apostila - 4 - oração caminho de santidade

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  • 8/10/2019 Apostila - 4 - Orao Caminho de Santidade

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    RENOVAO CARISMTICACATLICA - BRASIL

    SECRETARIA PAULO APSTOLO

    ORAO: CAMINHO DESANTIDADE

    MDULO BSICOAPOSTILA 4

    AUTORES:Helena Lopez Rios Machado

    Maria Lucia ViannaRonaldo Jos de Sousa

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    SUMRIO

    Apresentao

    Captulo IOrao, caminho de santidade

    Captulo IIOrao na vida crist

    Captulo IIIAs formas da orao

    Captulo IVOrao pessoal

    Captulo VA orao de Jesus

    Captulo VIA orao da Igreja

    Bibliografia

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    APRESENTAO

    Este conjunto de ensinos quer aprofundar o estudo a respeito da vida de orao,instrumento para se percorrer um verdadeiro e seguro caminho de santidade. O objetivo

    revitalizar em cada participante do Grupo de Orao e, por extenso, nele mesmo enquantodimenso de orao comunitria, a compreenso acerca da necessidade da orao no dia-a-dia,como condio para o crescimento espiritual.

    O texto est dividido em seis captulos. No primeiro deles (Orao: caminho desantidade) procuramos conceituar a orao e fazer indicaes de sua necessidade e eficcia no

    processo de santificao. No segundo (Orao na vida crist) indicamos, em acordo com oCatecismo da Igreja Catlica, os caminhos e as fontes da orao crist. No terceiro (As formasda orao), enumeramos e cometamos as formas de orao. Por causa do tamanho desse captulo,recomendamos que seja dividido em dois ensinos, quando estiver sendo ministrado o contedoda apostila. No quarto captulo (Orao pessoal), discorremos sobre os principais elementos queenvolvem a caminhada da vida de orao pessoal. O captulo quinto (A orao de Jesus)apresenta o Jesus orante e comenta o Pai-Nosso. Por fim, fazemos no sexto captulo (A orao daIgreja) algumas observaes fundamentais acerca da Liturgia das Horas, do Ano Litrgico e doTero.

    Recomendamos a aplicao de dinmicas aps cada ensino, de acordo com o seucontedo e pblico alvo. Sugerimos as seguintes:

    a) Orao Pessoaltempo de orao pessoal. Insistir no recolhimento, buscando no ficarconversando, mas sim, em silncio. Deve-se exortar interiorizao e intimidade comDeus. Na orao deve-se anotar o que o Senhor inspirou e quais as dificuldadesencontradas.

    b) Jardimtempo de meditao pessoal sobre o que foi proposto no ensino.c) Gruposdevem ser orientados grupos 2 a 2 ou mesmo de mais pessoas, para crescimentomtuo sobre o que foi ouvido no ensino.

    d) Tendasformar grupo de 5 pessoas para orar e pedindo o batismo no Esprito Santo.

    Os temas a serem desenvolvidos esto apresentados em contedo e resumo (esquema). Oformador deve tomar o cuidado com o fator tempo para que o ensino fique bem motivado. Deve

    procurar resumir os contedos e possibilitar ao mximo a experincia.Agradecemos sinceramente a colaborao do padre Francisco de Assis da Silva (Diocese

    de Cajazeiras-PB) e da professora Flaviana de Oliveira Pereira, pelo esforo que desprenderamnas revises teolgica e tcnica respectivamente. Esperamos, enfim, que o esforo desprendido

    na elaborao dessa apostila possa ser fecundo na formao dos irmos de todos os lugares esituaes.

    Deus abenoe a todos.

    OS AUTORES

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    CAPTULOIORAO:CAMINHODESANTIDADE

    1. Introduo

    A vontade de Deus que todos sejam puros e santos. Esta a vontade de Deus: a vossasantificao; que eviteis a impureza; pois Deus no nos chamou para a impureza, mas para asantidade (1 Tss 4, 3.7).

    A essncia de Deus a santidade, e todos podem se aproximar dEle na medida em querespondem ao Seu chamado. A iniciativa sempre de Deus, que d o desejo e a graa de seaproximar dEle.

    2. Santidade

    Santidade a finalidade da obra salvfica de Jesus, o caminho que todos so convidados

    a percorrer, seguindo o estilo de vida prprio de cada um.A Igreja orienta que todos os fiis cristos so convidados e obrigados a procurar asantidade e a perfeio do prprio estado.1Esta participao brota do batismo quando os fiisso mergulhados na graa de Deus, morrendo para o pecado e ressurgindo com Cristo Jesus.Com o batismo, ele readquire a graa santificante, que o torna capaz de crer e amar a Deusatravs das virtudes teologais: f, esperana e caridade, que constituem o alicerce da vida crist.A vocao santidade mergulha suas razes no Batismo e volta a ser proposta pelossacramentos, sobretudo a Eucaristia; revestidos de Jesus Cristo, impregnados por seu Esprito, oscristos so santos e por isso habilitados e empenhados em manifestar a santidade do seu ser.2

    Santo aquele que busca fazer a vontade de Deus; aquele que separado do mundo,embora no mundo, para uma vida consagrada a Deus; porque s um povo consagrado ao

    Senhor, teu Deus, o qual te escolheu para seres o seu povo, sua propriedade exclusiva, entretodas as outras naes da terra (Dt 7, 6).Este chamado, esta escolha de Deus leva o cristo a ter uma vida de vigilncia com o

    objetivo de estar sempre em busca de Sua face, para uma transformao interior. O grande amorde Deus que gera todas essas coisas. So Joo diz em sua Primeira Carta (4, 16): Deus Amore quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele. Esta permanncia decorrente da

    perseverana, quando frutifica a semente principal: o amor.Alguns so os meios e caminhos para chegar a esse aperfeioamento. A palavra da Igreja

    orienta que cada fiel deve voluntariamente ouvir a palavra de Deus e com auxlio de Sua graacumprir por obras Sua vontade, participar freqentemente dos sacramentos, sobretudo daEucaristia, e das sagradas aes, aplicar-se constantemente orao, abnegao de si mesmo,

    ao servio fraterno atuante e ao exerccio de todas as virtudes. Pois a caridade como vnculo deperfeio e plenitude da lei (cf. Cl 3,14; Rm 13,10), rege, informa e conduz ao fim todos osmeios de santificao.3

    Portanto, a vida de orao constante um meio eficaz pelo qual se caminha rumo santidade.

    1. CONCLIO ECUMNICO VATICANO II,Lumen gentium, n. 42.2. JOO PAULO II, Christifideles laici,n. 16.3. CONCLIO ECUMNICO VATICANO II,Lumen gentium, n. 42 (grifo nosso).

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    3. O que a orao

    A orao um dos caminhos para uma vida nova, pois orao comunicao com Deus. um dilogo de uma relao viva e pessoal. O orante fala com Deus e Ele responde; Ele falacom o orante e este responde adequadamente.

    O fundamento da orao duplo: na ordem da criao, o fiel dependente e na ordem dagraa filho. A essncia da orao a atividade do amor. Santa Teresinha diz que: a orao um impulso do corao, um simples olhar lanado ao cu, um grito de reconhecimento e amorno meio da provao ou no meio da alegria.4 O corao voltado ao Senhor, cada vez mais

    plenificado pelo seu amor; deixa o fiel totalmente livre para poder elevar a alma a Deus ou pedirbens convenientes.5

    Jesus diz que Ele a Videira e que cada um est ligado a Ele como ramo (cf. Jo 15, 3). Seo ramo no permanecer ligado Videira, murchar e morrer. Jesus a fonte que supre todas asnecessidades da vida do fiel orante.

    Permanecei em mim, e Eu permanecerei em vs (Jo 15,4). Permanecer no Senhor,viver na presena do Senhor, estar ligado ao Senhor na mente, no corao e no esprito graa

    que o fiel recebe porque sem mim nada podeis fazer (Jo 15, 5b).Acima de tudo, a orao relacionamento filial, em que a pessoa se encontra com Deuspara estabelecer um dilogo de amor. No se pode crescer na vida de orao sem a acomodaoda verdadeira imagem do Pai, revelada por Jesus e comunicada pelo Esprito Santo. A oraono predominantemente metdica nem deve ser encarada como uma obrigao rida edesprovida de significado. A relao com o Senhor deve ser paternal e no patronal. SantaTeresa afirma que a orao no , a meu parecer, (...) seno tratar de amizade - estando muitasvezes a ss - com quem sabemos que nos ama (Santa Teresa).6

    necessrio, portanto, absorver a imagem misericordiosa, amorosa e benevolente deDeus. Assim Ele o . Relaciona-se com os homens dessa forma e quer transformar a vida deorao dos seus filhos em verdadeiro espao de crescimento espiritual e humano.

    Muitas pessoas constroem uma imagem negativa de Deus, assim como o fazem de simesmos e dos outros. As vezes a imagem paterna de Deus acaba sendo distorcida por causa daexperincia familiar, marcada por traumas e frustraes. Isso pode transformar a orao numacoisa aprendida por rotina (cf. Is 29, 13c), uma relao marcada pelo medo e a desconfiana7ou uma prtica intimista, pela qual a pessoa se centraliza nela mesma, foge de suas necessidadesinteriores mais profundas e se detm sempre nas suas preocupaes mais latentes (emprego,filhos, carncias, etc), sem dirigir sua inteligncia e vontade vivncia do senhorio de Cristo.

    Para usufruir uma vida de orao saudvel e frutuosa, necessrio perceber que Deus no:

    a)Egostaquer tudo para Ele; exige da pessoa que no peque, que lhe sirva, sem considerar as

    limitaes de cada um;

    b)Indiferentedesconsidera os pedidos e oraes que no so do seu interesse;

    c) Castigadorest sempre pronto a punir os erros cometidos;

    4. Apud RENOVAO CARISMTICA CATLICA, Vida de santidade, vida de orao, p. 9.5. Cf. SO JOO DAMASCENO apud Ibid., p. 9.6. Apud RENOVAO CARISMTICA CATLICA, Vida de santidade, vida de orao, p. 46.7. A pessoa tem medo que Deus lhe pea algo de que no quer se desapegar, que lhe chame uma vocao a

    qual se acha incapaz e desconfia das intenes de Deus, achando que Ele, como Senhor, lhe forar a fazer opesque no deseja.

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    d)Distanteest no cu e o homem na terra, como se houvesse um longo caminho entre um eoutro.

    Mas tambm Deus no escravo do homem, ou seja, algum todo poderoso que estsempre disposto a satisfazer as vontades humanas. Deus Pai e, como tal, educa o orante nummaravilhoso processo de purificao das paixes e adequao mentalidade do Evangelho. Isso

    plenifica a pessoa e a estabelece como referencial proftico de santidade, na medida em que osfrutos da vida de orao vo se fazendo perceber em sua vida.

    Somente quem ama o Pai e nele confia, consentir que Ele interfira na vida,transformando-a, redimensionando-a de acordo com a via de santidade. Aqui, a vida de oraocomea e acontece efetivamente.

    4. Atitudes de orao

    No sendo uma prtica meramente intelectual, mas um relacionamento de amor, a vida deorao exige da pessoa algumas atitudes, capazes de deix-la com o corao aberto para Deus.

    possvel citar:

    a)Humildade

    a virtude que revela a conscincia da prpria fraqueza. Dirigir-se ao Senhor comhumildade fundamental8para que a vida de orao seja autntica (cf. Mt 15, 21-28); a soberbae a prepotncia diante de Deus tornam a orao improdutiva (cf. Lc 18, 9-14).

    b) Sinceridade

    O orante deve manifestar ao Senhor o que sente e vive sem disfarces, sem mscaras, sem

    tentar esconder as verdadeiras intenes do corao. Deus perscruta o ser do homem, nada lhe oculto (cf. Sl 138, 1-15). Esquivar-se de Deus seria assumir a mesma atitude dos primeiroshomens, aps o pecado original (cf. Gn 3, 8-10).

    c)Desprendimento

    Desapego de bens materiais e preocupaes egostas. Quem pauta sua vida de oraosomente sobre os prprios problemas e dificuldades, sem se abrir ao que Deus quer construiralm deles, permanecer na superficialidade. necessrio buscar o Senhor e Sua vontade e nose prender a sonhos e desejos pessoais (cf. 1 Rs 3, 4-15; Tg 4, 3).

    d) Confiana

    Nesse caso, trata-se da segurana interior quanto presena e ao de Deus. O orantedeve confiar no Senhor sem reservas, sem jamais desconfiar do Seu amor e cuidado (Cf. Lc 11,11-13; 1 Rs 18, 20-40).

    e) Temor

    Sentimento de respeito e reverncia ao Senhor. Quem a Ele se dirige, deve faz-lo com aconscincia clara de Sua grandeza e majestade (cf. Mt 8, 5-10).

