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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
CENTRO DE CIENCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
ERYK REINERT
EGON STEPHENS
GIANCARLO KRIEGER
JOÃO LUCAS PASDIORA
LUCAS REIS
CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRAFICA DO CÓRREGO EVARISTO DA
VEIGA
CURITIBA
2011
2
ERYK REINERT
EGON STEPHENS
GIANCARLO KRIGER
JOÃO LUCAS PASDIORA
LUCAS REIS
PLANEJAMENTO DA BACIA HIDROGRAFICA DO CÓRREGO DO EVARISTO DA
VEIGA
Trabalho apresentado à disciplina de Planejamento de Bacias Hidrográficas, para obtenção parcial de nota do curso de graduação em Engenharia Ambiental, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Orientador: Prof. Dr. Harry Alberto Bollmann
CURITIBA
2011
3
Sumário
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
2 UNIDADE DE PLANEJAMENTO ............................................................................ 6
2.1. Macrolocalização .............................................................................................. 6
2.2 Microlocalização ............................................................................................... 11
3 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO NATURAL ........................................................... 16
3.1 Solo .................................................................................................................. 16
3.1.1. Erodibilidade da Rocha ............................................................................. 18
3.1.2 Morfometria ................................................................................................ 22
3.1.3 Fenômenos Erosivos ................................................................................. 26
3.1.4 Conclusão Solo .......................................................................................... 31
3.2. Águas .............................................................................................................. 33
3.2.1 Qualidades físico/químico .......................................................................... 33
3.2.2 Indicadores Ecotoxicológicos, Bacteriológicos e Biológicos. ..................... 35
3.2.3 Indicadores Perceptivos ............................................................................. 35
3.2.4 Conclusão Água......................................................................................... 42
3.3 Ar ..................................................................................................................... 43
3.3.1Clima ........................................................................................................... 43
3.3.2 Qualidade do Ar ......................................................................................... 47
3.3.3 Conclusão Ar ............................................................................................. 49
3.4 Flora ................................................................................................................. 50
3.4.1 Floresta Ombrófila mista ............................................................................ 50
3.4.2 Florestas Ribeirinhas ................................................................................. 51
3.4.3. Conclusão da Flora Atual .......................................................................... 52
3.5 Fauna ............................................................................................................... 56
3.5.1 Lista da Fauna potencial ............................................................................ 57
4
3.5.2 Levantamento da fauna silvestre (antropofóbica) ...................................... 62
3.5.3 Levantamento da fauna circunantrópica .................................................... 62
3.5.4 Levantamento da fauna sinantrópica ......................................................... 63
3.5.5 Conclusão da Fauna atual ......................................................................... 64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 68
5
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho consiste em um estudo aprofundado sobre a bacia
hidrográfica do córrego Evaristo da Veiga através da caracterização dos elementos
naturais e antrópicos presentes na área da bacia hidrográfica do referido córrego,
englobando um estudo dos parâmetros, físico-químicos, perceptivos das águas e as
características dos solos, ar, flora e fauna ali presentes.
O córrego Evaristo da Veiga é um dos afluentes do Rio Belém, e está
localizado em uma área urbana no sul da cidade de Curitiba.
6
2 UNIDADE DE PLANEJAMENTO
2.1. Macrolocalização
Na Via Láctea está o Sistema Solar, integrando tal sistema está o planeta
Terra, localizado como o terceiro dos nove planetas em relação ao sol e possui as
seguintes dimensões:
Diâmetro equatorial: 12.103km
Distancia media em relação ao Sol: 149.600.000km
Massa: 5,976 x 1021 toneladas
O planeta Terra está dividido em quatro continentes pela definição física
(América, Eurafrásia, Austrália e Antártida) e em cinco pela definição política
(América, Europa, Ásia, África, Oceania e Antártida). Os continentes se dividem 247
países, dentre eles encontra-se o Brasil que está localizado na América do Sul,
7
variando entre os quadrantes N e H verticalmente e 18 a 25 horizontalmente nos
sistemas de coordenadas geográficas UTM (Universal Transverse Mercator).
O Brasil apresenta uma extensão territorial de 8.514.876km², é o quinto maior
país do planeta, e segundo o Censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2010 possui uma população de
185.712.713 habitantes.
8
O Paraná é uma das 27 unidades federativas do Brasil, e está localizado na
região sul, conta com uma área de 199.727,2741 Km², segundo a Coordenadoria de
Gestão Territorial da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), sendo a maior
parte do seu território localizada no quadrante 22J nas coordenadas 447575.18m E
e 7271869.09m S UTM. E o último Censo demográfico realizado pelo IBGE no ano
de 2010 registrou uma população de 10.266.737 habitantes.
9
Curitiba é um dos 399 municípios do Estado do Paraná e é também sua
capital. Segundo a prefeitura municipal de Curitiba conta com uma área territorial de
434,967 km² e está localizada no Leste do estado com uma altitude de 945m, no
quadrante 22J nas coordenadas 673652.50m E e 7186495.52.m S UTM. E segundo
o ultimo Censo demográfico realizado pelo IBGE no ano de 2010 possui uma
população de 1.678.965 habitantes.
Fonte: FENDRICH, Roberto - 2002.
A bacia do rio Belém é a principal bacia de Curitiba, ocupando uma grande
extensão de seu território, e segundo o diagnóstico dos recursos hídricos da bacia
hidrográfica urbana do rio Belém (FENDRICH, Roberto 2002) possui uma área de
87,85 km².
10
A bacia do córrego Evaristo da Veiga faz parte da bacia do baixo Belém,
possuí uma área de 6,18Km² e está situada nos bairros de Boqueirão e Xaxim, na
cidade de Curitiba.
