adequação discursiva

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Adequação discursiva- 10º ano ADEQUAÇÃO DISCURSIVA Chamamos estratégia discursiva ao conjunto de escolhas que um emissor faz, de entre as possibilidades que a língua lhe oferece, para produzir um texto adequado à sua intenção comunicativa, como aos seus objetivos: — Fecha a porta — disse eu ao miúdo. — Podia, por favor, fechar a porta? — pedi ao inspetor. Nestes exemplos podemos ver como o pedido se adequa aos diferentes destinatários, de acordo com a relação que estabelecem com o locutor. A ordem por que é apresentada determinada informação também pode ter a ver com a estratégia discursiva: se tiveres uma má notícia a dar, podes optar por atenuar o seu efeito, apresentando-a depois de informações mais agradáveis para o teu interlocutor. USO ORAL E USO ESCRITO A eficácia da comunicação depende de uma correta adaptação do que dizemos à situação de comunicação, o que implica, por exemplo, optar pelouso oral ou escrito da língua, com as suas marcas diferenciadoras, por uma forma de tratamento ou por outra. O seu uso oral coloca emissor e recetor numa mesma situação, num momento dado e num local preciso, com emissão e receção alternadas, o que lhe dá características próprias. Na comunicação oral, o que fala dispõe de outros meios de expressão (gestos, mímica, entoação…) que permitem a compreensão dos enunciados produzidos: — Dá-me essa coisa. (+ gesto) — Ele fez assim. (+ mímica, + gesto) — Que esperto! (segundo a entoação, pode ter significados diferentes) Lê o enunciado que se segue e que mantém o mais possível as marcas da oralidade:

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Adequação discursiva

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Adequao discursiva- 10 anoADEQUAO DISCURSIVAChamamosestratgia discursivaao conjunto de escolhas que um emissor faz, de entre as possibilidades que a lngua lhe oferece, para produzir um texto adequado sua inteno comunicativa, como aos seus objetivos: Fecha a porta disse eu ao mido. Podia, por favor, fechar a porta? pedi ao inspetor.

Nestes exemplos podemos ver como o pedido se adequa aos diferentes destinatrios, de acordo com a relao que estabelecem com o locutor.A ordem por que apresentada determinada informao tambm pode ter a ver com a estratgia discursiva: se tiveres uma m notcia a dar, podes optar por atenuar o seu efeito, apresentando-a depois de informaes mais agradveis para o teu interlocutor.

USO ORAL E USO ESCRITO

A eficcia da comunicao depende de uma correta adaptao do que dizemos situao de comunicao, o que implica, por exemplo, optar pelouso oral ou escritoda lngua, com as suas marcas diferenciadoras, por uma forma de tratamento ou por outra.O seu uso oral coloca emissor e recetor numa mesma situao, num momento dado e num local preciso, com emisso e receo alternadas, o que lhe d caractersticas prprias.Na comunicao oral, o que fala dispe de outros meios de expresso (gestos, mmica, entoao) que permitem a compreenso dos enunciados produzidos: D-me essa coisa. (+ gesto) Ele fez assim. (+ mmica, + gesto) Que esperto! (segundo a entoao, pode ter significados diferentes)

L o enunciado que se segue e que mantm o mais possvel as marcas da oralidade:

Tamos a fazer um trabalho pr iscola e podias colaborar, t? Colaborar? Hum Qu ququeres que faa? Podias emprestar a tua cmraPra qu? Pra dares cabo dela?

Compara agora com a sua verso na lngua escrita: Estamos a fazer um trabalho para a escola. Acho que podias colaborar, O que queres que faa? Podias emprestar-me a tua cmara de vdeo. Para qu? Para dares cabo dela?

No primeiro texto h marcas de oralidade, como frases curtas, repeties de palavras e expresses, suspenses, contrao de palavras J no segundo enunciado, a mensagem est ordenada mais logicamente e, por isso, no se verificam repeties nem interrupes de frases.

USO ORALUSO ESCRITO

Transmisso e receo imediatas da mensagemTransmisso e receo diferida da mensagem

Emissor e recetor esto inseridos no mesmo contexto- presena de numerosos elementos deticos- emprego de gestos e mmicaMaior necessidade de referncia situao em que ocorre a comunicao

Descrio de gestos e mmica

Entoao, ritmo, acento de intensidadeUso de pontuao e de sinais grficos auxiliares, mas que no podem reproduzir exatamente o ritmo, o acento de intensidade do oral

Frases curtasFrases geralmente mais longas

Frases incompletas cortadas por suspenses e repeties presena de marcadores discursivos que funcionam como bordesOrdenao mais lgica da mensagem, com frases completas e articuladas maior abundncia de elementos de coeso (marcadores discursivos)

Predomnio das frases simples e coordenadasUso mais frequente da subordinao

Vocabulrio menos rico e apuradoVocabulrio mais rico e variado

Contrao e distoro das palavrasDomnio das regras da ortografia e da sintaxe

REGISTOS DE LNGUA- FORMAL E INFORMAL

Formas de tratamento:

A relao que se estabelece entre os interlocutores (posio social, maior ou menor familiaridade, idade, etc) condiciona o uso de umregisto formalouinformal, o que implica, entre outros aspetos, diferentes formas de tratamento:Familiar:tu, queridoFormal:o senhorAcadmico:Senhor Doutor, Professor Doutor,Honorfico:Senhor Presidente, Senhor Primeiro-Ministro, Vossa ExcelnciaEclesistico:Monsenhor, Vossa Eminncia, Vossa Santidade,

Repara que quando te diriges a algum com quem no tens familiaridade suficiente para o tratares portu, nem consideras adequado o tratamento porsenhor, utilizas uma forma de tratamentoque implica o uso implcito devoc(recorre-se ao sujeito nulo subentendido): Estboa? Como tem passado? A Maria quer vir comigo? A tia vai sair?