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1 A RELAÇÃO RURAL/URBANO E O COMÉRCIO INFORMAL: O CASO DE UBERLÂNDIA (MG) Thiago Alves Rosa Universidade Federal de Uberlândia UFU [email protected] Geisa Daise Gumiero Cleps Universidade Federal de Uberlândia UFU [email protected] Resumo A relação entre o rural e o urbano é um dos pontos mais importantes da história moderna. Com a separação definitiva entre eles, os lugares adquirem novas características que influem na maneira com que o homem se organiza no espaço. O comércio informal tem como sua principal área de atuação os grandes centros urbanos. Mas, a relação que estes mantem com o rural é, de certa forma, intensa, sendo que, em muitos casos, os problemas do campo constituem-se como o principal motivo desses trabalhadores buscarem essa modalidade comercial. Em Uberlândia observamos alguns tipos de alimentos e produtos rurais sendo comercializados pelos ambulantes e vendedores informais. A partir da relação entre o rural e o urbano buscamos compreender de que forma esta dicotomia influencia no comércio informal da cidade e, consequentemente, na organização do espaço urbano. Palavras-Chave: Rural Urbano. Centros Urbanos. Comércio Informal. Uberlândia (MG). Introdução O comércio informal se desenvolve a partir de uma série de fatores existentes na estrutura econômica do mundo. Essas conjecturas se referem às variáveis que regem o próprio capitalismo e, por consequente, o comércio. Assim, a informalidade, como uma parte específica da economia, é regida por essas leis. Por isso, para analisarmos o comércio informal devemos considerar vários aspectos da sociedade e o seu processo de formação, que ainda está em curso. Atualmente, o rural e o urbano têm na sociedade características distintas, com relações sociais e finalidades diferentes. Os termos adquirem significados tão diferentes na modernidade que, em muitos casos, a diferenciação se torna um fato em si, sem que se considere uma discussão sobre isso. Em muitos estudos sociais, a parte histórica

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A RELAÇÃO RURAL/URBANO E O COMÉRCIO INFORMAL: O CASO DE

UBERLÂNDIA (MG)

Thiago Alves Rosa

Universidade Federal de Uberlândia – UFU

[email protected]

Geisa Daise Gumiero Cleps

Universidade Federal de Uberlândia – UFU

[email protected]

Resumo

A relação entre o rural e o urbano é um dos pontos mais importantes da história

moderna. Com a separação definitiva entre eles, os lugares adquirem novas

características que influem na maneira com que o homem se organiza no espaço. O

comércio informal tem como sua principal área de atuação os grandes centros urbanos.

Mas, a relação que estes mantem com o rural é, de certa forma, intensa, sendo que, em

muitos casos, os problemas do campo constituem-se como o principal motivo desses

trabalhadores buscarem essa modalidade comercial. Em Uberlândia observamos alguns

tipos de alimentos e produtos rurais sendo comercializados pelos ambulantes e

vendedores informais. A partir da relação entre o rural e o urbano buscamos

compreender de que forma esta dicotomia influencia no comércio informal da cidade e,

consequentemente, na organização do espaço urbano.

Palavras-Chave: Rural Urbano. Centros Urbanos. Comércio Informal. Uberlândia

(MG).

Introdução

O comércio informal se desenvolve a partir de uma série de fatores existentes na

estrutura econômica do mundo. Essas conjecturas se referem às variáveis que regem o

próprio capitalismo e, por consequente, o comércio. Assim, a informalidade, como uma

parte específica da economia, é regida por essas leis. Por isso, para analisarmos o

comércio informal devemos considerar vários aspectos da sociedade e o seu processo de

formação, que ainda está em curso.

Atualmente, o rural e o urbano têm na sociedade características distintas, com relações

sociais e finalidades diferentes. Os termos adquirem significados tão diferentes na

modernidade que, em muitos casos, a diferenciação se torna um fato em si, sem que se

considere uma discussão sobre isso. Em muitos estudos sociais, a parte histórica

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referente ao limite do rural e do urbano é simplesmente desconsiderada, sendo

irrelevante ou como algo elementar demais para ser explicado.

Por isso, devemos considerar algumas questões que buscaremos elucidar com este

trabalho. O que define o rural e o urbano como tal? Essa diferenciação sempre existiu?

Se não, em que momento ela se deu? Como o comércio se relacionou e se relaciona com

essas duas esferas econômicas? A partir destes questionamentos, elaboramos esse

trabalho que faz parte de um estudo maior denominado “O Comércio Ambulante de

Alimentos Praticado nas Principais Praças Públicas da Cidade de Uberlândia (MG)”

desenvolvido em um projeto de iniciação científica, financiado pela FAPEMIG.

