Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3432 | quarta-feira, 14 De abril De 2010

Documentário sobre patuávai chegar aos ecrãsinternacionais Pág 7

Respeito pelas comunidades“homenageia” Deng Xiaoping,diz António Vitorino Pág 8

Comissão de inquérito ao caso PT/TVI sem provascontra Sócrates Pág 11

LocaL LocaL actuaL

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

Franck Regourd - “o homem do chapéu de palha” - chegou a Macau em Janeiro de 1990. celebrando o 20° aniversário da sua descoberta deste território, o autor abre os seus arquivos e mostrará, durante 50 edições do Jornal tribuna de Macau, algumas das suas melhores e mais preciosas fotografias tiradas em Macau durante os últimos vinte anos (1990/2009). Mais do que oferecer “uma visão objectiva, monolítica e dogmática da história que se desenrola neste minúsculo “confetti” pousado nas bermas do rio das Pérolas”, a série de fotos deve ser entendida sobretudo como “um conjunto de contos, de fábulas, de testemunhos e interrogações”, conforme explica regourd, que se declara como “o fruto de um diálogo aberto entre um homem e uma terra”.

EXcEPtuaNDo oS tRaBaLHaDoRES DomÉStIcoS

35% dos toxicodependentes têm menos de 21 anos

Chaves na final da Taça de Portugalo Desportivo de chaves qualificou-se ontem pela primeira vez para a final da taça de Portugal em futebol, ao vencer a Naval 1º de Maio, por 2-1, na figueira da foz, depois de já ter ganho na primeira mão por 1-0. a Naval marcou primeiro, mas os flavienses acabaram por virar o resultado com dois golos no prolongamento. Na outro meia final, defrontam-se hoje fc Porto e rio ave, com vantagem para os “dragões”, que venceram na primeira mão, por 3-1.

úLtIma HoRa

O patronato vai ser obrigado a pagar uma taxa mensal de 200 patacas por cada trabalhador não residente contratado, já a partir do dia 26. Isentos do pagamento da taxa ficam os empregadores dos trabalhadores domésticos, enquanto que os patrões do sector transformador gozam de um “desconto” de 50%, ao abrigo das regras ontem anunciadas pelo Conselho Executivo.

Num universo de 626 indivíduos incluídos no Sistema do Registo Central de Toxicodependentes de Macau ao longo do ano passado, 221 têm idade inferior a 21 anos, o que representa 35,3 por cento do total. Preocupadas com a situação, as autoridades vão aumentar as acções de sensibilização nos estabelecimentos de ensino e criar centros de apoio às famílias.

Patrões pagam 200 patacas por cada não residente

NúmERoS DE 2009 PREocuPam comISSÃo

Biblioteca central “aberta” a jovens arquitectos

local

Pág 2 quarta-feira, 14 de abril de 2010 jornal tribuna de macau

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jornal tribuna de macau

OLGA PEREIRA

coutinho pede demissão de director da DSal

jornal tribuna de macau quarta-feira, 14 de abril de 2010 Pág 3

Cândido Azevedo lança livrosobre histórias lúdicasno Oriente Português Pág 7

GoVERNo LamENtou INcIDENtE E uSo Da FoRÇa PaRa RESoLuÇÃo DE PRoBLEmaS

DSal reúne-se hoje com manifestantesO Executivo lamentou ontem os incidentes de segunda-feira que culminaram em confrontos entre manifestantes e a polícia em frente ao edifício da DSAL e sublinhou que não é através da força que se resolvem os problemas. Entretanto, ficou agendada para hoje uma reunião entre o director da DSAL e alguns trabalhadores

Ao contrário do que aconteceu na se-gunda-feira, ontem à tarde os trabalha-dores que se encontravam em frente

ao edifício da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) manifestaram-se pacificamente. Os mais de 100 manifestantes do dia anterior ficaram reduzidos a cerca de dez e os gritos de revolta foram substituídos por música. Mesmo assim, os manifestantes não “desarmam” e, segundo o director da DSAL, não foi fácil chegar a um entendimen-to com o representante dos trabalhadores no sentido de ser marcada uma reunião, devido a divergências quanto ao local.

Shuen Ka Hung, que participou ontem numa conferência de imprensa ao lado do por-ta-voz do Executivo, Alexis Tam, e do direc-tor dos Serviços para os Assuntos de Justiça, André Cheong, considerou que os confrontos foram desencadeados pela insistência dos manifestantes. “Eu não estava nas instalações e enviámos um colega para receber a carta, mas eles não aceitaram porque queriam que fosse eu próprio”, explicou.

Os confrontos entre os manifestantes e a polícia, do qual resultou um ferido ligeiro, terá, então, ocorrido depois dos trabalha-dores perceberem que Shuen Ka Hung não iria satisfazer as suas exigências.

Após várias tentativas falhadas, segundo o director da DSAL por alegada falta de tem-po dos trabalhadores, durante o dia de ontem, as partes chegaram finalmente a um consenso e ficou agendada para esta tarde uma reunião dentro dos escritórios daqueles serviços. “Es-peramos pelas 17.30 horas poder, então, ter esse encontro com 10 ou 15 trabalhadores para ouvirmos as suas exigências”, disse.

Por seu turno, Alexis Tam referiu que o Governo lamenta os incidentes ocorridos na segunda-feira e que os actos impulsivos não resolvem os problemas, pelo contrário, afectam a sua resolução. “O incidente não só afectou a ordem pública e a vida dos habi-tantes da zona como também a escola que se encontra nas imediações”, apontou.

Segundo o porta-voz, o Executivo pre-tende transmitir que, de acordo com a lei e as legislações da RAEM, a população tem livre arbítrio e liberdade para se manifestar e as-sociar, desde que as autoridades sejam notifi-cadas com antecedência.

O mesmo responsável disse ainda que o Governo entende as reivindicações dos tra-balhadores, salientando que uma das priori-dades das linhas da acção governativa para este ano, é a garantia de qualidade de vida e emprego à população. “Quero reiterar que o Governo não irá ficar de braços cruzados se identificar que uma empresa está a fazer re-crutamento de trabalhadores ilegais e a afec-tar os direitos dos trabalhadores locais. Pelo contrário, iremos actuar”, assegurou.

Shuen Ka Hung, aproveitou ainda a oca-sião para voltar a sublinhar que a DSAL acom-panhou todo o processo de recrutamento de trabalhadores da construção feito pela Galaxy, depois da empresa ter sido acusada de atirar

para o lixo boletins de candidatura. Além dis-so, que a concessionária terá de fornecer cópias dos contratos celebrados com os trabalhadores locais até segunda-feira, para que sejam depois também publicados os dados.

O dirigente garantiu mais uma vez que será realizada uma inspecção apertada aos estaleiros da Galaxy durante todo o período de construção, para “contar os trabalhadores locais” - a DSAL receia que a operadora ven-ha, mais tarde, a despedi-los - e, por outro lado, combater um eventual recrutamento de trabalhadores ilegais.

“Com todas estas medidas, estamos confiantes que, mesmo que no início o recru-

“recusou-se a ir buscar uma carta, durante a manifestação. Mostra que não está a cumprir as orientações do chefe do executivo de transparência, responsabilidade e humildade”. José Pereira coutinho critica deste modo o director dos Serviços para os assuntos laborais (DSal), Shuen Ka Hung. “tudo o que se está a passar é da exclusiva responsabilidade dele”, disse o deputado ao JtM, referindo-se à manifestação que ocorreu na segunda-feira e às confusões durante o recrutamento da Galaxy. “ele tem uma lista de três mil desempregados. este fiasco é culpa dele. Podia ter evitado as entrevistas se tivesse enviado a lista para a Galaxy”, corrobora. e as críticas não se resumem à actuação da DSal: “o que a empresa [a Galaxy] pretende é importar trabalhadores, mas esse é um filme que já vimos antes”. R.C.

localPatrões vão pagar 200MoP mensais por não residentes

MANIPULAÇÃO FOTOGRÁFICA. “When taste comes out” é o título de uma exposição de rita ferreira que reúne trabalhos de manipulação fotográfica. a mostra será inaugurada no sábado, pelas 17:30 horas, na creative Macau, onde ficará patente até ao próximo dia 5 de Maio.

SALAS DE EXPLICAÇÕES EM CONSULTA. os Serviços de educação e Juventude está a realizar, até 11 de Maio, a segunda consulta pública sobre o diploma que define o regime de licenciamento e fiscalização das salas de explicações. o documento pode ser consultado na página do organismo na internet.

“Mexidas” no centro de Formação

Por cada trabalhador não residente contratado, o patronato vai ter de desembolsar 200 patacas mensais. Excepção feita aos empresários da indústria transformadora que só arcam com metade do valor e aos que empregam domésticos, que gozam da isenção do pagamento da taxa, a ser cobrada a partir do próximo dia 26

a organização e funcionamento do centro de formação Jurídica e Judiciária (cfJJ) vai ser alterada. o conselho executivo deu luz verde ao projecto de regulamento administrativo, que prevê um aumento de três para quatro do número de membros permanentes do conselho Pedagógico do cfJJ designados pelo chefe do executivo. actualmente, o conselho Pedagógico é constituído pelo director do cfJJ, que preside, pelo subdirector e por mais três membros permanentes escolhidos pelo representante máximo da raeM, sendo um deles juiz. agora, “o Procurador propõe que seja designado um representante do Ministério Público”, explicou o porta-voz.

tamento tenha sido falso ou verdadeiro, no futuro tudo vai correr bem”, garantiu.

Já André cheong lembrou que a RAEM tem uma legislação que protege os trabalha-dores locais e que muito em breve entrará em vigor a nova Lei sobre Contratação de Tra-balhadores Não Residentes.

“O Conselho Executivo também já aprovou a regulamentação complementar a essa lei, nomeadamente sobre a licença de contratação, a permanência, a cobrança da taxa de contratação de não residentes, que entrará em vigor no dia 26”, adicionou, refer-indo ainda que serão elaborados mais regu-lamentos administrativos complementares.

Revisão do plano urbano entregue em agostoO CEEDS vai submeter na segunda metade de Agosto os estudos sobre a revisão do Plano Conceptual para o Desenvolvimento Urbano de Macau à apreciação do Chefe do Executivo, Chui Sai On. Esses documentos deverão servir de base para as Linhas de Acção Governativa do próximo ano

Têm havido discussões e têm sido delineadas novas re-comendações. O Centro de

Estudos Estratégicos para o Desen-volvimento Sustentável do Governo da RAEM (CEEDS) prepara-se para em meados de Agosto deste ano en-viar os estudos sobre a revisão do Plano Conceptual para o Desenvol-vimento Urbano de Macau à apre-ciação do Chefe do Executivo, Chui Sai On. O conjunto de directrizes que vão ser apresentadas devem servir de base para as Linhas de

Acção Governativa de 2011.Até agora, o CEEDS já realizou

duas reuniões internas de discussão no âmbito do projecto de revisão do Plano Conceptual para o Desenvol-vimento Urbano de Macau. Os re-sponsáveis do CEEDS e os membros do Grupo Conjunto de Trabalho do plano presentes nestas duas re-uniões apresentaram pormenoriza-damente o conteúdo principal do projecto de revisão e recolheram as opiniões de todos os presentes.

A Coordenadora-Adjunta do

CEEDS, Chiang Wa Fung, salientou que, com base nos trabalhos de pes-quisa e consultas da fase anterior, o objectivo deste projecto, elaborado pormenorizadamente pelo CEEDS e pelas equipas de especialistas, consiste em proporcionar a Macau um maior conjunto de oportuni-dades de desenvolvimento.

O plano estratégico regional de 30 anos elaborado pelo CEEDS irá permitir, acreditam os respon-sáveis, a melhor avaliação de recur-sos urbanos e claramente reconhec-

er as futuras tendências. Identificar os objectivos de futuro, assim como medidas para a sua implementa-ção integral a longo, médio e curto prazo; resolver problemas urbanos do ponto de vista da distribuição de espaços e utilização de terrenos; permitir que o plano desenvolvi-mento urbano de Macau esteja em harmonia com as exigências do de-senvolvimento e cuidados sociais; e que o desenvolvimento da cidade aumente a qualidade de vida dos cidadãos, assegurando deste modo,

o desenvolvimento sustentável de toda a região são as metas funda-mentais.

O plano foi revisto de acordo com opiniões da população em ger-al, recolhidas em 2008, seguindo as indicações do Governo. O CEEDS afirma ainda ter realizado a revisão e actualização com base no modelo de desenvolvimento integral a nível local, regional, nacional e interna-cional. Este projecto de revisão tem vindo a ser discutido por especialis-tas de diversas áreas.

coNSELHo EXEcutIVo aPREcIou VáRIoS DIPLomaS

o Governo planeia intensificar o apoio às Pequenas e Médias empresas (PMeS). a ideia é manter os actuais dois planos – Plano de Garantia de créditos a PMeS e Plano de Garantia de créditos a PMeS destinados a Projectos específicos –, mas fazer crescer os montantes que envolvem.Segundo explicou o porta-voz do conselho executivo, no sentido de concretizar estes planos de apoio, propõe-se a elevação do limite máximo do montante do Plano de Garantia de créditos a PMeS de 200 milhões para 500 milhões de patacas. Mudança que conduz, por conseguinte, ao aumento do limite máximo do montante total de garantias prestado pelo Governo aos créditos concedidos a PMeS por instituições bancárias, de 300 milhões para 600 milhões de patacas. a proposta, que exige uma alteração à lei relativa à autorização para a contracção de dívidas pelo Governo da raeM, deverá agora seguir para a assembleia legislativa (al). entretanto, o conselho executivo deu ainda “luz verde” ao projecto de regulamento administrativo que prorroga o prazo de aplicação das medidas provisórias do subsídio complementar aos rendimentos do trabalho, promovidas há dois anos. todos os trabalhadores residentes permanentes por conta de outrem, com mais de 40 anos, e rendimentos mensais inferiores a quatro mil patacas manterão assim o direito a um subsídio governamental para complementar essa diferença. isto desde que trabalhem, no mínimo e cumulativamente 152 horas mensais, sendo que os que exerçam actividade na indústria de fabricação de têxteis, de vestuário e couro apenas precisam de perfazer somente 128 horas semanais.o subsídio deste ano será atribuído em quatro prestações, estando disponível em Maio, agosto, Novembro e fevereiro de 2011. as despesas com o subsídio foram orçamentadas em 100 milhões de patacas.

