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UNB – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
LETRAS JAPONÊS
CAROLINA UMEBARA LOPES
Relato de pesquisa-ação:
Projeto de Inclusão Social Estruturarte para alunos de 8 a 16 anos
BRASÍLIA – DF
2013
CAROLINA UMEBARA LOPES
Relato de pesquisa-ação:
Projeto de Inclusão Social Estruturarte para alunos de 8 a 16 anos
Monografia apresentada como requisito para
obtenção do título de Licenciado em Letras, pelo
Curso de Letras: Língua e Literatura Japonesa
da Universidade de Brasília.
Orientadora: Yuko Takano
BRASÍLIA – DF
2013
CAROLINA UMEBARA LOPES
Relato de pesquisa-ação:
Projeto de Inclusão Social Estruturarte para alunos de 8 a 16 anos
Monografia apresentada como
requisito para obtenção do título de
Licenciado em Letras, pelo Curso de
Letras: Língua e Literatura Japonesa
da Universidade de Brasília.
Aprovada em 26 de julho de 2013.
BANCA EXAMINADORA
Orientadora: Profa. Dra. Yuko Takano – Universidade de Brasília – UnB
Examinador: Prof. Dr. Yuki Mukai –Universidade de Brasília -UnB
Examinador: Prof. Ms. Fausto Pinheiro Pereira –Universidade de Brasília -UnB
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por estar concluindo este trabalho e consequentemente
meu curso de licenciatura em letras. Durante toda minha vida acadêmica, nos meus momentos
de dúvida sobre quais caminhos seguir e quais decisões tomar pude sempre contar com Ele
como melhor amigo e conselheiro, sempre fiel. Agradeço a Deus também pelas oportunidades
que tive durante este curso e sei que sem Ele não teria conseguido.
Agradeço a minha família, meu pai Cesar, minha mãe Kátia, e minha irmã Lívia por
todas as vezes que negligenciaram alguma atividade pessoal para que pudessem me apoiar,
me dar carona e estar ao meu lado, dividindo as alegrias e preocupações.
Agradeço a minha professora orientadora, Dra. Yuko Takano, que com imenso carinho
partilhou desses momentos estressantes de final de curso, sempre me incentivando para que
conseguisse concluir este trabalho. Aos demais professores que fizeram parte de minha vida
acadêmica, pelo conhecimento que compartilharam, pelas experiências que me
proporcionaram, trabalhos e sermões, por terem me ajudado a crescer pessoal, acadêmica e
profissionalmente, meus sinceros agradecimentos.
Agradeço às pessoas que conheci neste curso, que com suas experiências e amizade me
fizeram gostar ainda mais da língua japonesa e me ajudaram a terminar o curso. Gostaria de
agradecer ainda a Guilherme Açoni Silva que esteve comigo desde o início e se provou um
grande amigo e companheiro em todas as horas.
Às minhas alunas que foram voluntárias nesta pesquisa e as demais pessoas que
tornaram este trabalho possível, muito obrigada!
[...] os estudos de Black e Wiliam apontam que a principal
responsabilidade pelo sucesso acadêmico dos estudantes não cabe a
professores, diretores, superintendentes, pais ou outros adultos. Ela
cabe aos próprios estudantes. O desafio consiste em motivá-los para a
aprendizagem. (VILLAS BOAS, 2012, p. 30)
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo apresentar uma forma de avaliação de aprendizagem
da habilidade escrita da língua japonesa. A faixa etária dos alunos da pesquisa é de 8 a 15
anos no total de 5 alunos. Usamos como base do projeto os estudos de Stiggins, Villas Boas e
Haguette a respeito da avaliação formativa, a qual é realizada no decorrer do período letivo e
leva em consideração as mudanças que ocorreram no comportamento e conhecimento do
aluno. Também foi objetivo desta pesquisa verificar se a aplicação da avaliação formativa
incentiva os alunos na aprendizagem da língua japonesa. Para isso, mostramos através de
relatos de sala de aula como se procedeu a avaliação e quais mudanças foram observadas no
comportamento dos alunos. Os registros e coleta de dados foram feitos por meio de notas de
sala de aula e os resultados apontam que é possível avaliar o conhecimento do aluno mesmo
que seja aplicada uma avaliação não focada na mensuração de notas e que esta, muitas vezes,
serve de incentivo aos alunos. O resultado da pesquisa mostrou que a avaliação formativa
promove uma situação interativa e promove, com isso, um ambiente favorável para ensino-
aprendizagem.
Palavras-chave: avaliação formativa, avaliação, estratégias afetivas.
ABSTRACT
This paper aims to present a form of assessment for learning of the writing ability of the
Japanese language for children. We used as the basis of the project the studies of Stiggins,
Villas Boas and Haguette about formative assessment, which is performed during the term
and takes into account the changes that have occurred in the behavior and knowledge of the
student. The objective of this research was also to verify if the application of formative
assessment encourages students to learning the Japanese language. For this, we show through
classroom reports, how the assessment was conductedand what changes were observed in the
behavior of students. The records and data collection were done by notes taken during the
class and the results points out that it is possible to evaluate the student's knowledge even if
the applied evaluation is not focused on measuring the skills and that evaluation motivate the
students. The research result showed that formative assessment promotes an interactive
situation and, thereby, also promote a favorable environment for teaching and learning.
Key words: formative assessment, evaluation, affective strategies.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Planejamento da gincana
Quadro 2 – Relatório de aula
Quadro 3 – Roteiro para pesquisa-ação
Quadro 4 – Perfil dos participantes da pesquisa
Quadro 5 – Referências teóricas
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Fotografia A – Encerramento das aulas – Espaço cedido por pais de alunos (2011)
Fotografia B – Atividade cultural, oficina de origami – Koinobori - 1o/2013
Fotografia C – Oficina de origami – Presente de casamento para o prof. de música - 1o/2013
Fotografia D – Atividade cultural, oficina de origami – Dia das Mães - 1o/2013
Fotografia E – Avaliação final, espaço da Gincana - 1o/2013
Fotografia F – Avaliação final, atividade dissertativa de associação/árvore genealógica -
1o/2013
LISTA DE SIGLAS
FUBAH - Fundação Brasília de Artes e Humanidades
E.F – Ensino Fundamental
EJA - Educação para Jovens e Adultos
E.M – Ensino Médio
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LJ – Língua japonesa
LE – Língua estrangeira
PELJE = Projeto Escola de Língua Japonesa Estruturarte
SL – Segunda Língua
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12
1.1 TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................... 13
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 14
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 15
1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 15
1.4 PERGUNTA DA PESQUISA ................................................................................ 15
2. PROJETO DE INCLUSÃO SOCIAL ESTRUTURARTE ..................................... 16
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO ..................................................................................... 16
2.2 O PROJETO DA PESQUISA EM QUESTÃO: 1º SEMESTRE 2013 .................. 17
2.2.1 Elaboração das Aula .......................................................................................... 17
2.2.2 Aplicação das Aulas .......................................................................................... 18
2.2.3 Planejamento da Gincana .................................................................................. 20
2.2.4 Ilustrações: fotos dos alunos do projeto ............................................................ 23
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 24
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA SOBRE AVALIAÇÃO .................................. 24
3.2 MODALIDADES DE AVALIAÇÃO ......................................................................... 26
3.2.1 Avaliação Diagnóstica ......................................................................................... 26
3.2.2 Avaliação Somativa ............................................................................................. 26
3.2.3 Avaliação Formativa ........................................................................................... 27
3.2.3.1 Relatório de Sala de Aula: Procedimento a ser aplicado ................................ 28
4. METODOLOGIA DA PESQUISA E OS PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS ...................................................................................................... 29
4.1 METODOLOGIA QUALITATIVA ....................................................................... 29
4.1.1 Pesquisa-ação ................................................................................................... 30
4.2 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA A PESQUISA .................................. 32
4.2.1. Instrumentos de Coleta de Dados ..................................................................... 32
4.2.2 Aplicação da Gincana ....................................................................................... 33
4.2.3 Perfil das Participantes da Pesquisa .................................................................. 33
5. EM DIREÇÃO À ANÁLISE DE DADOS ................................................................. 34
5.1 A GINCANA – AVALIAÇÃO FINAL.................................................................. 34
5.1.1 Propósito da Avaliação .................................................................................. 35
5.1.2 Descrição do Processo e Contexto: momentos avaliativos da pesquisa ........ 36
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 40
6.1 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 40
6.2 CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDO ........................................................................... 41
6.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................. 42
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 43
LISTA DOS APÊNDICES .............................................................................................. 45
APÊNDICE A ............................................................................................................... 46
APÊNDICE B ............................................................................................................... 47
APÊNDICE C ............................................................................................................... 48
APÊNDICE D ............................................................................................................... 49
APÊNDICE E ............................................................................................................... 53
LISTA DOS ANEXOS .................................................................................................... 54
ANEXO A ..................................................................................................................... 55
12
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar um projeto de ensino de língua japonesa
para infanto-juvenil com intuito de divulgar a língua bem como a cultura para as
crianças/adolescentes que não têm oportunidades para frequentar uma escola de língua
japonesa. Para atender a nossa indagação, criamos esse projeto para que esses alunos ao invés
de estarem na ‘rua’ pudessem ter aula extra-escolar. Aprendendo uma língua/cultura muito
diferente da vida cotidiana destes jovens, porém muito significativa para que eles tenham uma
visão ‘étnico-cultural’ de outras línguas. A grade curricular do ensino médio e fundamental
inclui o ensino de outras línguas, além do inglês e espanhol, porém muitas escolas públicas
ainda não contemplam as outras línguas e os alunos não têm a opção da escolha. Tendo isso
como referência, criamos esse projeto em que visa incluir os jovens ao ensino de outras
línguas. Começamos pela língua japonesa devido à formação acadêmica desta pesquisadora,
no entanto esse tipo de ação pode ser estendida também para outros segmentos de ensino. A
intenção do projeto é “incentivar esses jovens para educação”. Para atingir a nossa meta
criamos esse projeto com o intuito de dar aulas para comunidades de baixa renda no ano de
2010 com implantação para 2011. Os detalhes deste projeto serão relatados no item “Contexto
Histórico do Projeto” do segundo capítulo.
Para atender a esta pesquisa fizemos um recorte no ensino-aprendizagem, isto é,
enfocamos no ano de 2013, especificamente o primeiro semestre e privilegiamos a escrita
japonesa. Embora haja muitos tipos de avaliação, contemplamos a avaliação formativa como
base teórica para este estudo. A citação de Sant’Anna que faço abaixo foi a ‘bíblia’ que
conduziu este estudo e é importante sublinhar que a pesquisa tem como meta final constatar se
há um incentivo maior por parte dos alunos resultante da avaliação formativa.
Os resultados da avaliação são expressos em julgamentos, descrições e
opiniões e se processam na interpretação dos resultados de testes e medidas.
