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N.* 7 O R G Â O O F I C I A L D O
1 9 6;3 í 900
S U M A R I O
CAPA — Dia da cerimônia de encerramento dos IV Jogos Pan- Americanos.
O Presidente f a la ......................................................................................... 1Expediente .............................................................................................. 3Regulamento de admissão de novos sócios ...................................... 4Lista de novos sócios ............................................................ 5A mulher e o esporte....................... ...................................................... 6Esportes .............................................. '.................................................... 7Homenagem aos atletas que participaram dos IV Jogos Pan-Ame
ricanos ................................................................................................... 10O papel da juventude e do povo paulista .............................................. 11Um pouco da vida do lider esportivo .................................................. 15Os atletas do Paulistano nos IV Jogos Pan-Americanos ................ 18Sociais ........................................................................................................... 19P oesia ............................................................................................................. 21São Paulo e os Jogos Pan-Americanos .................................................. 21Orlando Pereira .......................................................................................... 22Divertimentos ........................................................ *................................ 23
soc.COMERCIAL e
CONSTRUTORA
'oO
Rua General Jardim, 4 8 2 - 5.o c ó.o andares - São Paulo
o CAP HOMENAGEA OS CHEFES DAS DELAGAÇÕES DOS PAÍSES PARTICIPANTES NOS IV JOGOS PANAMERICANOS
Na noite de 19 de abril, com a presença do Grovernador do Estado, Prefeito e demais autoridades, o Clube Atlético Paulistano ofereceu um jan tar aos chefes das delegações dos países participantes aos IV Jogos Panameri- canos.
Na ocasião, o Dr. Luiz Fernando do Amaral, Presidente do Clube, pronunciou o seguinte discurso:
“Sr. Gk)vernador do Estado, Dr. Ademar de Barros, Sr. Prefeito da Cidade Eng. Francisco Prestes Maia, demais autoridades civis, m ilitares e esportivas. Sr. Avery Brundage, Presidente do Comitê Olímpico Internacional, Sr. General José Clark, Presidente da Organização Desportiva Panamericana e demais membros dos Comitês Olímpicos internacionais e nacionais, Sr. Sylvío de Magalhães Padilha, Presidente da Comissão Organizadora dos IV Jogos Panamericanos.
Minhas senhoras e meus senhores.É com grande prazer que tomo a palavra,
em nome do Clube Atlético Paulistano, neste jantar, em que o elemento feminino empresta com sua graça e beleza maior brilho a esta festividade, qual seja de homenagear as delegações estrangeiras aos IV Jogos Panam ericanos.
Os primeiros Jogos, realizados em Buenos Aires, no ano de 1951, representam 29 anos de esforços e trabalho, pois desde 1922, nas sole- nidades das comemorações do Centenário da Independência do Brasil, sonhava-se na sua organização. Assim se apresentaram os latino- americanos nas Olimpíadas de 1924, em Paris, onde a América Central programava torneios regionais, mas somente em 1932, nas Olimpíadas realizadas em Los Angeles, é que ficou decidida sua estru tura básica. Infelizmente, vários fatõres, inclusive o acontecimento da segunda guerra mundial, obrigou a mais um adiamento. Afinal, em 1948 assentava-se sua realização em 1951 na cidade de Buenos Aires, o
que realmente aconteceu. Dai então suas realizações têm sido periódicas, de 4 em 4 anos, a exemplo das Olimpíadas. Em 1955 realizaram- se na Cidade do México e em 1959 em Chicago, sendo que nesta ocasião foi escolhida a cidade de São Paulo para sede dos IV Jogos.
É esta a singela, mais gloriosa história dos Jogos Panamericanos, cujas dificuldades só a engrandecem, razões suficientes para bem compreendermos a enorme responsabilidade que nos cabe em garantir as suas regulares realizações. Desta feita coube ao Brasil esta tarefa e sei de quanto trabalharam os seus responsáveis. Por isso estou convicto do seu pleno êxito e na certeza que tudo correrá bem. Os Jogos Panamericanos têm a mesma estru tura que os Jogos Olímpicos, a quem são filiados e têm a mesma finalidade, em bem servir o esporte. Devemos a nova era das Olimpíadas ao ex traordinário esfõrço do Barão Pierre de Couber- tin que, em 1894, numa conferência internacional realizada na Sorbonne, em Paris, presentes 9 nações, conseguiu sua instalação. Coubertin conhecia que o esporte desde as épocas mais remotas exerceu grande influência entre os povos e remontou à Grécia antiga, berço das primeiras Olimpíadas. Esta época gloriosa da humanidade teve início no ano 776 antes de Cristo, na cidade de Olímpia, com a 1 Olimpíada e daí em diante realizadas em intervalos de 4 em 4 anos.
No princípio havia uma única corrida, na extensão de um “stade” (medida grega de comprimento, que corresponde mais ou menos a 200 metros, cêrca de 606 pés). Com o correr dos tempos foram incluídas outras provas, saltos, dardos, disco, pentatlon, etc., etc., a té corridas de bigas, puxadas por 4 cavalos.
Os nobres competiam lado a lado com os plebeus, os reis tomavam parte nas provas e as disputavam palmo a palmo em lu ta empolgante pela conquista dos louros da vitória. Vitória que os tornavam heróis nacionais, cantados por poetas e escritores, músicos compunham hinos em sua honra, escultores os mais destacados imortalizavam em mármores sua fõrça, graça e beleza. Construíram-se arenas especiais, “Sta- dium“ nome das primeiras corridas — “Stade”, monumentos arquitetônicos testemunhas da grandeza olímpica. O puro amadorismo, única modalidade permitida, concorriam apenas homens, e sòmente os gregos. Com o passar dos anos, dos séculos, o amadorismo foi se desvirtuando e entrou em decadência, não sendo seus
P A U L I S T A N OPropriedade doCLUBE ATLÉTICO PAULISTANO
Redator Responsável:FLORENTINO BARBOSA E SILVA
Redação e Publicidade:PAULISTANO EDITORA LTDA.Rua Honduras, 1400 — Fone: 8-2105 — São Paulo
Impressora:TIPOGRAFIA EDANEE S. A.Rua São Paulo, 165-171 — Fone: 36-26-21
COLABORADORES:A. C. Rodrigues de Moraes Fernando Nabuco Gaspar SerpaHerman de Moraes Barros João Alvaro Botelho de Miranda Lanhoso de Lima Lida ResstomMário Severo de Albuquerque MaranhãoNassyr FerreiraNisa Saboya SallesPedro de M agalhães PadilhaThierry de Rezende
Fotografia: George Radô
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heróis mais cantados, vangloriados e enaltecidos como dantes, e assim no ano de 394 da nossa era, com a queda da independência grega à Roma vitoriosa se extinguiram os primeiros jogos olímpicos.
Tiveram uma duração de cêrca de 1.170 anos e sòmente 15 séculos depois que tiveram o seu nôvo ressurgimento e êstes inspirados naqueles, eram abertos sòmente ao puro amadorismo, mas a tôdas as nações e para atletas de ambos os sexos. Seriam também realizados de 4 em 4 anos e com tôdas ou quase tôdas as modalidades de esportes.
A 1* Olimpíada, em homenagem às antigas, foi realizada em Atenas em 1896, e aberta, como outrora, com tôda a pompa pelo Rei da Grécia, no Stadium especialmente erguido para êste fim e no mesmo local do antigo, que At- ticus Herodes m andara construir em 143 antes de Cristo.
Coubertin comandou o Comitê Olímpico até sua retirada em 1925, sucedendo-lhe o Conde Henry de Baillet Latur, da Bélgica, que serviu até sua morte em 1942. O Sr. J. Sigfried Edestroun, da Suécia, foi seu sucessor até 1952, quando assumiu a direção o Sr. Avery Brund- age, dos Estados Unidos, que se mantém neste pôsto até nossos dias, a quem temos a honra de contar entre nossos convidados.
O Comitê da Organização Esportiva Pan- Americana tem como seu presidente o Sr. General José Clark, que também nos honra com sua presença.
Os Jogos Panamericanos viram os seus primeiros limites, delineados apenas no campo esportivo, largam ente ultrapassado e tornaram-se na maior embaixada continental na confraternização dos povos, sem preconceitos de côr, raça ou religião. Caminhamos para a realização que preconizou Wendel Wilkie, o saudoso estadista americano no seu livro ''um mundo só”.
