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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS.................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.
MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.
MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS ..............................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.
MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.
MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.
MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.
MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.
MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.
MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. A teoria das Inteligências Libertadoras. São Paulo: Vozes, 1998. ______________. Alfabetização Emocional. São Paulo: Vozes, 1999. ______________. Jogos para Estimular as Múltiplas Inteligências. Petrópolis: Vozes, 1999. _____________. Como Desenvolver Conteúdos - Explorando as inteligências múltiplas. Vozes, 2002. _____________. Jogos para Estimulação das Múltiplas Inteligências. Vozes, 2002. _____________. As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos. 10 ed.: Papirus Editora, 2003. DA COSTA, Maria Luiza Anduozzi. Piaget e a Intervenção Psicopedagógica. São Paulo: Olho D’água, 1997. DICKINSON, Dee; CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia de Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. HOWARD, Gardnen. A criança pré-escola como pensa e como a escola pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _________________. Estruturas da Mente, a teoria das inteligências múltiplas. 2 ed.: Artmed, 2002. J.S. BRUNNER. O Processo da Educação. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972.
MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
ALEXANDRE FILIPE ROCHA DA MATTA
Orientador
Prof. Celso Sanches
RIO DE JANEIRO
2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A TEORIA DA INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA
DE H. GARDEN NA PSICOMOTRICIDADE
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Alexandre Filipe Rocha da Matta.
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que participam
direta e indiretamente da minha
continua formação, humana, social e
espiritual.
Obrigado Senhor!
RESUMO
Haward Gardner e sua pesquisa “as inteligências múltiplas” está
evolucionando o setor cientifico e principalmente a Educação, pois critica a idéia de
existir um tipo de inteligência.
No processo de pesquisa constata-se que existem várias inteligências
como: o musical, lógico matemático, interpessoal, intrapessoal, corporal-
cinestésica, lingüística naturalista, pictórica e existencialista, contudo é possível a
existência destas inteligências no homem, mas devido a fatores ambientais,
genéticos em determinadas pessoas uma delas se desenvolve com maior amplitude.
A teoria tem o seu eixo direcionado para a Educação em seu contexto
integral. Mas verificamos que na área do desenvolvimento psicomotor, ela presta
grande contribuição, pois através dos movimentos, pode-se detectar com maior
nitidez qual a janela que se destaca. Entretanto com esta possibilidade o professor
poderá com “eficácia” conduzir o aluno, durante o processo ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
CAPÍTULO I – A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA............................8
CAPÍTULO II – HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA...................................................................................11
CAPÍTULO III – AS INTELIGÊNCIAS..................................................................13
CAPÍTULO IV – INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA...............................................27
CONCLUSÃO..........................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................37
ANEXO.....................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Desde épocas passadas até hoje, o assunto inteligência, aguça milhares de
pessoas, cientistas, filósofos, pedagogos, psicólogos e sociólogos... que incessantemente
buscam sua compreensão. Pois quanto mais se aprofundam,. Mas descobrem as nuances
existentes na inteligência e percebem-se distantes de resultados precisos e pré-
estabelecidos.
Nesta trajetória é importante percebermos que ao longo de seu processo, a
inteligência passa pelo túnel do tempo, fazendo a história acontecer, através de
cientistas inquietos por curiosidade do saber, que deixariam uma incomensurável
riqueza vivencial e conseqüentemente bibliográfica, para o nosso crescimento humano,
psíquico-social e espiritual.
E estes notáveis homens que fazem parte da cultura histórica, como Binet
Galton, Burt... Fizeram e fazem parte do empreendimento atual de um grande
pesquisador Haward Gardner, um dos mais significativos e importantes na área do
intelecto, desde inicio do século conhecido como pai das inteligências múltiplas.
O Brasil possui um representante desta tese extraordinária em nossos tempos
ele se chama Celso Antunes professor e Educador.
Unidos nesta obra ou “ensaio” estes dois escritores irão nos conduzir com
clareza para o renovado conceito de inteligência que possui outros prismas: o lógico-
matemático, corporal cinestésica, a espacial, a lingüística, a interpessoal, a intrapessoal,
a pictórica, a naturalista e a mais recente “descoberta”: a inteligência existencialista.
Portanto, neste infinito de possibilidades tenhamos a certeza que nesta leitura,
não poderá faltar como base da interpretação holística, pessoal e científica os fatores
genéticos, neurológicos e ambientais que mesmo não explicitados, fazem parte
integrante da análise multidisciplinar-psicomotora que objetivamente nos conduzem
para os seus determinados fins, proporcionando ao homem em todas as etapas do
desenvolvimento principalmente na infância, subsídios experienciais para uma vida
equilibrada.
CAPÍTULO I
A INTELIGÊNCIA E SUA BREVE HISTÓRIA
“Ninguém avança sozinho em sua aprendizagem a cooperação é fundamental.”
Em nosso tempo o termo “Inteligência” tem sofrido várias mudanças em
seu significado. A palavra tem sua origem do latim: inter entre e eligire: escolher.
Em sua amplitude esta palavra nos leva a identificar como: “capacidade
cerebral pela qual observamos as informações dos objetos animados e ina-
nimados na melhor perspectiva de um prisma a seguir”
“Pesquisando de forma clara e autêntica as raízes biológicas da Inteligência, deslumbramos que ela: e parte integrante de uma operação cerebral que conduz o sujeito a resolver problemas que culturalmente seriam impossíveis de ser solucinados” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 11).
Desta forma percebemos o valor da Inteligência, que em última análise
nos leva a discernir ou escolher entre opções boas ou ruins, que podem nos
ajudar ou não, pois a inteligência suplanta a vontade, que pode nos levar a
atitudes desequilibradas e sem controles.
Percebemos que uma ciência que busca o entendimento da
complexidade do cérebro deve levar em conta a natureza e as variedades das
competências humanas.
“Em processo espetacular, as ciências naturais ou não, tem todos os motivos para crer que estas, serão
capazes de oferecer uma explicação convincente dos fenômenos intelectuais, que nos desafiam em suas complexas, mais eficientes respostas a determinados problemas e situações do cotidiano”. (Gardner, Estrutura da Mente, p. 24)
É importante constatarmos que hoje ao falarmos de novos conceitos, descobertas,
metas e estratégias científicas-pedagógicas e por causa da sociedade ocidental que sempre
enfatizam a inteligência e o desenvolvimento intelectual nos programas educacionais.
O grande “ícone” incentivador de tantas descobertas e empreendimentos que
atribuímos ao conceito de Q.I. e ao seu iniciador no contexto histórico foi Alfred Binet um
dos baluartes dos testes de inteligência em 1910, sendo ele grande estudioso e psicólogo,
foi chamado para criar um tipo de medida profética de sucesso escolar nas crianças das
primeiras séries do ensino básico.
A medição da inteligência e dado através de alguns testes que consideram a
velocidade na resolução de questões de ordem lógica matemática, verbal e orientação
espacial neste processo quem alcança e 30 pontos ou mais, são considerados superdatados.
