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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
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EFECIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS
FOLIARES NA CULTURA DO TRIGO
DALLA VECCHIA, Andressa¹
andressadallavecchia [email protected]
TRENTIN, Gian1
SANTOS, Jocilene¹
LAZZARETTI, Robson¹
BONATTI, Rodrigo¹
OLIVEIRA, Franciele de²
KARPINSKI, Luisete Andreis²
TREVIZAN, Katia²
CAMILLO, Maristela Fiess²
SEXTO, Paloma Alves da Silva²
WEIPPERT, Rosângela Márcia²
¹ Discentes do Curso Agronomia, Nível VIII 2016/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
² Docentes do Curso Agronomia, Nível VIII2016/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
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Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1
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RESUMO: O trigo é o segundo cereal mais cultivado no mundo, sendo muito significativo na economia global agrícola, seu cultivo no Brasil se concentra nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. As lavouras de cereais de inverno podem ocorrer cerca de 15 doenças de origem bióticas, dentre as que mais ocasionam prejuízos são a ferrugem e a mancha, o uso de fungicidas se torna indispensável para a garantia da sustentabilidade econômica e ambiental da atividade agrícola. Objetivou-se com este trabalho determinar o nível de controle de doenças foliares através de diferentes manejos químicos. Os manejos não demostraram diferenças significativas nos seus resultados em relação ao controle da ferrugem (Puccini triticina), mancha marrom (Bipolaris sorokiniana) e mancha amarela (Drechslera tritici-repentis). Porém ficou clara a importância do manejo de fungicidas na cultura do trigo ao compara-los com a testemunha que não recebeu tratamento fungico durante o seu ciclo.
Palavras- chave: trigo, fungicidas, doenças.
ABSTRACT: Wheat is the second most cultivated cereal in the world, being very significant in the global agricultural economy, its cultivation in Brazil is concentrated in the South, Southeast and Center-West regions. The cereal crops of winter can occur about 15 diseases of biotic origin, among which most cause damage are rust and stain, the use of fungicides becomes indispensable for the guarantee of economic and environmental sustainability of agricultural activity. The objective of this work was to determine the level of control of leaf diseases through different chemical management. The treatments did not show significant differences in their results in relation to the control of rust (Puccini triticina), brown spot (Bipolaris sorokiniana) and yellow spot (Drechslera tritici-repentis). However, it was clear the importance of the fungicide management in the wheat crop when comparing them with the control that did not receive fungic treatment during its cycle.
Key words: Wheat, fungicides, diseases.
INTRODUÇÃO
O trigo faz parte do Reino Plantae, superdivisão Spermatophyta, divisão
Magnoliophyta, classe Liliopsida, ordem Poales, família Poaceae e gênero Triticum
aestivum L. É uma gramínea anual, utilizada como alimento básico da população
brasileira, consumida de várias formas principalmente na forma de pão, massas e
bolachas variadas (SOUZA & LORENZI, 2008).
O trigo é uma das culturas com um o maior desempenho a nível mundial ficando
em segundo lugar em área semeada, com uma produção conforme o Estados Unidos Da
América (USA, 2015), na safra, de 2015 foi produzido 719,8 milhões de toneladas,
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sendo que em primeiro lugar é ocupado pela União Europeia, com 155,4 milhões de
toneladas. No Brasil, a produção estimada de grão de trigo é de 5,6 milhões de toneladas
na safra 2015/2016 sendo o quarto maior cereal produzido no país, sendo que a soja é a
mais produzida, em segundo o milho, e em terceiro o arroz. A cultura é cultivada em
boa parte do Brasil, mas sua maior área de produção está localizada na região Sul, nos
estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (CONAB, 2015).
O bom desenvolvimento da cultura depende de muitas variáveis bióticas e
abióticas. Um dos principais problemas enfrentados pelos produtores são as doenças
foliares, pois se não forem controladas poderão prejudicar a estrutura da planta e
posteriormente comprometer a produção de grãos, por causar a redução da área
fotossintética. A forma mais eficaz para controlar as doenças é o uso de fungicidas e de
cultivares resistente, sendo este último um método melhor para o ambiente. Porém
poucos avanços estão sendo alcançados em relação ao desenvolvimento de cultivares
resistente ás doenças foliares na cultura do trigo, sendo que os genótipos estão ativos
por um período limitado no controle desses patógenos (VIEIRA,2005).
