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Contextualização e Missões
Profª. Bárbara Helen Burns
1` Semestre de 1996/Faculdade Teológica Batista de São Paulo
Objetivos- Que os alunos:1.Saibam descobrir e distinguir princípios Bíblicos em relação à contextualização do Evangelho e avaliar conceitos e costumes de sua e outras culturas na luz da Palavra de Deus.2.Obtenham uma estrutura em que possam começar os processos de contextualização, com entendimento da mesma, apreciando que missões está ligada à teologia, e que a Bíblia é a base da direção e ação missionária.3.Respeitem outras culturas e saibam utilizá-las na comunicação do Evangelho e na expansão da Igreja.4.Evitem o sincretismo, discernindo os fatores negativos nas culturas (inclusive na sua própria) e levando as pessoas a uma expressão de Cristianismo fiel aos princípios bíblicos, e significantes às pessoas daquela cultura.5.Conheçam a história e as várias escolas de pensamento sobre contextualização para que possam identificá-las e avaliá-las.Métodos de Estudo 1.Palestras, discussões, dinâmica de grupo, estudos de casos2.Pesquisas e leituras semanais3.ProvasAvaliação 1.Três provas (30%)2.Preparo semanal e participação nas aulas (40%)3.Leitura do semestre: Ler O Segredo Espiritual de Hudson Taylor ou Corrida Contra o Tempo e fazer uma avaliação da maneira de fazer missões. O missionário fez contextualização? Como'? Avaliar tudo à luz da Bíblia. O livro foi significante para você? (Entregar 4-5 páginas datilografadas até dia 13/05/96. (10%)4.O projeto do semestre: Ler Tochas de Júbilo e fazer uma avaliação baseado nas seguintes perguntas (5-10 páginas datilografadas):
a. Quais as mudanças e não mudanças na cultura'? Avaliá-las à luz da Bíblia.b. Avaliar a estratégia de contextualização de John Dekker. O que podemos aprender
dele? Deu resultados? Quais'? Entregar até 03/06/96 impreterivelmente (20 %).
Observação: Tarefas atrasadas não serão aceitas, porém o aluno terá o abono das 2 notas mais baixas.
Bibliografia Green, Michael. "Estratégia e Métodos Evangelísticos na igreja Primitiva", In: A Missão da Igreja no Mundo de Hoje (ABU, 1982);56-73.O Evangelho e a Cultura (Série Lausanne, 11'3). 2'ed. (ABU Editora e Visão Mundial, 1985). Bailey, Kennedi. As Parábolas de Lucas (Ed. Vida Nova).Beekman e Callow. A Arte de Interpretar e Comunicar a Palavra Escrita (Ed. Vida Nova).Carriker, C. Timothy, ed. Missões e a Igreja Brasileira, 5 volumes (Ed. Mundo Cristão).Dekker, Jolui.Tochas de.Itibilo (Vida).Ekstrõm, Bertil. "Contextualização", Capacitando para Missões Transculturais, v.1, n° 1 (APMB). Fite, Eric S. Corrida Contra o Tênipo: A História de Rav Bilker. (Ed. Vida Nova, 1994).Hesselgrave, David. A Comunicação Transcultural do Evangelho v. 1 (Ed. Vida Nova).Meer. Tonica vau der. "Missões Brasileiras em Angola". In: Missões e a Igreja Brasileira, v. 5 (Ed. Mundo Cristão):39-58.Nicholls, Bruce. Contextualização: Uma Teologia do Evangelho e Cultura (Ed. Vida Nova). Winter e Hawthorne, eds. Missões Transculturais: A perspectiva Cultural (Ed. Mundo Cristão). Taylor. O Segredo Espiritual de Hudson Taylor- (Ed. Mundo Cristão).
Introdução a Contextualização
A.Devocional:
Atos 14:8-18
(Eles interpretaram o que ouviram e viam conforme sua cultura o suas crenças. A
resposta de Paulo também foi segundo suas crenças; ele começou onde eles estavam. Não
entrou com uma polêmica sobre os Patriarcas ou a lei, mas sim, sobre a natureza.
Explicou Deus em termos que eles podiam entender. Saltou "no meio do povo."
Também os confrontou ["crenças vãs"]. Antropologia nos ajuda entender as crenças, os
valores, as estruturas sociais, os significados das coisas de um povo.).
B.Bibliografia (levar os livros e explicá-los)
C.Definições (copiar e entregar para cada um)
1. Cultura: O sistema dinâmico integrado de padrões adquiridos de comportamento,
idéias, e produtos que caracterizam uma sociedade e que a ajuda adaptar-se ao
ambiente física, social e ideacional. Cultura consiste em formas, significados,
e psicologia, ou pressuposições, cosmovisão, lógica e valores (Luzbetak, p.
74).
2. Antropologia: O estudo dos seres humanos na tentativa de entender como pensam
e vivem. Responde perguntas como: Por que constroem casas, usam roupas,
falam línguas, e organizam famílias? Como criam sociedades e culturas'?
Como estas, por sua vez, os moldam? Como e por que as pessoas e as
culturas mudam?
3. Contextualização : é indefinida até agora. Há várias definições, dependendo de
pressuposições e pano de fundo. Talvez a definição mais simples e abrangente
seja a "integração do Evangelho na cultura". Luzbetak disse que é semear, fazer
discípulos que podem baseado na interpretação correta da Palavra de Deus,
construir a sua própria expressão de obediência e louvor a Deus. É integração
do Texto com o contexto. Tim Carriker define como “... a expressão e
realização vital do Evangelho dentro de contextos (sociais, pessoais,
eclesiásticos, políticos, econômicos, evangelísticos, etc.) específicos
resultando em transformações cognitivas (entendimento), volitivas (prática) e
afetivas (motivação).” E a expressão do verdadeiro Evangelho em termos
relevantes à cultura receptora. É um processo dinâmico de duas forças: uma
cultura em mudança, e uma mensagem ou programa de fora da cultura
(Martin, p. 9). “... Não é tornar o evangelho mais agradável, mas sim, mais
compreensível" (Francisco Leonardo). Nesta matéria queremos que cada
um trace uma definição bíblica, "contextualizada" e útil para ação
missionária no mundo que nos cerca.
Portanto o estudo da Contextualização não é como fazer - não é pragmático. É
profundamente teórico e teológico. E o por quê. É a justificação (ou não)
teológica de estratégias missionárias; envolve toda a ação e os resultados do trabalho
missionário - a expressão do verdadeiro Evangelho em termos relevantes à cultura
receptora.
4. Visão do Mundo (Cosmovisão): As proposições básicas sobre a natureza da
realidade. A explicação do mundo e seus fenômenos. Envolve áreas
cognitivas, emotivas, e motivacionais (porque fazemos alguma coisa).
5. Etnocentrismo: É a tendência (que todas as pessoas têm de uma forma ou do
outra) de julgar os costumes e valores da própria sociedade como o mais corretos
(comida, dormida, roupa, casamento, enterro, falar com Deus, etc.) o como inferior
o comportamento e valores de outros grupos étnicos.
6. Sincretismo: A mistura de significados antigos e novos, de modo que a
natureza essencial de cada um se perde.
6. Aculturação: O aprendizado parcial, ou completo, de uma segunda cultura
(aprendizado ético).
7. Enculturação: O processo de aprendizado da própria cultura, seja por ensino,
seja por observação (aprendizado émico).
7. Igreja Autóctone: aquelas cujos membros praticam as verdades espirituais,
sociais e morais do Cristianismo Bíblico de uma forma relevante às regras
culturais de sua própria sociedade, sendo transformados conforme o poder do
Evangelho.
D. O Problemático: as tensões de contextualização e prática missionária:
1. Identificação vs Confronto (ser amigo e ser profeta)
2. Irrelevância vs sincretismo (passar por cima, ou deturpar o verdadeiro Evangelho?).
3. Supracultural vs cultural (quais alguns exemplos ligados com costumes como
vestimenta, culto, comida, divertimento, família?).
1. Forma vs significado (Hiebert explica que na era colonial e científica, forma e
significado eram iguais imposição de formas e da cultura ocidental). Na era
positivista e modernista, os dois foram totalmente separados relativismo e
situacionalismo. Ele indica a necessidade para "Contextualização Crítica", que
sabe distinguir quando são iguais e quando não são. Para fazer isto tem que
conhecer profundamente o texto e contexto original, e a cultural receptora.
[Paul Hiebert, The Word Aniong Use. (P. 39 de Insights também)
4. O Evangelho e cultura: (a) O Evangelho vs cultura (h) O Evangelho em
cultura, (c) O Evangelho para cultura (Insights, pp.52f).
5. João 17: estamos no mundo, mas não somos do mundo. Ef. 4:17: 1 João
2:1517, etc. vs 1 Cor. 9!
Qual o critério para decidir? (A Bíblia interpretada baseada numa boa exegese
usando princípios hermenêuticas coerentes com as intenções originais dos autores.).
E. Os Modelos Missionários na História (Luzbetak, cap. 3)
1. O Modelo Etnocêntrico
a. A intensidade de etnocentrismo – de um patriotismo perdoável até a xenofobia de
Hitler.
b. Os níveis de etnocentrismo – cultural, subcultural, ou familiar (às vezes o
subcultural é mais forte do que cultural).
c. As formas de etnocentrismo
1) Paternalismo – compaixão mal direcionada que tende a humilhar os
"beneficiados.”.
2) Triunfalismo – levar a "civilização" do missionário junto com o Evangelho
(i.e., "Manifest Destiny").
3) Racismo e divisão de classes – a cor ou o tamanho da casa que inferioriza
a pessoa.
2. O Modelo Acomodacional ou "indigenizado" – um passo a mais de etnocentrismo,
mas ainda sem respeito para a cultura e povo receptor. É impor, em vez de semear.
a. Respeita e utiliza os pontos bons da cultura.
b. Tem a tendência de tratar os níveis superficiais da cultura.
c. Os agentes principais de mudança eram os missionários, pessoas de fora da
cultura que não tinham condições de entender profundamente as ansiedades, os
valores, a cosmovisão da cultura.
d. Implantava estruturas do missionário e esperava que os nacionais as levassem
para frente.
3. O Modelo Contextualizado – É semear, fazer discípulos que podem baseado na
interpretação correta da Palavra de Deus, construir a sua própria expressão de obediência e
louvor a Deus. É integração do Texto com o contexto.
A. Características principais que diferencia Contextualização dos outros:
1) Os discípulos e as igrejas locais são os agentes principais da encarnação do
Evangelho na cultura (não os missionários ou a igreja enviadora, apesar da
necessidade de sempre manter o elo forte com a igreja universal).
2) O resultado é enriquecimento mútuo (não o missionário enriquecendo os
receptores).
3) A profundidade da penetração do Evangelho é bem maior do que os outros
dois modelos.
B. Tipos de modelos contextualizados (Luzbetak, p. 79f).
1) O tipo "traducional" – Kraft (geralmente tem uma idéia "romântica" da cultura)
2) O tipo liberacional – TL
3) O tipo "dialético" (entre o Evangelho, a Igreja universal, histórica e a cultura) –
Luzbetak (RC).
4) O tipo "crítico" (criterioso, usando critérios bíblicos na definição de ação
missionária), limitando a contextualização aos parâmetros bíblicos – Hiebort,
Conn e a maioria dos outros missiólogos evangélicos (Beyerhaus, Mayers,
etc.).
F. Pré-requisitos para a Contextualização Bíblica do Evangelho:
1. Conhecer a Bíblia no seu contexto
Deus criou uma cultura pela qual comunicou à humanidade. A Bíblia descreve
esta cultura; é também vista hoje. AT – -NT. (i.e. Ex. 23:19, Bailey, Luzbetak, p.
241) exemplo: Na tribo Tzeltal, não existe palavra para rei. Os missionários
perceberam que o problema era fundamental. The problem was “something
much deeper than” dynamic equivalence' communication. Paul's question was a
fundamental one of epistemology, that is, about knowing God in context. But
Paul and I realized that the problem was ours as well. How could Westerners
whose mathematics teaches that one does not equal three conceive of a trinitarian
God? How could North Americans steeped in materilaism think about God as a 'spirit'
How could two very individualistic missionaries comprehend the 'body' image of
Pauls' ecclesiology?
[This was] the bedrock of the problem of contextualizaion – a problem much
deeper than the communication of the gospel by Christians to non-Christians.
Contextualization is most fundamentally a problem of knowing God within the
limitations of culturally specific human contexts. God's selfdisclosure in the midst
of human cultures is like a square peg in a round hole, the dialectical mystery, at
once revelatory and hidden, whereby we come to know God and to understand that
we do not fully know God. The first question, then in contextualization is not the
communication of the gospel so much as the understanding of the gospel, the
knowledge of God in context (Charles Van Engen "The New Covenant: Knowing
God in Context", in What in the World is God Doing, Dean S. Gilliland, ed., pp. 74-
75).
Paulo Hiebert (Anthropological Insights for Missionaries) diz: "Since we are all
given the right to real and interpret the Scriptures, our first task is to remain
faithful to biblical truth. This begins with careful exegesis, in which the message of
the Bible is understood within a specific cultural and historical context. Our second
tyask is to discover what the meaning of the biblical message is for us in our
particular cultural and historical setting and then determine what our response should
be. This is hermeneutics. Although the message of the bible is supracultural – above
all cultures – it must be understood by people living within their own heritage and
time frame" (p. 19).
2.Conhecer você e o seu contexto
Quais os pontos que nos ajudarão ou impedirão no campo missionário'? Quais
aspectos culturais são tomados como bíblicos e infalíveis? i.e. casar de vestido
branco é cultura? Bíblica? De onde veio? Pregar num púlpito? Por que fazemos?
Resultados de fatalismo? (Cita livros que podem ajudar)
3.Conhecer a cultura receptora
Quais os significados ligados com as formas? Como comunicar em termos inteligíveis?
Como contextualizar a igreja no novo contexto'? i.e. culto estilo do Oeste'? horários
de culto? usar cruz no pescoço é anti-cristão? Espírita? As danças são demoníacas?
folclore? sensual? (Antropologia é necessária.).
Contextual ização e a Bíbl ia
2ª Aula
Devocional: João 7:14-24
I. Objetivos
A.Que o aluno possa discernir entre princípios bíblicos e cultura
B.Que o aluno tenha oportunidade de praticar a separação entre os dois.
II. Introdução
Timothy Warner de Trinity Evangelical Divinity School diz,
Teologia é o fundamento da própria vida e certamente de todos os tipos
de ministério cristão... Missiologia especialmente precisa de uma base
teológica. As ciências sociais são valorosas nas suas contribuições à tarefa
missionária, mas não podemos permitir que dominem. Teologia é ainda o
fundamento para nossa disciplina. No entanto temos que entender que o
fundamento teológico histórico bom não providenciou uma superestrutura
completa; está sempre sendo construída. O estudo da revelação de Deus na Bíblia
sempre acontece dentro da cultura; e, desde que culturas são dinâmicas e em
constante mudança, a aplicação de verdade bíblica sempre precisa ser
responsiva ao processo de mudança. (Trinity World Forum, Fali 1988).
III. Discussão da leitura (O Evangelho e a Cultura)
A.Toda cultura é manchada/reflete a imagem de Deus (p. 8)
B.Definições: Cultura (p. 10), cosmovisão (p. 9, 10-11), identificação (eu),
C.Lugar do Espírito Santo? (P. 11, 14)
D.Entendimento da Palavra importante (p. 13)
−na sua cultura original
-Reconhecendo nossas pressuposições (, "óculos culturais", tradição, medo da Bíblia
contradiz o que cremos).
−Em obediência (Mt. 18-20).
−Em comunidade: histórica e presente, exortando uns aos outros.
E.A cultura é julgada pela Bíblia, não vice versa (p. 19).
F.Forma e Significado (p. 12) (desenhar vela na lousa e pedir os alunos descrever os
significados)
Forma e significado são separados (geralmente nós confundimos os dois, pensando que
forma é significado). Uma forma em uma cultura não significa a mesma coisa numa
outra cultura (i.e. danças [religião, social, folclore, sensual], cabelo cumprido
[espiritual, vaidade, louco, sem higiene, hippie], músicas [drogas, religiosa, sexo, ritos
satânicos, folclore, comunidade, romance, amor, etc.]). Para ajudar distinguir a Eugene
Nida usou dois termos:
"Correspondência Formal"--tradução literal da forma (sem significado)
"Equivalência Dinâmica" --a forma muda, conservando o significado.
Exemplos:
1. Paulo Hiebert, (Missiological Insights for Missionaries) diz: "A associação de
um significado, emoção, ou valor específico com certo comportamento ou produto é
chamado 'símbolo"' (p. 37). Alguns exemplos:
Linguagem
Dinheiro
Cheiros (ex. perfume)
Vestimenta (uniformes, mulheres, homens de negócio, etc.).
O missionário deve discernir quando a forma e o significado são inseparáveis (como
Meca para os Muçulmanos ou a cruz para Cristãos, ídolos) o quando não são (linguagem,
simples estátuas, fotos, ritos religiosos [cp. Ceia batista e católica, indo a igreja para
louvar ou indo a igreja é louvar].) Pessoas de culturas industrializadas tendem separar
forma e significado, quanto pessoas de culturas em outras culturas tendem a não separá-los.
2. Minha mãe e minha cunhada:
G. Solução (p. 21)
IV. Exercício prático: Ler Ex. 23:19 e explicar o sentido do mandamento que Deus deu
sobre leite de cabrito.
A.O versículo e o mandamento não têm qualquer sentido para nós. (Inclusive por
muitos anos ninguém sabia de nada do seu significado.).
A.Mas quando estudamos a cultura bíblica podemos entender e discernir que há um
princípio por trás da forma exterior. (Descobriu nos anos de 1930 o pano de fundo
desta ordem). Na época havia um rito de fertilidade entre as tribos canaanitas. Levavam
uma sopa feita com o leite da cabra e o cabrito e aspergiam nos campos de plantação para
que produzissem mais.
B.Qual o princípio? (Idolatria, ritos pagãos, imitação do mundo ao redor).
C.Aplicação: Preencher o quadro
Ex. 23:19A Forma:Cabrito cozido no leiteda sua mãe
O Princípio:Não misturar os ritos pagãoscom a vida cristã. Não confiar em outros poderes.
Brasil
A figaCentro Espírita
HoróscopoGuardar a Bíblia ao ladoda cama, etc.
Idem
Outras Culturas
Cruz embaixo da camaDanças de chuvaPular na roça para fazercrescer o trigoNavajo--ir aos "ways" etc.
Idem
O cabrito cozido no leite da sua mãe tinha sentido para os judeus porque entendiam
o princípio. Mas não tem sentido para nós porque nossa cultura é diferente. Temos que
descobrir o princípio fundamental para poder fazer a aplicação em nossa cultura sem ser
uma forma vazia de sentido. Nossa tendência é levar formas reconhecidas por nós alem
da nossa cultura. O que podemos fazer para evitar isto?
G. Avaliação (Discussão em conjunto)
Como podemos avaliar uma cultura na luz de princípios bíblicos? Que é
pecado e que não é? De acordo com a Bíblia:
1. Quais são pecados declarados? (adultério, mentira, roubo, idolatria, acepção
de pessoas, ira, inveja, maledicência, doutrinas falsas, orgulho,
bebedice, glutonaria, etc.).
2. Quais os prováveis pecados, mas que não estão claramente decifrados? Por
que você acha que é pecado? (Poligamia, fumar, cabelo, véu, café, açúcar em
excesso, coca-cola, etc.).
3. Quais os pontos neutros? (Roupas, comida, casas, as cerimônias de
casamento, etc.).
4. Quais os mandamentos? (Unidade de família, justiça, paz, amor, ordem
social, humildade, longanimidade, idade, etc.).
Cultura (muda de lugar para lugar)
Roupa ( Luzbetak p. 76) Brasil agora Brasil em 1950 A praia Os índios A Turquia China Escócia 15 Séculos atrás
Princípios Bíblicos (não mudam)
VaidadeSensualidadeOrgulhoGasto demais de $
Não usar a roupa do sexo oposto
Comida: Brasil USA Inglaterra México África França Bangladesh (nada)
Gluteria
Vício
Prejudicial ao corpo
Trabalho : Profissões Pedreiros Médico Homem de negócios Pode julgar o status pelo salário Motivos--dinheiro, status, forma,satisfação
Orgulho
Alguém quer subir, abaixar o outro.