Tudo para as PME’s

O patronato vai ser obrigado a pagar uma taxa mensal de 200 patacas por cada trabalhador não residente contratado,

já a partir do dia 26. As novas regras sobre a contratação de mão-de-obra importada foram anunciadas ontem pelo porta-voz do Conselho Executivo.

Leong Heng Teng explicou os critérios que estiveram na base da definição do valor da taxa: “Em Macau, existem cerca de 30 mil empresas, das quais 82% têm uma dotação de trabalha-dores inferior a cinco pessoas. E, com base nesta avaliação, o Governo considera o montante ad-equado”.

O regulamento administrativo comple-mentar à lei estipula que a taxa “constituirá re-ceita do Fundo de Segurança Social” que, mais tarde, divulgará detalhes sobre o aproveita-mento desses saldos. No entanto, à luz do ac-tual sistema, é provável que essas receitas não sejam, grosso modo, canalizadas para proveito dos trabalhadores não residentes.ISENTOS OU COM DESCONTO. Embora a maior fatia do patronato seja elegível para o pagamento da taxa ora imposta, há excepções à regra. Isentos do pagamento da taxa de 200 pa-tacas ficam os empregadores dos trabalhadores domésticos (até Março eram cerca de 16 mil), sendo que os patrões do sector transformador gozam de um “desconto” de 50%.

Leong Heng Teng justificou a isenção com a “relutância manifestada pela esmaga-dora maioria dos residentes em desempenhar funções domésticas e com o facto dos trabalha-dores domésticos não serem empregados de quaisquer ramos de actividades sectoriais,

a identidade dos refugiadoso regulamento do título de identidade da raeM para os refugiados foi outro dos documentos apreciados pelo conselho executivo. atendendo a que os Serviços de identificação (DSi) já emitem o título, “importa agora estabelecer as regras para a sua emissão”, explicou leong Heng teng. Segundo o porta-voz do conselho executivo, “os indivíduos que sejam titulares do documento comprovativo do reconhecimento do estatuto de refugiado, emitido pela comissão para os refugiados, podem requerer perante a DSi o título de identidade, cuja emissão será gratuita”, sendo que através deste, poderão pedir o documento de viagem.

não trazendo, portanto, quaisquer benefícios económicos directos aos seus empregadores”.

Paralelamente, tal permite “libertar as for-ças laborais locais, fazendo diminuir a procura dos serviços de trabalhadores não residentes, contribuindo assim para o desenvolvimento do mercado de trabalho”, aditou o porta-voz do Con-selho Executivo. Já o corte para metade no valor da taxa, no caso dos empregadores da indústria transformadora, figura, por seu lado, “como uma

forma de apoio a este sector”, indicou.O projecto de regulamento prevê ainda

um regime sancionatório. Os empregadores que não pagarem a taxa de contratação dentro do prazo fixado incorrem numa multa entre as 300 e 1.000 patacas por cada trabalhador relativa-mente ao qual a taxa não foi paga, não estando dispensados do cumprimento do pagamento da mesma, explicou.

A imposição de uma taxa ao empregador por cada não residente contratado foi um dos aspectos mais contestados pelos migrantes, por ocasião da aprovação da proposta de lei sobre a contratação de mão-de-obra ao exterior em Ou-tubro último, tendo originado vigílias de pro-testo e petições.

A substituição do fiador feita pelo tra-balhador não residente especializado que seja autorizado a contratar trabalhadores domésti-cos, sem a obtenção da autorização para o efeito, a par com a impossibilidade da exibição pelo trabalhador não residente do título de identifi-cação também constituem infracções.

Sem direito à fixação de residência, os tra-balhadores contratados ao exterior dispõe antes de uma autorização de permanência enquanto vigorar o contrato. Como explicou Leong Heng Teng, os procedimentos administrativos afectos à autorização de contratação e de permanência são outras das matérias que o diploma ora di-vulgado abrange, visando regular.

De salientar ainda que, no regulamento administrativo, prevêem-se “explicitamente” as medidas que o Gabinete para os Recursos Hu-manos pode adoptar para efeitos de apreciação do requerimento apresentado, o que inclui a solicitação ao requerente de elementos comple-mentares e pareceres junto das entidades públi-cas, bem como o pedido de acesso ao estabeleci-mento do empregador.

A breve trecho, adiantou Leong Heng Teng, o Governo vai avançar com “várias me-didas”, tendo em vista “protecção mais eficaz dos interesses dos trabalhadores locais pelas entidades públicas”, sobretudo no tocante ao acesso ao mercado de trabalho. Os dados ofici-ais mais recentes apontam para perto de 75 mil trabalhadores não residentes, que representam assim cerca de um quarto da população activa.

De modo a dar a conhecer melhor os conteúdos da lei sobre a contratação de não residentes, o Executivo irá organizar sessões de esclarecimento no próximo fim-de-semana, a decorrer no “World Trade Center”, entre outras acções de divulgação.

DIANA DO MAR

“Empregadores dos trabalhadores domésticos ficam isentos do pagamento da taxa de contratação”

Caso ligado a Ao Man Longprossegue hoje no Tribunal Judicial de Base Pág 4

Casal indonésio veio“fazer férias” em Macaucom dinheiro falso Pág 6

Pág 4 quarta-feira, 14 de abril de 2010 jornal tribuna de macau jornal tribuna de macau quarta-feira, 14 de abril de 2010 Pág 5

EMPREGOS NO TURISMO. o instituto de formação turística organiza hoje o “Dia da carreira 2010”. o evento servirá para os alunos conhecerem as oportunidades de trabalho que Macau oferece na área do lazer e hospitalidade. vão estar presentes 17 empresas, como a venetian ou o Wynn.

RIVIERA QUASE ESGOTADA. a empresa Speymill Macau Property anunciou já ter acertado a venda de quase todos os 259 apartamentos que possui nas duas torres do empreendimento “the riviera”, localizado no Porto interior. as vendas representam um encaixe de cerca de 796 milhões de dólares de Hong Kong.

IMPRENSA LIVRE. a PSP reiterou que respeita a liberdade dos meios de comunicação social, em resposta a uma interpelação de Pereira coutinho sobre os jornalistas da raeHK que foram impedidos de entrar em Macau. a corporação assegurou que só recusa a entrada a pessoas que não reunam as condições exigidas.

SABORES DE MACAU EM SEUL. a Direcção dos Serviços de turismo está a realizar várias actividades promocionais na coreia do Sul, incluindo um festival de Gastronomia de Macau. o programa inclui ainda bolsas de contactos e encontros com operadores turísticos e imprensa em Seul e Pusan.

obra ilegal foi abaixoAs autoridades procederam ontem à demolição de uma obra ilegal, na Rua das Lorchas, e advertiram que não terão contemplações com casos dessa natureza

O Grupo Permanente de Trabalho In-terdepartamental para Demolição e Desocupação das Obras Ilegais reali-

zou ontem a primeira acção no terreno desde que foi criada pela Administração. Integran-do representantes da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), PSP, PJ, Corpo de Bombeiros, In-stituto de Habitação, Instituto para os Assun-tos Cívicos e Municipais e Instituto de Acção Social, o grupo de trabalho avançou para a demolição de uma obra no terraço do Edifí-cio Hoi Pan, localizado na Rua das Lorchas, que consistia numa construção clandestina feita em alvenaria e tijolo, com caixilharia de alumínio e cobertura em zinco.

No mês passado, elementos da DSSOPT e agentes da CPSP vedaram o local e emiti-ram a ordem de embargo, que no entanto não foi respeitada pelo infractor. “O infractor continuou com a execução das obras apesar da Administração lhe ter dado várias opor-

tunidades para a correcção desta situação”, refere uma nota do organismo.

De acordo com a DSSOPT, a obra che-gou mesmo a originar uma falha de for-necimento de electricidade ao edifício e a levantar problemas de segurança. Durante as investigações, o pessoal da DSSOPT verificou designadamente que a instalação de um portão metálico na escada comum de acesso ao 4º piso obstruiu o caminho de evacuação.

Apesar desta ter sido a primeira acção de demolição deste tipo, após a criação do referido grupo, a Administração advertiu que “irá continuar de forma incansável” as acções de combate contra as obras ilegais e promover um reforço dos recursos humanos na área da fiscalização.

“A Administração irá através de diver-sos meios e formas procurar dominar o pon-to de situação das obras ilegais existentes em Macau”, garante a DSSOPT.

local localNúmERoS DE 2009 PREocuPam comISSÃo DE Luta coNtRa a DRoGa

35% dos toxicodependentes são jovensMais de 600 pessoas têm o seu nome inscrito no Sistema do Registo Central de Toxicodependentes de Macau, sendo que mais de 35% são jovens. As acções nas escolas e a construção de um Centro de Família no Fai Chi Kei são medidas que visam combater o crescimento destes números

CATARINA BRITES SOARES

Foram 626 os indivíduos incluídos pelo Sistema do Registo Central de Toxi-codependentes de Macau ao longo do

ano de 2009. Os homens têm um peso de 76,5 nas percentagens, sendo que as mulheres se ficam pelos 23,5%. No meio destes números, aparecem 221 jovens que preocupam o Ins-tituto de Acção Social (IAS). “Não podemos aceitar a percentagem que corresponde aos jovens consumidores”, asseverou Ip Peng Kin, presidente do IAS à margem da primei-ra sessão plenária da Comissão de Luta con-tra a Droga de 2010.

Os 221 jovens têm idade inferior a 21 anos e perfazem 35,3 por cento da totalidade. O ano de 2009 foi o primeiro de avaliação ao consumo de drogas em Macau promovido pela Comissão e chegou para Ip Peng Kin assumir a premência das acções destinadas aos jovens. “É preciso fazer mais tratamentos e realizar mais formação. O IAS vai realizar mais planos com instituições privadas e em colaboração com as escolas para, pelo menos, prevenir o aumento dos números do ano pas-sado”, realçou o mesmo responsável.

A ketamina, com 63,4 por cento, e a metamina, com 16 por cento, são as substân-cias mais consumidas pelo grupo até aos 21 anos, no qual os rapazes assumem o protago-nismo, ocupando 61,1 por cento.

No mesmo grupo, a idade média de

consumo de substâncias ilícitas ronda os 17 anos, mas é por volta dos 14 anos que os jo-vens começam a exprimentar drogas, outra das razões que faz das escolas um dos princi-pais campos de batalha do IAS.

“Vamos continuar a insistir no combate à droga, tabaco e álcool nas escolas, apesar dos jovens consumirem mais drogas em ca-sas próprias”, sublinhou Ip Peng Kin.

As famílias também entram no leque de destinatários do combate levado a cabo pelo IAS, como mais um meio para diminuir o risco associado ao período da adolescência. “O IAS irá criar Centros de Família com o intuito de prestar serviços na educação e às famílias”, referiu o mesmo responsável adi-antando que “um Centro de Apoio à Família irá entrar em funcionamento na zona do Fai Chi Kei em Maio ou Junho”.

As crianças não entraram nas contas, mas também integram as prioridades do IAS e das 15 instituições que colaboram com a Comissão de Luta contra a Droga. “Estamos todos atentos à educação das crianças, temos de ensinar alguns pais a educar os filhos e reforçar a educação nas escolas”, afirmou Ip Peng Kin revelando ainda estar atento a out-ros alunos.

“Queremos fazer estudos sobre os estu-dantes do ensino secundário e universitário para que se conheça melhor a situação do abuso de drogas”, disse.

Os serviços externos também “irão ac-tuar junto dos jovens marginais. O aconsel-hamento vai ser disponibilizado como mais uma forma de combate”, revelou o mesmo responsável, admitindo que se “irá decidir se os casos de criminalidade respeitantes a toxicodependentes menores podem ser transferidos para o IAS para seguirem acon-selhamento”.

Dos 626 casos registados de toxicode-pendência, 33,4 por cento têm registo crimi-nal e 43,6 por cento estão desempregados. A ligação entre a droga e a criminalidade também foi abordada na sessão plenária e foi parte das conversações entre as polícias das diferentes regiões, explicou o presidente do IAS, salientando que “a PJ contactou as

entidades de Hong Kong e do Continente no sentido de reforçar o combate à droga”.

No universo dos toxicodependentes registados, verifica-se que 56,5 por cento nasceram em Macau, 36,9 por cento no Con-tinente e 1,9 por cento em Hong Kong. A nacionalidade chinesa ocupa praticamente a totalidade dos registos, com 96,5 por cento. Por outro lado, 45,4 por cento residem na zona Norte de Macau.

No cômputo geral, os locais de consu-mo mais comuns são as casas próprias ou as discotecas/bares, com 30,2 e 26,6 por cento, respectivamente. O estudo indica ainda que a influência de terceiros é o principal motivo para o consumo de estupefacientes, repre-sentando 26,9 por cento do total.

Porém, mais de 70 por cento dos toxi-codependentes garante que não consome drogas diariamente.

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

Anúncio

Faz-se saber que em relação ao concurso público para a execução da empreitada de “Decoração das Novas Instalações do Edifício DSAT (6º a 12º andares)”, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, nº 10, II Série, de 10 de Março de 2010, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2º do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.

Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente no Departamento de Edificações Públicas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, Edifício CEM, nºs 32-36, 3º andar, Macau.

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, aos 19 de Março de 2010.

O Director dos Serviços, Jaime Roberto Carion

Governo da Região Administrativa Especial de MacauServiços de Saúde

AVISO

Faz-se público que, se encontra aberto o Concurso Público nº 14/P/2010 - “Fornecimento e Instalação de Um Sistema de Cromatografia Gasosa e Espectrometria de Massas aos Serviços de Saúde”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos encontram-se à disposição dos interessados desde o dia 14 de Abril de 2010, todos os dias úteis, das 9:00 às 13:00 horas e das 14:30 às 17:30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato sita na Cave 1 do Centro Hospitalar Conde de S. Januário, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento do custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

Os concorrentes deverão comparecer no Cave 1 da Divisão de Aprovisionamento e Economato situada no Centro Hospitalar Conde de São Januário no dia vinte (20) de Abril de 2010 às quinze horas (15:00) para vista às instalações a que se destina o objecto deste concurso.

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de S. Januário e o respectivo prazo de entrega das propostas termina às 17:45 horas do dia 13 de Maio de 2010.

O Acto Público deste concurso terá lugar em 14 de Maio de 2010, pelas 10:00 horas na sala do “Auditório” situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto do C.H.C.S.J..

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP$24 000,00 (vinte e quatro mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, a prestar mediante depósito na Tesouraria destes Serviços ou Garantia Bancária/Seguro-Caução.