Os Jogos Panamericanos têm por isso um sentido, um valor e uma profundidade no con- cêrto das nações, merecedora de respeito e admiração. O seu emblema, com a tocha olímpica circundada por quatro palavras nos idiomas de que falam os países das três Américas. América — Espírito — Sport — Fraternité. — Representa o esporte — unindo as Américas em espírito e fraternidade.
Desde os tempos das primeiras Olimpíadas da Grécia imorredoura, seus filósofos, seus mais destacados homens de letras, formulavam que o corpo humano tem sua glória igual à sua inteligência, e ao seu espírito, e disciplinadas numa única harmonia é que os homens honram melhor a Deus.
Êste conceito continua vivo até hoje e ainda com maior expressão. Honrar a Deus é procurar aproximar-se da intangível Perfeição. E stá no nosso emblema e no sentido das nossas competições, pois a luta é entre homens ou equipes, nunca entre nações, a procura do melhor resultado, o "record”.
Os Jogos Panamericanos têm uma penetração rápida e fecunda, sua influência em política — cultural é marcada, não exagero, no desenvolvimento e na formação do caráter da juventude. A psicologia da adolescência é de hoje, suas observações datam do fim do século passado e seus estudos são recentíssimos. Nos ensinam que ao saltar da infância para alcançar a m aturidade temos que fatalm ente passar
pela adolescência e é neste período que se processa o desenvolvimento crítico da sexualidade, fenômeno puramente biológico. Nos dizem os estudiosos e especialistas que qualquer descuido durante êsse processo acarretará prejuízos que jamais poderão ser remediados e que o remédio, que refreando-o, o orienta e controla para a boa formação do indivíduo está no esporte.
Somos, portanto, responsáveis em preservar todo êste patrimônio extraordinário e não devemos permitir, por fôrça alguma, que sua finalidade seja desvirtuada e temos certeza de que êstes Jogos estão trilhando o caminho certo, caminho que ajudará o mundo a conquistar a paz entre os povos, paz de que tanto necessita a humanidade.
Os sócios do Clube Atlético Paulistano sentem que é êste o pensamento de todos vós e é por meu intermédio que vos dão seu apoio incondicional e com tôdas as fôrças de que somos capazes.
Ao Sr. Dr. Ademar de Barros, Governador de São Paulo, a quem deve-se seu apoio aos IV Jogos, num momento em que êstes quase periclitavam, ao Sr. Prefeito Municipal Eng. Francisco Prestes Maia que desde o inicio deu seu prestigio e valioso auxilio, e demais autoridades civis, militares e esportivas presentes, quero agradecer o vosso comparecimento que abrilhantou essa nossa festividade e aos senhores Delegados das nações amigas participantes dos IV Jogos Panamericanos aqui presentes, queiram receber as nossas homenagens e as nossas mais efusivas saudações”.
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c. A. P A U L I S T A N OE X P E D I E N T E
VISITANTES — Os convidados dos sócios poderão visitar as dependências do Clube de segunda a sexta-feira. Aos sábados, domingos e feriados sòmente até às 16 horas, mediante pagamento da taxa de ingresso.
CARTEIRA SOCIAL —• Sòmente poderão ingressar na sede os sócios que exibirem, na portaria, as suas carteiras sociais, com os seus recibos atualizados. Pede a Diretoria escusas em ver-se obrigada a estabelecer tal restrição que é provocada pelo exagerado número de pessoas estranhas ao quadro social, que se tem aproveitado da situação, causando danos e provocando atritos desagradáveis.
REVISTA — A direção da Revista solicita que os sócios informem os seus novos endereços, no caso de mudança. Agradece, também, as reclamações de não recebimento, para que sejam regularizadas as remessas.
COLABORAÇÕES — Aos associados solicitam os a sua efetiva colaboração para a Revista, que poderá ser traduzida em sugestões e envio de trabalhos literários e artísticos.
BIBLIOTECA — O Paulistano aceita qualquer contribuição em livros, gravuras, etc., para aumentar o acêrvo de sua biblioteca.
MUSEU — Está em organização o Museu do Paulistano. Aquêles que possuírem algo que recorde o passado do Clube e queiram doar para figurar no Museu poderão encaminhá-los à Diretoria, que desde já agradece.
APRENDIZAGEM DE N A T A Ç A O PARA CRIANÇAS — Reiniciar-se-á em 1 de setembro, com a reabertura da piscina. Aulas ministradas por professora especializada.
RESTAURANTE — Horário das 20 às 23 horas. Fechado às segundas-feiras. O Clube está aparelhado para atender aos senhores associados no que diz respeito à venda de refeições acon- dicionadas em embalagens especiais, que conservam os alim entos quentes por mais de uma hora, a exemplo do que já se vem fazendo em vários restaurantes desta Capital.
BOITE — Aos sábados, das 21 às 3 horas, apresentando um “show” com artistas renoma- dos e a orquestra de W alter Guilherme.
Sua reabertura será a de setembro, após sua remodelação.
HORÁRIO DO CLUBE — O Clube está aberto diàriamente das 7 às 24 horas. A sede social, em seus andares superiores, e o salão de bilhar, fecham às segundas-feiras.
BAILB DE DEBUTANTES — Fixado para o mês de setembro, o baile de nossas debutantes êste ano contará com a colaboração e apresentação da cronista social Alik Kostakis.
BAILE JUNINO — Como em todos os anos, realizou-se no dia 28 de junho a nossa tradicional festa “caipira”.
As nossas dependências foram transformadas em uma típica cidadezinha do interior, com barracas, coretos, tablados para danças, iluminação multicor, fogos de artificio, nem mesmo faltando o célebre “pau-de-sêbo”.
FUNCIONMENTO DA PISCINA — Reabrirá a 1<? de setembro. Horário das 8 às 18 horas. Fechada às segundas-feiras.
CURSO DE IOGA — Às segundas e sextas- feiras, das 15 até às 18 horas e às terças e quintas-feiras, das 15 às 17 horas, aulas para senhoras, com a duração de uma hora. As segundas e sextas-feiras, das 18 às 19 horas, turma mista. Das 19 às 20 horas, turma para homens. A tualm ente com as classes lotadas.
HORÁRIO DE GINÁSTICA — Aulas para senhoras, às segundas, quartas e sextas-feiras, das8.30 às 9,00 e das 17 às 17,30. Aulas para homens, às segundas, quartas e sextas-feiras das18.30 às 19,00 horas. Aulas para crianças, às segundas, quartas e sextas-feiras nos seguintes horários: Para crianças de 4 a 7 anos: das 9,00 às 9,30 horas; para crianças de 8 a 11 anos: das17.30 às 18,00 horas; para crianças de 11 a 14 anos: das 18,00 às 18,30 horas.
JUDÔ — Ás quartas-feiras, das 17 às 19 horas. Ás quintas-feiras, das 18 às 19 horas e aos sábados das 8 às 11 horas. Para crianças de 7 a 14 anos.
CORAL — Inscrições abertas na Secretaria. Ensaios às segundas e quintas-feiras, às 20,15 horas, pelo maestro Diogo Pacheco. A apresentação teve lugar no dia 19 de junho, às 21 horas, em nossos salões de festas.
TEATRO — Em fase de reorganização e com inscrições abertas na Secretaria.
CURSOS DA IPRINCO — Foram realizados os cursos de arte culinária, relações humanas e corte e costura.
CURSO DE PSICOLOGIA DE RELAÇÕES HUMANAS — As palestras foram proferidas: Psicologia do adolescente, pelo Prof. Dr. José Ignacio Benevides de Rezende; Relações Humanas, pelo Prof. Dr. Werther Krause; Relações Públicas, pelo Prof. Dr. Amaury Moraes de Maria.
JARDIM DA INFÂNCIA — Estão abertas, no prédio do Jardim de Infância, inscrições para o sorteio às vagas das classes de primeiros graus de 1964. Os inscritos deverão ter nascido entre l9 de agôsto de 1959 e 30 de abril de 1960.
Regulamento de admissão de novos sócios
EXTRATO DO ESTATUTO SOCIAL
Art. 5.° — O título “A”, mediante o qualse formaliza o ingresso de sócios ao Clube, énominativo e pode ser adquirido à vista ou a prazo, obrigando o adquirente neste caso, ao pagamento pontual e improrrogável das respectivas prestações sob pena de perda das importâncias pagas e sum ária eliminação do quadro social.
Art. 6.° — A posse de um ou mais titulosnão confere ao portador a qualidade de sócio,a qual é obtida pela forma estatutária.
