2 / novo / natal, domingo, 29 de maio de 2016 geral curtas ... · a cultura do estupro o estupro...

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2 / NOVO / Natal, Domingo, 29 de Maio de 2016 Geral Edital de Intimação. Eu, João Batista Guimarães – Oficial do 1º Ofício de Registro de Imóveis, títulos e documentos da Comarca de Currais Novos/RN, na forma da Lei, etc.. Faz público, para ciência dos interessados, em cumprimento do disposto no art. 26º, § 4º, Lei 9.514/97, vem intimar o Sr. Wellington Fabio Maciel da Silva, CPF: 08.304.074-99 e sua companheira com quem mantém união estável, a Sra. Jucileide de Melo, CPF: 870.123.914-72, residentes e domiciliados na cidade de Currais Novos – RN, à Rua Vigário Manoel Joaquim, nº 051, Santa Maria Gorete, CEP 59.380-000, por não terem sido encontrados no endereço acima citado, para fins de cumprimento das obrigações contratuais, relativos ao contrato de financiamento imobiliário, por Instrumento Particular com Força de Escritura Pública de Compra e Venda com efeito de Escritura Definitiva de Compra e Venda de Financiamento Imobiliário, Alienação Fiduciária em Garantia e emissão de Cédula de Crédito Imobiliário e Outras Avenças – Cédula de Crédito Imobiliário – CCI – série 2011, nº 1903, Garantido por Alienação Fiduciária com a credora Brazilian Securities Cia de Securitização, inscrita no CNPJ/MF 03.767.538/0001-14, com sede na Avenida Paulista nº 1374, 6º andar, São Paulo/SP, referente ao imóvel situado a Rua Vigário Manoel Joaquim, nº 51, Bairro Santa Maria Gorete, CEP 59.380-000, Currais Novos/RN. Registrado sob matrícula nº 6209, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Currais Novos/RN. Assim, procedo a intimação, para que vossa senhoria, dirija-se ao Cartório de Registro de Imóveis e hipotecas, títulos e documentos de pessoas jurídicas, localizado na Av. Cel José Bezerra, nº 203, Centro, CEP: 59.308- 000, Currais Novos/RN das 8:00 as 17:00, nos dias uteis, no prazo de 15 dias, contados da data da terceira e última publicação deste presente edital, ficando cientificados, que o não cumprimento da obrigação, no prazo estipulado, garante o direito da consolidação da propriedade, do imóvel, em favor da credora fiduciante, mencionada anteriormente neste, nos termos do art. 26, inciso 7º, da Lei: 9.514/97. Dado e passado nesta cidade de Currais Novos/RN. Aos dez de maio de dois mil e dezesseis (10/05/2016). João Batista Guimarães, Oficial de Registro Geral de Imóveis. Para Heloisa Buarque de Almeida, professora da USP, a sociedade precisa educar os meninos a ser amigos das meninas Antropóloga analisa a cultura do estupro O estupro coletivo sofrido por uma adolescente de 16 anos no Rio levantou uma questão: vivemos uma cultura do estupro? Quem responde a pergunta é a professora de Antropologia da USP Heloisa Buarque de Almeida, que coordenou o programa USP Diversidade quando vieram a público os casos de estupro na Faculdade de Medicina. Hoje ela participa da rede Não Cala. Nós vivemos numa cultura de estupro? O que isso significa? Para entender o que isso tem a ver com o Brasil, é preciso pensar no tipo de produção cultural que a gente tem, que por um lado naturaliza a desigualdade entre homens e mulheres e por outro torna as mulheres objetos e traz a ideia de que o homem não consegue se conter. Como se o homem fosse uma espécie de bicho descontrolado. O que não é verdade porque, se fosse assim, todos os homens seriam predadores sexuais. Um caso clássico é o de uma propaganda de cerveja do carnaval do ano passado que dizia "deixei o não em casa", que sugere que a mulher diz ‘não’ , mas no fundo quer dizer ‘sim’ . As pesquisas com violência contra as mulheres mostram que o estupro é muito mais comum do que a gente imagina, acontece de modo muito mais corriqueiro. Estudo recente do Ipea calculou que 10% a no máximo 30% dos casos são de fato denunciados. Isso porque vivemos numa sociedade que nutre a ideia que se uma menina denuncia um estupro, a primeira coisa que acontece é cair a culpa sobre ela. Sabem que vão perguntar: mas você estava bêbada ou de minissaia. Isso é naturalizado em várias produções culturais. Temos músicas que descrevem cenas que parecem estupros e tocam como se fosse normal. Muita gente tem dito: em vez de ensinar a menina a não ser estuprada, tem de ensinar os meninos a não estuprar. É só uma questão de educação? A primeira coisa que tem de acontecer é punir os agressores. Hoje pune- se muito pouco esse tipo de caso. Muitos dos BOs que fizemos de casos na Universidade de São Paulo nem sequer foram investigados. Mas não basta punir. Educação é fundamental. É urgente falar de gênero na escola. Quando um menino pequeno está na escola, chora, e o pai fala: ‘homem não chora, bata no menino que bateu em você’ , ele aprende que não pode expressar seu sentimento a não ser pela agressão. É ainda dominante uma cultura que os meninos têm de saber se defender. A gente ensina a se expressar pela violência. Tem de educar os meninos a ser amigos das meninas. E isso aparece também no discurso de artistas, políticos. É assustador que esse caso venha à tona num dia em que vemos o Alexandre Frota, que contou como piada na TV uma cena de estupro, indo ao Ministério da Educação. O que ele fez na TV foi um exemplo clássico de cultura do estupro. O que ele pode propor sobre educação? Outro exemplo foi quando o deputado Jair Bolsonaro falou para a deputada Maria do Rosário, que ela não merecia ser estuprada. Como se estupro fosse um elogio. Ele naturalizou o estupro como se fosse algo que as mulheres merecessem. Por isso é urgente problematizar a violência contra a mulher. Giovana Girardi Agência Estado // Heloisa Buarque: problematizar a violência contra a mulher REPRODUÇÃO Semana de Meio Am- biente- Uma vasta progra- mação foi especialmente preparada pela Prefeitura do Natal para comemorar a Semana de Meio Ambien- te 2016. Os eventos come- çam na próxima terça-feira (31) e seguem até o dia 05 de junho em várias partes da cidade. A Semana busca promover a educação so- cioambiental, além de in- centivar hábitos que visam maior qualidade de vida para a população. O evento é coordenado pela Secreta- ria de Meio Ambiente e Ur- banismo (Semurb) e conta com o apoio de vários par- ceiros. Com o tema “Vida, Verde e Futuro, a Semana do Meio Ambiente 2016 será aberta oficialmente no dia 03 de junho pelo prefei- to, Carlos Eduardo Alves, no auditório do Parque da Cidade Dom Nivaldo Mon- te, a partir das 8h30. Zika nos Jogos Olímpi- cos - A Organização Mun- dial da Saúde (OMS) reba- teu ontem (28) declarações de um grupo de cientistas e afirmou que não há motivos para adiar ou cancelar os Jo- gos Olímpicos do Rio de Ja- neiro, previstos para agos- to, devido ao surto do vírus Zika. Na avaliação da OMS, eventual mudança no calen- dário da competição não al- teraria significativamente a propagação do vírus. O Bra- sil é um dos 60 países que registraram a presença do Zika. A OMS ressaltou que está fazendo recomenda- ções sobre formas de redu- zir o risco para atletas e tu- ristas neste período. Curtas