11
2.2 Microlocalização
Microlocalização é feita para se localizar na área da bacia hidrográfica,
Evaristo da Veiga, os pontos notáveis antrópicos e naturais:
12
Representação da área destacada em amarelo do mapa acima:
Pontos notáveis:
1. Foz do rio Evaristo da Veiga: 22J 677275.63m E;7180390.88m S UTM;
13
2. Paróquia São Judas Tadeu: 22J 676837.03m E;7180248.03m S UTM;
3. Praça Dr. Joaquim Menelau de Almeida Torres: 22J 676385.93m E; 7180269.89m
S UTM;
14
4. Esquina Da Avenida Marechal Floriano Peixoto com a Rua Evaristo da Veiga: 22J
676455.76m E; 7180055.20m S UTM;
5. Igreja Congregação Cristã No Brasil – 22J 676217.00m E; 7179977.07m S UTM;
16
3 CARACTERIZAÇÃO DO MEIO NATURAL
3.1 Solo
A área a ser caracterizada está localizada no primeiro planalto, sobre os
sedimentos da bacia de Curitiba. Esta bacia sedimentar foi formada sobre um
embasamento de rochas gnáissico-migmatíticas, sob condições de clima variando
do semi-árido ao úmido, provavelmente durante o Pleistoceno (Bigarelha e
Sallamuni, 1962).
Sobre os sedimentos plio-pleistocênicos, acumularam-se depósitos de
planícies alúvioculavionares ( depósitos de várzea do Holoceno). Estes sedimentos
receberam a denominação de formação guabirotuba, que é composta
predominantemente por argilitos com intercalações de lentes arcosianas.
18
3.1.1. Erodibilidade da Rocha
A erodibilidade do solo, segundo Lal(1988,p.141), é o efeito integrado de
processos que regulam a recepção da chuva e a resistência do solo para
desagregação de partículas e o transporte subseqüente.
MAACK (1981) definiu no estado do Paraná cinco zonas geomorfológicas
principais, nas quais os movimentos epirogeneticos e tectônicos, assim como as
alterações climáticas e os sistemas hidrográficos foram considerados como sendo
responsáveis pela modelagem geomorfológica atual do relevo. Esta divisão
corresponde a seguinte seqüência:
1)Zona litorânea
2)Serra do Mar
3)Primeiro Planalto (Planalto de Curitiba)
4)Segundo Planalto (Planalto de Ponta Grossa)
5)Terceiro Planalto (Planalto de Guarapuava)
A cidade de Curitiba e região metropolitana ocupam parte do Primeiro
Planalto paranaense ou planalto de Curitiba, sendo ao leste lateralmente limitado
pelas escarpas da Serra do Mar, e a oeste, pelo segundo planalto paranaense.
(Chavez-Kus, Lilian, 2003)
A bacia de Curitiba é preenchida por duas formações sedimentares
resultantes de duas fases diversas de deposição. A mais antiga foi denominada por
Bigarella e Salamuni (1962) Formação Guabirotuba; a mais nova é constituída pelos
depósitos das planícies de inundação e dos baixos terrações que margeiam as
várzeas holocênicas.
Os principais componentes litológicos da Formação Guabirotuba são argilitos,
seguidos de arcóseos, comparecendo, subsidiariamente os rudásseos e, mais
esporadicamente, margas, com extratificação imperfeita e má seleção (PETRI e
FÚLFARO, 1983). Os principais sedimentos da Formação Guabirotuba atingem
espessuras na ordem de 60-80 metros e compreendem sequencias litológicas nas
quais predominam as argilas e areias arcosianas (20-40% de feldspato). A parte
basal é composta por vezes de cascalhos e arcóseos de granulometria grosseira.
19
Este pacote de sedimentos está depositado sobre as rochas do complexo gnáissico-
nigmatítico e rochas metassedimentares do grupo Açungui (Mesa Redonda Das
Características Geotécnicas da Formação Guabirotuba, 1999).
21
Por falta de dados mais específicos sobre a área da bacia do Evaristo da
Veiga, foram utilizados os dados referentes à cidade de Curitiba. A partir da analise
da tabela abaixo foi concluído que o tipo de solo se enquadra como:
a) Suscetibilidade a Erosão: R3(altamente suscetível à erosão);
b)Degradabilidade e instabilidade da Rocha: L4 (rochas altamente instáveis e
friáveis);
22
3.1.2 Morfometria
As características físicas são fundamentais para se conhecer o
comportamento hidrológico. Isto porque, apesar de existir uma estreita
correspondência entre o regime hídrico e estes elementos físicos, o conhecimento
desses elementos facilita a compreensão. (VILLELA et al., 1978).
As seguintes conclusões sobre as características morfometrias da bacia
hidrográfica do tributário Evaristo da Veiga foram obtidas a partir dos métodos e
definições descritos por VILLELA e MATTOS (1975):
Perímetro: 11,55Km
Calculado apartir dos mapas de AutoCad fornecidos pelo professor Dr. Harry
Alberto Bollmann.
Área de drenagem total: 6,18Km²
Considerada a área de projeção plana da porção do terreno delimitado pelo
seu divisor topográfico.
Comprimento axial: 3,68Km
E o comprimento axial da bacia hidrográfica é definida como a distância
medida em linha reta entre a foz e um ponto do seu perímetro que assinala a
eqüidistância no comprimento do perímetro entre ele e a foz (CHRISTOFOLETTI
(1980).
Coeficiente de Compacidade ”Índice de Gravelius” (adimensional): 1,31
E a relação entre o perímetro da bacia hidrográfica e a circunferência de um
círculo de área igual à da bacia, e pode ser calculado por:
Kc = 0,282 (P / A)
Onde: Kc - coeficiente de compacidade (adimensional);
P - perímetro da bacia hidrográfica (km);
A - área da bacia hidrográfica (km2).
