7460genomabioetica8ºano15.03

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    Colégio Einstein ® A evolução do conhecimento

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    B BIOÉTICA

    Genoma

    “A gen étic a éo r am o da ciênc ia q ue m ais pr og red iu no ult im o sécu lo. S e, des de G alileu eNewto n, a físic a serviu d e mo delo c ientific o para qu alquer s aber a ser recon hecid o co m o ciênc ia, aBiolo gia e especialmente a g enética são a ‘ponte -de- lança’ da ciência contemporânea. É o ramo dainvestigação cientifica mais promissor da ciência atual...”

    José Roque Junges A genética é aplicada atualmente na agricultura, na pecuária e na medicina humana – é o que se

    chama de biotecnologia.Para os cientistas- que têm uma fome insaciável de investigar, experimentar, pesquisar, descobrir

    que a maior parte das doenças é de origem genética fez com que procurasse aprofundar os estudosgenéticos sempre mais. Para os empresários da medicina, foi um incentivo para abrir financiamentosbiotecnológicos a favor da genética.

    Projeto Genoma é o nome que se dá ao projeto que tem por finalidade desvendar o códigogenético dos seres humanos, o que é fantástico porque proporcionará a cura de muitas doenças. Mas talsonho pode causar danos ao verdadeiro sentido da ciência, porque pode provocar falsas esperanças para

    um mundo como o nosso cheio de tantos conflitos. O que acontece é que, muitas vezes, os interesseseconômicos são bem maiores que os científicos. E surge um primeiro problema ético que pergunta quaisas pessoas que irão ser beneficiadas com o Projeto Genoma, e a resposta vem em seguida, apontando aminoria rica como a beneficiária.

    Lutar por uma humanidade saudável deve ser o objetivo maior docientista e, principalmente, dos investidores das pesquisas.

    A guerra para patentear, isto é, registrar os direitos sobrequalquer descoberta ou invenção, é outro problema ético quevem atrás do primeiro, já mencionado no paragrafo anterior.

    Como patentear genes que são fundamentais para a vida e nãoforam criados pela ciência? Ter a patente desses genes significater o direito exclusivo sobre eles.

    Os seguros de saúde podem exigir que cada pessoaapresente sua tendência às doenças para cobrar o quanto vão pagar por eles, a pessoa que for seapresentar num emprego pode ser obrigada a trazer um atestado médico com um relatório das possíveisdoenças que poderá ter. E, assim, antes de qualquer coisa, antes do futuro virar presente, as doençasestariam eliminadas de suas oportunidades na vida, e isso caracterizaria um grande problema ético: adiscriminação!

    E um problema grave demais surgiria: culpar a genética pelos males sociais da nossa civilização, etodos ficariam livres de suas culpas, pois a genética seria a única a ser condenada.

    Mas será que é só a genética do individuo a responsável pelas suas boas ou más ações?

    O Problema dos Transgênicos

    Aluno a :

    DISCIP.: Filosofia

    8 º A ( ) B ( ) C ( ) )

    PROF.: Thays Regina DATA: / /2016

    ATIVIDADE INSTRUMENTAL

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    Todo ser vivo possui um código genético, que é formado por uma sequencia de genes. Um gene éresponsável por uma função particular ou característica de um organismo. Por exemplo, forma de andar oucor dos cabelos.

    A troca dos genes é permitida na natureza entre seres da mesma espécie ou no caso dos vegetais.Existem animais parentes próximos que cruzam, porém seus descendentes são estéreis. O códigogenético dos seres humanos e dos animais é formado por uma combinação entre o código genético do pai

    e da mãe.Os cães de diferentes raças podem cruzar entre si, mas um porco não pode cruzar com umagalinha. E a galinha não pode cruzar com um pé de milho. Mas, recentemente, os cientistasdesenvolveram uma forma de inserir genes de uma espécie em outra, por exemplo, o código genético deuma zebra no código genético de uma macieira. Essa nova tecnologia deu origem aos organismosgeneticamente modificados, também conhecidos como transgênicos. São seres vivos como códigogenético modificado.

    Apesar dos cientistas defenderem os transgênicos- por exemplo, de plantas resistentes aherbicidas- , os perigos são evidentes: a mistura dos transgênicos com outros é inevitável e incontrolávelporque os seres vivos se reproduzem no meio ambiente. E não para por aí. Os insetos que pousaramnessas plantas, mesmo sem serem pragas, também serão contaminados pelo herbicida, embora ele nãotenha matado a planta porque ela ficou mais resistente ao veneno. Sem falar na saúde dos consumidoresque fica comprometida.

    Como se não bastasse, pelo contrato, os compradores são obrigados a comprarem as sementestransgênicas todos os anos. Assim, os agricultores sofrem pressionados pelos vendedores e sofrem pornão conseguir vender seus produtos, porque os consumidores não querem arriscar a própria saúde. Atualmente, há muitos plantios ilegais de transgênicos no Brasil; os muitos agricultores se envolvem comcontrabandistas de sementes.

    Diante de tudo isso, surge uma pergunta que não quer calar: quem controla a ciência?Um professor chamado Steve Grebbe disse, em um dos seus livros: “ A sociedade é que deve

    pregar o regulamento na porta do laboratório! Assim como a guerra é assunto grave demais para serdecidido apenas pelos generais, a ciência é perigosa demais para ser decidida apenas pelos cientistas.”

