apostila de armazenagem e revelaÇÃo

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ARMAZENAGEM E MANUSEIO DO FILME Antes de saber quais os cuidados com os filmes, devemos conhecer os tamanhos que encontramos no dia-a-dia nos setores de radiologia. Abaixo seguem os tamanhos em centímetros: 13x18 18x24 24x30 30x40 15x40 35x35 35x43 São raros os lugares que dispõem de filmes diferentes como, por exemplo, o 35x91 que são pouco utilizados. ARMAZENAGEM A maioria dos filmes de raios-x são colocados em um envoltório à prova de umidade, hermeticamente fechado, e empacotado em uma caixa de papelão. Os pacotes fechados de filme são afetados pelo calor. O ideal é armazenar filmes virgens em uma área devidamente protegida contra a penetração de radiação a uma temperatura de 10° a 21° C, e os pacotes abertos a uma umidade relativa de 30% a 50%. Não armazene filmes perto de fontes de calor como o radiador e tubo de calefação de gases, tais como: vapores de formalina, ácido hidrossulfúrico, água oxigenada ou amônia; podem infiltrar o ar e velar o filme; ou pode ser atingido pela radiação velada de equipamentos de raios-x ou materiais radioativos. O filme está constantemente sendo exposto à radiação natural do ambiente. Desta forma, os estoques de filmes devem ser usados de maneira que os filmes mais antigos sejam usados em primeiro lugar, e que as quantidades sejam suficientes para permitir um rápido movimento de maneira a garantir o prazo de vencimento do filme. Será mais fácil verificar a idade do filme se cada pacote for armazenado Prof. Wagner H. Gazeta 1

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Page 1: APOSTILA DE ARMAZENAGEM E REVELAÇÃO

ARMAZENAGEM E MANUSEIO DO FILME

Antes de saber quais os cuidados com os filmes, devemos conhecer os tamanhos que encontramos no dia-a-dia nos setores de radiologia. Abaixo seguem os tamanhos em centímetros:

13x18 18x24 24x30 30x40 15x40 35x35 35x43

São raros os lugares que dispõem de filmes diferentes como, por exemplo, o 35x91 que são pouco utilizados. ARMAZENAGEM

A maioria dos filmes de raios-x são colocados em um envoltório à prova de umidade, hermeticamente fechado, e empacotado em uma caixa de papelão. Os pacotes fechados de filme são afetados pelo calor. O ideal é armazenar filmes virgens em uma área devidamente protegida contra a penetração de radiação a uma temperatura de 10° a 21° C, e os pacotes abertos a uma umidade relativa de 30% a 50%. Não armazene filmes perto de fontes de calor como o radiador e tubo de calefação de gases, tais como: vapores de formalina, ácido hidrossulfúrico, água oxigenada ou amônia; podem infiltrar o ar e velar o filme; ou pode ser atingido pela radiação velada de equipamentos de raios-x ou materiais radioativos. O filme está constantemente sendo exposto à radiação natural do ambiente. Desta forma, os estoques de filmes devem ser usados de maneira que os filmes mais antigos sejam usados em primeiro lugar, e que as quantidades sejam suficientes para permitir um rápido movimento de maneira a garantir o prazo de vencimento do filme. Será mais fácil verificar a idade do filme se cada pacote for armazenado verticalmente, de forma que a data seja bastante visível. Isto também evita a possibilidade de marcas e pressão pelo excesso de várias caixas. As radiografias reveladas devem ser armazenadas entre 15° e 27° C, e entre 30% e 50% de umidade relativa. O local de armazenagem, também, não deve conter vapores químicos e o material usado para jaquetas não devem conter resíduos químicos que podem se dissolver ou evaporar com o tempo. Além disso, os locais de armazenagem para as radiografias reveladas e para os filmes virgens devem ser bem ventilados.

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MANUSEIO DE FILMES EM FOLHAS

O filme de raios-x deve ser manuseado cuidadosamente para evitar a deformação física causada por pressão, enrugamento, empenamento e fricção. O filme não deve ser tirado rapidamente da caixa, do porta-filme ou do chassi, ou ser manuseado de maneira que possa causar descargas de eletricidade estática. As precauções neste sentido ajudam a evitar as desagradáveis marcas negras circulares ou ramificadas na radiografia que são resultantes de tais descargas. Com filmes interfoliados, a retirada do filme do papel muito rapidamente pode produzir descargas de eletricidade estática e devem ser manuseados com o mesmo cuidado que os demais. Há 3 tipos de recipientes nos quais o filme é colocado durante a exposição – chassi, porta-filme e invólucro à prova de luz. Um chassi, freqüentemente, contém 2 telas intensificadoras (ecrans) entre as quais se coloca uma folha de filme. Um porta-filme é um envoltório ou bolsa de papelão ou de plástico flexível contendo um invólucro à prova de luz no qual se insere o filme. Alguns portas-filme são usados para técnicas de exposição. Também existem invólucros à prova de luz individualmente pré-empacotados (READY PACKS), que contém uma folha de filme colocada em um envoltório de papel interfoliada e podem ser expostos por qualquer lado, e o filme é facilmente removido do individuo descartável para o processo de revelação.

CARREGAMENTO DO CHASSI

Ao carregar o chassi, retire delicadamente o filme da caixa usando o polegar e o indicador com o auxilio da outra mão, de maneira a evitar que o filme se dobre; coloque-o cuidadosamente no chassi; evite segurar o filme com 3 dedos (polegar de um lado dó filme apertando o suficiente para causar a subexposição); ao carregar as bolsas de plástico ou porta-filme (siga as instruções do fabricante).

DESCARREGAMENTO DE FILMES APÓS A EXPOSIÇÃO

Após a exposição, os filmes em chassi ou porta-filme são levados ao local de revelação onde são removidos dos invólucros para serem revelados. Para descarregar um chassi, abra o trinco do chassi e coloque-o em uma superfície com o lado do trinco para baixo. Com uma mão, bata ligeiramente na parte posterior do chassi em direção ao trinco de maneira que o filme saia facilmente, permitindo que seja seguro pela borda com a mão. Isto evita que se arranhe ou danifique as telas com as unhas ao tentar remover o filme com as mãos. Conforme se levanta o filme, deve se segurar a outra borda com a outra mão de maneira que o filme possa ser cuidadosamente colocado com as duas mãos na bandeja de alimentação do revelador, evitando, desta forma, marcas de dobraduras na radiografia.

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Existem equipamentos que carregam o filme virgem e removem o filme exposto dos chassis automaticamente, sem a necessidade da câmara escura. Existem também trocadores de filmes e mecanismos de transportes integrados em mesas ou na forma de unidades autônomas, tais como os trocadores para filmes de tórax, os quais movimentam automaticamente o filme durante o processo de exposição (embora não sejam tão rápidos quanto os trocadores rápidos em série). Estes dispositivos são algumas vezes acoplados em processadoras automáticas de maneira que o filme não necessite ser manuseado, a partir do momento em que foi carregado no magazine de ser armazenado até quando estiver pronto para ser examinado.