Art. 8.° — O titulo pertencente a sócio pode ser adquirido mediante acôrdo entre as partes, sendo obrigatório o registro em livro próprio na Secretaria do Clube, e pagamento da taxa de transferência.
Art. 10.° — O titulo do sócio em débito para com o Clube não poderá ser negociado nem transferido sem prévia liquidação da divida.
Art. 14.° — A transferência de titulo pertencente a sócio é aceita mediante pagamento da respectiva taxa, anualmente estabelecida pela Diretoria “ad referendum" do Conselho Deliberativo.
Art. 28.° — Entende-se por familia de sócios: a) Quando casado ou viúvo; sua espôsa,filhos menores de 12 anos e filhas solteiras;b) Quando solteiros; sua mãe, irmãos menores de 12 anos e irmãs solteiras. § único — Os filhos ou irmãos de sócios, maiores de 12 anos, estão sujeitos a pagamento de contribuições.
Art. 29.° — O filho de sócio ao atingir 18 anos será transferido para a classe titular, mediante um titulo “A” ou para a classe Extra- numerário, onde aguardará vaga, mediante posse de um titulo “B” ou “C’’.
Art. 30.° — O filho de sócio ao completar 18 anos obrigatòriamente deverá possuir um titulo do Clube, se desejar permanecer no quadro social. § único — Será excluído do quadro social o que não preencher êste requisito.
Art. 34.° — A admissão de sócios é condicionada à posse de um titulo, devidamente registrado em seu nome na Secretaria do Clube e à aceitação de sua proposta para sócio, devendo o candidato:
a) Ser proposto por dois sócios maiores de 21 anos em pleno gôzo de seus direitos estatutários;
b) Anexar à proposta as fotografias necessárias;
c) Anexar autorização do pai ou responsável se o candidato fôr menor de 21 anos;
d) Apresentar documentos de identidade.
Art. 35.° — A proposta em aprêço deverá ser afixada no quadro de avisos da sede pelo espaço de 10 dias e, após averiguada pela Comissão de Sindicância, está sujeita à decisão da Diretoria.
§ único — A proposta, uma vez rejeitada, somente poderá ser renovada depois de decorrido um ano.
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" E D A N E E "
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L I S T Á D O S N O V O S S Ó C I O SJANEIRO — Classe Família: Humberto
Delboni Filho, Lelio Augusto Multado, Alfredo da Silva Guimarães, Hector Paul Steff, Manoel Leal de Oliveira Mendes, José Pereira da Cruz, Eulálio Vidigal Pontes, Mario Prado Browne, Félix de Camargo Ferreira, José Roberto Haj- nal, Victor Spina, Sérgio Pereira de Queiroz Cotrim, Edgard Ferreira de Barros Junior, Jan Olof Samuelsson, Edward Charles Adler Junior, Homero Diniz Gonçalves, Marseau Franco, Ariel Gaiolli, José Roberto Labate, Jorge Uchôa Ral
ston, Maria Rosa Abreu do Rego Freitas, Oscar Luiz Bianchi, Mario Amato, Decio Lobo de Moraes, Ney Luiz Ferreira. Classe Individual: Vito De Russi Ardito e Cláudio Russi Ardito. Classe Juvenil: Francisco Alves Linhares, M areei Alain Marie Steff, José Alfredo Otero Vidigal Pontes, José Otávio Otero Vidigal Pontes, José Eduardo Otero Vidigal Pontes, Vitor F ernando Spina, Persio Spina, Victor Luiz Diniz Gonçalves, Samuel Nogueira Azevedo, José Adalberto Nogueira Azevedo, Eduardo R. Ralston e Rogério Pinto Coelho Amato. Classe Esportista: Gian Paolo Rastelli, Marco Giulio Rastelli, Mario Franco do Amaral Junior, José Sergio Corradi, Ivo Zoppetti, A ttila Lajos Sár- kozy, Cláudio Fisler e Darcio Scarpelli.
FEVEREIRO — Classe Família: William Kelly Joyce, Mario Eduardo Dezonne Pacheco Fernandes, João Maria Monteiro, Omar Lopes e Oswaldo Barros. Classe Individual: Henrique Queiroz Lacerda. Classe Juvenil: Orlando
Barbosa Salles, João Antonio Marcondes Monteiro e Paulo Augusto Marcondes Monteiro.
MARÇO — Classe Família: Luiz de F reitas Bueno, Hélio Gianotti, Duilio Francisco João Baldassarri, José Cucé Musumecci, José Saldanha Faria, Renato Junqueira de Andrade, He- raldo Civatti Novaes, Antonio José d'Almeida Cabral, Ubirajara Ribeiro Campos, Romeu Loureiro Ferreira Leite, Anibal Haddad, Nicolau Srur, Anadyr Pinto Adorno, Joaquim Machado, Renato Spinola Santos, Francisco Adolpho Rosa, Anacleto Roberto Barbosa, Cario Chiti, Ju- lieta Romi, Raul de Moraes Natividade. Classe Juvenil: Fernando Carlos Gravina Baldassari, José Roberto Goldi Faria, Sérgio Goldi Faria e João Prado Ribeiro Campos. Classe Esportis- fa : Araldo Ayres Monteiro Junior, Henrique Filellini, Antônio Eduardo da Cunha Canto, Amélia Ohata e Lucilia Rudinger Turri.
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Eram as olimpíadas clássicas competições de caráter exclusivamente masculino, nelas não podendo participar as mulheres, nem mesmo como simples espectadoras.
Havia, entretanto, uma exceção a favor da sacerdotisa Elea, de Demeter, com direito a lugar de honra entre os juizes. As velhas crônicas olímpicas registram uma transgressão, que ocorreu com Callipathira, filha, espôsa e mãe de destacados atletas, que certa vez entrou no recinto proibido, disfarçada como instrutor de seu filho Pisidoro, e vendo-o ganhar, não se conteve e correu para abraçá-lo, caindo-lhe o manto e revelando o embuste. Devia, como castigo, ser precipitada de um rochedo do monte Typeu, mas o povo entusiasmado, clamou pelo seu perdão, que foi concedido.
Considerando-se que as provas olímpicas eram disputadas em completa nudez pelos concorrentes, poderá parecer uma questão de pudor a exclusão das mulheres mesmo como espectadoras. Mas essa razão não procede, pois o nu era comum na Helade. A própria esta- tuária grega constitui prova veemente de que os gregos de antanho cultuavam a beleza física em tôda sua nudez, pintando e esculpindo os mais íntimos pormenores da anatomia humana.
A razão era outra: as mulheres não chegavam às olimpíadas simplesmente porque os homens as consideravam criaturas inferiores, indignas de presenciar um espetáculo dirigido aos deuses e aos quais êles procuravam igualar-se nas lutas olímpicas.
A exclusão das mulheres nas olimpíadas manteve-se por muitos séculos. A primeira referência à participação das mulheres nas olimpíadas é feita por Pausânias, ao mencionar a irmã do rei da Lacfedemônia como vencedora da corrida de carros, não esclarecendo, no en
tanto, se ela concorreu, podendo-se admitir que tenha sido o carro vencedor inscrito em seu nome.
Mantida aquela tradição nos jogos olímpicos, aos próprios gregos deve a mulher a oportunidade de neles participar, quando, nos jogos pan-helênicos celebrados em Atenas, em 1906, os seus organizadores, procurando dar o máximo realce à festa esportiva internacional, lembraram-se de convidar ginastas dinamarqueses para uma demonstração que teve extraordinário êxito. Não houve, de fato, competição feminina, mas o espetáculo foi tão impressionante que deve ter contribuído para amainar a relutância daqueles que se opunham a que o belo sexo pisasse campos e pistas olímpicos.
Assim, dois anos após, nas olimpíadas de Londres, em 1908, já figuravam as prim eiras competições femininas em disputas de tênis, patinação e tiro com arco e flexa, que despertaram grande interêsse. 0 exemplo estava dado^ e nas olimpíadas seguintes de Estocolmo, em 1912, Antuérpia, em 1920, e Paris em 1924^ foram acrescidas mais as competições femininas de natação e esgrima.
Nas olimpíadas de Amsterdã, em 1928, é que o atletismo feminino foi incluído, em provas de corridas rasas de 100, 400 e 800 metros; revezamento 4x100, salto de altura e a rremesso do disco, sendo programada, também, a ginástica feminina por turmas, disputando cinco nações o torneio dessa especialidade, além das outras provas, inclusive a patinação em que se revelava a notável norueguesa Sônia Henge.