“Épocas anteriores a Binet, outros estudiosos como Galé, Galton, Spencer e Wunat já tinham abordado o problema da ‘medição da inteligência’ criando e desenvolvendo a psicologia aplicada ou psicometria” (Dr. Luiz Aimbindir, 1999, p. 13).
Os Ingleses Spencer e Galton, procuram provar que inteligência e o sucesso da
vida tinham a ver com a linhagem genealógica das pessoas.
No período da década de 20, Spearman formulou a teoria bifatorial,que defende
habilidades mentais, que surgiam compostas de 2 fatores:
Ø Fator G (de geral) comum a todos as habilidades “energia mental” de
cada um
Ø Fatores específicos “E” assim e cada propriedade das habilidades a
capacidade de resolver um problema aritmético dependeria do
Fator “G” e de fatores “E” específicos do tipo de problema em
pauta.
“A teoria Bifatorial de Spearmn foi contestada por defender, nas sua teoria multimodal que a inteligência é constituída por um grande número de ligações nervosas no cérebro que respondem pelos comportamentos mentais e que a soma dessas ligações – cada uma delas separada independente – constitui a inteligência como um todo” (Aimbinder, Inteligências Múltiplas, 1999, p. 13).
Guilford, em 1945, descobriu que o homem tem 120 capacidades ou
habilidades intelectuais, resultante da combinação de 5 operações cognitivas:
reconhecimento, memória pensamento, convergente, pensamento divergente e
avaliação, 4 conteúdos específicos, figuras símbolos, palavras e comportamentos;
6 produtos finais: unidades, classes, relações, sistemas, implicações e
transformações.
Jean Piaget estudou minuciosamente o desenvolvimento da inteligência
na criança e no adolescente e indicou características fundamentais da inteligência
como: organização, adaptação e a assimilação.
Segundo Piaget o ser humano desenvolve-se intelectualmente passando
por quatro estágios:
Ø Estágio sensório-motor - incita atos reflexos-instintivos que vão
incorporando informação do mundo interno e externo;
Ø Estágio pré-operatório - a criança torna-se capaz de representar
simbolicamente a realidade;
Ø Estágio das operações concretas - socializa o pensamento, perda
do Egocentrismo, conseguindo relacionar tempo com distância;
Ø Estágio das operações - jamais torna possível afastar-se do
conteúdo concreto situando os problemas dentro de uma realidade
entre afetividade e o desenvolvimento da inteligência.
Constatamos que Piaget e tantos outros que poderíamos citar fizeram e estão ainda
contribuindo para o estudo detalhado e sistemático, da misteriosa e complexa identificação
do cérebro com sua maravilhosa inteligência, que em cada período da historia da
humanidade evolui sem cessar.
CAPÍTULO II
HAWORD GARDNER E A TEORIA INTELIGÊNCIA MÚLTIPLA
“Para que as diversas inteligências sejam desenvolvidas, a criança tem de ser mais que uma meia executora de tarefas. É preciso que ela seja levada a resolver problemas.” (Howard Gardner, 1994)
Desde o livro: “As Estruturas da Mente”, a Teoria das inteligências múltiplas
causou grande revolução no que diz respeito a interpretação e o entendimento sobre as
inteligências.
Howard Gardner é professor de Educação e psicologia da harward
university, professor neurologia de Boston university school of medicine.
“Desde 1972 é co-diretor do projeto zero um grupo de pesquisa sobre cognição humana, fundado em 1967 pelo Filosofo Nelson Goldman, que desenvolveu estudos sobre criatividade especialmente na área de artes com crianças talentosa” (Jornal APPAI, EDUCAR, 2003, P. 35)
Em 1983, Gardner introduziu a teoria das inteligências múltiplas como
sendo capacidade intelectual no conjunto de habilidades e vias de aprendizado
independente uma das outras.
Todos possuímos múltiplas capacidades, porém cada um nasce com
capacidades para desenvolver todas as inteligências e isso acontece naturalmente, na
ausência de determinada habilidade, o individuo pode ser treinado e desenvolver uma
aptidão que não lhe e natural.
Gardner diz que: “A inteligência como a capacidade para resolver
problemas elabora produtos valorizados em um ou mais ambientes culturais ou
comunitários um principio, habilidade de questionar e buscar respostas usando as
inteligências, entretanto cada inteligência como nos fala Gardner “Será
determinada tanto por fatores genéticos e neurobiológicos, quanto em condições
ambientais” (Howard Gardner, Estruturas da Mente, 2002).
Na perspectiva de múltiplas inteligências ela tem sua própria forma de
processamento de informações que estabelece aspectos básicos de cognição e a variedade
de papeis culturais, segundo Gardner alguns talentos se desenvolvem por causa do
ambiente favorável
Para Gardner, não faz sentido pensar em inteligência ou inteligências, no abstrato
como se fosse entidade biológica, como físico ou psicológico, como emoção ou
temperamento.
Gardner diz que na melhor das hipóteses, as inteligências são potenciais ou
inclinações que são realizadas, dependendo do contexto cultural e social em que são
encontrados: (Howard Gardner, estruturas da mente, 1994, pág. 35)
“Entretanto as inteligência ou a “inteligência” são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem numa cultura”. (Katia Cristina Stocco Smole, Inteligências Múltiplas, 2003, p.1)
Portanto para se formar um novo cidadão e importante a inserção no “modelo” de
inteligências como musical, a interpessoal, etc..., pois atende de certa forma há exigência
do equilíbrio entre a razão e emoção que abre caminho para que possamos como
professores, pais, pesquisadores e cidadãos, caminhar na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna, pacífica com as diferenças.
CAPÍTULO III
AS INTELIGÊNCIAS
“É na relação com o meio que a criança se desenvolve, constituindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que o cerca.”
3.1. A Inteligência Lógico-Matemática
Esta inteligência, por vezes chamada de “pensamento científico, lida com o
raciocínio indutivo e dedutivo, números e reconhecimento de padrões abstratos.”
No que tange a gênese e o desenvolvimento lógico-matemático, Piaget diz:
“a partir ou particularmente do entendimento lógico-matemático que constitui o
jogo principal este em primeiro lugar nas ações sobre o mundo”.
A inteligência lógico-matemática, está presente em todos as pessoas,
como as outras inteligências também, mas em algumas pessoas mostra-se mais
acentuada.
É evidente que, em casos específicos a inteligência lógica-matemática
aparece com ênfase, mesmo sem estímulos adequados, pode “reluzir, contudo e
necessário que os pais ou a escola saibam como estimular, pois obterão
resultados bem mais significativos como um perverso desafio”.
O estímulo para esta inteligência está presente, formulado e analisado por
Piaget. Pois segundo sua concepção, o entendimento lógico-matemático,
deslumbra inicialmente as ações das crianças, ainda no berço em meio as
chupetas, chocalho, brinquedos.