Para o alcance dos objetivos propostos neste artigo foi necessário realizar levantamentos

bibliográficos em artigos de revistas eletrônicas e impressas, em revistas especializadas

na temática, em sites oficiais do Governo Federal, como o IBGE, no Serviço Brasileiro

de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), no Instituto de Pesquisas

Econômicas Aplicadas (IPEA) entre outros. Um ponto importante foi à leitura de livros

que tratam da histórica econômica do mundo, assim como a evolução dos tipos de

comércio. Sobre os trabalhos específicos da geografia enfatizamos os estudos que

contemplam a dicotomia entre o rural e o urbano e das atividades comerciais, assim

como os que tratam especificamente de cada um deles de forma mais geral. Dessa

maneira, analisamos livros historiográficos, artigos, teses e monografias e obras de

literatura que representam o resultado de um período histórico.

Nesse contexto, é importante ponderarmos sobre a própria criação do que seria o “meio

urbano”, onde se desenvolvem as principais práticas informais, assim como a maior

parte do fluxo de mercadorias. O comércio informal encontrou nas cidades seu meio

mais eficaz de propagação, aproveitando-se de uma série de fatores que impulsionaram

seu desenvolvimento, como a migração camponesa, o desemprego, baixos salários e

falta de qualificação profissional. Todos esses fatores estão intimamente ligados às

mudanças que ocorreram no campo e na cidade através dos séculos.

De forma direta ou indireta a maior parte dos trabalhadores informais do Brasil, e da

maior parte dos países subdesenvolvidos, foi afetada pelas mudanças que ocorreram na

estrutura social do país. Se antes o rural e o urbano existiam em conformidade, sendo

que a terra era a verdadeira provedora de riquezas e cabendo ás cidades a função de

complementar aquilo que o rural não podia oferecer, concentrando o fluxo de negócios

advindos das regiões e representando o centro das atividades políticas, agora as funções

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se inverteram. As cidades tomam para si o papel principal na vida dos cidadãos,

relegando ao campo um papel secundário na economia e manipulando os camponeses a

fim de complementar a mão de obra barata existentes na cidade. Porém, esta ainda

necessita amplamente do suporte e produtos que o campo oferece. Temos, então, uma

relação dialética, onde os interesses capitalistas definirão quem é o explorado e quem é

o explorador.

O comércio dito informal adquire diferentes significados dependendo da época em que é

estudado. Inicialmente, para que algo seja considerado “informal” ela deve estar á

margem da lei, ou seja, não estar dentro daquilo que é considerado legal. Através da

história, uma maneira muito usada e considerada efetiva para organizar o comércio foi o

estabelecimento de leis e decretos sobre o mesmo, assim como o estabelecimento de

impostos específicos. Dessa maneira, cria-se uma formalização de algo existente e tudo

o que relutar ou for impossibilitado de se encaixar no novo padrão estabelecido é então

considerado ilegal, ou mais comumente, informal.

Considerando essa questão podemos observar que o comércio informal sempre esteve

presente tanto no rural quanto no urbano. Seja pelo mascate que frequentava pequenas

vilas oferecendo produtos industrializados ou pelo ambulante que vendia frutas, queijos

e doces de produção rural e caseira. Em ambos os casos temos uma relação bem

próxima entre estes espaços. E, se essas práticas ainda são muito comuns nos dias de

hoje, antes do séc. XX, com uma divisão pouco nítida e confusa daquilo que era urbano

e o que era rural, com chácaras e criações de animais dentro das casas e nos bairros

centrais, a prática do comércio informal era bem mais intensa e dinâmica.

Desenvolvimento

A dicotomia rural/urbano

O atual predomínio político, econômico e cultural da cidade sobre o campo é um fato

relativamente novo, assim como a distinção clara entre aquilo que é rural e aquilo que é

urbano. Esse fato, que parece ser tão natural na atualidade, não podia ser verificado com

tanta facilidade antes do século XIX. Foi somente com o surgimento das primeiras

indústrias em grande escala e uma valorização dos terrenos urbanos que as cidades

perdem algumas características da vida no campo, em um processo de

“desrruralização”. Até esse momento os núcleos urbanos mantinham importantes

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funções agrícolas, assim como as maneiras e trejeitos rurais de ser. Essa mudança

ocorreu por diversas causas, sendo que algumas têm mais peso que outras. Uma dessas

causas, e talvez a principal, é o conflito pela terra, que até hoje continua trazendo

imensos prejuízos e problemas para os camponeses. Um dos grandes problemas do

Brasil nesta questão é a falta de uma Reforma Agrária, que é apontada como uma das

soluções para vários problemas que assolam a sociedade.

