alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

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Alfabetização e Letramento: repensando a prática de ensino da língua 1 Maria das Graças Barros Maria das Graças Barros PROVA DIDÁTICA CONCURSO PROFESSOR SUBSTITUTO Disciplina: Fundamentos e Metodologia do Ensino da Alfabetização Universidade Estadual da Paraíba Centro de Educação/Departamento de Educação

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Page 1: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Alfabetização e Letramento: repensando a prática de ensino da

língua

1

Maria das Graças Maria das Graças BarrosBarros

PROVA DIDÁTICACONCURSO PROFESSOR SUBSTITUTO

Disciplina: Fundamentos e Metodologia do Ensino da Alfabetização

Universidade Estadual da Paraíba Centro de Educação/Departamento de Educação

Page 2: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Entre os que têm mais de 15 anos, 14,1 Entre os que têm mais de 15 anos, 14,1 milhões não sabem ler e escrever. Região milhões não sabem ler e escrever. Região Nordeste tem a taxa mais alta.Nordeste tem a taxa mais alta.

(www.ig.com.br) 2

Page 3: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

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A leitura e a escrita: breve A leitura e a escrita: breve históricohistórico

Método

sintético

Método

analítico

A questão dos métod

os

Page 4: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

A leitura e a escrita: breve A leitura e a escrita: breve históricohistóricoMétodo sintético: Vigorou até o século XVIII; O ensino da escrita parte das letras,

sons, sílabas, que quando combinam formam palavras, frases e textos;

A aprendizagem não avança sem que todas as dificuldades sejam superadas;

Leitura mecânica (decodificação), posteriormente, leitura compreensiva, culminando com a leitura expressiva (entonação)

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Page 5: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

A leitura e a escrita: breve A leitura e a escrita: breve históricohistóricoPara a escrita, o ensino se dava,

através do alfabeto ou soletração Fônico e silábico Antes de colocar o aluno em

contato com o texto é necessário que ele tenha memorizado o alfabeto, sílabas...

O processo de ensino vai do simples ao complexo.

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Page 6: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

A leitura e a escrita: breve A leitura e a escrita: breve históricohistóricoMétodo analítico: Esta concepção vigorou do século

XVII até o século XX. Parte das unidades maiores da

língua, palavras, orações ou conto chegando às partes menores: sílabas e letras.

Considera a leitura como uma operação de análise das palavras em unidades individuais.

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Page 7: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

A leitura e a escrita: breve A leitura e a escrita: breve históricohistóricoA escrita assume a função de

comunicação. Toda criança sabe que os sinais emitem mensagens.

O ensino baseia-se na memorização, na cópia e no ditado.

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Page 8: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

A leitura e a escrita: breve A leitura e a escrita: breve históricohistóricoSéculo XX:As metodologias começam a ser

criticadas;O surgimento do termo letramento,

com sua respectiva proposta.“produto da participação em práticas

sociais que usam a escrita como sistema simbólico e tecnologia. São práticas

discursivas que precisam da escrita para

torná-las significativas” (BRASIL, 1997).

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Page 9: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Concepção pedagógica: sócio-Concepção pedagógica: sócio-históricahistóricaConsidera a aprendizagem como um

fator de desenvolvimento.

O ensino escolar precisa colocar o aluno frente a novos conhecimentos e desafios intelectuais para promover seu desenvolvimento.

O processo de aprendizagem acontece mediante a mediação pedagógica.

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Page 10: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

PLANOS GENÉTICOS – VYGOTSKYPLANOS GENÉTICOS – VYGOTSKY

•História de fenômenos específicos que caracterizam a ação humana.

•Cada um sujeito tem sua própria história= heterogeneidade

•Formas culturais que interferem na questão psicológica do sujeito.

•Cada cultura cria a sua própria história.

•Determinismo cultural

•Desenvolvimento do ser de cada espécie

•Determinismos biológico

•Cérebro•Limites e

possibilidades•Determinismo

biológico Filogênese

(história da espécie humana que difere das

de outros animais)

Ontogênese

(história do indivíduo de

cada espécie)

Microgênese

(aspectos mais específicos do

desenvolvimento= ZDP= não determinismo)

Sociogênese

(história da cultura em que o sujeito está

inserido)

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Page 11: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

TEORIA DE VYGOTSKYTEORIA DE VYGOTSKY

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Formação de conceitos

Signos/ferramentas

Internalização:

1. Processo Intrapsíquico -> superior2. Processo Interpsíquico -> mediação

resposta

Estímulo

Mediação pedagógica

Page 12: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Processo de alfabetizaçãoProcesso de alfabetizaçãoPara o ensino da leitura e da

escrita deve-se explorar as especificidades de cada uma das ações que o compõem:

a ação de aprender

a ação de ler

a ação de escrever

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Page 13: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

AA ação de aprenação de aprender

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Page 14: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Processo de Processo de aprendizagemaprendizagemAs crianças constroem

conhecimentos sobre a escrita muito antes de chegar à escola;

A criança elabora hipóteses sobre a escrita na tentativa de compreendê-la;

Aprender a ler e a escrever fazem partem de um processo ligado à participação em práticas sociais de leitura e escrita.