CARREGAMENTO DE UMA COLGADURA DE REVELAÇÃO

01. Inverta a colgadura e coloque a presilha esquerda no filme. Segure cuidadosamente o filme entre o polegar e o dedo indicador; 02. Coloque a presilha direita;03. Inverta, novamente, a colgadura à posição original e coloque a presilha esquerda;04. Coloque a presilha direita. Certifique-se de que o filme esteja bem estendido de maneira que não irá se envergar ou oscilar durante a revelação e secagem. Evite sobrar ou encrespar o filme, o que pode causar marcas na radiografia.

IDENTIFICAÇÃO DO FILME E MARCADORES DE CHUMBO

Para se interpretar corretamente uma radiografia, o radiologista deve ser capaz de determinar a posição que tenha o paciente durante a exposição, a direção do raio central, e no caso de estereoradiografia, a direção do deslizamento do tubo. Esta informação pode ser inserida na radiografia através da colocação no chassi de marcadores de chumbo antes da exposição. Estes marcadores devem ser precisos e cuidadosamente colocados de maneira a não destruir partes importantes da radiografia. Dentre todos, o mais importante é o chumbo de identificação que deverá estar sempre do lado direito do paciente.

CÂMARA DE IDENTIFICAÇÃO DO FILME

Quando houver a necessidade de se fornecer informações tais como: o nome e endereço do radiologista ou da instituição, o nome do paciente, o numero do caso e a data do exame gravada na radiografia; isto pode ser feito fotograficamente.

Para identificar as radiografias com essas informações é utilizado um identificador radiográfico que imprimirá as informações necessárias precisamente no espaço do filme que foi preservado com o chumbo de identificação, através da janela do identificador pela qual emite um flash de luz, que atravessará o cartão de informações e sensibilizara o filme.

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A CÂMARA ESCURA Nossa discussão sobre o manuseio do filme não será completa se não enfatizarmos a importância da limpeza e do uso de luz de segurança adequada na câmara escura. A falta de atenção a estes itens pode resultar em radiografias inadequadas.

LIMPEZA

A sensibilidade dos filmes de raios-x, exige a limpeza da câmara escura. O quarto, propriamente dito, assim como o topo das mesas, os acessórios e equipamentos, devem ser mantidos impecáveis e devem ser usados somente para sua finalidade especifica. Ao manusear os filmes, as mãos devem estar limpas, secas e livres de substancias químicas e medicamentos. Deve-se fornecer espaço suficiente para os acessórios, tais como: impressoras de identificação e duplicação, chassis, filme e cesto de lixo, e espaço para o carregamento e descarregamento do filme. A aderência ao ditado “Um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar”, ajuda na eficiência fazendo com que o equipamento esteja pronto para o uso imediato e também ajuda a evitar danos que resultem do armazenamento inadequado ou descuidado. A remoção imediata de papéis usados e recipientes vazios não somente contribui para a melhor aparência do local de trabalho, mas também para maior segurança. Além disso, é preferível contar com ventilação adequada. O fornecimento de ar deve ser suficiente para manter temperaturas e umidades adequadas para os filmes de raios-x para remover vapores, tais como também, para fornecer um ambiente satisfatório para as pessoas que utilizam a câmara escura.

REVELAÇÃO A preocupação com a limpeza se estende, naturalmente, à revelação. Para manter as processadoras automáticas em bom funcionamento se requer limpezas e manutenções regulares conforme especificadas pelo fabricante. Se a câmara escura possuir instalações para a revelação manual, deve-se tomar cuidado para evitar respingos e derramamento de soluções (para os reveladores automáticos, devem-se usar coberturas de proteção contra respingos e bandeja coletora de gotas ao se remover ou instalar os bastidores dos reveladores). Os derramamentos e respingos podem, não somente, danificar os filmes e as telas (Ecrans), mas também representam um perigo, pois tornam o chão escorregadio. Além disso, se as soluções não forem enxugadas imediatamente, o pó químico produzido pela evaporação pode cair nos filmes ou nas superfícies das telas e causar defeitos nas radiografias. É preferível manter as mesas aonde se carrega e descarrega os chassis no lado oposto do local onde se encontram os tanques de revelação. As colgaduras de

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revelação devem ser cuidadosamente armazenadas de maneira a evitar que se embaracem e danifiquem. Elas devem ser limpas: suas presilhas não devem ter gelatina residual ou sujeira porque estas absorvem substâncias químicas de revelação, e se forem usadas novamente, produzirão com certeza, manchas ou estrias nas radiografias.

EXAME DE RADIOGRAFIAS MOLHADAS

Em algumas instalações para revelação manual, a câmara escura é equipada com uma luz de observação útil para examinar radiografias molhadas. Para este objetivo é muito conveniente contar com um negatoscópio rebaixado ligado a uma adequada chave de pé, ligada a um fio terra. Ao usar o negatoscópio, é necessário tomar duas precauções:

01. As radiografias não devem ser examinadas antes de terem sido “aclaradas” no fixador.02. O negatoscópio não deve ser ligado quando filmes desprotegidos e não revelados estão sendo manuseados, ou eles serão expostos e danificados.

USO DA LUZ DE SEGURANÇA

Foi indicado que o véu devido a uma luz de segurança inadequada reduzirá o contraste do filme levando em consideração a sensibilidade espectral do filme quanto à escolha de filtros de luz de segurança. Deve-se notar que o termo de segurança é relativo uma vez que a maioria dos filmes tem alguma sensibilidade até mesmo as cores da luz transmitida pelos filtros de luz de segurança recomendado. Por este motivo, a intensidade da iluminação da luz de segurança e o tempo durante o qual o filme é exposto a este tipo de iluminação devem ser reduzidos ao mínimo. Damos abaixo os procedimentos adequados requeridos para a utilização da luz de segurança:

01. Certifique-se de que os filtros de luz de segurança em uso sejam os recomendados pelo fabricante do filme. Os filtros devem ser instalados de maneira que a sua identificação possa ler lida ao se olhar para a lâmpada. Se o filtro utilizado for inadequado, a formação excessiva de calor dentro da lâmpada pode fazer com que a camada de corante se rache e infiltre luz branca;

02. Certifique-se de que a lâmpada sendo usada tenha o consumo de WATTS recomendado pelo fabricante do filme. Se forem utilizadas lâmpadas com maiores potências, não somente será a intensidade da luz muito grande, mas também poderá resultar em danos nos filtros de luz de segurança por causa do excessivo calor produzido;

03. Certifique-se de que a distância entre a lâmpada e a superfície de trabalho seja pelo menos tão grande quanto à recomendada pelo fabricante do filme. Lembre-se da lei do quadrado inverso: a intensidade da luz varia inversamente em relação ao

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quadrado da distância. Isto é verdadeiro tanto para a luz de segurança como para a radiação X;

04. Certifique-se de que os filmes não sejam expostos à luz de segurança por períodos maiores do que os recomendados. Os filmes expostos devem ser revelados imediatamente após terem sido removidos dos chassis.

05. Certifique-se de que as folhas de filme não sejam deixadas parcialmente sobrepostas umas as outras na mesa de trabalho. A exposição da luz de segurança em tais condições pode produzir no filme de baixo uma imagem da borda do filme de cima. Mesmo que a diferença na densidade sobre um limite tão definido como este possas ser muito pequena, o olho é bastante sensível a tais margens. Este fenômeno é conhecido como “Efeito de March”.

