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  • 5/24/2018 Apostila Agente F sico_Frio

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    AGENTES FSICOS - FRIO

    Profa.Eliane Maria Gorga Lago, M.Sc. / Profa. Suely Bianchi, Esp.

    1

    CENTRO UNIVERSITRIO MAURICIO DE NASSAUPs-Graduao em Engenharia de Segurana do TrabalhoDISCIPLINA: AGENTES FSICOSTEMPERATURAS EXTREMAS - FRIO

    PROFa.: ELIANE MARIA GORGA LAGO, M.Sc.

    AVALIAO DO AGENTE FSICO - FRIO

    1. Legislao

    A legislao brasileira, atravs do anexo 9 da NR-15, da Portaria 3214 doMinistrio do Trabalho no d parmetros quantitativos, mas to somentequalitativos, para a exposio ao frio, nos ambientes de trabalho.

    Diz o anexo 9:

    FRIO - As atividades ou operaes executadas no interior de cmarasfrigorficas ou em locais que apresentam condies similares, queexponham os trabalhadores ao frio, sem a proteo adequada, seroconsideradas insalubres em decorrncia de laudo de inspeo realizada nolocal de trabalho.

    2. Extrado do Manual da ACGIH

    2.1 - O que ACGIH

    A American Conference of Governmental Industrial Hygienists uma instituiono governamental, privada, sem fins lucrativos, cujos membros so higienistasindustriais, e outros profissionais de sade e segurana dedicados a promover asade e a segurana dentro do local de trabalho.A ACGIH uma associaocientfica, ele no estabelece padres, copilam dados cientficos publicados,porpe guias de orientao, conhecidos como TLV (Threshold Limit Values Valores limites de tolerncia).

    2.2 - Estresse por Frio (Hipotermia)

    Os limites para exposio ao frio so propostos para proteger os trabalhadoresdos efeitos mais graves da sobrecarga por frio (hipotermia), bem como dos danos sade ocasionados pelo frio sob os quais se acredita que a maioria dostrabalhadores possa estar repetidamente exposta sem sofrer efeitos adversos sua sade. O objetivo do TLV impedir que a temperatura interna do corpo caiaabaixo dos 36 C e prevenir leses pelo frio nas extremidades do corpo.

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    A temperatura interna a temperatura do ncleo do corpo determinada pormtodos convencionais de medio de temperatura retal.

    Para uma exposio nica e ocasional a um ambiente frio, permitido que atemperatura interna do corpo chegue at 35 C. Alm de fornecer condies paraa proteo total do corpo, tambm objetivo dos limites de exposio proteger deleses por frio todas as partes do corpo, em especial, as mos, os ps e a cabea.

    2.3 - Introduo

    A Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) estabelece o seguinte:

    Artigo 253 Para os empregados que trabalham no interior das cmaras

    frigorficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normalpara o frio e vice-versa depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos detrabalho contnuo, ser assegurado um perodo de 20 (vinte) minutos de repiso,computado esse intervalo como de trabalho efetivo.

    Pargrafo nicoConsidera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigoo que for inferior, nas primeiras, segunda e terceira zonas climticas do mapaoficial do MInistrio do Trabalho e Emprego, a 15oC (quinze graus), na quartazona a 12oC (doze graus), e nas quinta, sexta e stima zonas a 10 oC (dez graus).

    CLIMA QEUNTE SUBQUENTE

    MESOT RMICO BRANDO EMESOTRMICO MEDIANO

    ZONAS 1a 2a 3a 4a 5a 6a 7a

    AMBIETEARTIFICIALMENTE

    FRIO< 150 C < 120 C < 100C

    Tabela de Limites e TemperaturaFrioCLT ART. 253

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    Zonas climticas do Brasil. Fonte: IBGE (2006)

    Dentre os trabalhadores, exposies fatais por frio tm sido, na maioria das vezes,resultado de uma exposio acidental, envolvendo dificuldades para evadir-se dolocal com baixas temperaturas de ar ambiente, ou por imerso em gua com baixa

    temperatura. O nico aspecto mais importante das baixas temperaturas, queconstitui uma ameaa vida, a queda da temperatura do ncleo do corpo. Ossintomas clnicos apresentados pelas vtimas de hipotermia so apresentados naTabela 1. Os trabalhadores devem estar protegidos da exposio ao frio de formaa evitar que a temperatura do ncleo do corpo caia abaixo de 36 C; temperaturasdo corpo inferiores a esta podero resultar em:

    - Reduo da atividade mental;- Reduo da capacidade de tomar decises racionais;- Perda da conscincia com risco de conseqncias fatais.