As cultivares de trigo são suscetíveis à diversas doenças, principalmente sob
condições climáticas desfavoráveis, o trigo exige temperaturas baixas no início do ciclo
e não exige grandes quantidades de precipitações pluviométricas, sendo que volumes de
chuvas elevados podem favorecer o aparecimento de doenças, causando retardo de
desenvolvimento e consequentemente produtividade (PICININI & FERNANDES,
1995).
As condições climáticas agem como um controle de elementos biológicos, sendo
que a temperatura é um ponto essencial para as plantas e os patógenos que requerem
temperaturas adequadas para seu desenvolvimento. Levando em conta que algumas
doenças necessitam de diferentes temperaturas para seu desenvolvimento. A umidade
estimula o desenvolvimento de vários fungos e bactérias que poderão infectar as plantas
sendo a água da chuva um importante veículo para a disseminação de doenças (REIS,
2007).
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A maioria dos fungos fitopatogênicos que ocasionam manchas nas folhas geram
interferências no processo fotossintético. Em meio as manchas foliares da cultura do
trigo, destaca-se a mancha amarela e a mancha marrom. A mancha amarela é causada
pelo fungo Drechslera tritici-repentis, que é de ocorrência mundial e tornou-se muito
frequente nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apresenta
elevada intensidade destrutiva principalmente em áreas de trigo em monocultura e em
sistema de plantio direto (SANTANA, 2009). Isto porque é um fungo necrotrófico, ou
seja, sobrevive em restos culturais, onde permanecem os mitósporos na forma
anamórfica, e corpos frutíferos, responsáveis pela liberação do fungo. Os primeiros
sintomas surgem como pequenas manchas cloróticas nas folhas, logo após a emergência
do trigo, as quais, conforme o desenvolvimento da cultura, expandem-se formando
lesões elípticas com aproximadamente 12 mm, circundadas por um halo amarelo e com
a região central necrosada, de cor parda (REIS & CASA, 2007).
A mancha marrom é desenvolvida pelo patógeno Bipolaris sorokiniana, que
pode ocorrer em qualquer parte ou estádio de desenvolvimento da planta de trigo,
produz lesão de centro pardo-escura e bordas arredondadas e de tamanho indefinido. A
mancha amarela é similar à mancha marrom, apresentando, porém, halo amarelo.
A ferrugem da folha é uma doença ocasionada pelo fungo Puccini triticina
(=Puccini recôndita Rob. Ex. Diz. f. SP. trelesse). É uma das principais doenças da
cultura, gerando prejuízos para o produtor pois dependendo do estádio de
desenvolvimento da cultura em que a doença se manifestar poderá ocorrer perda
significativas de rendimentos (CHAVES et al. 2006).
A ferrugem é caracterizada pele ocorrência de pústulas de forma ovalada,
coloração avermelhada que se manifesta na parte adaxial das folhas (ROELFS et al.
1985). Os primeiros sintomas podem ocorrer desde o surgimento das primeiras folhas
até o final do ciclo da cultura. Inicialmente são observadas as urédias de forma ovalada,
com cor amarelo-alaranjado, sem ordem preferencial na parte superior da folha
espalhando-se até as bainhas. Estas pústulas têm em média 1,5mm de diâmetro, sendo
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que as frutificações do fungo ali presentes estão sempre cobertas por uma epiderme até
o fim do ciclo da cultura (REIS et al. 1997).
A forma de controle da ferrugem mais eficiente seria através de cultivares com
maior resistência, porem a P. triticcina tem grande habilidade de virulência na maioria
dos genes resistentes conhecido popularmente no mundo (SINGH et al. 2002). Portanto
o controle genético através de resistência das cultivares ainda é parcial, devendo ser
complementada com outras medidas de controle (PICININI & FERNANDES, 1999).