06. Certifique-se de efetuar testes periodicamente para determinar se a iluminação da luz de segurança está dentro dos limites recomendados. Os filmes normalmente usados na câmara escura devem ser testados sob condições semelhantes aqueles de uso comum.

Tais testes são importantes porque os efeitos de exposição excessiva da luz de segurança podem não ser notados durante o exame de rotina das radiografias. As diferenças nas quantidades da radiação dispersa, os fatores de exposição e as condições de observação de um exame para o outro, tendem a obscurecer a perda de contraste resultante da inadequada luz de segurança.

Se as condições de trabalho não parecerem seguras, devem-se investigar os fatores descritos acima. Talvez os filtros de luz de segurança tenham se desvanecido, rachado, ou seja, de um tipo não recomendado, a lâmpada pode ter sido trocada por outra de maior consumo de watts do que o recomendado ou a luz de segurança pode estar muito perto da mesa de trabalho.

Deve-se lembrar que os filmes são muito mais sensíveis à luz após a exposição radiográfica do que anterior a mesma e que esta sensibilidade continua até serem fixados durante a revelação. Assim, os filmes são principalmente susceptíveis ao véu durante a revelação manual, se as adequadas condições de luz de segurança não forem mantidas na área de revelação.

Algumas vezes, o véu surge de exposições a outro tipo de luz que não a luz de segurança. As fontes que devem ser consideradas são: infiltração de luz ao redor das portas, rachaduras nas paredes ou rachaduras onde o teto se junta com as paredes.

Ocasionalmente, as processadoras automáticas vibram o bastante para causar pequenas aberturas entre as vedações de luz e as partições adjacentes ou a tampa do revelador pode não estar completamente fechada. Além disso, as fosforescências de alguns tipos de luzes fluorescentes podem causar o véu. Entretanto, é necessária uma luz clara para a limpeza e a manutenção do equipamento da câmara escura. É preferível instalar uma proteção ou uma chapa no interruptor que controla essas luzes de maneira que elas não sejam acesas acidentalmente e um filme corra perigo de ser velado.

COR DAS PAREDES

A câmara escura não precisa ser pintada com uma cor escura e sombria para torná-la segura para os filmes. É verdade que uma tinta de cor escura absorverá um pouco da iluminação da luz de segurança. Mas isso não é importante se a qualidade e a intensidade da luz forem “seguras”. A iluminação refletida de qualquer superfície também será “segura”, independentemente da cor de tal superfície. Desta forma, não há razão para se ter as paredes e o teto de cores claras o bastante para refletir o máximo da iluminação da luz de segurança. Recomenda-se um local com paredes e tetos pintados de branco ou de uma cor clara.

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REVELAÇÃO RADIOGRÁFICA

PRINCÍPIOS DA REVELAÇÃO

A revelação produz um registro visível e duradouro da imagem latente (imagem não revelada do filme) criada pelos raios-x ou pela luz fluorescente. Um fato a se lembrar é tanto a exposição quanto a revelação são igualmente importantes. Um filme perfeitamente exposto pode se tornar uma radiografia insatisfatória por causa da revelação deficiente. Portanto, vale à pena investir tempo e esforço para se compreender os princípios de revelação.

Iremos analisar a revelação em maiores detalhes juntamente com as outras etapas necessárias da revelação para se produzir uma imagem satisfatória.

01 – SOLUÇÕES PARA REVELAÇÃO

A revelação automática ou manual consiste em quatro operações: Revelação, Fixação, Lavagem e Secagem. Aqui se tratará dos objetivos das soluções requeridas pela revelação, sua composição química e a maneira como elas funcionam. Não iremos tentar descrever os complexos processos químicos envolvidos.

A) REVELADOR

É uma solução química que transforma a imagem latente no filme em uma imagem visível composta de diminutas massas de prata metálica. Os ingredientes básicos de um revelador de raios-x, alem do solvente, são:

01 – SOLVENTE 02 – AGENTE REVELADOR 03 – ACELERADOR04 – PRESERVATIVO05 – RETARDADOR 06 – ENDURECEDOR

SOLVENTES => o solvente básico em um revelador é a água que dissolve e ioniza as substâncias químicas do revelador. A água também faz com que a gelatina da emulsão do filme se dilate de maneira que os agentes de revelação dissolvidos possam se infiltrar para atingir os cristais de haleto de prata. Às vezes, no caso de reveladores concentrados, é necessário um segundo solvente para se manter todas as substâncias químicas na solução.

AGENTE REVELADOR => é um composto químico, tal como a hidroquinona ou a Phenidone capaz de converter os grãos expostos de haleto de prata em prata metálica e ao mesmo tempo não produz efeito perceptível nos grãos não expostos pela emulsão.

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ACELERADOR => é uma solução que consiste somente em um agente revelador e água e que produz pouca revelação. Por isso, é necessário adicionar um acelerador ou ativador, um alcalino. Os compostos químicos tais como o carbonato de potássio ou de sódio ou o hidrato de potássio ou de sódio, são usados como ativadores e a atividade do revelador é influenciada pela quantidade de alcalinidade adicionada pelos compostos à solução.

PRESERVATIVO => o agente conservador antioxidante, freqüentemente o sulfato de sódio ou de potássio, retarda a oxidação da solução do revelador alcalino, tende a manter a proporção de revelação e ajuda a evitar manchas na camada de emulsão do filme.

RETARDADOR => freqüentemente o brometo de potássio ou o iodeto de potássio são usados como retardadores ou anti-véus. Os íons de brometo protegem os grãos não expostos contra a ação do revelador a fim de reduzir ao mínimo o crescimento do véu. Algumas vezes, outras substâncias químicas são adicionadas para suplementar a ação anti-véu dos íons de bromo e iodo.

ENDURECEDOR => além dos ingredientes mencionados acima, um agente endurecedor é muitas vezes usado em reveladores automáticos. Este agente endurece o filme durante a revelação na solução de revelador alcalino à alta temperatura de forma a evitar a dilatação excessiva da gelatina e a danificação do filme conforme este passa através dos rolos.

Os reveladores podem também conter outras substâncias, freqüentemente em pequenas quantidades, as quais melhoram as propriedades físicas da solução, aumentam sua vida útil e reduzem a deposição de resinas.

B) REFORÇADOR PARA REVELADOR

É uma solução que restaura o revelador a aproximadamente sua força original e mantém o nível de líquido do tanque. O reforçador compensa a diminuição da atividade química do revelador original após o uso, e contém alta alcalinidade para contrabalancear com a redução alcalina da solução de trabalho.

C ) BANHO ENXAGUADOR

Após o filme ter sido revelado, ele retém uma considerável quantia de revelador na gelatina que ao ser transferido ao fixador neutraliza alguns dos ácidos no fixador. Se isto se repetir por algum tempo, a ação de fixação e endurecimento da solução será prejudicada e produzirá manchas nas radiografias. Na revelação manual é importante que o filme seja enxaguado antes de ser imerso no fixador com o objetivo de reduzir esta transferência ao revelador. No caso de reveladores automáticos de rolos, os rolos tendem a remover o excesso de revelador do filme conforme este surge do tanque do revelador e atravessa em direção ao tanque do fixador, desta forma reduzindo o excesso de revelador na solução de fixação.

