3 estudos preliminares 3.1 primeira etapa – cota … · d’água do rio e das curvas de descarga...
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INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
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3 ESTUDOS PRELIMINARES
Os estudos preliminares foram divididos em duas etapas, a primeira com o objetivo de definir antecipadamente o nível máximo normal do reservatório de Garabi e a segunda etapa com a continuidade dos Estudos Preliminares.
3.1 Primeira Etapa – Cota Garabi
Essa etapa buscou a definição antecipada da cota de Garabi, para permitir o início das fases seguintes de estudo desse aproveitamento. Além de analisar diferentes níveis para o reservatório, também avaliou a melhor localização do aproveitamento, considerando dois eixos, um na posição original (Projeto Básico 1986) e outro a montante das localidades de Garruchos (Brasil e Argentina).
Para essa definição foram incorporadas aos Estudos Preliminares algumas das ferramentas de Estudos Finais, previstas pelo Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007), como o Índice de Preferência (IP).
3.1.1 Levantamentos de Dados e Estudos Diversos
Os trabalhos dessa etapa foram executados com base na informação existente coletada e nos levantamentos e estudos realizados nos primeiros meses do estudo de inventário.
Em face da necessidade de realizar os estudos para definição da cota de Garabi antes da conclusão dos levantamentos cartográficos, e antes mesmo de que se dispusesse do modelo do terreno, foi necessário construir uma base cartográfica preliminar para essa etapa dos estudos. Essa base foi obtida a partir dos modelos de elevação da SRTM, ajustado com respaldo nas informações então disponíveis, como o perfil longitudinal do rio Uruguai, a rede de apoio implantada no tramo Garabi – Roncador e os levantamentos topográficos executados nas cidades de San Javier e Porto Xavier. A comparação das elevações do MDE da SRTM com as elevações desses levantamentos de campo indicou uma diferença média de 3 m, entre as elevações indicadas pela SRTM e os pontos de controle de campo.
Assim, foram geradas as curvas de nível de interesse, que depois foram deslocadas 3 m em elevação. Ao final, obrigou-se que as curvas de nível, de cada elevação, passassem sobre o ponto do perfil longitudinal do rio na elevação correspondente.
Para avaliar a qualidade do modelo de terreno obtido, compararam-se as curva cota x área x volume do Projeto Básico do aproveitamento Garabi, com a curva gerada por esse modelo, como apresentado na Figura 3.1.1-2.
Posteriormente, com o término dos levantamentos LIDAR no tramo I e a geração dos modelos digitais do terreno, foi possível comparar os dois modelos de elevação, validando o modelo utilizado nessa etapa dos estudos.
Uma comparação entre os dois modelos é apresentada na Figura 3.1.1-1, que retrata a zona imediatamente a montante de Garabi, onde a linha vermelha representa a curva de nível 89 m obtida do modelo ajustado da SRTM e a linha verde representa a mesma curva obtida no modelo levantado pelo LIDAR.
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Figura 3.1.1-1. Comparação entre o modelo SRTM (ver melho) e o LIDAR (verde)
60
65
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75
80
85
90
95
0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000
Volume (10 6 m³)
Cot
a (m
)
080160240320400480560640720800
Área (km²)
SRTM - ajustado
Projeto Básico - 1986
Figura 3.1.1-2. Curva cota x área x volume Garabi – Projeto Básico (1986) x SRTM
Para efeito de avaliação energética de um aproveitamento, o importante é o volume útil, ou seja a diferença de volume entre os níveis operacionais do reservatório. Pode-se supor, por exemplo, uma depleção de 2 m para Garabi (valor próximo ao que será calculado nos estudos energéticos), assim, considerando Garabi na cota 89 m, o volume útil pela curva SRTM seria de 1.134 106 m3. Já segundo o Projeto Básico de 1986 o volume útil seria de 1.125 106 m3, o que representa uma diferença de apenas 0,7%.
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Adicionalmente, com o objetivo de determinar nas periferias das cidades de San Javier e de Porto Xavier cotas das zonas críticas de possíveis inundações foi realizado um nivelamento trigonométrico. Na mesma região foram levantadas seções topobatimétricas para a elaboração de estudos de remanso, conforme será detalhado posteriormente.
Da mesma forma, os estudos hidrológicos, hidráulicos e energéticos para esta fase do inventário foram realizados com base em informações parciais. As curvas de descarga foram definidas a partir das primeiras leituras de nível nos locais dos barramentos e correlações de níveis com escalas existentes e as curvas cota x área x volume foram obtidas dos modelos de terreno da SRTM ajustado. Dessa maneira, foram obtidos todos os dados necessários para os estudos, como: séries de vazões, curvas características, vazões de cheias, etc. que permitiram realizar os estudos nessa etapa.
Os Estudos Ambientais nesta etapa apoiaram-se no Diagnóstico Ambiental parcial e na caracterização expedita da área de estudo. De forma a orientar as análises e fornecer uma base referencial adequada, a área de estudo nesta etapa ficou compreendida pelas sub-bacias dos afluentes a montante do eixo do aproveitamento Garabi, cuja localização está apresentada no mapa INV.URG-GE.00-MP.1001, incluído no volume 21 do presente Relatório Final. A área considerada compreende cerca de 54 mil km2 e corresponde a pouco menos da metade da área total de estudo adotada para este Inventário.
Como procedimento inicial para a elaboração do Diagnóstico, procurou-se equalizar os conhecimentos entre os membros da equipe técnica, por meio da troca de informações, liderada pelos técnicos que reuniam maior conhecimento prévio sobre a região de estudo.
Em um segundo momento, partiu-se para o levantamento e análise das fontes de dados secundários, enfocando especialmente as fontes oficiais e as informações mais recentes disponíveis que permitissem selecionar os indicadores mais representativos para: identificar os compartimentos territoriais similares na bacia, de forma a definir as Subáreas em cada Componente-síntese; identificar as questões socioambientais relevantes e suas tendências evolutivas; identificar os potenciais impactos passíveis de serem gerados a partir da implantação de aproveitamentos hidrelétricos.
Em complementação às atividades de levantamento de dados foram realizadas campanhas expeditas para reconhecimento dos locais barráveis, a fim de identificar os principais aspectos socioambientais que poderão ser afetados com a implantação dos aproveitamentos propostos.
As investigações foram feitas basicamente nas seguintes datas:
− De 14 a 21 de abril de 2009 – Equipe de coordenação do Consórcio CNEC-ESIN-PROA, acompanhado de representantes da EBISA e ELETROBRAS;
− De 8 a 12 de junho de 2009 – visita pela equipe de coordenação do Consórcio CNEC-ESIN-PROA às cidades que margeiam o rio Uruguai;
− De 13 a 30 de junho de 2009 – visita das equipes multidisciplinares.
3.1.2 Alternativas de Divisão de Queda
A definição das alternativas de divisão de queda considerou os barramentos e as respectivas combinações indicados no planejamento dos estudos, onde foram planejadas 42 alternativas de divisão de queda.
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Essas alternativas tiveram os seus níveis reavaliados em função do perfil longitudinal da linha d’água do rio e das curvas de descarga obtidas para cada um dos aproveitamentos, resultando nos valores indicados no Quadro 3.1.2-1.
Quadro 3.1.2-1. Alternativas de divisão de queda co nsideradas no planejamento dos estudos
Síti
os
Progressiva (km) 518 863 874 969 978 992 1.002 1.016 1.058 1.076
Nome do local San Pedro Garabi Garabi
II San
Javier Porto
Lucena Puerto Rosario Roncador Panambi Porto
Mauá Santa Rosa
NA natural médio (m) 36 56 59 83 86 87 89 94 106 111
Alte
rnat
ivas
de
divi
são
de q
ueda
1
NA
nor
mal
dos
res
erva
tório
s (m
)
52 94 130 2 52 89 130 3 52 87 130 4 52 87 111 130 5 52 86 130 6 52 86 111 130 7 52 83 130 8 52 83 111 130 9 52 83 106 130
10 52 89 130 11 52 89 130 12 52 89 130 13 52 94 124 14 52 89 124 15 52 87 124 16 52 86 124 17 52 83 124 18 52 83 106 124 19 52 89 124 20 52 89 124 21 52 89 124 1A 52 94 130 2A 52 89 130 3A 52 87 130 4A 52 87 111 130 5A 52 86 130 6A 52 86 111 130 7A 52 83 130 8A 52 83 111 130 9A 52 83 106 130 10A 52 89 130 11A 52 89 130 12A 52 89 130 13A 52 94 124 14A 52 89 124 15A 52 87 124 16A 52 86 124 17A 52 83 124 18A 52 83 106 124 19A 52 89 124 20A 52 89 124 21A 52 89 124
A redefinição dos níveis de Garabi nas alternativas 10 a 12 e 19 a 21 e Garabi II nas alternativas10A a 12A e 19A a 21A foi realizada com base em estudo de remanso do reservatório de Garabi e as conseqüentes afetações nas cidades de Porto Xavier e San Javier.
Para esse estudo de remanso foram consideradas 107 seções utilizadas no Projeto Básico de Garabi, em 1986, apresentadas no relatório GA-139, e 7 seções topobatimétricas levantadas em junho de 2009 na região de Porto Xavier / San Javier. Essas seções, apresentadas nas
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Figuras 3.1.2-1 a 3.1.2-8, visaram aumentar a precisão do modelo de remanso, justamente na área de maior interesse.
Figura 3.1.2-1. Seções adicionais levantadas para o estudo de remanso
Figura 3.1.2-2. Seção 15
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Figura 3.1.2-3. Seção 16
Figura 3.1.2-4. Seção 17
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Figura 3.1.2-5. Seção 18
Figura 3.1.2-6. Seção 20
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Figura 3.1.2-7. Seção 21
Figura 3.1.2-8. Seção 23
Os cálculos de remanso foram realizados com o programa HEC-RAS (versão 4.0). A curva de descarga em Garruchos foi utilizada como condição de contorno e o modelo foi calibrado através do parâmetro rugosidade, com a curva de descarga do posto fluviométrico da Prefectura Naval Argentina de San Javier. O resultado dessa calibração, para vazões acima de 15.000 m3/s é apresentado na Figura 3.1.2-9.
Para avaliar a afetação nas cidades de San Javier e Porto Xavier, se considerou o perfil para o qual a vazão em San Javier é de 40.000 m3/s, esta vazão corresponde aproximadamente a
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recorrência de 50 anos no trecho (Garabi: 35.641 m3/s e San Javier: 43.061 m3/s), e se aproxima da máxima enchente registrada.
A Figura 3.1.2-10 mostra os perfis da linha d’água para uma vazão de 40.000 m3/s, na situação natural, e com a implantação de uma barragem em Garabi nas elevações 86 m, 87 m, 89 m e 94 m.
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85
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95
100
105
110
0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000
Vazão (m3/s)
Nív
el d
'Águ
a (m
)
San Javier - Jul/1986 HEC-RAS - San Javier
Figura 3.1.2-9. Calibração do modelo de remanso
20
30
40
50
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80
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100
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0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000
Distância (m)
Cot
a (m
)
Cota de Fundo
Sem barragem
Garabi 86m
Garabi 87m
Garabi 89m
Garabi 94m
San
Jav
ier
Figura 3.1.2-10. Perfil da linha d’água para 40.000 m3/s
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De acordo com os levantamentos topográficos realizados nessas duas cidades, a restrição a cota de Garabi (ou Garabi II) é a cidade do lado brasileiro, que apresenta uma ocupação mais expressiva das zonas baixas. O Quadro 3.1.2-2 apresenta os níveis d’água na seção 18, que corresponde à cidade de Porto Xavier, para diferentes vazões, na condição de rio natural e de barragens em Garabi entre 86 m e 94 m.
Quadro 3.1.2-2. Níveis d’água em Porto Xavier
Vazão (m3/s)
Sem barragem
Garabi 86 m
Garabi 87m
Garabi 88 m
Garabi 89 m
Garabi 90 m
Garabi 91 m
Garabi 92 m
Garabi 93 m
Garabi 94 m
20.000 88,40 89,56 89,97 90,47 91,05 91,70 92,42 93,18 93,99 94,83
30.000 90,76 91,61 91,90 92,25 92,67 93,16 93,71 94,33 94,99 95,71
40.000 92,73 93,45 93,67 93,94 94,26 94,65 95,08 95,58 96,13 96,74
50.000 94,53 95,11 95,29 95,51 95,77 96,08 96,43 96,85 97,31 97,83
60.000 96,15 96,63 96,78 96,96 97,18 97,44 97,74 98,09 98,48 98,92
70.000 97,64 98,03 98,16 98,32 98,51 98,73 98,99 99,29 99,63 100,02
80.000 99,02 99,32 99,44 99,58 99,75 99,94 100,17 100,43 100,74 101,08
Verifica-se que qualquer que seja a cota de Garabi, a barragem aumentará os efeitos de uma cheia na cidade de Porto Xavier. Isso posto, adotou-se como máxima afetação de convivência em Porto Xavier uma cota de Garabi que elevasse o nível natural da passagem de uma cheia de 40.000 m3/s em 1,5 m.
Dessa forma, as alternativas 10 a 12, 19 a 21, 10A a 12A e 19A a 21A, tiveram as cotas de Garabi e Garabi II estabelecidas em 89 m, e as alternativas 10, 19, 10A e 19A ficaram idênticas a outras alternativas já planejadas.
Dado que todos os barramentos devem ser dimensionados para a passagem de uma cheia decamilenar, a partir das curvas de descarga estabelecidas para cada eixo, foram obtidos os níveis d’água naturais na passagem dessa cheia. Considerando ainda a perda de capacidade de descarga do vertedouro em função do afogamento por jusante, foi definido um desnível mínimo de 3 metros entre o NA normal do reservatório e o nível natural do rio na passagem dessa cheia. Assim, foram definidos os valores mínimos para os níveis dos reservatórios de cada um dos aproveitamentos, apresentados no Quadro 3.1.2-3.
Quadro 3.1.2-3. Níveis d’água mínimos possíveis par a os reservatórios
Aproveitamento Vazão decamilenar
(m3/s) NA natural 10.000
anos (m) NA mínimo possível para
o reservatório (m)
Garabi 80.066 82,35 85,50
Garabi II 79.991 82,94 86,00
San Javier 80.020 103,41 106,50
Porto Lucena 80.739 106,21 109,50
Puerto Rosario 80.977 109,39 112,50
Roncador 81.317 113,29 116,50
Panambi 81.511 117,02 120,00
Porto Mauá 83.652 125,66 130,00
Santa Rosa 83.906 127,33 130,50
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Com base nessa análise, são excluídos os aproveitamentos, Garabi e Garabi II na cota 83 m, Porto Rosario na cota 111 m, e Porto Mauá na cota 124 m. A exclusão dos aproveitamentos de Garabi ou Garabi II na cota 83 m, implica na eliminação do eixo San Javier, que aparecia em diversas alternativas combinando com esses aproveitamentos.
O aproveitamento Santa Rosa na cota 130 m, por essa mesma análise deveria ser excluído, mas considerando que a cota de não afetação dos saltos de Yucumã/Moconá ainda não havia sido definida, o mesmo foi mantido. Com as exclusões explicitadas, são 24 as alternativas a estudar, que foram reordenadas e renumeradas, como apresentado no Quadro 3.1.2-4.
Quadro 3.1.2-4. Alternativas de divisão de queda co nsideradas para definição da cota Garabi
Síti
os
Progressiva (km) 518 863 874 978 992 1002 1016 1058 1076
Nome do local San Pedro Garabi Garabi
II Porto
Lucena Puerto Rosario Roncador Panambi Porto
Mauá Santa Rosa
NA natural médio (m) 36 56 59 86 87 89 94 106 111
Alte
rnat
ivas
de
divi
são
de q
ueda
1
NA
nor
mal
dos
res
erva
tório
s (m
)
52 94 130
2 52 94 124
3 52 89 130
4 52 89 130
5 52 89 130
6 52 89 124
7 52 89 124
8 52 87 130
9 52 87 124
10 52 86 130
11 52 86 124
12 52 86 111 130
13 52 94 130
14 52 94 124
15 52 89 130
16 52 89 130
17 52 89 130
18 52 89 124
19 52 89 124
20 52 87 130
21 52 87 124
22 52 86 130
23 52 86 124
24 52 86 111 130
Os perfis dessas alternativas de divisão de queda são apresentados nos desenhos INV.URG-GE.00-DE.1005 a INV.URG-GE.00-DE.1010, no Tomo 3 - Desenhos.
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3.1.3 Simulações Energéticas
Os estudos energéticos desenvolvidos seguiram os critérios básicos preconizados pelo Manual de Inventário Hidrelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007) e Manuais disponibilizados pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL).
Para a determinação dos benefícios energéticos propiciados pelos aproveitamentos hidrelétricos, constantes das diversas alternativas de divisão de queda, foi utilizado o modelo de simulação SINV – Sistema de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas, versão 6.0.3, desenvolvido pelo CEPEL.
Como critérios econômicos básicos, utilizou-se período de retorno de 50 anos, com taxa de juros de 12% ao ano, que são valores usuais neste tipo de estudo e sugeridos pelo Manual. Nos critérios energéticos, destacam-se o COM (custo de operação e manutenção), CUR (custo unitário de referência), CRE (custo unitário de referência da energia) e CRP (custo unitário de referência de ponta), descritos e calculados no item 3.1.7 deste relatório.
Como dados de partida, foram considerados:
• Período crítico do sistema energético, que abrange os meses de Junho de 1949 até Novembro de 1956;
• Série de vazões naturais para cada aproveitamento. A série gerada em cada local de aproveitamento cobre o período de Janeiro de 1931 a Dezembro de 2007;
• Curvas características dos aproveitamentos, que são a curva cota x área x volume e a curva de descarga do canal de fuga;
• Dados de balanço hídrico, que contemplam a evapotranspiração;
• Aproveitamentos existentes ou previstos na bacia do rio Uruguai, listados no Quadro 3.1.3-1.
Quadro 3.1.3-1. Dados de Entrada SINV: Aproveitamen tos Considerados
Nome NA Max Normal (m)
NA Min Normal (m)
Potência Instalada (MW)
São Roque 780,0 756,0 214 Garibaldi 705,0 704,0 150
Campos Novos 660,0 655,0 880 Passo da Cadeia 940,0 898,0 104
Pai Querê 797,0 762,0 292 Barra Grande 647,0 617,0 699 Machadinho 480,0 465,0 1.140
Itá 370,0 370,0 1.450 Foz do Chapecó 265,0 265,0 855
Itapiranga 193,0 193,0 725 Passo Fundo 598,0 584,0 226 Monjolinho 328,5 328,5 74
Quebra Queixo 549,0 544,0 120
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Nome NA Max Normal (m)
NA Min Normal (m)
Potência Instalada (MW)
São José 154,7 146,6 51 Passo São João 128,4 128,4 77
Salto Grande 34,9 24,4 1.890 • Alternativas de divisão de queda, que foram apresentadas no item 3.1.2 deste relatório.
Como sistema de referência adotou-se o Sistema Interligado Nacional (do Brasil) – SIN. Entretanto, conforme admitido pelo Manual de Inventário, o sistema em relação ao qual foram determinados os benefícios energéticos foi a bacia caracterizada pelo conjunto de aproveitamentos em estudo e os aproveitamentos já inventariados situados a montante do rio Uruguai, que são as Usinas Hidrelétricas existentes em território brasileiro e Salto Grande, a jusante, apresentadas no Quadro 3.1.3-1.
As simulações energéticas, realizadas pelo programa SINV, inicialmente otimiza os volumes úteis dos aproveitamentos para a determinação dos benefícios energéticos. O deplecionamento de cada reservatório é então fixado visando maximizar o benefício energético, tendo como base a energia firme da alternativa. Observa-se, no entanto, que foi admitida a limitação do deplecionamento máximo a um terço (1/3) da queda bruta máxima para cada aproveitamento. Definidos os deplecionamentos ótimos, passou-se à determinação da energia firme e potência instalada, o sistema adotado para cada aproveitamento o maior valor de potência instalada em cada sítio encontrado, após simular todas as alternativas em simultâneo.
Em seguida, as alternativas foram simuladas individualmente, para obter os valores de energia firme. Adicionalmente, foi realizada uma simulação adicional de cada alternativa, para determinar a energia média gerada no período de 1931-2007, para posterior avaliação dos benefícios energéticos fora do período crítico. Os resultados dessas simulações, para Fk=0,55, são apresentados nos Quadros 3.1.3-2 a 3.1.3-25.
Quadro 3.1.3-2. Simulação Energética – Alternativa 1
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 130 130,0 126,7 986 542 602
Garabi 94 94,0 88,1 1.161 640 704
San Pedro 52,0 50,8 705 388 444
Quadro 3.1.3-3. Simulação Energética – Alternativa 2
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 124 124,0 124,0 851 470 522
Garabi 94 94,0 88,1 1.161 635 702
San Pedro 52,0 50,8 705 386 443
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
Página: 123/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
Quadro 3.1.3-4. Simulação Energética – Alternativa 3
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Roncador 130 130,0 126,1 1.144 632 703
Garabi 89 89,0 87,2 1.036 570 633
San Pedro 52,0 50,8 705 383 439
Quadro 3.1.3-5. Simulação Energética – Alternativa 4
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 130 130,0 126,7 986 544 603
Garabi 89 89,0 87,2 1.036 568 632
San Pedro 52,0 50,8 705 383 439
Quadro 3.1.3-6. Simulação Energética – Alternativa 5
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Porto Mauá 130 130,0 130,0 653 361 400
Garabi 89 89,0 87,2 1.036 564 629
San Pedro 52,0 50,8 705 381 437
Quadro 3.1.3-7. Simulação Energética – Alternativa 6
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Roncador 124 124,0 120,0 963 533 593
Garabi 89 89,0 87,2 1.036 569 632
San Pedro 52,0 50,8 705 383 439
Quadro 3.1.3-8. Simulação Energética – Alternativa 7
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 124 124,0 124,0 851 471 523
Garabi 89 89,0 87,2 1.036 563 629
San Pedro 52,0 50,8 705 381 437
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
Página: 124/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
Quadro 3.1.3-9. Simulação Energética – Alternativa 8
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Puerto Rosario 130 130,0 119,1 1.124 617 677
Garabi 87 87,0 86,2 1.010 557 610
San Pedro 52,0 50,8 705 387 443
Quadro 3.1.3-10. Simulação Energética – Alternativa 9
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Puerto Rosario 124 124,0 123,9 1.058 581 649
Garabi 87 87,0 86,2 1.010 536 600
San Pedro 52,0 50,8 705 380 436
Quadro 3.1.3-11. Simulação Energética – Alternativa 10
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Porto Lucena 130 130,0 120,5 1.180 648 711
Garabi 86 86,0 85,3 979 540 590
San Pedro 52,0 50,8 705 388 443
Quadro 3.1.3-12. Simulação Energética – Alternativa 11
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Porto Lucena 124 124,0 120,8 1.061 583 646
Garabi 86 86,0 85,3 979 525 583
San Pedro 52,0 50,8 705 382 438
Quadro 3.1.3-13. Simulação Energética – Alternativa 12
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Santa Rosa 130,0 130,0 510 280 311
Porto Lucena 111 111,0 110,7 711 390 434
Garabi 86 86,0 85,3 979 519 580
San Pedro 52,0 50,8 705 380 436
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
Página: 125/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
Quadro 3.1.3-14. Simulação Energética – Alternativa 13
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 130 130,0 126,7 986 543 601
Garabi II 94 94,0 91,6 1.131 623 693
San Pedro 52,0 50,8 705 384 440
Quadro 3.1.3-15. Simulação Energética – Alternativa 14
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 124 124,0 124,0 851 469 522
Garabi II 94 94,0 91,6 1.131 618 691
San Pedro 52,0 50,8 705 382 438
Quadro 3.1.3-16. Simulação Energética – Alternativa 15
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Roncador 130 130,0 126,1 1.144 635 704
Garabi II 89 89,0 85,6 949 523 581
San Pedro 52,0 50,8 705 386 441
Quadro 3.1.3-17. Simulação Energética – Alternativa 16
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 130 130,0 126,7 986 544 603
Garabi II 89 89,0 85,6 949 521 580
San Pedro 52,0 50,8 705 385 441
Quadro 3.1.3-18. Simulação Energética – Alternativa 17
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Porto Mauá 130 130,0 130,0 653 361 400
Garabi II 89 89,0 85,6 949 518 578
San Pedro 52,0 50,8 705 383 439
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
Página: 126/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
Quadro 3.1.3-19. Simulação Energética – Alternativa 18
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Roncador 124 124,0 120,0 963 535 594
Garabi II 89 89,0 85,6 949 522 580
San Pedro 52,0 50,8 705 385 441
Quadro 3.1.3-20. Simulação Energética – Alternativa 19
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 124 124,0 124,0 851 471 523
Garabi II 89 89,0 85,6 949 518 578
San Pedro 52,0 50,8 705 383 439
Quadro 3.1.3-21. Simulação Energética – Alternativa 20
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Puerto Rosario 130 130,0 119,1 1.124 618 678
Garabi II 87 87,0 85,2 938 517 567
San Pedro 52,0 50,8 705 389 444
Quadro 3.1.3-22. Simulação Energética – Alternativa 21
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Puerto Rosario 124 124,0 123,9 1.058 583 650
Garabi II 87 87,0 85,2 938 500 559
San Pedro 52,0 50,8 705 381 437
Quadro 3.1.3-23. Simulação Energética – Alternativa 22
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Porto Lucena 130 130,0 120,5 1.180 645 709
Garabi II 86 86,0 86,0 926 511 561
San Pedro 52,0 50,8 705 387 442
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
Página: 127/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
Quadro 3.1.3-24. Simulação Energética – Alternativa 23
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Porto Lucena 124 124,0 120,8 1.061 580 644
Garabi II 86 86,0 86,0 926 497 555
San Pedro 52,0 50,8 705 382 437
Quadro 3.1.3-25. Simulação Energética – Alternativa 24
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Santa Rosa 130,0 130,0 510 280 311
Porto Lucena 111 111,0 110,7 711 386 432
Garabi II 86 86,0 86,0 926 491 552
San Pedro 52,0 50,8 705 379 435
No Quadro 3.1.3-26 é apresentado um resumo das potências calculadas nos aproveitamentos.
Quadro 3.1.3-26. Resumo de Potências – Estudos Prel iminares – 1ª Etapa
Aproveitamento Potencia (MW)
Garabi - 94 m 1.161
Garabi - 89 m 1.036
Garabi - 87 m 1.010
Garabi - 86 m 979
Garabi II - 94 m 1.131
Garabi II - 89 m 949
Garabi II - 87 m 938
Garabi II - 86 m 926
Porto Lucena - 130 m 1.180
Porto Lucena - 124 m 1.061
Porto Lucena - 111 m 711
Puerto Rosario - 130 m 1.124
Puerto Rosario - 124 m 1.058
Roncador - 130 m 1.144
Roncador - 124 m 963
Panambi - 130 m 986
Panambi - 124 m 851
Porto Mauá - 130 m 653
Santa Rosa - 130 m 510
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
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3.1.4 Arranjo dos Aproveitamentos
Os arranjos dos aproveitamentos para a primeira etapa dos estudos preliminares foram concebidos sobre a base cartográfica preliminar. Para a definição das dimensões aproximadas das estruturas, utilizaram-se as planilhas de dimensionamento do Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007) relativas aos estudos finais. A seguir, descreve-se, de forma sucinta, a disposição do arranjo de cada um dos eixos estudados na primeira etapa dos estudos preliminares.
3.1.4.1 Garabi
• Garabi – N.A. cota 94,0 m
O arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.1030 apresenta uma Casa de Força implantada na margem esquerda com 7 unidades, equipadas com turbinas do tipo Kaplan e caixa semi-espiral de concreto, totalizando uma potência instalada de 1.161 MW. Contiguo à Casa de Força está o Vertedouro, composto por 22 vãos, sendo parte deles com adufas para a 2ª etapa de desvio, que serão construídos junto com a Casa de Força na margem esquerda. No leito do rio será implantado o trecho restante do Vertedouro que não será utilizado para o desvio. O fechamento é completado com barragens de terra de tipo homogêneo em ambas as margens, até a cota 98,0 m, alinhados com as estruturas.
• Garabi – N.A. cota 89,0 m
O arranjo apresentado no desenho INV.URG-GE.00-DE.1031 conta com uma Casa de Força localizada na margem esquerda, com 7 unidades, equipadas com turbinas do tipo Kaplan e caixa espiral de concreto, totalizando 1.036 MW de potencia instalada. A continuação da Casa de Força, no leito do rio, está o Vertedouro, composto por 23 vãos, uma parte dos quais é construído com vãos rebaixados, junto com a Casa de Força, por onde será realizado o desvio de segunda etapa. O restante dos vãos é construído no leito do rio, juntamente com parte da barragem da margem direita. O fechamento é completado com barragens de terra do tipo homogêneo, estendendo-se até o encontro das ombreiras em ambas as margens, até a cota 93,0 m.
• Garabi – N.A. cota 87,0 m
O desenho INV.URG-GE.00-DE.1032 apresenta o arranjo das estruturas com uma Casa de Força composta de 8 unidades, implantada na margem esquerda, com potência total instalada de1.010 MW e caixa semi-espiral de concreto. O Vertedouro é composto por 24 vãos localizados parte no leito do rio e parte na margem esquerda, sendo que estes últimos serão construídos com vãos rebaixados, junto com a Casa de Força, para o desvio de 2ª etapa. Alinhada com as estruturas de concreto será completado o fechamento com barragens de solo homogêneo nas duas margens do rio, até a cota 91,0 m.
• Garabi – N.A. cota 86,0 m
Na cota 86,0 m, o arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.1033 apresenta uma disposição das estruturas semelhante à dos arranjos anteriores, com a Casa de Força composta de 8 unidades, equipadas com turbinas Kaplan, totalizando 979 MW de potência instalada. Neste caso o Vertedouro é composto por 25 vãos distribuídos no leito e a margem esquerda, local onde os mesmos serão construídos com vãos rebaixados para o desvio de segunda etapa. Em
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ambas as margens é completado o fechamento com barragens de terra homogênea que seguem o alinhamento das estruturas de concreto.
3.1.4.2 Garabi II
• Garabi II – N.A. cota 94,0 m
O arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.1034 apresenta a Casa de Força localizada na margem esquerda, com 7 unidades, equipadas com turbinas do tipo Kaplan e caixa semi-espiral de concreto. A potência total instalada é de 1.131 MW. O Vertedouro é posicionado encostado à Casa de Força e é composto por 22 vãos, parte deles construídos com adufas junto com a Casa de Força para o desvio na 2ª etapa. Neste arranjo, os fechamentos laterais resultam mais longos, mas igualmente independentes do restante das obras, portanto não é afetado o esquema de implantação adotado. Foram previstas barragens de terra com cota máxima na elevação 98,0 m.
• Garabi II – N.A. cota 89,0 m
O desenho INV.URG-GE.00-DE.1035 apresenta o arranjo proposto, onde também a Casa de Força está localizada na margem esquerda, e é composta de 7 unidades, equipadas com turbinas Kaplan e caixa semi-espiral de concreto, com potência total instalada de 949 MW, seguida de um Vertedouro com 23 vãos que ocupam o leito e em parte serão construídos com vãos rebaixados junto com a Casa de Força na margem esquerda para a 2ª etapa do desvio. Os fechamentos em ambas as margens é completado com barragens de solo homogêneo até a cota 93,0 m, alinhados com as estruturas.
• Garabi II – N.A. cota 87,0 m
O arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.1036 possui uma Casa de Força implantada na margem esquerda com 8 unidades, equipadas com turbinas Kaplan y caixa semi-espiral de concreto. A potência total instalada neste caso é de 938 MW. A estrutura do Vertedouro é composta por 24 vãos posicionados no leito do rio e na margem esquerda, encostados na Casa de Força, sendo parte deles construídos com vãos rebaixados junto com a Casa de Força para ser utilizados com desvio de segunda etapa. Na margem esquerda e direita o fechamento é completado com barragens de terra homogênea com cota na elevação 91,0 m.
• Garabi II – N.A. cota 86,0 m
O desenho INV.URG-GE.00-DE.1037 apresenta o arranjo proposto com a disposição da estrutura semelhante à dos casos anteriores, diferenciado pela elevação da crista, neste caso na cota 90,0 m e pela potência menor instalada, totalizando 926 MW, também em 8 unidades, equipadas com turbinas Kaplan e caixa semi-espiral de concreto. A estrutura do vertedouro conta com 25 vãos distribuídos parte no leito do rio e parte no desvio de segunda etapa da margem esquerda.
3.1.4.3 Porto Lucena
• Porto Lucena – N.A. 130,0 m
No arranjo apresentado no desenho INV.URG-GE.00-DE.1038, o Vertedouro de 22 vãos é posicionado na sua totalidade no braço maior do rio que se encontra dividido por uma ilha central. Um trecho do Vertedouro é construído com adufas para a 2ª etapa de desvio. A Casa
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de Força é posicionada na margem esquerda e conta com 7 unidades, equipadas com turbinas do tipo Kaplan, com uma potência total instalada de 1.180 MW e caixa semi-espiral de concreto. A ligação entre o Vertedouro e a Casa de Força se realiza por uma barragem de concreto convencional até a cota 134,0 m. Os barramentos laterais também serão executados em concreto convencional, alinhados com as demais estruturas.
• Porto Lucena – N.A. 124,0 m
No desenho INV.URG-GE.00-DE.1039 é apresentado o arranjo proposto. Nesta situação a Casa de Força também é posicionada na margem esquerda e é composta de 7 unidades, equipadas com turbinas Kaplan e caixa semi-espiral de concreto. A potência total instalada é de 1.061 MW. O Vertedouro de 22 vãos é posicionado no braço maior do rio e parte dele e construído com adufas como solução para o desvio de 2ª etapa. O fechamento do trecho entre a Casa de Força e o Vertedouro é feito com uma barragem de concreto convencional, assim como as barragens laterais localizadas na margem esquerda e direita, até a cota 128,0 m
• Porto Lucena – N.A. 111,0 m
No arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.1040 as estruturas apresentam a mesma disposição do arranjo anterior, com a Casa de Força composta por 6 unidades, equipadas com turbinas Kaplan e caixa semi-espiral de concreto, totalizando 711 MW de potência instalada. Neste arranjo o Vertedouro conta com 24 vãos, sendo parte deles rebaixados para o desvio de 2º etapa. As barragens laterais e intermediaria de fechamento serão construídas em concreto convencional até a cota 115,0 m.
3.1.4.4 Puerto Rosario
• Puerto Rosario – N.A. 130,0 m
O Arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.1041 apresenta uma Casa de Força posicionada na margem direita do rio, com 6 unidades, equipadas com turbinas do tipo Kaplan e caixa semi-espiral de concreto, com potência total instalada de 1.124 MW, seguida de um Vertedouro composto por 22 vãos, sendo parte deles rebaixados, através dos quais ocorrerá o desvio de segunda etapa. O fechamento lateral é completado com uma barragem de concreto convencional de pouca altura na margem direita e uma de altura maior na margem esquerda, até a cota 134,0 m.
• Puerto Rosario – N.A. 124,0 m
No arranjo apresentado no desenho INV.URG-GE.00-DE.1042 a disposição das estruturas é similar ao do arranjo anterior, com a Casa de Força passando a 7 unidades, equipadas com turbinas Kaplan que totalizam uma potência instalada de 1.058 MW. O Vertedouro também é composto por 22 vãos, sendo parte deles rebaixados para o desvio de segunda etapa. Os fechamentos laterais serão construídos em concreto convencional até a cota 128,0 m.
3.1.4.5 Roncador
• Roncador – N.A. 130,0 m
O desenho INV.URG-GE.00-DE.1043 apresenta o arranjo proposto, composto pela Casa de Força com 7 unidades, equipadas com turbinas Kaplan, com potência total instalada de 1.144 MW, implantada do lado esquerdo do leito do rio, seguida do Vertedouro na parte central,
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
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constituído de 22 vãos, sendo parte dos mesmos rebaixados, através dos quais ocorrerá o desvio de segunda etapa. O fechamento lateral é feito apenas do lado do Vertedouro, na margem direita, por uma pequena barragem de concreto convencional até a cota 134,0 m.
• Roncador – N.A. 124,0 m
No desenho INV.URG-GE.00-DE.1044, a disposição das estruturas apresentado é semelhante ao do arranjo anterior, sendo que neste caso a Casa de Força é composta de 6 unidades, equipadas com turbinas Kaplan, com uma potência total instalada de 963 MW, seguida de um Vertedouro com 22 vãos, também com parte deles rebaixados para desvio de 2ª etapa e fechamento lateral executado com barragem de concreto convencional, apenas do lado direito do Vertedouro, até a cota 128,0 m.
3.1.4.6 Panambi
• Panambi – N.A. 130,0 m
O desenho INV.URG-GE.00-DE.1045 apresenta o arranjo das estruturas com a Casa de Força implantada do lado direito do leito do rio, com 6 unidades, equipadas com turbinas do tipo Kaplan e caixa semi-espiral de concreto, com potência total instalada de 966 MW, seguida pelo Vertedouro composto por 22 vãos que ocupam todo o leito do rio, até a margem esquerda, sendo parte deles rebaixados para o desvio de segunda etapa. Completando o fechamento é executada uma pequena barragem de concreto convencional na margem esquerda, até a cota 134,0 m.
