h1 - aula 04
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―Homem‖, Cultura e SociedadeProf. Msc. Hauley S. Valim
hauleyvalim@yahoo.com.br
Operários,
Tarcila do Amaral
―Os sofistas eram professores viajantes que, por
determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de
filosofia. Sempre levando em consideração os interesses
dos alunos pagantes, davam aulas de eloqüência e de
habilidade mental, ensinando conhecimento útil para o
sucesso dos negócios públicos e privados‖.
―As lições dos sofistas não tinham como objetivo o
estabelecimento de uma verdade única, mas, sim, o
desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade
oratória, do conhecimento das doutrinas divergentes; enfim,
todo um jogo de raciocínios que seria utilizado na arte de
convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários‖.
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―Para eles, o essencial, todo esforço intelectual tinha por
fim algo lucro imediato; vencer um adversário, ganhar uma
causa judicial, convencer um auditório. Para isto, tudo era
válido. A única norma lógica e intelectual era o êxito‖.
―Havia ali uma preocupação com a audiência dos alunos. A
depender de quem era o público as verdades eram
apresentadas de uma forma‖.
―Por um lado são os técnicos que se vangloriam de
conhecer e ensinar todas as artes úteis ao homem; por
outro são mestres da retórica que ensinam como capturar
a simpatia da platéia‖.
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Exemplo da atividade do Sofista
―Diferentemente do tecelão que sabe-fazer tecido, o
sofista sabe falar de tecidos, sobre o processo de sua
fabricação, sua história desde a origem da técnica de traçar
os fios de algodão, dos diferentes usos e costumes das
vestimentas em diferentes culturas — tudo isso ele fala
com mais eloqüência do que o mais hábil dos tecelões, que
não saberá falar com a mesma desenvoltura sobre aquilo
que ele mesmo faz‖.
―O mesmo vale para as outras técnicas, inclusive aquelas
consideradas e mais estimadas na vida pública, na política. A
arte da guerra, a estratégia militar, as variadas legislações
das diferentes cidades, a engenharia e arquitetura — sobre
todos os assuntos, os sofistas buscavam conhecer, detendo
deste modo um vasto saber‖.
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Concepções críticas de Platão
sobre os Sofistas
Elas definem o sofista
(1) como o caçador assalariado de jovens ricos,
(2) como um homem que vende ―virtude‖e, visto
que vende bens que não lhe pertencem, como um
homem que pode ser descrito como mercador do
ensino,
(3) que vende a varejo em pequenas quantidades,
(4) como um homem que vende a seus fregueses
bens fabricados sob encomenda. 7
Concepções críticas de Platão
sobre os Sofistas
Elas definem o sofista
(5) o sofista é alguém que entretém controvérsias
do tipo chamado eristica (argumentação que,
segundo Platão, busca unicamente a vitória em um
debate, abandonando qualquer preocupação com a
verdade), a fim de ganhar dinheiro com a discussão
do certo e do errado.
(6) o sofista é visto como o falsificador da filosofia,
construindo, de maneira ignorante, contradições
baseadas mais em aparências e opiniões do que na
realidade. 8
Acusações aos Sofistas
Formuladas assim, as acusações
realmente reduziam-se a duas:
1. que os sofistas não eram pensadores
sérios e não tinham papel nenhum na
historia da filosofia e,
2. que seus ensinamentos eram
profundamente imorais (diversidade).
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Concepção filosófica que surge:
―Verdade e realidade eram objetivas, não
subjetivas. Todos os que negassem isso se
opunham à verdade e à realidade‖.
Concepção sofística
Relativista. Argumentavam, por exemplo,
que as práticas culturais existiam em função
de convenções ou "nomos", e que a
moralidade ou imoralidade de um ato não
poderia ser julgada fora do contexto cultural
em que aquele ocorreu.10
―Hegel restaurou os sofistas a uma posição
integrada na historia da filosofia grega, mas de tal
maneira que seus sucessores puderam continuar,
por mais cem anos, com apenas uma modificação
parcial da visão previa profundamente hostil do
movimento sofista, mas o aspecto mais importante
de tudo isso é que Hegel reinseriu os sofistas na
historia da filosofia e o fez tratando-os como
subjetivistas‖.
Os sofistas eram mestres que simplesmente
representavam as opiniões correntes na sua época
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Contribuições dos Sofistas
A elaboração dos rudimentos da idéia de
democracia, amplamente valorizada por
comerciantes em ascensão, cujos interesses
se contrapunham aos da nobreza.
O exercício prático de preparar os jovens
para atuar nas instâncias de tomada de
decisão da ágora (debate público).
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O pano de fundo do debate teórico entre
sofistas e filósofos é a tensão entre
subjetividade e objetividade
Subjetividade
Etmologia. lat. subjectívus,a,um 'gram relativo
ao sujeito; que se submete a, submisso', (Dic.
Houaiss)
q
14A condenação de Sócrates, de Jacques-Louis
Sócrates (470-399 a.C.)
Sócrates (470-399 a.C.)
O pensamento de Sócrates é um divisor de águas no pensamento filosófico, porém não os deixou em forma escrita.
Ele valorizava a oralidade do ensino e das discussões.
Um passo importante para o pensamento social, pois os temas e os debates passam ter um importância prática.
A preocupação deixa de ser a natureza e passa ser questões relativas ao desenvolvimento das cidades-estado, como as questões humanas: morais, éticas e políticas.
