corpo administrativo da unavida · infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da...
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CORPO ADMINISTRATIVO DA UNAVIDA
Diretor Geral da UNAVIDA
Prof. Modesto Siebra Coelho
Diretora Financeira da UNAVIDA
Ana Cristina Martins
Coordenadores Acadêmicos da UNAVIDA
Profa. Anna Mitchielle Fernandes de Figueiredo – Campina Grande – PB
Profa. Alba Gean L. Trigueiro Palmeira – Patos – PB
***
Editora-Chefe
Profa. Anna Mitchielle Fernandes de Figueiredo
Editor Assistente
Prof. Tibério Mendonça de Lima
Profa. Edênia de Farias Souza
Editoração/Design
Prof. Tibério Mendonça de Lima
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Anna Mitchielle Fernandes de Figueiredo
Danielle Patrício Brasil
Tibério Mendonça de Lima
ORGANIZADORES
Campina Grande
2020
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Copyright 2020. UNIVERSIDADE ABERTA VIDA – UNAVIDA
A responsabilidade sobre textos e imagens são dos organizadores
Editoração/Capa
Tibério Mendonça de Lima
Figueiredo, Anna Mitchielle Fernandes de.
Docência e Prática/Anna Mitchielle Fernandes de Figueiredo, Danielle Patrícia Brasil,
Tibério Mendonça de Lima, (Organizadores). Edições UNAVIDA – Campina Grande: UNAVIDA, 2020.
188 p.: il
ISBN - 978-65-990856-0-4
Educação Infantil – Práticas – Lúdico – Docência. I. Título
Feito o Depósito Legal
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SUMÁRIO
CAPÍTULO I – O PROCESSO DE ENSINO DAS CRIANÇAS COM
DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO REGULAR: uma análise em Escolas de
Campina Grande – PB .................................................................................................... 05
CAPÍTULO II – O USO DAS TECNOLOGIAS COMO ESTRATÉGIA NO
PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM DA LEITURA NO ENSINO
FUNDAMENTAL NOS ANOS INICIAIS .................................................................... 25
CAPÍTULO III – A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: UMA PARCERIA
NECESSÁRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS .......................... 51
CAPÍTULO IV – A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ENCONTROS E
ENCANTAMENTOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA ................................... 82
CAPÍTULO V – O GÊNERO MEME COMO MEDIADOR DO LETRAMENTO
DIGITAL NO ENSINO FUNDAMENTAL I ................................................................ 99
CAPÍTULO VI – LITERATURA INFANTIL: CONTRIBUIÇÕES DO GÊNERO
LENDA NO PROCESSO DE LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS ....................... 133
CAPÍTULO VII – UMA INVESTIGAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO SIGNIFICATIVO NO CÁRCERE ................................................................................ 160
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CAPÍTULO I – O PROCESSO DE ENSINO DAS CRIANÇAS COM
DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO REGULAR: uma análise em Escolas
de Campina Grande – PB
Eliana Andrade de Moura Morais
Natáli Bezerra Cavalcanti Barbosa
Isabelle de Araújo Pires
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O PROCESSO DE ENSINO DAS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
VISUAL NO ENSINO REGULAR: uma análise em Escolas de Campina
Grande – PB
DESENVOLVIMENTO
Nosso desenvolvimento se subdividiu em três tópicos, sendo o primeiro
Conhecendo um pouco sobre inclusão, que versou sobre alguns pressupostos teóricos e
históricos acerca da inclusão.
No tópico seguinte, denominado Educação inclusiva: a legislação que
regulamenta esses direitos, relatamos um pouco sobre a trajetória das regulamentações
que corroboram com a Educação Inclusiva, apontando seus avanços e retrocessos.
Dando continuidade ao nosso trabalho, dissertamos no tópico 2.3, por nós
denominados de Pessoas com deficiência visual no contexto escolar, sobre a inclusão de
alunos com deficiência visual no ensino regular, relatando suas especificidades e
dificuldades enfrentadas. No mais, veremos maiores detalhes no discorrer dos tópicos.
Conhecendo um pouco sobre inclusão
Historicamente, a escola detinha uma visão onde apenas uma minoria teria direito
à educação. Assim sendo, a escolarização era um privilégio de poucos e quem não fazia
parte dessa minoria, ficava excluído da sociedade. No entanto, com o processo de
democratização da escola, esse cenário passa a ser modificado e dar-se início uma nova
luta: ao direito de todos à educação, que se define como inclusão escolar e tem como
maior objetivo atender a todos, inclusive, os que têm necessidades educacionais
específicas.
De acordo com Miranda (2003), a educação inclusiva no Brasil começou em
meados do século XIX, porém, anteriormente, aqueles que possuíam alguma deficiência
eram abandonados e negligenciados. Sua educação acontecia em escolas próximas a
hospitais psiquiátricos ou instituições especializadas. Essa primeira fase no campo
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educacional ficou conhecida como segregação, ou seja, os alunos com deficiência eram
separados dos demais alunos e recebiam instruções em espaços diferenciados.
Porém, na década de 60, ocorreu um grande aumento de instituições
especializadas, o que promoveu uma discussão acerca da prática referente à educação
segregadora, o que permitiu uma nova possibilidade: a integração escolar desse grupo no
sistema educacional regular.
Contudo, essa prática não teve muito êxito, visto que, era de responsabilidade do
aluno se adequar à escola a qual fosse inserido, não havendo nenhum tipo de
reestruturação do sistema educacional para o recebimento desse novo público. O que
mudou em relação ao movimento de segregação, por fim, foi apenas o local em que eles
foram integrados, mas suas necessidades ainda são ignoradas e os mesmos acabam sendo
tratados apenas como “enfeites”, o que possibilita até os dias atuais uma discussão sobre
o paradoxo inclusão/exclusão.
A inclusão escolar não significa apenas colocar os alunos com necessidades
especiais presentes na sala, mas possibilitar que suas habilidades e competências sejam
trabalhadas e aprimoradas de acordo com suas necessidades. Assim como explica
Mantoan (2003, p. 16) acerca da inclusão:
A inclusão tem por objetivo inserir os alunos ou um grupo de alunos que já foi anteriormente excluído. A escola inclusiva propõe um modo de organização do sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos, que é
estruturado em função dessas necessidades.
No entanto, muitas dessas necessidades ainda não são atendidas, visto que existem
vários mecanismos na educação que não consideram as especificidades desses grupos,
como a existência de avaliações aplicadas nas instituições de ensino regular para medir o
desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem, que vem de forma unificada,
quando deveria ser elaborada uma avaliação específica para os alunos com necessidades
especiais. Esse é apenas um exemplo de que ainda estamos caminhando nesse processo
de inclusão.
Ao que concerne aos métodos adotados para a real efetivação da Educação
Inclusiva e a estruturação em função das necessidades desses alunos, Aranha (2002, p.5),
acrescenta que,
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As adaptações curriculares, então são os ajustes e modificações que devem ser promovidos nas diferentes estâncias curriculares para responder as necessidades de cada aluno, e assim favorecer as condições que lhes são necessários para que se efetive o máximo possível de aprendizagem.
Diante desse novo cenário, em junho de 1994 ocorre na Espanha, uma Conferência
Mundial de Educação Especial, que deu origem a Declaração de Salamanca, que se trata
de um documento onde se defende o direito à educação para todos, como explica o trecho
abaixo:
As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas (SALAMANCA,1994, p.10).
Portanto, são as escolas que devem se adequar aos alunos e não os alunos às
escolas, como era a proposta da integração. É dever das instituições disponibilizar
mecanismos que possibilitem um processo de ensino e aprendizagem adequado a esses
alunos.
É importante ressaltar que, também, é necessário habilitar os profissionais que
trabalham com esse público para que possam contribuir com a formação deles, visto que,
é grande o número de alunos com necessidades especiais nas escolas, contudo, não existe
um processo de ensino adequado devido à falta de “formação” específica do corpo
docente, para que assim possam aprimorar as competências dos seus alunos.
Educação inclusiva: a legislação que regulamenta esses direitos
A democratização das escolas e a expansão de uma nova visão sobre as pessoas
com necessidades especiais possibilitou uma nova luta em busca de meios legais que
garantisse o direito acesso e permanência nas instituições de ensino regular, o que
acarretou em surgimento de documentos que vem ajudando na garantia desses direitos.
Em 1961, foi fundamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
- LDBEN, Lei nº 4.024/61 o atendimento educacional às pessoas com deficiência,
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preferencialmente, no sistema regular de ensino, sendo assim, esse grupo de alunos passa
a ter o direito de estudar nas salas regulares, mas ainda não era obrigatório.
Dez anos depois, a Lei nº 5.692, no capítulo I, Art. 9º define que os alunos que
apresentem deficiências físicas ou mentais, deveriam ter uma educação especial,
remetendo-se ao ensino segregado, o que pode ser considerado um retrocesso, já que havia
tido uma conquista assegurada pela LDBEN/61 quanto ao ensino desses alunos nas salas
regulares, como mostra a citação abaixo:
Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação (BRASIL, 1971, s/p).1
Desse modo, essa lei foi tida como uma regressão aos direitos das pessoas com
deficiência, que haviam conquistado pela LDBEN/61, o direito ao ensino em instituições
regulares de ensino.