D ) FIXADOR

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Quando um filme de raios-x é devidamente revelado, os cristais de haleto de prata que foram expostos, são convertidos em prata metálica. Exceto por uma proporção bastante pequena, os cristais não expostos não são afetados pelo revelador. Para se completar a revelação, é necessário eliminar os cristais não revelados do filme revelado antes da lavagem. Desta forma, o filme não irá descolorir ou escurecer com o tempo ou pela exposição à luz. Além disso, as coberturas de gelatina devem ser escurecidas de maneira que o filme resista a arranhões e possa ser secado com o ar quente. Estes processos são conhecidos como fixação. A fixação é importante para manter a qualidade de uma radiografia. Os ingredientes básicos para um banho de fixação são:

01 – SOLVENTE 02 – AGENTE CLARIFICANTE OU DE FIXAÇÃO03 – PRESERVATIVO 04 – ENDURECEDOR05 – ACIDIFICANTE 06 – AMORTECEDOR

SOLVENTE => o solvente água, dissolve os outros ingredientes, difundi-se na emulsão carregando consigo o agente clareador, e dissolve os compostos de tiossulfato de prata, desta forma ajudando a eliminá-los do filme.

AGENTE CLARIFICANTE OU DE FIXAÇÃO => esse agente dissolve e removem da emulsão os haletos de prata não revelados. Esta ação modifica as áreas não expostas do filme de uma aparência leitosa para uma aparência clara ou transparente, deixando a imagem negra de prata produzida pelo revelador. Os dois agentes clarificantes mais freqüentemente usados são o tiossulfato de sódio e o tiossulfato de amônia. Esses agentes são também conhecidos como “hipo”. Se um filme não for adequadamente clareado, os cristais não expostos se tornarão escuros ao serem expostos à luz e obscurecerão a imagem.

PRESERVATIVO => comumente usa-se o sulfato de sódio como agente conservador para evitar a decomposição do agente clarificante ou fixador.

ENDURECEDOR => comumente um sal de alumínio evitando que a gelatina da emulsão se dilate excessivamente ou se torne macia na lavagem à água, ou quando sendo seca com ar quente. Também diminui o tempo de secagem.

ACIDIFICANTE => o ácido acético ou outros compostos de ácidos são usados para acelerar a ação de outras substâncias químicas e para neutralizar todo o revelador alcalino que possa ser trazido pelo filme.

AMORTECEDOR => muitas vezes, uma reação química se realiza melhor quando a acidez ou alcalinidade de uma mistura reagente é controlada. Existem diversos tipos de compostos chamados de amortecedores que podem ser adicionados à solução para manter a desejada acidez ou alcalinidade, desta forma ajudando a reação a obter melhores resultados. Eles são colocados no banho fixador para estabilizar a acidez contra a adição de reveladores alcalinos que foram trazidos pelos filmes. Sem os amortecedores, o alcalino trazido pelo filme neutralizaria o acido no fixador, desta forma interferindo com a atividade do fixador e encurtando a vida da solução. Alguns amortecedores também ajudam a reduzir a deposição de resina no banho fixador.

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E ) REFORÇADOR PARA FIXADOR

A menos que a solução de fixador seja reforçada, sua atividade diminui com o uso, e tempos mais prolongados serão necessários para se fixar adequadamente os filmes. Vale à pena reforçar o fixador, uma vez que ele mantém um mínimo tempo de fixação, aumentando assim substancialmente a capacidade de fixação do sistema de revelação. Uma solução de fixador pode freqüentemente ser reforçada pela adição de quantidades adequadas das substancias químicas necessárias. Pode-se alcançar um destes dois resultados:

01 – O tempo requerido para fixar os filmes será mantido ao mínimo, e pode-se sempre contar com a conveniência de uma rápida fixação.

02 – se for prático aumentar vagarosamente o tempo de fixação, a vida útil da solução será prolongada.

Ao usar esse sistema, certifique-se de remover a quantia necessária de solução parcialmente exaurida antes de adicionar o reforço. Ao contrário do revelador, o nível da solução do fixador permanece quase que constante se houver pouca evaporação, porque os filmes e as colgaduras levam, aproximadamente, a mesma quantia de liquido tanto para dentro como para fora.

F ) LAVAGEM ( ÁGUA )

Para que uma radiografia permaneça inerte a luz, ou à atividade química, ela deve conter somente massas de prata reveladas suspensas em gelatina. Isto significa que ela deve ser devidamente lavada para se remover as substâncias químicas de revelação. Se a radiografia não for lavada por um tempo prolongado, com a devida agitação, em um adequado volume de água, a imagem irá eventualmente se descolorir e desbotar. Os filmes devem ser lavados em água corrente que circula de maneira que ambas as superfícies do filme recebam água fresca continuadamente. Na revelação manual, as colgaduras devem ser bem espaçadas nos tanques e completamente imersas para se remover as substâncias químicas das mesmas assim como também as dos filmes. Na revelação automática, o sistema de água da processadora mantém um fluxo de água temperada constante, através e em volta do bastidor de lavagem e do filme. As soluções envolvidas nas variadas etapas da revelação trabalham em conjunto para produzir uma radiografia ideal. A formulação química destas soluções desempenha um papel importante na determinação das características sensitométricas como a velocidade e o contraste, e na obtenção de uma imagem radiográfica de boa qualidade.

02 – PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES

Uma das etapas mais importantes na revelação é o correto preparo das soluções, de acordo com as instruções do fabricante dos produtos. Se, por exemplo, a quantidade de água usada for incorreta, a atividade química na solução será afetada e poderá produzir radiografias irregulares. Para se obter melhores resultados, leia cuidadosamente as instruções nas bulas e siga-as ao pé da letra. REVELADOR

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1º passo: coloque a quantidade de água recomendada pelo fabricante no tanque de armazenagem;2º passo: coloque a “parte A” e misture bem;3º passo: coloque a “parte B” e misture bem;4º passo: coloque a “parte C” e misture bem;

FIXADOR

1º passo: coloque a quantidade de água recomendada pelo fabricante no tanque de armazenagem;2º passo: coloque a “parte A” e misture bem;3º passo: coloque a “parte B” e misture bem;

A ) PRECAUÇÕES GERAIS

É extremamente importante evitar a contaminação química das soluções de revelação porque quantidades diminutas de impurezas podem produzir grandes e indesejáveis efeitos. Desta forma:

01. Lave completamente os tanques e as tampas antes de começar a misturar as novas soluções.

02. Tome cuidado para não espirrar uma solução na outra. Por exemplo, pequenas quantidades de fixador podem modificar significativamente o comportamento do revelador. Certifique-se de usar o protetor contra respingos e bandejas de escorrimento quando for fazer a remoção ou instalação dos bastidores do revelador e fixador.

03. Use recipientes para a mistura e armazenagem feitos de materiais não corrosivos (esmalte, louça, pedra, polietileno, polipropileno, vidro, borracha, aço inoxidável com 2 a 3 % de molibdênio). Não se deve nunca utilizar recipientes feitos de materiais reativos (estanho, cobre, zinco, alumínio, ferro galvanizado).