A mulher estava, pois, integrada como competidora no ambiente olímpico, no qual cada vez mais se afirma, exibindo aprimorada técnica e o esplendor de sua graça, como ainda recentemente aconteceu nos IV Jogos Pan-Americanos realizados em São Paulo.
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E S P O R T E S
Nas diversas competições realizadas no mês de dezembro último, continuaram os atletas do CAP a conquistar vitórias magníficas, bem como resultados convincentes.
sentando, com grande brilho, diversos números de ginástica especializada, gentileza essa que o CAP muito agradece.
ATLETISMO
Na tradicional competição “FITA AZUL”, promovida pela Associação Desportiva Floresta, realizada em 9 de dezembro, os nossos atletas conquistaram ótimas colocações, dentre as quais dois primeiros lugares nas provas de 100 metros rasos infanto-juvenil e arremesso do disco, conseguidos por ALESSANDRO ANZALONE e JOÃO M ATI AS AFONSO, respectivamente, merecendo, por isso, as felicitações do Clube.
ESGRIMA
No Torneio Estadual de Sabre, patrocinado pela Federação Paulista de Esgrima, realizado a 18 de dezembro, os nossos valorosos esgrimistas ESTEVAM MOLNAR, LEONARDO FAMA, MARCEL VOSTERS, ISTVAM TOMAS MAGY e ANDRÉ RANSCHTUR conquistaram o título de CAMPEÕES ESTADUAIS DE SABRE POR GRUPOS.
Além dêsse brilhante feito, sagrou-se o CAP Vice-Campeão nas demais armas.
Pela magnífica vitória, o Clube cumprimenta efusivamente aqueles esgrimistas, bem como o Instru tor e Mestre de Armas DR. RODOLFO VALENZUELA e dedicado D iretor H EN RIQUE DE AGUIAR VALLIM.
GINÁSTICA
A 14 de dezembro, encerrando a tem porada de 1962, o Departamento de Ginástica promoveu interessantíssima demonstração do aproveitamento dos seus praticantes, quer da turm a feminina como da turm a masculina, de tôdas as idades, premiando os mais assíduos e os mais perfeitos ginastas.
Gentilmente, a representação do E. C. P inheiros tomou parte nessa demonstração, apre
NATAÇÃO
Os valorosos nadadores, tanto da turm a feminina como da turm a masculina, conquistaram mais uma brilhante vitória ao participarem das disputas da “TAÇA NATAÇÃO” e do “TROFÉU SANTO ESTÊVAM”, sendo que esta última, realizada a 2 de dezembro, ficou de posse definitiva do Clube face as três vitórias consecutivas em 1960-1961, 1961-1962 e 1962- 1963.
AMELIA OHATA, ISABEL CERELLO, LEONOR CARVALHO, MYRIAM WORC, SU- ZANA CORRÊA e VERA GUIMARÃES, AN- TONIO CELSO GUIMARÃES, ATHOS PROCO- PIO DE OLIVEIRA, FARID ZABLITH FILHO, FERNANDO NABUCO DE ABREU FILHO, FERNANDO SANDOVAL, JOÃO RADVANY, MINOL OHATA, PETER SZMUK e ROBERTO OSNY SILVA PINTO, foram os integrantes que tão valorosamente conquistaram essas vitórias.
VOLEIBOL
A Secção de Voleibol Feminino mais uma vez conquistou magnífico triunfo, quando a 2 de dezembro, ao vencer também a 2 partida de uma série de melhor de três, a sua TURMA JUVENIL sagrou-se pelo 6.° ano consecutivo CAMPEÃ JUVENIL do Campeonato da Cidade, conquistando, assim, o título de HEXA- CAMPEÃ.
GILDA SOARES CAMARGO, JUDITH MARIA VON DOBAY, LILIAN SIMON CURY, MARGARIDA G. BARREIRA CRAVO, MARIA REGINA COUTINHO, SÍLVIA HELENA CA- RUANA, TANIA LOLO FAGUNDES, VERA REGINA MARTINS CARVALHO, ANA MARIA JUNQUEIRA e MARILENA MORAES, foram as dedicadas e valorosas integrantes dessa tu rm a que em prestaram eficiente colaboração durante todo o campeonato, para culminar
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com tão brilhante conquista, recebendo, por isso, as faixas alusivas a essa vitória.
Merecem as felicitações e o agradecimento do Clube por tão brilhante feito, que são extensivas ao técnico Celso e à Diretora e à Supervisora, Imaculada Machado e D. Lídia Almeida.
A TURMA PRINCIPAL MASCULINA que, em novembro, já conquistara o título de PEN- TACAMPEÃ DA CIDADE, deu outro magnífico titulo ao CAP, quando, a 27 de dezembro, sagrou-se CAMPEÃ INVICTA DO CAMPEONATO DE VOLEIBOL DO ESTADO DE SÃO PAULO.
ALVARO CAIRA, EUGENIO SILDER- BERG, FRANCISCO SAVERIO ORLANDI, JAIRO FARIA DE ARAÚJO, JOSÉ ROBERTO ROSA JUNQUEIRA, JOSÉ VITAL P. FRAN- CESCHI, LUCIANO THEOBALDO BACALÁ, LUIZ ROBERTO LIMA DE MORAES, NEW- TON LUIS SANT’ANNA CONRADO, OSWAL- DO MOREIRA LIMA, PAULO A. CARNEIRO VIANA, ROBERTO MOREIRA LIMA e SÉRGIO ANTONIO NETTO são os valorosos vo-
leibolistas que, vindo já da conquista do titulo de PENTACAMPEÕES da Cidade, conseguiram mais êsse triunfo tão m arcante e sem uma derro ta sequer.
Com o seu técnico Durval Silva e o seu Diretor José D. Ruiz Filho, merecem o agradecimento e cumprimentos calorosos de tôda a Família Paulistana.
Publicamos a fotografia dêsses Campeões, ostentando as faixas alusivas aos dois triunfos»
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Em 16 de dezembro, como nos anos anteriores, realizou-se o almôço de encerramento das atividades esportivas, durante o qual o Sr. Presidente congratulou-se com todos os atletas, técnicos e diretores pelos resultados obtidos durante o ano, tendo, em seguida, sido feita a entrega das medalhas, troféus e prêmios aos integrantes das diversas secções, ofertados pelo Clube em agradecimento pelo muito que fizeram na defesa das côres alvi-rubras.
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Homenagem aos atletas que participaram dos
IV J O G O S P A N A M E R I C A N O S
No dia 29 de junho foi realizado um coquetel em homenagem aos atletas do CAP que participaram dos IV Jogos Panamericanos. Aquêles que durante os jogos se classificaram até o terceiro lugar, receberam um troféu, agora instituído, de “Honra ao M érito” e os demais participantes receberam uma lembrança comemorativa.
São os seguintes os atletas homenageados:
Karin von Lasperg — Campeã Marlene Djinishian — Idem Joana Mary R. Carvalho — Idem Tania L. Fagundes — Idem Luiz Roberto L. Moraes — Idem Alexandre Mello F.° — 2.° lugar Leonardo Fam a — Participante E ttiene Moinar — Idem Marco Antonio Lafranchi — Idem Edwardo Lamberg — Idem Athos Procopio Oliveira — 3.° lugar Antonio Celso Guimarães — Idem Farid Zablith F.° — Participante Isabel Cerello — IdemCarlos Fernandes — 1.° lugar em dupla, 2.°
lugar em simples W alter Gaetener Almeida — 3.® lugar Jessemon Delane Siqueira — Participante Maria José Vieira Lima — Participante
Após a entrega dêsses prêmios foi homenageado o Major Sylvio de Magalhães Padilha, o grande realizador e responsável pelo êxito dos IV Jogos Pan-Americanos.
Na ocasião o Dr. Herman Moraes Barros pronunciou o seguinte discurso:
“Meu caro Padilha:
O nosso Presidente pediu-me que o saudasse em nome da Diretoria e dos nossos associados, nesta festa intima em que são premiados os atletas do Clube, participantes dos IV Jogos Panamericanos.
Não poderíamos escolher melhor oportunidade, pois você foi sem dúvida o maior de todos os atletas da representação brasileira naquele certame.
Em boa hora coube-lhe a presidência da Comissão Organizadora.