Em 05 de outubro de 1988 foi anunciada a Constituição da República Federativa do
Brasil, ou como é mais conhecida, A Constituição de 1988. Esse documento foi um marco
em relação a conquista de direitos, pois foi divulgada no período que acabava a Ditadura
e começava o período da democracia, entre esses direitos foi novamente a universalização
da educação, mais uma vez assegurando o direito de todos à educação.
Mais especificamente, o artigo 208 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que
trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos, afirma que
é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (ECA,1990, p.112). Nos artigos
53, afirma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos, garantindo o pleno
desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho” e
“a igualdade de condições de acesso e permanência na escola” (ECA, 1990, p.09).
No ano de 1989, é sancionada a Lei nº 7.853 que vem assegurar direitos aos
“portadores de deficiência”. As normas desta Lei visam garantir ações governamentais
1 Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12123635/artigo-9-da-lei-n-5692-de-11-deagosto-
de-1971. Acesso em: 05 de junho de 2019.
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necessárias ao pleno exercício de seus direitos básicos, incluindo a educação. Em seu Art.
2º a Lei define que:
Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico. (BRASIL, 1989, s/p).2
Em 1990 é aprovada a Lei de nº 8.069, comumente chamada de Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), que determina “o atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
No entanto, não era obrigatória sua matrícula na rede regular, mas caso o mesmo
preferisse estudar em uma escola de ensino regular, teria a lei ao seu lado garantindo esse
direito.
Em 1994, foi publicada a Política Nacional de Educação Especial, a qual se propõe
o processo de “integração instrucional” que impõe a condição de que só aqueles que “[...]
possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas
do ensino comum, no mesmo ritmo que os estudantes ditos normais” (BRASIL, 1994,
p.19), possam ser matriculados na rede regular de ensino. Em termos de inclusão, foi uma
lei que retrocedeu, pois não incluía a todos e sim alguns, apenas os que se adequassem ao
sistema de ensino vigente.
No entanto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394/ 96, entra
em vigor com um capítulo específico para Educação Especial, na qual assegura:
O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular (BRASIL, 1996, p.25).
Assim sendo, a LDB/96 no seu artigo 59 ainda afirma que é dever dos sistemas de
ensino assegurar aos estudantes currículo, métodos, recursos e organização específicos
2 Disponível em: https://lobo.jusbrasil.com.br/artigos/345371851/o-que-e-a-politica-nacionalpara-a-
integracao-da-pessoa-portadora-de-deficiencia. Acesso em: 07de jun de 2019.
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para atender às suas necessidades, ou seja, uma adequação do sistema para com a
educação desse público.
Tal como a LDB/96, no ano de 1999, o Decreto nº 3.298 regulamentou a Lei nº
7.853/89, que fala sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência. O seu principal objetivo é garantir a plena integração da pessoa com
deficiência no “contexto socioeconômico e cultural” do país. Ao que se refere à Educação,
o mesmo afirma que a Educação Especial é uma modalidade que perpassa a todos os
níveis e modalidades de ensino e a destaca como complemento do ensino regular.
Além disso, em 2001, o ano da Lei de nº 10.172, mais conhecida como Plano
Nacional de Educação (PNE) e a Resolução CNE/CEB nº 2. O PNE define metas e
objetivos para as pessoas com deficiência na educação a serem alcançadas em um prazo
de 10 anos. Já a Resolução define Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica. O principal ponto deste documento afirma que,
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (BRASIL, 2001, p. 1).
Ainda na perspectiva da educação inclusiva, nos anos de 2006 e 2007 são
elaborados dois planos de educação que permite uma melhoria no ensino inclusivo. O
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, de 2006, elaborado pelo Ministério
da Educação (MEC), Ministério da Justiça, UNESCO e Secretaria Especial dos Direitos
Humanos apontam metas que incluem temas relacionados a pessoas com deficiência nos
currículos das escolas, o qual demonstra avanço quanto ao quesito que define que o
sistema deve se adequar aos alunos e não ao contrário. E o Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE), de 2007 ainda aborda a questão da infraestrutura das escolas,
contemplando a acessibilidade das edificações escolares, da formação docente e das salas
de recursos multifuncionais.
No ano de 2008 mais um decreto favorece a inclusão de pessoas com deficiência
no sistema de ensino. Foi publicado o decreto de nº 6.571 que dispõe sobre o Atendimento
Educacional especializado (AEE), reforçando que o mesmo deve estar integrado ao
projeto pedagógico da escola. Seguindo, em 2014 o PNE propõe como meta:
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Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à
educação básica e ao atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema
educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou
serviços especializados, públicos ou conveniados (BRASIL, 2014, p.11).
No entanto, continua o impasse do “preferencialmente”, pois abre o espaço para
que as crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais.
Nesse sentido, são muitos os decretos e as leis que asseguram alguns direitos às pessoas
com deficiência nos sistemas de ensino, mas também são muitas as falhas e brechas que
impossibilitam um convívio igualitário para esses discentes, o que fortalece ainda mais as
lutas pela consolidação desses direitos.
Pessoas com deficiência visual no contexto escolar
A deficiência visual é vista por muitos como um problema que, além de afetar a
mobilidade do indivíduo, também afeta a sua capacidade de leitura e escrita. Contudo,
toda pessoa é capaz e tem o direito de se desenvolver, independentemente de suas
deficiências. Mas, para isso, é preciso que suas limitações físicas e mentais sejam
respeitadas e estimuladas adequadamente.
Para compreender um pouco sobre esse processo de inclusão dos alunos com
deficiências visuais no contexto escolar, é importante primeiro conhecer o sistema Braille,
desenvolvido em 1825, por Luís Braile, que é um sistema de escrita tátil utilizada por
pessoas com deficiência visual. É comumente escrito em folha de papel, acompanhado de
uma reglete e um punção. O mesmo possibilita essa inclusão e a aprendizagem ao
deficiente visual como aponta Miranda (2001, p.05):
Esse sistema de escrita baseado nos pontos em relevo, perceptíveis ao tato, consiste em uma pequena cela composta de seis pontos, cuja combinação dos mesmos permite a codificação das letras do alfabeto, os numerais, a pontuação e os sinais matemáticos. Hoje, esse sistema é considerado.
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O Sistema Braille é um alfabeto convencional cujos caracteres são indicados por
seis pontos distribuídos em duas colunas, numerados de1 a 6. A partir desses seis pontos
é possível fazer 63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas,
pontuações, algarismos, sinais algébricos e notas musicais. Este agrupamento também
possibilita representar caracteres da literatura, da matemática, da informática e da música.
No entanto, a escrita Braille não possui símbolos que sintetizem a frase. Cada
palavra tem suas letras distintas, com auxílio de pontos que indicam maiúsculas e espaços
suficientemente sensíveis ao toque para melhor identificar as palavras. A escrita em
Braille é realizada através da reglete, como mencionado, que é um pequeno artefato
articulado com orifícios na parte superior e reentrâncias na parte inferior.
Já o punção, como também foi referido acima, é um tipo de caneta que permite
perfurar os pontos em uma folha de papel. Com o passar do tempo os instrumentos foram
evoluindo e então surgiu a máquina de escrever em braile. Era semelhante a uma máquina
de escrever comum, mas sua função é reproduzir células em relevo sobre o papel.
Desse modo, o Braille permite que os deficientes visuais aprimorem suas
habilidades na escrita, pois facilita o processo de ensino e aprendizagem e proporciona
uma melhor qualidade de vida. Esse sistema de escrita utilizado pelos cegos é ensinado
aos alunos em instituições específicas, como o Instituto dos Cegos, localizado no
município de Campina Grande, Paraíba.
Outro instrumento que auxilia o processo de ensino e aprendizagem desse aluno é
o sorobã. Esse material tem origem japonesa e foi trazido para o Brasil por Joaquim Lima
de Moraes, que o adaptou para uso de cegos. Esse instrumento se assemelha ao ábaco e
facilita aos cegos uma aquisição mais eficaz do ensino da matemática e uma maior
facilidade no cálculo mental.
Todavia, para que o ensino e a inclusão das pessoas com deficiência visual
aconteçam sem descriminação, não é suficiente o aluno aprender o Braille, saber usar o
sorobã e ir para a escola regular sem que haja um profissional com qualificação para
auxiliá-los nessa nova etapa de ensino. Faz-se necessário um professor que também
conheça essa forma de escrita, os instrumentos que facilitam sua aprendizagem. Fato que
remete a importância da formação do corpo docente, como cita o trecho da LDB/96 no
seu Art. 62:
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A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-à em nível
superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima
para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos
do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.