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Page 1: 2 / NOVO / Natal, Domingo, 29 de Maio de 2016 Geral Curtas ... · a cultura do estupro O estupro coletivo sofrido por uma adolescente de 16 anos no Rio levantou uma questão: vivemos

2 / NOVO / Natal, Domingo, 29 de Maio de 2016 Geral

Edital de Intimação. Eu, João Batista Guimarães – Oficial do 1º Ofício de Registro de Imóveis, títulos e documentosda Comarca de Currais Novos/RN, na forma da Lei, etc.. Faz público, para ciência dos interessados, em cumprimento dodisposto no art. 26º, § 4º, Lei 9.514/97, vem intimar o Sr. Wellington Fabio Maciel da Silva, CPF: 08.304.074-99 e suacompanheira com quem mantém união estável, a Sra. Jucileide de Melo, CPF: 870.123.914-72, residentes e domiciliadosna cidade de Currais Novos – RN, à Rua Vigário Manoel Joaquim, nº 051, Santa Maria Gorete, CEP 59.380-000, por não teremsido encontrados no endereço acima citado, para fins de cumprimento das obrigações contratuais, relativos ao contrato definanciamento imobiliário, por Instrumento Particular com Força de Escritura Pública de Compra e Venda com efeito de EscrituraDefinitiva de Compra e Venda de Financiamento Imobiliário, Alienação Fiduciária em Garantia e emissão de Cédula deCrédito Imobiliário e Outras Avenças – Cédula de Crédito Imobiliário – CCI – série 2011, nº 1903, Garantido por AlienaçãoFiduciária com a credora Brazilian Securities Cia de Securitização, inscrita no CNPJ/MF 03.767.538/0001-14, com sedena Avenida Paulista nº 1374, 6º andar, São Paulo/SP, referente ao imóvel situado a Rua Vigário Manoel Joaquim, nº 51, BairroSanta Maria Gorete, CEP 59.380-000, Currais Novos/RN. Registrado sob matrícula nº 6209, do Cartório de Registro de Imóveisda Comarca de Currais Novos/RN. Assim, procedo a intimação, para que vossa senhoria, dirija-se ao Cartório de Registro deImóveis e hipotecas, títulos e documentos de pessoas jurídicas, localizado na Av. Cel José Bezerra, nº 203, Centro, CEP: 59.308-000, Currais Novos/RN das 8:00 as 17:00, nos dias uteis, no prazo de 15 dias, contados da data da terceira e última publicaçãodeste presente edital, ficando cientificados, que o não cumprimento da obrigação, no prazo estipulado, garante o direito daconsolidação da propriedade, do imóvel, em favor da credora fiduciante, mencionada anteriormente neste, nos termos do art.26, inciso 7º, da Lei: 9.514/97. Dado e passado nesta cidade de Currais Novos/RN. Aos dez de maio de dois mil e dezesseis(10/05/2016). João Batista Guimarães, Oficial de Registro Geral de Imóveis.