Com tempo escasso, desamparado de auxílios, você convocou uma equipe valorosa, e em
meio à descrença geral, passou a trabalhar in- cansàvelmente. Poucos dias antes da abertura dos Jogos, ainda parecia à maioria, que tudo estava por fazer^ caminhando-se para um grande fiasco.
Foi por isso que o espetáculo inesquecível da cerimônia da abertura dos Jogos se constituiu em gratíssima surpresa e, assim, de sur- prêsa em surprêsa, se foi verificando que tudo havia previsto, organizado e diligenciado, a tempo e hora, realizando-se as múltiplas e variadas competições, com regularidade m atem ática, sob a direção de um verdadeiro exército de abnegados técnicos e especialistas.
Desde a recepção e a hospedagem das Delegações, abastecimento, transporte, assistência às mesmas até aos mais mínimos detalhes de técnica esportiva, tudo funcionou com perfeição.
A Vila Olímpica se constituiu em verdadeiro triunfo nacional. A par da beleza do conjunto, havia ali um ambiente cheio de ordem e limpeza e seus ocupantes se m ostraram cheios de felicidade. As Delegações estrangeiras não esconderam sua satisfação, elogiando-a seguidamente.
Os Jogos se desenrolaram nesse mesmo ambiente de ordem, crescendo em entusiasmo à medida em que se desenvolviam.
O grande público esportivo, de São Paulo, premiou fartam ente, com emoção e entusiasmo, todo êste esfõrço hercúleo e desinteressado. Compareceu cada vez mais compactamente aos jogos, manifestou largamente seu entusiasmo, libertou-se de seu natural retraído e frio, e veio para as praças de esporte, ruidosamente, aplaudir os atletas e as equipes, assim como consagrar a grande, a maior das vitórias, que foi a da organização dos IV Jogos Panam ericanos.
Não pretendemos, portanto, apontá-lo, e aos seus companheiros, à admiração de nossos consócios, pois que todo São Paulo já os consagrou como homens de alta capacidade, de inexcedivel espírito público, servidores desinteressados da coletividade.
O que desejamos, meu caro Padilha, nesta festa intima é manifestar-lhe nossa admiração, entregando-lhe esta modesta lembrança, penhor de nossa amizade e afirmar, mais uma vez, que o Clube Atlético Paulistano se orgulha de tê-lo como associado”.
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Troféu oferecido ao Major Sylvio de Magalhães Padilha por ocasião da homenagem que lhe foi prestado pelo Clube Atlético Paulistano.
O papel da Juventude e do Povo Paulista
No conjunto de providências tomadas para a realização dos IV Jogos Panamericanos acreditamos que uma teve papel relevante: foi a decisão de se interessar a juventude paulista nos Jogos, o que se deu com a criação de carnes especiais de ingressos. Êsse acontecimento ainda não pode ser suficientemente apreciado agora. O futuro, porém, nos dirá do alcance da medida. Se para o momento ela repercutiu de forma indelével, atraindo a mocidade para os campos das manifestações esportivas, para os ginásios e para as pistas, para as piscinas e outros logradouros dos Jogos, não se pode esquecer o quanto representou para a família dêsses jovens o seu entusiasmo.
Aos poucos a cidade conheceu, reconheceu e vibrou com os IV Jogos Panamericanos. E neste particular há um capítulo digno de ser anotado, e que foi o da hospitalidade proporcionada pela gente de São Paulo aos atletas, aos turistas, a todos quantos para aqui foram atraídos.
ESPETÁCULO EM RITMO DE SUCESSO
Não se pode fixar, de modo especial, nenhum ponto particular dos IV Jogos Panam ericanos. Tudo alcançou medidas excepcionais e isso foi reconhecido pelos que nos visitaram, pelos que competiram, pelos que assistiram tèc- nicamente aos seus atletas, enfim por todos
quantos tiveram uma oportunidade de se aproximar dos Jogos.
As competições dos diferentes esportes, à medida que se realizavam, iam ganhando grandeza, contornos de vibração e atraindo cada vez maior público. Concorreu, em parte, para êsse crescendo de entusiasmo o fato de que as representações brasileiras, consideradas fracas tècnicamente, iam aos poucos se firmando, ganhando serenidade e por vêzes ultrapassando os mais otimistas prognósticos.
Isso tem significação quando se lembra que em alguns esportes, como a natação, por exemplo, os recordes caiam um atrás do outro, numa demonstração de aprimoramento geral do participante das Américas. E os atletas brasileiros, cada qual em sua modalidade, acompanharam êsse diapasão, como a querer declara r que a experiência da promoção no plano dos organizadores não era exclusiva.
Há pouco mais de um mês do encerram ento dos IV Jogos Panamericanos ainda é cedo para se poder avaliar o seu inteiro significado para o povo brasileiro. Toda a sua grandiosidade, como manifestação popular esportiva assumiu um sentido que teria que ser apreciado por diversos ângulos, todos os quais nos levariam à afirmação de que somente uma nação em estágio de franco amadurecimento poderia realizá-lo de modo quase perfeito. Se bem que planejados em tempo hábil, mas estruturados
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às pressas, numa demonstração típica do espirito acomodado de nossa gente, não se pode negar que o seu esplêndido sucesso, em todos os aspectos, só seria possível à custa de paciente acumulação de experiências através de algumas gerações de homens dedicados às causas públicas no campo do esporte, de uma elite que vem sendo plasmada paulatinam ente no clube, na escola, na fábrica e no escritório, nos serviços públicos especializados.
Apesar de serem bem conhecidas as dificuldades que de início assoberbaram os responsáveis pelos IV Jogos Panamericanos, não será demais lem brar algumas passagens do verdadeiro drama que viveu o povo paulista, que era, afinal, quem estava totalm ente comprometido perante a opinião internacional.
A conquista do direito de São Paulo promover os IV Jogos Panamericanos foi uma história emocionante de audácia, urdida à última hora. Em decorrência de autorização do então Prefeito de São Paulo, Sr. Ademar de Barros,
o nosso representante junto à ODEPA, Major Sylvio de Magalhães Padilha, propugnou para que esta Capital fôsse a sede, em 1963, dos referidos Jogos. O Brasil não tinha, na verdade, condições para pleitear a realização dos Jogos. Contudo, tendo recebido a incumbência, em 1959, na cidade de Chicago, o referido representante brasileiro defendeu êsse direito sem sequer dispor de um documento que pudesse convencer aos demais dirigentes daquele organismo panamericano. E é de se destacar, ademais, que outras cidades pleiteavam o mesmo direito com delegações munidas de dados de tôda a sorte, tais como documentação estatística, fotografias, técnica, etc. A própria cidade de Winnipeg, no Canadá, que êste ano alcançou o privilégio de realizá-lo, apresentava-se em Chicago como forte concorrente. Mas tudo foi de roldão e os Jogos Panamericanos foram realizados em São Paulo, com uma votação expressiva, pró São Paulo, de 23 votos contra apenas 2.
O Major Padilha cumprimenta o a t le ta Amaury Passos, vice-campeão pan-americano.
FALAM OS NÚMEROS
Vinte e três nações se fizeram representar nos IV Jogos Panamericanos. P erto de três mil atletas, em números exatos, 2.973 participaram das competições, foram alojados, alimentados e transportados duran te os 25 dias, que datou da chegada do primeiro, ao embarque do último. Êsse número refere-se apenas a competidores, estando excluídas as pessoas que faziam parte das delegações, como sejam : dirigentes, juizes, jornalistas, técnicos, encarregados de turm as e assistentes. Com êste teremos perto de 3.500 hóspedes.
Foram servidas durante êsse período 111.337 refeições, lavadas 14.300 peças de roupa, transportados, para todos os campos esportivos, festividades e recepções,108.000 pessoas, sem contar jornalistas, chefes de delegações, juizes e auxiliares, o que, englobadamente, daria um transporte diário para seis mil almas.
Para m anter a máquina do Panam ericano, entre juizes, dirigentes, intérpretes, serviço médico, serviço de imprensa, te souraria, congressos e serviços auxiliares, foram mobilizadas 4.230 pessoa, a saber: Vila Panamericana, 750 juizes; motoristas e auxiliares de transporte, 235; arrecadação e fiscalização, 303; auxiliares de campo (cavalariços, transportadores de material, barqueiros, etc.), 1.625; limpeza, 492; serviço médico, 60; serviço de imprensa, 120; intérpretes e guias, 140 e guardas, 176.