    8. Cf. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 2559.

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    5. Concluso

    Sede santosporque Eu sou Santo (1 Pe 1, 16). Jesus envia o Esprito Santo para quetodos sejam santos. E o mesmo Esprito ora em cada um sem cessar. A chave da permanncia emDeus orar sem cessar (1Tss 5, 17-18).

    Jesus prometeu que aquele que viver unido a Ele, produzir muitos frutos (cf. Jo 15, 5).Os frutos refletem uma vida transformada; a vivncia do Batismo no Esprito Santod condio

    para que a pessoa abandone os frutos da carne e saboreie os do Esprito Santo. Assim, a oraono apenas um dilogo com Deus, mas um estilo de vida (cf. 1 Tss 5,17).

    A vida no Esprito tem por base a vida de orao. Quem quer crescer no conhecimento deDeus precisa orar. Vrios so os momentos, modos e necessidades de orar; mas, antes de orar,

    bom pedir o Esprito Santo, o Esprito de Santidade, que vem em nosso auxlio porque nosabemos orar como convm (Rm 8, 26).

    RESUMO1) Introduo

    Santificao a vontade de Deus I Tss 4, 3.7

    2) Santidade :

    - A essncia de Deus- A finalidade da obra Salvfica de Jesus- O caminho a que somos chamados a percorrer (cf. LG 42)

    Vocao Santidadetem razes no batismo (CRL n. 16)

    Ser Santo aquele que:

    - Busca fazer a vontade de Deus- separado pelo Senhor- consagrado ao Senhor (Dt 7, 6)

    Meios e caminhos para alcanar o aperfeioamento

    - Palavra de Deus- Participar dos sacramentos- Aplicar-se constantemente orao- Exerccio das virtudes

    3) O que orao?

    - um dilogo de uma relao viva e pessoal- um impulso do corao, um simples olhar lanado ao cu... (Sta Teresinha do MeninoJesus)- a elevao da alma a Deus (S. Joo Damasceno)

    - falar com Deus (S. Joo Crisstomo)- falar da amizade com quem sabemos que nos ama (Santa Teresa)

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    A essncia da orao a atitude do amor:Joo 15,4Jesus pede permanncia n`EleI Tss 5,17-18chave da permanncia n`Ele, Orar sem cessarJoo 15,5bSem Ele nada podemos fazer

    Vida de Orao Saudvel.

    - Perceber que Deus amor- Permitir que Ele interfira em sua vida

    4) Atitudes de Orao

    a- Humildadeser dependente de DeusMt 15,21-28b- Sinceridadeno ter disfarces diante de DeusSl 138,1-15c- Desprendimentodesapego, buscar a vontade de DeusTg 4,3d- ConfianaSegurana quanto ao de Deus Lc 11,11-13

    e- Temorrespeito e reverencia ao Senhor Mt 8,5-10

    5) Concluso:

    I Pd 1,16Sede Santos porque Eu Sou SantoJoo 15,5Os frutos refletem uma vida transformadaVivncia do Batismo no Esprito Santod condio para saborear estes frutos.A vida no Esprito tem por base a Vida de Orao

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    CAPTULO IIAORAONAVIDACRIST

    1. Introduo

    Orar conversar com Deus. Mas, a orao deve ser mais do que simples palavras. Aorao a expresso profunda da alma, uma comunicao real com o Criador. Deve envolver avida do fiel de tal maneira que tudo o que fizer se torne um ato de orao.

    Para o cristo, tudo o que se faz para o Senhor. Os afazeres e atividades de rotina, asconversas e atitudes, os relacionamentos e a vida profissional, tudo deve ser oferecido ao Senhorcomo um ato de orao.

    2. Orao como dom de Deus

    Quando a pessoa recebe Jesus como Salvador e Senhor, nasce espiritualmente, e oEsprito Santo comea a habitar nela. Jesus disse Samaritana: Se conhecesses o dom de Deus

    (Jo 4, 10). A maravilha da orao se revela justamente a, beira dos poos aonde vamosprocurar nossa gua; a que Cristo vem ao encontro de todo ser humano, o primeiro a nosprocurar e Ele que pede de beber. Jesus tem sede, seu pedido vem das profundezas do Deusque nos deseja. A orao, quer saibamos ou no, o encontro entre a sede de Deus e a nossa.Deus tem sede de que ns tenhamos sede dele.9

    Tu que lhe pedirias e Ele te daria gua viva (Jo 4,10). Nossa orao de pedido ,paradoxalmente, uma resposta. Resposta queixa do Deus vivo: Eles me abandonaram, a fontede gua viva, para cavar para si cisternas furadas! (Jr 2, 13), resposta de f promessa gratuitada salvao, resposta de amor sede do Filho nico.10

    medida que experimenta a orao em sua vida, a f da pessoa torna-se mais forte e oamor a Deus aumenta. Quanto mais tempo a pessoa ora, tanto mais profundamente poder

    experimentar a dimenso espiritual e nela viver.

    3. O caminho da orao11

    No existe outro caminho da orao crist seno Cristo. Seja a nossa orao comunitriaou pessoal, vocal ou interior, ela s tem acesso ao Pai se orarmos em nome de Jesus.12 ,

    portanto, o Nome divino de Jesus que contm a presena que significa;13Por Ele e por Suavontade que o homem deve se dirigir ao Pai e construir sua vida de intimidade com Deus.

    Orar em nome de Jesus invocar sua prpria essncia e significado: Iahweh salva. seguir pela via da cruz e da ressurreio, pela qual todo homem foi introduzido na relao com aTrindade. A invocao do santo nome de Jesus o caminho mais simples da orao contnua.Muitas vezes repetida por um corao humildemente atento, ela no se dispersa numa torrente de

    palavras (Mt 6,7), mas conserva a Palavra e produz fruto pela perseverana.14Ningum pode dizer Jesus Senhor a no ser no Esprito Santo (1Cor 12, 3). Cada vez

    que comeamos a orar a Jesus, o Esprito Santo que, por sua graa proveniente, nos atrai aocaminho da orao. Se Ele nos ensina a orar recordando-nos Cristo, como no orar a Ele mesmo?

    9. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 2560.10. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 2561.11. Cf. Ibid., ns. 2663-2672.12. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 2664.13. Cf. Ibid., n. 2666.14. Ibid., n. 2668.

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    Por isso, a Igreja nos convida a implorar cada dia o Esprito Santo, sobretudo no incio e no fimde toda ao importante.15

    O Esprito Santo, cuja uno impregna todo o nosso ser, o Mestre interior da oraocrist. o artfice da tradio viva da orao. Sem dvida, existem tantos caminhos na oraoquantos orantes, mas o mesmo Esprito que atua em todos e com todos. Na comunho doEsprito Santo a orao crist se torna orao da Igreja.16

    O Esprito reza por cada fiel e se une a ele em sua orao. S. Judas encoraja a buscar estasanta interao com o Esprito e a crescer nela (cf. Jd 1, 20).

    4. As fontes de orao17

    Por fonte se entende um lugar que brota. Portanto, fontes de orao so lugares de ondebrotam motivaes para rezar ou, eles mesmos se tornam oportunidades em que Cristo nosespera para nos saciar com o Esprito Santo.18A Igreja indica pelo menos trs principais:

    a)A Palavra de Deus

    Nela esto contidas muitas oraes e motivaes para rezar. A Palavra de Deus suscitarespostas no corao do orante. Ele se sente naturalmente impulsionado a rezar tendo comomatria aquilo que leu e meditou.

    A Palavra de Deus questiona a vida do orante, interpela-o, provoca-o, coloca palavras emsua boca e propsitos em seu corao. S com a Palavra de Deus! Enquanto a abro, a primeira

    passagem que cai sobre meus olhos apodera-se de mim e urge-me. como se o prprio Deus meperguntasse: Puseste isso em prtica?19

    Muitas pessoas reclamam que esgotou o assunto na orao. Quase sempre isso ocasionado pela falta de leitura orante da Palavra. Os Padres espirituais, parafraseando Mt 7,7,resumem assim as disposies do corao alimentado pela Palavra de Deus na orao: Procurai

    pela leitura, e encontrareis meditando; batei orando, e vos ser aberto pela contemplao.20

    Os salmos alimentam significativamente a orao crist, pois exprimem a orao do povode Deus como assemblia, sendo inseparavelmente pessoal e comunitria.21 Os Salmos somarcados por caractersticas constantes: a simplicidade e a espontaneidade da orao; o desejodo prprio Deus atravs dele com tudo que bom em sua criao; a situao desconfortvel docrente que, em seu amor preferencial ao Senhor, est exposto a uma multido de inimigos etentaes e, na expectativa do que far o Deus fiel, a certeza de seu amor e a entrega suavontade. A orao dos Salmos sempre motivada pelo louvor e por isso o ttulo desta coletneaconvm perfeitamente ao que ela nos oferece: os Louvores. Feita para o culto da Assembli a,ela anuncia o convite orao e canta-lhe a resposta: Hallelu-Ya! (Aleluia), Louvai oSenhor!22

    b)A Liturgia da Igreja

    15. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 2670.16. Ibid., n. 2672.17. Cf. Ibid., 2652-2660.18. Ibid., n. 2652.19. S. KIERKEGAARD apud Mariano BALLANO, Lectio Divina, In. Dicionrio teolgico da vida

    consagrada, p. 595.20. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 2654.21. Cf. Ibid., n. 2586.22. Ibid., n. 2589.

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    A liturgia sacramental anuncia, atualiza e comunica o mistrio da salvao. Por isso, elase prolonga no corao de quem reza. Os Padres espirituais comparam s vezes o corao a umaltar. A orao interioriza e assimila a Liturgia durante a aps sua celebrao. Mesmo quando vivida no segredo (Mt 6, 6), a orao sempre orao da Igreja, comunho com a SantssimaTrindade.23

    c)As virtudes teologais

    A orao no f, mas h uma relao muito ntima entre as duas. A orao semprereaviva a f. A porta da orao a f. Por ela, o orante deseja a Face do Senhor, procura ouvir eguardar Sua Palavra e identifica os sinais de Sua presena.

    Do mesmo modo, a esperana que no decepciona (cf. Rm 5, 5) permeia a vida deorao, sobretudo em relao volta de Cristo e sua manifestao gloriosa.

    Mas, sobretudo o amor a fonte da orao; quem dela bebe atinge o cume da orao.24

    5. Concluso

    A orao na vida crist um dom de Deus. O caminho da orao o prprio Cristo: orarem nome de Jesus, buscando viver o seu senhorio e a experincia da uno do Esprito Santo. Aorao tem diversas fontes, entre elas: a Palavra de Deus, a liturgia e as virtudes teologais.

    RESUMO

    1) IntroduoOrar conversar com DeusOrao a expresso profunda da alma

    Orao no apenas um dilogo, um estilo de vida.

    2) Orao como dom de Deus:Joo 4,10Se conhecesses o dom de Deus

    Nossa orao um encontro da nossa sede de Deus e a dele para que a tenhamos.