A ênfase em medida é na aquisição de conhecimentos ou em aptidões
específicas e habilidades, enquanto a avaliação volta-se para as modificações
que a aprendizagem provoca no educando e nos objetivos do programa
educacional. Isto inclui não apenas conhecimento do conteúdo da matéria,
mas também atitudes, interesses, ideias, hábitos de trabalho, modo de pensar
e agir, bem como adaptação social. (SANT’ANNA, 2004, p. 31)
No capítulo introdutório apresentamos os seguintes itens: tema e problematização;
justificativa; objetivos geral e específico e a pergunta da pesquisa.
13 ¹ - Embora segundo a Linguística Aplicada o termo segunda língua refira-se a língua que o falante tenha adquirido sob a necessidade de comunicação e dentro de um processo de socialização, como o objetivo desta pesquisa não é o de se aprofundar nos processos de aquisição da língua, mas, dentre outros, o de
analisar a empatia dos alunos pela avaliação aplicada; nesta pesquisa o termo SL foi usado de forma simplificada conforme conceito usado por Spinassé “‘Segunda’ está para outra que não a primeira (a materna)” (2006, p.6).
No segundo capítulo enfocaremos no Projeto de Inclusão Social Estruturarte em que
relatamos os seguintes itens: contexto histórico do projeto; projeto da pesquisa: elaboração
das aulas; aplicação das aulas; plano da avaliação e as ilustrações.
Trataremos no terceiro capítulo da fundamentação teórica em que colocaremos em pauta
os estudos da avaliação como forma de incentivo ao aprendizado e seu papel na criação da
autoestima e confiança do aluno.
O quarto capítulo dedicamos aos procedimentos metodológicos e a metodologia utilizada
para este estudo.
No quinto capítulo é descrito os processos avaliativos que fizeram parte da pesquisa, a
razão de seu uso e resultados.
E, por fim, apresentaremos as considerações finais sobre este estudo em questão, visando,
inclusive, a possibilidade de ampliar a pesquisa para outras instâncias de conhecimento.
1.1TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO
No ensino infantil, e principalmente de crianças em situações de risco, evita-se a
exposição da criança a situações que possam vir a constrangê-las ou a desestimular o
aprendizado.
A avaliação somativa, por vezes causa ao aluno um sentimento de intimidação,
punição ou constrangimento; sentimentos que atrapalham e em alguns casos podem estagnar o
aluno no processo de aprendizagem. Reconhecendo estes sentimentos como fatores psico-
sócio-afetivos que afetam o aprendizado de uma segunda língua (SL)¹, procuro apresentar a
avaliação formativa como um meio de ensino e estimulo ao estudo individual da língua
japonesa.
A avaliação formativa não tem um caráter somente de mensuração da aprendizagem,
mas, segundo Benigna Villas Boas (2012) está mais ligada ao “avaliar para a aprendizagem”
e, através dela, trabalha-se também a construção de traços de personalidade (IZIDORO, 2008)
como a confiança da criança no próprio conhecimento e a autoestima quanto ao aprendizado.
Através deste tipo de avaliação espera-se que as crianças tenham capacidade de alcançar suas
14
metas de aprendizagem criando um ambiente no qual elas possam se sentir a vontade para
aprenderem sem se sentirem expostas ou criticadas.
Para compreender o processo e observar na prática a avaliação formativa e seus
resultados está foi feita uma pesquisa de campo onde o objeto de estudo compreendeu uma
turma de 5 alunas com idades entre 8 e 16 anos do Projeto de Inclusão Social Estruturarte.
1.2. JUSTIFICATIVA
No caso específico do estudo da língua japonesa há uma dificuldade maior de
assimilação da língua escrita e falada para alunos de língua materna portuguesa devido às
barreiras da distância linguística. A língua japonesa, em comparação com outras línguas
estrangeiras toma um tempo maior para que possa ser aprendida, tempo que por vezes pode
causar um desestímulo aos alunos.
As crianças em estudo são brasileiras sem ascendência japonesa. O contato com a
língua japonesa se dá somente na sala de aula ou pelo acesso à internet. Essa pode ser uma
realidade para muitos alunos da língua e é apresentada como um fator agravante ao
desestimulo do aluno em seu caminho na aprendizagem da língua o que pode torná-la ao
longo do tempo, um ato cansativo e desestimulante, desta forma, se distanciando do desejo e
curiosidade que havia no início da aprendizagem.
No presente projeto, a avaliação formativa é apresentada como uma forma de manter o
interesse dos alunos e como um estímulo a mais para manterem um estudo pessoal, avaliando-
os, mas, sobretudo, com o intuito de incentivá-los, sem que seja prejudicada sua confiança.
Ao final do projeto espera-se poder dar embasamento teórico ao tipo de avaliação
adotada, bem como apresentar a avaliação formativa como uma forma viável de ensino,
avaliação e estímulo eficaz para o estudo da língua japonesa por crianças.
15
1.3. OBJETIVOS
1.3.1 Geral
Verificar a aprendizagem dos alunos ao se fazer uso de uma avaliação formativa e as
vantagens desta no ensino da língua japonesa para crianças.
1.3.2 Específicos
Verificar a realidade de ensino-aprendizagem dos alunos do Projeto,
identificando os pontos positivos e negativos.
Identificar e sistematizar os recursos utilizados para avaliação formativa
Identificar e analisar como os alunos respondem a esta expectativa (avaliação
formativa)
Observar se há um esforço maior por parte do aluno em aprender a língua
japonesa como resultado do incentivo dado pela avaliação.
1.4 PERGUNTA DA PESQUISA
A aplicação da avaliação formativa incentiva os alunos ao ensino-aprendizagem da língua
japonesa?
O capitulo a seguir apresenta o Projeto Inclusão Social Estruturarte no que se refere ao
contexto histórico e o estudo da pesquisa-ação desta pesquisa.
16
2 PROJETO DE INCLUSÃO SOCIAL ESTRUTURARTE
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO
A ideia de dar aulas para comunidades de baixa renda me acompanha desde o ensino
fundamental. Minha família tem sua origem no município de Japeri, o qual esteve entre os 10
municípios com maior índice de pobreza do estado do Rio de Janeiro em 2000 segundo
critérios de infraestrutura e renda por habitante divulgados pelo IBGE (KAPPAUN, 2004).
Por já conhecer o contexto da cidade e as dificuldades que os jovens enfrentam durante sua
idade escolar, pretendia criar um curso que cativasse a atenção dos alunos, que proporcionasse
uma expansão de seu conhecimento sobre cultura e mundo, e que através desta oportunidade
também pudesse incentivar a autoestima dos alunos quanto ao seu próprio conhecimento e sua
capacidade de aprender, incentivar também o estudo em outras áreas e transmitir valores
cristãos como o respeito e amor ao próximo, dentre outros.
De acordo com o projeto inicial, as aulas seriam ministradas durante o período de férias
em curso intensivo que duraria três meses. O projeto não deu continuidade pela instabilidade
dos períodos de aulas que os professores frequentavam enquanto alunos de universidade
pública, bem como pela falta de preparação teórica dos mesmos.
Anos mais tarde a Fundação Brasília de Artes e Humanidades (FUBAH) situada na
Cidade Estrutural entrou em contato com professores e voluntários oferecendo o espaço da
fundação para receber projetos de ensino. Na época a FUBAH mantinha somente um centro
de distribuição de alimento e aulas de educação para jovens e adultos EJA e precisava de mais
projetos para fixar a legalidade de seu terreno na cidade que ainda estava sendo planejada.
O Projeto de Inclusão Social Estruturarte, propunha proporcionar o ensino de matérias
que contribuíssem para a formação cultural, acadêmica e social do aluno enquanto cidadão, de
forma descontraída e que alcançasse as crianças criando nelas um desejo por aprender mais.
Dentro deste projeto trabalhamos o ensino da língua japonesa através do Projeto Escola de
Língua Japonesa Estruturarte (aqui referido como PELJE). No início contávamos com 2
professores de japonês, um professor de música e um professor de ciências (matemática, física
e química).
Em 2011 optamos por nos separar da fundação por divergências burocráticas visto que
esta começava a ter problemas políticos internos. Na época as aulas funcionaram na casa de
17
uma das alunas por cerca de quatro meses com um total de 16 alunos. Apesar de não serem as
condições ideais, a proposta partiu de todos os alunos que não aceitaram o intervalo de aulas
para procurarmos um local mais apropriado. Esta atitude dos alunos só nos indicava o quanto
estavam interessados em continuar as aulas.
Atualmente o projeto funciona no prédio da Igreja Aliança Cristã e Missionária que nos
cede o espaço aos finais de semana, conta com duas professoras de japonês, um professor de
música e um professor de futebol.
2.2 O PROJETO DA PESQUISA EM QUESTÃO: 1º SEMESTRE 2013
2.2.1 Elaboração das Aulas
As aulas foram elaboradas seguindo a crença de Sant’Anna em que “a desaprovação
constante é a responsável pelo fracasso e evasão escolar” (SANT’ANNA, 2004, p. 16). Como
desaprovação ele se refere ao foco tanto na sala de aula como em uma avaliação nas quais
sejam mais observados os erros dos alunos que seus acertos ou tentativas de acertos. Citando
Sant’Anna mais uma vez “Avaliar significa atribuir algum valor, e não implica em
desvalorização”. Durante as aulas procuramos sempre ressaltar os acertos dos alunos e
entender o porquê de ter construído uma resposta diferente da correta e incentivá-los para que
acertem em uma segunda oportunidade.
Utilizamos como ‘recompensa avaliativa’ o “dinheirinho” que serviu de incentivo e
também como uma forma dos alunos visualizarem o resultado de seus esforços. O
“dinheirinho” se trata de notas semelhantes ao iene impressas com o valor da pontuação dos
alunos e que podem ser gastas com alguns materiais e brinquedos vendidos no projeto. Desta
forma funciona também como uma maneira de passar para os alunos noções de economia
doméstica, pois também ensinamos quando é melhor economizar e quando se vale a pena
gastá-lo. Tentamos através desta avaliação desvincular a desistência do estudo devido a
pontuação adquirida em uma prova. A avaliação efetuada através de ‘dinheirinho’ serve de
caráter incentivador de etapas vencidas.
O conteúdo das aulas é normalmente apresentado em forma de jogos a fim de manter um
estímulo positivo constante ao aprendizado. Essa forma de abordar as aulas foi adotada
levando em consideração a teoria de Krashen quanto a hipótese do filtro afetivo segundo a
18
qual os alunos criam “barreiras imaginárias” ao próprio aprendizado. Segundo Izidoro,
“Pessoas com alta motivação, auto estima e pouca ansiedade estão melhores preparadas para
adquirirem com sucesso uma segunda língua” (IZIDORO, 2008, p.157), pensando em cultivar
estas características nos alunos, tentamos elaborar as aulas de maneira que ocorram da forma
mais divertida e estimulante quanto possível.