Tivemos em disputa trin ta e uma competições (masculinas e femininas), num total de 630 provas realizadas (preliminares, semifinais e finais); o serviço médico atendeu 2.936 casos vários; o serviço de imprensa distribuiu 112 boletins, com 630 resultados, a 910 jornalistas (estrangeiros, 133; locais, 440; agências noticiosas, 114; Guanabara, 62; outros Estados, Interior e agências telegráficas, 161).
Foram concedidos diàriamente 2.000 ingressos (auxiliares de serviço, autori-
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dades, juizes, delegados, etc.) gratuitam ente, propiciando-se a estudantes secundários, universitários, num total aproximado de 50 mil. A renda bruta das bilheterias acusou o resultado de Cr$ 63.451.860,00 (sessenta e três milhões, quatrocentos e cinqüenta e um mil, oitocentos e sessenta cruzeiros). Numa estim ativa entre a capacidade de cada local de competição, renda, ingressos gratuitos, credenciais e auxiliares, competições sem pagamento de entrada, cal- cula-se em 100.000 o número de assistentes diários das competições, o que perfaz a soma de1.500.000 espectadores (um têrço da população, se não se repetissem).
O QUE O PAN CUSTOU
O preço do Panamericano, rigorosamente, deveria ser três ou quatro vêzes superior ao que foi dispendido com as verbas concedidas pelo Estado e Municipio, bem como pelas a rrecadações de bilheterias e várias. A colaboração dada pelos clubes da Capital, cedendo suas instalações, reformando-as e adaptando-as, portanto, para os fins a que se destinavam, sem nenhum ônus para a organização, o Estado ou Municipio. Assim é que, graças a essa cooperação, economizamos, no minimo, importância superior a meio bilhão de cruzeiros. Há ainda a computar-se em despesas não es
crituradas os serviços não remunerados e prestados por milhares de pessoas, isso sem se falar na Vila Panamericana, que, embora não te nha sido edificada unicamente para êsse fim, teve aumentados seus gastos com o apressa- mento das obras e construção de várias instalações de emergência.
Assim, apenas com as despesas rotineiras, dispendeu, o Pan, das seguintes verbas:
Cr$Estado (transporte, alimentação,
obras várias) ...................... . . . 130.000.000,00Municipio ........................................ 40.000.000,00Renda de bilheterias ................ 63.451.860,00Arrecadações várias .................... 19.195.195,20
252.647.055,20
Embora ainda não estejam concluidos todos os balancetes e ainda estejam para ser pagas várias despesas, entre as quais com as F ederações Internacionais, ODEPA e Comitê Olimpico, essa importância foi tôda consumida em pagamentos de transportes, alimentação, pessoal, obras, publicidade, organização, m aterial esportivo, hospedagem (juizes, visitantes, chefes de delegações, etc.), devendo restar um saldo diminuto, que posteriormente será publicado com o balanço definitivo.
Membros da Comissão dos IV Jogos Pan-Americanos em palestra. Da esquerda para a direita: Ubirajara Martins de Souza, Pedro de Magalhães Padilha, General Antonio Pires
de Castro e Coronel Ramiro Tavares Gonçalves.
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UM POUCO DA VIDA DO LÍDER ESPORTIVOque foi o g ra n d e re sp o n sá v e lpelo sucesso dosIV logos Panamericanos de 1963
Ninguém ignora que coube ao Major Sylvio de Magalhães Padilha a responsabilidade pelo sucesso dos IV Jogos Panamericanos, que tanto dignificaram a cidade de São Paulo, revelando-a em sua grandeza e possibilidade aos povos das Américas. Pode-se mesmo dizer que foram os IV Jogos Panamericanos o coroamento de uma carreira dedicada aos esportes dêsse gigante da organização esportiva, que percorreu tôdas as gamas da experiência nesse setor de atividade. Como praticante de vários esportes, mas especialmente do atletismo, o então cadete Sylvio de Magalhães Padilha plasmou cuidadosamente a sua personalidade de líder que hoje se reconhece.
Revelando-se inicialmente em provas de velocidade nos clubes do Rio de Janeiro, transferiu-se para agremiações paulistas e aqui começou a notar a necessidade de uma reunião de esforços dos dois grandes centros esportivos em favor de um rápido desenvolvimento de nossos esportes. Nessa época, em que nossas entidades federativas, principalmente as responsáveis pelos esportes amadores, eram pouco diferenciadas, confundindo-se o praticante com o dirigente, pois poucos eram os que se dedicavam de corpo e alma aos misteres necessários, Padilha desempenhava o seu duplo papel de a tle ta e de dirigente. Lá pelos idos tempos de 1933, com um grupo de atletas, entre os quais os jovens ícaro de Castro Melo, o técnico Districh Gerner e outros, lançou a primeira grande semente da divulgação do atletismo, que foram as famosas turm as volantes. Êssses pequenos grupos de entusiastas percorreram o interior de São Paulo fazendo demonstrações, dando aulas, estimulando e promovendo competições que m arcaram época pelo sucesso e pelo interêsse despertados.
Apareciam, aí, os primeiros pendores mais tarde revelados do homem que se preocupava com o ensino técnico, com a organização, e que resultaram na sua iniciativa de ampliar e reestru tu rar os serviços do antigo D epartamento de Educação Física e da sua embrionária Escola Superior de Educação Física, e principalmente dando corpo objetivo ao Departam ento de Esportes do Estado de São Paulo, que marcou um acontecimento de relêvo para a vida do esporte em todo o Estado.
Somente uma vida inteiram ente dedicada ao esporte poderia produzir tão autêntico líder. Padilha, com efeito, competiu em vários esportes como basquetebol, voleibol, futebol e esgrima, mas foi como atleta que se destacou efetivamente, alcançando os mais expressivos re sultados no país e no estrangeiro desde o ano de 1926 até 1946. Vinte anos de continua experiência e de dedicação.
A coleção de títulos que conquistou nesses vinte anos valeu-lhe como uma escola de experiência gradativa que o conduzia do campo para a direção, da condição de praticante para a de organizador. Foi campeão carioca e b rasileiro de basquetebol, campeão carioca, paulista e brasileiro de atletismo nos 100 metros rasos, 200 metros, 400 metros revezamentos de 4x100 e 4x400 e salto em extensão. Tornou-se, porém, um homem de notáveis recursos nas provas de 110 metros com barreiras, 200 metros sõbre barreiras e 400 metros sõbre barreiras. No continente sul-americano, em verdade, êle alcançou o título de campeão nessas provas, assim como nos 400 metros rasos, além de te r sido recordista sul-americano nos 110 metros sõbre barreiras, 200 metros da mesma especialidade e 400 metros e revezamentos 4x100 e 4x400 metros.
Com tôda essa destacada bagagem de re sultados, não poderia deixar de representar nosso país nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, bem como foi o quinto homem no mundo nas Olimpíadas de Berlim na prova de 400 metros sõbre barreiras. Pode-se dizer que, com Padilha, lançava-se pela primeira vez o nome esportivo do Brasil no exterior. Tão expressivos eram seus resultados nas pistas que possui ainda hoje o recorde brasileiro dos 200 metros sõbre barreiras.
Com tais performances não foi sem mérito que recebeu o troféu ‘‘Helms” de 1939, prêmio conferido pelos Estados Unidos ao mais destacado atleta das Américas. Ultrapassava, já nessa época, a idade útil de competir, mas continuava preocupado com os problemas dos esportes.
Por ocasião da Guerra foi convidado do govêrno norte-americano para um estágio nos Estados Unidos e na sua volta criou a Defesa Passiva Anti-aérea, Organização Feminina Auxiliar de Guerra, mais tarde controlada pelo Ministério da Guerra, ficando como seu diretor. Reconheceu que era tempo de mudar o sentido de sua cooperação aos esportes, iniciada como praticante, alicerçada como professor de educação física e aperfeiçoada nos estágios que realizou no Springfield College dos E stados Unidos e no Instituto Real de Educação Física de Estocolmo.
Em 1939 foi nomeado diretor do D epartamentos de Esportes de São Paulo, lançando-se à sua grande obra que foi a estruturação do esporte no Estado, criando a sua legislação. Deu vida e desenvolvimento ao esporte no interior, criando as turm as volantes de que tan ta experiência pessoal possuía e instituindo inúmeros torneios no Estado. Lançou o campeonato colpgial, que tantos benefícios e tantas
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Padilha, glória esportiva do passado, quando disputava, em 193Jf, nas pistas do CAP, a prova de 1 00 metros sôbre barreiras, da qual foi campeão brasileiro
e sul-americano por muitos anos.