“A criança na busca em meio as chupetas, se interagir nos signos das letras e com as mesmas formas sílabas e palavras necessita ser matematicamente alfabetizada, pois conquista a permanência do objeto, descobrindo que possui uma existência paralela das locomoções especificas do individuo sobre ele.” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 31)
No processo que dura muitos meses a criança em relação a estes objetos, citados
anteriormente sob diversas circunstâncias está ligada completamente à sua experiência
momento a momento com eles.
A criança somente após os primeiros dezoito meses de vida chega a reconhecer
plenamente que os objetos continuam a existir, mesmo quando for retirado das suas
estruturas espaço-temporal.
Na afirmação de que os objetos podem ser cuidado somente utilizados, ela
também torna-se capaz de conhecer as similiaridades entre determinados
objetos.
A criança por volta dos 5 anos deixa de contar mecanicamente uma
variedade de números e aplica esse valor mapeando para conjuntos de objetos.
Por volta dos 6 e 7 anos, compara dois conjuntos de objetivos, a criança
possui a possibilidade de identificar, comparar os totais e determinar o que tem
maior quantidade.
As habilidades operativas ganham contorno definido e a criança absorve
razoável noção da quantidade e do seu conceito.
No estágio sensório motor, passa para operações concretas avançadas de
cálculos para raciocínio lógico-experimental.
São características das pessoas com inteligência lógico-matemático
predominante: gosta de raciocínio abstrato, gosta de ser preciso, aprecia cálculos,
formulas, é normalmente organizado, gosta de fazer anotações de forma
ordenada; utiliza a estrutura lógica para solução de problemas.
3.2. A Inteligência Espacial
Este tipo de inteligência ficou por muito tempo reconhecida por
pesquisadores que trabalhavam com adultos, relativamente pouco foi
determinado de forma definitiva sobre o desenvolvimento deste enorme e
complexo conjunto de habilidades espaciais em crianças.
Jean Piaget realizou vários estudos sobre o desenvolvimento da noção de espaço
em criança. Ele falou da compreensão sensório motor do espaço que emerge na primeira
infância.
No final do estágio sensório motor da primeira infância as crianças ficaram de
formular a “imagem mental”, esta etapa remontando as experiências anteriores, a produção
de imaginação mental foi correspondente, vista como um tipo de ação internalizada ou
imitação definida, os contornos tipo esquemas toscos ou ações anteriores que foram
desempenhadas no mundo.
O advento de operações concretas no início da escola marca importante etapa no
desenvolvimento da criança, conforme Piaget neste período marcou uma linha entre a
configuração estática e a operação ativa, onde a criança tornou-se capaz de manipulação
ativa de imagens e objetos no domínio espacial.
Desta forma percebemos regular domínio espacial desde a capacidade do bebê em
movimentar-se no espaço, capacidade da criança em idade escolar de manipular imagens
estáticas, a capacidade do adolescente de ligar relações espaciais com declarações
proporcionadas.
A inteligência espacial bem estimulada prova ser bem valorizada em nossa
sociedade o seu conhecimento pode servir para uma variedade de finalidades, sendo
ferramenta útil, auxílio ao pensamento, ou seja, uma forma de captar informações, uma
maneira para resolver o problema.
Talvez m.c. Farlame Smith esteja certo quando indica que, após os
indivíduos terem atingido uma determinada facilidade verbal mínima, é a
habilidade na capacidade espacial que determina quão longe a pessoa progredirá
nas atividades.
O envolvimento do raciocínio espacial não é igual entre várias realidades, como:
arte e ramos da matemática contudo, as ciências físicas dependem da capacidade espacial
numa extensão maior do que as ciências biológicas ou sociais tradicionais.
Enfim, se alguém deseja dominar as ocupações de trabalho, deve aprender
a linguagem do espaço e pensar no meio espacial sendo desta maneira, inclui
um reconhecimento de que o espaço permite a coexistência de determinadas
características estruturais, enquanto impedem outras.
Os estudos nos indicam que a inteligência espacial localiza-se no lado
direito do cérebro, onde a um amplo relacionamento, com as inteligências
musical, lingüística e a cinestésica corporal. Contudo, a inteligência espacial
permanece ligada fundamentalmente do mundo concreto ao mundo dos objetos e
a sua localização no mundo.
Observamos que uma inteligência espacial aguçada e de enorme contribuição na
vida da pessoa e conseqüentemente na sociedade, pois esta inteligência nos dá orientações
para diversas realidades, para o reconhecimento de objetivos com representações gráficas
em mapas, gráficos,diagramas ou formas geométricas, na sensibilidade para perceber
metáforas,na criação de imagens, pela imaginação, construindo uma fantasia com
aparência real.
Na concepção associada as atividades do arquiteto, do navegador, do piloto, do
matemático etc.
“São características da pessoa com inteligência espacial predominante pensa em figuras, tem facilidade para criar imagens mentais, gosta de arte principalmente desenho, pintura e escultura, tem bom senso de cores, espaço e perspectiva, lê com facilidade mapas, gráficos e diagramas” (Ambindu, Inteligências Múltiplas, p. 21, 1999).
3.3. A Inteligência Lingüística
A inteligência lingüística ou verbal é um importante instrumento para a
sobrevivência do homem moderno para melhor, deslocar-se e relacionar-se com os outros.
Na utilização deste instrumento, muitos com o vocabulário limitado, não
permite formas de comunicação mais avançadas do que livres comentários e
restritas colocações opinativas, em virtudes do pequeno alcance do espectro, do
qual se manifesta sua inteligência verbal.
As suas raízes podem ser encontradas no balbucio da criança nos
primeiros meses de vida. Mesmo jovens surdos desde cedo começam a
balbuciar, e durante os primeiros meses, todos os bebês emitirão estes sons
encontrados nas reservas lingüísticas da sua língua materna.
Na criança no período do seu segundo ano, a atividade lingüística é
diferente pois envolve o pronunciamento pontilhado de palavras únicas. Por
exemplo: mamãe, papai, etc e depois de um bom tempo, a concatenação de
pares de palavras em frases.
A criança de três anos está pronunciando seqüências de complexidades
consideravelmente maiores, inclusive perguntas. E por volta da idade de quatro
ou cinco anos a criança corrigiu as infelicidades sintáticas sendo capaz de falar
com nitidez que chega a aproximar bastante da sintaxe adulta.
Em idades acima de 7 anos é importante a utilização de jogos operatórios
com o jogo de palavras ou jogo do telefone, para serem desenvolvidos em
diversos ambientes, como também as leituras ou a reescrita a notícia tirada do
jornal.
Na percepção do avanço lingüística em cada faixa etária, sem dúvida
baseiam-se em algumas das mesmas capacidades, habilidades adicionais
específicas são necessários para melhorar e aperfeiçoar a escrita.
O homem deve aprender a fornecer o que na comunicação falada fica
evidente, a partir de fontes não lingüísticas, deve ser capaz de indicar apenas
através de palavras que deseja aprender e comunicar.