Durante as aulas também tentamos abordar temas de cunho cultural mostrando festivais e
condutas sociais do povo japonês a fim de aproximá-los à cultura do país em estudo. Visto
que os alunos fazem parte de uma comunidade com pouco contato com a cultura e língua
japonesa, há uma necessidade maior de aproximar os alunos e transmitir mais informações
sobre o país de estudo.
2.2.2 Aplicação das Aulas
O PELJE atualmente conta com duas turmas de japonês separadas em básico 1 e básico
2. Os alunos que foram voluntários para esta pesquisa fazem parte da turma de básico 2; no
entanto, matérias pertencentes a áreas de conhecimento comum a ambas as turmas como
assuntos culturais, alguns vocabulários e expressões são trabalhadas com as duas turmas em
conjunto. Com o propósito de trabalharmos melhor estas matérias dividimos o período de aula
em três etapas conforme o tipo de assunto abordado e a presença ou não das duas turmas no
mesmo recinto. As aplicações das aulas podem ser melhores acompanhadas nos
planejamentos de aulas em anexo, porém cada etapa da aula segue uma rotina a qual é descrita
abaixo.
Num primeiro momento, com as turmas ainda unidas, é feita a apresentação da turma e a
prática de atividades comuns a ambas as turmas. Na segunda etapa as turmas são separadas
para o estudo de matérias específicas ao campo de conhecimento em que se encontra cada
turma. A terceira e última etapa, é realizada com as turmas unidas novamente e é reservada
para os avisos, atividades culturais como origami, shuji (caligrafia japonesa), explicação de
festivais, feriados, palavra do pastor e oração final.
Na primeira etapa, começamos a aula com uma oração que é feita em japonês pela
professora e repetida pelos alunos. A oração é feita num modelo protestante, falada de forma
livre mediante a fé cristã, seu conteúdo consiste em agradecimento a Deus pela chegada dos
19
alunos a instituição e em um pedido para que os alunos possam aprender bem a matéria do
dia. O significado da oração já foi explicado logo que esta foi incluída nas atividades de
rotina, no entanto, não é feita explicação gramatical da mesma. Após a oração um aluno é
escolhido para apresentar a turma em japonês e começamos a aula cantando 3 músicas. Em
seguida é apresentado vocabulário e expressões de sala de aula novos, ou feito revisão dos
que já foram ensinados. Normalmente essa atividade é feita em formato de jogos como
imagem e ação ou mímica. Na atividade seguinte é passado 15 minutos do seriado japonês de
tema escolar “My Boss My Hero” onde as alunas devem escrever vocabulários que tenham
ouvido durante o episódio. O objetivo desta atividade é tanto de divertimento e familiarização
com a cultura do país como educativo, pois as crianças têm a oportunidade de ver
vocabulários que aprenderam em sala de aula sendo usados em um contexto natural e torna-se
também um exercício de prática escrita. Segue-se então 10 minutos de intervalo para lanche e
recreação.
Na segunda parte as turmas são separadas e são ensinadas as matérias segundo o estágio
de conhecimento respectivo de cada turma.
O conteúdo da terceira etapa é mais de cunho cultural e o tempo gasto varia conforme as
atividades do dia. Caso seja uma data próxima a feriados brasileiros ou japoneses ela é
destinada para apresentação do tema em slides e a oficina de origami ou outras atividades
relacionadas com o tema.
Os objetivos das aulas variaram conforme o decorrer do semestre a fim de manter o foco
no ritmo de aprendizagem da turma e no que se espera que os alunos sejam capazes de
realizar ou entender ao final da aula.
Quanto às avaliações finais, os planejamentos são feitos segundo o “Assessment
Planning Guide” apresentado pela National Institute for Urban School Improvement durante o
seminário “Great Urban Schools: learning together builds strong communites” (2005, p. 9).
De acordo com Assessment Planning Guide ao se aplicar uma avaliação é importante observar
o propósito da avaliação, a área de conhecimento a ser avaliada, o tipo de informação a ser
coletada, a análise a ser feita e o feedback a ser dado aos alunos. Observando estes pontos,
montamos tanto as atividades da gincana quanto os deveres de casa e as atividades que são
valoradas em sala.
20
2.2.3 Planejamento da Gincana
QUADRO 1:PLANEJAMENTO DA GINCANA
(continua)
Planejamento de Avaliação Final - Japonês Básico 1 – Turma A
Prof. (a) Carolina Umebara Cap. 1,2 ,3 e 4 Aula: 16 Data: 08/06/2013
Objetivos
Incentivar o estudo da língua japonesa através de avaliação lúdica.
Dentro das matérias abordadas no semestre, medir o nível de conhecimento
alcançado pelos alunos e a compreensão deles dentro das atividades pedidas.
Realizar a avaliação sempre incentivando o potencial do aluno.
Estruturas
Gramaticais
Cap. 1 Afirmativa e negativa: です・ではありません、
Expressões de auto apresentação: 初めまして・よろしくお願いします・こちら
こそ
Cap. 2 Nacionalidade: 私はブラジル人です・ブラジルで生まれました
Partícula de posse "no":私のお祖父さん。
Expressões: いいえ違います・ですね
Cap. 3 Pronomes Demonstrativos: これ・それ・あれ・どれ、この・その・あの
・どの。
Vocabulário
Países: カナダ、中国、スイス、日本、ブラジル
Vocabulário de família de terceiros e própria família.
Palavras cap.3: かぎ, 計算, 電話, かばん, 靴, 靴下, 手袋, せっけん, はさみ, 画
鋲, じょうぎ, 爪切り, めがね, はし, やかん, おたま, ほうちょう, 栓抜き
Palavras cap. 4:うち・教会・教室・食堂・トイレ
Expressões de sala de aula.
Advérbios qualitativos: 大きい・小さい、高い・低い、長い・短い、おもい・
軽い。
Hora Atividades Execução Material
09:30
09:35 Oração
Apresentação
Pedir aos alunos que repitam a oração e
escolher um aluno para apresentar a turma. なし
09:35
09:45 Música
Passar a música Shu wo hometataeyo, outra
que as alunas escolherem e Akai Tori no
Kotori.
Flipchart
Audio/PC
09:45
09:50 Akai Tori no
Kotori
Separar grupos representados por cores e
cantando a música Akai Tori no Kotori pedir
aos grupos para cantarem quando suas cores
forem citadas.
Obs.: Não valerá dinheirinho.
PPT da música
21
QUADRO 1:PLANEJAMENTO DA GINCANA
(continuação)
Hora Atividades Execução Material
09:50
10:20 Imagem e Ação
Dividir a turma em dois grupos. Pedir que
enviem representantes de cada grupo (que
alternaram entre os membros do grupo).
Retirando cartões sorteados com as palavras
em português das ações de dia-a-dia e
expressões de sala de aula, os alunos deverão
fazer a mímica das imagens nos cartões. A
equipe ganha um ponto por resposta correta.
Cartões em
português
Intervalo para lanche - 10 min.
10:30
10:40 Jikoshoukai
Auto-apresentação
Pedir aos alunos que passem o gato de
pelúcia uns para os outros e que se
apresentem quando a música parar. Graduar
conforme a informação dada pelo aluno.
Neko chan
Áudio
10:40
10:55 Jikoshoukai
2a.3a. pessoa.
Rodar uma seta e pedir que o aluno apontado
pela extremidade da seta apresente o colega apontado pela outra extremidade.
Usar Seta
10:55
11:15 Ordem dos traços
Em fileira escrever na costa do colega o
hiragana/palavra mostrada pelo professor
Cartão de
Hiragana e
Katakana
11:15
11:35 Escrita do vocabulário
Dividir a turma em dois grupos e pedir que
escrevam no quadro em japonês o objeto que
retirarem da caixa de surpresa. Os cartões de
vocabulário inseridos na caixa deverão estar
em português. Quem escrever primeiro ganha
ponto para o grupo. O grupo ganha o número
de pontos que fizerem até o final.
Caixa preta
Cartão de
vocabulário
11:35
11:55 Telefone sem fio
Trabalhar com desu/deha arimasen. Mostrar
uma imagem e fazer uma pergunta cuja
resposta pode ser negativa ou afirmativa. A
aluna deve responder corretamente e passar a
resposta para a colega de trás. Ganha a
equipe que chegar com a resposta correta até
o final.
Sem material
11:55
12:15 Árvore genealógica
Dividir a turma em dois grupos e pedir que
completem corretamente o quadro da árvore
genealógica.
Quadro da
família
22
QUADRO 1:PLANEJAMENTO DA GINCANA
(conclusão)
Hora Atividades Execução Material
12:15
12:30 Responda as
perguntas nos balões
Colocar perguntas nos balões. Separar os
balões em duas cores: vermelho para básico
1; branco para básico 2. Os alunos terão de
ler a pergunta e responder.
Básico 1: Tradução de expressões, perguntar
idade...
Básico 2:
Balões duas
cores. Perguntas
em tira de papel
Encerramento
12:30
12:35
Oração Orar Sem material
Avisos
Lembrar dos requisitos para matrícula do
próximo semestre: Boletim, ficha cadastro,
R$ 10,00 p/aluno.
Liberar para o almoço
Sem material
Fonte: Próprio autor.
23
2.2.4 Ilustrações: fotos dos alunos do projeto
a) Encerramento das aulas – Espaço cedido por
pais de alunos (2011)
b) Atividade cultural, oficina de origami
Koinobori - 1o/2013
c) Oficina de origami – Presente de casamento
para o prof. de música - 1o/2013
d) Atividade cultural, oficina de origami
Dia das Mães - 1o/2013
e) Avaliação final, espaço da Gincana 1o/2013
f) Avaliação final, atividade dissertativa de
associação/árvore genealógica - 1o/2013
24
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA SOBRE AVALIAÇÃO
As aulas no Projeto Estruturarte são fundamentadas no princípio apresentado por Richard
J. Stiggins, o qual, nas palavras de Villas Boas, “questiona a adoção da intimidação por meio
da avaliação para que se obtenha eficiência escolar e sugere que ela seja usada para a
construção da confiança do estudante e a melhoria do trabalho pedagógico” (apud, VILLAS
BOAS, 2012, p. 28).
Stiggins, fazendo uma análise da história educacional norte-americana, levanta o fato de
que os educadores criam que o desempenho escolar poderia ser melhorado através de um
maior esforço por parte de professores e alunos os quais seriam estimulados por meio de
“constrangimento e ameaças públicas” (a saber os professores através dos ranking
classificatórios de suas turmas e alunos por meio de suas notas). (ibid.). Embora não se negue
que esta pressão sobre os resultados das avaliações também tenha implicações positivas, pois
permitem ter uma visão clara do nível de conhecimento dos alunos e geram dados importantes
para os programas e políticas educacionais, elas não contemplam as avaliações
comportamentais dos alunos ou motivam os alunos a acreditarem em seu potencial
acadêmico, além de inibirem os que têm tido dificuldade. Apesar de não ter conhecimento de
que tenha sido realizado um estudo semelhante quanto à história educacional do Brasil, creio
que muitas das avaliações sejam realizadas seguindo sob o mesmo estimulo em nosso país.