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Quanto mais irregular for a bacia, tanto maior será o Coeficiente de
Compacidade. Um coeficiente mínimo igual à unidade (1,0) corresponderia à uma
bacia circular e propensa a enchentes.
Fator de Forma (adimensional): 0,45
E a relação entre a largura média e o comprimento axial da bacia. Dada pela
equação:
Kf= A / ( L2)
Onde : Kf - coeficiente de forma (adimensional);
A - área da bacia hidrográfica (km2);
L - comprimento da bacia medido pelo curso d’água mais longo
desde a desembocadura até a nascente mais distante (km).
Este fator constitui outro indicador da maior ou menor tendência para
enchentes de uma bacia.
Declividade media da bacia hidrográfica: 0,0461m/m
A declividade dos terrenos de uma bacia controla em boa parte a velocidade
com que se dá o escoamento superficial afetando o tempo que a água da chuva leva
para concentrar-se nos leitos fluviais que constituem a rede de drenagem das bacias.
A magnitude dos picos de enchente, a maior ou a menor oportunidade de infiltração
e a susceptibilidade para erosão dos solos dependem da rapidez com que ocorre o
escoamento sobre os terrenos da bacia(VILLELA e MATTOS, 1978).
Declividade mediana da bacia hidrográfica: 0,0339m/m
Definida como sendo a declividade para a qual 50 % dos valores situam-se
acima, e outros 50% dos valores situam-se abaixo deste valor.
Comprimento total dos cursos d’água: 7,5Km
E a soma do comprimento de todos os trechos de rios existentes na bacia
hidrográfica, não importando sua ordem.
24
Ordem dos Cursos d’Água (adimensional): Ordem três
Esta é uma classificação que reflete o grau de ramificação ou bifurcação
dentro de uma bacia.
Densidade de Drenagem: 1,21Km/Km²
Este indicador expressa a relação entre o comprimento total dos cursos
d’água de uma bacia e sua área total, e fornece uma indicação da eficiência da
drenagem da bacia.
E dada pela equação:
Dd = Lt / A
Onde : Dd – densidade de drenagem (km/km2);
Lt - comprimento total dos cursos d’água (km);
A - é a área da bacia hidrográfica (km2).
Extensão Média do Escoamento Superficial: 0,206Km
E distância média em que a água da chuva teria que escoar sobre os terrenos
de uma bacia, caso o escoamento se desse em linha reta desde onde a chuva caiu
até o ponto mais próximo no leito de um curso d’água qualquer na bacia.
E dada pela equação:
Es = A / 4(Lt)
Onde : Es – extensão média do escoamento superficial (km);
A - área da bacia hidrográfica (km2);
Lt - extensão total dos cursos d’água (km).
Sinuosidade (adimensional): 1,13
E definida como a relação entre o comprimento de talvegue e o comprimento
do curso d’água principal.
E dada pela equação:
S = Lv / Lp
25
Onde : S - sinuosidade (adimensional);
Lp - comprimento do curso d’água principal (km);
Lv - comprimento do talvegue do rio principal (km).
Declividade de Álveo: 0,00733m/m
A declividade de álveo representa a diferença de altitude entre a foz e a
nascente, dividida pelo comprimento do curso d’água principal.
E dada pela equação:
S1 = (An – Af) / Lp
Onde : S1 - declividade de álveo (m/m);
An - altitude na nascente do curso d’água principal (manmm);
Af - altitude na foz do curso d’água principal (manmm);
Lp - comprimento do curso d’água principal (km2).
Altitude mínima (foz): 858 m.
Altitude máxima da bacia: 913m.
Definida como a elevação de um ponto geográfico em relação ao nível médio
dos mares.
Definições baseadas no material fornecido pelo Prof. Dr. Harry Alberto
Bollmann, através do site do Eureka da PUC-PR.
26
3.1.3 Fenômenos Erosivos
3.1.3.1 Declividade dos Solos
Foram feitas quarenta e uma medições na planilha do Auto-CAD dos mapas
da bacia hidrográfica e curvas de níveis da cidade de Curitiba, distribuídos pelo Prof.
Dr. Harry Alberto Bollmann, através das quais se obteve os seguintes valores:
declividade média e mediana respectivamente, 0,0461m/m e 0,0339m/m.
Baseado na tabela abaixo foi concluído que a declividade da bacia
hidrográfica do Evaristo da Veiga é classificada como suave.
Fonte: Prof. Dr. Harry Alberto Bollmann – PUC-PR
Declividade do Solo % (m/m)
Suave <8 <0,08
Moderadamente 8-20 0,08-0,20
Moderadamente Forte 20-35 0,20-0,35
Forte 35-45 0,35-0,45
Muito Forte >45 >0,45
27
3.1.3.2 Erosão Potencial
A erosão potencial é o potencial de perda de solo por erosão hídrica e
representa o cenário mais desfavorável, na ausência do efeito protetor da vegetação.
“O impacto das gotas de chuvas, é o principal fator unitário na erosão potencial”
(Fournier, 1950).
O Coeficiente de Fournier é o quociente entre o quadrado da precipitação
mensal máxima (mm/mês) pela precipitação anual máxima (mm/ano). Sendo o
primeiro passo para a obtenção do grau da erosão potencial.
Pela ausência de dados mais específicos que refletiriam a mais fielmente a
realidade da bacia estudada, foram usados dados que representam uma serie
histórica dos últimos 10 anos, e foram obtidas na estação da PUC-PR no bairro
Prado Velho da cidade de Curitiba, nas coordenadas UTM 22J 676070.48 m E
7184064.51m S, em uma altitude de 884m.
Fonte: Instituto das Águas do Paraná - 2011
28
Fonte: Instituto das Águas do Paraná - 2011
CF=p²/P -> CF= 376,4²/1857,4 -> 76,28
O estudo dos dados apresentados acima indicou um Coeficiente de Fournier
de 76,28, a partir desse dado e do valor da declividade media da bacia, obtido
anteriormente podemos analisar a gráfico e a tabela a seguir.