    3) O Caminho da OraoO nico caminho Cristo JesusSeja orao comunitria, vocal, pessoal, interiorPela vontade sua vontade que se deve dirigir ao PaiInvocao do nome de Jesus Mt 6,7S pelo poder do Esprito Santo I Cor 12,3O Esprito o artfice da tradio viva da orao

    4) As fontes de OraoFonte de orao so lugares onde brotam motivaes para rezar.

    a- Palavra de Deus- suscitar respostas no corao do orante- questionar a vida do orante

    23. Ibid., 2655.24. Ibid., n. 2658.

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    - coloca palavras em sua boca e propsitos em seu corao- os Salmos alimentam a orao crist

    b- A Liturgia da IgrejaA Liturgia Sacramental:

    Anuncia, atualiza e comunica o mistrio da Salvao

    c- As Virtudes TeologaisA orao no fA orao reaviva a fA orao permeia a vida do orante de esperanaA fonte da orao o amor

    5) ConclusoA orao na vida crist um dom de DeusO caminho o prprio Cristo Jesus

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    CAPTULO IIIAS FORMAS DE ORAO

    1. Introduo

    O Esprito Santo indica o objetivo da orao e como se deve orar. Ele sonda asprofundezas de Deus, toma as coisas de Cristo e as revela. O Esprito Deus, comunho comDeus Pai e Deus Filho, e os trs so um s Deus. Ele o poder que opera em todos. Ele quemune os coraes em orao.

    A orao pode acontecer de diversas formas, de acordo com as intenes, sentimentos enecessidades do orante e, tambm, com as moes do Esprito Santo.

    2. A orao de louvor

    O louvor exprime uma relao fundamental do homem com Deus. O louvor reconheceque Deus Deus! Canta-o pelo que Ele mesmo , d-lhe glria, mais do que pelo que Ele faz,

    por aquilo que Ele . Participa da bem-aventurana dos coraes puros que o amam na f antesde o verem na Glria. Por ela, o Esprito se associa ao nosso esprito para atestar que somosfilhos de Deus, dando testemunho do Filho nico em quem somos adotados e por quemglorificamos o Pai. O louvor integra as outras formas de orao e as leva quele que sua fontee o termo final.25

    Louva-se a Deus porque Ele : Onisciente, Onipotente, Onipresente! Ele criou os cus e aterra, e tudo o que neles h! Ele grandioso! Ele glorioso! Ele Santo! Ele justo! Ele amoroso! Todo fiel deve lembrar-se das graas que recebe e louvar a Deus. Ele deu Seu EspritoSanto a fim de que todos possam viver uma vida santificada. Ele cura! Livrou o homem da mortee do inferno e lhe deu a vida eterna. Por isso se deve louvar a Deus! Sempre haver motivos paralouv-Lo.

    O homem foi criado para o louvor da glria de Deus (cf. Ef 1, 14b). por isso queDavi diz muito acertadamente: Louvai o Senhor, pois o Salmo uma coisa boa: a nosso Deus,louvor suave e belo! E verdade. Pois o Salmo bno pronunciada pelo povo, louvor deDeus pela assemblia, aplauso de todos, palavra dita pelo universo, voz da Igreja, melodiosa

    profisso de f....26

    3. Orao de ao de graas

    A ao de graas caracteriza a orao da Igreja que, celebrando a Eucaristia, manifesta ese torna mais aquilo que ela .27A ao de graas uma expresso de humildade pessoal e uma

    forma de respeito e reverncia. Quando o fiel agradece com sinceridade, torna-se maisconsciente da grandeza de Deus.Um corao agradecido capaz de transformar todo acontecimento em oferenda.

    Quaisquer que sejam as circunstncias d graas a Deus por elas.

    4. Orao de adorao

    25. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 2639.26. SANTO AMBRSIO apud CATECISMO da Igreja Catlica, n. 2589.27. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 2637.

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    A adorao a primeira atitude do homem que se reconhece criatura diante do seuCriador. o silncio respeitoso diante de Deus sempre maior. A adorao do Deus trs vezesSanto e sumamente amvel enche o homem de humildade.

    Adorar reconhecer que Deus Senhor, Pai, Criador, Salvador; que grande, bom,poderoso, misericordioso. Adora-se somente a Deus: o Pai, o Filho e o Esprito Santo; adora-se aJesus porque Deus, seu Corpo, seu Corao, suas Chagas, Jesus na Cruz e na Eucaristia.

    A adorao pode ser com palavras, como S. Tom ao ver Jesus Ressuscitado: MeuSenhor e meu Deus! (cf. Jo 20, 28) A adorao pode ser com gestos, como se prostrar de rostoem terra ou de joelhos. A adorao pode ser em silncio, como Maria, perfeita adoradora, queguardava tudo em seu corao (Lc 2, 51). Deus busca adoradores em esprito e em verdade (cf.Jo 4,23).

    5. A orao em lnguas

    A razo e a intuio humanas limitam a orao. Com a ajuda do Esprito Santo, ela passaa ser uma orao que d frutos. O orante empresta sua voz ao Esprito Santo e Ele lhe d o tom e

    a forma. o que se chama de orao no Esprito ou orao em lnguas, que nasce dasprofundezas de Deus e se expressa em gemidos inefveis (cf. Rm 8, 26) ou em louvor eadorao, conforme o Esprito introduz na necessidade do momento.

    O cntico em lnguas uma expresso de louvor. dom de Deus. O verdadeiro cnticoem lnguas sai do corao e vai alm das palavras humanas. Muitas vezes o que resta ao orantenos perodos de purificao e de dificuldade espiritual.

    Numa assemblia de orao, o Esprito Santo pode levar a um louvor coletivo em lnguaspara, entre outras coisas, abrir o corao dos presentes escuta da palavra proftica.

    6. Orao de escuta

    A orao de escuta uma atitude de f expectante. Faz parte da permanncia em Deus, docolquio interior da alma com Deus, da busca de um discernimento daquilo que se apresenta nocorao do homem. A verdadeira escuta o acolhimento da inspirao do Esprito Santo,esclarecendo, revelando, orientando conforme a necessidade. A pessoa que vive constantementena presena do Senhor sabe distinguir Sua voz das outras vozes interiores, que muitas vezeslevam distrao e ao desvio da verdade. E as ovelhas seguem -no, pois lhe conhecem a voz(cf. Jo 10, 46). As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheo e elas me seguem (Jo10, 27).

    7. Orao de splica

    Suplicar pedir a Deus por uma necessidade pessoal ou comunitria. As Escriturasmostram que Deus deseja que os seus filhos lhe faam pedidos: No tendes, porque no pedis(Tg 4, 2). Pedi e se vos dar. Buscai e achareis. Batei e vos ser aberto. Porque todo aquele que

    pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-. Quem dentre vs dar uma pedra a seufilho, se este lhe pedir po? E, se lhe pedir um peixe, dar-lhe- uma serpente? Se vs, pois, quesois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dar boas coisasaos que lhe pedirem (Mt 7, 7-12).

    O fiel deve pedir a Deus com muita honestidade. A atitude bsica para uma oraomadura de splica a de entrega do pedido a Deus para que a vontade dEle seja feita. amesma atitude de Jesus diante da Sua Paixo: No se faa o que eu quero, mas sim o que Tuqueres (Mt 26, 39).

    Na splica sincera e amadurecida, deve haver tambm o desejo profundo de que Deusreceba toda glria. Portanto, quer comais quer bebais ou faais qualquer outra coisa, fazei tudo

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    para a glria de Deus (1 Cor 10, 31). Orai em toda circunstncia, pelo Esprito, no qualperseverai em intensa viglia de splica por todos os cristos (Ef 6, 18).

    8. Orao de entrega

    Entrega teu caminho ao Senhor, confia nEle, e ele agir (Sl 36, 5). A orao de entregaimplica em estabelecer um compromisso srio com o Senhor, evitando-se afirmaes vagas. uma orao sbia. Em trs curtas frases, observando o sentido dos trs verbos, dedica-se aoSenhor a pessoa de maneira total e plena:

    a) Entrega teu caminho ao Senhor - o ato da entrega, leva a um despojamento total, mesmaatitude de Jesus na Cruz (cf. Lc 23, 46); uma deciso definida e especfica, implica nosomente em entregar, mas deixar nas mos de Deus. Fazer a entrega no fcil, mas deix-la ali ainda mais difcil; entretanto, necessrio confiar.

    b) Confia nele - confiar na palavra de Deus e ter a certeza que esta palavra ser cumprida (cf.

    Mc 11, 24). Deus chama ateno para a necessidade de que o fiel creia quando ora, tomando umaposio definida de f. A f no pode ser apenas uma disposio mental de crer, ela tem queestar fundamentada na promessa de Deus.

    c) Ele agir orando deste modo, a resposta de Deus vir e o fiel poder dar inmeras aesde graas a Ele.

    9. Orao de intercesso

    As Escrituras animam a interceder uns pelos outros. No cessamos de orar por vs (Cl1, 9). Orai uns pelos outros (Tg 5, 16). Pois sei que isso me resultar em salvao, graas s

    vossas oraes e ao socorro do Esprito de Jesus Cristo(Fl 1, 19).Paulo muitas vezes encorajou a Igreja a rezar tambm por ele. Ele conhecia os benefcios

    da orao. A orao de intercesso traz bno, proteo e crescimento espiritual.Deus procura intercessores: Tenho procurado entre eles algum que construsse o muro

    e se detivesse sobre a brecha diante de mim, em favor da terra, a fim de prevenir a suadestruio, mas no encontrei ningum (Ez 22, 30). Interceder pedir a Deus que aja na vida deoutra pessoa (cf. Tg 5, 16).

    Quando o fiel no sabe como orar, o Esprito Santo vem em seu auxlio, intercedendoatravs dele com gemidos inefveis, numa orao perfeita, pois o prprio Deus que sabe oque necessrio e ora em seu favor (Rm 8, 26-27).

    Todos so chamados a interceder. A intercesso leva consolao do corao de Deus.

    Unido a Jesus, o verdadeiro e nico Intercessor perfeito diante do Pai, o intercessor participa deseu sofrimento e consola sua dor.

    O intercessor um intermedirio junto de Deus. Toda a vida e morte de Jesus foi emfavor dos homens. Na cruz, antes do ltimo suspiro, Ele intercedeu: Pai, perdoa-lhes, porqueno sabem o que fazem (Lc 23, 34).

    Acima de tudo, recomendo que se faam preces, oraes, splicas, aes de graas portodos os homens, pelos reis e por todos o que esto constitudos em autoridades, para que

    possamos viver uma vida calma e tranqila, com toda a piedade e honestidade. Isto bom eagradvel diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens se salvem echeguem ao conhecimento da verdade(1Tm 2, 1-3).

    Interceder por algum entrar em territrio usurpado pelo inimigo e resgatar algum paraDeus. Por isso, a intercesso muitas vezes uma batalha espiritual, para a qual deve-se estar

    preparado com o auxlio da orao pessoal, dos sacramentos e do jejum. Pois no contra

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    homens de carne e sangue que temos de lugar, mas contra os principados e potestades, contra osprncipes deste mundo tenebroso, contra as foras espirituais do mal (espalhadas) nos ares (Ef6, 12).

    A intercesso exige, tambm, insistncia e perseverana at obter a resposta. Por acasono far justia aos seus escolhidos, que esto clamando por Ele dia e noite? Porventura tardarem socorrer? (Lc 18, 7).

    A orao tem o poder de transformar tudo, inclusive o curso da histria. A Bbliaapresenta vrios exemplos de intercesso:- Gn 18,23-33intercesso de Abrao por Sodoma.- Ex 32, 11-14Moiss intercede em favor dos israelitas que haviam feito o bezerro de ouro.- Dn 9, 1-19intercesso de Daniel para que Deus libertasse seu povo da Babilnia.

