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1 1 INTRODUÇÃO O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a principal causa de incapacidade crônica por doença neurológica em algumas partes do mundo (LAVADOS, HENNIS, FERNANDES, MEDINA, LEGETIC, HOPPE, SACKS, JADYE & SALINAS, 2007). Tal incapacidade pode ser demonstrada haja vista que cerca de 50 a 70% dos indivíduos pós-AVE adquirem independência funcional, 30 a 50% permanecem incapacitados, dentre os quais alguns necessitam de cuidados institucionais (WRITING GROUP MEMBERS AHA, 2008). Estas variações acerca do grau de comprometimento dependem, de certa maneira, da topografia lesional. Cerca de 61 a 81% dos AVE apresentam acometimento da circulação anterior, que envolve as artérias cerebral anterior (ACA) e média (ACM), sendo que a maioria destes eventos ocorre na ACM (BLACK-SCHAFFER, KIRSTEINS & HARVEY, 1999; WINSTEIN, MERIANS & SULLIVAN, 1999; MINELLI, FEN & MINELLI, 2007). Considerando-se as áreas de irrigação destas artérias e as funções desempenhadas por estas regiões encefálicas, áreas neurais relacionadas à aprendizagem motora poderão ser afetadas após AVE, à direita ou à esquerda. A aprendizagem motora pode ser compreendida como uma série de mudanças, relativamente permanentes, em processos internos que determinam a capacidade de um indivíduo para produzir uma ação motora (SCHMIDT & WRISBERG, 2001). Este fenômeno vem sendo estudado desde a década de 1880 em sujeitos saudáveis, investigando-se o processo em si e os fatores que a influenciam (CLARK & OLIVEIRA, 2006). Poucos estudos foram desenvolvidos a fim de esclarecer esse fenômeno e os fatores que nele interferem (HANLON, 1996; WINSTEIN et al, 1999; BOYD & WINSTEIN, 2004; WARD, 2005) em sujeitos com lesões neurológicas especialmente, quando se considera a aprendizagem de habilidades motoras em paciente pós-lesão encefálica. As habilidades motoras podem ser classificadas segundo diversos critérios, dentre eles, a demanda relativa dos elementos motores ou cognitivos que a compõe. As

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Page 1: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

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1 INTRODUÇÃO

O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a principal causa de incapacidade

crônica por doença neurológica em algumas partes do mundo (LAVADOS, HENNIS,

FERNANDES, MEDINA, LEGETIC, HOPPE, SACKS, JADYE & SALINAS, 2007). Tal

incapacidade pode ser demonstrada haja vista que cerca de 50 a 70% dos indivíduos

pós-AVE adquirem independência funcional, 30 a 50% permanecem incapacitados,

dentre os quais alguns necessitam de cuidados institucionais (WRITING GROUP

MEMBERS AHA, 2008).

Estas variações acerca do grau de comprometimento dependem, de certa

maneira, da topografia lesional. Cerca de 61 a 81% dos AVE apresentam acometimento

da circulação anterior, que envolve as artérias cerebral anterior (ACA) e média (ACM),

sendo que a maioria destes eventos ocorre na ACM (BLACK-SCHAFFER, KIRSTEINS

& HARVEY, 1999; WINSTEIN, MERIANS & SULLIVAN, 1999; MINELLI, FEN &

MINELLI, 2007). Considerando-se as áreas de irrigação destas artérias e as funções

desempenhadas por estas regiões encefálicas, áreas neurais relacionadas à

aprendizagem motora poderão ser afetadas após AVE, à direita ou à esquerda.

A aprendizagem motora pode ser compreendida como uma série de

mudanças, relativamente permanentes, em processos internos que determinam a

capacidade de um indivíduo para produzir uma ação motora (SCHMIDT & WRISBERG,

2001). Este fenômeno vem sendo estudado desde a década de 1880 em sujeitos

saudáveis, investigando-se o processo em si e os fatores que a influenciam (CLARK &

OLIVEIRA, 2006). Poucos estudos foram desenvolvidos a fim de esclarecer esse

fenômeno e os fatores que nele interferem (HANLON, 1996; WINSTEIN et al, 1999;

BOYD & WINSTEIN, 2004; WARD, 2005) em sujeitos com lesões neurológicas

especialmente, quando se considera a aprendizagem de habilidades motoras em

paciente pós-lesão encefálica.

As habilidades motoras podem ser classificadas segundo diversos critérios,

dentre eles, a demanda relativa dos elementos motores ou cognitivos que a compõe. As

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habilidades com predomínio cognitivo apresentam demanda de processamento relativo

ao planejamento da ação. O planejamento refere-se a uma ação futura, na qual há

intenção de atingir uma meta, por meio da seleção de estratégias adequadas para

alcançá-la (KREITLER & KREITLER, 1987; UNTERRAINER & OWEN, 2006).

O planejamento da ação é descrito por alguns autores como sendo de função

predominantemente do hemisfério esquerdo (por exemplo, HAALAND, HARRINGTON &

KNIGHT, 2000; HAALAND, ELSINGER, MAYER, DURGERIAN & RAO, 2004). Mais

especificamente, há evidências de que o hemisfério esquerdo apresente predominância

na função relativa à seleção e armazenamento do programa motor, incluindo o

processamento do controle temporal e sequencial dos movimentos. Para SAINBURG

(2002), os mecanismos de controle do movimento predominantes neste hemisfério

envolvem o controle em circuito aberto, sendo especializado no controle dinâmico do

movimento do lado direito em destros. Em contrapartida, segundo o mesmo autor, o

hemisfério direito utiliza, principalmente, um controle em circuito fechado para a

execução dos movimentos, o que o torna especializado no controle estático, de posição

final do movimento do lado esquerdo do corpo. Outras funções atribuídas ao hemisfério

direito, na literatura, são: capacidade de processamento perceptivo e organização de

parâmetros espaciais (por exemplo, HARRIGTON & HAALAND, 1991; ELLIOT, ROY,

GOODMAN, CARSON, CHUA & MARAJ, 1993; DAVIDSON, CAVE & SELLNER, 2000).

Em consequência do exposto, surge a seguinte questão: Será que, em

pacientes pós-lesão encefálica, a aprendizagem de habilidades motoras é afetada pelo

lado da lesão?

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Acidente Vascular Encefálico

2.1.1 Definição

O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é classificado com uma das doenças

cerebrovasculares (DCV) e é causado pela interrupção do fluxo sanguíneo para o

encéfalo, seja pelo rompimento de um vaso sanguíneo ou pelo bloqueio por um coágulo.

Tal interrupção causa danos ao tecido encefálico que variam conforme a área e

extensão acometidas (WHO, 2008).

2.1.2 Dados epidemiológicos

O AVE é a principal causa de incapacidade crônica por doença neurológica

em algumas partes do mundo, com mais de 50% dos sobreviventes permanecendo com

graves sequelas físicas e mentais, acarretando enorme impacto econômico e social

(WRITING GROUP MEMBERS AHA, 2008). É responsável por quase seis milhões de

mortes ao ano, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) (WHO, 2008).

A cada ano cerca de 780 mil pessoas sofrem um AVE e, em média, 60 mil são

considerados eventos primários e 180 mil são recorrentes (WRITING GROUP

MEMBERS AHA, 2008). O AVE é considerado a terceira causa de morte em adultos e,

mesmo havendo divergências nos dados epidemiológicos mundiais, é também, uma das

maiores causas de sequelas permanentes que geram a incapacidade funcional

(SUDLOW & WARLOW, 1996; WHO, 2008).

No Brasil, embora a mortalidade de AVE esteja diminuindo ao longo dos

anos, o AVE ainda é a causa de morte mais frequente, com altos índices de morbidade

e mortalidade (ANDRÉ, CURIONI, CUNHA & VERAS, 2006). Dados do Ministério da

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Saúde revelam que, em 2005, ocorreram 90.006 mortes relacionadas ao AVE,

constituindo 10% do total de óbitos do país (DATASUS, 2005). Dados oficiais de

mortalidade no Brasil revelam que a DCV é responsável por mais óbitos que a doença

coronária nos últimos 40 anos (PEREIRA, LEMOS, BENEVENUTO & FONSECA, 1993;

CABRAL, LONGO, MORO, AMARAL & KISS, 1997; RADANOVIC, 2000).

De forma geral, as DCV representam, portanto, um grande ônus em termos

sócio-econômicos devido à alta incidência e prevalência de quadros sequelares. Em

termos numéricos, elas representam para o Sistema de Saúde (no Brasil) 8,2% das

internações e 19% para os custos hospitalares do Instituto Nacional de Assistência

Médica da Previdência Social (RADANOVIC, 2000; DATASUS, 2005).

Em relação à incapacidade gerada após um AVE, cerca de 50 a 70% dos

indivíduos adquirem independência funcional, 15 a 30% permanecem incapacitados e

20% necessitam de cuidados institucionais (WOLFE, 2000; WRITING GROUP

MEMBERS AHA, 2008). Quanto aos impedimentos sociais, nota-se alguma melhora

funcional entre um e três anos após o evento, porém 50% dos pacientes ainda mantêm

significativa incapacidade após o terceiro ano do icto (RAYMOND, CHENG, WONG,

TANG, WONG, WOO, & KWOK, 2008).

2.1.3 Topografia lesional

Os processos patológicos que acometem os vasos cerebrais vão interromper

a circulação de determinadas áreas encefálicas, o que causará necrose e amolecimento

do tecido nervoso, gerando alterações motoras, perceptuais, sensoriais e/ou psíquicas

que podem ser características para a área e a artéria lesadas. Diante disso, o quadro

clínico neurológico apresentado por cada paciente varia de acordo com a diversidade

etiológica, número, extensão e localização das lesões cerebrais dentro do processo de

irrigação encefálica (BAXTER, 1987; WHISNANT, BASFORD, BERNSTEIN, COOPER,

DYKEN, EASTON, LITTLE, MARLER, MILLIKAN, PETITO, PRICE, KAICHLE,

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ROBERTSON, THIELE, WALKER & ZIMMERMAN, 1990; DURWARD, BAER & WADE,

2000).

A irrigação encefálica é realizada por meio dos sistemas carotídeo e

vértebro–basilar, sendo que esses dois sistemas vasculares comunicam-se através do

Polígono de Willis na base do encéfalo (DUUS, 1986; DE JONG, 1979). Essa irrigação

chega ao encéfalo por meio das duas artérias carótidas internas e das artérias

vertebrais. As carótidas internas são ramos de bifurcação da artéria carótida comum,

sendo a direita oriunda do tronco braquiocefálico e a esquerda da aorta (CAMBIER,

1988; DURWARD et al, 2000; MACHADO, 2000). O ramo da artéria carótida interna,

após um trajeto ao longo do pescoço, divide-se em dois ramos terminais: as artérias

cerebrais média (ACM) e anterior (ACA).

As ACA e ACM dão ramos corticais, que vascularizam o córtex e a substância

branca subjacente, bem como ramos centrais, que são responsáveis pela

vascularização do diencéfalo, núcleos da base e a cápsula interna. As partes por elas

irrigadas são relativamente bem demarcadas e distintas, pois quando uma delas for

ocluída ocorrerá uma lesão encefálica relativamente estereotipada (DE JONG, 1979;

JESSEL, 1991; YOUNG & YOUNG, 1997; LENT, 2001).

Das síndromes clínicas decorrentes do infarto cerebral, o território da ACM é

o mais frequente, motivo pelo qual a lesão com esta origem vascular será utilizada como

um dos critérios de inclusão topográfico neste estudo. A incidência de AVE na circulação

anterior (ACM e ACA) é duas vezes maior que na circulação posterior ou em pequenos

vasos (SIENG, STEIN, NING & BLACK-SCHAFFER, 2007). A ACM é responsável pela

irrigação das porções laterais dos lobos frontal, parietal e a porção superior do lobo

temporal (incluindo o pólo do temporal e a ínsula), além da coroa radiada com extensão

de forma profunda até o putâmen, núcleo caudado, núcleo lenticular, comissura anterior,

braço posterior da cápsula interna e a maior parte da face convexa dorsolateral do

hemisfério. Essas estruturas anatômicas estão relacionadas aos trajetos das vias

aferentes e eferentes do Sistema Nervoso Central (SNC), o que justifica a frequente

ocorrência das síndromes sensitivo-motoras decorrentes do AVE e a gama de sequelas

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estabelecidas com esse tipo de lesão, garantindo uma sintomatologia muito variada, nos

casos em que não são fatais (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; BLACK-SCHAFFER,

1999; MACHADO, 2000).

2.1.4 Quadro Clínico

Como sinais e sintomas clínicos após o infarto da ACM, característica

predominante da população estudada, observa-se a hemiplegia (ausência de movimento

voluntário) ou hemiparesia (diminuição no movimento voluntário) contralateral à lesão

encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou

hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT, 2001;

(KANDEL, SCHWARTZ & JESSELL, 2003; LAVADOS et al, 2007; SIENG et al, 2007).

Em relação à função motora, a hemiplegia ou hemiparesia destaca-se como sinal clínico

mais óbvio da doença, sendo esta nomenclatura, por muitas vezes, empregada

genericamente a uma extensa variedade de problemas que determinam um AVE

(BOHANNON, 1986; D’ALTON & NORRIS, 1987; CLARKE, MARSHALL, BLACK,

COLANTONIO, 2002).

Assim, as alterações nos movimentos voluntários são tipicamente

encontradas após um evento vascular e, mesmo ocorrendo padrões de recuperação,

nota-se com muita frequência, anormalidade na produção de movimento durante tarefas

funcionais. Inclusive, cerca de 60% dos pacientes continua a apresentar disfunções

motoras residuais após um ano do evento vascular (CAURAUGH, LIGHT, KIM,

THIGPEN & BEHRMAN, 2000).

Além dos danos motores e sensitivos (tanto os discriminativos, quanto os

proprioceptivos), poderão ocorrer outros prejuízos também incapacitantes, tais como as

alterações no âmbito cognitivo que incluem alterações no processo mental, danos

perceptivos, alterações de comportamento, bem como o comprometimento intelectual

(BOHANNON, 1986; O`SULLIVAN & SCHMITZ, 1993; RYERSON & LEVIT, 1994). As

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lesões na circulação anterior (ACM e ACA) são descritas como as mais incapacitantes

funcionalmente, tanto pelo comprometimento motor quanto cognitivo, perdendo apenas

para as lesões em múltiplos territórios (SIEN et al, 2007).

As alterações das funções cognitivas têm sido reportadas como diretamente

relacionadas à incapacidade funcional e ao nível de comprometimento do AVE. Desta

forma, o comprometimento nas funções executivas acarreta dificuldade no desempenho

de tarefas básicas, bem como nas atividades de vida diária (AVD´s) (MOK, WONG,

LAM, FAN, TANG, KWOK, HUI & WONG, 2004; CALASANS & ALOUCHE, 2004).

De acordo com a porção da ACM afetada (divisão superior, inferior ou ramos

superficiais ou profundos) poderá haver mais sinais e sintomas associados ou o

predomínio de um ou outro dos sinais anteriormente descritos (MELARAGNO-FILHO,

1975; DE JONG, 1979; BAXTER, 1987). Assim, pode ocorrer hemianopsia, se as

radiações ópticas e/ou as projeções geniculares forem atingidas; afasia global, se o

hemisfério dominante for atingido; bem como as apraxias e a negligência unilateral, se o

hemisfério não-dominante for atingido (BAXTER, 1987). No entanto, é desconhecido se

as alterações no hemisfério dominante ou no não dominante são mais incapacitantes

em relação à aprendizagem motora. Sabe-se que, os pacientes com alterações nestes

dois hemisférios apresentam-se com características clínicas distintas que envolvem o

sistema sensório-motor e perceptual em níveis diferentes de acometimento.

2.2 Especialização hemisférica

Ao longo da história das neurociências, muitos dos conhecimentos acerca

dos fundamentos biológicos do comportamento humano têm surgido estreitamente

ligados aos conceitos de lateralização hemisférica ou dominância cerebral, isto é, as

diferenças de função entre os dois hemisférios do cérebro (KOLB & WHISHAW, 2002).

Ainda que os hemisférios direito e esquerdo pareçam ser uma imagem em

espelho um do outro, existe uma importante distinção funcional entre eles: a dominância

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cerebral. O termo dominância cerebral refere-se ao fato de que um dos hemisférios

cerebrais é o dominante em certas funções (KANDEL et al, 2003). LENT (2001) afirma

que o termo mais correto não é dominância hemisférica, mas sim especialização

hemisférica, pois descaracteriza hierarquia de dominante e dominado.

A diferença relativa às especializações hemisféricas é predominantemente

percebida na linguagem e nas habilidades manuais, fato este que justifica a natureza da

tarefa a ser investigada neste estudo. Embora exista uma variabilidade de indivíduo para

indivíduo, a linguagem (POSNER & RAICHLE, 1998; FINGER & ROE, 1999; BRUST,

2000) e o raciocínio matemático são essencialmente representados no hemisfério

esquerdo, enquanto as habilidades não verbais - habilidades manuais, percepções

visuais, sonoras e do meio ambiente (KIMURA & FOLB, 1968; KANDEL et al, 2003) -

tendem a ser representadas no hemisfério direito. A área de Broca e a área de Wernicke

são as áreas responsáveis pelas funções especializadas do Córtex Cerebral. Em cada

dezenove de vinte pessoas, a área de Wernicke fica localizada na parte posterior da

circunvolução temporal superior do hemisfério cerebral esquerdo e, pela assimetria, a

área correspondente do hemisfério oposto tem outras funções. Desta forma, justifica-se

a denominação de que o lado no qual se encontra a área de Wernicke possua funções

especializadas sobre o outro lado (GUYTON, 1988; KANDEL et al, 2003).

A preferência manual, isto é, o fato de utilizar uma das mãos mais do que a

outra na maioria das tarefas, associada à maior habilidade e força da mão dominante

em relação à sua oposta passou a ser considerada como a manifestação mais simples e

mais evidente da especialização hemisférica. Assim, o hemisfério esquerdo, que dirige a

motricidade fina da mão direita, constitui para a maior parte da população, o hemisfério

dominante para esta atividade (CALDAS, 2000; LENT, 2001). A dominância manual e

sua relação com especialização hemisférica foi primeiramente descrita por Paul Broca

no século 19, em pacientes pós-AVE em região frontal à esquerda (COREY, HURLEY &

FOUNDAS, 2001)

A partir deste conceito, ocorreu o desenvolvimento de questionários e outros

instrumentos para caracterizar a dominância motora manual, como é o caso do

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Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo (OLDFIELD, 1971), cuja função é

avaliar, na prática diária, este aspecto da lateralização funcional. Este questionário leva

em conta a forma como são realizadas 20 tarefas motoras comuns no dia-a-dia da

pessoa. No presente estudo, será utilizada a versão modificada do Inventário de

Dominância Lateral de Edimburgo, que contém 10 itens e é proposta, inclusive, na

versão original de 1971.

Os resultados obtidos em estudos realizados, em diversos países, apontam

para a probabilidade de os indivíduos destros representarem mais de 90% da

população, qualquer que seja o seu meio cultural (embora apenas 70% seja puramente

destra, ou seja, efetue todos os atos exclusivamente com a mão direita).

Estudos têm demonstrado que as pessoas que possuem dominância na mão

esquerda dispõem de mais representação e comunicação inter-hemisférica, podendo

este fato ser atribuído à quantidade e volume de fibras nervosas do corpo caloso,

responsável pela conexão dos dois hemisférios, cujo tamanho, hipoteticamente, pode

ser maior (WITELSON & GOLDSMITH, 1991; KANDEL et al, 2003). KIMURA &

ARCHIBALD (1974) assinalam que a inter-hemisfericidade é o caminho responsável

pela coordenação de atividades dos hemisférios.

Muitos estudos têm sido conduzidos com o intuito de investigar a

especialização hemisférica a fim de caracterizar funções predominantes para o

hemisfério direito e esquerdo. Porém, a contribuição das funções lateralizadas

(especialmente as funções motoras lateralizadas) refletindo em especialização

hemisférica ainda permanece controversa (WANG & SAINBURG, 2007; SCHAEFER,

HAALAND & SAINBURG, 2009).

HAALAND (2006) descreve como o conceito envolvido nos estudos em

sujeitos com lesão encefálica pode favorecer a compreensão do nível de ativação e

função cortical das áreas encefálicas. Se há lesão na área A ou as áreas A e B

produzem déficits na tarefa 1, portanto a área A ou áreas A e B devem estar ativas

quando indivíduos saudáveis desempenham a tarefa 1. Desta forma, as funções de

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cada hemisfério apresentam-se de maneira distinta devido às assimetrias funcionais e

especialização dos hemisférios, sendo que tanto estudos em indivíduos saudáveis

quanto em pacientes com acometimento neurológico permitem maior aprofundamento

destes conhecimentos (HAALAND et al, 2004; HAALAND, 2006).

As assimetrias funcionais cerebrais foram primeiramente descritas por

Liepmann relatando que pacientes com lesão à esquerda (LE) apresentavam déficits

tanto no hemicorpo ipsilateral quanto no contralateral à lesão, enquanto que pacientes

com lesão à direita (LD) somente apresentavam déficits no hemicorpo contralateral

(HAALAND & DELANEY, 1981). Liepmann concluiu que o hemisfério esquerdo

desempenhava um papel mais importante no controle das habilidades motoras do que o

hemisfério direito, porém esta afirmação foi considerada simplista e gerou toda a

investigação até os dias de hoje no que concerne às assimetrias hemisféricas cerebrais.

Assim, salienta-se que as competências do hemisfério direito são

predominantes às do esquerdo no que se refere às tarefas espaciais e as não-verbais,

tais como: percepção e processamento e organização espacial (VALLAR, LOBEL,

GALATI, BERTHOZ, PIZZAMIGLIO & LÊ BIHAN, 1999; DAVIDSON et al, 2000; VOOS,

PIEMONTE & VALLE, 2007); manipulação e processamento espacial dos aspectos

motores, bem como habilidades perceptivas visuo-espaciais (GAZZANIGA, LÊ DOUX &

WILSON, 1977; LAZAR, FESTA, GELLER, ROMANO & MARSHALL, 2007);

competência nos processamentos visuo-motores; orientação espacial (profundidade e

distância); organização do esquema corporal; habilidades musicais (BOGEN &

GORDON, 1971; LAZAR et al, 2007) e processamento de movimentos rítmicos;

processamento simultâneo e holístico das informações, bem como processamento de

tarefas com múltiplas etapas (RUMIATI, 2005; LAZAR et al, 2007); reconhecimento de

faces, e expressões faciais (GAZZANIGA, LÊ DOUX & WILSON, 1977; LEVINE,

BANICH & KOCH WESER, 1988); reconhecimento de figuras geométricas por meio do

tato (estereognosia) e da visão (LEVINE, BANICH & KOCH WESER, 1988);

processamento perceptual em habilidades grosseiras; mediação de atividades com

maior demanda atencional e memória de trabalho (HEILMAN & ABELL, 1980; MILLIS,

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STRAUBE, IRAMANEERAT, SMITH & LYDEN, 2007); integração de informações

sensório-motoras para a manutenção postural (VOOS et al, 2007).

Além disso, o hemisfério direito controla estritamente os movimentos no

hemicorpo contralateral, enquanto o hemisfério esquerdo participa no controle e no

planejamento dos movimentos dos dois hemicorpos (HAALAND & HARRINGTON, 1994;

SABATÉ, GONZÁLES & RODRÍGUES, 2004), que parece estar associado aos

componentes cognitivos da tarefa (HAALAND & HARRINGTON, 1996).

Como competências do hemisfério esquerdo podem ser destacados o

predomínio em relação ao direito nos processamentos temporais, verbais, de

categorização e simbolização entre outros, tais como: processamento da fala (BANICH,

1997; GAZZANIGA, 2000; MILLIS et al, 2007); no pensamento intelectual, racional,

verbal e analítico; no processamento de construções gramaticais mais complicadas;

melhor habilidade para reconhecimento da fala humana; prontidão de ação no

comportamento humano (BANICH, 1997); superioridade em caracterizar o parâmetro

temporal no comando motor, precisão e velocidade (HARRIGTON & HAALAND, 1992;

HAALAND & HARRINGTON, 1996); participação no controle sequencial e no

armazenamento do programa motor e controle das praxias (especialmente nos lobos

frontal e parietal) (PLOURDE & SPERRY, 1984; HARRIGTON & HAALAND, 1991;

ELLIOT, ROY, GOODMAN, CARSON & CHUA, 1993; HAALAND & HARRINGTON,

1996; HAALAND, HARRINGTON & KNIGHT, 2000; HAALAND et al, 2004; RUMIATI,

2005; HAALAND, 2006); participação na programação de movimentos sequenciais dos

dois lados do corpo (GOODALE, 1988; ELLIOT et al, 1993; HAALAND &

HARRINGTON, 1994; HAALAND et al, 2004); processamento da organização e timing

do movimento sequencial, bem como tomada de decisões (VELAY & DUBROCARD

1999; VOOS et al, 2007); papel importante no controle de movimentos balísticos,

também denominados de controle em circuito aberto (HAALAND & HARRINGTON,

1994). Assim, o hemisfério esquerdo participa na harmonia da motricidade processando

o timing da ação do movimento desejado, assim como organizando a seleção do

programa sequencial do movimento. Auxilia, também, na transição de um movimento

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para outro, garantindo melhor desempenho a partir da contribuição da informação

declarativa no processo motor que estiver desempenhando.

Em síntese, o hemisfério direito participa especialmente na função de

atividades nervosas de alto nível relacionadas ao reconhecimento visuoespacial,

imagem corporal e capacidade de planejamento espacial (PINTO, SARAIVA &

SANVITO, 1990; BARTHELEMY & BOULINGUEZ, 2002). Por esta razão, a negligência

é muito mais comum em lesões no hemisfério direito (não dominante) ao invés de

lesões no hemisfério esquerdo (ALBERT, 1973; EGELKO, SIMON & RILEY, 1989;

STONE, HALLIGAN & GREENWOOD, 1993; SILVA & MARTINS, 2000). Em

contrapartida, o hemisfério direito é responsável pelo espaço contralateral, considerando

que o esquerdo toma conta do hemiespaço contralateral e ipsilateral (BARTOLOMEO &

CHOKRON, 1999).

As funções hemisféricas especializadas descritas acima podem ser

analisadas como sistêmicas, pois englobam muitos domínios diferenciados, tais como

sensorial, motor, perceptual, postural, musical e cognitivo. Porém, no domínio motor

(considerando uma didática divisão entre domínios) há alguns modelos teóricos que

visam explicar as principais diferenças entre as funções motoras especializadas entre os

hemisférios (WANG & SAINBURG, 2007; SCHAEFER, HAALAND & SAINBURG, 2009).

Estes modelos teóricos serão expostos a seguir.

2.2.1 Modelos teóricos para especialização hemisférica no domínio motor

Os modelos teóricos atuais que explicam a especialização hemisférica no

domínio motor referem-se aos estudos analisando o membro superior, especialmente

em habilidades relativas ao alcance e arremesso em sujeitos destros. SARLEGNA,

PRZYBYLA e SAINBURG (2009) descrevem dois componentes de controle necessários

para a ocorrência de um movimento de alcance: a precisão da posição final do membro

superior e a otimização dos parâmetros da trajetória, tais como a cinemática do

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13

movimento.

SAINBURG (2002; 2005) propôs a hipótese da dominância dinâmica no que

concerne à especialização hemisférica e a estes dois componentes de controle relativos

ao alcance. Neste modelo, o controle da trajetória de movimento de um membro é feito

de forma especializada pelo hemisfério esquerdo, ao passo que, o controle de posturas

estáticas e posição final são feitos pelo hemisfério direito. Desta forma, o hemisfério

esquerdo é responsável pela coordenação das interações dinâmicas intersegmentares

de um membro que se move durante a execução de uma ação (SAINBURG, 2002;

BAGESTEIRO & SAINBURG, 2003; BAGESTEIRO, SARLEGNA & SAINBURG, 2006;

WANG & SAINBURG, 2007; SHABBOTT & SAINBURG, 2008; SCHAEFER &

SAINBURG, 2009).

Enquanto que o hemisfério esquerdo possui especialização para controle da

coordenação, o hemisfério direito possui especialização para controle espacial

(especialmente para posição final). Esta especialização do hemisfério direito é

denominada de vantagem do membro superior não-dominante (esquerdo, pois estes

estudos são feitos com sujeitos destros). Esta vantagem ocorre para o alcance e

manutenção das configurações do membro superior durante habilidades de arremesso e

alcance que investigam efeito de carga compensatória e do sistema proprioceptivo

(SAINBURG & KALAKANIS, 2000; BAGESTEIRO & SAINBURG, 2002; BAGESTEIRO &

SAINBURG, 2005; SAINBURG, 2005; WANG & SAINBURG, 2007).

Estudos, tanto em animais quanto em humanos, reforçam este modelo teórico

e permitem dissociar o controle postural do controle dinâmico em função da contribuição

e especialização hemisférica (FRIEL, DREW & MARTIN, 2007; SAINBURG, GHEZ &

KALAKANIS, 1999; SCHEIDT & GHEZ, 2007).

Outro modelo teórico sobre a especialização hemisférica é relativo ao

mecanismo de controle neural, que pode ser feito via circuito aberto ou fechado. Estes

dois sistemas de controle são fundamentais para explicar as diferentes formas utilizadas

pelo SNC e periférico para iniciar e controlar uma ação (KAWATO, 1999; HAALAND,

ELSINGER, MAYER, DURGERIAN & RAO, 2004).

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14

Neste modelo, o hemisfério direito é especializado no mecanismo de controle

por circuito fechado. No controle por circuito fechado, a informação sensorial (feedback)

é utilizada para orientar a ação, na medida em que mantém os centros de controle

atualizados sobre a correção necessária e/ou realizada durante a execução do

movimento. Ou seja, existe a comparação da resposta gerada com a informação

recebida e, portanto, a resposta é produzida ou modificada de acordo com tal análise

comparativa (KAWATO, 1999; MAGILL, 2000; SAINBURG, 2005). Neste mecanismo de

controle são geradas informações de erro originadas das comparações entre o realizado

e o previsto e as correções dos erros são feitas online, ou seja, ao longo da execução

do movimento por intermédio do comando do hemisfério direito (HAALAND et al, 2004).

O outro mecanismo de controle é via circuito aberto, no qual o feedback não é

utilizado no controle do movimento durante sua ocorrência. Assim, para que o

movimento ocorra, é necessário, a priori, que os centros de comandos tenham as

informações necessárias para que os efetores realizem o movimento planejado

(KAWATO, 1999; MAGILL, 2000). No modelo de especialização hemisférica, o

hemisfério esquerdo é o responsável pelo controle via circuito aberto e, sua função é

selecionar o programa de ação adequado, que contenha os parâmetros necessários

para a ação, especialmente os parâmetros temporais (HAALAND et al, 2004;

SAINBURG, 2005; SAINBURG & DUFF, 2006).

