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  • S O C I A L I S T

    R E G I S T E R

    2 0 0 4

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  • SOCIALIST REGISTERFUNDADA EN 1964

    EDITORES:LEO PANITCHCOLIN LEYS

    EDITORES FUNDADORES:RALPH MILIBAND (1924-1994)

    JOHN SAVILLE

    EDITORES ADJUNTOS:

    GREGORY ALBOHUW BEYNON

    VARDA BURSTYNPAUL CAMMACKVIVEK CHIBBER DAVID COATES

    GEORGE COMNINELTERRY EAGLETON

    DIANE ELSONBARBARA EPSTEINBILL FLETCHER (H)

    SAM GINDINBARBARA HARRIS-WHITEJUDITH ADLER HELLMAN

    URSULA HUWSSTEVE JEFFERYS

    SHEILA ROWBOTHAMJOHN S. SAUL

    HILARY WAINWRIGHTELLEN MEIKSINS WOOD

    ALAN ZUEGE

    EDITORES EXTERNOS:

    Aijaz Ahmad, Nueva DelhiAtilio Boron, Buenos Aires

    Elmar Altvater, BerlnPatrick Bond, JohannesburgoGerard Greeneld, Hong KongMichael Spourdalakis, Atenas

    Website:

    para maiores detalhes de nosso catlogo, formularios de pedidos e uma seleo on-line de nossas edioes anteriores.

    Para ser includo em nossa lista de contatos, escrever para:

    para uma discusso dos artigos deste volume e de temas relevantes para os socialistas.

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  • S O C I A L I S TR E G I S T E R2 0 0 4

    O NOVO DESAFIO IMPERIAL

    Editado por Leo Panitch e Colin Leys

    MERLIN PRESSCLACSO

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  • PROGRAMA DE EDICIN Y DISTRIBUCIN COOPERATIVA DE CLACSOSOCIALIST REGISTER

    EDICIN EN PORTUGUS

    EDITOR RESPONSABLE ATILIO A. BORON SECRETARIO EJECUTIVO DE CLACSO

    TRADUCCIONES RODRIGO RODRIGUES EDICIN EN PORTUGUS SRGIO DUARTE JULIO DA SILVA

    AREA DE DIFUSIN Y PRODUCCIN EDITORIAL DE CLACSO COORDINADOR JORGE A. FRAGA EDICIN FLORENCIA ENGHEL REVISIN DE PRUEBAS MARIANA ENGHEL / IVANA BRIGHENTI DISEO EDITORIAL MIGUEL A. SANTNGELO / LORENA TAIBO / MARCELO GIARDINO DIVULGACIN EDITORIAL MARCELO F. RODRIGUEZ / SEBASTIN AMENTA / DANIEL ARANDA IMPRESIN CROMOSETE GRFICA E EDITORA LTDA

    PROGRAMA DE PUBLICACIONES EN PORTUGUS EDITOR ACADMICO DEL PROGRAMA JAVIER AMADEO DIVULGACIN EDITORIAL EN BRASIL GONZALO A. ROJAS

    RUA ARTUR DE AZEVEDO 736, PINHEIROS, SO PAULO, BRASILTELEFONE (55 11) 3082 7677 / ENDERO ELETRNICO

    CLACSOCONSEJO LATINOAMERICANO DE CIENCIAS SOCIALES / CONSELHO LATINO-AMERICANO DE CINCIAS SOCIAIS

    Av. Callao 875, piso 3 C1023AAB Ciudad de Buenos Aires, ArgentinaTel (54 11) 4811 6588 - Fax (54 11) 4812 8459 - e-mail - web

    THE MERLIN PRESS LTD.PO Box 30705 - Londres - WC2E 8QD

    PRIMERA EDICIN EN INGLS: JULIO DE 2003PRIMERA EDICIN EN ESPAOL: ENERO DE 2005

    PRIMERA EDICIN EN PORTUGUS: MARZO DE 2006

    ISBN-10: 987-1183-39-9 / ISBN-13: 978-987-1183-39-5 CONSEJO LATINOAMERICANO DE CIENCIAS SOCIALES

    Queda hecho el depsito que establece la ley 11.723

    ISBN: 0-85036-535-X THE MERLIN PRESS, 2003

    LA CATALOGACIN DE LA BRITISH LIBRARY EN PUBLICATION DATA EST DISPONIBLE EN LA BRITISH LIBRARY

    Socialist register 2004 : O novo desao imperial / edicin a cargo de: Leo Panitch y Colin Leys - 1a ed. - Buenos Aires : Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales - CLACSO, 2006. 280 p. ; 24x16 cm.

