático hepático (fígado)
Intestino Grosso:
Ceco e Cólon
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Intestino Grosso:
Quimo: material digerido proveniente do estômago
Ceco: contrações constantes, movimentação do quimo
Até 4 kg de quimo x 100 kg PV
Ex.: 4 kg quimo ----- 100 kg PV
x ------ 500 kg PV
x = 4 x 500/100 = 20 kg de quimo no Ceco
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Intestino Grosso:
Grande concentração de microorganismos
Semelhante à concentração no rúmen do ruminantes
Presença também de protozoários
pH tamponado: 6,5 a 7,5
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Intestino Grosso:
Chegada de alimentos com alta degradabilidade, resulta:
Redução na proporção de ácido acético
Aumento na proporção de ácido propiônico
Eventualmente aumento na formação de ácido lático, queda de pH e morte de microorganismos = paralisia da digestão
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Cuidados com alimentação:
Alguns alimentos, se moído muito finos podem formar massas pegajosas no estômago. Ex.: Aveia
Alguns cereais, se triturados e moídos são melhores aproveitados. Ex.: milho e leguminosas em geral
Cavalos, naturalmente, têm o hábito de se alimentar por longos períodos em refeições regulares (cavalos silvestres livres)
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Cuidados com alimentação:
12 a 18 horas se alimentando
Encocheirados: mesmo hábito
Devemos evitar o consumo rápido e excessivo de alimentos, principalmente alimentos ricos em fibra (volumosos)
Estômago: relativamente pequeno, possibilidade de obstrução
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos Cuidados com alimentação:
Estômago: possibilidade de ruptura da parede
Fornecer sempre volumoso antes que concentrado
Evitar concentrado misturado à volumoso para que o mesmo não seja “carregado” precipitadamente para intestinos
Fornecer máximo de 0,25 kg concentrado/100 kg PV/refeição para animais alimentados 10 x/dia (freqüência semelhante à pastejo)
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1-) Alimentação de Eqüinos
Cuidados com alimentação:
Ex.: cavalo 500 kg PV
0,25 kg ------ 100 kg PV
y ------ 500 kg PV
y = 0,25 x 500/100 = 1,25 kg concentrado
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos Cuidados com alimentação:
Na prática: 0,4 a 0,5 kg de concentrado (ração)/100 kg PV por refeição
Logo, para animal de 500 kg (exemplo):
2 kg a 2,5 kg concentrado/refeição = máximo
Determinadas práticas podem prejudicar “andamento” da digestão
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Digestão prejudicada:
Após exercícios intensos/estafa
Movimentos rápidos
Stress
Agitação e perturbação na cocheira durante alimentação
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Cavalos são animais muito sensíveis quanto à alimentação
Cólicas são problemas, relativamente, comuns
Processo doloroso e intenso
Muitas vezes provoca morte dos animais
Causado, geralmente, por alimentação inadequada
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos Alimentação Inadequada:
Qualidade
Cavalos, geralmente, refugam alimentos “estragados”
Se faltar comida, pode vir a consumir alimento deteriorado
Alimento deteriorado = fermentação inadequada
Cólicas
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Alimentação Inadequada:
Qualidade
Alimentos volumosos excessivamente picados ou alimentos excessivamente fibrosos (lignina)
Pouca produção de saliva
Passagem acelerada por trato digestivo
Constipação no Ceco
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1-) Alimentação de Eqüinos Alimentação Inadequada:
Quantidade
Fornecimento de quantidade excessiva de alimento
Geralmente excesso de Energia e formação de ácidos indesejáveis
Procurar fornecer, pelo menos 0,5 kg de fibra efetiva (mastigável)/100 kg de peso vivo por dia
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos
Alimentação Inadequada:
Quantidade
Ex.: cavalo 500 kg PV = 2,5 kg fibra efetiva (longa)/dia
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1-) Alimentação de Eqüinos
Pastagens: cuidados especiais
Escolher forrageiras de alto valor nutritivo
Preferencialmente Gênero: Cynodon sp
Forrageiras de baixo valor nutritivo e elevado teor de fibra de baixa qualidade (lignina) não são recomendáveis
Possibilidade de desenvolver distúrbios
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1-) Alimentação de Eqüinos
Aula 6. Equinocultura
1-) Alimentação de Eqüinos Brachiaria sp deve ser evitadas
Rejeitadas por eqüinos (a menos que não tenha escolha)
B. humidicula pode provocar fotossensibilização hepática (sensibilidade da pele à luz, provocando feridas) – fígado lesionado
B. Humidicula – alto teor de oxalato = capacidade de seqüestrar Ca = desenvolvilemento da “cara inchada”:
Altera-se a relação Ca:P e o PTH (hormônio da paratireóide) entra em ação, tentanto remover Ca dos ossos para suprir a demanda
Evitar também: Colonião, Transvala, Quicuiu, Setaria
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
A-) Instalações: Estrutura Hípica Geral
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
A-) Instalações: Estrutura Hípica Geral
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
A-) Instalações: Estrutura Hípica Geral
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
A-) Instalações: Estrutura Hípica Geral
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
A-) Instalações: Estrutura Hípica Geral
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
A-) Instalações: Estrutura Hípica Geral
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
B-) Casqueamento e Ferração
Casqueamento: correção de aprumos
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
B-) Casqueamento e Ferração
Casqueamento: correção de aprumos
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
B-) Casqueamento e Ferração
Cavalo não “nasce de ferraduras”
Ferradura deve ser trocada a cada 40 dias
Cavalo não sente dor ao se colocar ferraduras
Para cada função: 1 tipo de ferradura
Objetivo: evitar desgaste excessivo dos cascos/proteção
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
B-) Casqueamento e Ferração
2 formas: à frio ou à quente
À quente = possibilidade de moldar de acordo com necessidade
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
C-) Equipamentos: forma e função
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
C-) Equipamentos: forma e função
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
C-) Equipamentos: forma e função
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
D-) Vacinações e Vermifugações:
Tétano (Clostridium tetani)
Influenza – Gripe Equina (viral)
Herpes Vírus (causa aborto)
Garrotilho (Streptococcus equi) – inflamação trato respiratório
Raiva (morcego)
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2-) Manejo de Eqüinos:
D-) Vacinações e Vermifugações:
Aula 6. Equinocultura
2-) Manejo de Eqüinos:
D-) Vacinações e Vermifugações:
Vermifugações: ideal iniciar ao 60 dias de idade
Repetições a cada 2 - 3 meses
Trocar princípio ativo a cada 3 - 4 aplicações para evitar resistência
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2-) Manejo de Eqüinos:
E-) Castração:
Aula 6. Equinocultura
3-) Reprodução:
Machos: 3 anos
Éguas: 3 a 5 anos
Cio: duração média = 10 a 12 dias
Cobrir no começo = negativo
Possibilidade: várias coberturas durante cio
Ovulação: 24 a 48 hs antes do término do cio, fecundação 6 a 8 hs após óvulo ter sido liberado
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3-) Reprodução:
Espermatozóide: 48 hs vitalidade dentro da fêmea
Brasil – Estação de Monta: outubro, novembro, dezembro: meses de maior fecundidade
Pós-parto: cio do potro = 7° a 11° dia
Se parto foi normal, sem problemas, cio pode ser aproveitado
Gestação: 336 dias (11 meses)