[...] a história brasileira é marcada pela falta de medidas para promover uma

alteração estrutural capaz de realizar uma reforma agrária. As elites e as

oligarquias rurais fortalecem a conjuntura de exclusão e acesso a terra,

expropriando milhões de famílias sem terra e de pequenos agricultores. Dessa

forma as políticas públicas direcionadas para a reforma agrária, dos últimos

cinqüenta anos se apresentam apenas como ações paliativas as pressões dos

grupos citados acima. (SILVA, 2011, p.22)

O ser humano sempre esteve ligado ao rural de alguma maneira, sendo que a agricultura

foi, sem margem de dúvidas, um dos maiores avanços na sua história. Ela permitiu que

os caçadores-coletores de antes formassem grupos cada vez maiores, dando início à vida

em sociedade. O “aldeamento” passou a concentrar às atividades religiosas, políticas e

sociais em locais fixos. Essa concentração de práticas e preceitos deu origem aos

primeiros núcleos urbanos, que se desenvolviam em simbiose com as práticas agrícolas

e pastoris existentes nos territórios que os cercavam. Observa-se então que as cidades

funcionavam como extensão da vida no campo. Mesmo que as principais decisões e

cerimônias fossem praticadas nesses locais, era o rural que oferecia tais condições, pois

a vida estava ligada à terra.

Até meados da alta Idade Média, séc. V até o séc. XI, a noção de posses se referia quase

que única e exclusivamente á terra e a propriedade rural, assim como as ferramentas

necessárias para trabalhar nela, ou seja, maquinários, servos, moinhos, utensílios entre

outros. Os nobres e a Igreja, que detinham o poder político e econômico na época,

concentravam em suas “mãos” a maior parte das terras cultiváveis, sobrando para

aqueles que não detinham posses, títulos ou “glebas”, trabalhar para aqueles as

detinham. As cidades na Idade Média perderam importância em comparação com os

grandes centros existentes na Antiguidade, onde cidades floresciam no Oriente e na

Europa. Porém, também naquele período a cidade funcionava como um complemento

do campo, reunindo em um local as atividades e serviços necessários para o trabalho

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rural. Logo, as terras representam o poder e um capital estático, que os nobres e a Igreja

se esforçavam para adquirir.

Aos poucos, pequenos produtores se tornam comerciantes que ganharam importância na

Baixa Idade Média, séc. XI ao séc. XV. Com isso, inicia-se um processo mais intenso

de produção. Se antes os produtos ficavam restritos ao consumo próprio e da família,

vendendo ou trocando apenas o excedente, a partir de então a venda desses mesmos

produtos em feiras, que aconteciam nas cidades dos feudos, proporcionava uma boa

margem de lucro. Os primeiros decretos de grande impacto sobre o comércio, que

obtiveram êxito e serviram de molde para o que viria posteriormente, datam mais

especificamente de período entre os séculos XII e XV, e eram estipulados pelos nobres

que detinham as posses das terras e dos direitos sobre as cidades.

Os mercadores que efetuavam negócios nas feiras pagavam-lhe pelo privilégio.

Havia uma taxa de entrada e de saída, e de armazenamento das mercadorias;

havia uma taxa de venda e uma taxa para armar a barraca de feira.

(HUBERMAN, 1974. p. 33)

Esse comércio trazia benefícios mútuos para o camponês que produzia e vendia, e para

o nobre que detinha os direitos sobre as cidades e faturava sobre taxas e impostos que

cobrava dos comerciantes. Com o apoio da nobreza, essas relações comerciais se

intensificaram nas décadas seguintes e transferiu o poder econômico, que antes estava

nas mãos dos donos de terra, para os comerciantes que não tinham essas posses.

O desenvolvimento do comércio se deve, em grande parte, ao crescimento das cidades

como centros financeiros, administrativos e políticos, juntamente com o processo de

“desruralização” das mesmas. Assim, os centros urbanos assumem o papel de gerência

da economia. No século XIX temos uma grande mudança no cenário rural da Europa. O

avanço das técnicas de produção no campo permitiu que uma extensão maior de terra

fosse cultivada simultaneamente e com menor necessidade de trabalhadores. Dessa

forma, grandes latifúndios foram criados e muitos camponeses dispensados de seus

trabalhos.

Outra grande mudança ocorrida naquele período, de forma gradual como a inserção de

maquinários agrícolas, foi a cercaduras das terras comuns. Se antes os camponeses

dispunham de florestas, bosques e pastagens, que eram terras comuns a todos, para sua

subsistência, onde podiam alimentar o gado, caçar, pescar e coletar lenha para o

inverno, com a cercadura dessas áreas a situação se inverteu. Com a necessidade de

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mais terras para o cultivo, os nobres e burgueses, através de sua influência na política,

anexaram essas terras às suas próprias propriedades, com o aval dos respectivos

Estados. Essa medida privou os camponeses, que já não tinham trabalho nas grandes

propriedades, de manter sua subsistência, pois com suas pequenas glebas não tinham

produção suficiente para se manter, necessitando dos recursos que as propriedades

comuns ofereciam.