Fonte: Prof. Dr. Harry Alberto Bollmann – PUC-PR
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Erosão Potencial t/ha.ano m³/km².ano
Geológica <3 <120
Fraca 3-6 120-240
Média 6-9 240-360
Forte 9-12 360-480
Excessiva >12 >480
Fonte: Prof. Dr. Harry Alberto Bollmann – PUC-PR
Como o resultado obtido a partir do gráfico é de aproximadamente
1660m³/km².ano, a tabela indica que a erosão potencial da área alvo é excessiva.
3.1.3.3 Cobertura atual da Erosão
Com base no alto índice de suscetibilidade e potencial de erosão mostrada
anteriormente, também na ausência das erosões por voçoroca e por sulcos,
presumimos que a bacia sofra uma Erosão Laminar, porém a insuficiência de
informações impossibilita a obtenção de um resultado preciso sobre a cobertura
atual da erosão.
3.1.3.4 Sedimentação medida
Sedimentação medida é a quantidade de sólidos suspensos totais em relação
a vazão, dada em T/ha.ano, através da equação:
Cs= Q x SST
Onde : Cs - Carga Sedimentar (mg/s);
Q – Vazão (l/s);
SST - sólidos suspensos totais (mg/l);
. A vazão do tributário do Evaristo da Veiga foi medida através das
precipitações mensais (máximas e medias), foi obtido o resultado de Q=231 l/s.
30
Para transformar o resultado da Carga Sedimentar de mg/s para
Toneladas/hectar.ano foi feita a conversão das unidades e o resultado divido pela
área da bacia em hectares. Resultando em uma Carga Sedimentar de 1,9 T/ha.ano.
Analisando a tabela abaixo, concluímos que, a Cs é muito baixa.
Carga Sedimentar T/há.ano
Muito Baixa <2
Baixa 2 a 4
Media 4 a 6
Alta 6 a 8
Muito Alta >8
Fonte: Prof. Dr. Harry Alberto Bollmann
31
3.1.4 Conclusão Solo
Baseado no coeficiente de compacidade (kc) e no fator de forma(kf) que são
respectivamente, 1,31 e 0,45 como se afastam do valor unitário, e também baseado
no mapa de áreas inundáveis da cidade de Curitiba fornecido pelo IPPUC, podemos
concluir que a bacia hidrográfica do córrego do Evaristo da Veiga é pouco suscetível
a enchentes.
32
Concluímos também que apesar da erosão potencial ser excessiva, o solo ser
altamente suscetível à erosão e as rochas serem altamente instáveis e friáveis, o
córrego em si apresenta uma carga sedimentar muito baixa. Portanto podemos
presumir baseados no alto índice de alteração antrópica que grande parte da área
da bacia é impermeabilizada devido a essa cobertura urbana.
33
3.2. Águas
3.2.1 Qualidades físico/químico
Os dados aqui apresentados representam as qualidades físico/químicas das
águas do córrego Evaristo da Veiga.
Exames químico-físicos do afluente
Evaristo da Veiga:
Alcalinidade Cor Temp. Ar
Temp.
Amostra Condutividade DBO
Media 92,68 43,3 24,5 21,6 293,2 12,9
P25% 64,42 26,0 21,5 19,6 245,5 5,6
P50% 73,00 33,9 25,1 21,2 277,0 6,6
P75% 124,34 53,5 27,8 23,0 355,0 9,8
Mínimo 50,73 18,0 12,0 13,7 196,0 1,8
Maximo 157,47 119,0 32,0 33,0 408,0 54,9
DQO P Total
Nitrogênio
Amoniacal
Nitrogênio
Orgânico N Total OD
Media 85,18 1,2414 11,55 2,88 13,67 8,16
P25% 28,00 0,5175 6,28 2,09 8,74 6,39
P50% 66,41 0,9975 8,14 2,62 10,23 7,50
P75% 110,66 1,6640 16,28 3,52 17,60 10,88
Mínimo 15,30 0,2047 3,22 0,83 6,50 2,35
Maximo 304,05 3,2000 23,26 6,93 26,92 17,08
34
% Sat pH S. Totais
S.
Dissolvidos S. Suspensos Turbidez
Media 86,7 7,8 162 148 12 17
P25% 67,8 7,6 144 128 5 11
P50% 83,3 7,8 168 155 11 14
P75% 118,6 8,2 178 161 16 21
Mínimo 25,1 6,6 99 97 2 6
Maximo 155,5 8,5 245 198 47 36
Coli. Totais E. Coli. Dureza
Media 2.938.534 563.962 44,8
P25% 233.000 74.000 42,7
P50% 1.842.000 467.000 45,0
P75% 2.851.000 857.000 48,7
Mínimo 18 11 4,4
Maximo 24.192.000 1.800.000 66,0
Fonte: Prof. Dr. Harry Alberto Bollmann
E a partir de alguns dos parâmetros analisados acima foi feita o
enquadramento em relação aos parâmetros pré-estabelecidos pelo Conama 357/05:
35
Parâmetro Padrões
Ponto Amostral
Classe 1
Classe 2
Classe 3
Classe 4 TEV Condição Enquadramento
OD ≥6 ≥5 ≥4 ≥2 8,16 1
4
DBO ≤3 ≤5 ≤10 >10 12,9 4
Col. Fecais ≤200 ≤1000 ≤4000 >4000 563.962 4
Col. Totais ≤1000 ≤5000 ≤20000 >20000 2.938.534 4
pH 6--9 6--9 6--9 6--9 7,8 1
Turbidez 40 100 100 -- 17 1
Cor Natural 75 75 -- 43,3 1
Fósforo 0,02 0,03 0,05 -- 1,2414 4
N. Amoniacal 3,7 3,7 13,3 -- 11,55 3
Sólidos Dissolvidos 500 500 500 -- 148 1
Fonte: Conama 357/05
O valor obtido dos parâmetros enquadra o rio na Classe 4, com as Portarias
de Enquadramento dos cursos d’água do Estado do Paraná, classificando-as de
acordo com a Resolução nº20 do CONAMA, de 18 de junho de 1986 o rio deveria se
enquadrar na classe 3, com isso o rio se encontra fora do padrão.