(BRASIL, 1996, p.20)
Se o professor não tiver formação específica para atender esse novo público da
educação, a luta por uma educação inclusiva terá sido em vão, visto que, esses alunos
voltarão a ser apenas “insígnias” nas salas de aulas, pois as dificuldades em compreender
o processo de desenvolvimento do ensino e aprendizagem dos discente serão cada vez
maior, porque não haverá a possibilidade de adaptações sempre que necessário. Nesse
sentido, Moura (2016, p. 03, apud GLAT e NOGUEIRA, 2002, p. 25) aponta que,
A oferta de uma formação que possibilite aos professores analisar, acompanhar e contribuir para o aprimoramento dos processos regulares de escolarização, no sentido de que possam dar conta das mais diversas diferenças existentes entre seus alunos é essencial. Então, se o objetivo é que seja garantida educação para todos, isso deve ser assegurado para os professores, independentemente de sua área para desenvolver um trabalho significativo com seus alunos.
Portanto, a formação do professor também é indispensável para a real efetivação
da educação inclusiva. É fato que o professor deve conhecer a temática da pessoa com
deficiência visual com foco no aluno. Aprender o sistema de leitura e escrita Braille, as
variáveis que acompanham a percepção visual dos alunos com baixa visão e os recursos
por eles utilizados para obtenção de um maior rendimento escolar, noções básicas de
orientação e mobilidade, recursos tecnológicos são exemplos de competências a serem
desenvolvidas para o pleno desenvolvimento da criança com deficiência visual.
Contudo, do mesmo modo que a não capacitação do professor pode ser uma um
fator negativo para a inclusão, outro fato chama atenção nesse processo: a falta de
estrutura física das escolas para garantir o acesso e permanência dos alunos na instituição.
Para ilustrar esse problema, pode-se citar a falta de rampas nas escolas, de pisos táteis,
banheiros adaptados.
De acordo com estudiosos, a educação desses alunos é marcada devido à
concepção de deficiência que se tem em relação a eles, como explica as autoras:
A concepção simplista sobre a pessoa com deficiência traz como consequência vê-la apenas como uma eterna criança que precisa de cuidados, mesmo quando está na fase adulta, o que gera a dependência familiar e o controle das escolhas pessoais, restringindo a sua história de vida à voz de autorização de seus responsáveis (SILVA, FARIAS, 2019, p. 4, apud DANTAS; SILVA; CARVALHO, 2013).
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Portanto, vale ressaltar que para que aconteça um aprendizado que proporcione para esses
alunos uma educação de qualidade, devem-se levar em consideração suas limitações
quanto à realização de atividades no contexto de sala de aula. Isso não significa falta de
capacidade, mas falta de adequações para realização, ou seja, é importante conhecer os
meios e materiais usados para facilitar esse processo e realizar adequações nas atividades
propostas. Enfim, pensar na educação inclusiva é pensar em mudanças no contexto
escolar e fora dela.
DISCUSSÕES E RESULTADOS
O estudo em questão foi desenvolvido por levantamento de pesquisa bibliográfica
e de visita ao campo de pesquisa que ocorreram em duas escolas municipais regulares de
ensino públicos e no Instituto dos Cegos3, onde estavam inseridos alunos com deficiência
visual. As Instituições estão localizadas no Município de Campina Grande-PB e por
questão de manter o direito a não exposição das mesmas, denominaremos as escolas como
A, B e C.
A nossa pesquisa foi de cunho qualitativa, já que trabalhou com as Ciências
Sociais e que, segundo Malheiros (2011, p.109), “interfere no evento no sentido de medir
os resultados”. Também exploratória de procedimentos didáticos e metodologias de
ensino no contexto da Educação Especial para Deficientes Visuais.
Ainda, descritivo-explicativa dos processos e análise dos dados mediante
questionários semiestruturados que de acordo Boni e Quaresma (2005, p. 75) “as
entrevistas semiestruturadas combinam perguntas abertas e fechadas, onde o informante
tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto”.
Quanto aos questionários, organizamos perguntas semiestruturadas para as
professoras das três escolas mencionadas e apenas com professoras que tinham alunos
com deficiências visuais em sala de aula, sendo 4 da escola A, que se dividiam em 3
professoras da sala regular (1º, 3º e 4º anos) e 1 professora mediadora, mestra em braile,
3 Instituto de Educação e assistência aos Cegos do Nordeste, mais conhecido como Instituto dos Cegos de
Campina Grande é uma Instituição Filantrópica e não governamental especializada para se trabalhar com
os deficientes visuais.
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que auxiliava os alunos com deficiências visuais nessas três turmas; 3 professoras na
escola B e na escola C 2 professoras.
Após as pesquisas, pudemos perceber alguns pontos positivos e negativos nas
Instituições pesquisadas. Os pontos aqui pesquisados foram a estrutura das escolas para
receber os alunos deficientes visuais, a qualificação dos profissionais para auxiliar no
processo de ensino dos mesmos, os materiais utilizados para ajudar nas adaptações
necessárias nas atividades dos alunos, a participação nas demais atividades nas escolas e
opinião deles em relação à sala regular.
No que se refere à estrutura das escolas, duas das instituições visitadas
apresentaram ineficiência nos prédios para receber adequadamente esse público, pois não
apresentavam rampas ou pisos táteis4 suficientes, apenas em alguns lugares, o que não
comportava a necessidade de ir e vir desses discentes, deixando-os dependentes de outras
crianças que veem (videntes5) para se locomoverem pelas instituições, no entanto, na
escola C havia uma estrutura condizente com as necessidades desses alunos, contendo
rampas para acesso à todas as dependências, piseis táteis, banheiros adaptados.
Quanto à qualificação dos professores, na escola A, todos os professores tinham formação
específica para trabalhar com pessoas com deficiência visual; na escola B, em todas as
salas que tinham pessoas com deficiência visual, além da professora da sala regular ter
formação para se trabalhar com eles, ainda havia uma professora mediadora, mestra em
Braile para auxiliar nas adaptações necessárias nas atividades solicitadas nas salas. Enfim,
na escola C, não havia professores de sala regular com qualificação específica para
trabalhar com esses alunos, havia apenas a professora mestra em Braile, que ficava na
biblioteca para adaptar as atividades e auxiliá-los.
Quanto à formação das docentes, elaboramos uma tabela para melhor
entendimento:
4 Quando nos referimos a pisos táteis, entendam-se aqueles pisos estruturas afixadas que, juntas, formam uma espécie de caminho destacado. Elas têm cor contrastante com o chão e formatos específicos em alto-relevo, que podem ser tanto circulares como longilíneos. 5 Termo usado entre os deficientes visuais ao se referir as pessoas que enxergam.
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TABELA 1: Formação dos professores das escolas pesquisadas nas turmas com
crianças com deficiência visual
Fonte: Própria
É importante ressaltar que também conversamos com os alunos, mas não
aplicamos questionários escritos, pois os mesmos teriam que responder com a ajuda de
algum mediador, o que poderia influenciar em suas respostas. Dessa forma, fizemos com
eles perguntas orais abertas em que no registro procuramos ser o mais fiel possível às
respostas deles, que versaram sobre suas opiniões em relação à sala regular e a contexto
de aula.
Para dar continuidade a nossa pesquisa, também utilizamos a observação
participante, pois segundo Cruz Neto (1994, p. 32), se realiza por meio do contato direto
do pesquisador com o fenômeno observado para conseguir informações das realidades no
seu próprio contexto. E, ainda, permite perceber comportamentos que não são expressos
de forma verbal, como aponta Malheiros (2011, p.202).
Para tanto, nossa pesquisa investigou o processo da aprendizagem do deficiente
visual no ensino regular em escolas públicas. Teve ainda como objetivos específicos
identificar os diferentes tipos de deficiências visuais, as dificuldades enfrentadas por essas
pessoas, apresentar as leis vigentes no Brasil direcionadas à inclusão dos mesmos e, por
fim, comparar o uso das ferramentas pedagógicas, especificando a utilidades destes, no
processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Acerca das participações dos deficientes visuais em outras atividades, apenas na
escola C, havia dificuldades de participação desses alunos devido à falta de profissionais
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suficientes para fazer as adequações necessárias para a participação deles nas demais
atividades extraclasse.
Ao indagar os alunos sobre como eles se sentem na escola regular foi perceptível
a satisfação dos mesmos, mas citaram alguns desconfortos ou situações que os deixam
chateados nesse ambiente, como a falta de pessoas para ajudá-los em alguns momentos
ou atividades na escola, especialmente, na escola C, no entanto os mesmos falaram do
afeto construído pela professora mediadora que os auxilia fora da sala de aula, visto que
é a mesma professora que os acompanham no Instituto dos Cegos. Nas outras duas
escolas, as crianças enfatizaram que têm pessoas para ajudá-los em todos os momentos
(seus amigos), isso os fazem se sentirem iguais, ao permitir e adequar algumas
brincadeiras para que os mesmos possam participar. Ainda o cuidado das professoras em
elaborar atividades que todos possam participar e, especialmente, em eventos que há,
quando são convidados a participar com os demais alunos. Todos os ajudam a se sentirem
incluídos, segundo uma aluna cega do 4º ano manhã “nós participamos de tudo que tem
na escola, é só a gente querer”.
Para delinear melhor os resultados coletados e analisar os dados obtidos na
pesquisa, o faremos por meio de gráficos e tabelas, o que nos permitirá avaliar os pontos
do trabalho e definir como vem acontecendo o processo de ensino-aprendizagem desses
alunos.
Começaremos apontando a quantidade total de alunos nas salas de aula das escolas
com alunos com deficiência visual nas quais pesquisamos.