Para a redução do patógeno em áreas produtoras de trigo também é importante a
eliminação de plantas como tigueras e de plantas voluntarias que se tornam hospedeiros
secundários. Para o controle químico desta doença existem fungicidas que foram
desenvolvidos para tal finalidade cuja eficácia é elevada quando aplicados no
aparecimento dos primeiros sintomas. O controle químico deve ser associado com
práticas culturais tais como fertilização e manejo adequado do solo, rotação de culturas,
eliminação de restos culturais, época de plantio, entre outras, podendo diminuir a
ocorrência da doença.
O controle da mancha amarela e da mancha marrom deve ser realizado com
fungicidas através da pulverização, preventiva a partir do estádio de alongamento ou
quando o nível de infecção atingir 5 % de severidade, ou seja, quando 70 % das folhas
verdes apresentarem lesões com mais de 1 mm de diâmetro (FERNANDES &
PICININI, 1999). Trifloxystrobina (Fox®), Cyproconazol + Trifloxystrobina (Sphere
Max ®) e Tebuconazol+ Trifloxystrobina (Nativo®), são fungicidas mesostêmicos e
sistêmicos dos grupos estrobilurina e triazolintiona aplicado nas culturas do trigo para o
controle das doenças causadoras de manchas foliares.
Através do controle das doenças, os fungicidas, têm sido associados com a
redução das perdas de produtividade. Devido, principalmente, à manutenção da vida
fotossintética do dossel foliar durante o enchimento de grãos ou ainda através de efeitos
diretos dos fungicidas na fisiologia da planta de trigo (ARDUIM, 2009). Assim,
objetivou-se com este estudo determinar o nível de controle de doenças foliares através
de diferentes manejos químicos.
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MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Campus III da Faculdade IDEAU – Instituto de
Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai, no município de Getúlio Vargas – RS,
situado no Sul do Brasil, na região norte do Estado do Rio Grande do Sul entre os meses
de julho a novembro de 2016. A área total do experimento foi de 400 metros quadrados
onde para o preparo da área pré-semeadura foi utilizado 2 L.ha-1 do herbicida paraquat.
O trigo foi semeado na primeira semana de julho no espaçamento 17 cm entre linhas,
com profundidade de 3 a 5 cm, totalizando 145 kg de sementes de trigo por hectare.
Utilizou-se a cultivar de trigo Jadeíde 11. O tratamento de sementes adotado foi, rovral
(iprodiona) 2ml kg-1, derosal(carbendazim) 2ml kg-1, baitan(triadimenol) 2 ml kg-1 e
cropstar(imidacloprido).
Foi utilizada como adubação de base para o experimento a formulação de adubo
NPK 12-30-20 na quantidade de 300 kg ha-1. Além de duas aplicações de nitrogênio
feito de forma manual nas proporções de 150 kg ha-1, realizadas na terceira semana de
agosto e terceira semana de setembro.
Foram realizados um total de 7 tratamentos com 4 repetições cada, os quais
foram distribuídos conforme descrito na tabela 1.
Em relação aos tratamentos utilizados no experimento, foi usado na
Testemunha somente o inseticida (imidacloprido) na dose de11 ml i.a. ha-1, contendo
quatro aplicações do mesmo, correspondente á terceira semana de agosto, segunda
semana de setembro, primeira semana de outubro e terceira semana de outubro.
No Tratamento 2 utilizou-se um manejo de fungicidas com 4 aplicações de
(trifloxistrobina) + (protioconazol) 400 ml i.a. ha-1 e (trifloxistrobina) + (tebuconazol)
750 ml i.a.ha-1.
O Tratamento 3 conteve um manejo de 4 aplicações de fungicidas com
(trifloxistrobina) + (protioconazol) 750 ml i.a. ha-1 e (trifloxistrubina) + (ciproconazol)
350 ml i.a. ha-1.