• Panambi – N.A. 124,0 m
No arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.1046, a disposição das estruturas é a mesma apresentada no arranjo anterior, com a Casa de Força composta de 6 unidades, e potencia total instalada de 851 MW. O Vertedouro é composto por 23 vãos, e neste caso a barragem de concreto convencional implantada na margem esquerda é executada até a cota 128,0 m.
3.1.4.7 Porto Mauá
• Porto Mauá – N.A.130,0 m
O arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.1047 apresenta a Casa de Força implantada na margem esquerda, com 6 unidades, equipadas com turbinas Kaplan e potência total instalada de 653 MW. Contiguo à Casa de Força, ocupando todo o leito do rio, está localizado o Vertedouro com 25 vãos, por onde será realizado o desvio de segunda etapa por vãos rebaixados. Neste arranjo as estruturas da Casa de Força e Vertedouro ocupam toda a largura do rio, não sendo necessária nenhuma barragem complementar de fechamento.
3.1.4.8 Santa Rosa
• Santa Rosa – N.A. 130,0 m
No desenho INV.URG-GE.00-DE.1048 é apresentado o arranjo proposto para este barramento, com a Casa de Força implantada na margem direita, composta por 6 unidades, equipadas com turbinas do tipo Kaplan e caixa semi-espiral de concreto, com potência total instalada de 510 MW. O Vertedouro, encostado na Casa de Força, conta com 28 vãos, parte deles rebaixados para o desvio de segunda etapa, o qual ocupa todo o leito do rio. Completando o fechamento
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
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será executada uma pequena barragem em concreto convencional até a cota 134,0 m na margem esquerda.
3.1.5 Orçamentos
O dimensionamento das estruturas que compõem cada um dos arranjos, em nível de estudos preliminares, foi elaborado empregando as planilhas de dimensionamento da casa de força (572kc.xls) e de vertedouros (575cobd.xls e 575cobda.xls), disponibilizadas no Manual como anexo de dimensionamento de estruturas para estudos finais.
Porém, conforme o “Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas” (CEPEL, 2007), a metodologia empregada no dimensionamento das estruturas na fase de estudos preliminares do inventário deve ser simplificada e os custos estimados de uma forma global, resultando em orçamentos simplificados, pois a principal finalidade do orçamento nos estudos preliminares é possibilitar uma avaliação rápida, mesmo que aproximada, dos custos dos aproveitamentos, orientando as decisões para a seleção da alternativa.
Os orçamentos foram elaborados de acordo com padrão do “Orçamento Padrão Eletrobras” (O.P.E.). Adicionalmente, foram incluídos os custos da conta 10 – terrenos, relocações e outras ações socioambientais. Nessa conta, como simplificação, considerou-se que todas as pontes a serem relocadas teriam fundação direta e dimensões iguais a 8 m de largura por 30 m de comprimento e as rodovias a serem relocadas foram definidas como pavimentadas do tipo arterial secundária, sendo as vias locais consideradas pelo comprimento equivalente de via arterial secundária, respeitando os itens do citado Orçamento Padrão Eletrobras.
Para os custos de aquisição de terrenos e benfeitorias foram considerados valores médios tanto de área urbana quanto de área rural, multiplicados posteriormente pela respectiva área afetada total urbana e rural, para cada um dos aproveitamentos. Na relocação das populações foi considerado um valor médio de indenização por família.
Além disso, foram estimados também os custos de outras ações socioambientais para os meios físico-biótico e socioeconômico-cultural. Para cada uma das ações socioambientais citadas foi prevista uma verba equivalente a 0,25% do total estimado com as contas 11, 12, 13, 14, 15 e 16, em cada um dos aproveitamentos.
No estudo de custos foi considerada correção monetária que incidiu sobre os valores apresentados no manual e planilhas encontradas no “Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas” (CEPEL, 2007). Na correção, os valores em R$ fornecidos pelo Manual foram corrigidos para a data base de projeto (dez/08) por meio do IGP-DI fornecido pela FGV (IGP-DIdez/07 = 370,485 e IGP-DIdez/08 = 404,185) e, posteriormente, tais valores foram convertidos pelo câmbio da data base de projeto - dez/08 - para US$, (US$ 1,00 = R$ 2,3944) e para $A ($A 1,00 = R$ 0,6984).
A taxa de juros anuais durante a construção adotados neste estudo é de 10%, o que implica em juros durante a construção de 26,11%, para o tempo de construção estimado (5 anos).
O Quadro 3.1.5-1 apresenta a estimativa de custo dos aproveitamentos, discriminado por contas, e no Apêndice E – Estudos de Alternativas são apresentados os orçamentos completos, segundo o Manual brasileiro.
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Na etapas de Estudos Finais estimaram-se os custos segundo o Manual de Costos para la Construcción de Emprendimientos Hidroeléctricos de Argentina (2007) para verificação e consolidação dos mesmos.
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Quadro 3.1.5-1. Estimativas de Custos dos Aproveita mentos (1/2)
CO
NT
A
DISCRIMINAÇÃO CUSTOS DOS APROVEITAMENTOS (US$ x 10³) – DEZ/2008
Garabi
86
Garabi
87
Garabi
89
Garabi
94
Garabi II
86
Garabi II
87
Garabi II
89
Garabi II
94
Porto
Lucena 111
Porto
Lucena 124
10 TERRENOS, RELOCAÇÕES E
OUTRAS AÇÕES SÓCIO AMBIENTAIS
203.346 223.418 274.089 482.101 139.387 153.992 196.060 380.833 119.761 275.126
11 ESTRUTURAS E OUTRAS BENFEITORIAS 155.660 157.411 155.452 159.934 153.565 152.264 147.933 160.975 123.677 144.091
12 BARRAGENS E ADUTORAS 431.808 441.894 444.531 477.039 441.174 450.269 450.671 491.272 478.870 609.940
13 TURBINAS E GERADORES 486.119 493.751 429.447 444.617 477.058 474.990 472.122 443.938 347.356 413.872
14 EQUIPAMENTO ELÉTRICO ACESSÓRIO 105.002 106.650 92.761 96.037 103.045 102.598 101.978 95.891 75.029 89.396
15 DIVERSOS EQUIPAMENTOS DA USINA 58.334 59.250 51.534 53.354 57.247 56.999 56.655 53.273 41.683 49.665
16 ESTRADAS DE RODAGEM, DE FERRO E PONTES 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
17 CUSTOS INDIRETOS 432.081 444.712 434.344 513.925 411.443 417.333 427.626 487.854 355.913 474.627
18 JUROS DURANTE A CONSTRUÇÃO 488.871 503.162 491.431 581.472 465.520 472.185 483.830 551.975 402.692 537.009
CUSTO TOTAL (US$ * 10³), COM JDC 2.361.220 2.430.249 2.373.588 2.808.481 2.248.438 2.280.628 2.336.874 2.666.010 1.944.982 2.593.726
POTÊNCIA INSTALADA (kW) 979.000 1.010.000 1.036.000 1.161.000 926.000 938.000 949.000 1.131.000 711.000 1.061.000
US$/kW 2.412 2.406 2.291 2.419 2.428 2.431 2.462 2.357 2.736 2.445
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Quadro 3.1.5-1. Estimativas de Custos dos Aproveita mentos (2/2)
CO
NT
A
DISCRIMINAÇÃO
CUSTOS DOS APROVEITAMENTOS (US$ x 10³) – DEZ/2008
Porto
Lucena 130
Puerto Rosario
124
Puerto Rosario
130
Roncador
124
Roncador
130
Panambi
124
Panambi
130
Porto Mauá
130
Santa Rosa
130
10 TERRENOS, RELOCAÇÕES E
OUTRAS AÇÕES SÓCIO AMBIENTAIS
353.653 242.630 310.104 206.724 267.859 124.963 177.835 63.749 50.357
11 ESTRUTURAS E OUTRAS BENFEITORIAS 146.989 145.576 141.622 135.542 146.924 132.205 137.665 115.925 104.644
12 BARRAGENS E ADUTORAS 673.887 534.594 609.275 433.851 456.132 391.209 426.212 396.537 419.756
13 TURBINAS E GERADORES 374.979 412.614 351.362 385.034 425.287 373.629 336.181 328.200 289.947
14 EQUIPAMENTO ELÉTRICO
ACESSÓRIO 80.995 89.125 75.894 83.167 91.862 80.704 72.615 70.891 62.628
15 DIVERSOS EQUIPAMENTOS DA USINA 44.997 49.514 42.163 46.204 51.034 44.835 40.342 39.384 34.794
16 ESTRADAS DE RODAGEM, DE
FERRO E PONTES 0 0 0 0 0 0 0 0 0
17 CUSTOS INDIRETOS 502.650 442.216 459.126 387.157 431.729 344.263 357.255 304.406 288.638
18 JUROS DURANTE A
CONSTRUÇÃO 568.715 500.338 519.470 438.042 488.473 389.511 404.210 344.415 326.574
CUSTO TOTAL (US$ * 10³), COM JDC 2.746.866 2.416.606 2.509.016 2.115.721 2.359.300 1.881.319 1.952.314 1.663.507 1.577.338
POTÊNCIA INSTALADA (kW) 1.180.000 1.058.000 1.124.000 963.000 1.144.000 851.000 986.000 653.000 510.000
US$/kW 2.328 2.284 2.232 2.197 2.062 2.211 1.980 2.547 3.093
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3.1.6 Impactos Ambientais por Aproveitamento
Para a avaliação ambiental dos aproveitamentos em estudo, foram selecionados 21 indicadores possíveis de serem formulados a partir das informações secundárias disponíveis na Argentina e no Brasil. Os indicadores de impacto têm como resultado a atribuição de um valor numérico à intensidade do impacto negativo do aproveitamento. Este valor varia em uma escala contínua entre 0 (zero) e 1 (um). O zero da escala representa a ausência de impacto, enquanto que o um é o impacto máximo.
A agregação em um único índice de impacto por componente-síntese é feita por meio da soma ponderada dos valores de impacto atribuídos a cada indicador e dos pesos atribuídos a eles. Os pesos de cada indicador refletem a importância relativa de cada elemento avaliado no contexto dos componentes-síntese. Os valores finais expressarão o impacto do aproveitamento sobre as subáreas delimitadas.
A seguir é apresentada uma síntese da avaliação dos impactos ambientais negativos por aproveitamento efetuada para esta fase dos estudos. No Tomo 20 - Apêndice D é apresentada a íntegra desta avaliação.
3.1.6.1 Indicadores de Impactos Negativos Seleciona dos
A definição dos indicadores e das categorias de designação dos impactos negativos se detalha no ponto 7.1 do relatório de Estudos Preliminares.
Na avaliação dos impactos previstos sobre o Ecossistemas Aquáticos foram considerados os elementos que pudessem representar as alterações à qualidade da água, à limnologia e á ictiofauna, a partir das mudanças nas características físicas e hidráulicas que poderão ser provocadas com a formação dos reservatórios de cada aproveitamento em estudo. Os indicadores considerados e os pesos a eles atribuídos estão apresentados no Quadro 3.1.6.1-1.
Quadro 3.1.6.1-1. Indicadores de Impactos Seleciona dos – Ecossistemas Aquáticos
Indicador de Impacto Variáveis de cálculo Peso Atribuído ao Indicador
Perda de ambiente lótico Extensão em km (extensão do rio e arroios que passam de lóticos a
lênticos) 0,20
Tempo de residência Volume do reservatório (106m3) / Vazão (m3 / dia)
0,20
Potencial de estratificação térmica do reservatório
Número de Froude adaptado 0,20
Perda e modificação de ambientes ecologicamente estratégicos
Superfície inundada / Superfície total da subárea
0,30
Perda de vegetação de ilhas Superfície insular inundada / Superfície Total insular na
subárea 0,10
A avaliação de impactos no componente síntese Ecossistemas Terrestres , recurso flora, foi desenvolvida em uma escala ampla e geral que considerou a vegetação nativa afetada, qualquer que fosse seu estado sucessional e o possível impacto nos diversos habitats. Além
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disso, foram considerados os distintos tipos de unidades de conservação e áreas protegidas como também as Áreas de Interesse Ecológico Relevante (AIER). No tocante aos impactos na fauna, a avaliação ambiental também foi feita dentro de um grau de precisão amplo, apoiada em pesquisas bibliográficas realizadas para identificar as espécies de provável presença na área de estudo, tendo em conta o estado de risco de extinção, a ocorrência de endemismos e as espécies estreitamente associadas à ambientes aquáticos. O Quadro 3.1.6.1-2 apresenta os indicadores considerados para os Ecossistemas Terrestres e seus respectivos pesos.
Quadro 3.1.6.1-2. Indicadores de Impacto Selecciona dos - Ecossistemas Terrestres
Indicador de Impacto Variáveis de cálculo Peso Atribuído ao Indicador
Cobertura vegetal nativa atingida
Área inundada de cobertura vegetal nativa
0,20 Perda de habitats
Perda de diversidade de habitats
Unidades de Conservação afetadas
Áreas atingidas de UC de proteção integral e áreas de UC de uso
sustentável 0,20
Áreas de interesse ecológico relevante
Áreas atingidas de interesse ecológico 0,10
Espécies Ameaçadas Presença provável das espécies
ameaçadas de extinção 0,25
Espécies Endêmicas Presença provável das espécies
endêmicas 0,15
Espécies tetrápodes vertebrados aquáticos
Presença provável das espécies diretamente associadas a ambientes
aquáticos 0,10
Na análise da Organização Territorial , destaca-se que a implantação de empreendimentos hidrelétricos pode acarretar impactos sobre o território que comprometerão sua estrutura atual, impondo novos padrões de organização das atividades produtivas e de distribuição da população. De uma forma geral, podem ser apontadas interferências sobre os padrões de assentamento e mobilidade da população, sobre os fluxos de circulação e comunicação, sobre a configuração político-administrativa e sobre a gestão do território. De maneira a cumprir os objetivos deste estudo, obedecendo à metodologia de análise de impactos aqui empregada e à realidade da área de estudo, foram considerados três indicadores de impactos, conforme apresentado no Quadro 3.1.6.1-3.
Quadro 3.1.6.1-3. Indicadores de Impacto Selecionad os – Organização Territorial
Indicador de Impacto Variáveis de cálculo Peso Atribuído ao Indicador
Interferência sobre o Sistema Rodoviário
Vias Vicinais Atingidas
0,10 Rodovias Principais e Secundárias Atingidas
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Indicador de Impacto Variáveis de cálculo Peso Atribuído ao Indicador
Interferência sobre as Áreas Urbanas
Área Urbana Afetada
0,45 Comprometimento da Área Urbana
Interferência sobre o Território Municipal
Perda de Área Municipal por Alagamento
0,45 Fracionamento do Território Municipal
Para a avaliação dos impactos sobre o componente-síntese Modos de Vida , partiu-se do pressuposto que a construção de um aproveitamento hidrelétrico provocará modificações não somente no território, entendido como o espaço físico, como também nas relações econômicas, sociais e culturais da população. Com base na informação secundária disponível para a área de estudo, foram adotados os indicadores apresentados no Quadro 3.1.6.1-4.
Quadro 3.1.6.1-4. Indicadores de Impacto Selecionad os – Modos de Vida
Indicador de Impacto Variáveis de cálculo Peso Atribuído ao Indicador
População Afetada em Áreas Urbanas Pessoas Afetadas de
Áreas Urbanas 0,45
População Afetada em Áreas Rurais Pessoas Afetadas de
Áreas Rurais 0,45
Alteração nas Relações Sociais Transfronteiriças
Quantidade de km em que o rio se alarga
0,10
Na Base Econômica , o valor econômico da produção afetada e o valor das terras rurais foram utilizados como indicadores do impacto econômico. O primeiro é o valor anual tentativo de perda de produção agropecuária que cada área experimenta devido ao aumento do nível da água. Da mesma maneira, procedeu-se à medição do segundo indicador que consiste no valor econômico aproximado das terras rurais perdidas. No Quadro 3.1.6.1-5 apresentam-se os indicadores de impacto e seus respectivos pesos.
Cuadro 3.1.6.1-5. Indicadores de Impacto Selecionad os – Base Econômica
Indicador de Impacto Variáveis de cálculo Peso Atribuído ao Indicador
Valor da Produção Afetada Anual Valor Econômico da Produção Potencialmente Perdida 0,60
Valor da Área Rural Afetada Valor em Dólares da Área Rural Afetada
0,40
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Por fim, para o componente-síntese Comunidades Indígenas e Patrimônio Arqueológico , foram adotados dois indicadores. O primeiro tomou como referência a distância prévia, desde o centro imaginário de cada comunidade indígena mapeada até a margem do rio. O segundo adotou a quantidade de sítios arqueológicos afetados associada à representatividade e importância patrimonial de cada tipo de sítio. O Quadro 3.1.6.1-6 apresenta os indicadores e seus pesos.
Quadro 3.1.6.1-6. Indicadores de Impacto Selecionad os – Comunidades Indígenas e Patrimônio Arqueológico
Indicador de Impacto Variáveis de cálculo Peso Atribuído ao Indicador
Comunidades Indígenas Distância das Comunidades Indígenas
aos reservatórios 0,70
Sítios Arqueológicos Quantidade, representatividade e importância dos sítios afetados
0,30
3.1.6.2 Análise dos Impactos Ambientais por Aprovei tamento
Neste item são apresentados comentários sobre os resultados alcançados no cálculo dos índices ambientais por aproveitamento e subáreas, acompanhados dos respectivos quadros de avaliação por componente-síntese.
Os aproveitamentos assim como as principais interferências podem ser visualizados nos mapas INV.URG-GE.00-MP.1002 a MP.1009, apresentados no Tomo 21 – Apêndice D – Estudos Ambientais. Também os mapas que apresentam as subáreas e os aproveitamentos, INV.URG-GE.00-MP.1010 a INV.URG-GE.00-MP.1014, constam do Tomo 21.
a) Ecossistemas Aquáticos
A avaliação ambiental dos aproveitamentos para o Componente-síntese Ecossistemas Aquáticos resultou em índices variando entre o máximo de 0,51 até o mínimo de 0,03 do que se depreende que em geral os impactos têm intensidade de média a baixa para esse Componente-síntese. Pelo Quadro 3.1.6.2-1, apresentado a seguir, pode-se observar que os maiores impactos dos aproveitamentos se concentraram na subárea Fluvial, onde os valores situaram-se entre 0,51 e 0,27. Os aproveitamentos Garabi e Garabi II tenderam a se concentrar nas subáreas “Da Planície”, “Piratini”, “Ijuí” e em menor monta na subárea “Santa Rosa”. As subáreas e a localização de cada aproveitamento podem ser visualizadas no mapa IN.UEG-GE.00-MP.1010.
Os resultados obtidos na subárea Fluvial, no caso dos aproveitamentos a montante das cidades de San Javier e Porto Xavier apresentaram resultados mais altos nas subáreas “Serras de Misiones e Turvo” e Santa Rosa, sendo que o aproveitamento Porto Lucena - cota 130 m obteve resultados mais altos, em todas essas subáreas, uma vez que seu reservatório possui maior extensão longitudinal.
Dos aproveitamentos avaliados na subárea “Fluvial”, os que tiveram nota mais alta foram, em seqüência descendente: Garabi – cota 94 m, seguido de Garabi II – cota 94 m e Porto Lucena – cota 130 m, e Porto Rosario – cota 130 m.
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Quadro 3.1.6.2-1. Impactos Ambientais por Aproveita mento e Subárea para Componente-síntese Ecossistemas Aquáticos
Sub
área
s Indicadores de Impactos
Tempo de Residência
Perda de ambiente
lótico
Potencial de estratificação Térmica do reservatório
Perda e modificação de
ambientes ecologicamente
estratégicos
Perda de vegetação
de ilhas
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,20 0,30 0,10 1,00
Da
plan
ície
Garabi - 94 m 0,2212 0,8647 0,4167 0,1379 0,3419
Garabi - 89 m 0,1830 0,8243 0,0833 0,1031 0,2491
Garabi - 87 m 0,1703 0,7814 0,0000 0,0876 0,2166
Garabi - 86 m 0,1648 0,7258 0,0000 0,0824 0,2029
Garabi II - 94 m 0,2081 0,8587 0,4167 0,1296 0,3356
Garabi II - 89 m 0,1727 0,7739 0,0000 0,0956 0,2180
Garabi II - 87 m 0,1619 0,7307 0,0000 0,0809 0,2028
Garabi II - 86 m 0,1521 0,6752 0,0000 0,0760 0,1882
Porto Lucena - 130 m 0,2223 0,8543 0,4167 0,0129 0,3025
Porto Lucena - 124 m 0,1880 0,8119 0,0000 0,0109 0,2032
Porto Lucena - 111 m 0,1092 0,3966 0,0000 0,0066 0,1031 Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
San
ta R
osa
Garabi - 94 m 0,2212 0,2766 0,4167 0,0104 0,1860
Garabi - 89 m 0,1830 0,2251 0,0833 0,0046 0,0997
Garabi - 87 m 0,1703 0,2132 0,0000 0,0030 0,0776
Garabi - 86 m 0,1648 0,1843 0,0000 0,0019 0,0704
Garabi II - 94 m 0,2081 0,2536 0,4167 0,0104 0,1788
Garabi II - 89 m 0,1727 0,2024 0,0000 0,0046 0,0764
Garabi II - 87 m 0,1619 0,1901 0,0000 0,0030 0,0713
Garabi II - 86 m 0,1521 0,1613 0,0000 0,0019 0,0632
Porto Lucena - 130 m 0,2223 0,7347 0,4167 0,0543 0,2910
Porto Lucena - 124 m 0,1880 0,6447 0,0000 0,0398 0,1785
Porto Lucena - 111 m 0,1092 0,2492 0,0000 0,0169 0,0768 Puerto Rosario - 130 m
0,2003 0,7052 0,1667 0,0510 0,2298 Puerto Rosario - 124 m
0,1710 0,6003 0,0000 0,0367 0,1653
Roncador - 130 m 0,1817 0,6170 0,0000 0,0361 0,1706
Roncador - 124 m 0,1577 0,4918 0,0000 0,0247 0,1373
Panambi - 130 m 0,1624 0,5339 0,0000 0,0235 0,1463
Panambi - 124 m 0,1227 0,4111 0,0000 0,0140 0,1109
Porto Mauá - 130 m 0,0776 0,2779 0,0000 0,0070 0,0732
Santa Rosa - 130 m 0,0555 0,2403 0,0000 0,0060 0,0610
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Sub
área
s Indicadores de Impactos
Tempo de Residência
Perda de ambiente
lótico
Potencial de estratificação Térmica do reservatório
Perda e modificação de
ambientes ecologicamente
estratégicos
Perda de vegetação
de ilhas
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,20 0,30 0,10 1,00
Ijuí
Garabi - 94 m 0,2212 0,5279 0,4167 0,0192 0,2389
Garabi - 89 m 0,1830 0,4176 0,0833 0,0126 0,1406
Garabi - 87 m 0,1703 0,3746 0,0000 0,0101 0,1120
Garabi - 86 m 0,1648 0,3239 0,0000 0,0089 0,1004
Garabi II - 94 m 0,2081 0,4832 0,4167 0,0192 0,2274
Garabi II - 89 m 0,1727 0,3735 0,0000 0,0126 0,1130
Garabi II - 87 m 0,1619 0,3365 0,0000 0,0101 0,1027
Garabi II - 86 m 0,1521 0,2938 0,0000 0,0089 0,0919
Porto Lucena - 130 m
Porto Lucena - 124 m
Porto Lucena - 111 m Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
Pira
tiní
Garabi - 94 m 0,2212 0,7935 0,4167 0,0489 0,3009
Garabi - 89 m 0,1830 0,7162 0,0833 0,0373 0,2077
Garabi - 87 m 0,1703 0,6763 0,0000 0,0319 0,1789
Garabi - 86 m 0,1648 0,6043 0,0000 0,0297 0,1628
Garabi II - 94 m 0,2081 0,7542 0,4167 0,0404 0,2879
Garabi II - 89 m 0,1727 0,6773 0,0000 0,0305 0,1791
Garabi II - 87 m 0,1619 0,6305 0,0000 0,0257 0,1662
Garabi II - 86 m 0,1521 0,5453 0,0000 0,0238 0,1466
Porto Lucena - 130 m
Porto Lucena - 124 m
Porto Lucena - 111 m Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
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Sub
área
s Indicadores de Impactos
Tempo de Residência
Perda de ambiente
lótico
Potencial de estratificação Térmica do reservatório
Perda e modificação de
ambientes ecologicamente
estratégicos
Perda de vegetação
de ilhas
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,20 0,30 0,10 1,00
Ser
ras
de M
isio
nes
e T
urvo
Garabi - 94 m 0,2212 0,0002 0,0443
Garabi - 89 m 0,1830 0,0000 0,0366
Garabi - 87 m
Garabi - 86 m
Garabi II - 94 m 0,2081 0,0002 0,0417
Garabi II - 89 m 0,1727 0,0000 0,0345
Garabi II - 87 m
Garabi II - 86 m
Porto Lucena - 130 m 0,2223 0,8698 0,4167 0,0535 0,3178
Porto Lucena - 124 m 0,1880 0,8511 0,0000 0,0361 0,2187
Porto Lucena - 111 m 0,1092 0,3891 0,0000 0,0138 0,1038 Puerto Rosario - 130 m
0,2003 0,8585 0,1667 0,0454 0,2587 Puerto Rosario - 124 m
0,1710 0,7735 0,0000 0,0306 0,1981
Roncador - 130 m 0,1817 0,8523 0,0000 0,0385 0,2183
Roncador - 124 m 0,1577 0,7228 0,0000 0,0249 0,1835
Panambi - 130 m 0,1624 0,8303 0,0000 0,0342 0,2088
Panambi - 124 m 0,1227 0,6835 0,0000 0,0212 0,1676
Porto Mauá - 130 m 0,0776 0,5326 0,0000 0,0105 0,1252
Santa Rosa - 130 m 0,0555 0,4233 0,0000 0,0069 0,0978
Flu
vial
Garabi - 94 m 0,8576 0,8540 0,8187 0,5096
Garabi - 89 m 0,8142 0,8370 0,5664 0,4706
Garabi - 87 m 0,7844 0,7784 0,5623 0,4466
Garabi - 86 m 0,7047 0,7045 0,4789 0,4002
Garabi II - 94 m 0,8502 0,8518 0,7635 0,5019
Garabi II - 89 m 0,7513 0,7880 0,5418 0,4408
Garabi II - 87 m 0,7208 0,7293 0,5542 0,4184
Garabi II - 86 m 0,6365 0,6555 0,4789 0,3718
Porto Lucena - 130 m 0,9105 0,8567 0,5801 0,4971
Porto Lucena - 124 m 0,8985 0,8530 0,2275 0,4583
Porto Lucena - 111 m 0,7136 0,5831 0,1729 0,3350 Puerto Rosario - 130 m
0,9009 0,8531 0,3052 0,4666 Puerto Rosario - 124 m
0,8889 0,8400 0,2174 0,4515
Roncador - 130 m 0,8948 0,8507 0,2782 0,4620
Roncador - 124 m 0,8828 0,7859 0,1742 0,4297
Panambi - 130 m 0,8854 0,7778 0,2532 0,4357
Panambi - 124 m 0,8734 0,6953 0,1265 0,3959
Porto Mauá - 130 m 0,8576 0,4957 0,0083 0,3210
Santa Rosa - 130 m 0,8113 0,3557 0,0083 0,2698
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b) Ecossistemas Terrestres
As notas ambientais atribuídas aos aproveitamentos avaliados no Componente-síntese Ecossistemas Terrestres tiveram como valor máximo de 0,717 e mínimo de 0,252, das subáreas avaliadas, a Selva Fluvial apresentou os resultados mais altos que explicitam sua maior fragilidade (impacto máximo: 0,717, mínimo: 0,512, médio: 0,59), principalmente no que se refere às alterações na cobertura vegetal nativa e às espécies ameaçadas.que estão associadas a essa subárea. Nesse sentido, deve-se observar que o indicador ambiental mais alto foi atribuído ao aproveitamento Porto Lucena – cota 130 m, cujo reservatório a ser formado inundará as áreas mais preservadas e, por isso, mais sensíveis para flora e fauna.
Considerando as demais subáreas (sem computar a Selva Fluvial), em relação a localização dos aproveitamentos avaliados, conforme apresentado no mapa INV.URG-GE.00-MP.1011, é possível afirmar que os impactos ambientais que poderão ser provocados por Garabi e Garabi II tem incidência maior nas subáreas “Campos Paranaenses”, “Campos Sulinos” e “Remanescentes de Floresta Mista”, sendo registradas notas mais elevadas na subárea “Campos Paranaeneses”, onde o indicador de unidades de conservação tem contribuição expressiva nesse resultado.
Para os aproveitamentos a montante de San Javier e Porto Xavier, a incidência de impactos se concentrarão nas subáreas “Floresta Mista Subtropical” e “Remanescentes de Floresta Mista”, sendo que em Porto Lucena – cota 130 m na subárea “Floresta Mista Subtropical” foi atribuída a nota mais elevada. No Quadro 3.1.6.2-2 são apresentados os resultados obtidos para esse Componente-síntese.
Quadro 3.1.6.2-2. Impactos Ambientais por Aproveita mento e Subárea para Componente-síntese Ecossistemas Terrestres
Sub
área
s Indicadores de Impactos
Cobertura Vegetal Nativa
Afetada
Unidades de
Conser-vação
Afetadas
Áreas de Interesse Ecológico Relevante
Espécies Ameaçadas
e Monu-mentos Naturais
Espécies Endêmi-
cas
Espécies Tetrá-podos
Aquáticos
ISAi = ∑ (Ii x
Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,10 0,25 0,15 0,10 1,00
Sel
va F
luvi
al
Garabi - 94 m 0,6604 0,5000 0,4278 0,9000 0,7000 0,7000 0,6749
Garabi - 89 m 0,5586 0,5000 0,3909 0,9000 0,7000 0,7000 0,6508
Garabi - 87 m 0,5094 0,3000 0,3818 0,9000 0,7000 0,7000 0,6001
Garabi - 86 m 0,4867 0,3000 0,3702 0,8000 0,7000 0,7000 0,5693
Garabi II - 94 m 0,6060 0,5000 0,4084 0,9000 0,7000 0,7000 0,6621
Garabi II - 89 m 0,4950 0,5000 0,3717 0,9000 0,7000 0,7000 0,6362
Garabi II - 87 m 0,4497 0,3000 0,3640 0,8000 0,7000 0,7000 0,5613
Garabi II - 86 m 0,4284 0,3000 0,3527 0,8000 0,7000 0,7000 0,5560
Porto Lucena - 130 m 0,5703 0,8000 0,4286 0,9000 0,7000 0,7000 0,7169
Porto Lucena - 124 m 0,4852 0,8000 0,4040 0,9000 0,7000 0,7000 0,6974
Porto Lucena - 111 m 0,3502 0,5000 0,3133 0,7000 0,7000 0,7000 0,5514
Puerto Rosario - 130 m 0,4964 0,8000 0,4099 0,9000 0,7000 0,7000 0,7003
Puerto Rosario - 124 m 0,4205 0,8000 0,3860 0,7000 0,7000 0,7000 0,6327
Roncador - 130 m 0,4493 0,8000 0,3931 0,7000 0,7000 0,7000 0,6392
Roncador - 124 m 0,3762 0,8000 0,3697 0,7000 0,7000 0,7000 0,6222
Panambi - 130 m 0,4022 0,8000 0,3740 0,8000 0,7000 0,7000 0,6528
Panambi - 124 m 0,2950 0,8000 0,3518 0,7000 0,7000 0,7000 0,6042
Porto Mauá - 130 m 0,1840 0,6000 0,2327 0,7000 0,7000 0,7000 0,5301
Santa Rosa - 130 m 0,1255 0,6000 0,1663 0,7000 0,7000 0,7000 0,5117
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Sub
área
s Indicadores de Impactos
Cobertura Vegetal Nativa
Afetada
Unidades de
Conser-vação
Afetadas
Áreas de Interesse Ecológico Relevante
Espécies Ameaçadas
e Monu-mentos Naturais
Espécies Endêmi-
cas
Espécies Tetrá-podos
Aquáticos
ISAi = ∑ (Ii x
Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,10 0,25 0,15 0,10 1,00
Cam
pos
Par
anae
nses
Garabi - 94 m 0,5993 0,5000 0,3800 0,8000 0,7000 0,5000 0,6129
Garabi - 89 m 0,5048 0,5000 0,3572 0,7000 0,7000 0,5000 0,5667
Garabi - 87 m 0,4541 0,5000 0,3268 0,7000 0,7000 0,5000 0,5535
Garabi - 86 m 0,4385 0,5000 0,3019 0,7000 0,7000 0,5000 0,5479
Garabi II - 94 m 0,5894 0,5000 0,3724 0,8000 0,7000 0,5000 0,6101
Garabi II - 89 m 0,4976 0,5000 0,3516 0,7000 0,7000 0,5000 0,5647
Garabi II - 87 m 0,4490 0,5000 0,3004 0,7000 0,7000 0,5000 0,5498
Garabi II - 86 m 0,4340 0,5000 0,2781 0,7000 0,7000 0,5000 0,5446
Porto Lucena - 130 m
Porto Lucena - 124 m
Porto Lucena - 111 m
Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
Flo
rest
a M
ista
Sub
trop
ical
Garabi - 94 m 0,0110 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3122
Garabi - 89 m 0,0045 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3109
Garabi - 87 m 0,0015 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3103
Garabi - 86 m 0,0010 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3102
Garabi II - 94 m 0,0110 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3122
Garabi II - 89 m 0,0045 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3109
Garabi II - 87 m 0,0015 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3103
Garabi II - 86 m 0,0010 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3102
Porto Lucena - 130 m 0,3360 0,3000 0,7000 0,7000 0,5000 0,4572
Porto Lucena - 124 m 0,1740 0,3000 0,7000 0,7000 0,5000 0,4248
Porto Lucena - 111 m 0,0470 0,3000 0,7000 0,5000 0,3000 0,3494
Puerto Rosario - 130 m 0,1750 0,3000 0,7000 0,7000 0,5000 0,4250
Puerto Rosario - 124 m 0,1035 0,3000 0,7000 0,5000 0,3000 0,3607
Roncador - 130 m 0,1345 0,3000 0,7000 0,7000 0,5000 0,4169
Roncador - 124 m 0,0825 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3265
Panambi - 130 m 0,1270 0,3000 0,7000 0,7000 0,5000 0,4154
Panambi - 124 m 0,0770 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3254
Porto Mauá - 130 m 0,0225 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3145
Santa Rosa - 130 m 0,0130 0,3000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3126
Cam
pos
Sul
inos
Garabi - 94 m 0,4613 0,0004 0,7000 0,7000 0,5000 0,4223
Garabi - 89 m 0,3968 0,0004 0,7000 0,7000 0,5000 0,4094
Garabi - 87 m 0,3545 0,0004 0,7000 0,7000 0,5000 0,4009
Garabi - 86 m 0,3190 0,0003 0,7000 0,7000 0,5000 0,3938
Garabi II - 94 m 0,4235 0,0004 0,7000 0,7000 0,5000 0,4147
Garabi II - 89 m 0,3692 0,0004 0,7000 0,7000 0,5000 0,4039
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Sub
área
s Indicadores de Impactos
Cobertura Vegetal Nativa
Afetada
Unidades de
Conser-vação
Afetadas
Áreas de Interesse Ecológico Relevante
Espécies Ameaçadas
e Monu-mentos Naturais
Espécies Endêmi-
cas
Espécies Tetrá-podos
Aquáticos
ISAi = ∑ (Ii x
Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,10 0,25 0,15 0,10 1,00
Garabi II - 87 m 0,2880 0,0004 0,7000 0,7000 0,5000 0,3876
Garabi II - 86 m 0,2470 0,0003 0,7000 0,7000 0,5000 0,3794
Porto Lucena - 130 m
Porto Lucena - 124 m
Porto Lucena - 111 m
Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
Rem
anes
cent
es F
lore
sta
Mis
ta
Garabi - 94 m 0,2900 0,0874 0,7000 0,7000 0,5000 0,3967
Garabi - 89 m 0,1510 0,0559 0,7000 0,7000 0,5000 0,3658
Garabi - 87 m 0,1095 0,0451 0,7000 0,5000 0,3000 0,3064
Garabi - 86 m 0,0955 0,0398 0,7000 0,5000 0,3000 0,3031
Garabi II - 94 m 0,2900 0,0874 0,7000 0,7000 0,3000 0,3767
Garabi II - 89 m 0,1510 0,0559 0,7000 0,7000 0,5000 0,3658
Garabi II - 87 m 0,1095 0,0451 0,7000 0,5000 0,3000 0,3064
Garabi II - 86 m 0,0955 0,0398 0,7000 0,5000 0,3000 0,3031
Porto Lucena - 130 m 0,3758 0,0614 0,7000 0,7000 0,5000 0,4113
Porto Lucena - 124 m 0,2680 0,0481 0,7000 0,7000 0,5000 0,3884
Porto Lucena - 111 m 0,0615 0,0220 0,7000 0,5000 0,3000 0,2945
Puerto Rosario - 130 m 0,3758 0,0614 0,7000 0,7000 0,5000 0,4113
Puerto Rosario - 124 m 0,2680 0,0481 0,7000 0,7000 0,5000 0,3884
Roncador - 130 m 0,2190 0,0425 0,7000 0,7000 0,5000 0,3780
Roncador - 124 m 0,1260 0,0315 0,7000 0,5000 0,3000 0,3083
Panambi - 130 m 0,0875 0,0198 0,7000 0,5000 0,3000 0,2995
Panambi - 124 m 0,0460 0,0120 0,7000 0,5000 0,3000 0,2904
Porto Mauá - 130 m 0,0095 0,0053 0,7000 0,3000 0,3000 0,2524
Santa Rosa - 130 m 0,0085 0,0050 0,7000 0,3000 0,3000 0,2522
c) Organização Territorial
A avaliação ambiental realizada para o Componente-síntese Organização Territorial foi feita a partir da sobreposição das curvas de nível obtidas nesta fase dos estudos e das informações secundárias compiladas e armazenadas no banco de dados georreferenciado. Com isso, foi possível observar que, em relação às áreas urbanas, para o aproveitamento Garabi na cota 94 m o impacto mostrou-se alto, pois a perspectiva é de inundação de duas cidades na subárea VI, sob Influência de Santo Ângelo: Porto Xavier, que perderá cerca de um terço de sua área urbana e Garruchos, que será totalmente afetada. Este mesmo aproveitamento também impacta a Subárea V, sob influência de Apóstoles. Para esse caso, o impacto foi
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considerado médio, já que o lago irá atingir as sedes municipais de Garruchos (que perderá cerca de 88% de sua área) e de Azara (que perderá 16%).