Assim, uma grande leva de camponeses se viu destituída de seus direitos e condições de

continuar vivendo no campo. Logo, tiveram de vender suas propriedades e partir para as

cidades em busca de empregos.

Por toda a Europa a produção de alimentos ainda continuou a ser durante boa

parte do século XIX a principal atividade, aquela que absorvia mais mão-de-

obra e capital. Mas, na Grã-Bretanha, os empregos na agricultura declinavam

drasticamente. Por volta de 1850, ela ocupava somente um quarto da população economicamente ativa; este número baixou para um décimo em

1900, alcançando apenas 5% em 1950. Na França, a população rural ainda

era de 45% em 1900, declinando para 30% apenas em 1950; na Rússia, o

emprego na agricultura caiu de 85 para 80% entre 1850 e 1900, baixando

para 45% em 1950. (RYKWERT, 2004, p. 34)

Podemos observar, de acordo com a citação acima, que as porcentagens de

trabalhadores rurais e urbanos variam muito de acordo com o país. Isso acontece por

conta das diferentes maneiras pela qual o capitalismo se estabeleceu, assim como o

modelo de produção agrária e industrial existentes nesses locais.

No Brasil essa idéia só se intensifica no final do século XIX e na primeira metade do

século XX. Antes disso as grandes cidades do país, como Rio de Janeiro e Salvador,

conviviam com aspectos do campo entrincheirados nas ruas, com extrema naturalidade.

No caso do Rio de Janeiro, a pequena produção agrícola dentro dos limites da cidade

representava uma parte extremamente importante no abastecimento da cidade com

gêneros alimentícios de primeira necessidade, como carnes, frutas e legumes.

A cidade não possuía meios e nem infra-estrutura de transporte adequada

nem para contatos com regiões limítrofes ao centro, quiçá com regiões

especializada na produção de gêneros (se é que eles realmente existiam).

Além disso, não se pode deixar de levar em consideração o estágio

tecnológico da época, que influíam nas formas de distribuição e

comercialização dos alimentos, sem contar que não havia ainda formas de

conservação dos alimentos mais perecíveis. Em razão disso, a pequena

produção agrícola para o auto-abastecimento seria uma forma para contornar

os problemas de falta de alimentos. (SANTOS, 2009, p. 2)

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As casas nesse período funcionavam como misto de residência e unidade de produção.

Com o baixo valor dos terrenos nas áreas centrais da cidade. Não raro, viam-se criações

de porcos e galinhas ao fundo das casas, sendo que a existência de chácaras no

perímetro urbano era algo extremamente normal. Na maioria dos casos, a distribuição

dessa produção era feita por ambulantes que percorriam as ruas das cidades oferecendo

seus produtos.

Vendedores de perus, porcos, galinhas, passeavam com suas crias pelas ruas

da cidade. Eles constituíam o chamado comércio ambulante da cidade, que

sofreria forte repressão a partir do governo Pereira Passos. Mas o que mais se

destacava no comércio desse gênero – o de alimentos de origem animal -, que

segundo palavras de Luiz Edmundo era “o mais vergonhoso de todos esses

ambulantes do começo do século”, era o leiteiro, sempre acompanhado de

sua “esquelética vaca”, segundo palavras do cronista. (SANTOS, 2009, p.

3302-3303)

Naquela época, o comércio ambulante consistia, além dos alimentos, em uma vasta

gama de produtos como jornais, produtos de limpeza e higiene, objetos de decoração,

utensílios de cozinha, brinquedos, sapateiros, engraxates, amoladores, garrafeiros e

outro. Em suma, tudo aquilo que era necessário para a vida na cidade. Porém, temos de

nos atentar para o significado da informalidade à época, pois esta se diferencia de nossa

atual concepção. Antes, a informalidade estava ligada a uma “relação informal”, ou seja,

baseada nas relações pessoais. Como não existiam leis e impostos eficazes, além da

inexistência de serviços públicos e privados eficientes era com os ambulantes que a

população podia “contar”.

Com a política de substituição das importações, proposta por Getúlio Vargas, presencia-

se o esforço do Estado para que o país avance rumo ao “progresso”, isso é, industrialize

e modernize de acordo com o modelo Norte Americano e Europeu.