O princípio apresentado por Stiggins faz parte de seu livro a respeito da avaliação
formativa “Assessment, student confidence, and school success” de 1999. Nele é defendida a
construção da autoestima e confiança do aluno no próprio aprendizado para a obtenção do
sucesso escolar e levanta a seguinte pergunta “Como ajudar nossos estudantes a quererem
aprender e sentirem-se capazes de aprender?” (VILLAS BOAS, 2012, p. 28, grifo nosso).
Uma das soluções propostas é a utilização de avaliações formativas, as quais procuram
desenvolver e completar o conhecimento do aluno ao mesmo tempo em que este é avaliado.
Observa-se que Stiggins não defende a abolição total das provas classificatórias, aqui
referidas como avaliações somativas, mas uma mudança do uso de seu resultado e o uso
concomitante da avaliação formativa.
Esta modalidade de avaliação começou a ser debatida entre os teóricos da educação com
a publicação de Michael Scriven em 1967, “The Methodology of Evaluation”, na qual
25
propunha uma diferenciação entre avaliação e testagem e apontava a necessidade de se
considerar não somente a aprendizagem dos alunos, mas também o programa do qual ela fazia
parte. Posteriormente o conceito de avaliação formativa foi expandido por Benjamin S.
Bloom e outros teóricos para “avaliação sistemática no processo de construção curricular,
ensino e aprendizagem para propósitos de melhoramento de qualquer um desses três
processos” (BURNS, 2008, p.2, tradução nossa).
Apesar de ter recebido outras definições durante os anos, atualmente se considera como
essência de uma avaliação formativa o uso que é destinado seus resultados, quais sejam de
identificar as necessidades e dificuldades de aprendizagem do aluno e os meios ou
modificações no ensino que serão necessárias para supri-las.
Sendo o cerne da avaliação formativa a utilização dos dados recolhidos durante as aulas,
não há uma forma engessada sobre como estes dados serão recolhidos. Segundo Villas Boas,
“Não existem práticas específicas deste tipo de avaliação. A maneira de desenvolvê-las e de
aproveitar as informações por elas fornecidas é que vinculam à função formativa.” (2012, p.
7). Quanto às práticas avaliativas entende-se também as atividades realizadas em casa e em
sala pelas quais o professor pode acompanhar o desenvolvimento do aluno, ver suas
dificuldades e guia-lo para que encontre a resposta correta.
Seguindo as teorias formativas, as práticas avaliativas usadas no PELJE ocorrem durante
as atividades aplicadas ao longo do curso e seus resultados são utilizados no planejamento das
aulas seguintes e em atividades extras nos conteúdos que apresentam alguma lacuna. É
realizada a devolução do feedback aos alunos em forma de conselhos durante a realização das
atividades e nas correções dos deveres de casa. Stiggins expõe estas práticas de sala de aula
como parte do processo avaliativo e motivadoras de aprendizado ao aluno.
Nas salas de aula de toda a nação, professores, estudantes e pais tomam
muitas decisões críticas com base em evidências reunidas por procedimentos
avaliativos do dia a dia. São essas decisões que conduzem às aprendizagens
e motivam os estudantes a acreditar em seu potencial acadêmico. (VILLAS
BOAS, 2012, p. 29)
Este conceito foi bem defendido também por Villas Boas no trecho citado abaixo.
A expressão práticas avaliativas não se refere simplesmente a técnicas,
procedimentos ou instrumentos. Têm significado mais amplo, abrangendo os
eventos de avaliação que ocorrem no dia a dia do trabalho escolar. Incluem-
se nessas práticas tanto procedimentos formais, isto é, aqueles que são
planejados e informam aos estudantes que, por meio deles estão sendo
26
avaliados, quanto procedimentos informais, que ocorrem por intermédio da
interação do professor com os estudantes e dos próprios estudantes. (VILLAS BOAS, 2012, p. 7)
Realizando este tipo de avaliação, a qual ocorre no decorrer do período letivo, espera-se
que o aluno aos poucos comece a se perceber capaz de realizar a tarefa e de construir o
conhecimento exigido ao invés de seguir para um novo conhecimento conformado com
“aprendizagens não adquiridas”. (VILLAS BOAS, 2009, p. 92).
3.2 MODALIDADES DE AVALIAÇÃO
Segundo a classificação de Bloom (apud, SANT’ANNA, 2004, p.32), a avaliação
pode ser dividida em três modalidades: diagnóstica, formativa e somativa. Cada modalidade
foi separada conforme sua função, as quais podem ser melhores observadas no quadro
elaborado por Sant’Anna no apêndice F.
3.2.1 Avaliação Diagnóstica
Como já diz o nome, a avaliação diagnóstica visa a comprovação da presença e
ausência de conhecimentos que se espera de um aluno em determinado nível. Normalmente é
realizada no início do período e funciona como uma sondagem do desenvolvimento do aluno,
fornecendo a instituição meios para que se possa verificar “o que aprendeu e como aprendeu”
(SANT’ANNA, 2004, p.33)
3.2.2 Avaliação Somativa
A avaliação somativa tem uma função classificatória e objetiva avaliar a que grau o
conhecimento foi adquirido pelo aluno ao final de um período letivo. É a principal avaliação
adotada no sistema de ensino brasileiro e é através dela que os alunos são separados em
grupos por nível de conhecimento.
Apesar de seus muitos pontos positivos como o fornecimento claro de evidências da
efetividade do programa usado, delimitação de metas, etc.; é importante atentar para o fato de
que a utilização de somente um meio de avaliação não possibilita a compreensão geral do
aprendizado do aluno ou a possibilidade de se complementar o conhecimento do aluno (essa
27
função cabe a avaliação formativa) e que esta deve ser usada em concomitância com outras
formas de avaliação.
3.2.3 Avaliação Formativa
Segundo Catherine Garrison e Michael Ehringhaus, o processo de avaliação deveria
estabelecer o conhecimento prévio do aluno e monitorar as mudanças ocorridas nesse
conhecimento durante o processo de ensino/aprendizagem. Cabe à avaliação formativa
realizar esta função como complemento a avaliação somativa.
De modo geral, pode se entender a avaliação formativa como avaliação para/como
aprendizado e a avaliação somativa como avaliação do aprendizado como pode ser entendido
nas palavras de Villas Boas.
As práticas de avaliação formativa são mais ligadas à avaliação para a
aprendizagem do que à avaliação da aprendizagem, por buscarem o
desenvolvimento da aprendizagem e não meramente os seus resultados.
(VILLAS BOAS, 2012, p. 8)
Essa mesma avaliação pode ainda ser dividida em dois subgrupos segundo o conteúdo
a ser analisado: avaliação do comportamento do aluno e o conteúdo curricular. Isso pode ser
observado na citação abaixo descrita.
A avaliação formativa é composta por duas áreas de avaliação, a
aprendizagem e o comportamento do aluno (Bloom et al, 1971) [...]
Provavelmente o que possa mais interessar ao professor seja o
comportamento do aluno como parte da avaliação formativa, o qual envolve
conhecimento de termos e fatos, regras e princípios para a realização de
tarefas, processos e procedimentos necessários para uma conclusão bem
sucedida, e a habilidade de traduzir ou aplicar a informação. (apud, BURNS,
2008, p.2).
Como o objetivo do PELJE não se limita somente ao ensino da língua japonesa, mas
há também a intenção de incentivar a construção de uma autoestima nos alunos quanto ao
próprio conhecimento e desta forma provê-los de bases para que se sintam confiantes em seu
aprendizado da língua japonesa e de outras áreas acadêmicas, ambos os subgrupos são
considerados importantes na avaliação realizada no projeto.
28
3.2.3.1 Relatório de Sala de Aula: Procedimento a ser aplicado
Apesar de não ter sido usado neste experimento, pretendemos adotar como
procedimento avaliativo e forma de feedback para os alunos e pais o modelo de relatório
sugerido por Villas Boas em “Virando a escola do avesso por meio da avaliação”(pág. 104). O
relatório pode ser adotado tanto como avaliação somativa para facilitar a visualização da
pontuação pelo professor quanto formativa a fim de acompanhar o desenvolvimento do aluno
pelo próprio aluno, professor e pais.
Esse relatório seria preenchido após a aula e entregue regularmente aos alunos e suas famílias
com uma parecer geral do comportamento e das habilidades que o aluno tem demonstrado nas
aulas ressaltando os pontos positivos e os que ainda precisam melhorar.
QUADRO 2: RELATÓRIO DE AULA
Relatório de Aula - Japonês Básico – Turma :
Prof. (a) Cap. Aula: Data:
Aluno (a)
Objetivo da Aula Registrar neste espaço o objetivo da aula e o que se espera do aluno ao final da aula
Observação do
Professor
Registrar neste espaço avaliação geral do aluno ao final da aula, apontando as áreas que ele
tem tido dificuldade e êxito e medidas a serem adotadas para melhor trabalha-las.
Atividade Valor máx. Observações $
Atividade X conforme o
planejamento de aula
Valor máximo a ser
alcançado na atividade
Registrar neste espaço o comportamento
do aluno referente à atividade realizada. Dinheirinho Obtido
Fonte: Próprio autor
No capítulo seguinte trataremos da metodologia utilizada e os procedimentos para as
coletas de dados desta pesquisa.
29
4 METODOLOGIA DA PESQUISA E OS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 METODOLOGIA QUALITATIVA
A escolha de métodos de pesquisa varia conforme o objeto a ser estudado, segundo
Haguette “os métodos quantitativos supõem uma população de objetos de observação
comparável entre si e os métodos qualitativos enfatizam as especificidades de um fenômeno
em termos de suas origens e de sua razão de ser” (1987, p. 63). No caso de nosso estudo, sua
origem seria um estudo que contempla uma pesquisa-ação, visto que é um estudo no qual
relato a própria história de ensino-aprendizagem.
Para estudos de cunho qualitativo, segundo os percussores de método qualitativo,
especificamente Boudon (1871) e Lazarsfeld (1969) orientam que métodos qualitativistas
sejam mais eficientes em casos nos quais o objeto a ser estudado seja de cunho mais subjetivo
como mudanças no comportamento, afinidades e etc.
Enquanto os quantitavistas justificam seu uso sob o argumento de
impossibilidade de geração de dados estatísticos ou por razões de custo ou
rapidez na pesquisa, os qualitativistas afirmam seja a superioridade do
método que fornece uma compreensão profunda de certos fenômenos sociais
apoiados no pressuposto da maior relevância do aspecto subjetivo da ação
social face à configuração das estruturas societais, seja a incapacidade da
estatística de dar conta dos fenômenos complexos e dos fenômenos únicos.