    Traducido por: Rodrigo Rodrigues

    ISBN 987-1183-39-9

    1. Imperialismo. 2. Globalizacin. 3. Neoliberalismo. I. Panitch, Leo, ed. II. Leys, Colin, ed. III. Rodrigues, Rodrigo, trad. IV. Ttulo CDD 320.5

    A responsabilidade pelas opinies expressadas nos livros, artigos, estudos e outras colaboraes incumbe exclusivamente os autores rmantes, e sua publicao no necessariamente reete os pontos de vista da Secretaria Executiva do CLACSO.

    No permitida a reproduo total ou parcial deste livro, nem seu armazenamento em um sistema informtico, nem sua transmisso em qualquer formato ou por qualquer meio eletrnico, mecnico, fotocpia ou outros meios, sem a autorizao do editor.

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  • NDICE

    Atlio A. Boron Prefcio edio brasileira 7 Prefcio 13 Leo Panitch Capitalismo globale Sam Gindin e imprio norte-americano 19 Aijaz Ahmad Imperialismo do nosso tempo 71 David Harvey O novo imperialismo: acumulao por espoliao 95 Gregory Albo A velha e a nova economia do imperialismo 127 Noam Chomsky Verdades e mitos sobre a invaso do Iraque 161 Amy Bartholomew Os direitos humanos e Jennifer Breakspear como espadas do imprio 175 Michael T. Klare Sangue por petrleo: a estratgia energtica de Bush e Cheney 201 John Bellamy Foster Imperialismo ecolgico: e Brett Clark a maldio do capitalismo 225

    John S. Saul Globalizao, imperialismo, desenvolvimento: falsas dicotomias e resolues radicais 245

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  • PREFCIO EDIO BRASILEIRA

    H pouco mais de quarenta anos aparecia em Londres o Socialist Register. Seus fundadores eram dois marxistas britnicos que, com o passar do tempo, se converteram em luminosos referenciais do pensamento contem-porneo: o historiador John Saville e o socilogo e politlogo Ralph Mili-band. O propsito da revista era, segundo eles, promover o exame crtico do capitalismo contemporneo mediante a utilizao da mais rigorosa metodo-logia de anlise social. A revista se distanciava, portanto, das diversas verses do pensamento de esquerda que condenaram a tradio terica socialista ao que parecia um lento, porm irreversvel, ocaso. Em suas pginas no haveria espao algum para a vulgata estalinista e para as esquematizaes que zeram do marxismo um corpus de agrupamentos altissonantes, mas sem vida. No teriam melhor sorte aquelas reverberaes do assim chamado marxismo ocidental, esse desdobramento do marxismo na direo dos territrios re-buscados da epistemologia e da losoa contemplativa, com seu arrogante desdm pelos problemas terrenos da poltica e da economia, para no falar da revoluo. Certamente, tampouco teriam espao as contribuies daqueles que, no fervor otimista do boom do ps-guerra, louvavam o capitalismo e abandonavam denitivamente o projeto de sua superao.

    Mas ento, quem seriam os animadores da revista? Aqueles que, de di-versas perspectivas tericas dentro e fora da tradio marxista, propusessem uma crtica radical sociedade de seu tempo. A linha de demarcao passava

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    pelo repdio intransigente da sociedade capitalista: aqueles que pensavam que esta havia mudado, que existia um novo capitalismo que se despojou denitivamente de sua natureza inerentemente exploradora e que, portanto, havia chegado a hora de arquivar os sonhos da transformao radical, esses nada tinham a fazer na Socialist Register. Os que, pelo contrrio, continuavam crendo, a favor de uma assombrosa evidncia histrica e contempornea, que a essncia profunda da sociedade capitalista permanecia inalterada apesar das mudanas que se observavam na superfcie, teriam as portas abertas de par em par para exporem suas idias.