“A estímulos para o desenvolvimento da inteligência lingüística parece desvirtuar as expressões escritas ou orais. Estudos neurológicos já evidenciam que a linguagem escrita, apóia-se na linguagem oral, pois não é possível uma leitura normal quando áreas da linguagem oral são danificadas” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, p. 48).
A inteligência é tradicionalmente considerada pela psicologia como modo
característico em todos aqueles que lidam com palavras escritas ou não escritas, com a
língua corrente ou com a linguagem de um modo qual, suas funções cerebrais que apontam
o lado esquerdo como centro onde se desenvolve a competência lingüística.
São características das pessoas com inteligência lingüística
predominante: é normalmente organizada; gosta de ler, de ouvir, tem boa
memória para trivialidades, gosta e tem habilidades para redigir textos, é
sistemático, gosta de jogo de palavras como palavras cruzadas, é hábil no
raciocínio.
3.4. A Inteligência Musical
“É a habilidade de reproduzir, compor e apreciar a musicalidade com discriminação de sons e percepção de variações. Essa forma de inteligência que se manifesta primeiro” (Revista Educar, 2003, p.6)
Para Gardner, a música é apresentada como um dado de realidade. Ele analisou o
papel desempenhado pela música em sociedades antigas, diferentes culturas, bem como no
desenvolvimento infantil e convenceu-se de que a habilidade musical representa uma
competência em estado “puro”, no sentido de que não estaria necessariamente associado a
nenhuma dos outras dimensões.
O estímulo à música deve ser incentivado desde a infância. No
desenvolvimento da criança percebemos que às vezes estão produzindo padrões
musicais que são transmitidos pela mãe ou por CD que ouvem em seu sono.
Gardner, relata que bebês de dois meses, igualam a altura, o volume e o controle
melódico das canções de suas mães e depois no quarto mês podem adequar-se
à estrutura rítmica também, neste período envolve-se com brincadeiras e com
sons em propriedades criativas.
A criança, no segundo ano de vida, emite sons pontilhados, inventando músicas e
fazendo com seus exercícios sonoros, sons criativos e aguçados de tons.
Por volta dos 3 até 4 anos, as melodias de cultura dominante superam essas
produções espontâneas, com a prática doméstica e programas escolares foram identificados
registro analítico de sons diversificados.
Os jovens músicos até a idade de 8 a 9 anos têm como base puro talento e energia,
ela aprende peças prontamente, devido ao seu ouvido musical sensível e memória por sua
habilidade técnica, mas essencialmente não dispende esforço indevido.
Além disto, uma vez expostas a treinamento formal, estas crianças parecem captar
as habilidades necessárias com grande rapidez – como Vygotsky diria: “elas apresentam
uma grande zona de desenvolvimento potencial”. (Sobre a Noção de L. Vygotsky, 1978, p.
88).
A crise importante no despertar do processo da inteligência musical se dá no
início da adolescência. Pois neste período confronta-se entre maneiro figurativos e formais
de conhecer, o jovem deve perguntar se ele realmente deseja dedicar sua vida a música,
pois anteriormente foi recipiente nas garras de pais e professores ambiciosos, agora ele
deve ponderar se ele próprio deseja seguir esta vocação.
Portanto, nesta inteligência nos surpreende com suas variedades de representações
neurais da capacidade musical encontrada nas pessoas em geral neste prisma, a vários tipos
e graus de habilidades musicais encontradas no homem já que as pessoas diferem tanto no
que podem fazer, é concebível que o sistema nervoso possa oferecer uma pluralidade de
mecanismos para efetuar varias atividades.
Os indivíduos encontram-se inicialmente com a música, através de meios e
modalidades diferentes e mesmo assim, expostos à linguagem natural principalmente,
através de ouvir outros falarem, os humanos possuem uma maravilhosa forma de encontra-
se e interagir com a musica, através de vários canais: cantar, tocar instrumentos com as
mãos; com a boca ler notação musical escutar gravações e observar danças.
Aos 9 anos a criança deve começar a praticar com seriedade, até mesmo
na medida em que isto, ocasionar “crise inicial”, quando a criança começa a
perceber que valores terão que ser suspensos caso ela deseje seguir sua carreira
musical.
Nas observações e pesquisas na área do desenvolvimento musical no ser
humano, apresenta algumas características básicas desta inteligência
predominante: é sensível a entoação, ritmos e timbres; tem facilidade em
encadear pensamentos abstratos, é sensível ao poder emocional da música, tem
boa habilidade manual tem boa capacidade de concentração.
3.5 - As Inteligências Pessoais
“O tu se apresenta ao Eu como sua condição de existência, já que não há Eu em si independente; em outros termos o si mesmo não é substância, mas relação. O Eu se torna Eu em virtude do Tu. Isto não significa dizer que duro a ele o meu lugar em lhe devo a minha relação, a ele. Ele é meu tu na relação, pois fora dela , ele não existe, assim como eu não existo, a não ser na relação.” Von Zuben
Quando falamos de inteligências pessoais, estamos no campo do
desenvolvimento de dois aspectos deste prisma a Inteligência Interpessoal e a
Intrapessoal que fazem parte da estrutura psíquica do homem. De um lado há
características do interior da pessoa, ou seja, a capacidade central em funcionar o
acesso a nossa própria vida sentimental, de outro lado esta se tendo como
capacidade central há observação e distinção entre outros indivíduos.
Na variedade de formas de comunicação encontramos uma tremenda via
de opções de formas de inteligências intrapessoal e interpessoal, pois também
em cada cultura possuem seus próprios sistemas de símbolos, suas formas de
interpretar, as matérias primas das inteligências pessoais, tornando-se guiados
por sistemas de significado que podem ser totalmente distintos entre si.
As inteligências pessoais nos indicam capacidades de processamento de
informações, que encontramos disponíveis para qualquer bebê como parte do seu
de nascimento de sua espécie.
Encontramos na dialética do adolescente juventude, entrando na fase
adultos etc. Percebemos que o homem não é acabado em si mesmo mas “aberto”
sempre para adaptações e transformações. Este fato da vida entende como
capacidade de conhecer-se e de conhecer os outros é uma parte inalienável da
condição humana, quanto à capacidade de conhecer objetos ou sons.
Em estudos de análise, podemos dividir as inteligências pessoais em
estágios que nos ajudaram a entender, que no processo humano sempre haverá
sua presença no seu desenvolvimento.
Durante o primeiro ano de vida e até mesmo no útero materno, a criança
vem a formar uma forte ligação com a mãe, auxiliada pela atração igualmente
forte que a mãe sente por sua prole.
A observações referentes a bebês intra e interculturais de suas
expressões faciais, confirma que há um universo de movimentos faciais que as
crianças possuem em igualdade, experimentando fenomenalmente uma gama de
estados de excitação, de prazer ou dor.