Desonestidade
Família: Extensa
Nuclear
Clãs
Tribos
Envolvimento de outros Poligamia
Desunião
Desobediência
Falta de oportunidade
Desamor
Deslealdade
Ritos Religiosos: Culto sério-quietoCulto pentecostalCulto comprido
Outras religiões
Orgulho
Formas Vazias
Insinceridade
Idolatria
Governos: ParlamentarDemocracia
Ditadura Socialismo Comunismo
Injustiça
Opressão
Falta de liberdade religiosa
Presbiterianismo Congregacionalismo
Conclusão:
Analisar não é fácil. Os símbolos culturais variam de cultura para cultura,
de lugar para lugar, e de época para época. Aqui estamos na mesma cultura mas mesmo assim
não concordamos em muitos pontos. Temos reações emocionais que foram programadas
pela nossa cultura e ambiente. Muitas vezes cremos que este condicionamento cultural é
bíblico quando de fato não é. Se nós temos tanto problema no próprio Brasil, o que
acontecerá em uma outra cultura, com condicionamento, filosofia básica, e experiências
totalmente diferentes? Vamos impor o que nossa cultura dita às nossas emoções? Ou
vamos avaliar e agir baseados nos princípios bíblicos fundamentais. Mais uma vez, temos
que evitar isto:
3.Conhecendo a Bíblia
3.Conhecendo a nossa cultura
3.Conhecendo a outra cultura receptora
-Não falando logo
-Analisando, olhando, perguntando, ouvindo.
Contextualização no Antigo Testamento
A. Objetivos: Que os alunos:
1.Possam perceber que contextualização é um conceito bíblico e histórico;
2.Comecem a fazer perguntas sobre o modo de viver e comunicar em outras culturas
bíblicas;
3.Comecem a avaliar métodos específicos de contextualização com seus respectivos
resultados positivos e negativos-,
4.Comecem a valorizar as Escrituras como o meio principal de resolver problemas da vida
cotidiana, especialmente os que são relacionados às situações transculturais.
B. Devocional: João 12:42-43. Perseguição é razão para não pregar o verdadeiro
Evangelho'? (ie., batismo entre os muçulmanos?) Quem cria ia mudar de vida, de
prática, por isso seriam expulsos.
C. Plano de Aula:
1. Introdução: Profetas e contextualização. Ez 3:15-27
2. Em grupos pequenos os alunos responderão as seguintes perguntas em relação a
José ou Daniel:
a. Quais foram os princípios bíblicos (ou que Deus deu a eles, mesmo antes da lei)
que seguiram, apesar de diferenças culturais?
b. Quais foram os traços culturais que adotaram?
c. Como eles manifestaram a presença e o poder de Deus'?
d. Quais foram os resultados'?
3.Depois de terminar, todos juntos preenchem as seguintes categorias:
Categorias José Daniel e seus amigos
Princípios bíblicos que não modificaram (ou que Não Transgrediram)
Moralidade – não adulterou, soube que queria pecar Contra Deus (39.9-10). (Nem permitiu flirtações)Temor a Deus (39.9; 42.18)Compaixão (39.31)Confiança no Senhor (soberania de Deus)Perdão – irmãos, a mulher, o copeiro; não uma pessoa amarguradaPerseverançaSempre deu crédito a Deus (40.8; 41.6,25)
Obedeceram regulamentos de comida (1.8-14)Não louvaram as imagens (3.12-18) (Pergunta: Por que não podiam louvá-los? Quais as implicações para umas alas de contextualização hoje?)Continuaram orando (6.10)Foram humildesDependiam de Deus (2.27-28)Jejuavam (10.12)Confrontou o erro (4.25,27;5.22-25)Aproveitaram oportunidades de explicar o Deus verdadeiro (2.27-30)Não aceitou crédito (2.37)
Traços culturais que aprenderam e adotaram:Identificação com a cultura
Roupa - os irmãos não o conheceramTirou a barba (Egito)Língua (42:23) (Era fluente para presos e reis. Inspirava confiança)A explicação do gado (46:31-34)Separou na refeição (45:22, 42:23)“Esqueceu da família (41:51)”.Participava da vida ali (39:22)Usou roupa de linho (Egito) (não lã Israel)Notou quando eram tristes (40.6-7)
Língua e cultura (1.4,17)Ética do corte realNome (não usado constantemente, talvez porque eram nomes em honra de deuses [Life Application Bible, p 1475])Deus deu profundo conhecimento dos escritos e ciência dos Babilônicos.Gostou dos outros, protegeu os sábios, etc.
Maneiras que manifestavam o poder de Deus (como a realidade do seu Deus se tornava relevante aos egípcios ou babilônicos?) O ministério deles no meio do povo
Interpretação de sonhosSabedoria
Saúde (1.15)Sabedoria (1.20)Inteligência e o poder de interpretar visões e sonhos (2.28-30, 37,45;3.12,18)O 4º homem – salvos do fornoA loucura de NabucodonossorInterpretação do escritoVs. 1.17 mostra que Deus deu tanto habilidade cultural como poder espiritual.
Os resultados naquelas culturas PrisãoLiberdade e elevação para ser “pai de Faraó” – e chefe de toda a terra (45.8-9)Deus o usou para conservar a família durante a fome – e a
A cova dos leõesO Rei Nabucodossor reconheceu o poder de Deus (2.47-49), honrou Daniel e seus amigos, glorificou a Deus (3.28-30), e fez a declaração (4.1-34,
nação (45.5,7) 37). Eram uma benção para o rei (1.20)Dário fez seu decreto (6.25-28)
Conclusões:
1.José e Daniel mantinham suas próprias convicções baseadas no conhecimento de Deus.
2.Eles se identificavam com muitos costumes do povo. Entravam na vida do povo em
tudo o que seria permitido por Deus.
3.Faziam uma grande contribuição para o bem das culturas onde se achavam
_________________________________________________________________serviam as
nações como homens de Deus, com amor e discernimento.
4.Manifestavam o poder de Deus em milagres, interpretações de sonhos e escritos, e tinham
sabedoria e poder. Eles escapavam aos perigos milagrosamente; eram sinais que o povo
podia ver e entender.
5.Eram autênticos servos de Deus, se firmando nesta posição e vocação
mesmo com conseqüências de sofrimento. Viviam com amor no meio das tribulações
para serem úteis a Deus e ao povo.
6.Conclusão: Contextualização tem que ter a sua base em princípios bíblicos!
Agora fazer uma comparação com Abrão. Como foi que ele agiu numa cultura
estranha'? (Gen. 12:10-20)
Princípios divinos que não guardouNão adulterar
Não mentir
Traço cultural que aceitouDeixou sua esposa ser parte das mulheres
do FaraóPoder de Deus manifesto Pragas na casa de FaraóResultados Faraó devolveu SaraConclusão e Comparação com José e Daniel
Abraão tinha medo e fez compromissos, com Deus e com Sara. Os resultados
foram maus. Abraão foi bem tratado naquele momento (o oposto dos outros dois), mas Faraó
foi prejudicado e a nação toda!
Aplicação:
1.Contextualização tem que ter sua base em princípios bíblicos e divinos.
2.Quando Contextualização excede os limites bíblicos, os resultados são negativos,
mesmo sem efeitos que parecem ser negativos no início. (Pode ser mais fácil no início não
obedecer a Bíblia.)
3.Contextualização é de valor em todos os níveis da vida se é feito conforme princípios
bíblicos.
Nós, como missionários transculturais, somos os servos de Deus neste mundo, enviados
para viver e comunicar duma maneira significante e poderosa aos que são necessitados.
C o n t e x t u a l i z a ç ã o n a Vi d a e n o E n s i n o d e J e s u s
Filipenses 2:1-11
A. Objetivos: Que o aluno:
Aprenda que Jesus foi o exemplo principal de contextualização em missões:
Possa relacionar os acontecimentos específicos de contextualização na vida de Jesus
ao texto de Fp 2:1-11;
Possa definir especificamente como Jesus foi o modelo de contextualização;
Possa aplicar estes princípios à sua vida agora de maneiras específicas:
Possa ver o equilíbrio entre ação social e o Evangelho nestes versículos.
B. Aula:
1. Em discussão geral, ou em grupos pequenos responder as seguintes perguntas:
a. Qual o objetivo principal de Fp 2:1-11 ? (Amor/humildade/serviço aos outros,
unidade do corpo [cp com Rm 15])
b. Como Jesus exemplificou isto na sua vida? O que Ele fez de concreto
(Encarnação/Servo/Obediência a/Identificação/sofrimento até a morte)
1. Abriu mão dos seus direitos
2. Limitou-se voluntariamente
3. Identificou com o homem
4. Participava de tudo na vida humana.
5. Vivia com seus discípulos, e com os pecadores.
6. Falou, usando termos e analogias entendidas sobre a terra, pesca, templo,
7. Tornou água em vinho--uma necessidade específica.
8. Cumpriu a vontade de Deus; glorificou a Deus Pai.
C. Qual a aplicação missionária? (Identificação/serviço/encontro com os
outros/contextualização com os limites do pecado/confronto) Ler Willowbank, pp. 26-27.
1)Renúncia de status, independência, imunidade, invulnerabilidade.
2)Identificação com as pessoas nos seus contextos
2. Em discussão compartilha as respostas. Perguntar para o grupo "Podemos
mandar missionários arrogantes? Auto-suficientes"?
3. Em discussão ainda, relacionar Mt 20:20-28 e 23:1-12 com o assunto. Perguntar:
a. Como Jesus Contextualizou no seu ensinamento nestes textos? (Identificação
com a cultura [contexto religioso, político], confronto, descontextualização,
transformação! [cp com 2 Cor 3:l ss])
b. Qual a ligação com Fp 2?
c. Como aplicá-los no Brasil? (Não seguir hierarquias culturais que contrapõe
princípios bíblicos. Humildade dos líderes e todos. Investimento no
desenvolvimento dos outros.)
4. Palestra relacionando tudo no ministério de Jesus .
a. João 4:5-26: Atingiu uma necessidade, começando com a realidade da mulher.
Quebrou sérios costumes (falou com uma mulher no poço era pedir relações
sexuais), confronto, aplicação da verdade, transformação de vida. Outro
exemplo é Lucas 9.
b. Lucas 14:15-24:
1)1-6: chocou com sua ação, explicou com lógica--confrontou a religião
2)7-14: chocou com seu ensinamento direto--confronto de egocentrismo
3)15-24: chocou com as suas parábolas--confronto do etnocentrismo judaico
(13:29-30)
c. Resumindo: Jesus curava, libertava, falava através de pregação, diálogo,
perguntas, fazia discípulos com ensinamento profundo e contínuo, baseava os
ensinamentos no AT, servia--lavando os pés, dando comida, compartilhando,
enviando para que eles pudessem adquirir experiência, dando sua vida!
5. Conclusão
a. Jesus investia sua vida em outros.
b. Não havia algo humilde demais para ele fazer.
c. Dois fatores na vida e ministério de Jesus são importantes: o processo e o
conteúdo. O processo inclui a maneira de atingir necessidades, começando
onde a pessoa esta, identificando com, e muitas vezes, quebrando costumes,
confrontando, explicando, transformando. O conteúdo é o mesmo--toda a
Palavra de Deus.
d. Jesus vivia, ensinava, e ministrava dentro de parâmetros claros. Ele atingia
profundamente os homens na sua cultura, fazendo que fatores supraculturais os
transformasse.
Supracultural Teologia Revelado
Cultural Interpretação cultural
Teologias não são assim:
Mas é assim:
O Centro é o mesmo. Devemos estar indo na direção do centro.
c. Como podíamos aplicar tudo isto?
1) Trabalhando numa favela (vamos morar lá? Adotar o que? Como comunicar?)
2) Guetos minoritários
3) Vizinhos
Lucas 14:15-24
Isaías 44:12-20--o que tem haver com contextualização? Etnoteologia? Perguntas para
grupos/grupo
1.Qual o contexto da história que Jesus conta? (Acontecimentos anteriores, cosmovisão,
pessoas, ações, conversas, reações, banquete numa casa de ricos [reclinando]. Is 25:6-9
fala de todos os povos num banquete!)
2.Dentro do contexto, como você encara o jogo/colocação/pergunta de vs. 15?
3.Como você entende o tom da resposta de Jesus?
4.Qual o conteúdo da resposta?
5.Qual a resposta da audiência, em sua opinião?
6.Como o estudo do contexto cultural em Bailey ajudou seu entendimento desta cena?
7.Que tipo de contextualização fez Jesus aqui? (contextualização existencial?
Dogmática? Usou etnoteologia?)
8.Como podíamos aplicar tudo isto para nós, na realidade brasileira? (Transportando
princípios bíblicos/tem que conhecer as 2 realidades.)
−Nas pregações/evangelismo, exortando para não rejeitar Jesus
−Em convidar os pobres/outras nações/povos receptores.
A s B as es B íb l i ca s d e Mis s ões
A Vi d a d o A p ó s t o l o P a u l o
Atos 13 e 17
A.Oração
B.Discussão da leitura (Michael Green em A Missão da Igreja no Mundo de Hoje, capitulo 3
(especialmente pp.63-64.)) Ler p. 68.
C.Trabalho em grupos: Preencher o desenho conforme suas descobertas no texto, comentários
e dicionários bíblicos:
D.As conclusões
1.Quais foram os resultados nos dois lugares? (Alguns creram, zombaria, ciúmes,
perseguições).
2.Contextualização bíblica significa que todos vão aceitar a mensagem?
Nos seguintes textos temos o conteúdo de duas mensagens, para judeus e para
gentios. Temos que lembrar que Lucas tem o objetivo de provar para Teófolis que o
Cristianismo é para gentios também, assim ele traz detalhadamente o conteúdo da mensagem
em Atenas.
Perguntas para os grupos:
1.Quais os pontos de contato?
2.Quais os pontos de confronto?
3.O que é diferente nas duas mensagens? (o pano de fundo e o caminho de chegar) Perguntas
depois de preencher o quadro:
1.O que é semelhante? (mensagem, objetivos)
2.Qual o objetivo dos dois grupos?
Atos 13.14-52 (17.1-6) Atos 17.18-31
O Lugar Sinagoga em Tessalonia (17.1) Atos 13. Antioquia da Psidia: na sinagoga
Areópagos em Atenas – o lugar dos intelectuais se reunirem para discutir suas filosofias, religião e política. No pé do Paterno e com visão ampla da cidade cheia de templos e ídolos.
Os pontos de identificação (pontos de contato)
As Escrituras (17.2) Exegese do A.T. (13) juntos; “Deus de Israel” país; hx; vitórias; poder de Deus; Davi; descendente de Davi – Jesus; filhos de Abraão; “para ‘nós’ chegou a mensagem”
Estava junto; observava; falava; A religião deles/templos/arte. Um altar ao “deus desconhecido” / a cultura deles: o mundo, a natureza, o homem – Deus Criador e sustentador. Todos têm os mesmos pais. Citou poeta deles.
Os métodos da comunicação (canal)
DiscussãoPalestra, explicação, exposição, demonstrando com o A.T. (17.2,3)
Discussão, diálogo, repostas e perguntas, disputa, contenda, usa processos de raciocionio.
Conteúdo da mensagem At. 17: A morte e a ressurreição de Jesus é o Messias.At. 13 (refere às outras categorias)
Analise da:- Religiosidade do povo- A natureza- A existência de Deus- O amor de Deus- O Representante de Deus na TerraAplicação:- A identidade do Deus Desconhecido-A fidelidade e grandeza de Deus nas Suas obras; Ele é a fonte da vida e o Dirigente da vida humana (vs 26). A humanidade deve buscar este Deus (274).- A morte e ressurreição de Seu Representante- O juízoA necessidade de arrependimento
O confronto At. 17: Jesus = MessiasRessurreição dos mortosAt. 13: Arrependimento (vs24); ressurreição (30); verdade sobre o povo e lideres judeus (27-8); perdão do pecado (38); não há justificação na lei de Moisés (39); aviso (40-41)
- Não é feito com mãos- Não habita em templos- Não é ouro nem prataNão é servido por mãos- Deus não agrada com imagens- A ressurreição (que para os gregos não existia)- Chamam-os de ignorantes- Questiona a cosmovisão dos estoicos e epicureus; eles também são responsáveis diante de Deus e portanto necessitam de arrependimento.- juízo de Deus- Ressurreição (o que os epicureus não aceitavam)
O Objetivo Jesus – Morto, ressureto. Jesus – Morto, ressureto.Resultados Conflito, alguns judeus
acreditam, muitos tementes a Deus
Conflito, alguns judeus acreditam, uma mulher e vários outros.
Notas:
Os Epicureus (fundado por Epicurus [342-270 B.C.].) creram que a realidade
consiste em átomos de material. Assim os homens não têm alma e não há ressurreição.
Não há interação com os deuses. Assim Paulo diz que Deus não está distante. É pecado
e rebelião que afasta Deus e corrupta contato com Deus.
Os Estoicos, fundado por Zeno (336-263 B.C.) também eram materialistas, mas
acreditaram em um "logos" divino, ou Razão, que controla o universo. A tarefa da
humanidade é obedecer esta razão dentre de cada um, e assim se demonstra filhos dos
deuses (Aratas, o poeta citado acreditava nisso como Estoico; Paulo usa como ponto de
contato, refinando a definição). O mundo para eles é cíclico, Periodicamente o
universo se queima e depois começa de novo. Não há conceito de ressurreição. Aceitavam
idolatria como meio de nutrir a chama divino dentro de cada um. Paulo, consciente disso,
manteve a integridade da sua mensagem, separando-a da crença dos ouvintes. Não havia
sincretismo, mas era compreensível pelos ouvintes, tanto que reagiram violentamente. Os
ouvintes sabiam que estavam ouvindo algo de substância.
Paulo pede mudança no centro da religião. Por isso enfatiza a unidade da humanidade
que transpõe a relativa diversidade de culturas. Temos uma natureza em comum. A morte
e ressurreição de Cristo são relevantes a todos os homens (Larkin, 1988:319-21).
(Também, referência a Atos 14: Em Listra houve um mito que Zeus e Hermes
chegaram como homens pobres e foram rejeitados pela maioria. Quem os ajudou foi
honrado. Por isso o povo não queria errar de novo. Também falavam uma outra língua,
por isso Paulo e Barnabé provavelmente não entenderam tudo. Quando entenderam,
contextualizaram sua mensagem (HesselGrave o Rommen, 1989:9).)
“The apostles didn't understand the local Lycaonian language and ouly belatedly
perceived that the mob was about to make animal sacrifice to them as gods. This was
the most extremem cross-cultural situation the apostles had faced. But in each of the
towns of that area, pagans turned to Christ and churches were founded, even where
there were no synagogues. Timothy was a half-Jewish young man won during that tour.
So the apostles proved that cross-cultural evanglism among the most extreme idolaters
was not only possible but greatly successful. When they reported back to the Antioch
church, they all rejoiced how "He had opened a door of faith to the Gentiles" (Gordon Olson,
What in the World is God Doing?, p. 68).”
Anotações do Bertil: "A Importância e o Perigo de Contextualização na
Interpretação das Escrituras" (Trabalho para o Mestrado da FTBSP, 1993).
Apesar do tumulto, o resultado foi unia igreja e Timóteo era dessa cidade (vs 21-22
e 16.1-2). Zeus (Júpiter) é deus chefe e Hermes (Mercúrio) era o porta-voz dos deuses.
“Que Deus permitiu que os povos andassem nos seus próprios caminhos” mostra que é
o agente, o que controla. Controla a natureza também. Bertil conclui:
1.A cura do homem paralítico mostra que o evangelho de Deus é integral, alcança as
necessidades.
2.O claro rechaço às homenagens previniu um sincretismo mais tarde.
3.A mensagem não ora só milagre, mas confrontou com a situação pecaminosa dos
habitantes e chamou de volta da idolatria para o caminho de Deus.
4.Usou natureza e não as Escrituras para sua comunicação, mostrando-se sensível ao
conhecimento prévio do povo.
As Bases B íb l icas da contextua l ização
Os Ensinamentos do Apóstolo Paulo
1 C o r í n t i o s 8 - 1 0
Profª Bárbara Helen Burns
A. Isaías 42:1-12
B. Oração
C. Objetivos: Que o aluno
1. Aprenda por limites na contextualização, baseados na Bíblia
2. Tenha oportunidades de praticar o processo de fazer decisões baseadas na Bíblia
3. Chegue ao ponto de poder aplicar estes mesmos princípios bíblicos de
contextualização numa cultura diferente.