TABELA 25: total de alunos na sala regular
Escolas Total de alunos Alunos com Baixa visão Alunos cegos
Escola A 76 6 7
Escola B 25 10 15
Escola C 69 6 2
Fonte: Própria
Sobre a quantidade de alunos com deficiência visual matriculados nas salas
regulares, constatamos os seguintes resultados:
5 Nessa tabela a quantidade total de alunos refere-se a soma de todas as salas com alunos com deficiência
de cada escola.
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GRÁFICO 1 - Número de alunos deficientes visuais matriculados na sala de
aula regular.
Vale ressaltar que a quantidades da escola B não foram computados nesse gráfico,
devido a Instituição ser específica para se trabalhar com pessoas com deficiência visual
e, na mesma, não existem salas regulares.
Ao analisar o gráfico acima, constatamos uma quantidade maior de alunos
matriculados na Escola A, na qual pudemos inferir que o motivo seria devido à boa
assistência que os alunos com deficiências visuais recebem nessa instituição.
Ao nos referirmos à assistência, apontamos primeiro a capacitação dos professores
para se trabalhar com esses alunos no contexto de sala de aula, pois apenas as professoras
da Escola C não tinham capacitação ou formação na área de deficiência visual para
auxiliar seus alunos nas horas de necessidades. Dessa forma, pudemos inferir que a
mesma não fazia as adaptações nas atividades dos seus alunos com deficiência, visto que
não tem nenhum tipo de formação ou capacitação para trabalhar com esse público,
também não conhece as metodologias ou os meios que facilitaria a realização das
atividades dos discentes com deficiência visual no contexto de sala de aula, o que, por
consequência, acarreta na exclusão desses alunos.
Quando avaliamos a questão referente às estratégias usadas em sala pelas
professoras para minimizar as dificuldades encontradas, obtivemos respostas bem
parecidas entre as Instituições A e B, mas na C, as docentes listaram estratégias pouco
Quantidade de alunos deficientes visuais
matriculados na sala regular:
Escola A Escola C
Fonte: própria
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eficientes, como aponta a tabela, que se relaciona com a questão 8 do questionário pra os
professores: Quais as estratégias você usa para minimizar as dificuldades encontradas,
mediante à busca de uma educação inclusiva?
TABELA 3- Estratégias usadas para minimizar as dificuldades
Escolas Estratégias usadas pelas professoras
Escola A Adaptação das atividades, conversar com outros colegas, participar de formações.
Escola B Adaptação das atividades e conteúdo, atendimento individualizado.
Escola C Preparar atividades concretas, retirar da sala para orientar;
Observação: outra professora comentou
apenas “falta material didático”.
Fonte: própria
Ao observar os dados dessa tabela, percebemos que, como citado em momentos
anteriores desse trabalho, a falta de qualificação para os professores em determinadas
áreas comprometem o processo de ensino dos alunos, e esse fato pode até acarretar em
atitudes de exclusão, pois não é necessário retirar o aluno com deficiência visual da sala
para orientá-lo, isso pode sim ser feito dentro da sala de aula.
Novamente, sabemos que a falta de material didático é um problema que atinge
todas as escolas, mas isso não é motivo para não criar novas estratégias para facilitar o
processo de aprendizagem desses alunos. Sabemos da sobrecarga que estar sobre os
professores, do cansaço, do estresse, das limitações quanto aos materiais, mas também
sabemos que é possível criar estratégias mesmo sem muitos materiais didáticos.
Ainda, pode ser que essas atitudes das professoras da escola C sejam o resultado
da falta de formação ou capacitação específica nessa área, para que as mesmas
compreendam como mediar de uma melhor forma seus alunos com necessidades
especiais. Enfim, esse quadro nos permite confirmar o que já constatamos antes, onde a
falta de compreensão de um determinado assunto, compromete o processo de ensino-
aprendizagem dos alunos, em especial, daqueles que precisam de adaptações ou
adequações em suas atividades cotidianas, para que seu direito a uma educação de
qualidade seja de fato cumprida.
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Em consequência a essa falta de conhecimento e de formações específicas para os
docentes, foi possível verificar que entre as 9 professoras que responderam o questionário,
6 afirmaram que as aulas são preparadas para serem acessíveis a todos; 2 disseram que
nem sempre isso acontece e 1 relatou que não há essa preparação para tal acessibilidade.
Portanto, mesmo havendo alunos que necessitem de adaptações no contexto de sala de
aula, também há professores que não as fazem, muitas vezes, por não saber como se
trabalhar com aquelas especificidade.
No entanto, ainda referente às adaptações necessárias, vale ressaltar o trabalho
realizado pelas professoras que atingem essas adaptações. Pudemos conhecer e observar
alguns materiais usados por esses alunos em sala de aula e constatar a importância das
mesmas para o processo de ensino e de inclusão desses alunos.
Começaremos relatando sobre alguns materiais usados pelas crianças de baixa visão.
As adaptações utilizadas pelas professoras em duas das escolas pesquisadas são o uso das
lupas, que ampliam o tamanho das letras, ou já faz a ampliação das letras, facilitando a
leitura e a realização da atividade pelo aluno; atividades com cores mais chamativas pra
facilitar a visibilidade; o uso de materiais concretos para a percepção tátil, ou seja, quando
se vai fazer uma leitura, ou a professora disponibiliza a lupa ou faz essa atividade com
letras grandes para que o aluno baixa-visão possa acompanhar a atividade junto a todos.
Dando continuidade, sobre as adaptações para os alunos com deficiência Visual.
Algumas estratégias usadas são o uso da reglete e do pulsão pelos alunos. Como já
citamos anteriormente, os cegos utilizam-se do braile para ler e escrever, e para que essa
escrita seja possível tem que haver o uso desses materiais. Nesse caso, quando os alunos
já são alfabetizados e sabem usar a reglete e o pulsão, a professora pode ditar a atividade
e o aluno ir escrevendo em braile; é importante ressaltar que a maioria desses alunos que
vão para a escola regular, já estão frequentando o Instituto dos Cegos, visto que, é lá que
eles começam a aprender utilizar o material já citado. No entanto, nessas atividades
podem existir questões nas quais esses alunos não possam realizar, como por exemplo:
pinte o mapa seguindo a legenda, ou circule os seres vivos. Nesses casos remete-se à
importância da formação e capacitação do professor para que o mesmo perceba a
necessidade da adequação dessa atividade e como fazê-la.
Mediante nossos estudos, visitas em instituições, pesquisas bibliográficas e
documentais, aplicação de questionários e levantamento de dados, entendemos que o
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processo de aprendizagem das pessoas com deficiência visual no ensino regular, não vem
acontecendo de forma simples. Esse processo perpassa por lutas históricas que versam
acerca do direito a uma educação de qualidade e igualitária em escolas regulares, que
muitas vezes, lutam para quebrar as barreiras do preconceito, da concepção de que são
incapazes.
Do ponto de vista escolar, constatamos a carência de materiais pedagógicos para
se trabalhar de forma mais adequada com esses alunos, mas também averiguamos a luta
de profissionais que superam essa carência buscando formas de adequar e facilitar esse
processo de ensino, que por si só, já não é fácil. E, por fim, conhecemos pessoas que nos
mostraram, que independente de sua condição física ou cognitiva, todos nós precisamos
de adequações ou adaptações que nem sempre são fáceis, mas que são possíveis quando
buscamos juntos.
Enfim, sabemos que não é fácil o processo de ensinar, independente das limitações
do outro, mas constatamos que é possível quando se tem ou se investiga o conhecimento
para realizar esse processo essencial na vida de qualquer ser humano.
CONCLUSÃO
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma breve análise de como
vem acontecendo o processo de aprendizagem da pessoa com deficiência visual no ensino
regular em 3 escolas de Campina Grande – PB. Além disso, também permitiu uma
pesquisa de campo para obter dados mais consistentes sobre como vem ocorrendo esse
processo de ensino.
Ao frequentarmos o campo de pesquisa, aplicarmos questionários
semiestruturados com as professoras das escolas pesquisadas e conversas com alguns
alunos, em que pudemos apontar as dificuldades enfrentadas pelos professores e alunos
nessas instituições. Também citamos pontos positivos que percebemos nessas
instituições, mesmo com muitas dificuldades, muitos se unem para garantir uma inclusão
de fato e o direito a uma educação de qualidade para todos, independentemente de sua
dificuldade.
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No entanto, diante da importância do tema, torna-se necessário um olhar mais
cauteloso ao que se refere à inclusão de alunos com necessidades na escola regular, os
materiais didáticos para os alunos são escassos, a estrutura de algumas escolas não são
adequadas para atender esse público e alguns profissionais não têm formação ou
capacitação para trabalhar com seus alunos e atender suas especificidades.
Entretanto, conhecemos durante o desenvolvimento do nosso trabalho,
profissionais que fazem a diferença com esses alunos, buscando se adaptar as
necessidades dos mesmos e não os deixando como sujeitos passivos em sala de aula,
ajudando-os a se tornarem sujeitos ativos e reflexivos por meio da educação.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Brasília: DF. 1961. Disponível em: http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=75529.ht m. Acesso em: 05 de Junho. 2019.