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Page 15: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

A ação de ler A ação de ler

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Page 16: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Desenvolvimento da Desenvolvimento da leituraleituraO contato com os mais diversos gêneros

textuais orais e escritos;O incentivo ao faz de conta;Ler mesmo sem saber ler: pelo ajuste da "leitura" do texto, que

conhece de cor, aos segmentos escritos; pela combinação de estratégias de

antecipação (a partir de informações obtidas no contexto, por meio de pistas) com índices providos pelo próprio texto, em especial os relacionados à correspondência fonográfica.

 

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A ação de escreverA ação de escrever

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Page 18: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Desenvolvimento da linguagem Desenvolvimento da linguagem escritaescritaÉ em contato com o ambiente social

que as crianças descobrem o funcionamento da escrita:

A natureza do sistema da escritaAs características da linguagem que se

usa para escrever;As crianças elaboram hipóteses sobre a

escrita, mas não são idênticas em uma mesma faixa etária, pois, vai depender do grau de letramento do seu ambiente social.

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Page 19: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Desenvolvimento da linguagem Desenvolvimento da linguagem escritaescritaO erro, na perspectiva sócio-

histórica é visto como inadequação. Ele representa evolução no processo de aprendizagem.

Assim, as crianças escrevem textos mesmo antes de saber grafar convencionalmente

Concepção de aprendizagem baseada nas ideias de Emília Ferrero e Ana Teberosky. (A Psicogênese da Língua Escrita)

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LetramentoLetramento

“Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você

é, e de tudo que pode ser. "                              

Magda Soares 21

Page 22: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Alfabetização e Letramento: Alfabetização e Letramento: repensando o ensino da línguarepensando o ensino da língua

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Page 23: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Alfabetização e Alfabetização e LetramentoLetramentoSão dois processos distintos, mas que se

entrecruzam quando a concepção de ensino e aprendizagem;

Alfabetização enquanto aprendizagem conceitual do sistema alfabético: aprendizagem e uso do código linguístico;

Letramento, o ensino da leitura, na alfabetização, deve se efetuar de forma integrada, articulando aprendizagem da linguagem escrita com a inserção do indivíduo em práticas de leitura e de produção de texto.

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Page 24: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Avaliação – função Avaliação – função diagnóstica:diagnóstica:O aluno aprendeu o que foi ensinado?Que estratégias devem ser utilizadas

para a aprendizagem dos conteúdos propostos?

O que (re)planejar em função das capacidades já desenvolvidas e daqueles que os alunos precisam desenvolver?

Os saberes dos alunos são o ponto de partida, mas deve-se perseguir metas como ponto de chegada.

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Page 25: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

O papel da escola:O papel da escola:

É na escola, portanto, onde o aprendizado é o próprio objetivo de um processo que pretende conduzir a um determinado tipo de desenvolvimento, a intervenção deliberada é um processo pedagógico privilegiado.”

(OLIVEIRA, 2003, p. 62)25

Page 26: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

Papel da escola: ensino da Papel da escola: ensino da língualínguaO ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa

na escola é resultante da articulação de três variáveis: o aluno, a língua e o ensino;

Rever as práticas de ensino que tratam a língua como um conjunto de regras a serem aprendidas;

Possibilitar práticas em que o aluno aprenda a linguagem a partir da diversidade de textos que circulam socialmente.

Esse enfoque coloca necessariamente um novo papel para o professor das séries iniciais: o de professor de Língua Portuguesa.

 

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BATISTA, ANTÕNIO AUGUSTO GOMES et al. Avaliação Diagnósitica da Alfabetização. Belo Horizonte: Ceale/FAE/UFMG(Coleção Instrumentos da Avaliação-v3).BRASIL. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores: Coletânea de Textos,Módulo 1: MEC/SEF, 2001c.______. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores: Coletânea de Textos,Módulo 2: MEC/SEF, 2002.______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmentros curriculares nacionais: língua portuguesa – Brasília:MEC/SEF, 1997,FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. reimp. 2006. PortoAlegre: Artes Médicas Sul, 1999.GERALDI, JOAO WANDERLEY. Portos de passagem. 4. ed. SP: Martins Fontes, 1997..OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky, aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Editora Scipione, 1997.OLIVEIRA, Marta Kohl. Pensar a Educação: contribuições de Vygotsky. In: CASTORINA, José Antonio; FERREIRO, Emília; LERNER, Delia; OLIVEIRA, Marta Kohl. Piaget-Vygotsky: Novas contribuições para o debate. 6. ed. Tradução Cláudia Schilling. São Paulo: Ática, 2003.SOARES, Magda. Letramento: Um Tema em Três Gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.KLIX Tatiana, Analfabetismo cai pouco e atinge 9,7% da populaçãoiG. São Paulo. Disponível em :http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/analfabetismo+cai+pouco+e+atinge+97+da+populacao/n1237770936261.html. Acesso em 02/08/2011. _______, Magda. Alfabetização e Letramento. São Paulo. Contexto, 2003.VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1988. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1988.________. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 

REFERÊNCIASREFERÊNCIAS

Page 28: Alfabetização e letramento repensando a prática de ensino da língua

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E

ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da

boniteza e da alegria”.(Paulo Freire)

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