04. Não utilize tanques ou outros tipos de recipientes que tenham sido soldados, porque a reação da solução com os metais de solda causam o véu químico no filme.

05. Tampe os tanques das soluções quando não estiverem sendo usados para evitar a sujeira e para reduzir a proporção de oxidação e evaporação. A tampa do tanque pode estar bem justa na borda assim como pode flutuar a solução.

06. Use duas espátulas ou mergulhadores, uma para o revelador e uma para o fixador. Identifique-as e mantenha-as separadas. Depois de usadas as espátulas, lave-as em água morna e pendure-as para secar.

07. Tome bastante cuidado ao usar termômetros de mercúrio para medir a temperatura das soluções porque se este quebrar, o mercúrio representa perigo por causa de sua toxicidade. Além disso, o mercúrio pode produzir um alto nível de véu no filme.

08. Por último, ajuste a temperatura da água na qual serão dissolvidos as substâncias químicas de acordo com a recomendação na bula do produto.

B ) SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS LÍQUIDAS

As substâncias são preparadas através da dissolução de substâncias químicas liquidas em água. Entretanto, devem-se tomar duas precauções:

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01. A temperatura da água deve estar dentro do limite recomendado, de forma que todos os ingredientes sejam adicionados a solução de maneira correta.

02. Misture bem quando se prepara uma nova solução, e no caso de revelação manual, ao se adicionar o reforçador, ou antes, de se usar quando a solução tiver ficado sem ser usada por algum período de tempo da noite para o dia, por exemplo.

C ) SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS EM PÓ

O preparo de soluções de substâncias químicas em pó deve ser realizado em outro local para evitar a contaminação de materiais sensibilizados pelo pó da substância química que sobem ao ar durante a mistura. Se não for possível usar um local separado, limpe a mesa e todas as outras superfícies planas com pano úmido para remover qualquer traço de pó químico, após as soluções terem sido misturadas, e seque-as bem.

Da mesma forma que para as substâncias liquidas, misture bem as soluções novas e, para a revelação manual, quando for adicionado o reforçador ou antes de usar, quando a solução não tiver sido usado por algum tempo. Ao preparar as soluções com as substâncias químicas em pó, coloque primeiro a água no tanque e então adicione as substâncias químicas, devagar, mexendo sem parar. É muito importante mexer as soluções para evitar aglutinação ou a formação de fragmentos de substâncias químicas.

É inevitável se levantar alguma “poeira”, mas ela pode ser mantida ao mínimo se o pó for colocado devagar e cuidadosamente. Quando se prepara grandes quantidades de soluções e se for muito trabalhoso e demorado misturar à mão, recomenda-se o uso de misturadoras elétricas.

03 – MÉTODOS DE REVELAÇÃO

Os filmes de raios-x em folhas são revelados de duas formas, em processos automáticos de filme, ou manualmente. Em um processo automático, o ciclo, da revelação, incluindo a secagem, é efetuado mecanicamente e uma radiografia seca, pronta para o exame é produzida em 90 segundos. Em um sistema de revelação manual, os filmes são presos em colgaduras individuais e levados à mão de tanque em tanque. O ciclo da revelação manual leva, aproximadamente, uma hora para ser completado. A base para uma boa revelação é o controle restrito da atividade da solução, temperatura e o tempo de revelação.

REVELAÇÃO AUTOMÁTICA

A demanda por radiografias, devido tanto ao aumento da população como aos novos procedimentos diagnósticos, continua a aumentar. Os radiologistas e os departamentos de radiologia são constantemente desafiados a se tornarem cada vez mais eficientes no uso de instalações disponíveis para produzir radiografias ideais. A revelação automática de filme de raios-x tem se tornado um grande fator no manuseio, com sucesso, deste crescente volume de trabalho. A automatização de revelação é possível graças à combinação de três elementos: processadora, substâncias químicas especiais e filmes compatíveis, quando devidamente

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programados para trabalharem em conjunto, esses elementos oferecem um meio rápido de produzir radiografias adequadamente reveladas.

01 – SISTEMA DE TRANSPORTE

A função do sistema de transporte é a de transportar o filme através das soluções do revelador e do fixador e pelas seções de lavagem e secagem; a de manter o filme em cada etapa do ciclo de revelação durante o tempo exato; e finalmente, a de produzir uma radiografia pronta para ser examinada. Na maioria das processadoras automáticas, o filme é transportado por um sistema de rolos que funcionam por um motor de velocidade constante. Os rolos são dispostos em várias montagens conjuntos de rolos de entrada, bastidores, retornadores, passadores, espremedores e um secador. O número e o desenho específico dos conjuntos podem variar de modelo a modelo, mas o plano básico é o mesmo. É importante notar que o filme é transportado a uma velocidade constante, mas que a velocidade de um modelo a outro pode ser diferente. O ciclo de revelação pode levar até 10 minutos em algumas processadoras e até, aproximadamente, 90 segundos em outras. Como uma etapa do ciclo de revelação requer mais tempo do que outra, os conjuntos podem variar em tamanho quanto maior for o conjunto, mais tempo leva para o filme passar por aquela etapa. Apesar de que a função primordial do sistema de transporte é a de transportar o filme a uma velocidade precisamente controlada, o sistema desempenha duas outras funções importantes para a rápida produção de radiografias de alta. Em primeiro lugar, os rolos produzem agitação vigorosa e uniforme das soluções na superfície dos filmes o que contribui significantemente para a uniformidade da revelação. Em segundo lugar, a ação espremedora dos últimos rolos de cada seção, remove eficientemente a maioria das soluções do filme, reduzindo assim as substâncias químicas deixadas no filme, prolongando a vida do fixador, e aumentando a eficiência da lavagem. A maior parte de água que adere à superfície dos filmes é removida pelos rolos na seção do espremedor, e a água restante é redistribuída, tornando possível secar o filme revelado de forma uniforme e rápida.

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02 – SISTEMA DE CIRCULAÇÃO DE ÁGUA

O sistema de água da maioria dos reveladores automáticos tem duas funções: lavar os filmes e ajudar a estabilizar a temperatura das soluções da revelação. Através de uma válvula termostática misturadora, pode-se misturar água fria e quente para se chegar à temperatura adequada. A água temperada, então, passa por um regulador de fluxo que mantém um fluxo de água adequado e constante. Dependendo do tipo de processadora, parte ou toda a água é usada para ajudar a controlar a temperatura do revelador. Em algumas processadoras, a água também ajuda a regular a temperatura do fixador. Em seguida, a água passa para o tanque de lavagem onde flui através e ao redor do bastidor de lavagem e depois flui sobre uma barragem (represa) na parte superior do tanque e para o dreno. Muitas processadoras fabricadas atualmente não possuem o controle da temperatura de água para regular a temperatura do revelador. Estas processadoras lavam em “água fria”, e não necessitam da válvula termostática misturadora.

03 – SISTEMA DE RECIRCULAÇÃO

A recirculação das soluções do fixador e do revelador desempenha as funções de misturar uniformemente as soluções de revelação e reforço, desta forma ajudando a manter a temperatura adequada e a atividade química, e a de manter as soluções completamente misturadas e agitadas, em constante contato com o filme.