(HAGUETTE, 1987, p. 63)
Segundo Lazarsfelf, métodos qualitativos são indicados em três situações a saber:
a) situações nas quais a evidência qualitativa substitui a simples informação
estatística relacionada a épocas passadas;
b) situações nas quais a evidência qualitativa é usada para captar dados
psicológicos que são reprimidos ou não facilmente articulados como
atitudes, motivos, pressupostos, quadros de referência, etc.;
c) situações nas quais simples observações qualitativas são usadas como
indicadores do funcionamento complexo de estruturas e organizações
complexas que são difíceis de submeter à observação direta.
(HAGUETTE, 1987, p. 64)
A justificativa do uso do método neste estudo se classifica nas três das situações
levantadas por Haguette. Na primeira das situações por se estar estudando um fenômeno local
onde não há a necessidade de apresentações de evidências históricas sendo passível de
substituição pelas evidências qualitativas. Na segunda, a qual se aplica mais diretamente ao
30
caso do projeto, justifica-se pelo conteúdo do que será analisado, ou seja, a reação dos alunos
a abordagens psico-sócio-afetivas, as quais são levantadas como resultado de mudanças
comportamentais. Por fim, vincula-se a terceira situação por se enquadrar em um estudo de
um grupo social, a saber alunos de língua japonesa.
4.1.1 Pesquisa-ação
Usamos como conceito de pesquisa ação o mesmo usado por Luiz Moita Lopes em seu
livro Oficina de Linguística Aplicada o qual citamos abaixo.
[...] um tipo de investigação realizado por pessoas em ação em uma
determinada prática social sobre esta mesma prática, em que os resultados
são continuamente incorporados ao processo de pesquisa, constituindo novo
tópico de investigação, de modo que os professores-pesquisadores, no caso
em questão, estejam sempre atuando na produção de conhecimento sobre a
sua prática. (LOPES, 2005, p. 185)
Lopes aponta no livro mencionado a necessidade dos professores manterem através de
um “processo crítico de reflexão” a prática de fazerem pesquisas em cima de seu próprio
trabalho, criando assim estudos práticos e reais da sala de aula. Este tipo de trabalho indicado
por Lopes enquadra o professor numa categoria descrita pelo mesmo como professor-
pesquisador e, embora o objeto de estudo deste professor-pesquisador seja sua própria sala de
aula, o autor aponta como ideal que haja também um professor-observador ou um outro
pesquisador que possa estar prestando consultoria na pesquisa.
No projeto apresentado, infelizmente não foi possível a presença de um professor-
observador devido a ausência de pessoas que estivessem trabalhando na mesma área e que
pudessem estar presentes durante a aplicação das aulas. No entanto, o cerne de uma pesquisa-
ação é a auto-monitoração dos acontecimentos em sala sendo a presença de um professor-
observador ou consultor um complemento considerado ideal, mas não essencial como descrito
por Lopes em trecho abaixo.
O básico no processo de pesquisa-ação é a técnica de auto-monitoração do
que está acontecendo em sala de aula: ‘o processo através do qual uma
pessoa torna-se consciente de sua situação e de seu próprio papel como
agente nela’ (Elliot, 1976:9). Isto pode ser desenvolvido através de
instrumentos de pesquisa típicos da antropologia social tais como notas de
campo tomadas pelo próprio professor e por um outro professor-observador,
diários escritos por alunos e professores [...]. (LOPES, 2005, p. 185)
31
Donald Schön (apud, PIMENTA e LIMA, 2012), também defensor da pesquisa-ação e
criador da expressão “professor reflexivo”, vai ainda mais longe ao propor que a pesquisa
ação seja incluída na formação curricular dos professores defendendo que muitos dos
problemas encontrados em sala de aula vão além dos teorizados e dos tópicos ensinados na
educação formal.
Schön defende que através deste processo, problemas que surgem em sala de aula
podem ser diagnosticados e usados para expor possíveis soluções.
Schön propõe uma formação baseada numa epistemologia da prática, ou
seja, na valorização da prática profissional como momento de construção de
conhecimento por meio de reflexão, análise e problematização dessa prática
e a consideração do conhecimento tácito, presente nas soluções que os
profissionais encontram em ato. (PIMENTA; LIMA, 2012, p. 48, grifo do
autor).
O mesmo ponto de vista também é compartilhado por Lopes ao incentivar que os
professores, mesmo os ainda em formação, façam revisões críticas de seu trabalho
acrescentando ao campo teórico já existente novas ocorrências que apareçam durante as aulas
(LOPES, 2005, p.183).
Implícita nesta visão de formação de professores está uma questão de
natureza epistemológica: uma visão de conhecimento como processo. Nesta
visão, a sala de aula deixa de ser o lugar da certeza, ou de aplicação de um
conhecimento pronto e acabado, e passa a ser o espaço da procura do
conhecimento, em que o professor e os alunos, aqueles mais diretamente
interessados no que acontece em sala de aula, passam a ter papel central na
prática social de construção de conhecimento sobre a sala de aula. (LOPES,
2005, p.183)
Lopes propões também um roteiro para a pesquisa-ação possa ser aplicada o qual foi
usado no recolhimento dos dados para o projeto e elaboração do mesmo.
32
QUADRO 3: RELATÓRIO PARA PESQUISA-AÇÃO
Fonte: LOPES, 2005, p.183
4.2 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA A PESQUISA
4.2.1. Instrumentos de Coleta de Dados
Nesta pesquisa fora escolhida como instrumento para coleta de dados a observação
participante, método com origem disputada entre antropólogos, com as experiências de
Malinowski, e sociólogos da Escola Sociológica de Chicago. Fazem parte desta os termos
como trabalho de campo, pesquisa de campo e estudo de campo.
Na antropologia, a observação participante é usada a fim de compreender o
funcionamento de uma sociedade primitiva ou de um grupo humano. Na sociologia
interacionista, parafraseando Haguette, ela é usada por acreditar que toda organização societal
está assentada nos sentidos, nas definições e nas ações que indivíduos e grupos elaboram ao
longo do processo de interação simbólica do dia-a-dia.
Para Haguette (1987, pg. 68) interação simbólica significa “a própria preocupação em
descobrir o ‘sentido’ que as coisas têm para a ação humana”. Para teóricos de ambos os lados,
acredita-se que as técnicas de pesquisa convencionais não são capazes de captar esta interação
em um grupo social sendo a observação participante a mais apropriada para fazê-lo.
Roteiro para a pesquisa-ação
1. Familiarização com os princípios e instrumentos da pesquisa-ação;
2. Monitoração do processo de ensino/aprendizagem através de notas de campo e/ou
gravação em áudio;
3. Negociação da questão a ser investigada;
4. Negociação dos instrumentos de pesquisa a serem utilizados;
5. Pesquisa-ação na prática: coleta de dados;
6. Análise e interpretação dos dados: acumulação de evidência para teorização;
7. Relatórios da pesquisa: apresentação em seminários/congressos;
8. Negociação de novas questões de pesquisa (o processo recomeça na etapa 3 acima)
33
Embora ambas as vertentes tenham usado seus métodos vinculados à problemática social
como grupos marginalizados, no presente trabalho faremos uso dos mesmos métodos para
recolher dados baseados nas atitudes dos alunos em resposta as avaliações.
4.2.2 Aplicação da Gincana
Por seu caráter recreativo, a “gincana” foi escolhida como procedimento de avaliação
final adotado no projeto. Foi adotado por significado de gincana o sentido apresentado pelo
dicionário Houaiss no qual define-se por gincana competição em que as equipes devem
responder perguntas e cumprir tarefas previamente estabelecidas ou não.
4.2.3 Perfil das participantes da pesquisa
Para compor esta pesquisa participaram as alunas do Projeto de Escola de Língua
Japonesa Estruturarte turma de japonês básico 2 do 1o
semestre de 2013. As alunas
começaram o estudo da língua japonesa juntamente com o projeto em agosto de 2011 e não
estudam em outras instituições de ensino de LJ. As aulas até 2013 tinham carga horária de
uma hora por semana mudando para 2 horas e 30 minutos em março deste ano. Até o término
desta pesquisa já foram completos 1 ano e 3 meses de estudo.
As alunas não são de ascendência nipônica e não têm contato com comunidade
japonesa. O uso da língua japonesa se restringe à sala de aula e o contato que há com a língua
e cultura afora o ambiente de escola se dá através da internet e de desenhos animados.
Fora a língua japonesas, as alunas também estudam língua inglesa como parte da grade
curricular da escola pública.
O quadro a seguir demonstra o perfil das 5 alunas participantes da pesquisa. Os nomes
das alunas serão excluídos e utilizaremos para identificar as alunas somente os codinomes.
34
QUADRO 4: PERFIL DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA – JAPONÊS BÁSICO 2
Alunos da pesquisa: Tempo de
estudo da LJ.
Faixa
etária Gênero Moradia
Ano da
escolaridade
Aluna 1
Codinome: Helena
1 ano e 3
meses 16 anos Feminino
Cidade
Estrutural 2
o ano E.M
Aluna 2
Codinome: Maria
1 ano e 3
meses 10 anos Feminino
Cidade
Estrutural 4º ano E.F
Aluna 3
Codinome: Natália
1 ano e 3
meses 13 anos Feminino
Cidade
Estrutural 9º ano E.F
Aluna 4
Codinome: Naomi
1 ano e 3
meses 8 anos Feminino
Cidade
Estrutural 2º ano E.F
Aluna 5
Codinome: Tatiana
1 ano e 3
meses 12 anos Feminino
Cidade
Estrutural 7ºano E.F
Fonte: Próprio autor
Utilizamos estes procedimentos para compormos o nosso corpus de estudo que
trataremos no capítulo a seguir, em direção à análise dos dados.
5 EM DIREÇÃO À ANÁLISE DE DADOS
5.1 A GINCANA – AVALIAÇÃO FINAL
Optamos como forma de avaliar o aprendizado dos alunos uma avaliação formativa, a
qual foi realizada durante o primeiro semestre de 2013 e será abordada como um modelo de
análise. Essa escolha foi tomada com base nos aspectos da aprendizagem que procurávamos
acompanhar como as mudanças no conhecimento quanto ao conteúdo da matéria que fora
ensinada e comportamento quanto às mudanças que viessem a ocorrer nas relações
interpessoais em sala de aula. Embora a avaliação do curso tenha se dado no decorrer do
período letivo, devido ao tempo e problemas enfrentados ao decorrer do projeto da pesquisa,
escolhemos para compor a análise desta pesquisa a avaliação aplicada no final do semestre.