Neste contexto, alguns estudos têm sido desenvolvidos com o intuito de

investigar o desempenho motor, funcional e a capacidade de aprendizagem em

pacientes com lesões encefálicas à direita e à esquerda. Nestes estudos, a natureza

das habilidades motoras envolvidas tem sido apontada como aspecto crítico a ser

considerada.

2.3 Habilidades Motoras

As habilidades podem ser definidas como tarefas com finalidade específica a

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ser atingida, que exigem movimentação voluntária (GALLAHUE, 2002; GENTILE, 2003).

Quanto ao nível de proficiência, a execução é tida como habilidosa quando contempla a

obtenção de resultados finais com a máxima certeza e o menor gasto de tempo e

energia (GUTHRIE, 1952).

Para possibilitar que conhecimentos científicos produzidos possam ser

generalizados têm sido propostas classificações de habilidades motoras agrupando-se

habilidades com características similares. As classificações podem ser unidimensional,

bidimensional e, ainda, multidimensional, em função do número de características

consideradas (GALLAHUE, 2002; GENTILE, 2003; SCHMIDT & LEE, 2005).

A classificação unidimensional é a mais utilizada na área da Aprendizagem

Motora e foi adotada operacionalmente na classificação da tarefa selecionada para o

presente estudo. No sistema unidimensional, as características utilizadas para classificar

as habilidades são: forma de organização do movimento; importância relativa dos

elementos motores e cognitivos, nível de previsibilidade ambiental e aspectos

musculares. Em relação à organização do movimento, diferencia-se entre as habilidades

discretas (com início e término bem definidos), habilidades seriadas (com a ordenação

de habilidades discretas em uma sequência relevante) e habilidades contínuas, as quais

são caracterizadas por serem cíclicas e repetitivas (sem um início e término

determinados). Quanto à importância relativa dos elementos cognitivos e motores, as

habilidades podem ser vistas como predominantemente cognitivas, quando (para a

obtenção do sucesso) os componentes perceptivos de tomada de decisão são

maximizados em relação aos componentes de controle motor. Já as habilidades podem

ser consideradas predominantemente motoras quando (para a obtenção do sucesso) os

componentes de controle motor relacionados à qualidade do movimento são

maximizados em relação aos componentes de tomada de decisão. Esta classificação

está ilustrada com alguns exemplos no quadro abaixo (FIGURA 1) (FLEISHMAN &

QUINTANCE, 1984; MAGILL, 2000; SCHMIDT & WRISBERG, 2001).

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Habilidades motoras Habilidades cognitivas

Tomada de decisão minimizada

Controle motor maximizado

Alguma tomada de decisão

Algum controle motor

Tomada de decisão maximizada

Controle motor minimizado Salto em altura Jogar de quarto-zagueiro

no futebol americano

Jogar xadrez

Levantamento de peso Dirigir um carro de corrida Cozinhar uma refeição

Trocar um pneu Caminhar em um terminal

movimentado de um

aeroporto

Treinar uma equipe

esportiva

FIGURA 1: Classificação e exemplificação das habilidades motoras quanto

aos elementos motores e cognitivos (SCHMIDT & WRISBERG, 2001).

Quanto ao nível de previsibilidade ambiental, as habilidades podem ser

classificadas em abertas - quando o meio ambiente é considerado variável e

imprevisível - e fechadas - quando, ao contrário, o meio ambiente é estável e previsível

(MAGILL, 2000; SCHMIDT & WRISBERG, 2001). E, por fim, a classificação mediante o

conceito de grupos musculares divide as habilidades em grossas e finas de acordo com

o tamanho e a precisão dos músculos envolvidos (MAGILL, 2000).

Deve-se ressaltar que o termo predominantemente é utilizado com o intuito

de evidenciar uma demanda que se sobressalta em relação à outra. Pois, não existem

habilidades puramente motoras ou cognitivas, já que se trata de um contínuo, com a

maioria das habilidades localizadas entre estas extremidades (SCHMIDT & WRISBERG,

2001).

Em função da execução de habilidades motoras envolver processos internos

com diferentes mecanismos de controle e, de sua relevância para o presente estudo,

esses processos serão mais detalhados a seguir.

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2.3.1 Processos internos que precedem a execução de uma habilidade

motora

Vários são os modelos conceituais propostos com o intuito de respaldar a

compreensão dos processos subjacentes à execução de habilidades motoras. As

diferenças entre estes modelos conceituais concentram-se nos níveis de análise que

vão desde a compreensão anatômica e neurofisiológica das áreas de ativação durante

os processos que precedem a ação até as etapas efetoras necessárias para a execução

de uma habilidade motora.

O modelo de processamento de informação, ilustrado na FIGURA 2, aponta

três estágios de processamento: a identificação do estímulo, a seleção da resposta e a

programação da resposta (SCHMIDT & WRISBERG, 2001). O estímulo é encontrado no

meio ambiente ou pode ser manipulado por um agente externo, podendo ser uma luz,

um semáforo que acende, um som, entre outros. A informação ambiental disponível é

percebida pelo sujeito por meio de um processo de busca ativa que depende dos

sistemas sensoriais e do sistema de memória (MULDER, 1991). Esta etapa de

identificação do estímulo é, também, mencionada na literatura como percepção.

A partir da identificação do ambiente e do objeto, tem-se uma representação

da informação ambiental que permite que o executante passe para a próxima etapa,

qual seja, a seleção da resposta. Neste estágio, o executante deve decidir qual a

resposta mais adequada a ser dada e, portanto, deve haver interação entre o estímulo

sensorial identificado e as várias possibilidades de formas de respostas. Este estágio de

seleção da resposta é denominado de mecanismo decisório (SCHMIDT & WRISBERG,

2001).

Assim que a decisão acerca do movimento a ser realizado foi tomada, o

executante passa para o estágio de programação da resposta (ação), estágio no qual o

sistema músculo-esquelético recebe informações a fim de produzir o movimento

desejado.

Cabe ressaltar que o tempo decorrido entre a apresentação do estímulo e o

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início da resposta motora é o tempo de reação, utilizado comumente como medida para

avaliar o desempenho, representando uma medida potencial da duração acumulada dos

três estágios de processamento (STERNBERG, 2001). VERWEY e ELKELBOOM

(2003) descrevem que o tempo para programar uma resposta é proporcional à

complexidade da tarefa sendo que o tempo de reação é dependente do número de

elementos em sequência para compor a ação (STERNBERG, MONSELL, KNOLL &

WRIGHT, 1978; IVRY, 1986).

Assim, tempo de reação é utilizado extensivamente nos estudos do

comportamento motor como uma medida da velocidade do processamento de

informação, pois permite presumir sobre eventos mentais, tais como processamento do

estímulo, tomada de decisão e programação do movimento (SCHMIDT & LEE, 2005).

Segundo MAGILL (2000), o tempo de reação reflete a preparação específica realizada

pelo sistema de controle imediatamente antes de iniciar uma ação. O intervalo de tempo

para esta preparação aumenta à medida que o número de opções de escolha para

resposta aumenta, já que o sistema tem que selecionar uma das opções disponíveis e

excluir as demais. Já o tempo de resposta pode ser definido como o tempo transcorrido

entre o estímulo e a finalização da ação, refletindo o tempo gasto para a execução total

da tarefa. O tempo de resposta é composto pelo tempo de reação associado ao tempo

de movimento (SCHMIDT & LEE, 2005). Devido a sua importância, estas medidas

fazem parte das variáveis dependentes do protocolo experimental do presente estudo.

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FIGURA 2: Quadro ilustrativo da teoria de processamento de informações

adaptado de SCHMIDT e WRISBERG, (2001).

Com a intenção de explicar a realização de habilidades motoras sob a ótica

do comportamento e sob a ótica da neurofisiologia, destaca-se o modelo REQUIN

(1992). REQUIN (1992) sugere um modelo no qual a atividade motora possui três níveis

de representação e identifica as áreas cerebrais e suas características em cada nível.

No que concerne ao nível neurológico, REQUIN (1992) afirma que os processos de

representação envolvidos no controle de ações requerem ativação de redes neurais

distribuídas em grande parte do córtex cerebral que se apresentam interconectadas de

modo flexível, conforme a demanda.

Os três níveis envolvidos no modelo de REQUIN (1992) são: meta da ação

(nível 1), programa de ação ou programa motor (nível 2) e as unidades motoras básicas

(nível 3). Segundo a correlação neurofisiológica, a meta da ação corresponde à ativação

do córtex de associação frontal e parietal; o programa de ação ou motor corresponde à

ativação das áreas medial e lateral do córtex pré-motor e as unidades básicas são

representadas no córtex motor primário e vias córtico-espinais.

TANI (1995; 2005) descreve que o modelo explicativo para habilidades

motoras deve abranger a intenção, a meta da ação e o programa de ação. Portanto, ao

Estímulo

Identificação do estímulo (Percepção)

Seleção da resposta (Decisão)

Programação da resposta (Ação)

Resposta

Estímulo

Identificação do estímulo (Percepção)

Seleção da resposta (Decisão)

Programação da resposta (Ação)

Resposta

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planejar a execução de uma habilidade motora, o sujeito deve selecionar ou formar um

programa de ação. A seleção ou a elaboração deste programa está intimamente

relacionada à natureza da tarefa e à capacidade do sujeito de solucioná-la. Deste modo,

tanto o modelo de REQUIN (1992), como o de TANI (1995; 2005) destacam a meta da

ação e o programa da ação como processos distintos entre si. A seguir, na FIGURA 3,

apresenta-se um quadro ilustrativo de uma possível associação entre os modelos de

REQUIN (1992) e TANI (1995; 2005).

Legenda: CX: córtex; 1 ario: primário

FIGURA 3: Quadro ilustrativo das etapas referentes ao modelo teórico

REQUIN (1992) e TANI (1995; 2005), bem como esquematização de uma possível

associação entre os modelos em questão.

O modelo apresentado possibilita analisar e relacionar os eventos ao nível de

análise do comportamento, associados ao nível neural. Esta associação torna-se,

especialmente importante, quando a população estudada apresenta alguma lesão

neurológica, já que se torna possível fazer predições sobre os possíveis prejuízos

Intenção

Meta da ação

Programa da ação

Computação do

Movimento

Padrões do

Movimento

Resultado da ação

Frontal

CX associação frontal e parietal

CX pré-motor

CX motor 1ªrio

Sistema muscular

Intenção

Meta da ação

Programa da ação

Computação do

Movimento

Padrões do

Movimento

Resultado da ação

Frontal

CX associação frontal e parietal

CX pré-motor

CX motor 1ªrio

Sistema muscular

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apresentados nestas etapas do controle de uma ação. Neste estudo, pretende-se unir

tais conceitos e situações descritas, pois a população alvo apresenta lesão cerebral

vascular e a tarefa selecionada pode ser classificada como predominantemente

cognitiva, possuindo alta demanda de planejamento.

Vale ressaltar que, neste modelo, o planejamento é compreendido como

antever um determinado estado futuro. E é definido operacionalmente como a

disposição temporal da sequência de operações necessárias para se realizar com

eficiência uma ação motora. Segundo JEANNEROD (1997), a função principal do

planejamento é organizar os movimentos que serão executados, relacionando-os com

dicas internas e externas, na sequência apropriada em função de uma meta específica.

Operacionalmente, neste estudo, planejamento será considerado como a capacidade de

antever um estado futuro e, em função do mesmo, organizar a disposição temporal e

sequencial das operações necessárias para executar uma ação com eficiência.

Assim, em função da natureza da tarefa de predomínio de planejamento

(ROSENBAUM, VAUGHAN, BARNES & JORGENSEN, 1992) sugere-se que haja

necessidade de maior ativação do hemisfério esquerdo e, por conseguinte, maiores

prejuízos no desempenho devem ser esperados em sujeitos pós-AVE com LE.

A seguir, apresentam-se os estudos nos quais a natureza das habilidades

motoras envolvidas e o substrato para sua realização têm sido apontados como

aspectos críticos para o desempenho motor de pacientes com lesões encefálicas à

direita e à esquerda.

2.3.2 Estudos sobre desempenho motor de pacientes pós-AVE em função do lado

da lesão

HAALAND e DELANEY (1981) desenvolveram um estudo cujo objetivo foi

verificar o desempenho em tarefas com diferentes demandas em pacientes pós-lesão

encefálica (de origem vascular ou tumoral) à direita e à esquerda. Foram avaliados 26

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pacientes pós-AVE com LE, 17 com LD, além de 14 pacientes com tumor cerebral

unilateral à esquerda e 15 pacientes com tumor à direita. Todos os sujeitos foram

comparados com um grupo controle (GC) compreendido por 40 sujeitos. As tarefas

avaliadas foram: preensão manual (com dinamômetro), movimentos rápidos de toques

de dedos, inserção de objeto, teste coordenação de labirinto, estabilidade de inserção

vertical e estabilidade estática. Foi observado que o desempenho das tarefas com a

mão ipsilateral à lesão foi comprometido nos dois grupos experimentais (GE -

compostos por pacientes com AVE e tumores), independentemente do lado da lesão,

exceto para a tarefa de força manual e para movimentos rápidos dos dedos. Os autores

salientaram ainda nos resultados, que os pacientes com LE tenderam a apresentar pior

desempenho de maneira geral na maioria das tarefas, mas sem nenhuma prevalência

nas tarefas complexas. Assim, os autores contestam a hipótese de KIMURA (1977)

acerca do maior prejuízo no desempenho em tarefas complexas por parte dos pacientes

com LE. A tarefa de inserção, por exemplo, envolvia mais de 4 diferentes movimentos

(alcance, preensão, manipulação e inserção) e não houve maior dificuldade dos

pacientes com LE em relação às outras tarefas.

A premissa que embasa o estudo de diferentes complexidades da tarefa

reside no fato de que tarefas com maior complexidade necessitam de maior colaboração

inter-hemisférica e, possivelmente, podem estar mais comprometidas em pacientes com

LE, já que este hemisfério controla os movimentos de ambos os hemicorpos

(HAALAND, HARRIGTON & YEO, 1987).

Considerando esta possível diferenciação, HAALAND et al (1987) avaliaram

19 pacientes pós-AVE (10 com LE e 9 com LD) e 20 sujeitos do GC em uma tarefa de

movimento rápido de dedo (Fitts Tapping Aparatus), com modificação da complexidade

em relação ao tamanho do alvo (largo e estreito). Foram realizados 5 Bs de tentativas,

com duração de 15 segundos cada, para cada tamanho de alvo, sendo alternadas

aleatoriamente as tentativas nos alvos estreito e largo. Como resultado, foi verificado

que pacientes com LE apresentaram prejuízos no desempenho da tarefa proposta,

enquanto que os sujeitos com LD assemelharam-se aos controles. Assim, concluiu-se

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que os déficits ipsilaterais são mais comuns em pacientes com LE. Além disso, de forma

inesperada para os autores, os pacientes com LE apresentaram maior dificuldade na

tarefa menos complexa, qual seja a de alvo mais largo, que envolve menos feedback

visual e menor necessidade de ajustes corretivos.

Na discussão, os autores classificaram a tarefa como balística e justificaram

tais achados em função do mecanismo de controle em circuito aberto (KAWATO, 1999;

MAGILL, 2000). Este mecanismo de controle aberto ocorre sem a necessidade de ajuste

de feedback proprioceptivo e com maior interferência dos programas motores

selecionados. Assim, esses achados podem ser compreendidos na medida em que o

hemisfério esquerdo é responsável pela seleção do programa motor e, em tarefas com

controle em circuito aberto, justificam-se os maiores déficits encontrados nos pacientes

com LE. A justificativa para a maior dificuldade na tarefa de menor complexidade deve-

se ao fato desta enfatizar o controle em circuito aberto, enquanto que a tarefa com alvo

mais estreito exigiu um controle em circuito fechado, portanto, necessitando de ajustes

online provenientes do feedback.

Os resultados divergentes em relação às funções hemisféricas podem ser

explicados em função da demanda da tarefa que se diferencia fortemente nos estudos.

Assim, torna-se evidente que a característica da tarefa e seu mecanismo de controle

(circuito aberto ou fechado) são fundamentais para a compreensão do desempenho de

pacientes com lesões encefálicas.

HARRIGTON e HAALAND (1991), com o objetivo de investigar o papel dos

hemisférios relacionados aos déficits cognitivos em uma tarefa de sequenciamento

motor, avaliaram 16 pacientes com LE e 18 pacientes com LD, comparados a 37

sujeitos do GC. A tarefa envolvia a realização de sequência de movimentos com a mão

não acometida para o GE e com a mão dominante para o GC, por meio de um aparato

interligado a um computador. As sequências propostas variaram de acordo com a

complexidade e quantidade de dedos envolvidos e foram constantes e variada aleatória

para todos os grupos. Constatou-se que não houve dificuldade na programação das

sequências de forma antecipada ao movimento para o GE. Foi encontrado déficit no

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grupo com LD, havendo maior tempo total de movimento na realização das sequências

variadas e constantes, comparado ao GC.

Estes dados sugeriram aos autores que lesões no hemisfério direito resultam

em sutil alteração no timing, mas sem ocasionar erros em movimentos complexos,

provavelmente em função de maior demanda espacial na realização desta tarefa. Em

contrapartida, os pacientes com lesão no hemisfério esquerdo apresentaram maior

lentidão na execução dos movimentos e maior dificuldade na seleção dos programas

motores, traduzidos por maiores tempos de reação. Além disso, os pacientes com LE

cometeram mais erros nas sequências mais complexas (variadas e com mais dedos

envolvidos) e apresentaram mais dificuldade em produzir movimentos únicos. Os

autores concluíram, então, que o hemisfério esquerdo desempenha importante papel na

seleção dos programas motores em tarefas relacionadas ao sequenciamento.

É possível, também, analisar tais achados sob o ponto de vista do modelo de

especialização hemisférica proposto por SAINBURG (2002). Partindo deste ponto, o

hemisfério esquerdo (dominante) é especializado no controle dinâmico e, por isso,

possui facilidade de administrar o controle via circuito aberto. Já o hemisfério direito (não

dominante) é especializado no controle dos ajustes de posição final e controle postural,

sendo mais apto a administrar o controle via circuito fechado (SAINBURG &

KALAKANIS, 2000; SCHAEFER et al, 2009). Assim, quando se analisam os achados do

estudo descrito acima, é possível justificar a lentidão na execução dos movimentos e os

prejuízos encontrados nos sujeitos com LE em função do controle por circuito aberto.

Isso porque, atribui-se ao hemisfério esquerdo a função de seleção do programa motor,

enfatizando seu papel no controle de movimentos que ocorrem na ausência de

informações sensoriais para correção. Além disso, o hemisfério esquerdo possui

importante papel especializado no processamento de informação temporal rápida,

variável mensurada no estudo descrito por HARRIGTON e HAALAND (1991).

As anormalidades de sequenciamento descritas em pacientes com lesão no

hemisfério esquerdo têm sido examinadas em tarefas que envolvem movimentos não-

familiares aos sujeitos, representando pouca validade ecológica. Além disso, alguns

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estudos confirmam os déficits de sequenciamento em pacientes com LE (KIMURA &

ARCHIBALD, 1974; HARRIGTON & HAALAND, 1991), enquanto outros estudos

complementam estes dados, relatando que LE reflete em dificuldade no desempenho de

movimentos isolados de forma sequencial (HARRIGTON & HAALAND, 1991). As

possíveis explicações envolvem o efeito cumulativo da programação de movimentos

isolados na composição total do movimento, além dos fatores de memória necessários

em algumas sequências de movimentos.

Dando continuidade às pesquisas neste paradigma, HARRIGTON e

HAALAND (1992) investigaram a contribuição dos déficits cognitivos (denotados pela

presença de apraxia) no sequenciamento motor de tarefas manuais em pacientes com

lesão no hemisfério esquerdo. Foram avaliados 17 sujeitos controles e 16 pacientes,

sendo 7 apráxicos e 9 não-apráxicos em uma tarefa de sequenciamento de posturas

manuais, conectada a um computador. O delineamento experimental foi o mesmo

descrito no experimento de 1991, com a complexidade variando em relação à sequência

(constante e variada aleatória) e quanto ao número de dedos envolvidos. Como

resultados obtiveram que todos os pacientes com LE (total de 16) apresentaram déficits

na iniciação da sequência, resultando em tempo de reação maior para a execução de

movimentos únicos e no controle individual da sequência. Porém, somente os apráxicos

apresentaram prejuízos na programação de sequências variadas aleatoriamente com

maior número de dedos, tanto antecipadamente quanto durante a realização da tarefa.

Assim, os autores afirmaram que o processamento de controle de diferentes

posições da mão, provavelmente, é mais regulado pelos núcleos da base, enquanto que

o hemisfério esquerdo é mais especializado para o processamento computacional de

altos níveis cognitivos no que concerne à geração de códigos de movimento temporo-

espaciais.

Ainda neste contexto de especializações hemisféricas, HAALAND e

HARRIGTON (1994) delinearam um estudo cujo objetivo foi investigar o papel dos

hemisférios em tarefas de sequenciamento que envolvem controle em circuito aberto e

fechado. Foram avaliados 18 pacientes com LD e 25 com LE, sendo comparados a um

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grupo controle de 32 sujeitos. A tarefa foi a mesma apresentada no estudo de 1987,

caracterizada como em uma tarefa de movimento rápido de dedo (Fitts Tapping

Aparatus), com modificação da complexidade em relação ao tamanho do alvo em

diferentes escalas de dificuldade (variando de largo a estreito em vários tamanhos).

Foram realizadas 5 séries de 20 segundos cada, de forma aleatória em relação aos Bs

para o tamanho do alvo. Foi avaliado o índice de dificuldade da tarefa em relação à

complexidade e analisado em relação aos grupos. Notou-se que a velocidade de

execução da tarefa não foi menor nos alvos menores para os sujeitos com LE. Em

contrapartida, a velocidade diminuiu conforme o tamanho do alvo aumentou, quando

comparado ao GC. Enquanto que a acurácia dos sujeitos com LE assemelhou-se ao

GC, os pacientes com apraxia apresentaram mais erros nos alvos de menor tamanho.

As explicações para estes achados são as mesmas descritas no estudo anterior e,

portanto, giram em torno do papel do hemisfério esquerdo no programa motor,

enfatizando seu papel de controle na ausência de ajustes relacionados ao feedback

sensorial (controle em circuito aberto), bem como seu papel especializado no

processamento de informação temporal rápida.

Uma consideração que pode ser feita aos estudos descritos acima é o fato de

somente terem sido selecionados sujeitos destros, pois desta forma não é possível

equacionar a questão da dominância manual interagindo com o lado da lesão e

interferindo na realização da tarefa. Se somente foram incluídos sujeitos destros e todos

realizaram a tarefa com a mão ipsilateral à lesão, então os sujeitos com LE fizeram a

tarefa com a mão esquerda (não dominante), enquanto que os sujeitos com LD

realizaram a tarefa com a mão direita (dominante).

Em contrapartida, compreende-se a composição da amostra somente com

sujeitos destros, pois fica praticamente impossível equacionar o número de destros e

canhotos em função do lado da lesão e da dominância hemisférica. Esta limitação na

inclusão de canhotos nos estudos advém de dados consistentes na literatura que

afirmam que 98% dos sujeitos destros têm a linguagem lateralizada à esquerda,

enquanto que apenas 70% dos canhotos apresentam a linguagem no hemisfério

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esquerdo. Além disso, há uma grande incidência nos canhotos de especialização

hemisférica para a linguagem bilateral ou à direita. De forma adicional, para gerar ainda

mais incerteza acerca da especialização hemisférica nos canhotos, estes ainda podem

ter funções práxicas lateralizadas à direita e a linguagem especializada no hemisfério

esquerdo (COREY et al, 2001). Segundo HATTA (2007), é possível afirmar que os

canhotos ou apresentam especialização hemisférica muito fraca, ou realmente, não

apresentam esta especialização, o que é absolutamente diferente nos sujeitos destros.

Diante de tal discrepância, não se pode garantir que, com a inclusão de

canhotos na amostra, seja assegurada a dominância hemisférica à direita. Além disso, o

fato de ao longo da vida, os canhotos terem de se adaptar às situações propícias e

exclusivas dos destros (tais como o uso de tesoura, por exemplo) faz com que haja

certa relativização das funções especializadas nos sinistros, tornando-os mais hábeis

em comunicar os hemisférios entre si (WITELSON & GOLDSMITH, 1991; KANDEL et al,

2003).

Os estudos de HAALAND et al (2004); HARRIGTON e HAALAND (1991)

relatam que a dominância do hemisfério esquerdo é mais comumente citada em relação

a tarefas sequenciais, especialmente após lesão nos lobos frontal e parietal esquerdo,

motivo pelo qual é necessário incluir pacientes com lesão em território de ACA e ACM

para estes estudos. Além disso, sequências que são mais complexas e envolvem

planejamento mais evidente encontram-se mais vulneráveis em pacientes com lesão no

hemisfério esquerdo, especialmente em função da ativação do córtex sensório-motor.

Isto ocorre devido aos componentes cognitivo-motores da tarefa e o papel das áreas

associativas dentro do hemisfério esquerdo que controla este processo (HAALAND &

HARRIGTON, 1996; HAALAND et al, 2000; HAALAND et al, 2004; HAALAND, 2006).

Tais informações levantam a hipótese de que pacientes com LE podem ter maior

comprometimento funcional devido à dificuldade de realização de tarefas complexas de

forma sequenciada, o que caracteriza a maioria das atividades diárias (HAALAND,

2006).

Nesse sentido, é possível afirmar que a chave para a compreensão das

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diferenças nas performances de pacientes com LD e LE encontra-se na demanda da

tarefa, pois as tarefas com maior demanda cognitiva tendem a estar mais

comprometidas em pacientes com LE, fato que necessita de melhor investigação

(RUMIATI, 2005).

HAALAND et al (2004) realizaram um estudo objetivando investigar o nível de

ativação do córtex sensório-motor em função da demanda cognitiva em uma tarefa de

sequenciamento. Foi selecionada uma tarefa de acionamento de teclas de computador

em diferentes sequências, variando em relação à complexidade, sendo a menos

complexa envolvendo 3 toques e a mais complexa 5 toques. Foram realizadas 40

tentativas dispostas aleatoriamente em relação à complexidade. Como resultado foi

encontrada a dominância do hemisfério esquerdo para a tarefa que envolvia grande

controle sequencial, devido à maior demanda de planejamento, principalmente em

tarefas mais complexas, pois se evidenciou maior tempo de reação. Os resultados dos

exames de Ressonância Magnética Funcional (RMF) refletiram maior ativação nas

áreas parietal e dorsal pré-motora, tanto no hemisfério esquerdo quanto no direito.

Porém, quando a complexidade foi maior, estas áreas no hemisfério esquerdo foram

mais ativadas, pois envolviam a seleção do efetor e a organização abstrata da

sequência, independentemente da mão efetora.

Os resultados deste estudo falharam em testar a hipótese de especialização

hemisférica via mecanismo de controle neural, pois os pacientes com LD conseguiram

fazer os ajustes online necessários para a tarefa de forma similar ao GC. Este fato não

era esperado, já que uma das hipóteses do estudo era de que o hemisfério direito, por

estar lesionado, levaria a alteração no controle e na correção online necessários durante

a execução da ação.

Ainda quanto às comparações das lesões à direita e esquerda, SABATÉ et al

(2004) investigaram a lateralização da programação motora durante tarefas de prática

imaginativa, também denominada de prática mental. Foram avaliados 29 sujeitos, sendo

10 pertencentes ao GC com idade entre 25 e 45 anos, 9 eram sujeitos pós-AVE com

idade entre 44 e 66 anos e 10 sujeitos controles com idade pareada aos pacientes (45 a

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73 anos). A tarefa envolvia movimentos dos dedos da mão em uma sequência pré-

determinada, variando quanto à complexidade, sendo que antes de cada execução o

sujeito realizava uma tentativa com a prática mental. Notou-se que ao longo das

tentativas, tanto o GC quanto o GE melhoraram sua performance, tanto para o

movimento real quanto para o imaginado. Tanto para a tarefa real quanto para a

imaginativa, os sujeitos com LE apresentaram lentidão na velocidade da execução dos

movimentos reais com as duas mãos, enquanto que os sujeitos com LD apresentaram

os maiores déficits somente na mão contralateral (esquerda). Sugeriu-se, então, que a

dominância do hemisfério esquerdo ocorre para o planejamento, conforme outros

estudos já haviam relatado.

Em síntese, há uma considerável quantidade de estudos que investiga os

efeitos do lado da lesão encefálica no desempenho motor. A maioria deles aponta para

o fato de que os sujeitos com LE tendem a apresentar prejuízos no desempenho de

tarefas motoras, com aumento no tempo de execução dos movimentos, especialmente

nas tarefas de circuito aberto. Estes estudos apresentaram foco de análise ao nível do

controle motor e, por isso, as comparações entre grupos foram feitas em razão do

desempenho. Assim, uma vez que tais diferenças em relação ao lado da lesão foram

encontradas, pergunta- se qual o impacto da LD e da LE na aprendizagem motora?

Nesse sentido, faz-se necessário compreender o processo de aquisição de habilidades

motoras em função do lado da lesão, já que este é um princípio importante na

recuperação funcional dos pacientes pós-AVE.

Após um evento vascular podem haver mudanças no sistema a ponto de

modificar suas características e competências. Em função desta possibilidade de

modificação, optou-se por uma definição operacional que se refere à aprendizagem de

uma habilidade motora, sem fazer menção ao termo reaprendizagem. Isso porque,

apesar de haver grande contribuição das experiências pregressas na formação de um

repertório motor anterior ao evento vascular, não se sabe se os mesmos circuitos

formados previamente estarão aptos a ser utilizados e disponibilizados na contribuição

da aprendizagem de habilidades motoras após uma lesão.

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2.4 Aprendizagem Motora

A aprendizagem motora refere-se às mudanças internas relativamente

permanentes na capacidade de realizar habilidades motoras, sendo que tais mudanças

ocorrem no sentido de garantir eficácia e são fruto da experiência e da prática

(SCHMIDT & LEE, 1999; MAGILL, 2000; SCHMIDT & WRISBERG, 2001; SHUMWAY-

COOK & WOOLLACOTT, 2003; TANI, FREUDENHEIM, MEIRA-JÚNIOR & CORRÊA,

2004).

FITTS e POSNER (1967) propõem três estágios para o processo de

aprendizagem motora. O primeiro, denominado de cognitivo, caracteriza-se por grande

quantidade de erros no desempenho, de forma associada à natureza grosseira dos

erros cometidos. Desta forma, o desempenho apresenta-se inconsistente e os sujeitos

não são capazes de corrigir seus erros. De acordo com o modelo, neste estágio, o

iniciante procura fundamentalmente compreender a tarefa. Assim, ele dá atenção a

dicas, eventos e respostas que, posteriormente, não serão necessários para

desempenhar a tarefa. No segundo estágio, denominado de associativo, o aprendiz

começa a desenvolver a capacidade de detecção e correção de erros. Nesse estágio, os

erros grosseiros do início da aprendizagem, como sequências de ações erradas e

respostas a estímulos errados, são gradualmente eliminados. Concomitantemente, há

padronização espaço-temporal das ações motoras e, em consequência, melhora do

desempenho. O estágio final ou autônomo caracteriza-se pela menor necessidade de

processamento de informações para a realização das habilidades, de forma que o

indivíduo passa a poder se engajar simultaneamente em uma segunda tarefa mesmo

que esta envolva demanda cognitiva. Nesse estágio, o desempenho é consistente e o

mecanismo de detecção e correção de erros está bem desenvolvido para a habilidade.