    10. Orao de cura

    Deus quer que todos os homens sejam curados, que sejam saudveis de corpo, mente eesprito. A obra da salvao realizada na Paixo, Morte e Ressurreio de Jesus foi para que o

    homem fosse salvo, curado, em todas as reas de sua vida.O perdo, que a chave da cura, atinge a raiz de vrias enfermidades, por isso, uma boaconfisso (cura espiritual pelo perdo dos pecados) pode libertar uma pessoa de traumasemocionais ou ser causa de cura de alguma doena fsica.

    Jesus pregava e curava. A uno messinica que recebeu deu-lhe condies de realizar apalavra do profeta Isaas: O Esprito do Senhor est sobre mim porque me ungiu... (Lc 4, 18).Esta mesma misso foi conferida aos 12 apstolos, aos 72 discpulos e, depois, a todos os

    batizados: Ide por todo mundo (...). Estes milagres acompanharo os que crerem: (...) imporoas mos aos enfermos e eles ficaro curados (Mc 16, 15-18).

    Orar pelos doentes foi mandato de Jesus. Para isso, a f um requisito importante: preciso acreditar que Jesus cura hoje, como curava na Galilia e na Judia. Textos: Mt 19, 13; Mt

    8, 3; Mt 8, 15; Mt 9, 27; Mc 8, 2.Antes de orar por algum, necessrio perdoar a todos. Tem-se visto e experimentado naRenovao Carismtica o poder de Deus operando nas pessoas, curando e libertando. Sinais e

    prodgios acompanharo aqueles que crem (cf. Mc 16, 17). Todos os que crem so, portanto,canais da graa de Deus para os irmos.

    11. Concluso

    So muitas as formas de orao, todas elas necessrias ao crescimento espiritual do fiel.No entanto, o mesmo Esprito que move o orante no momento certo, para que este receba eviva a graa de uma caminhada de orao em busca da santidade.

    RESUMO

    1) Introduo

    OEsprito Santo indica o objetivo da orao o Mestre interior da orao crist

    Nos ensina a orar n`Ele e por EleA orao pode acontecer de diversas formas.

    2)

    Orao de louvor-Exprime uma relao fundamental com Deus-Reconhece os atributos de Deus

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    -O que Ele : Onisciente, Onipotente, Onipresente- Com os Salmos

    3) Orao de ao de graas- uma expresso de humildade pessoal, reverncia e respeito

    - ter um corao agradecido com simplicidade

    4) Orao Adorao- reconhece Deus como seu criador- silncio respeitoso diante de Deus- reconhece que Deus Senhor, Pai, Criador, Salvador- Santssima Trindade

    A adorao pode ser feita por gestos ou esprito e verdade. Jo 4,23

    5) Orao em lnguas- uma orao que d frutos pela ao do Esprito Santo- nasce das profundezas de Deus e se expressa em gemidos inefveis (Rm 8,26)- o orante empresta sua voz ao Esprito Santo que lhe d tom e formaO cntico em lnguas uma expresso de louvor, ajuda abrir coraes escuta.

    6) Orao de escuta :- uma atitude de f expectante- o acolhimento da inspirao do Esprito Santo- conhecer a voz do Senhor (Joo 10,27)- ficar na sua presena em adorao

    - deixar a mente livre7) Orao de splica :

    - pedir a Deus por uma necessidade pessoal ou comunitria (Tg 4,2)- apresentar suas preocupaes (Mt 7,7-12)- pedir com muita sinceridade (Mt 26,39)

    8) Orao de entregaSalmo 36,5Entrega teu caminho ao Senhor, confia n`Ele e Ele agir.A orao de entrega implica em estabelecer um compromisso com o Senhor, observando os

    verbos.

    Entregaato despojamento diante do Senhor, deciso definida e especfica - Jesus na cruz.Lc 23,46

    Confiaposio definida de f - fundamentada na palavra

    AgirDeus toma iniciativa e age.

    9) Orao Intercesso- interceder pedir a Deus por outras pessoas ou situaes. Cl 1,9 e Tg 5,16- a intercesso leva consolao do corao de Deus, exige insistncia e perseverana.

    - o intercessor um intermedirio junto a Deus

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    Exemplos bblicos: Gn 18,23-33intercessor de Abrao por SodomaEx 32,11-14Moiss pelos israelitasDn 9,1-19Daniel pela libertao do seu povo da Babilnia

    10)Orao de Cura- O perdo a chave da cura, atinge razes profundas

    A cura acontece: no esprito pelo perdo dos pecadosno corpo pela cura fsicana mente e nas emoes pela cura interior

    Jesus pregava e curavaO amor de Deus passa atravs de ns para curarMisso conferida aos apstolos (Mc 16, 15-18)Hoje aos que crem (Mc 16, 17)

    Concluso

    So muitas as formas de orao, todas so necessrias ao crescimento espiritual de cada um.

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    CAPTULOIVORAOPESSOAL

    1. Conceito

    A orao pessoal formal um momento de intimidade entre a pessoa e Deus, um dilogosincero do filho enquanto pessoa para o Pai que essencialmente amor. Toda a vida do oranteest empenhada em sua relao com o Senhor. Na orao pessoal, ele se apresenta diariamente aDeus, caracterizando a relao de duas pessoas que se amam e que necessitam de momentos ass.

    A orao pessoal tambm se caracteriza pela espontaneidade, no sentido de ser omomento especfico em que a pessoa se colocana presena do Senhor, para ai partilhar a suavida e entender o plano de Deus para si mesmo. Portanto, no fazer oraes, mas crescernum relacionamento de intimidade com o Senhor. A orao do Tero ou litrgica no caracterizaa orao pessoal, embora nela possa influenciar. Este encontro deve ser totalmente conduzido

    pelo Esprito de Deus, que ora inspirar um desabafo ntimo, ora inspirar um desejo de

    manifestar amor e gratido a Deus, ora expor ao Senhor as prprias misrias e fraquezas,revelar as prprias penas, suplicar auxlio, apresentar seus propsitos, ora romper umsilncio de escuta, outros de adorao, de xtase diante da infinita bondade e misericrdia, oraser impulsionado a derramar lgrimas de profundo arrependimento por ter ofendido um Deusque s amor e bondade, ora perceber as inspiraes e moes da graa, atravs das quais oSenhor lhe fala, revela-lhe seus mistrios, o atrai a si, impele-o ao bem. Assim esse dilogo seralternado com pausas de silncio, de meditao, de adorao e orao vocal com grandedevoo.28

    2. Caractersticas

    Pelo menos trs coisas caracterizam a orao pessoal e devem ser levadas em conta poraqueles que querem crescer no relacionamento com Deus:

    a) Tempo reservado

    Quem deseja entrar na intimidade divina deve saber reservar no seu dia um bom tempopara orar, ficando a ss com o Senhor. Esse tempo pode ser escolhido dentro de umplanejamento pessoal, de acordo com os afazeres de cada um. O importante que ele exista eseja bem aproveitado. verdade que o homem pode a qualquer instante do dia, pr-se emcontato com Deus, mas preciso colocar todo o seu ser na orao e, por isso convm retir-lo devez em quando das suas ocupaes habituais para mergulh-lo neste clima do sobrenatural.29

    comum se recomendar uma hora como sendo o tempo suficiente e ideal para a oraopessoal diria. Isso tem um certo respaldo em Mt 26, 40. Porm, dificilmente algum que estiniciando a vida de orao conseguir rezar sozinho durante uma hora ininterruptamente. Assim,o iniciante deve comear com perodos menores e aument-los gradativa e progressivamente, namedida em que a orao pessoal for se tornando hbito. Devemos pois, nos disciplinarmos paraesse tempo, escolhendo a melhor hora do nosso dia, para no darmos a Deus somente o nossocansao e a nossa pressa; marcando-o e reservando-o, para que possamos criar um espao do

    28. CENTRO DE FORMAO SHALOM,A orao, p.6.29. Ibid., p.7.

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    nosso dia dedicado a Deus (...). Diz Santa Teresa: O tempo da orao j no mais mepertence.30

    b) Fidelidade

    Qualquer que seja o tempo escolhido e reservado, o mais importante ser fiel a ele. Aquem fiel no pouco, o Senhor confia mais (cf. Mt 25, 21).

    Surgiro, com certeza, muitas adversidades, mas necessrio orar sempre (cf. Lc 18, 1-8). Quem quer crescer na vida de comunho com o Senhor ter que se esforar para cumprir ocompromisso firmado com ele, assim como o faz com tudo o que julga importante para si. Avida de orao exige um pouco de disciplina. Dificilmente uma pessoa indisciplinada se manterfiel orao pessoal. Assim, eu digo a Ele: Vs sois importante para mim. Meurelacionamento convosco a coisa mais importante da minha vida (...). Talvez eu tenha que ficarsem uma refeio para poder ter esse encontro -, mas estar convosco significa mais para mim doque comer ou dormir. No quero colocar nada em vosso lugar, nem antes de vs em meucorao.31

    c) Perseverana

    Mesmo que surjam dificuldades como: distraes, preguia, preocupaes, problemaspessoais, muitos afazeres, lugar inadequado, entre outros, necessrio perseverar na orao,insistir em permanecer tendo orao pessoal na vida. A perseverana gera a intimidade.

    So muitos os frutos da orao pessoal. Numa palavra, a pessoa vai passando por umprocesso de converso contnuo. Nesse sentido, a orao progressiva, sendo elementofundamental no processo de formao da pessoa em relao a si mesmo, a Deus, aos outros e scoisas. No possvel classificar de autntica uma vida de orao que no produza frutos de

    converso e vida nova: ... o fruto do Esprito caridade, alegria, paz, pacincia, afabilidade,bondade, fidelidade, brandura, temperana. Contra essas coisas no h lei (Gl 5, 22-23).

    3. Formas diferentes de orar

    A razo principal da dignidade humana consiste na vocao do homem para a comunhocom Deus. J desde sua origem o homem convidado para o dilogo com Deus. 32Nacomunicao com Deus, a iniciativa sempre dEle. Ele quem convida, mesmo quando ohomem no percebe. O fiel dirige-se a Ele, mas Ele quem coloca o desejo e a graa da orao.Esta comunicao com Deus a orao.

    A orao inclui a comunicao com Deus em suas trs Pessoas: Pai, Filho e Esprito

    Santo. Tambm com Maria, os anjos e os santos que esto com Deus no cu.A orao pessoal uma necessidade natural do fiel, tanto quanto o comer e o respirar.

    Por isso, esta comunicao com Deus deve ser algo natural e relativamente agradvel.

    3.1. Orao vocal

    A orao vocal a orao que se faz com palavras. Ela responde a uma exigncia danatureza humana. O homem corpo e esprito e experimenta a necessidade de expressarexteriormente seus sentimentos.

    30. Ibid., p. 8.31. RENOVAO CARISMTICA CATLICA, Orao pessoal, p. 14.32. CONCLIO ECUMNICO VATICANO II, Gaudium et Spes, n. 19

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    3.2. Orao mental

    Como orao mental, podem ser destacadas a meditao e a contemplao. A meditao um exerccio da mente que procura compreender a vida crist e responder ao que Deus pede. H

    muitos mtodos de meditao. Geralmente se medita com a ajuda de algum livro espiritual,especialmente da Sagrada Escritura, sobretudo dos evangelhos. Podemos meditar tambm nosmistrios do Rosrio.

    Na meditao usa-se o pensamento, a imaginao, os sentimentos e as emoes. Para quea meditao seja orao, precisa-se estar diante do Senhor, procurando fazer a Sua vontade.

    Existe perigo de distrao e de divagao. Mas necessrio ir adiante e levar a orao aocorao, at o conhecimento e experincia do amor de Jesus e unio com Ele. Ento, a orao

    passa a ser contemplao. A contemplao mais orao do corao do que da mente. Acontemplao ocupar a alma com a inteno de pensar em Deus e de considerar seus divinosatributos ou os mistrios da f.

    No se faz contemplao quando sobra tempo, mas quando se reserva um tempo para o

    Senhor. No sempre que se pode meditar, mas pode-se entrar em contemplaoindependentemente das condies de sade, trabalho ou afetividade.