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A solução de revelação, bombeada desde os tanques de revelação, passa por dispositivos reguladores de temperatura e depois retorna sob pressão aos tanques para ser recirculada. A pressão força as soluções para cima e para baixo, para dentro e em volta dos conjuntos de sistema de transporte. A recirculação da solução do fixador é semelhante a do revelador com a diferença de que a temperatura do fixador pode ser controlada pela temperatura do revelador em vez de outro regulador separado.

04 – SISTEMA DE REFORÇO

O adequado reforço das soluções de revelador e fixador e extremamente importante tanto para a revelação automática quanto para a manual. Sem o reforço, as atividades químicas das soluções de revelação diminuiriam com o uso, conforme será tratado na seção sobre a revelação adequada do filme e para prolongar a vida das soluções de revelação. Além do mais, em uma processadora automática, se as soluções não forem devidamente reforçadas, o filme pode não secar nem ser transportado corretamente. Geralmente, quando um filme é colocado na processadora, as bombas são ativadas para bombear o reforço desde os tanques de armazenagem até os tanques de revelação. A quantia de reforço adicionada está relacionada com o comprimento ou com a área de exposição da folha do filme. O reforço é misturado nas soluções da processadora através de bombas de recirculação. Os excessos de soluções de revelação fluem sobre uma barragem na parte superior dos tanques para o dreno.

As quantidades de reforço devem ser corretamente ajustadas e verificadas periodicamente. O reforço do revelador pode resultar em baixo contraste, mas o bastante escasso resulta na perda dos dois. O reforço severamente escasso do revelador pode causar não somente a perda da densidade e do contraste, mas também pode fazer com que o filme não seja transportado e se detenha a qualquer ponto do sistema de transporte. O reforço excessivo do fixador não afeta seu bom funcionamento, mas constitui um desperdício. Entretanto, o reforço insuficiente resulta em fixação deficiente, endurecimento insuficiente, lavagem e secagem inadequadas e possivelmente a atenção do filme no bastidor do fixador ou em qualquer ponto subseqüente. A fixação deficiente pode também causar manchas ou falta de estabilidade de imagem. A quantidade de reforço requerido para manter a atividade adequada da solução depende da quantidade de haleto de prata convertida em prata metálica. Assim, as quantias de agentes de revelação e fixação consumidas estão relacionadas com a área (tamanho e quantidade dos filmes e do nível de exposição – densidade) do filme revelado. Conforme a área e o nível de densidade aumentam, maior quantidade de reagente de revelação é consumida e maior quantidade de reforço de revelador é necessária para se manter a adequada atividade. Conforme a área aumenta e a densidade diminui, maior a quantidade de agente fixador é utilizada para dissolver o haleto de prata não exposto e é necessária maior quantidade de reforço no fixador. Comumente o fabricante das substâncias químicas de revelação ou da processadora fornecerá recomendações para as proporções de reforço baseado no formato dos filmes e no ritmo do uso (quantidade de folhas por 24 horas de uso do revelador), supondo-se que haja um nível de densidade média entre os diversos exames efetuados. Entretanto, em alguns casos uma processadora pode ser usada exclusivamente para um determinado exame o qual necessite variar as recomendações normais. Tal situação pode se apresentar nos estudos que produzem densidades que diferem consistentemente do normal, como por exemplo, no caso da medicina nuclear ou da tomografia computadorizada, onde imagens pequenas são rodeadas por grandes áreas do filme não expostas. Ou se o ritmo de uso de tais processadoras seja tão baixo que resulte em mudanças na atividade da solução durante os longos períodos em que

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não se revelam nenhum filme. Em tal situação, devem-se ajustar as recomendações de reforço normal e pode ser preferível utilizar um procedimento de reforço a intervalos regulares.

05 – SISTEMA DE SECAGEM

A rápida secagem da radiografia revelada depende do adequado condicionamento do filme nas soluções de revelação, da remoção deficiente da umidade da superfície pelos rolos espremedores, e do bom fornecimento de ar morno que atinge ambas as superfícies da radiografia. O ar quente é fornecido à seção de secagem através do compressor. A maioria do ar morno é recirculado, o resto é ventilado para evitar a acumulação excessiva de umidade no secador e o ar fresco é aspirado para dentro do sistema em substituição do ar ventilado. A temperatura do secador deve ser a mais baixa possível, consistente com a boa secagem (dependendo das condições de ambiente e da quantidade e tipo de filmes alimentados), e não deve exceder o nível de temperatura recomendado.

REVELAÇÃO MANUAL

Em um sistema de revelação manual, os filmes são presos em colgaduras individuais e levados à mão de tanque em tanque. O ciclo da revelação manual leva, aproximadamente, uma hora para ser completado. A base para uma boa revelação é o controle restrito da atividade da solução, temperatura e o tempo de revelação.

01 – RELAÇÃO ENTRE TEMPO E TEMPERATURA

As soluções de revelação para filmes de raios-x são mais eficientes quando usadas dentro de um limite comparativamente pequeno de temperaturas. Em temperaturas abaixo das recomendadas, algumas das substâncias químicas claramente atrasam sua atividade, o que pode causar revelação insuficiente e fixação inadequada. Em temperaturas muito acima das recomendadas, a atividade é muito alta para o controle da revelação manual. As temperaturas elevadas podem amaciar a emulsão ao ponto de facilmente danificá-la. Na realidade, as temperaturas de revelação acima das recomendadas pelo fabricante devem ser evitadas o máximo possível. A temperatura de revelação prescrita pelo fabricante é geralmente recomendada por várias razões. Primeiro porque, desta forma, se obtém o bom desempenho sensitométrico do filme, isto é, o contraste e a velocidade do filme são satisfatórios e o véu mantido a um nível baixo aceitável; segundo, a revelação se processa em tempo conveniente; e terceiro, com os dispositivos modernos de preparar as soluções, a temperatura é geralmente mantida.

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Por todas estas razões, deve-se fazer todo o esforço possível para manter as soluções de temperatura recomendada durante o uso. Desta forma, o usuário pode obter as melhores características sensitométricas e também terá a vantagem de um tempo padrão de revelação, fixação e lavagem. Sempre que for necessário trabalhar com soluções cujas temperaturas sejam diferentes das recomendadas, mas dentro da margem aceitável do fabricante, é necessário fazer um ajuste no procedimento de revelação. Este ajuste consiste em aumentar ou diminuir o tempo de revelação (dependendo da temperatura) e em se certificar da correta fixação em uma solução relativamente nova. Conforme a temperatura do revelador aumenta, o tempo de revelação diminui e vice-versa. Este procedimento de ajuste de tempo de acordo com a temperatura é conhecido como revelação por tempo e temperatura. A revelação por tempo e temperatura é mais preferível do que a revelação por simples observação a qual na realidade requer mais atenção, habilidade e critério. As variações da capacidade visual de cada pessoa, o baixo nível de iluminação na câmara escura e a opacidade do filme fazem com que a revelação por simples observação seja difícil e sujeita a erro. Tal revelação a olho deve ser evitada, se possível. Quando o tempo e a temperatura são cuidadosamente correlacionados, conforme recomendado pelo fabricante, qualquer falta de densidade nas radiografias podem ser atribuídas à subexposição e não à revelação deficiente, e a densidade excessiva pode ser atribuída à exposição demasiada em vez de revelação excessiva. Este fato é importante ao se determinar os ajustes na exposição.