Deste modo, a aprendizagem motora inicia-se com a compreensão da tarefa (fase

cognitiva) e termina com a estabilização do comportamento (fase autônoma).

Por sua vez, ADAMS (1971) propôs que a aprendizagem motora ocorre em

dois estágios: verbal-motor e motor. O estágio verbal-motor consiste, essencialmente,

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no fato de o aprendiz reproduzir verbal e/ou mentalmente as características compostas

na habilidade executada de forma a favorecer sua realização, sendo que no estágio

motor não há mais a necessidade desta reprodução verbal ou mental.

Neste contexto, à medida que o aprendiz passa por tais estágios ou fases do

processo de aprendizagem, espera-se que haja melhora do desempenho. Desta forma,

a aprendizagem pode ser inferida por meio do desempenho, sendo que sua melhora

pode ser observada pela melhora da consistência e da fluência no movimento,

diminuição do erro de execução, bem como diminuição no tempo total de movimento

para a realização da tarefa (MAGILL, 2000).

A proposição de ADAMS (1971), faz parte de uma teoria mais ampla de

aprendizagem motora denominada de Teoria do Circuito Fechado. A teoria de Circuito

Fechado (ADAMS, 1971) e, posteriormente, a teoria de Esquema (SCHMIDT, 1975)

foram propostas com o intuito de explicar o processo de aprendizagem motora.

Para ADAMS (1971), a aprendizagem ocorre mediante a formação de duas

estruturas chamadas de traço de memória e traço perceptivo. Ao praticar a habilidade, o

indivíduo recebe o feedback sensorial proveniente de seus movimentos e armazena

essa informação, formando uma referência para avaliar a correção de seus movimentos:

o traço perceptivo. A comparação entre o movimento desejado, contido no traço

perceptivo e o movimento realizado, captado pelos órgãos sensoriais, gera uma

discrepância (feedback negativo), que é progressivamente eliminada. Por sua vez, o

traço de memória está representado pelas condições do início do movimento, e ocorre

sob controle do circuito fechado de feedback. Desta forma, seriam explicadas as

mudanças observáveis no desempenho a partir das quais se pode inferir a ocorrência de

aprendizagem que implicaria em mudanças relativamente permanentes.

Metodologicamente, esta teoria resultou na utilização de testes de retenção (RET) após

a fase de aquisição (AQ) para testar a ocorrência de aprendizagem (ADAMS, 1987).

Mas esta teoria mostrou-se limitada para explicar a produção de movimentos

novos (problema da novidade) e, a partir do armazenamento de uma estrutura para

cada ação, incorreu no problema da provável superlotação da memória.

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Já a Teoria de Esquema foi elaborada por SCHMIDT (1975) para explicar a

aprendizagem de movimentos discretos e dar conta das limitações da teoria de circuito

fechado. Assim como ADAMS (1971), SCHMIDT (1975) concebe a existência de dois

estados de memória (ou esquemas), descritos como: o esquema de lembrança e o

esquema de reconhecimento. A terminologia esquema refere-se a uma representação

abstrata, armazenada na memória. O esquema de reconhecimento armazena relações

entre informações sensoriais, condições iniciais e o resultado no ambiente, sendo

responsável pela avaliação do movimento. Já o esquema de lembrança armazena

relações entre parâmetros (como força, amplitude de movimento e velocidade),

resultados esperados no ambiente (distância a se arremessar um objeto, por exemplo) e

condições iniciais, além de ser responsável pelo fornecimento dos parâmetros ao

Programa Motor Generalizado (PMG) (SCHMIDT, 2003).

O PMG consiste na caracterização de um programa motor que não contém

especificações para a realização de cada movimento separadamente, mas uma regra

geral para uma classe de movimentos. Desta forma, o PMG é responsável pela

execução dos movimentos dentro de uma mesma classe de movimentos e, por meio da

aplicação de parâmetros provenientes do esquema de lembrança, é capaz de gerar

inúmeras variações de movimento. Assim, as especificações quanto a tempo, força e

grupos musculares a serem utilizadas na resposta motora podem ser ajustadas

especificamente para cada tarefa a ser executada, sendo que estas especificações e as

consequências sensoriais esperadas são determinadas por regras abstratas

(esquemas), fortalecidos por meio da prática (SCHMIDT, 2003).

De acordo com esta teoria, a aprendizagem consiste em atualização de

esquemas de reconhecimento e lembrança em cada movimento executado, de forma

que o executante possa produzir e corrigir movimentos nunca antes executados, desde

que pertençam à mesma categoria de movimentos. Neste contexto, a variabilidade e a

quantidade de prática constituem fatores que favorecem a aprendizagem motora,

porque proporcionam o fortalecimento dos esquemas, ou seja, a formação de um

conjunto de regras abstratas mais complexo (SCHMIDT, 1975; FREUDENHEIM, 1992;

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MAGILL, 2000) e, consequentemente, beneficiam o desempenho em uma tarefa nunca

antes realizada (FREUDENHEIM, 1994).

A partir da proposição da Teoria de Esquema, passou a ser considerado

importante avaliar a capacidade de transferência do que foi adquirido após a prática e os

testes de transferência (TR) começaram a fazer parte do delineamento dos estudos,

após o teste de RET. Este teste permite observar a aprendizagem como um processo

que viabiliza a capacidade de transferir a habilidade adquirida, mesmo após

modificações impostas na tarefa, desde que os movimentos a serem executados

pertençam a uma mesma classe (SCHMIDT, 1975). Ou seja, quando um indivíduo

aprende uma nova habilidade adquire, portanto, um programa motor abstrato e amplo

que pode adaptar-se a uma série de diferentes contextos (MULDER, 1991; SHUMWAY-

COOK & WOOLLACOTT, 2003).

As teorias descritas acima (Circuito Fechado e Esquema) compartilham de

uma visão cognitiva do processo de aquisição de habilidades motoras. Mais

especificamente, que ao longo do processo de aprendizagem de habilidades motoras

um traço de memória torna-se suficientemente refinado (Teoria do Circuito Fechado) ou

que há fortalecimento de regras abstratas (esquemas), capazes de garantir

fornecimento de parâmetros precisos (Teoria de Esquema) para realização de uma

gama de tarefas, mesmo nunca antes praticadas, desde que pertençam à mesma classe

de movimentos. Nesse sentido, ambas apresentam explicação pautada em

representações mentais ao nível do SNC.

Ao admitir a participação de representações mentais subjacentes ao

aprendizado motor, duas questões importantes aparecem: qual a contribuição de cada

região do encéfalo no processo de aprendizado motor e como interpretar os padrões de

ativação cerebral os quais estão associados aos estágios iniciais e avançados da

aprendizagem em termos de circuitos neurais (HALSBAND & LANGE, 2006)?

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2.4.1 Substratos neurais para a aprendizagem motora

CAREY, BHATT e NAGPAL (2005) afirmam que as mudanças observadas no

desempenho de uma habilidade motora podem refletir um processamento de

informações que induz modificações morfológicas no sistema nervoso e levam à

aquisição de uma habilidade. Embora tais modificações morfológicas ocorram em

diversas áreas cerebrais - que serão mencionadas neste capítulo – atualmente, muita

atenção tem sido dada ao cerebelo (BLACK, ISAACS, ANDERSON & ALCANTARA,

1990).

O cerebelo possui um importante papel nos ajustes de precisão de tarefas

manuais, especialmente quando há necessidade de controle temporal (SPENCER, IVRY

& ZELAZNIK, 2005). É destacado também seu papel no planejamento de movimentos

de precisão, sendo que esta função não é lateralizada, de forma a controlar os dois

membros, sem cruzamento de vias (FISHER, BOYD & WINSTEIN, 2006). Além disso,

há fortes evidências de que após um treinamento motor, para que haja consolidação da

memória e mudanças sinápticas no sistema, é necessária a atuação do córtex

cerebelar, sendo que a aquisição de uma habilidade visuo-motora exige a integridade do

cerebelo associadamente ao núcleo estriado (DOYON, GAUDREAU, LAFORCE,

CASTONGUAY, BÉDARD & BOUCHARD, 1997; KRAKAUER & SHADMEHR, 2006).

Assim, o cerebelo é ativado para que ocorra aprendizagem de novas habilidades e,

nesse sentido, pacientes com lesão cerebelar demonstram prejuízos na aprendizagem

implícita (IVRY, KEELE & DIENER, 1988; GOMEZ-BELDARRAIN, GARCIA-MONCO,

RUBIO & PASCUAL-LEONE, 1998; STOODLEY, HARRISON & STEIN, 2006).

As estruturas cerebelares são responsáveis, também, pelo processamento de

feedback usando informação visual e proprioceptiva e na detecção e correção de erro

relativo ao movimento executado. Por isso, a alta ativação destas áreas nos estágios

iniciais de aprendizado reflete a dependência de processamento de feedback. O

processamento de feedback no cerebelo envolve também a necessidade de

transformação visuo-motora (HALSBAND & LANGE, 2006).

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KRAKAUER e SHADMEHR (2006) afirmam que após treinamento de

movimentos em experimentos que envolvem tarefas bimanuais, o cerebelo é o local de

armazenamento de modelos internos de longa duração. Neste sentido, o córtex

cerebelar é primordial para armazenamento inicial da memória motora podendo haver,

porém, migração da localização destes mapas internos com o tempo.

Em estudo com ratos, BLACK et al (1990) demonstraram que a

aprendizagem, de forma contrária ao exercício físico, é responsável pela sinaptogênese

no córtex cerebelar. Esta dissociação entre o fenômeno da aprendizagem com o nível

de atividade motora foi possível, pois foram determinados dois grupos de animais para o

experimento: um grupo foi submetido a uma tarefa com alta complexidade visuo-motora

e baixo nível de atividade motora, enquanto que o outro grupo foi submetido à atividade

física extensiva em esteira elétrica e mínima demanda de aprendizagem. Os resultados

apontaram que o primeiro grupo aumentou substancialmente o número de sinapses

cerebelares, enquanto que no grupo de atividade física extensiva houve angiogênese,

mas não ocorreu formação de novas sinapses.

Já em estudos em primatas, PLAUTZ, MILLIKEN e NUDO (2000) propuseram

que a aprendizagem é dependente da plasticidade cerebral durante o processo de

aquisição de uma habilidade motora que é influenciado diretamente pela natureza e

complexidade da tarefa. Tarefas com maiores demandas cognitivas necessitam de

maior processamento e, quando treinadas, induzem a maiores mudanças

neuroplásticas.

Estudos em humanos têm demonstrado, também, que a prática induz

padrões específicos de plasticidade no cerebelo, núcleos da base e no córtex motor,

incluindo sinaptogênese, potenciação sináptica e reorganização das representações de

movimentos (KARNI, MEYER, REY-HIPOLITO, JEZZARD, ADAMS, TURNER &

UNGERLEIDER, 1998; MEISTER, KRINGS, FOLTYS, BOROOJERDI, MÜLLER,

TÖPPER &THRON, 2005). A aprendizagem de uma habilidade motora, portanto, induz

a reorganização dos circuitos neurais no córtex motor que garantem a produção e o

refinamento de sequências de movimentos (ADKINS, BOYCHUK, REMPLE & KLEIM,

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2006).

Especificamente, KARNI et al (1998) propõem que a quantidade de prática

influencia diretamente nas transformações plásticas ocorridas no sistema nervoso, bem

como nas representações neurais cerebrais. A prática pode determinar mudanças nos

processos neurais que perduram após seu término. Porém, mesmo uma pequena

quantidade de prática pode induzir mudanças na atividade cerebral que são

fundamentais para flagrarem os efeitos da consolidação da memória em longo prazo. A

aprendizagem de uma habilidade motora ocorre em duas fases distintas denominadas

pelos autores de “aprendizagem rápida” (imediata) e “aprendizagem lenta” (em longo

prazo). A aprendizagem imediata envolve processos de seleção e estabelecimento de

rotinas ótimas para o planejamento da habilidade. Em contrapartida, a aprendizagem em

longo prazo pode refletir, de fato, as modificações estruturais dos módulos motores

básicos.

A ativação de áreas pré-frontais é comumente relatada durante os estágios

iniciais da aprendizagem motora explícita a fim de garantir a capacidade de decisão e

seleção de movimentos e processamento atencional. O papel do córtex pré-frontal na

memória de trabalho explícita tem sido demonstrado sugerindo que o córtex pré-frontal é

uma área de armazenamento temporário de associações sensório-motoras para uso em

curto prazo (HALSBAND & LANGE, 2006).

A área motora pré-suplementar tem sido mostrada como envolvida no estágio

inicial da aprendizagem motora, mas não nos estágios tardios. Mais especificamente,

nesta área há uma região denominada de área pré-motora suplementar que é essencial

para os estágios iniciais da aprendizagem de habilidades complexas, sendo responsável

pelas associações visuo-motoras e pelo processo de atenção e memória de trabalho

(LEE & QUESSY, 2003; MEISTER et al, 2005; HALSBAND & LANGE, 2006).

Outra importante área que tem sido elucidada como fundamental para a

aprendizagem de uma habilidade motora (voluntária, bimanual ou sequencial) é a área

motora suplementar (MS). A função desta área é realizar uma atualização dos planos

motores e codificar, ordenadamente, as sequências de movimentos necessários (LEE &

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QUESSY, 2003; MEISTER et al, 2005). É sabido que a ativação desta área aumenta

com a prática, tanto na aprendizagem explícita quanto implícita. É útil notar que a

ativação da área MS existe no hemisfério esquerdo não apenas quando se usa a mão

direita, mas também em tarefas treinando a mão esquerda ou com ambas as mãos

(GRAFTON, HAZELTINE & IVRY, 2002; HALSBAND & LANGE, 2006).

Ainda em relação aos substratos neurais relacionados à aprendizagem, outra

área que merece destaque é o córtex pré-motor lateral. Durante os estágios iniciais da

aprendizagem de uma habilidade motora, tem sido observada sua atividade

bilateralmente, provavelmente pela necessidade de processamento de feedback nos

estágios iniciais. Há indícios, também, de que a ativação desta área ocorra de forma

mais acentuada no lado direito porque reflete necessidade de processamento espacial,

o qual pode ser importante durante o aprendizado motor inicial. Desta forma, esta área

deve refletir a representação interna do mapeamento entre dicas espaciais e comandos

motores (HALSBAND & LANGE, 2006).

Já em relação ao córtex parietal, há evidências de que há um aumento na

ativação parietal no hemisfério direito nos estágios iniciais do aprendizado motor,

enquanto atividade mais intensa nos estágios avançados foi encontrada,

predominantemente, nas áreas parietais posteriores do hemisfério direito. Considerando

que o hemisfério direito do córtex parietal está predominantemente envolvido durante a

fase inicial da aprendizagem, o sítio esquerdo ou ambos os sítios são ativados na fase

tardia do aprendizado motor (HALSBAND & LANGE, 2006).

Por fim, em relação ao córtex motor primário, o aumento da ativação desta

área contralateralmente durante o treino de uma habilidade motora tem sido reportado.

Esta ativação pode ser associada ao aprendizado motor explícito, principalmente

quando a tarefa envolve modificações nos parâmetros da velocidade (HAZELTINE,

GRAFTON & IVRY, 1997; KARNI et al, 1998; HALSBAND & LANGE, 2006).

Em síntese, dado o papel central dos substratos neurais para a aprendizagem

de habilidades motoras e, sabendo-se que alguns destes substratos estão deficitários

em sujeitos com lesão encefálica, surge a importância de desenvolverem-se estudos de

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aprendizagem motora especificamente com esta população. Concomitantemente,

considera-se também como importante justificativa para o estudo, o fato de que a

aprendizagem motora é a base dos programas de reabilitação destes pacientes

2.4.2 Estudos sobre aprendizagem motora de pacientes pós-lesão encefálica

A aprendizagem motora é a base da elaboração e implementação dos

programas de reabilitação dos pacientes acometidos por lesão encefálica. Porém, os

conhecimentos teórico-científicos a respeito são escassos, pois poucos estudos foram

desenvolvidos envolvendo o processo de aprendizagem de sujeitos com lesões

neurológicas (HANLON, 1996; CAURAUGH & KIM, 2003; PLATZ, DENZLER, KADEN &

MAURITZ, 1994).

HANLON (1996) e CAURAUGH e KIM (2003) investigaram o efeito das

diferentes estruturas de prática em tarefas funcionais classificadas como sendo de

predomínio motor (SCHMIDT & WRINSBERG, 2001). Ambos os estudos foram

desenvolvidos em pacientes com AVE, usando o membro superior hemiparético, ou

seja, o membro acometido. Em HANLON (1996), foram avaliados 24 sujeitos

hemiparéticos por AVE único e unilateral, divididos em três grupos: prática aleatória,

prática em blocos (Bs) e controle (sem prática). Nos dois testes de RET, 2o e 7o dias

após a prática, o grupo de prática aleatória apresentou melhor desempenho. O autor

concluiu que, em tarefas motoras funcionais, a estrutura de prática influencia no efeito

do tratamento de pacientes hemiparéticos por AVE.

Por sua vez, no estudo de CAURAUGH e KIM (2003) trinta e quatro sujeitos

hemiparéticos foram aleatorizados nos três grupos, a fim de praticar movimentos de

flexo-extensão de punho, extensão de cotovelo e abdução do ombro com o membro

superior acometido. Mas, diferentemente de HANLON (1996), foi detectada diferença na

fase de RET somente entre os grupos de prática variada (aleatória e em Bs) e o GC.

Salienta-se que foram realizados somente testes de RET neste delineamento.

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Esses dois estudos foram realizados com o membro acometido, executando

tarefas com predomínio na demanda motora (SCHMIDT & WRISBERG, 2001). Nesse

sentido, independentemente da divergência dos resultados, eles não permitem inferir se

os efeitos foram consequência do processo de aprendizagem e/ou de aspectos

relacionados às limitações de controle efetor do membro acometido, já descritas na

literatura (MICHAELSEN, MAGDALON & LEVIN, 2009).

Para dissociar a capacidade de aprendizado dos déficits de controle motor do

membro contralateral, WINSTEIN et al (1999) desenvolveram um estudo com 40

sujeitos pós-AVE, de circulação unilateral anterior, utilizando o membro sadio e 40

sujeitos controles saudáveis. Todos os participantes praticaram uma tarefa discreta de

coordenação que envolvia preensão e alcance de alvo, sob uma entre duas condições

de feedback (mais e menos intenso). Independentemente do feedback, AVEs e

controles demonstraram aumento de acuidade e consistência com a prática durante a

fase de AQ e relativa permanência destes ganhos na RET. Assim, utilizando o membro

sadio, os autores concluíram que AVE unilateral em áreas sensório-motoras afeta o

controle e a execução de tarefas motoras, mas não o seu aprendizado. Porém, salienta-

se que não foram realizados testes de TR.

Por sua vez, na continuidade do estudo do processo de aprendizagem e de

possíveis fatores que o influenciam, BOYD e WINSTEIN (2001) desenvolveram um

estudo cujo objetivo foi comparar os efeitos da aprendizagem motora implícita, de uma

sequência de movimentos manuais e os efeitos da prática prolongada e do

conhecimento explícito antecipadamente à prática em um grupo de pacientes pós-AVE.

Foram avaliados 12 sujeitos pós-AVE crônicos em território de ACM, em uma tarefa de

tempo de reação seriado, com estímulo luminoso colorido. Foram realizados 24 Bs, de

forma aleatória, de 6 tentativas compostas por 9 estímulos coloridos. Os sujeitos foram

distribuídos em 3 grupos, sem conhecimento explícito da sequência, prática prolongada

e com conhecimento explícito antes da realização da sequência. O grupo de prática

prolongada fez a prática de 24 Bs repetidos em 3 dias subsequentes. Foi observado que

tanto o grupo que não tinha conhecimento explícito sobre a sequência, quanto o de

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40

prática prolongada apresentaram desempenho prejudicado quanto ao tempo de reação.

Em contrapartida, o grupo que recebeu conhecimento explícito antecipado apresentou

melhor tempo de reação. Ficou evidente neste estudo que a aprendizagem somente

ocorreu para os sujeitos pós-AVE devido ao conhecimento prévio da sequência a ser

praticada. Assim, colocou-se um questionamento sobre a capacidade de aprendizagem

desta população na ausência de informação prévia sobre a tarefa.

Da mesma forma que no estudo anterior, como método de investigar a

aprendizagem, não foram realizados testes de TR da habilidade adquirida, sendo os

resultados obtidos fruto somente dos testes de RET.

Em síntese, ficou evidente que a inabilidade dos pacientes em demonstrar

aprendizagem implícita, quando não conhecem a sequência previamente, mostra

importante comprometimento na aprendizagem motora, até então, não reportado na

literatura. Concluiu-se que o conhecimento explícito antecipadamente à execução da

tarefa seriada é uma boa opção para favorecer o processo de aprendizagem de uma

habilidade motora (tendo em vista os estágios da aprendizagem propostos por FITTS e

POSNER), porém ressaltou-se que a complexidade e a natureza da tarefa são

importantes fatores a serem considerados.

Mais recentemente, BOYD, QUANEY, POHL e WINSTEIN (2007)

desenvolveram um estudo cujo objetivo foi investigar a relação entre o grau de

acometimento do AVE na aprendizagem motora de tarefas de natureza distintas. Este

estudo apresentou a hipótese de que a demanda da tarefa pode influenciar na

capacidade de aprendizagem de sujeitos pós-AVE. Foram avaliados 28 pacientes

crônicos pós-AVE, categorizados pela severidade de acordo com a Escala de

Prognóstico de Orpington como leves (16 pacientes) e moderados (12 pacientes). Os

pacientes foram pareados com 17 voluntários saudáveis na análise dos dados

referentes às duas tarefas investigadas, quais sejam: tarefa de tempo de reação seriado

e tarefa de tempo de movimento, esta última, comparativamente, caracterizada como

tendo maior demanda atencional. Concluiu-se que os sujeitos com AVE moderado

apresentaram desempenho similar nas duas tarefas, sugerindo que como estes

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pacientes apresentam mais déficits atencionais, associados aos problemas motores,

não houve impacto da complexidade da tarefa. Ao contrário, os pacientes com AVE leve

apresentaram melhor aprendizagem nas duas tarefas, que, provavelmente, foi

estimulada pela maior demanda atencional e capacidade de atender a tais demandas.

Desta forma, os autores concluíram que a capacidade de aprendizagem implícita de tais

pacientes não se encontra totalmente comprometida, mas que a gravidade do AVE

exerce importante influência, especialmente, em tarefas sequenciais. Neste estudo, nas

comparações feitas entre os pacientes com LD e esquerda, não foram encontradas

diferenças, sugerindo-se novos estudos quanto a este aspecto.

Diante dos estudos apresentados e analisando-os em conjunto, pode-se

observar que são poucos os estudos que investigam a aprendizagem motora após lesão

encefálica, principalmente quando se consideram os dados epidemiológicos do AVE

quanto à incapacidade crônica gerada após este evento (WRITING GROUP MEMBERS

AHA, 2008). Quando se compara a quantidade de estudos que investiga o controle

motor desta população com a quantidade de estudos que investiga o fenômeno de

aprendizagem, esta escassez fica mais evidente ainda.

Um aspecto relevante comum aos poucos estudos existentes é o fato de que

o fenômeno da aprendizagem é verificado somente por meio de testes de RET, não

sendo, portanto, testado via capacidade de transferência do que fora adquirido. Além

disso, o lado da lesão foi apontado como variável relevante no desempenho de

habilidades motoras após um AVE (HARRIGTON & HAALAND, 1991; HAALAND &

HARRIGTON, 1996; HAALAND et al, 2000; HAALAND et al, 2004). Porém, seus efeitos

no processo de aprendizagem não foram investigados considerando a natureza de

tarefas com predomínio na demanda cognitiva, implicando em planejamento da ação.

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3 OBJETIVO

Investigar e comparar a aprendizagem de uma habilidade motora de alta

demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE em função do lado da lesão.

3.1 Objetivos específicos

1. Investigar a aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de

planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis;

2. Comparar a aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de

planejamento em sujeitos pós-AVE (com LD e LE) e sujeitos saudáveis;

3.2 Predições

Em função da análise da literatura, as predições estabelecidas foram:

1. Os sujeitos pós-AVE (Grupo Experimental - GE) e os sujeitos saudáveis

(Grupo Controle – GC) apresentariam melhora no desempenho da habilidade motora

proposta ao longo da fase de aquisição (AQ);

2. a. O GE apresentaria déficit na aprendizagem observado tanto por meio dos

testes de RET, quanto do teste de TR;

b. Esse déficit ocorreria tanto no grupo LD quanto LE;

3. Em função da alta demanda de planejamento, haverá diferença na

aprendizagem (mensurada por meio do desempenho nos testes de RET e TR) entre o

GC e o GE.

4. Em função da alta demanda de planejamento, haverá diferença na

aprendizagem (mensurada por meio do desempenho nos testes de RET e TR), entre

o GC, LD e LE.

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4 MÉTODO

4.1 Casuística

A casuística deste estudo foi composta por dois grupos, GC e GE.

O GE foi composto de 22 sujeitos hemiplégicos ou hemiparéticos por AVE em

tratamento na Clínica de Fisioterapia das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), na

Clínica de Fisioterapia da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID) e na Clínica

de Fisioterapia do Centro Universitário Uni-Ítalo, que preencheram os seguintes critérios:

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

- Idade entre 40 e 75 anos;

- Lesão em território de circulação anterior, comprovada por exame de

imagem e laudo médico neurologista;

- Tempo de lesão acima de 6 meses;

- Único evento vascular;

- Destros, mediante aplicação do Inventário de Dominância Lateral de

Edimburgo (OLDFIELD, 1971) em ANEXO I.

- Mini Exame do Estado Mental (MEEM) com pontuação maior ou igual a 23

pontos (ANEXO II).

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

- Afasia de compreensão;

- Instabilidade clínica;

- Outras doenças neurológicas associadas (Doenças de Parkinson,

Demências, Alzheimer).

- Pacientes pós-AVE com comprometimento de lesão classificado como

grave, segundo a Escala de prognóstico de Orpington (detalhada no item procedimentos

do método).

O GC foi composto por 14 sujeitos saudáveis, sem doenças neurológicas, com

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idade entre 40 e 75 anos, destros (determinados mediante aplicação do Inventário de

Dominância Lateral de Edimburgo).

4.2 Tarefa

A tarefa consistiu em realizar a inserção de uma barra em um orifício, o mais

rapidamente possível. Seus componentes são: preensão, transporte e inserção da barra

em orifício específico. Esta tarefa foi selecionada, por:

a. Possuir alta validade ecológica. Ela é representativa de muitas tarefas manipulativas

desempenhadas no cotidiano, mais especificamente, daquelas que envolvem

apreender, transportar e inserir um objeto, como é o caso, por exemplo, pegar uma

chave, levá-la até a fechadura e inseri-la ou, de pegar o cartão do banco, levá-lo até o

orifício do caixa automático e inseri-lo de maneira correta;

b. Apresentar alta demanda cognitiva, mais especificamente, demanda de planejamento

da ação. Assim, o planejamento é definido operacionalmente, neste estudo, como a

disposição temporal da sequência de operações necessárias para se realizar com

eficiência um ato obrigatório. Ou seja, capacidade de organizar os movimentos que

serão executados, relacionando-os com informações internas e externas, na sequência

apropriada em função de uma meta específica (REQUIN, 1992; JEANNEROD, 1997).

c. Envolver a possibilidade de manipulação da demanda de planejamento por meio da

modificação (pelo experimentador) do orifício e/ou da barra de inserção.

Esta tarefa foi utilizada de forma semelhante em estudo desenvolvido com

crianças (MOREIRA, 2002) e adultos jovens (BASTOS, FREUDENHEIM & SANTOS

2007), com o intuito de avaliar a capacidade de planejamento destes sujeitos e sua

variação conforme a prática.

Quanto à caracterização da tarefa, com base na classificação de SCHMIDT e

WRISBERG (2001), pode-se dizer que se trata de uma tarefa com alta demanda

cognitiva (principalmente no que se refere ao planejamento), seriada, realizada em um

meio ambiente fechado (estável e previsível) e de mecanismo de controle por circuito

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fechado.

4.3 Instrumento

Foi utilizado um equipamento denominado doravante de Caixa de Inserção

semelhante ao empregado por MOREIRA (2002) e BASTOS et al (2007), construído em

função do problema e da tarefa a ser utilizada, em parceria com a Universidade Federal

do Rio de Janeiro (Laboratório de Instrumentação Biomédica – LIB) no Programa de

Engenharia Biomédica - PEB.

A Caixa de Inserção, é constituída de vários componentes que se apresentam

descritos abaixo, com as respectivas sinalizações ilustrada na FIGURA 4 e com uma

vista superior do aparato na FIGURA 5:

a) Uma caixa de madeira com dimensões de 13 cm x 15 cm, x 4,5 cm, com

orifício para inserção da barra em sua parte superior e comutadores elétricos dispostos

na tampa e no fundo da caixa, de forma que os mesmos são mecanicamente acionados

nos momentos específicos em que ocorrem os toques da barra na tampa e no fundo da

caixa;

b) Led sinalizador luminoso do início da tentativa;

c) Placa de tempo de reação na posição de início da tarefa, com um

comutador elétrico devidamente posicionado para detectar o momento da retirada da

mão;

d) 1 Barra (diâmetro = 5 cm, massa = 184 g) e formato assimétrico nas

extremidades (correspondente ao formato de cruz, com 2 extremidades maiores – 1,5

cm e 2 menores – 1,0 cm);

e) Suporte para a barra (h = 6,5 cm no ponto de tangência com a barra) com

comutador elétrico capaz de detectar o momento da retirada da barra;

f) Um acelerômetro ADXL-330 com sensibilidade de ±3g em três eixos

ortogonais que foi posicionado na região dorsal do punho, ao lado do processo estilóide

do rádio, do membro utilizado.

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FIGURA 4 – Ilustração do aparato experimental.

Legenda: a: caixa de madeira; b: led sinalizador; c: placa tempo reação; d: barra; e: suporte para barra; f:

acelerômetro.