    4. Aspectos prticos da vida de orao

    4.1. O lugar

    No existe um lugar determinado para a orao. O melhor lugar aquele em que a pessoase sente livre e vontade para estar na presena de Deus.33Recomenda-se um lugar privativo,no muito exposto, para que o orante possa desenvolver seu momento com o Senhor seminterrupes ou constrangimentos.

    Jesus chegou a falar do quarto (cf. Mt 6, 6). Os Atos dos Apstolos trazem Pedro subindoao terrao de cima para fazer sua orao (cf. 10, 9). Porm, pode-se rezar em qualquer lugar,desde que ele seja adequado orao. Pode ser na prpria casa: no quarto, na varanda, no

    jardim, numa capela ou numa Igreja; pouco importa onde (...). O que se torna mais importante que a alma esteja totalmente atenta a Deus, sem se dispersar pela impertinncia dos rudos,sensaes, distraes e pensamentos importunos.34 Jesus costumava retirar-se para lugaresermos e fazer sua orao (cf. Mt 4, 1-2; 14, 22-23; 26, 36).

    O orante precisa de um lugar que favorea sua intimidade com Deus, onde no fiqueexposto a distraes ou interferncias. possvel ter, em casa, o cantinho da orao.

    4.2. Ambientao

    sempre bom criar um ambiente propcio orao, ordenado carter, favorecedor deum encontro importante. Ningum gosta de receber pessoas com a casa bagunada ou emambientes imprprios. Para cada encontro, um tipo de ambientao. Do mesmo modo, oencontro com o Senhor deve se dar em lugar preparado para tal (cf. Mc 14, 12-16).

    A utilizao de objetos devocionais (imagens, crucifixos, etc) bastante salutar. Dequalquer forma, um ambiente bem preparado como em outras situaes da vida facilita aintroduo na orao, bem como o seu desenrolar. Se voc orar em seu quarto ou em sua casa,

    33. Cf. CENTRO DE FORMAO SHALOM,A orao, p. 8.34. Ibid., p. 8.

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    poder acender uma vela, ou usar um cone, ou uma estampa, ou ainda uma imagem para ajudaro contexto da orao e fixar sua ateno no Senhor.35

    4.3. Horrio

    Como dito, cada um deve ser escolher o melhor horrio, conforme as atividades dirias. bastante tomar cuidado para no dar ao Senhor o tempo mais cansado e difcil. A vida de oraodeve ser levada a srio e no tratada como algo suprfluo, para ser praticada se sobrar tempo.

    4.4. Postura

    O corpo coopera com a orao, na medida em que expressa atitudes do corao. O corpo que tambm pessoa ora junto, expressando os diversos sentimentos de louvor, splica,intercesso, canto, entre outros.

    Pode-se rezar sentado, de p, ajoelhado, prostrado ou mesmo alternando vrias posies,de acordo com o esprito da orao. Os braos erguidos so sinal de louvor e bendio a Deus.

    Deve-se evitar, contudo, posies demasiadamente cmodas, que favorecem o sono e a tibieza.

    4.5. Dirio espiritual

    Anotar as inspiraes de Deus na orao pessoal de grande ajuda na caminhadaespiritual. um passo fundamental para iniciar uma experincia em orao que continuarfuncionando. Alm disso, uma fonte de incentivo para o futuro.

    Anotar tambm os textos bblicos utilizados durante a orao e o discernimento que tevenaquele momento. Anotar as profecias pessoais, que so inspiraes de Deus para edificar oorante e incentiv-lo na misso.

    Em tempos de aridez, o dirio espiritual serve como uma linha de orientao dada pelo

    Esprito Santo, apoiando, ensinando, mostrando o caminho.

    5. Dificuldades na orao

    Alguns empecilhos podem prejudicar a orao, como por exemplo, o pecado. O Demnioprocura bloquear e suprimir a vida de orao dos cristos. Por isso a orao muitas vezes umabatalha espiritual, na qual, atravs da humildade, arrependimento e confiana em Deus, o fieltorna-se instrumento do Esprito Santo para a vitria de Deus.

    Eis que nasci na culpa, minha me concebeu-me no pecado (Sl 50, 7). O fiel pecamuitas vezes. Precisa se conscientizar do seu pecado, arrepender-se e pedir perdo. Da mesmaforma, precisa perdoar queles que o ofenderam. A falta de perdo um dos maiores bloqueios

    orao. Jesus referiu-se a isto no Sermo da Montanha: Se ests, portanto, para fazer a tuaoferta diante do altar e te lembrares de que teu irmo tem alguma coisa contra ti, deixa l a tuaoferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmo; s ento vem fazer a tuaoferta (Mt 5, 23-24).

    Em outra ocasio, Jesus reafirmou a necessidade de reconciliao: E quando vospuserdes de p para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra algum, para quetambm vosso Pai, que est nos cus, vos perdoe os vossos pecados (Mc 11, 25).

    Existem barreiras orao que podem e devem ser vencidas na f e na perseverana. Aincredulidade uma delas. Sem acreditar no poder de Deus e na ao do Esprito, a pessoa ter

    35. RENOVAO CARISMTICA CATLICA, Orao pessoal, p.17.

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    uma orao fraca e sem fruto. A incredulidade leva a racionalizar a ao de Deus. Foi tambm acausa de Jesus ter feito to poucos milagres em Nazar (cf. Mt 13, 53-58).

    As distraes tambm perturbam a orao: pensamentos sobre pessoas e fatos,preocupaes, entre outras. O orante deve entregar tudo ao Senhor e permitir que os impulsos einspiraes do Esprito Santo indiquem que caminhos trilhar para vencer os limites de sua vidade orao. Porm, necessrio perseverar e esforar-se por disciplinar a vida espiritual, obtendodela o melhor possvel. No desanimar. Jesus o centro da orao. Pedir ao Esprito Santo quefaa ver as barreiras e dificuldades orao, para colocar tudo aos ps de Jesus.

    O Esprito Santo encontrar barreiras para agir livremente, se o orante estiver preso adinheiro, pessoas, interesses pessoais e no quiser abrir mo de seus apegos. Os apegosdesordenados podem ser facilmente detectados, pois afastam do Senhor.

    H tambm tempos em que o orante passa por aridez na orao. No sente gozo nem naorao, nem na Palavra; no sente vontade de orar; no escuta mais a voz do Senhor nem suasinspiraes; tem a impresso de que a orao intil e ineficaz. So perodos de grande graa,quando o Senhor tira toda a consolao para que o fiel viva na f. Ele est sendo provado paracrescer na f e na graa, purificado em seus sentimentos interiores para que seja mais afinado s

    moes do Esprito. Portanto, a aridez e a secura na orao no sinal de regresso, mas decrescimento; no perda da intimidade, mas caminho para a maturidade (...). Entendido nocontexto da relao de Deus com o homem, dentro de um processo formativo, assim que Deusfaz avanar: pela aridez, que fase seguinte, progresso no caminho da espiritualidade e,sobretudo, prova de f e confiana.36 necessrio continuar orando, mesmo sem nada sentir,com toda a confiana, numa f expectante, at o dia em que o Senhor se manifestar outra vez,

    para consolao e fortalecimento da vida espiritual.Por fim, preciso lembrar que a incoerncia enfraquece o esprito. Por exemplo,

    participar de conversas frvolas, mentir, deixar-se envolver pela mentalidade amoral dosprogramas de televiso, dos conceitos contrrios Palavra de Deus; viver no egosmo, decorao fechado s necessidades dos outros, na indiferena ao irmo. A vida do cristo precisa

    estar de acordo com aquilo que ele professa. preciso estar ligado ao Senhor, sem se deixarenvolver pela mentalidade do mundo.

    6. O jejum

    O jejum fazia parte do dever religioso dos judeus no tempo de Cristo. Foi praticadocontinuamente desde o tempo de Moiss. Tanto os fariseus como os discpulos de Joo jejuavam(cf. Mc 2, 18). O povo ficou surpreso quando viu que os discpulos de Jesus no jejuavam. Ao

    perguntar a razo, Jesus explicou que enquanto Ele estivesse presente, eles no jejuariam. Mas,que viria o tempo em que o noivo lhes seria tirado e, naquele dia, eles haveriam de jejuar (cf. Mc2, 19-20).

    Esse tempo agora: tempo em que o noivo foi tirado. A deciso de jejuar (como deorar) deve ser tomada com pureza de inteno, livre de qualquer orgulho (cf. Lc 18, 9-14).Quando Jesus explicou a seus discpulos por que eles no foram capazes de libertar um rapaz da

    possesso diablica, atribuiu um poder especial ao jejum (Mt 17, 20c). Quando foi levado aodeserto pelo Esprito Santo, Jesus no comeu durante 40 dias. Em outras palavras, Jesus jejuouantes de iniciar seu ministrio (cf. Lc 4, 1-2).

    O jejum facilita o arrependimento e a converso, mas no um fim em si mesmo. Comoresultado do jejum, o orante faz a experincia da fraqueza, conhecendo mais a verdade sobre simesmo e sobre as coisas de maneira nova. Aprende a no ser auto-suficiente e tem a certeza deque necessita de Deus. O jejum ajuda a crescer na orao.

    36. Ronaldo Jos de SOUSA,Pregador ungido, p. 36.

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    7. Concluso

    A orao pessoal um dos meios mais eficazes de crescimento espiritual. Existem formasdiferentes de rezar, mas, essencialmente, deve-se ter tempo reservado para tal e a ele ser fiel.Tambm a perseverana e o jejum so importantes.

    A perseverana ajuda a vencer as dificuldades da orao. preciso, por fim, agir comcoerncia frente a alguns aspectos prticos da vida de orao, como: o lugar, a ambientao, ohorrio, a postura e o dirio espiritual.

    RESUMO

    1) Conceito

    A orao pessoal : um momento de intimidade com Deus, um dilogo sincero essencial deamor, um encontro espontneo no sentido do ser.

    Orao pessoal - no fazer oraes; ela totalmente dirigida pelo Esprito Santo.

    2) Caractersticas para um crescimento

    a) tempo reservado

    - deve-se separar no seu dia um bom tempo para ficar a ss com o Senhor- escolher a melhor hora para isto

    b) fidelidade

    - qualquer que seja o tempo escolhido ser fiel a ele (Mt 25,21)

    c) perseverana

    - mesmo que surjam dificuldades, preguia, distraes necessrio perseverar.

    3) Formas diferentes de orar

    - desde sua origem o homem convidado para o dilogo com Deus- a orao pessoal uma necessidade natural do fiel

    3.1- Orao vocal a orao que se faz com palavrasnecessidade de se expressar

    3.2- Orao mental

    Meditao- exerccio da mente. Lc 5,16- com a ajuda de algum texto espiritual- ou com o pensamento, a imaginao

    Contemplao- orao com o corao (Lc 1,49)- ocupa a alma com a inteno de pensar em Deus e seus atributos

    4) Aspectos prticos da vida de orao

    4.1-O lugar:- aquele em que a pessoa se sente vontade e livre para estar na presena de Deus- deve ser um lugar privativo

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    - se possvel ter o seu cantinho de orao.

    4.2-Ambientao- Criar um ambiente acolhedor, agradvel e propcio.

    4.3-Horrio- respeitar o horrio diariamente

    4.4-Postura- escolher a melhor posio, na qual ter maior liberdade de orao.

    4.5-Dirio espiritual- anotar diariamente as inspiraes do Senhor- anotar os pedidos feitos ao Senhor e as suas respostas- no tempo de aridez o dirio espiritual serve como uma orientao apoiando e mostrando

    o caminho.

    5) Dificuldades na oraoEmpecilhos que prejudicam a orao

    - o pecado, por onde o demnio procura bloquear a ao de Deus (Sl 50, 7).- necessidade de reconciliao (Mc 11,25).- incredulidade, no acreditar fielmente no poder de Deus.- aridez, no ter vontade de orar, momento de crescimento.