    Dores nas extremidades do corpo podem ser os primeiros sintomas ou aviso deperigo para a sobrecarga por frio. Durante a exposio ao frio, o tremor (calafrios)mais grave desenvolvido quando a temperatura do corpo cai abaixodos 35C.Este deve ser considerado como um aviso de perigo para os trabalhadores, e aexposio ao frio deve ser interrompida imediatamente sempre que ostrabalhadores apresentarem o sintoma de tremor (calafrio) forte.

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    Uma vez que a exposio prolongada ao ar frio ou a imerso prolongada em guafria, a temperaturas bem acima do ponto de congelamento, pode levar hipotermia perigosa, deve ser garantida a proteo do corpo inteiro.

    1. Sempre que os trabalhadores realizem seus trabalhos expostos a temperaturasinferiores a 4 C, deve ser fornecida aos trabalhadores roupa isolante seca, paramanter a temperatura do ncleo do corpo acima de 36 C. A taxa de resfriamentodo vento e de refrigerao do ar so fatores crticos. A taxa de resfriamento do ar definida como a perda de calor do corpo, expressa em watts por metroquadrado, e uma funo da temperatura do ar e da velocidade do vento sobre ocorpo exposto. Quanto maior for velocidade do ar e quanto mais baixa for atemperatura da rea de trabalho, maior deve ser o valor de isolamento da roupanecessria. A tabela 2 apresenta um quadro de temperaturas equivalentes deresfriamento, em funo da temperatura de bulbo seco do ar e da velocidade doar. A temperatura equivalente deve ser utilizada para estimar o efeito combinado

    de refrigerao do vento e a exposio da pele a baixas temperaturas, ou paradeterminar os requisitos de isolamento da roupa para manter a temperatura doncleo do corpo.

    2. A menos que ocorram situaes excepcionais ou atenuantes, no provvel oaparecimento de leses por frio em outras partes do corpo, que no as mos, pse cabea, sem o aparecimento de sintomas iniciais de hipotermia. Trabalhadoresidosos ou com problemas circulatrios exigem precaues adicionais de proteocontra o frio. O uso de roupa com isolamento extra e/ou uma reduo do perodode exposio esto entre as precaues especiais que devem ser consideradas.

    As aes preventivas a serem adotadas dependero da condio fsica do

    trabalhador e deveriam ser determinadas com orientao de um mdico comconhecimento dos fatores estressantes do frio e do estado clnico do trabalhador.

    TABELA 1.Sintomas Clnicos Progressivos de Hipotermia *Temperatura Interna - C Sinais Clnicos

    37,637363534333231

    30292827

    2625242221

    Temperatura retal normalTemperatura oral normaTaxa metablica aumenta para compensar as perdas por calorTremor (Calafrio) mximoVtima consciente e com resposta, com presso arterial normalTemperatura severa abaixo desta temperaturaConscincia diminuda; dificuldade de tomar a presso sangunea; dilatada pupila, mas ainda reagindo luz, cessa o calafrio.

    Perda progressiva da conscincia; aumento da rigidez muscular; pulso presso arterial difceis de determinar; reduo da frequncia respiratria.Possvel fibrilao ventricular, com irritabilidade do miocrdio.Parada do movimento voluntrio; as pupilas no reagem luz; ausncia dreflexos profundos e superficiais.Vtima raramente consciente.Fibrilao ventricular pode ocorrer espontaneamente.Edema pulmonarRisco mximo de fibrilao ventricular

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    Parada cardacaVtima de hipotermia acidental mais baixa de recuperarEletroencefalograma isoeltrico.Vtima de hipotermia por resfriamento artificial mais baixa de recuperar.

    *Situaes relacionadas de forma aproximada com a temperatura interna do ncleo do corpo. Reproduo darevista de janeiro de 1982, American Family Physicianpublicada pela American Academy of Physicians.

    2.4 - Avaliao e Controle

    No deve ser permitida a exposio da pele exposta, quando a temperatura do are a velocidade do ar resultem em uma temperatura equivalente de 32 C.

    O congelamento dos tecidos superficiais ou profundos s ocorrer temperaturaabaixo de1C, independentemente da velocidade do ar.