Aos aproveitamentos Porto Lucena, Puerto Rosario e Roncador, na cota 130 m, também foi atribuída nota de impacto alta, já que o lago projetado irá atingir as cidades argentinas de Alba Posse (que perderá 82% de sua área urbanizada) e Panambi (100%), na subárea polarizada por Oberá, e as cidades brasileiras de Porto Mauá (53%) e Porto Vera Cruz (100%), na subárea polarizada por Santa Rosa.
Sobre o território municipal, foi considerado alto o impacto provocado pelos lagos projetados para os aproveitamentos Garabi e Garabi II, na cota 94, na Subárea V, sob influência de Apóstoles. Trata-se da combinação da perda de área em Azara (61%), Apóstoles (4%), Concepción de la Sierra (22%), Garruchos (20% para Garabi e 13% para Garabi II), Santa María (8%) e Tres Capones (16%), com a ocorrência de duas situações de fracionamento do território de Azara.
Igualmente alto é o impacto dos aproveitamentos Porto Lucena e Puerto Rosario na cota 130 m. Nesses casos, os municípios atingidos são: Porto Vera Cruz (42% de perda territorial em ambos os aproveitamentos), Porto Lucena (21% para o aproveitamento Porto Lucena e 15% para o aproveitamento Puerto Rosario), Porto Mauá (19% em ambos os aproveitamentos), Alecrim (13%), Novo Machado (7%), Doutor Maurício Cardoso (5%) e Santo Cristo (1%). Esses reservatórios deverão fracionar os municípios de Porto Vera Cruz e Porto Mauá.
Na avaliação do indicador “Infra-estrutura viária diretamente afetada”, destaca-se como impacto de magnitude média o ocasionado pelo aproveitamento Porto Lucena, na cota 130 m, na Subárea III, sob influência de Oberá. Trata-se de aproveitamento com grande área inundada que afetará trechos da Ruta Provincial no. 2, recém concluída e sobre a qual incidem planos de desenvolvimento turístico e de conservação de patrimônio natural e cultural. Dois aproveitamentos, Porto Lucena na cota 124 m e Porto Rosario na cota 130 m, afetam menores extensões da Ruta Nº 2, tendo recebido, portanto, nota de impacto médio baixo. Esses três aproveitamentos são os que mais impactam as vias vicinais presentes, sobretudo, na subárea IV, sob influência de Santa Rosa.
De uma forma geral, o impacto sobre a estrutura político administrativa é maior nas Subáreas VI ocasionado pelos aproveitamentos Garabi e Garabi II, nas suas diversas cotas, e IV, ocasionado pelos aproveitamentos Porto Lucena, Puerto Rosario e Roncador, nas cotas 124 m e 130 m. Sobre os núcleos municipais, são mais significativos os impactos causados pelos aproveitamentos Porto Lucena, Roncador e Panambi em suas cotas mais altas, resultado da afetação de cidades como Alba Posse, na Subárea III, Porto Mauá e Porto Lucena, na subárea IV, ainda que se destaque o impacto causado pelo aproveitamento Garabi em suas cotas mais altas sobre a área urbana de Garruchos. Por fim, destaca-se o impacto sobre a infra-estrutura rodoviária, de relevância na subárea IV, resultado da maior densidade de vias nesta subárea, e na subárea III, resultado da afetação da Ruta Provincial Nº 2.
Na composição final das notas de impacto sobre a Organização Territorial, os aproveitamentos que apresentaram nota de impacto mais alta são: Garabi na cota 94 m, Porto Lucena, nas cotas 124 m e 130 m, Puerto Rosario, nas cotas 124 m e 130 m e Roncador na cota 130 m, conforme pode ser visto no Quadro 3.1.6.2-3. No mapa INV.URG-GE.00-MP.1012 são apresentadas as subáreas e a localização dos empreedimentos estudados.
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Quadro 3.1.6.2-3. Impactos Ambientais por Aproveita mento e Subárea do Componente-síntese Organização Territorial
Sub
área
s
Indicadores de Impactos
Interferência sobre o
Território Municipal
Interferência sobre as Áreas
Urbanizadas
Interferência sobre o Sistema Viário
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,45 0,45 0,10 1,00
Sob
Influ
ênci
a de
San
Vic
ente
Garabi - 94 m
Garabi - 89 m
Garabi - 87 m
Garabi - 86 m
Garabi II - 94 m
Garabi II - 89 m
Garabi II - 87 m
Garabi II - 86 m
Porto Lucena - 130 m 0,0006 0,0003
Porto Lucena - 124 m 0,0002 0,0001
Porto Lucena - 111 m
Puerto Rosario - 130 m 0,0006 0,0003
Puerto Rosario - 124 m 0,0002 0,0001
Roncador - 130 m 0,0006 0,0003
Roncador - 124 m 0,0002 0,0001
Panambi - 130 m 0,0006 0,0003
Panambi - 124 m 0,0002 0,0001
Porto Mauá - 130 m 0,0006 0,0003
Santa Rosa - 130 m 0,0006 0,0003
Sob
Influ
ênci
a de
Ijuí
Garabi - 94 m
Garabi - 89 m
Garabi - 87 m
Garabi - 86 m
Garabi II - 94 m
Garabi II - 89 m
Garabi II - 87 m
Garabi II - 86 m
Porto Lucena - 130 m 0,0078 0,0005 0,0035
Porto Lucena - 124 m 0,0019 0,0008
Porto Lucena - 111 m
Puerto Rosario - 130 m 0,0078 0,0005 0,0035
Puerto Rosario - 124 m 0,0019 0,0008
Roncador - 130 m 0,0078 0,0005 0,0035
Roncador - 124 m 0,0019 0,0008
Panambi - 130 m 0,0078 0,0005 0,0035
Panambi - 124 m 0,0019 0,0008
Porto Mauá - 130 m 0,0078 0,0005 0,0035
Santa Rosa - 130 m 0,0078 0,0005 0,0035
Sob
In
fluên
cia
de
Obe
rá Garabi - 94 m 0,0663 0,1915 0,0178 0,1178
Garabi - 89 m 0,0222 0,0151 0,0168
Garabi - 87 m 0,0089 0,0021 0,0050
Garabi - 86 m 0,0064 0,0002 0,0029
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Sub
área
s
Indicadores de Impactos
Interferência sobre o
Território Municipal
Interferência sobre as Áreas
Urbanizadas
Interferência sobre o Sistema Viário
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,45 0,45 0,10 1,00
Garabi II - 94 m 0,0663 0,1915 0,0178 0,1178
Garabi II - 89 m 0,0222 0,0151 0,0168
Garabi II - 87 m 0,0089 0,0021 0,0050
Garabi II - 86 m 0,0064 0,0002 0,0029
Porto Lucena - 130 m 0,3480 1,0000 0,5200 0,6586
Porto Lucena - 124 m 0,2522 0,8941 0,3419 0,5500
Porto Lucena - 111 m 0,1330 0,5255 0,1804 0,3143
Puerto Rosario - 130 m 0,1629 1,0000 0,2574 0,5490
Puerto Rosario - 124 m 0,1218 0,7941 0,1663 0,4288
Roncador - 130 m 0,1131 0,8225 0,1999 0,4410
Roncador - 124 m 0,0800 0,9716 0,1151 0,4848
Panambi - 130 m 0,0920 0,5340 0,1947 0,3012
Panambi - 124 m 0,0623 0,5161 0,1101 0,2713
Porto Mauá - 130 m 0,0223 0,1687 0,0269
Santa Rosa - 130 m 0,0145 0,1199 0,0185
Sob
Influ
ênci
a de
San
ta R
osa
Garabi - 94 m 0,3403 0,0029 0,0278 0,1572
Garabi - 89 m 0,3218 0,0002 0,1448
Garabi - 87 m 0,0005 0,0002
Garabi - 86 m 0,0001 0,0000
Garabi II - 94 m 0,3403 0,0029 0,0278 0,1572
Garabi II - 89 m 0,3218 0,0002 0,1448
Garabi II - 87 m 0,0005 0,0002
Garabi II - 86 m 0,0001 0,0000
Porto Lucena - 130 m 0,9243 0,9075 0,2379 0,8481
Porto Lucena - 124 m 0,7528 0,6877 0,1829 0,6665
Porto Lucena - 111 m 0,1544 0,4830 0,0897 0,2958
Puerto Rosario - 130 m 0,9036 0,9075 0,2250 0,8375
Puerto Rosario - 124 m 0,7330 0,6877 0,1701 0,6564
Roncador - 130 m 0,7925 0,9075 0,1526 0,7802
Roncador - 124 m 0,6384 0,6877 0,1049 0,6072
Panambi - 130 m 0,4893 0,4727 0,0835 0,4413
Panambi - 124 m 0,4304 0,1192 0,0507 0,2524
Porto Mauá - 130 m 0,0420 0,0179 0,0207
Santa Rosa - 130 m 0,0316 0,0111 0,0154
Sob
Influ
ênci
a de
San
to Â
ngel
o Garabi - 94 m 0,7773 0,9841 0,0980 0,8024
Garabi - 89 m 0,6914 0,5376 0,0430 0,5574
Garabi - 87 m 0,4792 0,4909 0,0280 0,4393
Garabi - 86 m 0,4610 0,4752 0,0182 0,4231
Garabi II - 94 m 0,6757 0,1842 0,0859 0,3955
Garabi II - 89 m 0,5951 0,0276 0,0403 0,2843
Garabi II - 87 m 0,4641 0,0019 0,0265 0,2124
Garabi II - 86 m 0,4466 0,0170 0,2027
Porto Lucena - 130 m
Porto Lucena - 124 m
Porto Lucena - 111 m
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
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Sub
área
s
Indicadores de Impactos
Interferência sobre o
Território Municipal
Interferência sobre as Áreas
Urbanizadas
Interferência sobre o Sistema Viário
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,45 0,45 0,10 1,00
Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
Sob
Influ
ênci
a de
Apó
stol
es
Garabi - 94 m 0,9200 0,6230 0,2062 0,7150
Garabi - 89 m 0,8058 0,5548 0,1306 0,6254
Garabi - 87 m 0,7606 0,5205 0,1117 0,5876
Garabi - 86 m 0,7420 0,1799 0,1017 0,4250
Garabi II - 94 m 0,8924 0,0583 0,2022 0,4480
Garabi II - 89 m 0,7811 0,0190 0,1281 0,3729
Garabi II - 87 m 0,7386 0,0101 0,1096 0,3479
Garabi II - 86 m 0,7209 0,0076 0,0999 0,3378
Porto Lucena - 130 m
Porto Lucena - 124 m
Porto Lucena - 111 m
Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
d) Modos de Vida
Os índices ambientais calculados por aproveitamento para cada Subárea do Componente-síntese Modos de Vida apresentaram resultados que variaram entre 0,066 a 0,795. A avaliação desse Componente-síntese está diretamente relacionada a presença de população urbana e rural dos municípios que poderão ser atingidos pela mancha de inundação dos reservatórios que serão formados pelos aproveitamentos em estudo. Desse modo, as subáreas “A” e “B” registraram notas mais baixas em relação as demais subáreas, por outro lado as subáreas “E” e “F” tiveram respostas mais sensíveis aos indicadores utilizados e, portanto, registraram as notas mais elevadas em relação às demais subáreas consideradas nessa avaliação.
Dos resultados obtidos para os aproveitamentos Garabi e Garabi II observa-se que a diferença mais marcante foi notada na subárea “F”, onde o indicador “População Urbana Diretamente Afetada” apresentou uma resposta significativamente sensível se comparados os resultados obtidos entre cotas iguais desses aproveitamentos, em geral as notas atribuídas a Garabi foram mais do que o dobro das de Garabi II. O mapa INV.URG-GE.00-MP.1013 apresenta as
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subáreas e os aproveitamentos avaliados e no Quadro 3.1.6.2-4 são apresentadas as notas de avaliação ambiental atribuídas aos aproveitamentos.
Quadro 3.1.6.2-4. Impactos Ambientais calculados po r Aproveitamento e Subárea para o Componente-síntese Modos de Vida
Sub
área
s
Indicadores de Impactos População
Urbana Atingida
População Rural
Atingida
Alteração nas Relações Sociais Transfronteiriças
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,45 0,45 0,10 1,00
A
Garabi - 94 m
Garabi - 89 m
Garabi - 87 m
Garabi - 86 m
Garabi II - 94 m
Garabi II - 89 m
Garabi II - 87 m
Garabi II - 86 m
Porto Lucena - 130 m 0,0366 0,2191 0,8492 0,2000
Porto Lucena - 124 m 0,0329 0,2112 0,7864 0,1885
Porto Lucena - 111 m 0,0020 0,1556 0,3737 0,1083
Puerto Rosario - 130 m 0,0366 0,2191 0,8492 0,2000
Puerto Rosario - 124 m 0,0329 0,2112 0,7864 0,1885
Roncador - 130 m 0,0366 0,2191 0,8492 0,2000
Roncador - 124 m 0,0329 0,2112 0,7864 0,1885
Panambi - 130 m 0,0366 0,2191 0,8492 0,2000
Panambi - 124 m 0,0329 0,2111 0,7864 0,1884
Porto Mauá - 130 m 0,1285 0,5783 0,1157
Santa Rosa - 130 m 0,1111 0,5783 0,1078
B
Garabi - 94 m 0,4549 0,2526 0,6665 0,3850
Garabi - 89 m 0,0173 0,1395 0,2124 0,0918
Garabi - 87 m 0,0019 0,1500 0,1582 0,0842
Garabi - 86 m 0,1723 0,1468 0,0922
Garabi II - 94 m 0,4549 0,2526 0,6665 0,3850
Garabi II - 89 m 0,0173 0,1395 0,2124 0,0918
Garabi II - 87 m 0,0019 0,1500 0,1582 0,0842
Garabi II - 86 m 0,1723 0,1468 0,0922
Porto Lucena - 130 m 0,1425 0,4857 0,6900 0,3517
Porto Lucena - 124 m 0,1344 0,3950 0,6758 0,3058
Porto Lucena - 111 m 0,0661 0,2244 0,5327 0,1840
Puerto Rosario - 130 m 0,1425 0,3856 0,6900 0,3067
Puerto Rosario - 124 m 0,1344 0,3436 0,6758 0,2827
Roncador - 130 m 0,1425 0,3027 0,6900 0,2693
Roncador - 124 m 0,1344 0,2525 0,6758 0,2417
Panambi - 130 m 0,1875 0,0844
Panambi - 124 m 0,1522 0,0685
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
INV.URG-GE.00-IT.4001-(P)
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Sub
área
s
Indicadores de Impactos População
Urbana Atingida
População Rural
Atingida
Alteração nas Relações Sociais Transfronteiriças
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,45 0,45 0,10 1,00
C
Garabi - 94 m 0,1710 0,6403 1,0000 0,4651
Garabi - 89 m 0,1034 0,4680 0,9138 0,3485
Garabi - 87 m 0,0773 0,3995 0,8882 0,3034
Garabi - 86 m 0,0639 0,3758 0,8848 0,2863
Garabi II - 94 m 0,0675 0,6390 0,8715 0,4051
Garabi II - 89 m 0,0274 0,4666 0,8401 0,3063
Garabi II - 87 m 0,0134 0,3979 0,8083 0,2659
Garabi II - 86 m 0,0111 0,3743 0,7985 0,2533
Porto Lucena - 130 m
Porto Lucena - 124 m
Porto Lucena - 111 m
Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
D
Garabi - 94 m
Garabi - 89 m
Garabi - 87 m
Garabi - 86 m
Garabi II - 94 m
Garabi II - 89 m
Garabi II - 87 m
Garabi II - 86 m
Porto Lucena - 130 m
Porto Lucena - 124 m
Porto Lucena - 111 m
Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
E
Garabi - 94 m 0,4593 0,3038 0,6665 0,4101
Garabi - 89 m 0,0425 0,2542 0,2124 0,1548
Garabi - 87 m 0,0006 0,1780 0,1582 0,0962
Garabi - 86 m 0,1146 0,1468 0,0663
Garabi II - 94 m 0,4593 0,3038 0,6665 0,4101
Garabi II - 89 m 0,0425 0,2542 0,2124 0,1548
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Sub
área
s
Indicadores de Impactos População
Urbana Atingida
População Rural
Atingida
Alteração nas Relações Sociais Transfronteiriças
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,45 0,45 0,10 1,00
Garabi II - 87 m 0,0006 0,1780 0,1582 0,0962
Garabi II - 86 m 0,1146 0,1468 0,0663
Porto Lucena - 130 m 0,2764 0,5094 0,9029 0,4439
Porto Lucena - 124 m 0,2101 0,4089 0,8896 0,3675
Porto Lucena - 111 m 0,0663 0,4681 0,7417 0,3147
Puerto Rosario - 130 m 0,2764 0,4927 0,9029 0,4364
Puerto Rosario - 124 m 0,2101 0,3915 0,8896 0,3597
Roncador - 130 m 0,2764 0,4492 0,9029 0,4168
Roncador - 124 m 0,2101 0,3397 0,8896 0,3364
Panambi - 130 m 0,1591 0,4031 0,8492 0,3379
Panambi - 124 m 0,1102 0,2820 0,7864 0,2551
Porto Mauá - 130 m 0,2730 0,5783 0,1807
Santa Rosa - 130 m 0,2470 0,5783 0,1690
F
Garabi - 94 m 0,9727 0,5709 1,0000 0,7946
Garabi - 89 m 0,8870 0,4585 0,9138 0,6968
Garabi - 87 m 0,8280 0,5723 0,8882 0,7190
Garabi - 86 m 0,8053 0,5296 0,8848 0,6892
Garabi II - 94 m 0,5367 0,8715 0,3287
Garabi II - 89 m 0,4300 0,8401 0,2775
Garabi II - 87 m 0,5332 0,8083 0,3208
Garabi II - 86 m 0,4919 0,7985 0,3012
Porto Lucena - 130 m
Porto Lucena - 124 m
Porto Lucena - 111 m
Puerto Rosario - 130 m
Puerto Rosario - 124 m
Roncador - 130 m
Roncador - 124 m
Panambi - 130 m
Panambi - 124 m
Porto Mauá - 130 m
Santa Rosa - 130 m
e) Base Econômica
Com base nos índices ambientais estimados para o Componente-síntese Base Econômica é possível observar que para se ter uma base comparativa, foi assumido como máxima afetação o aproveitamento Garabi na cota 94 m, portanto com valor igual a 1. A partir disso os cálculos efetuados resultaram no valor de 0,8634 para o índice ambiental do aproveitamento Garabi II na cota 94 m, sendo o segundo maior entre todos os aproveitamentos avaliados. A adoção desse critério justifica-se pela maior quantidade de terras produtivas afetadas na subáreas “Zona Sul de Misiones” e “Missões”, onde existem plantações com maior valor agregado como: erva-mate, chá preto, soja, trigo e milho.
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De forma geral, o impacto médio situou-se na Subárea “Zona Média Misiones” e “Fronteira Noroeste” principalmente nos aproveitamentos Porto Lucena, Puerto Rosario e Roncador. As demais subáreas apresentam impactos mais baixos em particular nos aproveitamentos que se encontram de Porto Lucena para montante. No Quadro 3.1.6.2-5 são apresentados os índices de impacto ambiental por aproveitamento para cada subárea e no Mapa INV.URG-GE.00-MP.1014 podem ser vistas as subáreas e a localização dos aproveitamentos.
Quadro 3.1.6.2-5. Impactos Ambientais calculados po r Aproveitamento e subárea para o Componente-síntese Base Econômica
Sub
área
s
Indicadores de Impactos Valor da Produção
Afetada Direta Anual
Valor da Área Agrícola Afetada
Direta
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,60 0,40 1,00
Zon
a A
lta M
isio
nes
Garabi - 94 m Garabi - 89 m Garabi - 87 m Garabi - 86 m Garabi II - 94 m Garabi II - 89 m Garabi II - 87 m Garabi II - 86 m Porto Lucena - 130 m 0,0308 0,0176 0,0255 Porto Lucena - 124 m 0,0115 0,0064 0,0095 Porto Lucena - 111 m Puerto Rosario - 130 m 0,0308 0,0176 0,0255 Puerto Rosario - 124 m 0,0115 0,0064 0,0095 Roncador - 130 m 0,0308 0,0176 0,0255 Roncador - 124 m 0,0115 0,0064 0,0095 Panambi - 130 m 0,0307 0,0176 0,0255 Panambi - 124 m 0,0114 0,0064 0,0094 Porto Mauá - 130 m 0,0308 0,0176 0,0255 Santa Rosa - 130 m 0,0308 0,0176 0,0255
Zon
a M
édia
Mis
ione
s
Garabi - 94 m Garabi - 89 m Garabi - 87 m Garabi - 86 m Garabi II - 94 m Garabi II - 89 m Garabi II - 87 m Garabi II - 86 m Porto Lucena - 130 m 0,4288 0,2933 0,3746 Porto Lucena - 124 m 0,2929 0,1950 0,2537 Porto Lucena - 111 m 0,0804 0,0592 0,0719 Puerto Rosario - 130 m 0,4288 0,2933 0,3746 Puerto Rosario - 124 m 0,2929 0,1950 0,2537 Roncador - 130 m 0,4340 0,2933 0,3777 Roncador - 124 m 0,2961 0,1950 0,2557 Panambi - 130 m 0,4124 0,2768 0,3582 Panambi - 124 m 0,2782 0,1816 0,2396 Porto Mauá - 130 m 0,1168 0,0840 0,1037 Santa Rosa - 130 m 0,0711 0,0519 0,0634
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Sub
área
s
Indicadores de Impactos Valor da Produção
Afetada Direta Anual
Valor da Área Agrícola Afetada
Direta
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,60 0,40 1,00
Zon
a S
ul M
isio
nes
Garabi - 94 m 0,8309 0,4050 0,6605 Garabi - 89 m 0,6346 0,3035 0,5022 Garabi - 87 m 0,5283 0,2567 0,4197 Garabi - 86 m 0,4980 0,2415 0,3954 Garabi II - 94 m 0,7881 0,3830 0,6261 Garabi II - 89 m 0,5945 0,2832 0,4700 Garabi II - 87 m 0,4920 0,2390 0,3908 Garabi II - 86 m 0,4628 0,2244 0,3674 Porto Lucena - 130 m 0,2486 0,0982 0,1884 Porto Lucena - 124 m 0,1994 0,0782 0,1509 Porto Lucena - 111 m 0,1076 0,0417 0,0903 Puerto Rosario - 130 m 0,0755 0,0315 0,0579 Puerto Rosario - 124 m 0,0643 0,0264 0,0491 Roncador - 130 m 0,0188 0,0067 0,0140 Roncador - 124 m 0,0164 0,0058 0,0122 Panambi - 130 m Panambi - 124 m Porto Mauá - 130 m Santa Rosa - 130 m
Cel
eiro
Garabi - 94 m Garabi - 89 m Garabi - 87 m Garabi - 86 m Garabi II - 94 m Garabi II - 89 m Garabi II - 87 m Garabi II - 86 m Porto Lucena - 130 m 0,0274 0,0280 0,0276 Porto Lucena - 124 m 0,0070 0,0066 0,0068 Porto Lucena - 111 m Puerto Rosario - 130 m 0,0274 0,0280 0,0276 Puerto Rosario - 124 m 0,0070 0,0066 0,0068 Roncador - 130 m 0,0274 0,0280 0,0276 Roncador - 124 m 0,0070 0,0066 0,0068 Panambi - 130 m 0,0274 0,0280 0,0276 Panambi - 124 m 0,0070 0,0066 0,0068 Porto Mauá - 130 m 0,0274 0,0280 0,0276 Santa Rosa - 130 m 0,0274 0,0280 0,0276
Fro
ntei
ra N
oroe
ste
Garabi - 94 m 0,0354 0,0376 0,0363 Garabi - 89 m 0,0070 0,0056 0,0064 Garabi - 87 m 0,0052 0,0037 0,0046 Garabi - 86 m 0,0004 0,0003 0,0004 Garabi II - 94 m 0,0354 0,0376 0,0363 Garabi II - 89 m 0,0070 0,0056 0,0064 Garabi II - 87 m 0,0052 0,0037 0,0046 Garabi II - 86 m 0,0004 0,0003 0,0004 Porto Lucena - 130 m 0,5812 0,6311 0,6012
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Sub
área
s
Indicadores de Impactos Valor da Produção
Afetada Direta Anual
Valor da Área Agrícola Afetada
Direta
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,60 0,40 1,00 Porto Lucena - 124 m 0,4231 0,4772 0,4447 Porto Lucena - 111 m 0,1525 0,1958 0,1698 Puerto Rosario - 130 m 0,5518 0,5888 0,5666 Puerto Rosario - 124 m 0,3950 0,4371 0,4118 Roncador - 130 m 0,4172 0,4213 0,4188 Roncador - 124 m 0,2874 0,3014 0,2930 Panambi - 130 m 0,3277 0,2771 0,3075 Panambi - 124 m 0,2101 0,1779 0,1972 Porto Mauá - 130 m 0,1146 0,0814 0,1013 Santa Rosa - 130 m 0,0975 0,0647 0,0844
Mis
sões
Garabi - 94 m 1,0000 1,0000 1,0000 Garabi - 89 m 0,7211 0,7024 0,7136 Garabi - 87 m 0,6616 0,6142 0,6426 Garabi - 86 m 0,6142 0,5593 0,5922 Garabi II - 94 m 0,8563 0,8742 0,8635 Garabi II - 89 m 0,6084 0,6043 0,6068 Garabi II - 87 m 0,5527 0,5213 0,5401 Garabi II - 86 m 0,5097 0,4706 0,4941 Porto Lucena - 130 m Porto Lucena - 124 m Porto Lucena - 111 m Puerto Rosario - 130 m Puerto Rosario - 124 m Roncador - 130 m Roncador - 124 m Panambi - 130 m Panambi - 124 m Porto Mauá - 130 m Santa Rosa - 130 m
f) Comunidades Indígenas e Patrimônio Arqueológico
A partir da ponderação das variáveis consideradas nesta etapa de trabalho, se chegou a distintas pontuações que permitem hierarquizar os diferentes aproveitamentos segundo o grau de impacto sobre as terras indígenas e o patrimônio arqueológico.
Cabe mencionar que os resultados obtidos apresentam uma coerência entre a elevação das cotas altimétricas e o grau de impacto sobre os elementos que compõem este Componente-síntese. No caso do patrimônio arqueológico, isto se deve ao fato de que o aumento da área alagada implica em uma quantidade maior de sítios afetados.
Por sua vez, segundo a informação trabalhada até o momento de realização desta etapa, no que se refere às terras indígenas, as diferentes alternativas de aproveitamento parecem não gerar impactos diretos sobre os territórios ocupados. Mesmo assim, buscou-se dimensionar um grau de impacto indireto relacionado com a variação do nível do rio e sua proximidade aos assentamentos indígenas. Das comunidades indígenas identificadas na província de Misones
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sete se enquadraram ao critério de distância de 15 km em relação ao rio Uruguai são elas: Ojo de Agua, Y Haka Miri, Pindo Ty, Ara Poty, Tamanduá, Kuri e Takaurukhu. Destas, as três primeiras estão relacionadas às alternativas Garabi e Garabi II, enquanto as demais se localizam na área de influência dos eixos Porto Lucena, Panambi, Porto Mauá e Santa Rosa, conforme pode ser visto no Mapa INV.URG-GE.00-MP.1015 (Relatório Cota Garabi).
Os resultados obtidos mostram que os aproveitamentos Garabi e Garabi II são os que mais poderão causar impactos indiretos, cuja intensidade se situou em patamares médios baixos (0,255 a 0,145). Para os aproveitamentos acima de San Javier e Porto Xavier as notas oscilaram em níveis mais baixos (0.171 a 0,038). É importante destacar que das comunidades consideradas, as duas mais populosas (Tamandua e Kuri) são as que estão mais distantes do rio Uruguai.
Quadro 3.1.6.2-6. Impactos Ambientais calculados po r Aproveitamento e Subárea para o Componente-síntese Comunidades Indígenas e Tradicio nais
Subárea Indicador de Impacto Patrimônio
Arqueológico Terras Indígenas ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,30 0,70 1,00
Única
Garabi - 94 m 0,1560 0,2971 0,2548
Garabi - 89 m 0,0960 0,2476 0,2021
Garabi - 87 m 0,0840 0,2067 0,1699
Garabi - 86 m 0,0730 0,1867 0,1526
Garabi II - 94 m 0,1250 0,2971 0,2455
Garabi II - 89 m 0,0650 0,2476 0,1928
Garabi II - 87 m 0,0530 0,2067 0,1606
Garabi II - 86 m 0,0470 0,1867 0,1448
Porto Lucena - 130 m 0,2210 0,1495 0,1710
Porto Lucena - 124 m 0,1920 0,0800 0,1136
Porto Lucena - 111 m 0,1260 0,0000 0,0378
Puerto Rosario - 130 m 0,1800 0,1495 0,1587
Puerto Rosario - 124 m 0,1500 0,0800 0,1010
Roncador - 130 m 0,1370 0,1495 0,1458
Roncador - 124 m 0,1080 0,0800 0,0884
Panambi - 130 m 0,1190 0,1495 0,1404
Panambi - 124 m 0,0960 0,0800 0,0848
Porto Mauá - 130 m 0,0590 0,1229 0,1037
Santa Rosa - 130 m 0,0410 0,1229 0,0983
3.1.7 Comparação e Seleção de Alternativas
A comparação e seleção de alternativas teve como objetivo inicial a eliminação de alternativas não competitivas e das alternativas dominadas. Na seqüência, foi realizada uma análise sob um enfoque de objetivos múltiplos, comparando o benefício energético resultante do desenvolvimento do potencial de cada alternativa com os custos de implantação e com os impactos causados pela sua realização, excluindo as alternativas menos interessantes, até que fosse possível indicar a cota de Garabi.
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Para essas análises foram utilizados os índices de custo/benefício energético e de impacto ambiental, descritos nos itens subseqüentes.
3.1.7.1 Índice Custo Benefício Energético
As análises e comparações energético-econômicas dos aproveitamentos, assim como da alternativa como um todo, foram realizadas conforme os critérios do Manual de Inventário, tendo em vista que todos os aproveitamentos de uma alternativa devem ser economicamente viáveis, de forma que se eliminem os projetos que apresentem o ICB acima do CUR.
O valor do CUR foi calculado através da seguinte expressão:
CUR = CRE + CRP/(8,76*Fk)
Onde:
CUR = Custo unitário de referência, em US$/MWh;
CRE = Custo unitário de referência da energia, em US$/MWh;
CRP = Custo unitário de referência de ponta, em US$/kW/ano; e
Fk = Fator de capacidade (0,55).
O custo unitário de referência da energia (CRE) foi calculado considerando que a energia alternativa mais econômica no longo prazo seria a obtida através de uma central térmica a gás natural de ciclo combinado. Para um valor de gás natural de 10 US$/106BTU e um custo de operação e manutenção de 7,85 US$/MWh, resulta um custo unitário de referência da energia de 67,85 US$/MWh.
Já o custo de referência de ponta (CRP) foi calculado considerando que a opção alternativa para ponta mais econômica no longo prazo seria a implantação de uma turbina a gás, cujo custo é da ordem 450 US$/kW e uma vida útil de 20 anos, mais custos de operação e manutenção da ordem de 15 US$/kW/ano, resultando num valor de 75,26 US$/kW/ano.
Com base nesses valores, obteve-se um custo unitário de referência (CUR) de 83,47 US$/MWh.
Assim, para avaliar a competitividade dos aproveitamentos, foi calculada a energia firme em última adição, no qual o acréscimo de energia firme propiciado pela adição da usina considera todos os demais aproveitamentos da alternativa como já construídos, para cada um dos aproveitamentos.
O índice custo/benefício energético de cada aproveitamento é definido como a razão entre o seu custo total anual e o seu benefício energético, conforme expresso pela seguinte equação:
ICB = CT / 8760 * ∆Ef
Onde:
ICB = Índice custo/benefício energético do aproveitamento, em US$ / MWh;
CT = Custo total anual do aproveitamento, em US$; e,
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∆Ef = Acréscimo de energia firme propiciado pela adição da usina, em MW médios, considerando-se os demais aproveitamentos da alternativa já construídos.
O custo total anual CT de cada aproveitamento é calculado pela seguinte expressão:
CT = C x FRC + Pi x CO&M
Onde:
C = Custo do aproveitamento, em US$, incluindo juros durante a construção;
CO&M = Custo anual de operação e manutenção de usinas hidrelétricas, em
US$/kW/ano. Tais custos foram determinados aplicando-se as seguintes fórmulas (já referidos a dezembro de 2008, data de referência dos orçamentos):
CO&M = 42,937 *(Potência) -0,3716
FRC = Fator de recuperação de capital, ao longo da vida econômica útil do aproveitamento, segundo a taxa de desconto adotada, definido pela seguinte expressão:
FRC = j x (1 + j)z / ((1 + j)z – 1)
Onde:
j = Taxa anual de desconto, adotada nos estudos, igual a 12%;
z = Vida econômica útil do aproveitamento, considerada nas análises igual a 50 anos; e,
Pi = Potência Instalada do aproveitamento i, em MW.
Inicialmente, foram determinados os custos de operação e manutenção de cada aproveitamento, apresentados no Quadro 3.1.7.1-1.
Quadro 3.1.7.1-1. Custo de Operação e Manutenção do s Aproveitamentos
APROVEITAMENTO POTÊNCIA (MW) CO&M (US$ / kW / ano)
Garabi - 94 m 1.161 3,12
Garabi - 89 m 1.036 3,25
Garabi - 87 m 1.010 3,28
Garabi - 86 m 979 3,32
Garabi II - 94 m 1.131 3,15
Garabi II - 89 m 949 3,36
Garabi II - 87 m 938 3,38
Garabi II - 86 m 926 3,39
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APROVEITAMENTO POTÊNCIA (MW) CO&M (US$ / kW / ano)
Porto Lucena - 130 m 1.180 3,10
Porto Lucena - 124 m 1.061 3,22
Porto Lucena - 111 m 711 3,74
Puerto Rosario - 130 m 1.124 3,16
Puerto Rosario - 124 m 1.058 3,23
Roncador - 130 m 1.144 3,14
Roncador - 124 m 963 3,34
Panambi - 130 m 986 3,31
Panambi - 124 m 851 3,50
Porto Mauá - 130 m 653 3,86
Santa Rosa - 130 m 510 4,23 Tendo em conta as alternativas de divisão de queda, os valores das potências instaladas e dos ganhos de energia firme em cada um dos aproveitamentos para cada uma das alternativas consideradas, e os custos totais dos aproveitamentos, foi possível determinar o Índice Custo-Benefício Energético de cada um dos aproveitamentos para cada alternativa de divisão de queda considerada, conforme mostrado no Quadro 3.1.7.1-2.