_____. Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, DF: 1971. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12123635/artigo-9-da-lei-n5692-de-11-de-agosto-de-1971. Acesso em: 05 de junho de 2019.
_____. Constituição (1988) Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
_____. Lei 7.853, de 24 de Outubro de 1989. Estabelece normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social. Brasília: DF. 1989. Disponível em: https://lobo.jusbrasil.com.br/artigos/345371851/o-que-e-apolitica-nacional-para-a-integracao-da-pessoa-portadora-de-deficiencia. Acesso em: 07de junho de 2019.
______. Presidência da República. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em: http// www.planalto.gov.br/ccivil _03/Leis/9.394.htm. Acesso em: 07 de junho de 2019. DANTAS, T. C.; SILVA, J. S. S; CARVALHO, M. E. P. de. Entrelace entre gênero, sexualidade e deficiência: uma história feminina de rupturas e empoderamento. Em 36ª Reunião Nacional da ANPED, Goiânia, 2013.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12123635/artigo-9-da-lei-n-5692-de-11-de-agosto-de-1971https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12123635/artigo-9-da-lei-n-5692-de-11-de-agosto-de-1971https://lobo.jusbrasil.com.br/artigos/345371851/o-que-e-a-politica-nacional-para-a-integracao-da-pessoa-portadora-de-deficienciahttps://lobo.jusbrasil.com.br/artigos/345371851/o-que-e-a-politica-nacional-para-a-integracao-da-pessoa-portadora-de-deficiencia
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DECLARAÇÃO DE SALAMANCA Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Espanha, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em 05 de Junho de 2019.
GLAT, R.; NOGUEIRA, M. L. L. Políticas Educacionais E A Formação De Professores Para A Educação Inclusiva No Brasil. In: Revista Integração. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial, ano 14, nº 24, 2002. GUEDES, 2016
MANTOAN, Maria Teresa Eglér, Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer?
1.ed. São Paulo. Moderna. 2003.
MIRANDA, S. Do fascínio do jogo à alegria do aprender nas séries iniciais. 1ª ed.
São Paulo: Papirus, 2001.
-
CAPÍTULO II – O USO DAS TECNOLOGIAS COMO ESTRATÉGIA
NO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM DA LEITURA NO
ENSINO FUNDAMENTAL NOS ANOS INICIAIS
Leonide Ferreira de Medeiros
Lismarcia Felisberto da Cunha Lima
Simône Ferreira da Silva Dantas
Isabelle de Araújo Pires
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O USO DAS TECNOLOGIAS COMO ESTRATÉGIA NO PROCESSO DE
ENSINO/APRENDIZAGEM DA LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL NOS
ANOS INICIAIS
DESENVOLVIMENTO
Nosso trabalho foi desenvolvido em três tópicos, o primeiro: A importância da
leitura no processo de aprendizagem nos anos iniciais, onde destacamos que a leitura é
uma das estratégias mais importante para o ensino aprendizagem, como também é crucial
nos anos iniciais, para inserção dos alunos no meio social.
O segundo tópico: Apontamento do gênero digital acerca dos Documentos
Oficiais, trata-se da incorporação das TIC na ação pedagógica no ambiente educacional,
norteando os docentes para a prática tecnológica. Como também direcionando os
discentes para o universo digital.
Por fim destacamos o último tópico: Gêneros digitais na sala de aula como
perspectiva de desenvolvimento da aprendizagem, contudo, que foi apresentado através
das tecnologias, os gêneros digitais podem trazer conhecimento dado aos educadores e
aos educandos, dependendo das estratégias desenvolvidas pelos profissionais, dos
recursos tecnológicos mediados com possibilidade de contribuição para Educação
significativa.
A importância da leitura no processo de aprendizagem nos anos iniciais
Nos últimos anos o conceito de leitura foi atualizado. Atualmente a leitura não é
um método de decodificação do texto, nem somente a compreensão e interpretação do
signo linguístico. A leitura na verdade possui uma proporção mais ampla do que apenas
conceder significado às palavras e frases. Ela é uma das estratégias mais importantes para
novas aprendizagens, criando possibilidades para fortalecer ideias e ações, permitindo
acrescentar e alcançar novos conhecimentos e desempenho cognitivo.
Portanto, através da leitura o ser humano pode enricar seu vocabulário, obtendo
conhecimento, incentivar o raciocínio e a interpretação. Nesse sentido, o leitor desperta
para novos aspectos da vida em que ainda não tinha observado e despertando para o
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“mundo real” e para o entendimento dos outros. Desse modo, a prática da leitura é algo
imprescindível para desenvolvimento do senso crítico e da capacidade de interpretação.
Sabemos, então, da importância de trabalhar a leitura nos anos iniciais, já que os
alunos nas escolas são inseridos no meio social e na descoberta de mundo, percebemos
que no âmbito escolar, a leitura é vista erroneamente como uma avaliação exigida pelos
professores.
No entanto, a leitura possibilita oportunidades de ampliar a visão de mundo, pois
através dela o leitor toma consciência das suas necessidades, assim tornando a sua
transformação e a do mundo. Nessa perspectiva, de forma variável, os gêneros textuais
atendem às necessidades para a comunicação entre os indivíduos, com diversos estilos e
conteúdos temáticos, pois eles existem em grande quantidade, com função comunicativa
e contexto cultural.
Para tornar o aluno leitor e escritor crítico, a escola precisa usar vários gêneros
textuais, possibilitando o método de aprendizagem e ensino. Com o surgimento dos novos
gêneros textuais, é interessante notar os gêneros digitais, pois são definidos como tal e
preservam características semelhantes a gêneros já consagrados. Assim, conforme afirma
Marcuschi (2002, p.13):
Os gêneros emergentes nessa nova tecnologia digital são relativamente
variados, mas a maioria deles tem similaridades em outros ambientes, tanto na
oralidade como na escrita. Muitos desses gêneros digitais são evoluções de
outros já existentes nos suportes impressos (papel), ou em vídeos (ex: vídeos,
fotografias). Porém essa tecnologia comunicativa verdadeiramente gerou
novos gêneros, como por exemplo: os chats e os fóruns.
Enfim, observamos a importância da evolução dos gêneros digitais e, embora
exista essa transformação profunda a essência continua a mesma, a também a
similaridades com outros gêneros já preexistentes, a (ex.: cartas, agora e-mail). A verdade
é que a comunicação digital estabeleceu novos modos de interação na sociedade
contemporânea.
Ainda, existem profissionais na Educação que demonstram resistência à
comunicação virtual, por não conhecer o ambiente tecnológico, acham o mesmo
desprovido de regras, sobretudo no que diz a respeito à linguagem, mas isso não é
verídico. Somos falantes capazes, sabemos quando e como aplicar diferente níveis de fala
até mesmo nos ambientes virtuais, temos a compreensão que há diferentes níveis de
formalidade e informalidade.
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Alves (2010) corroborando com Prensky (2012), aponta a utilização dos jogos
como estímulo à atividade psicomotora da criança, fala que os jogos digitais é uma forma
divertida, eficaz para aprender os diversos conteúdos, já que os alunos são “nativos
digitais”6.
Ainda, Moran (2000), afirma que as tecnologias ampliam o conceito de aula, de
tempo e espaço de comunicação áudio visual e estabelece pontes entre o presencial e o
virtual, entre, está conectado a distância ou perto, há uma diversidade ampla de formas
de interação. Observando a educação contemporânea, percebemos a importância da
introdução da tecnologia da informática, junto ao processo pedagógico.
A tecnologia está presente cotidiano de formas diversificadas, podendo ser um
valioso recurso para a aprendizagem dos educandos, além de propor
alternativas de atividades pedagógicas prazerosas e eficientes por meio da
exploração da tecnologia educacional (VALENTE,1999, p.11).
Conforme Valente (1999) a presença das tecnologias digitais cada vez mais, fazem
parte do nosso cotidiano e, assim passam a exigir o desenvolvimento de diferentes
habilidades, criando nova área de estudo relacionado com os novos letramentos.
As novas gerações têm alcançado o letramento digital antes mesmo de ter se
aperfeiçoado completamente do letramento alfabético, ensinado na escola. Com a
aplicação do uso das tecnologias na comunicação entre pessoas a distância, tem deixado
os alunos cada vez mais aprimorados na leitura e escrita, diferentes das formas
tradicionais de letramentos e alfabetizações.
Essas modificações são formas e oportunidades para o uso da linguagem em
geral, são respostas determinantes nas alterações tecnológicas que vem ocorrendo no
mundo desde que os aparelhos de informática e as novas tecnologias de comunicação
começaram a fazer parte efetivamente no cotidiano dos alunos.
Utilizamos também os pressupostos dos Documentos oficiais, como os
Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN (1997), as Leis Diretrizes de Base Curricular-
LDB (1996) e Base Nacional Comum Curricular-BNCC (2018), que delinearemos no
próximo tópico.