As relações de poder e o exercício da hegemonia têm se manifestado, em

seus aspectos econômicos, políticos, culturais e simbólicos. Cidade e campo,

urbano e rural, vêm sendo percebidos como polaridades, nas quais a

assimetria de poder e hegemonia, e as representações daí resultantes, nos

últimos séculos na Europa, e, no Brasil, principalmente depois da Revolução

de 1930 (e da legislação daí resultante), têm mantido a cidade (e o urbano)

como dominante na polarização que exerce, acentuando uma dicotomia que

só, nas últimas décadas, vem sendo alterada pelas novas lógicas da

acumulação capitalista. (RUA, 2006, p.2)

A migração da população rural para as cidades ocorreu, naquele momento,

principalmente por conta das dificuldades enfrentadas pelos camponeses para

sobreviver e pela “atração” que a vida nas cidades exercia sobre as populações. Essa se

torna, então, a primeira grande leva de migrantes rumo aos principais centros urbanos

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do país. Nesses locais havia a necessidade de mão de obra barata para as nascentes

indústrias. Porém, o número de empregos oferecidos por elas era ainda insuficiente para

a quantidade de trabalhadores que chegavam a todo o momento em busca de novas

oportunidades. Isso provocou um “inchaço” das cidades, com um aumento drástico na

população e no comércio informal, que era uma das poucas alternativas que restavam

para os camponeses fora às atividades ilícitas. Naquele momento, uma das atividades

comuns, e que até hoje persiste, é a venda ambulante de frutas nas áreas centrais, muitas

das quais eram cultivadas nos próprios pomares existentes nos quintais das residências.

Em muitos casos elas eram a única fonte de renda de grande parte da nova população

urbana.

Naquele momento ocorre no país uma lenta e gradual mudança do poder econômico, o

qual passa das atividades agrárias para o capital industrial e agrícola que são geridas

pela cidade. Com isso a diferenciação existente entre as duas partes se intensifica,

criando pólos de desenvolvimento opostos. Porém, ambas as partes serão fundamentais

para a perpetuação do capital. Isso é observado de maneiras diferentes nos países

desenvolvidos e nos subdesenvolvidos, mas tem como ponto de encontro à submissão

do camponês á lógica desenvolvimentista dos grandes centros urbanos. Paralelamente,

desenvolveu-se a imagem do “caipira” atrasado e ignorante, eternizado por Monteiro

Lobato na sua série de livros Urupês e cuja alcunha “Jeca Tatu” ainda serve para

designar, depreciativamente, pessoas avessas aos modos considerados “civilizados”.

A segunda grande leva de migração dos camponeses no Brasil se deu nos anos de 1960,

intensificando-se na década de 1970 e perdurando até meados do início do século XXI.

O processo brasileiro se assemelha muito com o ocorrido na Europa durante o séc. XIX,

sendo que a diferença se resumo ao espaço-tempo e a algumas especificidades do país.

Mesmo com a substituição das importações, imposta por Getúlio Vargas, que deu

origem ao processo de industrialização de capital nacional, criando muitos empregos

nas cidades, o Brasil era ainda um país agrário com a maior parte da população vivendo

no campo. Esse cenário só se modificou a partir da mecanização do campo, com a

importação de maquinários para substituir os trabalhadores na produção agrícola. Essa

mudança, como na Europa, aumentou muito a produção das propriedades e deixou um

imenso contingente de camponeses desempregados. Soma-se a isso um elevado número

de empréstimos que os pequenos produtores passaram a contrair para adquirir

máquinas, insumos e equipamentos para suas propriedades, e que com a elevada taxa de

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juros cobrada pelos bancos viram-se sem condições de honrar suas dívidas, tendo que

vender ou entregar seus lotes.

O final do século XX consubstanciou-se como um período de grandes

transformações. Em âmbito social, econômico, político, científico e cultural,

verificou-se um processo de internacionalização que criou novas formas de

comércio e de consumo. O início de tal processo aconteceu com a Revolução

Industrial. Visando a atender as necessidades do novo mercado consumidor urbano, grande parte da produção foi transferida para as cidades. Esse

acontecimento provocou importantes transformações sociais, econômicas e

espaciais. (CLEPS, 2005, p. 38)

Com isso os camponeses sem trabalho e aqueles que perderam suas terras tiveram de

migrar para os centros urbanos a fim de conseguir sua subsistência. É a consequência

desse desemprego e falta de perspectiva do campo que vivenciamos nas cidades

atualmente. Cerca de quarenta anos depois da grande “onda” de migração estamos

sofrendo, ainda, seus efeitos diretos. Com um novo “inchaço” dos centros urbanos, essa

população, novamente, viu-se desamparada, pois os empregos que as cidades ofereciam

eram insuficientes para os trabalhadores. Só que agora não existia um processo de

industrialização como o da década de 1930 para amortizar o desemprego, o setor estava

estagnado. Por isso, o setor que acaba absorvendo parte dessa mão de obra é o setor de

serviços, que passava por um período de expansão “desde os anos 1980, da mão-de-obra

empregada na indústria e no setor primário, e um aumento do terciário que cresce

deteriorando-se, absorvendo ocupações instáveis e mal remuneradas.” (KRAYCHETE,

G., 2000, p. 3). Os empregos criados no setor, na maioria das vezes, não fornecia

mínimas condições de saúde e subsistência para os trabalhadores.

