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correntes pedagógicas

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  • Aos que se ocupam da educao escolar, das escolas, da

    aprendizagem dos estudantes, requerido que faam opes

    pedaggicas, ou seja, assumam um posicionamento sobre

    objetivos e modos de promover o desenvolvimento e a

    aprendizagem de sujeitos inseridos em contextos

    socioculturais e institucionais concretos. Os educadores,

    tanto os que se dedicam pesquisa quanto os envolvidos

    diretamente na atividade docente, enfrentam uma realidade

    educativa imersa em perplexidades, crises, incertezas,

    presses sociais e econmicas, relativismo moral,

    dissolues de crenas e utopias.

  • A pedagogia quer compreender como fatores

    socioculturais e institucionais atuam nos processos de

    transformao dos sujeitos mas, tambm, em que

    condies esses sujeitos aprendem melhor. Destaca-se no

    contexto social contemporneo a contradio entre a

    pobreza de muitos e a riqueza de poucos, entre a lgica da

    gesto empresarial e as lgicas da incluso social,

    ampliando as formas explcitas e ocultas de excluso.

  • As escolas e as salas de aula tm contribudo pouco para a

    superao dessas contradies, especialmente esto

    falhando em sua misso primordial de promover o

    desenvolvimento cognitivo dos alunos, correndo o risco de

    terem que assumir o nus de estarem ampliando a

    excluso com medidas aparentemente bem intencionadas

    como a eliminao da organizao curricular em sries, a

    promoo automtica, a integrao de alunos portadores

    de necessidades especiais, a flexibilizao da avaliao

    escolar, a transformao da escola em mero espao de

    vivncia de experincias socioculturais.

  • Um posicionamento pedaggico requer uma investigao

    das condies escolares atuais de formao das

    subjetividades e identidades para verificar onde esto as

    reais explicaes do sentimento de fracasso, de

    mediocridade, de incompetncia, que vai tomando conta do

    alunado. No haver mudanas efetivas enquanto a elite

    intelectual do campo cientfico da educao e os educadores

    profissionais no se derem conta de algo muito simples:

  • Escola existe para formar sujeitos preparados para

    sobreviver nesta sociedade e, para isso, precisam da cincia,

    da cultura, da arte, precisam saber coisas, saber resolver

    dilemas, ter autonomia e responsabilidade, saber dos seus

    direitos e deveres, construir sua dignidade humana, ter uma

    autoimagem positiva, desenvolver capacidades cognitivas

    para apropriar-se criticamente dos benefcios da cincia e da

    tecnologia em favor do seu trabalho, da sua vida cotidiana,

    do seu crescimento pessoal.

  • Trs coisas so, portanto, necessrias de serem ditas

    para quem quiser ajudar e no dificultar as condies do

    agir pedaggico.

    A primeira que prticas pedaggicas implicam

    necessariamente decises e aes que envolvem o

    destino humano das pessoas, requerendo projetos que

    explicitem direo de sentido da ao educativa e formas

    explcitas do agir pedaggico. Quem se dispuser ao agir

    pedaggico, estar ciente de que no se pode suprimir da

    pedagogia o fato de que ela lida com valores, com

    objetivos polticos, morais, ideolgicos.

  • A segunda que no suficiente, quando falamos em

    prticas escolares, a anlise globalizante do problema

    educativo. Aos aspectos externos que explicitam fatores

    determinantes da realidade escolar necessrio agregar

    os meios educativos, os instrumentos de mediao que

    so os dispositivos e mtodos de educao e ensino, ou

    seja, a didtica.

  • E a terceira: dada a natureza dialtica da pedagogia,

    ocupando-se ao mesmo tempo da subjetivao e da

    socializao, da individuao e da diferenciao, cumpre

    compreender as prticas educativas como atividade

    complexa, uma vez que encontram-se determinadas por

    mltiplas relaes e necessitam, para seu estudo, do

    aporte de outros campos de saberes.

  • Esquematicamente, essas teorias apresentam como

    caractersticas em comum:

    Acentuao do poder da razo, isto , da atividade

    racional, cientfica, tecnolgica, enquanto objeto de

    conhecimento que leva as pessoas a pensarem com

    autonomia e objetividade, contra todas as formas de

    ignorncia e arbitrariedade.

    Conhecimentos e modos de ao, deduzidos de uma

    cultura universal objetiva, precisam ser comunicados s

    novas geraes e recriados em funo da continuidade

    dessa cultura.

  • Os seres humanos possuem uma natureza humana

    bsica, postulando-se a partir da direitos bsicos

    universais.