No bebê as variedades de estados corporais, experimentados pelo
próprio, quando pode sentir-se de modos diferentes em ocasiões diferentes e que
pode vir a correlacionar sentimentos com experiências específicas, pois serve
para introduzir a criança na esfera do conhecimento intrapessoal.
“A criança de dois a cinco anos passa por uma revolução intelectual, tornando-se capaz de usar vários símbolos para referir-se a si própria, a outras pessoas e as próprias experiências” (Howard Gardner, Estruturas da mente, pág 191).
Neste estágio a criança encontra-se acometida por sentimentos fortes e
freqüentemente conflitantes, sobre a sua própria condição e estimulam a
descoberta emergente de que ela é um individuo separado. A criança é impelida a
focalizar-se nos outros, como um indício para si mesma, pois sem a presença da
comunidade para fornecer categorias, jamais descobririam que são pessoas.
A criança em idade escolar chegou a um primeiro nível de conhecimento
social, atingindo o domínio de alguns papéis adotados por outros indivíduos como
o advento das operações mentais concretas, a criança pode relacionar-se de
forma mais flexível com outros indivíduos.
Durante este estágio chamado latência, acontece o crescimento do auto-
interesse e do autoconhecimento, dificilmente é acalmado. Neste momento a
criança absorve várias habilidades, conhecimentos e competências objetivas,
definindo o próprio “eu” sendo não mais voltado para atributos físicos.
Para a criança de seis anos, sete ou oito, são coisas que ela pode fazer,
que constituem foco principal do autoconhecimento, pois esta idade da
competência, da construção de diligência, a criança está imbuída por sentir-se
inadequada, de parecer sem habilidade.
No período ou estágio da adolescência, acontecem variadas importantes,
tornando-se muito mais sintonizado psicologicamente, sensíveis as motivações
subjacentes de outros, desejos e medos ocultos. A adolescência vem a ser
aquele período da vida no qual os indivíduos unem duas formas de conhecimento
pessoal em um sentido maior e mais organizado, senso de identidade ou um
senso de eu.
É neste contexto que o adolescente chegou a um acordo com seus
próprios sentimentos, motivações e desejos pessoais, paradoxalmente as
pressões em torno da formação do senso de seu sejam menos agudas nos meios
culturais, onde expectativas sociais externos mostram ser determinantes, as
aspirações próprias do individuo relegadas a um “Status Marginal”.
Em todos os estágios de maturidade, nos indica importância e o valor do
bom desempenho e desenvolvimento das “potencialidades” intrapessoal e
interpessoal. Que estão anexas a todas as outras dimensões do homem, contudo
quando estão são maus estímulos podem acarretar grandes ou pequenos
“distúrbios” na vida do ser humano ao passo que bem estimulados este homem
será capaz de ultrapassar e transcender as próprias dificuldades interiores e
exteriores.
3.6. A Inteligência Interpessoal
É a habilidade de interagir com pessoas, entendê-las e interpretar seus
comportamentos. Revela-se na caracterização dos outros, através da
competência especial em perceber o humor, suas motivações, suas intenções,
conseguindo estabelecer conceitos bem pessoais para o estabelecimento de uma
relação construída ou incentivada na troca de experiências ou não.
Na inteligência interpessoal sua estimulação não possui muitos
obstáculos, mas seus resultados são lentos e seus métodos precisando sempre
de novas estratégias que possam se adequar à idade, a circunstância e a cultura.
Para esta construção precisa-se da variedade, utilizando-se dos fundamentos da
educação, da psicologia, da neurolingüística e da psicopedagogia, que devem
estabelecer enfoques, que serão empregados nos alunos, principalmente nas
crianças de menor idade (Celso Antunes).
São características que compõem o individuo que possui a inteligência
interpessoal bem desenvolvida ou em processo de “amadurecimento” são:
Ø Aprecia o convívio social;
Ø Relaciona-se, associa-se bem;
Ø Tem senso participativo;
Ø Tem muitos amigos;
Ø Comunica-se bem;
Ø É as vezes manipulador;
Ø Consegue “ler” segundas intenções;
Ø Aprecia atividades em grupo;
Ø Trata bem dos negócios.
Na trajetória desta inteligência há sua progressão, inicia-se no ventre
materno no relacionamento com o pai com a mãe e com as pessoas que
convivem na família, quando nasce acontece a relação com o mundo externo e
principalmente com sua mãe que o introduzira no mundo dos sons, movimentos,
afetos etc..., e mesmo em outras faixa etárias continua-se este belíssimo
conhecimento que se fixaria na convivência com outras pessoas na sociedade.
3.7. A Inteligência Intrapessoal
O perfil indica concentração total da mente, preocupação, percepção e
expressão de diferentes sentimentos, senso de auto-conhecimento, capacidade
de abstração e de raciocínio.
É o que se identifica como sendo o bem estar pessoal, resultado da boa
administração dos próprios humores, sentimentos e emoções, A criança artista é
um protótipo de inteligência intrapessoal, pois ela não consegue referir-se a si
mesma, embora possa exibir habilidades em outras, como a espacial ou musical.
Pensadoras, como Ortega Y Gasset, consideram absolutamente fundamental
estar bem consigo mesmo mostrar um desempenho equilibrado, físico e
emocional, com as glândulas secretando os humores fundamentais de modo
harmonioso.
Os estímulos a este tipo de inteligência se concretizam com a presença
do pai e da mãe, pois a criança quer ser percebida em cada momento deste
relacionamento em que “tudo” e partilhado sem muitos mimos e elogios, é
imprescindível.
No período de 2 a 5 anos, é um momento de uma importante revolução
intelectual e seus gestos e palavras já determinam auto-identificação e das
expressões de algumas emoções.
Para Piaget é importante que no período que o egocentrismo está mais
presente, a criança se tranca na sua própria concepção pessoal de mundo,
possuindo um pouco de dificuldade em demonstrar-se a outra pessoa.
Segundo Lev Vygostsky e Alexander Luria, a autodescoberta, acontece
nos relacionamentos principalmente entre as crianças, ou seja a descoberta do
“eu” tem início com a descoberta do “eu” do outro. Neste período consolida-se
claramente por volta do início da escola e se acentua dos 5 aos e 12 anos. É
nesta faixa etária que as amizades são mais profundas mais envolventes e a
exclusão ou a perda de amigos, passam a ser uma experiência dolorosa, mais
enriquecedora.
Quando chega a adolescência acontecem varias mudanças e os jovens
mostram sensibilidade mais aguda a motivações para o estímulo desta
inteligência, pois o senso de justiça e de igualdade de direitos torna-se dominante.
Em conseqüência de alguns textos ele chega até a uma “pedagogia de
secreções internas”, que tem como meta principal o desenvolvimento daquilo que
Gardner caracteriza como intrapessoal.
São características das pessoas com inteligência intrapessoal dominante:
Ø Deseja ser diferente da tendência geral;
Ø É, geralmente, muito reservado tem boa intuição;
Ø É sensível aos objetivos de vida;
Ø Tem boa visão a respeito de si próprio;
Ø É automotivado;
Ø É profundamente consciente das potencialidades e limitações;
Ø Visa muito mais objetivos internos do que externos.