A transferência de postos de trabalho da indústria para o comércio e para a

prestação de serviços implicou, também, a substituição do trabalho

assalariado pelo trabalho por conta própria. Assim, uma importante mudança

que vem ocorrendo nos últimos vinte anos, no Brasil, é a substituição do emprego formal, com registro em Carteira de Trabalho, pelo emprego

informal. (CLEPS, G. D. G. 2005, p.59)

Se durante o Império e o século XIX o comércio informal se desenvolvia por conta da

necessidade dos consumidores, agora ele é fruto das necessidades dos trabalhadores.

Com isso um imenso número de ambulantes e vendedores informais passou a disputar

consumidores nas cidades. Esse seria o novo retrato da informalidade nos países em

desenvolvimento e, em especifico, do Brasil. Nele os trabalhadores são induzidos a

procurar novas formas de subsistência. E as cidades, que são ambientes de

heterogeneidades, oferecem uma vasta gama de possibilidades informais de renda,

principalmente no comércio, que como já foi salientado. Os autônomos, por exemplo,

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dedicam-se a nichos de mercados em que possam atuar sem necessitar de grande

volume de capital ou técnicas e meios de produção específicos, principalmente em

pequenos negócios urbanos.

Os trabalhadores deviam agora recorrer a nichos pouco explorados do mercado para

conseguir algum rendimento a mais. Com as medidas de “limpeza” da cidade por parte

de muitos políticos, os ambulantes viram-se limitados em sua atuação. O espaço estava

em mudança acelerada, e a distinção entre as antigas definições tornava-se cada vez

mais robusta e arbitrária.

Na verdade são novas imagens, novos sentidos para o espaço rural que

mantêm a visão produtivista, até agora dominante, mas que se traduzem em

novos qualificativos para outras relações entre o espaço urbano e o rural e

entre a cidade e o campo. Estas novas relações remetem para uma outra

conceituação de urbano e rural, mas também de agrícola. Rural torna-se, cada

vez mais, diferente de agrícola. Ao mesmo tempo, distingue-se cidade e

urbano explicitando a crescente complexidade que marca tais relações. Rural

e urbano fundem-se, mas sem se tornarem a mesma coisa, já que preservam

suas especificidades. (RUA, 2006, p.4)

O capitalismo se apropriava de uma nova faceta do campo e da cidade. O avanço das

técnicas e métodos de produção permite que algumas regiões, beneficiadas pelos

incentivos, se modernizem bem mais rápidos que outras, elevando assim as

possibilidades de lucro. Nessas regiões torna-se evidente, pelo menos para os

investidores, sua vocação não só “agrícola”, mas agroindustrial, graças à elevada

produção dos campos. O resto, ou seja, aqueles espaços que não se viram inseridos na

modernidade são margeados do processo de produção. É nesse processo que a

cidade de Uberlândia (MG) insere-se com bastante força no cenário regional e mesmo

nacional, conforme trataremos a seguir.

A informalidade em Uberlândia (MG)

Com a criação de Brasília, a região do Triângulo Mineiro ganhou projeção nacional,

localizando como rota entre São Paulo, o centro econômico do país, e Brasília o novo

centro político. A nova capital criava uma dinâmica diferente na estrutura das redes que

ligavam o país, necessitando-se agora de criar no centro do território uma infra-estrutura

que suportasse a demanda que se instaurava no então “sertão bravio”.

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A cidade de Uberlândia viu-se beneficiada pelas novas demandas e oportunidades que

surgiam no país e as elites da cidade aproveitaram o momento para negociar vantagens

com o governo federal e alavancar seus potenciais lucros. Por conta das novas

demandas e vantagens obtidas, surgiram grandes empresas atacadistas e distribuidoras

que faziam Fizeram com que Uberlândia se transformasse em entreposto comercial

entre o centro de produção em São Paulo e o mercado emergente no Centro-Oeste.

Após a década de 1970, Uberlândia presenciou mudanças importantes no

setor terciário, com o surgimento de novas atividades comerciais e de

serviços, especialmente, as associadas às práticas dos atacado-distribuidores,

às demandas da produção agropecuária e agroindustrial, e ao consumo,

culminando com a ampliação do processo de terceirização na cidade.

(BESSA, 2005, p. 278)

Essa reestruturação dos setores trouxe importantes impactos para a cidade, modificando

em grande parte sua estrutura econômica interna. A agropecuária, já muito desenvolvida

na região, passou então a contar com uma expansão da malha rodoviária e melhorias na

infra-estrutura das cidades. Com isso a produção poderia ser escoada com mais

facilidade o que justificava mais investimentos por parte dos capitalistas.