3.2.2 Indicadores Ecotoxicológicos, Bacteriológicos e Biológicos.
Não foi encontrado nenhum dado em relação aos exames ecotoxicologicos,
bacteriológicos e biológicos que dizem respeito ao córrego Evaristo da Veiga.
3.2.3 Indicadores Perceptivos
De acordo com a visita a campo foi constatado que as qualidades perceptivas
estão abaixo do parâmetro estabelecido pelo Conama 357/05, como por exemplo:
a) cor; b) odor (mau cheiro); c) sólidos suspensos; d) tudo aquilo que se
perceba que não é natural do rio, etc.
36
Como pode ser visto nas seguintes imagens, estes parâmetros qualitativos
estão altamente deteriorados:
40
3.2.3.1 Índice de atividade antrópica
O índice de atividade antrópica (IAA), indica a influencia que as atividades
antrópicas exercem sobre o meio.
Fonte: Rossano (1995) apud KARR e CHU (1999)
Baseado nas visitas feitas ao local as respostas para as perguntas apresentadas na
tabela acima são respectivamente muito, agrícola/domestico, longe, parcialmente
herbácea, obtendo assim um IAA de aproximadamente 14, ou seja médio alto.
41
3.2.3.2 Índice de valor de habitat
BARBOUR e STRIBLING (1996) apresentam uma técnica de avaliação do
habitat de rios admitindo-se as métricas apresentadas na Tabela abaixo.
Posteriormente, a metodologia foi adotada como referência para a classificação dos
mananciais americanos (USEPA, 1999a).
MÉTRICAS ÓTIMO SUB-ÓTIMO MARGINAL POBRE
20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
Refúgios no Canal ABUNDANTE, DIVERSO
INSTÁVEL,UNIFORME
Substrato da Epifauna MISTO, EXTENSIVO
AUSENTE
Assoreamento do Substrato de Fundo
POUCO ASSOREADO
ABUNDANTE
Alteração do Canal NÃO CANALIZADO
EXT. CANALZIADO
Deposição de Sedimentos
NENHUM DEPÓSITO
ALTA DEPOSIÇÃO Freqüência de
Corredeiras FREQÜENTE
NÃO FREQÜENTES
Condição de Vazão CANAL CHEIO
POUCO PROFUNDO
Proteção Vegetal dos Taludes
BEM VEGETADOS
NENHUM
Estabilidade dos Taludes
POUCA EROSÃO
ALTA EROSÃO
Mata Ciliar > 18 METROS
< 5 METROS
Fonte: BARBOUR e STRIBLING (1996)
42
Baseado nas visitas a campo e nas imagens, cada membro da equipe
estimou um valor para cada um dos indicadores acima, e a media aritmética
encontrada para cada um deles foi a seguinte:
Refúgios do canal: 2
Substrato da epifauna: 1
Assoreamento do substrato de fundo: 18
Alteração do canal: 2
Deposição de sedimentos: 6
Frequência de corredeiras: 2
Condição de vazão: 3
Proteção vegetal dos taludes: 3
Estabilidade dos taludes: 19
Mata ciliar: 2
Media aritmética: 5.8
A media aritimetica dos indicadores acima aponta para um IVH de 5.8 , ou
seja representa um índice do valor do habitat de qualidade marginal beirando a
pobre.
3.2.4 Conclusão Água
A partir dos dados coletados podemos observar que o rio tem uma grande
quantidade, Fósforo, Nitrogênio amoniacal, Coliformes fecais provenientes do
grande despeja de esgoto na área. Com isso podemos observar que a grande causa
da péssima qualidade da agua é o esgoto já que em outros parâmetros como pH,
OD, turbidez, sólidos suspensos estão em boas qualidades. O rio é NC (não
classificado) de acordo com o Conama 357/05, pois contem um elevado numero de
sólidos grosseiros totais.
43
3.3 Ar
3.3.1Clima
O clima é guiado pela energia do sol e compreende os diversos fenômenos
climáticos que ocorrem na atmosfera. No sentido original, clima é um conceito usado
para dividir o mundo em regiões que dividem parâmetros climáticos parecidos. As
regiões climáticas podem ser classificadas com base na temperatura e precipitações.
(OLIVEIRA, Marcus, 2011)
Um dos tipos de classificação para as regiões climáticas é a Classificação
Climática de Köppen, feita por Wladimir Köppen, em 1900. A classificação é
baseada em letras.
Letras:
1ª letra – maiúscula, representa a característica geral do clima de uma região:
A: climas megatérmicos (temperatura média do mês mais frio superior a 18ºC)
B: climas secos (chuvas anuais abaixo de 500 mm)
C: climas mesotérmicos (temperatura média do mês mais frio inferior a 18ºC e
superior a -3ºC, ao menos um mês com média igual ou superior a 10ºC)
D: climas microtérmicos (temperatura média do mês mais frio igual ou inferir a -3ºC,
ao menos um mês com média igual ou superior a 10ºC)
E: climas polares (temperatura média de todos os meses do ano inferior a 10ºC)
2ª letra – minúscula, representa as particularidades do regime de chuva (apenas
valem para os casos "A", "C" e "D")
f: sempre úmido (mês menos chuvoso com precipitação superior a 60 mm)
m: monçônico e predominantemente úmidos: chuvas de inverno (mês menos
chuvoso com precipitação inferior a 60 mm)
w: chuvas de verão (mês menos chuvoso com precipitação inferior a 60 mm)
w': chuvas de verão e outono.
s: chuvas de inverno
s': chuvas de outono e inverno.