    A temperatura de 2 C ou menos, importante que se permita, aos trabalhadoresque tenham suas roupas molhadas, trocar as mesmas de imediato e que se faa otratamento de hipotermia.Na Tabela 3, so apresentados os limites de exposio recomendados (TLVs)para trabalhadores adequadamente vestidos para os perodos de trabalho atemperaturas abaixo do ponto de congelamento.

    necessrio proteger as mos a fim de se manter a destreza manual e, assim,evitar acidentes:

    1. Para trabalhos de preciso com as mos descobertas por mais de 10 a 20minutos em um ambiente com temperatura abaixo de 16 C, devem ser adotadasmedidas especiais para manter as mos do trabalhador aquecidas. Para istopodero ser usados jatos de ar quente, aquecedores radiantes (eltricos ou porcombusto), ou placas de contato aquecidas. A temperaturas inferiores a 1 C,as partes metlicas da ferramenta e as barras de controle devem ser cobertascom material isolante trmico.

    2. Os trabalhadores devem usar luvas, sempre que a temperatura do ar cairabaixo de 16 C, para trabalho sedentrio; 4 C, para trabalho leve; -7 C, paratrabalho moderado, se no for necessrio uma destreza manual.

    Para evitar um congelamento de contato, os trabalhadores devem usar luvasanticontato:

    1. Quando esto ao alcance das mos superfcies frias a temperaturas inferiores a7 C, o trabalhador deve ser avisado para evitar qualquer contato acidental dapele com estas superfcies.

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    2. Se a temperatura do ar for 17 C, ou menos, as mos devem estar protegidaspor luvas mitene. O controle das mquinas e ferramentas para uso nestascondies deve estar projetado para permitir sua manipulao sem necessidadede remover as luvas mitene.

    Quando se trabalha em ambientes com temperatura de 4 C ou inferior, deve serfornecida proteo adicional para o corpo inteiro. Os trabalhadores devem usarroupa protetora adequada para o nvel de frio e atividade fsica exercida:

    1.Se a velocidade do ar no local de trabalho aumentada por vento, corrente dear, ou equipamentos de ventilao artificial, o efeito de resfriamento do vento deveser reduzido pela colocao de anteparos na rea de trabalho, ou por utilizao de

    roupa corta-vento, facilmente removvel.

    2. Se o trabalho a ser realizado apenas leve, e a roupa do trabalhador pode sermolhada no local de trabalho, a parte externa da roupa em uso pode ser do tipoimpermevel gua. Se o trabalho for mais severo, a parte externa da roupa

    deveria ser repelente gua, devendo ser trocada sempre que se molhe. A parteexterna da vestimenta deve permitir fcil ventilao de forma a prevenir aumidificao das camadas internas da roupa pela sudorese. Quando o trabalho realizado alternadamente em ambientes frios e ambientes com temperaturasnormais ou em ambientes quentes, antes de entrar na rea fria o trabalhador deve

    se certificar de que a sua roupa no esteja molhada em decorrncia do suor. Se avestimenta estiver molhada ou mida, o trabalhador dever troc-la por roupaseca, antes de entrar na rea fria. Os trabalhadores devem trocar, a intervalosregulares durante o dia, as meias e quaisquer outras palmilhas removveis ou usarbotas impermeveis que evitem a absoro da umidade. A frequncia ideal detroca deve ser determinada empiricamente, e poder variar de acordo com ascaractersticas individuais, com o tipo de sapato usado e a quantidade de suor dosps, que varia de indivduo para indivduo.

    3. Se no possvel proteger suficientemente as reas expostas do corpo, deforma a prevenir a sensao de frio excessivo ou enregelamento, devem ser

    fornecidos artigos de proteo que auxiliem no aquecimento.4. Se as roupas disponveis no fornecem adequada proteo para prevenir ahipotermia ou o enregelamento, o trabalho deve ser modificado ou suspenso atque as roupas adequadas estejam disponveis ou at que haja melhoria nascondies climticas.

    5. Os trabalhadores que manuseiam lquidos volteis (gasolina, lcool ou fluidosde limpeza) as temperaturas do ar inferiores a 4 C devem tomar cuidados

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    especiais para evitar molhar as roupas ou luvas com estes lquidos, por causa deum risco adicional de danos devido ao frio em funo do resfriamento porevaporao. Deve ser tomado cuidado especial para os efeitos particularmenteagudos dos respingos de fluidos criognicos ou daqueles lquidos que tenham

    ponto de ebulio pouco acima da temperatura ambiente.