    Em 1971, foi criado o termo bioética, com a finalidade de introduzir conceitos de direitos humanosna investigação científica e, mais tarde, outros valores morais: integridade da vida, respeito, solidariedade,livre-arbítrio, eutanásia, aborto, métodos contraceptivos . . . .

    A bioética, então, é uma forma ética de entender e discutir a Biologia; é, também, uma maneira denos educarmos para compreender qual o melhor caminho a percorrer no sentido de colher da naturezatodos os seus frutos sem destruí-la.

    Segundo o professor Paulo Pudi Schneiser, do Departamento de Filosofia e Psicologia da Unijuí,Ijuí/RS, a tarefa da bioética também é de reflexão, tanto sobre os fatos científicos e tecnológicos, queapontam para as mais diversas possibilidades de futuro, quanto sobre os valores que são inerentes à sua

    produção e à implementação de seus resultados na politica, sociedade, economia, saúde, administração ecultura em geral.

    Isso acontece porque o avanço dos fatos científicos e tecnológicos levou à necessidade de umacompanhamento ético, principalmente das biociências. A bioética foi criada para as mais diversaspossibilidades de futuro e para fazer com que essas ciências relacionadas à vida e às tecnologias possamfavorecer o ser humano, ajudando-o no seu processo de humanização.

    A bioética surge, justamente, para formar uma consciência reflexiva sobre o valor da vida,alertando os especialistas, os estudiosos, sobre os interesses da humanidade e o cuidado com que sedeve tratar o destino das pessoas. Bebês desenhados e personalizados geneticamente ainda no útero,clones de homens e animais substituindo a reprodução, reprogramação do código genético da vida e

    interrompimento de milhões de anos de evolução natural são algumas das experiências que alteram acondição natural do ser.O interesse da bioética abrange o ato de nascer, de morrer e o percurso que se faz entre o

    nascimento e a morte. Preocupa-se, principalmente, com a qualidade de vida das pessoas.

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    As questões relacionadas ao nascimento dizem respeito ao início da vida: quando a vida começa?É permitido interferir no nascimento de alguém? Mexer no embrião humano? E abortar?

    As correntes abortivas são severamente reprovadas pela ética cristã, defensora de que, desde oinício da fecundação, já existe um ser humano com direito à vida.

    A bioética se preocupa, também, com o final da vida. Quando é que realmente a vida termina?Existe alguma regra para se acompanhar alguém no final de sua vida? É permitido abreviar a morte de

    uma pessoa que está desenganada pelo poder médico? A bioética se opõe à eutanásia (prática pela qualse busca abreviar, sem dor ou sofrimento, a vida de um doente reconhecidamente incurável); ela defendeum tratamento básico, de modo a aliviar a dor, mas nunca de tirar-lhe a vida.

    A bioética tem sua atenção voltada à qualidade de vida no que diz respeito à saúde, educação,moradia, segurança e ao emprego. Ela analisa o sistema social e as questões política e econômica demodo a buscar, através de reflexões e diálogos, o que é necessário para uma pessoa ter o direito de viverdignamente.

    ClonagemClone, do grego Klon (broto), é o conjunto de organismos geneticamente idênticos, derivados de

    um mesmo individuo e obtidos por métodos assexuados. O mundo inteiro ficou impressionado com aclonagem da ovelha Dolly. Os cientistas conseguiam produzir um animal a partir da célula de um outro,sem que acontecesse o cruzamento do macho com a fêmea. Essa não foi a única experiência; narealidade, há muito tempo são realizados clones vegetais.

    Os derivados do trigo que comemos hoje, como pão e bolachas, são muito diferentes das décadaspassadas; o trigo cultivado era outro! Ou seja, a resistência a parasitas, doenças e ao frio é bem maior.

    A clonagem implica riscos, apesar de ser um ganho econômico, já que, de um único exemplar, umrebanho inteiro pode ser reproduzido. Mas, quando se trata de mudar as leis da natureza, não se podemesquecer as consequências. E, nesse caso, um clone pode não ter a resistência natural, ameaçando todoo conjunto; a reprodução assexuada implica redução da possibilidade daquela espécie evoluir.

    “A questão hoje não é se é possível ou não reproduzir pessoas, mas se deve ou não fazê -lo”,afirma Paulo Vaz, Doutor em Comunicação e Cultura, Mestre em Filosofia e professor da UFRJ. Aclonagem humana abre espaço para uma grande discussão em nosso século: Quem seriam as pessoasautorizadas pelo mundo para manipular a evolução do gênero humano?

    A História nos lembra: nazismo e a bomba atômica foram desastres para a humanidadeprovocados pela ciência. O ser humano não é um animal qualquer, mas um ser único que, mesmoclonado, agiria com sua própria liberdade e teria sua própria personalidade. O fato de ser embrião significao início de uma vida em expansão. Se não for interrompida, nascerá daí uma criança. Não há existênciahumana que não tenha começado por esse estágio.

    Portanto, essa nova vida não poderá depender da vontade ou da opção de outros. Não é intenção,de antemão, afirmar que toda pesquisa envolvendo embriões é ruim. Mas queremos questionar os

    possíveis perigos da instrumentalização daquilo que foi e é humano. A vida é sagrada, sempre!

    Fonte: texto adaptado para fins didáticos. Clonagem. Mauri Heerdt. Extraído do site:http:/www.pime.org.br/pimenet/missaojovem/mjeducclonagem.htm, no dia 15/09/05)