Observa-se, no entanto, que mesmo uma avaliação que ocorra de maneira pontual,
como o caso da avaliação final do curso, e que portanto apresenta aspectos semelhantes a
35
avaliação somativa, esta pode ser usada de maneira formativa observando-se os pontos
levantados por Villas Boas, segundo a qual o que determina a categoria de uma avaliação é o
objetivo e forma com que é aplicada:
A prova torna-se um mecanismo equivocado quando é usada como único
procedimento de avaliação, assumindo função classificatória. Isso acontece
sempre que os resultados por ela fornecidos servem tão somente para
atribuição de nota, sem que o aluno tenha chance de aprender o eu ainda não
aprendeu. [...] Ao contrário, na perspectiva formativa, por meio dela
constata-se o que cada aluno aprendeu e o que ainda não aprendeu, para que
o trabalho pedagógico seja reorganizado e a aprendizagem garantida.
(VILLAS BOAS, 2009, p. 91)
5.1.1 Propósito da avaliação
A avaliação realizada no PELJE, assim como qualquer programa de avaliação tem
como função geral: fornecer bases para o planejamento das aulas seguintes e ajustar políticas
e práticas curriculares. Dentro de suas funções específicas, destacamos como as mais
importantes para o projeto o incentivo ao estudo por vontade própria do aluno, o
complemento da aprendizagem e a construção da autoestima.
A avaliação final realizada no formato recreativo de gincana visa não mensurar os
alunos, mas gratificá-los conforme o conhecimento que obtiveram durante o curso. Essa
gratificação é feita em forma de “dinheirinhos” que são entregues como substituição do que
normalmente seria entregue como nota. Os dinheirinhos fazem a valoração do quanto eles
aprenderam e de quanto desse conhecimento eles foram capazes de colocar em prática durante
a avaliação. Dessa forma evitamos o sentimento de culpa ou incapacidade que podem vir
junto de uma avaliação que agrupasse os alunos por classificações.
Ao mesmo tempo em que estamos aplicando essa valoração, é possível medir o quanto
os alunos aprenderem durante o semestre e quais alunos estão tendo dificuldades e em quais
matérias.
Na avaliação final deste semestre, tivemos como objetivo verificar a aprendizagem do
conteúdo proposto ao longo do curso.
36
5.1.2 Descrição do processo e contexto: momentos avaliativos da pesquisa
A avaliação final estava prevista no cronograma para acontecer no dia 25 de maio,
mas tivemos de mudar esta data para dia 8 de junho devido ao número de alunos que não
poderiam comparecer na data prevista. Nesta avaliação participaram os alunos das turmas de
japonês básico 1 e básico 2, totalizando 9 alunos. Embora os dados recolhidos para a análise
nesta pesquisa compreendam ambas as turmas, o conteúdo analisado será referente somente às
cinco alunas da turma de básico 2 já mencionadas.
Apesar da participação das duas turmas na mesma avaliação, as questões e atividades
foram realizadas observando o nível de dificuldade e matérias abordadas respectivamente.
Foram selecionadas questões objetivas nas categorias de recordação/evocação e
reconhecimento segundo quadro de referências teóricas de Oyara Petersen Esteves
apresentado abaixo.
QUADRO 5: REFERÊNCIAS TEÓRICAS
Fonte: SANT’ANNA, 2004, p. 57
O retorno/feedback das atividades é entregue por meio de notas no caderno dos alunos,
quando se trata dos deveres de casa, e por meio de conversas com os alunos ao final da
atividade em sala (caso da gincana) porém pretendemos adotar para o próximo semestre letivo
relatórios que serão entregues em formato de carta aos alunos e responsáveis como o relatório
já abordado no terceiro capítulo desta pesquisa.
1) De recordação ou evocação, onde o aluno dá a sua própria resposta, isto é, uma resposta
elaborada pessoalmente. Ex.:
1) simples lembrança (ou resposta certa);
2) complementação (ou afirmação incompleta – lacunas).
2) De reconhecimento, onde o aluno organiza os elementos apresentados à resposta ou os
reconhece. Ex.:
1) verdadeiro-falso ou certo-errado (resposta alternativa);
2) múltipla escolha (várias alternativas);
3) ordenação (associação ou combinação).
37
Apesar de termos escolhido o momento da gincana para análise da avaliação de
aprendizagem dos alunos, no que se refere ao acompanhamento do comportamento
utilizaremos as notas de sala de aula tomadas ao longo do semestre.
No decorrer das aulas foi possível perceber que as alunas não faziam a relação do
“dinheirinho” como substituição das “notas”. Parece não haver desconforto em anunciar ou
receber um valor baixo. Mas há um esforço das alunas em conseguir aumentar seus pontos
sem que haja um pensamento de incapacidade. Na fala das meninas abaixo tomadas no dia 27
de abril, percebe-se que as alunas falam sobre suas pontuações livremente, mesmo que não
sejam altas.
Tatiana: Quanto você tem?
Helena: Eu tenho 13, mas tem mais em casa.
Tatiana: Acho que a Natália é a mais rica. Ela tem mais de cem já. E você?
Naomi: Hoje nada.
Tatiana: Nossa Naomi, tem que trazer mais as tarefas. Ganhei 54 do caderno hoje.
Na fala da aluna de codinome Tatiana, embora ela tenha feito comentário sobre a
pontuação da colega, logo em seguida deu um estimulo e uma dica de como conseguir mais
dinheirinho. De fato, na aula seguinte a aluna Naomi trouxe as tarefas que faltavam e
conseguiu acompanhar melhor as atividades de sala recebendo 11 dinheirinhos por estas
atividades ao final da aula. Geralmente quando as alunas se percebiam com um “saldo”
inferior às demais colegas, essas não se sentiam diminuídas, mas se preocupavam em como
ganhar mais, pensando em estratégias para alcançar as demais.
A valoração através do “dinheirinho” também incentivou relações interpessoais
positivas como pude notar no comportamento dos alunos que passaram a incentivar uns aos
outros conforme o decorrer das aulas e principalmente no dia da gincana. No excerto escrito
abaixo como exemplo, embora seja citado um aluno da turma de básico 1 de codinome
Samuel, a análise das atitudes e do progresso entre as relações interpessoais dos participantes
será feita somente com base na reação das alunas que se voluntariaram para a pesquisa sendo
a participação do aluno no momento vista como um estopim para a reação das demais. No
caso citado, o aluno Samuel lamentou-se por não ter conseguido responder uma questão e
38
disse que tinha pouco dinheirinho. O excerto retirado da gincana do dia 8 de junho a seguir
demonstra essa situação.
Samuel (9): Aaah,... e eu só tenho 6 dinheirinhos.
Natália (14): Nada não, você acerta a outra e consegue um monte na próxima.
Naomi (8): É, e você chegou agora e já tem 6 dinheirinhos!
A mudança na reação das alunas se dá quanto ao tratamento que oferecem umas as
outras e aos alunos que demonstram dificuldade ou desânimo diante de uma atividade. As
mesmas alunas que tentavam animar o aluno Samuel, no início do curso se limitavam a
chamar umas as outras de “burra” e a usar outras expressões depreciativas quando erravam
alguma questão. Apesar disso ainda acontecer durante algumas aulas, a ocorrência é muito
menor e percebo que essas expressões repressivas mudaram paulatinamente para expressões
de incentivo. Embora a gincana tenha tido muitas atividades de competição entre os alunos,
ao contrário do que esperava, as alunas torceram umas pelas outras para acertar as respostas.
De acordo com Sant’Anna “O acompanhamento sistemático das relações
interpessoais, da atitude de trabalho e dos agrupamentos operatórios de pensamento,
evidenciados no estudo de um conteúdo, caracterizam o processo compreensivo de
avaliação”. (SANT’ANNA, pág. 55). Essa mudança observada no comportamento das alunas
contribui tanto para o aprendizado da turma e do indivíduo em quanto aluno como para a vida
pessoal destes e, embora não seja mensurada, se enquadra em um dos pontos a serem
avaliados como integrantes desse processo de crescimento do aluno como foi apontado por
Sant’Anna e por outros pesquisadores da avaliação formativa como Stiggins e Villas Boas.
Pudemos perceber também o orgulho com que as alunas respondem as perguntas em
sala e a vontade de participarem das atividades. O trecho abaixo se refere a uma atividade de
mímica para o aprendizado de expressões usadas em sala e outros vocabulários na aula do dia
30 de março. As respostas foram dadas com muita segurança e mesmo quando erradas não
impediam as crianças de continuarem tentando.
39
Tatiana: Ow Natália, deixa um pouco pra gente responder também.
Natália: Oxi, se quiser responder tem que ser mais rápida!
Outra mudança no comportamento das alunas foi com relação às tentativas de “cola”
que costumavam ser mais frequentes no início do curso. Nesta avaliação final, não houveram
tentativas de cola ou perguntas a professora sobre como se faz a atividade. Cito como
exemplo a atividade de “ordem dos traços” que consiste em escrever a palavra/letra nas costas
dos colegas enfileirados até que a primeira aluna possa escrever a palavra no quadro. Em
2012, na mesma atividade as alunas deveriam escrever somente uma letra em hiragana, este
ano a atividade requeria uma palavra completa em hiragana ou katakana, o que aumentou
bastante a dificuldade em relação ao primeiro ano; no entanto, elas se mostraram empenhadas
em provar que já conheciam o conteúdo sem recorrer à cola. A mesma atitude se mostrou nas
demais atividades e creio que provenha de uma confiança pessoal no conhecimento que
obtiveram e a vontade de demonstrá-lo aos outros colegas, além de ajudar o grupo.
Cito como um dos pontos positivos da avaliação através da gincana a experiência
realizada pelo professor Domingos Di Lello com a avaliação formativa para alunos de língua
inglesa pois o mesmo se deu no processo apresentado na gincana.
Ficou caracterizada a importância da utilização da avaliação formativa no
trabalho com estudantes de inglês, uma vez que toda essa variedade de
procedimentos proporciona preciosos momentos, nos quais eles têm a
oportunidade de demonstrar o conhecimento adquirido sem a preocupação
de nota, de uma forma menos ansiosa e mais espontânea. (VILLAS BOAS,
2012, pág. 10).
Foi observado ao aplicar a gincana para avaliar os alunos desta pesquisa que o
instrumento utilizado trouxe benefícios para a aquisição da habilidade escrita, pois os alunos
utilizaram-se do momento recreativo para a execução da tarefa e apesar de ser um período de
avaliação também foi usado como um momento de aprendizagem. Mostrando, com isso, que a
avaliação formativa indica um meio considerável para a condução da aquisição da habilidade
escrita.
40
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 CONCLUSÃO
Essa pesquisa trouxe um relato de sala de aula no qual podemos ver uma abordagem
de avaliação para crianças focada no incentivo e preenchimento das lacunas que viessem a
existir no aprendizado. É defendido que a avaliação seja usada não só como forma de medir o
conhecimento, mas também como um meio de aprendizagem. Para isso, baseamo-nos nos
estudos a respeito da avaliação formativa, a qual consiste em avaliar o aluno ao longo do
período letivo em lugar de fazer avaliações pontuais.