44
2ª letra - maiúsculo apenas caso "B":
S: clima semiárido (chuvas anuais entre 250 e 500 mm)
W: clima árido ou desértico (chuvas anuais menores que 250 mm)
2ª letra - maiúsculo apenas caso "E":
T: clima de tundra (pelo menos um mês com temperaturas médias entre 0ºC e 10ºC)
F: clima de calota de gelo (todos os meses do ano com médias de temperatura
inferiores a 0ºC)
3ª letra - minúscula, representa a temperatura característica de uma região (apenas
valem para os casos "C" e "D"):
a: verões quentes (mês mais quente com média igual ou superior a 22ºC)
b: verões brandos (mês mais quente com média inferior a 22ºC)
c: frio o ano todo (no máximo três meses com médias acima de 10ºC)
3ª letra - minúsculo apenas caso "B":
h: deserto ou semideserto quente (temperatura anual média igual ou superior a
18ºC)
k: deserto ou semideserto frio (temperatura anual média inferior a 18ºC).
45
O clima de Curitiba e classificado como Cfb, ou seja:
C: pois este localizado abaixo do trópico de Capricórnio, sendo então considerado
como clima temperado.
f: com o gráfico podemos comprovar que o mês menos chuvoso apontou
precipitação superior a 60 mm, classificando-a como f.
46
b: de acordo com o gráfico, podemos comprovar que o mês mais quente da cidade
de Curitiba com media inferior a 22ºC, classificando-a como b.
47
3.3.2 Qualidade do Ar
As concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a
segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos a flora e a fauna,
nos matérias e ao meio ambiente em geral (CONAMA 03/90).
Localização das estações de monitoramento da qualidade do ar.
Fonte: Instituto Ambiental Paraná
48
Os dados aqui apresentados representam as qualidades do ar da estação do
Boqueirão e pela ausência dos parâmetros PTS, NO2 e Fumaça foram utilizadas os
dados das estações Praça Ouvidor Pardinho e Santa casa.
O Conama 03/90 divide as cargas máximas de qualidade do ar em dois
parâmetros:
Padrão Primário: As concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão
afetar a saúde da população.
Padrão Secundário: As concentrações de poluentes abaixo das quais se
prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o
mínimo dano a fauna, a flora, às matérias e ao meio ambiente em geral.
Qualidade do ar Primário (µg/m3)
Secundário (µg/m3)
PTS 80 60 mga
240 150 mad
Fumaça 60 40 maa
150 120 mad
PI 50 50 maa
150 150 mad
SO2 80 40 maa
365 100 mad
CO 10.000 10000 ma8h
40000 40000 ma1h
O3 160 160 ma1h
NO2 100 100 maa
320 190 ma1h
Fonte: Prof. Dr.Harry Alberto Bollman
Qualidade do ar
Media Anual
Media Max Diária
Media Max 8 Horas
Media Horaria Max
Estação Boqueirão
PI
34,6 µg/m3 110,0 µg/m3 --- ---
SO2 8,0 µg/m3 13,5µg/m3 --- ---
CO --- --- 3364 µg/m3 ---
O3 --- --- --- 146,5 µg/m3
Estação Praça Ouvidor Pardinho
PTS 40,0 µg/m3 --- --- 358,1 µg/m3
NO2 17,7g/m3 108,0 µg/m3 --- ---
Estação Santa Casa
Fumaça 2,6 µg/m3 39,0 µg/m3
49
Sendo:
Mga: Média geométrica anual
Mad: Média aritmética diária
Maa: Média aritmética anual
Ma1h: Média aritmética de 1 hora
Ma8h: Média aritmética de 8 horas
3.3.3 Conclusão Ar
De acordo com os parâmetros pré-estabelecidos pela resolução Conama
03/90, os dados analisados atendem aos padrões primários e secundários, portanto
não se espera nenhum dano à saúde e ao patrimônio.
50
3.4 Flora
A cobertura florestal originaria da região da cidade de Curitiba, segundo
Maack (1950) engloba áreas de floresta ombrófila mista e a sub formação ribeirinha
(Florestas de planície aluvial), com predomínio de branquilho(Sebastiani
commersoniana), e aroeira (Schinus terebinthifolius), sendo observados, em alguns
pontos mais elevados em relação ao nível do lençol freático.
3.4.1 Floresta Ombrófila mista
Também conhecida por floresta de araucária, pinheiral ou pinhal, a floresta
ombrófila mista pode ser definida como a formação vegetacional cujo elemento
característico é a araucária angustifólia, o famoso pinheiro do Paraná. Sua região
core é bem delimitada por um clima temperado, com auto índice de chuvas e geadas,
exercendo um importante papel na ocorrência de determinadas espécies
(KERSTEN,Rodrigo de Andrade 2006).
Na floresta com araucária, de maneira geral as famílias que mais se
destacam em numero de indivíduos são Lauraceae, Myrtaceae Salicaceae
(Flacourtiaceae). Lauraceae, em alguns casos, adquiri tal grau de importância, que
bolós et al. (1991) definirão esta formação como “floresta de Araucária e Ocotea
puberula”.
Rizzini(1979), afirma categoricamente que a floresta ombrófila mista é apenas
uma variação da ombrófila densa. Segundo o autor, o pinheiro do Paraná
associasse diversamente a componentes da floresta atlântica, dando origem a
variadas comunidades, que recebem o nome genérico de pinhais ou pinheirais.
51
O histórico de desmatamento não é nada animador. Não existem mais áreas
intocadas e todos os remanescentes são ou florestas secundarias avançadas ou
primarias alteradas uma avaliação do histórico de cobertura dessa floresta,
apresentado Castella e Britez(2004) pode ser observada na tabela abaixo.