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A crescente produção dessas matérias-primas demonstra que, em Uberlândia,

privilegiou o atendimento das demandas agroindústrias, que passaram a

regular a produção, o que significa um maior controle da cidade sobre o

campo. Juntamente com a integração da produção agropecuária às

agroindústrias, ampliaram-se o consumo produtivo do campo e o uso de

crédito, gerando círculos de cooperação entre os estabelecimentos

agropecuários e os estabelecimentos do comércio, dos serviços e do suporte

financeiro. A cidade passou também a fornecer mão-de-obra especializada

para atender às demandas desse campo modernizado, sendo que tal

modernização propiciou a expulsão maciça dos trabalhadores e o surgimento

de relações de trabalho assalariado e temporário. (BESSA, 2005, p.11)

Conforme dito, nas últimas décadas observa-se um avanço no número de

desempregados e trabalhadores informais no Brasil. Juntamente com isso observamos

uma mudança na estrutura ocupacional que, apesar de novas vagas serem criadas em

determinados setores da economia, muitos trabalhadores não conseguindo acompanhar

o grau de qualificação que se exigem nesses postos, o que aumenta o contingente da

população sem carteira assinada. Os motivos que levam os trabalhadores a recorrer à

informalidade são muitos e acarretam várias consequências:

Quando os trabalhadores perdem seus empregos regulares e mergulham na

informalidade do trabalho por conta própria, experimentam uma diminuição

da sua renda média, somada a uma grande insegurança em relação ao futuro e

a sua proteção social. Tudo passa a depender do próprio indivíduo, que deve

criar e manter o seu próprio trabalho. Como não contribuem para a

Previdência Social, os trabalhadores por conta própria, em sua quase

totalidade, estão excluídos do direito à aposentadoria e enfrentam a ameaça

incontornável da obtenção de algum rendimento na eventualidade de doenças

ou acidentes que interrompam o trabalho que realizam. (KRAYCHETE, G. 2000, p. 6)

A informalidade, portanto, não é uma opção estritamente vantajosa para os

trabalhadores autônomos, do ponto de vista social e jurídico, apesar de encerrar em si

muitas possiblidades de trabalho e renda. Trata-se de uma maneira de subsistência

simplória, sendo que, muitas vezes, é a única maneira encontrada para escapar da

miséria e da falta de perspectiva.

No gráfico 1 observamos o aumento do número de pequenos empreendimentos na área

urbana do Brasil.

No panorama nacional podemos observar que o número de empresas informais tem se

mantido perto da média das pequenas empresas não agrícolas formais, mantendo a

mesma média de crescimento. Isso demonstra que o nível de expansão dos dois setores

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é acompanhado por uma estagnação do mercado, ou seja, ambos atuam no limite de

saturação, sendo que só podem crescer mediante o próprio crescimento da economia.

Atualmente, o processo de expansão contínua em que a informalidade se encontra tem

sido reduzido por conta do aquecimento da economia e do aumento do número de

empregos com carteira assinada, principalmente no setor terciário, dentro das cidades.

No trabalho de campo realizado em Uberlândia para analisar o comércio ambulante de

alimentos na região central da cidade foram constatadas obtidas informações importante

para compreender alguns aspectos da informalidade. Cerca de 63% dos ambulantes

entrevistados são naturais de outras cidades, sendo que as cidades menores da região

que são capitaneadas pela influência de Uberlândia representam grande parte da

naturalidade dos migrantes. A maioria chegou à cidade há mais de trinta anos, sendo

que a faixa de idade mais representativa concentra-se no intervalo de 11 a 30 anos, o

que representa exatamente o período mais intenso de modernização do campo no Brasil

e, mais especificamente, do cerrado brasileiro. As menores cidades da região do

Triângulo Mineiro, que dependiam quase que exclusivamente das atividades agrícolas,

ao se modernizarem deixaram um grande número de trabalhadores desempregados no

campo. Como elas não ofereciam possibilidades de empregos urbanos, a única opção

dessas pessoas foi migrar para cidades maiores do entorno.

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Uberlândia experimentou nesse momento o seu período de maior crescimento, por conta

dos investimentos no setor de serviços, pelo grande número de empresas multinacionais

que se instalaram na cidade e nas divisas que o agronegócio criou a partir de uma nova

“revolução verde”. Nesse período, a cidade recebeu um grande contingente de

trabalhadores das cidades vizinhas, esses serviram como mão de obra barata para as

empresas aqui instaladas. Dessa forma, o setor terciário se expandiu gradualmente na

cidade e criou muitos empregos. Porém, a maioria dos cargos criados nesse necessita de

certo grau de qualificação e a maioria dos camponeses que chegavam à cidade não tinha

o nível mínimo de escolaridade necessária. O gráfico abaixo mostra o nível de

escolaridade dos ambulantes entrevistados em Uberlândia.