    6) O Jejum:

    To necessrio quanto como a orao

    a orao do corpoO jejum facilita o arrependimento e a conversoAjuda a crescer na orao

    7) Concluso

    A orao pessoal um dos meios mais eficazes de crescimento espiritual.Aspectos prticos: o lugar, a ambientao, o horrio, a postura e o dirio espiritual.

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    CAPTULOVAORACODEJESUS

    1. Jesus ensina a orar

    Jesus comeou seu ministrio com orao: orou e jejuou durante 40 dias (cf. Lc 4, 1-2).Sua vida esteve imersa em orao, isto , viveu unido ao Pai durante toda a sua existnciaterrestre.

    Os evangelhos mostram as palavras com que Jesus se dirigia ao Pai e enfatizam sua vidade orao:

    a) Mt 14,23 - Feito isso, subiu montanha para orar na solido. E, chegando a noite, estava lsozinho.

    b) Mt 26,36 Retirou-se Jesus com eles para um lugar chamado Getsmani e disse-lhes:Assentai-vos aqui, enquanto vou ali orar.c) Mc 1,35 De manh, tendo-se levantado muito antes do amanhecer, ele saiu e foi para um

    lugar deserto, e ali se ps em orao.d) Mc 6, 46E despedido que foi o povo, retirou-se ao monte para orar.e) Mc 14, 35 Adiantando-se alguns passos, prostrou-se com a face por terra e orava que, sefosse possvel, passasse dele aquela hora.f) Lc 3,21Quando todo o povo ia sendo batizado, tambm Jesus o foi. E estando ele a orar, ocu se abriu.g) Lc 5,16Mas, ele costumava retirar-se a lugares solitrios para orar.h) Lc 9,28-29 Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a Joo, e subiu ao monte para orar.Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de

    brancura.

    s vezes, os evangelhos transcrevem as palavras com que Jesus orava:

    a) Lc 10,21Pai, Senhor do cu e da terra, eu te dou graas porque escondeste estas coisas aossbios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teuagrado.

    b) Lc 23,46Pai, nas tuas mos entrego o meu esprito.c) Jo 11,41-42Pai, rendo-te graas, porque me ouviste. Eu bem sei que sempre me ouves, masfalo assim por causa do povo que est em roda, para que creiam que tu me enviaste.

    Especialmente a orao de Jesus pela unidade de sua Igreja: Jo 17, 20-21 No rogosomente por eles, mas tambm por aqueles que por sua palavra ho de crer em mim. Para quetodos sejam um, assim como Tu, Pai, ests em mim e eu em ti, para que tambm eles estejam emns e o mundo creia que tu me enviaste.

    Um dos aspectos importantes nas oraes de Jesus sua relao com o Esprito Santo.Segundo Lucas, depois de ser batizado, Jesus ps-se a orar; foi ento que se abriram os cus esobre Ele desceu o Esprito Santo (cf. Lc 3, 21-22). Sob a ao do Esprito Santo, Jesus foilevado ao deserto, onde orou e jejuou por 40 dias e, depois, foi sinagoga de Nazar, ondeconfirmou sua misso, lendo a passagem de Isaas 61 (cf. Lc 4, 1-30).

    Em seus ensinamentos aos discpulos, Jesus animou-os a pedir, buscar e clamar ao Pai.Pois, o Pai do Cu dar o Esprito Santo a quem o pedir (cf. Lc 11, 13).

    Jesus torna-se um intercessor diante do Pai: Eu rogarei ao Pai e ele vos dar outro

    Parclito (Jo 14,16). Outras referncias de Jesus a respeito da orao:

    a) Pois o Pai busca adoradores em Esprito e em Verdade (cf. Jo 4,21-24).

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    b) Mt 6, 5-6 - Quando orardes, no faais como os hipcritas, que gostam de orar de p nassinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: jreceberam sua recompensa. Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai emsegredo; e teu Pai que v num lugar oculto, recompensar-te-.

    Nesse segundo texto, Jesus chama a ateno para que a orao no seja usada como ummeio de vanglria. Em seguida, Jesus se dirige a cada um, falando, na segunda pessoa dosingular, sobre a intimidade com o Pai, a importncia da orao pessoal e da simplicidade das

    palavras.Orar dirigindo-se ao Pai no segredo do corao extingue as atitudes falsas e as palavras

    inteis. Quanto mais simples e direto for o orante, melhor. Muitas vezes, nem h necessidade depalavras. Basta ficar diante do Senhor, em adorao, no silncio e na escuta.

    2. O Pai Nosso

    Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a orao, disse-lhe um de

    seus discpulos: Senhor, ensina-nos a rezar, como tambm Joo ensinou a seus discpulos (Lc11,1). Foi em resposta a este pedido que o Senhor confiou a seus discpulos e sua Igreja aorao crist fundamental: o Pai Nosso. So Lucas traz um texto breve (de cinco pedidos); SoMateus, uma verso mais desenvolvida (sete pedidos). A tradio litrgica da Igreja conservou otexto de So Mateus:

    Pai nosso que estais nos cus,Santificado seja o vosso nome;

    venha a ns o vosso reino,seja feita a vossa vontade,

    assim na terra como no cu;o po nosso de cada dia

    nos dai hoje;perdoai-nos as nossas ofensas,assim como ns perdoamos a quem nos tem ofendido;

    e no nos deixeis cair em tentaomas livrai-nos do mal.

    O uso litrgico conclui a Orao do Senhor com uma doxologia: Pois vosso o poder ea glria para sempre. A orao dominical realmente o resumo de todo o Evangelho. Depoisde ter legado esta frmula de orao, o Senhor acrescentou: Pedi e vos ser dado (Lc 11, 9).

    Convm examinar o Pai Nosso em suas partes.

    2.1. Pai Nosso que estais nos Cus

    Pode-se invocar a Deus como Pai porque Ele foi revelado por seu Filho Jesus e seuEsprito no-lo d a conhecer. Aquilo que o homem no pode conceber nem podem as forasanglicas entrever - a relao pessoal do Filho com o Pai - eis que o Esprito do Filho d a

    participar aos que crem que Jesus o Cristo.Um corao humilde e confiante, que faz tornar-nos crianas (cf. Mt 18, 3) a atitude

    que deve ter todo aquele que se dirige ao Pai.

    2.2. Santificado seja o Vosso Nome

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    Reconhecer como santo e adorar o Senhor. Glorificar a Deus na vida, nas atitudes, nafidelidade a Ele. Santificar o nome de Deus significa tambm ser santo a seus olhos, refletindo asua santidade.

    2.3. Venha a ns o Vosso Reino

    O Reino de Deus foi comunicado aos homens quando Jesus se encarnou e habitou entrens (cf. Jo 1, 14; Mc 1, 14-15). O Reino de Deus continua na Igreja atravs do Esprito Santoque foi derramado no Pentecostes e continua sendo derramado em todos os que crem. O Reinode Deus vai sendo realizado no mundo atravs da evangelizao de todos os povos at a vindadefinitiva do Reino no final dos tempos. A orao de Jesus trata da vinda final do Reino de Deusmediante o retorno de Cristo.

    2.4. Seja feita a Vossa Vontade assim na Terra como no Cu

    vontade do Pai que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da

    verdade (1 Tm 2, 3-4). Em Jesus, a vontade do Pai foi realizada plenamente. Jesus se entregoua si mesmo pelos nossos pecados segundo a vontade de Deus (Gl 1, 4). Pela orao, o cristo pode discernir qual a vontade de Deus (cf. Rm 12, 2; Ef 5, 17) e

    obter a perseverana de cumpri-la (cf. Hb 10, 36). Jesus ensina a entrar no Reino dos Cus nopor palavras, mas praticando a vontade de meu Pai que est nos cus (cf. Mt 7, 21).

    2.5. O Po nosso de cada dia nos dai hoje

    O po nosso - O Pai, que d a vida, no pode deixarde dar o alimento necessrio vida,todos os bens materiais e espirituais. No Sermo da Montanha Jesus insiste nesta confiana filialque coopera com a providncia do Pai. Aos que procuram o Reino e a justia de Deus, em

    primeiro lugar em suas vidas, Ele promete dar tudo por acrscimo.Este pedido tambm vale para outra fome da qual os homens padecem: O homem novive apenas de po, mas de tudo aquilo que procede da boca de Deus (Dt 8, 3; Mt 4, 4). afome da Palavra de Deus. H uma fome na terra, no fome de po, nem sede de gua, mas deouvir a Palavra de Deus (Am 8, 11). Este pedido, assim, refere-se ao Po da Vida, Eucaristia e Palavra de Deus, a Palavra da Verdade, que dada na evangelizao, como luz que mostra ocaminho para Deus.

    2.6. Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como ns perdoamos a quem nos tm ofendido

    Recusando a perdoar os irmos e irms, o corao se fecha e se torna impermevel ao

    amor misericordioso do Pai. O perdo a chave do cu. Perdoando, todos tambm soperdoados.

    Uma exigncia insubstituvel orao ter um corao perdoador. Em seus ensinamentossobre a orao, Jesus afirmou vrias vezes a necessidade do perdo.Porque, se perdoardes aoshomens as suas ofensas, vosso Pai celeste tambm vos perdoar. Mas, se no perdoardes aoshomens, tampouco vosso Pai vos perdoar (Mt 6, 14).

    2.7. E no nos deixeis cair em tentao

    Foi pela orao que Jesus venceu a tentao no deserto e no ltimo combate de suaagonia. Jesus manda vigiar. A vigilncia do corao em comunho com a vigilncia de Jesusnos momentos de sofrimento, como no Getsmani (cf. Mt 26, 36-46). A vigilncia consiste emguardar o corao e Jesus pede ao Pai que nos guarde em seu nome (cf. Jo 17, 11).

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    2.8. Mas, livrai-nos do mal

    o ltimo pedido ao Pai que aparece na orao de Jesus: No peo q ue os tires domundo, mas sim que os preserves do mal (Jo 17, 15).

    O demnio tenta e assedia. Foi por ele que o pecado entrou no mundo. A vitria sobre oprncipe deste mundo (cf. Jo 14, 30) foi alcanada de uma vez por todas, pela morte eressurreio de Jesus. Ao pedir livrai-nos do mal, o cristo pede igualmente que Deus o libertede todos os males: presentes, passados e futuros.

    Neste ltimo pedido a Igreja traz toda a misria do mundo diante do Pai. Com alibertao dos males que oprimem toda a humanidade, a Igreja implora o dom precioso da paz ea graa de esperar perseverantemente o retorno de Cristo.

    RESUMO

    1) Jesus nos ensina a orar

    Incio do seu ministrio com orao: orou e jejuou (Lc 4,1-2).

    Jesus orava sempre:

    Mt 14,23subiu montanha, noiteMt 26,36retirou-se, sozinhoMc 1,35de manh, pela manhLc 9,28-29Jesus tomou consigo... , com os discpulosJo 17,20-21pela unidade de Igreja

    Orava ao Pai:

    Lc 10,21Lc 23,46Jo 11,41-42Mt 6,5.6nos ensina o recolhimento na orao-humildade, simplicidade, confiana e

    agradecimento.

    2) Jesus nos ensina o Pai Nosso.

    Lc 11,1em resposta ao pedido de seus discpulosLucas apresenta um texto breve de cinco pedidos e Mateus uma verso mais desenvolvida.A tradio da Igreja conservou o texto de MateusO uso litrgicona missaconclui com uma doxologia: Pois vosso o poder e a glria

    para sempre.A orao dominical realmente o resumo de todo o evangelho.

    Convm examinar o Pai-Nosso em suas par tes

    Trs invocaes ao Pai

    - Pai-Nosso que estais no Cunos identifica com os filhos- Santificado seja o Vosso Nomesignifica sermos santos refletindo a sua santidade- Venha a ns o Vosso Reinohabita em ns atravs da orao e dos sacramentos.

    Quatro pedidos para ns

    - Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no Cu.