Para Heloisa Buarque de Almeida, professora da USP, a sociedade precisa educar os meninos a ser amigos das meninas

Antropóloga analisaa cultura do estupro

O estupro coletivo sofrido por uma adolescente de 16 anos no Rio levantou uma

questão: vivemos uma cultura do estupro? Quem responde a pergunta é a professora de Antropologia da USP Heloisa Buarque de Almeida, que coordenou o programa USP Diversidade quando vieram a público os casos de estupro na Faculdade de Medicina. Hoje ela participa da rede Não Cala.

Nós vivemos numa cultura de estupro? O que isso significa?

Para entender o que isso tem a ver com o Brasil, é preciso pensar no tipo de produção cultural que a gente tem, que por um lado naturaliza a desigualdade entre homens e mulheres e por outro torna as mulheres objetos e traz a ideia de que o homem não consegue se conter. Como se o homem fosse uma espécie de bicho descontrolado. O que não é verdade porque, se fosse assim, todos os homens seriam predadores sexuais. Um caso clássico é o de uma propaganda de cerveja do carnaval do ano passado que

dizia "deixei o não em casa", que sugere que a mulher diz ‘não’, mas no fundo quer dizer ‘sim’. As pesquisas com violência contra as mulheres mostram que o estupro é muito mais comum do que a gente imagina, acontece de modo muito mais corriqueiro. Estudo recente do Ipea calculou que 10% a no máximo 30% dos casos são de fato denunciados. Isso porque vivemos numa sociedade que nutre a ideia que se uma menina denuncia um estupro, a primeira coisa que acontece é cair a culpa sobre ela. Sabem que vão perguntar: mas você estava bêbada ou de minissaia. Isso é naturalizado

em várias produções culturais. Temos músicas que descrevem cenas que parecem estupros e tocam como se fosse normal.

Muita gente tem dito: em vez de ensinar a menina a não ser estuprada, tem de ensinar os meninos a não estuprar. É só uma questão de educação?

A primeira coisa que tem de acontecer é punir os agressores. Hoje pune-se muito pouco esse tipo de caso. Muitos dos BOs que fizemos de casos na Universidade de São Paulo nem sequer foram investigados. Mas não

basta punir. Educação é fundamental. É urgente falar de gênero na escola. Quando um menino pequeno está na escola, chora, e o pai fala: ‘homem não chora, bata no menino que bateu em você’, ele aprende que não pode expressar seu sentimento a não ser pela agressão. É ainda dominante uma cultura que os meninos têm de saber se defender. A gente ensina a se expressar pela violência. Tem de educar os meninos a ser amigos das meninas.

E isso aparece também no discurso de artistas, políticos.

É assustador que esse caso venha à tona num dia em que vemos o Alexandre Frota, que contou como piada na TV uma cena de estupro, indo ao Ministério da Educação. O que ele fez na TV foi um exemplo clássico de cultura do estupro. O que ele pode propor sobre educação? Outro exemplo foi quando o deputado Jair Bolsonaro falou para a deputada Maria do Rosário, que ela não merecia ser estuprada. Como se estupro fosse um elogio. Ele naturalizou o estupro como se fosse algo que as mulheres merecessem. Por isso é urgente problematizar a violência contra a mulher.

Giovana Girardi Agência Estado

// Heloisa Buarque: problematizar a violência contra a mulher

REPRODUÇÃO

Semana de Meio Am-biente- Uma vasta progra-mação foi especialmente preparada pela Prefeitura do Natal para comemorar a Semana de Meio Ambien-te 2016. Os eventos come-çam na próxima terça-feira (31) e seguem até o dia 05 de junho em várias partes da cidade. A Semana busca promover a educação so-cioambiental, além de in-centivar hábitos que visam maior qualidade de vida para a população. O evento é coordenado pela Secreta-ria de Meio Ambiente e Ur-banismo (Semurb) e conta com o apoio de vários par-ceiros. Com o tema “Vida, Verde e Futuro, a Semana do Meio Ambiente 2016 será aberta oficialmente no dia 03 de junho pelo prefei-to, Carlos Eduardo Alves,

no auditório do Parque da Cidade Dom Nivaldo Mon-te, a partir das 8h30.

Zika nos Jogos Olímpi-cos - A Organização Mun-dial da Saúde (OMS) reba-teu ontem (28) declarações de um grupo de cientistas e afirmou que não há motivos para adiar ou cancelar os Jo-gos Olímpicos do Rio de Ja-neiro, previstos para agos-to, devido ao surto do vírus Zika. Na avaliação da OMS, eventual mudança no calen-dário da competição não al-teraria significativamente a propagação do vírus. O Bra-sil é um dos 60 países que registraram a presença do Zika. A OMS ressaltou que está fazendo recomenda-ções sobre formas de redu-zir o risco para atletas e tu-ristas neste período.

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