profa. lia diskin Ética para a convivência instituto elos santos, 29 de janeiro de 2010

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Profa. Lia Diskin

Ética para a Convivência

Instituto Elos

Santos, 29 de janeiro de 2010

Quino, Autor da “Mafalda”, desiludido com o rumo deste século no que respeita a valores e educação, desenha estes.sugestivos cartoons:

 

Universo Terra Vida

Vertebrados Répteis

Mamíferos Antropóides Hominídeos

Homo sapiens Cidade, Estado

Filosofia

14 bilhões de anos5 bilhões de anos2 bilhões e meio600 milhões de anos300 milhões de anos200 milhões de anos10 milhões de anos4 milhões de anos140 mil a 100 mil anos10 mil anos3.500 anos

Edgar Morin

FONTE: O Paradigma Perdido – a natureza humana

Entre a ordem do cosmos e a sabedoria biológica, um projeto

inacabado – o humano.

Tribo (dependência)

Aldeia (dependência)

Pólis (semi dependência)

Cidade – Estado (independência)

Estado com múltiplas nações (independência)

Confederação de Estados (interdependência)

INDIVÍDUO – SOCIEDADE – ESPÉCIE

Somos 100% biológicos e 100% culturais

Edgar Morin. Ética: O Método.

Como toda criatura, geramos e consumimos vida, porém, nos tornamos humanos e membros de uma comunidade de vida através da aprendizagem.

O início de toda aprendizagem acontece por imitação. Conforme o Dr. Boris Cyrulnik (neuropsiquiatra): “É de fato o meio que modela a massa cerebral e dá forma ao que, sem ele, não passaria de um ajuntamento informe. É sob o efeito das interações precoces que o cérebro adquire um modo de ser sensível ao mundo e um modo de reagir a ele.”

De corpo e alma – a conquista do bem estar. São Paulo: Martins Fontes, 2009

Reiterando o poder que o meio exerce, a Dra. Penélope Leach afirma que as faculdades mais importantes da mente estão enraizadas nas experiências emocionais desde o começo da vida e “formam a base da confiança dos bebês nos outros e em si mesmos, da infância até a velhice”.

O que as crianças vêem, elas fazem.

“O papel das emoções é criar, organizar e orquestrar muitas das funções mais importantes da mente. De fato, a emoção é responsável pela própria noção de identidade.”

Dr. Stanley Greespan Psiquiatra e pediatra

ETHOS (com eta inicial): morada, habitat, toca de animais, refúgio, ninho, estábulo.

Pressupõe espaços onde:

1. A sobrevivência está garantida pelas condições naturais que constituem o entorno do organismo;

2. A ameaça à existência por parte de predadores está atenuada;

3. Há possibilidades de conforto, segurança e familiaridade com seus pares.

ÊTHOS (com épsilon inicial): caráter, hábito, índole, natureza, costume.

Diz respeito ao comportamento que resulta de um constante repetir-se de atos que visam ao bem comum.

Neste sentido pode-se falar de uma ética normativa (Kant) e de uma ética não-normativa (Espinosa).

A primeira lida com deveres e obrigações; a segunda com as ações e paixões tendo em vista a felicidade.

MOR-MORES: norma, costume, conforme os bons costumes, regra.

 Toda moral é normativa, isto é, determina um repertório de comportamentos, costumes e valores que visam perpetuar uma determinada organização

social.

Constitui um sistema fechado, onde não há espaço para o imprevisível, o aleatório e a criatividade.

Conseqüentemente há repetição, conservação e exaltação do passado.

A moral determina a ação conforme as regras, as normas instituídas.

A ética questiona aquilo que funda a moral, analisa as fontes, suas bases e princípios. É uma reflexão sobre a moral.

Portanto a moral se herda,

ao passo que a ética

se constrói, se conquista.

ÉTICA

Compromisso que se assume voluntariamente

Consentimento livre versus obediência automática

Autoconstrução de si mesmo (práxis)

Vigência de leis internas que fazem menos necessárias as leis externas

Respeito pela inteligência e singularidade de cada criatura humana

MUDANÇAS EM ALTO MAR

• As novas gerações possuem habilidades e competências desconhecidas pelos mais velhos.