    Os educadores so representantes legtimos dessa cultura

    e cabe-lhes ajudar os alunos a internalizarem valores

    universais, tais como racionalidade, autoconscincia,

    autonomia, liberdade, seja pela interveno pedaggica

    direta seja pelo esclarecimento de valores em mbito

    pessoal;

  • O contexto ps-moderno e os impactos na educao

    Algumas correntes modernas da educao buscam

    rearticular seus discursos face s transformaes que

    marcam a contemporaneidade. O momento histrico

    presente tem recebido vrias denominaes: sociedade ps-

    moderna, ps-industrial ou ps-mercantil, sociedade do

    conhecimento. Alguns preferem entender que o tempo

    presente de uma modernidade tardia.

  • Alguns traos gerais que caracterizam a condio ps-moderna, sintetizando sugestes de vrios autores (Giroux, McLaren, Giddens, Silva, Rouanet).

    Mudanas no processo de produo industrial ligadas aos

    avanos cientficos e tecnolgicos, mudanas no perfil

    da fora de trabalho, intelectualizao do processo

    produtivo;

  • Novas tecnologias da comunicao e informao,

    ampliao e difuso da informao, novas formas de

    produo, circulao e consumo da cultura, colapso da

    diviso entre realidade e imagem, arte e vida;

    Mudanas nas formas de fazer poltica: descrdito nas

    formas mais convencionais e emergncia de novos

    movimentos e sujeitos sociais, novas identidades sociais

    e culturais;

  • Mudanas nos paradigmas do conhecimento, sustentando

    a no separao entre sujeito e objeto, a construo

    social do conhecimento, o carter no-absolutizado da

    cincia, a acentuao da linguagem;

    Rejeio dos grandes sistemas tericos de referncia e de

    ideias;

    Fora formuladas na tradio filosfica ocidental tais

    como a natureza humana essencial, a ideia de um destino

    humano coletivo e de que podemos ter ideais que

    justificam nossa ao, a ideia de totalidade social.

  • Em troca, o que h so aes especficas de sujeitos

    individuais ou grupos particulares, existncias

    particulares e locais. Embora apresentados

    sumariamente, esses traos do bem uma ideia de como

    afetam o pensamento e a prtica educacionais.

  • Alguns aspectos que o pensamento e a condio ps- moderna trazem para a educao escolar, em contraposio aos que foram mencionados como traos da pedagogia moderna.

    1. Relativizao do conhecimento sistematizado,

    especialmente do poder da cincia, destacando o carter

    instvel de todo conhecimento, acentuando-se, por outro

    lado, a ideia dos sujeitos como produtores de conhecimento

    dentro de sua cultura, capazes de desejo e imaginao, de

    assumir seu papel de protagonistas na construo da

    sociedade e do conhecimento.

  • 2. Mais do que aprender e aplicar o conhecimento objetivo,

    os indivduos e a sociedade progridem medida que se

    empenham em alcanar seus prprios objetivos.

    3. No h cultura dominante, todas as culturas tm valor

    igual. Os sujeitos devem resistir s formas de

    homogeneizao e dominao cultural.

    4. preciso buscar critrios de restabelecimento da unidade

    do conhecimento e das prticas sociais que a modernidade

    fragmentou, por meio do principio da integrao, onde os

    saberes eliminem suas fronteiras e comuniquem-se entre si.

  • 5. No h uma natureza humana universal, os sujeitos so

    construdos socialmente e vo formando sua identidade, de

    modo a recuperar sua condio de construtores de sua vida

    pessoal e seu papel transformador, isto , sujeito pessoal e

    sujeito da sociedade.

    6. Os educadores devem ajudar os estudantes a construrem

    seus prprios quadros valorativos a partir do contexto de

    suas prprias culturas, no havendo valores com sentido

    universal. Os valores a serem cultivados dentro de grupos

    particulares so a diversidade, a tolerncia, a liberdade, a

    criatividade, as emoes, a intuio.

  • Essas caractersticas confrontam-se diretamente com vrios

    princpios das teorias pedaggicas modernas mas, ao mesmo

    tempo, possibilitam uma reavaliao crtica desses

    princpios. Giroux (1993) sugere que a crtica ps-moderna

    precisa ser examinada pelos educadores e que ela pode dar

    uma importante contribuio pedagogia crtica.

  • McLaren (1993) indica trs contribuies do pensamento ps-moderno para uma Pedagogia Crtica:

    - Uma reavaliao dos paradigmas tericos de referncia

    que at hoje tem norteado a produo do conhecimento,

    especialmente o legado da tradio iluminista.

    - Uma sistematizao, uma ordenao, das explicaes de

    fenmenos novos que surgem na sociedade: o espetculo, o

    efmero, o modismo, a cultura do consumo, a emergncia de

    novos sujeitos sociais etc.

  • - Um mapeamento das transformaes que vo ocorrendo

    no mundo contemporneo (e que caracterizam a chamada

    "condio ps-moderna") para aguar a conscincia dos que

    se propem a manter-se dentro de um posicionamento

    crtico.