    TABELA 2Poder de resfriamento do vento sobre o corpo exposto, expresso comoTemperatura Equivalente (em condies de calma) *

    Leitura da Temperatura Real ( C )Velocidade estimada

    do vento(Km/h)

    10 4 -1 -7 -12 -18 -23 -29 -34 -40 -46 -51TEMPERATURA EQUIVALENTE DE RESFRIAMENTO

    Em calma8

    16243240485664

    109420-1-2-3-3

    43-2-6-8-9-11-12-12

    -1-3-9

    -13-16-18-19-20-21

    -7-9-16-21-23-26-28-29-29

    -12-14-23-28-32-34-36-37-38

    -18-21-31-36-39-42-44-46-47

    -23-26-36-43-47-51-53-55-56

    -29-32-43-50-55-59-61-63-65

    -34-38-50-58-63-67-70-72-73

    -40-44-57-65-71-76-78-81-82

    -46-49-64-73-79-83-87-89-91

    -51-56-71-80-85-92-96-98-10

    ( Velocidades do ventomaiores que 64 Km/htem pequeno efeito

    adicional)

    POUCO PERIGOSOEm < horas com a peleseca. Perigo mximo de

    falsa sensao desegurana

    POUCOCRESCENTE

    Perigo de que ocorpo exposto secongele em um

    minuto

    MUITO PERIGOSOO corpo pode congelar em 30

    segundos

    Em qualquer ponto deste baco pode ocorrer o p de trincheira e o p de imerso* Desenvolvido pelo U.S. Army Research Institute of Environmental Medicine, Natick, MA. Temperatura equivalente de resfriamento que requer roupa seca para manter a temperatura do corpo acimado 36 C, para TLV de exposio ao frio.

    2.5 - Regime de trabalhoAquecimento

    Se o trabalho executado continuamente em local frio com TemperaturaEquivalente de Resfriamento (TER) de7 C ou abaixo, devem estar disponveisabrigos aquecidos para aquecimento (barracas, cabinas, salas de descanso etc.)nas proximidades do local frio. Os trabalhadores devem ser orientados a usar

    estes abrigos a intervalos regulares, com freqncia varivel em funo daseveridade da exposio ambiental. O comeo de forte calafrio, congelamento empequeno grau (queimadura por frio), a sensao de fadiga excessiva, sonolncia,irritabilidade ou euforia so indicaes para retorno imediato ao abrigo. Ao entrarno abrigo, deve ser removida a camada externa da roupa, afrouxando o resto damesma, para permitir a evaporao do suor, ou deve ser fornecida outra roupa detrabalho seca. Sempre que necessrio, dever ser fornecida roupa de trabalhoseca para evitar que os trabalhos retornem ao trabalho com roupa mida.

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    Desidratao ou perda de fluidos do corpo ocorrem insidiosamente nos ambientesfrios e podem aumentar a susceptibilidade do trabalhador a danos sade porfrio, devido a uma alterao significativa no fluxo sanguneo nas extremidades.Sopas e bebidas doces e quentes devem ser fornecidas nos locais de trabalho

    para proporcionar ingesto calrica e volume de fluido. A ingesto de caf deveser limitada devido aos seus efeitos diurticos e circulatrios.

    Para a prtica de trabalhos a temperaturas de 12 C ou inferiores deTemperatura Equivalente de Resfriamento (TER), deve ser aplicado o seguinte:

    1. O trabalhador deve estar sob constante observao para efeito de proteo(superviso ou sistema de duplas de trabalho).

    2. A carga de trabalho no deve ser to alta de forma a causar intensa sudoresesevera que possa resultar em umedecimento da roupa; caso deva ser realizadotrabalho pesado, devem ser adotados perodos de descanso em abrigosaquecidos, possibilitando a oportunidade de troca de roupa por vestimenta seca.

    3. Para empregados novos no deve ser exigido o trabalho em tempo integral nofrio durante os primeiros dias de trabalho, at que eles estejam acostumados comas condies de trabalho e as vestimentas de proteo requeridas.

    4. O peso e o volume das vestimentas devem ser includos na estimativa daperformance de trabalho requerida e na carga a ser carregada pelo trabalhador.

    5. O trabalho deve ser planejado de forma a minimizar os longos perodos derepouso, sentado ou em p. No devem ser utilizados assentos de cadeirasmetlicas desprotegidos. O trabalhador deve estar protegido das correntes tantoquanto possvel.