Serviços de Saúde, aos 6 de Abril de 2010.

Director dos Serviços, Lei Chin Ion

caso ligado a ao continua hoje no TJBOs treze arguidos, entre eles Pedro Chiang, envolvidos no terceiro processo conexo ao do ex-Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Ao Man Long, vão começar a ser ouvidos hoje – caso o desejem - no Tribunal Judicial de Base

RAQUEL CARVALHO

Recomeça hoje mais uma maratona ju-dicial. Treze arguidos, entre os quais quatro não se encontram presentes

no território, estão convocados para depor no Tribunal Judicial de Base (TJB). Mas não há garantia que todos decidam pronunciar-se, uma vez que podem escudar-se no silên-cio. O processo envolve o nome de Pedro Chiang, actualmente em Portugal, e trata-se de mais um caso conexo ao de Ao Man Long, antigo Secretário para os Transportes e Obras Públicas.

Depois dos arguidos, serão ouvidas as testemunhas, algo que provavelmente só acontecerá na sessão marcada para amanhã. Por enquanto, estão arroladas cinco, mas a lista é bem mais vasta – ultrapassa uma centena de pessoas - e está encabeçada por Ao Man Long. Segundo já revelaram os meios de comunicação, entre as testemu nhas do processo poderão estar nomes como Edmund Ho, Susana Chou, Ung Choi Kun, Chan Meng Kam ou Leonel Alves.

O Colectivo de Juízes, presidido por Mário Silvestre, vai também pronunciar-se sobre um pedido do advogado do em-presário Pedro Chiang. João Manuel Barros solicitou, na semana passada, para que os elementos do Comissariado Contra a Cor-rupção sejam as primeiras testemunhas a serem ouvidas. Pedido esse que foi subscrito pelos defensores de Omar Yeung To Lai e Miguel Wu Ka Yi, Carla Pires e Chao Koc Ke-

ong, respectivamente. Na última audiência, o Ministério Público opôs-se ao requerimen-to do causídico.

O julgamento começou na quinta-feira da semana passada, com a leitura da acusa-ção, após ter sido adiado em Fevereiro devido à ausência de Pedro Chiang, acusado de, en-tre outros crimes, corrupção activa, abuso de poder e branqueamento de capitais. A mulher de Ao Man Long, Camila Chan, o empresário Chan Lin Ian e Lei Leong Chi são outros dos arguidos que continuam a monte.

localMACAU EM PALESTRA. a primeira conferência internacional de Macaulogia ocorre a partir de hoje, pelas 9h na biblioteca da universidade de Macau, e prolonga-se até amanhã. a discussão vai centrar-se no modo como as diferentes nacionalidade podem interagir na cidade de Macau de modo harmonioso.

INTERPORT DE ATLETISMO. uma selecção escolar de Macau participou no interport escolar de atletismo 2009/2010, na Província de Guangdong. liderada pelo director da escola Hou Kong, a delegação local integrou 24 atletas de sete estabelecimentos de ensino e cinco treinadores. local

jornal tribuna de macau quarta-feira, 14 de abril de 2010 Pág 7

319 EM EXAMES PARA A CHINA. o exame para admissão nos cursos de estudos pós-graduados no interior da china realiza-se sábado e domingo, em Macau, com a participação de 319 candidatos e envolverá 40 instituições de ensino superior. Segundo o Gabinete de apoio ao ensino Superior, os exames abarcam 94 áreas de especialidade.

Pág 6 quarta-feira, 14 de abril de 2010 jornal tribuna de macau

caSaL INDoNÉSIo VIajaVa com amIGoS PELo SuDEStE aSIátIco

Vieram “fazer férias” com dinheiro falsoUm casal indonésio foi presente ao Tribunal Judicial de Base acusado de tentar utilizar dinheiro falso em Macau. O casal terá viajado pela Tailândia, com dólares americanos falsos, e também pela China, com renminbis, sem que lhe tivesse sido colocado qualquer obstáculo. A defesa trilha pela simplicidade e alega que os arguidos eram alheios à ilegalidade

ANA RELVAS FRANÇA

Viajavam com os três filhos e com os amigos pelas paisagens do Sudeste Asiático. Nas férias de Natal de 2007

saíram da Indonésia rumo à Tailândia pas-sando depois pela China (Zhuhai) mas o descanso encontrou um fim abrupto em Macau. Na noite de 29 de Dezembro, depois de se instalado no hotel Venetian, o marido do casal, primeiro arguido do processo, ter-se-á dirigido ao “cashier” do casino do com-plexo a fim de trocar cerca de 2.500 dólares de Hong Kong. Contudo, nem chegou a ten-tar a sua sorte. Nem uma ficha lhe chegou a ser entregue por ter tentado comprá-las com dinheiro falso.

Segundo os autos, o arguido terá sido

impedido de trocar o dinheiro por fichas para jogar no casino depois de um responsável do Venetian ter verificado que mil dólares de Hong Kong eram falsos, já que tinham o mesmo número de série. Questionado pe-las autoridades sobre se tinha mais algum dinheiro com ele, o arguido terá tirado do bolso mais nove notas. Depois disto, as ave-riguações prosseguiram na esquadra, onde o arguido passou a noite. Na manhã do dia seguinte o homem levou a Polícia ao quarto de hotel onde foram encontrados cerca de 21 mil dólares americanos.

Quanto aos acontecimentos e ao seu en-cadeamento temporal, arguido e Ministério Público (MP) estão de acordo. A questão reside em saber se o casal tinha ou não conhecimento

da ilegalidade que transportava na bagagem.Nas declarações prestadas na sessão de

julgamento no Tribunal Judicial de Base da RAEM, o arguido garantiu que não fazia ide-ia de que as notas eram falsas. Além disso, declarou que delegou numa pessoa da sua confiança - um empregado da sua empresa há vários anos, segundo disse – a tarefa de trocar dinheiro, procedimento rotineiro, já que se ausentava em negócios, para as RAE’s, cerca de seis vezes por ano. A confiança no seu subalterno e a banalidade do acto foram as razões que apresentou para não ter con-ferido o montante, “aspecto” do dinheiro ou número de série.

O MP quis então saber como é que casal viajou pela Tailândia e pela China sem no-

tar que o dinheiro era falso. O arguido refe-riu que nunca utilizou dinheiro e que era a sua mulher que pagava, sempre “a meias” com os amigos que os acompanharam, as re-feições e outros gastos.

Questionada logo depois do marido, a arguida disse igualmente que nunca sus-peitou que as notas fossem falsas e acrescen-tou que até chegarem a Macau tudo tinha corrido normalmente. Até porque, segundo acrescentou, os dólares norte-americanos tinham sido levantados directamente da sua conta na Indonésia o que quer dizer que saíram do banco, não tendo havido qualquer intermediário na transacção. Por isso, ainda menos razões viu para desconfiar.

A defesa suportou a argumentação em torno de dois eixos principais. Em primeiro lugar, a alegada impossibilidade de que um “leigo” consiga reconhecer notas falsas e, em segundo, na ausência de episódios contro-versos a registar nas outras viagens do casal.

No entanto, os técnicos forenses chama-dos como testemunhas disseram que as fal-sificações eram bastante grosseiras e enu-meraram algumas diferenças: além do papel utilizado nas notas falsas de dólares ameri-canos não suportar os relevos próprios das notas originais, também não era visível a marca-de-água ou a linha de segurança.

Uma das testemunhas comparou o nu-merário apreendido com notas de brincar. To-das as testemunhas policiais ressalvaram, no entanto, que a “inverosimilhança óbvia” do dinheiro poderia ser também justificada pela sua profissão, uma vez que estão habituados a separar frequentemente o trigo do joio.

Dinheiro falso foi detectado no Venetian

RAQUEL CARVALHO

Patuá chega aos ecrãs internacionaisDepois de passar em ecrãs portugueses e nas telas do território, “Patuá di Macau, únde ta vai? – Uma língua crioula em vias de extinção”, de Silvie Lai e James Jacinto, vai cruzar novos oceanos. O documentário será exibido, durante os próximos meses, nos Estados Unidos, Canadá e Austrália

É uma espécie de escavação arqueológi-ca. Silvie Lai e o realizador James Ja-cinto procuraram as raízes do patuá e

encontraram vozes que ainda sabem como dar forma a um idioma que se dilui de gera-ção para geração. O documentário “Patuá di Macau, únde ta vai? – Uma língua crioula em vias de extinção” é um diálogo de culturas, que já foi visionado em Macau e em Portu-gal, e que chegará nos próximos meses aos Estados Unidos, Canadá e Austrália.

De acordo com a mentora e narradora do projecto, Silvie Lai, a iniciativa de levar o documentário além-fronteiras é do Instituto Internacional de Macau, “que mostrou inte-resse em divulgar o documentário junto das comunidades macaenses na diáspora”.

A União Macaense Americana (UMA) vai exibir o filme no próximo domingo. Já a Casa de Macau nos EUA fará uma mostra, no dia 8 de Maio, na Universidade da Califórnia, Berkeley, em parceria com o Departamento de Estudos Portugueses. A iniciativa estará

aberta a toda a comunidade estudantil. Ainda nos EUA, o “Macau Arts and

Cultural Heritage Institute” incluirá sessões contínuas do vídeo “Patua di Macau – Unde ta vai?”, a propósito do festival do Dia de Portugal. As sessões estão marcadas para um auditório da Biblioteca da cidade de San Leandro, e também para San Jose, por oca-sião das comemorações do dia 12 de Junho. Antes disso, a 15 de Maio, acontecerá um vi-sionamento no Lusitano Club da Califórnia, seguido de uma discussão sobre o tema.

Também em Toronto, no Canadá, ha-verá uma sessão, no âmbito do “Asian Heri-tage Month”, no primeiro dia do próximo mês. Em finais de Maio, o documentário vai soar novamente, durante o Programa da Semana de Portugal, num clube português. Além disso, já estão marcadas novas sessões para 26 e 27 de Julho, inseridas na “Summer-fest”, um evento que está a cargo da Câmara Municipal de Richmond Hill. Todas estas projecções serão realizadas sob a orientação do Clube “Amigu di Macau”.

No dia 26 de Junho, é a vez da Casa de Macau na Austrália projectar a longa-metragem com a assinatura da equipa do território.

O Instituto Internacional de Macau jus-tifica a iniciativa com a necessidade de “di-vulgação de um legado cultural que, apesar de dinamizado por vários sectores da comu-nidade local, corre o risco de extinção, segun-do alertas da UNESCO”.NOVO PROJECTO. Para além de ter sido exibido na RTP2 e na RTPi, Patuá di Macau, únde ta vai?” foi apresentado ao território, em Dezembro, numa sessão no Museu de Arte de Macau, já foi projectado no Instituto Português do Oriente e, recentemente, mar-cou presença no Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau.

Silvie Lai explicou ainda ao JTM que estão a ser realizados contactos no Continen-te chinês. “Mas não é fácil, porque há mais adesão pelos falantes de língua portuguesa. Muitas pessoas desconhecem a influência chinesa neste idioma”. Além disso, a equipa espera ainda que o filme seja projectado no Encontro dos Macaenses, com início marca-do para 28 de Novembro.

A entrada no circuito comercial é uma hipótese fora do baralho, entende a mentora do projecto. “Este documentário é um produ-to sem fins lucrativos. O que nos interessa é que o mais pessoas possam vê-lo”. “Patuá di Macau, únde ta vai?”, rodado em “High Def-inition”, discorre durante 67 minutos sobre algumas das razões que justificam o crescen-te desaparecimento daquela língua crioula.

Enquanto este trabalho vai chegando a novos olhos, James Jacinto e Silvie Lai já têm um novo projecto em mãos. Sem quererem desvendar detalhes, a “cultura lusófona” será mais uma vez fonte de inspiração.

MEDICAMENTO ILEGAL. os Serviços de Saúde solicitaram às farmácias e firmas de importação e exportação de medicamentos que procedam à recolha do produto “folic acid tabletes 10mg”. a medida deve-se ao facto do produto ter sido embalado ilegalmente em Hong Kong.

AVISO

Bolsa de Mérito Especial para o ano lectivo 2010/2011

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e a Fundação Macau estabeleceram uma cooperação para a concessão de Bolsas de Mérito Especial, com o objectivo de apoiar e incentivar os alunos de Macau, com aproveitamento escolar excepcional, para que continuem a frequentar os cursos do ensino superior num melhor ambiente de aprendizagem. Os candidatos à referida Bolsa, que oferece 20 vagas, devem ser alunos que frequentem, no ano lectivo de 2010/2011, um curso de licenciatura a tempo inteiro numa das indicadas e mais prestigiadas universidades do mundo. Os alunos admitidos irão receber um subsídio de montante fixo, de acordo com o local de frequência do curso e comprometem-se a trabalhar para a Região Administrativa Especial de Macau ou para o Interior da China, depois da conclusão do curso.

Os interessados na Bolsa de Mérito Especial devem entregar o boletim de candidatura e outros documentos, até ao dia 14 de Maio, na Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (Av. D. João IV, nºs 7-9, 1º andar, Macau). O regulamento e boletim de candidatura podem ser obtidos no local, acima referido, ou descarregados na página electrónica da DSEJ em http://www.dsej.gov.mo. Para mais informações, é favor ligar para os telefones 83972521 ou 83972507, ou contactar através do e-mail: dase@dsej.gov.mo

Macau, 12 Abril de 2010.

A Directora Substª.,Leong Lai

(A Subdirectora)

Governo da Região Administrativa Especial de Macau Direcção dos Serviços de Educação e Juventude

Governo da Região Administrativa Especial de MacauServiços de Saúde

ADMITE-SE

Assistente de Clínica Geral (1 vaga)(Referência n.º 02409/03-ACG)

Funções:Para o desempenho de funções de Assistente de Clínica Geral nestes Serviços.

Exige-se:Licenciatura em Medicina, reconhecida pelo Gorverno da Região Administrativa Especial de Macau;Conclusão do internato complementar na área de clínica geral, oficialmente reconhecido pelo Govenoda R.A.E.M., com aproveitamento ou a equivalência;Domínio de uma das línguas oficias de Macau;Qualidade de residente permanente da R.A.E.M., que preencha os requisitos gerais para o desmpenho de funções públicas.

Preferência:Possuir habilitações profissionais superiores na respectiva área;Bom conhecimento da língua inglesa.

