umacasa organizada · pre vinham dormir em nossa casa. agora,osconvitesnãosãomaisaceitos....

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BEMVIVER

E S T A D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 5 D E M A I O D E 2 0 1 3

5

Enquanto esperam a aula começar,as duas conversam e dão uma espiadanas roupas de ginástica superestampa-das que são vendidas pela professorade dança. O papo rola enquanto umadelas experimenta a pequena saia depoliamida, que imita pele de cobra,olhando-se no espelho.

– Comprei uma calça colorida echeia de flores, mas não uso. Fiz isso de-pois que me separei. Queria radicalizarno estilo, usar cores e estampas maisfortes. Mas não consigo…

– Faz muito tempo?– Um ano e meio.– E você perdeu amigos?– Todos.– Gente, foi igualzinho comigo…Cara leitora, caro leitor.Embora você possa estar pensando

o contrário, o papo de mulherzinha dasduas colegas de academia está longe de

ser uma anomalia. Dez entre 10 pes-soas recém-separadas, homens ou mu-lheres, queixam-se do sumiço dos ami-gos do casal depois do fim da relação,seja qual for o motivo do rompimento.Portanto, se você decidiu se separar epensou que tomaria um voo direto pa-ra a alegria, encoste sua cabecinha nomeu ombro e chore.

Assim como se sabe que existemmais coisas entre o céu e a terra do queimagina nossa vã filosofia, garantotambém que há mais escalas entre omomento da separação e o nirvana doque supõe o seu desejo de chutar o bal-de e virar a página. E uma delas passapelo rombo que ficou na teia de amigostecida pelo casal.

Sim, quando uma relação de muitosanos é rompida, boa parte desses ami-gos, senão todos, tomam Doril. A boanotícia é que o sumiço parece ser uma

tendência, pelo menos no Ocidente. Fo-ram os ingleses que, no ano passado, le-vantaram essa bola com um estudorealizado pelo site de relacionamentos

HealBee. O trabalho sustenta que o fimde uma relação amorosa duradoura saimuito mais caro do que a perda do par-ceiro propriamente dita: pode custaraté oito amizades.

Entre os entrevistados, quase meta-de admitiu que eles próprios, ou osseus ex, acabaram “expulsos” do círcu-lo de relacionamentos do casal. E olhaque os ingleses são considerados pra láde modernos. Então, por que diabos is-so não aconteceria com você, que nas-ceu neste país lindo, latino e passionalchamado Brasil?

Arrisco duas explicações que levamà mudança na relação com os amigosquando um casal se separa (mas é claroque há mais algumas): 1. Muitos delesacabam optando por um dos lados doex-casal. 2. A pessoa separada vira umaameaça para os casais estabelecidosporque a liberdade dos solteiros, comtodas as possibilidades que ela traz, en-che os olhos de alguns comprometidos.

Minha amiga lá de cima fez o resu-mo da ópera:

– Parece até que tenho uma doençacontagiosa. E sobrou para meu filhoadolescente. Antes, os amigos dele, fi-lhos dos nossos casais de amigos, sem-pre vinham dormir em nossa casa.Agora, os convites não são mais aceitos.

É um espanto. Aposto que você, co-mo eu, também pensava que esse ti-po de coisa tinha ficado para trás, láno tempo de nossas avós, quando aspessoas só se casavam por amor devez em quando, e a possibilidade deseparação era remota.

A sorte é que, pouco a pouco, o si-lêncio deixado pelas amizades docasal vai sendo substituído pela al-gazarra dos novos amigos. E esse ba-rulho é um santo remédio para sa-cudir o mofo da alma. Sob nova ad-ministração, você terá chances deexperimentar uma nova vida, pode-rá se dar o direito de fazer coisas su-perlegais e até algumas pequenasgrandes bobagens que ficarão para asua história. É só uma questão dedeixar o ar entrar.

SIMPLES ASSIMSe você decidiu se separar e pensou quetomaria um voo direto para a alegria, encostesua cabecinha no meu ombro e chore

É só deixar o ar entrar

Z U L M I R A F U R B I N O

● DIAGNÓSTICOSEscrito em linguagemdireta e objetiva, oGuia de bolso de gine-cologia (foto) traz in-formações sobre osprincipais procedi-mentos e diagnósticosginecológicos, organi-zadas de forma didáti-ca e de fácil leitura.Em contrapartida, ofe-rece ao leitor conteú-do abrangente e quepermite, em curtotempo de leitura, a as-similação e prática dasinformações conside-radas absolutamente necessárias. Editora Atheneu,R$ 49, 223 páginas.

