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30/09/2013
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Cultivo do crambe
Professor Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva
trbsilva@uem.br
Interesse?
• Todo seu cultivo é mecanizado
• Cultura de inverno (mais uma alternativa para a safrinha)
• Baixo custo de produção.
• A extração do óleo pode ser feita de forma mecânica, com extrusora e prensa.
Nome científico: Crambe abyssinica Hochst
Originário do Mediterrâneo
É plantado em várias regiões de clima tropical e subtropical
O crambe é uma crucífera (Brassicaceae) de inverno (Canola, mostarda, etc)
• Planta ciclo C3
(Diferenças como anatomia foliar, atividade enzimática de carboxilação)
Primeiro produto � molécula com 3 átomos de carbono
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Classificação botânica
Reino Plantae Subreino Tracheobionta Divisão Magnoliophyta Classe Magnoliopsida Subclasse Dilleniidae Ordem Brassicales Família Brassicaceae Gênero Crambe Espécie C. abyssinica
É um planta anual ereta
A altura varia entre 70 e 90 cm, depende da época de plantio e densidade
As flores são brancas, numerosas e pequenas
Floresce aos 35 dias e pode ser colhida aos 90/95 dias após o plantio
O grão é redondo revestido com uma casca cinza
• Época de Plantio: abril e maio
• Altamente tolerante à seca
• Não tolera clima úmido
• Não tolera acidez do solo
• Exige boa fertilidade
• Produtividade: 1.000 a 1.800 kg/ha
• Teor de óleo: 26 a 38%
• Óleo industrial e biodiesel
• Óleo e farelo impróprio para consumo humano
• Não há ocorrência de doenças até o momento
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Par de folhas cotiledonares.
As folhas verdadeiras são pecioladas, possuindo margem suave e superficialmente indentada,
classificada como ondulada.
Flores
• Possui inúmeras flores brancas e pequenas, com quatro pétalas
• Estão dispostas em inflorescência do tipo panícula ou rácimo
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Semeadura
É importante regular a semeadora e ajustar os carrinhos
O crambe deve ser semeado a 3 cm de profundidade, com boa uniformidade
A melhor época de semeadura é em abril e início de maio
O melhor espaçamento é de 18 a 25cm entre linhas Figure 1 – Plant height (cm) aos 40 (A), 47 (B) and 64 days after emergence (C) as a function of depth of sowing crambe in two seasons.
População Espaçamento entre fileiras (cm)
(1000 pl. ha-1) 15 30 45
500 1963 A a 2077 A a 953 B b
750 1655 A a 1325 A b 1844 A a
1000 1752 A a 1609 A ab 1439 A ab
Desdobramento da interação significativa entre espaçamento entre fileiras (cm) epopulação de plantas (1000 plantas ha-1) da produtividade de grãos de crambe
Médias seguidas de mesma letra, maiúsculas na linha e minúsculas na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
Doses de nitrogênio em cobertura (kg ha-1)
Figura 1 – (A) Teor de óleo (%) e (B) produtividade de grãos (kg ha-1) de crambe, em função das doses de nitrogênio e época de cultivo. Umuarama/PR - 2011
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Safrinha � boa adaptação em Mato Grosso do Sul e Paraná
O cultivar brilhante requer entre 90 e 95 dias
Adapta-se bem em solos férteis, bem drenados com pH de 6,0 a 7,5
Ciclo
• Proposto por Pitol (2008)
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Bastante resistente à seca
O período crítico � germinação
É uma cultura susceptível á acidez tóxica de Al+3,
Apesar da sua rusticidade, o Crambe responde à
fertilidade do solo, recomendando-se a adubação
quando os níveis de nutrientes estiverem baixos.
Calagem
• Indicação para elevar a saturação por bases a 60% (alguns adubos verdes)
• Entretanto:
(A) Produtividade (g vaso-1) e (B) teor de óleo (%) de crambe, em função da aplicação de calcário. Umuarama/PR - 2013. * e n.s. = significativo e não significativo a 5% de probabilidade.
Adubação
Para adubação de semeadura, Pitol (2008) indica 150 kg ha-1 de formulados similares ao 6-20-
20, com isso está sendo aplicado ao solo, 9; 30 e 30 kg ha-1 de N, P2O5 e K2O, respectivamente
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Cascavel - 2008
pH M.O. P H+Al Al K Ca Mg SB CTC V H2O g dm-3 mg dm-3 --------------------cmolC dm-3-------------------- % 6,0 31,2 3,2 5,8 0 0,4 4,8 1,7 6,9 12,7 54,3
Treatments 1,000 grain Yield Oil meaning mass (grams) -------kg ha-1------- ---------%-------- P2O5 (kg ha-1) 2008 2009 2008 2009 2008 2009 0 6.71 6.32 1,701 1,629 26.5 27.8 40 7.13 6.89 1,908 1,788 27.7 28.9 80 7.22 7.35 1,911 1,801 33.3 32.4 120 7.59 7.72 1,928 1,845 33.3 34.5 Zinc (g ha-1) 0 7.02 a 6.85 a 1,849 a 1,775 a 33.1 a 33.8 a 80 6.98 a 6.92 a 1,911 a 1,799 a 33.9 a 34.1 a CV (%) 9.1 9.4 11.5 10.3 15.4 10.5 F test Phosphorus (P) * * * * * * Zinc (Zn) n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. Interation P * Zn n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.