Por meio deste tipo de avaliação e da substituição da nota por “dinheirinhos” como
meio de recompensa pelo aprendizado, esperamos evitar o sentimento de desaprovação ou
incapacidade nos alunos que podem vir através de uma nota baixa e enfatizar suas conquistas.
Tivemos como pergunta deste projeto “A aplicação da avaliação formativa incentiva
os alunos ao ensino-aprendizagem da língua japonesa?” e pudemos perceber através das
observações e notas de sala de aula, uma mudança gradual no comportamento dos alunos com
relação ao estudo, ao uso de expressões depreciativas e à interação social entre os colegas.
Estas mudanças positivas no comportamento dos alunos podem ser atribuídas ao incentivo
contínuo através das avaliações e a forma como também são trabalhadas no clima recreativo
proporcionado pela gincana.
Com relação aos estudos, o empenho dos alunos pode ser visto também através da
porcentagem de entrega dos deveres de casa que se mantém na casa dos 100% desde que foi
adotado o uso do dinheirinho como pontuação e à voluntariedade com que os alunos
participam das aulas.
Apesar da avaliação formativa ter mostrado bons resultados quanto ao incentivo do
aprendizado da língua, ela não se mostra tão prática quanto a mensuração do conhecimento do
aluno quanto um modelo de avaliação somativa. Pretendemos acrescentar avaliações
somativas e diagnósticas para o próximo semestre, mas entendemos que mesmo essas
avaliações podem ser usadas de forma somativa e como é explicado no trecho escrito por
Garrison e Ehringhaus abaixo e que é necessário (a fim de não prejudicar a forma como as
avaliações são realizadas na escola) informar aos alunos de que a avaliação aplicada não é
uma forma de medir a capacidade mas sim o rendimento.
41
No entanto, a ênfase no uso da avaliação formativa não exclui o uso da
avaliação somativa. Quando a avaliação somativa é alinhada ao currículo e às
experiências de aprendizagem do aluno, então ela se integra ao círculo de
aprendizagem e avaliação para melhorar a aprendizagem dos alunos ao invés
de apenas medir isso. (GARRISON; EHRINGHAUS, 2005, pág. 4, tradução
nossa)
Vemos a importância do projeto não só na área de pesquisa da língua japonesa, mas
acredito que esta abordagem de construção da autoestima exercerá influência em outras áreas
da vida dos alunos. No projeto é importante que acreditemos no potencial dos alunos e que
eles poderão fazer uso do conhecimento adquirido para investir em seu futuro profissional.
6.2 CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDO
Esta pesquisa teve como objetivo verificar a aprendizagem dos alunos ao se fazer uso
de uma avaliação formativa e as vantagens desta no ensino da língua japonesa para crianças.
Para alcançar este objetivo foi feita uma análise da empatia das alunas pela avaliação aplicada
através da observação das reações que as participantes tomavam frente às atividades
propostas.
O estudo aponta a funcionalidade deste tipo de avaliação e a popularidade dela entre as
crianças. Através dele pudemos notar que a avaliação pode ser também um momento de
aprendizado e que não precisa necessariamente separar os alunos conforme sua classificação.
A avaliação pode ser um instrumento para que os alunos que porventura estejam com
dificuldades possam alcançar os outros sem com isso expô-los perante os colegas.
Devido ao seu caráter recreativo e a qualidade de trabalhar a autoestima dos alunos
sugerimos a avaliação formativa como uma forma de avaliação de LE (língua estrangeira)
para crianças e esperamos que este estudo possa auxiliar futuras pesquisas na área de
avaliação.
42
6.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
O tempo para conciliar a pesquisa teórica e as atividades de aula mostrou-se uma das
principais dificuldades encontradas no percurso da pesquisa. Haveria de ser ideal que se fosse
reservado um tempo maior para a realização da fundamentação teórica a fim de que num
momento de prática da pesquisa fosse reservado este tempo somente para a análise de dados e
comparação com a teoria.
Cremos que como sugerido por Lopes, e já comentado na subseção 4.1.1, o ideal fosse
a presença de um segundo pesquisador como professor observador para que houvesse um
debate maior sobre a reação dos alunos. Reintero que a presença deste não seja essencial, no
entanto, uma segunda visão sobre os momentos de pesquisa-ação enriqueceria mais os
resultados da pesquisa.
43
REFERÊNCIA
ASSESSING AND REPORTING STUDENT PROGRESS. 2005. Arizona. Classroom
Assessment Practices. Arizona: National Institute for Urban School, 2005. 18 p. Disponível
em:<http://www.niusi.org/professional/NIUSI%20Fixing/Assess/A1/Assessment_A1_Particip
ant_Handouts.pdf> Acesso em 22 de mai. 2013
BURNS; Matthew K.What is Formative Evaluation?; Minnesota Center for Reading
Research. October, 2008. Disponível em :
<http://www.cehd.umn.edu/reading/documents/FAQ/FormativeEval.pdf > Acesso em: 09 de
jul. 2013
CURRENT PERSPECTIVES ON ASSESSMENT. 2005. Assessment and Reporting Unit.
Learning Policies Branch. September 2005. Disponível em:
<https://www.eduweb.vic.gov.au/edulibrary/public/teachlearn/student/assessment_current_pe
r.pdf > Acesso em 22 de mai. 2013
GARRISON, Catherine; EHRINGHAUS, Michael. Formative and summative assessments
in the classroom. Disponível em:
<http://www.amle.org/Publications/WebExclusive/Assessment/tabid/1120/Default.aspx>
Acesso em 22 de mai. 2013
HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis, RJ:
Editora Vozes, 1987. 224 p; ISBN 85.326.0854-X.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mario de Salles. Dicionário Houais da Língua Portuguesa.
Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2009.
IZIDORO, Simone Carvalho. A importância da língua inglesa na educação
infantil. Faculdades Integradas de Jacareí. 2008.
KAPPAUN, A. Mapeamento da pobreza no estado do Rio de Janeiro: um estudo através
de análise multivariada. Brasil, 2004. Disponível em:
<http://www.sober.org.br/palestra/12/11O481.pdf> Acesso em: 15 de jun. 2013
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo,
SP: Editora Cortez, 2012. 296 p.7a Ed.
SANT’ANNA, Ilza Martins; Por que avaliar? Como avaliar?. Petrópolis, RJ: Editora
Vozes, 1995. 133 p.; ISBN 85-326-1426-4
SPINASSÉ, Karen Pupp. Os conceitos Língua Materna, Segunda Língua
e Língua Estrangeira e os falantes de línguas alóctones minoritárias no Sul do Brasil.
Revista Contigentia ,Vol. 1, nov. 2006. 10 p. Disponível em:
< http://www.ufrgs.br/setordealemao/revista/revista.anteriores/vol1_11.2006/1_spinasse.pdf>
Acesso em 25 de jul. 2013
VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Avaliação formativa: práticas inovadoras. São
Paulo, SP: Papirus, 2011. 1ª Ed. 192 p. ISBN: 8530809
44
VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Virando a escola do avesso por meio da
avaliação. São Paulo, SP: Papirus, 2009. 2ª Ed.
45
LISTA DOS APÊNDICES
Apêndice A – TERMO DE CONSENTIMENTO
Apêndice B – PLANO DE ENSINO
Apêndice C – CRONOGRÂMA
Apêndice D – PLANEJAMENTO DE AULA
Apêndice E – PRESENÇA E PONTUAÇÃO
46
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, _____________________________________________________________,
inscrito no CPF sob o nº_________________________ e no RG de nº
___________________________, responsável pelo aluno (a)
_________________________________________________, AUTORIZO o uso de imagens
retiradas no âmbito das aulas de língua japonesa do Projeto Escola de Língua Japonesa
Estruturarte nas quais haja a presença do referido aluno em minha guarda.
Autorizo ainda o uso de falas e observações quanto ao comportamento do aluno e
declaro estar ciente de que os dados e imagens coletados serão usados em projeto de pesquisa
sobre avaliação de aprendizagem e outros textos acadêmicos que possam originar.
Brasília, _______ de ____________ de 2013.
_______________________________________________________________
(Assinatura)
47
APÊNDICE B
PLANO DE ENSINO
1. IDENTIFICAÇÃO
Disciplina: Língua Japonesa Básico 1 Turma :A
Professores: Carolina Umebara Lopes
2. Ementa
Introdução à língua japonesa tanto em sua forma escrita como oral, assimilação de hiragana, katakana, cojunto básico de kanji e estruturas usadas no cotidiano.
3. Programa
I. Cumprimentos básicos, expressões usadas em sala, auto-apresentação,
escrita em hiragana, números em Kanji, forma afirmativa e negativa.
II. Pronomes demonstrativos e partículas.
III. Pronomes locativos
IV. Expressões de horas
V. Verbos e partículas de locomoção
4. Critério de Avaliação
A avaliação será realizada conforme o rendimento do aluno em sala de aula. Da mesma forma, os alunos serão divididos em classes conforme a capacidade adquirida.
5. Objetivo
Pretende-se com o curso incentivar os alunos a conhecerem culturas diferentes das suas, respeitá-las e avaliar pontos positivos e negativos. É também um dos objetivos preparar os alunos para participar de competições de oratória e incentivá-los a competir por bolsas de estudo oferecidas pelo governo japonês.
6. Bibliografia
Minna no Nihongo shokyū I, 3A network Corporation, 6.ª ed., 2000 Minna no Nihongo shokyū I – Tradução e Notas Gramaticais, 3A network Corporation, 1.ª ed., 2000 Kana Nyuu Mon. Aliança Cutural Brasil Japão, 1ª ed., 1994
48
APÊNDICE C
1º /2013 ・Cronograma:
FEVEREIRO
Sab. Cap. Hiragana・Katakana Kakitori
17 Cap. 01 e 2
Revisão ・ ア -
24 Cap. 02 あかさ・ア -
MARÇO
Sab. Cap. Hiragana・Katakana Kakitori
02 Cap. 03 たなは・カ -
09 Cap. 03 まやら・わをん・ カ Kakitori 1
16 Cap. 04 だくおん・はんだくおん・サ Kakitori 2
23 Cap. 04 ちょう・っ・サ Kakitori 3
30 Cap. 04 Prolongamento Kakitori 4 *03/03 – Dia das meninas – Hinamatsuri *31/03 – Páscoa
ABRIL
Sab. Cap. Hiragana・Katakana Kakitori
06 Cap. 04 アカサ Kakitori 5
13 Cap. 05 タナ -
20 Cap. 05 タナ -
27 Cap. 06 ハマ -
MAIO
Sab. Cap. Hiragana・Katakana Kakitori
04 Cap. 06 タナハ・マヤラ Kakitori 6
11 Cap. 06 ヤラ・ワヲン -
18 Todos Revisão Kakitori 7
(todos katakanas)
25 Gincana!!!
RECESSO – Volta às aulas dia 06 de JULHO *05/05 – Dia dos meninos – Koinobori
49
APÊNDICE D
PLANO DE AULA
Prof. (a) Cap. 1 Aula: 2 Data: 12/02/2013
Objetivos
Tópicos
Culturais
Exercício de
Escrita
Horas Atividades Material
16:00
16:05
Oração
Apresentaçãoなし
16:05
16:10Música Flipchart
16:10
16:20Memorizando
expressões de
sala de aula
Cartão de
Expressões
16:20
16:25
Revisão de
Gramática
Quadro
Livro
16:25
16:50
Exercício de
prática
Cartões de
Bandeiras
16:50
17:00
Correção de
dever de casa
Quadro
Livro
Carolina Umebara
Revisar formas afirmativas e negativas, nacionalidades e introduzir vocabulário de família;
Ao final da aula os alunos devem saber identificar seus familiares em japonês.