6O termo “nativos digitais” se refere a pessoas que já nasceram lidando com os diversos meios digitais e
internet no cotidiano. Essas crianças e adolescentes são pertencentes à Geração Z, já não enxergam a
realidade de maneira separada do mundo virtual. Outro termo cunhado atualmente é a Geração Z. Os nascidos entre 1995 e 2010, que hoje estão presentes nas salas de aula.
http://www.consumidormoderno.com.br/2017/09/22/caracteristicas-fundamentais-geracao-z/
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Apontamento do gênero digital acerca dos Documentos Oficiais
Destacamos a importância nos Documentos Oficiais, no uso das tecnologias no
sistema educacional. Eles apresentam metas, norteiam objetivos e referências, nesse
sentido, são considerados como instrumento que viabilizam para a elaboração, o
desenvolvimento e para práticas pedagógicas.
Dentro do apresentado pela a Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB nº
9394, de 20 de dezembro de 1996, ao incentivar que as práticas pedagógicas estejam
vinculadas ao contexto, em que os sujeitos estão inseridos, sugere que a organização
curricular inclua desafios contemporâneos em sua constituição.
As tecnologias da informação e da comunicação podem, nesse contexto, ser
caracterizadas como desafio de comunicação e possibilidade de inclusão social; estudar
as tecnologias no sentido de reorganização das práticas didáticas para auxiliar o processo
contextualizado e significativo de aprendizagem se faz desafio e possibilidade na
atualidade.
Na LDB 9394/96 verificamos uma concepção instrucionista quando o documento
se refere às tecnologias educativas como recurso educativo, organizados especificamente
para atender o educando com necessidade especial de aprendizagem.
Nesse sentido, a presença das tecnologias nos documentos oficiais a LDB nº
9394/96 enfatizam o uso das tecnologias alcançando os objetivos na educação nacional,
integrando níveis e modalidades diferentes na educação e nas dimensões do trabalho, da
ciência e da tecnologia.
É possível perceber mudanças dentre as principais direções e desafios à educação
descritos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do ensino fundamental, médio e
tecnológico definido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para guiar o uso de
tecnologias no processo de ensino/aprendizagem estão, dentre outros: compreender o uso
a conhecimentos científicos, às linguagens e os problemas que se propõe solucionar;
associar sua relação com outras tecnologias da informação e o impacto no
desenvolvimento do conhecimento e na vida cotidiana, bem como seu uso nas escolas,
no trabalho e em outros contextos relevantes, possibilitando comunicação através de sons,
imagens, textos, integrando mensagens e tecnologias, como aponta os PCN (2000, vol. 2,
p. 11-12).
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As novas tecnologias da comunicação e da informação permeiam o cotidiano,
independente do espaço físico, e criam necessidades de vida e convivência que
precisam ser analisadas no espaço escolar. A televisão, o rádio, a informática,
entre outras, fez com que os homens se aproximassem por imagens e sons de
mundos antes inimagináveis.
De acordo com as Diretrizes Curricular Nacionais para a formação de professores
da Educação Básica-DCN (2002), o uso das TIC (tecnologias de informação e
comunicação) tem uma grande importância para educação no 2º artigo aventado na
organização curricular de cada escola, desenvolvendo as tecnologias à formação para as
atividades dos professores, trazendo novas estratégias e métodos para a utilização das TIC
como material de apoio as suas práticas pedagógicas. No que se refere ao uso das TIC nas
escolas, Almeida e Prado (2005, s/p)7 fala que.
O uso da tecnologia na escola, quando pautado em princípios que privilegiam
a construção do conhecimento, o aprendizado significativo e interdisciplinar e
humanista, requer das profissionais novas competências e atitudes para
desenvolver uma pedagogia voltada para a criação de estratégias e situações
de aprendizagem que possam torna-se significativas para o aprendiz, sem
perder de vista o foco da intencionalidade educacional.
O uso da tecnologia no ambiente escolar, deve gerar condições que contribui o
entendimento da complexidade de mundo construindo o conhecimento através de várias
áreas do conhecimento, como também requer uma formação continuada na prática
pedagógica dos profissionais voltada para novas metodologias de ensino, com tudo, sem
perder a intencionalidade educacional.
Desse modo a incorporação das tecnologias na ação pedagógica dos professores
orienta os mesmo para uma educação libertadora e humanista, para que eles sejam
profissionais capazes de se ajustar nos avanços tecnológicos, onde homens e mulheres
são imersos na construção do conhecimento.
Para ter mais entendimento sobre a Base Nacional Comum Curricular - BNCC
(2018) foi construída no currículo de todas as instituições escolares do Brasil, dez
competências gerais que nortearão o trabalho das escolas e dos docentes. Sendo assim,
a tecnologia destaca na competência número 5, que:
7Almeida, M.E.B. Projeto: uma nova cultura de aprendizagem. Artigo publicado no site PROINFO.
Disponível em: http://www.proinfo.gov.br.,1999. Acesso em:16/07/2019.
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Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BNCC, 2018, p. 09).
Essa competência, como vimos, aclara o comprometimento da educação
nacional com o desenvolvimento íntegro para o ser humano e com uma construção justa
para sociedade, democrática e inclusiva, que se destaca na introdução da Base Nacional
Comum Curricular (2018), e também comunica os fundamentos pedagógicos em todo
documento.
Diante disso, os alunos são direcionados para o universo digital, pois são capazes
de usar diversas ferramentas existentes e atingir conhecimentos computacionais, tornando
a tecnologia indispensável para a sua vida.
A BNCC, assim, aponta que a cultura digital tem proporcionado mudanças sociais
perante a sociedade contemporânea, com avanço e mudanças das tecnologias ocorreu um
grande crescimento aos acessos: computadores, telefones celulares, tablets e afins, os
alunos estão inseridos nessa cultura, não somente como usuário, mas como protagonistas
da cultura digital.
Gêneros digitais na sala de aula como perspectiva de desenvolvimento da
aprendizagem
A sala de aula como um espaço social aponta como lugar de convivência e
interação em que há criação de afetividade, de ensino e aprendizagem. Contudo, o jogo e
as tarefas lúdicas não podem ser esquecidos no cotidiano escolar, pois são ferramentas
que estabelecem uma alternativa de trabalho atrativo, significativo e envolvente com os
alunos, onde requer a resolução de problemas/soluções pelo sujeito.
Nas salas de aulas, tornou-se cada vez mais frequente a conexão digital, pois a
educação 4.0,8 que antes era um ideal, segundo Prefº. Drº. Cassiano Zeferino de Carvalho
Neto9, hoje é uma realidade no cotidiano escolar. O uso dessas ferramentas trouxe para
8 O termo está ligado à revolução tecnológica que inclui linguagem computacional, inteligência artificial,
Internet das coisas (IoT) e contempla o learning by doing que traduzindo para o português é aprender por
meio da experimentação, projetos, vivências e mão na massa. Disponível em: https://novaescola.org.br.
Acesso em:16/07/2019. 9 https://inovae4.com.br.Acesso em:16/07/19.
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os professores e alunos mais dinamicidade e interação, com conteúdo armazenados
“em nuvens”10.
A revolução tecnológica dentro da educação 4.0 é baseada no conceito de
“Learning by doing”, que significa “aprender fazendo”. Essa metodologia incentiva os
alunos a construir seu conhecimento por meio de práticas diversas, seja por experiências,
testes, projetos e educação maker ou hands-on “mão na massa”11. A educação maker
beneficia os alunos no seu aprendizado, uma cultura de estimulo à autonomia sendo
instrumento crucial na área de conhecimento dele. A tecnologia na sala de aula inova e
incentiva por meio da experimentação, dessa maneira, os alunos têm o ensejo de serem
os personagens principais de suas próprias aprendizagens.
De acordo com filósofo pedagogo norte Americano John Dewey (1931), na
passagem do século XIX para o XX, ele afirmava que a educação não deveria ser restrita
à “transmissão” de conhecimentos, mas apreciar as experiências dos estudantes e a junção
dos conhecimentos cotidianos. Com a educação maker o ensino e a aprendizagem
ganham sentido e ajudam a desenvolver habilidades reflexivas e sócio emocionais.
Desse modo, ainda existe algumas barreiras a vencer, como a escassez na
formação dos docentes. Muitos sentem dificuldades em mourejar com programas e as
ferramentas digitais, pois muitos só tiveram acesso com as tecnologias em sua fase adulta
– diferente dos alunos, que já nasceram na era digital e estão familiarizados com elas.
Uns dos motivos que vêm causando inquietações a muitos docentes nas escolas, é
a falta de habilidade com a tecnologia. Entre as tecnologias encontradas hoje nas
instituições, como, por exemplo, a TV Multimídia, o pen-drive e o laboratório de
informática, o computador, se revela como maior desafio para muitos educadores, porque
além de abranger o conhecimento técnico, eles precisam compreender como utilizar essas
ferramentas tecnológicas na sua prática pedagógica e como contextualizar com a
realidade dos alunos, como construir a interdisciplinaridade em seus planejamentos
atender as exigências dos Documentos Oficiais da Educação.