Método de selecção:A selecção será efectuada em fases: análise curricular (60%) e entrevista profissional (40%)

Nota: Determinadas perguntas da prova devem ser respondidas em língua inglesa segundo os requisitos.Oferece-se:

Lugar como Assistente de Clínica Geral do 1º escalão, índice 580;Contrato além do quadro, precedido de contrato de assalariamento por um período experimental deseis (6) meses;Direitos e regalias de acordo com o Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macauem vigor.

Os interessados podem apresentar a sua candidatura até 3 de Maio de 2010, num sobrescrito fechado, que deverá ser entregue na Secção de Expediente Geral dos Serviços de Saúde (situada no Centro Hospitalar Conde de São Januário) ou remetido por meio de correio com registo e aviso de recepção para a mesma Secção, com os seguintes documentos:

a. Trés exemplares de Curriculum Vitae;b. Fotocópia do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da R.A.E.M.;c. Fotocópia do certificado académico e boletim classificativo;d. Fotocópia dos documentos comprovativos de experiência profissional.

No rosto do sobrescrito fechado devem constar o nome do(a) candidato(a), em chinês e português, o nome do lugar e o número de referência (02409/03-ACG) do recrutamento. As candidaturas só serão consideradas desde que a data do recibo da Secção de Expediente Geral dos Serviços de Saúde ou do carimbo da Direcção dos Serviços de Correios, não seja posterior ao prazo estabelecido para a sua entrega.

As candidaturas recebidas serão apenas destinadas ao uso deste recrutamento pelo que, os interessados que pecedentemente tenham apresentado candidaturas não serão incluídos neste recrutamento, devendo portanto, efectuar a candidatura acima mencionada.

Será publicada na página electrónica dos Serviços de Saúde: (http://www.ssm.gov.mo), a lista provisória em que constam os nomes dos candidatos admitidos, a data, o horário e o local onde se realizará a prova.

Macau, aos 12 de Abril de 2010.

O Director dos Serviços de Saúde,Lei Chin Ion

cÂNDIDo aZEVEDo LaNÇa o SEu quINto LIVRo

as histórias do corpo e do espíritoFez-se nómada durante mais de metade da década de noventa e andou pelos ex-territórios portugueses na Ásia a seguir no encalço das pegadas que os hábitos “do corpo e do espírito” deixaram por Macau, Timor ou Índia. Cândido de Azevedo vai lançar uma obra que releva o trilho que os lusos traçaram naquilo que à “paródia” diz respeito

ANA RELVAS FRANÇA

Os portugueses andaram por todo o lado mas a sua presença, nunca demasiado ostensiva, sofreu na Ásia a mais intransponível das erosões: a das gerações

seguintes. Cândido do Carmo Azevedo escolheu receber os jornalistas num restaurante indiano porque foi “onde os por-tugueses chegaram primeiro”.

Este português, no entanto, chegou primeiro à Índia do que a outros locais menos insuspeitos uma vez que nasceu em Damão. Hoje professor coordenador na Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Politécnico de Macau (IPM), andou mais de meia década numa demanda para descortinar os hábitos lúdicos dos portugueses que ocuparam as terras do Oriente e aquela que foi a sua tese de doutoramento, está agora no prelo, a uma semana apenas de se tornar disponível ao público em geral.

A história do corpo, como resume o académico, é o produto da multiplicação dos seus principais interesses – o Desporto e a História, disciplinas nas quais se licenciou. De factos “enfadonhos” estão as prateleiras cheias e por isso o seu trabalho – “O Lúdico na História do Oriente Português: Um diálogo intercultural do século XV ao século XX” – aproxima-se mais do mundano, do acessório, do pueril, do promíscuo, dos relatos da simplicidade das gentes e dos hábitos simples de toda a gente que acha que não tem nada de simples. Tudo relíquias que os escritores da altura deixaram na penumbra em prol da documentação económica, comercial ou política. Do acervo do professor, porém, pouco terá sido censurado. Constam os ímpetos indecorosos das senhoras burguesas durante as ausências dos maridos e os ensejos dos galãs lu-sitanos quando puseram os olhos, pela primeira vez, em al-gumas das maravilhas do Oriente.

Alguns dos locais que visitou raramente surgem nas conversas do dia-a-dia mas Cândido Azevedo não economi-zou no périplo nem desprezou nenhum recanto. Nas ilhas Molucas, por exemplo, ainda se faz teatro em Português e os juramentos dos chefes das aldeias incluem louvores “ao reino de Lisboa”.

Em Diu, descreve o autor, “a História de Portugal sabe-se de cor e anda na boca de toda a gente. E as ladainhas de São Gonçalo, o santo casamenteiro, ainda se cantam às moças para lhes trazer casamento”.

Para não falar de Goa, onde os rapazes do baile punham brilhantina no cabelo “à moda dos galãs na altura”. Macau tem também reservado um capítulo especial já que é esta a terra onde Cândido Azevedo vive há mais de 22 anos. Como tantos, “veio com um contrato de três anos” e ficou aqueles todos.

Alguns dos episódios narrados passam pela recordação de actividades desportivas algo insólitas como a corrida em cima de tijolos ou as provas de natação que tinham como ob-jectivo apanhar um pato.

Todos eles, agora purgados da terminologia densa que a “noblesse – leia-se academia – oblige” são, nas palavras de Cândido Azevedo, “factos” compilados depois de denodada pesquisa pelos arquivos oficiais, jornais, bibliotecas e dioces-es dos vários pontos por onde foi passando. No entanto, e sem esquecer o enquadramento histórico que cada capítulo lhe propõe, as pessoas de cada local, foram, como são sem-pre, a maior e mais vívida fonte que utilizou na reconstrução das memórias que o livro vem colorir.

O professor consentiu numa espreitadela. “Havia dois tipos de prostituição em Timor – a mais barata e a “selecta”. Ora em Timor, as mulheres que se incluíam nesta categoria, que chegavam de Bali, escolhiam o seu parceiro para aquela noite mediante os objectos de valor que eram atirados para o palco durante a sua dança. Muitos portugueses perdiam a

cabeça, atiravam fios de ouro ou relógios de bolso”, contou.A apresentação do livro decorrerá no IPM, responsável

pela edição do livro, e será mais exótica do que aquelas a que estamos habituados, em mais uma luta contra as teses longas e aborrecidas, como não se cansou de referir o académico.

Quem se deslocar na próxima terça-feira, pelas 18:00 ao Auditório 2 poderá ser surpreendido pela viagem sensorial que o professor prepara, através do convite que estendeu a dançarinas tradicionais de Goa, grupos musicais de Damão e Diu ou à gastronomia indiana para que estivessem pre-sentes.

DocumENtáRIo DE SILVIE LaI E jamES jacINto

jornal tribuna de macau quarta-feira, 14 de abril de 2010 Pág 9Pág 8 quarta-feira, 14 de abril de 2010 jornal tribuna de macau

Franck Regourd, “o homem do chapéu de palha”, pisou pela primeira vez Macau em Janeiro de 1990. celebrando o 20° aniversário da sua descoberta deste território, o autor abre os seus arquivos e mostrará, durante 50 edições do Jornal tribuna de Macau, algumas das suas melhores e mais preciosas fotografias tiradas em Macau durante os últimos vinte anos (1990/2009).

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O HOMEM QUE QUERIA COMANDAR OS ELEMENTOS (ano novo chinês de 1994)

ainda antes de freud e Darwin, o filósofo alemão Schopenhauer escrevia que o universo é o fruto de um desejo, de uma vontade criadora imperativa que do mesmo modo que o verbo divino visa o ser do mundo.vivendo numa região cujo desenvolvimento fulgurante não cessa de nos fascinar, a sabedoria chinesa ensina-nos, no entanto, que não poderá haver desenvolvimento viável sem equilíbrio...adoptar este venerável princípio que nos ensina ser a vida tanto uma ciência como uma arte, conduz-nos forçosamente a olhar com surpresa, mesmo inquietação o que se produz aqui – sim, mas talvez lá igualmente – há mais de vinte anos?a série de fotos que me proponho dar-vos a ver foi composta, precisamente, durante estas duas décadas. ela não pretende no entanto oferecer ao leitor deste quotidiano uma visão objectiva, monolítica e dogmática da história que se desenrola neste minúsculo “confetti” pousado nas bermas do rio das Pérolas. compreende-se mais como um conjunto de contos, de fábulas, de testemunhos e interrogações. Declara--se como o fruto de um diálogo aberto entre um homem e uma terra, um fotógrafo que, talvez, como vós próprios, abre o livro da existência como alguém que abre o seu jornal e questiona: “terra da minha vida, terra das minhas penas como dos meus amores, que tens tu hoje para me contar?”.

fraNcK reGourD

localaNtÓNIo VItoRINo DE REGRESSo a macau

Respeito pelas comunidades “homenageia” Deng XiaopingNão foi esta Macau que imaginou aquando das negociações, que culminaram na assinatura da Declaração Conjunta, há 23 anos. A imaginação, diz António Vitorino, “não chega tão longe”. Para o antigo Secretário Adjunto para a Administração e Justiça, o facto dos direitos das diferentes comunidades na sua diversidade cultural, étnica, linguística ou religiosa serem respeitados “é a melhor homenagem” que se pode prestar aos negociadores da Declaração Conjunta e ao projecto que Deng Xiaoping designou de “Um País, Dois Sistemas”

DIANA DO MAR

Para quem participou no Grupo de Ligação Conjunto luso-chinês, como é que olha,

23 anos depois, para o documento que, de certa forma, começou a definir o que é hoje Macau?

- São 23 anos após a assinatura da Declaração Conjunta luso-chine-sa sobre o futuro de Macau e, nesse dia, estava aqui. Havia muitas dúvi-das e perguntas sobre como iria ser o futuro e houve sempre dois princí-pios, que nortearam a posição por-tuguesa. O primeiro era de que tudo correria bem se houvesse confiança entre as partes, se entre Portugal e a China se estabelecesse um clima de entendimento e de confiança mú-tua para garantir a estabilidade do território. O segundo requisito era de que a solução a ser encontrada – desde logo na Declaração Conjunta e depois na Lei Básica – fosse con-fortável para a população, porque o interesse comum era o de garantir que a RAEM tivesse a sua autono-mia e respeitasse os direitos e aspi-rações das populações de Macau.

- Foi este o território que os negociadores pensaram?

- (risos) Não. É evidente que

a imaginação não chega tão longe. Hoje a realidade de Macau é muito mais pujante do que era sobretudo a que esteve na base da negociação da Declaração Conjunta. É impor-tante reconhecer que quando foi assinada deu origem a um período de transição, em que quer Portu-gal, quer a China se empenharam em criar as condições para a trans-ferência e, para que hoje, essa ad-ministração fosse assumida pelas populações de Macau e pelos seus legítimos representantes. É por isso que existe esta pujança económica hoje em Macau.

- Neste regresso, que mudan-ças destacaria ao nível do desen-volvimento?

- O contraste maior é físico. Macau cresceu desse ponto de vista. Mas o que é muito reconfor-tante, mais do que as torres eleva-das e as luzes de ‘neón’ – que con-fesso que não me impressionam muito – é verificar que as várias comunidades que compunham o território sob administração por-tuguesa continuam hoje na RAEM. Que os direitos dessas comuni-dades na sua pluralidade e na sua diversidade cultural, étnica, lin-guística e religiosa são respeitados e que Macau é uma cidade aberta. É uma cidade cosmopolita. Essa é a melhor homenagem aos nego-ciadores da Declaração Conjunta e ao projecto que Deng Xiaoping definiu de ‘um País, dois Sistemas’ para que, durante 50 anos, Macau e Hong Kong tivessem um sistema que permanecesse basicamente in-alterado. É preciso reconhecer que o modo especial de vida de Macau subsiste hoje, 10 anos depois da transferência.

- Muito se tem falado da rela-ção entre Macau e Hong Kong, com a União Europeia (UE) e a China, que passam muito pelos interesses comerciais. Está de acordo com os que defendem que as relações têm de começar a ser de outro nível?

- O objectivo não é apenas comercial ou económico tem de ser também cultural. Há muito de diálogo cultural em Macau. As pe-dras, as ruas, os recantos falam-nos desse encontro de culturas. Macau tem uma posição única porque é uma região que tem um passado histórico rico, que lhe permite ser a ponte entre a Grande China e o mundo de expressão lusófona, que tem uma pujança e uma projecção internacional que não tinha há 20

“É preciso reconhecer que o modo especial de vida de Macau subsiste hoje”

área de mais pujante crescimento económico à escala global. Se a UE quer ter um papel no mundo, protagonismo e estar presente nos grandes centros de desenvolvimen-to económico tem – no seu próprio interesse económico – de estar na Ásia e desenvolver uma relação com a China. E, para essa relação, Macau e Hong Kong podem ter um contributo a dar.

- Com o Tratado de Lisboa, a UE passa a falar a uma só voz em termos de política externa. Que implicações pode ter esta mudan-ça para Macau em termos de coop-eração económica ou comercial?

- Um dos grandes objectivos do Tratado de Lisboa é garantir que a UE seja mais eficaz na sua relação com países terceiros. E, nesse sen-tido, vai ser desenvolvido um novo sistema de representação externa baseado num serviço europeu de acção comum exterior, envolvendo mais de oito mil diplomatas. Es-pero que a melhoria da capacidade de resposta da UE se traduza numa aproximação mais eficaz a outros países e regiões, designadamente a Macau. Em Macau, existe uma consciência da especial ligação que pode ter com a Europa. Essa con-sciência resulta não apenas da pre-sença portuguesa no passado e no presente, mas também do interesse da própria China. Essa consciência europeia é talvez o instrumento mais importante para que haja uma boa ligação entre Macau e a UE.

- Uma das questões estabe-

lecidas na Declaração Conjunta tem que ver com a manutenção do sistema jurídico. Até que ponto Portugal e a UE acompan-ham essa manutenção? Qual é a ideia que tem sobre o facto de não haver pelo menos uma tomada de posição pública de Portugal em relação a esta matéria?

- Não se justificaria. O com-promisso que existe é de que haja uma sistema jurídico de matriz por-tuguesa em Macau, mas é o sistema de Macau. Esse sistema jurídico tra-duzido na Lei Básica – que é uma lei da RPC – e a responsabilidade hoje é das autoridades da RAEM. Essa é uma regra fundamental. O sistema tem origem e matriz por-tuguesa, mas há que respeitar es-crupulosamente a autonomia das autoridades da RAEM e que esse sistema jurídico tenha uma desen-volvimento próprio adaptado às realidades de Macau e, portanto, fico muito orgulhoso de ter dado um pequeno contributo para que essa matriz de origem portuguesa esteja presente.