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Exaltou a responsabilidade moral do ser
humano enquanto cidadão da polis (cidades-
Estado), que passa se organizar politicamente
através do sistema que conhecemos como
democracia.
DEMO: “Povo‖, ―População‖ – Densidade
Demográfica.
CRACIA: “Força‖, ―Poder‖, ―Autoridade‖ –
Teocracia, Aristocracia (Aristo/Melhor, Melhores).
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Sobre os Sofistas Sócrates argumenta:
―a) Os Sofistas buscam o sucesso e ensinam as pessoas como conseguí-lo; Sócrates busca a verdade e incita seus discípulos a descobri-la.
b) Os Sofistas é necessário fazer carreiras, Sócrates quer chegar à verdade, desapegando dos prazeres e dos bens materiais.
c) Os Sofistas gabam-se de saberem tudo e fazer tudo; Sócrates tem a convicção de que ninguém pode ser mestre dos outros.
d) Para os Sofistas, aprender é coisa passiva e facílima, afirmam isso e tudo por um preço módico.
Sócrates defendia que a opinião é individual, mas a sabedoria é universal. A questão da felicidade e honestidade está na prática do agir. As riquezas não interessam aos homens‖.
Teoria do conhecimento em Sócrates
Princípio:
“Só sei que nada sei”
O ponto de partida para o conhecimento é o reconhecendo da própria ignorância.
Sócrates põe-se como quem não sabe nada sobre determinado tema diante de alguém que se diz sabedor (parte destrutiva da filosofia de Sócrates).
Des-truir. O questiona o senso comum, as crenças e opiniões (doxa), caracteristicamente vagas, parciais, imprecisas, derivadas de nossa experiência sensitiva.
O pensamento socrático revela a fragilidade doentendimento e aponta para a necessidade e a possibilidade de aperfeiçoá-lo através da reflexão.
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Maiêutica (obstetrícia)Indicar através da dialética o caminho que deveria ser percorrido por seu interlocutor até que chegassem a definição do tema discutido.
Maiêutica é a construção (nascimento) de novas idéias através de sucessivas perguntas. Ele leva o interlocutor a dar luz a suas próprias idéias.
Diálogo (dia de ―através de‖, preposição grega, e logo de ―palavra‖ ou ―discurso‖)
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Só assim poderemos, segundo ele, estar diante do caminho que leva ao conhecimento verdadeiro(episteme), deixando o domínio da opinião (doxa), o que não importa para a filosofia, pois ela procura a verdade única (o conceito, a idéia).
DoxaConhecimento superficial da realidade.
Reprodução irreflexiva das coisas (o sol nasce ou morre a despeito da teoria Heliocêntrica de Copérnico).
EpistemeTeoria do conhecimento - conhecimento construído
obedecendo uma metodologia aceitável (neste caso, a científica, racional).
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Método
No método desenvolvido por Sócrates importava à filosofia conceituar, definir determinada coisa, principalmente uma virtude ou qualidade moral. ―O que é...?‖ foi uma das perguntas mais repetidas por Sócrates, era uma chave metodológica para chegar até o conceito das coisas. O conceito, neste sentido, é diferente das atribuições, das funções, das características, exemplos, etc.
Por exemplo: ao discutir com Laquês, Sócrates pede que este importante soldado ateniense defina coragem. Imagino que a pergunta tenha sido: ―Laquês, o que é coragem?‖ Respondera ele: ―o soldado que luta sozinho contra um inimigo numericamente superior, o soldado que mesmo ferido continua a combater, o soldado que não se retira da batalha, o indivíduo que não teme enfrentar o perigo, etc.‖. Esta resposta não satisfaz a Sócrates, pois estes são apenas exemplos de coragem, não o conceito de coragem.
Quais são as principais diferenças entre
Sócrates e os sofistas?
1. O sofista é um professor ambulante. Sócrates é alguém ligado aos destinos de sua cidade;
2. O sofista cobra para ensinar. Sócrates vive sua vida e essa confunde-se com a vida filosófica: ― Filosofar não é profissão, é atividade do homem livre‖
3. O sofista ―sabe tudo‖ e transmite um saber pronto, sem crítica ( que Platão identifica com uma mercadoria, que o sofista exibe e vende). Sócrates diz nada saber e, colocando-se no nível de seu interlocutor, dirige uma aventura dialética em busca da verdade, que está no interior de cada um.
4. O sofista faz retórica (discurso de forma primorosa, porém vazio de conteúdo). Sócrates faz dialética (bons argumentos). Na retórica o ouvinte é levado por uma enxurrada de palavras que, se adequadamente compostas, persuadem sem transmitir conhecimento algum. Na dialética, que opera por perguntas e respostas, a pesquisa procede passo a passo e não é possível ir adiante sem deixar esclarecido o que ficou para trás.
5. O sofista refuta por refutar, para ganhar a disputa verbal. Sócrates refuta para purificar a alma de sua ignorância.
Bibliografia
KERFERD, G. B. O Movimento Sofista - Edições Loyola – São Paulo - 2003.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – Editora Saraiva – São Paulo - 1991
TELES, Antonio Xavier. Introdução ao Estudo de Filosofia – Ed. Ática – S. P. - 1981.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à Historia da filosofia –CIP/Brasil – R.J – 2005.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000
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