Gráfico 2 - Nível de escolaridade

Fonte: Trabalho de campo – Dezembro/Janeiro de 2011/2012.

Organização: ROSA, T.A. (2012).

Conforme se observa, há um grande desnível no nível de escolaridades dos ambulantes

entrevistados, com predominância daqueles que não completaram o ensino primário ou

fundamental. Mais da metade dos ambulantes não completou o ensino fundamental e

alguns entrevistados disseram que nunca tinha entrado em uma escola para estudar em

toda vida, sendo que as necessidades da lavoura não permitiam o estudo. Com isso, a

informalidade acabou sendo a saída encontrada para que essas pessoas pudessem ter o

mínimo de subsistência.

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A cidade conta hoje com uma vasta gama de serviços prestados pelos ambulantes sendo

que o comércio de alimentos é o que mais se destaca na parte central. São vendidos

salgados, sucos, frutas, doces e guloseimas industrializadas, picolés entre outros. Outra

informação importante colhida no trabalho de campo foi à renda média desses

trabalhadores conforme apresentada no gráfico abaixo.

Gráfico 3 – Renda média mensal

Fonte: Trabalho de campo – Dezembro/Janeiro de 2011/2012.

Organização: ROSA, T. A. 2012.

Podemos notar que a renda obtida com o comércio ambulante de gêneros alimentícios

na cidade é bem significativa, representando uma média do que a maioria dos

trabalhadores brasileiros com carteira assinada recebem nos empregos formais, a na

faixa de 1 salário mínimo. Porém, os informais não contam com qualquer tipo de

auxílio e nem seguro no seu trabalho, ficando à própria sorte e dependendo das diversas

condições a que são expostos. Por isso, o trabalho ambulante é, na maioria dos casos,

retratado como a única saída para a falta de perspectivas a que estão submetidos.

Considerações Finais

A informalidade como forma de sobrevivência e perpetuação, existente hoje, só

avolumou “corpo” recentemente. Ela é resultado direto de fluxos migratórios do campo

para a cidade e da reestruturação econômica que o mundo sofreu pós século XX. Porém,

essas mudanças têm suas raízes no próprio desenvolvimento do comércio, sendo que os

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fluxos migratórios e a reestruturação econômica respondem a um processo muito antigo

e que ainda está operante.

Analisando o contexto histórico e as transformações pelas quais a sociedade vem

passando desde o seu início, as informações obtidas ajudam a esclarecer aspectos que

nos parecem nebulosos, atualmente. Por isso, devemos considerar o processo histórico,

não aceitando os fatos como um fim em si, mas sim como resultado de vários fatores

que impulsionaram essas mudanças direta ou indiretamente.

O atual crescimento da informalidade nas cidades dos países subdesenvolvidos se deve

principalmente a três fatores: á modernização do campo ou a nova revolução verde, que

ocorreu tardiamente nesses países, sendo que no Brasil ela só ocorre de fato a partir de

1960; ao crescimento do setor de serviços nas cidades e a necessidade de produtos com

preço acessível; e, por fim, à recessão econômica que assolou o país nas últimas

décadas. Esses fatores explicam o crescimento da informalidade nas cidades. Porém,

como foi discutido neste artigo, o comércio informal têm suas raízes na própria

evolução do comércio e responde diretamente ás mudanças ocorridas no setor. Ele é

também resultado da dicotomia entre o rural e o urbano, essa relação, que se alterou

diversas vezes e ainda está em processo de mudança, deixou profundas marcas na forma

de organização social e nas possiblidades encontradas pela informalidade para se

desenvolver.

Em Uberlândia essas relações entre o rural e o urbano aparecem camufladas entre as

causas da informalidade. Na cidade não existe um comércio ambulante tão

intrinsecamente ligado ao rural como existia no século XIX em cidades como Rio de

Janeiro e Salvador, onde a vida do campo, assim como seus produtos, misturavam-se ao

cotidiano urbano. Porém, o atual crescimento da informalidade nos remete diretamente

aos problemas que afetaram o campo nas últimas décadas, assim como as características

dos camponeses que migraram para Uberlândia iriam definir as especificidades do

próprio comércio. Por isso, há necessidade de entender esses processos. Assim temos

uma visão, mesmo que limitada, do todo, compreendendo as várias nuances dos

processos passados que deram origem aos processos que vivemos hoje, particularmente

no que se refere ao comércio informal praticado no Brasil e, mais especificamente, em

Uberlândia, bem como a produção do espeço e a relação que se estabelece entre o rural

e o urbano.

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