- De qualquer modo, estamos perante um tratado supranacional do qual Portugal faz parte. O que sentimos é alguma falta de aten-ção ou assunção pública dessa atenção por parte das autoridades portuguesas. Portugal tem de con-tinuar a estar atento?

- A Declaração Conjunta é um tratado internacional vincula duas partes e, do ponto de vista jurídico, o mais importante foi a Lei Básica. Continuamos a acompanhar a evolução de Macau com toda a aten-ção, mas com o maior respeito pela autonomia dos órgãos da região. O que há de mágico nesta solução é que, tendo deixado uma matriz, ela desenvolve-se pelos seus méritos próprios em função dos interesses das populações de Macau.

- Como é que continua a acompanhar Macau?

- Naturalmente através de amigos, através de ligações pes-soais que mantive da minha pre-sença no território, através da im-prensa e da minha vinda cá, desta feita, na medida em que, na última vez que cá estive, foi há 10 anos para representar a Comissão Euro-peia na cerimónia de transferência e, desta vez, venho sem qualquer cargo público apenas como aca-démico.

- Manterá algum contacto com as autoridades locais?

- Sim.- Com quem? Em que sen-

tido?- (Risos). São apenas pessoas

que conheci durante a minha per-manência cá, que exercem hoje cargos importantes no território e que quiseram ter a gentileza de reencontrar um amigo. Portanto, não houve espaço nem para reca-dos, nem para mensagens, mas para um saudável convívio pes-soal. Essa é também uma matriz da presença portuguesa em Macau, uma dimensão humana que nada apagará.

Posição do PS sobre candidaturade alegre “não deve demorar”antónio vitorino admitiu ontem que uma posição do PS relativamente à candidatura presidencial de Manuel alegre “não deverá demorar”. “Há vários meses tinha dito que não deverá demorar uma tomada de posição, seja ela de apoio ou outra. Não é só essa que pode estar em cima da mesa”, afirmou o socialista, à margem de uma conferência que conduziu sobre o tratado de lisboa, na universidade de Macau, que contou com casa cheia, entre alunos, docentes ou simplesmente interessados.

anos. Basta pensar no papel do Brasil na cena internacional ou no facto de Timor-Leste ter acedido à independência. Macau pode ser uma placa giratória desse diálogo que é económico – sem dúvida al-guma e é importante –, mas que é também cultural.

- Macau desapareceu da política portuguesa?

- Macau está presente como um dos elementos fundamentais dos interesses que Portugal tem da sua afirmação no mundo. Portugal está na UE e estabelece uma linha de integração clara e inequívoca mas, ao mesmo tempo, nunca des-cura as relações com o mundo lusó-fono. Esse mundo lusófono inclui indubitavelmente as comunidades de língua portuguesa que estão em Macau.

- A actual presença portugue-sa surpreende-o?

- Não. Um dos pontos essen-ciais da negociação da Declaração Conjunta foi o de que estariam garantidas as características do es-pecial modo de vida de Macau. E sempre se identificou nesse espe-cial modo de vida a existência de um conjunto de características, que resultam da presença portuguesa. Não apenas [ao nível da] língua oficial, mas também do ponto de vista da preservação do património arquitectónico, do estatuto da Igre-ja católica e, portanto, creio que es-sas características estão ainda hoje presentes.

- Como é que Portugal e a UE poderão potenciar as relações com Macau e a China?

- É estratégico para a UE ter uma relação sólida bilateral com a região da Ásia-Pacífico em ger-al e com a China, em particular, porque sem dúvida alguma que na próxima década esta vai ser a

“Em Macau existe uma consciência da especial ligação que pode ter com a Europa”

“A realidade de Macau é muito mais pujante do que há 23 anos”

“Fico muito orgulhoso de ter dado um pequeno contributo para esta matriz de origem portuguesa”

jornal tribuna de macau quarta-feira, 14 de abril de 2010 Pág 11Pág 10 quarta-feira, 14 de abril de 2010 jornal tribuna de macau

Tiger Woods irritado com quarto lugar em augustaTiger Woods, de regresso após cinco meses de ausência, envolto num escândalo sexual, terminou em quarto lugar no Masters de Augusta (EUA) com 277 tacadas (11 abaixo do PAR), em igualdade com o sul-coreano KJ Choi

O líder mundial reapareceu na Geórgia procurado relançar a sua carreira e recuperar a

imagem de um “homem melhor”. Tiger Woods evitou falar dos pro-blemas pessoais mas mostrou, todavia, que continua a não gos-tar nada de perder. Abandonou o Masters um pouco irritado, nada satisfeito com o quarto lugar.

Questionado sobre o que ti-nha mudado na sua vida, durante o tempo que esteve afastado dos relvados, nos últimos cinco meses, Woods fugiu às justificações pes-soais, abordando a sua prestação apenas em termos de golfe. “Não estou satisfeito com o quarto lu-gar. Não era esse o meu objectivo. Queria ganhar este torneio”, assu-miu.

Justificando com “falta de ritmo competitivo”, reconheceu que cometeu “alguns erros nos ‘greens”.

“Apesar disso, sabia que poderia colocar-me numa posição para ganhar. Agora vamos em frente, nada a dizer”, afirmou Woods, como que dirigindo-se aos adeptos do golfe. O número 1 disse

carlos Tevez criticamétodos de Mancini

Os jogadores não estão felizes. Estamos no final de uma época longa, te-

mos jogos grandes pela frente, estamos cansados mas continua-mos a trei-nar duas vezes por dia, de manhã e à tarde. Depois, no dia seguinte, treinamos durante duas horas. Não compreendo. Mas ele [Mancini] é o treinador e eu sou apenas um jogador. Está tudo bem”, disse Tevez ao Daily Mail.

Para o avançado argentino, o antigo treinador do City, Mark Hughes, deveria ter recebido um voto de confiança: “Se me per-guntarem se foi a melhor decisão [despedir Hughes e contratar Mancini], diria que não”.

Na mesma entrevista, Car-los Tevez, assume que não co-locaria o português Cristiano Ronaldo, seu antigo colega no Manchester United, na sua eq-uipa ideal, mas apenas porque “não poderíamos jogar todos ao mesmo tempo”.

“Rooney é o melhor do mundo. Foi um privilégio tra-balhar com ele. Quando jogámos com Cristiano, os três juntos, esse foi um grande momento na minha carreira”.

ainda que pretende agora ir “rea-valiar as coisas” antes de revelar o seu próximo torneio.

Phil Mickelsen terminou com 272 pancadas, 16 abaixo do PAR, depois de ter conseguido 67 (cinco abaixo) na última volta, para a qual entrou com mais uma do que o in-glês Lee Westwood, que fez 71 (uma abaixo) e acabou em segundo, com 275, 13 abaixo do PAR. Por seu lado, Anthony Kim foi terceiro, com 276 pancadas (12 abaixo do PAR).

O avançado argentino do Manchester City, Carlos Tevez, diz que os jogadores «não estão felizes» com os métodos de treino de Roberto Mancini

DESPoRToINIESTA FALHA MEIA-FINAL DA CHAMPIONS. iniesta, médio do barcelona, lesionou-se ontem durante um treino e ficará parado por um mês, falhando a meia final com o inter de Milão, anunciou o clube espanhol.

PELÉ FALA DE MESSI. «quando Messi marcar mil golos então poderemos falar sobre o melhor jogador do mundo», afirmou o brasileiro ao jornal Daily Mail. Pelé marcou 1.280 golos em 1.363 partidas, embora muitos destes tentos tenham sido feitos em jogos particulares. Messi soma 133.

SIZA VIEIRA HOMENAGEADO PELOS EUA. o arquitecto Siza vieira foi nomeado membro honorário da academia americana de artes e letras, recebendo o título numa cerimónia que terá lugar a 19 de Maio, em Nova iorque.

MP ACUSA NO CASO TAGUS PARK. o Ministério Público acusou, ontem, três arguidos no chamado caso tagus Park. rui Pedro Soares, américo thomati e João carlos Silva já foram notificados do despacho da autoria da procuradora teresa almeida. em causa estão crimes de corrupção passiva.acTual

O espólio documental ao dispor da comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso “PT/TVI/Sócrates” vai cres-cendo mas, até agora, segundo deputados da oposição

ouvidos pelo DN, nenhum deles permite concluir preto-no-branco que o Governo (ou José Sócrates) estavam informados das intenções da PT sobre aquela estação antes de haver notícia pública do negócio (23 de Junho do ano passado).

Os únicos documentos que falam de um plano geral do Governo para controlar a comunicação social são os prove-nientes da investigação criminal em Aveiro ao processo Face Oc-ulta - um da PJ, outro do MP, ambos com conclusões já publica-

o PS vai dar aos juízes poderes totais, em todas as instâncias e perante todo o tipo de suspeitas de crimes, para aceder a informações cobertas pelo sigilo bancário. o projecto será apresentado na comissão parlamentar anti-corrupção, a qual, depois de uma longa fase de audições, começará a discutir brevemente propostas legislativas. com a proposta do PS, os juizes passarão a poder aceder a contas bancárias mesmo em relação a processos onde hoje é muito difícil. Por exemplo: nos casos de divórcio. os socialistas pretendem com isso facilitar a investigação criminal de crimes de colarinho branco que envolvam, nomeadamente, divórcios fraudulentos, pelos quais os suspeitos transferem os seus bens para os respectivos cônjuges e divorciando-se depois - evitanto com isso o risco de penhoras, nomeadamente. Suspeita-se que esse é o caso do divórcio de José oliveira e costa, ex-presidente e fundador do bPN. os socialistas tencionam, por outro

Juízes com mais poder para levantar sigilos

comissão de Inquérito sem provas contra SócratesDeputados da oposição já consultaram documentos enviados à comissão de inquérito. E em nenhum viram provas do envolvimento do primeiro-ministro

JOÃO PEDRO HENRIQUESMARINA MARQUES

das na imprensa - mas esses sem as escutas onde se sustentaram e já “feridos” pelo facto de terem sido declarados improcedentes pela PGR e pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

De resto, os documentos novos foram actas de reuniões da administração da PT e actas de reuniões da Media Capi-tal, bem como o projecto de contrato que balizaria o negócio depois vetado pelo Governo, e nenhum desses documentos, segundo as fontes do DN, dá conta que o Governo ou Só-crates tivessem sido previamente informados. Dito de outra forma: a CPI, por enquanto, não tem meios indesmentíveis que provem que Sócrates mentiu ao Parlamento quando, em 24 de Junho, garantiu que nada sabia do negócio.

Os coordenadores da comissão de inquérito reúnem-se hoje e, segundo explicou ao DN o seu presidente, Mota Amaral, estabelecer o calendário das 21 audições é um dos pontos da ordem de trabalhos. “Face às respostas que já re-cebemos sobre as disponibilidades das 21 personalidades que a Comissão pretende ouvir, vamos estabelecer prioridades e tentar marcar todas as audições da melhor forma possível”, afirmou o presidente da CPI. Isto apesar de ainda não ter re-cebido resposta a todas as cartas de cortesia que enviou, no-

JTM/DN

O programa nuclear iraniano deverá ser um dos temas da cimeira que ontem começou em Washington. Consciente

do facto, Teerão fez saber que não se sentirá vinculado às conclusões de uma reunião “de tontos” em que não participa.

Irão, Coreia do Norte e Síria não rece-beram convite para esta excepcional cimeira onde o Presidente Barack Obama irá procurar sensibilizar os seus convidados para que seja garantida a segurança do material nuclear de forma a que grupos terroristas não tenham acesso a ele.

“O resultado da conferência de Wash-ington é antecipadamente conhecido, e ne-nhuma das suas decisões pode vincular país-es que nela não estão representados”, disse Ali Asghar Soltanieh, representante do Irão na Agência Internacional de Energia Atómi-ca (AIEA).

Mais contundente foi o Presidente ira-niano para quem as actuais cimeiras mun-diais “procuram humilhar as pessoas”. E Mahmud Ahmadinejad prosseguiu com a sua verve habitual, afirmando que “estes lí-deres tontos parecem estúpidos ou atrasados [mentais] que brandem a sua espada quando se confrontam com algum problema sem perceberem que o tempo para este tipo de coisas já passou”.

Irão rejeita cimeira dos “tontos”

meadamente no caso do primeiro-ministro, José Sócrates.De entre os documentos solicitados pelo BE e pelo PCP

para fazer prova no âmbito da Comissão de Inquérito, desta-cam-se as actas das reuniões do Conselho de Administração da Portugal Telecom realizadas em 2008 e 2009. Era nesses documentos que os deputados esperavam encontrar, preto no branco, referências às negociações entre a Prisa e a PT, bem como a indicação que o Governo teria sido informado do desenvolvimento dessa operação.

LUMENA RAPOSO

Washington e Pequim com duas versõesfonte da casa branca revelou que barack obama e Hu Jintao, acordaram em cooperar na resolução da organização das Nações unidas (oNu) contra o programa nuclear do irão, mas a porta-voz do governo chinês, Ma Zhaoxu reconheceu, apenas, que durante o encontro, Hu transmitiu a obama a conveniência de continuar as negociações e o diálogo para resolver a crise iraniana. Nos últimos meses, a china mostrara-se renitente quanto à imposição de mais sanções contra o irão, mas finalmente aceitou estar presente nas conversações de Nova iorque, no que foi visto como uma vitória diplomática dos eua. a rússia, o outro membro permanente do conselho de Segurança da oNu que também se tinha mostrado renitente com novas sanções, declarou na quinta feira, através do seu presidente, Dmitri Medvedev, ser partidária de medidas “inteligentes”, que induzissem à mudança de comportamento dos iranianos, mas que não prejudicassem a sua população.

JTM/DN e agências

Reunião de Washington é uma das etapas de Obama para conseguir um mundo livre de armas nucleares. O presidente iraniano, que não participa, insulta os participantes

Na realidade e apesar das denúncias de Ahmadinejad, Barack Obama está a tentar concretizar o que afirmou, há cerca de um ano, em Praga perante milhares de pessoas: conseguir um mundo mais seguro e livre de armas nucleares.

“A maior ameaça para a segurança dos Estados Unidos, tanto a curto como a médio e a longo prazo, é a possibilidade que uma organização terrorista obtenha uma arma nuclear”, sublinhou Obama ao receber, no domingo, os primeiros chefes de Estado que chegaram nesse dia a Washington para par-ticipar na reunião em causa.