FIGURA 5 – Vista superior do aparato experimental.

f

e

d

c

b

a

a

d

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47

Os comutadores elétricos e o acelerômetro foram conectados a sistema de

aquisição de sinais USB-6009 da National Instruments, de modo que os dados relativos

a cada tentativa de inserção foram transmitidos diretamente para o notebook a uma

frequência de amostragem de 1 kHz e 13 bits de resolução. Um programa construído no

LabView versão 7.1 foi utilizado para o controle da aquisição. Os dados coletados foram

processados em um programa especialmente desenvolvido em Matlab versão 6.5 que

utiliza as informações dos comutadores elétricos para: - Identificar os ciclos de

movimentos executados; - Filtrar o sinal do acelerômetro com um filtro passa-banda

Butterworth de quarta ordem e freqüência de passagem entre 1 a 10 Hz, obtido

empiricamente de forma que ruídos de alta freqüência e as oscilações da linha de base

oriundas da aceleração gravitacional fossem minimizados; - Calcular parâmetros

temporais do movimento com resolução de 1ms; - Calcular o módulo da resultante

vetorial dos três eixos do acelerômetro; - Gerar um índice de desempenho.

As medidas obtidas a partir deste processamento serão detalhadas no item

em que constam as variáveis dependentes.

4.4 Delineamento

Foram realizadas 50 tentativas na fase de AQ (dez no teste de RET em curto

prazo (RET 1) realizado após 10 minutos, outras dez no teste de RET em longo prazo

(RET 2) realizada após dois dias e dez no teste de TR. O número de tentativas do

delineamento foi determinado a partir de estudo piloto e dos achados de DANCAUSE,

PTITO e LEVIN, 2002, bem como de CIRSTEA, PTITO e LEVIN, 2003. Nas fases de AQ

e RET, a extremidade a ser encaixada ficou do lado direito e na fase de TR foi

modificada a posição da barra para o lado esquerdo, conforme apresentado na FIGURA

6. A AQ foi organizada, portanto, em 10 blocos (B) de 5 tentativas, e os testes de RET e

TR em 2 Bs de 5 tentativas cada. Vale esclarecer que este delineamento foi proveniente

do estudo piloto.

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FIGURA 6: Representação esquemática referente ao posicionamento dos

orifícios e da barra nas fases de AQ, RET 1, RET 2 e TR. Salienta-se que a diferença da

fase AQ, RET 1 e RET 2 (à esquerda) em relação à fase de TR (à direita) ocorre no

posicionamento da barra.

Com base no posicionamento conferido à barra durante as fases de AQ, RET

e TR, a execução da tarefa (considerando o menor tempo possível e a situação de

maior conforto para o antebraço e mão no momento do inserção), encontra-se ilustrada

a seguir nas FIGURAS 7 e 8.

FIGURA 7: Representação do posicionamento do antebraço e mão em

relação à barra e ao orifício de inserção na AQ, RET1 e RET2.

6 5 4

3 2 1

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FIGURA 8: Representação do posicionamento do antebraço e mão em

relação à barra e ao orifício de inserção na TR.

Com o teste de TR, deseja-se investigar se os sujeitos irão manter os seus

programas de ação, modificando parâmetros de movimento, considerando-se seleção

de diferentes grupos musculares ou se, ao contrário, os sujeitos optarão por modificar o

programa de ação. Assim, os testes de RET visam detectar permanência dos planos e

parâmetros adquiridos durante a fase de AQ e o de TR visa analisar a capacidade de

ajuste do programa adquirido a uma modificação da tarefa.

4.5 Procedimentos

O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade

Cidade de São Paulo (UNICID), local de atuação profissional da autora do estudo, e

aprovado sob número 13433694/2009 (ANEXO III).

Após a seleção dos sujeitos em função dos critérios de inclusão e exclusão,

foi apresentado o termo de Consentimento Livre e Esclarecido que, devidamente lido e

6 5 4

3 2 1

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explicado, quando necessário, foi assinado pelos sujeitos ou seus responsáveis legais.

A seguir, o GE foi submetido a uma avaliação específica a fim de avaliar a

amostra quanto à capacidade cognitiva, por meio do MEEM (ANEXO II), visando excluir

sujeitos com demência. A CID-104 e DSM-IV5 indicam que o diagnóstico de demência

baseia-se principalmente na presença de declínio da memória e de outras funções

corticais superiores como linguagem, praxia, capacidade de reconhecer e identificar

objetos, abstração, organização, capacidade de planejamento e sequenciamento.

Assim, a abordagem de indivíduos com maior risco de demência deve incluir sempre a

avaliação das funções cognitivas. O MEEM é um exemplo de instrumento desenvolvido

com esse objetivo e é, seguramente, a escala mais amplamente utilizada em todo o

mundo (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1992).

O MEEM é composto por diversas questões tipicamente agrupadas em 7

categorias, cada uma delas planejada com o objetivo de avaliar funções cognitivas

específicas: orientação para tempo (5 pontos), orientação para local (5 pontos), registro

de 3 palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), lembrança das 3 palavras (3

pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade construtiva visual (1 ponto). O escore do

MEEM pode variar de um mínimo de 0 até um total máximo de 30 pontos. A escala é

simples de usar e pode ser facilmente administrada em 5-10 minutos, inclusive por

profissionais não médicos. Tombaugh e McIntyre (1992) observaram que a escala tem

boa consistência interna e confiabilidade teste-reteste. Eles também demonstraram que

o ponto de corte 23/24 tem boa a excelente sensibilidade e especificidade para o

diagnóstico de demência (FOLSTEIN, FOLSTEIN & MCHUGH, 1975; TOMBAUGH &

MCINTYRE, 1992; BERTOLUCCI, BRUCKI, CAMPACCI & JULIANO, 1994).

Após a realização do MEEM, os sujeitos do GE foram submetidos à avaliação

motora por meio da escala Fugl-Meyer (ANEXO IV). A avaliação de Desempenho Físico

de Fugl-Meyer avalia cinco dimensões do comprometimento, incluindo três aspectos do

controle motor como a amplitude de movimento articular, dor, sensibilidade,

comprometimento motor da extremidade superior e inferior e equilíbrio. Os dados são

pontuados em uma escala ordinal de 3 (0 = nenhuma performance; 2 = performance

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completa) aplicada para cada item (BRUNNSTRÖM, 1966; FUGL-MEYER, JÄÄSKÖ &

LEYMAN; 1975; DUNCAN, GOLDSTEIN & HORNER, 1994; GLADSTONE, DANELLS &

BLACK, 2002).

A avaliação de Desempenho Fugl-Meyer é extensivamente utilizada devido

sua confiabilidade e validade estabelecida fora do Brasil (DUNCAN, PROPST &

NELSON, 1983). Dentro do Brasil, ressalta-se sua ampla utilização, haja vista a

validação para língua portuguesa. Existem na literatura, várias avaliações para

pacientes hemiplégicos decorrentes de AVE no Brasil que não refletem, porém, um

padrão validado e fidedigno para a recuperação dos mesmos, não sendo possível

quantificar os parâmetros avaliados, uma vez que estes parâmetros são descritos de

forma qualitativa. Por isso, optou-se pela utilização da Fugl-Meyer na população

estudada.

Neste contexto, a Fugl-Meyer foi utilizada para caracterizar a amostra

pertencente ao estudo. Esta caracterização favorecerá melhor validade interna e externa

aos dados obtidos, bem como possível relação entre os achados referentes à

aprendizagem e o nível de comprometimento dos pacientes. Em seguida, ainda com a

finalidade de caracterizar o GE, foram anotados dados referentes ao tempo de lesão

(em meses), idade (em anos), gênero, escolaridade (total de anos estudados) e lado da

lesão encefálica.

Além desta escala de avaliação, foi utilizada a Escala de Prognóstico

Orpington (KALRA, & CROME, 1993; LAI, DUNCAN & KEIGHLEY, 1998). Esta escala

foi inicialmente criada a partir da escala de Edimburgo e é facilmente aplicável com o

intuito de avaliar as incapacidades em decorrência de um evento vascular cerebral.

KALRA e CROME (1993) detectaram que a Escala de Orpington é um indicador de

avaliação das atividades de vida diárias (AVD´s), bem como de prognóstico de alta

hospitalar. Esta escala contempla a avaliação dos déficits motores no membro superior,

propriocepção, equilíbrio e cognição. Sua pontuação varia de 1,6 até 6,8, sendo 1,6 a

melhor pontuação e 6,8 a pior (ANEXO V). Desta forma, pode-se categorizar o evento

vascular encefálico em leve, moderado e grave a partir de tal pontuação: de 1,6 até 3,1

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considera-se AVE leve; de 3,2 até 5,2 designa-se AVE moderado e pontuação maior ou

igual a 5,3 caracteriza o AVE grave. O intuito da utilização desta escala foi, também,

caracterizar e selecionar a amostra do estudo, utilizando-a como critério de exclusão.

Após esta etapa, todos os sujeitos foram submetidos à tarefa experimental,

considerando o delineamento descrito acima. Os sujeitos foram posicionados sentados

em frente ao equipamento situado em uma mesa. Entre o sujeito e o equipamento foi

colocada uma cortina preta que impediu a visualização do aparato experimental. Este

procedimento de utilização da cortina está baseado no fato de que, para ocorrer o

planejamento de um movimento de alcance no membro superior, é necessário que haja

visualização da posição do alvo (GIELEN, VAN DEN OOSTEN & PULL, 1985;

HENRIQUES, MEDENDORP, KHAN & CRAWFORD, 2002) e visualização da posição

de início da mão (BAGESTEIRO, SARLEGNA & SAINBURG, 2006). Desta forma, a

cortina impediu a visualização da posição final do alvo, tanto considerando a barra,

quanto o orifício para o encaixe e, portanto, o planejamento e prática mental da tarefa

antes que esta tivesse início determinado pelo examinador.

Conforme descrito, a tarefa consistiu da inserção de uma barra no orifício, de

acordo com a instrução do experimentador: “Após ouvir o sinal de alerta que eu vou lhe

dar, esta cortina será aberta e você deverá visualizar a luz verde acender a sua frente.

Somente após o acendimento da luz, você deverá encaixar a barra naquele buraco a

sua frente até que a barra toque o fundo da caixa. Faça o mais rapidamente possível.

Mantenha sua mão no local demarcado e, quando visualizar a luz verde, pode iniciar a

tarefa!”.

Concomitantemente à instrução, o experimentador indicou cada região do

equipamento para que o sujeito pudesse acompanhar e compreender a tarefa. Esta

instrução relativa à demanda temporal da ação foi reforçada a cada bloco (B) de 5

tentativas durante a fase de AQ, a partir das observações feitas no piloto. O intuito foi

reforçar o caráter temporal da meta da ação. O intervalo entre cada tentativa refletiu

apenas no tempo necessário para fechar a cortina e reposicionar a barra no suporte

para a próxima tentativa, variando entre 3 a 5 segundos.

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O intervalo entre o sinal de alerta dado verbalmente pelo experimentador e a

apresentação do estímulo luminoso foi variado entre 3 a 10 segundos. Este

procedimento foi realizado com o intuito de evitar antecipação dos sujeitos, de forma

que, caso o sujeito antecipasse e iniciasse o movimento do membro superior antes do

acendimento do estímulo luminoso, a tentativa era cancelada e repetida. Deste modo, a

medida de tempo de reação configurou-se como o tempo entre a apresentação do

estímulo luminoso e o início do movimento gerado na mão do sujeito (retirada da mão

do local de posicionamento inicial).

Durante a AQ, RET em curto e longo prazo, a prática da tarefa foi de forma

constante, ou seja, sempre com a mesma extremidade de 1 cm voltada para cima e ao

lado direito do sujeito. Na fase de TR, a barra foi invertida para o lado esquerdo do

sujeito e a prática manteve-se constante em relação ao posicionamento da mesma ao

longo das 10 tentativas que compõem este teste.

A tarefa foi realizada com a mão sadia do GE (tanto para os sujeitos com LD,

quanto para LE) e com a mão não-dominante do GC. A escolha da mão sadia (ipsilateral

à lesão) tem a finalidade de dissociar os efeitos das dificuldades efetoras relacionadas

ao sistema músculo-esquelético das alterações na aprendizagem motora. Ressalta-se

que foram tomadas as precauções necessárias a fim de delinear tal metodologia na

medida em que foram conduzidos estudos pilotos em sujeitos saudáveis com intuito de

investigar possíveis diferenças no desempenho quando se realiza a tarefa com o

membro dominante e não dominante e os resultados não detectaram tais diferenças, no

que se refere ao tempo total da ação.

4.6 Local

A coleta foi realizada, mediante autorização das Instituições, em uma sala

previamente preparada e silenciosa da Clínica de Fisioterapia das Instituições

envolvidas.

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4.7 Variáveis dependentes

As medidas utilizadas são quantitativas e foram obtidas via comutadores e via

acelerômetro. Referem-se à meta da ação, ou seja, ao planejamento e à execução da

inserção da barra no orifício, o mais rápido possível Assim, as medidas obtidas via

acionamento dos comutadores referem-se ao tempo total da ação (tempo de resposta,

segundo SCHMIDT & LEE, 2005), tempos parciais da ação e número de toques. Já sob

o aspecto acelerométrico, as medidas referem-se ao pico de aceleração do membro

superior (PAcel), instante em que ocorreu o pico de aceleração (IPAcel); posição do

antebraço no momento da preensão da barra e índice de desempenho.

As medidas obtidas via acionamento dos comutadores e seus significados

para interpretação são:

1. Tempo acendimento da luz até inserção no fundo: é o tempo transcorrido

entre o acendimento da luz (sinal luminoso que indica o início da tentativa) e o contato

da barra com o fundo da caixa (final da tentativa). Refere-se ao tempo gasto para a

execução da tarefa, ou seja, é o tempo total da ação ou tempo de resposta e relaciona-

se diretamente com a meta, qual seja, realizar inserção o mais rápido possível. Esta

medida, no presente estudo, será mencionada como luz-fundo e sua unidade será em

segundos (s);

2. Tempo acendimento da luz até preensão da barra: é o tempo entre o

acendimento do estímulo luminoso e a retirada da barra do suporte. Refere-se ao tempo

de execução da primeira parte da tarefa. Esta medida é composta por duas outras

medidas: luz-mão e mão-barra. Esta medida reflete, com maior clareza neste projeto, o

planejamento da ação. No presente estudo, será mencionada como luz-barra e sua

unidade será em (s);

3. Tempo acendimento da luz até retirada da mão: é o tempo entre o

acendimento do estímulo luminoso e a retirada da mão do comutador elétrico que se

encontra no local de posicionamento inicial. Refere-se ao tempo de reação, que

contribui como medida complementar, para compreensão do planejamento. Esta

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medida, no presente estudo, será mencionada como luz-mão e sua unidade será em (s);

4. Tempo retirada da mão até retirada da barra: é o tempo transcorrido entre

a retirada da mão do sensor de posicionamento inicial e a retirada da barra do suporte.

Refere-se ao tempo de movimento do membro superior na primeira parte da tarefa e

que, contribui como medida complementar, para compreensão do planejamento. Esta

medida, no presente estudo, será mencionada como mão-barra e sua unidade será em

(s);

5. Tempo retirada da barra até contato no fundo da caixa: tempo entre a

retirada da barra do suporte e o contato da barra com o fundo da caixa (final da

tentativa). Refere-se ao tempo de execução da segunda parte da tarefa, ou seja, ao

transporte da barra em direção ao orifício da caixa. Reflete o tempo de transporte da

barra e os ajustes finais que viabilizam o inserção em si. Esta medida, no presente

estudo, será mencionada como barra-fundo e sua unidade será em segundos (s);

6. Número de toques na tampa: quantidade de tentativas sem sucesso da

inserção da barra no orifício. Reflete a quantidade de ajustes necessários nos

parâmetros espaciais para a finalização da tarefa. Esta medida expressa a precisão

para a inserção da barra e pode ser considerada uma medida de erro, já que a meta da

tarefa era realizar a inserção. No presente estudo, será mencionada como número de

toques e sua unidade será em valor absoluto e em percentual de ocorrência dos toques.

Para melhor compreensão das medidas acima, as fases da execução da

tarefa são ilustradas esquematicamente a seguir na FIGURA 9:

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56

FIGURA 9: Representação esquemática das medidas quantitativas, obtidas

via comutadores, durante a execução da tarefa.

As medidas obtidas por meio do acelerômetro permitem que algumas

informações relativas às características cinemáticas do movimento sejam obtidas, tais

como: Pico de aceleração do módulo do vetor resultante e o instante que tal evento

ocorre; Posição adotada pelo antebraço no momento que antecedeu a preensão

(pronação ou supinação) e Índice de desempenho. Estas medidas acelerométricas são

detalhadas a seguir:

1. Pico de aceleração do módulo do vetor resultante (Pacel) referente ao

deslocamento da mão até a barra: módulo da resultante vetorial dos três eixos do

acelerômetro (X, Y e Z) durante a retirada da mão do sensor de posicionamento inicial e

a preensão da barra no suporte. Refere-se ao movimento do membro superior na

primeira parte da tarefa e que, contribui como medida relacionada à coordenação do

movimento. Esta medida, no presente estudo, será mencionada como Pacel mão-barra

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e sua unidade será em m/s²;

2. Instante em que Pacel mão-barra ocorreu: momento em que ocorreu o pico

da aceleração da resultante vetorial durante a retirada da mão do sensor de

posicionamento inicial e a preensão da barra no suporte. Representa o quão

antecipadamente o pico de aceleração ocorreu e, portanto, será considerada como

complementar ao planejamento. Esta medida será mencionada no presente estudo

como IPacel mão-barra e sua unidade será em (s);

3. Pico de aceleração do módulo do vetor resultante (Pacel) referente ao

deslocamento da barra até o fundo da caixa: módulo da resultante vetorial dos três

eixos do acelerômetro (X, Y e Z) durante a retirada da barra no suporte e o inserção da

mesma até o fundo da caixa. Refere-se ao movimento do membro superior segunda

parte da tarefa e que, contribui como medida relacionada à coordenação do movimento.

Esta medida, no presente estudo, será mencionada como Pacel barra-fundo e sua

unidade será em m/s²;

4. Instante em que Pacel barra-fundo ocorreu: momento em que ocorreu o

pico da aceleração da resultante vetorial durante a retirada da barra no suporte e o

inserção da mesma até o fundo da caixa. Representa o quão antecipadamente o pico de

aceleração ocorreu e, e, portanto, será considerada como complementar ao

planejamento. Esta medida será mencionada no presente estudo como IPacel barra-

fundo e sua unidade será em (s);

5. Posição adotada pelo antebraço no momento que antecede a

preensão: esta medida foi calculada com o intuito de determinar a posição do antebraço

do indivíduo no momento que a barra era retirada do suporte. Sendo assim, observou-se

o sinal do eixo Z do acelerômetro, que é alinhado com o eixo ântero-posterior do punho

em posição anatômica. Considerando que o acelerômetro é sensível à aceleração da

gravidade, verificou-se o sinal do eixo Z no momento em que o comutador elétrico do

suporte da barra era acionado. Se o valor encontrado era positivo, o punho estava em

pronação, e quando negativo, supinação. Esta medida reflete a seleção da estratégia

motora do sujeito quando planejou realizar a inserção e será usada como medida

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complementar ao planejamento. Será mencionada no presente estudo como Posição

antebraço e sua unidade será em valores absolutos da ocorrência de pronação e valor

percentual;

6. Índice de desempenho: refere-se ao somatório do valor absoluto

da diferença entre um sinal acelerométrico de referência (B de melhor desempenho da

AQ) e o sinal de teste (demais Bs da AQ e testes). Esta variável é proporcional à

diferença das características cinemáticas de ambos os sinais (referência e teste) e sua

unidade é arbitrária, ou seja, não há propriamente uma unidade de medida para esta

variável. Por isso, abaixo, encontra-se o detalhamento da obtenção desta variável.

Para que fosse gerado o sinal de referência, um total de cinco ciclos de

movimento (composto por um B com 5 tentativas de inserção da barra) foi representado

por um único vetor. Cada ponto gerado representa a mediana dos 5 valores de

aceleração para um determinado momento no tempo. A designação do valor de

referência foi feita com base na análise dos valores temporais dos Bs da AQ. O B

selecionado para servir de referência para o GC foi o B 6 e o B referência para o GE foi

o B 10. Estes foram, respectivamente, os Bs cujos valores de desempenho produziram

a menor média, ou seja, o melhor desempenho dentre todos os Bs da fase de AQ (dada

a meta da tarefa ser a execução do inserção no menor tempo possível).

O mesmo procedimento foi adotado para o sinal de teste, de forma que foi

possível representar cada série de 5 tentativas com apenas 1 vetor. Em seguida, um

novo vetor, denominado vetor-erro, foi gerado com os valores da diferença entre o vetor

de referência e o de teste. Foi realizado, então, um somatório do valor absoluto de cada

um dos elementos do vetor, gerando-se um único valor como resultado. Por sua vez, o

resultado foi dividido pelo somatório dos valores absolutos dos sinais de referência e o

de teste, a fim de evitar que sinais de maior duração ou maior amplitude média

possuíssem maiores erros.

Esta medida denominada de índice de desempenho reflete a coordenação

dinâmica necessária durante a execução dos movimentos.

Ressalta-se que todos os dados foram sincronizados entre si, de modo a

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obter algumas características cinemáticas do membro superior. Assim, é possível

relacionar as variáveis dependentes geradas via acionamento dos comutadores com as

variáveis acelerométricas em relação à tarefa.

Esta tarefa contempla uma demanda de planejamento, cuja meta da ação

está relacionada à inserção da barra no orifício associada à instrução: faça o mais

rápido possível. Deste modo, as variáveis dependentes geradas via comutador são, na

sua maioria, de natureza temporal (luz-fundo; luz-barra, luz-mão, mão-barra, barra

fundo), além da variável número de toques. E as variáveis acelerométricas (que, de

forma geral, são cinemáticas) contemplam: PAcel mão-barra, PAcel barra-fundo, IPAcel

mão-barra, IPAcel barra-fundo, Indice de desempenho e posição do antebraço.

4.8 Análise dos dados

Para o tratamento matemático e análise estatística dos dados, utilizaram-se

os programas: Excel 2003, Minitab v.13 e Statistica v.7. Toda a análise foi baseada nas

seguintes fontes: MARTINS & DONAIRE, 1979; VIEIRA, 1980; BERQUÓ, SOUZA, &

GOTLIEB, 1981; HOEL, 1981; MORETTIN & BUSSAB, 1982; NOETHER, 1983;

SOARES, FARIAS & CESAR, 1991; DORIA, 1999; MASSAD, ORTEGA, SILVEIRA &

MENEZES, 2004; SIEGEL & CASTELLAN, 2006.

Inicialmente, foi testada homogeneidade da amostra no que se refere às

comparações feitas entre o GC e o GE, sendo que este último foi dividido em LD e LE,

em relação às variáveis comuns de caracterização da amostra a tais grupos (idade,

escolaridade, gênero e pontuação no MEEM). Esta análise foi feita a fim de verificar a

homogeneidade dos grupos e, assim, evitar viés na análise dos resultados, ou seja,

atribuição do efeito às possíveis diferenças na composição dos grupos. Foi utilizado o

Teste paramétrico ANOVA two-way.

Com o mesmo intuito de testar a homogeneidade entre os grupos

experimentais (LD e LE), foram feitas comparações entre as seguintes variáveis de

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caracterização da amostra: tempo de lesão, idade, gênero, escolaridade, pontuação no

MEEM, pontuação na Escala de Orpington e pontuação na Fugl-Meyer (subtotais e

pontuação final). Foi utilizado o Teste paramétrico ANOVA two-way.

Por se tratarem de variáveis quantitativas em escala de razão (luz-fundo, luz-

barra, luz-mão, mão-barra, barra-fundo, Pacel mão-barra, IPacel mão-barra, Pacel

barra-fundo, IPacel barra-fundo, Índice de desempenho) para cada medida repetida nas

fases de AQ, RET 1, RET 2 e TR foi testada, a priori, a normalidade de cada variável por

meio do teste Kolmogorov-Smirnov. Logo em seguida, realizou-se o teste de

homogeneidade e homocedasticidade das variáveis, as quais se apresentaram todas

homogêneas. Confirmados os pressupostos acima foram realizados testes

paramétricos. Para as variáveis: número de toques e posição do antebraço realizaram-

se testes não paramétricos por se trataram de dados ordinais, considerando-se os

valores absolutos e percentuais.

As análises intragrupos (GC, GE e GC, LD, LE) referentes às variáveis

dependentes (luz-fundo, luz-barra, luz-mão, mão-barra, barra-fundo, Pacel mão-barra,

IPacel mão-barra, Pacel barra-fundo, IPacel barra-fundo, Índice de desempenho) foram

feitas ao longo dos Bs da fase de AQ, a fim de verificar se houve melhora no

desempenho. Estas comparações foram feitas por meio da ANOVA two-way (grupos X

Bs) com medidas repetidas no segundo fator, seguida do post hoc de Tukey.

De forma complementar, foram efetuadas as comparações intragrupos (GC,

GE e GC, LD, LE) das variáveis dependentes referentes ao último B da AQ e os dois Bs

dos testes de retenção em curto prazo (10 minutos), longo prazo (2 dias) e de TR, por

meio da ANOVA two-way, seguida para medidas repetidas, seguida do post hoc de

Tukey.

A posteriori foram efetuadas as comparações intergrupos (GC e GE) bem

como (GC, LD e LE) das variáveis dependentes referentes ao último B da AQ e os dois

Bs dos testes de retenção em curto prazo (10 minutos), longo prazo (2 dias) e de TR,

por meio da ANOVA two-way para medidas repetidas, seguida do post hoc de Tukey.

Nas análises comparativas das variáveis número de toques e posição do

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antebraço (em razão de sua natureza qualitativa), para as variáveis de medidas

repetidas referentes ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET e TR, foram

realizados testes não paramétricos de Igualdade de duas proporções. Este teste

compara a proporção de respostas de duas determinadas variáveis e seus níveis de

significância.

Foi adotado α = 5% (nível de significância), sendo consideradas diferenças

significativas aquelas cujo valor do nível descritivo (p) fosse inferior a 5%.

As hipóteses testadas foram:

H0: λ1 = λ2 = 0, ou seja, nenhuma diferença seria encontrada intergrupos e intragrupos;

HA : λi ≠ 0, ou seja, seriam encontradas diferenças intergrupos e intragrupos.

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5 RESULTADOS

Os resultados serão apresentados, inicialmente, considerando os dados

relativos à caracterização da amostra e ,em seguida, seguirão a ordem em que foram

colocadas as predições do estudo. Quanto à apresentação das variáveis, seguir-se-á a

seguinte ordem: luz-fundo (tempo total da resposta), luz-barra (primeira parte da ação)

que é composta pelas duas medidas luz-mão (tempo de reação) e mão-barra (tempo de

movimento da primeira parte da ação), barra-fundo (segunda parte da ação), número de

toques (medida de precisão), Pacel mão-barra, IPAcel mão-barra, Pacel barra-fundo,

IPAcel barra-fundo, Índice de desempenho e Posição antebraço.

5.1 Caracterização da amostra

A composição da amostra no presente estudo apresenta-se ilustrada nas

Tabelas 1, 2 e 3.

Os dados demográficos de cada sujeito que compôs a amostra encontram-se

ilustrados detalhadamente na Tabela 1 em ANEXO VI.

A Tabela 2 apresenta as comparações das variáveis comuns aos três

grupos (GC, LD e LE): idade, escolaridade, gênero e pontuação no MEEM. Observa-

se que a única diferença encontra-se entre o GC e o GE (tanto LD quanto LE) em

relação à pontuação no MEEM, de forma que o GC apresenta maior média em tal

avaliação cognitiva.

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TABELA 2 – Comparações intergrupos referente às variáveis de

caracterização da amostra.

Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; F: Feminino; M: masculino; MEEM: Mini Exame do Estado Mental

A Tabela 3 apresenta as comparações das variáveis relativas apenas ao GE,

ou seja, LD e LE, quais sejam: tempo de lesão, idade, gênero, escolaridade, pontuação

no MEEM, pontuação na Escala de Orpington e pontuação na Fugl-Meyer (subtotais e

pontuação final). Observa-se que os grupos são homogêneos em todas as variáveis

relativas à caracterização amostral.

Variável GC (N=14)

LD (N=10)

LE (N=12)

p-valor

Idade (anos)

56±8 55±10 59±11 0,614

Escolaridade (anos)

7,5±3,5 9,9±5,0 7,8±4,8

0,429 Gênero 7 F e 7 M 8 F e 2 M 7 F e 5 M

-

MEEM

28,7±1,3

26,6±2,7

26,7±2,2

0,020

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TABELA 3 – Comparações intergrupo (LD e LE) em relação às variáveis de

caracterização amostral.

Teste paramétrico – ANOVA two-way . Diferença significativa p< 0,05 Legenda: LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; MEEM: Mini Exame do Estado Mental; MS: Membro superior; MI: Membro inferior; ADM: Amplitude de movimento.

5.2 Análise intragrupo (GC, GE e GC, LD, LE) durante a AQ.

Na Tabela 4, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável luz-fundo, que representa o tempo total

da resposta. Observa-se que houve melhora do desempenho apenas para o GE.

Variável LD (N=10) LE (N=12) p-valor

Tempo de lesão (meses)

43,1±37,6 911±107,5 0,195

Idade (anos)

55,5±10,8 59,1±11,0 0,614

Gênero

8 F e 2 M 7 F e 5 M -

Escolaridade (anos)

9,9±5,2 7,8±4,8 0,343

MEEM

26,6±2,7 26,7±2,2 0,949

Orpington

2,76±0,6 3,3±1,0 0,134

Fugl-Meyer (MS)

28,9±17,9 31,10±17,7 0,785

Fugl-Meyer (MI)

20,8±5,0 20,8±6,5 0,989

Equilíbrio

8,2±2,5 8,5±1,4 0,724

Sensibilidade

18,1±3,8 16,4±6,6 0,482

ADM/Dor

64,9±15,1 68,1±13,2 0,604

Fugl-Meyer total

143,6±35,9 146,1±37,5 0,876

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TABELA 4 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável luz-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Na Tabela 5, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável luz-fundo, que representa o tempo total da resposta.

Observa-se que houve melhora do desempenho apenas para os grupos LD e LE.

Grupos

B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B 9

B10

F p-valor

GC (N=14)

4,569 ±1,89

3,963 ±1,42

4,339 ±2,22

3,883 ±1,56

3,645 ±1,47

3,537 ±1,61

3,670 ±1,56

3,919 ±1,74

4,041 ±2,11

4,134 ±2,47

1,34 0,223

GE

(N=22)

5,706 ±2,64

4,760 ±2,17

4,967 ±2,79

4,575 ±1,80

4,194 ±1,68

3,782 ±1,14

4,142 ±1,91

3,874 ±2,21

3,844 ±1,96

3,667 ±1,30

6,6

0,047 (1-4)

<0,001 (1-5)

<0,001 (1-6)

<0,001 (1-7)

<0,001 (1-8)

<0,001 (1-9)

<0,001 (1-10)

<0,009 (10-3)

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TABELA 5 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável luz-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< ,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B: Bloco.