D. Aula
1.Em grupos pequenos preencher o desenho na página seguinte.
2.Numa discussão geral, responder as seguintes perguntas:
a. Citar pelo menos cinco razões pelas quais deve identificar-se numa cultura
(objetivos/razões para contextualização bíblica).
(1)Não causa ao outro tropeço (8:9-13-, 10:32)
(2)Ganhá-los (9:19-23; 10:33)
(3)Não pecar contra o Senhor (8:12; 10:14-24)
(4)Para manifestar a glória de Deus (10:31)
(5)Para a edificação de outros (10:23)
(6)Permitir que Jesus atue através de nós--humildade (8:1-7)
b. O limite de contextualização em 10:14-24 é idolatria.
c. Os dois capítulos não se contradizem porque tratam de situações diferentes.
(1) Ídolo não é nada (8:4) vs ídolo é demônio (10:20)
(2) Pode comer (8:10:23-33) vs não pode participar (10:14-22) (Como encaixa
em Atos 15:29'?)
E. Palestra
Quem pode decidir?
−O que é idolatria?
−O que pode fazer/não pode fazer?
Paulo dava princípios
−Não ser escândalo
−Não idolatra
−Não ter orgulho
−Amar
−O ídolo não é nada! (mas o demônio é (não pode ter comunhão com ele)).
Paulo conhecia bem a cultura - e por isso podia dar diretrizes
Mas a pessoa mesmo tinha que escolher em situações específicas -Na casa dos
outros
−Na compra
−No lugar
−Tinha que discernir o significado para ele e para os outros ao seu redor! Não era
regrinhas; lista de leis
Temos liberdade--mas se não edificar ... (Rm. 14-, GI. 5:13,14; 1 Cor. 10:23)
Para chegar forma numa igreja, evangelizando e ensinando duma forma
contextualizada, Paulo identificava (I Cor. 9:16-27). O missionário que não se
identifica:
−Não edifica (escândalo, ninguém entende, interpretação errada).
−Não é humilde
−Não tem direito de confronto ou de levar à transformação
Perguntas: Como foi mesmo que Paulo fez em I Cor. 9:16-27? Ele estava
preocupado com quê? (sincretismo/obediência)
−Obedecia a lei
−Não obedecia a lei
−Circuncidou Timóteo (At. 16:1-3).
−Não circuncidou Tito (Gl. 2:1-5)
−Fez voto no Templo (At. 21:23-26)
Que significa no Brasil? No exterior? É fácil? ("Esmurrando o corpo")
F. Comparação dom a leitura de Nicholls, cap. 4:
1.Há verdades supraculturais, imutáveis (p. 50).
2.A partir da supracultural há diferenças de expressão (51).
3.Se o centro é Deus Criador e Salvador (45), idolatria é excluída (47).
4.Aplicação no Brasil (47): manipulação de palavras sagradas, legalismo, etc.
5.Há necessidade de confronto, desculturação (48).
6.Paulo conhecia o problema em Corinto (48)--a cultura.
7.Sempre há tensão na interpretação do supracultural e cultural (50).
. . . . .......
I Coríntios 8 I Coríntios 10:14-22 I Coríntios 10:23-33O Assunto Tratado - Se podiam comer carne oferecidas
aos ídolos (8:1,4)- Se podiam ir às festas sociais ligadas com o templo (8:10) (Morris, p. 103)
- Se podiam participar das festas idólatras (10:14-22)
- Se podiam comprar ou comer carne oferecida aos ídolos.
Os atos permitidos - Ao comer – os cristãos tinham liberdade porque não era nada (8:4-8)
- Comprar carne no açougue (10:25)- Comer carne servido numa casa particular (10:27)- Comer carne se ninguém importa
As proibições - Ser escândalo (8:9-13)- Ser orgulhoso na liberdade e conhecimento que tinham (8:1-3, 14-21)
- Participar de idolatria – associar com os demônios (10:14-21)- (Morris, p.119)
- Participar daquilo que não edifica (10:23)- Buscar seu próprio interesse (10:24)- Comer carne se alguém disser que é sacrificada aos ídolos (10:28)- Comer carne se vai atingir a consciência do outro (10:29)- Ser tropeço (10:32)
Os princípios tirados - Comida não tem nada. Não existem outros “deuses” (8:4-6)- Pecar contra o irmão é pecar contra Cristo (8:12)- Deus vive nos fracos também; não podemos desprezar ninguém.- Todas as coisas são de Deus- Zelo para o irmão em Cristo- Cuidar da aparência
- Fugir da idolatria e tudo que está ligado com ela
- Buscar os interesses dos outros- Do Senhor é a terra e sua plenitude (10:26) (as coisas que Ele fez são boas. Comparar com Rm 2:14-14)- Fazer tudo para a Glória de Deus (10:31)- Não ser tropeço- Ganhar muitos- Agradar muitos (10:33)
Aplicação no Brasil
A H i s t ó r i a d a C o n t e x t u a l i z a ç ã o
Bárbara Helen Burns
I.Devocional: Dt 18:9-13
II.Discussão de Nicholls, pp. 7-20
III.Pergunta:
Como ir daqui Para cá?
Como comunicar o Evangelho da minha cultura para
aquela cultura ?
Como comunicar com pessoas onde eles pensam que estão e não onde você pensa
que devem estar?
Não é uma nova pergunta: os apologistas lutaram com este problema. Como comunicar
com os judeus? Romanos? Gregos?
Muitos tipos de modelos de Contextualização na história existiam às vezes totalmente
contraditórios durante a mesma época. Um exemplo é na época das Reduções de
Paraguai quando no norte alguns padres decidiram caminhar junto com tribos nômades,
ou morar nas suas vilas (Luzbetak, 1988:96). Por isso não podemos fazer
generalizações históricas. "Muito menos podemos culpar o passado, pois não podemos
julgar eles na luz do nosso conhecimento e contexto social e cultural, esquecendo que
daqui um pouco será nossa vez de receber a condenação" (Luzbetak, 1988:84).
IV. Um Pouco da História do Desafio de Contextualização
A.Gregório o Grande (590-604) escreveu para Agostinho na Inglaterra no Século
VII. (Ler Conn, p. ix-x em Kraft e Wisely, 1979, Luzbetak, p. 89) Mandou
conservar os templos, mas destruir os ídolos. (Mais tarde, no entanto, o próprio povo
pediu para os templos serem destruídos) Agostinho fez "adaptação" - mudou o
sentido das formas. No mesmo tempo Gregório usava "persuasão" através de altos
alugueis, tortura, prisão para levar a conversão (em Sardínia, não Inglaterra) (Bosch,
1988:223). Agostinho de Hippo realmente começou esta tendência quando concordou
no uso de multas e confisco de propriedade para levar a conversão (Ibid).
A.Bonifácio (672-755) - Confronto ("Encontro de Poder"). Cortou a árvore em Geissmar,
Alemanha. Quando as pessoas aceitaram o poder de Deus, cada uma tinha que fazer
uma renúncia dos seus ídolos, louvor as árvores, prática aminista, etc. Cada um tinha
que responder as seguintes perguntas (Tippett, 1987:260-63):
"Renuncia o diabo?"
"Renuncio"
"E todo salário do diabo'?"
"E todas as obras do diabo'!"
"Acredita em Deus o Pai Todo Poderoso?"
"Acredita em Cristo o Filho de Deus'?"
"Acredita no Espírito Santo'?"
Bonifácio estava pondo em prática Êxodo 34:13.
C. Outros exemplos de confronto:
Ansgar de Hamburgo foi para Dinamarca e Suécia em 831. O primeiro ato missionário
foi declarar que os deuses do povo não tinham poder para livrá-los dos inimigos.
Ele disse:
Your vows and sacrificas to idols are accursed by God. How long will ye serve devils and injure and impoverish yourselves by your useless vows? You have made many offerings and more vows and have given a hundred pounds of silver. What benefit has it been to you? ... If you desire to make vows, vow and perform your vows to the Lord God omnipontent, who reigns in heaven, and whom I serve... If ye seek His help with your whole heart, ye shall perceive that His omnipotent power will not fail you (Charles Robinson, Anskar; Apostle of lhe North, trans. from Rimbert's Vita Anskarii [London SPG, 19211, 39, cited in Rommen and Hesselgrave, 1989:22).
O que aconteceu? O povo aceitou e foram libertos de um ataque iminente. Depois
os missionários continuaram:
Alas, wretched people,... ye now understand that it is useless to seek for help from demons who cannot succor those who are in trouble. Accept the faith of my Lord Jesus Christ, whom ye have proved to be the true God and who in His compassion has brought solace to you who have no refuge from sorrow... Worship the true God who rides all things in heaven and carth, submit yourselves to Him, adore His almighty power (ibid.).
Constantino de Tessalônica também demonstra sabedoria no confronto com Islamismo
em 870 a.C. Foi enviado para os muçulmanos para defender a fé. Uma das conversas
foi assim:
Speak no such despicable blasphemy. How well have we learned from the prophets, fathers and teachers to glorify the Trinity, the Father, the Word and the Spirit, three hypostases in one being. And the Word became flesh in the Virgin and was born for the sake of our salvation, as your prophet Mohammed bore witness when he wrote the following: 'We sent our spirit to lhe Virgin, having consented the She give birth.' For this reason I make the Trinity known to you (Ibid., 24).
Confronto e utilização do conhecimento profundo das escrituras e pensamento do
outro foram importantes métodos missionários.
C.Cirílio (827-869) e Metódicas (815-885) - dois irmãos da Igreja Ortodoxa
que foram para Morávia em 862 ao convite do rei (já existia Cristianismo lá, mas sem
instrução [Luzbetak, p. 90]). Eles traduziram a Bíblia, tinham cultos na língua
comum (contra os princípios de Roma), estabeleceram escolas e ordenaram um clero
nacional. (Metódicas foi preso por vários anos pelos bispos de Alemanha por causa
disto [Cirílio já tinha morrido].)
C.Islândia - no Século XI os islandeses fizeram sacrifícios humanos para se livrarem dos
missionários que tinham chegados à ilha. Os missionários decidiram mostrar que
também eram dedicados ao seu Deus, e os dois líderes se jogaram no mar (e a morte)
dizendo que era como "uma dádiva de vitória ao Senhor Jesus Cristo"! (Conn em
Kraft e Wisley, 1979:xi).)
D.As Cruzadas - no meio do desastre das cruzadas, Raimundo Lull (1232-1316), no
espírito de Francisco de Assis, iniciou escolas para treinar missionários para os
muçulmanos. Tinham que aprender a língua e os pensamentos/doutrina. Os missionários
celtas, Las Casas e outros são exemplos contra o uso da força. (Destruição [que incluiu St
Bernardo de Clairvaux que considerou matar um muçulmano a morte de um "mal", não de
uma pessoa] vs comunicação. Usava o paradigma de Lc 14:23 nesta época!)
G. Mateus Ricci (1552-1610 ) - foi para China. Usou a forma de Confucionismo. Se
apresentou como um homem sábio do Oeste, como um banze da alta classe ou
mandarim. Associou-se com a elite. Aceitou como social os ritos aos ancestrais
(respeito à família). Concertou relógios (realmente era dar corda...) que ele trouxe para lá.
Em 10 anos começou uma igreja em que traduziu Deus como "Senhor do Céu"
e continuou usando o termo "Shery" (Venerável) para Confúcio porque referiu a
qualquer objeto respeitável. (Identificação/engano'?/Contextualização sem limites'?)
H. Roberto Nobili (1577-1616) - nasceu na Roma de uma família nobre, entrou na
ordem dos Jesuítas com 17 anos. Foi para Índia e Goa, onde descobriu quais foram
os costumes que faziam barreiras entre o povo e os missionários. No início
trabalhou com as castas inferiores, mas não entendeu porque só eles aceitavam.
Depois foi para os de altas castas. Em Goa (Português) tinha que ter permissão do rei, só
falar Português, e ir num navio de Portugal. Trabalhou entre paraivas (intocáveis).
Descobriu que eles chamavam os portugueses de "Parangi" - não era
"Português" como ele pensava, mas "aqueles que comem carne, bebem, não tomam
banho, usam sapatos de couro, ignoram regras sociais"! Os missionários, também, eram
Parangi!
Depois disso ele se tornou um "homem religioso" indiano e adotou a maneira de
viver e vestir deles, andando na rua, não comia carne, não usava sandálias de couro,
aprendeu bem a língua, e ganhou milhares de seguidores. Deixou-os manter casta se
não interferisse com o Cristianismo (exemplo de Unidade Homogênea). Não criticou
nenhum traço cultural - nem casta, nem saci [comp. com Carey!].
I. Missões Protestantes em maior parte começaram no fim do Século XVIII. Os
missionários no início não havia dificuldades de identificação, de posicionar-se contra
empresas coloniais (eram até rejeitados por elas). Carey, por exemplo, ou Bartolomeu
Ziegenbalg [1682-1719], o l° missionário para Índia com a Missão Halle-Dinamarquêsa,
estudou Hinduísmo e levou seus conhecimentos para Europa. Ali foi informado que o
trabalho dele era erradicar Hinduísmo, e não trazer superstição pagã para Europa
(Conn, 1984:77). Zinzendorf também tentou adaptar a mensagem para as culturas:
instruiu seus missionários a usarem termos do local e falou que se a maior necessidade
dele era uma agulha, chamaria o Senhor de agulha! (Hesselgrave e Rommen, 1989:26),
1
William Carey é outro exemplo, que organizou uma igreja na Índia, não uma
missão. Ele tinha como alvo principal o treinamento de líderes nacionais para dirigir as
igrejas. Preocupava-se com justiça social, igualdade, amor. O Grupo Serampore disse:
"Another part of our work is the forming of our native brethren to usefulness, fostering
every kind of genius, and cherishing every gift and grace in them; in this respect we can
scarcely be too lavish of our attention to their improvement. It is only by means of native
preachers we can hope for the universal spread of the Gospel through this immense
continent" (Wilbert R. Shenk, Internacional Bulletin Jan., 1990).
As idéias de Carey repercutiram em muitos lugares. Uma revista missionária em
Londres em 1817 publicou o seguinte:
The Christian church must give the impulse, and must long continue to send forth her missionaries to maintain and extend that impulse; but, both with respect to Funds and Teachers, a vast portion of the work will doubtless be found ultimately to arise from among the heathen themselves; who, by the gracious influence which accompanies the Gospel, will he brought gladly to support, as the Christian Church has ever done, those Evangelists whom God, by His Spirit, will call forth from among them (Shenk, Ibid.).
Mas após o Iluminismo, tudo se confundiu. A Era da Razão teve sua repercussão em
missões:
−Confundiram amor com paternalismo. Povos são crianças, os "coitados"
(resultado do evolucionismo, iluminismo, industrialização).
−Confundiram Cristianismo com a cultura anglo-saxão ou germânica (como os
missionários católicos confundiram com cultura ibérica), levando a cultura junto ao
Evangelho. Não apreciaram os valores positivos nas outras culturas como ordem,
família, lealdade, comunidade.
-Eram muitas vezes simples, sem muito preparo (apesar do fato que nas igrejas e
lares a Bíblia era mais ensinada do que hoje)
−Construíram colônias missionárias - como exemplos de vida cristã - e protegidas
pelos poderes governamentais.
-Julgaram pobreza=pecado (até hoje tem este problema nas igrejas?)
−"Cultura" = má ("primitiva" - muito ligado com as idéias antropológicas da época:
"primitivo" era "inferior")
−Tinham motivos mistos (evangelizar, melhorar a sociedade, comércio, plantar
igrejas, amor e compaixão, obediência).
−O "Manifest Destiny", que teve seu ponto mais forte nos anos de 1880-1920 aconteceu
em todas as nações ocidentais (Bosch, 1988:299). Alguns resultados disso eram:
- Aldeias cristãs (Eliott, 1604-90. - Seu modelo foi levado para outros lugares [ler
Mendonça, p. 103, com uma crítica do livro])
- Os convertidos tinham que aprender Inglês
- Todos os aspectos das suas culturas eram repudiados.
- Muitas vezes o missionário controlava tudo, pagava tudo, construía tudo, dirigia
tudo, decidia tudo. (Mesmo quando tinha líderes nacionais, geralmente os missionários se
reuniam separadamente e tomaram as decisões principais).
- Ficaram nos lugares mais confortáveis - o litoral, ou em centros protegidos pelos
seus governos.
- Não tinham o benefício de missiologia, história, etc. Fizeram geralmente o melhor que
sabiam. No meio da sociedade daquela época, eram considerados radicais!
− Abriram novas fronteiras, levaram o Evangelho no mundo inteiro (geograficamente).
− Deixaram exemplos de grandes homens e mulheres de Deus que até agora são modelos
para nós (Carey, Paton, Judson, Nevius, etc.)
−Robert Speer disse: "Não podemos ir ao mundo não cristão diferente do que somos
e com nada mais do que temos. Mesmo quando temos nos esforçado ao máximo de
desentangle a verdade universal da forma ocidenta l . . . sabemos que não
conseguimos" (Bosch, 1988:297, citando Hutchison 1987:121).
V. A História da Discussão
No Século XIX, no meio desta ligação entre "Cristianismo," "civilização," e
"Milenianismo" (não "pré" ou "pós", mas a esperança que os propósitos de Deus logo
iam ser cumpridos através do Oeste), vários estratégias estavam sendo desenvolvidas
para melhorar a situação.
A. A "Igreja Indígena" - se tomou o "mais reconhecido conceito de emergir do
movimento missionário moderno do Século X^X.- (Wilbert R. Shenk, International Bulletin
Jan., 1990).
1 . James, pastor congregacionalista pregou sobre o assunto em 1826: "Leu it be a
great object with us, to render our missions self-supporting, and selfpropagating" Shenk
explicou a mensagem dele dizendo,
...sugeriu que este princípio fora baseado numa observação cuidadosa da natureza humana e a dinâmica cultural. Tão somente alguém indígena à cultura realmente pode entender os costumes, idioma e cosmovisão do seu povo. O futuro da evangelização e desenvolvimento da igreja tem que estar nas mãos daqueles nativos a uma cultural particular. Então, a prioridade no trabalho missionário tem que estar no treinamento da liderança indígena (Shenk, Ibid.).
2. Henry Venn (1796-1873) - Séc. Ex. da CMS (Inglaterra) de 1841-1872, e
Rufus Anderson (1796-1880) - Sec. Ex. do American Board of Cortímissioners for
Foreign Missions (Congregacional/USA) de 1826-1866.
Foram os primeiros a consolidar as teorias quanto a situação geral de "imperialismo"
ocidental ligado com Cristianismo. Legaram que a Igreja deve: auto propagar, auto
sustentar, e auto governar (estas idéias já foram propostas pelo próprio missionário
William Carey!). Depois de conseguir isto, os missionários deveriam ir para outros
lugares e começar de novo. Para esta finalidade eles queriam treinar líderes nacionais
(não usar escolas como meio de evangelismo). O resultado deste sistema chegou ser
chamado da A "Igreja Indígena". Mas houve problemas:
Para preparar os "ministros nativos," Anderson acreditou que os candidatos tinham
que se separar das suas culturas com a menor idade possível, e morar na missão. Devia
durar de 8 a 12 anos. (Anderson acreditou, como os demais, que a cultural Ocidental era
"Cristã.")
Quando uma missão tentou pôr as suas idéias em prática em Serra Leoa, não funcionou por
ser cedo demais (Stephen Neill). Os seguintes problemas aconteceram:
a. Focalizou na estrutura da igreja. Os líderes nacionais tinham que aprender as
estruturas dos missionários.
b. Isto causou Institucionalismo - uma preocupação com detalhes de organização,
ordem burocrática, administração. Apagou a centralidade da natureza da igreja e
elevou assuntos como se a igreja paga salários, etc.
c. Levou ao profissionalismo - clero profissional, pago - elevado e separado.
d. Isto por sua vez criou secularismo - cultivou costumes do Ocidente como
competição, e outros modelos ocidentais. Luzbetak disse,
Contextualization should be more concerned about worshipping, rather than worship. Contextualization should be concerned more about creating a genuinely prayerful "God-is-with-us" and "He-is-risen" atmosphere than about rules governing art, however important such rules may be for himilies, singing, organ playing, or arrangement of candles and flowers. There is something not quite right when the preacher, clioir, or others are more concerned about performing well than they are about worshipping well (p. 383).
e. Assim assumiu uma idéia estática de cultura - uma cultura só (do missionário)
para sempre e para todos!