    6. Os trabalhadores devem ser treinados nos procedimentos de segurana esade. Os programas de treinamento deveriam incluir, no mnimo, instrues em:

    a) Procedimentos adequados de reaquecimento e tratamento de primeirossocorros.

    b) Uso adequado das vestimentasc) Hbitos adequados de alimentao e ingesto de lquidos.d) Reconhecimento de iminente enregelamento.e) Reconhecimento de sinais e sintomas de hipotermia iminente ou resfriamento

    excessivo do corpo mesmo quando ainda no ocorreu calafrio.f) Prticas de trabalho seguro.

    2.6 - Recomendaes especiais para o local de trabalho

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    Os requisitos especiais de projeto para salas refrigeradas incluem o seguinte:

    1. Em salas refrigeradas, a velocidade do ar deveria ser minimizada tanto quanto

    possvel, e no deveria exceder 1 metro / segundo no local de trabalho. Isto podeser conseguido por projeto adequado de sistemas de distribuio de ar.

    2. Roupas especiais de proteo contra o vento devem ser fornecidas em funoda velocidade do ar a que os trabalhadores esto expostos.

    Cuidados especiais devem ser adotados quando se trabalha com substnciastxicas e quando os trabalhadores esto expostos vibrao. A exposio ao friopode exigir uma reduo dos limites de exposio (TLVs).

    necessrio o monitoramento do local de trabalho, como segue:

    1. Todo local de trabalho com temperatura ambiente inferior a 16 C dever disporde termmetro adequado, de forma a permitir o total cumprimento do estabelecidonos TLVs.

    2. Sempre que a temperatura do ar no local de trabalho cair abaixo de -1 C, atemperatura de bulbo seco deveria ser medida e registrada no mnimo a cada 4horas.

    3. Em locais de trabalhos internos, a velocidade do vento tambm deve serregistrada no mnimo a cada 4 horas, sempre que a velocidade do ar exceder 2

    metros por segundo.4. Em situaes de trabalho externo, a velocidade do vento deve ser medida eregistrada juntamente com a temperatura do ar, quando a temperatura do ar forinferior a1 C.

    5.Em todas as situaes em que seja necessria a medio da movimentao doar, deveria ser obtida, pela Tabela 2, a Temperatura Equivalente de Resfriamento(TER), registrando-a com os outros dados, sempre que a temperatura deresfriamento for inferior a7 C.

    Os empregados que estejam doentes ou estejam tomando medicao que possainterferir na regulao da temperatura do ncleo do corpo ou reduzir a tolernciaao trabalho em ambientes frios, devem ser excludos dotrabalho exposto ao frio atemperaturas de1 C ou inferiores. Os trabalhadores que esto rotineiramenteexpostos a temperaturas abaixo de 24 C, com velocidades do vento menoresque 8 Km / h ou a temperaturas abaixo de 18 C, com velocidades do ventomaiores que 8 Km / h, deveriam Ter certificao mdica que os declarasse aptospara tais exposies.

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    Trauma ocorrido em condies de congelamento ou abaixo de zero requerateno especial, porque o trabalhador afetado est predisposto a sofrer danos

    por exposio ao frio. Alm do tratamento de primeiros socorros, deveriam seradotadas medidas especiais para prevenir a hipotermia e o congelamento dostecidos lesados.

    TABELA 3Limites de exposio para regime de trabalho / aquecimento para jornadas de 4horas*

    Temperaturado ar cu

    ensolarado

    Sem ventoaprecivel

    Vento de 8 Km/h Vento de 16 Km/h Vento de 24 Km /h Vento de 32Km/h

    C (aprox.) Perodomx. detrabalho

    N depausas

    Perodomx. detrabalho

    N depausas

    Perodomx. detrabalho

    N depausas

    Perodomx. detrabalho

    N depausas

    Perodomx. detrabalho

    N depausa

    s-26 a-28

    -29 a31

    -32 a34

    -35 a37

    -38 a39

    -40 a42

    < - 43

    (pausas normais) 1

    (pausas normais) 1

    75 min 2

    55 min 3

    40 min 4

    30 min 5

    Para trabalhos noemergenciais

    (pausas normais) 1

    75 min 2

    55 min 3

    40 min 4

    30 min 5

    Para trabalhos noemergenciais

    75 min 2

    55 min 3

    40 min 4

    30 min 5

    Para trabalhos noemergenciais

    55 min 3

    40 min 4

    30 min 5

    Para trabalhos noemergenciais

    40 min 4

    30 min 5

    Para trabalhosno

    emergenciais

    Adaptada da Occupational Health & Safety Division, Saskatchewan Departman of Labour .