02 - AGITAÇÃO

Se o fabricante recomendar a agitação, siga suas instruções quanto à freqüência e vigorosidade da mesma. Alguns filmes não devem ser removidos do revelador durante a agitação, outros devem ser erguidos e mergulhados várias vezes a um ritmo uniforme, e esta agitação deve ser repetida uma vez a cada minuto. Quando o alarme tocar, remova rapidamente o filme, sem permitir que a solução escorra de volta ao tanque do revelador.

03 – REFORÇO

A atividade de um revelador não reforçado diminui gradualmente devido a exaustão, isto é, conforme é usado, o poder de revelação diminui, em parte por causa do consumado agente de revelação na transformação em prata metálica do haleto de prata exposto, e em parte por causa do efeito retardador que produz acumulação de reativos na revelação. O grau desta diminuição na atividade dependerá da quantidade de filmes revelados e de sua densidade média. Mesmo quando o revelador não está sendo usado, a atividade pode diminuir vagarosamente por causa da oxidação do agente revelador pelo ar. Esta exaustão, se não for contrabalanceada, gradualmente resultará em revelação deficiente e afetará o contraste e a velocidade de modo adverso. Além disso, parte do revelador é fisicamente carregado, por cada um dos filmes, para fora do tanque. Para se obter radiografias uniformes, deve-se compensar alguma forma estas condições. A melhor forma de se compensar por estas perdas é o uso do sistema de reforço onde a atividade e o volume da solução são mantidos através de um reforço químico adequado. O sistema de reforço é eficaz e simples só é preciso adicionar uma solução ao revelador original para compensar pela perda de atividade e assim permitir um tempo constante de revelação. O reforço desempenha a dupla função de manter o nível liquido do tanque e de manter a atividade da solução.

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Com este método, os filmes devem ser removidos rapidamente do revelador sem permitir que o excesso de solução escorra de volta ao tanque. Normalmente, este método irá carregar a quantia adequada de solução para permitir o correto reforço. O nível de revelador no tanque deve ser mantido a um ponto relativamente constante e a quantia utilizada deve ser restaurada pela adição do reforço. Com um pouco de experiência, a retirada da quantidade correta de solução no filme se tornará quase automática. Entretanto, quando uma quantia bastante grande de revelador usado permanece no tanque, ela pode ser simplesmente despejada e jogada fora para permitir que o reforço seja adicionado nas quantias e nos intervalos de tempo recomendados pelo fabricante. A adição de reforço em quantidades relativamente pequenas e misturando vigorosamente imediatamente após cada adição reduz as alterações na atividade da solução. Não é eficiente continuar indefinidamente, e se obtém melhores resultados quando se seguem as instruções fornecidas para os diversos tipos de processadoras. Em todos os casos, a solução deve ser jogada fora no final de três meses por causa da oxidação pelo ar, e o acúmulo de gelatina, sedimentos e impurezas do mecanismo que acaba se infiltrando na solução.

04 – LAVAGEM E ENXAGÜE

Os filmes devem ser devidamente lavados para se remover as substâncias químicas da emulsão ou isto poderá resultar em eventual descoloração e desbotamento da imagem. É necessário uma boa quantidade de água corrente e límpida, ela deve fluir de maneira que ambas as superfícies de cada filme recebam água fresca continuadamente. As colgaduras devem ser bem espaçadas umas das outras e devem ser completamente mergulhadas incluindo a barra superior de forma que as substâncias químicas também sejam removidas dos quadros o tempo requerido para um a adequada lavagem depende da temperatura da água, do tipo de filme, e de certa forma, do tipo de fixador. Como mencionado anteriormente, a temperatura da água deve ser aproximada a das outras soluções. O fluxo de água no tanque de lavagem deve ser suficientemente rápido para fornecer, aproximadamente, 8 trocas completas de água por hora. Devem-se seguir as recomendações do fabricante quanto ao tempo de lavagem, que é freqüentemente de 5 a 30 minutos. Os filmes de “exposição direta” requerem um maior tempo de lavagem, porque a sua emulsão tende a ser mais pesada. A lavagem deve ser cronometrada a partir do mergulho do último filme na água, porque os filmes lavados ou parcialmente lavados não só absorverão as substâncias químicas do fixador das águas contaminadas como também liberarão estas substâncias na água renovada. Para diminuir a contaminação pelos filmes que foram imersos por último, é uma côa idéia colocá-los na parte do tanque mais próxima da saída da água. Assim, conforme mais filmes são adicionados ao tanque, os filmes mais antigos podem ser movidos progressivamente na direção contra a corrente para perto da entrada de água de maneira que os filmes que estão prontos para serem levados ao secador sejam lavados na água mais recente. A lavagem será mais eficaz se for feita através de um sistema de cascata no qual a água flui através de dois ou mais tanques pequenos em vez de um tanque grande. De preferência, a água deve entrar pelo fundo do segundo tanque, fluir entre o filme e se derramar sobre a borda do tanque para cair no primeiro tanque. Neste tanque, a água flui entre os filmes mais recentemente removidos do fixador e se dirigem para o dreno no fundo do tanque. Deve-se deixar o filme escorrer por 2 ou 3 segundos após ser retirado da água.

No enxágüe, após o filme ter sido revelado, deve ser mergulhado em um banho enxaguador de água corrente ou,melhor ainda, em uma solução de banho interruptor e, a

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menos que se recomende o contrário, o filme deve ser agitado continuadamente. O tempo mínimo para enxágüe ou banho interruptor é de aproximadamente 30 segundos. As temperaturas de todas as soluções no ciclo de revelação devem ser mantidas próximas uma das outras para evitar a reticulação de emulsão (a reticulação é uma crepitação ou arrugadura que ocorre quando a emulsão é submetida à grande e rápida mudança no grau de dilatação como um resultado das variações na temperatura ou acidez). Após o enxágüe, o filme deve ser novamente bem escorrido de maneira que a menor quantidade possível de liquido seja transferida para o fixador.

05 – SECAGEM

Esta é a etapa mais simples da revelação, ao mesmo tempo é uma etapa bastante importante. A secagem indevidamente realizada pode resultar em marcas de água, ou em deteriorização da gelatina devido à excessiva temperatura. As temperaturas de secagem não devem ultrapassar as recomendadas pelo fabricante. Os filmes revelados molhados são freqüentemente secos em cabines equipadas com calefatores e ventiladores para circular o ar quente. Tais secadores, evidentemente, devem contar com uma saída de ar para evitar o excessivo aumento da temperatura e umidade no local. Outro tipo de secador consiste em uma cabine, na qual a umidade é retirada do ar através de substâncias químicas e o ar desumedecedor é recirculado sobre o filme. Assim que estiverem secos, os filmes dever ser retirados imediatamente do secador para evitar que se tornem quebradiços, e devem-se cortar as pontas para retirar as marcas dos grampos. Naturalmente, se possível, as radiografias molhadas podem ser penduradas para secar em bastidores em uma área livre de poeira a uma temperatura ambiente. Independente do método usado para a secagem, os filmes devem estar bem separados uns dos outros, porque se entrarem em contato durante a secagem, eles podem apresentar marcas de secagem ou podem grudar-se um ao outro.