● SEMINÁRIO DE NUMEROLOGIAA instituição internacional Cóndor Blanco ministra os se-minários de numerologia “O segredo dos números” nosdias 14, 15 e 16 e "O segredo das letras" nos dias 18 e 19.Com as aulas, o participante aprenderá técnicas de nume-rologia para descobrir os potenciais de pessoas, profissio-nais e empresas. Inscrições: (31) 9981-4201.

● CURSO DE AYURVEDAO Instituto Internacional de Ayurveda e Yoga dá início,no sábado, ao curso de ayurveda destinado ao público emgeral. Com duração de 10 meses, os temas abrangem a cu-linária ayurvédica, plantas medicinais, massagens, diag-nóstico e tratamento das doenças utilizando a medicinanatural e métodos de desintoxicação.Informações: (31) 3287-4878.

● EQUILÍBRIONa quinta-feira, às 19h, será realizado o curso “Territórioem paz no oceano de estresse”. No curso, o psicanalista ehipnoterapeuta Júlio Gomes aponta algumas atitudesimportantes para se manter centrado, mesmo naquelesmomentos mais difíceis. Local: Rua Tupis, 457, sala 503.Informações: (31) 9634-2823.

● MERCADO ESTÉTICONa sexta-feira, no sábado e domingo, será realizado o cur-so de empreendedorismo e gestão de negócios para omercado estético. Ministrado por Gerson Aguiar e LuizFernando Firmino, o curso é voltado para profissionaisque já atuam na área e os que pretendem ingressar nomercado. Avenida do Contorno, 4.747, sala 401.Informações: www.bellebonelli.com.

● RESISTINDO A PERDASNo sábado, a terapeuta ocupacional Talita Mary fala so-bre as perdas, suas consequências e como seguir emfrente depois dessas experiências, na palestra “Comoseguir em frente depois de uma perda”. O evento mar-cará a inauguração do grupo de apoio a perdas.Inscrições: (31) 8353-4633.

● CONVIVÊNCIA SADIAO Instituto Internacional de Projeciologia e Consciencio-logia (IIPC) ministra no sábado, às 16h, a palestra gratuitacom o tema “Convivência sadia”. Serão abordados tópi-cos como “Qual o propósito da convivialidade?” Local:Rua Padre Marinho, 455, 7º andar. Santa Efigênia.Informações: (31) 3222-0056.

● DOENÇAS RESPIRATÓRIASNa quarta-feira, às 19h, será realizada a palestra“Doenças respiratórias”, com Ana Cristina de Carva-lho, pneumologista pediátrica e presidente da Comis-são de Pneumologia Pediátrica da Sociedade Mineirade Pneumologia e Cirurgia Torácica (SMPCT). O obje-tivo é discutir as implicações dessas doenças na vidados indivíduos e das políticas públicas a fim de mini-mizar e tratar dos portadores de doenças respirató-rias. Local: Avenida João Pinheiro, 161, Centro.Inscrições: (31) 3247-1647.

EM SINTONIA

>>simplesassim.mg@diariosassociados.com.br

❚ COMPORTAMENTO

A história é clássica: o maridochega em casa e sua gravata pre-ferida está queimada. O maridoculpa a esposa, e ela, por sua vez,culpa a diarista. Mas será queexiste um verdadeiro culpadonesse desastre doméstico? “Aodemandar tarefas domésticas aoutras pessoas, a dona da casaprecisa instruir seus funcioná-rios sobre o que fazer ou não. Nocaso da gravata, se a diarista nãofoi instruída sobre que mate-riais podem ser passados a ferroou não, como vai adivinhar?”,explica a consultora de lar OlíviaCicci. Ela compara a casa a umaempresa: para que funcionebem, é preciso conhecê-la nosmínimos detalhes.

Porém, antes de contratar al-guém para ajudar nos afazeresdomésticos é necessário apren-der e saber por conta própriacomo realizar as tarefas do diaa dia. Só assim será possívelavaliar, criticar e instruir seusfuncionários. Mas, atualmente,essa ajuda extra tem sido artigode luxo; com a promulgação daproposta de emenda à Consti-tuição conhecida como a PECdas Domésticas, muitas famí-lias estão abrindo mão da fun-cionária que passa praticamen-te 24 horas por dia por conta dacasa. Sem essa “santa ajuda”, oshábitos das famílias de classemédia estão mudando, e algu-mas casas viram verdadeiroscampos de guerra por contadesses imprevistos.