10O termo geralmente é usado para descrever centros de dados disponíveis para muitos usuários pela
Internet. Nuvens em grande escala, predominantes hoje em dia, geralmente têm funções distribuídas em
vários locais dos servidores centrais. Se a conexão com o usuário for relativamente próxima, pode ser
designado um servidor de borda. O armazenamento de dados é feito em serviços que poderão ser acessados
de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo necessidade de instalação de programas ou de
armazenar dados. https://pt.wikipedia.org. 11Mão na massa, também chamada de educação maker, ou hands-on. (Movimento Maker se iniciou nos
Estados Unidos em meados da década de 70, com a revolução do computador pessoal). Disponível em:
https://www.linkedin.com. Acesso em: 16/07/2019.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_computadorhttps://www.linkedin.com/
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O S a b e r P e d a g ó g i c o | 33
Nesse sentido, é extremamente importante pleitear a conexão das tecnologias e o
método de ensino e aprendizagem. Como o professor é visto como o mediador, ele deve
buscar recursos que norteia os seus educandos a conhecerem por meio de novas
ferramentas e direcioná-los para que os conhecimentos advindos desse meio tecnológico
se tornem significativos, e, ainda, ajudar os mesmos na construção do conhecimento.
De acordo com Costa (2015), aparece outro obstáculo na utilização dos meios
tecnológicos, no método de ensino e aprendizagem, que é a falta de capacitação dos
docentes na área tecnológica, fazendo com que muitos profissionais se tornem resistentes
ao uso e introdução dessas novas tecnologias deixando assim, de utilizá-las por falta de
conhecimento e formação.
Os professores precisam encarar estes desafios, também refletirem e repensarem
suas práticas educativas. No entanto, esses profissionais precisam também do apoio
pedagógico, da oferta de formação continuada oferecidas por suas instituições para
superar esses obstáculos, desta forma, afirma Costa (2015, p.31), “é função da escola
formar um cidadão para a sociedade em transformação, portanto fazer uso de novas
habilidades é competência da escola para caminhar junto com a sociedade”. Cabe ao
educador buscar condições para adequar suas aulas as novas ferramentas digitais, desta
maneira, pensar em variadas formas metodológicas de aplicar suas sequencias didáticas
em sala de aula.
Os educadores ainda relutam à inserir a tecnologia em sua metodologia de ensino,
terminam presos a métodos ultrapassado, que não funcionam do mesmo modo. Por outro
lado, professores capazes de tirar aproveitamento dos benefícios que a tecnologia pode
trazer aos métodos de ensino e aprendizagem são capazes de atuar de modo mais atrativo
e inovador junto aos seus educandos.
Desta forma, a tecnologia tem muito a disponibilizar, métodos tecnológicos,
relatórios de aprendizagem, que ajuda os professores a reconhecer, de maneira pessoal ou
coletiva, em que pontos do assunto dos educandos têm maior índice de acertos e em quais
outros precisam aprender mais.
Entretanto, percebemos o quanto é necessário avançar mais com determinados
assuntos, aumentar as explicações, mudando as estratégias de ensinar, reconhecendo os
discentes com melhor desempenho e ajudar aqueles que têm maior dificuldade.
Portanto, é importante salientar que a tecnologia por si só, não é capaz de mudar
o método do educador. Contudo, se usada de maneira contextualizada, ela pode ser
essencial na rotina na sala de aula, àquilo com que os discentes já estão vivenciando na
https://www.somospar.com.br/4-motivos-para-a-escola-adotar-ferramentas-tecnologicas-de-apoio-ao-ensino/https://conteudos.somospar.com.br/lp-ebook-identificando-pontos-fortes-e-fracos-com-ferramentas-digitais/?utm_source=blog&utm_medium=post&utm_campaign=qual-o-impacto-da-tecnologia-na-sala-de-aulahttps://www.somospar.com.br/como-incentivar-os-alunos-a-lerem-mais/
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vida real, estreitando o relacionamento entre educador e aluno, que passam a compartilhar
a mesma realidade. Desta maneira, pode-se observar que a tecnologia é uma necessidade
de todos, e que a instituição escolar deve estar preparada para esta realidade. Temos que
estar preparados para este avanço, pois nós
[...] educadores, temos de nos preparar e preparar nossos alunos para enfrentar
exigências desta nova tecnologia, e de todas que estão a sua volta – A TV, o
vídeo, a telefonia celular. A informática aplicada à educação tem dimensões
mais profundas que não aparecem à primeira vista. (ALMEIDA, 2000, p.78).
O meio social está caracterizado por diversos tipos de linguagens, com a demanda
das tecnologias cada vez mais acelerada, introduzida nas práticas pedagógicas, que visam
uma melhoria na qualidade de ensino, explorando o uso das imagens, movimentos, artes,
musicas, jogos, moldando um espaço imaginário ou real, significando os assuntos em sala
de aula.
Sabendo que a tecnologia é o meio de alcançar um processo educativo
significativo, a escola só se aproximará e deixará o modelo antigo de mediar o
conhecimento quando sua equipe pedagógica estiver conectada e compromissada com
essa nova estratégia de ensino e a interatividade das tecnologias.
Por outro lado, a escola precisa adequar os recursos mobiliários, recursos
didáticos, recursos tecnológicos que possibilitem a prática pedagógica. A grande
contribuição desses recursos é atratividade e o envolvimento dos educandos no processo
por terem conhecimentos destas tecnologias. Neste sentido os educandos terão
autonomia, participação no processo ensino/aprendizagem.
Como se vê, ainda há muitos obstáculos para inclusão das TIC, é preciso que as
secretarias, os gestores e os educadores tracem um plano que oferte a ludicidade,
aprendizagem dos alunos no contexto que estiverem inseridos diante dos recursos
tecnológicos.
Quanto à inclusão da TIC como estratégias metodológicas no processo de
ensino/aprendizagem dos anos iniciais, compreendemos que diante dos baixos índices de
aprendizagem, na avalição da Prova Brasil aplicados nos anos iniciais das escolas
públicas do Brasil. Grupos de estudos acadêmicos, Secretarias de Educação e Instituições
realizam discussões, apresentam estratégias metodológicas para sanar esses resultados a
cada ano letivo.
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A escola caracteriza por ser um espaço de mediação de conhecimento, de
possibilidade de interação com suas tecnologias e que contribua com autonomia do
educando. Ela apresenta um Sistema Educacional com Documentos, Diretrizes
Curriculares que auxiliam nos procedimentos educativos. Então, essa preocupação séria
na inclusão de estratégias metodológicas, adaptação dos recursos tecnológicos com a
prática pedagógica.
E para isso, o gestor, o profissional da Educação conseguirá através do
conhecimento das TIC (tecnologias de informação e comunicação). As escolas possuem
em seus ambientes, a linguagem oral, a linguagem escrita, a linguagem digital dos seus
alunos, a reprodução da comunicação através dos recursos de som, imagens, vídeos, que
para Kenski (2007) são recursos, linguagens e meios de mediação, interação de
compreender a prática pedagógica através das tecnologias de informação e comunicação,
ou seja, as TIC.
Com a inclusão das TIC nas práticas pedagógicas, o processo
ensino/aprendizagem terá uma relevância significativa na vida dos educandos, pois
despertará interesse e participação no processo. Descontruindo um método tradicional de
ensinar e aprender, Kenski (2007, p.29) aponta:
Na escola, professores e alunos usam preferencialmente a fala como recurso
para interagir, ensinar e verificar a aprendizagem. Em muitos casos, o aluno é
o que menos fala. A voz do professor, a televisão e o vídeo e outros tipos de
“equipamentos narrativos” assumem o papel de ‘contadores de histórias e os
alunos, de seus ouvintes. Por meio de longas narrativas orais, a informação é
transferida, na esperança de que seja armazenada na memória e aprendida.
Essa repetição como modelo pedagógico, dificulta a aprendizagem e a falta de
interesse dos alunos irem à escola. Já em seu uso social, os alunos possuem capacidade
de reflexão e habilidades das tecnologias, com uso da TIC, reconhece o conhecimento.
A linguagem digital aliada as demais linguagens facilitará a prática pedagógica no
contexto em que os alunos estão inseridos diante de sua caracterização de nativos digitais.
Também ela irá romper com estruturação mecânica, estrutural do sistema de ensino para
articulação de saberes, novas relações, experiências de conhecimentos. Assim, essa
linguagem digital tem um poder transformador nas práticas pedagógicas criando uma
nova estratégia de ensino, de acordo com Kenski (2007, p.33):
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O poder da linguagem digital, baseado no acesso a computadores e todos os
seus periféricos, a internet, aos jogos eletrônicos etc., com todas as
possibilidades de convergências e sinergia entre a mais variadas aplicações
dessas mídias, influência cada vez mais a constituição de conhecimento,
valores e atitudes.
Contudo, que foi apresentado, esse poder de conhecimento dado aos educadores
e aos educandos, dependerá das estratégias desenvolvidas pelos profissionais, dos
recursos tecnológicos mediados com possibilidade de contribuição para Educação
significativa.
Estamos todos conectados através da rede que é a internet, essa ferramenta é
decisiva na elaboração dos planejamentos das estratégias metodológicas. Desse modo, o
professor deverá deixar sua prática tradicional e oferecer melhores condições para mediar
os conteúdos.
Apresentamos a mediação através da rede de internet, para desenvolver uma
sequência didática que exija habilidades e domínios dos alunos com essa linguagem
digital para interagir, organizar e descontextualizar os conteúdos socialmente construídos.