Na Tabela 6, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerado o GE independentemente do lado da lesão, ao

longo dos Bs da fase de AQ para a variável luz-barra. Observa-se que houve melhora do

desempenho para todos os grupos.

Grupos

B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B 9

B10

F p-valor

GC (N=14)

4,569 ±1,89

3,963 ±1,42

4,339 ±2,22

3,883 ±1,56

3,645 ±1,47

3,537 ±1,61

3,670 ±1,56

3,919 ±1,74

4,041 ±2,11

4,134 ±2,47

1,34 0,223

LD

(N=10)

4,859 ±1,39

3,783±1,12

4,602±2,24

4,158 ±1,37

4,089 ±1,39

3,278±0,71

3,427±0,58

3,169±0,59

3,618±1,22

3,628 ±1,26

4,44

0,002 (1-6)

0,009 (1-7)

0,001 (1-8)

0,042 (1-9)

0,046 (1-10)

0,022 (3-6)

0,009 (3-8)

LE (N=12)

6,412 ±3,25

5,574±2,53

5,270±3,24

4,922 ±2,09

4,281 ±1,94

4,202±1,28

4,739±2,41

4,461±2,86

4,033±2,46

3,699 ±1,38

4,15

0,009 (1-5)

0,006 (1-6)

0,026 (1-8)

0,002 (1-9)

0,003 (1-10)

0,039 (2-10)

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TABELA 6 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável luz-barra (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa <0,05 Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Na Tabela 7, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável luz-barra, que representa o tempo total da ação. Observa-

se que houve melhora do desempenho para o GE tanto com LD como com LE.

Grupos

B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B 9

B10

F p-valor

≤ .05

GC

(N=14)

1,168 ±0,30

0,978±0,15

1,016±0,24

0,953 ±0,18

0,971 ±0,18

0,948±0,22

0,921±0,20

0,931±0,20

1,0461±0,30

1,047 ±0,26

3,54

0,030 (1-2)

0,007 (1-4)

0,021 (1-5)

0,005 (1-6)

0,001 (1-7)

0,001 (1-8)

GE

(N=22)

1,613 ±0,58

1,254 ±0,39

1,276 ±0,37

1,242 ±0,38

1,220 ±0,37

1,219±0,40

1,248±0,45

1,178±0,40

1,182 ±0,50

1,124 ±0,40

7,98

<0,001 (1-2)

<0,001 (1-3)

<0,001 (1-4)

<0,001 (1-5)

<0,001 (1-6)

<0,001 (1-7)

<0,001 (1-8)

<0,001 (1-9)

<0,001 (1-10)

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TABELA 7 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão, referente

à variável luz-barra (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa < 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B: Bloco.

Na Tabela 8, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ. Observa-se que para a variável luz-mão, relativa ao

tempo de reação, não houve melhora do desempenho para o GC, ao passo que para o

GE houve melhora, caracterizada por diminuição do mesmo.

Grupos

B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B 9

B10

F p-valor

≤ .05

GC

(N=14)

1,168±0,30

0,978±0,15

1,016±0,24

0,953 ±0,18

0,971 ±0,18

0,948±0,22

0,921±0,20

0,931±0,20

1,0461±0,30

1,047 ±0,26

3,54

0,030 (1-2)

0,007 (1-4)

0,021 (1-5)

0,005 (1-6)

0,001 (1-7)

0,001 (1-8)

LD

(N=10)

1,609±0,64

1,055 ±0,22

1,147 ±0,27

1,193 ±0,30

1,206 ±0,29

1,113 ±0,23

1,147 ±0,27

1,064 ±0,18

1,110±0,32

1,007±019

7,30

0,001 (1-2)

0,001 (1-3)

0,001 (1-4)

0,001 (1-5)

0,001 (1-6)

0,001 (1-7)

0,001 (1-8)

0,001 (1-9)

0,001 (1-10)

LE

(N=12)

1,616±0,55

1,419 ±0,44

1,383 ±0,41

1,282 ±0,44

1,232 ±0,44

1,307 ±0,49

1,333±0,56

1,273 ±0,50

1,242±0,62

1,222 ±0,49

3,03

0,027 (1-4)

0,005 (1-5)

0,020 (1-8)

0,007 (1-9)

0,003 (1-10)

Page 69: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

69

TABELA 8 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável luz-mão (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas.Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Na Tabela 9, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável luz-mão. Observa-se que houve melhora do desempenho

para o GE, porém somente em LD.

TABELA 9 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável luz-mão (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B:Bloco.

Grupos

B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B 9

B10

F p-valor

GC (N=14)

0,535±0,26

0,473±0,31

0,440 ±0,22

0,446 ±0,26

0,439 ±0,18

0,404 ±0,18

0,373 ±0,17

0,406 ±0,21

0,441 ±0,19

0,528 ±0,34

0,89 0,536

GE

(N=22)

0,762±0,46

0,591±0,31

0,544 ±0,19

0,532 ±0,20

0,583 ±0,25

0,550 ±0,23

0,588 ±0,23

0,523 ±0,17

0,588 ±0,28

0,489 ±0,16

3,06

0,012 (1-3)

0,006 (1-4)

0,017 (1-6)

0,003 (1-8)

0,003 (1-10)

Grupos

B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B 9

B10

F p-valor

GC (N=14)

0,535±0,26

0,473±0,31

0,440±0,22

0,446 ±0,26

0,439 ±0,18

0,404±0,18

0,373±0,17

0,406±0,21

0,441±0,19

0,528 ±0,34

0,89 0,536

LD

(N=10)

0,934±0,57

0,609±0,41

0,554±0,19

0,602 ±0,21

0,695 ±0,26

0,548±0,17

0,580±0,15

0,503±0,09

0,556±0,21

0,497 ±009

3,06

0,017 (1-3)

0,014 (1-6)

0,035 (1-7)

0,003 (1-8)

0,017 (1-9)

0,001 (1-10)

LE (N=12)

0,619±0,29

0,576 ±0,23

0,535 ±0,19

0,473 ±0,19

0,489 ±0,20

0,551 ±0,28

0,594 ±0,29

0,539 ±0,22

0,616 ±0,34

0,498 ±0,20

1,27

0,262

Page 70: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

70

Na Tabela 10, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável mão-barra. Observa-se que houve

melhora do desempenho apenas para o GE.

TABELA 10 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável mão-barra (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Na Tabela 11, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável mão-barra, que se refere ao tempo de movimento do

membro superior na primeira parte da tarefa e que, contribui como medida

complementar, para compreensão da capacidade de planejamento. Ao contrário da

variável descrita acima (luz-mão), observa-se que houve melhora do desempenho

apenas para o grupo com LE.

Grupos

B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B 9

B10

F p-valor

GC (N=14)

0,633 ±0,16

0,505 ±0,29

0,576 ±0,10

0,507 ±0,22

0,532 ±0,19

0,544 ±0,09

0,548 ±0,10

0,525 ±0,21

0,606 ±0,16

0,520 ±0,32

0,77 0,643

GE

(N=22)

0,851 ±0,39

0,663 ±0,36

0,732 ±0,25

0,710 ±0,27

0,637 ±0,31

0,669±0,23

0,660±0,26

0,655±0,27

0,594±0,37

0,635 ±0,7

3,98

0,008 (1-2)

0,001 (1-5)

0,012 (1-6)

0,006 (1-7)

0,004 (1-8)

<0,001 (1-9)

<0,001 (1-10)

Page 71: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

71

TABELA 11 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável mão-barra (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B: Bloco.

Na Tabela 12, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável barra-fundo. Observa-se que houve

melhora do desempenho apenas para o grupo GE.

TABELA 12 – Tabela demonstrativa das comparações intragrupo,

independentemente do lado da lesão, referente à variável barra-fundo (em segundos)

nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Grupos

B1

B 2

B 3

B4

B 5

B 6

B 7

B8

B 9

B 10

F p-valor

GC (N=14)

0,633±0,16

0,505 ±0,29

0,576 ±0,10

0,507 ±0,22

0,532 ±0,19

0,544 ±0,09

0,548 ±0,10

0,525 ±0,21

0,606 ±0,16

0,520 ±0,32

0,77 0,643

LD (N=10)

0,676±0,34

0,446±0,35

0,592±0,12

0,591 ±0,14

0,511 ±0,32

0,565±0,11

0,566±0,13

0,561±0,13

0,554±0,13

0,527 ±0,12

1,23

0,287

LE

(N=12)

0,997±0,38

0,843±0,26

0,849 ±0,28

0,809 ±0,31

0,743 ±0,27

0,756±0,27

0,738±0,31

0,733±0,33

0,626±0,50

0,724 ±0,33

4,41

0,009 (1-5)

0,017 (1-6)

0,007 (1-7)

0,005 (1-8)

0,001 (1-9)

0,003 (1-10)

0,039 (3-9)

Grupos

B1

B 2

B 3

B 4

B 5

B 6

B7

B8

B 9

B 10

F p-valor

GC (N=14)

3,401 ±1,66

2,985 ±1,35

3,323 ±2,08

2,931 ±1,46

2,673 ±1,41

2,589 ±1,52

2,748 ±1,44

2,987 ±1,68

2,994 ±1,89

3,086 ±2,30

1,02 0,426

GE

(N=22)

4,093 ±2,27

3,506 ±1,84

3,691 ±2,57

3,333 ±1,55

2,974 ±1,45

2,564 ±0,90

2,894 ±1,70

2,696 ±1,95

2,662 ±1,66

2,543 ±1,08

5,19

0,025 (1-5)

<0,001 (1-6)

0,011 (1-7)

0,001 (1-8)

<0,001 (1-9)

<0,001 (1-10)

0,019 (10-3)

0,023 (3-5)

Page 72: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

72

Na Tabela 13, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável barra-fundo. Observa-se que houve melhora do

desempenho apenas para o GE, tanto para o grupo com LD quanto LE.

TABELA 13 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável barra-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas, post hoc Tukey. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; B: Bloco.

Na Tabela 14, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ, para a variável número de toques (valor absoluto e

percentual), que representa uma medida de erro, relativa à precisão. Observa-se que

houve melhora no desempenho do GC ao longo dos Bs da AQ.

Grupos

B1

B 2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F p-valor

GC (N=14)

3,401 ±1,66

2,985 ±1,35

3,323 ±2,08

2,931 ±1,46

2,673 ±1,41

2,589 ±1,52

2,748 ±1,44

2,987 ±1,68

2,994 ±1,89

3,086 ±2,30

1,02 0,426

LD

(N=10)

3,374 ±1,15

2,796 ±1,00

3,556 ±2,07

3,110 ±1,30

2,845 ±1,21

2,193 ±0,59

2,282 ±0,50

2,126 ±0,55

2,459 ±1,00

2,55 ±1,19

4,31

0,024 (1-6)

0,013 (1-8)

0,004 (3-6)

0,010 (3-7)

0,002 (3-8)

LE

(N=12)

4,812 ±2,88

4,215 ±2,23

3,826 ±3,08

3,556 ±1,81

3,102 ±1,70

2,934 ±1,03

3,507 ±2,24

3,265 ±2,64

2,866 ±2,17

2,531 ±1,02

2,93

0,039 (1-6)

0,027 (1-9)

0,003 (1-10)

Page 73: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

73

TABELA 14 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável número de toques (valor absoluto e percentual) nos Bs da AQ.

Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Na Tabela 15, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável número de toques (valor absoluto e percentual). Observa-

se que houve melhora no desempenho do GC ao longo dos Bs da AQ.

Grupos Valor Absoluto

B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

p-valor

≤ .05

GC n=14

Não ocorrência de toque

59 84,3%

66 94,3%

61 87,1%

63 91,3%

61 93,8%

68 98,6%

69 98,6%

60 92,3%

68 97,1%

69 98,6%

0,003 (1-6)

0,003 (1-7)

0,009 (1-9)

0,003 (1-10)

0,009 (3-6)

0,009 (3-7)

0,028 (3-9)

0,009 (3-10)

Ocorrência de toque

11 15,7%

4 5,75

9 12,9%

6 8,7%

4 6,2%

1 1,4%

1 1,4%

5 7,7%

2 2,9%

1 1,4%

GE n=22

Não ocorrência de toque

131 97,0%

126 100%

119 97,5%

106 98,1%

110 98,2%

117 100%

109 98,2%

113 100%

107 97,3%

115 98,3%

_

Ocorrência de toque

4 3,0%

0 0,0%

3 2,5%

2 1,9%

2 1,8%

0 0,0%

2 1,8%

0 0,0%

3 2,7%

2 1,7%

Page 74: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

74

TABELA 15 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável número de toques (valor absoluto e percentual) nos Bs da AQ.

Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B: Bloco.

Na Tabela 16, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável em PAcel mão-barra, que representa

coordenação dinâmica. Observa-se que não houve modificação no desempenho ao

longo da AQ para nenhum dos grupos.

Grupos

Valor Absoluto

B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

p-valor

≤ .05

GC n=14

Não ocorrência de toque

59 84,3%

66 94,3%

61 87,1%

63 91,3%

61 93,8%

68 98,6%

69 98,6%

60 92,3%

68 97,1%

69 98,6%

0,003 (1-6)

0,003 (1-7)

0,009 (1-9)

0,003 (1-10)

0,009 (3-6)

0,009 (3-7)

0,028 (3-9)

0,009 (3-10)

Ocorrência de toque

11 15,7%

4 5,75

9 12,9%

6 8,7%

4 6,2%

1 1,4%

1 1,4%

5 7,7%

2 2,9%

1 1,4%

LD n=10

Não ocorrência de toque

74 98,7%

69 100%

63 95,5%

51 98,1%

55 98,2%

58 100%

55 98,2%

56 100%

57 95,0%

58 96,7%

-

Ocorrência de toque

1 1,3%

0 0,0%

3 4,5%

1 1,9%

1 1,8%

0 0,0%

1 1,8%

0 0,0%

3 5,0%

2 3,3%

LE n=12

Não ocorrência de toque

57 95,0%

57 100%

56 100%

55 98,2%

55 98,2%

59 100%

54 98,2%

57 100%

50 100%

57 100%

-

Ocorrência de toque

3 5,0%

0 0,0%

0 0,0%

1 1,8%

1 1,8%

0 0,0%

1 1,8%

0 0,0%

0 0,0%

0 0,0%

Page 75: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

75

TABELA 16 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável PAcel mão-barra (m/s²) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Na Tabela 17, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável PAcel mão-barra. Observa-se que não houve modificação

no desempenho ao longo da AQ para nenhum dos grupos.

TABELA 17 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável PAcel mão-barra (m/s²) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B: Bloco.

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F

p-valor

GC 4,58 5,81 5,78 5,86 5,16 5,18 5,29 5,59 5,24 5,55

0,44

0,911

n=14 ±1,04 ±1,58 ±2,51 ±2,30 ±1,88 ±2,20 ±2,15 ±2,32 ±2,94 ±2,55

GE 4,00 4,23 4,41 4,03 4,22 4,49 4,01 4,41 4,51 4,91

0,70

0,911

n=22 ±1,23 ±1,62 ±1,76 ±1,27 ±1,65 ±1,63 ±1,43 ±1,65 ±1,47 ±1,96

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F p-valor

GC 4,58 5,81 5,78 5,86 5,16 5,18 5,29 5,59 5,24 5,55

0,44

0,911

n=14 ±1,04 ±1,58 ±2,51 ±2,30 ±1,88 ±2,20 ±2,15 ±2,32 ±2,94 ±2,55

LD 4,32 4,56 4,83 4,41 4,53 5,05 4,67 5,05 5,10 5,98

0,93

0,501

n=10 ±1,11 ±1,63 ±1,60 ±1,23 ±1,64 ±1,83 ±1,61 ±1,90 ±1,64 ±2,06

LE 3,68 3,89 3,99 3,68 3,90 3,93 3,35 3,77 3,87 3,83

0,21

0,992

n=12 ±1,32 ±1,61 ±1,88 ±1,26 ±1,68 ±1,25 ±0,84 ±1,09 ±0,95 ±1,14

Page 76: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

76

Na Tabela 18, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável em IPAcel mão-barra (em segundos), que

representa uma medida de planejamento, relativo ao instante em que ocorreu o pico da

aceleração na primeira parte da ação. Observa-se que houve melhora do desempenho,

refletindo antecipação do pico da aceleração no GC.

TABELA 18 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável IPAcel mão-barra (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Na Tabela 19, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável IPAcel mão-barra (em segundos). Observa-se que houve

melhora do desempenho, refletindo antecipação do pico da aceleração no GC.

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F

p-valor

≤ .05

GC 0,23 0,19 0,16 0,15 0,17 0,16 0,14 0,014 0,16 0,14

1,98

0,040 (1-8)

0,050 (1-7)

0,048 (1-10)

n=14 ±0,09 ±0,05 ±0,06 ±0,06 ±0,06 ±0,06 ±0,07 ±0,06 ±0,07 ±0,07

GE 0,27 0,21 0,22 0,18 0,18 0,18 0,20 0,19 0,18 0,17

1,19 -

n=22 ±0,17 ±0,10 ±0,15 ±0,09 ±0,11 ±0,09 ±0,11 ±0,12 ±0,11 ±0,11

Page 77: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

77

TABELA 19 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável IPAcel mão-barra (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B: Bloco.

Na Tabela 20, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável em PAcel barra-fundo, que representa

coordenação dinâmica na segunda parte da ação. Observa-se que houve não houve

modificação no desempenho ao longo dos Bs da AQ.

TABELA 20 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável PAcel barra-fundo (m/s²) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F p-valor

≤ .05

GC

0,23

0,19

0,16

0,15

0,17

0,16

0,14

0,014

0,16

0,14

1,98

0,040 (1-8)

0,050 (1-7)

0,048 (1-10)

n=14 ±0,09 ±0,05 ±0,06 ±0,06 ±0,06 ±0,06 ±0,07 ±0,06 ±0,07 ±0,07

LD 0,28 0,23 0,23 0,20 0,16 0,18 0,20 0,17 0,20 0,19 0,71

-

n=10 ±0,19 ±0,12 ±0,17 ±0,11 ±0,12 ±0,12 ±0,13 ±0,11 ±0,11 ±0,12

LE 0,25 0,18 0,22 0,17 0,20 0,17 0,19 0,21 0,16 0,15 0,76

-

n=12 ±0,15 ±0,06 ±0,13 ±0,07 ±0,11 ±0,07 ±0,09 ±0,13 ±0,12 ±0,11

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F p-valor

GC 8,10 7,17 7,46 8,12 7,18 7,34 7,94 7,72 8,43 8,40

0,26

0,985

n=14 ±3,28 ±2,95 ±2,89 ±3,28 ±3,73 ±3,44 ±3,97 ±3,07 ±4,19 ±4,24

GE 7,73 8,42 7,85 7,62 7,16 7,78 9,16 8,16 8,47 8,87 0,52

0,858

n=22 ±4,01 ±3,78 ±4,26 ±4,02 ±3,23 ±3,79 ±4,24 ±4,15 ±3,96 ±4,08

Page 78: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

78

Na Tabela 21, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável PAcel barra-fundo. Observa-se que não houve mudança

no nível de desempenho ao longo dos Bs da AQ.

TABELA 21 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável PAcel barra-fundo (m/s²) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda.

Na Tabela 22, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável em IPAcel barra-fundo (em segundos),

que representa uma medida de planejamento, relativo ao instante em que ocorreu o pico

da aceleração na primeira parte da ação. Observa-se que houve melhora do

desempenho, refletindo antecipação do pico da aceleração tanto no GC quanto no GE.

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F

p-valor

GC 8,10 7,17 7,46 8,12 7,18 7,34 7,94 7,72 8,43 8,40 0,26

0,985

n=14 ±3,28 ±2,95 ±2,89 ±3,28 ±3,73 ±3,44 ±3,97 ±3,07 ±4,19 ±4,24

LD 8,87 8,76 9,38 8,25 7,70 8,32 10,36 9,72 9,16 9,98 0,59

0,801

n=10 ±3,05 ±3,21 ±3,89 ±3,65 ±2,29 ±3,85 ±3,85 ±4,43 ±4,15 ±2,76

LE 6,58 8,08 6,33 7,05 6,61 7,24 7,96 6,60 7,71 7,76 0,26

0,984

n=12 ±4,65 ±4,40 ±4,21 ±4,43 ±3,99 ±3,83 ±4,46 ±3,34 ±3,80 ±4,95

Page 79: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

79

TABELA 22 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Na Tabela 23, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável IPAcel barra-fundo (em segundos). Observa-se que houve

somente o GC melhorou o desempenho ao longo dos Bs da AQ.

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F

p-valor

≤ .05

GC 4,29 2,79 2,33 2,58 1,95 2,24 2,29 2,02 2,45 1,93

3,15

0,017 (1-3)

0,002 (1-5)

0,010 (1-6)

0,014 (1-7)

0,003 (1-8)

0,034 (1-9)

0,001 (1-10)

n=14 ±2,10 ±1,75 ±0,84 ±1,18 ±1,02 ±1,65 ±1,51 ±0,81 ±1,58 ±1,48

GE 4,32 3,75 3,30 3,20 2,98 2,55 2,88 2,62 2,65 2,58

2,10

0,049 (1-6)

0,047 (1-8) 0,050 (1-10)

n=22 ±3,02 ±1,90 ±2,03 ±1,92 ±1,67 ±1,21 ±1,79 ±1,67 ±1,82 ±1,10

Page 80: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

80

TABELA 23 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B:Bloco.

Na Tabela 24, apresentam-se os dados relativos ao índice de desempenho

nas comparações intragrupos, considerado o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ. Saliente-se que, como esta medida foi obtida a partir do

valor de referência estabelecido para os grupos (B6 para o GC e B10 para o GE), não há

valor explicitados para estes Bs e os mesmos não foram usados na ANOVA. Observa-se

que houve melhora no desempenho para ambos os grupos ao longo dos Bs da AQ.

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F p-valor

≤ .05

GC n=14

4,29 ±2,10

2,79 ±1,75

2,33 ±0,84

2,58 ±1,18

1,95 ±1,02

2,24 ±1,65

2,29 ±1,51

2,02 ±0,81

2,45 ±1,58

1,93 ±1,48

3,15

0,017 (1-3)

0,002 (1-5)

0,010 (1-6)

0,014 (1-7)

0,003 (1-8)

0,034 (1-9)

0,001 (1-10)

LD 3,30

3,06

3,46

2,98

2,56

2,13

2,66

2,03

2,38

2,41

1,22

-

n=10 ±1,32 ±1,31 ±2,29 ±1,40 ±1,40 ±1,05 ±1,78 ±0,98 ±1,45 ±1,08

LE 5,35

4,44

3,13

3,40

3,40

2,96

3,10

3,21

2,94

2,75

1,49

-

n=12 ±3,89 ±2,19 ±1,84 ±2,35 ±1,87 ±1,27 ±1,85 ±2,03 ±2,20 ±1,14

Page 81: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

81

TABELA 24 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à variável índice de desempenho nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco. Na Tabela 25, apresentam-se os dados relativos ao índice de desempenho

nas comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos

Bs da fase de AQ. Observa-se que houve melhora no nível de desempenho ao longo

dos Bs da AQ para todos os grupos.

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F

p-valor

≤ .05

GC n=14

0,30 ±0,09

0,25 ±0,08

0,23 ±0,08

0,20 ±0,05

0,16 ±0,07

- 0,17 ±0,03

0,19 ±0,07

0,20 ±0,07

0,17 ±0,05

5,47

0,013 (1-4)

<0,001 (1-5)

<0,001 (1-7)

0,003 (1-8)

0,010 (1-9)

<0,001 (1-10)

0,035 (2-5)

GE n=22

0,28 ±0,09

0,27 ±0,08

0,26 ±0,08

0,22 ±0,05

0,22 ±0,06

0,20 ±0,06

0,20 ±0,05

0,19 ±0,05

0,18 ±0,08

-

5,78

0,006 (1-6)

0,007 (1-7)

0,001 (1-8)

0,001 (1-9)

0,020 (2-6)

0,024 (2-7)

0,004 (2-8)

0,002 (2-9)

0,040 (3-8)

0,024 (3-9)

Page 82: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

82

TABELA 25 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável índice de desempenho nos Bs da AQ.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B:Bloco.

Na Tabela 26, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão,

ao longo dos Bs da fase de AQ para a variável posição do antebraço (valor absoluto e

percentual), que representa frequência da ocorrência de supinação ou pronação no

momento que antecedeu a preensão da barra. Observa-se que não houve mudança ao

longo dos Bs da AQ para esta variável.

TABELA 26 – Comparações intragrupo, independentemente do lado da lesão,

referente à posição do antebraço (valor absoluto e percentual) nos Bs da AQ.

Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; B: Bloco.

Grupos B1

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

F

p-valor

≤ .05

GC n=14

0,30 ±0,09

0,25 ±0,08

0,23 ±0,08

0,20 ±0,05

0,16 ±0,07

- 0,17 ±0,03

0,19 ±0,07

0,20 ±0,07

0,17 ±0,05

5,47

0,013 (1-4)

<0,001 (1-5)

<0,001 (1-7)

0,003 (1-8)

0,010 (1-9)

<0,001 (1-10)

0,035 (2-5)

LD 0,28 0,28 0,27 0,23 0,23 0,21 0,21 0,20 0,18 -

2,88

0,048 (1-9)

0,040 (2-9)

n=10 ±0,08 ±0,08 ±0,09 ±0,06 ±0,06 ±0,07 ±0,06 ±0,06 ±0,07 -

LE 0,28 0,26 0,24 0,21 0,22 0,19 0,19 0,17 0,19 -

2,87

0,044 (1-6)

0,028 (1-8)

0,050 (1-9)

n=12 ±0,10 ±0,07 ±0,07 ±0,05 ±0,07 ±0,06 ±0,04 ±0,03 ±0,08 -

Grupos Valor Absoluto

B1

B2

B3

B4

B5

B 6

B7

B8

B9

B10

p-valor ≤ .05

GC n=14

Pronação 4

5,7% 5

7,1% 5

7,1% 5

7,2% 6

9,2% 5

7,2% 5

7,1% 5

7,1% 5

7,1% 5

7,1% -

Supinação 66

94,3% 65

92,9% 65

92,9% 64

92,8% 59

90,8% 64

92,8% 65

92,9% 65

92,9% 65

92,9% 65

92,9%

-

GE n=22

Pronação 34

25,2% 31

24,6% 33

27,0% 35

32,4% 29

25,9% 31

26,5% 30

27,0% 28

24,8% 31

28,2% 30

25,6%

-

Supinação 101

74,8% 95

75,4% 89

73,0% 73

67,6% 83

74,1% 86

73,5% 81

73,0% 85

75,2% 79

71,8% 87 74,4

-

Page 83: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

83

Na Tabela 27, apresentam-se os dados relativos ao desempenho nas

comparações intragrupos, considerando-se o GE dividido em LD e LE, ao longo dos Bs

da fase de AQ para a variável posição do antebraço (valor absoluto e percentual).

Observa-se que o grupo LE apresentou oscilação do padrão de resposta de pronação e

supinação ao longo da AQ, o que não refletiu em melhora no desempenho.

TABELA 27 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à posição do antebraço (valor absoluto) nos Bs da AQ.

Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita e LE: lesão à esquerda; B: Bloco.

5.3 Análise intragrupo (GC e GE) referente aos testes de aprendizagem

Os dados abaixo devem ser observados considerando-se que houve melhora

no desempenho para o GE nas seguintes variáveis dependentes ao longo dos Bs da

AQ: luz-fundo, luz-barra, luz-mão, mão-barra, barra-fundo, IPAcel barra-fundo e índice

de desempenho. Já para o GC, houve melhora de desempenho para as variáveis luz-

barra, número de toques, IPAcel mão-barra, IPAcel barra-fundo e índice de desempenho

ao longo dos Bs da AQ.

Na Tabela 28, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao

Grupos

Valor Absoluto

B2

B2

B3

B4

B5

B6

B7

B8

B9

B10

p-valor ≤ .05

GC Pronação 4

5,7% 5

7,1% 5

7,1% 5

7,2% 6

9,2% 5

7,2% 5

7,1% 5

7,1% 5

7,1% 5

7,1% -

n=14 Supinação 66

94,3% 65

92,9% 65

92,9% 64

92,8% 59

90,8% 64

92,8% 65

92,9% 65

92,9% 65

92,9% 65

92,9%

-

LD Pronação 26

34,7% 24

34,8% 20

30,3% 20

38,5% 20

35,7% 20

34,5% 20

35,7% 20

35,7% 20

33,3% 22

36,7% -

n=10 Supinação 49

65,3% 45

65,2% 46

69,7% 32

61,5% 36

64,3% 38

65,5% 36

64,3% 36

64,3% 40

66,7% 38

63,3%

-

LE n=12

Pronação 8

13,3% 7

12,3% 13

23,2% 15

26,8% 9

16,1% 11

18,6% 10

18,2% 8

14,0% 11

22,0% 8

14,0%

-

Supinação 52

86,7% 50

87,7% 43

76,8% 41

73,2% 47

83,9% 48

81,4% 45

81,8% 49

86,0% 39

78,0% 49

86,0%

-

Page 84: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

84

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável luz-fundo,

considerando-se o GE, independentemente do lado da lesão. Observa-se que houve

diferença estatisticamente significante, refletindo em deterioração do desempenho, nas

comparações tanto do último B da AQ em relação à RET 2 e TR, quanto do último B da

RET1 em relação à RET2 e TR.

TABELA 28 – Comparações intragrupo (considerando-se GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e os 2

Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2:retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

A seguir, na Tabela 29, encontram-se as comparações intragrupos relativas

ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável luz-

barra, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão. Observa-se que

houve diferença estatisticamente significante, refletindo em deterioração do

desempenho, nas comparações tanto do último B da AQ, quanto no primeiro da RET 1

em relação à RET 2. Além disso, nota-se melhora estatisticamente significante,

refletindo em diminuição no tempo de execução, entre o primeiro e segundo Bs da RET

2.

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC (N=14)

4,134 ±2,47

4,232 ±1,96

4,232 ±1,96

4,215 ±1,47

4,215 ±1,47

4,392 ±1,54

4,392 ±1,54

0,96 -

GE

(N=22)

3,667 ±1,30

3,721 ±1,24

3,493 ±1,31

5,253 ±2,92

4,410 ±2,76

5,315 ±3,36

4,373 ±2,99

5,57

0,007 (A-D) 0,004 (A-F) 0,010 (B-D) 0,006 (B-F) 0,001 (C-D) 0,001 (C-F)

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85

TABELA 29 – Comparações intragrupo (considerando GE

independentemente do lado da lesão) relativas à variável luz-barra (em segundos) no

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Na Tabela 30, são apresentadas comparações intragrupos relativas ao último

B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, 2 e TR para a variável luz-mão,

considerando o GE, independentemente do lado da lesão. Observa-se que não houve

diferença estatisticamente significante nas comparações entre as fases, tanto para GC

quanto para GE, ou seja, os níveis de desempenho nos testes de RET e TR

mantiveram-se iguais ao último B da AQ.