Ao que tudo indica a inteligência intrapessoal, como as outras, passam
por escalas de amadurecimento e aperfeiçoamento conforme o período e a idade
que cada homem necessariamente tem que passar.
3.8. A Inteligência Naturalista
Esta forma ou habilidade foi recentemente adicionada à lista e consiste na
aptidão de identificar e classificar padrões da natureza.
Gardner em São Paulo em julho de 1997, disse que a inteligência
naturalista se manifestaria em pessoas que tem atração pelo mundo natural,
extrema sensibilidade para identificar e entender a paisagem nativa, um certo
sentimento de êxtase diante do espetáculo não constituído pelo homem.
“É importante usar de diversas maneiras para estimular a criança e o adolescente pra descoberta deste mundo fascinante da natureza ou do mundo natural e desvendar suas mistérios” (Celso Antunes, As Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 63).
A pessoa que possui a inteligência naturalista mais aguçada, possui de maneira
integral, os processos de acentuada empatia com plantas e animais tendo uma afinidade
que pode proporcionar e estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de
ecossistemas e habitat. Geralmente esta inteligência, apresenta-se com maior ênfase em:
biólogos, jardineiros, paisagistas, ecologistas e amantes da natureza.
3.9. A Inteligência Existencialista
Essa inteligência está em estudo, relaciona-se à capacidade de considerar questões
mais profundas da existência, fazer reflexões de quem somos e para onde vamos.
Gardner ainda não tem posições mais concretas sobre esta faculdade que requer
mais estudos.
3.10. A Inteligência Pictórica
Em seus escritos e pesquisas Howard Gardner não fala da Inteligência
Pictórica, mais cita o desempenho artístico de Pablo Picasso contudo, Gardner
não acolheu, quando esta inteligência foi apresentada por Nilson Machado em um
dos encontros de pesquisadores na cidade de São Paulo.
A percepção da inteligência pictórica é identificada pela capacidade de
expressar no traço, pela sensibilidade, a beleza e expressão a desenhos e
pinturas, sendo de diversas formas e tendências.
Esta inteligência pode ser estimulada em casa e na escola, mas é preciso
ter consciência que a criança “vê” as coisas diferentemente do adulto, por isto é
importante a valorização do adulto, quando a criança apresentar seus traços, ou
seja não dizer que esta feio, mas estimular que faça mais.
A criança quando cria ou copia um desenho ela enxerga, o que seus
olhos percebem, e isto precisa a cada momento ser estimulado, pois através do
exercício a criança, aperfeiçoa o movimento, tendo a criatividade aguçada.
Em seu habitat a criança precisa passar por exercícios que eles fossem
levados a trabalhar com outras formas de letras, signos, sons que possam ser
usados na sua expressão, tanto não verbal, levando-os a produzir no papel a sua
experiência motora.
Esta inteligência está supostamente no lado do hemisfério direito do
cérebro nessa inteligência as pessoas que tem por acentuada esta característica
são pessoas sensíveis a qualquer ambiente.
A sua aprendizagem é um processo autônomo auxiliado ou subordinado a
imagens, crenças e conhecimentos registrados no cérebro.
CAPÍTULO IV
INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA
4.1. A Inteligência Corporal Cinestésica no Desenvolvimento da
Criança
“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean Piaget, 1923)
O ambiente no qual o ser humano vive, é repleto de energia assim, o ser
humano possui um aparelho que capta essa energia, a transforma num tipo
específico de energia que seja inteligível ao próprio organismo. Em outras
palavras os estímulos que estão no meio ambiente são transformados em
informações, graças aos órgãos dos sentidos, que desempenham função de
visão, audição propriocepção, olfato e gustação.
A seguir, o sistema nervoso central, recebe as informações dos órgãos
dos sentidos sob forma de impulsos nervosos, responsável por todo o
processamento das informações como interpretação, classificação, integração,
organização transformação e armazenamento.
E, por último, o outro elemento concreto, muito importante, é o sistema
muscular, que funcionará de acordo com os impulsos referentes, desempenhando
funções que vão desde a emissão de sons, como num simples “bom-dia”, até a
execução de movimentos que permitam a locomoção pelo ambiente. (Tami, 1988)
Esta Inteligência está ligada ao movimento físico e ao conhecimento do
corpo. O seu uso é importante na história da espécie durante anos, ou seja,
milhares de anos. Aos falarmos do desenvolvimento do corpo, é natural que
pensemos nos gregos, pois eles reverenciaram a beleza da forma humana,
utilizando-se de suas atividades artísticas e atléticas, buscando no movimento um
corpo que fosse perfeitamente proporcionado e
gracioso em movimento, equilíbrio e tonicidade. Eles buscaram uma harmonia
entre mente e corpo, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o
corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.
Em sua história psicomotora, os seres humanos possuem princípios
gerais, para o seu bom crescimento, pois o funcionamento do sistema motor é
tremendamente complexo exigindo sempre, a coordenação de vários
componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e
integrada.
De fato, a atividade motora apresenta a interação entre os sistemas
perceptual e o motor. Contudo, em atividades aprendidas, automáticas,
trabalhadas pode se desenrolar como uma unidade sem emendas com apenas as
mais leves modificações possíveis à luz de informações dos sistemas sensoriais.
Merlean-Pontuy afirma que:
“...meu corpo inteiro não é para mim uma reunião de órgãos justapostos no espaço. Eu o tenho em uma posse indivisiva e sei a posição de cada um dos meus membros por um esquema corporal em que eles estão envolvidos. Mas a noção de esquema corporal é ambígua como todas as que surgem nas reviravoltas da ciência. Essas noções só poderiam ser inteiramente desenvolvidas por meio de uma reforma dos métodos. Elas são primeiramente empregadas então em um sentido que não é o seu pleno, e é seu desenvolvimento imanente que demole os métodos antigos. Primeiramente, entedia-se por “esquema corporal” um resumo de nossa experiência corporal capaz de oferecer um comentário e uma significação à
interoceptividade e à proprioceptividade do momento este deveria fornecer-me a mudança da posição das partes do meu corpo para cada movimento de uma delas, a posição de cada estímulo local no conjunto do corpo, o balança dos movimentos realizados em cada momento de um gesto complexo e, enfim uma tradução perpétua, em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares do momento... O esquema corporal devia montar-se pouco a pouco no decorrer da infância e à medida que os conteúdos táteis, cinestésicos e articulares se associassem entre si ou com conteúdos visuais e os evocassem mais facilmente”. (Merleau-Pontuy, Fenomeriologia da Percepção, 1996, pág. 143-204).”
A inteligência corporal cinestésica e seu relacionamento com a linguagem
e funções cognitivas possuem desde já um possível e contínuo progresso
científico.