O anfitrião da mais importante cimeira organizada no seu país desde 1945, tendo em conta o número de participantes - 47 chefes de Estado e de Governo e ainda responsáveis de organizações internacionais - recordou que “organizações como a Al-Qaeda estão a tentar apoderar-se de armas de destruição maciça e não terão pejo em usá-las”.

No final da cimeira, que começou com

um jantar de trabalho, deve ser aprovada uma declaração onde os participantes se comprometem a conseguir, num período de quatro anos, a segurança de todo o material nuclear mundial. Esse é, pelo menos, o objec-tivo de Obama que recebeu já os primeiros-ministros das duas potências nucleares asiáti-cas - Índia e Paquistão, Manmohan Singh e Yousuf Raza Gilani. O Rei Abdullah II da Jordânia, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e o chefe de Estado do Kazaquistão, Nursultan Nazarbayev, foram também já recebidos por Obama. Nazarbayev concor-dou em abrir o espaço aéreo do seu país aos aviões militares americanos de forma a possibilitar-lhes uma nova rota para alcan-çar o Afeganistão, mais económica e segura do que a do Paquistão.

A reunião com o russo Dmitri Medve-dev, para quem Obama “é diferente porque reflecte antes de falar”, decorreu de forma positiva. Mas a grande expectativa está nos resultados do encontro entre o Presidente

dos EUA e o seu homólogo chinês, Hu Jin-tao, a quem Obama irá procurar convencer a apoiar sanções reforçadas contra o Irão em consequência do seu dossiê nuclear. Sem o aval, ou a abstenção, da China, en-quanto membro permanente do Conselho de Segurança, não serão possíveis novas sanções.

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DE 2010

I - CONVOCATÓRIA

Nos termos dos artigos 27º e 28° dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária do Clube Militar de Macau para reunir no dia 3 de Maio de 2010, segunda-feira, pelas 18H00, na Sala Comendador Ho In, na Sede do Clube, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Apreciação e votação do Relatório e Contas da Direcção relativos ao ano de 2009.2. Apreciação e votação do orçamento para o ano 2010.3. Eleição dos Órgãos Sociais do Clube para o biénio de 2010-2011.

Nos termos do nº 2 do artigo 26° dos Estatutos, se à hora marcada, não estiver presente a maioria dos sócios, a Assembleia Geral reunirá, validamente, meia hora mais tarde com qualquer número de sócios.

Nos termos previstos nos artigos 27° e 51º dos Estatutos, os trabalhos da Assembleia Geral serão suspensos logo que tratados os assuntos constantes dos números 1 e 2 da Ordem de trabalhos, reiniciando-se a reunião da Assembleia Geral à hora do encerramento das urnas, ou seja às 22H30.

O acto eleitoral decorrerá na Sala de Honra da Sede do Clube, onde estará patente a urna eleitoral, que será aberta às 18H30 e encerrada às 22H30.

O Relatório e Contas, o Parecer do Conselho Fiscal e o projecto de Orçamento encontram-se à disposição dos sócios na Secretaria do Clube.

II - CANDIDATURAS

Nos termos do nº 2 do artigo 47° dos Estatutos, informa-se que as formalidades para a apresentação das listas de candidatura constam dos artigos 48° e 49° dos Estatutos, devendo as mesmas ser apresentadas até dez dias antes da data do acto eleitoral , em carta a entregar na Secretaria da Sede do Clube, endereçada ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Macau, 1 de Abril de 2010

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral,

Jorge Neto Valente

Perguntado se Rooney é melhor que Messi, Tevez salienta que “o Messi é o número um na sua posição. Jogaria com ambos na minha equipa ideal, com um sistema 4-3-3. Conquistaríamos muitos títulos juntos”, explica o jogador do Manchester City.

Quando questionado sobre Ronaldo, Tevez é peremptório: “Não podemos jogar todos na mesma equipa”.

O argentino comentou ainda o facto de Rooney e Fábregas terem jogado infiltrados, afirmando que nunca faria tal coisa, mas aceitaria jogar lesionado pela equipa. «[Jogar infiltrado] cria uma falsa ideia de saúde. Prefiro jogar sem isso e sentir se a dor aumenta», revela.FERDINAND CRITICA TEVEZ. Por seu lado, o «capitão» do Man-chester United, Rio Ferdinand, que foi colega de Tevez revelou que o ar-gentino «nunca dava o máximo nos treinos», poupando-se ao máximo para os jogos.

«O Carlos tem uma personali-dade interessante. Guardava toda a energia para os jogos quando estava no United. Nunca dava o máximo nos treinos. Trabalhava muito no ginásio, e nesse sentido era profis-sional, mas tudo o fazia estava di-reccionado para os jogos», afirmou o internacional inglês, acrescentando: «Podíamos vê-lo a poupar a sua en-ergia durante a semana e depois a libertar tudo em campo».

Apesar de não concordar com filosofia de treino do argentino, pois Rio considera que para estar no máximo «é preciso treinar todos os dias no limite», o central dos red devils assume que Tevez «pode ser um avançado muito difícil de de-fender».

lado, reforçar a criminalização dos subornos. ficará claro na lei que nenhum agente do estado poderá receber uma dádiva que não lhe seja devida pela função que ocupa. e isso será só por si crime, mesmo que, em troca, o agente do estado, nada faça. o PS tenciona levar em conta os usos e costumes nacionais, porque uma coisa é um agente do estado receber uma garrafa de vinho e outra um automóvel de luxo (o que terá acontecido no processo face oculta). o que conta para os socialistas é interromper a relação causa-efeito que condena ao arquivamento muitas investigações por corrupção. Doravante, se a lei for aprovada, deixará de ser indispensável, como muitos juízes consideram, que a corrupção seja provada apenas depois de estar indubitavelmente garantido que o corrompido cometeu um determinado acto, no uso dos seus poderes, por ter recebido uma determinada dádiva de alguém que tinha vantagem nisso.

Pág 12 quarta-feira, 14 de abril de 2010 jornal tribuna de macau jornal tribuna de macau quarta-feira, 14 de abril de 2010 Pág 13

oPInIão(...) “Ela anda ela aos saltos! Lá casar, casaram, mas se vão ser felizes nos próximos cinco anos, disso ainda temos dúvidas.”

Dit

o

Carlos Morais José in “Hoje Macau”

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 14/4/1990

oPInIão

a junta de salvação nacional(...) No seu discurso terminal do congresso de carcavelos, Pedro Passos coelho surpreendeu toda a gente ao repescar a ideia de uma revisão constitucional. considerou-a prioritária e urgente. observou que muitas reformas necessárias não poderão ser feitas no país sem essa revisão. Propositadamente vago e inconclusivo, Passos não explicou quais e em que termos. Mas não deixou de apontar um calendário para ultimar o processo: antes das eleições presidenciais. (...) Para isso, Passos coelho precisa do cDS. e muita gente notou no discurso de carcavelos e nas primeiras propostas do novo líder uma indiscutível aproximação ao cDS. (...) Precisa de incluir o bicho democrata-cristão, demasiado à solta. Havendo sintonia de propostas, o acordo consegue-se.Mas Passos precisa também do PS, porque os sacrifícios e apertos que nos esperam nos tempos mais próximos só serão tolerados se tiveram a caução socialista. Já todos percebemos. o estado do país é de tal ordem que nem PS nem PSD querem governar um contra o outro. e os socialistas também não são parvos nenhuns. entre perder para Passos coelho em legislativas antecipadas ou negociar qualquer acordo que lhes garanta uma certa sobrevivência do governo, escolherão a segunda via num instante. o acordo de revisão entre PS, PSD e cDS será também de governo. e com todos no governo, teremos um tratado de paz.apertem os cintos. vem aí a junta de salvação nacional.

uM PonTo é TuDo

ZooM SoBRE Macau

Em “Mensagem”, Pessoa tem um poema, sobre termos deixado fugir Colombo para Espanha, que começa assim:

“Outros haverão de ter/ O que houvermos de perder.”Em 1934, “Mensagem” concorreu a um prémio do Es-

tado Novo e perdeu para A Romaria, de um desconhecido Reis Ventura.

A 13 de Abril de 1955 (faz hoje 55 anos), pelas cinco da tarde, Reis Ventura, simples funcionário da Petrofina, subiu ao palácio do Governador-geral, na Cidade Alta de Luanda, com um frasco.

Não era a ele que o Governador Agapito Silva Carvalho recebia, mas ao engenheiro belga, Georges Brognon, que o acompanhava e levava a novidade: nessa madrugada, de um poço de Benfica-Sul, a 25 quilómetros da capital, tinha jor-rado petróleo.

Vivemos na foz do famigerado Delta do rio das Pérolas, o terceiro rio em comprimento da grande China, (o primeiro

do “ranking” é o Yangtzé e o 2° o Amarelo), com 2200km e uma bacia hidrográfica de mais de 400 mil quilómetros quadrados, ocupando uma vastíssima área da sul da china. Um rio que atravessa seis províncias e dá de beber a muitos milhões de pessoas, a nós inclusive!

Este Delta foi programado desde 1978, pelos líderes chi-neses, para ser um laboratório de experiências económicas, devido à proximidade das cidades de Hong Kong e Macau, dois bastiões do capitalismo, e foi aqui que se desenvolveu a tão falada política de “Um país dois sistemas” da autoria do grande timoneiro Deng Xiao Peng, o precursor das políticas de abertura e reformas da República Popular da China.

Este preâmbulo serviu para vos apresentar e descrever o deslumbramento que muitos de nós temo,s ao revisitar as zonas vizinhas dentro deste Delta.

Se bem se recordam, os mais antigos, em 1978, quando o Sporting Clube de Portugal veio jogar à China, já dentro desta nova política de abertura e depois dos americanos terem trazido a equipa de ténis de mesa (ping-pong), na altura em que o Presidente Nixon veio selar esta nova era, a equipa e di-rigentes do clube verde e branco, de Alvalade, demorou cerca de 8 horas a deslocar-se da cidade de Cantão até às Portas do Cerco, conforme podem conferir nos relatos interessantíssi-mos, da época, do grande repórter da Emissora Radiodifusão de Macau e dos jornais, Alberto Magalhães Alecrim. Agora esta distância é percorrida no maior dos confortos em pouco mais de 120 minutos!

O desenvolvimento económico neste que foi um ver-dadeiro “balão de ensaio” deu-se em termos económicos ex-ponenciais.

Os braços de rio e canais que serviam para a irrigação e plantação da cultura do arroz que nos rodeavam, foram atravessados por obras gigantescas de engenharia civil e na-sceram pontes de todos os tamanhos e feitios e fábricas de to-das as marcas conhecidas que possam imaginar. Auto-estradas e estradas foram “rasgadas”, por todos os lados, praticamente todas elas desenhadas no mapa e transpostas para o terreno. Enfim, poderíamos chamar a isto um “milagre” mas de facto não passou sim de um esforço concertado e muito bem pro-gramado por parte de todos os seus intervenientes.

Constatámos esta realidade no último fim-de-semana,

Pessoa, Salazar e o barril de crude

Por este rio das pérolas acima!

O frasco, de dois litros e com tampa de prata, era a oferta do primeiro petróleo angolano.

No dia seguinte, na Bolsa de Bruxelas, as acções da Petrofina dispararam.

Em Lisboa, este DN titulou: “Petróleo de Luanda é su-perior ao da Arábia.”

Exagero, hoje, Angola é só o maior exportador de África.A agência Lusitânia insinuava a influência de Nossa

Senhora de Fátima, por ser dia 13...Mas o milagre foi outro: na semana seguinte, os jornais

calaram-se sobre o assunto.Consta que Salazar disse: “Só me faltava isso! Tapem,

tapem...”Fernando Pessoa tem outro poema que começa por diz-

er: “Este senhor Salazar/ É feito de sal e azar.”

muitíssimo bem passado e em óptima companhia, diga-se de passagem, e, desafiamos aqui os mais incrédulos a fazê-lo tam-bém, numa viagem pouco dispendiosa, por este rio acima. Irão encontrar locais de lazer, fascinantes, com paisagens, templos, velhos mosteiros e casas imperiais, por todos os lados, pois agora a política versa a defesa cultural dos locais históricos, assim como a defesa da gastronomia da riquíssima cozinha cantonense, especialmente no que toca a produtos do rio; car-anguejos de casca fina, camarões, peixe asa amarela e outros exemplares etc. Tudo isto muito antes de chegarem à capital da província de Guangdong – Cantão.

Estou-me a referir às várias zonas económicas da deno-minada “Zona Económica Especial de Zhuhai”.

E já agora, passe a publicidade, até podem petiscar e di-zer em “maquista chapado” - “Ui di Sabroso!” no restaurante do nosso conterrâneo Carlos Batalha, aqui bem pertinho (na localidade de Sam Yong)!

Aproveite e faça como nós e o S.Tomé “ver para crer” e vá por este rio das Pérolas acima!

* Secretário-geral do Conselho Permanente do Conselho das Comuni-dades Macaenses. Escreve neste espaço às quartas-feiras.

Ferreira Fernandes

Luís Machado*

JTM/DN

lid

o

Pedro Lomba in “Público”

Há 20 anos

FUNDAÇÃO ORIENTE DÁ-SE MAL COM ARES DA AUSTRÁLIA

A Fundação Oriente admite que teve, até à data, dificuldades em estabelecer contactos com a comunidade macaense radicada na Austrália, particularmente na zona de Sidney. Em comunicado distribuído à Imprensa, a Fundação afirma que só estabelecerá contactos com a comunidade macaense na Austrália “quando tiver a certeza de que está a contactar com elementos verdadeiramente representativos dessa comunidade e não com pessoas ou grupos de pessoas que se pretendam impor sem que, para o efeito, tenham qualquer legitimidade”.

No mesmo comunicado, a Fundação Oriente, esclarece que “nunca ofereceu qualquer montante a nenhuma associação, seja nos EUA seja noutro qualquer país, como é completamente destituído de fundamento que tenha 40 milhões de dólares americanos para distribuir por casas de Macau pelo Mundo”. Trata-se, na expressão do comunicado, de “pura especulação feita, porventura, por, pessoas que pretendem impor situações para delas tirarem vantagens” o, que “não beneficia certamente a rápida concretização da colaboração da Fundação Oriente com a Casa de Macau na Austrália”.