• Novas tecnologias de informação provocam a proliferação de organizações da sociedade civil de modo inusitado.

• Democratização dos relacionamentos.

A democratização das relações interpessoais, institucionais e

culturais viabilizam a emergência dos conflitos, entendendo estes

como os sinais que evidenciam a presença democrática nas relações.

A mudança torna-se necessária quando o repertório de valores - direções e significados - já não dá

conta da realidade, ou não promove satisfação

e visão de futuro.

Contradição, pluralidade, indeterminação, aleatoriedade e relativismo encontram-se na raiz

de toda mudança.

Valor / Valere / Axiôs

Direção e Significado

Relatório Estado do Mundo 2010

Worldwatch Institute

www.worldwatch.org.br/

Um sexto da humanidade consome 78%

de tudo que é produzido no mundo.

EDUCAÇÃO

Uma pesquisa anual com alunos de primeiro

ano de faculdades nos Estados Unidos

investigou durante mais de 35 anos as

prioridades de vida dos alunos.

A importância atribuída a ter boa situação

financeira aumentou de pouco mais de 40%

para quase 80%.

A importância atribuída à construção de uma

filosofia de vida plena de sentido diminuiu de

75% para pouco mais de 45%.

A ética trata de estabelecer e manter as comunidades que viabilizam nossas vidas, e que abarcam, no mínimo, três diferentes esferas de relacionamento:

• a relação consigo mesmo;

• a relação com os outros (família, amigos, trabalho, vizinhança, etc);

• a relação com o mundo.

SUJEITO CONFORME MORINAUTOAFIRMAÇÃO

Princípio de Exclusão

Princípio de Inclusão

(egoísmo) (altruísmo)

Fonte: Edgar Morin, Ética

Cada um vive para si e para outro de maneira dialógica, ou seja, ao mesmo tempo, complementar e antagônica.

Ser sujeito é associar egoísmo e altruísmo.

Fonte: Edgar Morin, Ética

Contudo, o individualismo como fonte de fortalecimento do egocentrismo tende a atenuar as potencialidades

altruístas e solidárias, que resulta na desintegração das comunidades

tradicionais.

Fonte: Edgar Morin, Ética

A crise dos fundamentos éticos é produzida por e produtora de:

1) Aumento da deterioração do tecido social;2) Enfraquecimento, no espírito de cada um, do imperativo comunitário e da Lei coletiva;

Fonte: Edgar Morin, Ética

3) Fragmentação e, às vezes, dissolução da responsabilidade no compartilhamento e na burocratização das organizações e empresas;

4) Um aspecto cada vez mais exterior e anônimo da realidade social em relação ao indivíduo;

Fonte: Edgar Morin, Ética

5) Hiperdesenvolvimento do princípio egocêntrico em detrimento do princípio altruísta;

6) Desarticulação do vínculo entre indivíduo, espécie e sociedade;

Fonte: Edgar Morin, Ética

7) Desmoralização que “culmina no anonimato da sociedade de massas, na avalanche midiática e na supervalorização do dinheiro” (André Jacob em Cheminements de la dialetique à l’éthique. Paris, PUF, 1998, p. 163).

Fonte: Edgar Morin, Ética

Aquilo que une a ética da compaixão à ética da compreensão é a resistência à crueldade do mundo, da vida, da sociedade e à barbárie humana. Existem múltiplas ilhas de bondade entre nós. Tudo deve começar com elas...

Fonte: Edgar Morin, Ética

“Toda medicina é amor”

Paracelso

“Todo amor é medicina”

Edgar Morin

Fonte: Edgar Morin, Ética

ÉTICA =

SUSTENTAÇÃO DAS RECIPROCIDADES

O senso de pertencimento gera sustentação das reciprocidades, onde direitos e responsabilidades nutrem-se mutuamente.

Heteronomia – Dependência – Dominação

Anomia – Independência – Caos

Autonomia – Interdependência - Sustentabilidade

Lia Diskin

Associação Palas Athena

www.palasathena.org.br

liadiskin@palasathena.org.br

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