Segundo a descrição de Piaget, os indivíduos desenvolvem com maior
rapidez os mais simples reflexos como os evoluídos em sugar e olhar, até o
controle da variação ambiental e intenções individuais como sugar, olhar e esticar
se para atingir objetos familiares.
E mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se
comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional
ou cognitiva.
Jerome Brunir e Kurt Fischer, possuem a idéia que o desenvolvimento de
habilidades poderia ser concebido de modo geral em relação à atividade corporais
do bebê mas antes, em relação a todos os tipos de operações cognitivas. O
domínio de funções simbólicas como representação e expressão proporciona aos
indivíduos a opção de mobilizar capacidades corporais para comunicar
mensagens diversas.“O professor deve respeitar o nível de desenvolvimento das
crianças não se pode ir além de suas capacidades nem deixá-las sozinhas”. (Jean
Piaget, 1923)
A principal característica desta inteligência é a capacidade de usar o
próprio corpo de maneira hábil para propostos e soluções cotidianas. “Outro
elemento marcante desta é a habilidade com objetos, tanto os que envolvem a
motricidade, desde os dedos até o uso integral do corpo”.(Celso Antunes, As
Inteligências Múltiplas e seus Estímulos, 2003, p. 50)
Há alunos que precisam tocar, manipular, experimentar o que aprendem
para que a informação seja retida, seja compreendida e para que ele possa
recorda-las quando necessário. Esses alunos aprendem mais eficazmente
fazendo e por experiência multissensoriais.
Gardner defende a harmonia entre mente o corpo, onde a mente é
treinada para usar o corpo adequadamente, o corpo é treinado para responder
aos poderes expressivos da mente.
A inteligência cinestésica começa no controle de movimentos automáticos
e voluntários, desenvolve-se para uso do corpo de maneiras diferenciadas e
complexas incluindo senso rítmico.
Segundo Gardner as pessoas que têm capacidade de usar o corpo inteiro
ou mesmo parte dele para resolver problemas têm a inteligência cinestésica bem
desenvolvida.
Tal inteligência é mais percebida em inventores, atores, atletas, mímicos,
cirurgiões, artesãos, dançarinos, joalheiros, mecânicos e outros profissionais que
trabalham com as mãos.
As atividades físicas ajudam na atenção do aluno em sala de aula e na
memorização dos conteúdos através da neuromusculatura corporal.
São características de uma pessoa que tem a inteligência cinestésica
bem desenvolvida:
Ø Explora o ambiente e os objetos através do toque e do movimento.
Prefere manipular o que será aprendido
Ø Desenvolve a coordenação e o senso rítmico.
Ø Aprende melhor quando se envolve diretamente, do que está sendo
aprendido, facilitando assim a lembrança do que já foi trabalhado.
Ø Gosta de experiências concretas de aprendizagem como: passeios,
construção de modelos, representações, jogos ou exercícios físicos.
Ø Mostra destreza em trabalhos realizados em movimentos motores
amplos e restritos.
Ø É sensível e rege ambientes físicos e sistemas físicos. Demonstra
habilidade para representação, atletismo, dança, costura, escultura ou
datilografia.
Ø Demonstra equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas físicas.
Ø Possui habilidade para aprimorar e aperfeiçoar o desempenho físico
através da integração entre corpo e mente.
Ø Compreende e vive de acordo com padrões físicos saudáveis.
Ø Pode expressar interesse em profissões como atleta, dançarino,
cirurgião, construtor, mecânico, artesão.
Ø Inventa novas abordagens para habilidades físicas ou criar novas
formas na dança, no esporte ou em outras atividades físicas.
A aprendizagem cinestésica permite a mais forte e agradável experiência
educacional aos alunos, pois como vem sendo mostrado em cada inteligência já
bordada, os alunos desejam participar ativamente de sua aprendizagem.
4.2. Ambiente de Aprendizagem
A sala de aula ou outros ambientes conforme o tamanho, lugar etc,
podem ser divididos em espaços que propiciem o movimento de ir e vir do aluno,
de exposição dos trabalhos, de leitura, de dramatização, de trabalho individual ou
de grupo.
Os jogos são recursos cinestésicos, pois gera socialização da criança,
onde ela aprende a imitar os diversos papeis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas aumentar o
conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
O momento mais expressivo para o estímulo e ambiente de trabalho ou
aprendizagem, pode ser extraídos dos estudos de Piaget, pois na fase sensório
motora da criança parece revelar o momento inicial desses estímulos que, dessa
forma podem ser promovidos com maior intensidade deste a mais avançada
idade.
Mais uma vez veremos várias atividades que serão facilmente
incorporadas em qualquer área do conhecimento e não só nas aulas de Educação
Física como geralmente se acredita ser a única disciplina que pode desenvolver e
usar a inteligência cinestésica.
A sala de aula pode ser dividida em espaços que propiciem o movimento
de ir e vir do aluno, de exposição dos trabalhos, de leitura de dramatização, de
trabalho individual e de grupo. Para isso as carteiras devem ser de fácil
mobilidade.
O teatro ajuda os alunos a memorizarem e recordarem o aprendizado, e,
até mesmo se tornarem o que estão estudando.
Tanto o teatro formal (que pode ser apresentado ao público) quanto o
teatro menos formal (que não há público, só os próprios colegas da turma
desempenhando papéis de problemas matemáticos, de processos científicos, de
funções sintáticas ou de eventos históricos) transmitem informações e
desenvolvem habilidades inter e intrapessoais e de resolução de problemas.
Há também a dramatização criativa onde os papéis, as falas e as ações
são improvisados a medidas que as cenas se desenvolvem.
As simulações são bons instrumentos pois colocam os alunos em
situações a serem resolvidas por si mesmos. São bons artifícios cinestésicos por
serem de fácil e rápido desenvolvimento em sala de aula, sem necessitar de
grandes recursos ambientais. Como exemplo pode-se colocar o aluno
imaginando-se num restaurante espanhol onde tenha que pedir o prato que
deseja nesta língua ou ter que tomar decisões para as crises no desemprego e na
saúde.
As atividades do movimento criativo são atraentes para os alunos por
serem dinâmicas e trabalharem com artes e dança. Por exemplo:
Ø Com Linguagem, os alunos podem através de mímica estudar
vocabulário, função sintática, personagens de história, pontuação...
Ø Com Matemática, os alunos podem representar com pequenos grupos
os problemas matemáticos narrados pelo professor, podem desenhar
no chão os processos matemáticos e depois caminhar em passos
seqüências sobre eles, enquanto que a geometria pode ser estudada
através da confecção de pipa, de uso dos braços para representar
ângulos retos, obtusos e agudos.
Para se trabalhar com o movimento pode ser incluído na lição, se ele
realmente promoverá a aprendizagem da mesma ao aluno e como poderá
descrever o que aprendeu após a sua experiência cinestésica.
Os objetos de manipulação também auxiliam na aprendizagem, pois
através deles o aluno podem ver e manipular o que está sendo aprendido.
