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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS.................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS ..............................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA

Orientador

Prof. Celso Sanches

RIO DE JANEIRO

2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicomotricidade.

Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que participam

direta e indiretamente da minha

continua formação, humana, social e

espiritual.

Obrigado Senhor!

RESUMO

Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está

evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de

existir um tipo de inteligência.

No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências

como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-

cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a

existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,

genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.

A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto

integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta

grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior

nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor

poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8

CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11

CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13

CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37

ANEXO.....................................................................................................................39

INTRODUÇÃO

Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de

pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente

buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances

existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-

estabelecidos.

Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a

inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de

cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável

riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,

psíquico-social e espiritual.

E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet

Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande

pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do

intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.

O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos

ele se chama Celso Antunes professor e Educador.

Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com

clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-

matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,

a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.

Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,

não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores

genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte

integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem

para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do

desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida

equilibrada.

CAPÍTULO I

A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA

“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”

Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em

seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.

Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade

cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-

nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”

“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).

Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise

nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos

ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a

atitudes desequilibradas e sem controles.

Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da

complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das

competências humanas.

“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão

capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)

É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,

metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre

enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.

O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que

atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um

dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,

foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das

primeiras séries do ensino básico.

A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a

velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação

espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.

“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).

Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da

vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.

No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende

habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:

Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de

cada um

Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a

capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do

Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em

pauta.

“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).

Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou

habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:

reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e

avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;

6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e

transformações.

Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência

na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência

como: organização, adaptação e a assimilação.

Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando

por quatro estágios:

Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão

incorporando informação do mundo interno e externo;

Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar

simbolicamente a realidade;

Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda

do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;

Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do

conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade

entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.

Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda

contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação

do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da

humanidade evolui sem cessar.

CAPÍTULO II

HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA

“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)

Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas

causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as

inteligências.

Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward

university, professor neurologia de Boston university school of medicine.

“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)

Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como

sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado

independente uma das outras.

Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com

capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na

ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma

aptidão que não lhe e natural.

Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver

problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou

comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as

inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será

determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições

ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).

Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de

processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade

de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do

ambiente favorável

Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato

como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou

temperamento.

Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou

inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são

encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)

“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)

Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de

inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência

do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como

professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais

justa e fraterna, pacífica com as diferenças.

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS

“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”

3.1. A Inteligência Lógico-Matemática

Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o

raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”

No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:

“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o

jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.

A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,

como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais

acentuada.

É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática

aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e

necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão

resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.

O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por

Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,

deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as

chupetas, chocalho, brinquedos.

“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)

No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados

anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência

momento a momento com eles.

A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer

plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas

estruturas espaço-temporal.

Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela

também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados

objetos.

A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma

variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.

Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança

possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem

maior quantidade.

As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve

razoável noção da quantidade e do seu conceito.

No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de

cálculos para raciocínio lógico-experimental.

São características das pessoas com inteligência lógico-matemático

predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,

formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma

ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.

3.2. A Inteligência Espacial

Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por

pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi

determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e

complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.

Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço

em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira

infância.

No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de

formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção

de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou

imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram

desempenhadas no mundo.

O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no

desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a

configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação

ativa de imagens e objetos no domínio espacial.

Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em

movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens

estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações

proporcionadas.

A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa

sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo

ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma

maneira para resolver o problema.

Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os

indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a

habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá

nas atividades.

O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:

arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial

numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.

Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender

a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui

um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas

características estruturais, enquanto impedem outras.

Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado

direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências

musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial

permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e

a sua localização no mundo.

Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na

vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações

para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas

em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber

metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com

aparência real.

Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do

matemático etc.

“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).

3.3. A Inteligência Lingüística

A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a

sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.

Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não

permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e

restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do

qual se manifesta sua inteligência verbal.

As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos

primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a

balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons

encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.

Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é

diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por

exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de

pares de palavras em frases.

A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades

consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro

ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar

com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.

Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios

com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em

diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do

jornal.

Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida

baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais

específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.

O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica

evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas

através de palavras que deseja aprender e comunicar.

“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).

A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo

característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a

língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam

o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.

São características das pessoas com inteligência lingüística

predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa

memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é

sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no

raciocínio.

3.4. A Inteligência Musical

“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)

Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o

papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no

desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma

competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a

nenhuma dos outras dimensões.

O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No

desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões

musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.

Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle

melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se

à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com

sons em propriedades criativas.

A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e

fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.

Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas

produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados

registro analítico de sons diversificados.

Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,

ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua

habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.

Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar

as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam

uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.

88).

A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no

início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais

de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,

pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele

deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.

Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações

neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos

e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no

que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de

mecanismos para efetuar varias atividades.

Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e

modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,

através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-

se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as

mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.

Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo

na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a

perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira

musical.

Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser

humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência

predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em

encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem

boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.

3.5 - As Inteligências Pessoais

“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben

Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do

desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a

Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há

características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o

acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como

capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.

Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via

de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também

em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de

interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados

por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.

As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de

informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu

de nascimento de sua espécie.

Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase

adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”

sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como

capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da

condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.

Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em

estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá

sua presença no seu desenvolvimento.

Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança

vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente

forte que a mãe sente por sua prole.

A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas

expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as

crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de

estados de excitação, de prazer ou dor.

No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo

próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que

pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve

para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.

“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).

Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e

freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a

descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a

focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da

comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.

A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento

social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como

o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de

forma mais flexível com outros indivíduos.

Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-

interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a

criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,

definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.

Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,

que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da

competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se

inadequada, de parecer sem habilidade.