TABELA 30 – Comparações intragrupo, considerando GE

independentemente do lado da lesão, relativo à variável luz-mão (em segundos) no

último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET1, RET2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC (N=14)

1,047 ±0,26

1,064 ±0,27

0,968 ±0,20

1,035 ±0,16

1,028 ±0,16

0,994 ±0,20

1,084 ±0,30

0,56 -

GE

(N=22)

1,22 ±0,49

1,151 ±0,44

1,182 ±0,44

1,443 ±0,54

1,178 ±0,39

1,286 ±0,55

1,306 ±0,53

4,2

0,001 (A-D) 0,003 (B-D) 0,013 (C-D) 0,011 (D-E)

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC (N=14)

0,528 ±0,34

0,492 ±0,31

0,378 ±0,13

0,513 ±0,38

0,387 ±0,11

0,409 ±0,12

0,468 ±0,14

0,88 -

GE

(N=22)

0,489 ±0,16

0,496 ±0,22

0,569 ±0,25

0,664 ±0,27

0,551 ±0,20

0,796 ±1,37

0,537 ±0,23

0,95 -

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86

Na Tabela 31, são apresentadas comparações intragrupos relativas ao último

B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, 2 e TR para a variável mão-barra,

considerando o GE, independentemente do lado da lesão. Observa-se que não houve

diferença estatisticamente significante nas comparações entre as fases, tanto para GC

quanto para GE, ou seja, os níveis de desempenho nos testes de RET e TR

mantiveram-se iguais ao último B da AQ.

TABELA 31 – Comparações intragrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e os 2

Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B:Bloco.

A seguir, na Tabela 32, são apresentadas as comparações intragrupos

relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a

variável barra-fundo, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão.

Observa-se que houve diferença estatisticamente significante nas comparações tanto do

último B da AQ, quanto no primeiro da RET 1 em relação à RET 2 e ao primeiro B da

TR, refletindo deterioração no desempenho (aumento no tempo de execução) nos

testes.

Grupos

AQ

B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR

B 1 (F)

TR

B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC

(N=14) 0,520 ±0,32

0,572 ±0,25

0,590 ±0,14

0,525 ±0,34

0,628 ±0,15

0,584 ±0,13

0,615 ±0,18

0,68 -

GE

(N=22)

0,635 ±0,7

0,655 ±0,26

0,613 ±0,24

0,779 ±0,32

0,628 ±0,31

0,490 ±1,39

0,769 ±0,35

0,73 -

Page 87: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

87

TABELA 32 – Comparações intragrupo (considerando-se GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e os

2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Na Tabela 33, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável número de

toques (valor absoluto e percentual), considerando-se o GE, independentemente do lado

da lesão. Observa-se que houve deterioração no desempenho no GC na comparação do

último B da AQ com TR.

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC (N=14)

3,086 ±2,30

3,168 ±1,82

2,450 ±1,45

3,179 ±1,42

3,002 ±1,22

3,398 ±1,56

3,397 ±2,33

0,98 -

GE

(N=22)

2,543 ±1,08

2,570 ±0,98

2,311 ±1,08

3,811 ±2,54

3,232 ±2,50

4,029 ±2,93

3,068 ±2,56

5,0

0,035 (A-D) 0,006 (A-F) 0,043 (B-D) 0,007 (B-F) 0,005 (C-D) 0,000 (C-F)

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88

TABELA 33 – Comparações intragrupo (considerando-se GE

independentemente do lado da lesão) relativas à variável número de toques (valor

absoluto e percentual) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

A seguir, na Tabela 34 encontram-se as comparações intragrupos relativas

ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável PAcel

mão-barra, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão.

TABELA 34 – Comparações intragrupo (considerando GE

independentemente do lado da lesão) relativas à variável PAcel mão-barra (m/s²) no

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Grupos Valor Absoluto

AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

p-valor

≤ .05

GC Não

ocorrência de toque

69 98,6%

63 96,9%

68 97,1%

72 100%

65 92,9%

56 78,9%

62 88,6%

<0,001 (A-F)

0,016 (A-G) 0,001 (B-F)

n=14 Ocorrência de toque

1 1,4%

2 3,1%

2 2,9%

0 0%

5 7,1%

15 21,1%

8 11%

<0,001 (C-F) 0,049 (C-G) 0,021 (D-E)

<0,001 (D-F)

0,003 (D-G) 0,017 (E-F)

GE Não

ocorrência de toque

115 98,3%

118 98,3%

112 99,1%

109 94%

104 94,5%

105 90,5%

107 94,7%

0,010 (A-F)

0,009 (B-F)

n=22 Ocorrência de toque

2 1,7%

2 1,7%

1 0,9%

7 6,0%

6 5,5%

11 9,5%

6 5,3%

0,034 (C-D)

0,004 (C-F)

Grupos AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

F p-valor

GC 5,56 5,03 5,90 4,91 5,40 5,80 5,48 0,54 0,774

n=14 ±2,55 ±1,16 ±2,63 ±1,19 ±1,75 ±1,36 ±1,62

GE 4,91 4,46 4,62 4,24 4,40 4,59 4,65 0,36 0,904

n=22 ±1,96 ±1,60 ±1,68 ±1,53 ±1,62 ±1,64 ±1,69

Page 89: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

89

Na Tabela 35, são apresentadas comparações intragrupos relativas ao último

B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, 2 e TR para a variável IPAcel mão-barra (em

segundos), considerando o GE, independentemente do lado da lesão. Observa-se que

houve manutenção do nível de desempenho obtido no último B da AQ em relação aos

testes.

TABELA 35 – Comparações intragrupo (considerando GE independentemente do

lado da lesão) relativas à variável IPAcel mão-barra (em segundos) no último B da AQ e

os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle e GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco. Na Tabela 36, são apresentadas comparações intragrupos relativas ao último B

da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, 2 e TR para a variável PAcel barra-fundo,

considerando o GE, independentemente do lado da lesão.

TABELA 36 – Comparações intragrupo, considerando GE independentemente do

lado da lesão, relativo à variável PAcel barra-fundo (m/s²) no último B da AQ e os dois

Bs dos testes de RET1, RET2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Grupos AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

F p-valor

GC 0,14 0,15 0,16 0,17 0,16 0,19 0,21 1,07

0,387

n=14 ±0,07 ±0,05 ±0,08 ±0,07 ±0,06 ±0,11 ±0,13

GE 0,17 0,15 0,17 0,24 0,21 0,25 0,21 2,02

0,067

n=22 ±0,11 ±0,10 ±0,10 ±0,14 ±0,11 ±0,12 ±0,12

Grupos AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

F p-valor

GC 8,40 7,88 8,30 6,71 8,29 9,14 7,77

0,63

0,703

n=14 ±4,25 ±3,71 ±3,89 ±2,56 ±3,94 ±3,19 ±2,65

GE 8,88 8,92 9,43 7,89 8,21 8,28 8,46

0,47

0,832

n=22 ±4,08 ±3,47 ±3,49 ±3,20 ±3,31 ±3,44 ±4,07

Page 90: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

90

A seguir, na Tabela 37, encontram-se as comparações intragrupos relativas

ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável IPAcel

barra-fundo (em segundos), considerando-se o GE independentemente do lado da

lesão. Observa-se que, houve manutenção dos níveis de desempenho nos testes de

RET e TR em relação ao último B da AQ, já que houve melhora do desempenho ao

longo dos Bs da AQ para os dois grupos.

TABELA 37 – Comparações intragrupo (considerando GE

independentemente do lado da lesão) relativas à variável IPAcel barra-fundo (em

segundos) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

A seguir, na Tabela 38, encontram-se as comparações intragrupos relativas

ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável índice

de desempenho, considerando-se o GE independentemente do lado da lesão. Nesta

variável houve melhora ao longo dos BS da AQ para os sois grupos e, pode-se observar

que houve deterioração deste índice para ambos os grupos, nas comparações entre o

último B da AQ com RET2 e TR.

Grupos

AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC (n=14)

1,93 ±1,48

2,77 ±1,92

2,28 ±1,50

2,51 ±1,12

2,34 ±1,48

2,75 ±0,95

1,98 ±1,17

0,79 -

GE (n=22)

2,58 ±1,10

2,72 ±1,13

2,41 ±0,89

3,71 ±2,56

3,31 ±2,46

3,96 ±2,45

3,33 ±2,58

1,87 -

Page 91: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

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TABELA 38 – Comparações intragrupo (considerando GE

independentemente do lado da lesão) relativas à variável índice de desempenho no

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Na Tabela 39, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável posição do

antebraço (valor absoluto e percentual), considerando-se o GE, independentemente do

lado da lesão.

Grupos

AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC n=14

0,175 ±0,052

0,195 ±0,033

0,192 ±0,053

0,251 ±0,062

0,208 ±0,047

0,277 ±0,070

0,260 ±0,078

6,31

0,016 (A-D) <0,001 (A-F) 0,004 (A-G) 0,008 (B-F) 0,004 (C-F) 0,044 (C-G) 0,035 (E-F)

GE n=22

O,187 ±0,080

0,179 ±0,049

0,207 ±0,059

0,284 ±0,073

0,261 ±0,089

0,281 ±0,095

0,306 ±0,091

9,37

0,002 (A-D) <0,001 (B-D) 0,022 (C-D) 0,039 (A-E) 0,012 (B-E) 0,003 (A-F) 0,001 (B-F) 0,034 (C-F) <0,001 (A-G) <0,001 (B-G) 0,001 (C-G) 0,011 (D-E)

Page 92: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

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TABELA 39 – Comparações intragrupo (considerando-se GE

independentemente do lado da lesão) relativas à variável posição do antebraço (valor

absoluto e percentual) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, AQ: aquisição,RET1: retenção 1, RET2: retenção 2, TR: transferência; B: Bloco.

5.4 Análise intragrupo (GC, LD e LE) referente aos testes de aprendizagem

Os dados abaixo devem ser observados considerando-se que houve melhora

do desempenho para o GC nas variáveis luz-barra, número de toques, IPAcel mão-

barra, IPAcel barra-fundo e índice de desempenho ao longo dos Bs da AQ. Para as

variáveis luz-fundo, luz-barra, barra-fundo e índice de desempenho houve melhora do

desempenho ao longo dos Bs da AQ tanto para LD quanto para LE. Porém, para a

medida luz-mão houve melhora de desempenho ao longo dos Bs da AQ apenas para o

LD. Já para o LE, houve melhora do desempenho ao longo dos Bs da AQ para a

variável barra-fundo.

A seguir, na Tabela 40, são apresentadas as comparações intragrupos

relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a

variável luz-fundo, considerando-se o lado da lesão do GE. Para o grupo LD, baseando-

se na melhora do desempenho ocorrida entre os Bs da AQ, pode-se observar que houve

manutenção do desempenho em todos os testes da aprendizagem, refletindo

Grupos Valor Absoluto

AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

p-valor

≤ .05

GC n=14

Pronação 5

7,1% 5

7,7% 5

7,1% 6

8,3% 6

8,6% 1

1,4% 0

0,0%

0,023 (A-G)

0,018 (B-G)

0,023 (C-G)

0,014 (D-G)

0,012 (E-G)

Supinação 65

92,9% 60

92,3% 65

92,9% 66

91,7% 64

91,4% 70

98,6% 70

100%

GE n=22

Pronação 30

25,6% 27

22,5% 28

24,8% 19

16,4% 22

20,0% 21

18,1% 15

13,3%

0,018 (A-G)

0,028 (C-G)

Supinação

87 74,4%

93 77,5%

85 75,2%

97 83,6%

88 80,0%

95 81,9%

98 86,7%

Page 93: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

93

manutenção do que foi aprendido em longo prazo, bem como transferência da

habilidade aprendida para uma situação similar. Já para o LE, observa-se que houve

diferença estatisticamente significante na comparação entre o segundo B da RET 1 e o

primeiro da RET 2, o que reflete deterioração do desempenho em longo prazo, porém

não em relação à AQ.

TABELA 40 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão do

GE, relativas à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e os dois Bs dos

testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

A seguir, na Tabela 41, são apresentadas as comparações intragrupos

relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a

variável luz-barra, considerando-se o lado da lesão do GE.

Os resultados abaixo estão baseados na melhora de desempenho ocorrida

nos três grupos ao longo dos Bs da AQ. Assim, tanto para o GC quanto para o grupo

LD, pode-se observar que houve manutenção do desempenho em todos os testes da

aprendizagem, refletindo a ocorrência da mesma e manutenção do que foi aprendido em

longo prazo, bem como transferência da habilidade aprendida para uma situação similar.

Já para o LE, observa-se que houve diferença estatisticamente significante na

comparação entre o último B da AQ e o primeiro B da RET 2, primeiro B da RET 1 e

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC (N=14)

4,134 ±2,47

4,232 ±1,96

4,232 ±1,96

4,215 ±1,47

4,215 ±1,47

4,392 ±1,54

4,392 ±1,54

0,96 -

LD

(N=10)

3,628 ±1,26

3,734 ±0,94

3,574 ±1,44

4,754 ±2,17

4,418 ±2,27

5,238 ±2,83

3,673 ±1,52

0,85 -

LE

(N=12)

3,699 ±1,38

3,710 ±1,48

3,426 ±1,26

5,670 ±3,47

4,403 ±3,22

5,379 ±3,87

4,957 ±3,79

3,62 0,017 (C-D)

Page 94: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

94

primeiro B da RET 2 e o segundo B da RET 1 e primeiro B da RET 2, o que reflete

deterioração em longo prazo.

TABELA 41 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão do

GE, relativas à variável luz-barra (em segundos) no último B da AQ e os dois Bs dos

testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

A seguir, na Tabela 42, são apresentadas as comparações intragrupos

relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a

variável luz-mão, considerando-se o lado da lesão do GE. Os resultados abaixo estão

baseados na melhora de desempenho ocorrida apenas no grupo LD nos Bs da AQ.

Assim, para o LD, pode-se observar que houve manutenção do desempenho em todos

os testes da aprendizagem, refletindo a ocorrência da mesma e manutenção do que foi

aprendido em longo prazo, bem como transferência da habilidade aprendida para uma

situação similar.

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC (N=14)

1,047 ±0,26

1,064 ±0,27

0,968 ±0,20

1,035 ±0,16

1,028 ±0,16

0,994 ±0,20

1,084 ±0,30

0,56 -

LD (N=10)

1,007 ±0,23

1,109 ±0,41

1,097 ±0,29

1,224 ±0,20

1,059 ±0,22

1,213 ±0,36

1,135 ±0,35

1,37 -

LE

(N=12)

1,222 ±0,49

1,186 ±0,47

1,253 ±0,54

1,625 ±0,67

1,278 ±0,47

1,347 ±0,68

1,449 ±0,63

3,39 0,018 (A-D) 0,007 (B-D) 0,037 (C-D)

Page 95: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

95

TABELA 42 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão do GE,

relativas à variável luz-mão (em segundos) no último B da AQ e os dois Bs dos testes de

RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

A seguir, na Tabela 43, são apresentadas as comparações intragrupos

relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a

variável mão-barra, considerando-se o lado da lesão do GE. Observa-se que não houve

diferença estatisticamente significante nas comparações tanto do último B da AQ,

quanto nos Bs de todos os testes, para todos os grupos. De acordo com a melhora do

desempenho, que somente ocorreu no grupo LE ao longo dos Bs da AQ, para a variável

mão-barra, pode-se observar que houve manutenção deste desempenho em todos os

testes, refletindo ocorrência da aprendizagem, mensurada tanto nos testes de RET

quanto TR.

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC (N=14)

0,528 ±0,34

0,492 ±0,31

0,378 ±0,13

0,513 ±0,38

0,387 ±0,11

0,409 ±0,12

0,468 ±0,14

0,88 -

LD (N=10)

0,479 ±0,09

0,516 ±0,25

0,581 ±0,22

0,569 ±0,12

0,578 ±0,19

1,097 ±2,03

0,444 ±0,17

0,86 -

LE

(N=12)

0,472 ±0,17

0,480 ±0,20

0,559 ±0,28

0,742 ±0,34

0,527 ±0,21

0,544 ±0,25

0,615 ±0,24

3,38

0,011 (A-D) 0,005 (B-D) 0,038 (D-E)

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96

TABELA 43 – Comparações intragrupo, considerando GE independentemente do

lado da lesão, relativas à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e os dois

Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

A seguir, na Tabela 44 são apresentadas as comparações intragrupos

relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a

variável barra-fundo, considerando-se o lado da lesão do GE. Observa-se que não

houve diferença estatisticamente significante nas comparações tanto do último B da AQ,

quanto nos Bs de todos os testes, para todos os grupos. De acordo com a melhora do

desempenho, que somente ocorreu nos grupos LD e LE nos Bs da AQ, para a variável

barra-fundo, pode-se observar que houve manutenção deste desempenho em todos os

testes, refletindo manutenção do que foi aprendido em longo prazo, bem como

transferência da habilidade aprendida.

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC (N=14)

0,520 ±0,32

0,572 ±0,25

0,590 ±0,14

0,525 ±0,34

0,628 ±0,15

0,584 ±0,13

0,615 ±0,18

0,68 -

LD

(N=10)

0,527 ±0,12

0,593 ±0,20

0,515 ±0,10

0,654 ±0,14

0,481 ±0,27

0,116 ±1,99

0,690 ±0,21

0,57 -

LE

(N=12)

0,724 ±0,33

0,706 ±0,30

0,694 ±0,29

0,883 ±0,40

0,750 ±0,29

0,802 ±0,46

0,834 ±0,43

2,36 -

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Page 97: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

97

TABELA 44 – Comparações intragrupo, considerando GE

independentemente do lado da lesão, relativas à variável barra-fundo (em segundos) no

último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

A seguir, na Tabela 45, são apresentadas as comparações intragrupos relativas

ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável

número de toques (valar absoluto e percentual), considerando-se o lado da lesão do GE.

Observa-se deterioração na TR em relação ao último B da AQ no GC.

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC

(N=14)

3,086 ±2,30

3,168 ±1,82

2,450 ±1,45

3,179 ±1,42

3,002 ±1,22

3,398 ±1,56

3,397 ±2,33

0,98 -

LD

(N=10)

2,55 ±1,19

2,585 ±0,76

2,443 ±1,33

3,502 ±2,00

3,309 ±1,99

3,986 ±2,53

2,659 ±1,29

2,3 -

LE

(N=12)

2,531 ±1,02

2,555 ±1,20

2,180 ±0,81

4,119 ±3,45

3,155 ±3,02

4,072 ±3,42

3,476 ±3,42

2,9 -

Page 98: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

98

TABELA 45 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão do GE,

relativas à variável número de toques (absoluto e percentual) no último B da AQ e os

dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Na Tabela 46 são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável PAcel mão-

barra (m/s²), considerando-se o GE dividido em LD e LE.

Grupos Valor Absoluto

AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

p-valor ≤ .05

GC Não

ocorrência de toque

69 98,6%

63 96,9%

68 97,1%

72 100%

65 92,9%

56 78,9%

62 88,6%

<0,001 (A-F)

0,016 (A-G) 0,001 (B-F)

n=14 Ocorrência de toque

1 1,4%

2 3,1%

2 2,9%

0 0%

5 7,1%

15 21,1%

8 11%

<0,001 (C-F) 0,049 (C-G) 0,021 (D-E)

<0,001 (D-F)

0,003 (D-G) 0,017 (E-F)

LD Não

ocorrência de toque

58 96,7%

63 96,9%

57 98,3%

54 91,5%

49 89,1%

50 86,2%

51 92,7%

<0,041 (A-F) 0,030 (B-F)

n=10 Ocorrência de toque

2

3,3%

2

3,1%

1

1,7%

5

8,5%

6

10,9%

8

13,8%

4

7,3%

<0,043 (C-E) 0,015 (C-F)

LE

Não ocorrência de toque

57 100%

55 100%

55 100%

55 96,5%

55 100%

55 94,8%

56 96,6%

-

n=12 Ocorrência de toque

0 0%

0 0%

0 0%

2 3,5%

0 0%

3 5,2%

2 3,4%

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TABELA 46 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável PAcel mão-barra (m/s²) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de

RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Na Tabela 47, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável IPAcel mão-

barra (em segundos), considerando-se o GE dividido em LD e LE. Observa-se que

houve manutenção do desempenho na variável IPAcel em relação ao último B da AQ e

testes no GC.

Grupos AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

F p-valor

GC 5,56 5,03 5,90 4,91 5,40 5,80 5,48

0,54

0,774

n=14 ±2,55 ±1,16 ±2,63 ±1,19 ±1,75 ±1,36 ±1,62

LD 5,99 5,18 5,49 4,93 5,32 5,14 5,24

0,42

0,867

n=10 ±2,06 ±1,79 ±1,69 ±1,63 ±1,54 ±1,58 ±1,82

LE 3,84 3,74 3,75 3,54 3,48 4,03 4,06

0,36

0,903

n=12 ±1,14 ±1,01 ±1,17 ±1,08 ±1,12 ±1,59 ±1,39

Page 100: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

100

TABELA 47 – Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável IPAcel mão-barra (em segundos) no último B da AQ e os 2 Bs dos

testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Na Tabela 48, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável PAcel barra-

fundo (m/s²), considerando-se o GE dividido em LD e LE.

Grupos AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

F p-valor

GC 0,14 0,15 0,16 0,17 0,16 0,19 0,21

1,07

0,387

n=14 ±0,07 ±0,05 ±0,08 ±0,07 ±0,06 ±0,11 ±0,13

LD 0,19 0,15 0,20 0,22 0,21 0,24 0,21

0,43

0,837

n=10 ±0,12 ±0,12 ±0,12 ±0,14 ±0,12 ±0,13 ±0,13

LE 0,15 0,16 0,13 0,26 0,21 0,26 0,20

2,23

0,051

n=12 ±0,11 ±0,10 ±0,09 ±0,14 ±0,10 ±0,11 ±0,11

Page 101: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

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TABELA 48– Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável PAcel barra-fundo (m/s²) no último B da AQ e os 2 Bs dos testes de

RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p<0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

A seguir, na Tabela 49, são apresentadas as comparações intragrupos

relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a

variável IPAcel barra-fundo (em segundos), considerando-se o lado da lesão do GE.

Observa-se que não houve prejuízo no nível de desempenho em relação ao último B da

AQ e os testes de RET e TR para o GC.

TABELA 49 – Comparações intragrupo, considerando o lado da lesão do GE,

relativas à variável IPAcel barra-fundo (em segundos), no último B da AQ e os 2 Bs dos

testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B:Bloco.

Grupos AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

F p-valor

GC 8,40 7,88 8,30 6,71 8,29 9,14 7,77 0,63 0,703

n=14 ±4,25 ±3,71 ±3,89 ±2,56 ±3,94 ±3,19 ±2,65

LD 9,99 10,57 11,08 8,72 9,29 9,26 9,29 0,83 0,548

n=10 ±2,77 ±2,50 ±2,90 ±2,24 ±2,47 ±3,66 ±4,26

LE 7,76 7,28 7,79 7,07 7,13 7,30 7,63 0,07 0,999

n=12 ±4,96 ±3,62 ±3,34 ±3,86 ±3,79 ±3,06 ±3,90

Grupos

AQ B 10 (A)

RET 1 B 1 (B)

RET 1 B 2 (C)

RET 2 B 1 (D)

RET 2 B 2 (E)

TR B 1 (F)

TR B 2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC n=14

1,93 ±1,48

2,77 ±1,92

2,28 ±1,50

2,51 ±1,12

2,34 ±1,48

2,75 ±0,95

1,98 ±1,17

0,79 -

LD n=10

2,41 ±1,08

2,68 ±0,91

2,22 ±0,79

3,19 ±1,39

3,30 ±2,07

3,84 ±1,40

2,89 ±1,28

1,93 -

LE n=12

2,75 ±1,14

2,75 ±1,36

2,60 ±0,97

4,24 ±3,35

3,32 ±2,90

4,07 ±3,25

3,77 ±3,45

0,76 -

Page 102: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

102

A seguir, na Tabela 50, são apresentadas as comparações intragrupos

relativas ao último B da AQ e os dois Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a

variável índice de desempenho, considerando-se o lado da lesão do GE. Observa-se

que houve deterioração da variável índice de desempenho para GC e LD em relação ao

último B da AQ com RET 2 e TR. O grupo LE apresentou deterioração apenas entre R1

e os demais testes (RET 2 e TR).

TABELA 50 – Comparações intragrupos, considerando o lado da lesão do

GE, relativas à variável índice de desempenho no último B da AQ e os 2 Bs dos testes

de RET 1, RET 2 e TR.

Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda AQ: aquisição; RET1: retenção 1; RET2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

Na Tabela 51, são apresentadas as comparações intragrupos relativas ao

último B da AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR para a variável posição do

antebraço (valor absoluto e percentual), considerando-se o GE dividido em LD e LE.

Grupos

AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

F

p-valor ≤ .05

GC n=14

0,175 ±0,052

0,195 ±0,033

0,192 ±0,053

0,251 ±0,062

0,208 ±0,047

0,277 ±0,070

0,260 ±0,078

6,31

0,016 (A-D) <0,001 (A-F) 0,004 (A-G) 0,008 (B-F) 0,004 (C-F) 0,044 (C-G) 0,035 (E-F)

LD n=10

O,184 ±0,079

0,198 ±0,052

0,209 ±0,060

0,300 ±0,088

0,303 ±0,091

0,299 ±0,110

0,330 ±0,091

5,74

0,029 (A-D) 0,023 (A-E) 0,031 (A-F) 0,002 (A-G) 0,006 (B-G) 0,020 (C-G)

LE n=12

O,190 ±0,085

0,160 ±0,040

0,204 ±0,061

0,269 ±0,055

0,291 ±0,067

0,263 ±0,080

0,282 ±0,089

4,59

0,009 (B-D) 0,017 (B-F) 0,002 (B-G)

Page 103: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

103

TABELA 51– Comparações intragrupo, considerando-se o lado da lesão,

referente à variável posição do antebraço (valor absoluto e percentual) no último B da

AQ e os 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Teste não paramétrico – Igualdade de Duas Proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle, LD: lesão à direita, LE: lesão à esquerda, AQ: aquisição, RET1: retenção 1, RET2: retenção 2, TR: transferência; B: Bloco.

5.5 Análise intergrupos (GC X GE independentemente do lado da lesão) nos

testes de aprendizagem

Abaixo são apresentadas as análises intergrupos, sendo o GE

independentemente do lado da lesão, referentes às variáveis dependentes, nas

comparações do último B da AQ com os dois Bs dos testes de RET em curto e longo

prazos e TR.

Na FIGURA 10, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável luz-fundo (em segundos) no

Grupos Valor Absoluto

AQ B10 (A)

RET1 B1 (B)

RET1 B2 (C)

RET2 B1 (D)

RET2 B2 (E)

TR B1 (F)

TR B2 (G)

p-valor

≤ .05

GC Pronação 5

7,1% 5

7,7% 5

7,1% 6

8,3% 6

8,6% 1

1,4% 0

0,0%

0,023 (A-G)

0,018 (B-G)

0,023 (C-G)

0,014 (D-G)

0,012 (E-G)

n=14 Supinação 65

92,9% 60

92,3% 65

92,9% 66

91,7% 64

91,4% 70

98,6% 70

100%

LD Pronação 22

36,7% 20

30,8% 21

36,2% 10

16,9% 10

18,2% 19

32,8% 14

25,5%

0,015 (A-D)

0,027 (A-E)

0,018 (C-D)

0,032 (C-E)

0,048 (D-F)

n=10 Supinação 38

63,3% 45

69,2% 37

63,8% 49

83,1% 45

81,8% 39

67,2% 41

74,5%

LE Pronação 8

14,0% 7

12,7% 7

12,7% 9

15,8% 12

21,8% 2

3,4% 1

1,7%

0,044 (A-F)

0,014 (A-G)

0,023 (C-G)

0,024 (D-F)

0,007 (D-G) n=12 Supinação

49 86,0%

48 87,3%

48 87,3%

48 84,2%

43 78,2%

56 96,6%

57 98,3%

Page 104: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

104

último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença

estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das comparações.

Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco. FIGURA 10: Comparações intergrupo (considerando GE independentemente do lado da lesão) relativas à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 11, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável luz-barra (em segundos) no

último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença estatisticamente

significante entre os grupos em nenhuma das comparações.

Page 105: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

105

Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 11: Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável luz-barra (em segundos) no último B da AQ e nos 2

Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 12, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável luz-mão (em segundos) no

último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença estatisticamente

significante entre os grupos em nenhuma das comparações.

Page 106: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

106

Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 12 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável luz-mão (em segundos) no último B da AQ e testes

de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 13, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável mão-barra (em segundos) no

último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença estatisticamente

significante entre os grupos em nenhuma das comparações.

Page 107: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

107

Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 13 - Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e

testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 14, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável barra-fundo (em segundos)

no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Não houve diferença estatisticamente

significante entre os grupos em nenhuma das comparações.

Page 108: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

108

Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 14 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e

testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 15 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável número de toques (%) no

último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Houve diferença estatisticamente

significante entre GC e GE no primeiro B da RET 2 (p=0,034) e no primeiro da TR

(0,026).

Page 109: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

109

Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 15 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável percentual do número de toques no último B da AQ

e testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 16 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável PAcel mão-barra (em m/s 2)

no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou diferença

estatisticamente significante entre GC e GE no primeiro B da TR (F1,33 = 5,34; p=0,027).

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Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 16 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável PAcel mão-barra (em m/s 2) no último B da AQ e

testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 17 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável IPAcel mão-barra (em

segundos) no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou

diferença estatisticamente significante entre GC e GE no primeiro B da RET 2 (F1,33 =

3,22; p=0,05).

Page 111: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

111

Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 17 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável IPAcel mão-barra (em segundos) no último B da

AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 18 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável PAcel barra-fundo (em m/s 2)

no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença

estatisticamente significante entre GC e GE em nenhuma das fases.

Page 112: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

112

Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 18 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável PAcel barra-fundo (em m/s 2) no último B da AQ e

testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 19 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável IPAcel barra-fundo (em

segundos) no último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou

diferença estatisticamente significante entre GC e GE em nenhuma das fases.

Page 113: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

113

Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 19 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) no último B da

AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 20 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável índice de desempenho no

último B da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou diferença

estatisticamente significante entre GC e GE no segundo B da RET 2 (F1, 33 = 4,18;

p=0,049).

Page 114: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

114

Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 20 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável índice de desempenho no último B da AQ e testes

de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 21 apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE,

independentemente do lado da lesão) referentes à variável posição do antebraço

(ocorrência de pronação, no momento que antecedeu a preensão da barra) no último B

da AQ e testes de RET 1, RET 2 e TR. Houve diferença estatisticamente significante

entre GC e GE no último B da AQ ( p=0,002); RET1 B1 (p=0,011); RET1 B2 (p=0,003);

RET2 B2 (p=0,039); TR B1 (p=0,001); TR B2 (p=0,001).