Cartões de tarefa como quebra-cabeça são excelentes na fixação de conceitos.
Todos os cartões são misturados e o aluno vai combinando os iguais para
formar conceitos que o professor desejar fixar, havendo também uma explicação
oral sobre o conteúdo que o aluno uniu.
Com sucata e imaginação muitos objetos pertinentes aos conteúdos
surgem de maneira lúdica e proporcionando a fixação dos mesmos.
Os carimbos podem ser recursos de criação de cartas enigmáticas, de
histórias, de solução de problemas, por exemplo.
Os jogos são outro recurso cinestésico pois gera a socialização da
criança, onde ela aprende a imitar os diversos papéis sociais do seu meio.
Além de envolver o aluno em situações imaginativas, os jogos aumentam
o conhecimento verdadeiro, a tomada de decisões e as habilidades interpessoais.
Jogos como caça ao tesouro, de realização no chão, de resposta física
total e de revisão geral são lúdicos e instrutivos.
Vejamos um pouco de cada um deles:
Ø Caça ao Tesouro – são dadas instruções ou dicas para os alunos
chegarem ao resultado desejado, seja ele num mapa ou numa história
ou num problema.
Ø Realização no Chão – Jogos pintados no chão ou com pratos de papel
no chão com frases que dão respostas certas e erradas, pratos esses
que quando o professor faz a pergunta, o aluno deve pular no prato
que ele acreditar conter a resposta certa, ou mesmo cartões no chão
formando caminhos de acordo com a escolha do aluno.
Ø Resposta Física Total – Os alunos são arrumados em círculos. O
professor possui uma bola em suas mãos e faz uma pergunta. O aluno
que souber a resposta deve levantar a mão, o professor jogará a bola
para o mesmo e ele deverá responder ao proposto. Esse aluno deverá
formular uma pergunta para os outros do círculo e quem souber levanta
a mão e recebe a bola, e, assim por diante. Os alunos que tiverem
dificuldade em elaborar as perguntas podem pedir ajuda ao seu amigo
da direita ou da esquerda. Também pode-se desenhar um grande
quadro no chão e dividi-lo em pedaços nos quais conterão palavras ou
conceitos que os alunos estão aprendendo, de modo a formar um
caminho em que o aluno só poderá avançar se discorrer corretamente
sobre o assunto em questão.
Ø O Jogo de Revisão Geral – Cada aluno recebe um cartão e nele
escreve uma informação, um vocábulo, um fato, que tenham aprendido
recentemente. O professor recolhe os cartões e os redistribui para os
alunos. Depois, o professor arruma a turma em círculo e joga para um
aluno um novelo de lã (ficando com a ponta dele consigo). O aluno que
receber o novelo deve ler o que está escrito no seu cartão e falar um
pouco sobre o que aprendeu desse assunto e assim por diante. Cada
aluno ficará segurando o seu pedaço do novelo. Se um aluno não
souber o que dizer sobre a informação do seu cartão, poderá pedir
ajuda a seu amigo da direita ou da esquerda. Com o passar do novelo,
o professor poderá ir dificultando o nível de raciocínio sobre os temas,
fazendo paralelos entre eles ou não.
Também podem ser usados alguns exercícios do Tai Chi e do Aikido
para estimular a mente e o corpo do aluno e para manter sua atenção
na aula e nos assuntos estudados.
Com isso, pode dizer que o movimento é o principal elemento no
crescimento e no desenvolvimento da criança, mesmo nos estágios mais
primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados
sem a nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento, é
necessário que um estímulo gere essa ação, também nos movimentos complexos
e só por essas condições coloque o ser humano sempre em relação a algo
qualquer que seja o estímulo.
De acordo com Coste (1978), o homem é o seu corpo, já Medina (1987)
afirma: para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais
livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua
individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo.
Segundo Velasco (1994), a partir do movimento em que estamos vivos,
que existimos, somos um ser psicomotor.
Lapierre (1984) diz que a partir das primeiras experiências psicomotoras
que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de
sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia e a
qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a
saúde mental da mesma.
CONCLUSÃO
As inteligências múltiplas e suas respectivas janelas nos conduzem a um novo
olhar sobre o homem moderno ou pós-moderno. Pois este, marcado pela cultura de que só
quem é “inteligente” pode melhorar de situação, acabando desta forma por excluir pessoas
que mesmo com dificuldades, poderiam por outras formas lícitas, integrar-se e interagir
com a sociedade.
Neste prisma, a teoria das inteligências múltiplas, de forma direta e precisa, abre
as portas para que muitas pessoas até mesmo desacreditadas por suas dificuldades, possam
desenvolver-se na aptidão que melhor se sobressair no dia-a-dia.
Hoje, podemos constatar que com as inteligências múltiplas, fica mais fácil aceitar
a si mesmo e conviver fraternalmente com os outros, sem esquecer que nossas crianças de
modo bem estimuladas poderão, potencializar-se com equilíbrio, criatividade, tendo
sempre o gosto pelo prazer.As inteligências múltiplas na psicomotricidade nos conduzem a
um olhar mais claro e objetivo sobre o homem pós-moderno.
Este homem que se encontra cercado de múltiplas opções, também se encontra
estagnado, pois em sua infância tem poucos estímulos psicomotores, que hoje podessem
ajudá-lo a resolver ou até mesmo ultrapassar os obstáculos internos e externos.
Nesta atual perspectiva a inteligência cinestésica tem dado grande contribuição
através de seu estudo e de sua praxis, que se realiza através de movimentos livres e
construídos, nos dá a luz para uma “revolucionária” forma de educar as nossas crianças,
que estão em déficit no campo educacional, afetivo, social, espiritual, etc.
Esta educação “revolucionária” é simplesmente deixar que as crianças eduquem-
se pelo próprio agir natural do movimento, sendo cuidadosamente estimulados, assim
teremos a possibilidade de termos crianças e conseqüentemente adultos capazes de se
relacionar, promovendo sempre a aprendizagem através de experiências psicomotoras e
afetivas que os indicarão paulatinamente as áreas de maior potencialização para a
construção de um mundo melhor, isto é, pessoas equilibradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MARANHÃO, Diva. Ensinar Brincando. A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. Rio de Janeiro: Wak, 2001. PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. São Paulo: Companhia Editora Forense, 1970. PINTO, José Rizzo. Corpo Movimento e Educação, o desafio da criança e adolescente deficiente Sociais. Rio de Janeiro, 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. O que eles ainda têm a nos ensinar. Editora Abril, Janeiro/Fevereiro de 2001. SILVA, Antônio Rogério da. A História da Ciência Cognitiva. Disponível em: www.geocities.com/discursos/textos/ooo406.html. Acesso em 14 de outubro de 2002.
ANEXO
ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Título: A Teoria da Inteligência Corporal Cinestésica de H. Gardner na
Psicomotricidade
Autor: Alexandre Filipe Rocha da Matta
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final:
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