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    - pela orao podemos discernir a sua vontade. Rm 12,2- a perseverana em cumpri-la. Hb 10,36

    - O Po-Nosso de cada dia nos dai hoje- refere-se ao Po da vida, a Eucaristia, Palavra da verdade e ao po material.(Dt 8,3 e Mt 4,4)

    - Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como ns perdoamos aos que nos tem ofendido.- necessidade do perdo. Mt 5

    - E no nos deixeis cair em tentao, mas livrai-nos do mal.- vigilnciaconsiste em guardar o corao do mal- preservar do malJo 17,15

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    CAPTULOVIAORAODAIGREJA

    1. Liturgia

    A palavra liturgia significa originalmente obra pblica, servio da parte de/e emfavor do povo. Na tradio crist ela quer significar que o povo de Deus toma parte na obra deDeus. Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e

    por ela, a obra de nossa redeno.37A partir do Conclio Vaticano II, especialmente a publicaoda constituio Sacrossantum Concilium, sobre a Sagrada Liturgia, houve uma significativarenovao na Liturgia da Igreja. Pois a Liturgia, pela qual, principalmente no divino Sacrifcioda Eucaristia, se exerce a obra de nossa Redeno, contribui de modo mais excelente para queos fiis exprimam em suas vidas e aos outros manifestem o mistrio de Cristo e a genunanatureza da verdadeira Igreja.38

    2. O Ano Litrgico

    O Ano Litrgico revive toda a histria da salvao, desde a criao at o fim do mundo.O Ano Litrgico a lembrana dramtica, festiva e solene de todos esses acontecimentos, umaespcie de representao sagrada em que se ver desfilar os antigos profetas, os pastores, os anjosdo Natal, os magos da Epifania, entre outros. V-se a Igreja revestida de luto na Quaresma,chorar a morte de Cristo e exultar de alegria na Ressurreio.

    Quando se celebra uma festa litrgica, esse acontecimento torna-se presente e real pelasgraas ativas e operantes que dele emanam. O Ano Litrgicoescreve Pio XII , por isso,Cristo que vive na sua Igreja para pr as almas humanas em contato com os seus mistrios efaz-las viver por eles.39

    O Ano Litrgico compreende dois ciclos fundamentais:1. Ciclo Pascal2. Ciclo do Natal

    Cada ciclo inclui:

    1. Um perodo de preparao2. Um perodo de celebrao3. Um perodo de prolongamento

    Entre os ciclos tem-se o chamado Tempo Comum. Os domingos aps a Epifania ePentecostes constituem os incios do chamado Tempo Comum, durante o qual a Ig reja vive omistrio da nova vida com o nascimento de Jesus e a vida que jorra do mistrio da Pscoa e se

    prolonga sob a atuao do Esprito Santo at o fim do Ano Litrgico que se encerra com a Festade Cristo Rei.

    2.1. Ciclo do Natal

    37. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 1069.38. CONCLIO ECUMNICO VATICANO II, Sacrosanctum concilium, n. 2.39. Apud D. Carlo FIORI,Liturgia para o povo de Deus, p. 184.

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    a) PreparaoAdvento: O Senhor vem

    O Advento permite reviver o longo tempo da humanidade escrava do pecado, da dor, damorte, espera do libertador. para o cristo a espera da vinda de Cristo, o tempo que despertao desejo de encontrar o Salvador. Recorda, finalmente, a vinda futura de Cristo em Sua glria emajestade no fim do mundo para julgar todos os homens.

    b) Celebrao: Festa de Natal e da Epifania.

    NatalJesus nasce em Belm, a Luz do Mundo. Com Cristo que nasce, celebra-se o nascimentoespiritual de cada crente.EpifaniaA Luz de Cristo atrai todos os povos, representados pelos Reis Magos.

    c) Prolongamento: Domingos depois da Epifania ou Tempo Comum

    Cristo, o Messias, agindo e pregando com autoridade divina.

    2.2. Ciclo Pascal

    Apresenta a Morte e Ressurreio do Senhor: a Pscoa. Cristo liberta a humanidade damorte, ressuscitado pelo Pai no poder do Esprito Santo.

    a) Preparao: Quaresma

    A Quaresma uma caminhada de 40 dias de preparao para a Pscoa. Reflete vriosepisdios bblicos de preparao, em jejum, orao e penitncia, para uma libertao,simbolizando a libertao definitiva por Jesus em sua morte e ressurreio. Por exemplo: os

    hebreus caminharam 40 anos no deserto at chegar Terra Prometida (cf. Ex 16, 35); Moissficou 40 dias no Monte Sinai antes de receber as Tbuas da Lei (cf. Ex 24, 18); Elias caminhou40 dias no deserto at chegar ao Monte Horeb (cf. 1Rs 19, 8); Jesus jejuou 40 dias no desertoantes de iniciar sua vida pblica (cf. Mt 4, 1-2).

    Quaresma o tempo de purificao para a celebrao da Pscoa.

    b) Celebrao: Cristo Ressuscitou!

    Cristo ressuscitou e todos ressuscitaro com Ele. Em Cristo, so vencidos o Demnio, opecado e a morte.

    Pscoa passagem:

    - a passagem do anjo sobre o Egito para dizimar os primognitos, salvando os hebreusprotegidos pelo sangue do cordeiro pascal (cf. Ex 12, 13);- a passagem do mar vermelho (cf. Ex 3, 21);- a passagem de Cristo da morte para a vida, ressuscitando (cf. Rm 6, 4);- a passagem nossa de uma vida de pecado auma vida de santidade (cf. 6, 14).

    Os cinqenta dias que transcorrem entre o domingo de Pscoa e o domingo dePentecostes so celebrados com grande alegria. principalmente nesses dias que se canta oaleluia.

    c) Prolongamento: os domingos depois da Pscoa.

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    o tempo da Igreja, cuja alma o Esprito Santo, o qual faz amadurecer nele os frutos desantidade.

    Aps o Batismo e a Crisma, os grandes sacramentos da Pscoa e de Pentecostes, celebra-se a Eucaristia na Festa de Corpo de Deus. Alimentada pela Eucaristia, a Igreja caminha sob adireo do Papa, celebrada na festa de S. Pedro e S. Paulo.

    Alm das celebraes dos grandes santos, h as celebraes marianas, entre elas a festada Assuno. A Igreja inseriu no curso do ano a memria dos mrtires e de outros santos queesto no cu.40

    3. Ofcio divino: a Liturgia das Horas

    A Liturgia das Horas a orao pblica da Igreja, pela qual so santificados as horas dodia e a totalidade das atividades humanas.41Esta celebrao, em fidelidade s recomendaesapostlicas de orar sem cessar (1 Ts 5, 17; Ef 6, 18), est constituda de tal modo que todo ocurso do dia e da noite seja consagrado pelo louvor de Deus. (...) Celebrada segundo a formaaprovada pela Igreja, a Liturgia das horas verdadeiramente a voz da prpria esposa que fala

    com o esposo, e at a orao de Cristo, com seu corpo, ao Pai.

    42

    A Liturgia das Horas desenvolveu-se pouco a pouco, at se tornar orao da Igreja, tendosido aumentada gradualmente, no decorrer dos tempos. O livro do Ofcio Divino tornou-seinstrumento adequado para ao sagrada a que se destina. Recomenda-se que os prprios leigosrecitem o Ofcio divino, ou juntamente com os presbteros, ou reunidos entre si, e at cada umindividualmente.43

    A Igreja santifica o ano inteiro mediante os ciclos de festas litrgicas, santifica a semanacom a celebrao do domingo e quer santificar as horas do dia e da noite com oraes especiaisextradas dos Salmos e da Bblia, distribudas pelo Ofcio Divino. a orao oficial e pblica daIgreja e supera em dignidade todas as outras formas, como a Via Sacra, a recitao do Rosrioetc, que so, contudo, oraes belssimas e tradicionalmente populares.

    J no Antigo Testamento eram prescritos no templo dois sacrifcios por dia, um pelamanh e outro ao pr-do-sol. Alm destes, os habitantes de Jerusalm tinham o costume de subirao templo para orar em determinadas horas do dia (cf. At 3, 1); os prprios Apstolos o faziam(cf. At 3, 1). Os primeiros cristos costumavam orar trs vezes por dia: pela manh, ao meio diae tarde.44

    Por isso o Conclio Vaticano II valorizou o costume que a Igreja conservava. No desejode renov-lo, ela procurou rever esta orao, a fim de que os ministros ordenados, osconsagrados pela profisso dos votos evanglicos e os outros membros da Igreja pudessem rez-la melhor e mais perfeitamente, nas condies da vida de hoje.45

    Cristo Cabea, unido ao Corpo Mstico, que faz subir ao Pai eterno este divino canto delouvor ao qual une a si toda a humanidade para glorificar a Deus e interceder pela salvao do

    mundo. O Ofcio Divino como um prolongamento da orao que Cristo dirigiu ao Pai em suavida terrena, um eco do solenssimo hino de louvor entoado por todas as criaturas na Ptriaceleste. Quem recita o Ofcio Divino se une a esse imenso coro de glorificao que associa anjose homens em um coro nico de oraes.

    40. Cf. D. Carlo FIORI,Liturgia para o povo de Deus, p. 182-3.41. Cf. CATECISMO da Igreja Catlica, n. 1174.42. Ibid., n. 1174.43. CONCLIO ECUMNICO VATICANO II, Sacrosanctum concilium, n. 100.44. Cf. D. Carlo FIORI,Liturgia para o povo de Deus, p. 190.45. CONCLIO ECUMNICO VATICANO II, Sacrosanctum concilium,n. 84.

    O Ofcio Divino consta principalmente de dois elementos: os Salmos e as Leituras daBblia.

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    3.1. Os salmos

    A salmodia a mais antiga e mais nobre forma de orao. Os salmos foram utilizadosamplamente pelos antigos Hebreus e pelo prprio Cristo que muitas vezes pregou com palavrasneles inspiradas (cf. Jo 6, 31-32). Na Igreja constituem o texto mais freqente e sagrado deorao, usado j pelos primeiros cristos.

    Os salmos so, ainda hoje, uma bela e riqussima forma de orao, porque permitemexprimir com as prprias palavras de Deus, todos os sentimentos para com Ele: a adorao, aglorificao, a admirao, a gratido, o temor, o perdo, a splica, a confiana, a mais vivaalegria.

    3.2. As leituras da Bblia

    A Bblia o livro sagrado da humanidade e transmite a Palavra de Deus (compreendetambm os salmos). Por isso, no Ofcio Divino, so alternadas a recitao dos salmos com

    leituras dos trechos da Bblia, em que Deus torna a falar e ensinar as suas verdades. Lem-se svezes trechos mais longos (leituras), s vezes somente breves pensamentos: mas sempre aPalavra de Deus que transmitida.

    Com as primeiras comunidades de monges e organizao da Igreja, o Ofcio Divino sedesenvolveu em duas direes:- nos mosteiros se deu grande desenvolvimento aos ofcios noturnos e diurnos: Matinas, Trcia,Sexta e Noa.- Nas Igrejas pblicas, ao contrrio, se desenvolveram as oraes da manh e da tarde: Laudes eVsperas.

    Pelo fim do sculo IV as duas tradies se fundiram e o ofcio ficou distribudo nas

    seguintes Horas:- trs Noturnos (chamados Matinas);- Laudes;- Trcia, Sexta e Noa (hora mdia);- Vsperas.

    Com base na estrutura atual, segue-se um breve resumo das vrias partes da atual Liturgiadas Horas (Brevirio):

    a) Matinas (um, dois ou trs noturnos) ou Viglia

    a grande orao monstica que os monges recitam ainda hoje alta noite ou pela

    madrugada, uma grande viglia espera da Ressurreio, simbolizada pelo nascer do sol.

    b) Laudes

    Constituem a solene orao da manh: o nascer do sol imprime orao um tom dealegria, louvor e gratido.

    c) Trcia, Sexta e Noa

    Por serem breves so chamadas Horas Menores, como as Completas.