Planejamento de aula - Japonês Básico 1 – Turma A
Execução
Pedir aos alunos que repitam a oração e escolher um aluno para apresentar
a turma.
Passar a música Hirohahito .
Não apresentados.
Hiraganas de "A, KA e S.A".
Katakana de "A"
Apresentar os pronomes pessoais retos. Revisar a forma afirmativa e
negativa desu e deha arimasen . Apresentar as expressões da pág. 14.
Apresentar o nome de alguns países junto com os cartões de bandeiras.
Pedir aos alunos que repitam o nome do país logo após o professor.
Entregar as bandeiras e pedir que levantem quando o país for chamado.
Trocar as bandeiras dos alunos e repetir a atividade. Fazer as seguintes
perguntas a cada um dos alunos: ... san wa nihonjin desu ka/nihon de
umaremashitaka? Pedir aos aluns que respondam usando as expressões
ensinadas. Em seguida pedir aos alunos que façam a mesma perguntas aos
colegas.Perguntar aos alunos sobre seus colegas e pedir que respondam
usando os pronomes retos.
Passar os cartões de expressções em sala de aulas e pedir aos alunos que
repitam.
Corrigir oralmente os exercícios 1, 2 e 4, pág. 6,7 e 8. Pedir que os alunos
escrevam no quadro o exercício 3.
50
Aula 3 Cap. 3 Data
Horas Material
09:30
09:95
s/
material
09:35
09:40PPT
09:40
09:50Flip chart
09:50
10:00Cartões
10:00
10:10
Imagens
PC
10:10
10:20Livro
10:20
10:30
PC
Audio
10:30
10:50Bandeiras
11:00
12:20Projetor
Revisar vocabulário do capítulo 2
Corrigir atividade 2, 3 e 4
Audio Lição 2
Entregar bandeiras e pedir que cada uma faça um diálogo semelhante
Cumprimentos de sala.
Filme Totoro. (01:20) - Lembrar aos alunos de anotarem palavras que já viram.
Enquanto passar o filme corrigir o caderno das meninas. Servir bolo.
Atividades
Apresentar a sala. Orar.
Falar sobre o Hinamatsuri
Avisos + Separar salas (01:00 de aula)
Intervalo para lanche (10 min.), reunir as turmas
Ensinar música Hinamatsuri
(Preparar material em romaji para crianças novas)
Dever de Casa Estudar as palavras do capítulo 2 e 1 p/ kakitori. Lista katakana de Ka e Ga.
Recursos PPT, cartões, computador.
Planejamento de aula - Japonês Básico 1 – Turma A02/03/2013
ObjetivosQue os alunos conheçam sobre a data comemorativa do dia das meninas.
Fixar o vocabulário do capítulo 2.
51
Aula 4 Cap. 3 Data
Horas Material
09:30
09:95
s/
material
09:35
09:55PPT
09:55
10:10Flip chart
10:10
10:25Cartões
10:25
10:40
Filme
Projetor
10:50
11:00Quadro
11:00
11:15Xerox
11:15
11:25
Quadro da
Família
11:30
11:40Projetor
11:40
12:00
Papel de
origami
12:00
Reunir as turmas
Preencher o quadro da família. Pedir que as alunas coloquem o cartão com
vocabulário de família no local correspondente da árvore familiar
Apresentar slide sobre o dia das meninas.
Fazer juntos a cesta de origami para presentes. Colocar os ovos de páscoa.
Orar e terminar.
Falar sobre o Hinamatsuri
Cantar música Hinamatsuri e outras duas à escolha
Cumprimentos de sala.
Intervalo para lanche (10 min.) + Avisos + Separar salas (01:00 de aula)
Escrever as folhas de hiragana "TA, NA, HÁ - たなは" katakana de "KA・カ"
Passar 10 min. do filme Totoro e pedir as alunas que anotem as palavras que já
conhecem
Corrigir os deveres no quadro. Pedir as alunas que escrevam suas respostas
Dever de Casa Estudar as palavras do capítulo 2 e 1 p/ kakitori. Lista katakana de Ka e Ga.
Atividades
Apresentar a sala. Orar.
09/03/2013
Objetivos
Que os alunos conheçam mais detalhadamente sobre a data comemorativa do dia
das meninas. Que saibam apresentar terceiras pessoas e membros de sua própria
família
Recursos PPT, cartões, computador.
52
Aula 5 Cap. 2 e 3 Data
Horas Atividades Material
Orar Alunos
Apresentar a
salaAlunos
09:35
09:50 MúsicaCaderno
de Música
09:50
10:05Expreções Cartões
10:05
10:20Filme Script
10:25
10:40
Correção do
dever
Apostila
pág16 e 17
10:40
11:00Apresentação
Trabalho
de casa
11:00
11:20Kakitori
Folha
Kakitori
11:20
11:25Vocabulário
PC
Projetor
11:25
11:40Exercício
Folha
teste 1
hiragana
11:40
11:45Revisão Quadro
11:45
12:00Katakana
Folhas de
exercício
Shukudai Caderno
Entregar o
dever
Dever
corrigido.
Orar Alunos
Arrumar Alunos
09:30
09:35
12:00
12:00
12:10
Pedir que façam a apresentação da família mostrando a ilustração da árvore
familiar.
Ditado da Lição 2.
Passar imagens da Lição 3 e pedir que repitam logo após
Pedir que escrevam o nome dos objetos em hiragana
Planejamento de aula - Japonês Básico 1 – Turma A
2013/03/16
Objetivos Apresentar vocabulário novo, revisar e passar nova linha de katakana.
Recursos Projetor, Apostila, Caderno de Música, Folha com imagens, Script.
Dever de Casa Estudar as palavras do capítulo 2 e 1 p/ kakitori. Lista Ka e Ga.
Pedir a um aluno voluntário que apresente a turma.
Orar
Execução
Passar cartões com os cumprimentos de sala e pedir para que os alunos repitam
logo após..
Perguntar o significado dos verbos na música Iroha e cantar juntos.
Escolher outras duas músicas.
Avisos (Poster de Presença) + Yasumi Jikan (15 minn.)
Corrigir oralmente o exercício 3 e pedir que escrevam no quadro o exercício 4.
Passar filme Totoro e pedir que preencham as lacunas.
Separar as turmas
Entregar dever e fazer comentários
Revisar Katakana de A, KA, GA
Pedir que escrevam as letras da linha S.A.
1 página para S.A. , A, KA. 2$ por página.
Juntar as turmas
Separar as funções de arrumar a sala
Orar
53
APÊNDICE E
PRESENÇA E PONTUAÇÃO 1o/2013
SEQUÊNCIA
Data
Cap. →NOME PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $
Helena O X O X O 3 O 8 O 18 3 O X O 2
Maria O X O X O X O 0 O 11 3 O X O 4
Natália O X O X O 60 O 10,5 O 24 5 O X O 2
Naomi O X O X O X O 2 O 9 3 O X O X
Tatiana O X O X O X O 8 O 13 3 O X O 2
24-2 16-3 23-3 30-302-3 09-317-2Cap. 3Cap. 1 Cap. 1 Cap. 2 - Hinamatsuri Cap. 2 Cap. 2 Cap. 3
Aula 1 Aula 2 Aula 3 Aula 4 Aula 5 Aula 6 Aula 7
SEQUÊNCIA
Data
Cap. →NOME PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO $ PRESENÇA DITADO PRESENÇA $ $ TOTAL
Helena O 0 O X O 6 O 13 O 48 O 3 O 12 35 O O 31 182
Maria O 4 O X O 1 O 28 O 22 O 0 O 2 16,5 O O 25 116.5
Natália O 0 O X O 0 O 8 O 29,5 O 5 X X 18 X O 24 186
Naomi O 0 O X O 1 O 0 O 11 O 0 O 1 36 O O 28 91
Tatiana O 4 O X O 1 O 54 O 21 O 4 O 13,5 12 O O 24 159.5
Cap. 3 Aula Cancelada Cap. 3
Aula 8 Aula 9
06-4 13-4
Aula 10
20-4 11-5
Aula 13Aula 11 Aula 12
27-4 04-5Cap. 3 Cap. 4 - Koinobori
08-6Gincana
Aula 14 - Reposição aula 9
18-5Cap. 4Cap. 4 - Dia das Mães
Aula 15
25-5Revisão
Aula 16
55
ANEXO A
FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
Diagnóstica Formativa Classificatória
Propósitos - Determinar a presença ou ausência de
habilidades e/ou pré-requisitos
-Identificar as causas de repetidas
dificuldades na aprendizagem
-Informar Professor e aluno sobre o
rendimento da aprendizagem durante o
desenvolvimento das atividades
escolares.
-Localizar deficiências na organização do
ensino de modo a possibilitar
reformulações no mesmo e aplicação de
técnicas de recuperação dos alunos.
-Classificar os alunos ao fim de um semestre,
ano letivo ou curso, segundo níveis de
comportamento.
Objeto de
Medida - Comportamento cognitivo e
psicomotor.
-Comportamento cognitivo, afetivo e
psicomotor.
-Geralmente comportamento cognitivo, às
vezes comportamento psicomotor e
ocasionalmente comportamento afetivo.
Época - No Início de um semestre, ano letivo
ou curso.
- Durante o ensino, quando o aluno
evidência incapacidade em seu
desempenho escolar.
- Durante o ensino. -Ao final de um semestre, ano letivo ou curso.
Instrumentos -Pré-teste.
-Teste padronizado de rendimento.
-Teste diagnóstico.
-Ficha de observação.
-Instrumento elaborado pelo professor.
-Instrumentos especificamente planejados
de acordo com os objetivos propostos
-Exame, prova ou teste final.
(SANT’ANNA, 2004, p. 38)
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