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glórias esportivas relevaram ao nosso país, bem como idealizou e deu efetividade às demonstrações coletivas e públicas de ginástica que anualmente levam multidões ao Estádio do Pacaembu.
Como homem responsável por tão importan te setor da educação física e do esporte no Estado de São Paulo, cheia de iniciativas e pondo à prova sua enorme experiência, estava sempre presente em todas as boas causas. Com essa forma de agir, de realizar e de estim ular aquêles que tinham pendores para ajudar os esportes, se tornou digno da admiração e do reconhecimento de clubes, entidades e instituições. Hoje pode se orgulhar de ostentar a mais expressiva lista de títulos honoríficos e de benemerência que um homem pode almejar.
É sócio benemérito e presidente de honra da Associação dos Professores de Educação F ísica do Estado, da qual foi presidente por vários anos; benemérito da educação física no país; benemérito das Confederações Brasileiras de Basquetebol, de Box, de Esgrima e da Confederação Brasileira de Desportos.
Possui os títulos de “Cavalheiro dos Desportos Continental” e da Ordem dei Mérito Relevante, “Dirigente Distinguido”, Ordem do Mérito da Finlândia, Ordem do Mérito da Suécia, do México. Sócio honorário da Associação de Cronistas Esportivos, Presidente de Honra da União Pugilística, Grande Benemérito do Centro Pereira Barreto, do Mackenzie, e tantos outros centros estudantis, benemérito de vários clubes, dentre êles o Fluminense F. C. e
a A. D. Floresta, cujas côres defendeu como atleta tanto no Rio como em São Paulo. Possui, ainda, o Mérito Militar, a Ordem do Mérito da Aeronáutica e a Cruz do Mérito Esportivo.
Tem sido o chefe de Missão da Delegação Brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres, Hel- sinki, Melbourne e Roma e dos Jogos Paname- ricanos de Buenos Aires, México e Chicago. Chefiou várias delegações esportivas ao estrangeiro.
Representou o Brasil na Linguiada, realizada na Suécia e em vários Congressos de Educação Física e Esportes.
Como administrador revelou-se um homem de idéias práticas. Foi o criador do Conjunto Esportivo da Água Branca e do Ibirapuera, dando a São Paulo a piscina de água quente, prédio para as federações esportivas, alojamento para atletas, com oito andares, ginásio (Água Branca), além do Ginásio do Ibirapuera, com capacidade para 25.000 pessoas, sendo ainda o criador do velódromo.
É hoje o vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, vice-presidente da Organização Desportiva Panam ericana (ODEPA), presidente da Comissão Executiva e Organizadora dos IV Jogos Panamericanos, e, além de diretor geral do Departam ento de Educação Física e Esportes do Estado, ocupa o lugar de membro do Conselho Nacional de Desportos e presidente do Conselho Regional de Desportos.
Concorrentes à prova de adestramento.
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Jôgo Brasil versus Estados Unidos, vencido pelo Brasil.
Os atletas do Paulitano nos IV J 0 3 0 S P a n a m e r i c a n o s
O Paulistano teve 18 de seus atletas re presentando a equipe brasileira nos IV Jogos Panamericanos, portando-se, em diversas modalidades, com brilhantismo, tendo, alguns dêles, obtido vários títulos, dos quais 6 de campeões, 1 de vice-campeão e 4 terceiros lugares.
Os representantes do Paulistano foram :
No torneio de ESGRIMA, Alexandre de Melo Filho, Edwardo Lamberg, Ettiene Moinar, Leonardo Fam á e Marco Antonio Laffranchi, participaram das diversas provas.
ALEXANDRE DE MELO FILHO, integrando a Equipe de Espada, conquistou a MEDHA DE PRATA pela 2 colocação obtida pela equipe brasileira.
Nas provas de NATAÇÃO, Antonio Celso Guimarães, Athos Procópio de Oliveira, Farid Zablith Filho e Isabel Cerelo foram os representantes do Clube.
ATHOS PROCÓPIO DE OLIVEIRA conquistou 2 MEDALHAS DE BRONZE, com a conquista do 3.° lugar na prova de 100 metros nado de costas, quando superou o seu próprio record sul-americano, e com o 3.® lugar como integrante da tu r ma brasileira na prova de revezamento 4x100 em quatro estilos.
ANTONIO CELSO GUIMARÃES ganhou MEDALHA DE BRONZE, com o 3.® lugar como integrante da turm a de 4x100 em quatro estilos.
No torneio de TÊNIS, o nosso tenista CARLOS FERNANDES (Lélé), conquistou MEDALHA DE OURO ao sa- grar-se CAMPEÃO de duplas masculinas, e ainda, MEDALHA DE BRONZE pelo 3.® lugar em simples masculina.
Em ATLETISMO foram nossos representantes Maria José Vieira de Lima, W alter Gaertner de Almeida e Jessemon Delaney Siqueira.
WALTER GAERTNER DE ALMEIDA ganhou MEDALHA DE BRONZE ao obter o 3.® lugar na prova de arremesso do dardo.
Nos Torneios de Voleibol, as nossas representantes KARIN VON LASPERG, JOANA MARY R. CARVALHO, MAR- LENE DJINISHIAN e o nosso atleta LUIZ ROBERTO LIMA DE MORAES sagraram-se CAMPEÃS do Torneio Feminino e CAMPEÃO do Torneio Masculino, respectivamente, conquistando, portanto, 5 MEDALHAS DE OURO.
Por êsses brilhantes resultados, merecem todos os nossos representantes calorosas felicitações e o agradecimento de tôda a Familia Paulistana, pois, com a
conquista de 6 Medalhas de Ouro, 1 Medalha de P ra ta e 5 Medalhas de Bronze, demonstraram a sua eficiência, dedicação e fõrça de vontade empregadas nos treinamentos e nas disputas, demonstração essa dada também pelos que não tiveram a felicidade de figurar entre os primeiros, mas que também se portaram valentemente.
Aos respectivos Diretores e Técnicos as merecidas felicitações.
A grande campeã Maria Ester Bueno.
Jleon íeeim en íos
O nosso Vice-Presidente Dr. Herman Morais Barros proferiu^ em em
nossos salões uma interessante palestra sóbre o tema ^ Um Paulistano na Ãfrica’\
Na oportunidade foram apresentados seus troféus e projetados ‘ slides”.
Flagrante do Dr. Herman Morais Barros quando pronunciava sua palestra.
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iflffipy
Parte da assistência presente à palestra do Dr. Herman Morais Barros.
O Coral “Paulis tano” em sua apresentação de 19-6-63.
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P O E S I A
A partir do próximo número publicaremos poesias, que nos forem encaminhados pelos nossos leitores.
Inaugurando a secção, prestamos uma homenagem à imorredoura Colombina
(Ide Schlonbach Blumenschein), há pouco falecida nesta Capital.
Do seu livro ‘'Lampeão de Gás'’, edição de 1937, escolhemos esta jóia que por certo há de agradar:
SE EU MORRESSE AMANHÃ
Se eu morresse amanhã comigo iria para o eterno negror da sepultura todo o deslumbramento dêste dia de amor, de exaltação e de loucura.
Nos meus olhos, que a morte fecharia, para a noite mais longa e mais escura, como um raio de sol eu levaria do teu último olhar toda a ternura. . .
Se eu morresse amanhã. . . quem sabe, o gêlo da morte em minhas mãos ainda deixasse o perfume sutil do teu cabelo;
e a frase que disseste ao meu ouvido. .. talvez nessa hora extrema, despertasse em mim a gratidão de ter vivido!
S À O P A U L O E O S J O G O S P A N A M E R I C A N O SFoi natural e lógica a designação de São
Paulo para sede dos IV Jogos Pan-Americanos. Cidade com população superior a 4 milhões de pessoas, das quais metade é de jovens de menos de 21 anos, núcleo cosmopolita com mais de 500 mil estrangeiros, nêle qualquer visitante ràpidamente se integra, é bem acolhido, não lhe faltando compreensão, hospedagem, diversões, bares, restaurantes e outras facilidades características de uma metrópole moderna.
Grande parque industrial, com cêrca de30.000 estabelecimentos de fabricação dos mais variados produtos, desde os de limitada utilidade individual e doméstica até automóveis, ônibus, caminhões e tratores, movimentando mais de um milhão de empregados, em seus quatro séculos e tanto de existência, São Paulo
se afirma cidade nitidamente moderna, na qual a construção de prédios atinge à formidável média de 8 por hora.