3. Dr. John Nevius (1829-1893) - uns bons passos a mais!
Um missionário Presbiteriano de Chefoo, China que conhecia as idéias de Venn e
Anderson, mas as levou adiante. Tornou-se cada vez mais descontente com as estratégias
da sua igreja (que ele nomeou o "Velho Plano") de contratar e pagar evangelistas e obreiros,
criando dependência. Construiu umas novas idéias (que chamava do "Novo Plano") que
dispensava esta primeira etapa dos missionários construírem e formar a igreja para depois
colocar liderança local. Resumindo, Nevius construiu seu plano baseado em dois princípios
- estudo sistemático e profundo da Bíblia (que levaria ao louvor, evangelismo e
avivamento) e independência econômica. Publicou o livro Planting and Development of
Missionary Churches in 1885. Visitou Coréia em 1890 e deixou suas idéias que se
tornaram base para um crescimento fenomenal:
a. Cada crente é um mestre e um aprendiz - os missionários também!
b. Cada crente funciona de acordo com os seus dons.
"Laos" no N.T. é "Povo de Deus"--todos (pp. 290-299 de Eternal
Word)
c. O missionário nunca deve ser um pastor, mas com itinerância ajudar outros serem
pastores.
d. Cada crente deve permanecer onde está - no seu trabalho, etc. (sem aldeias) e
testemunhar. Cada crente é um missionário.
e. Métodos e estruturas eclesiásticas devem ser desenvolvidos apenas a medida que
as pessoas do lugar podem tomar responsabilidade do mesmo. Eles tinham que se
governar.
f. A própria igreja deve chamar aqueles dos seus qualificados para a liderança, quem
a igreja podia sustentar.
g. As igrejas tinham que ter arquitetura coreana - feito pelos coreanos dos seus
próprios recursos. Cada igreja era independente da missão. (exemplos aqui
Cianorte, ISBEL, etc.)
h. Tinham que fazer muitos estudos, cursos intensivos (TODOS)
E Coréia hoje? ' Por isso está crescendo! Discípulos de Jesus foram formados,
homens e mulheres de oração! Não oraram para ver crescimento da igreja, mas
oraram pela seu relacionamento com Deus, e a igreja cresceu. Nós queremos imitar, mas
os motivos são diferentes (p/ não falar egoístas e manipuladoras) e não funciona.
4. Roland Allen (1868-1947 11895-1903 na China])
Qualquer interesse nos "três autos" de 1850 foi esquecido no início do Século XX.
Roland Allen, reconhecendo isso, enfatizou o Espírito Santo em vez de dependência em
dinheiro, a missão, etc. Ele foi o primeiro a falar contra a dependência das igrejas fundadas
por missionários. Ele diz, "Paulo começava igrejas, nós começamos missões" (Bosch,
1988:379). Os missionários iam com toda a sua mudança, recursos, $, etc. (Ex. 6
missionários da LMS levaram 868 carregadores para entra na África Central no início do
trabalho! [Missiology Oct.'861) Allen sentiu a necessidade de ensinar as pessoas a
depender de Deus, não dos missionários, nem em termos financeiros, nem
espirituais. Paulo não construiu edifícios (hoje constroem em primeiro lugar, depois
vidas...) mas fazia verdadeiros discípulos.
Allen notou três sintomas de problemas: 1) Nenhuma igreja estava independente ainda,
2) As próprias missões eram dependentes - ainda pedindo dinheiro e recursos
humanos para os mesmos projetos de 50 anos, 3) Os resultados em um lugar
parece como em qualquer outro lugar. Ele disse: "Nossas missões estão trabalhando em
países diversos e no meio de povos diferentes, mas todos se aparecem... Não há
revelação nova. Não há nenhuma descoberta nova de aspectos novos do Evangelho,
nenhum desenvolvimento de novas formas da vida cristã" (Shenk, ibid.). Financiamento
pelos missionários causa muitos problemas:
a. Intrometimento estrangeiro: domínio de fora
b. Envolvimento em coisas materiais
c. Representação errada da razão da existência da missão
d. Pauperização dos nacionais, desde que não tem as mesmas condições. (O missionário
deve viver no nível mais perto possível do povo).
e. Dependência e controle
c.Restrição do trabalho em apenas um lugar
f. Levanta a pergunta: "de quem é a construção'?" (exemplos no Rio, etc.)
g. Novos convertidos têm que ser tão bem ensinados que eles possam com facilidade pôr as
lições em prática.
d.Organização eclesiástica tem que ser lógica e sustentável dentro da própria cultura.
e.A base econômica da igreja tem que encaixar na realidade local, e não depender do
exterior.
h. Os Cristãos tem que aprender disciplina e responsabilidade mútua.
1. A nova igreja deve logo exercer seus dons espirituais para servir e crescer espiritualmente.
(Se o pastor/missionário/professor domina a igreja/campo/sala de aula, os seus
discípulos vão querer ter o mesmo poder. Seguimos nossos modelos - aquilo que
vemos, muito mais daquilo que ouvimos!)
Allen estava preocupado com os ensinamentos da Palavra de Deus quanto métodos
missionários (não com tradições) (É o mesmo problema de hoje -ficamos
impressionados e influenciados facilmente pelas novidades e no mesmo tempo presos às
tradições, sem levar a Bíblia a sério.)
Allen negou a relevância de argumentos baseados em sociologia e antropologia
(como os de Warneck que dizia que os "nativos" eram inferiores, etc.). Para Allen a
Igreja é cheia do Espírito Santo e reforçada pelos sacramentos, portanto o perigo da
autonomia da Igreja não era em heresias ou o caráter dos cristãos, mas no paternalismo dos
missionários. Por essa razão ele encorajou os missionários dar plena autoridade
eclesiástica, inclusive o direito de administrar os sacramentos e a Palavra e de ordenar
novos ministros (Beyerhaus em Kraft e Wisley, 1979:18).
A maioria não acreditava nas idéias de Allen! (Hoje, sim!)
5. Outros: No mesmo tempo houve muitos missionários fazendo trabalhos marcantes
como Frazer, Isabel Kuhn, H. Taylor, Sophie Mueller, Mary Slessor, Amy Carmichael, etc.
B. A invocação para "indigenização" - umas pessoas do movimento conciliar não
aceitaram mais as idéias de "igrejas indígenas." Mudou para "indigenização" em
Willingen, Alemanha, 1952.
Resumo do desenvolvimento das igrejas conciliares/evangélicas:
Eles tinham perdido a China - perdido muitos recursos, hospitais, escolas, etc. Por
isso em Willingen houve muito pessimismo. Sentiram que tinham que reformar o
mandato missionário da igreja. Por isso rejeitaram nesta reunião a importância da
evangelização. A ênfase foi para a ajuda dada às igrejas existentes, sem pensar em criar
mais igrejas. Tinham medo de perder de novo. Também começaram a unir com a CMI;
se tornaram "igreja-centrado" - não centrado no mundo, mas preocupado consigo
mesmo. No meio disto também reconheceram que tinham que preparar as igre jas para
fazer a obra sozinhas . Def in iram, então, " indigeneidade " ou "indigenização"
como:
−Relacionamento com a terra - raízes
−Capacidade de fazer elementos da cultura local cativo a Cristo
−Ministério treinado para o local (e do local)
−Rejeição de colonialismo (já estava passando mesmo)
Com isto começaram o FET (Fundo de Educação Teológico) em 1958-59 em Gana
com o intuito de ajudar instituições de educação teológica no mundo inteiro. Shokie Coe
(Taiwan) e Aharon Sapsezian (Brasileiro de Minas Gerais) eram os diretores.
C. O termo "Contextualização" (para mais detalhes verifica Rommen e Hesselgrave,
Contextualização, cap. 2.)
Em 1972 o FET usou pela primeira vez a palavra "contextualização." Para eles era
algo "autêntico, sempre perfeito, surgindo entre o encontro da Palavra de Deus e seu
mundo..."---> praxis (Coe). Mas para eles a "Palavra" não é a Bíblia; é a interação
contínua, contemporânea de Deus, sem raízes objetivas. As idéias sobre inspiração e
interpretação bíblica nesta época foram informadas em grande parte pela conferênc ia de
Fé e Ordem em Louvam (Bélg ica) . Para e les o contex to contemporâneo
determina o significado do texto. A Bíblia demonstra sua autoridade em submeter-se a um
questionamento recíproco entre si e o contexto contemporâneo.
(Veja Asian Christian Theology, Douglas J. Elwood, ed. [Philadelphia: Westminster,
1976:48-55. Também Missiology, XI, 1 January 1982:95-111 e XIII, 2 April 1985:185-202.)
A influência do Evangelho Social (o Modernismo, que veio da Alemanha) já estava
fortemente instalada no IMC desde o início (Cp Bosch, pp. 319-327 para um resumo deste
desenvolvimento, junto com Mendonça e Valdir Steurnagel).
Para FET contextualização vai além da indigenização em que o contexto se toma a
fonte de verdade teológica. A igreja necessita prestar atenção para os "sinais" dos
tempos, que é a maneira de Deus falar conosco. A Bíblia apenas faz parte da dialética
no processo; faz a Palavra de “Deus audível e inspira a fé” (Hesselgrave, 1994:115).
Outras diferenças são (refere à páginas 17-20 de Nicholls):
− Indigenização - focalizou nos traços externos da cultura, i.e., música, símbolos,
arquitetura, estruturas organizacionais, etc.
− Contextualização - inclui problemas sociais, economia, privilégio vs opressão.
− Indigenização - cultura definida em termos estáticos, imóveis, tradicionais, sem
mudança.
− Contextualização - aprecia a flexibilidade das culturas. As culturas são dinâmicas,
móveis.
− Indigenização - sistemas sócio-culturais são fechados. Quando foram formulados
eles estavam pensando em tribos e clãs isolados, como a idéia da "unidade homogênea."
− Contextualização - focaliza não nas unidades menores, mas nos sistemas
econômicos e culturais globais.
− Indigenização - acontece no campo missionário. Tem uma idéia romântica das
culturas - otimismo, "a selvagem nobre.”.
− Contextualização - vê a mão de Deus e de Satanás em todas as culturas. Pecado e
sincretismo existem em nossas culturas também.
− Indigenização - enfatizou problemas mais superficiais. Era no nível de "como
fazer" - como comunicar.
− Contextualização - estuda a natureza, da comunicação, não só como fazer, mas quais
são os efeitos de comunicação. Como é que a comunicação reflete e muda a cosmovisão
de um povo?
− Indigenização - queria dar autoridade para os nacionais, mas da maneira do missionário.
E era só nas igrejas, não nas outras instituições da missão (hospitais, escolas, etc.)
− Contextualização - inclui outras estruturas também. Queria ser nacional nas bases.
(Veja (i transparência (de Luzbetak comparando os dois.)
Então os movimentos conciliares não usam mais a palavra contextualização. "Diálogo"
é usado pela maioria, significando ajudar os não cristãos serem melhor nos seus próprios
contextos - culturas, religiões, e estruturas políticas. "Diálogo" significa que Deus está
na frente preparando o caminho em outras religiões. Ambos, pluralismo ou extremo
holismo são a base para "diálogo" (Bosch, 1988:486).
D. O uso de "contextualização" pelos Evangélicos
1. Os Evangélicos tinham como pano de fundo a influência de Eugene Nida e
Wycliffe. Nida ensinava que a língua expressa o coração.
Superfície— língua
Nível mais profundo-
-Coração
Ex., na Coréia não usa o pronome pessoal porque Budismo não aceita o conceito de
pessoas como indivíduos. Tudo é um.
Então Nida distinguiu entre forma e significado, criando os dois ternos:
"Equivalência Dinâmica": "Correspondência Formal":-Traduz o sentido -Traduz a forma, sem preocupar com o
sentido(Veja a transparência sobre tradução da Bíblia baseado em Nida.)
Nesta altura o conceito era limitado à língua, tradução da Bíblia para às tribos
indígenas. (Mais tarde Charles Kraft leva as implicações para toda e esfera de vida
transcultural.)
Desafios novos à influência ocidental nos campos missionários, levou a maior
reflexão na área de contextualização (a Teologia de Libertação). A "Nova
Hermenêutica" também teve sua influência: qual a influência da cultura na
compreensão da Bíbl ia? Nos escr i tores bíbl icos? Os evangélicos começaram
perceber os problemas de desconfiança, separação entre teologia e missões, falta de
reconhecimento que a própria teologia do missionário estava contextualizada (não é verdade
absoluta) com influências históricas e culturais. Chegaram a conclusão: na igreja ocidental
também existe sincretismo!
2. Em 1974 em Lausanne I Byang Kato (líder evangélico africano) usou a palavra pela
1ª vez entre evangélicos, enfatizando a transmissão do Evangelho em termos relevantes
à cultura receptora, no mesmo tempo cuidando a não fazer sincretismo. Kato estava
preocupado com a probabilidade que contextualização levaria a distorção do evangelho e
da teologia. Ele construiu 10 fundamentos para fazer contextualização na África.
a. Permanecer com os pressupostos fundamentais de Cristianismo histórico.
b. Expressar Cristianismo no contexto africano, deixando que o Julgue. Não permite
que a cultura tenha precedência sobre Cristianismo.
c. Ensinar as Escrituras e as línguas originais para os homens, para que eles possam
fazer uma exegese correta da Palavra de Deus.
d. Estudar as religiões não cristãs, lembrando que é secundária, como foi para os
evangelistas do Novo Testamento.
e. Fazer evangelismo agressivo, não repetindo os erros dos líderes da igreja africana do
3º Século quando se envolveram demais em discussões doutrinárias.
a. Formar organizações baseadas naquilo em que concordam. Não deve ser "unity
at any cosi".
f. Definir termos teológicos para evitar sincretismo.
g. Com cuidado combater os sistemas não bíblicos que estão entrando nas igrejas.
b. Se envolver em ação social, mas não à custa da evangelização. Conversões
verdadeiras resultam em Cristãos que revolucionizam as suas sociedades.
c. Saber que África precisa dos seus Policárpios, Athanasius, e Martinho Luteros
que estão prontos a defender a fé seja que for o preço.
(citado em Hesselgrave e Rommen, 1989:110-11)
Kato criticou John S. Mbiti (que defende uma contextualização baseada na
cultura) teologicamente e antropologicamente. Ele acusou Mbiti de não pesquisar as culturas
africanas suficientemente e de estar fazendo declarações não verdadeiras (veja pp. 109-110 de
Hesselgrave e Rommen).
O grupo em Lausanne que tratou do assunto de contextualização chegou à conclusão
que formas com significados profundos não podiam ser mudadas (ex. cordeiro, sangue,
cruz), mas formas literárias superficiais não teriam problema. (Veja a transparência sobre
tradução.)
3. René Padilla
Em Lausanne I reclamou que América Latina está sem teologia por causa da
dependência na América do Norte. Recebeu de 2' mão, por isso não há comprometimento com
teologia. É ativista, sem reflexão. Disse Padilla que se precisa de líderes profundamente
arraigados na Palavra de Deus e na sua cultura (justamente o objetivo principal de um curso
de missões!), sorri ignorar o valor do trabalho de teólogos do Ocidente.
Padilla enfatiza a necessidade de arraigara hermenêutica no método histórico-gramatical
para saber a intenção e significado do escritor original.
Contextualização começa com uma exegese profunda do contexto contemporâneo.
Depois levanta perguntas para apresentar ao texto bíblico. O profundo conhecimento do texto
bíblico ajuda responder corretamente e por sua vez fazer perguntas ao contexto
contemporâneo. O interprete enfrenta os pressupostos da sua própria atitude sobre Deus,
sua tradição eclesiástica o sua cultura, mas deve procurar adquirir a perspectiva dos
escritores bíblicos (do homem em comunhão com Deus) o mais possível.
Se a Igreja vai revelar Cristo dentro de cultura, deve primeiro experimentar a realidade da morte de Cristo em relação a cultura , . , Morrendo com Cristo, morremos para nossa própria cultura e então somos capazes de reconhecer com maior objetividade as maneiras em que somos condicionados por ela e também podemos apreciar os valores em outras culturas diferentes (em Kraft. 1979:307).
3. Orlando Costas (Liberating News: A Theology of Contextual Evangelization,
1989).
Sofreu como membro de um grupo minoritário (Costa Rica) nos Estados Unidos
quando criança e adolescente. Afirma a necessidade de teologia, colocando como base
principal dela as Escrituras, e depois a tradição e a experiência. O conhecimento de Deus
depende da fé, da comunhão com Ele e do Espírito Santo que revela Jesus Cristo.
Apesar de afirmar uma declaração evangélica sobre a inspiração bíblica, aumenta
bastante a dimensão humana e cultural do condicionamento das Escrituras. "Isto
significa que para entender, proclamar e ensinar as Escrituras. temos que fazer o mesmo
exame como qualquer outro documento. Temos que analisar criticamente o
condicionamento históricos em que a Bíblia surgiu para interpretar e comunicar
adequadamente sua mensagem" (p. 17). Nisto Costas demonstra que ainda é filho da Era da
Razão. Com que instrumento vamos criticar a Bíblia? Como vamos decidir o que é
condicionado culturalmente e que não é? Que parte vou aceitar como autoridade, e que
parte somente para aquela época?
A contextualização de Costas é o tipo liberacional e cultural. Está preocupado com
justiça social como manifestação de uma fé verdadeira cristã. Sem dúvida é importante,
especialmente num contexto em que as necessidades são agudas e a igreja parece estar
cega quanto isso, mas às vezes se torna uma posição esotérica, só para um elite com
capacidade de oratório, e não uma responsabilidade de cada membro de cada comunidade
cristã. Aceita que Deus tem "preferência" para os pobres, como a posição dos da TL.
Interpreta Isaías 53 como para os cativos de Babilônia, a “expiação” feita para os pecados
de Israel (pp. 92-93).
É por isso que Costas critica severamente vários missiólogos evangélicos. Eles
não confrontam suficientemente pecados de opressão social. Ele fala em uma nota de
roda pé,
Estes modelos (de Kraft, Dayton, Fraser e Hesselgrave) poderiam oferecer alguma ajuda cultural-antropológica, mas são social e teologicamente deficientes. Pois o reino de Deus é uma realidade
compreensiva e tratisformadora; não é nada menos que o poder da nova criação (veja 1 Cor. 4:20; 2 cor. 5:17). Uma evangelização que está interessada em apenas descobrir as necessidades sentidas pelo povo para fazer o evangelho relevante (Kraft) ... é uma contextualização superficial e profeticamente acrílica. De fato, reflete um escapismo em vista cia realidade do nosso planeta má, sob a liderança de principalidades e poderes demoníacos presentes em quase todas as situações humanas (p. 168-69).
Costas exibe romanticismo e relativismo quanto a relação com a cultura em
contextualização. Por exemplo, cita uma oração das missas de quilombos no Brasil: -... O
Deus de todos os nomes, - Yahweh, Obatala, Olorum, Oio... (p. 25). "Este Deus de muitos
Nomes, conhecido aos Africanos e Judeus e feito conhecido aos Cristãos por Jesus,... (p.
26). O sincretismo católico-africano no Brasil é considerado uma positiva expressão de
contextualização.
Em contraste o autor enfatiza em capítulo 6 que a mensagem da cruz não pode ser
compreendida em outras culturas, que sempre é uma "vergonha" e impossível a explicar
racionalmente. "Deus recusa de sujeitar o mistério da cruz - de verdade sua estratégia
para a salvação da humanidade - ao julgamento de sabedoria humana" (p. 105). Assim
Costas mantém algumas das suas raízes evangélicas.
5. Don Richardson - apresentou a idéia da "analgia da redenção." Há restos da
revelação e conhecimento de Deus em todas as tribos. Talvez ele exagera um pouco
em dizer em O Fator Melquisedeque que todas a tribos tem uma crença num deus
criador, e que podemos utilizar estas crenças, usando os nomes dos seus deuses na
tradução de Deus (temos que ver o conteúdo do conceito destes deuses V. No A.T.
Deus não permitiu que fosse chamado de Baal, Moloque, Dagom, etc.). Arthur
Glasser não concorda com Richardson:
It has frequently been noted that it never seemed to occur to the writers of the Old
Testament to make any positive estimates of the polytheistic religions of their neighbors...