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O Tratamento 4 recebeu um manejo de 4 aplicações fungicas de
(trifloxistrobina) + (tebuconazol) 350 ml i.a. ha-1 e) (trifloxistrubina) +
(ciproconazol )400 ml i.a. ha-1 .
No tratamento 5, utilizou-se um manejo com 4 aplicações de fungicidas com
(trifloxistrobina) + (protioconazol) 750 ml i.a. ha-1 .
O Tratamento 6 foi utilizado um manejo de 4 aplicações com (trifloxistrobina) +
(tebuconazol) 350 ml i.a. ha-1 .
E no Tratamento 7 utilizou-se um manejo de 4 aplicações de fungicida com
(trifloxistrubina) + (ciproconazol) 200 ml i.a. ha-1.Tabela 1: Distribuições dos tratamentos e fungicidas e suas respectivas doses de aplicações. Fonte:
Autores
Tratamento Quantidade de aplicações
Principio Ativo Doses usadas ml i.a.ha-1
Testemunha 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Tratamento 6
Tratamento 7
4 Aplicações
4Aplicações
4 Aplicações
4 Aplicações
4 Aplicações
4 Aplicações
4 Aplicações
(Imidacloprido)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrubina) + (ciproconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrubina) +(ciproconazol)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrubina) + (ciproconazol)
11 ml i.a. ha-1
400 ml i.a. ha-1
750 ml i.a.ha-1
750 ml i.a. ha-1
350 ml i.a. ha-1
350 ml i.a. ha-1
400 ml i.a. ha-1
750 ml i.a. ha-1
350 ml i.a. ha-1
200 ml i.a. ha-1
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As aplicações em todos os tratamentos foram realizadas entre a terceira semana
de agosto, segunda semana de setembro, primeira semana de outubro e terceira semana
de outubro. Sendo que as doses dos fungicidas e inseticida utilizados foram ministradas
conforme a indicação agronômica de cada produto.
Para a condução geral do experimento na parte de aplicação dos fungicidas foi
utilizado um aplicador costal a base de CO2 (Figura 1). As aplicações de fungicida
foram feitas nos tratamentos 2,3,4,5,6 e 7 ao contrário de inseticida, que foi usado
somente na Testemunha.
Figura 1: Aplicações de fungicidas realizadas com auxílio de um aplicador costal a base de CO2. Foto:
Autores.
Foram realizadas 4 avaliações de severidade nas plantas de trigo nos diferentes
tratamentos em relação a mancha marrom, amarela e ferrugem das folhas. As analises
foram feitas de forma visual, seguindo a metodologia da escala diagramática de Reis
(1979). Estas avaliações foram realizadas a partir do início da floração até a fase final
reprodutiva da planta, coletando-se 5 plantas por repetição de cada tratamento
atribuindo valores conforme a escala de 10 a 100 %. (Figura 2)
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Figura 02: Escala diagramática de severidade para doenças foliares na cultura do trigo. Fonte: Reis
(1979).
Os resultados colhidos foram submetidos ao teste F (Anova) e quando
significativo as médias foram comparadas por teste de Tukey 5% de probabilidade de
erro.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No experimento foi observado que todos os manejos de fungicidas foram
eficientes no que diz respeito ao controle da mancha marrom, mancha amarela e
ferrugem, com exceção da testemunha que recebeu apenas a aplicação de inseticida,
desse modo esta apresentou uma maior incidência de doenças foliares. (Figura 3).
Figura 3: Diferença das folhas do trigo, onde podemos visualizar as doenças que form encontradas neste
experimento: “A” folhas da testemunha; “B” folhas do tratamento 2; “C” folhas do tratamento 3; “D”
folhas do tratamento 4; “E” folhas do tratamento 5; “F” folhas do tratamento 6; “G” folhas do tratamento
7. Fonte: Autores.
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A mancha amarela Drechslera tritici-repentis não foi observada diferença
estatística no fator partes da planta (Tabela 2), pois a mancha amarela é uma doença de
solo, e tem sua infecção nas primeiras folhas que tem contato com o solo, ou seja, as
plantas serão infectadas somente a parte superior ou com incidências de chuvas no
período do cultivo do trigo o contato da gota com o solo faz com que os fungos atinjam
as folhas baixeiras e mediana da planta, como foi observado no experimento.