Page 115: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

115

Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 21 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável posição do antebraço (percentual ocorrência de

pronação, no momento que antecedeu a preensão da barra) no último B da AQ e testes

de RET 1, RET 2 e TR.

5.6 Análise intergrupos (GC X GE considerando o lado da lesão) nos testes de

aprendizagem

Abaixo são apresentadas as análises intergrupos, considerando o lado da

lesão, referentes às variáveis dependentes, nas comparações do último B da AQ com os

dois Bs dos testes de retenção em curto e longo prazos e TR.

Na Figura 22, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e

nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença

estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das fases.

Page 116: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

116

Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 22 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,

relativas à variável luz-fundo (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de

RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 23, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável luz-barra (em segundos) no último B da AQ e

nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA two-way detectou diferença

estatisticamente significante entre o LE e GC na RET 2 (F2,32 = 2,20; p=0,017), refletindo

pior desempenho do LE no primeiro B da RET 2.

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Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 . Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 23 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,

relativas à variável luz-barra (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de

RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 24, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável luz-mão (em segundos) no último B da AQ e

nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença

estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das fases.

Page 118: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

118

Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 24– Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,

relativas à variável luz-mão (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de

RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 25, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e

nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença

estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das fases.

Page 119: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

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Teste paramétrico – ANOVA one-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 25 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,

relativas à variável mão-barra (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes

de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 26, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e

nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença

estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma das fases.

Page 120: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

120

Teste paramétrico – ANOVA two-way. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 26 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,

relativas à variável barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes

de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 27, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável número de toques (%) no último B da AQ e nos

2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. Houve diferença estatisticamente significante

entre os GC e LD na RET2 B1 (p=0,012); GC e LE na RET2 B2 (p=0,043); GC e LE na

TR B1 (p=0,009); LD e LE na RET 2 B2 (p=0,012).

Page 121: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

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Teste não-paramétrico – Igualdade de Duas proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 27 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão, relativas à variável número de toques (%) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 28, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável PAcel mão-barra (m/s2) no último B da AQ e

nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou diferença

estatisticamente significante entre os GC e LE na RET1 B2 (F2,32 = 3,84; p=0,031), na

RET2 B1 (F2,32 = 4,24; p=0,036), na RET 2 B2 (F2,32 = 5,9; p=0,010) e na TR B1 (F2,32 =

4,32; p=0,016). Houve, também, diferença entre LD e LE na RET1 B1 (F2,32 = 3,86;

p=0,045), na RET2 B1 (F2,32 = 4,24; p=0,046) e na RET 2 B2 (F2,32 = 5,90; p=0,020).

Page 122: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

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Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 28 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,

relativas à variável PAcel mão-barra no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1,

RET 2 e TR.

Na Figura 29, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável IPAcel mão-barra (em segundos) no último B da

AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença

estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma fase.

Page 123: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

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Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05 Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 29 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,

relativas à variável IPAcel mão-barra no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1,

RET 2 e TR.

Na Figura 30, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável PAcel barra-fundo (em m/s2 ) no último B da AQ

e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença

estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma fase.

Page 124: 1 INTRODUÇÃO€¦ · encefálica. Nota-se também anestesia ou hipoestesia, hipotonia e arreflexia ou hiporreflexia no hemicorpo comprometido (BAXTER, 1987; JESSEL, 1991; LENT,

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Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 30 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão, relativas à variável PAcel barra-fundo (em m/s2) no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 31, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) no último B

da AQ e nos 2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA não detectou diferença

estatisticamente significante entre os grupos em nenhuma fase.

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Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 31 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,

relativas à variável IPAcel barra-fundo (em segundos) no último B da AQ e nos 2 Bs dos

testes de RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 32, apresentam-se os dados intergrupos (GC e GE, considerando-

se o lado da lesão) referentes à variável índice de desempenho no último B da AQ e nos

2 Bs dos testes de RET 1, RET 2 e TR. A ANOVA detectou diferença estatisticamente

significante entre os GC e grupo LD na RET2 B2 (F2,32 = 6,58; p=0,005) e no LD e LE na

RET2 B2 (F2,32 = 6,58; p=0,020).

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Teste paramétrico – ANOVA two-way medidas repetidas. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; LD: lesão à direita; LE: lesão à esquerda; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 32 – Comparações intergrupo, considerando-se o lado da lesão,

relativas à variável índice de desempenho no último B da AQ e nos 2 Bs dos testes de

RET 1, RET 2 e TR.

Na Figura 33 apresentam-se os dados intergrupos considerando-se o lado da

lesão do GE) referentes à variável posição do antebraço (ocorrência de pronação, no

momento que antecedeu a preensão da barra) no último B da AQ e testes de RET 1,

RET 2 e TR. Houve diferença estatisticamente significante entre GC e LD na RET2 B1

(p=0,012); GC e LE na RET 2 B2 (p=0,043); LD e LE na RET2 B2 (p=0,012).

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Teste não-paramétrico – Igualdade de duas proporções. Diferença significativa p< 0,05. Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; AQ: aquisição; RET 1: retenção 1; RET 2: retenção 2; TR: transferência; B: Bloco.

FIGURA 33 – Comparações intergrupo (considerando GE independentemente

do lado da lesão) relativas à variável posição do antebraço (percentual ocorrência de

pronação, no momento que antecedeu a preensão da barra no último B da AQ e testes

de RET 1, RET 2 e TR.

5.7 Síntese dos resultados intragrupo

Considerando-se os resultados das variáveis dependentes em conjunto, é

possível dizer que houve melhora do desempenho para o GE (refletindo em redução do

tempo, antecipação pico aceleração na segunda parte da ação e melhora coordenação

dinâmica) em um grande número de variáveis: luz-fundo, luz-barra, luz-mão, mão-barra,

barra-fundo, IPAcel barra-fundo, índice de desempenho.

O LE melhorou nas medidas: luz-fundo, luz-barra, mão-barra, barra-fundo e

índice de desempenho. Já o LD melhorou nas medidas: luz-fundo, luz-barra, luz-mão,

barra-fundo e índice de desempenho. Salienta-se diferença entre LE e LD, pois LE não

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melhorou na medida luz-mão (tempo de reação) e LD não melhorou em mão-barra.

O GC melhorou nas variáveis: luz-barra, número de toques, IPAcel mão-

barra, IPAcel barra-fundo e índice de desempenho (refletindo em redução do tempo,

antecipação pico aceleração na primeira e na segunda parte da ação e melhora

coordenação).

Com base nestes achados durante a fase de AQ, a seguir na FIGURA 34,

apresenta-se a síntese dos resultados no que se refere aos testes de aprendizagem

para todos os grupos e, portanto somente para as medidas em que

houve melhora significante do desempenho ao longo da AQ. Mais especificamente,

apresenta-se a comparação entre o último B da AQ e os testes de RET 1, RET 2 e TR.

Esta comparação é central ao estudo, pois expressa a ocorrência ou não da

aprendizagem e será interpretada na medida em que ocorreu manutenção ou piora do

nível de desempenho obtido ao final da AQ, quando os grupos foram testados na RET e

TR.

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Grupos Medidas

AQ B10 X TESTES (RET 1, RET 2 e TR) GC GE LD LE

Luz-fundo - Piora RET 2 e TR

Mantém desempenho (*Piora: RET1-

RET2) Luz-barra Piora RET 2 Piora RET 2 Luz-mão - - Mão-barra - - Barra-fundo - Piora RET 2

e TR

Número de toques Piora TR - - - PAcel mão-barra - - - - IPAcel mão-barra - - - PAcel barra-fundo - - - - IPAcel barra-fundo - - Índice desempenho Piora RET 2

e TR Piora RET 2

e TR Piora RET 2

eTR Mantém

desempenho (*Piora: RET1-

RET2) Posição antebraço - - - -

Legenda: GC: grupo controle; GE: grupo experimental; LD: lesão à direita; LE: lesão à

esquerda; RET 2: retenção em longo prazo; TR: transferência; (-): variáveis em que não houve melhora do

desempenho na AQ; : manutenção do desempenho entre AQ B10 e testes.

FIGURA 34 – Síntese dos resultados indicando manutenção ou piora nos

níveis de desempenho referentes à comparação entre o último B da AQ e os testes de

RET e TR.

Os resultados referentes ao teste de RET em curto prazo mostram que não

houve prejuízos para nenhum dos grupos. Já quanto aos testes de RET em longo prazo

e TR, é possível dizer que houve manutenção dos níveis de desempenho obtidos no

B10 AQ, para o GE, nas medidas: luz-mão, mão-barra e IPAcel barra-fundo. Porém,

houve deterioração do desempenho nas medidas luz-fundo, luz-barra e barra-fundo e

índice de desempenho.

No grupo LD, houve manutenção do desempenho para todas as variáveis na

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RET e TR (exceto para a variável índice de desempenho). Já para o LE houve

deterioração do desempenho nos testes de RET para a variável mão-barra, barra-fundo

e índice de desempenho. Houve deterioração entre RET 1 e RET 2 para o LE nas

variáveis: luz-fundo e índice de desempenho.

5.8 Síntese dos resultados intergrupos

Essencialmente, houve diferença entre os grupos GC e GE na RET 2 para a

variável relativa ao planejamento da segunda parte da tarefa (IPAcel barra-fundo).

Nas comparações relativas ao lado da lesão (GC x LD x LE) houve diferença

entre GC e LE na RET 2 para a variável que reflete o planejamento luz-barra. Já em

relação ao GC e LD, houve diferença na RET 2 para a variável índice de desempenho.

E as diferenças encontradas entre LD e LE foram na RET 2 para a variável índice de

desempenho.

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5 DISCUSSÃO

Considerando o objetivo geral do estudo relativo à investigação e

comparação da aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de

planejamento (tanto por meio dos testes de RET quanto TR) em sujeitos pós-AVE (com

LD e LE) e sujeitos saudáveis, a discussão dos dados seguirá a mesma ordem de

apresentação dos resultados a fim de responder os objetivos específicos e às predições

realizadas.

No que se refere aos resultados, cabe dar ênfase que, quanto à

caracterização da amostra, em todos os dados demográficos, os grupos não se

apresentaram diferentes, tanto nas comparações entre LD e LE, quanto em relação ao

GC. Nesse sentido, as diferenças obtidas no desempenho e na aprendizagem da

habilidade não podem ser atribuídas a heterogeneidade da amostra.

Objetivo 1: Investigar a aprendizagem de uma habilidade motora com

alta demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.

Predição 1: Os sujeitos pós-AVE (GE) e os sujeitos saudáveis (GC)

apresentariam melhora no desempenho da habilidade motora ao longo da fase de

AQ.

Os achados do presente estudo confirmaram esta predição para o GE, haja

vista a melhora do desempenho ao longo dos Bs da AQ para um grande conjunto de

variáveis. Já em relação ao GC, os resultados confirmaram parcialmente a predição,

pois houve melhora do desempenho nas variáveis luz-barra, IPAcel mão-barra, IPAcel

barra-fundo, índice de desempenho e número de toques ao longo da AQ. Porém, a

variável luz-fundo (relativa à meta da ação) não se alterou ao longo da AQ.

Esta melhora do GC nas variáveis luz-barra e IPAcel refletem melhora na

capacidade de planejamento da ação, pois expressam que houve antecipação para

viabilizar a meta de inserção da barra no orifício. SCHAEFER e SAINBURG (2008)

relatam que quanto mais antecipado for o instante em que ocorre o pico da aceleração

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132

mais se pode dizer que a ação está sendo controlada por circuito aberto.

Esta melhora, porém, não foi suficiente para refletir na meta da ação e, por

isso, não houve melhora na variável luz-fundo, para este grupo. Neste sentido, deve-se

ter cautela ao dizer que o GC aprendeu a tarefa, pois as mudanças ao nível de

desempenho que ocorreram nas outras variáveis não refletiram em melhora no tempo

total da ação.

A melhora do GC na variável número de toques pode ser explicada pelo fato

destes sujeitos terem executado a tarefa com o braço não-dominante, pois, segundo

BAGESTEIRO e SAINBURG (2002; 2003) e SCHAEFER e SAINBURG (2009), o braço

não dominante atua via circuito fechado, ou seja, por meio de feedback proveniente da

execução da ação e, por isso, possui ênfase no controle final da tarefa. Assim, a

diminuição do número de toques ao longo da AQ é reflexo da melhora no planejamento

da ação (luz-barra e IPAacel), pois indica que houve influência desta especialização do

membro não-dominante ao longo dos Bs da AQ.

Pode-se, também, dizer que o GC já apresentava níveis de desempenho

maiores no início da prática e, ao longo dela, aprimorou-se até atingir, provavelmente,

seu platô. Este limiar pode ser observado nas medidas de tempo de reação (luz-mão) e

tempo total da resposta (luz-fundo). Quanto ao tempo de reação, STEINBERG (1978;

2001) afirma que esta medida é proporcional à complexidade da tarefa sendo

dependente do número de elementos em sequência para compor a ação. STEINBERG

(2001) e KAWATO (1999) consideram que são necessários dispor de cerca de 100-120

ms de tempo de reação para cada componente de uma ação. Assim, considerando-se

os elementos que compõe a tarefa, quais sejam, alcance, preensão, transporte e

inserção, o tempo de reação do GC manteve-se inalterado ao longo do desempenho,

ficando por volta de 0,4 s ou 400 ms.

Estes resultados divergentes entre os grupos permitem questionar sobre as

diferenças em relação à quantidade de prática necessária para refletir na melhora do

desempenho quando se comparam grupos com certa habilidade na tarefa e grupos

inexperientes. Um fator que, talvez, possa explicar por quê algumas variáveis não se

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133

alteraram ao longo da AQ para o GC pode ser a desmotivação, que se apresentou em

alguns sujeitos do GC em relação à tarefa. A motivação tem sido apontada como um

fator importante para a aprendizagem (LEWTHWAITE, 1990), bem como o grau de

desafio oferecido ao aprendiz durante a prática de uma tarefa, tanto em estudos em

animais (PLAUTZ et al, 2000; TILLERSON & MILLER, 2002; PIETROPAOLO, FELDON,

ALLEVA, CIRULLI & YEE, 2006) quanto em humanos (NUDO & FRIEL, 1999; CAREY et

al, 2005; KLEIM & JONES, 2008).

Além de inserir maior desafio ao GC durante a AQ, pode-se levar em conta,

também, a possibilidade de, investigar a quantidade ótima de prática necessária para

sujeitos com diferentes níveis de habilidade, já que, conforme descrevem ONLA-OR e

WINSTEIN (2008), a demanda das condições de prática desempenha um papel crítico

na promoção da aprendizagem motora, tanto para sujeitos saudáveis quanto para

neurologicamente comprometidos, sendo, portanto, um desafio aos pesquisadores lidar

com diferentes níveis de habilidade, que são inerentes ao uso de GC no delineamento

de estudos que investigam uma população neurológica (DANCAUSE et al, 2002;

CIRSTEA et al, 2003).

Quanto ao desempenho do GE na habilidade motora durante a AQ, pode-se

afirmar que houve melhora, pois das 12 variáveis dependentes, 7 apresentaram-se

sensíveis à melhora ao longo dos Bs da AQ. Dentre estas variáveis destaca-se a

melhora no tempo total da resposta (luz-fundo), que reflete a meta da ação. Esta

melhora pode ser explicada por meio da diminuição na variável luz-barra (primeira parte

da ação) e da diminuição da variável IPAcel barra-fundo (antecipação do pico

aceleração da segunda parte da ação), refletindo melhor planejamento e repercutindo

na melhora da meta.

Quanto ao LD e LE na AQ, é possível afirmar que houve, também, melhora

no desempenho para ambos os grupos, pois um grande conjunto de variáveis

apresentou-se melhor com a prática, incluindo o tempo total de resposta (luz-fundo).

Cabe ressaltar que o LD não conseguiu melhorar o desempenho na variável mão-barra

e o LE na variável luz-mão (tempo de reação). Além disso, o LE apresentou maiores

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134

tempos parciais em todas as medidas, exceto para o tempo de reação, quando

comparado ao LD. O maior tempo de reação apresentado pelo LD, principalmente nos

primeiros Bs, sugere que este tempo foi utilizado para planejar a ação (antevê-la) antes

de executá-la. Ao final do B 10, pode-se notar significativa melhora do desempenho do

LD, muito embora no B 1 estes valores fossem muito maiores que LE.

Esta melhora do LD no tempo de reação e os pequenos valores temporais do

LD durante a AQ podem ser explicados por duas razões: a primeira é que o hemisfério

esquerdo parece ter especialização maior para controlar parâmetros temporais e,

estando íntegro neste grupo, favoreceu seu desempenho (PLOURDE & SPERRY, 1984;

HARRIGTON & HAALAND, 1991; ELLIOT et al, 1993; HAALAND & HARRINGTON,

1996; VELAY & DUBROCARD 1999; HAALAND et al, 2000; HAALAND et al, 2004;

RUMIATI, 2005; HAALAND, 2006; VOOS et al, 2007). A segunda, também se refere ao

fato de os sujeitos com lesão à LD poderem utilizar o hemisfério esquerdo que, em

tarefas cuja demanda de planejamento é maior, necessita ter maior ativação das áreas

parietal e dorsal pré-motora a fim de garantir a seleção do efetor e a organização

abstrata da sequência (HAALAND et al, 2004).

Os achados relativos ao maior tempo de execução para o LE corroboram aos

estudos de HAALAND et al (1987); HARRIGTON e HAALAND (1991; 1994);

HERMSDÖRFER, ULRICH, MARQUARDT, GOLDENBERG e MAI (1999); HAALAND et

al (2004) nos quais os sujeitos com LE também apresentaram maior lentidão na

execução dos movimentos. Em todos estes estudos, no entanto, o LE apresentou maior

tempo de reação, o que, segundo os autores, reflete maior dificuldade na seleção dos

programas de ação. Porém, estes achados não estão de acordo com os resultados do

presente estudo que mostram que o tempo de reação no LE é menor do que no LD no

início da AQ, sendo que, ao longo desta fase, os grupos tendem a assemelhar-se na

duração do tempo de reação. Contudo, mesmo assemelhando-se ao LD, o LE não

consegue apresentar melhora do desempenho nesta variável de forma estatisticamente

significante.

Notou-se, também, que nos sujeitos com LE os valores do PAcel foram

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menores que LD. Estes achados também são expressos no recente estudo de

HAALAND, SCHAEFER, KNIGHT, ADAIR, MAGALHÃES, SADEK & SAINBURG (2009),

o qual descreve importantes déficits no controle dinâmico da modulação do torque e

aceleração em sujeitos com LE. Quanto ao IPAcel, o LE apresentou valores maiores, ou

seja, apresentou o pico da aceleração mais atrasado, o que corrobora com os achados

anteriores que afirmam sobre o comprometimento no planejamento do LE.

Cabe salientar, ainda que, o fato de o grupo LE apresentar menores tempos

de reação não significa que os mesmos foram capazes de selecionar o programa de

ação adequado para a tarefa, já que os outros tempos parciais e o tempo total de

resposta mantiveram-se altos, em relação ao LD. Em razão disso, as funções de

seleção do programa de ação e capacidade de planejamento, atribuídas ao hemisfério

esquerdo podem explicar estas diferenças entre os grupos (HAALAND et al, 2000;

HAALAND et al, 2004).

Estas comparações dos estudos de HAALAND com os dados do presente

estudo, relativos ao desempenho na AQ, podem ser feitas na medida em que HAALAND

apresenta o comportamento destes sujeitos em função do lado da lesão, apenas ao

nível do desempenho, já que a autora não investiga a aprendizagem. Além disso, os

estudos de HAALAND foram fundamentais na construção das predições levantadas no

presente estudo, pois foi com base neste conjunto de dados relacionados ao

desempenho, que se levantou a necessidade de investigação considerando o fenômeno

aprendizagem.

Objetivo 1: Investigar a aprendizagem de uma habilidade motora com

alta demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.

Predição 2a: O GE apresentaria déficit na aprendizagem observados

tanto por meio dos testes de RET, quanto da TR.

Em relação à predição levantada, os achados do presente estudo

confirmaram tal predição para o GE, pois embora o GE não tenha apresentado

comprometimento nos testes de RET em curto prazo, houve importante deterioração na

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RET 2 e TR para um grande número de variáveis.

Ressalta-se que o tempo que decorreu entre o último B da AQ para o primeiro

B da RET 1 foi de, apenas, 10 minutos. Assim, este intervalo sem prática da habilidade

não foi suficiente para impedir a observação do grau de permanência (em curto prazo)

do nível de desempenho atingido na AQ. Estes achados são semelhantes aos

encontrados por WINSTEIN et al (1999), em que os sujeitos com AVE demonstraram

aumento de acuidade e consistência com a prática durante a fase de AQ e relativa

permanência destes ganhos na retenção em curto prazo.

Já em relação aos testes de RET em longo prazo, os resultados confirmaram

a predição acima, que salienta a deterioração do nível de desempenho quando avaliado

seu grau de permanência após 2 dias sem prática da tarefa. Esta deterioração do

desempenho pôde ser observada nas variáveis relativas ao tempo total da ação (luz-

fundo), luz-barra (medida relativa ao planejamento), barra-fundo (medida aos ajustes

finais que viabilizam o inserção da barra) e índice de desempenho, ou seja, refletiu na

tarefa como um todo de forma significativa. Os níveis de desempenho atingidos pelo GE

no primeiro B da RET 2 assemelham-se aos níveis no primeiro B da AQ, o que denota

déficit na aprendizagem da habilidade.

De forma similar, o estudo de HANLON (1996) também detectou

comprometimento da aprendizagem mensurada no teste de RET em longo prazo para

os sujeitos pós-AVE. Porém, longo prazo, neste estudo era representado por 7 dias,

diferentemente do presente estudo, o qual foi delineado longo prazo após 2 dias sem a

prática da tarefa. Nesse sentido, os déficits encontrados na aprendizagem de sujeitos

com AVE parecem ser, realmente, expressivos em um pequeno período de tempo,

sendo que apenas 2 dias são suficientes para deteriorar os níveis de desempenho

obtidos com a prática.

Por sua vez, o estudo de CIRSTEA et al (2003) e o estudo de WINSTEIN et al

(2007) revelaram que o comprometimento no teste de RET ocorreu para o grupo de

grau de acometimento grave pós-AVE, justificando tal deterioração em função dos

déficits atencionais. Na amostra do presente estudo, houve a preocupação de não incluir

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sujeitos com grau de comprometimento grave, a fim de evitar este efeito, já conhecido

na literatura. Por isso, foram somente incluídos sujeitos leves e moderados que se

encontram uniformemente distribuídos nos dois grupos. Deste modo, os déficits

encontrados neste conjunto de dados não dependem da gravidade da lesão e mostram,

inclusive que sujeitos leves e moderados, também apresentam comprometimento na

RET em longo prazo, conforme os achados do presente estudo.

Outros estudos também reforçam os prejuízos na aprendizagem mensurada

pelos testes RET em longo prazo na população acometida por AVE (TORRIANI,

STEINBERG & FREUDENHEIM, 2007; TORRIANI, TORINO, RUSTICCI, ARAUJO &

FREUDENHEIM, 2008).

Neste contexto, quais podem ser as razões que justificam estes déficits?

Conforme descreve BOYD et al, (2007), nem todos os indivíduos pós-AVE apresentam a

habilidade de demonstrar ocorrência da aprendizagem motora implícita em diferentes

tarefas. Por isso, é importante salientar que alguns fatores podem gerar variações na

magnitude da permanência do nível de habilidade testada, tais como variações na

natureza ou complexidade da tarefa, grau de severidade da lesão e a não padronização

de testes de aprendizagem, que invariavelmente são feitos em um pequeno período de

tempo após a prática. Mas, os prejuízos encontrados nos testes de RET em longo prazo

refletem alterações de memória nestes sujeitos, o que confere com a pontuação

recebida no MEEM e na escala de prognóstico de Orpington.

Ressalta-se a natureza da tarefa como possível justificativa para os déficits

na aprendizagem do GE, haja vista que é classificada como predominantemente

cognitiva, por apresentar alta demanda de planejamento (SCHMIDT & WRISBERG,

2001).

No que se refere à predição de que o GE apresentará comprometimento na

aprendizagem (de uma tarefa com grande demanda de planejamento) observados por

meio dos testes de TR, os achados confirmam parcialmente esta hipótese, pois, pode-se

dizer que houve aprendizado para as variáveis luz-mão, mão-barra e IPAcel barra-

fundo, que refletem em conjunto, o planejamento para a ação. Assim, estes sujeitos,

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independentemente do lado da lesão apresentaram dificuldade de manter (por dois dias)

o nível de habilidade adquirido. Porém, quando testado o aspecto da adaptabilidade das

mudanças no programa de ação, nas medidas que refletem planejamento, o GE

apresentou a habilidade de transferência. SCHMIDT (1975) afirma que o teste da TR é

essencial para observar a aprendizagem como um processo que viabiliza a capacidade

de transferir condições adquiridas, mesmo após modificações impostas na tarefa, desde

que os movimentos a serem executados pertençam a uma mesma classe de

movimentos, fato este que foi mantido no delineamento do estudo.

É possível afirmar que o GE aprendeu a planejar a tarefa e foi capaz de

transferir o adquirido. Contudo, não aprendeu a executar e controlar o que foi planejado,

já que as medidas que refletem ajustes finais e cumprimento da meta apresentaram

deterioração (luz-fundo, barra-fundo e índice de desempenho).

Assim, quanto à predição 2a, é possível afirmar que a aprendizagem de uma

habilidade motora alta demanda de planejamento, após uma lesão encefálica encontra-

se comprometida, quando testada por meio da RET em longo prazo e do teste de TR.

Quanto ao GC, dentre as medidas em que houve melhora do desempenho

(com exceção do número de toques e índice de desempenho), notou-se manutenção do

desempenho mesmo nos testes. Ou seja, para as variáveis luz-barra, IPAcel mão-barra,

IPAcel barra-fundo houve manutenção dos níveis de desempenho da habilidade

adquirida na AQ, quando testado na RET e TR. Porém, houve comprometimento para o

GC na variável índice de desempenho na RET 2 e TR e no número de toques na TR, o

que, de certa forma, reflete algum déficit na aprendizagem da habilidade.

Objetivo 1: Investigar a aprendizagem de uma habilidade motora com

alta demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.

Predição 2b: Estes déficits na aprendizagem observados tanto por meio

dos testes de RET, quanto da TR ocorreriam tanto no LD quanto no LE.

Em relação à predição levantada, os achados do presente estudo

confirmaram tal predição, pois tanto LD quanto LE apresentaram déficits, nos testes de

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RET e TR, embora este comprometimento tenham sido em magnitude diferente.

O grupo com LD apresentou deterioração apenas na variável índice de

desempenho nos testes de RET 2 e TR. Esta deterioração assemelhou-se ao GC e,

talvez, possa ser explicada pelo fato de estes dois grupos apresentarem os hemisférios

esquerdos íntegros, cuja especialidade é selecionar o programa e fazer os ajustes

dinâmicos do movimento por circuito aberto. Assim, como estes grupos melhoraram e

mantiveram os níveis de desempenho, nos testes, para as variáveis relacionadas ao

planejamento (luz-barra e IPAcel), pode-se dizer que eles aprenderam a planejar a ação

e, optaram por ajustar, online, alguns parâmetros da coordenação do movimento (vista

pela variável índice de desempenho).

Por outro lado, o grupo LE apresentou deterioração do nível de desempenho

quando avaliado seu grau de permanência após 2 dias sem prática da tarefa. Esta

deterioração do desempenho pôde ser observada nas variáveis relativas ao tempo total

da ação (luz-fundo), luz-barra (medida relativa ao planejamento), luz-mão (tempo de

reação), ou seja, refletiu na tarefa como um todo, predominantemente nas medidas

referentes ao planejamento.

Esses resultados podem ser explicados à luz da especialização hemisférica

que preconiza que o hemisfério esquerdo tem, predominantemente, a função de

planejamento (por exemplo, HAALAND, HARRINGTON & KNIGHT, 2000; HAALAND,

ELSINGER, MAYER, DURGERIAN & RAO, 2004). Mais especificamente, há evidências

de que o hemisfério esquerdo apresente superioridade na seleção e armazenamento do

programa motor e no planejamento da ação, incluindo o processamento do controle

sequencial de movimentos. Por isso, o LE apresenta dificuldade em selecionar o

programa de ação adequado, e não obteve melhora do desempenho para a variável luz-

mão, que reflete tempo de reação. Estes achados são confirmados pelo estudo de

HARRIGTON e HAALAND (1991), no qual o grupo LE apresentou maior lentidão na

execução dos movimentos e maior dificuldade na seleção dos programas de ação,

representados por maiores tempos de reação.

Assim, quando se analisam os achados do presente estudo de forma

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associada à literatura descrita por SAINBURG (2002); SAINBURG e KALAKANIS,

(2000) e SCHAEFER et al, (2009) é possível, justificar a lentidão na execução dos

movimentos e os déficits encontrados nos sujeitos com LE em função do controle por

circuito aberto, cuja responsabilidade é do hemisfério esquerdo. Já que este hemisfério

encontra-se lesado no grupo de LE, a função de seleção do programa de ação e

controle de movimentos que ocorrem na ausência de informações sensoriais torna-se

prejudicada. Este fato é observado por meio do prejuízo nas variáveis de planejamento

do presente estudo (luz-barra, luz-mão e luz-fundo).

Nesse grupo, por conseguinte, o hemisfério direito estava íntegro, haja vista

que somente foram incluídos sujeitos com um único evento vascular. Assim, sendo este

hemisfério responsável pelo controle via circuito fechado, pode-se dizer que a

aprendizagem dos parâmetros de controle que foram planejados ocorreu por tentativa e

erro, fazendo-se uso das informações provenientes de cada tentativa, o que refletiu na

aprendizagem das variáveis barra-fundo e mão-barra (SAINBURG & KALAKANIS, 2000;

SAINBURG, 2002; SCHAEFER et al, 2009). Portanto, esta melhora do desempenho na

AQ e manutenção destes níveis nos testes para o grupo LE ocorreu, provavelmente, em

virtude da tarefa ser classificada como de circuito fechado (SCHMIDT & WRISBERG,

2001), ou seja, dependente de feedback, favorecendo a atuação do hemisfério direito

que pôde suplantar a função do hemisfério lesionado durante a aprendizagem da

habilidade. Estes achados estão de acordo com o estudo de HAALAND et al (1987).