    Trcia (09:00h): recorda a vinda do Esprito Santo em Pentecostes a essa hora.Sexta (12:00h): a orao do meio-dia, quando o sol est a pino e mais forte o calor.

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    Noa (15:00h): o sol comea a declinar, o dia de trabalho caminha para o seu trmino.

    d) Vsperas

    a solene orao da tarde que encerra o dia aberto pelas Laudes, em cuja estrutura seinspira, substituindo oBenedictus(Bendito seja) peloMagnificat(Minha alma).

    e) Completas

    Significa encerramento. Chegaram as sombras da noite: antes de repousar, o fiel dirigea Deus a ltima orao, pedindo-lhe perdo pelos pecados aps o exame de conscincia. A noitee o sono trazem ao pensamento a imagem da morte e do repouso eterno.

    desejo do Conclio que haja uma verdadeira volta aos salmos e Bblia e que estassejam as fontes da orao tambm para os leigos. A Palavra de Deus, as invocaes transmitidas

    pelos lbios das geraes hebraicas e do prprio Cristo, so a orao mais universal e mais nobre

    que todos os cristos devem assumir com gratido ao Conclio que quer ver aberto este imensotesouro a todos os filhos da Santa Igreja.46A Igreja favorece as Celebraes da Palavra de Deus compostas de salmos, leituras

    bblicas e oraes litnicas, particularmente nos tempos do Advento e Quaresma. O cantomeditado dos salmos assume ento particular importncia e valor.

    A celebrao festiva e comunitria de alguma Hora mais importante, como as Vsperasdominicais, vivamente recomendada aos domingos, dias de festa e solenidades.

    O cristo dos dias atuais sente a necessidade de voltar s grandes fontes milenares daorao para sua maior unio com Cristo e a Igreja.

    4. O Tero

    Apesar de no ser uma orao oficial da Igreja, o Tero se tornou uma devoo quaseuniversal. A Renovao Carismtica tem particular devoo por sua recitao. A orao doTero teve incio no sculo XIII. Ela introduz o orante nos acontecimentos bblicosfundamentais, a comear pelo Pai-Nosso. A orao da Ave Maria inspirada no Evangelhoescrito por Lucas (cf. Lc 1, 28-45).

    O Tero conduz o fiel ao Evangelho, colocando-o ao lado de Jesus, o centro da oraocrist. E, medida que se torna mais ntimo de Cristo, ele cresce na f e no amor. Maria saudada pelos homens e pelos anjos, e guarda a Igreja at o dia em que aparecer vestida de sol,com a lua debaixo dos ps, coroada de estrelas (Ap 12, 1).

    Rezar o Tero, anunciando os mistrios de Cristo, passar em orao pelos fatos da

    histria da salvao. Na verdade, o Tero um eficiente recurso para manter vivo na memria,na imaginao, na inteligncia, no corao, na alma, tudo quanto o Esprito Santo inspirou aosevangelistas e quer continuar inspirando ao mundo por intermdio dos cristos. umaoportunidade de memorizar rezando o Evangelho, para mais facilmente viv-lo e testemunh-lo.

    O Rosrio consiste na orao e meditao de 15 diferentes cenas da Sagrada Escritura,isto , trs teros meditados. O Rosrio , para muitos, um grande auxlio na orao. Ele pode serrecitado lentamente, enquanto o orante medita sobre os mistrios de sua f. Isso ajuda nacaminhada espiritual, principalmente nos momentos de aridez.

    4.1. Mistrios a serem meditados: os 15 Mistrios do Rosrio

    46. Cf. D. Carlo FIORI,Liturgia para o povo de Deus, p. 194.

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    4.1.1. Os Mistrios gozosos da vida de Jesus e de Maria

    a) Anunciao

    O Anjo Gabriel foi enviado por Deus Virgem Maria para anunciar que ela conceberia edaria luz o Filho de Deus feito homem (cf. Lc 1, 26-38).

    b) Visitao

    Maria, levando Jesus em seu seio, apressa-se em ajudar sua prima Isabel que, em suaidade avanada, est grvida (cf. Lc 1, 39-55).

    c) Nascimento de Jesus

    Deus Filho nasceu de Maria, como um beb, num estbulo (cf. Lc 2, 1-20).

    d) Jesus apresentado ao templo

    Maria e Jos oferecem Jesus no Templo, conforme as disposies da lei. Mas, narealidade, Deus entra em seu Templo na realizao de todas as Escrituras (cf. Lc 2, 21-39; Lv 12,6-8; Ex 13, 2-12).

    e) Encontrando o menino Jesus no templo

    Maria e Jos perderam por trs dias seu Filho de doze anos. Ao encontra-lo, Jesusexplicou que estava fazendo o que seu Pai queria que Ele fizesse. Maria meditava isto em seu

    corao (cf. Lc 2, 40-52).

    4.1.2. Os Mistrios dolorosos na vida de Jesus

    a) A agonia no jardim

    Deus pediu a seu amado Filho Jesus que tomasse sobre si os pecados dos homens. Jesussuou sangue em sua agonia para cumprir esse desejo do Pai, para obedecer. Aquele que noconheceu o pecado, Deus o fez pecado por ns, para que nele nos tornssemos justia de Deus(2 Cor 5, 21).

    b) Jesus flagelado

    Jesus, trado por seu amigo, foi capturado, julgado na palavra de falsas testemunhas eflagelado. Por suas chagas fomos curados (1 Pd 2, 24). Se algum perguntar: que ferimentosso estes em tuas mos? Ele responder: so ferimentos que recebi na casa de meus amigos.(Zc 13, 6).

    c) Jesus coroado de espinhos

    Os lderes judeus entregaram Jesus ao exrcito de ocupao romana. Eles caoaram desserei (Jo 19, 2-4). Ele, ultrajado, no retribua idntico ultraje; maltratado, no proferiaameaas, mas entregava-se quele que julgava com justia (1 Pd 2, 23).

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    d) Jesus carrega sua cruz

    Como um criminoso condenado morte, Jesus carrega sua Cruz para o lugar deexecuo. Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou nossos sofrimentos(Is 53, 4).

    e) Jesus morre na cruz

    Jesus disse: Ningum tem maior amor do que aquele que d a sua vida por seusamigos... Vs sois meus amigos (Jo 15, 13). E quando eu for levantado da terra, atrairei todosos homens a mim (Jo 12, 32).

    4.1.3. Os Mistrios gloriosos na vida de Jesus e de Maria

    a) Jesus ressuscita dos mortos (cf. Jo 20, 1-31)

    Cristo ressurgiu dos mortos pela glria do Pai, (para que) assim tambm ns vivamosuma vida nova (Rm 6, 4). Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhes da morte, porque noera possvel que ela o retivesse em seu poder (At 2, 24).

    b) Jesus ascende aos cus (cf. At 1, 9-11)

    ...Foi levado ao cu e est sentado direita de Deus (Mc 16, 19). ...Juntamente comEle nos ressuscitou e nos fez assentar nos cus, em Cristo Jesus (Ef 2, 6). Pai, quero que ondeeu esteja estejam comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glria (Jo 17, 24).

    c) O Esprito Santo desce sobre os apstolos (At 2, 1-4)

    Os Apstolos esperaram em orao pela promessa: E eu vos mandarei o prometido demeu Pai; entretanto, permanecei na cidade at que sejais revestidos da fora do alto (Lc 24, 49).E recebereis o dom do Esprito Santo. Pois a promessa para vs e para vossos filhos (At 2,38-39). Ficaram todos cheios do Esprito Santo (At 2, 4).

    d) A assuno da Santssima Virgem Maria ao cu

    Como Jesus, Maria passou pela morte. Depois, foi levada, em corpo e alma, ao cu.Nesse mistrio, contempla-se a sua entrada na glria de Deus.

    e) Maria coroada Rainha do Cu e da Terra

    Apareceu em seguida um grande sinal no cu: uma mulher vestida de sol, a lua debaixodos seus ps, e na cabea uma coroa de doze estrelas (Ap 12, 1). E Maria disse: (...) porquerealizou em mim maravilhas aquele que poderoso e cujo Nome Santo (Lc 1, 46.49).

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    RESUMO

    1) Liturgia

    Liturgia significa obra pblica o povo de Deus toma parte na obra de Deus

    2) Ano litrgico

    Revive toda a histria da Salvao, compreende dois ciclos fundamentais1- Ciclo Pascal2- Ciclo do Natal

    Cada Ciclo conclui:

    1- um perodo de preparao2- um perodo de celebrao3- um perodo de prolongamento

    Entre os Ciclos tem-se o chamado Tempo Comum.

    2.1- Ciclo do Natala) PreparaoAdvento-O Senhor Vem

    b) CelebraoFesta de Natal e Epifania-Jesus nasce em Belm e a Luz de Cristo atrai todos ospovos manifestao

    c) ProlongamentoDomingos depois da EpifaniaCristo agindo e pregando com autoridade divina

    2.2- Ciclo Pascala) PreparaoQuaresma - tempo de purificao para a celebrao da Pscoa (40 dias)

    b) CelebraoCristo Ressuscitou - PscoaPscoa = Passagem

    - a passagem do anjo sobre o Egito, salvando os hebreus protegidos pelo sangue doCordeiro (Ex 12,13)

    - a passagem do mar Vermelho (Ex 3,21)- a passagem de Cristo da morte para a vida, ressuscitando (Rm 6,4)- a passagem nossa vida de pecado a uma vida de santificao

    c) Prolongamentoos domingos depois da Pscoa o tempo da Igreja, cuja alma o Esprito Santo. O qual faz amadurecer nele os frutos

    de santidade, alm da celebrao dos grandes Santos, h as celebraes marianas.

    3) Oficio divino: a Liturgia das Horas- a orao pblica da Igreja pela qual so santificadas as horas do dia- desenvolvem-se pouco a pouco, at se tornar orao da Igreja

    O ofcio divino como um prolongamento da orao que Cristo dirigiu ao Pai, constaprincipalmente de dois elementos: os Salmos e as Leituras da Bblia.

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    Com base na estrutura atual temos:

    a) Matinasna madrugadab) Laudespela manhc) Trcia, Sexta, Noa(9h - meio-dia - 15h)d) Vsperas tardee) Completas noite

    4) O Tero

    - Teve incio no Sc XIII, conduz o fiel ao Evangelho, colocando-o ao lado de Jesus, o centroda orao crist

    - Rezar o Tero, anunciando os mistrios de Cristo, passar em orao pelos fatos da histriada Salvao

    O rosrio consiste na orao e na meditao de 15 diferentes cenas da Sagrada Escritura

    4.1- M istrios a serem desenvol vidos:

    4.1.1- M istrios Gozososda vida de Jesus e de Mariaa) AnunciaoLc 1,26-38

    b) VisitaoLc 1, 39-55c) Nascimento de JesusLc 2,1-20d) Apresentao de Jesus no TemploLc 2,21-39e) Jesus no TemploLc 2,40-52

    4.1.2- M istrios Dolorososda vida de Jesus

    a) Agonia no jardim2 Cor 5,21b) Jesus flagelado1 Pd 2,24c) Jesus coroado de espinhosJo 19,2-4d) Jesus carrega sua CruzIs 53,4e) Jesus morre na CruzJo 12,32

    4.1.3- M istrios Glor iososna vida de Jesus e de Mariaa) Jesus ressuscita dos mortosJo 20,1-31

    b) Jesus ascende aos CusMc 16,19c) O Esprito Santo desce sobre os apstolosAt 2,1-4d) A Assuno da Santssima Virgem Maria ao Cu

    e) Maria coroada Rainha do Cu e da TerraAp 12,1

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    BIBLIOGRAFIA1. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS - ABTN. Informao edocumentao- refernciaselaborao (NBR 6023/2000). Rio de Janeiro: ABNT, 2000.

    2. BALLANO, Mariano. Lectio divina. In. CASAS, Joan Canals, RODRGUEZ, AngelAparcio (Dirs).Dicionrio teolgico da v