    Deste modo, a revista iniciou e manteve de maneira bem-sucedida um esforo que j tem quatro dcadas e que quatro dcadas! de promoo da melhor tradio do pensamento socialista. Uma tradio que combina a crtica implacvel de todo o existente, como dizem Marx e Engels, com um compromisso de uma s vez tico e poltico com a criao de uma nova sociedade que deixe para trs a inumanidade da sociedade capitalista, cuja natureza predatria em todas as esferas da vida, do social at o ambiental, hoje mais que evidente. Os anos subseqentes criao do Socialist Register demonstraram que o marxismo britnico era um terreno fecundo no qual podia prosperar uma reexo crtica sobre a sociedade atual. Felizmente, essa inuncia original no se cristalizou em uma viso paroquial e anglocn-trica, mas foi o foco onde haveria de convergir uma genuna reexo inter-nacional e, alm do mais, internacionalista, em torno dos grandes desaos tericos e prticos do pensamento socialista contemporneo. Foi assim que junto a nomes como o de E. P. Thompson, somado aos de Saville e Miliband, encontramos desde suas primeiras edies autores como Isaac Deutcher, Ge-org Lukcs, Ernest Mandel, Harry Magdoff, A. Abdel-Malek, Jean-Marie Vincent, K. S. Karol, Marcel Leibman, Andr Gorz y Hamza Alavi, entre tantos outros notveis. Tamanha amplitude de convocatria correspondia a uma igual atitude com relao temtica abordada nas pginas da revista, onde temas como o imperialismo, as lutas de libertao nacional, o destino da Unio Sovitica e os socialismos do Leste Europeu, o curso do desen-volvimento capitalista, os problemas da estratgia socialista e a emergncia de novas formas de luta popular ocupavam reiteradamente sua ateno. Em um brilhante trabalho de histria intelectual e poltica publicado na edio de 1994 do Socialist Register para comemorar seus trinta anos de existncia, Ralph Miliband dizia que a caracterstica mais notvel da revista era a con-sistncia da perspectiva terico-poltica que a linha editorial da mesma, ao longo desses anos, havia dado forma. No necessariamente a consistncia a mais admirvel das virtudes, dizia Miliband, porque pode revelar a obs-tinada negao em reconhecer as mudanas que ocorrem no mundo. Mas, por outro lado, pode indicar um repdio saudvel das modas e dos tiques

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  • 9da poca. E ns os evitamos. E verdade: uma reviso panormica dos trabalhos que vieram luz ao longo destes quarenta anos deixaria o leitor assombrado diante da consistncia de suas orientaes tericas gerais e de um marxismo amplo e aberto que no fazia concesso alguma s modas de seu tempo. Um pensamento que se vangloria por uma riqueza analtica e uma originalidade extraordinrias, evidenciando uma vitalidade terica insuspeitada e, lamentavelmente, pouco conhecida inclusive nos crculos da esquerda e suas organizaes sociais e polticas.

    Uma das chaves que explica este resultado notvel a combinao pouco freqente de razo e paixo. Razo, porque o que caracterizou a revista foi o respeito inevitvel pelos cnones mais estritos da anlise cientca da rea-lidade social. Paixo, porque essa anlise, em consonncia com a clebre Tese XI de Marx, est posta a servio de um projeto de transformao radical da sociedade capitalista, de sua denitiva superao histrica como forma inu-mana de organizao da vida social. Por isso, os escritos publicados ao longo de todos esses anos renem a rara condio de ser textos de indubitveis mritos acadmicos, produzidos por algumas das mais renomadas guras in-ternacionais da histria e das cincias sociais, que ao mesmo tempo possuem um valor no menos relevante como instrumentos polticos de uma crtica radical de nosso tempo e, portanto, iluminadora de novos caminhos para a construo de um mundo melhor.

    precisamente esta feliz combinao de excelncia no plano terico e cientco aliada a um compromisso irrenuncivel com o projeto de construir uma sociedade mais livre, igualitria e plural, justa, democrtica e emancipa-da o que nos tem incentivado a propiciar a edio em lngua portuguesa do Socialist Register. A conjuntura atual da Amrica Latina e do sistema interna-cional reclama com urgncia o aporte terico indispensvel para que nossas sociedades possam avanar o mais rapidamente possvel por um caminho que as distancie das perspectivas do holocausto nuclear, ecolgico ou social que nos aguarda no nal do caminho do capitalismo global. Se no se puser um ponto nal na irracionalidade suicida da lgica capitalista, ser isto e no o bem-aventurado m da histria de Francis Fukuyama e o pensamento nico o que imporia um m violento histria da espcie humana no planeta Terra. Para impedir desenlace to funesto exige-se a atividade pr-tica de homens e mulheres conscientes e organizados, capazes de lutar por esse outro mundo que sabemos possvel e necessrio. No entanto, falta algo mais: um mapa adequado para transitar pelo campo minado do capitalismo neoliberal, que nos permita conhec-lo minuciosamente, em todos os seus detalhes. Que se ponham s claras todos os seus mecanismos de dominao, dos mais sutis e subliminares profusamente utilizados no terreno da cultu-ra e dos meios de comunicao de massas at os outros, mais descarados,