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Quadro 3.1.7.1-2. Índice Custo -Benefício Energético em Última Adição dos Aprov eitamentos
ALT
ER
NA
TIV
A ICB (US$/MWh)
Garabi 94 m
Garabi 89 m
Garabi 87 m
Garabi 86 m
Garabi II 94 m
Garabi II 89 m
Garabi II 87 m
Garabi II 86 m
Porto Lucena 130 m
Porto Lucena 124 m
Porto Lucena 111 m
Puerto Rosario 130 m
Puerto Rosario 124 m
Roncador 130 m
Roncador 124 m
Panambi 130 m
Panambi 124 m
Porto Mauá 130 m
Santa Rosa 130 m
01 62,14 53,48
02 62,50 61,06
03 60,63 53,83
04 59,54 53,48
05 62,71 65,82
06 59,46 57,73
07 60,11 60,11
08 64,69 56,61
09 65,99 61,98
10 65,09 58,29
11 65,29 64,89
12 68,86 71,20 81,01
13 60,89 53,48
14 61,52 61,06
15 65,39 53,83
16 64,22 53,48
17 66,31 66,31
18 63,65 57,73
19 62,72 61,06
20 64,96 56,61
21 66,13 61,98
22 66,47 58,29
23 66,80 64,89
24 69,79 72,30 80,03
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Considerando que todos os aproveitamentos de uma alternativa devem ser economicamente vantajosos, torna-se necessária a eliminação dos aproveitamentos não competitivos. Como a eliminação de um aproveitamento numa alternativa provoca alterações nos índices custo/benefício energético dos outros aproveitamentos, o processo de eliminação deve ser iterativo, garantindo que somente os aproveitamentos economicamente competitivos em última adição fizessem parte das alternativas.
Para tanto realiza-se uma análise comparativa do Índice Custo/Benefício Energético de cada aproveitamento (ICB), com o custo unitário de referência CUR. Conforme recomendado no Manual de Inventário, o aproveitamento só é considerado economicamente competitivo se o seu Índice Custo-Benefício Energético for menor que o Custo Unitário de Referência (CUR).
O valor de CUR foi adotado igual a 83,47 US$/MWh, como definido anteriormente. Desta forma, constatou-se que nenhum dos aproveitamentos apresentava ICB, em última adição, superior ao CUR, logo todos permanecem nas alternativas, pois todos são competitivos.
O índice Custo-Benefício Energético de cada alternativa foi estimado com base em uma homogeneização dos valores da energia firme promovidos em cada uma, considerando San Pedro como um aproveitamento existente, para que o mesmo não interfira nas análises nessa etapa dos estudos. Isto foi feito complementando-se a produção associada às alternativas com menor ganho de energia firme, até o maior valor dentre todos, ao custo unitário de referência, avaliada pela seguinte expressão:
ICB = ( CTa + 8.760 x CUR x ( Ef* - Efa ) ) / Ef* x 8.760
Onde:
ICB = Índice Custo/Benefício Energético da alternativa, em US$ / MWh;
CTa = Custo total anual da alternativa, após a eliminação de todos os aproveitamentos não econômicos, em US$;
CUR = Custo unitário de referência, em US$ / MWh;
Ef* = Acréscimo de Energia Firme na bacia fornecido pela alternativa com maior produção no conjunto das analisadas, em MW médios; e
Efa = Acréscimo de Energia Firme na bacia fornecido pela alternativa, em MW médios.
Os resultados são apresentados no Quadro 3.1.7.1-3.
Quadro 3.1.7.1-3. Índice Custo-Benefício Energético das Alternativas
Alternativa Custo total anual
(US$)
Ef*
(MWmédios)
Efa
(MWmédios)
ICB
(US$/MWh)
Alternativa 01 580.166.768 1.159,3 1136,71 58,75
Alternativa 02 571.329.028 1.159,3 1053,47 63,88
Alternativa 03 576.876.143 1.159,3 1154,53 57,15
Alternativa 04 527.548.393 1.159,3 1063,25 58,86
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Alternativa Custo total anual
(US$)
Ef*
(MWmédios)
Efa
(MWmédios)
ICB
(US$/MWh)
Alternativa 05 492.025.906 1.159,3 878,3 68,68
Alternativa 06 547.177.214 1.159,3 1.065,3 60,64
Alternativa 07 518.710.654 1.159,3 985,1 63,62
Alternativa 08 601.634.417 1.159,3 1.138,6 60,73
Alternativa 09 590.374.357 1.159,3 1.054,2 65,70
Alternativa 10 622.009.032 1.159,3 1.159,3 61,25
Alternativa 11 603.332.109 1.159,3 1.058,3 66,68
Alternativa 12 716.548.464 1.159,3 1.127,2 72,87
Alternativa 13 562.951.811 1.159,3 1.117,4 58,45
Alternativa 14 554.114.072 1.159,3 1.031,5 63,77
Alternativa 15 572.274.398 1.159,3 1.106,9 60,12
Alternativa 16 522.946.648 1.159,3 1.014,7 61,91
Alternativa 17 487.424.161 1.159,3 839,1 71,05
Alternativa 18 542.575.469 1.159,3 1.020,5 63,42
Alternativa 19 514.108.909 1.159,3 947,1 65,90
Alternativa 20 583.466.964 1.159,3 1.104,6 61,39
Alternativa 21 572.206.905 1.159,3 1.021,8 66,24
Alternativa 22 608.316.319 1.159,3 1.125,3 62,35
Alternativa 23 589.639.397 1.159,3 1.023,5 67,84
Alternativa 24 702.855.751 1.159,3 1.096,0 73,77
Adicionalmente, para contemplar as particularidades do sistema elétrico argentino, onde a participação térmica na matriz é mais importante, foi considerado também na equalização das alternativas a energia secundária, aqui definida como a diferença entre a energia média e a energia firme no trecho em estudo, ou seja, considerou-se a energia média apenas do tramo binacional. Para tanto, foram utilizados os resultados da simulação realizada para o todo o período de vazões disponíveis, 1931 a 2007. Os resultados são apresentados no Quadro 3.1.7.1-4.
Quadro 3.1.7.1-4. Equalização das Alternativas a En ergia Secundária
ALTERNATIVA ENERGIA FIRME
(MWmédios)
ENERGIA MÉDIA
(MWmédios)
ENERGIA
SECUNDÁRIA
(MWmédios)
DELTA ENERGIA
SECUNDÁRIA
(MWmédios)
Alternativa 01 1.181,9 1.305,2 123,3 13,5
Alternativa 02 1.104,5 1.224,2 119,7 17,1
Alternativa 03 1.202,7 1.335,6 132,9 3,9
Alternativa 04 1.112,2 1.234,2 122,0 14,8
Alternativa 05 924,1 1.029,3 105,2 31,6
Alternativa 06 1.102,1 1.224,8 122,7 14,1
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ALTERNATIVA ENERGIA FIRME
(MWmédios)
ENERGIA MÉDIA
(MWmédios)
ENERGIA
SECUNDÁRIA
(MWmédios)
DELTA ENERGIA
SECUNDÁRIA
(MWmédios)
Alternativa 07 1.033,9 1.151,9 118,0 18,8
Alternativa 08 1.173,6 1.286,8 113,2 23,6
Alternativa 09 1.117,4 1.248,8 131,4 5,4
Alternativa 10 1.187,2 1.300,8 113,6 23,2
Alternativa 11 1.107,3 1.229,7 122,4 14,4
Alternativa 12 1.188,1 1.324,9 136,8 0,0
Alternativa 13 1.165,5 1.294,7 129,2 7,6
Alternativa 14 1.086,7 1.212,4 125,7 11,1
Alternativa 15 1.158,1 1.285,2 127,1 9,7
Alternativa 16 1.065,1 1.182,7 117,6 19,2
Alternativa 17 878,4 978,5 100,1 36,7
Alternativa 18 1.057,1 1.174,5 117,4 19,4
Alternativa 19 988,4 1.101,1 112,7 24,1
Alternativa 20 1.135,2 1.244,9 109,7 27,1
Alternativa 21 1.082,7 1.209,2 126,5 10,3
Alternativa 22 1.156,5 1.270,0 113,5 23,3
Alternativa 23 1.076,2 1.199,0 122,8 14,0
Alternativa 24 1.157,6 1.294,0 136,4 0,4
O índice Custo-Benefício Energético de cada alternativa foi então estimado com base em uma homogeneização dos valores da energia firme e de energia secundária promovidos em cada uma. Isto foi feito complementando-se a produção associada às alternativas com menor ganho de energia firme e de energia secundária, até o maior valor dentre todos, ao custo unitário de referência para a energia firme e ao custo de referencia da energia secundária para a diferença entre a energia média e a firme, avaliada pela seguinte expressão:
ICB = ( CTa + 8.760 x CUR x ( Ef* - Efa ) + 8760 x CRE x ( Em* - Ema ) ) / Ef* x 8.760
Onde:
ICB = Índice Custo/Benefício Energético da alternativa, em US$ / MWh;
CTa = Custo total anual da alternativa, após a eliminação de todos os aproveitamentos não econômicos, em US$;
CUR = Custo unitário de referência, em US$ / MWh;
Ef* = Somatório de Energia Firme fornecido pela alternativa com maior produção no conjunto das analisadas, em MW médios;
Efa = Somatório de Energia Firme fornecido pela alternativa, em MW médios;
CRE = Custo unitário de referência da energia, em US$ / MWh;
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Em* = Somatório de Energia Média fornecido pela alternativa com maior produção no conjunto das analisadas, em MW médios; e
Ema = Somatório de Energia Média fornecido pela alternativa, em MW médios.
Os resultados são apresentados no Quadro 3.1.7.1-5, onde foi considerado o valor de 67,85 US$/MWh para o custo unitário de referência da energia (CRE), como apresentado anteriormente.
Quadro 3.1.7.1-5. Índice custo benefício energético considerando a energia secundária
Alternativa ICB – apenas Energia Firme (US$/MWh)
ICB – Energia Firme e Energia Secundária (US$/MWh)
1 58,75 59,54
2 63,88 64,88
3 57,15 57,38
4 58,86 59,73
5 68,68 70,53
6 60,64 61,47
7 63,62 64,72
8 60,73 62,11
9 65,70 66,01
10 61,25 62,61
11 66,68 67,53
12 72,87 72,87
13 58,45 58,89
14 63,77 64,42
15 60,12 60,69
16 61,91 63,03
17 71,05 73,20
18 63,42 64,56
19 65,90 67,31
20 61,39 62,98
21 66,24 66,85
22 62,35 63,72
23 67,84 68,66
24 73,77 73,79
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3.1.7.2 Índice Ambiental
O Índice de Impacto Negativo sobre o Sistema Ambiental – IA de uma alternativa de divisão de queda expressa o grau de impacto sobre a área de estudo do conjunto de aproveitamentos que a compõe, representando as alterações do sistema ambiental e tendo como base os seis componentes-sínteses avaliados: Ecossistemas Aquáticos; Ecossistemas Terrestres; Modos de Vida; Base Econômica; Organização Territorial; e, Comunidades Indígenas e Patrimônio Arqueológico, e suas respectivas subáreas.
Nesta fase dos trabalhos, a obtenção do IA visa a hierarquização das alternativas de divisão de queda, de modo a minimizar os impactos socioambientais negativos. O cálculo do IA desenvolve-se em duas etapas:
- Composição do índice de impacto negativo da alternativa sobre cada componente-síntese (IAC), relativo à agregação dos índices de impacto por aproveitamento em um índice de alternativa de divisão de queda; e,
- Composição do próprio índice de impacto negativo da alternativa sobre o sistema socioambiental (IA), quando é feita a agregação dos índices de impacto negativo da alternativa sobre todos os componentes-síntese.
Os índices de impacto por aproveitamento foram apresentados no item 3.1.6, na forma dos Quadros 3.1.6.2-1 a 3.1.6.2-6. Para a agregação desses índices de impacto por aproveitamento em um índice por alternativa, foram considerados, além dos processos impactantes de cada aproveitamento da alternativa isoladamente, os efeitos cumulativos entre aproveitamentos que afetam uma mesma subárea. Para tanto, foi adotado o procedimento simplificado indicado no Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007), conforme abaixo exposto:
( )[ ])()1(
)()1()()()( *1 ii
jSAic
jSAjSAc
jSA IIII −−+= −∑
Onde:
i = 1, 2, 3...n Aproveitamentos na Subárea (j)
)()(
ijSAI Impacto na Subárea (j), quando se instala apenas o i-ésimo aproveitamento
da alternativa.
O valor inicial do impacto cumulativo é igual a zero:
)0()( jSAI = 0
cjSAI )( Impacto cumulativo na Subárea (j)
No caso da Componente-síntese População Indígena, como a unidade de análise é a bacia, adotou-se o mesmo procedimento com uma única subárea.
Em seguida, os impactos cumulativos em cada subárea foram agregados, considerando um fator de ponderação para cada subárea, de acordo com:
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∑=j
jC
jSAcs PsaIIAC )*( )()()(
Onde:
)( jPsa Fator de Ponderação relativo à Subárea (j)
)(csIAC Índice de Impacto Negativo da Alternativa sobre o Componente-síntese (cs)
Os fatores de ponderação entre as subáreas, utilizados para possibilitar a relativização dos índices de impacto nas subáreas no contexto da bacia aqui estudada, foram definidos a partir de sua sensibilidade à incidência de impactos decorrentes de empreendimentos hidrelétricos.
A ponderação das subáreas para cada componente síntese pode ser vista no item 2.4 do relatório Cota Garabi e item 3.3 do relatório de Estudos Preliminares.
Por fim, o cálculo final do impacto ambiental da alternativa foi obtido mediante a soma dos IACs ponderada pelos pesos dos Componentes-síntese, conforme abaixo:
∑= )()( * cscs PcIACIA
Onde:
)(csPc Fator de Ponderação relativo ao Componente-síntese (cs)
IA Índice de Impacto Negativo da Alternativa sobre o Sistema Socioambiental
O fator de ponderação dos Componentes-síntese corresponde ao peso atribuído aos mesmos, normalizado em uma escala de 0 (zero) a 1 (um), segundo a importância que assume na inter-relação com os demais componentes.
A atribuição dos pesos foi definida pelas informações contidas na caracterização de cada componente-síntese e por meio de discussões entre os técnicos das diversas áreas temáticas, buscando obter um consenso nos pesos que reflitam as inter-relações vigentes, traduzidas em uma hierarquia dos Componentes-síntese no contexto do quadro socioambiental. O resultado final é apresentado no Quadro 3.1.7.2-1, a seguir.
Quadro 3.1.7.2-1. Pesos dos componentes-sínteses pa ra cálculo do IA
Componente-síntese Pesos
Ecossistemas Aquáticos 0,25
Ecossistemas Terrestres 0,20
Modos de Vida 0,20
Organização Territorial 0,12
Base Econômica 0,13
Comunidades Indígenas e Patrimônio Arqueológico 0,10
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Assim, a partir da avaliação dos aproveitamentos apresentada no Item 2.1.6, foi calculado o índice ambiental das alternativas por componente-síntese - IAC, considerando os impactos conjuntos dos aproveitamentos que compõem cada uma das alternativas do em estudo, os resultados obtidos são apresentados no Quadro 3.1.7.2-2.
Quadro 3.1.7.2-2. Índice Ambiental das Alternativas por Componente-síntese
Alternativa Ecossistemas Aquáticos
Ecossistemas Terrestres
Modos de Vida
Organização Territorial
Base Econômica
Com. Indígenas e
Patrim. Arqueológico
Índice Ambiental
Pesos 0,25 0,20 0,20 0,12 0,13 0,10 1,00
1 IAC 0,462 0,670 0,442 0,378 0,632 0,359
0,501 IAC x Peso 0,115 0,134 0,088 0,045 0,082 0,036
2 IAC 0,445 0,652 0,427 0,351 0,591 0,318
0,478 IAC x Peso 0,111 0,130 0,085 0,042 0,077 0,032
3 IAC 0,421 0,653 0,368 0,376 0,522 0,318
0,454 IAC x Peso 0,105 0,131 0,074 0,045 0,068 0,032
4 IAC 0,411 0,650 0,321 0,314 0,493 0,314
0,430 IAC x Peso 0,103 0,130 0,064 0,038 0,064 0,031
5 IAC 0,369 0,620 0,254 0,220 0,409 0,285
0,375 IAC x Peso 0,092 0,124 0,051 0,026 0,053 0,028
6 IAC 0,406 0,635 0,346 0,362 0,476 0,273
0,430 IAC x Peso 0,101 0,127 0,069 0,043 0,062 0,027
7 IAC 0,394 0,632 0,301 0,286 0,450 0,270
0,405 IAC x Peso 0,098 0,126 0,060 0,034 0,059 0,027
8 IAC 0,411 0,650 0,364 0,372 0,515 0,302
0,447 IAC x Peso 0,103 0,130 0,073 0,045 0,067 0,030
9 IAC 0,393 0,631 0,342 0,327 0,461 0,254
0,417 IAC x Peso 0,098 0,126 0,068 0,039 0,060 0,025
10 IAC 0,454 0,651 0,365 0,361 0,525 0,297
0,458 IAC x Peso 0,114 0,130 0,073 0,043 0,068 0,030
11 IAC 0,408 0,643 0,339 0,317 0,465 0,249
0,422 IAC x Peso 0,102 0,129 0,068 0,038 0,060 0,025
12 IAC 0,401 0,677 0,333 0,232 0,390 0,265
0,407 IAC x Peso 0,100 0,135 0,067 0,028 0,051 0,026
13 IAC 0,456 0,665 0,383 0,272 0,581 0,351
0,467 IAC x Peso 0,114 0,133 0,077 0,033 0,075 0,035
14 IAC 0,439 0,647 0,368 0,245 0,539 0,309
0,443 IAC x Peso 0,110 0,129 0,074 0,029 0,070 0,031
15 IAC 0,402 0,651 0,318 0,292 0,480 0,310
0,423 IAC x Peso 0,100 0,130 0,064 0,035 0,062 0,031
16 IAC 0,392 0,647 0,271 0,230 0,451 0,306
0,398 IAC x Peso 0,098 0,129 0,054 0,028 0,059 0,031
17 IAC 0,348 0,617 0,204 0,136 0,367 0,277
0,343 IAC x Peso 0,087 0,123 0,041 0,016 0,048 0,028
18 IAC 0,386 0,632 0,296 0,278 0,434 0,264
0,398 IAC x Peso 0,097 0,126 0,059 0,033 0,056 0,026
19 IAC 0,374 0,629 0,250 0,202 0,408 0,261
0,373 IAC x Peso 0,094 0,126 0,050 0,024 0,053 0,026
20 IAC 0,400 0,644 0,316 0,297 0,476 0,294
0,419 IAC x Peso 0,100 0,129 0,063 0,036 0,062 0,029
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Alternativa Ecossistemas Aquáticos
Ecossistemas Terrestres
Modos de Vida
Organização Territorial
Base Econômica
Com. Indígenas e
Patrim. Arqueológico
Índice Ambiental
21 IAC 0,382 0,625 0,295 0,252 0,422 0,245
0,389 IAC x Peso 0,095 0,125 0,059 0,030 0,055 0,025
22 IAC 0,444 0,648 0,319 0,313 0,488 0,291
0,434 IAC x Peso 0,111 0,130 0,064 0,038 0,063 0,029
23 IAC 0,397 0,639 0,293 0,270 0,428 0,242
0,398 IAC x Peso 0,099 0,128 0,059 0,032 0,056 0,024
24 IAC 0,390 0,674 0,288 0,184 0,353 0,258
0,384 IAC x Peso 0,098 0,135 0,058 0,022 0,046 0,026
Nota: IAC – Índice de Impacto Ambiental por Componente-síntese
Os valores obtidos para o IA das alternativas em estudo nesse inventário foram dispostos no Quadro 3.1.7.2-3, onde nas colunas são apresentados o número de identificação da alternativa proposta, o valor calculado do IA e as cotas de cada aproveitamento que compõe sua respectiva alternativa.
Quadro 3.1.7.2-3. Índice Ambiental segundo as cotas das alternativas em estudo
Altern. Índice
Ambiental Garabi Garabi
II Porto
Lucena Puerto Rosario Roncador Panambi
Porto Mauá
Santa Rosa
1 0,501 94 130
2 0,478 94 124
3 0,454 89 130
4 0,430 89 130
5 0,375 89 130
6 0,430 89 124
7 0,405 89 124
8 0,447 87 130
9 0,417 87 124
10 0,458 86 130
11 0,422 86 124
12 0,407 86 111 130
13 0,467 94 130
14 0,443 94 124
15 0,423 89 130
16 0,398 89 130
17 0,343 89 130
18 0,398 89 124
19 0,373 89 124
20 0,419 87 130
21 0,389 87 124
22 0,434 86 130
23 0,398 86 124
24 0,384 86 111 130
Tomando como referência os índices ambientais apresentados, pode-se afirmar que no cômputo geral dos impactos considerados nesta etapa, a mudança de eixo de Garabi para Garabi II representa uma redução de impacto ambiental que varia de 5,1 % (IA da Alternativa 10 em relação ao AI da Alternativa 22) a 8,6 % (IA da Alternativa 5 em comparação a Alternativa 17).
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Ainda comparando as alternativas em relação a esses dois eixos, nota-se que nas cotas inferiores a 89 m há uma tendência dos impactos apresentarem valores mais baixos, com um porcentual de redução do IA variando de 5,1% a 6,8%. Por outro lado, para as cotas acima de 89 m os impactos mostram-se mais elevados, aumentando entre 6,9% a 7,2%, com relação a esta cota. Deve-se salientar, no entanto, que tal dimensão visa tentar dar uma visão aproximada de como a inundação das duas cidades de Garruchos (Corrientes e Rio Grande do Sul) repercute no cômputo geral do processo de avaliação feita no presente relatório.
Outra forma possível de se visualizar os resultados alcançados é por meio da ordenação apresentada no Quadro 3.1.7.2-4, onde se pode observar que a Alternativa 1 recebeu a pior avaliação, sendo que a Alternativa 17 revelou-se a de menor impacto ambiental. De forma geral, os resultados obtidos mostram que as melhores alternativas do ponto de vista ambiental são as que possuem aproveitamentos com eixo localizados a montante da maior parte dos núcleos urbanos próximos ao rio Uruguai, como é o caso dos aproveitamentos Porto Mauá, Santa Rosa e Panambi que figuram entre as quatro alternativas de impacto ambiental negativo mais baixo.
Entre o grupo de alternativas que apresenta menor impacto ambiental estão também aquelas compostas por aproveitamentos a montante de San Javier e Porto Xavier com cotas variando entre 111 e 124 (alternativas 23, 21 e 18).
Ainda no Quadro 3.1.7.2-4 pode-se observar que as alternativas mais impactantes são as que combinam aproveitamentos com cota 130 m nos eixos situados entre as cidades de Porto Lucena e Panambi, e aproveitamentos do eixo Garabi. Esse resultado pode ser explicado pela sinergia negativa dos efeitos a serem provocados pela maior área inundação dos reservatórios situados a partir do trecho a montante de Porto Lucena e a inundação das cidades de Garruchos pelo reservatório a ser formado pelo aproveitamento Garabi.
Quadro 3.1.7.2-4. Ordenação dos Índices de Impacto Ambiental sobre o Sistema Ambiental – IA por cotas alternativa
Altern. Índice Ambiental Class. Garabi Garabi II Porto
Lucena Puerto Rosario Roncador Panambi Porto
Mauá Santa Rosa
17 0,3428 1º 89 130 19 0,3728 2º 89 124 5 0,3750 3º 89 130 24 0,3835 4º 86 111 130 21 0,3890 5º 87 124 23 0,3977 6º 86 124 18 0,3983 7º 89 124 16 0,3984 8º 89 130 7 0,4048 9º 89 124 12 0,4072 10º 86 111 130 9 0,4174 11º 87 124 20 0,4191 12º 87 130 11 0,4215 13º 86 124 15 0,4227 14º 89 130 6 0,4301 15º 89 124 4 0,4301 16º 89 130 22 0,4344 17º 86 130 14 0,4431 18º 94 124 8 0,4473 19º 87 130 3 0,4543 20º 89 130 10 0,4579 21º 86 130
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Altern. Índice Ambiental Class. Garabi Garabi II Porto
Lucena Puerto Rosario Roncador Panambi Porto
Mauá Santa Rosa
13 0,4668 22º 94 130 2 0,4777 23º 94 124 1 0,5012 24º 94 130
Por fim, cabe assinalar que a abordagem dos aspectos ambientais para estudos de inventário hidrelétrico objetiva dar subsídios socioambientais ao processo de escolha da melhor alternativa de partição de queda. Assim, os resultados obtidos neste estudo têm por intuito apontar as principais questões que deverão ser aprofundadas nos estudos ambientais que serão realizados nas etapas subseqüentes do desenvolvimento do projeto de implantação dos aproveitamentos.
3.1.7.3 Seleção de Alternativas
A seleção de alternativas foi realizada tendo em vista os índices custo/benefício energético e ambiental para cada uma delas. Para tanto, as alternativas foram comparadas através do gráfico da Figura 3.1.7.3-1, onde o eixo das abscissas representa o índice custo-beneficio energético (ICB) e o eixo das ordenadas o índice ambiental.
1a Etapa - Cota Garabi
Alternativa 1
Alternativa 2
Alternativa 3
Alternativa 5
Alternativa 11
Alternativa 14
Alternativa 18
Alternativa 4 Alternativa 6
Alternativa 7
Alternativa 8
Alternativa 9
Alternativa 10
Alternativa 12
Alternativa 13
Alternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 19
Alternativa 20
Alternativa 21
Alternativa 22
Alternativa 23
Alternativa 24
0,300
0,350
0,400
0,450
0,500
0,550
50,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00
Índice Costo Beneficio - Índice Custo Benefício (US $/MWh)
Índi
ce A
mbi
enta
l
Alternativa 1
Alternativa 2
Alternativa 3
Alternativa 4
Alternativa 5
Alternativa 6
Alternativa 7
Alternativa 8
Alternativa 9
Alternativa 10
Alternativa 11
Alternativa 12
Alternativa 13
Alternativa 14
Alternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 18
Alternativa 19
Alternativa 20
Alternativa 21
Alternativa 22
Alternativa 23
Alternativa 24
Gráfico 3.1.7.3-1. Alternativas – ICB x IA
Este gráfico evidencia as alternativas que se apresentam com altos índices ambientais, e custos e energia equivalentes aos de outras alternativas, e alternativas com altos índices custo
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benefício e índices ambientais equivalentes, razão pela qual são expurgadas. São elas as alternativas 1, 2, 12 e 24. A Figura 3.1.7.3-2 mostra o mesmo gráfico já sem essas alternativas.
1a Etapa - Cota Garabi
Alternativa 3
Alternativa 5
Alternativa 11
Alternativa 14
Alternativa 18
Alternativa 4 Alternativa 6
Alternativa 7
Alternativa 8
Alternativa 9
Alternativa 10
Alternativa 13
Alternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 19
Alternativa 20
Alternativa 21
Alternativa 22
Alternativa 23
0,300
0,350
0,400
0,450
0,500
50,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00
Índice Costo Beneficio - Índice Custo Benefício (US $/MWh)
Índi
ce A
mbi
enta
l
Alternativa 3
Alternativa 4
Alternativa 5
Alternativa 6
Alternativa 7
Alternativa 8
Alternativa 9
Alternativa 10
Alternativa 11
Alternativa 13
Alternativa 14
Alternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 18
Alternativa 19
Alternativa 20
Alternativa 21
Alternativa 22
Alternativa 23
Gráfico 3.1.7.3-2. Alternativas – ICB x IA – Exclus ão de alternativas dominadas
Em seguida, pôde-se excluir as demais alternativas dominadas, que são as alternativas 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 13, 14, 18, 20, 22 e 23. Dessa forma, restam as alternativas 3, 4, 15, 16, 17, 19 e 21 apresentadas na Figura 3.1.7.3-3.
Entende-se por “alternativa superada” aquela que com mesmo IA de outra alternativa, apresenta maior ICB e, ao contrário, com mesmo ICB, apresenta maior IA.
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1a Etapa - Cota Garabi
Alternativa 3
Alternativa 4
A lternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 19
Alternativa 21
0,300
0,350
0,400
0,450
0,500
50,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00
Índice Costo Beneficio - Índice Custo Benefício (US $/MWh)
Índi
ce A
mbi
enta
l
Alternativa 3
A lternativa 4
A lternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 19
Alternativa 21
Gráfico 3.1.7.3-3. Alternativas – ICB x IA – Segund a exclusão de alternativas dominadas
Num inventário convencional essas 7 alternativas seriam levadas para os estudos finais, quando uma delas seria definida como a melhor. No entanto, nesse caso em particular, é preciso definir a cota e localização do eixo de Garabi, e entre essas 7 alternativas ainda existem alternativas de cota para Garabi e de localização para o eixo (Garabi ou Garabi II). Dessa forma, se faz necessário antecipar algumas análises correspondentes aos estudos finais, com o cálculo do Índice de Preferência (IP) de cada uma dessas alternativas.
De maneira análoga, as alternativas são comparadas através de um gráfico, onde as abscissas representam o índice custo-beneficio energético (ICB) e o eixo das ordenadas o índice ambiental (IA).
Nesse caso, para tornar a análise adimensional, o índice custo-beneficio energético (ICB) foi dividido pelo custo unitário de referência (US$ 83,47/MWh), resultando em valores que variam de 0 a 1, como o índice ambiental, uma vez que aproveitamentos e alternativas não competitivas não participam dessa análise.
A hierarquização das alternativas é então dada pelo índice de preferência (IP), que é dado pela soma ponderada do ICB e do IA, de acordo com a expressão:
IApCUR
ICBpIP acb ×+×=
Com:
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1
0
0
=+≥≥
acb
a
cb
pp
p
p
Onde:
IP = índice de preferência;
pcb = peso da importância relativa entre os objetivos de minimização do índice custo beneficio energético;
ICB = índice custo beneficio energético;
CUR = custo unitário de referência (no presente estudo US$ 83,47/MWh);
pa = peso da importância relativa entre os objetivos de minimização do índice ambiental;
IA = índice ambiental.
Considerando os pesos da importância relativa entre os objetivos de minimização do índice custo beneficio energético e do índice ambiental iguais a 0,5, ou seja, atribuindo a mesma importância aos critérios econômico-energéticos e ambientais, tem-se os índices de preferência do Quadro 3.1.7.3-1, onde o menor IP representa a alternativa mais interessante.
Quadro 3.1.7.3-1. Índice de preferência para ICB/CU R – 50% e IA – 50%
Alternativas ICB/CUR IA IP
Alternativa 1 0,713 0,501 0,607 Alternativa 2 0,777 0,478 0,627 Alternativa 3 0,687 0,454 0,571 Alternativa 4 0,716 0,430 0,573 Alternativa 5 0,845 0,375 0,610 Alternativa 6 0,736 0,430 0,583 Alternativa 7 0,775 0,405 0,590 Alternativa 8 0,744 0,447 0,596 Alternativa 9 0,791 0,417 0,604 Alternativa 10 0,750 0,458 0,604 Alternativa 11 0,809 0,422 0,615 Alternativa 12 0,873 0,407 0,640 Alternativa 13 0,706 0,467 0,586 Alternativa 14 0,772 0,443 0,607 Alternativa 15 0,727 0,423 0,575 Alternativa 16 0,755 0,398 0,577 Alternativa 17 0,877 0,343 0,610 Alternativa 18 0,773 0,398 0,586 Alternativa 19 0,806 0,373 0,590 Alternativa 20 0,755 0,419 0,587 Alternativa 21 0,801 0,389 0,595 Alternativa 22 0,763 0,434 0,599 Alternativa 23 0,823 0,398 0,610 Alternativa 24 0,884 0,384 0,634
Nesse quadro, verifica-se que a alternativa com melhor índice de preferência é a alternativa 3. Para análise gráfica pode-se traçar uma linha de preferência, que parte da origem do gráfico e tem coeficiente angular igual a pa/pcb. Considerando os pesos da importância relativa entre os
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objetivos de minimização do índice custo-beneficio energético e do índice ambiental iguais a 0,5, ou seja, atribuindo a mesma importância aos critérios econômico-energéticos e ambientais, essa linha tem 45° de inclinação. O gráfico da Figu ra 3.1.7.3-4 representa essa análise, onde verifica-se que a alternativa 3 é a mais interessante.
1a Etapa - Cota Garabi
0,000
0,200
0,400
0,600
0,800
1,000
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
Índice Costo Benefício - Índice Custo Benefício
Índi
ce A
mbi
enta
l
Alternativa 3
Alternativa 4
Alternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 19
Alternativa 21
Linha de preferencia
Gráfico 3.1.7.3-4. Análise gráfica do índice de pre ferência (ICB/CUR – 50% e IA – 50%)
Faz-se necessário verificar a sensibilidade dessas análises à variação dos pesos da importância relativa entre os objetivos de minimização. Para isso, variou-se a relação entre pcb/pa de 60%/40% até 40%/60%, de acordo com o representado pelos Quadros 3.1.7.3-2 e 3.1.7.3-3 e pelas Figuras 3.1.7.3-5 e 3.1.7.3-6, onde verificou-se que a alternativa 3 continua sendo a mais interessante, para a relação pcb/pa de 60%/40%, mas deixa de sê-lo para a relação pcb/pa de 40%/60%. No entanto, nessa situação todas as alternativas apresentam-se muito próximas, como evidenciado pela Figura 3.1.7.3-6.
Quadro 3.1.7.3-2. Índice de preferência para ICB/CU R – 60% e IA – 40%
Alternativas ICB/CUR IA IP
Alternativa 1 0,713 0,501 0,628
Alternativa 2 0,777 0,478 0,657
Alternativa 3 0,687 0,454 0,594
Alternativa 4 0,716 0,430 0,601
Alternativa 5 0,845 0,375 0,657
Alternativa 6 0,736 0,430 0,614
Alternativa 7 0,775 0,405 0,627
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Alternativas ICB/CUR IA IP
Alternativa 8 0,744 0,447 0,625
Alternativa 9 0,791 0,417 0,641
Alternativa 10 0,750 0,458 0,633
Alternativa 11 0,809 0,422 0,654
Alternativa 12 0,873 0,407 0,687
Alternativa 13 0,706 0,467 0,610
Alternativa 14 0,772 0,443 0,640
Alternativa 15 0,727 0,423 0,605
Alternativa 16 0,755 0,398 0,612
Alternativa 17 0,877 0,343 0,663
Alternativa 18 0,773 0,398 0,623
Alternativa 19 0,806 0,373 0,633
Alternativa 20 0,755 0,419 0,620
Alternativa 21 0,801 0,389 0,636
Alternativa 22 0,763 0,434 0,632
Alternativa 23 0,823 0,398 0,653
Alternativa 24 0,884 0,384 0,684
Quadro 3.1.7.3-3. Índice de preferência para ICB/CU R – 40% e IA – 60%
Alternativas ICB/CUR IA IP
Alternativa 1 0,713 0,501 0,586
Alternativa 2 0,777 0,478 0,597
Alternativa 3 0,687 0,454 0,548
Alternativa 4 0,716 0,430 0,544
Alternativa 5 0,845 0,375 0,563
Alternativa 6 0,736 0,430 0,553
Alternativa 7 0,775 0,405 0,553
Alternativa 8 0,744 0,447 0,566
Alternativa 9 0,791 0,417 0,567
Alternativa 10 0,750 0,458 0,575
Alternativa 11 0,809 0,422 0,577
Alternativa 12 0,873 0,407 0,594
Alternativa 13 0,706 0,467 0,562
Alternativa 14 0,772 0,443 0,575
Alternativa 15 0,727 0,423 0,544
Alternativa 16 0,755 0,398 0,541
Alternativa 17 0,877 0,343 0,556
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Alternativas ICB/CUR IA IP
Alternativa 18 0,773 0,398 0,548
Alternativa 19 0,806 0,373 0,546
Alternativa 20 0,755 0,419 0,553
Alternativa 21 0,801 0,389 0,554
Alternativa 22 0,763 0,434 0,566
Alternativa 23 0,823 0,398 0,568
Alternativa 24 0,884 0,384 0,584
1a Etapa - Cota Garabi
0,000
0,200
0,400
0,600
0,800
1,000
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
Índice Costo Benefício - Índice Custo Benefício
Índi
ce A
mbi
enta
l
Alternativa 3
Alternativa 4
Alternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 19
Alternativa 21
Linha de preferencia
Gráfico 3.1.7.3-5. Análise gráfica do índice de pre ferência (ICB/CUR – 60% e IA – 40%)
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1a Etapa - Cota Garabi
0,000
0,200
0,400
0,600
0,800
1,000
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
Índice Costo Benefício - Índice Custo Benefício
Índ
ice
Am
bien
tal
Alternativa 3
Alternativa 4
Alternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 19
Alternativa 21
Linha de preferencia
Gráfico 3.1.7.3-6. Análise gráfica do índice de pre ferência (ICB/CUR – 40% e IA – 60%)
Essa análise também é apresentada no gráfico da Figura 3.1.7.3-7, que mostra as variações de pcb/pa de 40%/60% até 60%/40%. Ou seja, esse gráfico evidencia que as alternativas 17 e 21 apresentam linhas acima das demais, indicando que essas alternativas são menos interessantes do que as demais.
Análise de sensibilidad - Análise de sensibilidade (IA X ICB)
0,54
0,56
0,58
0,60
0,62
0,64
0,66
0,68
40%60% 50%50% 60%40%
Ponderación - Ponderação ICB/IA
Índi
ce d
e P
refe
rênc
ia
Alternativa 3
Alternativa 4
Alternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 17
Alternativa 19
Alternativa 21
Gráfico 3.1.7.3-7. Análise de sensibilidade IA – IC B (8 alternativas)
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O gráfico da Figura 3.1.7.3-8, apresenta as 5 alternativas restantes, e mostra que na maior parte do trecho analisado a alternativa 3 apresenta melhor IP do que as demais alternativas. Dessa forma, conclui-se que, de acordo com a metodologia utilizada, a melhor alternativa é Garabi, com seu reservatório na elevação 89 m. Cabe destacar que essas 5 alternativas possuem o reservatório de jusante, seja Garabi (alternativas 3 e 4) ou Garabi II (alternativas 15, 16 e 19), na cota 89 m.