Ano Área(ha) % da área
Original % da área do
Estado
orig. 8.295.750 100 41
1890 7.378.000 89 37
1930 3.958.000 48 20
1937 3.455.400 42 17
1950 2.522.400 30 13
1955 2.203.200 27 11
1960 2.043.200 25 10
1963 1.567.700 19 8
1965 1.593.200 19 8
1973 433.500 5 2
1974 316.620 4 2
1977 151.620 2 1
1984 269.631 3 1
Estágio médio 1.200.168 14 6
Estágio avançado 66.109 1 0
Fonte: Castela e Britez 2004
3.4.2 Florestas Ribeirinhas
As florestas ribeirinhas desempenham importante função ecológica e
hidrológica, contribuindo para regularizar os regimes hídricos, manter a qualidade da
agua, estabilizar o solo, axuliar na ciclagem de nutrientes, a estabilidade térmica e
para o escoamento pluviais, além de contribuir para a alimentação e abrigo da fauna
(SALVADOR, 1987,BARBOSA,1989).
Também chamadas de florestas ciliares, ripárias, beiradeiras ou, ainda, matas
de galeria, ocorrentes ao longo de cursos da agua e no entorno de nascentes, estas
florestas tem características definidas por uma interação complexa de fatores. O
ambiente ribeirinho reflete as características geológicas, geomorfológicas, climáticas,
hidrológicas e hidrográficas que atuam como elementos definidores da paisagem e,
portanto, das condições ecológicas locais (RODRIGES & SHEPHERD, 2000).
52
Quando sob influencia da floresta com araucária, a vegetação é dominada,
por pequeno numero de espécies, destacasse Sebastiania Commerconiana-
Euphorbiaceae(Branquilhio) que pode chegar a contribuir com 80% do total de
arvores do dossel (MENEZES-SILVA et al.1997, SILVA et al.1992).
3.4.3. Conclusão da Flora Atual
Como visto anteriormente a floresta primaria “nativa” esta completamente
alterada ou substituída por uma floresta artificial. De acordo com Herter, a maior
causa para degradação deste bioma em Curitiba é a expansão urbana.
Vegetação remanescente em Curitiba
Através do calculo da cobertura vegetal da área pelo Auto-CAD, foi possível
determinar que a vegetação na área da bacia representa 2,04% de sua área total,
sendo 1,29% do Bosque Reinhard de Maack.
53
As fotos a seguir foram retiradas do bairro Boqueirão e representam uma
parcela remanescente, que apesar de alterada ainda apresenta algumas
características da antiga flora nativa.
Bosque Reinhard de Maack
56
3.5 Fauna
Pela ausência de informações especificas sobre a fauna original da região da
bacia hidrográfica do córrego do Evaristo da Veiga, presumimos que a mesma seja a
encontrada no bioma da mata de Araucária. A qual se caracteriza por conter uma
grande biodiversidade de espécies animais, contando com indivíduos endêmicos,
raros, ameaçados de extinção, espécies migratórias, cinegéticas e de interesse
econômico da Floresta Atlântica e Campos Sulinos. Várias espécies estão
ameaçadas de extinção: a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, o macaco-
prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vário sagüis, a preguiça-de-coleira, capirava,
o caxinguelê, e o tamanduá. Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a
jacutinga, o tiê-sangue, a araponga, o sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos,
saíras e gaturamos.
De Acordo com (MULLER, Arnaldo Carlos, 2011) a transformação de
ambientes naturais em áreas urbanas e rurais modifica de modo radical a flora e a
fauna dos locais. A maioria das espécies nativas é extinta, mas algumas se adaptam
as transformações, passando a se beneficiar de alimento e abrigo existentes nestas
áreas.
Podem-se admitir a grosso-modo, três tipos de reações da fauna nativa a
presença humana:
Não tolerância (antropofobico): resultando em fuga para áreas onde ainda
existem condições naturais. Exemplos: lobo-guara, gralha azul.
Circum-tropicos: as espécies passam a viver em ambientes descaracterizados
pelo homem. Exemplos: lagartos, serpentes.
Sinantropicos: as espécies criam vínculos de vida necessariamente
vinculados à presença e proximidade humana. Exemplos: cão, rato.
57
3.5.1 Lista da Fauna potencial
Abaixo estão listadas algumas espécies e famílias as quais seriam
encontradas nos biomas presentes na região do alto Rio Iguaçu, caso as suas
condições naturais não tivessem sido alteradas.