    Notas da Tabela 3:

    - O regime de trabalho-aquecimento se aplica a qualquer perodo de 4horas detrabalho, com uma atividade de moderada a pesada, como perodos deaquecimento de 10 minutos em local quente e com uma pausa longa em localquente (por exemplo, almoo) no final do perodo de 4 horas. Para trabalho leve amoderado (movimentao fsica limitada): aplicar o regime de um nvel inferior.

    Por exemplo, a -35C, com vento no significativo (nvel 4), um trabalhador querealiza um trabalho com pouca movimentao fsica deveria ter um perodomximo de trabalho de 40 minutos com 4 pausas em um perodo de 4 horas (nvel5).

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    - Quando no se dispes de informao precisa sobre a velocidade do vento,sugere-se o que segue para estimas esta velocidade: 8 km/h: movimento de umabandeira leve; 16 km/h : bandeira leve totalmente estendida; 24 km/h: levanta uma

    folha de jornal; 32 km/h: soprando e arrastando neve.

    - Se apenas a taxa de resfriamento do vento estiver disponvel, podera seraplicada uma regra emprica aproximadamente, em v dos fatores de temperaturae velocidade do vento, conforme segue:1) pausas especiais de aquecimento devem ser iniciadas sempre que a taxa deresfriamento do vento estiver em torno de 1750W/m2;2) Todos os trabalhos no emergenciais devem ser interrompidos antes de a taxade resfriamento alcanar 2.250W/m2, ou quando alcanar este valor.

    Em geral, os regimes de aquecimento fornecidos subcompensam ligeiramente o

    vento a temperaturas mais quentes, pressupondo aclimatizao e roupasapropriadas para trabalho em inverno. Por outro lado, a tabela sobrecompensaligeiramente para as temperaturas reais nas faixas mais frias, porque o ventoraramente prevalece a temperaturas extremamente baixas.

    - Os TLVs se aplicam somente para trabalhadores usando roupas secas.

    2.7 - Reaes do organismo diante do frio

    O organismo humano reage, atravs de mecanismo e controle internos svariaes da temperatura do ar ambiente, para manter constante a temperaturainterna do corpo em torno de 36 C. Vrios fatores interferem para o confortotrmico ou sua ausncia, podendo at mesmo provocar doenas (doenas docalor), quando chegam a valores superiores de sobrecarga trmica ou a valoresinferiores. Os estudos foram desenvolvidos para os casos de sobrecarga trmica ea Legislao Brasileira tem parmetros para a determinao dos limites detolerncia, a partir dos quais podem os ambientes ser considerado insalubres.Pesam os fatores: temperatura do ar, velocidade do ar, umidade relativa do ar,radiao trmica (radiao infravermelha) e o metabolismo (gasto calrico poratividade desenvolvida).

    O ndice adotado pela NR-15, para a sobrecarga trmica o IBUTG (ndice debulbo mido termmetro de globo) que pode ser medido.

    J para o frio existem poucos estudos sobre os efeitos sade, pela exposiodurante muitos anos. Possveis efeitos so a doena pulmonar, a artrite e oaumento de infeces por vrus. Mas at o presente no existe prova cientficadesses efeitos.

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    Para o frio no existem parmetros legais para a determinao da insalubridade,ficando sua determinao subjetividade do perito.

    A condio mais importante para a caracterizao ou no de insalubridade aanlise da proteo que a empresa adota para o controle individual dosempregados diante do frio, atravs de roupas protetoras.

    2.8 - Recomendaes

    Orientao / treinamento dos empregados para o uso das roupas de proteo, nostrabalhos dentro das cmaras.

    Colocao destas roupas mais prximo do trabalho dos mesmos, facilitandoassim, a utilizao dessas.

    2.9 - Bibliografia

    ACGIH, 2003 TLVs e BELs, Limites de Exposio (TLVs) para SubstnciasQumicas e Agentes Fsicos e ndices Biolgicos de Exposio (BELs)AmericanConference of Governmental Industrial Hygienists Traduo autorizada para oportugus feita pela Associao Brasileira de Higienistas OcupacionaisABHO.

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