Análise de sensibilidad - Análise de sensibilidade (IA X ICB)
0,54
0,55
0,56
0,57
0,58
0,59
0,60
0,61
0,62
0,63
0,64
40%60% 50%50% 60%40%
Ponderación - Ponderação ICB/IA
Índi
ce d
e P
refe
rênc
ia
Alternativa 3
Alternativa 4
Alternativa 15
Alternativa 16
Alternativa 19
Gráfico 3.1.7.3-8. Análise de sensibilidade IA – IC B (5 alternativas)
Adicionalmente, fez-se uma análise de sensibilidade, variando-se o valor do Custo Unitário de Referência (CUR), entre 70 US$/MWh e 100 US$/MWh, e com o custo da energia secundária entre 0 e 80 US$/MWh, a fim de dar maior respaldo a escolha de alternativa, retratada no Quadro 3.1.7.3-4. Neste quadro é possível ratificar que o melhor aproveitamento do trecho é composto por Garabi na cota 89 m, porque representa os menores índices na maior quantidade de alternativas do intervalo de custos considerado, pois integra tanto a alternativa 3, como a 4, que são as que apresentam o melhor índice de preferência.
Com base nessas análises, verifica-se que a alternativa 3 é a que se apresenta mais atrativa, conciliando a minimização dos custos de energia e dos impactos ambientais negativos. Essa alternativa é formada pelo aproveitamento Garabi, na cota 89 m, indicando assim, que de acordo com metodologia utilizada essa é localização e cota do reservatório mais adequado.
Pelo exposto anteriormente, e levando em consideração que as duas alternativas com melhor IP incluem o aproveitamento Garabi 89,0 m, é descartado para as próximas etapas o barramento Garabi II. Dessa forma, para o desenvolvimento dos estudos preliminares serão consideradas além das alternativas 3 e 4, as alternativas 5, 6 e 7, dado que essas 3 possuem o aproveitamento de Garabi com as mesmas características, possibilitando assim 5 diferentes alternativas para o aproveitamento do tramo a montante de Garabi.
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Quadro 3.1.7.3 -4. Análises de sensibilidade dos custos de referência
CRE (US$/MWh) 0 40 60 80 CUR (US$/MWh) 70 80 90 100 70 80 90 100 70 80 90 100 70 80 90 100
Alternativas Índice de preferência das alternativas calculado pa ra IA-50% e ICB-50% Alternativa 1 0,668 0,617 0,578 0,546 0,672 0,620 0,580 0,548 0,673 0,622 0,582 0,549 0,675 0,623 0,583 0,551 Alternativa 2 0,686 0,636 0,597 0,566 0,691 0,640 0,600 0,569 0,693 0,642 0,602 0,570 0,695 0,643 0,604 0,572 Alternativa 3 0,635 0,584 0,545 0,513 0,636 0,585 0,546 0,514 0,636 0,585 0,546 0,514 0,637 0,586 0,546 0,515 Alternativa 4 0,628 0,581 0,545 0,516 0,631 0,584 0,548 0,519 0,633 0,586 0,549 0,520 0,635 0,588 0,551 0,521 Alternativa 5 0,655 0,612 0,578 0,551 0,663 0,618 0,584 0,556 0,666 0,622 0,587 0,559 0,670 0,625 0,590 0,562 Alternativa 6 0,640 0,592 0,555 0,525 0,644 0,595 0,558 0,527 0,646 0,597 0,559 0,529 0,647 0,598 0,560 0,530 Alternativa 7 0,642 0,597 0,561 0,533 0,647 0,601 0,565 0,536 0,649 0,603 0,567 0,538 0,652 0,605 0,568 0,539 Alternativa 8 0,656 0,603 0,562 0,529 0,662 0,608 0,566 0,533 0,664 0,610 0,568 0,535 0,667 0,613 0,571 0,537 Alternativa 9 0,669 0,617 0,577 0,545 0,671 0,619 0,578 0,546 0,671 0,619 0,579 0,546 0,672 0,620 0,579 0,547 Alternativa 10 0,666 0,612 0,569 0,535 0,672 0,617 0,574 0,539 0,675 0,619 0,576 0,541 0,678 0,622 0,578 0,543 Alternativa 11 0,679 0,626 0,584 0,551 0,682 0,629 0,587 0,554 0,684 0,630 0,589 0,555 0,686 0,632 0,590 0,556 Alternativa 12 0,721 0,658 0,609 0,570 0,721 0,658 0,609 0,570 0,721 0,658 0,609 0,570 0,721 0,658 0,609 0,570 Alternativa 13 0,647 0,598 0,559 0,529 0,649 0,600 0,561 0,530 0,650 0,600 0,562 0,531 0,651 0,601 0,562 0,531 Alternativa 14 0,666 0,618 0,580 0,550 0,669 0,620 0,582 0,551 0,671 0,621 0,583 0,552 0,672 0,623 0,584 0,553 Alternativa 15 0,636 0,586 0,547 0,516 0,639 0,588 0,549 0,517 0,640 0,589 0,550 0,518 0,641 0,590 0,551 0,519 Alternativa 16 0,629 0,583 0,548 0,519 0,634 0,588 0,551 0,522 0,636 0,590 0,553 0,524 0,639 0,592 0,555 0,526 Alternativa 17 0,652 0,609 0,576 0,549 0,661 0,617 0,583 0,556 0,666 0,621 0,587 0,559 0,670 0,625 0,590 0,562 Alternativa 18 0,641 0,593 0,556 0,526 0,645 0,597 0,560 0,529 0,648 0,599 0,561 0,531 0,650 0,601 0,563 0,533 Alternativa 19 0,640 0,594 0,559 0,531 0,645 0,600 0,564 0,535 0,648 0,602 0,566 0,537 0,651 0,605 0,568 0,539 Alternativa 20 0,644 0,592 0,552 0,520 0,650 0,598 0,558 0,525 0,654 0,601 0,560 0,527 0,657 0,604 0,563 0,530 Alternativa 21 0,656 0,606 0,567 0,535 0,659 0,608 0,569 0,537 0,660 0,609 0,570 0,538 0,661 0,610 0,571 0,539 Alternativa 22 0,660 0,606 0,565 0,531 0,665 0,611 0,569 0,535 0,668 0,614 0,571 0,537 0,671 0,616 0,574 0,539 Alternativa 23 0,672 0,620 0,580 0,548 0,676 0,623 0,583 0,550 0,677 0,625 0,584 0,551 0,679 0,626 0,585 0,553 Alternativa 24 0,713 0,652 0,604 0,565 0,714 0,652 0,604 0,565 0,714 0,652 0,604 0,565 0,714 0,652 0,604 0,565
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3.1.7.4 Síntese da Seleção
Em continuação, apresenta-se um resumo do processo de seleção de alternativas, que explica de forma conceitual os fundamentos que determinaram essa seleção. O resultado do processo é a definição do eixo de Garabi e do seu nível máximo normal, a partir das 24 alternativas iniciais.
Para chegar à definição da cota Garabi analisaram-se questões energéticas, econômicas e ambientais, que permitiram comparar as alternativas e realizar a seleção e indicar a melhor opção energética, econômica e ambiental. Cabe esclarecer que está é uma síntese do resultado do processo de seleção utilizado em que se identificam apenas os pontos chave que mostram a diferença entre as alternativas. A explicação exaustiva da metodologia e seus resultados se encontram descritas nos passos anteriores desse item 3.1.7.
Revendo-se as análises desenvolvidas acerca das alternativas de partição de queda, assim como as definições e os resultados obtidos, destaca-se a adoção de uma abordagem metodológica fundamentada principalmente em variáveis mais conhecidas, representativas e acessíveis, justamente aquelas associadas aos custos e capacidades dos empreendimentos, áreas de inundação, população a ser relocada, etc.
De forma a explicitar os procedimentos ora adotados considera-se que, para simplificação e melhor entendimento da sequência, as 24 alternativas devem ser divididas em 2 dois grupos distintos: o primeiro grupo, onde as alternativas são numeradas de 1 a 12, têm todas em comum um aproveitamento localizado no sítio denominado Garabi; e, no segundo grupo, as alternativas de 13 a 24, têm todas em comum um aproveitamento localizado no sítio denominado Garabi II, situado a cerca de 10 km a montante de Garabi. Ou seja, a única diferença entre os dois grupos de alternativas evidencia-se pelo posicionamento do eixo do aproveitamento de jusante, Garabi ou Garabi II. Essas alternativas são apresentadas no Quadro 3.1.7.4-1 e nos desenhos INV.URG-GE.00-DE.1005 a INV.URG-GE.00-DE.1010.
Analisando o primeiro grupo verifica-se que as alternativas 1 e 2 apresentam custos de geração de energia de 59,5 US$/MWh e 64,9 US$/MWh e áreas de inundação de 889 km2 e 815 km2, respectivamente. Quando simplesmente comparadas com a alternativa 3, cujo custo de geração é de 57,4 US$/MWh, e que possui uma área inundada de 743 km2, as alternativas 1 e 2 se mostram menos interessantes tanto do ponto de vista econômico-energético, como do ponto de vista ambiental. Conforme pode ser visualizado, nas alternativas 1 e 2 a cota de Garabi está na elevação 94 m, enquanto que na alternativa 3 essa cota é 89 m. Portanto, o maior valor da energia gerada nas alternativas 1 e 2 é explicado pelos custos de desapropriação, pois essas alternativas aumentam, respectivamente, de 146 km2 a 72 km2 a área inundada, quando comparadas com a alternativa 3. Além disso, não há incorporação de energia adicional na bacia, já que a queda total a ser aproveitada energeticamente é a mesma nas três alternativas. Outro aspecto fundamental na análise, que transcende a verificação dos custos, é que o reservatório de Garabi nas alternativas 1 e 2 atinge, de forma muito mais significativa, as áreas urbanas de San Javier e Porto Xavier.
Assim, pode-se concluir que as alternativas 1 e 2, com Garabi na cota 94 m, não são competitivas, tanto do ponto de vista ambiental como econômico e energético.
Retomando a análise, nota-se que dentro desse primeiro grupo, já excluídas as alternativas 1 e 2, as restantes ainda podem ser subdivididas segundo o critério de interferência ou não com as áreas do Parque Estadual do Turvo, unidade de conservação brasileira de proteção integral, um dos últimos remanescentes de mata atlântica da bacia, no Brasil. Conforme esse critério
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tem-se as alternativas que têm a cota do reservatório extremo de montante na elevação 130 m (alternativas 3, 4, 5, 8, 10 e 12) e as que não afetam o Parque e que têm o reservatório extremo de montante na cota 124 m, imposta pela foz do rio Turvo no limite do Parque (alternativas 6, 7, 9 e 11).
Quadro 3.1.7.4-1. Alternativas de divisão de queda
Alternativa Potência Instalada
(MW) Energia Firme (MW médios)
Custo da energia (US$/MWh)
Área Inundada (km2)
Gru
po 1
1 2.147 1.136,7 59,54 889,1 2 2.012 1.053,5 64,88 814,5 3 2.180 1.154,5 57,38 743,2 4 2.022 1.063,3 59,73 686,6 5 1.689 878,3 70,53 556,0 6 1.999 1.065,3 61,47 660,7 7 1.887 985,1 64,72 612,1 8 2.134 1.138,6 62,11 742,1 9 2.068 1.054,2 66,01 646,9 10 2.159 1.159,3 62,61 778,3 11 2.040 1.058,3 67,53 666,5 12 2.200 1.127,2 72,87 555,4
Gru
po 2
13 2.117 1.117,4 58,89 824,4 14 1.982 1.031,5 64,42 749,9 15 2.093 1.106,9 60,69 691,8 16 1.935 1.014,7 63,03 635,2 17 1.602 839,1 73,20 504,7 18 1.912 1.020,5 64,56 609,4 19 1.800 947,1 67,31 560,7 20 2.062 1.104,6 62,98 695,3 21 1.996 1.021,8 66,85 600,1 22 2.106 1.125,3 63,72 733,6 23 1.987 1.023,5 68,66 621,8 24 2.147 1.096,0 73,79 510,7
Comparando alternativas similares, que diferem apenas na afetação, ou não, de áreas do Parque Estadual do Turvo, ou seja, a alternativa 3 com a alternativa 6, a alternativa 4 com a 7, a alternativa 8 com a 9 e a alternativa 10 com a 11, verifica-se que não atingir áreas desse parque implica em perder 6 m de queda, o que, conforme a alternativa, corresponde a valores que variam de 78 MW médios a 101 MW médios de energia firme.
Por outro lado, cabe esclarecer que a influência previsível dos aproveitamentos com nível d`água na cota 130 m implica em inundação de cerca de 0,16 % da área do Parque Estadual do Turvo, envolvendo trechos do rio que já são sazonalmente afetados pelas cheias naturais. Pode-se afirmar que as alternativas com o reservatório extremo de montante na cota 130 m agregam significativo benefício econômico-energético.
Dos impactos no trecho a montante do reservatório de Garabi, notadamente no Parque Estadual do Turvo, deve ser analisada em profundidade no estudo de viabilidade e estudos ambientais para o uso Panambi.
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Prosseguindo na análise, verifica-se que a alternativa 12 tem a menor área inundada pelos reservatórios, 555 km2, o que é justificado pelo fato dessa alternativa dividir a queda a montante de Garabi em 3 aproveitamentos. Pelo mesmo motivo, é a alternativa que possui o maior custo de geração de energia, 72,9 US$/MWh, próximo do valor de referência, razão pela qual essa alternativa não se apresenta competitiva frente às demais do seu grupo.
O confronto das alternativas 8 e 10 mostra que ambas têm custos de geração de energia praticamente similares, 62,1 US$/MWh e 62,6 US$/MWh, respectivamente. No entanto, a alternativa 10 inunda 36 km2 a mais do que a alternativa 8. Além disso, a alternativa 10, quando comparada com a 8, carrega o ônus da inundação da área urbana de Porto Lucena, aumentando sensivelmente o impacto sobre a população dessa sede urbana no território brasileiro.
Ainda analisando a alternativa 8 e comparando-a agora com a alternativa 3, verifica-se que ambas têm áreas inundadas semelhantes, 742 km2 e 743 km2. Da mesma forma, no que tange à população atingida, as duas alternativas são similares, já que afetam igualmente as cidades de Panambi, Porto Vera Cruz, Alba Pose e Porto Mauá. Porém, do ponto de vista econômico-energético, as duas alternativas são bem distintas, com notória vantagem para a alternativa 3, já que os custos de geração de energia são de 57,4 US$/MWh e 62,1 US$/MWh, respectivamente para as alternativas 3 e 8.
Cabe ressaltar que a situação da área urbana de Azara, situada entre dois braços dos reservatórios, tanto de Garabi quanto de Garabi II, não se altera em qualquer das alternativas estudadas, portanto, trata-se de um aspecto comum a todas as alternativas não se configurando como um elemento diferenciador.
Diante do exposto, desse primeiro grupo, restariam alternativas 3, 4 e 5 com Garabi na elevação 89 m, o que indica a cota do barramento.
O desdobramento da mesma sequência analítica, quando aplicada para as alternativas do segundo grupo, alternativas 13 a 24, que consideram o eixo Garabi II no lugar de Garabi, também permite constatar como a mais indicada a cota 89 m.
Assim, uma vez escolhida a cota 89 m, válida para os dois grupos de alternativas, resta analisar qual é a melhor localização para o eixo de Garabi, se na posição original, estudada no Projeto Básico de 1986, ou no local alternativo estudado, Garabi II, situado a montante das duas cidades denominadas Garruchos.
Adotando-se por simples hipótese que a alternativa 3, por apresentar o maior conteúdo energético das alternativas possa representar o Grupo 1 (Garabi) e que, pelo mesmo fato, a alternativa 15 representar o Grupo 2 (Garabi II), pode-se estabelecer algumas comparações visando a escolha do melhor sítio.
Do ponto de vista energético, a alternativa 3 supera a 15 em 44,6 MW médios de energia firme, além de outros 5,8 MW médios de energia secundária. O seu custo anual de geração de energia é de 57,4 US$/MWh, enquanto que para a alternativa 15 esse custo é de 60,7 US$/MWh.
Do ponto de vista ambiental, a diferença entre essas alternativas é caracterizada pela inundação das áreas urbanas de Garruchos, em ambas as margens do rio Uruguai. Na alternativa 3, essas duas cidades teriam mais da metade de suas áreas inundadas, enquanto na alternativa 15 elas não seriam afetadas por inundação. A distância entre elas e o eixo da
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barragem seria de 4 km. Considerando apenas a diferença de energia firme das alternativas, e trazendo sua receita anual para o valor presente, o benefício econômico da alternativa 3 em relação à alternativa 15 representa 6 vezes o valor atribuído aos custos de relocação das duas cidades, cuja população total é de 1.976 habitantes (785 do lado argentino e 1.191 do lado brasileiro).
Vale salientar que embora o eixo Garabi II não cause inundação das cidades de Garruchos, a construção de uma usina deve trazer diversos impactos para ambas as cidades, em face da proximidade das obras. Além disso, o eixo Garabi tem características geológicas bem conhecidas, dado o grande número de investigações realizadas na década de 1980, o que diminui qualquer tipo de risco em relação à escolha desse local, bem como problemas nas fases posteriores.
Em síntese, com respaldo na presente análise tem-se cabal convicção que eixo Garabi, na cota 89 m, representa a melhor localização para o barramento, portanto no mesmo sítio onde foi desenvolvido o Projeto Básico de 1986, por meio do “Convênio de 14 de Março de 1972” firmado entre AyE – Agua y Energia Electrica e ELETROBRÁS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
Por último, mas não menos importante, ressalta-se que, uma vez definido o sítio do aproveitamento de Garabi e sua cota, resta dar andamento aos procedimentos estabelecidos para os “Estudos Preliminares”, considerando as alternativas que desenvolvem energeticamente o rio a montante. Essas são as alternativas 3, 4, 5, 6 e 7.
As alternativas 3, 4 e 5 têm em comum o aproveitamento extremo de montante na cota 130 m. Comparando essas 3 alternativas, verifica-se que elas apresentam um custo de energia crescente, de 57,4 US$/MWh, 59,7 US$/MWh e 70,5 US$/MWh, respectivamente. Essas alternativas diferenciam-se pelo formato da exploração energética a montante. A alternativa 3 aproveita totalmente a queda disponível, a alternativa 4 deixa de aproveitar 5 m de queda, que corresponde a 90,5 MW médios de energia firme, e a alternativa 5 deixa de aproveitar 17 m, que corresponde a 279 MW médios de energia firme.
Em relação aos impactos ambientais, a principal diferença entre essas três alternativas ocorre com os núcleos urbanos afetados, pois além das cidades de Garruchos (Argentina e Brasil) que são afetadas em qualquer uma das alternativas, a alternativa 3 inunda áreas urbanas em Panambi, Porto Vera Cruz, Alba Pose e Porto Mauá; já a alternativa 4 não inunda as áreas urbanas de Panambi e Porto Vera Cruz; e a alternativa 5 não inunda áreas urbanas.
Análise análoga pode ser feita para as alternativas 6 e 7, que têm correspondência com as alternativas 3 e 4, respectivamente. Nestas duas alternativas a cota dos reservatórios extremos de montante tem elevação na cota 124 m, tendo em vista evitar a inundação de áreas do Parque Estadual do Turvo.
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3.1.7.5 Alternativas para a Continuidade dos Estudo s
Conforme mencionado, descrevem-se em continuação as características principais das alternativas selecionadas.
Quadro 3.1.7.5-1. Características energéticas das A lternativas Seleciondas
Alternativa Progressiva (km) 518 863 1002 1016 1058
Total Aproveitamento San
Pedro Garabi Roncador Panambi Porto Mauá
3 Nivel Max Normal (m) 52 89 130
Energia Firme (MW medios) 383 570 632 1.585 Potência Instalada (MW) 705 1.036 1144 2.885
4 Nivel Max Normal (m) 52 89 130
Energia Firme (MW medios) 383 568 544 1.495 Potência Instalada (MW) 705 1.036 986 2.727
5 Nivel Max Normal (m) 52 89 130
Energia Firme (MW medios) 381 564 361 1.306 Potência Instalada (MW) 705 1.036 653 2.394
6 Nivel Max Normal (m) 52 89 124
Energia Firme (MW medios) 383 569 533 1.485 Potência Instalada (MW) 705 1.036 963 2.704
7 Nivel Max Normal (m) 52 89 124
Energia Firme (MW medios) 381 563 471 1.415 Potência Instalada (MW) 705 1.036 851 2.592
As Figuras 3.1.7.5-1 a 3.1.7.5-5 indicam os esquemas de divisão de queda das 5 alternativas selecionadas.
Figura 3.1.7.5-1. Alternativa 3
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Figura 3.1.7.5-2. Alternativa 4
Figura 3.1.7.5-3. Alternativa 5
Figura 3.1.7.5-4. Alternativa 6
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Figura 3.1.7.5-5. Alternativa 7
3.2 Segunda Etapa
Em continuidade aos trabalhos da primeira etapa dos Estudos Preliminares, as alternativas compostas pelo aproveitamento Garabi com nível máximo normal na elevação 89,0 m foram reavaliadas, com dados e estudos mais detalhados e com a inclusão do aproveitamento San Pedro, no trecho de jusante do estudo. A delimitação da área de estudo corresponde ao plano INV.URG-GE.77-MP.1101, incluído no volume 21 do presente Relatório Final.
3.2.1 Levantamentos de Dados e Estudos Diversos
Os trabalhos dessa etapa foram executados com base na informação existente coletada, e nos levantamentos e estudos realizados. Em relação à primeira etapa (definição da cota de Garabi), destaca-se o avanço dos trabalhos de hidrometria, o que permitiu a elaboração de novas curvas de descarga e a conseqüente reavaliação dos níveis dos reservatórios nas diversas alternativas de divisão de queda.
Os trabalhos cartográficos também evoluíram em relação à primeira etapa, com conclusão do modelo do terreno no trecho entre Garabi e Saltos de Yucumã/Moconá obtido do levantamento LIDAR executado. Esse levantamento permitiu elaborar curvas cota-área-volume precisas para cada um dos aproveitamentos e definiu com exatidão as áreas inundadas e conseqüentemente os impactos ambientais e custos de forma mais precisa.
No trecho a jusante de Garabi correspondente ao aproveitamento San Pedro, os trabalhos de levantamento cartográficos ainda estavam em execução, e por esse motivo, foi utilizado o modelo de terreno preliminar obtido do modelo de elevação da SRTM ajustado, como apresentado no item 3.1.1.
Para os estudos ambientais, na segunda etapa dos Estudos Preliminares, o Diagnóstico Ambiental contemplou a área de estudo em sua totalidade. Isso possibilitou, por um lado a avaliação do aproveitamento San Pedro e, por outro, a confirmação dos parâmetros e elementos utilizados para o cálculo dos índices de impacto ambiental. Foi também concluída nesta etapa a caracterização dos principais Conflitos Existentes e Potenciais, o que permitiu
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esboçar os possíveis conflitos que podem ocorrer com a implantação de empreendimentos hidrelétricos nesta região.
3.2.2 Alternativas de Divisão de Queda
Inicialmente, essa etapa dos estudos partiu das 5 alternativas selecionadas na primeira etapa dos Estudos Preliminares, com a inclusão do aproveitamento San Pedro em todas as alternativas, como apresentado nas Figuras 3.1.7.5-1 a 3.1.7.5-5 e no Quadro 3.1.7.5-1.
Todas essas alternativas são compostas pelos aproveitamentos San Pedro (reservatório na cota 52,0 m), Garabi (89,0 m) e mais um aproveitamento entre o reservatório de Garabi e os saltos de Yucumã/Moconá. Esse aproveitamento de montante do trecho compartilhado do rio Uruguai entre Brasil e Argentina possui três possibilidades de localização (Roncador, Panambi e Porto Mauá), para as duas primeiras, há dois diferentes níveis de reservatório em estudo, um com inundação de áreas do Parque Estadual do Turvo e outro sem inundação de áreas dessa unidade de conservação.
Na 1ª Etapa esses níveis foram definidos em 130,0 e 124,0 m, respectivamente. A elevação 130 m foi definida a partir do nível d’água a jusante dos Saltos de Yucumã/Moconá, de forma a não causar alterações nos saltos. Já a elevação 124,0 m foi definida como o nível correspondente a uma vazão 10% superior à média no período crítico, no limite de jusante do Parque Estadual do Turvo, ou seja, na foz do rio Turvo no rio Uruguai. Esse critério é o utilizado pelo Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007) para indicar o nível de um reservatório a jusante de outro aproveitamento hidrelétrico.
Esse nível corresponde a um valor próximo da média no limite no parque estadual do Turvo. Assim, para as alternativas que consideram esse parque como restrição, nesta fase dos estudos foi usado um critério idêntico ao utilizado nos saltos de Yucumã/Moconá, que é o nível correspondente a uma permanência de 95%, ou seja, o nível que o rio naturalmente ultrapassa em 95% do tempo.
Considerando o mesmo critério de definição de nível para essas restrições (Saltos de Yucumã/Moconá e Parque Estadual do Turvo) e as novas informações disponíveis para esta etapa, foi elaborado um modelo do rio Uruguai no software HEC-RAS, apresentado no Apêndice C – Estudos Hidrometeorológicos que indicou o nível 130,80 m a jusante dos Saltos de Yucumã/Moconá e 120,30 m no limite do Parque Estadual do Turvo, para 95% de permanência.
Além dessa análise, foram obtidas as correlações entre os níveis na estação de El Soberbio e nas estações Turvo e Yucumã/Moconá. Como a estação El Soberbio dispõe de registros de nível diários desde 1980, foi possível reproduzir uma série de níveis de quase 30 anos, tanto na estação Turvo, quanto na estação Yucumã/Moconá, que para 95% de permanência indicaram níveis de 120,37 m e 129,71 m, respectivamente. As Figuras 3.2.2-6 a 3.2.2-11 mostram as correlações de níveis e as permanências de nível nas 3 estações, além dos níveis diários obtidos para as estações Turvo e Yucumã/Moconá.
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y = 0,7463393821x + 1,1082304518R2 = 0,8689723760
0
2
4
6
8
10
12
14
0 2 4 6 8 10 12 14 16
H Turvo (m)
H E
l Sob
erbi
o (m
)
Figura 3.2.2-6. Correlação de níveis entre El Sober bio e Turvo
y = 0,2368583421x1,3388595098
R2 = 0,8005092501
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 2 4 6 8 10 12 14 16
H Moconá (m)
H E
l Sob
erbi
o (m
)
Figura 3.2.2-7. Correlação de níveis entre El Sober bio e Yucumã/Moconá
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115
120
125
130
135
140
145
150
155
160
165
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Duración / Permanência
H (
m)
El Soberbio Turvo Moconá
Figura 3.2.2-8. Permanência de níveis em El Soberbi o, Turvo e Yucumã/Moconá
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
50% 55% 60% 65% 70% 75% 80% 85% 90% 95% 100%
Duración / Permanência
H (
m)
El Soberbio Turvo Moconá
Figura 3.2.2-9. Permanência de níveis em El Soberbi o, Turvo e Yucumã/Moconá (detalhe)
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120
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130
135
140
145
150
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01/0
1/80
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1/81
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1/82
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1/83
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1/87
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01/0
1/90
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1/00
01/0
1/01
01/0
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01/0
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Fecha / Data
H (
m)
Figura 3.2.2-10. Níveis diários em Turvo
120
125
130
135
140
145
150
155
160
165
01/0
1/80
01/0
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01/0
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Fecha / Data
H (
m)
Figura 3.2.2-11. Níveis diários em Yucumã/Moconá
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Com base nesses dados o nível de reservatório que não atinge os Saltos de Yucumã/Moconá foi confirmado em 130,0 m, e o nível que não inunda áreas do Parque estadual do Turvo foi definido em 120,5 m.
Assim, as alternativas para os estudos preliminares foram ajustadas para esses níveis, e renomeadas para Prel-3, Prel-4, Prel-5, Prel-6 e Prel-7. As mesmas são apresentadas no Quadro 3.2.2-1, e nas Figuras 3.2.2-12 a 3.2.2-16.
Quadro 3.2.2-1. Alternativas para os Estudos Prelim inares
Alternativa Progressiva (km) 520 863 1002 1016 1058
Aproveitamento San Pedro Garabi Roncador Panambi Porto Mauá
Prel-3 NA Max Normal (m) 52,0 89,0 130,0
Prel-4 NA Max Normal (m) 52,0 89,0 130,0
Prel-5 NA Max Normal (m) 52,0 89,0 130,0
Prel-6 NA Max Normal (m) 52,0 89,0 120,5
Prel-7 NA Max Normal (m) 52,0 89,0 120,5
Figura 3.2.2-12. Alternativa Prel-3
Figura 3.2.2-13. Alternativa Prel-4
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Figura 3.2.2-14. Alternativa Prel-5
Figura 3.2.2-15. Alternativa Prel-6
Figura 3.2.2-16. Alternativa Prel-7
3.2.3 Simulações Energéticas
Os estudos energéticos desenvolvidos seguiram os critérios básicos preconizados pelo Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007) e Manuais disponibilizados pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL).
Para a determinação dos benefícios energéticos propiciados pelos aproveitamentos hidrelétricos, constantes das alternativas de divisão de queda em análise foi utilizado o modelo de simulação SINV – Sistema de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas, versão 6.0.3, desenvolvido pelo CEPEL.
Os dados e critérios para essas simulações energéticas são:
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� Período crítico do sistema de referência: corresponde aos meses de Junho de 1949 a Novembro de 1956;
� Série de vazões naturais para cada aproveitamento. A série em casa local de aproveitamento cobre o período de Janeiro de 1931 a Dezembro de 2007;
� Curvas características dos aproveitamentos, que são a curva cota x área x volume e a curva de descarga do canal de fuga.
� Dados de balanço hídrico, que contemplam a evaporação.
� Aproveitamentos existentes ou previstos na bacia do rio Uruguai, que são:
Quadro 3.2.3-1. Dados de Entrada SINV: Aproveitamen tos Considerados
Nome NA Max Normal (m)
NA Min Normal (m)
Potência Instalada (MW)
São Roque 780,0 756,0 214 Garibaldi 705,0 704,0 150
Campos Novos 660,0 655,0 880 Passo da Cadeia 940,0 898,0 104
Pai Querê 797,0 762,0 292 Barra Grande 647,0 617,0 699 Machadinho 480,0 465,0 1.140
Itá 370,0 370,0 1.450 Foz do Chapecó 265,0 265,0 855
Itapiranga 193,0 193,0 725 Passo Fundo 598,0 584,0 226 Monjolinho 328,5 328,5 74
Quebra Queixo 549,0 544,0 120 São José 154,7 146,6 51
Passo São João 128,4 128,4 77 Salto Grande 34,9 24,4 1.890
• Alternativas de divisão de queda, que foram apresentadas no item 3.2.2 deste relatório
(Alternativas de divisão de queda).
Como sistema de referência adotou-se o Sistema Interligado Nacional (do Brasil) – SIN. Entretanto, conforme admitido pelo Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007), o sistema em relação ao qual foram determinados os benefícios energéticos foi a bacia caracterizada pelo conjunto de aproveitamentos em estudo e os aproveitamentos já inventariados situados à montante do rio Uruguai, que são as Usinas Hidrelétricas existentes em território brasileiro e Salto Grande, a jusante, apresentadas no Quadro 3.2.3-1 acima.
As simulações energéticas, realizadas pelo programa SINV, inicialmente otimizam os volumes úteis dos aproveitamentos para a determinação dos benefícios energéticos. O deplecionamento de cada reservatório é então fixado visando maximizar o benefício energético, tendo como base a energia firme da alternativa. Observa-se, no entanto, que foi admitida a limitação do deplecionamento máximo a um terço (1/3) da queda bruta máxima para cada aproveitamento. Definidos os deplecionamentos ótimos, passou-se à determinação da
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Página: 194/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
energia firme e potência instalada, e o sistema adotou para cada aproveitamento o maior valor de potência instalada encontrado, em cada aproveitamento, após simular todas as alternativas simultaneamente.
Em seguida, as alternativas foram simuladas individualmente, para obter os valores de energia firme. Posteriormente, foi realizada uma simulação adicional de cada alternativa, para determinar a energia média gerada no período de 1931-2007, para posterior avaliação dos benefícios energéticos fora do período crítico. Os resultados dessas simulações, para Fk=0,55, são apresentados nos Quadros 3.2.3-2 a 3.2.3-6.
Quadro 3.2.3-2. Simulação Energética – Alternativa Prel-3
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Roncador 130,0 130,0 118,3 1.002 553 608 Garabi 89,0 89,0 86,9 1.137 630 692
San Pedro 52,0 52,0 51,2 728 401 455
Quadro 3.2.3-3. Simulação Energética – Alternativa Prel-4
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 130,0 130,0 126,2 985 544 603 Garabi 89,0 89,0 86,9 1.137 618 687
San Pedro 52,0 52,0 51,2 728 396 450
Quadro 3.2.3-4. Simulação Energética – Alternativa Prel-5
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Porto Mauá 130,0 130,0 130,0 653 360 400 Garabi 89,0 89,0 86,9 1.137 611 684
San Pedro 52,0 52,0 51,2 728 392 447
Quadro 3.2.3-5. Simulação Energética – Alternativa Prel-6
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Roncador 120,5 120,5 120,5 857 474 529 Garabi 89,0 89,0 86,9 1.137 611 684
San Pedro 52,0 52,0 51,2 728 393 448
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Quadro 5.2-3.2.3-6. Simulação Energética – Alternat iva Prel-7
Nome
NA Max
Normal
(m)
NA Min
Normal
(m)
Potência
Instalada
(MW)
Energia Firme
(MWmédios)
Período Crítico
Energia Média
(MWmédios)
1931-2007
Panambi 120,5 120,5 120,5 753 417 464 Garabi 89,0 89,0 86,9 1.137 611 684
San Pedro 52,0 52,0 51,2 728 392 447
O Quadro 3.2.3-7 apresenta um quadro resumo das potências calculadas para cada um dos aproveitamentos e os respectivos níveis operacionais de seus reservatórios.
Quadro 3.2.3-7. Resumo das características energéti cas dos aproveitamentos
Aproveitamento NA max (m) NA min (m) Potência (MW)
San Pedro – 52,0 m 52,0 51,2 728
Garabi – 89,0 m 89,0 86,9 1.137
Roncador – 130,0 m 130,0 118,3 1.002
Roncador – 120,5 m 120,5 120,5 857
Panambi – 130,0 m 130,0 126,2 985
Panambi – 120,5 m 120,5 120,5 753
Porto Mauá – 130,0 m 130,0 130,0 653
3.2.4 Arranjo dos Aproveitamentos
Os arranjos dos aproveitamentos para a segunda etapa dos estudos preliminares foram concebidos já a partir dos levantamentos cartográficos e topobatimétricos, uma vez que já se dispunha do modelo de elevação do terreno. Para a definição das dimensões aproximadas das estruturas, utilizaram-se as planilhas de dimensionamento do Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007) relativas aos estudos finais. A seguir, descreve-se, de forma suscinta, a disposição do arranjo de cada um dos eixos estudados na segunda etapa dos estudos preliminares.
3.2.4.1 San Pedro
• San Pedro – N.A. 52,0 m
O arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.2030 apresenta uma Casa de Força localizada na margem esquerda do rio, composta por 10 unidades equipadas com turbinas do tipo Kaplan de 73 MW de potência unitária e caixa espiral de concreto. A potência total instalada é de 730 MW. O Vertedouro foi localizado contiguo à Casa de Força e conta com 29 vãos equipados com comportas de 18,0 m de altura por 17,85 m de largura. A largura total da estrutura do Vertedouro é de 654 m. O desvio de segunda etapa será realizado por 24 vãos rebaixados. O fechamento é completado com barragens de terra homogênea localizadas em ambos os lados das estruturas de concreto, até a cota da crista, na elevação 56,0 m. A transição entre a Casa de Força e a barragem da margem esquerda foi prevista sobre o edifício da Área de Montagem. A transição entre o Vertedouro e a barragem da margem direita consiste em um
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Página: 196/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
muro de ala sobre o qual se apoia a barragem. O comprimento total da crista da barragem da margem esquerda é de 1.460 m, e o da margem direita de 1.150 m.