No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,

tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações

subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser

aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento

pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um

senso de eu.

É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus

próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as

pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios

culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as

aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.

Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do

bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e

interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo

quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos

“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem

será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e

exteriores.

3.6. A Inteligência Interpessoal

É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus

comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da

competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,

conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma

relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.

Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos

obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre

de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.

Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da

educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem

estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas

crianças de menor idade (Celso Antunes).

São características que compõem o individuo que possui a inteligência

interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:

Ø Aprecia o convívio social;

Ø Relaciona-se, associa-se bem;

Ø Tem senso participativo;

Ø Tem muitos amigos;

Ø Comunica-se bem;

Ø É as vezes manipulador;

Ø Consegue “ler” segundas intenções;

Ø Aprecia atividades em grupo;

Ø Trata bem dos negócios.

Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre

materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que

convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e

principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,

afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo

conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.

3.7. A Inteligência Intrapessoal

O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e

expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade

de abstração e de raciocínio.

É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa

administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é

um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si

mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.

Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental

estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e

emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo

harmonioso.

Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença

do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste

relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é

imprescindível.

No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução

intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das

expressões de algumas emoções.

Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais

presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,

possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.

Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece

nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do

“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se

claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É

nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a

exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais

enriquecedora.

Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens

mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta

inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.

Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de

secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que

Gardner caracteriza como intrapessoal.

São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:

Ø Deseja ser diferente da tendência geral;

Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;

Ø É sensível aos objetivos de vida;

Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;

Ø É automotivado;

Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;

Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.

Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam

por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade

que cada homem necessariamente tem que passar.

3.8. A Inteligência Naturalista

Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na

aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.

Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência

naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,

extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo

sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.

“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).

A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira

integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade

que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de

ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:

biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.

3.9. A Inteligência Existencialista

Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões

mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.

Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer

mais estudos.

3.10. A Inteligência Pictórica

Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência

Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner

não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um

dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.

A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de

expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e

pinturas, sendo de diversas formas e tendências.

Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso

ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é

importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou

seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.

A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus

olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do

exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.

Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem

levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser

usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua

experiência motora.

Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do

cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica

são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.

A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a

imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.

CAPÍTULO IV

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA

4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da

Criança

“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)

O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser

humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo

específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras

palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em

informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de

visão, audição propriocepção, olfato e gustação.

A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos

dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o

processamento das informações como interpretação, classificação, integração,

organização transformação e armazenamento.

E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema

muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando

funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a

execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)

Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do

corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,

milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que

pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,

utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um

corpo que fosse perfeitamente proporcionado e

gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia

entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o

corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios

gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é

tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários

componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e

integrada.

De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas

perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,

trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as

mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.

Merlean-Pontuy afirma que:

“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à

interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”

A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem

e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso

científico.

Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior

rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o

controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar

se para atingir objetos familiares.

E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se

comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional

ou cognitiva.

Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de

habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais

do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O

domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos

indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar

mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das

crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean

Piaget, 1923)

A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o

próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro

elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a

motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As

Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)

Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem

para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa

recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente

fazendo e por experiência multissensoriais.

Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é

treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder

aos poderes expressivos da mente.

A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos

e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e

complexas incluindo senso rítmico.

Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro

ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem

desenvolvida.

Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,

cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que

trabalham com as mãos.

As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na

memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.

São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica

bem desenvolvida:

Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.

Prefere manipular o que será aprendido

Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.

Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo

aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.

Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,

construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.

Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores

amplos e restritos.

Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra

habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou

datilografia.

Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.

Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico

através da integração entre corpo e mente.

Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.

Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,

cirurgião, construtor, mecânico, artesão.

Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas

formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.

A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência

educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já

bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.

4.2. Ambiente de Aprendizagem

A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,

podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,

de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou

de grupo.

Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,

onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o

conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou

aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório

motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa

forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada

idade.

Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente

incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação

Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e

usar a inteligência cinestésica.

A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento

de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de

trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil

mobilidade.

O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,

até mesmo se tornarem o que estão estudando.

Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o

teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma

desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de

funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e

desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.

Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações

são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.

As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em

situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por

serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de

grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno

imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que

deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na

saúde.

As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por

serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:

Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar

vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...

Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos

os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar

no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos

seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada

através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar

ângulos retos, obtusos e agudos.

Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele

realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá

descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.

Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois

através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.

Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.

Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para

formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação

oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.

Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos

surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.

Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de

histórias, de solução de problemas, por exemplo.

Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da

criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.

Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam

o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.

Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física

total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.

Vejamos um pouco de cada um deles:

Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos

chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história

ou num problema.

Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel

no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses

que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato

que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão

formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.

Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O

professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno

que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola

para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá

formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta

a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem

dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo

da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande

quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou

conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um

caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente

sobre o assunto em questão.

Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele

escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido

recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os

alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um

aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que

receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um

pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada

aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não

souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir

ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,

o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,

fazendo paralelos entre eles ou não.

Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido

para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção

na aula e nos assuntos estudados.

Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no

crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais

primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados

sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é

necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos

e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo

qualquer que seja o estímulo.

De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)

afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais

livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua

individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.

Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,

que existimos, somos um ser psicomotor.

Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras

que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de

sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a

qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a

saúde mental da mesma.

CONCLUSÃO

As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo

olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só

quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas

que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir

com a sociedade.

Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre

as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam

desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.

Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar

a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de

modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo

sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a

um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.

Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra

estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem

ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.

Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição

através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e

construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,

que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.

Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-

se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim

teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se

relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e

afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a

construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.

MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001. PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.

ANEXO

ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na

Psicomotricidade

Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

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