Heinz R. Schlette speaks of their regard for other religions as 'extremely negativo' (Towards
a Theology of Religions [New York: Herder and Herder, 1966], 25] and quotes in
support such texts as 1 Kings 11:1-13; Jer. 2:26-28; 10:1-16; Is 40:18-20; 44:9-20;
46:1-7.. Indeed, the gulf between the God of Israel and the gods of the nations is immense.
Emil Brunner dismisses as wholly untenable the popular opinion that the biblical record of
repeated acts of divine disclosure has its parallels in other religions.
...the O.T. contains no serious reflection on what might be called "authentic
paganism. ' Its writers felt no constraint to mount any polemic against the essence of
polytheism or belief in other gods, much less any repudiation of the pagan myths that
clustered around these gods. They merely denigrated with vehemence any thought of divinity
attributed to lhe fetiches representing these alleged nonentities (i.e. Isa 44:9-20)...
... Wilhelm Schmidt produced six volumes (1926-35), Der Ursprung der
Goddesidee, to establish the thesis that monotheism, or the belief in ‘High Gods,’ can be
found in the legends of many primitive peoples. At first scholars were impressed with the
vast amount of data...
... Conservative Bible students were likewise excited. All could now contend that the
existence of poytheistic and animistic religions throughout the world was lhe result of
widespread devolution from the biblical monotheism extant at the very beginning of the
human race, record in Genesis.
On closer examination, however, it became apparent that Schmidt's 'High Gods,'
although characterized by a sort of solitariness, were far removed from approximating
biblical monotheism in any recognizable form. It is rather unfortunate that this
particular application of Schmidt's thesis hás been recently revived and promoted by
Don Richardson... What he unfortunately overlooks is that all alleged evidente for
this on Prime Cause of all is so shrouded in mythology, so dependent on the world
[rather than its Source], and so manipulatable by external forces that no common
ground exists with the biblical God who is supreme over all (Art Glasser The Word
Among us, Dean Gilliland, ed., pp 36-38).
6. Charles Kraft - "Etnoteologia"
Kraft não usa a palavra "contextualização" no seu livro, talvez porque não concorda com
a maior parte das definições dos primeiros a usarem a palavra.
O que ele aceita deles é que a Bíblia pode falar diretamente para qualquer um se
esteja despida das suas formas históricas. Realidade depende da cosmovisão da pessoa e
uma realidade absoluta não pode ser aproximada. O sentido é totalmente separado da
forma (Hesselgrave e Rommen, 1989:59-60). Etnoteologia aceita que há uma teologia
absoluta (supracultural), mas o homem não tem condições de conhecê-la a não ser em termos
específicos culturais. Conhecimento de Deus é "culture-bound". Qualquer cultura é aceitável a
Deus como meio de comunicação. (Considera Lv 18.3-4 e 24-25, 30,)
Assim Kraft dá demasiada ênfase à cultura. A cultura interpreta a Bíblia, não vice
versa, sem a Bíblia transformara cultura. (Veja a transparência do modelo de Lourenço
Rega.) Ele tem uma visão romântica e relativista das culturas (cultura=boa). Don Prive
reclama que sua etnoteologia está sem critérios e limites externos, correndo sério risco de
sincretismo ("Epistemologia e Contextualização: Implicações para o Currículo" [apostila não
publicada]).
Para Kraft a Bíblia é um "livro de casos" inspirado que mostra o processo de Deus
na comunicação, sempre modificando conforme as culturas. O processo começa com
este livro, porém é apenas possível "olhadinhos" para uma Teologia no livro de casos.
A Bíblia é um ponto importante na revelação de Deus (manifesto no fato que ainda
existe), mas incompreensível hoje por causa da distância cultural entre o escritor e leitor. A
revelação de Deus continua hoje através das culturas e é suficiente para salvação sem a
Bíblia (pergunta: porque Cornélio tinha que ouvir a mensagem de Pedro, então?). Por causa
da comum humanidade, da imutabilidade de Deus, o do Espírito Santo (as "pontes
hermenêuticas"), a Bíblia como livro de casos é capaz de trazer compreensão suficiente
para salvação e santificação. Esta salvação para Kraft envolve submissão a Deus,
ou como Abraão (para povos mais ligados a cultura do A.T.) ou como os Cristãos após
Cristo (Larkin, 1988:141, 43-44, 146-47). Não precisa introduzir Cristo para ser salvo.
(Refere a experiência na Colômbia.)
Kraft extrapola do modelo de tradução da Bíblia em que "as expressões culturais, como
as palavras em uma tradução, devem ser locais e não as da cultura bíblica ou da igreja
enviados ou da Igreja universal" (Luzbetak, 1988:80). A Bíblia é uma régua pelo qual
medimos o sentido cultural no contexto; se é equivalente aos casos bíblicos aceitos ou
tolerados por Deus, é aceitável hoje.
On the divine level, this... context in which God discolsed himself to them.
The Old Testarnent contains the record of his 'mighty acts' over more than a thousand years
of history coupled with specific revelations of their meaning. All this took place in the same
ancient world in which the gods of the peoples round about were likewise allegedly at
work on behalf of their devotees. But here the similarity ends, because God's
might acts consistently reflected his character - his holiness and is grace - and they
were always positive, redemptive, and powerful. He never followed the pagan gods
in accomodating hinself to the politically powerful among their devotees, nor to any
'natural' power that may have been latent within his own people. God's exercise of power
was radical, for it was always conditioned on the premise that he had separated his people
from the nations round about and was detemimed to work on their behalf - not primarily
for their sake but in order to magnify his own name among the nations.... [Dt. 4:33, 341]
As a result, our interpretation of biblical texts is built upon the certainty that the
events recoreded in the Old Teatment acutally happened and bear particular
relationwhip to Israel alone. God was concerned with other peoples and acted on their
behalf, but not in the same revelatory sense (e.g., Amos 9:7). Martin Noth contends
that the things that happened in Israel "simply never happened elsewhere" (The
History of Israel, trans. Stanley Godman [New York: Hareper and Row, 1958]: 333-
38]... His contention is that "the central elements of Biblical faith are so unique and
sui generis that they cannot have developed by any natural evolutionary process from
the pagan world im which they appeared [The Old Testament Against Its Environment
{London: SCM Press, 1968, p. 7}] e art Glasser "Old Testament Contexualization:
Revelation and Its Environment," in The Word Among Us: Contextualizaing Theology for
Mission Today, Dean S. Gilliland, ed.Dallas: Word Pub. 19891 p. 35).
Há uma separação essencial entre o A.T. e N.T. Apesar do fato que Kraft ajudou
ajuntar teologia, antropologia e missões, as suas contribuições têm sido prejudicadas pela sua
posição radical quanto a "equivalência dinâmica" em relação toda a ação missiológica, não
apenas na comunicação. (Ler Mirialil Adeney [apostila], Nichols, p. 12, e Conn [Eternal
Word] pp. 168ff, e Robert Ramseyer [apostila].) "É interessante observar que os escritores
do Novo Testamento não modificam a mensagem do Velho para agradar os Gregos e
Romanos" (Taylor e Nuflez, 1989:322).
Para Kraft não há confronto entre teologia e cultura. Kraft não reconhece que em
toda a Bíblia há confronto. Porém Paulo usou termos helenistas, mas para confrontar seus
conceitos. Jesus continuamente confrontava o pecado e a hipocrisia na cultura judaica.
Kraft diz que formas não têm valor nenhum, inclusive guerra, escravidão, etc. Mas
a Bíblia deixa claro que vida e sentido são inseparáveis. Kraft limita a Bíblia àquelas
partes aceitáveis à cultura, nega a capacidade das pessoas de outras culturas a
entenderem algo que não é comum para eles. Isto indica um ponto paternalista e uma visão
estática de cultura.
É evidente também que Kraft aceita a posição de que a Bíblia foi influenciada
grandemente pelas culturas na época bíblica e que hoje não seria diferente. Glasser
combate esta idéia:
... religious syncretism was widespread, ... This has driven scholars to search for
those factors, concepts and practices in the neighboring countries that allegedly shaped
both Israel's religion and her societal structure. It is not surprising that they have
discovered many similarities. Sometimes the parallels are linguistic, which is inevitable
because of the close relation of Semitic languages, But common language does not
automatically mean that extrabiblical material has either significantly informed or shaped
the biblical text. The fact remains that the writers of Scripture never introduced the least
trace of polytheism into the religious literature they regarded as 'the Word of God...
Prophets like Jeremiah contended with attempts by Israel at contextualization. But
their best efforts at contextualization were utterly destructive... He spoke of the
faithfulness of God and pointed with conviction to the certainty of God's ultimate triumph
in history. The false prophets saw only the immediate present and shouted down all efforts
to confront the issue of truth. All which makes painfully clear the reason why evangelical
Christians cannot endorse much that passes today for contextualization. Unlles disciplined
effort is made to submit to the whole Word of God contained in the whole of Scripture,
distortions of truth and deviations from its central concerns will inevitably follow.
Without this, what many herald as insightful contextualizing of theology and praxis will
be finally revealed as wide of the mark. . . .
In a very real sense, there was only one covenant he made with them, and it
provided him with the vehicle for dispensing his grace and fulfilling his promises. All his prophets
from Moses onward were intensely 1oya1 to the witness of their prececessors; and the new truths
they revealed brought changes in worship forms, heightened ethical imperatives and enlargement
of theological understanding, but no radical discontinuity. God's truth remained free from
contradiction because there is only one God (Glasser, em Gilliland, 1989:44. 46 e 49). (Grifos da
Profª).
A base do problema de Kraft é que não acredita que existe a verdade nos símbolos. O
significado existe só nas pessoas. Mas David Hesselgrave (1994:5355) facilmente
derruba este argumento citando Salmo 19.1-4 e Romanos 1.18-20. Há significado no
mundo, nas coisas, o até nas palavras (Mt 5.17-18).
A influência de Kraft é extensa: Robinson Calvacante, Phil Parshall, etc. (Pr.
Salomão refuta a aplicação das idéias dele na evangelização dos muçulmanos por várias
razões: poder demoníaco negado, formas erradas aceitas, muçulmano não respeita este
tipo de identificação, etc.)
7.Bruce Nicholls - Contextualização 'Dogmática""
Um missionário na Índia e membro da Comissão de Teologia da WEF,
Nicholls foi uma das primeiras pessoas a reagir contra a "Etnoteologia" de Kraft, os
outros envolvidos na discussão.
Nicholls descreve Contextualização como "existencial" ou "dogmática". A primeira
começa com cultura; uma tentativa de "desenvolver uma interação entre as perguntas
subjetivas humanas na história e um entendimento existencial da Palavra de Deus. Isto é,
começa com dois relativos e espera descobrir apenas formulas tentativas teológicas na
progressão de chegar a uma síntese de entendimento" (em Stott, 1980:50). Sem um
parâmetro teológico normativo, este corre o perigo de sincretismo e universalismo ( tudo
é a verdade). Acreditam que Deus não se revelou em termos concretos para o homem; a
Bíblia e a teologia são reflexões humanas sobre as ações de Deus no mundo (Bosch cai
nisso?).
A segunda abordagem começa com a Bíblia como um ponto fixo e autoritativo.
Transcende as fronteiras da cultura, apesar de que quer comunicar bem dentro da
cultura. Nenhuma teologia é perfeita devido nossos pressupostos culturais, mas a
medida que buscamos o verdadeiro sentido da Palavra, a influência dos
pressupostos vai diminuindo. "Distancing" não traz a solução, mas sim, se
colocar debaixo da autoridade das Escrituras e ter a ajuda do Espírito Santo para entender.
Contextualização Dogmática é profética, sempre reformando, chamando das trevas
para fé e obediência.
Quanto forma e sentido, "Em sua soberania, Deus escolheu uma forma cultural hebraica
e a transformou no passar dos séculos para seus propósitos, com o resultado que há um
caráter supracultural na sua revelação de si mesmo" (em Stott, 1980:53).
(Veja transparência do resumo de Nicholls.)
8.Marvin Mayers - "Bi-culturalismo"
Para Mayers a Bíblia é absoluta, traz princípios permanentes. A cultura é relativa.
Um Cristão se torna bi-cultural.
9.Alan R. Tippitt - "Encontro de Poder"
Missionário em Fiji, professor em Fuller SWM e antropólogo, Tippett foi o primeiro
missiólogo moderno a frisar o fato de que o missionário vai encontrar o poder satânico.
"Não há diálogo aqui. E uma questão de Cristo ou Satanás" (1987:75). Decisão, recusa,
arrependimento, e libertação são necessários. "Os poucos casos de apostasia (em Fiji)
eram lugares onde os lugares ou apetrechos sagrados não foram destruídos quando os
velhos deuses foram rejeitados" (1987:260). O capítulo sobre "Evangelização dos Animistas"
(1987) é excelente.
Como um dos fundadores do movimento "Crescimento da Igreja", ele enfatiza a
necessidade de movimentos de povos, não conversões individuais, e a "Unidade
Homogênea". Ele interpreta o crescimento da igreja nos primeiros séculos tinha que ter
acontecido em grupos sociais. Ele admite —... estou especulando, mas não vejo outra
maneira de explicar os fatos. . .- (1987:226).
Tem que ter equilíbrio entre teologia e antropologia em missões, ou
sincretismo é resultado. A Bíblia (inteira) é o ponto de referência pelo que missões são
julgadas. Temos que "concordar que a Bíblia fornece o critério para missão, a colocando na
categoria de continuidade e não mudança, há pouca esperança que haverá concordância
sobre a natureza da salvação" (1987:148). Mesmo assim a tendência de Tippett é do lado de
antropologia.
O "substituto funcional” é outra idéia originária com Tippett. Há perigo de deixar
espaços vazios na cultura (ritos de iniciação, etc.), por isso o missionário tem que
preencher com outras coisas que são aceitas biblicamente mas que cumprem a função perdida
(1987: cap. 15).
Outra ênfase de Tippett é a "Revitalização" ou "Movimentos Nativistas", a tendência de
um povo esconder crenças sincretistas por anos debaixo do domínio estrangeiro, até um dia
fazer uma revolução, voltando em parte ou totalmente às velhas crenças. Por isso tem que
fazer crescimento qualitativo Junto com o quantitativo.
10.Peter Beyerhaus - "Possessio" (reafirmando o termo de J. Herman Bavinck)
O missionário seleciona traços culturais aceitáveis no Reino de Deus, como
"logos”, os que são inaceitáveis, e reinterpreta conceitos pagãos para ter sentidos
cristãos.
11.Donald McGavran - "Crescimento da Igreja"
Para McGavran 951/,'(, de cultura é inocente (cp. com Ef. 2:1-3). É o centro do
Evangelho que tem que ser levado a outras culturas (Deus, Bíblia, mandamentos). Ele
considera 4 componentes de expressão cristã:
−Crenças sobre Deus, etc. - "Cristianismo Teológico" - imutáveis
−Sistemas de valores - "Cristianismo Ético" - imutáveis mas expressos de maneiras
diferentes.
−Costumes eclesiásticos - "Cristianismo Eclesiástico" - arquitetura, liturgia, etc.
−Usos e costumes - "Cristianismo de uso de costume" - comida, roupa, cabelos
(grandemente adaptáveis).
McGavran promoveu a idéia do Princípio da Unidade Homogênea. Falou “o
aluno de crescimento da igreja não liga se a igreja tem credibilidade, somente importa se tem
crescida" (citado em Bosch, 1988:159). Bosch acusa McGavran de ser superficial e sem
conteúdo ético. Condena a aprovação de Peter Wagner em concordar que "Domingo é o dia
mais segregado da semana".
12.Luiz Luzbetak - "Contextualização não significa romantizar maneiras locais.
Compromisso do Evangelho é impossível onde há um conflito verdadeiro entre estrutura
cultural e o anti-estrutura do Evangelho" (1988:281). Usa a palavra "Enculturação",
ligado com "Encarnação". (Notas mais completas estão no esboço da matéria —
Contextualização e Missões
12. Sherwood Lingenfelter - "Encarnação"
Missionário para os Yap e professor de Missões em Biola, Lingenfelter descreve
"Encarnação" na experiência missionária como se tomar um bebê e aprendiz, como
Jesus.
Lingenfelter rejeita as idéias de Kraft e Mayers sobre a neutralidade de cultura e o
controle da cosmovisão no comportamento humano.
The issues that so often divide Christian workers are not major theological conflicts or questions of spiritual commitment, but rather the daily routiries of life. Disputes about the use of, mission vehicles, access to mission property, and the use of mission funds seem to be a universal problem. In many places missionaries and nationals have disagreed about how work should be organized, who should be in charge, and whether their partners were doing their fair share. Missionary families are often mystified by the expectations of nationals, and many find themselves feeling either stingy or abused in their exchange relationships with national Christians. In situations where national churches have come of age and missionaries have becorne partners or
subordinate workers to national leaders, disagreements about leadership roles, appropriate authority, and the exercising of authority in the church abound (p. 9).
Para ajudar resolver alguns desses problemas, o autor descobriu o método de "grid
e grupo" para avaliar uma sociedade, em vez de valores ou cosmovisão. Estuda a
estrutura básica em quatro dimensões. Estava preocupada com a translação da cultura do
missionário às outras culturas e também com a contextualização que leva a igreja nacional ao
isolamento e independência da igreja universal porque está balada em sua própria cultura
mais que a Bíblia. Elo cita Andrew Walls em sua idéia de "igrejas peregrinas" que são
efetivas porque os seus crentes recebem instrução fiel da Palavra e respondem com
obediência como seguidores de Jesus Cristo em um mundo hostil (p. 17).
The contradiction between the pilgrim principle, with its emphasis on the universal church and "other-worldliness." and the indigenous principle, with its emphasis on self-support, self-government, and self-propagation in independent "this worldliness," is implicit in all church ministries. Indigenous churches are very common in the history of the church, and seem to be an inevitable product of the institutionalization of the church. Yet the contextualized indigenous church, while a powerful force for spreading the gospel, may become a vehicle of compromise and death. The pilgrim principle, conuecting local believers to the universal church with a vision for outreach to the world, provides a necessary counter-balance. Christians retain a commitment to "bear witness" to the world, without becoming "of the world." The indigenous church without a connection to the universal church and the Word is dead. It becomes so entrenched in its own private vision of righteousness that it cannot contextualize its message to needy people, and has no vision and no outreach (p. 17).
Os valores e estruturas sociais são a "prisão" que segura as pessoas em desobediência.
Cita Rm 11:30-32 e Gal. 3:22.
I reject the notion that culture or worldview is neutral. Analogies such as Krafts's "map" or "a tool for communication and interaction" (Lingenfelter and Mayers 1986:122) are inadequate to capture the pervasive presence of sin in the livas and thought of human beings. Using the tool analogy, culture is more like a “slot machine" found in Las Vagas' gambling casinos than a wrench or screw driver. Culture, like a slot machine is programmed to be sure that those who hold power “win" and the common players "lose"; when or if the organized agenda is violated, people frequently resort to violence to reestablish their "programmed" advantage. Every cultural system brokers power to its members, although the "power" advantage may be held by either individuals or groups. The structures and organizations of cultures are not neutral; people define and structure their relationships with others to protect their personal or group interests, and to sustam or gain advantage over others with whom they compete. Video games provide better analogies to culture than Kraft's "map," because they reflect lhe various power advantages, access to survival resources, and hostile opposition that typify cultural systems (p. 18).
O Evangelho desafia e é transforma cultura. Jesus se encarnou na cultura, mas
começou a destruir e transformá-la. Por isso o povo procurou matá-lo.
Transformation is neither bridging from one system to another, nor transferring a "Chrisitian" system to another place and people. Rather transformation means a new hermeneutic - a redefinition, a reintegration of the lives of God's people (The church)
within the system in which they find themselves living and working. Jesus said, "My kingdom is not of this world." He thus denied the existente of a Christian sociopolitical system, but called for the transformation of his disciples’ thinking and social relationships with others (p. 19).
O missionário, para trabalhar dentro dessas realidades, necessita:
a. Adotar uma perspectiva pluralista do mundo com seus distintivos ambientes
sociais e cosmovisões, reconhecendo que sua cosmovisão e estruturas sociais
não são bíblicas. Temos que descobrir as perguntas e os valores do povo
receptor, tentando descobrir soluções bíblicas. O missionário tem que ser
dirigido por um compromisso firme com a verdade e autoridade da Palavra de
Deus.
b. Compreender a relação entre as forças do ambiente social e cosmovisão. entendendo
como questões de economia e relacionamentos sociais são cruciais na formação
de crenças. O livro pretende ajudar saber como analisar estes relacionamentos.