3.2.4.2 Garabi
• Garabi – N.A. 89,0 m
O desenho INV.URG-GE.00-DE.2033 apresenta o arranjo proposto para este barramento. A Casa de Força foi implantada na margem esquerda, fora do leito do rio, e conta com 8 unidades equipadas com turbinas Kaplan e caixa espiral de concreto, totalizando 1.137 MW de potencia instalada. O Vertedouro é constituído por 22 vãos equipados com comportas de 20,0 m de altura por 19,2 m de largura, sendo que os 11 vãos adjacentes à Casa de Força serão construídos com cota rebaixada para o desvio de 2ª etapa. Cada módulo tem uma largura de 24,0 m. As barragens laterais foram definidas como de terra homogênea. A barragem da margem esquerda tem uma extensão total de 1.157 m na crista, à cota 93,0 m, e poderá ser executada em conjunto com a Casa de força, prevendo-se que a união com a obra de concreto se realize sobre a Área de Montagem com um muro de ligação. A barragem da margem direita tem uma extensão aproximada de 1.273 m, na crista, e o entroncamento com o Vertedouro, no leito, é feito por meio de um muro de ala de cerca de 110 m de extensão para o apoio da barragem.
3.2.4.3 Roncador
• Roncador – N.A. 130,0 m
O arranjo apresentado no desenho INV.URG-GE.00-DE.2036 possui uma Casa de Força implantada na margem esquerda, com uma largura de 159,86 m, composta de 6 grupos geradores equipados com turbinas Kaplan que totalizam 1.002 MW de potencia instalada. O Vertedouro, formado por 22 vãos, está localizado adjacente à Casa de Força, dentro do rio, ocupando mais da metade do leito, e está equipado com comportas de 19,40 m de largura e 20,0 m de altura. O desvio de 2ª etapa será realizado por 12 vãos com adufas. O fechamento é completado com uma barragem de gravidade de concreto que fecha a segunda metade do leito e o trecho sobre a margem direita, até a cota 134,0 m, com uma altura máxima de 45,0 m e uma extensão de aproximadamente 450 m. Na margem esquerda o fechamento é materializado pela própria obra da Área de Montagem.
• Roncador – N.A. 120,5 m
O desenho INV.URG-GE.00-DE.2039 apresenta o arranjo proposto para este aproveitamento. Neste caso a Casa de Força foi implantada na margem esquerda do rio, com 6 grupos geradores equipados com turbinas tipo Kaplan com potência unitária de 143 MW, totalizando 858 MW de potência instalada. O vertedouro de 22 vãos, equipado com comportas de 20 m de altura e 19,25 m de largura fica localizado junto à Casa de Força, no leito do rio, e conta com12 vãos rebaixados por onde será realizado o desvio de 2ª etapa. O arranjo é completado com uma barragem de gravidade de concreto com altura máxima de 35 m e 350 m de comprimento na crista, à cota 124,5 m. Na margem esquerda, como no arranjo anterior, o fechamento é completado com a obra da Área de Montagem.
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3.2.4.4 Panambi
• Panambi – N.A. 130,0 m
O arranjo do desenho INV.URG-GE.00-DE.2042 apresenta uma Casa de Força localizada na margem direita do rio com 6 unidades equipadas com turbinas Kaplan e caixa espiral de concreto, totalizando 984 MW de potência instalada. O vertedouro, localizado adjacente à Casa de Força, é composto por 22 vãos equipados com comportas de 19,55 m de largura e 20,0 m de altura e é dividido em dois trechos. O primeiro trecho, com 12 vãos, fica localizado na parte restante do leito não ocupado pela Casa de Força, e o segundo trecho, com 10 vãos, fica sobre a margem esquerda, como fechamento do canal de desvio. Para o desvio de 2ª etapa foi definido que os 12 vãos localizados no leito do rio serão construídos com adufas. Não foi necessário prever fechamentos laterais além das estruturas do Vertedouro e Casa de Força pelo fato destas estruturas ocuparem toda a largura do rio, incluindo os alargamentos laterais.
• Panambi – N.A. 120,5 m
No desenho INV.URG-GE.00-DE.2045 é apresentado o arranjo proposto para este fechamento, com uma casa de força composta de 6 unidades equipadas com turbinas do tipo Kaplan e caixa espiral de concreto, com potência total instalada de 756 MW, localizada na margem direita do rio. Contiguo à Casa de Força está o Vertedouro, neste caso com 25 vãos, que como no arranjo anterior, é dividido em dois trechos, um, com 15 vãos, ocupando o restante do leito do rio deixado pela estrutura da Casa de Força, e o segundo, com 10 vãos, ficando como estrutura de desvio na margem esquerda. Para o desvio de 2ª etapa foi determinado que devessem ficar rebaixados 13 vãos dos 15 localizados no leito do rio. Devido a que as estruturas previstas ocupam toda a largura do rio, não foi necessário executar barramentos laterais de fechamento.
3.2.4.5 Porto Mauá
• Porto Mauá – N.A. 130,0 m
O arranjo apresentado no desenho INV.URG-GE.00-DE.2048 possui uma Casa de Força localizada na margem esquerda do rio, previamente alargada, e está composta por 6 unidades equipadas com turbinas Kaplan com potência unitária de 190 MW, totalizando 654 MW de potência instalada. O Vertedouro, composto por 25 vãos, está localizado adjacente à Casa de Força e ocupa todo o leito do rio, até o alargamento executado na margem direita. Os vãos do Vertedouro estão equipados com comportas de 19,65 m de largura por 20,0 m de altura. As estruturas da Casa de Força e Vertedouro ficam separadas por um muro divisório de canalização da descarga do Vertedouro. O desvio de 2ª etapa é realizado através de 10 vãos rebaixados do Vertedouro. Neste arranjo não foi necessário prever barragens laterais de fechamento, pois as estruturas ocupam totalmente a largura do rio e os alargamentos executados em ambas as margens.
3.2.5 Orçamentos
O dimensionamento das estruturas que compõem cada um dos arranjos, em nível de estudos preliminares, foi elaborado empregado as planilhas de dimensionamento de casa de força (572kc.xls) e de vertedouros (575cobd.xls e 575cobda.xls), disponibilizadas no Manual como anexo de dimensionamento de estruturas para estudos finais.
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Porém, conforme o “Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas” (CEPEL, 2007), a metodologia empregada no dimensionamento das estruturas na fase de estudos preliminares de inventário deve ser simplificada e os custos estimados de uma forma global, resultando em orçamentos simplificados, pois a principal finalidade do orçamento nos estudos preliminares é possibilitar uma avaliação rápida, mesmo que aproximada, dos custos dos aproveitamentos, orientando as decisões para a seleção de alternativa.
Logo, foram assumidas as seguintes premissas: diâmetro máximo para as turbinas de 8,50 m; desvio do rio feito por canais para os vertedouros de altura baixa e por adufas para aqueles de tamanho elevado; vazão de desvio correspondente àquela com período de retorno de 50 anos; NA máximo no canal de restituição correspondente àquele com período de retorno de 10.000 anos; rendimento médio dos geradores igual a 98%; temperatura média da água no verão igual a 25ºC; freqüência do sistema elétrico igual a 60 Hz e fator de potência igual a 90%.
A partir dos cálculos de vazões e níveis d’água com tempos de retorno de 10.000 anos, 100 anos e 50 anos, dos resultados de depleção, potência instalada, nível de água mínimo no canal de fuga, nível de água médio no reservatório e vazão máxima unitária obtidos a partir da simulação energética, queda líquida máxima e número de unidades geradoras obtidos dos dimensionamentos e dos dados de altura média de barragem, comprimento de barragem, altura dos muros de transição, comprimento do canal de adução e altura do bloco da tomada d’água, extraídos dos arranjos, foi finalmente produzido o orçamento preliminar para cada um dos aproveitamentos.
Os orçamentos foram elaborados de acordo com padrão do “Orçamento Padrão Eletrobrás” (O.P.E.). Adicionalmente, foram incluídos os custos da conta 10 – terrenos, relocações e outras ações sócio-ambientais. Nessa conta, como simplificação, considerou-se que todas as pontes a serem relocadas tivessem fundação direta e dimensões iguais a 8 m de largura por 30 m de comprimento e as rodovias a serem relocadas foram definidas como pavimentadas do tipo arterial secundária, sendo as vias locais consideradas pelo comprimento equivalente de via arterial secundária. Excepcionalmente, as extensões das pontes sobre os rios Ibicuí, o arroio Touro Passo e o rio Aguapey, foram consideradas caso a caso, dado as suas importantes dimensões.
Nos custos de aquisição de terrenos e benfeitorias foram considerados valores médios tanto de área urbana quanto de área rural, multiplicados posteriormente pela respectiva área afetada total urbana e rural, para cada um dos aproveitamentos. Na relocação da população foi considerado um valor médio de indenização por família.
Além disso, foram estimados também os custos de outras ações socioambientais para os meios físico-biótico e socioeconômico-cultural. Para cada uma das ações socioambientais citadas foi prevista uma verba equivalente a 0,25% do total estimado com as contas 11, 12, 13, 14, 15 e 16, em cada um dos aproveitamentos.
No estudo de custos foi considerada correção monetária que incidiu sobre os valores apresentados no manual e planilhas encontradas no “Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas” (CEPEL, 2007). Na correção, os valores em R$ fornecidos pelo manual foram corrigidos para a data base de projeto (dez/08) por meio do IGP-DI fornecido pela FGV (IGP-DIdez/07 = 370,485 e IGP-DIdez/08 = 404,185) e posteriormente tais valores foram convertidos pelo câmbio da data base de projeto - dez/08 - para US$, (US$ 1,00 = R$ 2,3944) e para $A ($A 1,00 = R$ 0,6984).
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Os juros anuais, durante a construção, adotados neste estudo são de 10%, o que implica em juros durante a construção de 26,11%, para o tempo de construção estimado (5 anos).
O Quadro 3.2.5-1 apresenta a estimativa de custo dos aproveitamentos, discriminado por contas, e no Apêndice E – Estudos de Alternativas são apresentados os O.P.E.s de cada um dos aproveitamentos.
Quadro 3.2.5-1. Estimativas de Custos dos Aproveita mentos
CO
NT
A
DISCRIMINAÇÃO CUSTOS DOS APROVEITAMENTOS (US$ x 10³) – DEZ/2008
San Pedro
52,0
Garabi
89,0
Roncador
120,50
Roncador
130,0
Panambi
120,5
Panambi
130,0
Porto Mauá
130,0
10
TERRENOS, RELOCAÇÕES E OUTRAS AÇÕES
SÓCIO AMBIENTAIS
976.153 245.170 181.267 263.106 105.857 175.342 57.038
11 ESTRUTURAS E
OUTRAS BENFEITORIAS
167.068 165.154 133.744 132.987 126.399 138.005 116.857
12 BARRAGENS E ADUTORAS 435.715 461.789 419.563 463.492 434.309 460.271 391.343
13 TURBINAS E GERADORES 383.939 519.016 374.734 329.925 355.130 340.858 332.078
14 EQUIPAMENTO
ELÉTRICO ACESSÓRIO
82.931 112.107 80.943 71.264 76.708 73.625 71.729
15 DIVERSOS
EQUIPAMENTOS DA USINA
46.073 62.282 44.968 39.591 42.616 40.903 39.849
16 ESTRADAS DE RODAGEM, DE
FERRO E PONTES 0 0 0 0 0 0 0
17 CUSTOS INDIRETOS 627.564 469.656 370.566 390.110 342.305 368.701 302.669
18 JUROS DURANTE A CONSTRUÇÃO 710.046 531.384 419.270 441.383 387.296 417.160 342.449
CUSTO TOTAL (US$ * 10³), COM JDC 3.429.488 2.566.559 2.025.056 2.131.858 1.870.619 2.014.864 1.654.013
POTÊNCIA INSTALADA (kW) 728.000 1.137.000 857.000 1.002.000 753.000 985.000 653.000
US$/kW 4.711 2.257 2.363 2.128 2.484 2.046 2.533
3.2.6 Impactos Ambientais por Aproveitamento
Nesta etapa, à semelhança da anterior, foram utilizados 21 indicadores de impacto negativo. A estrutura analítica de avaliação de impactos utilizadas na primeira etapa subsidiou, em grande medida, a avaliação feita nesta segunda etapa de Estudos Preliminares. As adequações feitas podem ser resumidas da seguinte maneira:
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- As planimetrias que embasaram a quantificação dos impactos foram refeitas, considerando os limites dos reservatórios elaborados com base no modelo de terreno do LIDAR. A área inundada de cada um dos elementos considerados para a análise de impactos foi alterada, o que gerou modificações nos valores finais dos impactos.
- A inclusão do aproveitamento San Pedro trouxe a necessidade de rever alguns dos parâmetros utilizados para avaliar os impactos, pois trata-se de um aproveitamento com grande área inundada, localizado a jusante das áreas que haviam sido trabalhadas anteriormente.
Destaca-se também a substituição da variável utilizada para estimar o impacto nas Alterações nas Relações Transfronteriças. A modificação feita procura contemplar a situação atual, na medida em foi incluída na fórmula de cálculo deste indicador todos os pontos de travessias transfronteiriças ao longo do rio Uruguai.
A agregação dos indicadores de impacto em um único valor por componente-síntese, para cada aproveitamento e subárea, foi feita da mesma maneira que na etapa anterior, sendo que os pesos atribuídos a cada indicador continuaram os mesmos.
Nos itens que se seguem, são apresentados os indicadores selecionados, seus respectivos pesos, a análise dos Impactos Avaliados por aproveitamento e a descrição abrangente das principais interferências causadas por cada um dos 7 aproveitamentos estudados. A íntegra desta avaliação está apresentada no Apêndice D.
3.2.6.1 Indicadores de Impacto Negativo Selecionado s
O Quadro 3.2.6.1-1 apresenta, por componente-síntese, os indicadores de impacto negativo utilizados nesta etapa dos Estudos Preliminares. Estão apresentados também as variáveis de cálculo e o peso atribuído a cada indicador.
Quadro 3.2.6.1-1. Indicadores de Impacto Negativos Selecionados
Componente -síntese Indicador de Impacto Variáveis de cálculo Peso Atribuído
ao Indicador
Ecossistemas Aquáticos
Perda de ambiente lótico Extensão em km (extensão do rio e
arroios que passam de lóticos a lênticos)
0,20
Tempo de residência Volume do reservatório (106m3) / Vazão
(m3 / dia) 0,20
Potencial de estratificação térmica do
reservatório Número de Froude adaptado 0,20
Perda e modificação de ambientes
ecologicamente estratégicos
Superfície inundada / Superfície total da subárea
0,30
Perda de vegetação de ilhas
Superfície insular inundada / Superfície Total insular na subárea
0,10
Ecossistemas Terrestres
Cobertura vegetal nativa atingida
Área inundada de cobertura vegetal nativa
0,20 Perda de habitats
Perda de diversidade de habitats
Unidades de Conservação afetadas
Áreas atingidas de UC de proteção integral e áreas de UC de uso
sustentável 0,20
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Componente -síntese Indicador de Impacto Variáveis de cálculo Peso Atribuído
ao Indicador Áreas de interesse ecológico relevante
Áreas atingidas de interesse ecológico 0,10
Fauna Ameaçada Presença provável das espécies
ameaçadas de extinção 0,25
Fauna Endêmica Presença provável das espécies
ameaçadas 0,15
Espécies tetrápodes vertebrados aquáticos
Presença provável das espécies diretamente associadas à ambientes
aquáticos 0,10
Organização Territorial
Interferência sobre o Sistema Rodoviário
Vias Vicinais Atingidas 0,10 Rodovias Principais e Secundárias
Atingidas
Interferência sobre as Áreas Urbanas
Área Urbana Afetada 0,45
Comprometimento da Área Urbana
Interferência sobre o Território Municipal
Perda de Área Municipal por Alagamento 0,45
Fracionamento do Território Municipal
Modos de Vida
População Afetada em Áreas Urbanas
Pessoas Afetadas de Áreas Urbanas 0,45
População Afetada em Áreas Ruras
Pessoas Afetadas de Áreas Rurais 0,45
Alteração nas Relações Sociais Transfronteiriças
Número de Travessias Transfronteiriças afetadas
0,10
Base Econômica
Valor da Produção Afetada Anual
Valor Econômico da Produção Potencialmente Perdida
0,60
Valor da Área Rural Afetada
Valor em Dólares da Área Rural Afetada
0,40
Comunidades Indígenas e Patrimônio Arqueológico
Comunidades Indígenas Distância das Comunidades Indígenas
aos reservatórios 0,70
Sítios Arqueológicos Quantidade, representatividade e importância dos sítios afetados
0,30
3.2.6.2 Análise dos Impactos Ambientais por Aprovei tamento
Dentro da estrutura analítica proposta no Item anterior para cada Componente-síntese, os impactos dos aproveitamentos foram traduzidos em valores numéricos que expressam sua ocorrência, grau de intensidade e localização, em termos da subárea onde ele incide.
A seguir são apresentados comentários sobre os resultados alcançados no cálculo dos índices ambientais por aproveitamento e subáreas, acompanhados dos respectivos quadros de avaliação por componente-síntese. Os aproveitamentos assim como as principais interferências podem ser visualizados nos mapas INV.URG-GE.77-MP.2001 a MP.2005, apresentados no Tomo 21 – Apêndice D – Estudos Ambientais.
a) Componente-síntese Ecossistemas Aquáticos
No Quadro 3.2.6.2-1 são apresentados os resultados dos cálculos os indicadores para os aproveitamentos: San Pedro 52,0 m, Garabi 89,0 m, Roncador 120,5 m, Roncador 130,0 m,
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Panambi 120,5 m, Panambi 130,0 m, Puerto Mauá 130,0 m, por subárea. Estes resultados permitirão definir o grau de impacto de cada aproveitamento de maneira comparativa.
Quanto ao indicador Perda de Ambiente Lótico o grau de impacto obtido variou entre moderadamente alto a baixo. O aproveitamento San Pedro 52,0 m na subárea Fluvial apresentou o máximo impacto com um valor de 0,8219, com o maior comprimento de reservatório (260,14 km) enquanto que o menor valor de impacto alcançado, cujo grau foi baixo, refere-se ao aproveitamento de Garabi 89,0 m, na subárea Ijuí, com um valor de 0,0416.
O indicador Tempo de Residência para os diferentes aproveitamentos oscilou entre moderadamente baixo a baixo. O aproveitamento Garabi 89,0 m apresentou valor máximo de 0,1926, onde o tempo de residência foi de 31 dias. O mínimo impacto correspondeu ao aproveitamento Porto Mauá 130,0 m com 0,0835 e com um tempo de residência de 7,8 dias.
O potencial de estratificação térmica do reservatório nos diferentes aproveitamentos apresentou um grau de impacto moderadamente baixo a baixo. Apenas em dois aproveitamentos, o número densimétrico de Froude, em alguns meses, resultou em valores inferiores a 1, indicando que poderia haver potencial de estratificação térmica. Isso poderia ocorrer em 3 três meses no aproveitamento Garabi 89,0 m (janeiro, fevereiro e março) e em dois meses no aproveitamento Roncador 130,0 m (janeiro e março). Nos outros aproveitamentos não se espera ou é pouco provável a estratificação térmica dos reservatórios.
Segundo os valores apontados pelo indicador Perda e Modificação de Ambientes Ecologicamente Estratégicos, a subárea mais afetada foi a Fluvial, com graus de impacto alto, moderadamente alto e médio. No aproveitamento San Pedro 52,0 m na subárea Fluvial, se obteve o impacto máximo entre os que foram calculados com um valor de 0,8956, com uma superfície de inundação de 269.25 km2. O valor mínimo de 0,0003 foi registrado em Garabi 89,0 m na subárea Serras de Misiones e Turvo, onde a superfície afetada de 0,34 km2 foi a mais baixa registrada.
O grau de impacto para o indicador Perda de Vegetação de Ilhas na subárea Fluvial apresentou um valor máximo de 0,8590 em San Pedro 52,0 m com uma superfície insular alagada de 24,54 km2 e o valor mínimo de 0,0458 que corresponde ao aproveitamento Panambi 120,5 m com uma área insular afetada de 0,60 km2.
Assim, de modo geral, a subárea fluvial registrou os maiores valores, onde San Pedro registrou o maior impacto. Nas demais subáreas o aproveitamento Roncador 130,0 m apresento os resultados mais expressivos. O indicador de perda de ambiente lótico teve contribuição substancial no caso de Roncador 130,0 m. O risco de estratificação térmica do reservatório ocorre somente para Garabi 89,0 m e Roncador 130,0 m.
Quadro 3.2.6.2-1. Impactos Ambientais por Aproveita mento e Subárea para o Componente-síntese Ecossistemas Aquáticos
Sub
área
s Indicadores de Impacto
Tempo de Residência
Perda de ambiente
lótico
Potencial de estratificação
térmica do Reservatório
Perda e modificação de
ambientes ecologicamente
estratégicos
Perda de vegetação
de ilhas
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,20 0,30 0,10 1,00
Da
Pla
níci
e San Pedro 52,0 0,1775 0,2138 0,0273 0,0865 Garabi 89,0 0,1926 0,2467 0,2500 0,1136 0,1719 Roncador 130,0 Roncador 120,5
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Sub
área
s Indicadores de Impacto
Tempo de Residência
Perda de ambiente
lótico
Potencial de estratificação
térmica do Reservatório
Perda e modificação de
ambientes ecologicamente
estratégicos
Perda de vegetação
de ilhas
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,20 0,30 0,10 1,00 Panambi 130,0 Panambi 120,5 Porto Mauá 130,0
San
ta R
osa
San Pedro 52,0
Garabi 89,0 0,1926 0,0450 0,2500 0,0053 0,0991
Roncador 130,0 0,1886 0,1124 0,1667 0,0389 0,1052
Roncador 120,5 0,1478 0,0747 0,0222 0,0511
Panambi 130,0 0,1684 0,0951 0,0263 0,0606
Panambi 120,5 0,0985 0,0598 0,0125 0,0354
Porto Mauá 130,0 0,0835 0,0549 0,0090 0,0304
Ijuí
San Pedro 52,0
Garabi 89,0 0,1926 0,0416 0,2500 0,0139 0,1010
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Pira
tini
San Pedro 52,0 0,1775 0,0589 0,0207 0,0535
Garabi 89,0 0,1926 0,0555 0,2500 0,0368 0,1107
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Das
Ser
ras
de
Mis
ione
s e
Tur
vo San Pedro 52,0
Garabi 89,0 0,1926 0,0641 0,2500 0,0003 0,1014
Roncador 130,0 0,1886 0,1884 0,1667 0,0492 0,1235
Roncador 120,5 0,1478 0,1216 0,0291 0,0626
Panambi 130,0 0,1684 0,1729 0,0444 0,0816
Panambi 120,5 0,0985 0,1104 0,0254 0,0494
Porto Mauá 130,0 0,0835 0,1035 0,0154 0,0420
Flu
vial
San Pedro 52,0 0,8219 0,8956 0,8590 0,5190
Garabi 89,0 0,3475 0,8178 0,4168 0,3565
Roncador 130,0 0,6412 0,8513 0,1306 0,3967
Roncador 120,5 0,3914 0,6823 0,1016 0,2931
Panambi 130,0 0,5781 0,7874 0,0741 0,3593
Panambi 120,5 0,3355 0,5664 0,0458 0,2416
Porto Mauá 130,0 0,3909 0,5108 0,0542 0,2368
Do
Agu
apey
San Pedro 52,0 0,1775 0,5840 0,1858 0,2081
Garabi 89,0
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Ibic
uí San Pedro 52,0 0,1775 0,0449 0,0520 0,0601
Garabi 89,0
Roncador 130,0
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Sub
área
s Indicadores de Impacto
Tempo de Residência
Perda de ambiente
lótico
Potencial de estratificação
térmica do Reservatório
Perda e modificação de
ambientes ecologicamente
estratégicos
Perda de vegetação
de ilhas
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,20 0,30 0,10 1,00
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
b) Componente-síntese Ecossistemas Terrestres
As notas ambientais atribuídas aos aproveitamentos avaliados no Componente-síntese Ecossistemas Terrestres tiveram como valor máximo de 0,6060 e mínimo de 0,0320, das subáreas avaliadas a Selva Fluvial apresentou os resultados mais altos, o que evidencia sua maior fragilidade frente às alterações que serão provocadas com a formação dos reservatórios em estudo. O indicador Especies Ameaçadas apresentou um impacto alto nos aproveitamentos de San Pedro 52,0 m e Garabi 89,0 m. Nessa subárea, o reservatório de San Pedro, 52,0 m, foi o que apresentou o maior impacto.
Dentre as demais subáreas, Remanescentes de Selva Mista apresentou os impactos mais significativos em função dos resultados pelo aproveitamento de Garabi 89,0 m, e Roncador 120,5 m.
Pelos resultados obtidos no aproveitamento San Pedro 52,0 m nas subáreas Humedal Aguapey, Nhandubay e Campos Sulinos é possível verificar o impacto isolado desse aproveitamento, nessas subáreas, em que os valores variaram de 0,1417 a 0,2922, situando-se portanto, num patamar médio. Observando os valores dos indicadores que configuraram tal resultado, pode-se notar que a subárea Campos Sulinos teve resposta sensível ao indicador de cobertura vegetal nativa (0,6610), ao passo que na subárea Humedal Aguapey o mesmo indicador apresentou valores um pouco mais baixos (0,4305). Por outro lado o indicador de áreas de interesse ecológico relevante foi bem mais elevado com valor 0,1500.
Os aproveitamentos localizados nas subáreas Floresta Mista Subtropical apresentaram impactos de baixo a médio, com valores entre 0,0389 a 0,3392. No Quadro 3.2.6.2-2 a seguir, são apresentados os valores obtidos na avaliação dos aproveitamentos para o componente-síntese ecossistemas terrestres.
Quadro 3.2.6.2-2. Impactos Ambientais por Aproveit amento e Subárea para o Componente-síntese Ecossistemas Terrestres
Sub
área
s Indicadores de Impacto
Cobertura Vegetal Nativa
Atingida
Unidades de Conservação
Atingidas
Áreas de Interesse Ecológico Relevante
Fauna Ameaçada
Fauna Endêmica
Espécies Tetrápodes Aquáticos
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,10 0,25 0,15 0,10 1,00
Flo
rest
a F
luvi
al
San Pedro 52,0 0,6552 0,2000 1,0000 0,9000 0,7000 0,6060 Garabi 89,0 0,5733 0.1500 0,2000 1,0000 0,5000 0,5000 0,5397 Roncador 130,0 0,4694 0,4000 0,1500 0,9000 0,3000 0,3000 0,4889 Roncador 120,5 0,3652 0,1500 0,1500 0,7000 0,3000 0,3000 0,3680 Panambi 130,0 0,4222 0,3500 0,1500 0,9000 0,3000 0,3000 0,4694 Panambi 120,5 0,2660 0,1500 0,1500 0,5000 0,3000 0,3000 0,2982 Porto Mauá 130,0 0,2508 0,3500 0,1500 0,5000 0,3000 0,3000 0,3352
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Sub
área
s Indicadores de Impacto
Cobertura Vegetal Nativa
Atingida
Unidades de Conservação
Atingidas
Áreas de Interesse Ecológico Relevante
Fauna Ameaçada
Fauna Endêmica
Espécies Tetrápodes Aquáticos
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,20 0,20 0,10 0,25 0,15 0,10 1,00
Flo
rest
a M
ista
S
ubtr
opic
al
San Pedro 52,0 Garabi 89,0 0,0101 0,1500 0,0320 Roncador 130,0 0,2457 0,2000 0,7000 0,3000 0,3000 0,3391 Roncador 120,5 0,1121 0,1500 0,3000 0,3000 0,1724 Panambi 130,0 0,2247 0,2000 0,3000 0,3000 0,3000 0,2349 Panambi 120,5 0,1053 0,1500 0,3000 0,3000 0,1711 Porto Mauá 130,0 0,0446 0,1500 0,0389
Cam
pos
Par
anae
nses
San Pedro 52,0 Garabi 89,0 0,5147 0,2000 0,1500 0,3000 0,3000 0,3000 0,3079 Roncador 130,0 Roncador 120,5 Panambi 130,0 Panambi 120,5 Porto Mauá 130,0
Hu
med
al A
guap
ey San Pedro 52,0 0,4305 0,1500 0,3000 0,3000 0,2061
Garabi 89,0 Roncador 130,0 Roncador 120,5 Panambi 130,0 Panambi 120,5 Porto Mauá 130,0
Del
Ñan
duba
y
San Pedro 52,0 0,1083 0,1500 0,3000 0,3000 0,1417 Garabi 89,0 Roncador 130,0 Roncador 120,5 Panambi 130,0 Panambi 120,5 Porto Mauá 130,0
Rem
anes
cent
es d
e F
lore
sta
Mis
ta
San Pedro 52,0 Garabi 89,0 0,1612 0.1500 0,5000 0,3000 0,3000 0,2472 Roncador 130,0 0,2754 0,1500 0,5000 0,3000 0,3000 0,2701 Roncador 120,5 0,1216 0,1500 0,3000 0,3000 0,3000 0,1893 Panambi 130,0 0,1131 0,1500 0,3000 0,3000 0,3000 0,1876 Panambi 120,5 0,0509 0,1500 0,3000 0,3000 0,3000 0,1752 Porto Mauá 130,0 0,0202 0,1500 0,3000 0,3000 0.3000 0,1690
Cam
pos
Sul
inos
San Pedro 52,0 0,6610 0,2000 0,1500 0,3000 0,3000 0,2922 Garabi 89,0 0,3822 0,1500 0,0914 Roncador 130,0 Roncador 120,5 Panambi 130,0 Panambi 120,5 Porto Mauá 130,0
c) Componente-síntese Organização Territorial
Da avaliação ambiental realizada para o Componente-síntese Organização Territorial foi possível observar que, em relação às áreas urbanizadas, para os aproveitamentos Roncador, cotas 120,5 m e 130,0 m, e San Pedro, cota 52,0 m, o impacto mostrou-se alto. Do lado argentino, as duas cotas do Roncador deverão afetar, na subárea III, sob influência de Oberá, as cidades de Panambi e Alba Posse, com perdas maiores que 70% da área urbanizada. Sobre a subárea IV, sob influência de Santa Rosa, o aproveitamento Roncador em sua cota mais alta impacta de forma significativa as cidades brasileiras de Porto Vera Cruz e Porto Mauá.
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O aproveitamento San Pedro deve impactar, na subárea IX, Fronteira Oeste, as cidades de Itaqui e Uruguaiana (menos de 10%) e a localidade de São Marcos, considerada como totalmente afetada.
Com impacto avaliado como médio, o aproveitamento Garabi, cota 89,0 m, irá afetar as duas cidades de Garruchos, a que está na margem argentina, na subárea sob influência de Apostoles, e a que está na margem brasileira, sob influência de Santo Ângelo. O aproveitamento Panambi, em sua cota mais alta, 130,0 m, deverá causar um impacto avaliado também como médio nas subáreas III, sob influência de Oberá, e IV, sob influência de Santa Rosa. Nesses casos, as cidades afetadas são, respectivamente, Alba Posse e Porto Mauá. Com a mesma avaliação, o aproveitamento Panambi na sua cota mais baixa, cota 120,5 m, deverá impactar a cidade de Alba Posse.
Sobre o território municipal, foi considerado moderadamente alto o impacto provocado pelos aproveitamentos Roncador na cota 130,0 m, Garabi, cota 89,0 m, e San Pedro, 52,0 m. No primeiro caso, na subárea sob influência de Santa Rosa, perdem território os municípios de Porto Vera Cruz (27%), Porto Mauá (18%) e Alecrim (12%), além de terem sido identificadas duas situações de fracionamento territorial nos municípios de Porto Vera Cruz e uma situação em Porto Mauá.
O aproveitamento Garabi, na subárea sob influência de Apostoles, deve ocasionar o alagamento de parcela dos municípios de Azara (50%), Concepción de la Sierra (18%), Tres Capones (13%) e Garruchos (19%), além de ocasionar duas situações de fracionamento, ambas em Azara. Por fim, o aproveitamento San Pedro, na subárea sob influência de Paso de los Libres, impacta principalmente o território dos municípios de Yapeyú (28%), Guaviravi (15%), Bonpland (13%) e Alvear (11%), provocando duas situações de fracionamento territorial em Yapeyu e Alvear. Também impactará em menor proporção Paso de los Libres, La Cruz, Tapebicuá, Santo Tomé e Estación Torrent.
Na avaliação do indicador de interferência sobre o sistema rodoviário, o aproveitamento que apresentou impacto mais significativo, avaliado como médio, é San Pedro, que deverá comprometer trechos da Ruta Nacional Nº 14, do lado argentino, na subárea VIII, sob influência de Paso de los Libres, e da BR-472, do lado brasileiro, na subárea IX, Fronteira Oeste. Pequenos trechos da Ruta Provincial Nº 2, recém concluída e sobre a qual incidem planos de desenvolvimento turístico e de conservação de patrimônio natural e cultural, serão afetados pelos aproveitamentos Roncador, Panambi e Porto Mauá, todos na cota 130,0 m.
Na composição final das notas de impacto sobre a Organização Territorial, destaca-se o aproveitamento Roncador 130,0 m, na subárea IV, sob influência de Santa Rosa, com impacto avaliado como moderadamente alto, conforme pode ser visto no Quadro 3.2.6.2-3. Sobre esta mesma subárea, o impacto ocasionado pelos aproveitamentos Roncador 120,5 m e Panambi 130,0 m foi avaliado como médio. Na subárea III, sob influência de Oberá, o aproveitamento Roncador, nas suas duas cotas, também deverá ocasionar impacto médio. O aproveitamento Garabi 89,0 m, nas duas subáreas onde incide com maior participação, IV, sob influência de Apostoles, e V, sob influência de Santo Ângelo, causará impacto classificado como médio, assim como o aproveitamento San Pedro, nas subáreas VIII, sob influência de Paso de los Libres, e IX, Fronteira Oeste.
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Quadro 3.2.6.2-3. Impactos Ambientais por Aproveita mento e Subárea do Componente-síntese Organização Territorial
Sub
-áre
as
Indicadores de Impacto Interferência sobre o Território Municipal
Interferência sobre as Áreas
Urbanizadas
Interferência sobre o Sistema
Viário
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,45 0,45 0,10 1,00
Sob
Influ
ênci
a
de S
an V
icen
te
San Pedro 52,0
Garabi 89,0
Roncador 130,0 0,0018 0,0008
Roncador 120,5 0,0002 0,0001
Panambi 130,0 0,0018 0,0008
Panambi 120,5 0,0002 0,0001
Porto Mauá 130,0 0,0018 0,0008
Sob
Influ
ênci
a de
Ij
uí
San Pedro 52,0
Garabi 89,0
Roncador 130,0 0,0076 0,0020 0,0036
Roncador 120,5 0,0004 0,0002
Panambi 130,0 0,0076 0,0020 0,0036
Panambi 120,5 0,0004 0,0002
Porto Mauá 130,0 0,0076 0,0020 0,0036
Sob
Influ
ênci
a
de O
berá
San Pedro 52,0
Garabi 89,0 0,0631 0,0617 0,0036 0,0565
Roncador 130,0 0,1617 1,0000 0,5055 0,5733
Roncador 120,5 0,1036 0,8624 0,3437 0,4690
Panambi 130,0 0,1333 0,5468 0,4209 0,3481
Panambi 120,5 0,0812 0,5083 0,2703 0,2923
Porto Mauá 130,0 0,0310 0,1071 0,0246
Sob
Influ
ênci
a
de S
anta
Ros
a
San Pedro 52,0
Garabi 89,0 0,0028 0,0003 0,0013
Roncador 130,0 0,8321 0,9049 0,1548 0,7971
Roncador 120,5 0,6330 0,6481 0,0951 0,5860
Panambi 130,0 0,5158 0,4829 0,0850 0,4579
Panambi 120,5 0,4237 0,0997 0,0435 0,2399
Porto Mauá 130,0 0,0441 0,0197 0,0218
Sob
Influ
ênci
a de
S
anto
Âng
elo
San Pedro 52,0
Garabi 89,0 0,5551 0,5120 0,0604 0,4863
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Sob
Influ
ênci
a
de A
póst
oles
San Pedro 52,0
Garabi 89,0 0,9250 0,5626 0,1451 0,6839
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Sob
Influ
ênci
a
de S
anto
Tom
é
San Pedro 52,0 0,0002 0,0001
Garabi 89,0
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
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Sub
-áre
as
Indicadores de Impacto Interferência sobre o Território Municipal
Interferência sobre as Áreas
Urbanizadas
Interferência sobre o Sistema
Viário
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,45 0,45 0,10 1,00
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Sob
Influ
ênci
a de
P
aso
de lo
s Li
bres
San Pedro 52,0 0,8182 0,2365 0,4862 0,5232
Garabi 89,0
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Fro
ntei
ra O
este
San Pedro 52,0 0,1254 0,9711 0,3643 0,5299
Garabi 89,0
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
d) Componente-síntese Modos de Vida
Os diferentes valores dos índices ambientais, calculados para cada um dos aproveitamentos nas diversas subáreas do componente-síntese Modos de Vida, são apresentados no Quadro 3.2.6.2-4.
Com base nos resultados, os valores de impacto neste componente-síntese situam-se em um intervalo que varia entre 0,0284 y 0,6876. O extremo inferior foi registrado no aproveitamento San Pedro Cota 52,0 m na subárea F, e o mais alto no aproveitamento Garabi Cota 89,0 m na subárea F.