Deste modo, em conformidade com KAWATO (1999) e HAALAND et al

(2004), o grupo com LE fez uso do sistema de controle fechado mediado pelo hemisfério

direito, no qual a informação sensorial (feedback) é utilizada para orientar a ação. Na

medida em que a tarefa vai reproduzindo-se, os centros de controle são mantidos

atualizados sobre a correção necessária e/ou realizada durante a execução do

movimento. Ou seja, existe a comparação da resposta gerada com a informação

recebida e, portanto, a resposta é produzida ou modificada de acordo com tal análise

comparativa (KAWATO, 1999; MAGILL, 2000). Neste mecanismo de controle são

gerados erros relativos a tais comparações entre o realizado e o previsto e as correções

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dos erros são feitas online, ou seja, ao longo da execução do movimento por intermédio

do comando do hemisfério direito (HAALAND et al, 2004). Estas razões justificam a

aprendizagem, principalmente, dos parâmetros de controle relativos ao final da tarefa

para o LE.

Além disso, o fato do grupo com LD ter apresentado menos déficits na

aprendizagem da tarefa pode ser explicado na medida em que o hemisfério esquerdo

parece ter especialização maior para controlar parâmetros temporais dos movimentos e,

estando íntegro neste grupo, favoreceu este processo (PLOURDE & SPERRY, 1984;

HARRIGTON & HAALAND, 1991; ELLIOT et al, 1993; HAALAND & HARRINGTON,

1996; VELAY & DUBROCARD 1999; HAALAND et al, 2000; HAALAND et al, 2004;

RUMIATI, 2005; HAALAND, 2006; VOOS et al, 2007).

Assim, é possível afirmar que os déficits na aprendizagem observados tanto

por meio dos testes de RET, quanto da TR são dependentes do lado da lesão, de modo

que sujeitos com LE apresentaram comprometimento na aprendizagem de uma

habilidade com demanda alta de planejamento. Em relação à predição acima, na qual os

prejuízos encontrados na aprendizagem de sujeitos pós-AVE seriam independentes do

lado da lesão, esta foi confirmada, já que houve prejuízo tanto em LD quanto em LE.

Porém, o grupo LD não foi tão sensível aos testes de RET 2 e TR, como o

LE, podendo-se afirmar que LD aprendeu a planejar a ação e apresentou déficits na

aprendizagem dos parâmetros de controle dinâmico da ação, fato este que corrobora

aos achados de WINSTEIN e POHL, 1995. Ao passo que os sujeitos LE não

apresentaram a aprendizagem da capacidade de planejamento da habilidade motora

com tal demanda, sendo muito sensíveis nos testes de RET 2 e TR.

Objetivo 2: Comparar a aprendizagem de uma habilidade motora manual

com demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.

Predição 3: Em função da alta demanda de planejamento, haveria

diferença na aprendizagem (mensurada por meio do desempenho nos testes de

RET e TR), entre o GC e o GE.

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Em relação à predição acima, os achados do presente estudo confirmaram tal

predição, pois houve diferença entre GC e GE na variável IPAcel mão-barra na RET 2.

Ou seja, esta diferença foi na capacidade de antecipar o pico da aceleração na primeira

parte da tarefa, sendo que GE tende a atrasar o pico de aceleração. Esta diferença

reflete déficit no planejamento da ação para o GE, quando comparado ao GC.

Objetivo 2: Comparar a aprendizagem de uma habilidade motora com

alta demanda de planejamento em sujeitos pós-AVE e sujeitos saudáveis.

Predição 4: Em função da grande demanda cognitiva (especificamente

de planejamento), haveria diferença na aprendizagem (mensurada por meio do

desempenho nos testes de RET e TR), entre o GC, LD e LE.

Em relação à predição acima, os achados do presente estudo confirmaram

tal predição, pois houve diferença detectada nas comparações entre os grupos GC-LE

nas variáveis luz-barra (relativa ao planejamento) na RET 2; entre GC-LD e LD-LE na

variável índice de desempenho na RET 2.

Todas as diferenças encontradas apontam que o grupo LE apresenta déficits

em relação aos demais grupos. E, estes déficits ocorrem na RET em longo prazo.

Conforme já mencionado, não existem dados que estabeleçam

comprometimento no processo de aprendizagem em função do lado da lesão. Desta

forma, estes achados são importantes para que se possa compreender quais as

implicações das especializações hemisféricas no comportamento motor de tais

pacientes.

De forma surpreendente, não houve impacto na aprendizagem mensurada por

meio do teste de TR. Assim, estes achados podem ser explicados quando se observam

os resultados nos dois blocos de cada teste (RET 2 no B1 e B2, bem como TR no B1 e

B2). Pode-se dizer que, embora, haja comprometimento na capacidade de retenção em

longo prazo, estes déficits foram notados essencialmente no bloco 1 dos mesmos.

Portanto, os pacientes pós-AVE não conseguem reter em longo prazo, mas uma

pequena quantidade de prática (apenas 5 tentativas que compõe um B) é suficiente para

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recuperar o desempenho e torná-lo capaz de transferir o que fora aprendido.

Deste modo, cabe levantar algumas questões: será que os sujeitos pós-AVE

apresentam somente comprometimento na memória para retenção dos níveis de

desempenho atingidos durante a prática? De que maneira o teste de TR deve refletir o

poder de generalização da habilidade praticada para outras ditas similares? Seria

interessante avaliar a existência da RET após o teste de TR?

O teste de TR, no presente estudo, foi de fundamental relevância na medida

em que o predomínio da demanda da tarefa consistiu no planejamento, que deve conter

o programa de ação, o qual quanto mais abstrato e menos detalhado, melhor o poder de

generalização para habilidades similares (MULDER, 1991; KLEIM & JONES, 2008).

Esperava-se que os sujeitos com LE, por apresentarem este hemisfério lesionado,

apresentariam prejuízos expressivos no teste de TR, que conforme descreve a literatura,

reflete a formação e seleção do programa para a ação. Porém, estes dados não foram

confirmados.

Sugere-se, para próximos estudos, que esta questão relativa à formação e

seleção do programa de ação seja melhor investigada à luz da especialização

hemisférica, nesta população.

6.1 Considerações metodológicas e limitações do estudo

Diante da complexidade do estudo e do número de variáveis dependentes

investigadas, algumas considerações acerca das delimitações e das limitações

encontradas ao longo da realização deste estudo fazem-se necessárias.

Quanto ao tamanho amostral, embora tenham sido incluídos para o estudo

apenas 22 sujeitos pós-AVE (sendo 10 LD e 12 LE), deve ser ressaltado que a causa da

pequena amostra deve-se aos critérios de inclusão/exclusão, que se mantiveram

bastante rígidos e resultaram em uma amostra homogênea nas mais diversas

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características demográficas. Quando se compara o tamanho amostral de outros

estudos nesta mesma área de investigação, com pacientes pós-AVE, nota-se que a

amostra varia entre 5 a 15 sujeitos por grupo, o que permite dizer que se deve, portanto,

à dificuldade de selecionar sujeitos semelhantes, dado que o AVE produz uma extensa

variedade de quadro clínico.

Quanto à tarefa, foi possível fazer inferências sobre a elaboração de um

programa de ação, dotado da capacidade de selecionar as soluções mais apropriadas

para antecipar seu desempenho. Estas inferências, porém, devem ser analisadas com

cautela, já que foram feitas, somente, por meio de dados temporais e espaciais.

Outro fator que pode ter interferido nos resultados e que deve ser discutido e

apontado como limitações do estudo refere-se à seleção de apenas destros para a

composição da amostra combinada à solicitação da utilização do membro superior

menos acometido na realização da tarefa. Esta decisão permite levantar um fator de

confusão na interpretação dos dados na medida em que os pacientes com LE que

apresentaram pior desempenho executaram a tarefa com o membro não-dominante, já

que todos os sujeitos eram destros. Deste modo, a lentidão dos movimentos encontrada

nos sujeitos com LE pode ser compreendida tanto pela especialização hemisférica,

quanto pela realização da tarefa com o braço menos acometido, qual seja o não-

dominante antes da lesão, conforme apontam os estudos de HERMSDÖRFER et al,

(1999) e STEENBERGEN e VAN DER KAMP, (2004).

Assim, sugere-se para os próximos estudos a inclusão de um grupo que

efetue a tarefa com a mão dominante, tanto no GE quanto no GC para que este viés

seja eliminado da interpretação dos resultados. Num delineamento ideal futuro,

deveriam ser incluídos destros, realizando a tarefa com mão dominante e não

dominante, com lesão à direita e esquerda em subgrupos de grau de acometimento leve

e moderado, a fim de esclarecer de forma aprofundada tais problemas apontados no

presente estudo.

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7 CONCLUSÃO

Em relação aos objetivos do presente estudo, no que concerne à investigação

da aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de planejamento em

sujeitos saudáveis e pós-Acidente Vascular Encefálico, os resultados permitem concluir

que:

1. Os sujeitos pós- Acidente Vascular Encefálico são capazes de aprender uma

habilidade motora com alta demanda de planejamento.

2. Porém, há déficit de aprendizagem destes sujeitos quando comparados aos

sujeitos saudáveis.

3. Os sujeitos com lesão à esquerda apresentam importante comprometimento

na aprendizagem de uma habilidade motora com alta demanda de planejamento,

quando comparados ao grupo controle e, principalmente, quando comparados aos

sujeitos com lesão à direita.

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WHISNANT, J.P.; BASFORD, J.R.; BERNSTEIN, E.F.; COOPER, E.S.; DYKEN, M. L.; EASTON, J.D.; LITTLE, J.R.; MARLER, J.R.; MILLIKAN, C.H.; PETITO, C.K.; PRICE, T.R.; KAICHLE, M.E.; ROBERTSON, J.T.; THIELE, B.; WALKER, M; D.; ZIMMERMAN, R. A . Special report from the National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Classification of Cerebrovascular Disease III. Stroke, v. 2, n. 4, p.638-676, april. 1990. WOLFE, C.D.A . The impact of stroke. British Medical Bulletin , v. 56, n. 2, p. 275-286, 2000. WORLD HEALTH ORGANIZATION. The ICD-10 Classification of Mental and Behavioural Disorders, Geneva, 1992. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Stroke, Cerebrovascular accident. Disponível em: http://www.who.int/topics/cerebrovascular_accident/en/ Acesso em: 20 out. 2009. WRITING GROUP MEMBERS AHA - ROSAMOND, W.; FLEGAL, K.; FURIE, K.; GO, A.; GREENLUND, K.; HAASE; N.; HAILPERN, S.M.; HO, M.; HOWARD, V.; KISSELA, B.; KITTNER, S.; LLOYD-JONES, D.; MCDERMOTT, M.; MEIGS, J.; MOY, C.; NICHOL, G.; O’DONNELL, C.; ROGER, V.; SORLIE, P.; STEINBERGER, J.; THOM, T.; WILSON, M.; HONG, Y. Heart Disease and Stroke Statistics 2008 Update: A Report From the American Heart Association Statistics Committee and Stroke Statistics Subcommittee. Circulation, v. 25, p. 117-146, 2008. YOUNG, P.A.; YOUNG, P.H. A vascularização do Sistema Nervoso Central: o Acidente Vascular. In: ___________. Bases da Neuroanatomia Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p.185-196, 1997.

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9 ANEXOS

ANEXO I

Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo Modificado (Oldfield, 1971)

Por favor, indique sua preferência no uso das mãos nas seguintes atividades pela colocação do X

na coluna apropriada. Onde a preferência é tão forte que você nunca usaria a outra mão a menos que

fosse forçado a usá-la, coloque XX. Se em algum caso for indiferente a mão a ser utilizada, coloque X em

ambas as colunas. Algumas das atividades requerem ambas as mãos. Nestes casos, estará indicada em

parênteses a tarefa ou o objeto específico a ser usado.

Por favor, tente responder a todas as questões, e somente deixe em branco se você não tiver

qualquer experiência com o objeto ou tarefa.

Esquerda Direita 1. Escrever

2. Desenhar

3. Arremessar

4. Uso de tesouras

5. Escovar os dentes

6. Uso de faca (sem garfo)

7. Uso de colher

8. Uso de vassoura (mão de cima)

9. Acender um fósforo (mão do fósforo)

10. Abrir uma caixa (mão da tampa)

TOTAL

Total: E = D=

Total Cumulativo TC= E +D =

Diferença Dif = D – E =

Resultado Res = (Dif /TC) × 100 =

Interpretação: (E: Res < -40)

(Ambidestro: -40 ≤ Res ≤ +40) (D: Res > +40)

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ANEXO II

Mini Exame do Estado Mental (MEEM) 1. Orientação temporal (1 ponto por cada resposta correta) Que dia é hoje? _____ Em que mês estamos? _____ Em que ano estamos? _____ Em que dia da semana estamos? _____ Qual a hora aproximada? _____ (considere a variação de mais ou menos uma hora) Nota:____ Orientação espacial (1 ponto por cada resposta correta) Em que local nós estamos? (apontando para o chão) _____ Que local é este aqui? (apontando ao redor, em sentido mais amplo) _____ Em que bairro nós estamos ou qual o nome de uma rua próxima? _____ Em que cidade nós estamos? _____ Em que Estado nós estamos? _____ Nota:____ 2. Memória imediata (contar 1 ponto por cada palavra corretamente repetida na 1ª vez) "Eu vou dizer três palavras e você irá repeti-las a seguir: Carro _____ Vaso _____ Tijolo _____ Nota:____ 3. Atenção e Cálculo (1 ponto por cada resposta correta. Se der uma resposta errada, mas depois continuar a subtrair bem e/ou auto-corrigir-se, consideram-se as respostas subsequentes como corretas. Parar ao fim de 5 respostas) "Agora lhe peço que me diga quantos são 100-7; 93-7; 86-7; 79-7; 72-7; 65 ". Nota:____ 4. Evocação (1 ponto por cada resposta correta) "Veja se consegue dizer as três palavras que pedi há pouco para decorar". Carro _____ Vaso _____ Tijolo _____ Nota:____ 5. Linguagem (1 ponto por cada resposta correta) a. "Como se chama isto? Mostrar os objetos: Relógio ____ Caneta______ Nota:____ b. "Preste atenção, vou lhe dizer uma frase e quero que você repita depois de mim: Nem aqui, nem ali, nem lá" (considere 1 ponto somente de a repetição for perfeita) Nota:____ c. "Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao meio e coloque-a no chão"; dar a folha segurando com as duas mãos. Se o sujeito pedir ajuda no meio da tarefa, não dê dicas. Pega com a mão direita____ Dobra ao meio ____ Coloca onde deve____ Nota:____ d. "Por favor, faça o que está escrito neste cartão". Mostrar um cartão com a frase bem legível, "FECHE OS OLHOS"; sendo analfabeto lê-se a frase. Fechou os olhos____ Nota:____ e. "Escreva uma frase inteira aqui". Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido, com começo, meio e fim; os erros gramaticais não prejudicam a pontuação. (1 ponto) Frase: Nota:____ 6. Habilidade Construtiva (1 ponto pela cópia correta) Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos; cada um deve ficar com 5 lados, dois dos quais intersectados. Não valorizar tremor ou rotação. Cópia: Nota:____

TOTAL(Máximo 30 pontos):____

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ANEXO III

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ANEXO IV FUGL-MEYER A - OMBRO/ COTOVELO/ ANTEBRAÇO I - Atividade Reflexa a) Bíceps / flexor dedos ( ) // (v)(h) / (v)(h) b) Tríceps ( ) // (v)(h) 0 – nenhuma atividade reflexa presente 2 – atividade reflexa presente Pontuação máxima: 4 II - a) Sinergia Flexora (6 movimentos) Retração ( ) Elevação ( ) Abdução 90º ( ) Rotação externa de ombro ( ) Flexão de cotovelo ( ) Supinação de antebraço ( ) 0 – atividade não pode ser realizada 1 – atividade pode ser realizada parcialmente 2 – atividade é realizada sem erro b) Sinergia Extensora (4 movimentos) Adução de ombro / Rotação interna de ombro ( ) Extensão de cotovelo ( ) Pronação de antebraço ( ) 0 – atividade não pode ser realizada 1 – atividade pode ser realizada parcialmente 2 – atividade é realizada sem erro Pontuação máxima: 18 III - a) Mão na lombar ( ) 0 – tarefa não pode ser realizada completamente 1 – tarefa pode ser realizada parcialmente 2 – tarefa é realizada completamente b) Flexão de ombro 0-90º c/ o cotovelo em extensão completa e antebraço entre prono e supino ( ) 0 – no início do movimento, o braço abduz ou o cotovelo flexiona 1 – na fase final do movimento, o ombro abduz e/ou flexiona o cotovelo 2 – a tarefa é realizada perfeitamente c) Pronação - supinação do antebraço c/ o cotovelo à 90º e ombro à 0 ( ) 0 – não ocorre posicionamento correto do cotovelo e ombro e/ou pronação e supinação não pode ser realizada completamente 1 – prono-supino pode ser realizada com ADM limitada e ao mesmo tempo o ombro e o cotovelo estão corretamente posicionados 2 – a tarefa é realizada completamente Pontuação máxima:6 IV - a) Abdução de ombro 0-90º c/ o cotovelo em extensão total e antebraço pronado ( ) 0 – ocorre flexão inicial do cotovelo e algum desvio do antebraço pronado 1 – durante o movimento, o cotovelo flexiona ou o antebraço não pode ser mantido na posição prono 2 – a tarefa pode ser realizada sem desvio b) Flexão de ombro 90º - 180º ( ) 0 – no início do movimento, o braço abduz ou o cotovelo flexiona 1 – na fase final do movimento, o ombro abduz e/ou flexiona o cotovelo 2 – a tarefa é realizada completamente c) Pronação c/ cotovelo à 0º ( )

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0 – não ocorre posicionamento correto do cotovelo e ombro e/ou pronação e supinação não pode ser realizada completamente 1 – prono-supino pode ser realizada com ADM limitada e ao mesmo tempo o ombro e o cotovelo estão corretamente posicionados 2 – a tarefa é realizada completamente Pontuação máxima: 6 V - Atividade Reflexa Normal Bíceps / Flexor dedos / Tríceps ( ) 0 – pelo menos 2 dos 3 reflexos estão marcadamente hiperativos 1 – 1 reflexo hiperativo ou pelo menos 2 reflexos vivos 2 – não mais do que 1 reflexo vivo e nenhum reflexo hiperativo Somente se o indivíduo tem uma pontuação de 6 pts no estágio IV Pontuação máxima:2 Pontuação máxima para a parte superior do braço: 36 B - PUNHO a) Ombro à 0º, cotovelo à 90º, antebraço em prono, punho em extensão de 15º (aplicar resistência) ( ) 0 – o pcte não pode estender o punho para a posição desejada 1 – a extensão pode ser realizada, mas sem resistência alguma 2 – a posição pode ser mantida contra alguma resistência b) Flexão/Ext. de punho c/ombro à 0º e cotovelo à 90º ( ) 0 – não ocorre movimento voluntário 1 – o pcte não move ativamente o punho em toda ADM 2 – a tarefa pode ser realizada c) Ombro fletido e/ou abduzido, cotovelo à 0º e antebraço pronado (aplicar resistência) ( ) 0 – não ocorre movimento voluntário 1 – o pcte não move ativamente o punho em toda ADM 2 – a tarefa pode ser realizada d) Flexão/Extensão de punho c/ombro flex e/ou abd e cotovelo à 0º ( ) 0 – não ocorre movimento voluntário 1 – o pcte não move ativamente o punho em toda ADM 2 – a tarefa pode ser realizada e) Circundução ( ) 0 – não ocorre movimento voluntário 1 – o pcte não move ativamente o punho em toda ADM 2 – a tarefa pode ser realizada Pontuação máxima: 10 C - MÂO a) Flexão em massa dos dedos ( ) 0 – nenhuma flexão ocorre 1 – alguma, mas sem flexão total dos dedos 2 – flexão ativa total (comparado c/o membro não afetado) b) Extensão em massa dos dedos ( ) 0 - nenhuma atividade ocorre 1 – ocorre relaxamento (liberação) da flexão em massa 2 – extensão completa (comparado c/o membro não afetado) c) Preensão 1 - Extensão das art. MTF dos dígitos II-V e flexão das art. IFP e IFD contra resistência ( ) 0 – posição requerida não pode ser realizada 1 – a preensão é fraca 2 – a preensão pode ser mantida contra uma resistência relativamente grande d) Preensão 2 - Papel interposto entre o polegar e o dedo indicador ( )

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0 - a função não pode ser realizada 1 – o papel pode ser mantido no lugar, mas não contra uma leve puxada 2 – um pedaço de papel é segurado firmemente contra uma puxada e) Preensão 3 - Opor a polpa digital do polegar contra a do dedo indicador com um lápis interposto ( ) 0 – a função não pode ser realizada 1 – o lápis pode ser mantido no lugar, mas não contra uma leve puxada 2 – o lápis é segurado firmemente contra uma puxada f) Preensão 4 - Segurar com firmeza um objeto cilíndrico com a superfície volar do primeiro e segundo dedos contra os demais ( ) 0 – a função não pode ser realizada 1 – o objeto interposto pode ser mantido no lugar, mas não contra uma leve puxada 2 – o objeto é segurado firmemente contra uma puxada g) Preensão 5 - Segurar com firmeza uma bola de tênis ( ) 0 – a função não pode ser realizada 1 – o objeto pode ser mantido no lugar, mas não contra uma leve puxada 2 – o objeto é segurado firmemente contra uma puxada Pontuação máxima:14 Pontuação total de ombro/cotovelo/antebraço, mão e punho: 60 D – COORDENAÇÃO/VELOCIDADE Índex-nariz 5 vezes o mais rápido que conseguir a) Tremor ( ) 0 – tremor marcante 1 – tremor leve 2 – sem tremor b) Dismetria ( ) 0 – dismetria pronunciada 1 – dismetria leve 2 – sem dismetria c) Tempo ( ) 0 – pelo menos < 6 seg. mais devagar no lado afetado do que no lado não afetado 1 - 2 a 5 seg. mais devagar no lado afetado 2 - menos do que 2 seg. de diferença Pontuação máxima: 6 Pontuação total de extremidade superior: 66 E - QUADRIL/JOELHO/TORNOZELO I - Atividade Reflexa a) Adutor/Aquiles ( ) // (v)(h) / (v)(h) b) Patelar ( ) // (v)(h) 0 – nenhuma atividade reflexa 2 – atividade reflexa pode ser observada em flexores e/ou extensores Pontuação máxima: 4 II - a) Sinergia Flexora Em decúbito dorsal, flexionar: Quadril ( ) Joelho ( ) Tornozelo ( ) 0 – atividade não pode ser realizada 1 – atividade pode ser realizada parcialmente 2 – atividade é realizada no decorrer das ADM de cada uma das 3 articulações b) Sinergia Extensora Em decúbito dorsal, a partir da sinergia flexora e aplicando uma resistência, pedir a:

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Adução do Quadril ( ) Extensão do Quadril ( ) Extensão do Joelho ( ) Flexão Plantar ( ) 0 – atividade não pode ser realizada 1 – pouca força 2 – força normal ou perto do normal (comparado c/o membro não afetado) Pontuação máxima: 14 III – a) Com o Indivíduo sentado e a fossa poplítea livre, pedir a flexão do joelho além de 90º ( ) 0 – sem movimento ativo 1 – partindo da extensão, o joelho pode ser flexionado ativamente não mais do que 90º 2 – joelho pode ser flexionado além de 90º b) Com o indivíduo sentado, pedir a dorsiflexão do tornozelo ( ) 0 – não pode 1 – flexão ativa incompleta 2 – dorsiflexão normal (comparado com o membro não afetado) Pontuação máxima: 4 IV – a) Com o indivíduo em pé, pedir a flexão do joelho além de 90º ( ) 0 – joelho não pode ser fletido sem que quadril seja fletido simultaneamente 1 – joelho não pode ser fletido totalmente à 90º e/ou quadril é fletido durante a realização do movimento 2 – joelho pode ser fletido além de 90º b) Com o indivíduo em pé, pedir a dorsiflexão do tornozelo ( ) Para conseguir 1 ou 2 pts, o movimento ativo da articulação é comparado com o lado não afetado Pontuação máxima: 4 V – Atividade reflexa Normal Adutor/ Aquiles / Patelar ( ) 0 – pelo menos 2 dos 3 reflexos estão marcadamente hiperativos 1 – 1 reflexo hiperativo ou pelo menos 2 reflexos vivos 2 – não mais do que 1 reflexo vivo e nenhum reflexo hiperativo Somente se o indivíduo tem uma pontuação de 4 pts no estágio IV Pontuação máxima: 2 F – COORDENAÇÃO / VELOCIDADE Indivíduo em decúbito dorsal, realizar deslizamento do calcanhar no joelho-tíbia 5 vezes em uma sucessão rápida a) Tremor ( ) 0 – tremor 1 – tremor leve 2 – sem tremor b) Dismetria ( ) 0 – dismetria pronunciada 1 – dismetria leve 2 – sem dismetria c) Tempo ( ) 0 – pelo menos < 6 seg. mais devagar no lado no lado afetado do que no lado não afetado 1 – 2 a 5 seg. mais devagar no lado afetado 2 – menos do que 2 seg. de diferença Pontuação máxima: 6 Pontuação total de extremidade inferior: 34 De A até F: 100 G – EQUILÍBRIO

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a) Sentado sem apoio ( ) 0 – pcte não consegue manter a posição sem suporte 1 – senta somente por um curto período 2 – senta por pelo menos 5 min. Sem nenhum suporte, regulando a postura do corpo em relação à gravidade b) Reação de proteção no lado não afetado ( ) Indivíduo sentado e vendado é empurrado contra o lado não afetado 0 – não realiza abdução do ombro, a extensão do cotovelo para prevenir a queda 1 – reação de proteção incompleta 2 – reação de proteção normal c) Reação de proteção no lado afetado ( ) Mesmo ato realizado porém, contra o lado afetado 0 – não realiza abdução do ombro, a extensão do cotovelo para prevenir a queda 1 – reação de proteção incompleta 2 – reação de proteção normal d) Ficar de pé com apoio ( ) 0 – não consegue ficar de pé 1 – ficar de pé demanda grande ajuda de outras pessoas 2 – pode ficar de pé ereto por pelo menos 1 min. Com leve ajuda (ou simbólica) de outra pessoa e) Ficar de pé sem apoio ( ) 0 – não pode ficar de pé sem ajuda 1 – pode ficar de pé por pelo menos 1 min. Ou fica de pé por mais tempo, mas movendo-se de um lado p/o outro 2 – bom equilíbrio em pé, pode manter o equilíbrio por mais de 1 min. sem insegurança f) Ficar de pé sobe o lado não afetado ( ) 0 – a posição não pode ser mantida por mais do que alguns segundos 1 – pode ficar de pé em uma posição equilibrada entre 4-9 seg 2 – pode manter a posição equilibrada por mais de 10 seg. g) Ficar de pé sobre o lado afetado ( ) 0 – a posição não pode ser mantida por mais do que alguns segundos 1 – pode ficar de pé em uma posição equilibrada entre 4-9 seg 2 – pode manter a posição equilibrada por mais de 10 seg. Pontuação máxima: 14 H – SENSIBILIDADE a) Exteroceptiva (Indivíduo em decúbito dorsal vendado) Braço ( ) Superfície palmar ( ) Coxa ( ) Superfície plantar ( ) 0 – anestesia 1 – hipoestesia/disestesia 2 – normoestesia Pontuação máxima: 8 b) Propriocepção (Indivíduo em decúbito dorsal vendado) Ombro ( ) Cotovelo ( ) Punho ( ) Polegar ( ) Quadril ( ) Joelho ( ) Tornozelo ( ) Hálux ( ) 0 – falta da sensação (nenhuma resposta correta) 1 – diferença considerável na sensação comparado com a art. Do lado não afetado, mas pelo menos ¾ das respostas corretas 2 – todas as respostas corretas, pequena ou nenhuma diferença comparando o membro não afetado c/o afetado Pontuação máxima: 16 De G até H: 38 J – ADM / DOR

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Movimentação passiva da art. comparada com a extremidade não afetada Ombro Flexão ( ) / ( ) Abdução 90º ( ) / ( ) Rotação Externa ( ) / ( ) Rotação Interna ( ) / ( ) Cotovelo Flexão ( ) / ( ) Extensão ( ) / ( ) Antebraço Pronação ( ) / ( ) Supinação ( ) / ( ) Punho Flexão ( ) / ( ) Extensão ( ) / ( ) Dedos Flexão ( ) / ( ) Extensão ( ) / ( ) Quadril Flexão ( ) / ( ) Abdução ( ) / ( ) Rotação lateral ( ) / ( ) Rotação Medial ( ) / ( ) Joelho Flexão ( ) / ( ) Extensão ( ) / ( ) Tornozelo Dorsiflexão ( ) / ( ) Flexão plantar ( ) / ( ) Pés Eversão ( ) / ( ) Inversão ( ) / ( ) 0 – alguns graus de ADM 1 – ADM passiva diminuída 2 – ADM passiva normal Pontuação máxima para ADM: 44 0 – alguma dor 2 – nenhuma dor Pontuação máxima para dor: 44 Total Final: 226 pontos

96 – 99 pontos = comprometimento motor leve 85 – 95 pontos = comprometimento motor moderado 50 – 84 pontos = comprometimento motor marcante < 50 pontos = comprometimento motor severo

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ANEXO V

Escala de Prognóstico Orpington

A. Déficit motor em MS DD, paciente flexão ombro 90° e é oferecida resistência. 0.05 - MRC grau 5 (força normal) 0.45 - MRC grau 4 (diminuição força) 0.85 – MRC grau 3 (movimento contra gravidade) 1.25 - MRC grau 1–2 (movimento com gravidade eliminada) 1.65 - MRC grau 0 (sem movimento) B. Propriocepção (olhos fechados) Sentido de localização polegar afetado: 0.05 - Acurado 0.45 – Levemente dificultado 0.85 – Encontra a posição do polegar pelo braço 1.25 – Incapaz de determinar posição polegar C. Equilíbrio 0.05 – Anda 10 metros sem auxílio 0.45 – Mantém-se na posição sentada (sem suporte por 1 min) 0.85 – Mantém-se na posição sentada 1.25 – Não se mantém sentado D. Cognição Teste Mental de Hodkinson: Marque 1 ponto para cada resposta correta. 1. Idade do paciente 2. Horário (aproximadamente 1 hora de acerto) Eu vou te passar um endereço, por favor, lembre-se dele e eu vou lhe perguntar depois: Rua das Laranjeiras, 128 3. Nome da Instituição 4. Ano 5. Data do aniversário 6. Mês 7. Ano da segunda Guerra Mundial 8. Nome do Presidente 9. Conte de trás para frente (20-1) 10. Qual era o endereço que eu lhe pedi para decorar? 0.05 - Pontuação do teste mental - 10 0.45 - Pontuação do teste mental - 8–9 0.85 - Pontuação do teste mental - 5–7 1.25 - Pontuação do teste mental - 0–4 TOTAL SCORE: 1.6 + Motor + Propriocepção + Equilíbrio + Cognição AVE leve: 1,6 até 3,1 AVE moderado: 3,2 até 5,2 AVE grave: ≥ a 5,3.

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ANEXO VI

Caracterização da amostra sujeito por sujeito.