  • Um esboo das teorias e correntes pedaggicas contemporneas

    Existem tendncias contemporneas no ensino de alguma forma influenciadas pelo pensamento ps-moderno? Certamente sim, elas existem e aos poucos vo ocupando espaos na prtica de professores embora, como de costume, com fortes traos de reducionismo ou modismo. Algumas dessas correntes so esforos tericos de releitura das teorias modernas, outras se afiliam explicitamente ao pensamento ps-moderno focadas na escola e no trabalho dos professores, enquanto que outras se utilizam do discurso ps-moderno sem interesse nenhum em chegar a propostas concretas para a sala de aula e para o trabalho de professor, ao contrrio, propem-se a desmontar as propostas existentes.

  • H outro argumento a favor das classificaes:

    eles ajudam as pessoas a organizar a cabea. Os formadores

    de professores, os pesquisadores, os estudiosos das teorias

    educacionais e das metodologias de pesquisa, os

    licenciandos das vrias especialidades precisam conhecer as

    teorias educacionais, as clssicas e as contemporneas, para

    poderem se situar terica e praticamente enquanto sujeitos

    envolvidos em marcos sociais, culturais, institucionais.

  • A Corrente Racional Tecnolgica

    Essa corrente corresponde concepo que tem sido

    designada de neotecnicismo e est associada a uma

    pedagogia a servio da formao para o sistema produtivo.

    Pressupe a formulao de objetivos e contedos, padres

    de desempenho, competncias e habilidades com base em

    critrios cientficos e tcnicos. Sua caracterstica central ,

    que este previamente prescritos por especialista, partindo

    de critrios cientficos e tcnicos, que iro contemplar os interesse do mercado na sociedade.

  • A escola tem a funo apenas de ensinar, sem preocupa-se com e por que ensinar. Como resume Libneo (2004 p.175):

    Diferentemente do cunho acadmico do currculo

    tradicional, o currculo racional-tecnolgico se firma na

    racionalidade tcnica e instrumental, visando a desenvolver

    habilidades e destrezas para formar o tcnico.

  • Metodologia - Caracterizam-se pela introduo de

    tcnicas mais refinadas de transmisso de conhecimentos

    incluindo os computadores, as mdias. Uma derivao dessa

    concepo o currculo por competncias, na perspectiva

    economicista, em que a organizao curricular resulta de

    objetivos assentados em habilidades e destrezas a serem

    dominados pelos alunos no percurso de formao.

  • Apresenta-se sob duas modalidades:

    a) Ensino de excelncia, para formar a elite intelectual e

    tcnica para o sistema produtivo;

    b) Ensino para formao de mo-de-obra intermediria,

    centrada na educao utilitria e eficaz para o mercado.

  • Outros traos dessa corrente:

    -Centralidade no conhecimento em funo da sociedade

    tecnolgica, -Transformao

    da educao em cincia (racionalidade cientfica),

    -Produo do aluno como um ser tecnolgico (verso

    tecnicista do aprender a aprender).

    -Utilizao mais intensiva dos meios de comunicao e

    informao e do aparato tecnolgico.

    Exemplos de ferramentas tecnolgicas a seguir:

  • A cibercultura a cultura contempornea estruturada pelo uso

    das tecnologias digitais em rede nas esferas do ciberespao e das

    cidades. Atualmente, a cibercultura vem se caracterizando pela

    emergncia da Web 2.0 com seus softwares e redes sociais

    mediadas pelas interfaces digitais em rede, pela mobilidade e

    convergncia de mdias, dos computadores e dispositivos

    portteis e da telefonia mvel.

  • .

    No h retorno quanto ao crescimento da educao via

    internet no Brasil e no mundo. Tecnologias interativas online

    (computador, celular, internet em mltiplas interfaces) para

    expresso uni, bi e multidirecional em rede, cresce muito com

    as potencialidades cada vez mais interativas da internet e das

    redes sociais online (chats, fruns, wikis, blogs, fotos, Twitter,

    Face- book, Orkut, videologs, etc.). A adeso social se amplia

    espantosamente.

  • .

    Nesse contexto, o desafio maior a incluso dos professores no

    cenrio sociotcnico e comunicacional da cibercultura para nele

    operarem e educarem.

    No entanto, fundamental no esquecer que s a utilizao de

    materiais e recursos tecnolgicos no garante uma aprendizagem

    eficaz e significativa. Para alm da manipulao, preciso refletir

    nos processos e nos produtos porque o mais importante no ensino-

    aprendizagem da Matemtica a atividade mental a desenvolver

    nos e pelos alunos.

  • Biografia: AS TEORIAS PEDAGGICAS MODERNAS

    RESIGINIFICADAS PELO DEBATE

    CONTEMPORNEO NA EDUCAO

    Jos Carlos Libneo ( )