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    empregados na economia e na poltica contemporneas. A histria recente rearmou mais uma vez a verdade contida naquele velho dictum que dizia que no h prtica revolucionria sem teoria revolucionria. Poder-se-ia parafrasear essa sentena, em consonncia com o carter brando do dis-curso poltico atual, e dizer, com palavras mais agradveis para o esprito de nossa poca, que sem teoria emancipatria no h prtica emancipatria. Trata-se da mesma coisa em ambos os casos: a fuso entre as lutas prticas dos sujeitos sociais com uma teoria que lhes permita conhecer adequadamente o terreno onde decidem suas batalhas e a direo pela qual devem marchar para sua libertao. Uma teoria, seja dito de passagem, que no surge da cabea olimpicamente isolada de um intelectual ressentido com a sociedade atual, mas uma criao coletiva, o famoso Prncipe gramsciano, sintetizada por alguns autores a partir da experincia prtica das lutas populares.

    O Socialist Register tem realizado contribuies importantssimas para a elaborao desta verdadeira cartograa para a libertao. O volume com o qual iniciamos a divulgao da revista em lngua portuguesa ocupa-se do novo desao imperial, e nele examinam-se os mais diversos aspectos que caracterizam o imperialismo contemporneo, oferecendo uma viso fresca e renovada do tema crucial de nosso tempo e sobre o qual se joga o destino da humanidade. A preocupao do CLACSO em recuperar as razes do pensa-mento crtico latino-americano e em enriquec-lo com os grandes aportes universais, dentre os quais o marxismo ocupa um lugar no nico, mas sem dvida destacadssimo, encontra na revista um aliado formidvel para to nobre tarefa. As coincidncias no poderiam ser mais profundas: excelncia terica e cientca com paixo transformadora e compromisso com as lutas emancipatrias de nosso tempo. Estamos seguros de que a difuso dos mate-riais do Socialist Register servir de fonte fecunda de inspirao aos estudiosos das cincias sociais latino-americanas. Esperamos tambm que sua publica-o em lngua portuguesa possa servir para que a rica produo das cincias sociais de nossos pases se incorpore ativamente ao debate das esquerdas nos capitalismos metropolitanos.

    No posso fechar este breve e esperanoso prefcio sem expressar minha gratido com os editores atuais do Socialist Register: Leo Panitch, Professor de Economia Poltica Comparada da Universidade de York, no Canad, e Colin Leys, Professor Emrito de Cincia Poltica na Queens University de Ontrio, Canad, dois destacados cientistas sociais de nosso tempo e dignos herdeiros da tradio terica e poltica instituda por Sa-ville e Miliband ao fundarem a revista. Sua solidariedade, conana e ge-nerosa ajuda tornaram possvel pr disposio dos estudiosos brasileiros as agudas contribuies reunidas nas pginas da revista. Quero agradecer tambm a Anthony Zurbrugg e Adrian Howe, da Merlin Press de Londres,

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    uma casa editorial intimamente vinculada s lutas emancipatrias em todo o mundo e especialmente na frica, por sua colaborao fraternal para le-var adiante este projeto. Finalmente, a Rodrigo Rodrigues, que teve como incumbncia a difcil tarefa de traduzir os textos de sua verso original em lngua inglesa; a Javier Amadeo e Gonzalo Rojas, que colaboraram com innita pacincia e grande dedicao ao verdadeiro trabalho de Ssifo de revisar as tradues e assegurar que os textos conservassem seu brilhantis-mo expositivo e o total respeito s fontes bibliogrcas e documentais que traziam em suas verses originais. A Srgio Duarte Julio da Silva, respon-svel pela reviso nal. E a Jorge Fraga, coordenador da rea de Difuso do CLACSO, Miguel Santngelo e Lorena Taibo por assegurar que este trabalho fosse apresentado ao pblico.

    Atlio A. BoronEditor

    Socialist Register

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