A êsse progresso de ordem m aterial corresponde um ritm o artístico e espiritual, que se traduz no fato de contar a cidade 3 universidades, 30 instituições culturais, 160 bibliotecas públicas, 7 museus, 200 cinemas, 15 teatros, 18 estações de rádio e 5 emissoras de te levisão.
Para o caso dos Jogos Pan-Americanos deve-se acrescentar que na cidade funcionam mais de 500 associações esportivas, congregando 800 mil sócios, dos quais, aproximadamente, 80 mil praticam regularm ente a educação física racional. Conta a metrópole com 5 grandes está
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dios de futebol, adequados, também, à prática de outros esportes, destacando-se, dentre êles, o Estádio Municipal do Pacaembu, com capacidade para 80 mil pessoas, e do Morumbi, para 120 mil espectadores. Existe, ainda, mais de uma dezena de praças de atletismo, pertencentes a clubes, com piscinas, quadras de tênis, basquetebol e outras modalidades de esporte, além de dois hipódromos e um autódromo. Possui a cidade dois aeroclubes, sendo um dêles especializado em volovelismo.
Mas, além dêsses índices estatísticos, a propósito dos IV Jogos Pan-Americanos é interessante e útil lem brar que São Paulo tem sido, geográfica e històricamente, um centro de irradiação dos grandes ideais e das mais importantes realizações esportivas do Brasil, o que
se evidencia pelo fato de que, do ambiente esportivo da Capital paulista saíram três expoentes da educação física: Ademar Ferreira da Silva, campeão olímpico do salto triplo, Maria E ster Bueno, afirmação mundial do tênis, e Eder Joffre, figura máxima no pugilismo in ternacional. Uma cidade que produz e valoriza figuras dêsse altíssimo porte não é apenas “a que mais cresce no mundo", mas também deseja ser, esportivamente, “a que melhor cresce no mundo".
E é com essas credenciais que São Paulo se candidatou para sede dos IV Jogos Pan- Americanos, e excedendo às mais otimistas previsões, reafirmou o seu prestigio promovendo a maior competição esportiva realizada até agora no continente americano.
A morte de Orlando Pereira, nos primeiros dias de junho, ecoou profundamente no P aulistano.
Representava êle a melhor tradição do nosso futebol, ostentando os títulos de campeão brasileiro e paulista, tendo formado ao lado de Friedenreich, Amilcar, Pindaro, Neco, Mario Andrade e outros ases do amadorismo de então. Sua posição era a de zagueiro, e ao tempo reputado entre os melhores do plantei sul-americano.
A característica m arcante de seu jôgo era a calma segura e inalterável que permitia, uma vez dominado o atacante, a devolução perfeita da bola aos companheiros da frente. E ra uma garantia para o alvi-rubro nos seus grandes compromissos. Lutava com ânimo, inspirando ao conjunto a confiança necessária para o êxito. Assim foi sempre um líder a quem a correção pessoal emprestava maior prestigio, tornando indispensável a sua presença no “team" do Clube.
Um acidente, em famoso encontro da seleção nacional contra a argentina, realizado em Buenos Aires, inutilizou-o para as lides do futebol. Êsse fato, entretanto, não obstou que continuasse como elemento de prol na vida esportiva e social do GAP, assumindo função di
rigente no setor esportivo, que muito lucrou com sua esclarecida orientação.
E assim continuou até que se apagasse a chama clara de sua vida, sempre interessado pelo progresso do Clube e com o mesmo sentimento de entusiasmo dos tempos de moço.
Eleito para o Conselho Deliberativo, no desempenho de cujo mandato colheu-o a morte inexorável, foi sempre um conselheiro no sentido mais nobre e amplo do têrmo. Assíduo, cuidadoso no exame de qualquer assunto que lhe fôsse afeto, inteirado em todos os aspectos da vida da associação, seu voto se norteava sempre e irrestritam ente no rumo dos legítimos interêsses sociais.
Some-se ao que já foi dito o conjunto de suas virtudes pessoais, tais as de cidadão, chefe de família, amigo e companheiro e ter-se-á um re tra to fiel dêsse consócio cujo passamento se lamenta.
Registrando a morte de Orlando Pereira, legitima glória do nosso esporte, grande figura do futebol do passado, cuja fama corria pelo Pais inteiro, um dos nomes de relêvo do quadro social dêste alvi-rubro CAP, deixamos nestas linhas a expressão de nossa sincera saudade que é o sentimento de todo o Paulistano.
M ario S evero de A lbuquerque M aranhão
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D I V E R T I M E N T O SX A D R E Z
ERRES FORTES ERRES FORTES
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Mate em dois lances Mate em dois lances
R e f l e x õ e s sobre o jôgo de xadrezÉ perfeitamente inesgotável o número de
combinações no desenvolvimento de uma partida de xadrez: sômente os quatro primeiros lances dos adversários prestam-se a 319.000 milhões de variantes e os primeiros dez a uma série que é representada por um número composto de vinte e nove algarismos, o que transcende os limites da imaginação. Considerando a população da te rra em 2 bilhões de habitantes e se todos jogassem simultâneamente, empregando um minuto em cada lance, não repetindo um sequer, gastariam para realizar tõdas essas combinações 217 bilhões de anos, ou sejam, 2.170 milhões de séculos.
☆
Os profanos consideram o jôgo de xadrez muito fútil como ciência e demasiadamente científico como simples passatempo. Como a música e tõdas as artes, êle é frívolo ou profundo, conforme o temperamento e o talento dos seus cultores.
☆O jôgo de xadrez não só desenvolve as fa
culdades de atenção, observação e raciocínio, mas também ensina a empregar o mínimo de energia para obter o máximo de vantagem.
Ê um perfeito revelador dos carac teres: César jogava xadrez pelos processos intelectuais com que combatia. As partidas jogadas por Napoleão I demonstram o seu temperamento arrojado e impetuoso.
☆
O jôgo de xadrez é a imagem da vida cotidiana, com a lu ta pela existência, inevitável e universal.
Que é a vida humana senão uma partida de xadrez mais ou menos complicada? O ta buleiro, eis o mundo; as peças e as regras do jôgo, os fenômenos e as leis da natureza. Dependem a sobrevivência e a fortuna de jogar-sc bem ou mal. Enfrentamos em nossa existência adversários invisíveis, de olhos de lince para punirem nossos erros e absolutamente in transigentes com a ignorância.
Aquêles que conduzem bem as suas partidas no tabuleiro da vida têm a felicidade e a fortuna como prêmio. Aquêles que jogam mal, descuidam-se e cometem erros, são inexoràvel- mente vencidos.
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PALAVRAS CRUZADAS
1 2 5 1 4 . 5 6 7 8 9 1 0 1 1 HORIZONTAIS:1 — Rio da Sibéria; agremiação; nota.2 — Cidade da tôrre célebre; encanto; caminhar.3 — As inglês; o que há quando a bola está na área.4 — Vigoroso, forte.5 — Preposição; completa.6 — Edson Arantes do Nascimento; a do antigo.7 — Trama; famoso tenista do Paulistano.8 — Prefixo usado na aviação; terror.9 — Rubor nas faces; sarraceno.
10 — O que nasceu na cidade de São Paulo.
VERTICAIS:1 — Pândega, troça; aqui.2 — Aquilo que o Brasil é, com a mão e com o pé.3 — Contagem parcial numa partida de tênis; o “Galo de
Ouro”,4 — Aqui; interpretar o que está escrito; despido.5 — PC; exclam ação m ística dos índios.6 — O e do alfabeto grego.7 — O minúsculo campeão do tênis de mesa; verruma, pl.8 — Ciência da moral; a família.9 — A meta no futebol; desaparece.
10 — O corte da navalha; gritos de agonia.11 — Espectro; a maior tenista do mundo.
As respostas deverão ser enviadas a secretaria do clube até 0 dia 30/ 8/63. Entre os que acertarem será distribuido um premio.
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O bedecendo ôs mois m odernas linhas, os talheres
ALVORADA aliam ò nobreza do prato 90 um
req u in te de distinção e excelente bom-gòsto. Inspirado
nos novos concepções do vido m oderna, o WOLFF o tende hoje oos
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perfeição anatôm ico de ALVORADA - linhas puros
• hormoniosos, o pèso certo em tomonho e formo ideais
WOLFFFAMA MUNDIAL
TIPOGRAFIA EOANEE S. A. IMPRIMIU — SÃO PAULO