“Com a PEC, estamos em ummomento de voltar para casa.Mas voltar o olhar, o cuidado, enão abandonar a carreira”, afir-ma Cicci. O argumento da con-sultora se baseia na ideia de quemuitas famílias, a fim de reduzirgastos, estão trocando a empre-gada que trabalha direto em ca-sa por diaristas e faxineiras.Com a troca, surge mais umaquestão: quem vai fazer os ou-tros serviços? Para Olívia, as ta-refas podem ser divididas demaneira prática: se a famíliatem facilidade em cozinhar, po-de contratar apenas uma faxi-neira. As crianças podem tirar aroupa do varal e cuidar de ani-mais domésticos. É o tempo do“faça você mesmo”.

OUTROS OLHOS Da necessida-de pessoal de Olívia de conciliarsua vida doméstica, pessoal,profissional, o lazer e a família

surgiu o curso “Como gerenciarminha casa”, ministrado por elauma vez por ano. A paisagistaSelma das Graças Diniz, de 53anos, foi uma das alunas de Olí-via no curso e aprendeu a olharsua casa com outros olhos. Sel-ma tem dois filhos adolescentese quatro funcionários que a aju-dam. Após 20 anos de casada, asaulas serviram principalmentepara ajudar Selma a reciclar ve-lhos hábitos e dar nova estrutu-ra ao lar. “Acumulamos muitospapéis e não vemos a importân-cia de cada um. Depois do curso,os entulhos foram ganhandonomes – contas, receitas, docu-mentos –, e a energia da casamuda quando vemos tudo or-ganizado” afirma a paisagista.

Em palestras e dicas, a con-sultora ensina o que teve queaprender por conta própria amulheres e homens que que-rem facilitar suas vidas. O cur-so mostra como fazer a análiseda situação atual da casa, emque a família pode ajudar, e de-finir se há necessidade de ajudaextra. Olívia é a favor da PECdas Domésticas, e explica quesua implementação vai fazer

com que o trabalho das empre-gadas seja mais valorizado.Com as mudanças e a diminui-ção da mão de obra específicapara casa, Cicci criou há cercade um ano um segundo curso,voltado para a parte operacio-nal da vida doméstica.

Após reciclar seus conheci-mentos como dona de casa, Sel-ma sentiu a necessidade de se

instruir para ajudar as pessoasque trabalham com ela, e se ins-creveu para o segundo curso.Com a “Qualificação para servi-ços domésticos”, a paisagista dizter aprendido a valorizar maisseus funcionários. Rapidamen-te, tudo que foi aprendido foi in-corporado em sua casa, e os re-sultados foram surpreendentes.“Quando passei a entender maisos problemas da casa, a ser maispresente, o diálogo entre mim emeus funcionários mudou.”

Com aulas que ensinam des-de como cuidar de roupas a co-mo montar um cardápio, Selmadiz ter entendido a engrenagemdo funcionamento doméstico, erapidamente viu o interesse dosempregados também. “Outrodia peguei uma delas vendouma de minhas apostilas docurso. Sentamos juntas, repassa-mos alguns pontos e trocamosfigurinhas. Elas se sentem espe-ciais e valorizadas.”

Uma casa

Com a PEC das Domésticas, torna-se cada vez maisnecessário aprender a lidar com as tarefas do lar

GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS – 7/5/10

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AÇÃO

organizada

A consultora OlíviaCicci criou o curso a

partir de umademanda pessoal

SERVIÇOCurso: Como gerenciar minha casa:

dias 13, 15, 16, 20 e 22Curso: Qualificação em serviços domésticos:

22 de junhoInscrições: (31) 3567-4442

» Dedique duas horas por semanapara o planejamento macro:cardápio, finanças, lista decompras, compromissos sociaise gastos

» Reserve 30 minutos por dia parafazer listas das necessidades dastarefas diárias

» Divida tarefas. “A casa não é sóminha, é nossa”

» Encontre os pontos que afamília tem facilidade pararesolver e quais precisam de umaajuda extra

❚❚ O QUE FAZER

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