06 – PROCEDIMENTO

Deve-se sempre lembrar que alguns filmes preparados para revelação automáticas não são adequados para a revelação manual e devem ser processados manualmente somente em caso de emergência. No que se diz respeito aos procedimentos da revelação manual certifique-se de consultar as recomendações do fabricante uma vez que elas podem variar de produto para produto.

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04 – LIMPEZA E MANUTENÇÃO

A experiência prática com a operação de processadoras automáticas tornou algo muito claro para se obter radiografias de alta qualidade e para um serviço contínuo e livre de problemas, é essencial estabelecer bons hábitos de trabalho e limpeza.

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Recomendações de limpeza e manutenção são fornecidas pelo fabricante. O tempo e o esforço empregados nestas instruções trarão recompensas se as instruções forem seguidas ao pé da letra Alguns dos procedimentos padrões de manutenção, necessários para a adequada operação da processadora são os seguintes:

01 – Verificação freqüente dos níveis de solução, proporção de reforço, temperaturas, fornecimento de água e recirculação da solução;

02 – limpeza dos tanques, dos bastidores de revelação, passadores, filtros e tubos de ar do secador;

03 – Os depósitos químicos devem ser removidos dos rolos e da seção do revelador com um pano úmido, não se deve usar o mesmo pano para limpar seções de fixador e do revelador;

04 – As soluções de limpeza do sistema devem ser utilizadas de acordo com as instruções do fabricante, se houver propagação biológica, ela deve ser removida de acordo com as recomendações, devem-se usar bandejas de escorrimento e protetores contra respingos ao se remover e instalar os bastidores;

05 – A limpeza dos diversos componentes deve ser feitas nos intervalos de tempo recomendados e é mais freqüente para processadoras de pouco uso;

06 – Troca de filtros do sistema de circulação e nos condutores de água;

Na maioria dos locais de trabalho (hospitais e clínicas), tem como rotina de limpeza, a lavagem completa dos racks de revelação, que é feita utilizando uma esponja não abrasiva e sabão neutro. Cada rolo é lavado suavemente para não danificar, até que todos os resíduos sejam retirados.

É muito importante depois do processo de lavagem, retirar toda a espuma dos rolos com bastante água corrente, a fim de se evitar a contaminação dos químicos de revelação. Ao iniciar o trabalho do dia, ou quando a processadora não tem sido muito usado, sugere-se colocar algumas folhas de filme de limpeza na processadora. Este procedimento ajuda a remover os precipitados, sujeira e outras substâncias que podem ter sido depositadas nos rolos. As folhas de filme de limpeza devem ser usadas somente uma vez por causa de possível contaminação. Existem filmes de limpeza para os rolos de transporte fabricados para este propósito.

05 – CONTROLE DE QUALIDADE

Alguns dos métodos de se controlar o desempenho da revelação devem ser usados de forma a obter uma reprodutibilidade das características sensitométricas que se esperam, da combinação “Filme-Tela-Revelação”, o uso de um programa de controle de qualidade não irá somente fornecer uma reprodutibilidade, mas também dará ao usuário a confiança nos sistemas de controle de exposição que forem estabelecidos. Para que se alcance esses dois objetivos, o programa de controle de qualidade deverá ser estabelecido e mantido independentemente de qualquer equipamento de exposição radiográfica utilizado. Existem vários artigos sobre os métodos de controle de revelação que utilizam um sensitômetro que contém uma lâmpada calibrada e de circuito de controle associado para produzir exposições que são independentes de qualquer variação que possam surgir de uma exposição de raios-x. Uma vez que for estabelecido um programa de controle de qualidade para a revelação, será fácil manter uma qualidade radiográfica uniforme, porque as variações desta fonte são reduzidas. O estabelecimento e manutenção de um sistema de monitorização de exposição juntamente com um

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método de controle de revelação tornarão possível isolar as causas de qualidade radiográfica deficiente atribuída aos fatores técnicos de forma que possam ser corrigidas. O propósito de um programa de controle de qualidade é o de obter, sempre, radiografias excelentes, mas o que consiste a excelência de uma radiografia é uma questão subjetiva. Desta forma, ao se estabelecer um programa de controle de qualidade, deve se estabelecer os critérios fundamentais juntamente com as margens de tolerância para os fatores técnicos sendo monitorados. Estes critérios devem ser determinados através da experiência, baseada nas necessidades diagnósticas do radiologista. Uma vez que estas normas sejam estabelecidas, os desvios das mesmas indicam quando ações corretivas devem ser efetuadas para garantir resultados consistentes. Tais programas, evidentemente, não controlam os fatores humanos que afetam a qualidade radiográfica. Entretanto, uma discussão sobre a variabilidade atribuída ao erro humano, tal como erros de posicionamento ou de cálculos de exposição, estão além do propósito deste texto. A este ponto, deve-se mencionar que às vezes, surgem problemas devido às aplicações deliberadas pelos usuários de condições de revelação diferente das recomendadas pelo fabricante. Por exemplo, é possível aumentar a latitude de um filme através de revelação em soluções que não foram recomendadas. Deve-se lembrar, entretanto, que as recomendações do fabricante são meio termos feitos para oferecer margens de tolerâncias para uma variedade de possibilidades. Freqüentemente a processadora é usada para filmes de todos os tipos, e uma mudança nas condições que possam produzir um efeito desejado com um tipo de filme podem produzir um efeito indesejável com outro tipo de filme. Ou uma mudança nas condições de revelação pode reduzir a margem de tolerância para flutuações imprevistas na exposição ou na revelação, desta forma resultando em radiografias inaceitáveis. Ou o uso de soluções diferentes pode requerer uma maior quantidade de reforço para produzir resultados sensitométricos semelhantes. Se isto não for reconhecido e se não for ajustado, a qualidade radiográfica pode se deteriorar. É importante lembrar que as mudanças nas condições de revelação podem ter grandes efeitos na imagem radiográfica e que o controle cuidadoso das condições de revelação é essencial para se obter qualidade radiográfica constante.

06 – RECUPERAÇÃO DA PRATA

A prata é um recurso natural muito valioso que deve ser reutilizado sempre que possível. A recuperação da prata não só é recomendada por razões econômicas, mas também porque tal recuperação beneficia o ambiente. Da prata originalmente contida na emulsão algumas permanece na radiografia como prata metálica negra; algumas são dissolvidas no fixador; e uma pequena parte é levada para a água de lavagem e para o banho interruptor. A distribuição relativa desta prata original entre as soluções de revelação e a radiografia quando a densidade média é alta, a maioria da prata permanece na radiografia e somente uma pequena parte que contém os haletos de prata não expostos é dissolvida no fixador. Quando a densidade média é baixa, menos prata é retida na radiografia e uma grande quantidade é dissolvida no banho fixador. A prata contida em filmes e radiografias velhas descartadas dos arquivos pode ser vendida para aproveitamento. Há três métodos básicos de se recuperar a prata das soluções de revelação: reposição metálica, recuperação eletrolítica e precipitação química, porém os detalhes dessa recuperação não nos interessam para nossa rotina de trabalho, pois são realizadas por empresas especializadas.

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