y = 0,0068x + 6,753 R2 = 0,95*
y = 0,0117x + 6,371 R2 = 0,99*
6,4
6,6
6,8
7
7,2
7,4
7,6
7,8
8
0 40 80 120
P2O5 rates (kg ha-1)
1,0
00
gra
in m
ass
(g
)
2008
2009
y = 1,71x + 1759,4 R2 = 0,77*
y = 1,6525x + 1666,6 R2 = 0,81*
1.650
1.700
1.750
1.800
1.850
1.900
1.950
2.000
0 40 80 120
P2O5 rates (kg ha-1
)
Yie
ld (k
g h
a-1)
2008
2009
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y = 0,065x + 26,3 R2 = 0,86**
y = 0,059x + 27,36 R2 = 0,96*
10
15
20
25
30
35
0 40 80 120
P2O5 rates (kg ha-1)
Oil
mea
ning
(%)
2008
2009
Umuarama – 2010 (Fósforo)
y = 9,5241x + 631,76
R2 = 0,98**
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 15 30 45 60 75 90
Doses de P2O5
Pro
dutiv
ida
de (
kg h
a-1)
Umuarama – 2010 (Potássio)
y = 8,5856x + 664,56
R2 = 0,83**
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 15 30 45 60 75 90
Doses de K2O
Pro
dutiv
ida
de (k
g h
a-1)
• Fósforo � síntese de lipídeos
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Herbicidas
• Dessecação em pré-plantio (recomendada)
• Cuidado com residual de herbicidas:
Chlorimuron, diclosulan, fomesafen, flumetisula e imazaquim
Semeadura em áreas dessecadas e sem infestações de ervas daninhas
Nenhum herbicida é recomendado para o controle de folhas largas
3 a 4 semanas iniciais não ter concorrência
É durante este período que o desafio é maior, para o controle da erva daninha
Doenças
Poucos problemas de doenças
É suscetível a esclerotinia (mofo branco), no Brasil ainda não foi observado
Rotação da cultura é importante
O tratamento da semente não é necessário
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Pragas
• Não é muito atraente
• Pulgões, lagartas ou brocas (maior atenção)
A rotação de culturas é recomendada (insetos, doenças e plantas daninhas)
Não é interessante fazer rotação com culturas como canola, colza, mostarda e nabo forrageiro.
É interessante rotacionar o crambe com o trigo, milho, sorgo, aveia e soja
O crambe é mais uma opção de rotação de cultura, inclusive para plantios após o milho safrinha em junho e julho em
regiões que existe incidência de chuvas
Colheita
• Ponto � quando mais de 50% dos grãos tornam-se marrons
Essa operação pode ser efetuada utilizando-se os mesmos maquinários para soja ou cereais,
bastando à realização da regulagem das colhedoras, para minimizar perdas nessa
etapa.
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Transporte
O caminhão � não deve ter rachaduras e furos porque os furos
Os custos do transporte são comparados com o do girassol
Para reduzir � perto das usinas de processamento
Semente
Pequena, redonda e leve
O grão deve ser armazenado com um índice de umidade por volta de 10%
Se o grão for colhido com umidade elevada, o ar natural e secagem artificial podem ser
utilizados na secagem (gasto)
Óleo
Média de 38% de teor total de óleo, podendo variar este índice, de acordo com as condições
de clima e solo.
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Características do óleo de crambe
Constituinte Valores Impurezas insolúveis < 0,01% Enxofre 30 – 60 mg dm-3 Ácido oléico 16 % Ácido linoleíco 8 % Ácido linolênico 5 % Ácido erúcico >55 % Adaptado de Knights (2002).
O óleo tem utilidade em inúmeros fins industriais
O ácido erúcico é usado como lubrificante industrial, inibidor da corrosão, como
ingrediente na manufatura da borracha sintética, isolamento elétrico, para confecção de películas plásticas, sulfactantes, agentes da
flutuação e inibidores da corrosão
• Outros derivados do óleo podem ser usados em novos tipos de nylon, base para pinturas e
revestimentos, líquidos hidráulicos de alta temperatura, produtos farmaceuticos,
cosméticos, ceras e principalmente para biodiesel
• As pesquisas realizadas pela Fundação MS de Maracajú/MS, apontaram para uma produção
entre 1 000 e 1.500 quilos por hectare
• A grande tolerância à seca e a sua precocidade são as grandes vantagens da planta
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Sub-produtosA torta é usada como fonte de proteína para
ruminantes
O ácido erúcico é considerado impróprio para consumo humano
O índice de proteína no farelo é de 45% Para a torta o índice cai para 30% a 32%, de PB
O farelo contém glucosinolato, por este motivo não é indicado o seu uso para suínos e aves
Os ruminantes, tais como o gado e carneiros, exibem tolerância maior ao glucosinolato
A administração FDA americana, aprovou o uso do farelo ou torta do crambe, como um suplemento protéico para gado de corte em níveis até 5% do
peso total das rações
• Torta � pode ser utilizada também como fertilizante
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