Pelos óculos de grid e grupo analisa as sociedades de quatro povos.
14 . David Hesse lgrave - "Comunicação"
Define quatro tipos de contextualização
a. Do liberalismo teológico: o "diálogo" levando ao sincretismo
b. Da ortodoxia clássica: é "apostólica". "O contexto é das culturas (largamente)
pagãs e incrédulas. O método é didático - 'ensinando-os a guardar todas as
coisas... Resulta em transformação espiritual daqueles que se arrependem e
crêem, de sorte que vivem as implicações do evangelho" (1994:119).
c. Do neoliberalismo e, da neo-ortodoxia: são diferentes em muitos aspectos, mas
ambos levam a Bíblia mais a séria do que os liberais, ainda sem a mesma autoridade
dos ortodoxos. Aceitam a dialética das situações humanas onde a Palavra é
discernida o entregue. "Seu contexto é o das aspirações e lutas humanas. Seu
método é dialético. E sue resultado é a conjunção das palavras e da obra de Deus
com as do contextualizador, a fim de produzir transformação espiritual e/ou social"
(ibid.). A FET parece encaixar nesta categoria, como muitas expressões da
teologia de libertação.
Verifica o gráfico da continuam destas posições na p. 121.
Hesselgrave se coloca com os ortodoxos clássicos, com umas qualificações. Ele
define contextualização como segue:
...pode-se pensar na contextualização como a tentativa de comunicara mensagem
da pessoa, das obras, da palavra e da vontade de Deus de modo fiel à revelação de Deus,
sobretudo como está apresentado nos ensinos das Escrituras Sagradas, e que é significativo
aos receptores em suas culturas e contextos existenciais respectivos. A
contextualização é tanto verbal quanto não-verbal e está.ligada à teologização; à
tradução, à interpretação e à aplicação da Bíblia; ao estilo de vida encarnacional; à
evangelização; à instrução cristã; à criação e ao crescimento de igrejas; à organização da
igreja; ao estilo de culto - na verdade a todas aquelas atividades relacionadas com a
execução da Grande Comissão" (Hesselgrave e Rommen, 1989:200 citado em
Hesselgrave, 1994:120).
Hesselgrave se preocupa que os evangélicos entendam as várias definições da
palavra "contextualização". "Não é necessário concordar com cada componente de uma
definição, mas é essencial que concorda sobre o critério necessário para uma contextualização
autenticamente bíblica...” (Hesselgrave e Rommen, 1989:35). Contextualização deve
"agradara Deus, confirmar a sua Palavra, comunicar ao mundo, e se comendas ao corpo
de Cristo" (ibid.:38). Envolve o conhecimento da mensagem revelada por Deus e da
audiência.
Em capítulo 10 de Contextualizataion: Meaning, Method ano Models o autor traz uma
comparação interessante entre os tipos de revelação (mito, dos iluminados,
divina e inspirada) com tipos de contextualização que seria apropriada para cada uma. O
Alcorão, por exemplo, como escrito divino, nem pode ser traduzido, pois Alá
transmitiu palavra por palavra sem influência humana. Escritura inspirada inclui a
participação humana. Deus usou a linguagem, cultura, experiência, etc. dos autores
humanos. Mas a Palavra é mais que um produto deles, é de Deus. O próprio Senhor
igualava a Palavra com o que Deus diz. Contextualização tem que ser feito de acordo com
o genro da revelação que a própria Bíblia apresenta. Evangélicos têm errado em tomar a
Bíblia como mito ou escritos dos iluminados, ou escritos divinos (dictation). O perigo
maior de, Kraft e outros é que apesar do Evangélico, ele se encaixa na categoria de escritos
dos iluminados. "O que dá medo não são tanto as conclusões (de Kraft), apesar de que
nos dá muito a pensar. Mais medroso é onde sua visão das Escrituras pode levar outros.
Também, no nível cognitivo pelo menos, Kraft deixa o defensor de Cristianismo quase sem
argumento no encontro com Hindus, Budistas, Taxistas, etc.— ( , 1989:141). [É tudo a
mesma coisa.]
Construções lingüísticas universais possibilitam a comunicação da mensagem em
outras culturas. Envolve discipulado para ensinar (a ajudar o povo construir novas
categorias cognitivas) os significados mais profundos das formas; (como "Cordeiro")
(1989:168). — “... quando uma visão instrumentalista e funcional de linguagem é
levado ao extremo, a ênfase muda de verdades proporcionais para atitudes disposicionais.
O foco tende a mudar da fidelidade da mensagem para a autonomia da fonte o receptor, de
conteúdo para impacto, de forma para função, de aderência ao uso convencional da
linguagem às convoluções do cérebro do receptor" (1989:191).
Hesselgrave faz um diagrama que ilustra sua concepção da resposta aos problemas de
contextualização (transparência). Don Price, a meu ver, melhora o modelo incluindo
conceitos de —praxis" e "ortopraxis" (transparência).
15. Paul Hiebert - "contextualização Crítica (Criteriosa)"
Hiebert, missionário na índia, antropólogo e professor de missões em Fuller SWM
e Trinity, explica que na era colonial e científica, forma e significado eram igual-->imposição
de formas e da cultural Ocidental. Na era positivista e modernista, os dois foram totalmente
separados ---> relativismo e situacionalismo. Nesta perspectiva, a língua é a base da
cultura e outras áreas são entendidas por ela. Divórcio total entre formas e sentidos
leva a um dualismo entre a mente e a matéria. É asocial, mecânico e ahistórico. Sem
símbolos, como podia uma geração passar a outra suas lições (como a Santa Ceia
para os Israelitas). Ele indica a necessidade para "Contextualização Crítica", que sabe
distinguir quando são iguais e quando não são. (Veja a transparência, —A Ligação entre as
Formas e Sentidos-.) Para fazer isto tem que conhecer profundamente o texto e contexto
original, e a cultural receptora (Hiebert, em The Word Among Us, Gilliland, ed., 1989
desenvolve este conceito.) "contextualização não-critica" não reconhece o pecado
individual e cooperativo e cultural e leva ao sincretismo (1985:185).
No modelo do relativismo crítico, o cristão afirma os absolutos de Deus, do
universo que ele criou e da história. Por outro lado, reconhecemos que nossa compreensão
destes absolutos é parcial. Não significa que tais compreensões são totalmente relativas e
subjetivas. Vemos como por um espelho, obscuramente, mas de fato vemos (1989:108s).
Todos recebemos o direito de ler e interpretar as Escrituras, portanto nossa primeira
responsabilidade é permanecer fieis a verdade bíblica. Isto começa comum a exegese
cuidadosa, em que a mensagem da Bíblia é compreendida dentro do contexto histórico e
cultural específico. Nossa segunda responsabilidade é descobrir o significado da mensagem
bíblica para nós em nosso contexto cultural e histórico. Isto é hermenêutica. Apesar da
Bíblia ser supracultural - acima de todas as culturas - tem que ser entendida pelas pessoa que
estão vivendo dentro do seu tempo e tradição (1985:19). Teologia é revelação divina
entendida em contextos humanos, as vezes com —T- e outras vezes com “t”. Um exemplo:
A Teologia Transcultural Supera Diferenças Culturais
16. Harvie Conn - "Descontextualização"
No seu livro, Eternal Word and Changing Worlds Conn traça a linha histórica da
filosofia e sua influência sobre teologia e antropologia. (Veja transparência anexa.) Foi um
dos primeiros a identificar a influência que a missiologia que exalta cultura acima da
Palavra teria. Ele preveniu neste livro que relativismo seria a direção do futuro. William
Larkin descreve a posição do Conn:
Enquanto Conn concorda com a tentativa de Kraft de achar um elo de ligação entre
disciplinas relacionadas, e não concorda com varias coisas. Conn pede uma abordagem
teológica multiperspectiva em que a teologia é cercada e bombardeada com os aspectos
normativos da Bíblia, a perspectiva situacional da cultura e época, e a perspectiva existencial
da nossa humanidade como imagens de Deus. "Não teme relativismo. A perspectiva
normativa sempre esta aí para dar equilíbrio. Abraça relativismo no sentido criativo.
Integrado com o normativo e o equilibrando estão os ângulos situacionais e existenciais"
(Larkin, 1988:26)
O remédio que Conn oferece para o problema de cultura e Bíblia está nas Alianças. “’Pacto’ reafirma a prioridade absoluta e a soberania de Deus, o Criador, que inscripturou a
palavra divina de responsabilidade do pacto que suas criaturas têm que vivência em
circunstâncias históricas concretas.” Quando "as Escrituras interpretam as Escrituras" o
perigo de interpretação moldada pela cultura será afastado (Larkin, 1988:171-2),
Os Evangélicos adotaram o termo "contextualização" para si, com uma
definição nova. Harvie Conn é uma das principais vozes em estabelecer uma definição
equilibrada e bíblica. Para ele cultura tem que se sujeitar a autoridade da Bíblia. (Ler
Conn em Armerding, Evangelicals and Liberation, pp. 104-105.) "contextualização é o
processo da conscientização de todo o povo de Deus sobre as obrigações hermenêuticas da
Bíblia." Todos os crentes são profetas, sacerdotes, reis. E o corpo de Cristo que tem que
entender a Bíblia e pôr em prática no seu contexto. Cada membro tem que "fazer
teologia." Cada um tem que aplicar os princípios bíblicos na cultura. Isto envolve 2
questões:
Como os mandamentos da Bíblia podem ser comunicados de uma maneira
significante para alcançar as necessidades verdadeiras da pessoa e da sociedade?
Como o homem de Deus, como membro do corpo de Cristo, pode viver em obediência
no seu contexto para manifestar o Reino de Deus na sua vida diária e com comunhão com
os santos?
“Descontextualização” faz parte disto - quando a Bíblia julga e transforma as culturas.
Praxis é a chave de contextualização - mas não o praxis da teologia de libertação. É Deus
comunicando conosco e a reflexão do Seu povo sobre Ele. E monólogo - monólogo que
derruba nossas barreiras confortáveis que protege o “estatus quo” da igreja de classe média!
Um exemplo é na Coréia quando o Evangelho confrontou a mentalidade confúcio de não
acreditar em pecado, no avivamento de 1907 foi justamente neste ponto de auto satisfação
que foi central no arrependimento. Quando os missionários não confrontaram as
tendências religiosas de Confucionismo, o "resultado pode ser visto na triste história de
divisões e facções regionais e entre clãs na igreja coreana" (em Stott, 1980:158 e67). (Ler
Nicholls, p. 19, 2 Tm. 3:16 e Rm 16:25-27 [pela Escritura].)
Mais recente Conn resume mudanças na base de contextualização, a hermenêutica. Ele
explica que poucos anos atrás "hermenêuticas" significava descobrir o significado de um
texto. Agora significa "o que significa, ‘significa’?" (1988:21). O livro Inerrancy
and Hermeneutic examina estas mudanças e questões. Para Conn, "Os problemas
mudam: a Palavra do nosso Deus permanece eternamente" (p. 34). Em capítulo 3 "How
Does the Bible Look at ltself` ', Sinclair B. Ferguson, apresenta as razões bíblicas da sua
veracidade e canonicidade. Este autor afirma para toda a humanidade a inspiração,
autoridade, veracidade, e necessidade da Bíblia.
No mesmo livro Bruce Waltke analisa as teorias sobre as tradições orais que
supostamente influenciaram os escritos do A.T. Sua conclusão é que "em análise final,
estas estórias da criação são derivados ou de livre imaginação criativa, ou de revelação. A
Bíblia e o Espírito afirmam que não estamos tratando dom ficção, mas com
conhecimento verdadeiro, e não temos razão que não foi revelado ao contador, que
passou para o Escrito Santo" (p. 135).
No capítulo 11, “Norrnativity, Relevante and Relativism” Conn critica a idéia de
um "círculo hermenêutico", dizendo que há o perigo de confundir "aquilo que é a
verdade para mim" é "a verdade" (p 194). Prefere usar o modelo de espiral, onde há um
progressão em compreensão. E algo em que os próprios pressupostos são moldados
pelo Texto, e assim o Texto é visto em nova luz, sempre aprofundando na compreensão e
obediência da Palavra. Os do "Nova Hermenêutica" são subjetivos, descartando palavras
como "eterno', "permanente", "normativo". Para eles o sentido original do autor está
colocado em segundo plano, o sentido do leitor tendo primazia. O perigo é do leitor
procurar aqueles textos que são culturalmente relevantes para ele, criando um "canoa
dentro de dum canoa" (p. 197). Todo plano de distinguir "o cerne do evangelho", ou aquilo
que é internamente moral, ou o que era somente para o contexto da era bíblica, tem este
perigo. “Se 'todas as Escrituras' podiam ser utilizadas por Jesus para explicar seu
ministério (Lc 24:27), certamente nós, como 'testemunhos destas coisas' não podemos
fazer menos. Condicionamento cultural, grande ou pequeno, não devem impedir as
escribas de Cristo tentar trazer coisas novas o velhas do tesouro da sua compreensão
iluminada” (p. 197).
Para evitar os perigos no espiral hermenêutica, temos que começar com a Palavra, no
seu intento original, com a ajuda do Espírito Santo. Necessita de exegese. Segundo,
temos que entender a universalidade do evangelho. "Cultura não simplesmente dar
ilustrações homiléticas para o Senhor, ou material para espiritualizar. Se torna uma matriz
controlada providencialmente de onde sua revelação vem a nós... Esta história redentora
cria uma fusão entre o horizonte do texto bíblico e nossa" (p. 200).
Em conclusão de capítulo 11, Conn declara,
... a Escritura permanece, sua veracidade inteira e incorrupto pelas culturas em que
originou ou por elas aonde vai. A revelação de Deus pode utilizar nossas culturas, porém
sempre está em posição de juiz sobre elas. O espiral hermenêutica não deve nos deixar
com tontura em uma confusão, mas sempre indo para frente (p. 209).
O último capítulo do livro nos adverte sobre as diferenças entre evangélicos em questões
de hermenêutica:
É a (outra) pessoa ansiosa para ouvir Deus falando e obedecer o que ouve? Se está, as
diferenças sobre interpretação das Escrituras estão em (perspectiva certa). Ou a pessoa
está relutando contra a autoridade plena de Deus, seja que for a direção em que pode levar,
preterindo insistir que Deus se conforme a imagem humana'? 1 Se é isso, o perigo
espiritual é crítico e a discussão tem que se tornar um desafio... Desacordo sobre o
sentido de um texto é uma coisa; rejeição da autoridade divina em favor de autoridade
humana é totalmente diferente (George C.Fuller e Samuel T. Logan, pp. 249-50).
17. Emílio Núñez (Crisis in Latin America: An Evangelical Perspective, caps. 11-13).
Contextualização pode ser usado como um pretexto de misenterpretar a Bíblia. Mas, no
outro lado, contextualização é agora um assunto de estudo sério quase em todo o mundo
teológico. Não é uma onda passageira. . . Acima de tudo, devemos conhecer e usar
contextualização para poder apresentar o evangelho de tal forma que nossos contemporâneos
vejam a relevância desta mensagem para suas necessidades pessoais e sociais (1989:321-
2).
Núñez fala dos problemas de contextualização:
a. Hermenêutica existencial e política, onde o interprete começa consigo mesmo, do
seu contexto, e vai até as Escrituras. É um movimento de psicologia e sociologia à
teologia, e o perigo de sincretismo é grande. Em América Latina há um
"sincretismo sócio-cristão", uma mistura de ciências sociais e alguns princípios
cristãos.
b. Os contextos contemporâneos são levados a séria, mas os contextos históricos
são marginalizados. Tudo que devemos aprender do passado é descartado.
c. Contextualização não-bíblica tira qualquer possibilidade da unidade de igrejas dos
diferentes contextos.
d. Há uma exaltação da palavra de homens acima da palavra de Deus.
e. O interprete injeta seu próprio sentido no texto, em vez de buscar o sentido original
do escritor inspirado pelo Espírito Santo. "E interessante notar que os escritores
do Novo Testamento não mudam a mensagem do Velho para agradar os Gregos e
Romanos. Eles não se submetem a ditadura dos seus contemporâneos. Ambos os
escritores do Velho e Novo Testamentos passam para sua época e para gerações
futuras a mensagem que julga todas as culturas" (1989:322)
f. Desequilíbrio na reação contra missões tradicionais (ex.: do individualismo ao
extremo oposto, tirando a importância do indivíduo; não importar o social, ao
extremo de só importar o social e não o homem espiritual; do exagero sobre a
esperança do porvir ao ponto de nem lembrar mais que temos esta esperança,
etc.).
18. David Bosch (Transforming Culture, 1988).
Não sei onde categorizar Bosch. Os seus pressupostos incluem a crença que "a
prática missionária é totalmente um empreendimento executado no contexto de providência
divina e confusão humana" (:9)!
Ele escreve este livro mostrando mudanças paradigmáticas através da historia de
missões. Para ele uma mudança radical está acontecendo agora, principalmente na área
de contextualização. Usa a teoria de Thomas Kuhn sobre paradigmas, que não
mudam de repente, mas a medida que velhas paradigmas se tornam
inadequadas, novos vão se formando até o momento quando são aceitas pela maioria.
A hermenêutica de Bosch é um passo removido da posição evangélica. Trata o
Texto da Bíblia como apenas dos autores, não das personagens da Bíblia. Tudo é
interpretação do autor, que nem sempre são os que tradicionalmente são aceitos como
autores. Ele fala “Atos... contém muito material... baseado em tradições de
confiança” (:123). A Bíblia é uma interpretação, não uma revelação "(:182). "Os
ditos de Jesus são realmente sobre Jesus" (:182). No mesmo tempo fala que temos que
“...tratar o autêntico texto original com o mais respeito sem sacrificá-lo no altar de
'relevância'.” Temos que ser fieis ao velho texto numa situação nova, tratando Paulo ...
nos seus termos (o mais possível) antes de aplicá-lo, sem usá-lo como texto-prova para
apoiar nosso entendimento predileto" (:171).
Também refuta a idéia que pode trazer princípios da Bíblia para nossa prática
missionária de hoje. A Bíblia "nos inspira a prolongar a lógica do seu próprio ministério em
uma maneira criativa e imaginativa no meio de condições históricas diferentes" (:34). Jesus já
apontou ao caminho à missão quando aceita o gentio e o Samaritano nas suas ações. Paulo
era o primeiro teólogo justamente porque era o primeiro missionário (:124). Temos que
também considerar teologia e missão inseparáveis. 1 Cor 8-10 mostra que cristãos não
precisam 'Se tomar cópias carbônicas um do outro- (:136).
Quanto a teologia, Bosch quase não acredita que há uma Teologia. Cada um tem
que fazer sua teologia, mas não à custa da revelação de Deus através da história de Israel
e em Cristo. Temos que levar seriamente o nosso texto principal - as Escrituras. “Nossas
teologias são parciais, e condicionadas cultural e socialmente”. Não são absolutas. Mas isto
não significa que são relativistas... somente vemos em parte, mas vemos (citando Hichort,
1985:9 na p. 187).
Bosch critica severamente o Iluminismo dos séculos passados, devido a separação e
desintegração que trouxe nos sistemas "científicos" e racionalizados. Para ele o
Iluminismo não funcionou; ainda pessoas não são iguais, não há paz; não há
abundância. O intelecto humano não resolveu os problemas (:274). Porém o próprio
Bosch provavelmente seja um exemplo do Iluminismo em que sua análise é "de
cima", aceitando pressupostos de análises críticas bíblicas. Ele é "ecumênico", critica os
ecumênicos e os evangélicos, e por caminhos ecumênicos chega a conclusões evangélicas!
Ele critica também o movimento de "Crescimento da Igreja", especialmente sua
teoria de "Unidades Homogêneas", a escatologia escapista de Lindsey e o romanticismo e
relativismo de Charles Kraft.
Contra Kraft, Bosch vê raízes profundas do Novo Testamento no Velho; "a igreja
nasce no ventre de Israel" (:96). "Gentios foram incorporados em Israel no Pentecostes - não
judeus na igreja'' (:96). — ... a Igreja não é um novo Israel, mas um Israel maior" (:165).
(Em tudo isso também demonstra sua herança na Igreja Reformada Holandesa.)