Molluusca (molusco)
Hygrophila (caramujo-de-aquario)
Arthropoda(artrópodes)
Sicariideae
Loxosceles sp. (aranha marrom)
Teraphosidae (caranguejeira)
Aranea (aranha)
Lycosidae (tarântula)
Opiliones
Ctenidae (armadeira)
Theridil (aranha)
Escorpiones (escorpião)
Insecta (insetos)
Coleóptera (besouro, serra-pau)
Hymenoptera (vespa, abelha, formiga)
Hemíptera (percevejo)
Orthoptera (gafanhoto, grilo)
Díptera (mosca)
Lepidóptera (borboleta)
Siphonaptera (pulga)
58
Blattaria (barata)
Crustácea (caranguejo-de-agua-doce)
Chilopoda (lacraia)
Pisces (peixes)
Characiformes
Characidae
Astyanax sp (lambari)
Erythrinidae
Hoplias malabricus (traira)
Siluriformes
Heptapheridae (bagre)
Rhamdia quelen (bagre-sapo)
Callichthydae
Callichthys sp (cascudo)
Perciformes
Cicholidae (acara)
Cyprinodontiformes
Poeciliidae (barrigudinho)
Cypriniformes
Cyprinidae (carpa comum)
Amphibia (anfíbios)
Anura
Bufo sp (sapo)
Leptodactylus labyrinthicus (ra-pimenta)
Hyla sp (perereca)
59
Reptilia (Repteis)
Quelônia (tartarugas)
Hydromedusa tectifera (cágado pescoço-de-cobra)
Lacertília (lagartos)
Tupinambis merianae (teiú)
Pantodactylus schrebersi (lagartinho)
Ophida (cobras e serpentes)
Liophis miliaris (cobra d’agua)
Philodryas patagoniesnses (papa-pinto)
Atractus reticulatus (cobra da terra)
Liotyphlops beui (cobra-cega)
Bothrops jararaca (jararaca)
Colubridae (dormideira)
Aves
Ardeidae
Casmerodios albus (garça-branca)
nycticorax nycticorax (soco-dorminhoco)
fernariidae
sinallaxis spixi (bem-terere)
rallidae
aramies sacaracura (saracura)
estrildidae
estrilda astrid (bico-de-lacre)
emperilizidae
60
thraupinae (sanhaço)
columbidae(pomba)
emberezidae
zonotrichia capensis (tico-tico)
charadriidae (quero-quero)
cuculidae
guira guira (anú-branco)
crotophaga ani (anu-preto)
troglodytidae
troglodytes aedox (curruíra)
tyrannidae
pitangus sulphuratus (bem-te-vi)
trochilidae (beija-flor)
ploceidae (pardal)
furnariidae
furparius rufus (joao-de-barro)
musicapidae
turdidae (sábia)
strigidae (coruja)
mammalia (mamíferos)
marsupialia
didelphis albivenres(gamba-de-orelha-branca)
monodelphis sp (cuica)
edentata
desypus novemcinctus (tatu-galinha)
rodentia
61
hydrochaeris hydrochareis (capivara)
dasyprocta azarae (cutia)
cavia aperea (preá)
sphinggurus villosus (ouriço-cacheiro)
myocastro coypis (ratao do banhado)
sciurus sp. (serelepe)
rattus rattus (rato comum)
mus cusculus (camundongo)
rattus norvegicus (ratazana)
mustelidae
galictis cuja(furão)
chiroptera
phyliostornidae
vespertillionidae
molossdae
agouti paca
canis (dusicyon) gimnocerus (graxaim-do-campo)
procyon cancrivorus (mao-pelada)
felis pardalis (jaguatirica)
mazama sp (veado)
artibeus lituratus (morcego das frutas)
desmodus rotundus (morcego-vampiro)
sturnira lilium (morcego das frutas peq.)
myotis ruber (morcego)
tadarida brasiliensis (morcego-das-casas)
Didelphis marsupialis (gamba)
62
3.5.2 Levantamento da fauna silvestre (antropofóbica)
Devido a ocupação antrópica em grande escala, que eliminou senão
descaracterizou quase por completo os ambientes locais, já não é mais possível
encontrar espécies de natureza antropofóbica na região estudada.
3.5.3 Levantamento da fauna circunantrópica
Mamiferos
Lepus Capensis (lebre)
Hydrochaeris hydrochaeris (capivara)
tadarida brasiliensis (morcego-das-casas)
Aves
Dendrocygna viduata (irerê)
Amazonetta brasiliensis (pe-vermelho)
Phalacrocorax brasilianus (biguá)
Ardea alba (garca-branca-grande)
Egretta thula (garca-branca-pequena)
Strix hylophia (coruja-listrada)
Pitangus sulphuratus (bem-ti-vi)
Turdus rufiventris (sabia-laranjeira)
Turdus albicollis (sabia-coleira)
Ammodramus humeralis (tico-tico-do-campo)
Passer domesticus (pardal)
63
Insetos
Díptera (moscas)
Culicidae (mosquitos)
Simuliidae (borrachudos)
Sphonaptera (pulgas)
Anoplura (piolhos)
Gryllus assimilis (grilo)
Loxosceles (aranha marrom)
3.5.4 Levantamento da fauna sinantrópica
Aves
Gallus gallus domesticus (galinha)
Amazona aestiva (papagaio)
Anas Acuta (marreco)
Patogioenas picazuro (pombao)
Zonotrichia capencis (tico-tico)
Vanellus chilensis (quero-quero)
Mamiferos
Felis silvestris catus (gato)
Canis lupus familiaris (cao)
Mus Musculus (camundongo)
Rattus rattus (rato-de-casa)
64
Rattus norvegicus (ratazana)
Didelphis marsupialis (gamba)
Insetos
Dictyoptera (baratas)
Musca domestica(mosca domestica)
Culex (mosquitos)
3.5.5 Conclusão da Fauna atual
Devido ao alto índice de atividade antrópica na região da bacia hidrográfica as
espécies não tolerantes foram extintas ou migraram para outras regiões, e
remanesceram apenas as espécies circunantrópicas, sinantrópicas. Nas visitas
feitas ao local foi constatada a presença das seguintes espécies:
Sinantrópica:
67
Exemplo de fauna originária do bioma de Floresta Ribeirinha:
Fonte: Museu de História Natural de Curitiba
Exemplo de fauna originária do bioma de Floresta Ombrófila Mista:
Fonte: Museu de História Natural de Curitiba
68
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CHAVEZ-KUS, Lilian, Analise da Tectonia rúptil em rochas do emb, 2003. p. 31-
32.
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Rio Belém, 2007.
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Mesa Redonda das características geotécnicas da formação guabirotuba, 1999.
69
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http://olivergeo.blogspot.com/2011/04/classificacao-climatica-de-wladimir.html>.
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http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Monitoramento/QUALIDADE_DO_AR_2000_0
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http://www.ippuc.org.br/ippucweb/sasi/home/>. Acesso em 29 maio. 2011
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CARRANO, Eduardo, ARZUA, Marcia et al, Aves de Curitiba, 2009
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