O aproveitamento Garabi cota 89,0 m na subárea F, que apresenta o valor mais significativo – Impacto Moderadamente Alto, tem índices elevados em relação à população urbana diretamente afetada (0,8241 - Moderadamente alto), Alterações Sociais Transfronteiriças (1 - Alto), e população diretamente afetada da área rural (0,4816 Moderadamente baixo). Nesta subárea se encontra a cidade de Garruchos (Brasil), que terá quase 90% de sua população atingida, e as travessias fronteiriças entre Garruchos (Ar) – Garruchos (Br); San Isidro (Ar) – San Isidro (Br) e Santa María (Ar) - Colônia Florida (Br).
O aproveitamento com segundo impacto mais alto é Roncador, cota 130,0 m na subárea E, que apresenta um impacto Médio com 0,4332. Para o indicador de população urbana diretamente afetada, o impacto foi de 0,2836, tendo áreas urbanas afetadas nas cidades de Porto Mauá, Porto Vera Cruz e Porto Xavier, todas localizadas no Brasil. Nesse mesmo aproveitamento, o indicador de população rural registrou 0,4885 e o indicador de alterações sociais transfronteiriças – ALTSOTRA, 0,8571.
O aproveitamento San Pedro cota 52,0 m, na subárea G, teve como resultado um valor de impacto de 0,3439. O impacto em POPURB foi de 0,0865. Apesar de atingir diretamente um número importante de pessoas, 8.845, as cidades que compõem são as de maior população em toda a área de estudo, como por exemplo, Uruguaiana com mais de 150.000 habitantes. O indicador de população rural - PORUR apresentou um valor de 0,5666 que foi o mais alto deste indicador em todos os aproveitamentos analisados. Da mesma forma o indicador ALTSOTRA com um valor de 0,5000 foi o mais expressivo de todos os calculados.
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Quadro 3.2.6.2-4. Impactos Ambientais por Aproveita mento e Subárea do Componente-síntese Modos de Vida
Sub
-ár
eas Indicador de Impacto
População Urbana Afetada
POPURB
População Rural Afetada PORUR
Alteração nas Relações
Transfronteiriças ALTSOTRA
ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,45 0,45 0,10 1,00
A
San Pedro 52,0 Garabi 89,0 Roncador 130,0 0,0425 0,2398 1,0000 0,2270 Roncador 120,5 0,0309 0,2156 1,0000 0,2109 Panambi 130,0 0,0425 0,2398 0,6000 0,1870 Panambi 120,5 0,0309 0,2156 0,8000 0,1909 Porto Mauá 130,0 0,1318 0,8000 0,1393
B
San Pedro 52,0 Garabi 89,0 0,0741 0,2257 0,5000 0,1849 Roncador 130,0 0,1410 0,3442 0,5000 0,2683 Roncador 120,5 0,1227 0,2763 0,1795 Panambi 130,0 0,2169 0,0976 Panambi 120,5 0,1741 0,5000 0,1284 Porto Mauá 130,0
C
San Pedro 52,0 Garabi 89,0 0,1240 0,5027 1,0000 0,3820 Roncador 130,0 Roncador 120,5 Panambi 130,0 Panambi 120,5 Porto Mauá 130,0
D
San Pedro 52,0 0,1249 0,4869 0,5000 0,3253 Garabi 89,0 Roncador 130,0 Roncador 120,5 Panambi 130,0 Panambi 120,5 Porto Mauá 130,0
E
San Pedro 52,0 Garabi 89,0 0,0441 0,2863 0,1429 0,1630 Roncador 130,0 0,2836 0,4885 0,8571 0,4332 Roncador 120,5 0,1915 0,3142 0,7143 0,2990 Panambi 130,0 0,1672 0,4483 0,4286 0,3198 Panambi 120,5 0,0983 0,2577 0,7143 0,2316 Porto Mauá 130,0 0,2814 0,5714 0,1838
F
San Pedro 52,0 0,0632 0,0284 Garabi 89,0 0,8241 0,4816 1,0000 0,6876 Roncador 130,0 Roncador 120,5 Panambi 130,0 Panambi 120,5 Porto Mauá 130,0
G
San Pedro 52,0 0,0865 0,5666 0,5000 0,3439 Garabi 89,0 Roncador 130,0 Roncador 120,5 Panambi 130,0 Panambi 120,5 Porto Mauá 130,0
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e) Componente-síntese Base Econômica
Os resultados dos índices ambientais no componente síntese Base Econômica alcançam distintos valores dependendo da relação entre dois indicadores:
• Valor da produção Afetada Direta Anual;
• Valor da Área Agrícola Direta Afetada.
A variação dos valores de impacto neste componente síntese encontra-se em um intervalo extenso e são vários os aproveitamentos que apresentam valores próximos aos mais baixos. Entre eles se encontram:
- Roncador 120,5 m e Panambi 120,5 m, ambos aproveitamentos na Subárea Zona Alta Misiones, que compreende basicamente os departamentos de San Pedro e Guarani, na província de Misiones.
- Roncador 120,5 m e Panambi 120,5 m, ambos os aproveitamentos na Subárea Celeiro, que engloba os municípios de Tiradentes do Sul, Tenente Portela, entre outros do estado do Rio Grande do Sul.
No outro extremo se encontra o maior valor 1, que devido à metodologia adotada, representa a máxima interferência possível e que corresponde ao aproveitamento de San Pedro 52,0 m, na subárea denominada Fronteira Oeste. Os municípios envolvidos são: Uruguaiana, Alegrete, Barra do Quaraí, Itaquí, São Borja, entre outros. Os dois índices utilizados, Valor da Produção Afetada Direta Anual e Valor da Área Agrícola Direta Afetada, alcançam também a máxima expressão, 1, decorrente principalmente da importância econômica que a produção agrícola, em particular do arroz irrigado, possui nesta região Isto se traduz em um impacto alto deste aproveitamento.
San Pedro 52,0 m na Subárea Zona Ribereña vem na seqüência, com 0,2173, em um patamar bem mais baixo, entretanto, que na subárea Fronteira Oeste. Aqui se encontram os departamentos de Santo Tomé, General Alvear, San Martín e Paso de los Libres, todos da Província de Corrientes. Esta subárea esta dedicada à criação de gado bovino e à plantação de arroz.
Com um valor de 0,1368 encontra-se o aproveitamento de Garabi 89,0 m na subárea de Missões, no Rio Grande do Sul.
Em resumo, pode-se dizer que o maior impacto ocorre na subárea Fronteira Oeste, ocasionado pelo aproveitamento San Pedro 52,0 m. Os demais aproveitamentos encontram-se em um nível baixo e moderadamente baixo de impacto, sendo o maior valor o de San Pedro na zona Ribereña.
Quadro 3.2.6.2-5. Impactos Ambientais calculados po r Aproveitamento e Subárea para o Componente-síntese Base Econômica
Sub
área
s
Indicadores de Impacto Valor da Produção Anual Afetada
Valor da Área Agrícola Afetada ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,60 0,40 1,00
Alta
M
isio
nes
San Pedro 52,0
Garabi 89,0
Roncador 130,0 0,0036 0,009 0,0058
Roncador 120,5 0,0008 0,0019 0,0012
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Sub
área
s
Indicadores de Impacto Valor da Produção Anual Afetada
Valor da Área Agrícola Afetada ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,60 0,40 1,00
Panambi 130,0 0,0036 0,009 0,0058
Panambi 120,5 0,0008 0,0019 0,0012
Porto Mauá 130,0 0,0036 0,009 0,0058
Med
ia M
isio
nes
San Pedro 52,0
Garabi 89,0
Roncador 130,0 0,0451 0,1277 0,0781
Roncador 120,5 0,0284 0,0777 0,0481
Panambi 130,0 0,043 0,1212 0,0743
Panambi 120,5 0,0268 0,0729 0,0452
Porto Mauá 130,0 0,0136 0,0399 0,0241
Sul
Mis
ione
s e
Nor
te
Cor
rient
es
San Pedro 52,0
Garabi 89,0 0,059 0,1142 0,0811
Roncador 130,0 0,0016 0,0025 0,0020
Roncador 120,5 0,0014 0,002 0,0016
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Rib
erei
rinha
San Pedro 52,0 0,1538 0,3125 0,2173
Garabi 89,0
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Agu
apey
San Pedro 52,0 0,0263 0,0954 0,0539
Garabi 89,0
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Cel
eiro
San Pedro 52,0
Garabi 89,0
Roncador 130,0 0,003 0,0137 0,0073
Roncador 120,5 0,0003 0,0013 0,0007
Panambi 130,0 0,003 0,0137 0,0073
Panambi 120,5 0,0003 0,0013 0,0007
Porto Mauá 130,0 0,003 0,0137 0,0073
Fro
ntei
ra N
oroe
ste
San Pedro 52,0
Garabi 89,0
Roncador 130,0 0,0357 0,1505 0,0816
Roncador 120,5 0,0202 0,0913 0,0486
Panambi 130,0 0,0285 0,1015 0,0577
Panambi 120,5 0,0146 0,0537 0,0302
Porto Mauá 130,0 0,0106 0,0321 0,0192
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Sub
área
s
Indicadores de Impacto Valor da Produção Anual Afetada
Valor da Área Agrícola Afetada ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,60 0,40 1,00
Mis
sões
San Pedro 52,0
Garabi 89,0 0,0618 0,2493 0,1368
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
Fro
ntei
ra O
este
San Pedro 52,0 1,0000 1,0000 1,0000
Garabi 89,0
Roncador 130,0
Roncador 120,5
Panambi 130,0
Panambi 120,5
Porto Mauá 130,0
f) Componente-síntese Comunidades Indígenas e Patri mônio Arqueológico
A partir da ponderação das variáveis consideradas nesta etapa de trabalho, chegou-se a distintas pontuações que permitem hierarquizar os diferentes aproveitamentos segundo o grau de impacto sobre as terras indígenas e o patrimônio arqueológico.
Cabe mencionar que os resultados obtidos apresentam uma coerência entre a elevação das cotas e o grau de impacto sobre os elementos que compõem este Componente-síntese. No caso do patrimônio arqueológico, isto se deve ao fato de que o aumento da área alagada implica em uma quantidade maior de sítios afetados.
Por sua vez, segundo as informações trabalhadas nesta etapa de estudo, no que se refere às terras indígenas, as diferentes alternativas de aproveitamento parecem não gerar impactos diretos sobre os territórios ocupados. Mesmo assim, se buscou-se dimensionar um grau de impacto indireto relacionado com a variação do nível do rio e sua proximidade aos assentamentos indígenas. Das comunidades indígenas identificadas na província de Misiones, nove enquadraram-se no critério de distância menor do que 15 km em relação aos reservatórios. São elas: Ojo de Agua, Y Haka Miri, Pindo Ty, Ara Poty, Tamanduá, Kuri, Chafariz, Pindo Poty e Takaurukhu. Destas, as três primeiras estão relacionadas ao aproveitamento Garabi, enquanto as demais localizam-se na área de influência dos eixos Roncador, Panambi e Porto Mauá.
Os valores de impacto sobre o patrimônio arqueológico variam entre 0,0235 e 0,3223. De uma perspectiva geral, esta variação entre o valor máximo e o mínimo está diretamente relacionada à quantidade e às características dos sítios afetados em cada caso. Com exceção do aproveitamento San Pedro cota 52,0 m, os demais apresentam um grau baixo de impacto com flutuações determinadas, principalmente, pela quantidade de sítios afetados.
No caso do aproveitamento Garabi cota 89,0 m, o grau de impacto baixo (0,0594) reflete a impacto em 11 sítios arqueológicos (um sítio da categoria Caçador Coletor Pleistocênico e 10 da categoria Horticultor Guarani). Nos dois aproveitamentos com o eixo Panambi, o grau de impacto é baixo e a diferença entre a cota 120,5 m com valor 0,0341 (quatro sítios da categoria Caçador Coletor Holocênico e oito da Horticultor Guarani) e a cota 130,0 m com valor 0,0599 (seis sítios da categoria Caçador Coletor Holocênico e quinze da Horticultor Guarani) deve-se
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ao impacto de um número mais elevado de sítios na cota mais alta. O mesmo se aplica aos aproveitamentos com o eixo Roncador, onde a cota 120,5 m apresenta um valor de impacto de 0,0426 (cinco sítios da categoria Caçador Coletor Holocênico e dez da Horticultor Guarani) e a cota 130,0 m um valor de 0,0684 (sete da Categoria Caçador Coletor Holocênico e dezessete da Horticultor Guarani). Por sua vez, o aproveitamento Porto Mauá cota 130,0 m apresenta o impacto mais baixo entre todas as opções avaliadas com um valor de 0,0235 que corresponde ao impacto em oito sítios da categoria Horticultor Guarani.
Finalmente, o aproveitamento San Pedro cota 52,0 m obteve um grau de impacto moderadamente baixo, cujo valor de 0,3223 corresponde ao impacto sobre 16 sítios arqueológicos (nove da categoria Caçador Coletor Pleistocênico, um Caçador Coletor Holocênico, cinco Horticultor Guarani e um Missioneiro Jesuítico). Embora não corresponda ao aproveitamento com maior quantidade de sítios impactados, o valor mais elevado reflete o impacto sobre sítios com alto valor científico e patrimonial, como é o caso dos vestígios materiais dos primeiros caçadores coletores que ocuparam a região e as ruínas de Yapeyú que testemunham o período histórico das missões jesuíticas. Segundo os dados disponíveis, este é o único aproveitamento que afeta um sítio da categoria Jesuítico Missioneiro.
Em relação ao indicador terras indígenas, os resultados obtidos mostram que o aproveitamento San Pedro 52,0 m não afeta este indicador e que o aproveitamento de Garabi 89 m é o que mais poderá causar impactos. Os aproveitamentos Roncador 130,0 m e Panambi 130,0 m apresentam impacto moderadamente baixo. Por outro lado, os demais aproveitamentos resultam em impactos de baixa magnitude, sendo que Porto Mauá é o que causa menor impacto. É importante destacar que das comunidades consideradas, as duas mais populosas (Tamanduá e Kuri) são as que estão mais distantes do rio Uruguai.
A partir da ponderação dos indicadores, de acordo com os pesos anteriormente determinados, pode-se afirmar que os aproveitamentos avaliados apresentam baixo grau de impacto, variando os resultados entre os estratos de 0,0864 (no caso do Porto Mauá 130,0 m) e 0,1669 (no caso do Garabi 89,0 m). Em relação ao aproveitamento de San Pedro, apesar de não haver interferência sobre comunidades indígenas, o valor de 0,0967 se refere ao impacto sobre o patrimônio arqueológico.
Quadro 3.2.6.2-6. Impactos Ambientais calculados po r Aproveitamentos e Subárea para o Componente-síntese Comunidades Indígenas e Patrimôn io Arqueológico
Subárea Indicador de Impacto Patrimônio
Arqueológico Comunidades
Indígenas ISAi = ∑ (Ii x Pi)
Pesos 0,30 0,70 1,00
Única
San Pedro 52,0 0,3223 0 0,0967 Garabi 89,0 0,0594 0,2130 0,1669 Roncador 130,0 0,0684 0,1761 0,1438 Roncador 120,5 0,0426 0,1350 0,1073 Panambi 130,0 0,0599 0,1758 0,1410 Panambi 120,5 0,0341 0,1350 0,1047 Porto Mauá 130,0 0,0235 0,1133 0,0864
3.2.6.3 Síntese da Avaliação de Impactos por Aprove itamento
Este item apresenta uma síntese dos principais impactos por aproveitamento para possibilitar um melhor entendimento e facilitar a análise comparativa dos mesmos.
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Para tanto foram elaborados tabelas resumo para cada um dos aproveitamentos com alguns dos parâmetros considerados na avaliação ambiental dos impactos.
a) Aproveitamento San Pedro 52,0 m
O aproveitamento de San Pedro localiza-se no rio Uruguai a uma distância de 520 km da foz do rio. Este é o maior dos aproveitamento estudados na etapa de Estudos Preliminares e pode ser vizualizado no mapa INV.URG-GE-77-MP.2001, apresentado no Tomo 21 – Apêndice D – Estudos Ambientais. A área de reservatório é mais do que o dobro do que a de Garabi na cota 89,0 m abrangendo cerca de 198 mil ha e um comprimento total da ordem de 260,14 km.
Quadro 3.2.6.3-1. Parâmetros do Reservatório
Parâmetros San Pedro 52,0 m
Área do reservatório (ha) 198.340 Volume do Reservatório (hm3) 9.299,7 Vazão Média (m3/s) 4.249 Comprimento do Reservatório (km) 260,1 Tempo de Residência (dias) 25,3
O tempo de residência condiciona a reciclagem de nutrientes e o potencial de assimilação pelos organismos autótrofos, controlando a produção primária e secundária, o desenvolvimento de algas e macrófitas e também o grau de trofia do ambiente aquático. Para o aproveitamento San Pedro, o tempo de residência calculado é de 25,3 dias o que reflete um grau de impacto considerado moderadamente baixo.
As características das margens do rio Uruguai na região do aproveitamento determinam grandes áreas de alagamento e longos braços. No rio principal, o reservatório deve se estender por cera de 260 km, que somados aos 975,1 km de arroios comprometidos, totalizam cerca de 1.235 km de ambientes que hoje apresentam regime lótico e que passarão, com a formação do reservatório, para lêntico, o que provocará modificações na velocidade da corrente e na qualidade da água, influenciando a estrutura e a diversidade das comunidades aquáticas.
Quanto aos ambientes ecologicamente estratégicos, habitats que por suas características específicas são relevantes para a vida, reprodução e perpetuação das espécies da ictiofauna e comunidades associadas, destaca-se que serão afetados cerca de 200 mil ha, o que representa menos de 2% da área da bacia. Já os ambientes associados às ilhas sofrem um impacto significativo, sendo que estimou-se em cerca de 62% a perda desse tipo de ambiente (Quadro 3.2.6.3-2).
Quadro 3.2.6.3-2. Principais Impactos sobre os Ecos sistemas Aquáticos
Impacto San Pedro 52,0 m
Perda de Ambientes Lóticos
Extensão do Reservatório no rio principal (km)
260,1
Extensão do Reservatório nos Arroios (km) 975,1
Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 1.235.2
Perda de Ambientes
Área do reservatório (exclusive ilhas) (ha)
195.886
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Impacto San Pedro 52,0 m
Ecologicamente Estratégicos - AEE
Área Total da Bacia (ha) 11.589.614
Percentual da Área da Bacia Afetada (%)
1,70%
Perda de Ilhas Fluviais
Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos (ha)
2.454
Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado (ha) 3.932
Percentual de Área de Ilhas Afetado (%)
62%
Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
A grande área alagada contribuiu para que o aproveitamento de San Pedro, cota 52,0 m, apresente valores superiores aos de Garabi 89,0 m para quase todos indicadores de ecosistemas terrestres.
Quadro 3.2.6.3-3. Vegetação Afetada
Vegetação (ha) San Pedro 52,0 m
Vegetação de Campos Afetada (ha) 37.174 Vegetação de Florestas Afetada (ha) 19.492 Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 56.666 Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717 Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,81%
Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
A área de vegetação nativa afetada é da ordem de 57 mil ha, o que representa menos de 1% da vegetação de toda a bacia. A área de Campos cobre toda a extensão afetada do lado brasileiro, formando uma paisagem bastante antropizada e homogênea, interrompida em alguns pontos por Matas de Galeria ou Matas de Encosta.
Na margem argentina, o aproveitamento insere-se na área caracterizada por vegetação associada a solos que vão desde terrenos úmidos (humedales) a alagados, banhados. Estas áreas, ao longo do rio Aguapey, apresentam uma alta biodiversidade. Na região mais próxima do eixo, está o distrito do Ñandubay, que abrange as áreas de vegetação de espinales. Ressalta-se que o Parque Estadual do Espinilho, que protege na margem brasileira esta vegetação, não será alagado pelo aproveitamento.
Cerca de 15% da Reserva Biológica de São Donato será inundada pelo aproveitamento. Trata-se de uma unidade de Proteção Integral, com acesso restrito à pesquisa científica e educação ambiental. Da área total (4.392 ha), serão afetados cerca de 650 ha, na porção noroeste da Reserva, no limite com o rio Butuí.
As margens do rio Aguapey são consideradas uma das Áreas Importantes para a Conservação de Aves. O braço do reservatório de San Pedro, que se extende no rio Aguapey por cerca de 55km, afeta esta área. Na margem brasileira, a barra do rio Ibicuí é considerada uma área prioritária para a conservação. Também há indicativo para a criação de corredores que
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abarcariam o entorno da Reserva Biológica São Donato e do Parque Estadual do Espinilho, situado a jusante do eixo e parte do território do município de Uruguaiana. O reservatório afetaria cerca de 130 mil ha de Áreas de Interesse Ecológico Relevante.
A implantação do aproveitamento de San Pedro significará a inundação de parcelas significativas de áreas urbanas e rurais de núcleos importantes da região, as cidades de Uruguaiana e Paso de los Libres. A população urbana a ser afetada é de cerca de 13 mil pessoas e a rural da ordem de 3 mil pessoas. Também serão afetadas cerca de 168 km de vias vicinais e 54 km de estradas pavimentadas principais e secundárias, além de pontes sobre os rios Ibicuí no lado brasileiro e Aguapey no lado argentino.
Todas as áreas indígenas consideradas no estudo distam mais de 15 km da área do reservatório não sendo previstos impactos sobre estas comunidades.
Haverá interferência em 16 sítios arqueológicos (nove da categoria Caçador coletor Pleistocênico, um Caçador Coletor Holocênico, cinco Horticultor Guaraní e um Missioneiro Jesuítico) o que significa um impacto moderadamente baixo. Ainda que não seja o aproveitamento que afete o maior número de sítios, o grau de impacto reflete a interferência de sítios com alto valor científico e patrimonial, como são os vestígios materiais dos caçadores coletores que ocuparam a região e as ruínas de Yapeyú que são testemunhas do período histórico das missões jesuíticas.
b) Aproveitamento Garabi 89,0 m
O aproveitamento de Garabi 89,0 m localiza-se no rio Uruguai a uma distancia aproximada de 863 km da foz do rio. O reservatório a ser formado abrangerá uma área de 64.204 ha, com comprimento de 134 km (Quadro 3.2.6.3-4). O mapa INV.URG-GE.77-MP.2002 apresenta a localização do aproveitamento e as principais interferências.
Quadro 3.2.6.3-4. Parâmetros do Reservatório
Parâmetros Garabi 89,0 m
Área do reservatório (ha) 64.204 Volume do Reservatório (hm³) 7.304,3 Vazão Média (m³/s) 2.730 Comprimento do Reservatório (km) 134,0 Tempo de Residência (dias) 31
O reservatório, por suas características e vazão média mensal no local do eixo, apresenta um potencial de estratificação térmica nos meses de janeiro a março, ou seja, nesses meses as camadas mais profundas do reservatório tenderão a condições de anoxia, com conseqüências negativas sobre a qualidade da água. O tempo de residência é de cerca de um mês, o que determina um comportamento intermediário entre um ambiente de lago e de rio.
A extensão de cursos d’águas comprometida com a formação do reservatório é da ordem de 568 km, dos quais 134 km correspondem ao rio Uruguai. É notável a extensão de arroios que serão transformados em ambientes lênticos, assim como o percentual de áreas de ilhas que serão afetadas, 18%. Destaca-se entre os ambientes ecologicamente estratégicos afetados a foz dos rios Chimiray (Argentina) e Piratini, Ijuí e Comandaí (Brasil), utilizadas para a desova. As principais informações sobre os ecossistemas aquáticos são apresentadas no Quadro 3.2.6.3-5.
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Quadro 3.2.6.3-5. Principais Impactos sobre os Ecos sistemas Aquáticos
Impacto Garabi 89,0 m
Perda de Ambientes Lóticos
Extensão do Reservatório no rio principal (km) 134,0
Extensão do Reservatório nos Arroios (km) 433,9
Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 567,9
Perda de Ambientes Ecologicamente Estratégicos - AEE
Área do reservatório (exclusive ilhas) (ha) 63.483
Área Total da Bacia (ha) 11.589.614
Percentual da Área da Bacia Afetada (%) 0,55%
Perda de Ilhas Fluviais
Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos (ha) 721
Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado (ha) 3.932
Percentual de Área de Ilhas Afetado (%)
18%
Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
O aproveitamento de Garabi está situado na área de transição entre a formação de campos sulinos e os remanescentes de floresta mista, na margem brasileira. Do lado argentino, predominam os campos paranaenses, caracterizado por diversos tipos de comunidades definidas pelo componente edáfico, que difere localmente. Da vegetação nativa, serão afetados cerca de 44 mil ha, o que representa menos de 1% da cobertura natural identificada na bacia (Quadro 3.2.3.6-6).
Quadro 3.2.6.3-6. Vegetação Afetada
Vegetação (ha) Garabi 89,0 m
Vegetação de Campos Afetada (ha) 29.682 Vegetação de Florestas Afetada (ha) 14.724 Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 44.406 Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717 Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,64%
Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
As unidades de conservação que serão afetadas pelos aproveitamentos estudados nos estudos preliminares são apresentadas no Quadro 3.2.6.3-7. O aproveitamento de Garabi 89,0 m inundará 4,4% de áreas do Parque ruta Costera do rio Uruguay e 82% da área da Reserva Privada Santa Rosa, ambos situados na Argentina.
Quadro 3.2.6.3-7. Áreas protegidas que serão inunda das pelos diferentes aproveitamentos considerados
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País Nome Categoria Legislação
Áreas de UC a serem inundadas
pelos aproveitamentos
Aspectos relevantes
Argentina
Reserva Biósfera Yabotí
Área restringida Lei Nº 3.041/93
Roncador 130,0 m, Panambi 130,0 m e Porto Mauá 130,0 m
A Reserva da Biosfera Yabotí, localizada no norte da província de Misiones, nas margens do rio Uruguai, encontra-se separada do Parque do Turvo, no Brasil, pelos Saltos de Yucumã/Moconá. Nesta Reserva da Biosfera estão incluídos o Parque Provincial Yucumã/Moconá e a Reserva de Esmeralda que não serão afetados por nenhum dos aproveitamentos
Parque Ruta
Costera del río Uruguay
Paisagem protegida
Decreto 1373 de 7 de
novembro de 2002
Garabi 89,0 m, Roncador 130,0 m, Panambi 130,0 m,
Porto Mauá 130,0 m, Panambi
120,5 m e Roncador 120,5 m
A “Ruta Parque Costera del Río Uruguay” (“Parkway”) integra o Corredor Verde da Província de Misiones, criado anteriormente, que se estende desde o limite com a Província de Corrientes até seu final na Reserva da Biosfera de Yabotí, envolvendo uma área de 10 km de largura, de cada lado da Ruta Nº 2, até o limite com Brasil. Abrange uma área total de 360.082 ha, o que implica que o rio Uruguai está incluído na área do parque. O objetivo é preservar os atrativos naturais característicos da zona, desenvolver o turismo ecológico e agropecuário, proteger a paisagem, promover o desenvolvimento sustentável da zona e ampliar a continuidade do Corredor Verde.
Reserva Provincial
Santa Rosa
Reserva privada
Garabi 89,0 m Conservação e ecoturismo
Brasil
Parque Estadual do
Turvo Parque Decreto Nº
2.312/47
Roncador 130,0 m, Panambi 130,0 m e Porto Mauá 130,0 m
Os principais objetivos do parque são conservar os ambientes naturais e a biodiversidade, promover educação ambiental, pesquisa científica e turismo ecológico O Parque está inserido no contexto do bioma da Mata Atlântica e abriga um dos maiores fragmentos da Floresta do Alto Uruguai (Floresta Estacional Decidual) do RS. É um importante sitio para os ecossistemas terrestres e aquáticos.
Reserva Biológica de São Donato
Reserva Decreto 23798 de 12/03/75
San Pedro 52,0 m
É uma unidade de Proteção Integral, com acesso restrito para atividade de pesquisa científica e educação ambiental.
As áreas de interesse ecológico relevante afetadas somam quase 30 mil ha, ou seja, 0,5% do total identificado para a bacia. Na região do eixo de Garabi, encontra-se delimitada uma área prioritária para conservação PROBIO (Pampas), devido à presença de espécie endêmica, o pau-ferro (Caesalpinia ferrea) e a provável ocorrência do rato-do-mato (Kunsia tomentosus),
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maior cricetídeo do mundo, coletado em 1830 e depois nunca mais encontrado no RS. No lado brasileiro, além dessa área, serão afetadas trechos das margens do rio Uruguai e do rio Ijuí, onde existe o indicativo para a composição de um corredor que chegue até o rio Turvo. No lado argentino, deverão ser afetadas as AICAs C.Martires-Barra S.Maria, Azara e Barra Concepción.
A implantação do aproveitamento de Garabi na cota 89,0m implicará a inundação de parcelas significativas de áreas urbanas e rurais dos núcleos de Garruchos (ARG) e Garruchos(BR) e também dos núcleos de Azara, San Javier, Itaucaruaré e Porto Xavier. A população urbana a ser afetada é de cerca de 2,1 mil pessoas e a rural, da ordem de 3,8 mil pessoas. A afectação urbana corresponde à área do reservatório e à faixa de proteção. No caso de Garruchos (Arg.) e Garruchos (Bra.), o reassentamento de população deverá adicionar 800 habitantes por superar-se 50% de população afetada. Também serão afetadas 86 km de vias pavimentadas principais, secundárias e vicinais.
A pecuária, principal atividade econômica a ser afetada pela implantação do aproveitamento, tem cerca de 90% das áreas de pastagem localizadas na subárea Zona Sul Misiones e Norte Corrientes e na subárea Missões. Além da pecuária, também deverão ser afetadas algumas áreas de produção de soja, arroz e áreas com reflorestamento.
Seis das nove áreas indígenas consideradas no estudo distam mais de 15 km da área do reservatório e três se encontram a uma distância que varia de 4,7 a 6,6 km (Comunidades Ojo de Água, Pindo Ty e Y Haka Miri). Serão afetados 10 sítios arqueológicos do tipo Horticultor Guarani e um do tipo Caçador Coletor Pleistocênico.
c) Aproveitamento Roncador 130,0 m
O aproveitamento de Roncador 130,0 m localiza-se no rio Uruguai a uma distancia de cerca de 1.000 km da foz do rio. O futuro reservatório deverá ter comprimento de 200 Km e volume de 5.894,2 hm³ (Quadro 3.2.6.3-8), conformando uma área de cerca de 40 mil ha, de acordo ao que pode ser visto no mapa INV.URG-GE.77-MP.2003.
Quadro 3.2.6.3-8. Parâmetros do Reservatório
Parâmetros Roncador 130,0 m
Área do reservatório (ha) 39.763 Volume do Reservatório (hm3) 5.894,2 Vazão Média (m3/s) 2.315 Comprimento do Reservatório (km) 200,2 Tempo de Residência (dias) 29,5
De acordo com o número de Froude calculado, nos meses de janeiro e março existe o risco de estratificação térmica do reservatório. O tempo de residência calculado é ligeiramente inferior a 30 dias, o que caracteriza o reservatório como um ambiente de comportamente intermediário entre lago e de rio.
No rio Uruguai, o reservatório se estenderá por cerca da 200km, metade da extensão que o reservatório terá nos arroios.
Em termos de ambientes ecologicamente estratégicos, a perda ocasionada por este empreendimento é proporcional ao seu tamanho, sendo que os braços do reservatório irão
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estender-se por diversos arroios utilizados como refúgio e alimentação de peixes, tais como os arroios Ramón, Acaraguá, Alegre, Pindaiti e Saltiño, na Argentina. No Brasil, destacam-se o lajeado Bugre e os rios Santa Rosa e Santo Cristo. O trecho do rio Uruguai onde este aproveitamento não apresenta muitas ilhas, o que diminui as áreas afetadas para 4% do total de áreas de ilhas no rio (Quadro 3.2.6.3-9).
Quadro 3.2.6.3-9. Principais Impactos sobre os Ecos sistemas Aquáticos
Impacto Roncador 130,0 m
Perda de Ambientes Lóticos
Extensão do Reservatório no rio principal (km) 200,2
Extensão do Reservatório nos Arroios (km) 356,6
Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 656,8
Perda de Ambientes Ecologicamente Estratégicos - AEE
Área do reservatório (exclusive ilhas) (ha) 39.592
Área Total da Bacia (ha) 11.589.614
Percentual da Área da Bacia Afetada (%) 0,34%
Perda de Ilhas Fluviais
Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos (ha)
171
Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado (ha) 3.932
Percentual de Área de Ilhas Afetado (%)
4%
Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
O aproveitamento está inserido em ambiente de Floresta Mista, sendo que, do lado brasileiro, a vegetação está alterada pela ocupação intensa da área e, do lado argentino, existem maiores extensões ainda preservada. O total de vegetação nativa afetada é da ordem de 24 mil ha, que representam apenas 0,34% da vegetação de toda a bacia.
Quadro 3.2.6.3-10. Vegetação Afetada
Vegetação (ha) Roncador 130,0 m
Vegetação de Campos Afetada (ha) 9.520 Vegetação de Florestas Afetada (ha) 14.346 Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 23.866 Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717 Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,34%
Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
Este aproveitamento deve inundar áreas do Parque Ruta Costera do rio Uruguay, da reserva de Biosfera Yabotí, na Argentina, além de uma pequena porção do Parque Estadual do Turvo, conforme apresentado anteriormente no Quadro 3.2.6.3-10 e 3.2.6.3-7. Em relação ao Parque Estadual do Turvo, dadas as características topográficas do rio Uruguai nessa área, a inundação, considerando a cota 130,0 m, é da ordem de 60 ha, uma vez que a declividade
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dessa área é muito alta. No tocante à inundação de áreas protegidas, a cota 120,5 m não afeta o Parque do Turvo, área de proteção integral, nem a Reserva da Biosfera Yaboti.
O Parque do Turvo é uma unidade de proteção integral e esta categoria tem o objetivo de preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com algumas exceções. Os parques nacionais são áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais e objeto de preservação permanente, submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo. Destinados a fins científicos, culturais, educativos e recreativos, os parques têm como objetivo a preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem.
Serão afetados cerca de 15.435 ha de Áreas de Relevante Interesse Ecológico, que correspondem às margens do rio Uruguai, que formariam um corredor entre os rios Ijuí e o Turvo. Nesta área foram identificadas oportunidades relacionadas a educação ambiental, pesquisa científica e ecoturismo, além da existência de locais de beleza cênica.
A implantação do aproveitamento de Roncador na cota 130,0 m implicará a inundação de áreas urbanas dos núcleos de Alba Posse, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Panambi, afetando cerca de 2,5 mil pessoas distribuídas em várias localidades. Na área rural serão afetadas 6,7 mil pessoas. Também serão afetadas cerca de 150 km de vias pavimentadas principais e secundárias e também vicinais.
No caso de Roncador 130,0 m, mais de 50% das cidades de Alba Posse, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Panambi serão impactadas e portanto, as cidade terão que ser relocadas.
A Figura 3.2.6.3-1 apresenta as áreas urbanas afetadas de Alba Posse pelos empreendimentos Roncador 130,0 m e Panambi 130,0 m. A área cor verde claro da figura representa a faixa de proteção de 100 m. A afetação no caso de Porto Mauá pode ser vista mais adiante na Figura 3.2.6.3-3.
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Figura 3.2.6.3-1. Cidade de Alba Posse (ARG) – Rese rvatório NA 130,0 m e faixa de 100 m
Em relação ao patrimônio arqueológico, os aproveitamentos com o eixo Roncador têm um baixo grau de impacto. A diferença entre a cota 120,5 m (cinco sítios da categoria Caçador Coletor Holocênico e dez de Horticultor Guarani) e a cota 130,0 m (sete sítios da categoria Caçador Coletor Holocênico e 17 de Horticultor Guarani) deve-se a interferência num número maior de sítios na cota mais alta.
Em relação às terras indígenas, o aproveitamento Roncador 130,0 m e Panambi 130,0 m são os que apresentam um grau de impacto considerado médio baixo uma vez que somente 3 (Ojo de Água, Y Haka Miri e Pino Poty) das nove comunidades indígenas consideradas na avaliação de impactos distam mais de 15 km do local do barramento.
d) Aproveitamento Roncador 120,5 m
Trata-se do mesmo eixo do aproveitamento Roncador 130,0m, porém com um reservatório menor, de cerca de 25 mil ha (contra quase 40 mil ha, do reservatório na cota alta). No mapa INV.URG-GE.77-MP.2003 podem ser vizualizados os dois aproveitamentos do eixo Roncador. Na cota mais baixa, o comprimento do reservatório é de 144 km e o volume é de 2.766 hm³ (Quadro 3.2.6.3-11).
Quadro 3.2.6.3-11. Parâmetros do Reservatório
Parâmetros Roncador 120,5 m
Área do reservatório (ha) 25.317 Volume do Reservatório (m³) 2.766,1 Vazão Média (m³/s) 2.315 Comprimento do Reservatório (km) 144,1 Tempo de Residência (dias) 13,8
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O tempo de residência menor que duas semanas sugere um baixo impacto, já que o reservatório, sob este aspecto, deverá apresentar comportamento próximo ao dos rios, com fluxo contínuo e rápido.