Utilização de software que ofereça possibilidades de interdisciplinaridades das áreas do
conhecimento como sugere os PCNs.
Entretanto, os professores devem tornar a sua base que é aprender a aprender e
utilizar as TDIC como ferramenta de apropriação e desenvolvimento dos alunos. A
WebQuest12 é uma estratégia de mediação pedagógica que facilitará a construção do
conhecimento, com base teórica construtivista13, pois os alunos através do cumprimento
das atividades irão modificando as informações, assimilando-as e guardando-as. Desta
forma, o professor cria um projeto pública na internet, assim, os alunos podem acessar
em sua casa, e posteriormente envia os resultados através do e-mail para o professor.
Contudo,
12WebQuest é uma metodologia de pesquisa na Internet, voltada para o processo educacional, estimulando
a pesquisa e o pensamento crítico. É um modelo extremamente simples e rico para dimensionar usos
educacionais da Web. https://google.com/site/oficinadotiao/home/o-que-e-webquest Acesso:05/08/2019.
13O ensino construtivista, base do pensamento construtivista consiste em considerar que há uma construção
do conhecimento e, que para que isso aconteça, a educação deverá criar métodos que estimulem essa
construção, ou seja, ensinar aprender a aprender. Essa linha pedagógica entende que o aprendizado se dá
em conjunto entre professor e aluno, ou seja, o professor é um mediador do conhecimento que os alunos já
têm em busca de novos conhecimentos criando condições para que o aluno vivencie situações e atividades
interativas, nas quais ele próprio vai construir os saberes. https://escoladainteligencia.com.br/metodo-de-
ensino-construtivista/Acesso em : 05/08/2019.
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Entendemos que as TDIC’s na educação contribuem para a mudança das
práticas educativas com a criação de uma nova ambiência em sala de aula e na
escola que repercute em todas as instâncias e relações envolvidas nesse
processo, entre as quais as mudanças na gestão de tempos e espaços, nas
relações entre ensino e aprendizagem, nos materiais de apoio pedagógico, na
organização e representação das informações por meio de múltiplas
linguagens. (ALMEIDA e SILVA, 2011, p.4).
As TDIC oferecerão aos profissionais da Educação um método inovador em sua
prática pedagógica e também proporcionando várias formas de relação, de participação
dos discentes como nativos digitais, construtores do saber e rompendo com preceitos
ultrapassados, em que os professores eram expostos num meio social diferente da
atualidade, e que hoje, não reverenciam as necessidades e conhecimento de forma
interativa, aprazível e lúdica.
A pretensão de incluir a WebQuest como estratégia metodológica na escola, é um
ponta pé inicial dos educadores durante seus planos, com objetivo fomentar a
aprendizagem colaborativa e integrar os recursos tecnológicos que estejam a sua
disposição para o uso no ambiente escolar.
O Educador poderá escolher os seguintes formatos (website14, Power Point15,
Google Doc16, Word Doc17, planilhas impressas18, etc), para iniciar a elaboração da sua
WebQuest seguindo os seguintes passos: 1º Introdução com um resumo do que o aluno
deverá estudar, seja de acordo com objetivo de um plano de aula ou uma sequência
didática; 2º passo, serão descritas as atividades que os alunos irão desenvolver no percurso
dos estudos, como, por exemplo, leitura de um livro, pesquisa em um site, produção de
mídias, entre outras estratégias; 3º passo descreve os procedimentos de realização das
atividades proposta pelo educador; 4º passo ou página construída será dos recursos, ou
14website e site possuem o mesmo significado e são utilizadas para fazer referência a uma página ou a um
agrupamento de páginas relacionadas entre si, acessíveis na internet através de um determinado endereço.
https://www.significados.com.br/website/.Acesso em 05/08/2019. 15PowerPoint é um programa utilizado para criação/edição e exibição de apresentações gráficas,
originalmente escrito para o sistema operacional Windows e portado para a plataforma Mac OS X. A versão
para Windows também funciona no Linux através da camada de compatibilidade Wine. https://www.google.com/power+point+significado+em+portugues.Acesso em :05/08/2019. 16Google Docs é um serviço para Web, Android e iOS que permite criar, editar e visualizar documentos de
texto e compartilhá-los com amigos e contatos profissionais. Com a possibilidade de trabalhar offline, esta
ferramenta pode salvar os arquivos tanto no drive online do Google quanto na memória do dispositivo.
https://www.google.com/google significado. Acesso em: 05/08/2019. 17Um arquivo DOC é um arquivo de tratamento de texto do pacote Microsoft Office, criado a partir de
documentos do Word. https://br.ccm.net/faq/511-formato-doc. Acesso em: 05/08/2019. 18Uma planilha pode ter várias áreas de impressão. Cada área de impressão será impressa como uma página
separada. https://support.office.com/impressão-em-uma-planilha.Acesso em: 05/08/2019.
https://br.ccm.net/faq/511-formato-doc
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seja, as fontes que os educandos deverão realizar pesquisas e produções; 5º passo seria a
página de avaliação, o educando saberá como será avaliado durante esse processo de
interação e finalizando com a página de conclusão, estará descrito, suas evoluções,
incentivos, para encorajar novos desafios.
Essa estratégia de trabalho baseada na interação de atividades com sequências da
WebQuest, motiva, desafia o educando ou grupo de educandos. Estruturada pelo
educador com informações relevante e significativa para realidade do aluno e também
atendendo as exigências dos Documentos Oficiais da Educação, como a BNCC (2018).
Portanto, essa é uma estratégia metodológica inovadora, conectada à rede, à
internet, com conhecimentos de alguns programas. O educador construirá sua prática
pedagógica diferenciada, atrativa, numa perspectiva construtivista, isto é, o aluno
aprenderá, organizará, produzirá no processo de aprender fazendo e inserido ao contexto
de nativo digital, legitimando sua identidade como agente social no processo educacional
como também despertará para encontrar as soluções advindas pelos desafios propostos
pelo educador, assim compreendemos que o construtivismo:
[...] é um equilíbrio por auto regulações que permite remediar as incoerências
momentâneas, resolver os problemas superar as crises ou os desequilíbrios por
elaborações constante de novas estruturas que a escola pode ignorar ou
favorecer, segundo os métodos empregados. (PIAGET, 1998, p.49).
Desse modo, a Webquest criada por Bernie Dodge, em 1995 contribui para esse
equilíbrio que as teorias do construtivismo apresentam como forma de sanar os equívocos
no processo educacional, mesmo sabendo que existem limitações como a falta de
equipamentos tecnológicos, conhecimentos das TDIC pelo corpo docente. O educador
precisa compreender que a inclusão dos recursos tecnológicos e de estratégias com
atividades incluindo a TDIC beneficiam o desenvolvimento dos alunos. Assim, essas
atividades devem ser compreensivas, desafiadoras e incentivadoras. Então, Dodge (1995)
a define assim: “Webquest é uma atividade investigativa, em que alguma ou toda a
informação com que os alunos interagem provém da Internet.”, ou seja, alunos possuem
recursos tecnológicos, acesso à rede, habilidade e funcionalidade no seu dia a dia. A real
situação é que, na maioria das escolas com esse conhecimento, de poder dos alunos
durante processo ensino/aprendizagem não é considerado como parte do currículo
escolar.
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DISCUSSÕES E RESULTADOS
Este trabalho de conclusão de curso, foi realizado com intuito de verificar a
inclusão das tecnologias no processo de ensino/aprendizagem nos anos iniciais. A
pesquisa foi realizada em duas escolas da cidade de Campina Grande, uma pública e a
outra privada. Foi elaborado um questionário para analisar a prática pedagógica dos
docentes com o uso da TIC.
Portanto nossa pesquisa é descritiva e qualitativa de cunho exploratório e com
investigação conduzida por pesquisas bibliográficas e dados coletados, que visam
apresentar a importância das tecnologias educativa, como atividades interativas e de
aprendizagem no processo de leitura. Existem inúmeros métodos de leitura, em que cada
docente busca utilizá-los, de maneira em que grande parte dos alunos alcance os objetivos
propostos para a leitura. Daí, surgiu a necessidade de investigar as contribuições
webquest, como estratégia para o desenvolvimento da leitura.
Os instrumentos de coleta de dados se deu pela aplicação de um questionário
estruturado com 9 perguntas, sendo duas subjetivas e 7 objetivas que será apresentado a
descrição através de tabela.
Com os resultados da questão 1, foi formulado um quadro 1, de apresentação do
tempo de experiência da prática pedagógica, para termos uma ideia que não é o nível de
tempo que faz um profissional incluir as TIC em suas práticas pedagógicas e sim ter um
perfil de profissional compromissado em mediar os conhecimentos no contexto em que
seus alunos estão inseridos como é sua caracterização como nativos digitais.
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De acordo, que foi apresentado, apenas a professora 2, tem um tempo experiência
inferior as demais. Isso não caracteriza que sua prática pedagógica não seja tão
significativa como as outras com um tempo superior. Vamos entender melhor adiante
com as análises dos resultados obtidos das próximas questões aplicadas.
Para o desenvolvimento de uma prática pedagógica co
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