Missão inclui arrependimento, perdão, salvação, libertação que leva a comunidade e
comunhão (:117-120). Cultura não é para ser aceita acriticamente. As igrejas são bolsões
de estilo de vida alternativa na sociedade que deve penetrar os mores da sociedade (:153).
Fl. 2:15 d exemplo. Para ele contextualization relativística (Kraft) é – “Contextualismo"
(:497). Há critério para julgar o contexto; temos que tentar achá-lo. É aquilo que é
"divino, verdadeiro e justo" (:498). Mas para Bosch o Texto não tem prioridade; é
"intersujeitivo" (:498).
Bosch combata a PUH (Princípio de Unidades Homogêneas) em vários lugares no
seu livro (pp. 151, 166-168, etc.). A unidade da igreja local é central, apesar de posição,
classe social, ou raça. 1 Cor 12:13; Gl 3:27 e Ef. 3:6, entre outros, provam isso. "Deus
em Cristo nos aceitou incondicionalmente; temos que fazer o mesmo em relação aos
outros. Baseado no pensamento de Paulo é inconcebível que, em uma localidade,
convertidos compõem duas congregações, uma de cristãos judeus que observam o Torá, e
outra de cristãos gentios que não o observam" (:167-168). "Segregação na igreja é uma
negação do evangelho (:172).
Apesar de que não aceita as conclusões da Teologia de Libertação, é desafiado por
e las . Temos que lu tar pe la jus t i ça . Os r icos têm que te r o Evangelho
contextualizado no meio deles também (ou seja, transformação). Lucas desafiou os
ricos abandonar seu estilo de vida e se envolver nas necessidades do povo (:117118).
Filemon (e com ele, sua casa e a igreja que se reunia nela) é mandado aceitar Onésimo
como irmão (:152).
Para Bosch a igreja é missionária por natureza. Pelo estilo de vida, amor e alegria,
ela atrai. Não é separada do mundo, mas traz impacto ao mundo. É uma comunidade de
esperança, o início, uma imagem do Reino de Deus (: 168-169). Por isso "Cristãos
podem combater as estruturas opressivas dos poderes do pecado e morte, que em nosso
mundo clama para o mundo de Deus de justiça e paz, como também os falsos
apocalípticos de política opressiva que se manifestam da direita e da esquerda, tão
somente em contar a esperança que está neles (1 Pe 3:15) e em ser agitadores do Reino
vindouro de Deus; tem que erguer, frente as estruturas agora, sinais do novo mundo de Deus"
(:176).
Bosch combata a euforia e triunfalismo de hoje com a lembrança que missão é feita
com sofrimento e em fraqueza (2 Cor ; GI 6:17; 2 Cor 1:6 e 24, 4:9 e 12, 11:23-28 e 12:9-
15).
Contextualização para Bosch pode ser resumida em sete pontos (:426-432):
a. "Missão como contextualização é uma afirmação que Deus olha para o mundo.” Deus
está preocupado com a humanidade, com justiça, reconciliação do homem com
Deus e com os outros.
“Cristãos descobrem sua identidade na cruz de Cristo, que os separa da
superstição e falta de fé e de todas outras religiões e ideologias: eles descobrem sua
relevância na esperança do reino do Crucificado em tomar posição com firmeza com
aqueles que sofrem e são oprimidos, mediante esperança da libertação e salvação” (ênfase
do autor).
a. “Missão como contextualização envolve a construção de uma variedade de ‘teologias
locais’.” Porém, isto não deve levar a um infinito número de contextual e muitas vezes
mutuamente exclusivas teologias. Entra o perigo de relativismo, não somente para o 3°
Mundo, mas para o Ocidente também.
Bosch enfatiza aqui que há uma teologia universal a ser respeitada. As teologias devem
enriquecer esta teologia e ser informadas por ela.
c. "Há não somente o perigo de relativismo, onde cada contexto inventa sua teologia,
apropriada no contexto específico, mas também o perigo de absolutismo de
contextualização" - algo que chama de "imperialismo teológico".
d. "Temos que olhar para esta questão de outro ângulo, aquilo de 'ler os sinais dos
tempos', uma expressão que tem invadida linguagem eclesiástica contemporânea". Não
podemos ser controlados pelas "ondas" do momento (como Harvey Cox, etc. - os
"secularistas"). É fácil, com orgulho, se colocar como os "profetas" do tempo. O
contexto se torna dominador, sem submeter ao Texto.
e. "Apesar da natureza e papel crucial do contexto, então, não deve ser levado como a
única autoridade para a reflexão teológica." Não existe praxis sem teoria, mesmo
quando a teoria não é explícita. Praxis necessita do controle de teoria.
f. “... estamos destorcendo o debate sobre contextualização se o interpretamos simplesmente
como um problema do relacionamento entre praxis e teoria" Temos que ter também
"poiesis" ou criatividade em imagens e símbolos.
g. “Os melhores modelos de teologia contextual conseguem seguir inteiros dentro da
tensão criativa entre teoria, praxis e poiesis” - ou “ fé, esperança e amor”.
Bosch chama o modelo ideal de "enculturação", seguindo o exemplo de Jesus em
Fp 2, uma profunda identificação cultural, limitada pelo evangelho que é sempre
estranho a cada cultura. Isto leva a “enterculturação” em que todos se enriquecem
mutuamente. Contra provincianismo de o relativismo, missão tem que criar comunidades
dentro da Comunidade (:453-7).
19. William J. Larkin, Jr. (Culture and Biblical Heimeneutics: Interpreting and
Applying the Authoritative Word in a Relativistic Age [Baker:1988).
William Larkin é professor de Bíblia e Grego no Seminário Bíblico e Escola de
Missões de Colômbia, procura analisar os novos paradigmas de hermenêutica e
missão à luz da Bíblia. Analisa o desenvolvimento do relativismo e define os tipos
de relativismo que são:
a. Relativismo Radical - não existe verdade fora do próprio contexto histórico e
cultural da pessoa.
b. Relativismo Moderado - há uma realidade e é possível analisá-la, mas pode
avançar neste conhecimento somente na medida em que compara várias
perspectivas culturais e históricas.
c. Relativismo Histórico - um texto tinha seu significado na época que foi
escrito, mas adquire um significado diferente para o leitor contemporâneo.
d. Relativismo Cultural - valores, significados, práticas são igualmente válidos.
Faz tempo que o relativismo influencia os liberais teológicos. Mas agora
está atingindo os Evangélicos, um resultado em grande parte de certas escolas de
missiologia e de etnoteologia. Cita Francis Shaeffer que denominou a situação "o
grande desastre evangélico" (p. 24).
Alguns evangelicais decidiram que ditos bíblicos sobre a história e o cosmos e sobre
absolutos morais na área de relacionamentos pessoais são todos orientados culturalmente.
Consequentemente a 'Bíblia e feito a dizer somente aquilo que é um eco da cultura corrente
em nosso momento histórico. A Bíblia é torcida à cultura, em vez da Bíblia julgar
nossa sociedade e cultura (Shaetter, 1984:60-61 citado na p. 24).
Na análise da história do relativismo Larkin traça raízes filosóficos e teológicos de Kant
a Schleiermacher, chegando a conclusão que "o conteúdo revelado das Escrituras foi
transformado a ser notícias de experiência religiosa, removendo dos intérpretes qualquer
confiança na sua capacidade de ouvir Deus falar na e pela Sua Palavra" (p. 38). A
credibilidade normalmente dada a Platão e Aristóteles não é dado a Bíblia!
Em seguida os próprios evangélicos, em tentar aproveitar ciências sociais para
missiologia, acabaram abrindo a porta para o relativismo (p. 132).
Quanto o pre-entendimento do tradutor, Larkin cita Gordon Lewis quando pede que
os pressupostos sejam examinados à luz da Bíblia. Isto levaria a um diálogo entre
intérpretes que ajudá-los-ia sair dos seus círculos hermenêuticos.
Lewis propõe uma abordagem hipótese-verificação, em que os dados bíblicos são
aceitos como as fontes principais de teologia e a mente humana é visto como auto-
transcendente, isso é, constituído tal que pode entender e avaliar a veracidade dos
próprios pressupostos A imagem de Deus em todos os povos de todos os tempos inclui a
capacidade de auto-transcendência, discernimento moral e comunicação lingüística (pp. 98 e
101, 226-27).
A tese do livro de Larkin é que a própria Bíblia é a estrutura que providencia a
ponte hermenêutica entre a mensagem do Evangelho pelo tempo e pela cultura.
a. Suas palavras são inspiradas por Deus (2 Tm 3:16).
b. Apresenta apenas um caminho para a salvação para todos e para sempre (At 4.12).
c. É suficiente para saber o que crer e como comportar-se (2 Tm 3.16-17).
d. É eterno (1 Pe 1.25; 1 Cr 16.15; Ex 31.16).
e. É para todos os povos (At 17.30), até os que estão "longe" (At 2.39; Ef. 2.1 1 s).
f. É a régua pelo qual medimos verdade (Hb 4.12-13; Jo 10.35).
g. Foi dada pessoalmente (At 9.4, 10.13, 18.9-10, 1 Ts 2.13).
h. É claro para os que pertencem o Senhor (Jo 8.43-47).
A maneira da Bíblia encarar cultura é importante, pois foi escrito no meio de várias
culturas. Este fato é freqüentemente usado para provar que é presa a cultura. Larkin
analisa os relacionamentos de Deus com as culturas (cap. 13-18).
Quando Deus chamou Abraão, ele o tirou da sua cultura e dele fez uma nova
cultura, diferente das demais (' Ex 19.4-6; 33.16; Dt 4.5-8, 32-40;12.30-31; 2 Rs 17.13)
para ser um canal para alcançar as demais (Is 2.2,4; 11. 10; 42.1, 6-, 49.6, etc.). Afinal
todos os homens têm a mesma herança e unidade (At 17.26). Por causa da comunalidade
todos tem percepções e faculdades intelectuais em comum, fazendo a comunicação possível.
Não existe um abismo impossível da história e de culturas. A unidade é a estrutura em
que Deus ainda comunica com os povos; não é necessário uma abordagem relativística
(ex. batismo na Grande Comissão, Cl 3.11). A mensagem serve para Judeus e gentios
(Ro 10.1 1- 15) e o que foi escrito séculos antes serve para os leitores no primeiro século
(Ro 16.25-26).
A Bíblia reconhece três fontes de cultura: Deus, o homem, e Satanás (p. 201). Deus
se envolveu na criação, não só os valores o cosmovisão, mas as estruturas detalhadas da
sociedade o família (Ef. Riu 13; 1 Pe 2.13-17). Ele comunicou diretamente com o Adão, e
depois para Abraão e Moisés (não eram empréstimos culturais, a não ser a instalação do
reinado, que é uma vergonha, pois queriam algo como as nações vizinhas). Porém a
queda do homem e sua rebelião contra Deus, deturpou esta criação e suas estruturas
culturais (Rm 1. 1 8s, SI 2, 33.10, 46.6; Gn 11.4;5159.8; Rm 8.15; Hb 2.14-15). Estas
estruturas são passadas de geração em geração, desenvolvendo diferentes ramos de crenças
e sistemas sociais e materiais.
A fonte satânica é enganosa de fútil, incluindo filosofia, cosmovisão,
estruturas sociais e políticas (Ef 2.1-3; G1 4.3, 9; CI 2.8, 20; 1 Tm 1.4; 4.1-3, 7; Tt
1.14; 2 Pe 1. 16. Jr 10.1-16). A Bíblia deixa claro que o discípulo de Cristo não pode
servir Deus e o inimigo ou o "mundo" (Mt 6.24; 1 Jo 2.15-17; Tg 4.4).
O homem tema capacidade de questionar estas fontes das suas culturas e declarar
seus ídolos sem valor, aceitando o Deus Criador (Is 40, 43.8-13; Jr 10.116, 14.22,
16.19-21). A cosmovisão cultural não precisa controlar o povo (Is 31.6; Jr 3.11-14;
At 26.18). A sociedade não deve dirigir as práticas do povo de Deus (1 Co 5.1-8), a não
ser naquilo que é excelente (Lc 10.38-41, etc.). Não podemos ser "amigos do mundo"
(1 Jo 2.15-17; Tg 4.4; Mt 6.24; 1 Co 7.31). Temos nossa identidade em Cristo e
cidadania nos céus (1 Co 1.30-31; Cl 3.1-4; Fp 3.20; At 26.18, Jo 15.18; 17.6,m 16).
Somos forasteiros, distanciados ou até contra nossas culturas (1 Pe 1. 17, 2.11, 4.4; Hb
11.9, 13; Ef 2. Jo 15.18-19, Mt 24.9. 1 Jo 4.5-6. 1 Co 1.18-25, 4.9, 13).
Resumindo, Larkin diz,
Deus na criação e salvação relaciona-se positivamente com culturas. Ele pode
incluir empréstimos renovados como parte da sua revelação. Ele chama homens e
mulheres a viver sua nova vida em Cristo dentro das suas culturas, apesar de não
serem mais delas. Deus se relaciona negativamente com as culturas humanas em
julgar tanto o etnocentrismo que promovem e o centro do poder religioso que os
energizam. Ele chama seu povo a substituir os, falsos centros religiosos com Jesus
como Senhor, e a viver como uma cultura que é modelo de Deus, a igreja, no meio das
suas culturas (p 222).
Em capítulo 16 Larkin defende a inspiração e inerrância das Escrituras duma forma
convincente.
a. A própria Bíblia se declara de Deus (2 Tm 3.16-,2 Pe 1.21).
b. Quando Jesus e os escritores do N.T. referem ao A.T. eles falam "Deus falou"
(contra Bosch).
c. Pedro refere as cartas de Paulo como Escritura também (2 Pe 3.16).
d. Dão crédito ao Espírito Santo para o que receberam (1 Co 2.13).
e. Não é “dictation”, mas usando as pessoas, na sua linguagem, Deus falou (Mt
22.42; At 4,25, 2 Pe 1.21).
f. Esta palavra é a verdade, não errada (Jo t0.35, 17.17; Tt 1.2 contra Kraft, etc.).
g. É compreensível pelos homens de diferentes épocas e culturas (Ro 3.9-18: GI 3.7-9
[Gn 12.3], etc.).
h. Por isso a Bíblia é autoridade final em tudo que se trata, não a razão humana ou as
ciências sociais.
a. A Palavra é mais que um documento: tem poder, transforma, é amável (Lc 24.32-1
SI 119.14, 18, 127; 1 Pe 1.23: Hb 4.12).
b.Temos que nos dar com a significância da Bíblia, não só seu sentido (p. 285). É útil,
aplicável.
c. Na sua mensagem, a Bíblia é unida, salvação pela fé em Cristo (Lc 24.44-48). Por
isso os escritores do N.T. podiam utilizar os textos antigos para provar seus
argumentos.
d.Sem o Espírito Santo não podemos discernir a Palavra, então não adianta pessoas
sem ser da Aliança (Conn), ou sem compromisso com o senhorio de Cristo tentar
dividi-la e criticá-la (1 Co 2.14; Mt 22.29).
e. Pecado e orgulho impedem a compreensão da Palavra (2 Co 3.14; 105, 2 Tm 3.8).
Um resultado de poder transformador de Espírito e da Palavra é a possibilidade de
aval iar e mudar os nossos pressupostos. Não somos presos a nossa
cosmovisão e cultura (2 Co 10.5 etc.). O espiral hermenêutico nos leva, com maior
conhecimento da Palavra, a chegar mais perto da verdade bíblica (com Padilla).
A ponte hermenêutica da Bíblia
... consiste em cinco elementos: a linguagem humana, que pode ser usada para
comunicar significado pelo tempo e pelas culturas; um Deus fiel, que fala verdade
eterna e universal e ilumina pelo seu Espírito; as Escrituras, inspiradas e plenamente
revestidas de autoridade, que propõe instruir a humanidade de todas a gerações e
culturas; a humanidade, cuja unidade é mais básica de que sua diversidade; e uma
estrutura histórica, que enxergar toda a humanidade desde Cristo vivendo tio mesmo
período, os últimos dias (p. 304).
Se forma e sentido são separados em grande parte na Bíblia, se a Bíblia foi
culturalmente condicionada, e tenho que descobrir o sentido para minha realidade, então é
possível rejeitar aquilo que não me agrada. A Bíblia se torna um instrumento manipulável nas
mãos dos homens.
Tudo isso não significa que o entendimento das culturas bíblicas é valioso: nos traz
maior compreensão do sentido original (pp. 337s). (Bailey é exemplo também.)
S i n c r e t i s m o
Bárbara Helen Burns
I. Devocional: Tg 1:19-20
I. Resumo: contextualização não é aceitar a cultura; é transformação da cultura em termos
significante para a cultura, e coerentes com os princípios da Palavra de Deus. Envolve
identificação e confronto.
III. Cultura e Supracultural
A. Desenho
C. O centro deve ser o mesmo, e a parte maior. Identificação deve ser com os pontos da
cultura que são diferentes, e confronto deve acontecer no centro. Este "centro" é
definido biblicamente-, não é o "come do Evangelho", mas, sim, o Evangelho todo.
(Ler Nicholls, p. 24, Y parágrafo, Willowbank, p. 40-41)
D. Jesus e Paulo identificaram com os pontos culturais, mas confrontou e ensinou sobre o
centro. Como Conn diz, precisa de contextualização e descontextualização; identificação
e confronto. Idolatria (sincretismo) fere o centro, destrói. Não é cultural, mas
supracultural. Deus afeta as culturas, também Satanás! Não podemos ter uma idéia
romântica ou estática sobre culturas.
E.O centro ultrapassa culturas: é bíblica e histórica. Não devemos negar aos povos o
conhecimento da sua herança cristã através dos Séculos. É imperialismo dizer que este
povo não poderia entender tal forma!
F.A descoberta do centro exige exegese e hermenêutica; como aplicá-lo nas culturas
exige contextualização. (Um exemplo seria C.S. Lewis, Cristianismo Puro o Simples.)
Para conhecer o centro, temos que conhecer bem a Palavra de Deus, e o máximo
possível descobrir os significados originais dos seus autores. Muitas vezes não
respeitamos o sentido original, nem importamos. Manipulamos as Escrituras para dizer o que
nós queremos, usando espiritualizações e outros métodos hermenêuticas errados. (ie.,
Ezequiel 37:11)
1. contextualização deve ser feita:
a. Em termos culturalmente entendidos (Jesus usou imagens de governos,
plantação, templos, atletismo, etc.)
b. Usando sistemas lógicos e processos cognitivos do povo (linear, circular
[como 1 João!]).
c. Levantando questões relevantes (problemas atuais).
d. Usando formas literárias coerentes com a cultura (jograis, poesias, histórias)
2. Os limites da contextualização (Tabor em Readings in Dynamic Indigeneity).
(Levar um povo à obediência e louvor a Deus é o alvo de missões!) A teologia
tem que ser:
a. Bíblica (conforme o sentido original do texto);
b. Certa que Deus é transcendente (Ele não é preso às culturas);
c. Cristológica (Ele é o centro; salvação somente em Cristo, o Cabeça da
Igreja):
d. Profética (transformando a cultura);
e. Dialógica (produzido de e produzindo um diálogo com o povo; começando
onde ele está)-,
f. Aberta para mudança (sempre sendo instrumento de orientação nos variados
problemas e questões que surgem dentro da cultura), levando à maturação:
g. Sujeita ao Espírito Santo (Ele revela e instrui!).
3. Se não há identificação, confronto e transformação, há sincretismo. IV.
Sincretismo
A. Definição: "O sincretismo é a tentativa de reconciliar crenças diversas ou conflitantes,
ou práticas religiosas, num sistema unificado" (Nicholls, p. 24).
B. Tipos de Sincretismo:
1. Sincretismo Teológica--mistura de crenças; envolve conceitos e imagens nas
profundidades da cosmovisão e valores (mais destrutivo).
a. Não toma a Bíblia como autoridade absoluta (relega a outros tempos e
povos/sem temor de Deus)
b. Universalização
1) Idealização--todos vão para o mesmo lugar! (Todos os caminhos levar
a Deus. ")
2) Nada concreto ou histórico (misticismo). (ie., Schweitzer e outros.)