Quadro 3.2.6.3-12. Principais Impactos sobre os Eco ssistemas Aquáticos
Impacto Roncador 120,5 m
Perda de Ambientes Lóticos
Extensão do Reservatório no rio principal (km) 144,1
Extensão do Reservatório nos Arroios (km) 220,7
Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 364,80
Perda de Ambientes Ecologicamente Estratégicos - AEE
Área de reservatório (exclusive ilhas) (ha) 25.184
Área Total da Bacia (ha) 11.589.614
Percentual da Área da Bacia Afetada (%) 0,22%
Perda de Ilhas Fluviais
Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos (ha) 133
Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado (ha) 3.932
Percentual de Área de Ilhas Afetado (%) 3%
Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
Em termos dos ecossistemas aquáticos, os impactos são semelhantes aos do aproveitamento Roncador 130,0 m, porém em proporção menor (Quadro 3.2.6.3-12). O mesmo ocorre com a perda de vegetação, conforme apresentado no Quadro a seguir.
Quadro 3.2.6.3-13. Vegetação Afetada
Vegetação (ha) Roncador 120,5 m
Vegetação de Campos Afetada (ha) 5.769 Vegetação de Florestas Afetada (ha) 8.295 Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 14.064 Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717 Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,20%
Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
Em relação às Unidades de Conservação, merece destaque, conforme expressado anteriormente, que o aproveitamento na cota 120,5 m não inunda áreas do Parque Estadual do Turvo nem da reserva da Biosfera Yabotí.
A implantação do aproveitamento de Roncador na cota 120,5 m implicará a inundação de parcelas de áreas urbanas dos núcleos de Alba Posse, Porto Mauá, Porto Vera Cruz e
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Panambi, afetando cerca de 2 mil pessoas. Nas áreas rurais, serão afetadas cerca de 4,2 mil pessoas, distribuídas em vários municípios. Também serão afetadas cerca de 93 km de vias pavimentadas principais e secundárias, além de vicinais.
A Figura 3.2.6.3-2 apresenta as áreas afetadas na cidade de Alba Posse para os aproveitamentos na cota 120,5 m.
Figura 3.2.6.3-2. Cidade de Alba Posse (ARG) - Rese rvatório NA 120,5 m e faixa de 100 m
e) Aproveitamento Panambi 130,0 m
O eixo do aproveitamento de Panambi está localizado cerca de 14 km a montante do eixo de Roncador, conforme pode ser visto no mapa INV.URG-GE.77-MP.2004. Com uma área de cerca de 33 mil ha, o aproveitamento Panambi 130,0 m estende-se por 186 km e apresenta um volume da ordem de 4,3 mil hm3, de acordo com o apresentado no quadro a seguir.
Quadro 3.2.6.3-14. Parâmetros do Reservatório
Parâmetros Panambi 130,0 m
Área do reservatório (ha) 32.763 Volume do Reservatório (hm3) 4.365,6 Vazão Média (m3/s) 2.306 Comprimento do Reservatório (km) 186,0 Tempo de Residência (dias) 21,9
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O tempo de residência deste aproveitamento é de 22 dias, o que o caracteriza como de comportamente intermediário entre rio e lago. Em termos de perda de ambientes lóticos, de ambientes ecologicamente estratégicos para os ecossistemas aquáticos e de ilhas fluviais, este aproveitamento apresenta os mesmos impactos que Roncador 130,0 m, porém em menor escala, fato decorrente do deslocamento do eixo para montante. Destaca-se que o lajeado Bugre, rio na margem brasileira utilizado como refúgio e alimentação de peixes, está localizado no trecho que não será afetado pelo aproveitamento de Panambi.
Quadro 3.2.6.3-15. Principais Impactos sobre os Eco ssistemas Aquáticos
Impacto Panambi 130,0 m
Perda de Ambientes Lóticos
Extensão do Reservatório no rio principal (km) 186,0
Extensão do Reservatório nos Arroios (km) 301,7
Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 552,4
Perda de Ambientes Ecologicamente Estratégicos - AEE
Área doreservatório (exclusive ilhas) (ha) 32666
Área Total da Bacia (ha) 11.589.614
Percentual da Área da Bacia Afetada (%) 0,28%
Perda de Ilhas Fluviais
Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos (ha)
97
Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado (ha) 3.932
Percentual de Área de Ilhas Afetado (%) 2%
Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
No caso dos ecossistemas terrestres, em geral o impacto do Panambi também se dá em menor proporção que o do aproveitamento Roncador. É o que pode ser visto no quadro a seguir.
Quadro 3.2.6.3-16. Vegetação Afetada
Vegetação (ha) Panambi 130,0 m
Vegetação de Campos Afetada (ha) 5.625 Vegetação de Florestas Afetada (ha) 13.116 Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 18.741 Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717 Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,27%
Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
No caso das Unidades de Conservação, entretanto, destaca-se que o impacto sobre o Parque Estadual do Turvo e sobre a Reserva de Biosfera Yabotí é o mesmo do aproveitamento Roncador na cota 130,0 m, ou seja, são afetadas cerca de 60 ha, no caso da unidade brasileira, e 34 ha, no caso da argentina.
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Página: 226/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
O aproveitamento Panambi, seja na cota 130,0 m ou na cota 120,5 m, afetaria as cidades de Alba Posse e Porto Mauá, também impactadas pelas duas cotas de Roncador. Entretanto, à diferença do Roncador, o eixo Panambi não afeta as cidades de Porto Vera Cruz (no Brasil) e Panambi (na Argentina). O total de população urbana afetada é de 1,3 mil pessoas e cerca de 5,4 mil pessoas na área rural. Como na população urbana se supera 50% de afetação, a população a reassentar é incrementada em 100 habitantes.
A Figura 3.2.6.3-3 permite observar a área afetada e a faixa de proteção em Porto Mauá para cota 130,0 m.
Figura 3.2.6.3-3. Cidade de Porto Mauá (BRA) e Rese rvatório NA 130,0 m e faixa de 30 m.
Nos aproveitamentos com o eixo Panambi, o grau de impacto sobre o Patrimônio Arqueológico é baixo e a diferença entre a cota 120,5 m (quatro sítios da categoria Caçador Coletor Holocénico e oito de Horticultor Guaraní) e a cota 130,0 m (seis sítios da categoria Caçador Coletor Holocênico e quinze de Horticultor Guarani) deve-se somente a diferença entre o número de sítios afetados. Apenas 3 (Ojo de Água, Y Haka Miri e Pino Poty) das 9 comunidades índigenas consideradas para a avaliação de impactos estão localizadas localizadas a mais de 15 km do aproveitamento. Este impacto foi considerado como moderadamente baixo.
e) Aproveitamento Panambi 120,5 m
Trata-se de um aproveitamento de Panambi em cota mais baixa, com reservatório de cerca de 20 mil ha (contra 33 mil ha, no cota mais alta). O mapa INV.URG-GE-77-MP.2004 apresenta ambas as cotas estudadas no eixo Panambi. Para a cota 120,5 m o comprimento do reservatório será de 130km e o volume, 1.838 hm3 (Quadro 3.2.6.3-17).
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Página: 227/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
Quadro 3.2.6.3-17. Parâmetros do Reservatório
Parâmetros Panambi 120,5 m
Área do reservatório (ha) 19.634 Volume do Reservatório (hm³) 1.838,49 Vazão Média (m³/s) 2.306 Comprimento do Reservatório (km) 130,0 Tempo de Residência (dias) 9,2
O tempo de residência é baixo, 9 dias, o que sugere que o reservatório terá características semelhantes ao de um rio, com alta taxa de renovação da água, associada comumente à alta turbulência.
Em relação aos demais indicadores de ecossistemas aquáticos, as alterações são similares às do aproveitamento Panambi, na cota 130,0 m, ou mesmo dos aproveitamentos de Roncador, expressando-se, porém, em menor escala. O quadro a seguir apresenta as principais características em relação a perda de ambientes lóticos, de ambientes ecologicamente estratégicos e de ilhas fluviais.
Quadro 3.2.6.3-18. Principais Impactos sobre os Eco ssistemas Aquáticos
Impacto Panambi 120,5 m
Perda de Ambientes Lóticos
Extensão do Reservatório no rio principal (km) 130,0
Extensão do Reservatório nos Arroios (km) 175,0
Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 305,0
Perda de Ambientes Ecologicamente Estratégicos - AEE
Área do reservatório (exclusive ilhas) (ha) 19.574
Área Total da Bacia (ha) 11.589.614
Percentual da Área da Bacia Afetada (%) 0,17%
Perda de Ilhas Fluviais
Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos (ha) 60
Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado (ha) 3.932
Percentual de Área de Ilhas Afetado (%) 2%
Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
O mesmo ocorre com o impacto sobre os ecossistemas terrestres. A área de vegetação afetada pode ser vista do Quadro 3.2.6.3-19. Dentre as unidades de conservação, o aproveitamento de Panambi 120,5 m inunda áreas somente do Parque Ruta Costera do rio Uruguay.
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Página: 228/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
Quadro 3.2.6.3-19. Vegetação Afetada
Vegetação (ha) Panambi 120,5 m
Vegetação de Campos Afetada (ha) 2.836 Vegetação de Florestas Afetada (ha) 7.324 Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 10.160 Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717 Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,15%
Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
O aproveitamento Panambi, seja na cota 130,0 ou na cota 120,5 m, afetaria apenas as cidades de Alba Posse e Porto Mauá. Na cota mais baixa, a população urbana afetada é de cerca de 800 habitantes; a rural soma 3,2 mil habitantes.
A Figura 3.2.6.3-4 apresenta apresenta as áreas a serem afetadas em Porto Mauá na cota mais baixa.
Figura 3.2.6.3-4. Cidade de Porto Mauá (BRA) e Rese rvatório NA 120,5 m e faixa de 30 m
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Página: 229/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
f) Aproveitamento Porto Mauá 130,0 m
O eixo do aproveitamento Porto Mauá está localizado cerca de 56 km a montante do eixo Roncador, conforme pode ser visto no mapa INV.URG-GE.77-MP.2005. Trata-se do menor reservatório dentre os estudados, com cerca de 15 mil ha. Também é o menor em volume, 1.485 hm³, de acordo com o apresentado no quadro a seguir.
Quadro 3.2.6.3-20. Parâmetros do Reservatório
Parâmetros Porto Mauá 130,0 m
Área do reservatório (ha) 15.162 Volume do Reservatório (hm3) 1.485,4 Vazão Média (m3/s) 2.195 Comprimento do Reservatório (km) 144,0 Tempo de Residência (dias) 7,8
O tempo de residência é também o menor aqui avaliado, 8 dias, assim como os demais impactos sobre os ecossistemas aquáticos (Quadro 3.2.6.3-21). O deslocamento do eixo, de Panambi para Porto Mauá, significa que os arroios argentinos Ramón, Acaraguá e Alegre e os rios brasileiros Santo Cristo e Santa Rosa, não serão afetados pelo aproveitamento Porto Mauá.
Quadro 3.2.6.3-21. Principais Impactos sobre os Eco ssistemas Aquáticos
Impacto Porto Mauá 130,0 m
Perda de Ambientes Lóticos
Extensão do Reservatório no rio principal (km) 144,0
Extensão do Reservatório nos Arroios (km) 115,7
Extensão Total de Cursos d'água Afetados pelos Aproveitamentos (km) 259,7
Perda de Ambientes Ecologicamente Estratégicos - AEE
Área do reservatório (exclusive ilhas) (ha) 15.091
Área Total da Bacia (ha) 11.589.614
Percentual da Área da Bacia Afetada (%) 0,13%
Perda de Ilhas Fluviais
Área de Ilhas Afetadas pelos Aproveitamentos (ha) 71
Total de Áreas de Ilhas no rio Uruguai no trecho estudado (ha) 3.932
Percentual de Área de Ilhas Afetado (%) 2%
Fonte: Planimetrias feita a partir da Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e do Mapa da Rede Hídrica (IGM e IBGE); Áreas de Desova, de Migração, Refúgio e Alimentação (compilação de informações apresentadas no Diagnóstico Socioambiental deste estudo, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e o Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
A área de vegetação nativa afetada pelo aproveitamento Porto Mauá é de pouco mais de 7 mil ha, o que representa 0,15% de toda a bacia (Quadro 3.2.6.3-21). Em que pese seu reduzido tamanho, este aproveitamento deverá inundar as unidades de conservação Parque Estadual
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Página: 230/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
do Turvo e Reserva da Biosfera Yabotí, conforme apresentado anteriormente, no quadro Quadro 3.2.6.3-22.
Quadro 3.2.6.3-22. Vegetação Afetada
Vegetação (ha) Porto Mauá 130,0m
Vegetação de Campos Afetada (ha) 1.558 Vegetação de Florestas Afetada (ha) 5.617 Total de Vegetação Nativa Afetada (ha) 7.175 Total de Vegetação Nativa na Bacia (ha) 6.958.717 Percentual de Vegetação Nativa Afetada (%) 0,10%
Fonte: Planimetria feita a partir do Mapa de Uso do Solo da Área de Estudo (CNEC-ESIN-PROA, jan-2010) e Área Afetada (cotas de reservatórios, CNEC-ESIN-PROA, jan-2010).
Este aproveitamento não deve afetar população urbana. A população rural afetada foi estimada em 2,2 mil habitantes.
Dentre os aproveitamentos considerados nesta etapa dos estudos, o de Porto Mauá na cota 130,0 m apresenta o menor impacto relativo ao patrimônio arqueológico, correspondendo à interferência em oito sítios da categoria Horticultor Guarani. O impacto sobre áreas indígenas é baixo, sendo que 4 (Ara Poty, Kuri, Chafariz e Takuarukhu) das nove áreas consideradas na avaliação de impactos encontram-se a uma distância inferior a 15 Km.
3.2.7 Comparação e Seleção de Alternativas
A seleção das alternativas cujos estudos serão aprofundados na etapa de Estudos Finais é feita dentro de uma abordagem multiobjetivo, tendo como critério básico a maximização da eficiência econômico-energética em conjunto com a minimização dos impactos ambientais.
A eficiência econômico-energética dos projetos e alternativas é avaliada a partir de seus índices de custo/benefício energético, enquanto que os impactos ambientais são avaliados e traduzidos em índices ambientais, segundo o mesmo procedimento apresentado no item 3.1.7. De qualquer forma os procedimentos são repetidos a seguir para garantir a unidade dessa comparação.
3.2.7.1 Índice Custo Benefício Energético
As análises e comparações energético-econômicas dos aproveitamentos, assim como da alternativa como um todo, foram realizadas conforme os critérios do Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007), tendo em vista que todos os aproveitamentos de uma alternativa devem ser economicamente viáveis, de forma que se eliminem os projetos que apresentem o ICB acima do CUR.
O valor do CUR foi calculado através da seguinte expressão:
CUR = CRE + CRP/(8,76*Fk)
Onde:
CUR = Custo unitário de referência, em US$/MWh;
CRE = Custo unitário de referência da energia, em US$/MWh;
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CRP = Custo unitário de referência de ponta, em US$/kW/ano; e
Fk = Fator de capacidade (0,55).
O custo unitário de referência da energia (CRE) foi calculado considerando que a energia alternativa mais econômica no longo prazo seria a obtida através de uma central térmica a gás natural de ciclo combinado. Para um valor de gás natural de 10 US$/106BTU e um custo de operação e manutenção de 7,85 US$/MWh, resulta um custo unitário de referência da energia de 67,85 US$/MWh.
Já o custo de referência de ponta (CRP) foi calculado considerando que opção alternativa para ponta mais econômica no longo prazo seria a implantação de uma turbina a gás, cujo custo é da ordem 450 US$/kW e uma vida útil de 20 anos, mais custos de operação e manutenção da ordem de 15 US$/kW/ano, resultando num valor de 75,26 US$/kW/ano.
Com base nesses valores, obteve-se um custo unitário de referência (CUR) de 83,47 US$/MWh.
Assim, para avaliar a competitividade dos aproveitamentos, foi calculada a energia firme em última adição, no qual o acréscimo de energia firme propiciado pela adição da usina considera todos os demais aproveitamentos da alternativa como já construídos, para cada um dos aproveitamentos.
O índice custo/benefício energético de cada aproveitamento é definido como a razão entre o seu custo total anual e o seu benefício energético, conforme expresso pela seguinte equação:
ICB = CT / 8760 * ∆Ef
Onde:
ICB = Índice custo/benefício energético do aproveitamento, em US$ / MWh;
CT = Custo total anual do aproveitamento, em US$; e,
∆Ef = Acréscimo de energia firme propiciado pela adição da usina, em MW médios, considerando-se os demais aproveitamentos da alternativa já construídos.
O custo total anual CT de cada aproveitamento é calculado pela seguinte expressão:
CT = C x FRC + Pi x CO&M
Onde:
C = Custo do aproveitamento, em US$, incluindo juros durante a construção;
CO&M = Custo anual de operação e manutenção de usinas hidrelétricas, em
US$/kW/ano. Tais custos foram determinados aplicando-se as seguintes fórmulas (já referidos a dezembro de 2008, data de referência dos orçamentos):
CO&M = 42,937 *(Potência) -0,3716
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FRC = Fator de recuperação de capital, ao longo da vida econômica útil do aproveitamento, segundo a taxa de desconto adotada, definido pela seguinte expressão:
FRC = j x (1 + j)z / ((1 + j)z – 1)
Onde:
j = Taxa anual de desconto, adotada nos estudos, igual a 12%;
z = Vida econômica útil do aproveitamento, considerada nas análises igual a 50 anos; e,
Pi = Potência Instalada do aproveitamento i, em MW.
Inicialmente, foram determinados os custos de operação e manutenção de cada aproveitamento, apresentados no Quadro 3.2.7.1-1.
Quadro 3.2.7.1-1. Custo de Operação e Manutenção do s Aproveitamentos.
APROVEITAMENTO POTÊNCIA (MW) CO&M (US$ / kW/ ano)
San Pedro 52,0 m 728 3,71
Garabi – 89,0 m 1.137 3,14
Roncador – 130,0 m 1.002 3,29
Roncador – 120,5 m 857 3,49
Panambi – 130,0 m 985 3,31
Panambi – 120,5 m 753 3,66
Porto Mauá – 130,0 m 653 3,86 Tendo em conta as alternativas de divisão de queda, os valores das potências instaladas e dos ganhos de energia firme em cada um dos aproveitamentos para cada uma das alternativas consideradas, e os custos totais dos aproveitamentos, foi possível determinar o Índice Custo-Benefício Energético de cada um dos aproveitamentos para cada alternativa de divisão de queda considerada, conforme mostrado no Quadro 3.2.7.1-2.
Quadro 3.2.7.1-2. Índice Custo-Benefício Energético em Última Adição dos Aproveitamentos.
ALTERNATIVA
ICB (US$/MWh) San
Pedro 52,0 m
Garabi 89,0 m
Roncador 130,0 m
Roncador 120,5 m
Panambi 130,0 m
Panambi 120,5 m
Porto Mauá
130,0 m PREL-3 136,01 55,90 55,90 PREL-4 134,45 59,87 53,99 PREL-5 130,98 60,22 71,21 PREL-6 130,55 60,22 65,02 PREL-7 131,08 60,22 68,97
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Página: 233/680 Revisão: 4 Data: 05/07/10
Considerando que todos os aproveitamentos de uma alternativa devem ser economicamente vantajosos, torna-se necessária a eliminação dos aproveitamentos não competitivos. Como a eliminação de um aproveitamento numa alternativa provoca alterações nos índices custo/benefício energético dos outros aproveitamentos, o processo de eliminação deve ser iterativo, garantindo que somente os aproveitamentos economicamente competitivos em última adição fizessem parte das alternativas.
Para tanto realiza-se uma análise comparativa do Índice Custo/Benefício Energético de cada aproveitamento (ICB), com o custo unitário de referência CUR. Conforme recomendado no Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas (CEPEL, 2007), o aproveitamento só é considerado economicamente competitivo se o seu Índice Custo-Benefício Energético for menor que o Custo Unitário de Referência (CUR).
O caso do aproveitamento San Pedro foi objeto de uma análise cuidadosa, uma vez que seu custo de energia resultou da ordem de 130 US$/MWh, 60% superior ao valor do CUR adotado de 83,47 US$/MWh.
Não obstante os valores mencionados mostrem comprometida a sua viabilidade técnico-econômica, foi realizada uma avaliação expedita deste aproveitamento com o reservatório em cotas mais baixas.
Para a passagem da cheia decamilenar pelo Aproveitamento San Pedro a curva de descarga indica que nas condições naturais o nível d’água alcançaria a cota 47,94 m. Mantendo o critério anterior de uma diferença de pelo menos 3 m, o nível mínimo do reservatório seria 51,5 m. Para a presente análise a diferença foi reduzida a 2 m, de forma que a cota mínima para o reservatório seria 50,0 m.
Essa cota 50,0 m significa uma redução da área do reservatório de 1.983 km2 para 1.486 km2, ou seja, da ordem de 25%. Implica também uma redução na potência instalada de 728 MW para 632 MW, e da energia correspondente.
Apesar da redução de potência, o número de unidades geradoras aumentaria de 10 para 12, e o vertedouro, devido à importante redução do coeficiente de descarga, passaria de 29 comportas de 18 m de altura a 43 comportas de 16 m de altura.
A redução de 25% da área do reservatório diminui os custos de desapropriações, relocações, obras civis e equipamentos, de forma que o custo do aproveitamento diminui de US$ 3.429 milhões a US$ 2.851 milhões, ou seja, uma redução de 16,8% no custo da obra e de 13,2% na energia. Apesar desta redução, o custo da energia resulta superior ao CUR em 50%.
Como mencionado anteriormente, o aproveitamento San Pedro não resulta viável economicamente neste estudo de inventário e, portanto a análise das alternativas prosseguiu sem esse aproveitamento.
Isso não significa que eventuais mudanças na situação futura do mercado energético não possam justificar a sua inclusão no sistema, levando em conta que não há uma restrição técnica para a sua construção, na medida em que se considerem as questões ambientais no momento dessa análise.
Como cada alternativa de divisão de quedas pode proporcionar ao sistema de referência um acréscimo de energia firme diferente, a comparação das alternativas requer uma homogeneização desses valores. Isso é obtido complementando a produção associada às
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alternativas com menor aumento de energia firme até o valor da alternativa com maior aumento de energia firme, pelo custo unitário de referência.
Desta forma, o Índice Custo/Benefício Energético de cada alternativa é dado pela seguinte expressão:
*8760
)*(8760
Ef
EfEfCURCTICB aa
×−××+
=
Onde:
• ICBa = índice custo/benefício energético da alternativa a, em R$/MWh;
• CTa = Custo total anual da alternativa a, após a eliminação de todos os aproveitamentos não econômicos, em R$;
• CUR = Custo unitário de referência, em R$ / MWh;
• Ef* = Acréscimo de energia firme fornecido pela alternativa com maior produção no conjunto das analisadas, em MW médios;
• Efa = Acréscimo de energia firme fornecido pela alternativa a, em MW médios.
Os resultados são apresentados no Quadro 3.2.7.1-3.
Quadro 3.2.7.1-3. Índice Custo-Benefício Energético das Alternativas.
Alternativa Custo total anual
(US$)
Ef*
(MWmédios)
Efa
(MWmédios)
ICB
(US$/MWh)
Alternativa Prel-3 572.641.474 1.169,5 1.169,50 55,90
Alternativa Prel-4 558.518.165 1.169,5 1.116,05 58,33
Alternativa Prel-5 514.322.351 1.169,5 915,93 68,30
Alternativa Prel-6 559.471.895 1.169,5 1.026,00 64,85
Alternativa Prel-7 540.641.597 1.169,5 970,01 67,01
Adicionalmente, para contemplar as particularidades do sistema elétrico argentino, onde a participação térmica na matriz é mais importante, foi considerada também na equalização das alternativas a energia secundária, aqui definida como a diferença entre a energia média e a energia firme no trecho em estudo, ou seja, considerou-se a energia média apenas do trecho binacional. Para tanto, foram utilizados os resultados da simulação realizada para o todo o período de vazões disponíveis, 1931 a 2007. Os resultados são apresentados no Quadro 3.2.7.1-4.
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Quadro 3.2.7.1-4. Equalização das Alternativas a En ergia Secundária.
ALTERNATIVA ENERGIA
FIRME
(MWmédios)
ENERGIA MÉDIA
(MWmédios)
ENERGIA SECUNDÁRIA
(MWmédios)
DELTA ENERGIA
SECUNDÁRIA
(MWmédios)
Alternativa Prel-3 1.185,0 1.298,5 113,5 16,5
Alternativa Prel-4 1.164,0 1.292,4 128,4 1,6
Alternativa Prel-5 972,3 1.086,5 114,2 15,8
Alternativa Prel-6 1.086,8 1.216,8 130,0 0,0
Alternativa Prel-7 1.028,8 1.151,3 122,5 7,5
O índice Custo-Benefício Energético de cada alternativa foi então estimado com base em uma homogeneização dos valores da energia firme e de energia secundária promovidos em cada uma. Isto foi feito complementando-se a produção associada às alternativas com menor ganho de energia firme e de energia secundária, até o maior valor dentre todos, ao custo unitário de referência para a energia firme e ao custo de referencia da energia secundária para a diferença entre a energia média e a firme, avaliada pela seguinte expressão:
*8760
)*(8760)*(8760
Ef
EmEmCREEfEfCURCTICB aaa
×−××+−××+
=
Onde:
ICB = Índice Custo/Benefício Energético da alternativa, em US$ / MWh;
CTa = Custo total anual da alternativa, após a eliminação de todos os aproveitamentos não econômicos, em US$;
CUR = Custo unitário de referência, 81,47 US$ / MWh;
Ef* = Acréscimo de Energia Firme fornecido pela alternativa com maior produção no conjunto das analisadas, em MW médios;
Efa = Acréscimo de Energia Firme fornecido pela alternativa, em MW médios;
CRE = Custo unitário de referência da energia, 67,85 US$ / MWh;
Em* = Somatório de Energia Média fornecido pela alternativa com maior produção no conjunto das analisadas, em MW médios; e
Ema = Somatório de Energia Média fornecido pela alternativa, em MW médios.
Os resultados são apresentados no Quadro 3.2.7.1-5, onde foi considerado o valor de 67,85 US$/MWh para o custo unitário de referência da energia, como apresentado anteriormente.
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Quadro 3.2.7.1-5. Índice custo benefício energético considerando a energia secundária
Alternativa ICB – apenas Energia Firme (US$/MWh)
ICB – Energia Firme e Energia Secundária (US$/MWh)
Alternativa Prel-3 55,90 56,85 Alternativa Prel-4 58,33 58,42 Alternativa Prel-5 68,30 69,22 Alternativa Prel-6 64,85 64,85 Alternativa Prel-7 67,01 67,45
3.2.7.2 Índice Ambiental
A partir da avaliação dos aproveitamentos apresentada no Item 3.2.6, foi calculado o índice ambiental das alternativas por componente-síntese - IAC, considerando os impactos conjuntos dos aproveitamentos que compõem cada uma das alternativas em estudo. Os resultados obtidos são apresentados no Quadro 3.2.7.2-1.
Quadro 3.2.7.2-1. Índice Ambiental das Alternativas por Componente-síntese
Alternativa Ecossistemas Aquáticos
Ecossistemas Terrestres
Modos de Vida
Organização Territorial
Base Econômica
Com. Indígenas e
Pat. Arqueológico
IA
Pesos 0,25 0,2 0,2 0,12 0,13 0,1 1
Prel-3 IAC 0,288 0,336 0,346 0,215 0,01 0,287
0,264 IAC x Peso 0,072 0,067 0,069 0,026 0,001 0,029
Prel-4 IAC 0,272 0,318 0,295 0,171 0,008 0,284
0,241 IAC x Peso 0,068 0,064 0,059 0,021 0,001 0,028
Prel-5 IAC 0,239 0,276 0,25 0,113 0,006 0,239
0,203 IAC x Peso 0,06 0,055 0,05 0,014 0,001 0,024
Prel-6 IAC 0,255 0,3 0,31 0,19 0,007 0,256
0,235 IAC x Peso 0,064 0,06 0,062 0,023 0,001 0,026
Prel-7 IAC 0,241 0,289 0,288 0,15 0,006 0,254
0,22 IAC x Peso 0,06 0,058 0,058 0,018 0,001 0,025
Nota: IAC – Índice de Impacto Ambiental por Componente-síntese
Os resultados revelam que os valores de impacto calculados situam-se entre 0,203 e 0,264 o que, dentro das categorias adotadas nessa avaliação, representam níveis de impacto moderadamente baixo. Esse resultado pode ser explicado em função da significativa redução de impacto ambiental pela retirada do aproveitamento San Pedro na cota 52 m dessa avaliação (vide conclusões do Item 3.2.7.1), pois a grande extensão de sua área de alagamento contribui de forma relevante para elevar os patamares de impacto ambiental na área de estudo.
Dessa forma, o modelo adotado para a avaliação mostra-se coerente e sensível a respostas em termos da abrangência territorial a qual os indicadores ambientais estão associados. Ou seja, o descarte do aproveitamento San Pedro cota 52 m representa uma diminuição considerável da amplitude geográfica dos impactos na área de estudo que interfere no conjunto da avaliação ambiental, reduzindo os valores de IA. Esse efeito também é conseqüência de serem mantidas as ponderações das subáreas que seriam afetadas por esse aproveitamento,
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o que diminui a relevância dos pesos das outras subáreas, onde se localizam os demais aproveitamentos considerados.
Cabe ressaltar, no entanto, que o IA calculado mostra-se eficaz para comparar as alternativas em apreço, uma vez que os valores registraram diferenças acima de 10% entre a maior parte das alternativas, como pode ser observado no Quadro 3.2.7.2-2.
Quadro 3.2.7.2-2. Índice Ambiental segundo as cotas das alternativas em estudo
Alternativa Garabi Cota (m)
Roncador Cota (m)
Panambi Cota (m)
Porto Mauá Cota (m)
Índice Ambiental
Prel-5 89,0 130,0 0,203 Prel-7 89,0 120,5 0,220 Prel-6 89,0 120,5 0,235 Prel-4 89,0 130,0 0,241 Prel-3 89,0 130,0 0,264
Pela ordenação de valores apresentada na última coluna no Quadro 3.2.7.2-2, também é possível observar que a alternativa 5 é a que agrega menos impacto ambiental e a alternativa 3 é a mais impactante. Isto demonstra a consistência da avaliação realizada, uma vez que a alternativa ambientalmente mais favorável é aquela composta pelo aproveitamento Porto Mauá na cota 130 m que possui a menor área de inundação (151,62 km2), com menos profundidade média do reservatório (9,8 m) e eixo de barramento localizado num ponto do rio Uruguai onde há pouca interferência na população urbana.
Considerando a composição de aproveitamentos por alternativas e a classificação de IA apresentadas no Quadro 3.2.7.2-2, observa-se que a seqüência de ordenamento de IA entre as alternativas 7, 6 e 4 demonstra que os fatores de hierarquização de impacto ambiental apontados acima são determinantes para os aproveitamentos a montante de Garabi, haja vista que a ordem ascendente do IA está diretamente relacionada às características dos aproveitamentos Roncador e Panambi, principalmente no que se refere às suas dimensões (área e volume) e à posição do eixo de barramento em relação aos municípios que terão terras inundadas. Isso também se evidencia pelas diferenças percentuais entre os valores dos aproveitamentos do Quadro 3.2.7.2-3 a seguir, onde os valores de área, volume e da população a ser reassentada aumentam na medida em que o IA é mais alto.
Quadro 3.2.7.2-3. Características físicas e Populaç ão Estimada a ser reassentada nos aproveitamentos Roncador, Panambi e Porto Mauá para as alternativas avaliadas, ordenados
segundo valores ascendentes de IA
Aproveitamento Índice
Ambien-tal
Atern.
Características físicas dos Reservatórios População a ser reassentada
Área km 2
Dif. % (1)
Volume Hm3
Dif. % (1)
Profundida-de Média - m
Dif. %(1) Urb. Rur. Total
Dif. Pop. Total % (1)
Porto Mauá - 130 m 0,203 Prel-5 151,62 1.485,39 9,8 0 2.190 2.190
Panambi - 120,5 m 0,220 Prel-7 196,34 29,5 1.838,49 23,8 9,36 -26,2 1.405 3.237 4.642 92,7
Roncador - 120,5 m 0,235 Prel-6 253,17 28,9 2.766,09 50,5 10,93 21,9 2.812 4.244 7.056 52,7
Panambi – 130,0 m 0,241 Prel-4 327,63 29,4 4.365,58 57,8 13,32 -29,7 1.405 5.387 6.792 7,5
Roncador – 130,0 m 0,264 Prel-3 397,63 21,4 5.894,20 35,0 14,82 4,7 2.812 6.658 9.470 38,0
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados de cota X Área X Volume e população a ser reassentada. Nota: (1) Diferença percentual de dados entre a alternativa considerada e a imediatamente anterior de menor IA
Ainda no Quadro 3.2.7.2-3 constata-se que a população a ser reassentada na alternativa 5 é bem menor do que se estimou para os demais aproveitamentos, sendo 92,7% menor que a população estimada para a alternativa 7 (segundo menor IA). É interessante notar que as
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diferenças percentuais de população a ser reassentada são consideráveis, à exceção dos 7,5% que se verificou entre as alternativas 6 e 4. Isso indica que os fatores socioeconômicos contribuíram de forma relevante na determinação do IA, uma vez que a diferença dos IA entre essas alternativas (6 e 4) situou-se em 2,6%.
Desse modo, pode dizer que de forma geral os aspectos predominantes na diferenciação entre as alternativas consideradas na avaliação ambiental são aqueles relacionados ao componente-síntese Ecossistemas Aquáticos e ao componente-síntese Modos de Vida. Portanto, fatores associados a esses componentes deverão merecer especial atenção nas próximas etapas deste inventário.
3.2.7.3 Seleção de Alternativas
A seleção de alternativas foi realizada tendo em vista os índices custo/benefício energético e ambiental para cada uma delas. Para tanto, as alternativas foram comparadas através do gráfico da Figura 3.2.7.3-1, onde o eixo das abscissas representa o índice custo-beneficio energético (ICB) e o eixo das ordenadas o índice ambiental.
Quadro 3.2.7.3-1. Índice Custo Benefício e Índice A mbiental
Alternativas ICB (US$/MWh) IA
Alternativa Prel-3 56,85 0,264 Alternativa Prel-4 58,42 0,241 Alternativa Prel-5 69,22 0,203 Alternativa Prel-6 64,85 0,235 Alternativa Prel-7 67,45 0,220
Estudos Preliminares
Alternativa Prel-03
Alternativa Prel-04
Alternativa Prel-05
Alternativa Prel-06
Alternativa Prel-07
0,180
0,200
0,220
0,240
0,260
0,280
50,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00
Índice Custo Benefício (US$/MWh)
Índi
ce A
mbi
enta
l
Alternativa Prel-03
Alternativa Prel-04
Alternativa Prel-05
Alternativa Prel-06
Alternativa Prel-07
Figura 3.2.7.3-1. Alternativas – ICB x IA
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Esse gráfico mostra que entre as cinco alternativas estudadas nessa fase, nenhuma delas é dominada. Assim, essas cinco alternativas serão levadas para a etapa seguinte de “Estudos Finais”.
3.2.7.4 Caracterização das Alternativas Selecionada s
De acordo com o exposto anteriormente, serão 5 as alternativas a estudar nos estudos finais, todas elas compostas pelo aproveitamento Garabi, com reservatório na cota 89 m e mais um aproveitamento a montante. Para efeito dos Estudos Finais, essas alternativas serão renomeadas com letras, de A a E, como apresentado no Quadro 3.2.7.4-1 e nas Figuras 3.2.7.4-1 a 3.2.7.4-5.
Quadro 3.2.7.4-1. Caracterização energética das Alt ernativas Selecionadas para os Estudos Finais
Alternativa Progresiva (km) 863 1002 1016 1058
Total Aproveitamento Garabi Roncador Panambi Porto
Mauá
A Nivel Max Normal (m) 89,0 130,0 -
Energia Firme (MW médios) 633 552 1.185 Potência Instalada (MW) 1.137 1.002 2.139
B Nivel Max Normal (m) 89,0 130,0 -
Energia Firme (MW médios) 619 545 1.164 Potência Instalada (MW) 1.137 985 2.122
C Nivel Max Normal (m) 89,0 130 -
Energia Firme (MW médios) 611 361 972 Potência Instalada (MW) 1.137 653 1.790
D Nivel Max Normal (m) 89,0 120,5 -
Energia Firme (MW médios) 611 475 1.087 Potência Instalada (MW) 1.137 857 1.994
E Nivel Max Normal (m) 89,0 120,5 -
Energia Firme (MW médios) 611 418 1.029 Potência Instalada (MW) 1.137 753 1.890
ESCALA H: 1:1.500.000
Y: 1:1.500
Figura 3.2.7.4-1. Alternativa A
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ESCALA H: 1:1.500.000
Y: 1:1.500
Figura 3.2.7.4-2. Alternativa B
ESCALA H: 1:1.500.000 Y: 1:1.500
Figura 3.2.7.4-3. Alternativa C
ESCALA H: 1:1.500.000 Y: 1:1.500
Figura 3.2.7.4-4. Alternativa D
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ESCALA H: 1:1.500.000 Y: 1:1.500
Figura 3.2.7.4-5. Alternativa E
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