REVISÃO ORÇAMENTAL A MEIO DO ANOO Governo de Macau vai submeter em Junho à aprovação da Assembleia Legislativa uma proposta de revisão orçamental para o corrente ano, disse à Lusa uma fonte do gabinete do secretário-adjunto para os Assuntos Económicos. De acordo com a mesma fonte, a revisão destina-se fundamentalmente a integrar no orçamento de 1990 cerca de 500 milhões de patacas de receitas e despesas que se encontram à margem do documento aprovado pelo órgão legislativo.

A proposta de revisão orçamental deverá estar concluída durante o mês de Maio, após o que dará entrada na Assembleia a fim da sua discussão poder ser agendada para Junho. Tendo em vista o planeamento a médio prazo, a próxima revisão orçamental será já enquadrada numa “perspectiva plurianual, abrindo o caminho para que o orçamento de 1991 seja elaborado de acordo com um modelo económico a cinco anos.

SÃO JOÃO BOSCO É NOME DE RUAA Federação dos Antigos Alunos Salesianos

de Macau promoveu a designação duma rua desta cidade com o nome de Rua de S. João Bosco, o que mereceu aprovação da Edilidade em recente sessão camarária.

Essa via pública passará a ser designada Rua de S. João Bosco, a partir das 10 horas do próximo domingo e o Bispo de Macau, D. Domingos Lam, presidirá à bênção dessa rua e à sua inauguração. É o troço da R. Silva Mendes lateral à ala norte do Colégio D. Bosco, entre a Av. Coronel Mesquita e a Montanha Russa que desemboca junto da Estátua de S. João Bosco, ali existente.

No mesmo dia, a Federação dos Antigos Alunos de Macau vai celebrar a entrada no seu 8º aniversário da fundação, para o que organizou um programa de actividades.

Às 15 horas, terá a sua reunião anual, no Instituto da Imaculada Conceição, com a presença dos membros dirigentes de todos os Centros Salesianos de Macau e alguns convidados de Hong Kong, das organizações similares. Às 18 horas, haverá missa concelebrada na capela do mesmo Instituto, e às 19,30 horas, será a oportunidade da confraternização de todos os associados confraternizarem num jantar, no restaurante Jardim de Jade.

PoSTaIS DaS IlHaSTRIBuna

EDIToRIal

Ó Firmino – como é que você que não é de Cavalaria e nem sequer andou no Colé-

gio Militar foi capaz desta ideia?Firmino era o Tenente Coronel Firmi-

no Miguel; e a cena passou-se no Comando Geral da Guiné quando, depois de ouvir sem lhe agradarem as opiniões dos seus oficiais mais chegados sobre determinada operação, o General Spínola aceitou pron-tamente a apresentada pelo jovem Tenente Coronel.

Spínola – António Sebastião Ribeiro de Spínola ou apenas António de Spínola como gostava de se apresentar. Mas tam-bém Sebastião Ribeiro – o que dizia o seu passaporte (nem falso, nem verdadeiro) emitido pelas autoridades brasileiras; com que, depois de deixar o Rio, andou de terra em terra até ser devolvido ao Brasil após ex-pulso da Espanha, de França, do Canadá, da Alemanha e da Suíça. Cinco expulsões em menos de dois meses de todos os países em que procurara apoios para a Missão que se impusera de libertar Portugal da ditadura gonçalvista.

Fui eu que (numa outra “encarnação”) o informei na Suíça de que a Stern saída nesse dia trazia – e maldosamente detur-pada – a famosa “aventura em Dusseldorf”, que chegou a ser adaptada a guião de um filme com Marlon Brando e Jane Fonda. Lá tínhamos nós de começar a fazer as malas outravez…

-Eu? Expulso da Suíça? Não pense nis-so! Então estiveram tantos aqui abrigados, incluindo Marx e Mussolini, e eu é que iria ser expulso? Eu que, para a esquerda, fui quem derrubou o “fascismo” e, para a direi-ta, quem se opôs ao comunismo?

- Olhe Senhor General, eu conheço os suíços; são tão estranhos que, como diz um amigo que aqui vive, fazem relógios, uma coisa que toda a gente compra feita… aceitam tudo menos que lhes ensombrem a imagem de neutralidade impoluta de que se ufanam…lá se iam as contas numeradas…

Mas nessa madrugada tocou-me o telefone à cabeceira e ouvi-lhe a voz rouca a

1.No contraponto necessário a todas as sociedades, é imprescindível que hoje – um dia depois de abordar

os que querem mudar o mundo à custa de gritarem mais alto – nos lembremos dos que não gritam, ou mesmo não têm voz.

Em Macau, estes não aparecem nas estatísticas policiais dos ilegais, nem na taxa residual dos desempre-gados - segundo os últimos dados da OCDE, a taxa de desemprego na RAEM é igual à da Noruega e mais baixa que a da Holanda.

São os imigrantes legais, os que vêm para Macau com um contrato – nalguns casos até prévio – e que uns meses depois são alvo da exploração de empresários e particulares, que deles abusam de toda a maneira peran-te a indiferença da sociedade e dos que têm como função fiscalizar as relações de trabalho.

São o “elo mais fraco” da RAEM. Pessoas que tudo aceitam para se manterem por cá – passaporte retirado, ordenado diminuído, horas de trabalho aumentadas, etc, etc – e nem sequer podem dar o rosto, com receio que os patrões lhes tirem o “ganha-pão”, sem sequer lhes darem condições de regressar aos países de origem (veja-se o lamentável caso da “Viva Macau”).

Sobre os atropelos à Lei vigente que essas pessoas sofrem na carne, todos os que aqui vivemos há mais tem-po, conhecemos a sua existência, sem que a sociedade reaja. Pelo contrário, a sociedade de Macau até parece assumir que não sendo cidadãos permanentes não têm

Para quem vive há dezenas de anos no estrangeiro, as revistas da imprensa

das rádios e televisões portuguesas deix-am perplexo o ouvinte ou espectador de passagem. Primeiro, porque, na maior parte dos casos, para não dizer quase sempre, os autores das ditas revistas da imprensa limitam-se a citar títulos das primeiras páginas. E, segundo, porque deixam a desagradável impressão de nem sequer terem folheado o resto do jornal?

As revista da imprensa transfor-mam-se assim em mera promoção dos temas que jornais e magazines decidiram pôr nas primeiras páginas para atiçar a curiosidade do potencial comprador. Quando uma revista da imprensa consti-tui um género jornalístico que obedece a regras específicas e permite pelos menos duas opções. Ou sublinha temas originais tratados por uma e outra publicações. E neste caso, trata-se de uma espécie de compilação das exclusividades do dia.

Ou então centra-se num (ou nal-guns) acontecimento(s) e na maneira como é (são) tratado(s) por diferentes publicações. E trata-se então de um esboço dos ângulos de abordagem e reacções que lhes são pluralisticamente reservados. O que não impede um doseamento subtil e talentoso destas duas opções.

Mas há uma terceira razão para a perplexidade: o facto de as ditas revistas de imprensa se limitarem a citar diários e semanários ditos “nacionais”. Isto é: lisboetas! Com a honrosa excepção dos portuenses Jornal de Notícias e O Jogo. E os outros jornais portuenses? E os outros diários de Braga, de Coimbra, de Évora? E os outros diários da Madeira e dos Açores? Para não falar já de alguns semanários “de província” que em nada desmerecem em relação aos de Lisboa?

Noutro país europeu, tal concep-ção da revista de imprensa provocaria um escândalo. E não faltariam reacções dos jornais e dos próprios cidadãos “de província” em relação a um inaceitável lisboeto-centrismo, matizado embora por uma pontinha de “portuensismo”.

Mas Portugal é Portugal. E o que é intolerável lá fora é apa-

rentemente tolerável cá dentro…

o último Herói

o “elo mais fraco” da RaEM

dizer com a maior calma:- Já cá estão.- Já cá estão, quem? Perguntei estremun-

hado pois me deitara tarde a fazer a mala (…) e a escrever a meus filhos para os avisar de que ia novamente partir e, pelos jornais, saberiam onde fôra parar.

E o General continuou:-A Polícia. Por favor, não demore pois es-

tamos só à sua espera para irmos ser interroga-dos – uma formalidade… E eu disse-lhes que, como não sabia francês, Você me acompanha-ria como intérprete. Em espírito, agradeci-lhe a gentileza…

Efectivamente já lá estavam. Uma brigada armada dos Serviços Especiais que lhe revistava minuciosamente o apartamento. Protestei logo mas, o chefe deles disse-me que era só para gan-har tempo pois o mandato judicial viria dali a duas horas. Logo que subimos da garagem em que nos deixou o cortejo de automóveis escuros que nos levou à Central da Polícia de Genebra, o mesmo chefe disse-nos que os meus préstimos não iriam ser precisos pois um dos seus oficiais estagiara em Portugal e falava perfeitamente Português; mas que eu também teria de ficar, para ser interrogado à parte…

Foram três dias, de manhã à noite, ao fim dos quais nos permitiram finalmente um ad-vogado (eu fizera tanto barulho que até o mi-nistro da Justiça fôra demitido)…

Eram cinco os meus interrogadores – um por cada Serviço Secreto do Cantão o que, como os Cantões eram vinte cinco, totalizavam 125 esses Serviços daquele libérrimo e democratís-simo país.

Contra nossa vontade, pois insistimos em voltar para Portugal, devolveram-nos para

direitos, sequer de personalidade.Para isso têm contribuído manifestações como as da

tarde de segunda-feira, em que irresponsáveis e peque-nas associações de trabalhadores locais (os manifestantes seriam todos trabalhadores? E residentes permanentes?) aproveitam qualquer problema conjuntural para pressio-narem o Governo a legislar de forma mais restritiva sobre a vinda de trabalhadores imigrantes.

De algum modo, não seremos todos culpados pela situação de exploração em que vivem parte dos elementos desta sociedade de desafogo?

o Brasil. É que receavam fossemos presos à che-gada e não queriam tal responsabili-dade…

Chegámos ao Rio no dia 10 de Abril de 76. Ficámos num hotel discreto no bairro do Leme, em Copacabana. E, no dia seguinte, 11 de Abril, “festejamos” os 66 anos do General almoçando no restaurante dum “patrício”, o Real Peixadas, virado para aquele mar que cada vez nos parecia mais largo e teimava em nos manter longe das nossas Areias…

Num dia 11 de Abril, como no do-mingo passado, em que a Câmara de Lisboa cele-brou o seu Centenário, dando-lhe o nome a uma das novas avenidas da cidade. Disseram-me que só eu faltei… Tive pena.

E lembro o ultimo abraço que me deu: no fim duma sessão na Missão de Macau. Tínhamos cortado relações uns anos antes por eu me ter oposto em público vigorosa-mente a que aceitasse o marechalato, pois assim permitiria que a mesma distinção fosse dada a Costa Gomes, já então Marechal da União Soviética…

Quando, à saída, o cumprimentei só de cabeça cerimoniosamente, arredou num daqueles “seus impulsos” os que o acom-panhavam e deu-me um abraço de quebrar os ossos – Anda cá, pá! Estás óptimo! Vem amanhã almoçar comigo à Hípica para por-mos a conversa em dia. Não foi possível. Nunca mais nos encontrámos.

Numa época em que os“heróis” são os jogadores de futebol e num país cheio de anti-heróis foi bonito lembrarem quem a História guardará como o nosso último Herói Romântico.

E se isto assim é, o que acontecerá quando a econo-mia estiver em baixo. Atiram-nos ao rio?

2.Depois de tudo o que os deputados dos partidos da oposição em Portugal, gestores e joprnalistas foram

dizendo durante as audiências públicas da Comissão de Inquérito Parlamentar ao denominado caso “PT/TVI/Sócrates”, é agora revelado que nada há que permita concluir “preto-no-branco” que o Governo (ou José Só-crates) estavam informados das intenções da PT sobre aquela estação antes da notícia pública do negócio e que sobre o “plano geral” do Governo para controlar a comu-nicação social, os únicos documentos em que ele aparece são os da investigação criminal em Aveiro ao processo Face Oculta - um da PJ, outro do MP.

Tantas manchetes, tantas aberturas de Telejornais apenas para dar protagonismo a meia dúzia de pessoas... tanto tempo perdido pelos deputados... e pelo País!

Sebastião Gageiro*

José Rocha Dinis

J.M. Nobre-Correia

Intolerável miopia

* Pseudónimo. Escreve neste espaço às quartas-feiras.

car

toon

“Pelo contrário, a sociedade até parece assumir que não sendo cidadãos permanentes não têm direitos, sequer de personalidade.”

Por isso as ruínas dos temPlos gregos se

Parecem tanto com sedes de bancos.

Portugal Pode vir a ter que emPrestar dinheiro à

grécia, País cuja economia se encontra em ruínas.

ah.

JTM/D

N JTM/DN

avenida da Praia Grande, 975, Macautel: 28714000

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Número de Socorro 999bombeiros 28 572 222PJ (linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de alfândega 28 559 944Centro Hospitalar Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCaC 28 326 300iaCM 28 387 333dSt 28 882 184aeroporto 59 888 88táxi (amarelo) 28 519 519táxi (Preto) 28 939 939Água - avarias 2990 992telecomunicações - avarias 1000electricidade - avarias 28 339 922directel 28 517 520rádio Macau 28 568 333

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30 esPn13:00 Barclays Premier League: Chelsea Vs. Bolton15:00 Sportscenter Right Now15:01 Cycling16:00 Winter X Games Europe 201017:00 Bowling17:59 Sportscenter Right Now18:00 Contenders, Theaustralia & Slovenia18:30 Football Focus With John Dykes19:30 Sportscenter Asia20:00 Tiger World Of Football21:00 Goals!21:30 Contenders, Theaustralia & Slovenia22:00 Sportscenter Asia22:30 Tiger World Of Football23:30 Barclays Premier League: Chelsea Vs. Bolton

31 sTar sPorTs14:00 Motor Cycle Racing16:00 Superleague Formula 2010

cineTeaTro SaLa 1 clash of The TiTans

cineTeaTro SaLa 2 how To Train your Dragon

cineTeaTro SaLa 3 The hurT locker

Torre De macau clash of The TiTans

Um filme de: Louis Leterrier. Com: Liam Neeson, Ralph Fiennes.

Um filme de: Chris Sanders.

Um filme de: Tony Chan. Com: Jacky Cheung, Nicolas Tse, Rene Liu.

Um filme de: Kathryn Bigelow. Com: Jeremy Renner, Anthony Mackie.