3) Todas as formas expressam a "verdade universal" (ie., Vedas, Alcorão,
Bíblia ---> verdade/pode usar o Alcorão como o A.T.).
c. Complementariedade: A soma total de verdades particulares é maior do que a
expressão de qualquer verdade individual. O consenso ou síntese de
idéias é a verdade (ie. pecado é miséria humana, Diálogo da CMI, Maria é
mão de Deus [misturando com as deusas]).
d. Humanismo e naturalismo; relativismo (Nicholls, p. 27). Absorção progressiva
supracultural absorvida pelo cultural "O sincretismo é a religião normativa
para a humanidade caída. Todas as reivindicações a uma Escritura
autoritária, a uma Encarnação sem igual, a uma salvação especifica, são
progressivamente absorvidas num relativismo cultural" (Nicholls. p. 27). (ie.,
"presença cristã", materialismo, separação entre espiritual/material,
discipulado fraco [não como Jesus deixou exemplo], 1 Cor 7, etc.)
e. Reducionismo: fatos históricos-> generalizações separados dos fatos
(espiritualização do A.T. sobre Israel, etc.).
2. Sincretismo Ético - padrões de comportamento da cultura que são inaceitáveis
biblicamente (ie., adultério, chantagem)
3. Sincretismo Eclesiástico - elementos não bíblicos da religião tradicional que são
incluídos na vida da igreja (ic., posição dominador do pastor na
igreja/governo/ceia e batismo como meio da salvação, etc.).
4. Sincretismo Mítico--mitos tradicionais se misturam com a história bíblica (ic.,
Papai Noel e Jesus na Índia).
5. Sincretismo Cultural--satisfazer necessidades da percepção do povo.
a. Usar todos os símbolos da cultura (mesmo os que ferem princípios bíblicos) --
>fusão (ie, Igreja Católica brasileira, materialismo americana)
b. Forçar outros símbolos que não tem o mesmo sentido (ie., igrejas
brasileiras com governos N. Americanos/púlpitos na África/roupas). (Mas o
problema de muitos que reclamam a falta de contextualização no Brasil (etc.)
é que é uma defesa puramente cultural; não é um desejo jo de poder ter
liberdade de servir e glorificar o Senhor em termos autênticos!)
C. Resultados de Sincretismo:
1. Teologias erradas
2. Movimentos não-bíblicos que no fim servem de vacinação contra o Evangelho.
(Como temos visto na TV!)
3. Movimentos "nativistas" de revitalização
4. Tentar "achar" Cristo numa outra cultura em vez, de levar Cristo aquela mesma
cultura. (Para achar geralmente tem que inventar 1 Lactilerl.)
5. Sincretismo não é somente algo que acontece nos campos missionários. O
Cristianismo do Ocidente também é sincretista em vários pontos (te., ceia,
"show" de culto, etc.)
D. Como Evitar Sincretismo
1. Compreender a cultura profundamente
a. Analisar histórias e lendas, procurando entender a história da crença (ie., Virgem
de Guadalupe é realmente uma deusa espírita)
b. Entender que as culturas têm a tendência de selecionar aquelas partes do
Cristianismo que encaixam na sua forma de pensar e entender. (ie., Totem
de Paz)
c. Entender o sistema de reinterpretação (ic., Jesus "bate na porta" mas em uma
cultura só um ladrão faria isto)
d. Escutar em vez de falar. Observar, perguntar, analisar.
e. Procurar entender maneiras aceitáveis e não aceitáveis de apresentar a
mensagem.
f. Saber comunicar.
g. Reconhecer nossas próprias limitações em entender ao fundo a cultura
bíblica e suas intenções. Nossa compreensão é colorida, tingida pela nossa
cultura e exige esforço para nos aproximarmos da verdade original.
2. Manter a mensagem bíblica inteira no máximo possível.
3. Estar alerto para todas as implicações nas culturas de qualquer mudança (ie,
"Machados de Aço")
4. Confiar no Espírito Santo para discernimento.
5. Ensinar a Bíblia profundamente
(Dr. Ebbie Smith, "A study Guide for Missionary Anthropology" pp. 53-55)
6. Manter intercâmbio com a comunidade da Igreja, do presente e do passado.
Tradução da Bíblia
1.Salmo 106:24-38 (Sincretismo, não acreditar na Palavra de Deus, culto ao Baal)
2.Tradução da Bíblia
Tradução da Bíblia depende da hermenêutica. Há perigos. Nicholls diz que "A
questão preeminente agora é da hermenêutica e das perguntas levantadas pelo
condicionamento cultural da nossa compreensão teológica" (p. 31). Sturz levanta os
perigos da hermenêutica contextualizada sem limites que:
−Defende o status quo
−Não cumpre a tarefa da transformação
−Não admite que não há muitas igrejas, muitas teologias, mas um "novo homem"
Sturz diz, "Exige-se um compromisso com a cultura sem conformar-se" (I Cor.9:19-23).
As Escrituras são normativos para a vida – no meio de culturas caídas
Sem parâmetros temos sincretismo:
a. Cultural
−Sem discriminação de símbolos e forma
−Forçando símbolos e formas estranhas
b. Teológica
−Sem tornar a Bíblia como autoridade final, misturando crenças (ie-"o pecado =
miséria humana)
-deixando que a cultura absorver Cristianismo.
Tem que manter o Evangelho íntegro, sem misturar costumes do missionário/sem
misturar costumes não bíblicos do receptor
O que é o Evangelho íntegro?
Como descobrir = Exegese;
Como definir = Hermenêutica (Interpretação)
Como aplicar o Evangelho íntegro = contextualização
PRINCIPIOS DE HERMENÊUTICA
1. Humildade, compromisso, submissão (estudo subjetivo)
2. Estudo objetivo--reflexão, estudo profundo, sentido original.
3. A comunidade interprete em conjunto (hermenêutica não é individualista). O Espírito
Santo dá dons ao corpo de Cristo, que tem dimensão histórica.
4. Feito no contexto da missão ao mundo--se não a teologia é sempre truncada e etiópica!
PRINCIPIOS DE CONTEXTUALIZAÇAO
(veja Contextualização, Rommen e Hesselgrave, cap. 12 para mais informações.)
A. Entendendo o texto dentro do contexto original:
1.Qual o significado original no contexto original?
2.Que tipo de literatura é? (Seja fiel ao texto, não usando o texto como "texto prova".
Veja Bibliotheca Sacra, [Jan-March, 1990], pp.3-5).
3.Quais informações são implícitas? (Temos que conhecer o máximo a cultura
original para descobrir isso, e se não é explicito na cultura receptora, tem que se
tornar explícito [The Word Among Us, Gilliland, ed., pp 148s1.)
B. Entendendo o contexto receptora:
1. Usando termos culturalmente entendidos:
−Imagens, categorias certas (ie. Ap. 3:20. Gerson Salete em Senegal diz que uma
tribo cuspe nas pessoas para abençoá-las, como nenês, etc. Como mudar o
significado de que cuspiram em Jesus'?)
−Linguagem certa
−Símbolos certos (ie. branco como a neve)
-ilustrações certas (ie. Jesus usava governos, plantação, etc.)
2. Usando sistemas lógicos adequados – “processos cognitivos” -intuitivo/linear/circular,
etc.
2. Aplicando-a 'as questões relevantes
3. Usando formas literárias adequadas--poesias, historias, jograis, etc.
4. Não aumentando ou omitindo nada. Fidelidade ao sentido, ou histórico ou didático,
toma precedência sobre a dinâmica (Beekman e Callow).
O PROCESSO DA TRADUCAO E O USO DE — “ EQUIVALÊNICA DINÂMICA”
Dra. Francis Popovich (na reunião da AMTB em Brasília, 1989) diz: "O que é
traduzir" É fazer passar uma mensagem de uma língua para a outra, é
'transmitir o significado exato da mensagem original, usando-se a construção
gramatical e as expressões idiomáticas que são naturais na língua receptora'
(Katherino Barnwell, 1979, p. 7). 'O alvo do tradutor é fazer o povo entender a
mesma mensagem que os ouvintes da mensagem original entenderam–(Ibid., p. 38).
“As formas são óbvias, pois nós as percebemos com os cinco sentidos:
são objetos, gestos, cheiros, sons ou comportamentos. Quando elas pertencem às
nossas próprias culturas, entendemos o que elas significam e para nós não há nenhuma
diferença entre a forma que observamos e aquela realidade que ela indica.
O significado é invisível porque está na cabeça. O observador forasteiro
não sabe o que uma forma significa para pessoas de uma outra língua e cultura.
Às vezes uma forma parece com uma forma que o forasteiro conhece, porém,
poderia ter um significado bem diferente. Entender esse fato é muito importante
quando traduzimos. As palavras que soam iguais podem ter sentidos diferentes.
As estruturas também podem parecer iguais e ter significados ou funções diferentes.”.
Equivalência Evita confusões culturais
−Rm. 14:7--p/alguns africanos é magia negra que faz morte
−Dragão em Apocalipse p/orientais=boa sorte
-sangue vermelho lava p/branco? Como?
−Roupa branca p/alguém é luto
−Porta--para nós="entrar", para outros="barrar a entrada"
COMO AJUDAR EM SITUACOES ASSIM?
1. Princípios de tradução o contextualização
a. A forma pode ser modificada se não alterar o conteúdo. Exemplos:
1) Nomes próprios --Mary----Maria (transliteração)
2) Formas gramaticais (estruturas morfológicas)
-masculino/feminino (os bantus têm 12 formas)
-posição de verbos (Alemão!)
-negativo duplo -- "não tenho nada ("I don't have
nothing?)
3) Usos do retórico--paralelismo, ironia, hipérbole, perguntas retóricas:
- Rm 8:31-35—quem os condenará (ninguém)--é inferência
(subentendida).
- ênfases--I would not have you, ignoram, brethren! (Rm 1:13 em
Inglês), "nós" para alguns é inclusivo ("você e eu) e outras vezes é
exclusivo ("eu e os outros e não você")
-Atos 5:3: 2:7-8
4)Poesia (difícil)
5)Figuras de linguagem
−Deve traduzir o sentido e o impacto--o autor original usou para trazer
impacto--emocional ou intelectual. Exige exegese cuidadosa do texto.
(ie. Lc 13:32: "raposa" que para os Cuicatecox de México, significa
homossexual, ou para os Zapotecas que ele chorava constantemente,
ou para os Otomi que era ladrão de galinhas, ou para os Maxalçali que
Herodes tinha cabelo vermelho, [traduziu para o Navaio, "coiote etc.;
"Toma banho!; "porta" em uma cultura significa barrar, entrada em
vez de permiti-la. [Usaram "portal".] TC=o homem todo [At 5:91]
"pão"=alimento, etc.).
6)A estrutura do discurso--narrativo/descrição/argumento/ diálogo - ie. A Poesia e
o Camponês posição dá sentido no chíasmo
-Conversas de Jesus e outros como Jô.
7)O gênero literário--biografias/cartas/poesias/apocalíptico
−Neemias 4: 10 (BLH cp com Autorizada)
O TRADUTOR NAO E EDITOR! Não é melhorar o original, mas refletir sobre o
original com cuidado. Quando o escritor não escolheu explicar mais um assunto, o
tradutor não pode (ie. João 1 :1).
b. O conteúdo tem que ser mantido --sem aumentar; sem diminuir
1) Eventos históricos --especialmente os com significado religioso,como
circuncisão, cruz, batismo, cordeiro (pode usar anotações em baixo)
2) Eventos históricos sem significado religioso
-Davi--não pode pôr que ele dançou de calção/ou que
-Abraão matou uma vaca, não uma ovelha
3) Eventos/objetos figurativos/ilustrações com raízes na história
-Sangue (contra BLH)--significa morte sacrificial, não apenas "morte." A
teologia do tradutor não pode entrar, especialmente quando os autores usaram
especificamente "sangue" (quando podiam ter usado "morte") em tantos
lugares. (O tradutor não pode editar.)
-Batismo (Mt. 28:19-20, história de Jesus e o N.T.) e a ceia.
4) Eventos/objetos figurativos/ilustrações
-Pode aumentar no texto uma palavra que esclarecesse como Salmo 23,
"ungir minha cabeça c/óleo me fazendo bem-vindo”.
Gen. 49:9 Judá é um leão ou como um leão
Lc. 22:42--"este cálice de sofrimento"
-No Canadá quando o missionário quis substituir cavalo para ovelha--eles
não aceitaram e chamaram-no de paternalista! (Nida, p. 55)
5) Nomes próprios
-Não pode chamar "Pedro" de "Rocha", mas pode chamar Peter, Petrus,
etc.
-Respeitar as pessoas--se nós podemos entender, eles também. Nós temos que
estudar para entender, eles também.
(Conceitos tirado do livro Meaning Across Culture de
Eugene Nida e William D. Reyburn, Orbis Books, 1981.)
Não pode adaptar
Mais Adapta-bilidade
Resumo de Contextualização
de Bruce Nicholls
CAPITULO 1: Fatores Culturais e Supraculturais na Comunicação do Evangelho
Problemática:
1. Comunicar sem entender a cultura receptora
2. Comunicar sem entender as influências da própria cultura do comunicador (ambos
alteram a mensagem).
Resultado: RESISTÊNCIA (por causa da ameaça cultural ou pela maneira estranha
apresentada pelo comunicador) (p. 9).
Solução : maior sensibilidade cultural para que o Evangelho possa tocar e transformar as
áreas mais fundamentais da cultura. "Haverá um movimento progressivo em direção a
uma 'cultura cristã' que refletirá tanto a universalidade do evangelho e a particularidade
do meio-ambiente humano" (p. 12)A cultura não é neutra--reflete o conflito entre o Reino
de Deus e o império das trevas, duas realidades supraculturais. . O Evangelho não é
hóspede da cultura – é seu juiz, e redentor (p. 13). O missionário tem que entender que
desde a Criação e a Queda há traços da imagem de Deus, e do pecado, e cada pessoa e
cultura (p. 14). Satanás é o príncipe deste mundo o estraga a imagem de Deus onde e
quando puder (Ef. 2:103). Por isso todos necessitam do Evangelho.
CAPITULO 2: Padrões no Movimento da Contextualização para o Sincretismo
Indigenização ---- Contextualização
Diálogo (CMI)----Marxismo, ação social (revolução). (Os Evangélicos estão
envolvidos em questões sociais porque são de importância Bíblica, mas Evangelismo
tem prioridade, como tem na Bíblia.)
Modelos de Contextualização (p. 201)
1. Contextualização cultural (existencial)
-cultura em Y' lugar
-"etnoteologia"
−relatividade do texto bíblico--"teologias bíblicas."
-condicionamento cultural da Bíblia e do missionário (é a verdade se o missionário não
reconhecer a mistura de cultura com princípios bíblicos, pode ser “devastadora” (p.
21)).
2. Contextualização teológica (dogmática--baseada no "dogma" ou verdade da Bíblia--
desenvolvida mais no cap. 3)
−teologia em V lugar
-preocupação com cosmovisão e valores (não costumes mais superficiais) ... começa
com uma teologia bíblica... cuja compreensão dogmática é contextualizada numa
determinada situação cultural" (p. 20). As influências culturais na Bíblia foram
controladas por um Deus Soberano (p. 21).
3. Sincretismo:
Cultural:
−fusão (o uso acrítico de símbolos e práticas religiosas, ie. o "consumismo do
Ocidente, a mistura com espiritismo da Igreja Cat. Romana no Brasil).
-imposição de fora de formas culturais de convicções religiosas (P. 25).
Teológica:
-a Bíblia sem autoridade--culturalmente condicionado, confundindo o supracultural com o
cultural
−universalização da fé--reducionismo (ie., o "Jesus histórico" - uma idéia, não uma
realidade concreta).
−todos têm a verdade--"a coma total de verdades particulares é maior do que a
expressão de qualquer verdade individualmente," levando a síntese (p. 27).
- absorção progressiva pelo naturalismo e relativismo
CAPITULO 3: Compreendendo a teologia Bíblica
1. CMI--"Teologias Bíblicas"--cultura 1`, existencialismo, subjetivismo,
condicionamento cultural da Bíblia, sem linha divisionária sólida entre os escritos
canônicos e não canônicos. Autores hoje são inspirados também; todos são influenciados
pelos seus pre-entendimentos.
2. Movimento Evangélico--A Palavra é inspirada, inerente, autoridade: hermenêutica
certa é essencial; Deus é soberano no escrito da Bíblia, a Bíblia é transcultural,
supracultural.
3. A formação dos nossos pré-entendimentos
a.Fatores supraculturais--conversão, senhorio ou rejeição de Cristo, humanismo, etc.
b.Fatores ideológicos: cosmovisão e o sistema de valores do interprete.
c.Fatores culturais: influência das instituições e dos costumes da sociedade.
4. Reformando o pré entendimento dos próprios evangélicos
a. O pre-entendimento que o evangélico reconhece supõe que a Bíblia tem uma
autoridade sem igual, outorgada por Deus, que transcende nossa experiência nela.
b. Embora o uso de certas frases tais como infalível, inerrante, autografo,
os evangélicos crêem que por detrás delas há verdades supraculturais que são
inerentes à própria Palavra de Deus.
c. A autoridadade da Bíblia é derivada da autoridade de Cristo
d. O evangélicos crêem que este pre-entendimento é um ato de fé conseqüente da
aceitação de Cristo como Senhor.
PRINCIPIOS HERMENEUTICOS PARA ENTENDER A TEOLOGIA BIBLICA
1. O princípio de um estilo de vida marcado pela fé como compreensivo
2. O princípio objetivo-subjetivo de distanciamento do texto e da identificação com
ele -processo bidirecional: interprete ----Palavra---cultura do receptor
-julga sua cultura......bem como a dos seus receptores.
3.O princípio da vida do corpo da comunidade cristã
4.O princípio de visão do mundo
A PROVIDENCIA SOBERANA DE DEUS NO CONDICIONAMENTO CULTURAL DA
BIBLIA
1. Os evangélicos reconhecem a conexão entre o evento bíblico e interpretação
2. Deus na sua soberania escolher uma cultura Hebraico semítica através da qual revelou
sua Palavra (Abraão)
3. Através de Abraão e seus descendentes governou uma cultura transmissora que
refletia a interação entre o conteúdo supracultural e a forma cultural (Jesus Cristo nasceu
Judeu).
4. O A.T. reflete a interação profunda entre a Palavra supracultura revelada e a vida
cultural dos hebreus e das nações em redor.
5. A historia dos judeus indica a soberania de Deus preservando a Palavra dele contra o
condicionamento corrupto do culto pagão
6. Na era do Novo Testamento, os escritores bíblicos escreveram dentro arcabouço
cultural hebraico.
CAPITULO 4: A Dinâmica da Comunicação Transcultural (Conclusão)
O comunicador (ainda com conhecimento imperfeito da Palavra, mas
sempre crescendo e aprendendo pontos de contacto, etc.) cultura (alienada de Deus)
desculturação (denúncia de traços não Bíblicos, e a renovação de traços bíblicos e
neutros).
O ponto de partida tem que ser de "dentro do círculo da fé e da dedicação à auto-
revelação de Deus em Cristo" (p. 44). A cultura não pode ser o ponto de partida; assim
toda relevância e autoridade da Bíblia se tornam nulos (leva a "um beco sem salda").
Isto não significa que não pode ter "pontos de contactos," ou pontos em comum de
onde pode estabelecer relacionamento.
Deus como Criador-Salvador trino resolve problemas de idolatria e leva ao
conhecimento da soberania de Deus.
Desculturação (p. 48) faz parte da contextualização. O autor repete sua preocupação
com "etnoteologia" na página 48, "O evangelho julga a totalidade da cultura e não apenas
uma parte dela, destruindo o que é contrário à Palavra de Deus e criando de novo aquilo
que é fiel à revelação universal que Deus deu à humanidade."
"Sempre há uma tensão dinâmica entre os universos supraculturais da igreja, que
todas as igrejas pelo mundo afora têm em comum, e as variáveis culturais peculiares a cada
igreja nacional" (p.50). Esta tensão criadora tem que ser mantida entre a
"correspondência formal" dos universais e a "equivalência dinâmica" dos variáveis culturais.
"Sem os princípios formais da correspondência da Escritura, não é possível fazer
julgamentos corretos sobre os valores destes fatores culturais variáveis. O princípio da
equivalência dinâmica é necessariamente subjetivo. No curso da história da igreja, a
acomodação a acréscimos culturais e o provincialismo têm destruído a vida de muitas
igrejas. A igreja local ou nacional nunca deve ficar cativa à sua própria cultura" (p. 51).
Humildade é básica em tudo isto. Contextualização tem que começar com o
missionário!