Tabela 2: Diferenças estatísticas no fator partes da planta. Fonte: Autores.
Partes da planta Médias
Folha baixeiro
Folha mediana
Folha bandeira
0.11071a
0.14464 a
0.12500 a
CV.%:
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A B C D
E F G
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A mancha amarela D. tritici-repentis é um fungo necrotrófico, que se alimenta
de plantas mortas e também uma fase parasitária que pode causar a morte da planta
hospedeira, saprofítica, pois se alimenta de restos culturais. O fungo pode se manter em
diferentes ambientes como nas sementes, restos culturais e em hospedeiros que foram
infectados (REIS et al., 2011). Sua remoção e disseminação de ascósporos e conídios da
D. tritici-repentis das plantas infectadas podem ocorrer pelo vento e respingos de chuva
a curtas distâncias (REIS et al., 2001).
Outro fator foi o de manejo de fungicidas, tendo poucas diferenças entre os
tratamentos para mancha amarela, sendo que a testemunha foi a mais afetada por não
receber tratamento, somente inseticida. Entre os tratamentos não houve diferenças
estatística (Tabela 3), mas os dados foram significativos, porém não se diferenciam
entre si, o tratamento que obteve melhor controle foi o tratamento 4 em que foi utilizado
(trifloxistrobina) + (tebuconazol) e (trifloxistrubina) + (ciproconazol) com quatro
aplicações.
Tabela 3: relação estatística das medias de como agiram os fungicidas no controle da mancha amarela.
Fonte: Autores.
Tratamento Fungicidas Médias
Testemunha 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
(Imidacloprido)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrubina) + (ciproconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrubina) +(ciproconazol)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
0.2583 a
0.10833 bc
0.11250 bc
0.05000 c
0.08333 bc
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Tratamento 5
Tratamento 6
Tratamento 7
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrubina) + (ciproconazol)
0.12500 b
0.15000 b
CV% = 44.65
Para a mancha marrom no fator partes da planta não teve diferença estatística
entre as lesões que foram encontradas nas folhas do baixeiro, medianas, e na folha
bandeira
Tabela 4: Diferentes partes da planta onde mostra que não ocorreu diferença estatística. Fonte: Autores.
Partes da planta Médias
Folha baixeiro
Folha mediana
Folha bandeira
0.11071 a
0.14464 a
0.12500 a
CV%:
Entre os tratamentos fungicos também não ocorreu grandes diferenças
estatísticas em relação à mancha marrom (Tabela 5), mas pode ser comprovado
visualmente e na estatística que as parcelas onde teve um manejo de fungicidas se
sobresairam das parceladas da testemunha. Sendo que o tratamento que melhor obteve
resultado possitivo foi o tratamento 4 que foi utilizado (trifloxistrobina) + (tebuconazol)
e (trifloxistrubina) + (ciproconazol), onde teve menos incidência de manchas marrom.
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Tabela 5: Diferença estatística para o fator manejo de fungicidas. Fonte: Autores.
Tratamento Fungicidas Médias
Testemunha 1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Tratamento 6
Tratamento 7
(Imidacloprido)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrubina) + (ciproconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrubina) +(ciproconazol)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrubina) + (ciproconazol)
0.25833 a
0.10833 bc
0.11250 bc
0.05000 c
0.08333 bc
0.12500 b
0.15000 b
CV%:
Os tratamentos fungicos promovem a planta uma maior longevidade da parte
foliar da planta, com isso ajudando a planta a ter melhor utilização do nitrogênio, além
de proporcionar melhor produtividade, e grãos com uma melhor qualidade (PEPLER et.
al. 2005).
A terceira doença analisada neste experimento foi à ferrugem, onde houve
diferença estatística no fator partes da planta (Tabela 6), em que as folhas do baixeiro
tiveram menor incidência da doença comparado com as folhas medianas e bandeira. A
ferrugem é uma doença que sua infecção é disseminada pelo vento afetando as partes
com maior exposição, medianas e folhas bandeiras.