14:30h 16:30h 19:30h 21:30h

14:30h 16:30h 19:30h 21:30h

14:30h 16:30h 19:30h 21:30h

14:30h 16:45h 19:15h 21:30h

17:00 Global Football17:25 (LIVE Afc Champions League 19:30 FA Cup: Aston Villa Vs. Chelsea20:30 FA Cup 21:30 Score Tonight22:00 FA Classics23:00 Martial Arts

40 sTar movies13:30 Never Back Down 15:30 Michael Clayton 17:35 Over Her Dead Body 19:15 Snake Eyes 21:00 Shutter 22:35 Bedtime Stories

41 hBo13:00 The Fifth Commandment 14:30 Hollywood One On One 15:00 What Dreams May Come 16:55 Stealing Harvard 18:20 Short Cuts 21:00 Rain Man 23:15 Tmz 23:35 Sex And The City 42 cinemax14:30 The Invasion 16:15 The Skull 17:45 Bulletproof 19:15 Strangers On A Train 21:00 Vertigo 23:15 The Phantom Of The Opera

43 mgm14:15 Kiss the Sky16:00 Masquerade17:30 The Extreme Adventures of Super Dave19:00 The Chocolate War21:00 Sometimes They Come Back22:45 Without you I’m Nothing

50 Discovery13:00 Mythbusters 14:00 Raging Nature15:00 The Colony16:00 Future Superhuman17:00 The Greatest Ever18:00 Factory Made

18:30 How Do They Do It? 19:00 Deadliest Catch20:00 Fearless Planet - Hawaii21:00 Extreme Tomorrow22:00 The Colony23:00 The Greatest Ever

51 ngc13:00 Warzone Gone Wild14:00 County Jail15:00 Street Monkeys16:00 Alive In The Andes17:00 Wild Detectives17:30 Food Lovers Guide To The Planet18:00 Air Show19:00 TWA Flight 80020:00 Warzone Gone Wild21:00 Searching For Sanctuary21:30 Urban Exile22:00 Big Mama23:00 Air Show

52 animal PlaneT13:30 Escape to Chimp Eden 14:00 Wild Dog Island15:00 Primates Uncovered16:00 Little Big Cats17:00 Big Cat Country 17:30 Big Cat Country18:00 Animal Cops Phoenix19:00 Downsize My Pet20:00 Escape to Chimp Eden 20:30 Escape to Chimp Eden 21:00 Primates Uncovered22:00 Wildlife Specials 23:00 Big Cat Country23:30 Big Cat Country

54 hisTory13:00 Dogfights of Desert Storm14:00 Lock N’ Load With R. Lee Ermey15:00 Assault From The Sea16:00 Philippine Resistance17:00 China’s Titanic18:00 Modern Marvels 19:00 The Next Great Depression 20:00 Hydro Tech 21:00 Barbarian Massacre22:00 Hercules23:00 Life And Death In Rome

55 BiograPhy channel13:00 The Jackson14:00 Tough Love 15:00 Family Restaurant 15:30 Gene Simmons16:00 Charlie Sheen 17:00 Tv-Ography 18:00 Sex Pistols 19:00 Sell This House19:30 Caesars 24/7 20:00 Caesars 24/7 20:30 The Trouble With Nina21:00 Charles Darwin 22:00 Matthew McConaughey 23:00 I Survived

63 sTar worlD13:00 Lipstick Jungle14:00 Two and a Half Men14:30 Friends15:00 Scrubs15:30 Scrubs15:55 Married With Children16:00 Kyle XY17:00 Are You Smarter Than a 5th Grader?18:00 American Idol19:00 Glee20:00 American Idol21:00 Glee22:00 30 Rock22:30 30 Rock23:00 Two and a Half Men23:30 Friends

82 rTPi14:00 Telejornal Madeira 14:30 Cuidado Com A Língua! 14:45 Paraíso Filmes 15:15 A Hora De Baco 15:45 Magazine Brasil Contacto 16:15 O Preço Certo 17:00 Notícias17:30 Paixões Proibidas 18:15 Trio D´Ataque 19:45 Surftotal20:00 Jornal Da Tarde 21:00 Destinos.Pt 21:30 Arquitectarte 22:00 O Preço Certo 23:00 Portugal No Coração 01:00 Portugal Em Directo

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jornal tribuna de macau quarta-feira, 14 de abril de 2010 Pág 15Pág 14 quarta-feira, 14 de abril de 2010 jornal tribuna de macau

EnTRETEnIMEnToVICTORIA BECKHAM EXIGE SEXO CINCO VEZES POR DIAvictoria beckham está a tentar engravidar e terá organizado uma tabela de horários com o marido, David beckham, para que tenham, desta forma, relações sexuais cinco vezes por dia, diz o tablóide “the Sun”.

alessandra não se afecta por comentários maldososa modelo alessandra ambrósio afirmou que já recebeu vários apelidos depreciativos em relação à sua magreza. “quando andava no liceu, o meu apelido era Somália e os meus colegas arranjavam os nomes mais horrorosos só para me aborrecerem. o sofrimento só acabou quando me tornei modelo. Nessa altura a magreza tornou-se algo de útil”, afirmou. a modelo da “victoria’s Secret” foi alvo de comentários maldosos do jornal inglês “Daily Mail”. “Para ser muito sincera, nada disso me afecta, sou uma pessoa muito segura, e gosto muito de mim”, diz a modelo, que tem 1,78m de altura e pesa 52 quilos.

Katy diz que Russel está obcecado com casamentoKaty Perry está muito feliz pelo facto de ir casar, no entanto não nega que gostaria que o noivo, russel brand, estivesse um pouco menos empenhado na preparação do evento. em entrevista à Mtv, Perry revelou que brand está obcecado com os planos do casamento: “ele está entusiasmadíssimo, diria mesmo totalmente obcecado, parece um doido! Sempre que saímos para tomar o pequeno-almoço compra uma revista sobre casamentos”. entretanto Perry continua a trabalhar no seu novo álbum, o que tem atrasado um pouco os preparativos do casamento, mas à imagem do noivo, também se mostre muito entusiasmada.

Pamela na lista de devedores de impostos da califórniaa modelo e actriz Pamela anderson apareceu na lista dos maiores devedores de impostos do estado da califórnia por estar em débito de mais de 493 mil dólares americanos, segundo informações oficiais. a estrela de SoS Malibu, foi uma das pessoas citadas na classificação elaborada pelo california franchise tax board, organismo estadual que supervisiona a arrecadação tributária lista que é formada por 250 pessoas ou instituições na califórnia cujas dívidas em impostos superaram os 100 mil uSD. Pamela anderson é actualmente uma das participantes do programa de televisão americano Dancing With the Stars.

Sarah Jessica Parker é fã de lady GagaSarah Jessica Parker é uma grande fã de lady Gaga. a actriz acha as escolhas da cantora escandalosas, como a sua personagem carrie bradshaw, de “Sex and the city”. “ela quebra todas as regras e é pouco convencional, disse em entrevista à Mtv, relembrando que já era fã de Gaga antes de ela se tornar um sucesso. “Há um ano estava numa sala de edição a trabalhar num projecto e já tinha várias das suas músicas no meu iPod. ela ainda não estava no topo, mas eu já a amava”. a actriz salientou que seu filho James Wilkie também é um grande admirador de lady Gaga: “o meu filho cantou “bad romance” num concurso de canto”.

socieDaDe ProTecTora Dos animais

De macau

Pág 16 quarta-feira, 13 de abril de 2010 jornal tribuna de macau

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É um romance dos longos, com capítulos que crescem a cada virar de página. O concurso para a Biblioteca Central, lan-

çado em Julho de 2008 e que cresceu com o germe da polémica foi anulado, anunciou no mês passado o presidente do Instituto Cul-tural (IC). O novo regulamento está no seg-redos dos deuses, mas será “mais flexível” para as equipas de jovens arquitectos.

Contactado pelo JTM, o IC não quis revelar as alterações que vão ser feitas no regulamento orientador do novo concurso de adjudicação. Contudo, de acordo com Carlos Marreiros – um dos vencedores do concurso inicial, o “novo regulamento vai permitir que mais equipas jovens se apresentem a concur-so”. Dado que estas terão a oportunidade de surgir sem equipas de especialidades (como

Biblioteca “aberta” a jovens arquitectosO novo regulamento para o concurso da Biblioteca Central vai vestir roupas mais flexíveis. Os ateliês de jovens arquitectos poderão concorrer sem ter engenheiros a tempo inteiro

Terá sido devido à forte chuva que caía em Ma-nokwari, Indonésia, que o

piloto da Merpati terá falhado a pista de aterragem acabando por entrar num curso de água nas imediações da pista. O avião “derrapou sobre a pista e uma parte do aparelho aterrou num curso de água”, situado a cerca de 200 metros da pista, disse Bhakti Singayuda, director-geral da Aviação Civil.

Taiwan terá edifício construído com garrafas plásticas recicladas

um grupo de arquitectos de taiwan está a construir um edifício com garrafas de plástico recicladas, com a ajuda da empresa “far eastern”. “o edifício, que está desenhado para resistir a tufões e terramotos, terá 130 metros de comprimento, 40 de largura e 26 de altura,

e utilizará 1,5 milhões de garrafas de plástico recicladas”, explicou arthur Huang, director da construtora “Miniwiz Sustainaible energy Developments”, à agência efe. Segundo os responsáveis pelas obras, a construção irá funcionar como centro de exposições, e será pioneira no mundo. o edifício “ecoark”, que custará 4,22 milhões de dólares, inclui um anfiteatro, um museu e uma cortina de água que provém da chuva e dos sistemas de ar condicionado. as paredes são translúcidas e permitem a entrada de luz, o que vai gerar uma grande economia energética.

Fugiu da prisão para roubar 14 maços de tabaco

um recluso que fugiu de uma prisão norte-americana para roubar cigarros foi condenado a 20 anos de prisão, avançou a “associated Press”. Harry Jakson, de 26 anos, fugiu da cela na cadeia de camden county, no estado da Georgia, no ano passado e dirigiu-se até ao pátio para receber um carregamento de cigarros que deveria ter

sido enviado por cima da rede da prisão. como tal não aconteceu, Jackson fugiu do estabelecimento prisional, partiu os vidros de uma loja e roubou 14 maços de tabaco. com os cigarros na mão, voltou para a prisão. o crime foi agora julgado e as autoridades tiveram mão pesada: Jackson que tinha sido preso por conduzir com a licença suspensa foi condenado a passar mais duas décadas na prisão, desta vez por causa do vício do tabaco.

no Dia do Beijo especialistas garantem que dá saúde

exercitar dezenas de músculos, libertar endorfinas, combater a depressão, diminuir o stress, queimar calorias: tudo isto resulta de um beijo apaixonado: “É o

teletransporte para um paraíso”, segundo especialistas ouvidos pela lusa. rute reizinho, psicóloga com mestrado em sexologia, explicou no Dia Mundial do beijo, que os beijos apaixonados libertam endorfinas, “substâncias químicas que proporcionam sensações de prazer, euforia, bem-estar”. “estudos indicam que o beijo ajuda a combater a depressão”, acrescentou, lembrando ainda que também baixa os níveis de cortisol, uma hormona envolvida na resposta ao stress: “ou seja, vai fazer com que a pessoa fique menos stressada, mais calma”.

fundações, águas ou esgotos) de engenharia.“Uma empresa de jovens arquitectos não

tem possibilidades de ter engenheiros a tem-po inteiro”, analisa Carlos Marreiros. Neste aspecto, o concurso será menos rígido.

Segundo o arquitecto, a ideia é fazer da Biblioteca Central um projecto “mais popular, participativo e comunitário”. A in-trodução de mais áreas de exibição e o uso

de tecnologias verdes são outras novidades que devem compôr a futura Biblioteca Cen-tral. Como o presidente do IC já havia con-firmado, a nova biblioteca deverá ocupar o espaço do antigo tribunal, na Avenida da Praia Grande, e transformar-se num edifício “amigo do ambiente”, com um espaço para exposições no seu interior.

O presidente da Associação dos Arqui-

tectos de Macau, Ben Leong, revelou ao JTM que já teve um encontro com alguns mem-bros do IC, no mês passado, e que será cria-do um comité para apoiar a organização do concurso. “Actualmente, estamos a recolher opiniões sobre a melhor forma de organizar a competição e sugestões para a elaboração do regulamento”, acrescentou. A AAM vai propor brevemente ao IC uma série de nomes para o Comité e para o júri.

Se tudo tivesse corrido dentro da nor-malidade, o concurso entraria agora na se-gunda fase. Durante a primeira etapa de concurso, correspondente ao desenho con-ceptual, foram suscitadas diversas dúvidas relativas ao regulamento, aos nomes do júri e aos direitos de autor. Isto para além de mais tarde se terem levantado questões sobre o eventual acesso privilegiado a informação ou conflito de interesses por parte de alguns concorrentes.

Com as regras do jogo a serem agora alteradas, o concurso volta à casa de partida. A nova selecção dos projectos conceptuais deve decorrer até ao final deste ano e a se-gunda fase estender-se-á ao longo de 2011. Traçando um novo calendário, o presidente do IC prevê que a construção arranque, final-mente, em 2012.

aterragens atribuladas causam 28 feridosVinte pessoas pessoas ficaram feridas depois de um avião da companhia indonésia Merpati ter falhado a pista de aterragem. Noutro incidente, um avião da Cathay Pacific foi obrigado a aterrar de emergência em Hong Kong deixando oito pessoas feridas

Cerca de 20 pessoas foram transportadas para o hospital apre-sentando fracturas ou feridas na cabeça, revelou uma enfermeira de serviço nas urgências do hospital local.

Também ontem, um avião proveniente de Surabaya, na In-donésia, foi forçado a uma aterra-gem de emergência no Aeroporto Internacional de Hong Kong tendo oito dos seus 321 ocupantes ficado feridos durante a turbulência, adi-

antou o Governo da RAEHK. Seis das oito vítimas permanecem em observação no Hospital Princess Margaret.

A Autoridade de Aviação Civil já anunciou que tem uma eq-uipa no terreno a tentar averiguar as causas do acidente. Para já sabe-se apenas que, antes de aterrar, os quatro pneus do lado direito e dois do lado esquerdo, tinham já sido ejectados automaticamente o que só acontece quando há risco destes se incendiarem.

Seguem-se as entrevistas com os passageiros e a análise de amostras de combustível e das gravações do disco do avião. Um relatório preliminar deverá estar pronto no final do mês.

RAQUEL CARVALHO

avião falhou a pista na indonésia causando vinte feridos