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Tabela 6: Diferença estatística do fator partes da planta em relação a ferrugem. Fonte: Autores.
Partes da planta Médias
Folha baixeiro
Folha mediana
Folha bandeira
0.08929 b
0.15536 a
0.15000 a
CV%:
Como a ferrugem da folha do trigo é disseminada pelo vento, entre os intervalos
do cultivo de trigo o inoculo sobrevive em plantas hospedeiras, sendo que sua
germinação ocorre muito rapidamente. Os endósporos são influenciados pelo vento e
pela latitude, na maioria os esporos se movimentam de oeste para o leste pelo fato que é
a direção do vento através da rotação da terra, quando é exposto a latitudes
progressivamente altas, os ventos levam os esporos do Sul para o Norte do continente
(SACHE, 2000).
No fator manejo de fungicidas o controle de ferrugem teve uma grande variância
entre os tratamentos e a testemunha (Tabela 7), sendo que entre os tratamentos onde
foram usados os diferentes fungicos não teve grande relevância estatística entre eles,
mas ocorreu a diminuição de plantas infectadas pelo fungo da ferrugem ao comparado
com as plantas da testemunha, sendo que os tratamentos 3 e 4 não se diferem.
O controle das doenças foi manejado de forma que em todas as aplicações
tiveram um importante resultado, se comparados com a testemunha. Em diversos
trabalhos realizados observou-se que para o controle de doenças das folhas do trigo, os
usos de misturas de fungicos dos grupos químicos dos triazois e da estrobilurinas
apresentaram uma melhor eficácia no controle de ferrugem (KUHNEM et al. 2009).
Tabela 7: Diferença estatística para o fator de manejo de fungicos para controle de ferrugem. Fonte:
Autores.____________________________________________________________________________________
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Tratamento Fungicidas Médias
Testemunha1
Tratamento 2
Tratamento 3
Tratamento 4
Tratamento 5
Tratamento 6
Tratamento 7
(Imidacloprido)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrubina) + (ciproconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrubina) +(ciproconazol)
(trifloxistrobina)+(protioconazol)
(trifloxistrobina) + (tebuconazol)
(trifloxistrubina) + (ciproconazol)
0.27917 a
0.10833 bc
0.06250 d
0.04583 d
0.09583 cd
0.16250bc
0.16667 b
CV%:
CONCLUSÃO
O experimento comprova que os agricultores que cultivam trigo podem utilizar
diferentes manejos de fungicidas para o controle de doenças foliares, sempre visando a
rentabilidade da atividade agrícola e a qualidade do grão, principalmente de forma
preventiva, evitando prejuízos. Sempre levando em consideração que o controle das
doenças não depende somente de controles químicos, mas também de um manejo
integrado da lavoura, como manejo correto do solo, rotação de culturas, controle de
plantas hospedeiras, entre outros. No experimento observamos que o tratamento 4
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obteve melhores resultados em relação ao controle de ferrugem e manchas
(trifloxistrobina) + (tebuconazol) e (trifloxistrubina) + (ciproconazol), demostrando
uma maior severidade das plantas, ao contrário da testemunha que obteve os índices em
maior escala de manchas e ferrugem.
REFERÊNCIAS
ARDUIM, G.S. Sensibilidade de raças de Puccinia triticina a fungicidas. 2009. Faculdade de Agronomia e Medicina veterinária – Universidade de Passo Fundo.
CHAVES, M.S.; BARCELLOS, A.L. Especialização fisiológica de Puccinia triticina no Brasil em 2002. Fitopatologia Brasileira, Lavras, v.31, n.1, p.57-62. 2006.
EMBRAPA. Manchas foliar. 2006. Disponível em <http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do64_5.htm>. Acesso em 06 de out. 2016.
EMBRAPA. Trigo. Disponível em: <https://www.embrapa.br/soja/cultivos/trigo1> Acesso 05 de out. de 2016.
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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
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